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SINOPSE
EVERLEE VERA
Esta não é a vida que eu deveria viver – presa no braço de um idiota
rico enquanto ele tem uma competição de mijo com outros idiotas
ricos.

São todos fantoches, desempenhando um papel obediente que os


condena ao inferno até que a morte os separe.

O ódio me empurra para frente.

A luxúria me alimenta.

E há apenas um cara que preenche ambos: Holden Van. Inimigo do


meu namorado. O cara que me perturba além de qualquer coisa.

Só espero que ele não me destrua no meu caminho.

É um péssimo dia para fazer inimigos.

HOLDEN VAN
Olhe para todos eles - os ricos e poderosos de Reaper, incluindo meu
pai. Não sou nada como ele; o idiota implacável e de coração frio.

Estou cansado de viver em sua sombra maligna, comparado apenas ao


meu arqui-inimigo.

A vingança me move.

O desejo me mantém vivo.


E há apenas uma garota que pode satisfazer os dois: Everlee Vera. A
namorada do meu arqui-inimigo. A garota que me deixa duro como
uma rocha.

Só espero que ela não se apegue demais porque vou queimá-la viva.

É um dia ruim para meus inimigos.

As paredes da Reaper Academy guardam todos os segredos, mas os


segredos sempre vêm à tona.
AVISO DE GATILHO
VILE pode conter gatilhos para algumas pessoas.

Com personagens sombrias e moralmente obscuras, este NÃO é um


romance escolar limpo. Alguns entrarão às cegas, mas lembrem-se de
que este romance de intimidação é uma obra de ficção.
Se não tiver nenhum gatilho, boa leitura!

Se tiver, por favor continue lendo abaixo.

AVISOS DE GATILHOS: Embora nem todos possam ser listados,


pois todos nós temos interpretações diferentes.

Abuso - emocional, físico e verbal.

Agressão - física.

Tentativa de violação.

Jogo anal.

Referências a diferenças de idade.

Bullying - verbal e físico.

Degradação.

Ensino Médio - Personagens menores de idade.

Mask Kink.

Menções de assassinato/suicídio.

Punição.

Cenas sexualmente explícitas.


VILE se passa no mundo Reaper Academy, introduzido neste livro.
Todos os títulos que se passam neste mundo podem ser lidos como
autônomos, mas farão mais sentido quando lidos pela ordem de
lançamento.
DEDICATÓRIA
A todas as “garotas bonitas” que amam seus homens sombrios
mascarados.
01

Everlee Vera

Este vestido é tão sufocante quanto pesado, e odeio isso.


Descendo até meus pés, o vestido roxo de lantejoulas abraça cada
centímetro de mim. Meus seios empurram para cima e para fora
como se estivessem sendo espremidos até a morte, mas mostrar
um pouco de decote é sexy, certo? Puxo o vestido frente única
restritivo com um decote profundo nas costas. Um centímetro a
mais e toda a minha bunda apareceria.

Prendo meu cabelo no alto da cabeça, torço e prendo em um


coque bagunçado, deixando mechas em cada lado do meu rosto.
Aplico uma última camada de brilho labial em meus lábios, bato
neles e enfio de volta na minha bolsa.

— Oh. Meu. Deus.

Eu me viro e encontro minha melhor amiga Sasha parada ali,


olhando para mim boquiaberta. Seu lindo cabelo ruivo claro se
acumula no alto da cabeça também, mas o dela parece um ninho
de rato que não é lavado há alguns dias. Olheiras se alinham
abaixo de seus olhos que nenhuma quantidade de base pode
cobrir. Acho que é isso que acontece quando seu namorado de dois
anos termina com você sem nenhum sinal de que terminaria,
apenas para se virar e começar a namorar uma caloura. Meninos
são burros e superestimados.
— Everlee, está incrível — me diz, entrando no meu quarto
enquanto continua a me olhar abertamente.

Puxando o vestido, balanço a cabeça e torço o nariz. — O


vestido é sufocante. Não consigo respirar nessa coisa.

— Pshh, não se preocupe, você e eu sabemos que Jett tirará


essa coisa de você em pouco tempo. — Põe um punhado de pipoca
na boca, ficando à vontade na ponta da minha cama, como
sempre.

