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Faculdade de Economia
Alunas: Diana Batista Brazão Lourenço e Diva Alexandra Rodrigues Silva Fernandes
2022/2023
RESUMO
Sendo assim, este trabalho está dividido essencialmente em 4 partes. Na primeira parte
existe uma análise geral sobre o Envelhecimento Demográfico e de que forma é visto;
na segunda parte analisa-se demograficamente as décadas em estudo; na terceira parte
existe uma análise através de um Observatório de Imprensa para um contexto mais real
e finalmente, na quarta parte é feita uma conclusão sobre todos os dados acumulados e
os seus significados.
Índice
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1. Introdução...........................................................................................................................5
2. Envelhecimento Demográfico............................................................................................6
3. Análise Demográfica..........................................................................................................8
4. Observatório de Imprensa...................................................................................................19
5. Conclusões.........................................................................................................................19
6. Referências Bibliográficas...............................................................................................20
Índice de Figuras
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Gráfico 1 - Índice sintético de fecundidade, em alguns países europeus, entre 1960 e 1980.
.............................................................................................................................................9
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1. Introdução
Além disso vamos tentar também perceber o lado positivo do tema. Ou seja,
por outras palavras, que pontos positivos estão por detrás do envelhecimento
demográfico em Portugal? Sendo assim a importância social e sociológica deste tema
está em dar a relevância num tema que necessita de cada vez mais de novas análises e
novo olhares.
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2. Envelhecimento Demográfico
Hoje em dia fala-se muito dos países estarem a envelhecer e cada vez que este
tema é mencionado o fim da vida é questionado, mas aquilo que na verdade aqui
acontece não é o fim da vida e sim que, em média, as pessoas vivem mais tempo. Sendo
assim, este tema proporciona muitas questões e informações. É um tema que não se trata
apenas daquilo que os indivíduos fazem no fim da vida e sim daquilo que fazem
diferente durante a sua vida. Os seres humanos estão a criar um novo modo de vida, ou
por outras palavras, estão a envelhecer de uma maneira diferente. Com isto em
consideração, no tema do Envelhecimento Demográfico para além de ser importante
falar de quantos anos a mais os seres humanos estão a viver, é como é que eles o estão a
viver, a qualidade de vida, sendo que é isso que causa um maior envelhecimento.
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Ou seja, de uma forma mais sintetizada e geral, nas consequências económicas
podemos dizer que: quanto mais pessoas se reformam, mais a taxa de dependência
aumenta, o que significa que irá haver menos pessoas a trabalhar e mais pessoas
reformadas e essas mesmas pessoas irão também conter novas despesas, as despesas
médicas. Ao possuírem despesas médicas significa que irão precisar de mais serviços e
mais ajuda nas suas casas. Tudo isto significa que a sociedade e as famílias terão que
começar a pagar mais para poderem cuidar da população reformada. Com esta
perspetiva, se a força de trabalho começar a descer porque mais pessoas estarão
reformadas, significaria também que as taxas teriam que aumentar em ordem a
preencher as novas exigências que existirão para estes serviços. Conseguimos ver então
que, enquanto a nossa sociedade envelhece agora e começa a reformar-se existem
algumas consequências económicas. A população trabalhadora vai começar a ter um
maior trabalho não só em cuidar deles mesmos, mas também das pessoas que se estarão
a reformar na sociedade. Já socialmente, conseguimos perceber como as mudanças
populacionais estão a mudar as estruturas familiares. As famílias têm decisões difíceis a
fazer enquanto a população envelhece. A questão é: quem é que cuidará dos idosos?
Será que começaram a viver em casas de lazer para idosos? Se sim, como serão cobertos
estes custos? Porque com isto vem também menos poder de compra, sendo que o
dinheiro irá para outras despesas. Mas se por outro lado estas pessoas ficarem a cargo da
família, como irá isto funcionar? Poderão estas famílias possuir uma casa
multigeracional que funcione bem? Em certas famílias isto poderá até causar uma maior
carga. Por outro lado, isto poderá até juntar mais as famílias. Com todas estas perguntas
e perspetivas a ideia é que isto são questões familiares que estão a mudar e que irão
mudar dinâmicas familiares e tudo resulta de uma população envelhecida. Por fim,
politicamente também os governos terão que lidar com este problema. Se os governos
não agirem de acordo com os nascimentos a diminuírem e não começarem a
implementar mais políticas pró-natalidade para aumentar a taxa de natalidade, poderão
até começar a ficar sem trabalhadores. Poderão até, no futuro, não ter soldados
suficientes para os exércitos. A base de taxas irá continuar a diminuir o que levará a ser
mais difícil continuar a pagar serviços governamentais, forçando os mesmos a irem
mais longe em relação às dívidas ou até mesmo a terem que fazer decisões difíceis,
como por exemplo: cortar a educação ou a saúde (The Economist, 2017).
