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Emigração e Imigração em Portugal

IMPLICAÇÕES NA ECONOMIA PORTUGUESA, MERCA


~
Carolina Figueiredo Tavares Castro Neves 202108576
fep | Professora maria conceição ramos
ABSTRATO
O trabalho discute Portugal como um país de imigração e emigração, enfatizando as
consequências económicas, no mercado de trabalho e nas políticas implementadas. Entre as
tendências observadas estão a persistência dos imigrantes em ingressar na economia
portuguesa, a sua capacidade de empreender, programas de retorno e apoio ao retorno, a
intensificação da imigração em determinados setores para atender à procura de mão-de-
obra, as condições de trabalho dos imigrantes vulneráveis e os desafios enfrentados pelas
políticas de saúde e segurança no trabalho.

ÍNDICE
Abstrato.............................................................................................................................................1
Introdução..........................................................................................................................................1
Revisão Bibliográfica..........................................................................................................................2
Emigrantes portugueses.....................................................................................................................2
Remessas de Emigrantes....................................................................................................................3
Empreendedorismo dos Emigrantes Portugueses..............................................................................6
Retorno dos Emigrantes Portugueses................................................................................................7
A Imigração como Solução para a Escassez de Mão-de-Obra em Portugal........................................9
A importância da imigração em Portugal nas políticas de saúde e segurança no trabalho..............10
Conclusão.........................................................................................................................................12
Bibliografia.......................................................................................................................................13

INTRODUÇÃO
Portugal é conhecido como um país de origem e destino de grandes movimentos
migratórios, e o seu papel no cenário global da migração é complexo. Esta dualidade coloca
o país numa posição única, com consequências significativas para a economia, o mercado
de trabalho e as políticas que são implementadas. Ao examinar algumas das tendências
observadas em Portugal, podemos obter uma compreensão mais profunda do fenómeno.

Para começar, as remessas de emigrantes portugueses desempenham um papel importante


na economia do país, pois são uma fonte constante de divisas e têm um impacto em vários
setores. Além disso, o empreendedorismo dos emigrantes portugueses tem sido notável,

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impulsionando a criatividade e o crescimento económico em Portugal e nos países de
acolhimento.

Por outro lado, o retorno dos emigrantes portugueses e os programas de apoio fornecidos
mostram a dinâmica constante dos fluxos migratórios e os esforços do governo e da
sociedade civil para reintegrar esses indivíduos na comunidade nacional.

Sob outra perspetiva, a crescente procura por mão-de-obra em certos setores levou à
intensificação do recurso à imigração. Isso trouxe desafios e oportunidades únicas para as
políticas de integração e para o mercado de trabalho.

Por fim, as condições de trabalho dos imigrantes mais vulneráveis mostram o quão
importante é implementar políticas de saúde e segurança no trabalho para atender às
necessidades desses trabalhadores e garantir que todos tenham os mesmos direitos.

Neste trabalho, examinaremos em detalhe essas tendências, explorando o seu impacto na


sociedade portuguesa, e as medidas necessárias para lidar com os desafios e aproveitar as
oportunidades decorrentes da complexidade migratória em Portugal.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para este trabalho inicialmente dou um contexto da emigração em Portugal, utilizando
indicadores relevantes INE. Durante o seguimento do projeto, são destacados diversos
gráficos que ajudam a uma melhor compreensão dos problemas abordados. Estes são
retirados de artigos de jornal, nomeadamente Diário de Notícias, artigos científicos e sites
da internet onde podemos localizar informações relevantes, principalmente sobre apoios/
medidas do Governo.

Foi crucial para o seguimento deste trabalho a análise de relatórios realizados nos últimos
anos, como o “Condições de vida e inserção laboral dos imigrantes em Portugal: o efeito da
crise de 2007-2008” e “Indicadores de Integração de Imigrantes: Relatório Estatístico
Anual” do Observatório das Migrações e “Emigração Portuguesa 2022” do Observatório da
Emigração.

EMIGRANTES PORTUGUESES
A definição de emigrante é dependente do estatuto jurídico que lhe é dado, porém,
consideramos um emigrante alguém que é natural de um país, isto é, que nasceu neste, e se
muda para outro por diversos motivos possíveis, sendo os principais, a busca de melhores
condições de vida, nomeadamente a busca por salários mais altos ou melhores
oportunidades de emprego.