Eu a repreendo com o meu olhar, esperando não a repreender


novamente como na semana passada. Ela pode ser minha melhor
amiga, mas nem sempre sabe quando guardar seus pensamentos
para si mesma.

Ela levanta as mãos. — Desculpe. Desculpe. Sei que está


esperando a noite perfeita para se entregar a Jett pela primeira
vez. — Vasculhando a tigela de pipoca, observo seu lábio inferior
tremer antes de ela olhar de volta para mim. — Eu não entendo.
Tenho dormido com Dan desde o verão anterior ao nosso segundo
ano, e ele termina comigo como se eu não fosse nada. O canalha
traidor! Você manteve sua virgindade o tempo todo com Jett, mas
ele não terminou com você como se não fosse nada.

Amo muito a Sasha, mas às vezes ela pode ser muito dramática,
jogando totalmente a carta da vítima. Sentada na ponta da cama
ao seu lado, ignoro como o vestido aperta minha barriga e coloco
minha mão na dela.

— Sash, você e eu sabemos que Dan não terminou com você


porque estava ou não fazendo sexo com ele. Isso é ridículo. Ele é
um garoto burro no colégio que dormiu com a vadia da escola.
Quem sabe o que se passa na cabeça dele? Além disso, vamos para
a faculdade no ano que vem e é lá que estão os homens de verdade.
Pare de permitir que Dan a faça sentir uma merda.

Cutucando-me, ela solta uma pequena risada. — Para alguém


que realmente não vive, você sempre tem uma riqueza de
conhecimento e sabe o que dizer.

Dou de ombros. — Assisto a muitos filmes da Hallmark.

A campainha toca em meio a nossas risadas e meu coração


despenca no estômago. É o Jett. Minhas palmas ficam suadas
enquanto volto meu olhar para Sasha. Estou uma pilha de nervos
desde que Jett me convidou para ser sua acompanhante no evento
desta noite. Qualquer um que seja alguém estará nesta gala esta
noite, mas não sinto que me encaixo. São todas as famílias ricas
da área, usando a gala como seu concurso pessoal de mijo; quem
está vestindo a melhor moda, dirigindo os carros mais rápidos e
quem doará mais dinheiro. Realizam este evento todos os anos
para as equipes esportivas locais. E como Jett é o quarterback da
Cork High School, deve comparecer com seus pais. Haverá várias
famílias e alunos de todas as escolas locais, mas são aqueles que
frequentam a Reaper Academy que mais me assustam. São os
mais ricos; os mais poderosos; os mais cruéis. E são a rivalidade
de Cork.

Não estou tão nervosa em ir à gala - vendo todos colocarem


seus rostos falsos por uma noite - tanto quanto estou assistindo
Jett ficar cara a cara com seu arqui-inimigo, Holden Van. Eles se
odeiam desde antes de aprenderem a andar, mas suponho que
também tenha algo a ver com seus pais. O Sr. Hastings - o pai de
Jett - sempre teve palavras muito coloridas a dizer sobre o Sr. Van,
embora ninguém saiba realmente por quê. Uma rivalidade familiar
tão antiga quanto o tempo, talvez?

— Everlee!! Jett está aqui! — Mamãe grita ao pé da escada.

Tremendo, coloco um sorriso falso e olho para as lantejoulas


dançando na luz do teto enquanto respiro pesadamente. A última
vez que participei desta gala com Jett, ele saiu com o nariz
sangrando que estragou meu vestido. Um vestido que minha mãe
trabalhou duas semanas de horas extras para me comprar. Isso
me deixa um pouco desconfortável se não consegue perceber.

— Querida — Sasha diz, agarrando minhas duas mãos — Será


tudo incrível esta noite. Você dançará com seu namorado gostoso
na pista de dança, ele te mostrará todas as rivalidades, e então te
levará para casa onde vai deixá-la sem fôlego com seu beijo de boa
noite.

Soltei um bufo, olhando para ela como se estivesse sonhando.


— Agora é você quem tem assistido a muitos filmes sentimentais
de amor. — Embora queira acreditar que o que está dizendo é
verdade, sei que devo esperar o inesperado quando se trata de Jett
Hastings. Estou com ele há tempo suficiente para saber que nada
fica normal quando saio com ele.