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Concluindo, o que queremos dizer com isto é que o Envelhecimento Demográfico vai
mais para além dos indivíduos envelhecerem e pode causar uma sociedade
completamente diferente do que aquela que conhecemos hoje em dia.
3. Análise Demográfica
3.1. A década de 70
Demograficamente tudo começaria no fim dos anos 60, início dos anos 70. A vaga
emigratória mostraria uma grande importância ao causar algum envelhecimento
demográfico, de acordo com Bandeira et al, foi por outras palavras: “…o impacto da
grande vaga emigratória dos anos 60 e do início dos anos 70 do século passado
(basicamente até ao choque petrolífero de 1973) sobre o envelhecimento a prazo da
população portuguesa…” (2014: 15). O que rapidamente mudaria devido aos diversos
“retornados” das antigas colónias que voltariam para Portugal nesta altura, mais
concretamente depois do 25 de Abril. Mas, como já mencionado, os anos 70 foram anos
de diversos acontecimentos e com isso também de várias mudanças demográficas, ou
seja, os dados demográficos não eram estáveis. De tal forma que, após a instabilidade
do pós 25 de Abril vinha a estabilidade e a nova democratização do sistema político
português. Com isto vinham novas revoluções, sendo a “revolução contracetiva” uma
delas. Querendo isto dizer que os métodos contracetivos passariam a ser levados mais a
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sério, especialmente pelas mulheres que queriam entrar no mercado de trabalho. Em
relação aos dados: o índice de fecundidade diminuiria gradualmente tornando-se algo
permanente que até décadas mais tarde se sentiria, por outras palavras Bandeira et al,
afirmam que:
Visto de outra maneira, basicamente foi no início dos anos 70 (com a Segunda Guerra
Mundial Terminada e com um período de aumento de nascimento) que se começou a
pôr em causa o adiamento do nascimento do primeiro filho também devido ao processo
de urbanização e industrialização que facilitava um maior acesso à educação, saúde e de
programas de planeamento familiar, além disso existiu também uma diminuição da
mortalidade que aconteceu devido ao avanço da tecnologia (vacinas, antibióticos,
equipamentos…) e a migração dos jovens para as cidades, regiões e países mais ricos,
na procura de melhores condições de vida. Mas isto não aconteceu só em Portugal,
aconteceu em toda a Europa, especialmente o adiamento do nascimento do primeiro
filho (Rosa, 1996). Visível no gráfico abaixo acerca do índice de fecundidade:
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Gráfico 2 - População residente segundo os Censos: total e grandes grupos etários
Anos
3.2. A década de 80
Os anos 80 foram uns anos especiais, ficando conhecidos como “a década em que tudo
era possível”. Apesar da década de 70 conter muitos acontecimentos importantes ficou
muito abafada pelo contexto político, já a década de 80 foi completamente o contrário.
Sendo assim, alguns dos acontecimentos relevantes desta década foram: a tomada de
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posse do VI Governo Constitucional liderado por Sá Carneiro e suportado por uma
maioria absoluta; a assinatura do acordo financeiro com a CEE; a tomada do VII
Governo Constitucional, do VIII Governo Constitucional e mais tarde do IX Governo
Constitucional; tratado de adesão de Portugal à CEE; posse de Mário Soares como
Presidente da República; entrada de Portugal na CEE (1986); a maioria absoluta do PSD
(1987); a cor chegava à Televisão; o rock português ganhava vida e a população
portuguesa passaria a ver o rock como uma liberdade de expressão; surgiam os centros
comerciais e hipermercados; o acesso a equipamentos domésticos era cada vez maior e
o lazer e a cultura eram cada vez mais importantes.
