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Mestrado em Ensino do 1.

º Ciclo do Ensino Básico e de Português e


História e Geografia de Portugal no 2.º Ciclo do Ensino Básico

Unidade curricular: Ciências Sociais e Naturais

Ano Letivo 2022/2023

1º ano, 1º Semestre – Catarina Menino

Portugal é o país da União Europeia que está a envelhecer mais


rapidamente

Docentes: Carlos Cruz

Discente: Cataria Silva Nº 220166013, Catarina Menino Nº


220166011,Lúcia Simões Nº 220167003 e Maria Formiga Nº220166004

Setúbal, 25 de novembro de 2022


Atualmente, a taxa de envelhecimento a nível mundial tem adquirindo valores
significativos. Na Europa, este fenómeno ocorre em vários países, sendo Portugal, um
dos mais afetados. Desta forma, para Peixoto (s.d) “o processo de transição
demográfica1 está a ocorrer em “todas as sociedades europeias, incluindo Portugal (…)
“(p.8) Segundo o autor à fatores crucias para que isto aconteça como o declínio
populacional, a escassez de população de idade ativa, um aumento da população idosa e
a pressão imigratória.

Ao longo dos séculos, tem sido possível analisar um aumento do número de


idosos, especialmente, nos Países Desenvolvidos (PD). Este fenómeno talvez seja
explicado justo às melhorias da condição de vida do indivíduo e da maior assistência
médica, em suma, uma sociedade marcada por progressos científicos e técnicos, o que
naturalmente fez com que a taxa de mortalidade diminui-se e a esperança média de vida
da respetiva população aumenta-se.

De acordo com Gomes e Moreira (s/d), Portugal em conformidade com os


restantes PD, detém de um crescente aumento da população idosa e um decréscimo
significativo da população jovem ativa. Desta forma, de acordo com Bandeira (s/d),
existem ainda outros fatores que justificam este acontecimento, sendo estes: A
emigração europeia entre 1950 e 1974; A baixa fecundidade; O recuo da mortalidade;
Baixa mortalidade infantil; Submortalidade das mulheres comparada com a dos homens.
(p.409)

Até 1950, em Portugal, o crescimento demográfico da população era estável, isto


é, era possível verificar um equilíbrio populacional entre os três grupos de estruturas
etárias definidos por Bandeira (s/d), sendo estes: (gráfico)

 0-14 anos completos: Juniores;


 15-64 anos completos: população em idade ativa;
 Maiores de 65 anos: seniores;

A partir de 1950, em diante, esta situação inverteu, deu-se uma passagem do


crescimento demográfico no país, isto é, enquanto no passado, as crianças superavam
em número os idosos. Hoje com a quebra da taxa de natalidade e o envelhecimento a
1
Para Nazareth (1988), “(…) a demografia aparece-nos como uma resposta científica a um conjunto de
questões relacionadas com a descrição da população humana.” (p.11)
aumentar a tendência inverteu-se. Desta forma, para Peixoto (s/d) “Ao mesmo tempo
que se assiste ao declínio ou estabilização populacional, conhece-se um envelhecimento
progressivo e sustentado.” (p.9). Entre os anos de 1950 e 2011, existiram fenómenos
que necessitam de ser considerados (e.g as mudanças sociais, políticas, progressos
científicos, socioeconómicos e técnicos que foram sucedendo no continente europeu,
tiveram um peso significativo, influenciando assim a esperança media de vida e a
diminuição da fecundidade da população portuguesa).

Assim, em conformidade com Peixoto (s/d) “na sequência de um processo de


transição, as taxas de natalidade e de mortalidade descem dos níveis elevados que
possuíam no período pré-transição para valores muito reduzidos.” (p.11)

O envelhecimento está muito relacionado com os impactos a nível da


sustentabilidade da segurança social, pelo que deve-se presumir que, sem haver uma
devida adequação do trabalho relativamente ao envelhecimento, logo o aumento da vida
ativa não será assim tão vantajoso e, tal como Cabral, Ferreira, Silva, et.al, consideram,
“em Portugal, os níveis de qualificação continuam pouco elevados e os de saúde, apesar
de terem melhorado ao longo das últimas décadas, são ainda pouco satisfatórios em
determinados segmentos da população activa, especialmente na mais envelhecida.”
(s.d., p.43).