Dando de ombros, ela me guia para fora do meu quarto. —


Talvez sim, talvez não. De qualquer forma, terá uma noite incrível.
Pense positivo.

Descemos as escadas enquanto ouço Jett e minha mãe


conversando e rindo. Mamãe sempre adorou Jett, mas quem não
adoraria? Basta olhar para ele! É o epítome de cada quarterback
estrela. Mandíbula afiada. Maçãs do rosto altas. Cabelo loiro sujo
perfeitamente despenteado. Abdominais por dias. E o seu sorriso?
Só as covinhas em suas bochechas fazem joelhos tremerem. Jett
Hastings é o namorado dos sonhos de toda garota, o deus do
ensino médio e seus colegas. Eu até o vi fazer algumas professoras
corarem em sua presença.

Ele para de falar com minha mãe e se vira para mim, me dando
seu meio sorriso que faz meu coração bater forte contra minhas
costelas. É o sorriso que dá só para mim, mais ninguém. Seu olhar
absorve cada centímetro de mim enquanto seu sorriso se alarga.

— Uau — sussurra, aproximando-se de mim ao pé da escada


para pegar minha mão. Amo quando entro na sala ele só tem olhos
para mim. — Está deslumbrante, Everlee.

Viu? Com as bochechas coradas, abaixo meu queixo e tento


lutar contra o sorriso lisonjeado em meu rosto. Estou nervosa
quando todos saem, mas Jett sempre dá um jeito de me tirar desse
estado de espírito.

Colocando sua mão nas minhas costas, estremeço com o calor


de sua mão direita; aquela que lança uma espiral perfeita a cada
jogo. Eu sorrio por cima do ombro para ele, olhando em seus
profundos olhos castanhos. Seu toque faz meu coração trovejar, e
pensaria que seu toque me excitaria, mas estou silenciosamente
implorando para ele parar.

— Está pronta para ir?

Com outro sorriso falso, aceno. — Sim, vamos acabar com isso.
— Saiu antes que pudesse impedir, recebendo uma bronca da
minha mãe.
Jett ignora minha declaração, guiando-me gentilmente até a
porta da frente com a mão ainda nas minhas costas.

— A que horas gostaria que eu trouxesse Everlee para casa? —


Jett pergunta a minha mãe, e espero que ela lhe diga ridiculamente
cedo.

Ela não diz, porém, rindo como uma jovem colegial. — Ah, sabe
que Everlee não tem hora para voltar quando sai com você.

Legal. Bela maneira de ser sutil, mãe. Embora saiba que ela
nunca seria inadequada, sei que no fundo tem inveja do meu
relacionamento com Jett. Segundo ela, um dia me casarei com ele
e terei seus filhos. É terrível esperar que isso não aconteça? Porque
sei que se me casar com Jett, serei seu braço direito nesta cidade
estúpida pelo resto da minha vida. Serei a esposa troféu que nunca
pedi para ser, mas sou muito covarde para terminar as coisas com
Jett. Como tudo na minha vida, apenas manterei minha boca
fechada e seguirei o caminho traçado diante de mim, sem quebrar
nenhuma regra ao longo do caminho.

Saímos de casa e Jett me ajuda a entrar em seu jipe, mas não


consigo parar de olhar para ele. Deveria estar emocionada por ser
a namorada de Jett Hastings, espalhando em todas as redes
sociais sobre como sou a garota mais sortuda do mundo, mas não
me sinto assim. Há algo seriamente faltando na minha vida, e não
sei o que é. Tudo o que sei é que o ensino médio é superestimado
e o cara sentado ao meu lado não é minha alma gêmea. Quero
dizer, ainda existe? As pessoas se casam hoje em dia para não
ficarem sozinhas? Talvez se casem por conveniência ou poder.
Parte meu coração romântico que ninguém mais se case por amor,
pelo menos não pelo que vejo.

— Está bem, baby? — Jett pergunta, estendendo a mão para


pegar minha mão na dele.