Foi uma década especial para Portugal, a década que se lembra com mais
carinho, a década em que mais se mostrava a liberdade de expressão depois de um
regime ditatorial. E como anteriormente mencionado não foi uma década em que a
economia e a política se sobrepuseram à cultura, mas, apesar disso, a adesão à CEE foi
um dos acontecimentos mais importantes. Com esta adesão Portugal garantiu o
amadurecimento da democracia e conseguiu aproximar-se mais da Europa, conseguindo
até mesmo desenvolver mais a economia nacional. Não tirando o facto que ainda
existiriam problemas nestes campos. Sendo assim, tendo em consideração o contexto
dos anos 80, como estaria o Envelhecimento Demográfico em Portugal na década de
80? Bem, com a CEE surgiram novas formas de mobilidade e novos destinos e sendo
assim o número de Portugueses passou a crescer mais em outros países, principalmente
o número de portugueses mais jovens, contribuindo para um aumento de idosos nos
anos 80 (Peixoto, 1994). Apesar de que nesta altura existisse um grande debate sobre a
importância dos regressos dos portugueses emigrantes ao país para preencher as zonas
vazias deixadas pelos mesmos, tal não aconteceu. Pelo contrário, a emigração continuou
a aumentar (Amaro, 1985).
E, além disso, tal como nos 70, o nascimento do primeiro filho, e a decisão em ter filhos
foi de igual forma importante. Na década de 80 passou a haver novas ideias e questões
sobre este mesmo assunto. As mulheres portuguesas começaram a reduzir o número de
filhos e ao mesmo passaram a ter filhos mais cedo, mostrando a eficácia dos métodos
contracetivos desde a década de 70. Ou seja, começou a haver um maior controlo de
nascimentos, é também nestes anos que o casamento começa a perder a sua importância.
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Já em relação aos idosos em Portugal. O sul de Portugal continua com um grande
número de idosos, mais especificamente o Alentejo. Tornando-se a zona do país com
mais idosos por cada cem jovens, visível no gráfico abaixo:
3.3. A década de 90
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mulheres. Aliás, foram nestes anos que as mulheres ganharam uma grande
relevância, eram quem tinham a maior proporção de casadas, viúvas e divorciadas;
quem tinham em regularidade uma composição monoparental; a taxa de atividade e
ao mesmo tempo a taxa de desemprego eram maiores para as mulheres e teriam a
percentagem do género mais envolvido em crimes (INE, 2001). Mas, apesar destas
informações, aquilo que seria mais importante era o facto de que acordo com o INE
envelhecimento estava mais acentuado na população feminina, como se pode ver no
gráfico abaixo:
“…A população feminina dependente (dos 0 aos 14 anos e com 65 e mais anos) tem
registado evoluções distintas, no sentido de um progressivo envelhecimento. Entre
1990 e 1999, o número de mulheres com menos de 15 anos teve uma redução no
peso em relação à população total feminina de 18,9% para 15,7%, enquanto que a
população feminina com 65 e mais anos passou dos 15,4% para os 17,5%. No caso
dos homens esta evolução foi mais lenta: os efectivos dos 0-14 anos diminuíram de
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21,2% para 17,8%, enquanto que os idosos (com 65 e mais anos) aumentaram de
11,7% para 13,0%...” (INE, 2001: 3-4).
