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Problemas demográficos

O declínio da fecundidade Um dos problemas demográficos com que Portugal se debate é o


declínio da fecundidade, que está diretamente relacionado com a redução da natalidade, a
qual tem sofrido uma quebra regular desde há aproximadamente meio século. Neste período
de tempo, o índice sintético de fecundidade passou de 3,2 em 1952 para 1,37 em 2010. Uma
vez que está abaixo do limite mínimo de 2,1 filhos por mulher, Portugal não consegue renovar
as gerações. De realçar que nenhum país da UE assegura a renovação de gerações. Apenas a
Irlanda e a França, com valores de 1,7 e 2, respetivamente, se aproximam desta possibilidade.
O declínio da fecundidade reflete-se, fundamentalmente, no envelhecimento da população, na
diminuição da mão-de-obra disponível e nas dificuldades crescentes na Segurança Social para
dar resposta ao pagamento das pensões e ao apoio social. As causas do declínio da
fecundidade são, principalmente:

 Crescente participação da mulher no mercado de trabalho

 Preocupações com a carreira profissional, situação que prolonga o período de formação e


conduz ao casamento mais tardio

 Precaridade crescente do emprego

 Preocupação crescente com a educação e o bem-estar dos filhos, exigindo investimentos


cada vez maiores.

 Acesso a métodos contracetivos mais eficazes

 Mudança da mentalidade e filosofia de vida, incompatível com o elevado número de filho

O envelhecimento demográfico O envelhecimento da população, reflexo do índice de


envelhecimento, é outro dos problemas que a sociedade portuguesa enfrenta na atualidade.
Este problema, comum à maioria dos países desenvolvidos, tem na sua base várias causas das
quais se salientam o aumento da esperança média de vida e a diminuição da natalidade. O
envelhecimento demográfico, sendo um fenómeno com registo em todo o território nacional,
assume, especial relevância nas regiões do interior, muito afetadas pelo êxodo rural. Como
principais consequências do envelhecimento, apontam-se:

 Aumento do índice de dependência

 Agravamento dos problemas do sistema de Segurança Social

 Diminuição da população ativa

 Diminuição do espirito de dinamização e inovação


 Diminuição da produtividade

 Redução da natalidade

A taxa de desemprego em Portugal, nos últimos anos, foi-se aproximando da média europeia,
acabando por ultrapassá-la em 2010. Este aumento ocorreu para ambos os sexos, embora
mais acentuadamente para as mulheres e para os jovens. Afeta, igualmente, não só os grupos
de ativos com níveis de instrução e qualificação mais baixos, mas também os que detêm
instrução mais elevada de nível superior e formação profissional especializada. A instabilidade
laboral pode assumir várias formas, desde o desemprego de longa duração, o emprego
temporário, o emprego a tempo parcial, ou ainda o trabalho ilegal, mas traduz-se sempre em
insegurança, mobilidade e precariedade ao nível das condições de vida

A situação perante o emprego: O aumento da taxa de desemprego constitui um problema que


tem vindo a agravar-se, afectando especialmente as mulheres e os jovens adultos (com menos
de 25 anos), este está relacionado com um conjunto de factores:

 A crise económica;
 A insuficiente qualificação e formação profissional da população portuguesa;
 A concorrência por parte de países com mão-de-obra mais barata;
 Globalização da economia;
 As alterações na organização do trabalho.

A competitividade do mercado de emprego faz com que a população com baixo nível
educacional sinta dificuldades acrescidas na obtenção e manutenção de postos de trabalho. A
instabilidade profissional coloca a população numa situação de desconforto perante o futuro e
promove o adiar, por exemplo, do casamento ou do nascimento do primeiro filho, ou dos
seguintes

O baixo nível educacional: O baixo nível educacional e de qualificação profissional para o


desempenho da profissão é outro grande problema que marca a sociedade portuguesa e
reflecte-se em baixos níveis de qualificação, o que dificulta o desenvolvimento económico e a
reconversão profissional da mão-de-obra pouco qualificada, num contexto mundial de
crescente sociedade do conhecimento e da informação.
Soluções para os problemas da evolução da população

 Medidas que podem contribuir para o incentivo da natalidade

Compete às autoridades governamentais tomar medidas para tentar ultrapassar esta situação,
medidas essas que se inserem em políticas demográficas natalistas, isto é, orientadas para
alcançar um aumento da taxa de natalidade. De entre estas medidas, salientam-se:

 A criação de benefícios fiscais para as famílias com vários filhos;

 Criação da licença de paternidade;

 Melhoria e gratuidade dos serviços de assistência materno-infantil;

 Sensibilização da sociedade para a problemática da não-renovação de gerações;

 Criação de legislação de trabalho que proteja a mulher durante a gravidez e pós-parto.


 A qualificação dos recursos humanos em Portugal

Considerando que o abandono escolar e a baixa escolarização constituem um fator bastante


limitativo à criação de emprego e à instalação de empresas no país, tem vindo a ser defendido
que uma estratégia de desenvolvimento deve passar pela valorização da mão-de-obra, em
várias vertentes, o que obrigaria a maiores investimentos no setor da educação:

 Investimento no setor técnico profissional;

 Aumento da formação profissional;

 Redução do abandono escolar, através do combate às razões sociais e económicas que estão
na sua base.

 O papel do ordenamento do território O ordenamento do território é fundamental para


evitar e ultrapassar os problemas resultantes da má ocupação do espaço e para melhorar a
qualidade de vida da população. As soluções passam ainda pela promoção do
desenvolvimento do interior do país. O planeamento, a diferentes escalas, tem um papel
importante na previsão de ações que conduzam:

 - À efetiva melhoria das acessibilidades;

 - À criação dos serviços essenciais de apoio à população;

 - Ao desenvolvimento de atividades económicas geradoras de emprego;

 - À qualificação da mão-de-obra;

 - À concessão de benefícios e incentivos a empresas e a profissionais qualificados para que


se instalem no interior.

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