Meus olhos caem para nossas mãos quando meu coração


dispara. Odeio como quando ele me toca, imediatamente quero que
pare. Não há uma faísca entre nós que vejo ocorrendo em alguns
dos meus filmes favoritos. Agora, sei que a vida não é como os
filmes de ficção que assisto todos os dias da minha vida, mas uma
garota só pode esperar, certo? Por que a vida não pode ser assim?
O amor ainda existe, e acredito que existem almas gêmeas para
todos, mas talvez não a encontre aqui. Talvez eu precise abrir
minhas asas para encontrá-lo.

— Estou bem — respondo, puxando minha mão da dele. —


Vamos nos atrasar.

Ele não diz uma palavra quando liga sua caminhonete


superfaturada que seu pai lhe comprou no ano passado em seu
aniversário e sai da minha garagem. Olho para minha casa e me
pergunto o que Jett vê em mim. Não sou como as outras garotas
da escola que moram em uma mansão grande e chique ou dirigem
um carro que vale mais do que a maioria das casas da região. Em
vez disso, olho para a casa de dois quartos e menos de mil metros
quadrados que eu e minha mãe chamamos de lar. Não há garagem
para o único carro que mamãe e eu dividimos quando não está
fazendo uma jornada dupla no hospital - um carro que teve dias
melhores, mas nos transporta bem. Não há uma única coisa
fascinante onde moro, mas ele ainda quer estar comigo.
Quando termino de pensar demais sobre as coisas, Jett chega
ao evento de gala. É realizado no Dixon Center todos os anos - um
enorme edifício feito de blocos de granito que lhe dá um brilho
cintilante e pilares combinando na frente. Escadas de mármore
estendem-se da rua até as glamourosas portas de vidro e cristal.
São lugares como este que me dão vontade de vomitar. Há tanta
riqueza no mundo e a maior parte parece desperdiçada em coisas
estúpidas como esta. Esses idiotas ricos não percebem o número
de pessoas famintas e sem-teto no mundo? Poderiam doar um de
seus contracheques e fazer uma tremenda diferença. Em vez disso,
estão participando de galas em ternos e vestidos que custam mais
do que minha mãe ganha em um ano - usados apenas esta noite.
Que desperdício.

O jovem manobrista se aproxima da caminhonete de Jett,


abrindo-me a porta. Saio, agarrando a saia do meu vestido para
não cair de cara e fazer uma cena. Já é ruim o suficiente todo
mundo saber que Jett está namorando uma garota do “outro lado
dos trilhos.” Não preciso piorar as coisas para mim. Jett dá a volta
na frente da caminhonete e coloca a mão nas minhas costas,
guiando-me pela escada de mármore. Sinto como se estivesse
sendo levada ao meu abate - um passo agonizantemente caro de
cada vez.

— Sr. Hastings, é um prazer vê-lo esta noite, meu jovem. Ah, e


trouxe sua linda namorada.

Já vi essa mulher antes, mas não consigo identificá-la.


Assemelhando-se a uma passageira privilegiada do Titanic, seu
vestido quase cega pela quantidade de lantejoulas e miçangas
brilhantes enfiadas no tecido. Uma tiara cravejada de diamantes
fica em cima de seu cabelo prateado, gritando que é a mulher mais
importante da sala; que não duvido por um segundo. Ela
provavelmente está na casa dos oitenta e é isso que a torna a mais
perigosa - está por aí jogando os jogos dos ricos e famosos há muito
mais tempo do que qualquer um de nós. Talvez devesse fazer
anotações.

— Olá, Sra. Goldman — Jett a cumprimenta. — Outro belo


evento que organizou esta noite. Estou ansioso pelo evento de
arrecadação de fundos.

Ela bate palmas, falando sobre ele como se fosse uma deliciosa
sobremesa. Isso me dá vontade de vomitar, mas mantenho o
sorriso falso estampado no rosto. Não posso deixar de me
perguntar se ela é parente da Goldman Sachs com seu sobrenome;
faria sentido com seu poder e riqueza.

— Oh, meu garoto, o evento é só para você. — Dá um tapinha


no seu rosto. — Como está indo sua temporada?

— Está apenas começando, senhora, por isso vou deixá-la


saber quando ganharmos nosso primeiro jogo.

Ela cai na gargalhada, batendo palmas novamente. — Amo


suas brincadeiras espirituosas, Sr. Hastings. Guarde-me uma
dança mais tarde, sim? Preciso me misturar. — Depois olha para
mim. — Um prazer, querida.