Além disso, algo também importante que mostra este envelhecimento por parte das
mulheres, é o índice de envelhecimento das mulheres e o nível de dependência. De
acordo com o INE, o índice de envelhecimento das mulheres desde o ano de 1990
até ao ano de 1999 teria aumentado de 82 para 111, ou seja, por outras palavras isto
significaria que por cada 100 mulheres jovens existiam em 1999 cerca de 111
mulheres com 65 e mais anos. Não tirando o facto de que os homens também teriam
tido um aumento de 55 para 73 homens (INE, 2001). Basicamente, como pode se
pode perceber a população tornar-se-ia ainda mais envelhecida especialmente a
população feminina, fenómeno este que se explica através de todas as inovações nas
das mulheres nos anos 90 explico anteriormente neste estudo. Para um melhor
atendimento deste envelhecimento, abaixo fica o gráfico dos dados entre 1970, 1980
e 1990 sobre o índice de envelhecimento, de dependência de idosos e de
longevidade. Que mostra que 1990 foi de longe o ano em que estes três mais
aumentaram:
Índice de Índice de
Anos Índice de longevidade
envelhecimento dependência idosos
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3.4. A década de 2000
A década de 2000 foi também uma década de grandes surpresas e novidades para
Portugal. Vamos então fazer uma retrospetiva sobre alguns dos acontecimentos mais
importantes desta década. Nos anos 2000: Durão Barroso teria sido eleito Presidente do
PSD; surgiria uma nova ponte sobre o Tejo; Portugal aderia ao Euro; vários julgamentos
contra o aborto; posse do XV Governo; Inauguração do metro do Porto; Sócrates eleito
Secretário Geral do PS; tomada de posse do XVII Governo Português; António Guterres
eleito Alto Comissário da ONU; Eleição de Cavaco Silva; convocação sobre o Aborto;
tratado de Lisboa e o 1º Caso de Gripe A em Portugal. Foram então estes alguns dos
mais importantes acontecimentos dos anos 2000. Tendo em consideração que era este o
contexto, faz-se então a mesma pergunta: Como era o Envelhecimento Demográfico na
década de 2000?
Para começar, havia uma grande diminuição dos nascimentos e, por outro lado, um
grande aumento da esperança média de vida, só isto nos diz que a vida dos idosos de
década estaria a tornar-se cada vez melhor. Mas, por outro lado, foi também no ano
2000 que Portugal se passou a situar entre os países com mais baixa fecundidade a nível
mundial, possuindo um valor abaixo de 1,5 filhos, por mulher. Isto era crítico pois
significaria que não haveria renovação de gerações e a partir deste ponto o mais
provável era até aos dias de hoje os nascimentos diminuírem cada vez mais, algo que se
vai confirmar mais tarde neste estudo. Ou seja, com menos nascimentos, menos
renovação de gerações, menos mortalidade no grupo etário dos idosos e jovens a irem
para outros países em busca de melhores futuros tudo diria que os números irão
continuar a aumentar cada vez mais, que foi exatamente o que aconteceu. Além disso,
algo também novo que aconteceria nos anos 2000 eram os migrantes idosos para
Portugal, que voltavam para Portugal porque já tinham uma história com o país ou
simplesmente porque queriam uma vida mais de lazer, já reformados. Sendo que maior
parte destes migrantes eram mesmo reformados. Ou seja, para além dos idosos já
alojados em Portugal, o número apenas subia. Além disso, em relação aos jovens,
sabendo que os mesmo também emigraram os números diziam-nos que havia 182
idosos contra 102 jovens em 2001 e que em 2000 a esperança média de vida à nascença
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era de 72,4 anos para os homens e 79,4 anos para as mulheres. Mas, apesar dos dados
nos dizeram que sim, os idosos estão em maioria, isto não queria dizer que os mesmos
tivessem uma vida favorável. De acordo com a ONU e o INE, os idosos viviam maior
parte do tempo a sós e registavam as maiores taxadas elevadas de pobreza, isto refletia-
se quer seja em poder monetário, como em condições de alojamento, conforto, posso de
bens, entre muitos outros. Sendo os Homens aqueles que mais sofriam com este
problema nos anos 2000 (Bandeira et al., 2014).
Nos anos 2000, apesar de se ter uma maior compreensão de que a saúde está estável e
que a tecnologia favorece para que haja uma maior ajuda para os idosos, o
Envelhecimento Demográfico já não era visto como algo bom, os governos tentavam
até implementar formas de não deixar jovens. Para além disso, a sociedade portuguesa
começaria a enfrentar um novo problema social: a solidão e o desprezo nos idosos.