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Os emigrantes portugueses pelo mundo são cada vez mais e têm sofrido mutações ao longo
dos anos sendo os principais destinos de emigração tradicionalmente a França,
principalmente entre 1960 e 1970, a Suíça, EUA, Reino Unido, Brasil, Canadá e Alemanha.
Nos últimos anos, tem se observado uma diversificação dos países de destino, com um
aumento no EUA e outros países não europeus como África do Sul, e a redução na França,
Reino Unido e Suíça.

Em relação ao perfil demográfico do emigrante português é importante mencionar uma


predominância do sexo masculino, sendo possível identificar uma tendência para uma
emigração mais jovem para os novos destinos europeus, e uma mais envelhecida para o
Brasil e França, por exemplo.

A emigração portuguesa tem aumentado desde 2000, principalmente a partir de 2010, após
a Crise Financeira de 2007/2008. É de relevar o pico atingido em 2014, com 120 000
saídas, que se seguiu de uma descida não regular no número de emigrantes até 2020. Nos
últimos anos o este número tem vindo a aumentar e tem tendência a crescer.

REMESSAS DE EMIGRANTES

Gráfico 1 - Estimativa das saídas totais de emigrantes portugueses, 2001-2021

Com o aumento dos fluxos migratórios e, portanto, da emigração em todo o globo, as


remessas de emigrantes, isto é, o valor monetário enviado para um país de origem, por parte
de indivíduos que o deixam para residir num outro, também aumentam. A partir do início
do século, houve um crescimento das remessas de emigrantes portugueses, principalmente
a partir de 2010. No entanto, nos últimos anos, nomeadamente a partir de 2020, este valor
tem sido mais estável.

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Os principais países de origem das remessas recebidas em Portugal são França, Suíça,
Reino Unido e Alemanha, mas como é possível observar na tabela elaborada pelo
Observatório da Emigração, tem existido nos últimos anos uma diversificação dos destinos
dos emigrantes portugueses. Houve um aumento percentual significativos das remessas
recebidas da África do Sul e da Bélgica.

Gráfico 1 - Remessas de imigrantes e saldo das remessas de emigrantes e imigrantes de


Portugal, 1996-2018
Fonte: Observatório das Migrações (C.R. Oliveira e N. Gomes, 2019, Indicadores de
Integração de Imigrantes 2019. Relatório Estatístico Anual. Coleção Imigração em
Números OM), a partir de dados do Banco de Portugal-Estatísticas da Balança de
Pagamentos.

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Gráfico 2 - Remessas de emigrantes e remessas de emigrantes em percentagem do PIB
Fonte: Gráfico elaborado pelo Observatório da Emigração, valores do Banco de Portugal
(remessas) e do Instituto Nacional de Estatística (PIB)

Gráfico 3 - Evolução das remessas recebidas em Portugal, principais países de origem


das transferências, 2002-2021

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EMPREENDEDORISMO DOS EMIGRANTES PORTUGUESES
A literacia dos emigrantes portugueses tem vindo a melhorar ao longo dos anos, o que se
pode dever ao aumento do acesso ao ensino superior em Portugal e à escolaridade
obrigatória, o que significa que os indivíduos que saem do país são cada vez mais
experientes e qualificados. Isto são fatores que contribuem para um aumento do
empreendedorismo entre estes.

A restauração, a construção civil, o comércio e os serviços são os setores de atividade


tradicionalmente mais comuns para os negócios dos emigrantes portugueses. No entanto, os
emigrantes portugueses têm investido em setores diversificados que transparecem a
evolução da literacia e capacidade destes, como tecnologias de informação e comunicação,
saúde, educação e turismo. (Vieira, 2014, p.16)

Os empresários emigrantes “possuem um papel importante na inovação, na aprendizagem


organizacional, na transferência de conhecimentos a até mesmo na integração entre as
filiais das empresas dispersas pelo globo, uma vez que são peças fundamentais no fomento
e difusão da cultura organizacional.” (Ramos, 2013, p. 78)

As empresas fundadas pelos emigrantes portugueses geram empregos, riqueza e contribuem


para o crescimento da economia portuguesa, também devido as remessas que chegam ao
país, e divulgam Portugal globalmente. (Vieira, 2014, p.35) Por estes motivos, o governo
português tem incentivado os emigrantes a empreender, oferecendo linhas de crédito
bonificadas, incentivos fiscais e apoio à internacionalização.