Solto um suspiro quando ela se afasta de nós como se estivesse


em algum tipo de escada rolante, flutuando pela sala de um rico
idiota para o outro. Estaria tudo bem se eu fingisse uma doença e
saísse daqui? Este é o último lugar que quero estar agora. Prefiro
sentar na sala de emergência com minha mãe enquanto ela
examina uma pessoa após a outra, passando germes e espalhando
sangue por todo o balcão.

Um tumulto começa atrás de nós e Jett me vira pelas costas


até estarmos de frente para a entrada da frente. Câmeras piscantes
iluminam a figura por trás nos degraus da frente, bloqueada
apenas quando as portas se fecham. Todos os idiotas ricos o
cercam como se ele fosse a estrela da noite, apertando sua mão e
beijando sua bunda. Faz sentido que seja o primeiro e único
Holden Van - o arqui-inimigo do meu namorado.

Jett enrijece ao meu lado, abrindo um buraco na lateral da


cabeça de Holden enquanto passa, mas é o sorriso malicioso que
Holden joga em minha direção que faz uma linha de arrepios subir
pela minha espinha. Eu me viro, seguindo seu movimento
conforme ele caminha com a cabeça erguida no meio da multidão
que se abre para ele. Odeio como não o odeio. Nem um pouco.
Como se pode odiar alguém que se parece com isso?! O cara tem
facilmente um metro e noventa de altura, elevando-se sobre quase
todos na sala. Ele se mantém tão confiante que não posso deixar
de sentir inveja dele e de sua energia estúpida. Sua mandíbula
afiada e maçãs do rosto salientes envergonham as feições de Jett.
Como Holden Van não é um modelo está ao meu lado, ou talvez
seja. Não me surpreenderia.

Quando ele olha por cima do ombro diretamente para mim,


sinto meu coração cair no meu estômago. Por que Holden Van
olharia para mim? Tenho algo no meu rosto? Toco minhas
bochechas e depois meus lábios, sem sentir nada. Ele sorri para
mim - um sorriso malicioso que me faz querer esbofeteá-lo. Por que
tem que ser estupidamente bonito? E por que quero passar minhas
mãos por aquele seu cabelo preto indisciplinado? Empurrando-o
de seus olhos antes de se inclinar e me beijar com aqueles lábios
rosados e carnudos e...

— Vamos, querida, vamos encontrar a nossa mesa — Jett


sussurra em meu ouvido, me tirando de um caso perverso de
devaneio.
02

Everlee Vera

Olho para a abóbora encharcada no meu prato, tentando


desligar a conversa mais seca que já ouvi. Jett e seu pai estão
discutindo ações e futebol como se fossem a mesma coisa,
prevendo como este ano será proveitoso para ambos. Nada disso
significa algo para mim. É meia-noite? Porque Cinderela quer ir
para casa.

Entorpecida. Estou tão incrivelmente entorpecida que acho que


não conseguiria sair da cadeira nem que minha vida dependesse
disso. Estou com um pressentimento de que é assim que será o
resto da minha vida depois que me casar com Jett. Sobre o meu
cadáver. Olho ao redor da sala e me encolho, sentindo a bile subir
na minha garganta enquanto as lágrimas se acumulam atrás dos
meus olhos. Cada cena diante de mim é um disco quebrado; os
homens sentam-se e conversam sobre dinheiro e política,
enquanto suas esposas sentam-se silenciosamente ao lado deles
com a expressão de uma boneca imóvel. São todos fantoches,
desempenhando um papel obediente que os condena ao inferno
até que a morte os separe.

— Você me dá licença? Preciso ir ao banheiro feminino — digo


a Jett e me levanto antes que ele me dê permissão para fazê-lo.
Estou sufocando pra caralho e preciso de um pouco de ar.
Os copos tilintam ao meu redor, me deixando tonta enquanto
sigo direto para o corredor que leva aos banheiros e, finalmente, a
uma saída. Posso ou não passar pela porta de saída depois de usar
o banheiro. Jett provavelmente nem saberá que fui embora até que
precise de mim para ser sua acompanhante quando a arrecadação
de fundos começar.