Conseguimos perceber a informação analisada através da comparação entre 1980, 1990
e 2000. Onde se nota um claro aumento no ano 2009:
Índice de Índice de
Anos Índice de longevidade
envelhecimento dependência idosos
A década de 2010 foi uma década moderna em que assuntos novos foram questionados
como por exemplo, o casamento entre casais homossexuais e até mesmo a própria
sexualidade. Teve acontecimentos marcantes desde a economia até à cultura e ao
desporto. Faremos então uma retrospetiva dos acontecimentos mais marcantes da
década de 2010 para um melhor contexto de trabalho. Na década de 2010: o Casamento
homossexual foi aprovado pela AR; José Saramago morreria; foi feita a Inauguração do
Centro de Ciência Champalimaud; Portugal foi eleito para o Conselho de Segurança da
ONU; Cavaco Silva toma posse num segundo mandato como Presidente da República; é
feito em Portugal um pedido de Ajuda Externa por José Sócrates; são feitas negociações
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com o FMI; Passos Coelho torna-se primeiro ministro; passa a existir IVA na
restauração; são feitas manifestações contra a troika; Paulo Portas demite-se; há uma
crise no BES e a criação do Novo Banco; José Sócrates é detido e mais tarde é
libertado; Marcelo Rebelo de Sousa (atual presidente) vence presidenciais à primeira
volta; existe uma diminuição do IVA; passam a haver inúmeras polémicas na CGD e a
criação da “Operação Marquês”, E poderíamos continuar… foi sem dúvida marcante,
sendo que muitos dos nós ainda a temos em memória. E foi também de tal forma
relevante pois foi a década antes do surgimento da década do aparecimento da pandemia
COVID-19.
Com um melhor contexto do país na década de 2010 vamos então perceber o que
aconteceu ao Envelhecimento Demográfico nestes anos. Apesar de não haver muito que
se possa dizer porque os fatores que contribuíram para o Envelhecimento Demográfico
continuam basicamente os mesmos e os dados também, sabe-se através do INE que o
padrão de envelhecimento continuou igual, fazendo com que a Esperança Média de
Vida aumentasse mais e que o valor do índice sintético de fecundidade continuasse de
igual forma baixo, apesar de ter sofrido um pequeno aumento no ano de 2010.
Então, de acordo com o INE, o que se sabe? Sabe-se que o número de idosos por cada
100 jovens aumentou de 110 para 120 idosos por cada 100 jovens. O Instituto Nacional
de Estatística afirma que:
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Através deste gráfico e do INE podemos afirmar que existiram duas evoluções quase
que opostas no período de tempo em análise. Ocorreu uma redução do índice de
dependência de jovens de 23,1 para 22,7 e em oposição existiu um aumento do índice
de dependência de idosos de 25,4 para 27,2 (Instituto Nacional de Estatística, 2012: 10).
Por outro lado, ao analisar os dados associados às NUTS em Portugal também
conseguimos perceber que o aumento foi quase geral em todos os distritos e ilhas,
reforçando mais a ideia de que o Envelhecimento Demográfico continua e vai continuar
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Concluindo, não há muitos estudos e artigos que nos deem informação precisa
para perceber quais os fenómenos associados ao Envelhecimento Demográfico na
década de 2010, mas, só apenas pelo contexto social do país é possível associar os
dados e perceber que os acontecimentos sejam eles políticos, económicos, culturais ou
sociais vão estão sempre associados com o crescimento de uma população mais
envelhecida. Para além disso, com os dados de fontes oficiais conseguimos perceber que
o Envelhecimento Demográfico continua com um aumento e muito dificilmente a partir
da análise aqui feita neste estudo desde da década de 1970, vai diminuir. Sendo assim, é
possível perceber também que existe algumas pequenas oscilações nos dados,
principalmente em relação ao índice de dependência de jovens, mas os dados em relação
à expectativa de vida dos idosos, à diminuição da natalidade e ao aumento do índice de
dependência de idosos continuam sempre com as afluências.
A década de 2020 é uma década que muito nos diz não só pelo facto de ela ainda não ter
acabado e ainda a estarmos a viver, mas pela situação passada nestes anos. Nesta década
surgiu uma pandemia denominada de SARS-CoV-2 e que vinha a afetar o mundo
inteiro, é muito estranho sequer dar contexto em qualquer outro campo quando a maior
parte da população portuguesa passou a estar confinada e a passar a ter teletrabalho. O
surto começou em 2019 afetando até aos dias de hoje nos contextos políticos,
económicos, culturais e sociais. Sendo que este é um tema recente será também de tal
forma interessante perceber o que é que isto terá afetado os idosos e o Envelhecimento
Demográfico. Sendo este então uma das décadas mais inovadas e interessantes para se
poder falar do Envelhecimento. Começando por comparar as décadas até aqui
analisadas (1970, 1980, 1990, 2000) nota-se que os dados continuam com as mesmas
afluências. Todos os índices aumentaram em exceção do índice de dependência de
jovens que, como se tem visto ao longo do artigo tem vindo sempre a diminuir e na
década de 2020 não é exceção.