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Gráfico 4 - Nascidos em Portugal residentes em países da OCDE, 15 e mais anos,

indicadores sociodemográficos, 2000/01 e 2010/11

Fonte - Quadro elaborado pelo Observatório da Emigração, valores da OCDE, Database on


Immigrants in OECD Countries, DIOC-2000/01 e DIOC-2010/11 (Rev 3).

RETORNO DOS EMIGRANTES PORTUGUESES


Nos últimos anos, o tema do retorno dos emigrantes portugueses tem sido muito discutido
devido ao aumento gradual no número de portugueses que decidem regressar ao país após
períodos de emigração. Este fenómeno tem consequências significativas para Portugal e
para os próprios emigrantes, muitas vezes motivado por motivos pessoais, profissionais ou
até mesmo pela nostalgia da terra natal.

A dinâmica da emigração para a Europa mudou quando Portugal entrou para a CEE e para
a UE. Estudos recentes da comunidade portuguesa em França mostraram que os emigrantes
agora optam por uma abordagem de integração que mantém fortes laços com Portugal por
meio de visitas frequentes e associação local. Além disso, graças aos direitos de cidadania

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europeia, muitos continuam a viajar para o país de emigração, tanto para visitar os seus
familiares quanto para receber cuidados médicos. O fluxo anual de retornados reflete
principalmente o retorno dos emigrantes que atingiram a idade da reforma, bem como o
retorno dos emigrantes transoceânicos devido a crises em países como Brasil, Venezuela e
África do Sul, contrariando a previsão de um retorno em massa (Rato, 2001).

Os programas de apoio ao retorno, que oferecem várias iniciativas e incentivos para ajudar
os emigrantes a reintegrarem-se na sociedade portuguesa, têm desempenhado um papel
fundamental neste contexto. Estes programas abrangem uma variedade de tópicos,
incluindo aconselhamento jurídico e apoio financeiro, bem como apoio na procura de
emprego e no acesso a serviços de saúde.

O "Programa Regressar", que foi criado pelo governo português em 2019, é um dos
programas mais notáveis. O objetivo deste programa é ajudar os emigrantes portugueses e
as suas famílias a voltar a Portugal, oferecendo benefícios como isenção de impostos sobre
o rendimento durante os primeiros anos após o retorno, apoio financeiro para despesas de
transporte e reinstalação, bem como assistência na procura de emprego e formação
profissional.

Além disso, os esforços do governo central para incentivar o retorno dos emigrantes são
complementados por iniciativas locais e regionais desenvolvidas por municípios e
organizações da sociedade civil. Estas políticas podem incluir incentivos específicos para o
empreendedorismo e o estabelecimento de negócios, bem como programas de acolhimento.

É crucial enfatizar que o retorno dos emigrantes não se limita aos benefícios financeiros
proporcionados pelos programas de apoio. Muitos emigrantes retornam a Portugal em
busca de novas oportunidades de vida e carreira, reencontro com as suas raízes culturais e
familiares e um sentido de pertença. Ao trazer experiências e informações adquiridas no
exterior, este retorno enriquece e diversifica a sociedade portuguesa.

No entanto, é importante reconhecer as dificuldades que os emigrantes podem enfrentar ao


voltar, como adaptar-se a uma nova sociedade e economia, revalidar as suas habilidades
profissionais adquiridas no exterior e construir novas redes sociais e apoio.

Em resumo, o retorno dos emigrantes portugueses e os programas de apoio ao retorno são


muito importantes para a coesão social e o crescimento económico de Portugal. Estas ações
mostram o reconhecimento do valor dos emigrantes como agentes de mudança e progresso,
e reforçam o compromisso do país em receber e reintegrar aqueles que escolhem voltar à
sua terra natal.