O banheiro feminino aparece, mas pulo para um canto escuro


quando vejo Holden sair do banheiro masculino, vindo direto para
mim. Ele me deixa nervosa pra caralho. A última vez que fiquei
cara a cara com Holden, há um ano, ele me fez sentir coisas entre
minhas pernas que não sentia desde então. É perigoso. E pelo que
todos dizem sobre ele, é vil.

Pressiono minhas costas contra a parede de pedra fria,


esperando que ele não tenha me visto. Foi uma má ideia. Se ele me
visse, eu me encurralaria e lhe ofereceria a chance de me
atormentar – algo que parece gostar porque sou a namorada de
seu inimigo número um.

Prendendo a respiração, esperei que passasse, mas ele não


passou. Em vez disso, ouço o que soa como sons de sucção e
estalo, seguidos por... isso foi um gemido? Estou muito curiosa
para ficar escondida, enfiando minha cabeça lentamente no canto
da parede. Minha boca se abre quando vejo Holden chupando o
rosto de uma garota que conheço que estuda na minha escola. Ela
é a garota que abre caminho na escada social até conseguir o que
quer. Não estou feliz em relatar que descobri que Jett a levou para
casa uma noite depois de um jogo de futebol quando estávamos
brigando. Ele me prometeu que nada aconteceu e acreditei nele,
mas todos disseram que eu era estúpida. Kimmy “Slut1” Lenorra
pega quem quiser - incluindo Holden Van, ao que parece.

Estou chocada com o que estou assistindo agora, mas também


um pouco excitada. Coloquei meus olhos em cada um dos seus
movimentos enquanto aperto minhas pernas, juntando meu
vestido em minha mão à medida que mordo meu lábio inferior.
Holden tem Kimmy contra a parede, beijando e mordiscando sua
mandíbula e garganta. Seu vestido sobe, mostrando sua coxa nua
conforme a sua mão explora sob o tecido rosa. Ela geme, jogando
a cabeça para trás contra a parede com um baque quando Holden
suga sua garganta.

Meu coração está batendo tão forte que é tudo que posso ouvir
na minha cabeça enquanto meu sangue corre entre minhas
pernas. Há um latejar que é quase doloroso, rastejando até a boca
do meu estômago. Nunca senti isso tão forte antes, e não sei como
pará-lo. Aperto minhas pernas, deixando meus olhos rolarem para
a parte de trás da minha cabeça quando a pressão é boa.

— V-vamos levar isso para um lugar mais privado — Kimmy


sussurra com um gemido suave.

Holden puxa a boca do seu pescoço antes de agarrar a sua mão


sem dizer uma palavra e puxá-la pelo corredor em direção à saída.
Eu deveria ir ao banheiro e voltar para Jett na mesa. É o que devo
fazer, mas minha curiosidade sobre o que farão em um ambiente
mais privado faz com que meus pés os sigam. Não é que queira vê-
lo com ela, mais que só quero vê-lo. Quero ver como sua boca se

1
-Vadia, vagabunda, puta, piranha.
move sobre sua carne, beliscando e chupando. E como suas mãos
exploram a carne nua, chiando e escavando à medida que
avançam.

Quando chego ao final do corredor, olho para a esquerda e para


a direita, vendo a saída à esquerda e sabendo que não foram por
ali. Virando à direita, sigo pelo longo corredor até chegar a uma
sala com uma porta de vidro e uma janela com as persianas
abertas. Eles estão lá, explorando e puxando as roupas um do
outro em uma das mesas vazias. Estou grata pelas luzes neste
corredor dos fundos estarem apagadas, escondendo minha
presença ao mesmo tempo que os observo do canto da janela para
que não possam me ver facilmente.

Minha pele arde e formiga em cada lugar que a toca, quase


como se ele me tocasse. A vontade de passar as mãos pelo corpo
enquanto o observo me deixa inquieta, por isso fecho os punhos
no vestido, ofegante. Estou esperando que Holden a incline sobre
a mesa e faça sexo com ela por trás, mas, em vez disso, ele abaixa
a calça até os tornozelos e a empurra de joelhos. Meus olhos se
arregalam quando ele move sua jaqueta para fora do caminho e
acaricia um pau longo, grosso e cheio de veias bem no seu rosto.
Calor enche minhas bochechas, e viro meu rosto como se fosse eu
que estivesse de joelhos. Isso é impertinente. Não deveria estar
assistindo isso.