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Gráfico 9 - Indicadores de Envelhecimento em 1970, 1980, 1990, 2000, 2018, 2019 e
2020.
Índice de Índice de
Índice de Índice de Índice de
Anos dependência dependência
envelhecimento dependência total longevidade
jovens idosos
1970 32,9 61,7 46,4 15,3 32,6
1980 43,8 59,0 41,0 18,0 33,8
1990 65,7 51,1 30,8 20,3 39,4
2000 98,8 48,3 24,3 24,0 41,4
2019 161,3 55,3 21,2 34,2 48,5
2020 ┴ Pre 171,7 ┴ Pre 56,2 ┴ Pre 20,7 ┴ Pre 35,5 ┴ Pre 48,6
2021 Pre 182,7 Pre 57,1 Pre 20,2 Pre 36,9 Pre 48,8
Posto isto, é também importante perceber dentro de um acontecimento tão grande como
a pandemia quantas mortes existiram de idosos nos anos correspondentes. De acordo
com o PORDATA, em 2020 em idades entre 80-99 existiram 46.783 mortes e para se
poder comparar em 1980 em idade entre 80-89 existiram 22.009 mortes. O que mais
fascina neste tema é o facto de esta ser a idade que em 2020 continha mais mortes e que
ao mesmo consegue ser a idade mais predominante em Portugal, o que nos mostra que o
Envelhecimento Demográfico está claramente fixado na nossa sociedade.
Para concluir, apesar deste ser um tema atual e com muita informação os dados
continuam a ser os mesmos e continuam a dar-nos as mesmas informações e a dizerem-
nos as mesmas coisas: que o ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO veio para ficar e
continuar a crescer. O facto de existir um período de tempo em que houve uma
pandemia do qual os idosos foram os mais afetados, tendo até mesmo a maior taxa de
mortalidade e na mesma ser este grupo etário que contém os maioríssimos números de
pessoas residentes em Portugal diz-nos muito sobre o Envelhecimento Demográfico.
4. Observatório de Imprensa
Sendo que no trabalho um dos requisitos era escolher uma notícia para complementar o
tema do nosso trabalho, a notícia que escolhemos denomina-se de “Portugal está ainda
mais envelhecido: há 182 idosos por cada 100 jovens no país, dizem os Censos” e
pertence à Observador. De acordo com o mesmo:
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“…A população portuguesa está ainda mais envelhecida: os resultados provisórios do
Censos 2021 revelam um “aumento expressivo” da população idosa e um decréscimo da
população jovem em Portugal. Neste momento, por cada 100 jovens portugueses, há
182 idosos. Segundo o Instituto Nacional da Estatística, se os idosos são quase um
quarto de toda a população residente (23,4%), os jovens não chegam aos 13%. O grupo
etário dos 65 anos ou mais foi mesmo o único em que o número de indivíduos
aumentou: são mais 20,6% em relação a 2001, passando de dois milhões para mais de
2,4 milhões. Já o grupo etário dos bebés, crianças e jovens até aos 14 anos segue em
sentido contrário e regista o maior decréscimo: são menos 15,4 pontos percentuais,
passando de quase 1,6 milhões para 1,3 milhões…”.
5. Conclusões
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7. Referências Bibliográficas
PORDATA (2022). Esperança de vida à nascença: total e por sexo (base: triénio a
partir de 2001). Disponível em: https://www.pordata.pt/Portugal/Esperan
%C3%A7a+de+vida+%C3%A0+nascen%C3%A7a+total+e+por+sexo+(base+tri
%C3%A9nio+a+partir+de+2001)-418 (acedido em 25 de outubro de 2022).
Bandeira, M.L., Azevedo, A.B., Gomes, C.S., Tomé, L.P., Mendes, M.F., Baptista, M.I.
and Moreira, M.J.G. (2014). Dinâmicas demográficas e envelhecimento da população
portuguesa: 1950-2011, evolução e perspectivas. Lisboa: Fundação Francisco Manuel
Dos Santos.
22
INE (2001). Dia para os Direitos das Mulheres e para a Paz Internacional -
MULHERES E HOMENS NOS ANOS 90 - 8 de Março. Informação à Comunidade
Social, pp.1–18.
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