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A IMIGRAÇÃO COMO SOLUÇÃO PARA A ESCASSEZ DE MÃO-DE-OBRA
EM PORTUGAL
Atualmente, o principal fator que determina a variação da população em países
desenvolvidos é a migração, e Portugal não é exceção. A diminuição da taxa de
fecundidade, o aumento da esperança média de vida, o aumento dos índices de
envelhecimento e o despovoamento de certas regiões são algumas tendências notáveis
(Costa, Estevens, Barroqueiro, 2005). Essa tendência resulta em escassez de mão-de-obra
em setores chave da economia, como agricultura, construção civil, turismo e saúde. A
imigração surge como solução crucial para colmatar essa lacuna e garantir o crescimento
económico e a sustentabilidade do país.

Segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), em 2022 residiam em


Portugal 781.915 cidadãos estrangeiros com título de residência válido, representando 7,5%
do total de residentes do país, +0,8 pontos percentuais que no ano anterior (em 2021 eram
698.887 cidadãos estrangeiros com título de residência válido, representando 6,7% do total
de residentes do país).

Gráfico 5 - População estrangeira residente em Portugal, e percentagem de estrangeiros no total


da população residente

Setores com Necessidades Críticas:

Na agricultura, a imigração de trabalhadores experientes pode revitalizar o setor e garantir a


produção de alimentos frescos. Na construção civil, a imigração ajuda a suprir a procura
por mão-de-obra qualificada e não qualificada, impulsionando o desenvolvimento de

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infraestruturas. O turismo, em expansão, necessita de profissionais em hotelaria,
restauração e serviços turísticos, que podem ser supridos por imigrantes. Na área da saúde,
a imigração de profissionais qualificados é crucial para garantir o acesso a cuidados de
qualidade para todos (Observatório das Migrações, 2023).

A imigração contribui diretamente para suprir a falta de trabalhadores, impulsionando a


produtividade e o crescimento económico. Ela também combate o envelhecimento da
população e enriquece a sociedade portuguesa com a diversidade cultural, tornando-a mais
dinâmica e tolerante.

É fundamental garantir a integração social e económica dos imigrantes, através de medidas


de apoio à aprendizagem da língua portuguesa, acesso à educação e ao mercado de
trabalho. Combater a xenofobia e a discriminação também é crucial para promover a
tolerância e o respeito pela diversidade.

A intensificação do recurso à imigração em Portugal é fundamental para colmatar as


necessidades de mão-de-obra e garantir o desenvolvimento sustentável do país. É
importante gerir a imigração de forma eficaz, assegurando a integração dos imigrantes e
combatendo os desafios associados a este fenómeno (Observatório da Migração, 2023).

A IMPORTÂNCIA DA IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL NAS POLÍTICAS DE


SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
Muitos imigrantes, particularmente os mais vulneráveis, como os sem documentados,
refugiados e trabalhadores sem qualificação, enfrentam condições de trabalho precárias e
inseguras em Portugal, sendo que “Os estrangeiros são quem mais sofre com empregos
precários e mesmo o desemprego. Os imigrantes ganham, em média, menos 94 euros
mensais que os portugueses e um em cada três vive em risco de pobreza ou exclusão social”
(Laranjo, 2023). É comum que as pessoas vivam com salários baixos, horas de trabalho
sem descanso suficiente, expostas a riscos sem proteção e sem direitos laborais básicos
como a existência de um contrato e seguro de saúde. Para além disto, estes trabalhadores
tendem a estar expostos a racismo e xenofobia, sendo também vítimas de exclusão social
devido às suas condições.

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Gráfico 6 - Escalão de horas de trabalho da população empregada no Alentejo, segundo a
nacionalidade ou grandes grupos de nacionalidades, 2011 (%)
A título de exemplo podemos observar a situação laboral no Alentejo, na qual é possível
perceber que, no caso dos imigrantes de países não europeus, como PALOPs, China e
Índia, existe disparidade em relação ao número de horas de trabalho quando comparadas
com as de portugueses ou mesmo imigrantes da EU-15. O número de horal de trabalho é
assim um indicador relevante das condições laborais desta parte da população e transparece
a sua fragilidade.