— Ah, porra — geme, e minha moral voa pela janela.

Volto a olhar para eles, observando suas sobrancelhas se


juntarem e sua boca se abrir. Não estou interessada em vê-la levá-
lo à boca tanto quanto estou interessada em ver seu rosto se
contorcer. Há algo tão erótico e excitante no rosto de um homem
quando está recebendo prazer. Todos aqueles filmes da Hallmark
podem ter me transformado em uma romântica de coração, mas
no fundo ainda tenho necessidades - necessidades que são
atendidas com uma simples pesquisa on-line. Não é a pornografia
em si que me deixa excitada. Não, é observar o rosto do homem
levando-o ao orgasmo que faz isso por mim.

Eu mesma nunca tive um orgasmo, mas espero que, quando


tiver, meu rosto mostre como é bom. Bem, tão bom quanto
suponho que seja. Holden puxa o lábio inferior entre os dentes
antes de sorrir, fazendo meu coração bater forte e o latejar entre
minhas pernas mais forte. Seu engasgo alto faz com que meus
olhos se afastem do seu rosto e caiam nos dela. Minhas bochechas
ficam vermelhas quando vejo a mão dele em seu cabelo, segurando
sua cabeça contra a perna da mesa conforme empurra em sua
boca. Cuspe encharca seu queixo à medida que ela absorve tanto
dele em sua boca quanto pode.

Não consigo parar de assistir, mesmo sabendo que deveria.


Este é um momento privado entre esses dois e estou totalmente
rastejando sobre eles agora, mas estou congelada no lugar,
incapaz de me afastar. Encaro sem piscar como ele estica as
bochechas dela, incapaz de afundar todo o seu comprimento,
fazendo-a engasgar enquanto as lágrimas escorrem pelo rosto. Em
seguida, retira-se e se acaricia até que fios brancos de esperma
decorem seu rosto excessivamente maquiado. Ela mostra a língua
e pega um pouco antes de sorrir para ele.
Ele teve um orgasmo e perdi sua expressão. Caramba! Essa é
a melhor parte. Oh meu Deus, sou uma idiota total. Preciso dar o
fora daqui antes que venham aqui e me peguem. Não há lugar para
se esconder neste corredor como havia no outro. Seria descoberta
com certeza, e como explicaria isso? Hum, sim, me esgueirei para
vê-los brincando para que pudesse ver o rosto de Holden quando
gozou, mesmo que tenha perdido. Sim, essa revelação me
mandaria direto para o hospício.

Antes porém que possa sair, olho para o seu rosto mais uma
vez para ver se ele tem a expressão que costumo ver em alguns dos
meus filmes favoritos. Holden Van tem o tipo de expressão que me
faz tremer. Não há um pingo de amor ou luxúria em seus olhos.
Olha para Kimmy com malícia e aborrecimento, puxando a calça
para cima sem ajudá-la a se levantar. Ela não é nada para ele, está
apenas aqui para servir a um propósito: agradá-lo. Ele
provavelmente nem se lembra do nome dela.

Engulo em seco, sabendo que um cara como Holden Van nunca


estaria à altura dos homens dos meus filmes favoritos da
Hallmark. Nenhum desses caras ricos e privilegiados jamais
estaria. Estou presa em um filme de terror, incapaz de encontrar
o verdadeiro amor ou a paz.

Levantando a barra do meu vestido, ando pelo corredor o mais


silenciosa e rapidamente possível antes de entrar no banheiro
feminino. Minha pele está toda suada e pegajosa, formigando
desconfortavelmente em áreas que não posso ver agora. Acabei de
assistir a um momento muito particular entre duas pessoas e
gostei. Bastante. O que diabos, contudo, diz sobre mim? Tenho me
guardado para o homem certo e o cara que pensa que é ele está lá
fora esperando que eu volte. Estou surpresa por ele ainda não ter
vindo me procurar. Estive fora há um tempo.

