Você está na página 1de 3

Introdução

Portugal é um país que enfrenta sérios problemas demográficos, que ameaçam a sua
sustentabilidade a longo prazo. Estes problemas são o envelhecimento da população, a
baixa natalidade, fecundidade, a emigração e a escassez de mão de obra qualificada. E
nesta aula, vamos apresentar as causas e as consequências destes problemas, bem como
as medidas que podem ser tomadas a nível social, de escolaridade e formação, de trabalho
e trabalhadores, e de migrações, para promover uma maior dinâmica e equilíbrio
demográfico em Portugal.

Principais problemas demográficos

O primeiro problema demográfico de Portugal é o envelhecimento da população, que


significa que há cada vez mais pessoas idosas e menos pessoas jovens no país. Isto
acontece porque a taxa de fecundidade, que é o número médio de filhos por mulher, é muito
baixa em Portugal, e porque a taxa de mortalidade, que é o número de óbitos por mil
habitantes, é elevada. Assim, há mais mortes do que nascimentos, o que faz com que a
população diminua e envelheça.

O segundo problema demográfico de Portugal é a baixa natalidade, que significa que há


poucos nascimentos no país. Isto acontece porque as pessoas têm filhos cada vez mais
tarde, ou não têm mesmo filhos de todo, por várias razões, como a falta de condições
financeiras, a dificuldade de conciliar a vida profissional e pessoal, principalmente as
mulheres que agora estão dentro do mercado de trabalho, a preferência por outros projetos
de vida e a falta de incentivos à natalidade.

O terceiro problema demográfico de Portugal é a emigração, que significa que há muitas


pessoas que saem do país para viver e trabalhar noutros países. Isto acontece porque as
pessoas procuram melhores oportunidades de emprego, de rendimento, de educação, de
saúde, de qualidade de vida, que não encontram em Portugal. A maioria dos emigrantes
são jovens, com qualificações e competências, que fazem falta a Portugal.

O quarto problema demográfico de Portugal é a escassez de mão de obra qualificada, que


significa que há poucas pessoas com as habilitações e as competências necessárias para
trabalhar em certos setores da economia, como a indústria, a construção, a agricultura, o
turismo, a saúde e a educação. E isto acontece porque há poucas pessoas que completam
o ensino secundário ou superior, poucas pessoas que participam em atividades de
formação profissional, muitas pessoas que emigram e poucas pessoas que imigram.

Causas dos problemas demográficos

As causas dos problemas demográficos de Portugal são complexas e variadas, mas


podemos destacar 2 principais, como:

● A crise económica e financeira, que afetou Portugal de forma severa entre 2008 e
2014, provocando uma recessão, um aumento do desemprego, uma redução dos
salários e das condições de vida, uma perda de confiança e de esperança, uma
maior precariedade e instabilidade, uma maior desigualdade e pobreza, e uma
menor qualidade dos serviços públicos. Estes fatores tiveram um impacto negativo
na fecundidade, na mortalidade e na emigração, agravando os problemas
demográficos do país.
● A falta de políticas públicas adequadas, que respondam aos desafios demográficos
de Portugal, que promovam a natalidade, que apoiem as famílias, que incentivem o
regresso dos emigrantes, que atraíam os imigrantes, que qualifiquem os
trabalhadores, que melhorem as condições de trabalho, que valorizem o património
cultural, que preservem o ambiente.

Medidas a nível de escolaridade e formação

Algumas medidas que podem ser tomadas para melhorar a escolaridade e a formação da
população portuguesa são:

● Elevar a taxa de escolaridade e conclusão tanto no ensino secundário quanto no


superior, diminuindo a fuga escolar e promovendo igualdade de oportunidades e
qualidade de ensino.
● Ampliar a oferta e diversidade de cursos profissionais, técnicos e tecnológicos, que
atendam às demandas do mercado de trabalho e aos interesses dos jovens, e que
valorizem habilidades práticas e técnicas.
● Fortalecer a conexão entre o sistema educacional e o sistema produtivo, por meio de
estágios, projetos, parcerias e incentivos que facilitem a transição e a entrega dos
jovens no mercado de trabalho.
● Investir em inovação, pesquisa, desenvolvimento, ciência, tecnologia, cultura,
criatividade, entre outros, que contribuam para o aumento do conhecimento, da
produtividade, da competitividade e da diferenciação da economia portuguesa.

Medidas a nível de trabalho e trabalhadores

Algumas medidas que podem ser tomadas para melhorar as condições de trabalho e de
vida dos trabalhadores portugueses são:

● Aumentar o salário mínimo e os salários médios, de forma a garantir um rendimento


digno, a reduzir a pobreza, a estimular o consumo, a dinamizar a economia.
● Combater o trabalho precariado*, garantindo a estabilidade, a segurança, os direitos
e os benefícios dos trabalhadores, e promovendo o diálogo social, a fiscalização e a
regulação.
● Melhorar as condições de trabalho, assegurando a saúde, a higiene, a segurança, o
bem-estar, a organização e gestão dos trabalhadores, prevenindo os riscos de
acidentes, as doenças e ao stress
● Flexibilizar os horários de trabalho, permitindo uma maior adaptação, uma maior
conciliação, uma maior satisfação, uma maior produtividade dos trabalhadores, e
respeitando os tempos de trabalho, de descanso, de lazer e de família
● Promover a mobilidade e a diversidade dos trabalhadores, facilitando a circulação, a
mobilidade, a integração, a inclusão dos trabalhadores, dentro e fora do país, e
valorizando as diferentes origens, culturas, línguas, competências, experiências dos
mesmo.
Medidas a nível de migrações

Algumas medidas que podem ser tomadas para regular e aproveitar as migrações em
Portugal são:

● Incentivar o regresso dos emigrantes portugueses, oferecendo-lhes apoios,


incentivos, oportunidades que os façam sentir-se bem-vindos, valorizados,
integrados no seu país de origem.
● Atrair os imigrantes estrangeiros, facilitando-lhes a entrada, a permanência que lhes
permitam viver, trabalhar e estudar legalmente em Portugal.
● Integrar os imigrantes na sociedade portuguesa, garantindo-lhes os direitos, os
deveres, os serviços e os recursos que lhes assegurem uma vida digna, uma
participação cívica, uma inclusão social em Portugal.
● Valorizar a diversidade cultural dos imigrantes, respeitando e promovendo as suas
identidades, as suas línguas, as suas religiões e as suas tradições que enriquecem
a cultura portuguesa.
● Combater a discriminação, o racismo, a xenofobia, a intolerância, a violência que
afetam os imigrantes, promovendo o diálogo, a convivência, a cooperação, a
solidariedade entre os imigrantes e os nativos.

Conclusão

Por último, Portugal é uma nação que necessita enfrentar seus problemas demográficos, os
quais comprometem sua sustentabilidade a longo prazo. Para tal, é preciso adotar medidas
nos âmbitos social, educacional e de formação, no mercado de trabalho e entre os
trabalhadores, além de considerar as migrações, de forma a promover uma dinâmica
demográfica mais equilibrada no país. Essas medidas devem ser embasadas por uma visão
estratégica, com uma abordagem integrada, ampla participação e consenso geral, além de
serem eficazes e envolver todos os setores sociais, econômicos e políticos, levando em
consideração os interesses, necessidades, expectativas e direitos das pessoas. Somente
assim, Portugal poderá assegurar seu futuro como uma nação desenvolvida, coerente,
inclusiva, diversa, competitiva, inovadora, solidária, democrática, soberana e sustentável.

Você também pode gostar