Essas circunstâncias colocam em risco as políticas de saúde e segurança no trabalho pois


compreensão das precauções de segurança e dos perigos é prejudicada por barreiras
linguísticas, o medo de represálias impede que os trabalhadores façam denúncias e a
ausência de fiscalização permite que as empresas não cumpram os seus deveres enquanto
empregadores, o que fragiliza ainda mais a condição dos imigrantes em análise.

Em Portugal, foram implementadas respostas institucionais para apoiar os imigrantes em


um contexto de dificuldades econômicas graves, caracterizadas por desemprego frequente e
carência econômica. Os Centros Nacionais de Apoio à Integração de Migrantes (CNAIMs)
tiveram seus recursos humanos fortalecidos e novos gabinetes adicionados pelo Alto
Comissariado para as Migrações. O Gabinete de Apoio ao Imigrante Sobre-endividado
(GAIS) está entre esses para ajudar os imigrantes em situação de endividamento,
fornecendo informações, aconselhamento e acompanhamento, principalmente em relação a
créditos pessoais e à habitação. O Gabinete de Apoio ao Empreendedor Migrante (GAEM),
um outro órgão, promove a criação de empregos próprios por meio de formação e
consultoria de negócios. O programa online "Português Para Todos" foi lançado para
ensinar português an adultos falantes de outras línguas, oferece uma variedade de módulos
e nacionalidades para atender a uma variedade de públicos, incluindo aqueles com

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computadores e acesso à internet limitado. Essas respostas institucionais visam abordar os
problemas específicos que os imigrantes enfrentam durante períodos de instabilidade
econômica em Portugal. (Esteves 2017)

Ainda assim, as atuais políticas de segurança e saúde no trabalho estão a falhar como
podemos analisar em notícias e indicadores, e devem ser reavaliadas de forma a estarem em
conformidade com as necessidades atuais destes trabalhadores. É importante garantir que os
trabalhadores imigrantes desempregados não são excluídos do sistema de segurança social
devido à perda de emprego, agilizar os processos de regularização, promovendo uma
articulação construtiva entre diferentes entidades, e é crucial para evitar que trabalhadores
estrangeiros, ao perderem o emprego, enfrentem situações de irregularidade. Essas medidas
visam promover uma integração mais eficaz e justa dos imigrantes no contexto
socioeconômico português. (Esteves, 2017)

CONCLUSÃO
Portugal vive uma situação difícil devido à migração. A emigração histórica do país e a
imigração crescente redefinem a sua demografia. Esta dinâmica complexa afeta as políticas
públicas, o mercado de trabalho e a economia. Portanto, exige uma análise cuidadosa e
soluções completas.

As remessas de emigrantes, que atingiram um recorde em 2022, são um importante suporte


à economia. Caso haja incentivos para o seu retorno, o capital humano e empresarial desses
indivíduos – muitos dos quais se tornaram empreendedores nos países de acolhimento –
pode ser um motor de crescimento para Portugal.

O retorno de emigrantes, também em ascensão, é motivado por diversos fatores. Algum dos
principais motivos incluem a crise nos países de acolhimento, a melhoria das condições em
Portugal e o desejo de estarem mais próximos da família. Embora o governo português
disponibilize programas de apoio ao retorno, ainda há muito trabalho a ser feito para
melhorar a reintegração no mercado de trabalho.

A importância da imigração para atender à procura de mão-de-obra em setores estratégicos


da economia portuguesa tem vindo a aumentar nos últimos anos. A população imigrante
aumentou em 700 mil em 2022, revitalizando a população do país.

No entanto, a exploração laboral de imigrantes vulneráveis é uma realidade preocupante. É


imperativo que sejam tomadas medidas para garantir que os seus direitos sejam protegidos
e para que tenham condições de trabalho dignas. Além disso, a integração social dos
imigrantes é um desafio significativo que requer políticas públicas abrangentes que

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fomentem a interculturalidade e o acesso a serviços básicos como saúde, educação e
habitação.

A gestão da imigração exige uma abordagem holística e integrada, com foco no


desenvolvimento económico, na coesão social e na justiça social. As políticas públicas
devem ser direcionadas para a proteção dos direitos dos imigrantes, a promoção da
igualdade de oportunidades e o combate à discriminação.

BIBLIOGRAFIA
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Laranjo. I. (2023,18 dezembro). Taxa de desemprego entre imigrantes é o dobro da média


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