Relativamente à produtividade, ao haver um aumento da idade que é dada a


reforma mais problemas haverá no envelhecimento, principalmente a nível da saúde,
pois existem trabalhos que implicam um maior esforço físico.

Tal como referido anteriormente, a sociedade foi evoluindo em diversos níveis e


acrescido a tal, verifica-se um aumento da esperança média de vida. No documento de
trabalho do Plano Nacional de Emprego são exibidos diversos motivos que justificam as
limitações na participação ativa da sociedade, salientando assim: a resistência que os
indivíduos na faixa etária com cinquenta e cinco ou mais anos apresentam perante
ofertas de formação, mesmo quando se encontram desempregados; as entidades
empregadoras tendem a investir nos trabalhadores mais jovens, pois o retorno dos
empregados mais velhos será menor dado estarem mais perto da reforma; a
concentração dos trabalhadores mais velhos em pequenas e médias empresas, que são
normalmente pouco dinâmicas, com escassas possibilidades de mobilidade interna.
(Sousa, p.23)
Em síntese, para Sousa (s/d) é necessário discutir o futuro num cenário de
envelhecimento, procurar soluções para os desafios da sustentabilidade dos sistemas de
segurança social e de saúde, procurar evitar fenómenos de desemprego estrutural e
exclusão dos trabalhadores mais velhos, procurar saber qual o papel que queremos que o
grupo etário mais idoso desempenhe na nossa sociedade, desenvolver políticas de
integração da população idosa, entre outros desafios igualmente prementes. (p.20)

Durante a maioria do século XX e de acordo com Peixoto (s/d) “Ao mesmo


tempo em que a transição demográfica ocorre, as migrações vieram alterar as
sociedades europeias.” (p.42). “Em Portugal, foi a emigração que mais marcou a
totalidade do século XX, mais precisamente nos anos 80, um processo que esteve ligado
ao crescimento demográfico e permitiu reforçar os mecanismos da transição.” (p.42).

Portugal é hoje o país da União Europeia com mais emigrantes em proporção da


população residente. O número de emigrantes portugueses supera os dois milhões, o que
significa que mais de 20% dos portugueses vive fora do seu país Natal. Estes valores
acabam por ser uma desvantagem para Portugal, uma vez que, a maioria da população
que decide emigrar encontra-se na faixa da população jovem ativa. Apesar da situação
mencionada anteriormente ser um aspeto negativo para o país e de este ter uma
população bastante envelhecida, Portugal, tem induzido desde 2003 a evolução tanto
nas políticas públicas como nas práticas de acolhimento e integração de imigrantes.

Para Peixoto (s/d.),

“Apesar de o declínio e o envelhecimento não serem necessariamente


problemáticos, mas sobretudo um novo enquadramento demográfico a que a maioria das
populações humanas se terá de adaptar, algumas medidas são propostas para atenuar o
ritmo das mudanças e resolver alguns dos problemas associados.” (p.10-11).

Assumindo que, a procura de níveis superiores de integração deve ser uma


constante e que um salto qualitativo e eficaz nas políticas de acolhimento e integração
dos imigrantes apenas é possível através de um trabalho conjunto e devidamente
articulado entre as diferentes organizações, podemos afirmar que, é necessário um
trabalho cooperativo entre o Estado, as autarquias, as organizações da sociedade civil e
as comunidades imigrantes de forma a ser possível a criação de estratégias que
permitem uma atuação planeada das diferentes entidades para que tais práticas sejam
bem adotadas.
Em conformidade com o autor mencionado anteriormente, algumas das medidas
a serem adotadas seriam: o aumento das taxas de participação na atividade económica,
mais precisamente, na população mais idosa e nas mulheres, a garantia da
sustentabilidade das finanças públicas, o aumento da produtividade, a receção e a
integração de imigrantes e o aumento do índice de fecundidade. (p.11)

Deter de uma longevidade é uma conquista, porém, é necessário haver algumas


alterações a nível social e económico para as realidades demográficas com que o país irá
ser confrontado futuramente. O envelhecimento populacional levanta questões críticas
para os países em áreas como: o crescimento económico, o emprego, a reforma, as
pensões, a saúde e os serviços de apoio social. Atualmente, à medida que a população
envelhece, a proporção de idosos aumenta enquanto a proporção de nascimentos
diminui velozmente.

A segurança social, tanto para as pensões como para para os cuidados de saúde
ainda está em conformidade com as estruturas favoráveis de idade do passado, ou seja,
muitos trabalhadores e poucos reformados. Com a evolução demográfica, em particular,
de um número menor de trabalhadores por número de reformados e o aumento da
longevidade, teme-se que o individuo ao chega a idoso não tenha uma boa qualidade de
vida

As respostas à possível manutenção do atual sistema de pensões e de saúde passa


pela redução de benefícios, redução nas reformas e na cobertura da saúde, aumento de
impostos, aumento da idade legal da reforma, ou privatização das pensões e dos
sistemas de saúde. Algumas destas medidas são de difícil concretização, algumas
porque não são exequíveis outras porque são pouco populares que levará ao
enfraquecimento político de qualquer partido. Em suma se pretende viver uma reforma
tranquila, deve começar desde já a delinear uma estratégia para o seu plano de
poupança.
Outros aspetos a serem considerados relevantes para esta circunstância são as
dinâmicas migratórias, pois é notória, ao longo dos anos, a evolução das migrações em
Portugal. De acordo com Gomes e Moreira (s/d) o: “(…) aprofundamento dos
fenómenos migratórios acompanhou também a sua diversificação e transformação,
compreendendo diferentes fases da evolução social e económica do país,
nomeadamente: o retorno de residentes das ex-colónias a emergência de movimentos de
imigração.” (p.112)

Em conformidade com Gomes e Moreira (s/d):

“A evolução da população resulta da conjugação das suas componentes:


nascimentos, óbitos, emigração e imigração, ou seja, das dinâmicas naturais e
migratórias. Mas, se, por um lado, as dinâmicas da população são responsáveis
pelo crescimento ou decréscimo da população, por outro, são também afectadas
pelas características de estrutura população, pela sua distribuição por sexo e
idade.” (p.111)

Referências Bibliográficas
Azevedo, L. (2022). Este país é para velhos? Migrações e envelhecimento em Portugal.
CICS.NOVA - Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade
Nova de Lisboa.

Alto Comissariado para as migrações. (s.d.). Políticas Locais para Acolhimento e


Integração de Migrantes. https://www.acm.gov.pt/pt/-/politicas-locais-para-
acolhimento-e-integracao-dos-imigrantes

Bandeira, M. L., Bandeira, A. B., Gomes, C. S., Tomé, L. P., Mendes, M. F., Baptista,
M. I., Moreira, M. J. G., & Cabral, M. V. (n.d.). Dinâmicas Demográficas e
envelhecimento da população portuguesa 1950-2011 Evolução e perspetivas. 29–
420. https://moodle.ese.ipsantarem.pt/pluginfile.php/93648/mod_resource/
content/1/Dinâmicas Demográficas e Envelhecimento.pdf

Cabral, M. V., Ferreira, P. M., Silva, P. A. da, Jerónimo, P., & Marques, T. (s.d.).
Processos de envelhecimento em Portugal. Usos do tempo, redes sociais e
condições de vida. https://www.ffms.pt/sites/default/files/2022-08/processos-de-
envelhecimento-em-portugal.pdf

Peixoto, J. (s.d.). A demografia da população imigrante em Portugal. 9–44.


https://www.om.acm.gov.pt/documents/58428/182327/2_PI_Cap1.pdf

Nazareth, J. M. (1988). Princípios e Métodos de Análise da Demografia Portuguesa,


(pp.11-156). Lisboa: Presença.

Sousa, R. M. V. DE. (2009). Envelhecimento da População Portuguesa. 9–77.


https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/1728/1/TESE%20-%20RUI
%20SOUSA%20%2002-2010.pdf

Políticas Locais para Acolhimento e Integração de Migrantes -


AD-ent-C-ACM - ACM
Saber mais sobre as migrações portuguesas - AD-pt-C-ACM - ACM

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