Depois de lavar as mãos, viro-me para sair quando a porta se


abre e Kimmy Lenorra entra. Congelo no meu lugar, olhando para
o seu rosto e como sua maquiagem está manchada em lugares que
sei que tinham sucos de Holden. Ela me olha de cima a baixo, de
cabeça erguida. Essa cadela sempre tenta agir como se fosse
melhor do que eu. Só porque a sua família tem mais dinheiro e
mora em uma daquelas mansões chiques - e eu não - não significa
que seja verdade. Estou mais acima na escala social do que ela, e
ela odeia isso. Aos seus olhos, ela é quem deveria estar com Jett
Hastings, não eu. Antes de Jett me pedir em namoro, não era nada
para esta cidade. A maioria das pessoas nem sabia que eu existia.
Gostaria que aqueles dias não tivessem ficado para trás. Prefiro
ser invisível.

— O que diabos está olhando, vadia? — Kimmy sibila enquanto


caminha até as pias, ligando uma conforme me olha no espelho.

— Ficaria muito mais bonita se não fosse uma vadia, Kimmy.


— E com isso, saio do banheiro antes que ela possa dizer qualquer
outra coisa.

Ela sempre tenta me irritar e acho que fica muito chateada


quando não consegue. Eu simplesmente lhe dou um gostinho de
seu próprio remédio e depois jogo fora. Tornou-se um hobby meu
irritar regiamente Kimmy.

Desço o corredor, voltando para o salão de baile quando bato


no peito de alguém. Quando olho para cima, respiro fundo e olho
direto para o olhar profundo e escuro de Holden Van. Ele olha para
mim com aborrecimento até que percebe quem sou e um sorriso
ergue seus lábios carnudos estupidamente sexy.

— Everlee Vera — diz meu nome em um tom rouco, fazendo


meus joelhos tremerem. Ele se inclina e roça aqueles lábios
perfeitos logo abaixo da minha orelha. — Gostou do show?

O sangue escorre do meu rosto, me deixando tonta enquanto


me afasto dele e sustento seu olhar travesso. Estou completamente
mortificada por ele não apenas saber que os estava observando,
mas também por me chamar atenção para isso. Não é muito cedo
para correr para a saída atrás de mim, não é?

— Nunca imaginei que a namoradinha de Jett gostasse de


assistir. — Ele se aproxima de mim novamente, me apoiando
contra a parede. — E aposto que ela não sabe que eu gostei. Então,
diga-me, Everlee... gostou?

Aquela pulsação dolorosa está de volta entre minhas pernas, e


não consigo ver direito quando minha respiração acelera, mas é
quando ele estende a mão e traça meu lábio inferior com o polegar
que quase faz todos os sentidos explodirem. Minha boca se abre e
deixo escapar um gemido ofegante, olhando diretamente para seus
olhos escuros.

— Pode imaginar o que Hastings faria se descobrisse que seu


arqui-inimigo fodeu sua namorada? Fez com que gritasse meu
nome enquanto tomava meu pau...

Empurro-o para longe, reunindo meu juízo enquanto tento


apagar as palavras eróticas que acabou de sussurrar em meu
ouvido. Ele me fez desejar algo que nunca tive antes. Fez-me
desejá-lo mais do que já desejo - me odiando por isso. O cara que
deveria odiar porque meu namorado odeia. Para ser justa, porém,
ele é um Reaper, e os garotos daquela academia não brincam.
Estou surpresa que não tenha dado um soco em Jett antes,
marcando seu domínio entre os dois, mas, novamente, talvez ele
esteja sendo paciente até que a oportunidade perfeita se apresente.
Só espero que essa oportunidade não seja eu.

— Você é nojento — digo a ele enquanto minha cabeça vira para


um lado e para o outro, esperando que ainda estejamos sozinhos
no corredor.

Sorrindo, ele lambe o lábio inferior antes de passar a mão forte


e cheia de veias pelo rosto. Odeio como latejo entre minhas pernas
novamente quando vejo a umidade brilhante que deixa para trás
em seu lábio inferior, e o quanto quero prová-lo.

— Talvez sim, mas se sou nojento, então você também é. — Ele


se move pelo corredor de volta para o salão de baile.

Olho fixamente para a sua nuca, esperando que meus olhos


atirem pequenas bolas de fogo nele até que seja queimado vivo.
Nunca quis alguém que odeio tanto, ao mesmo tempo que não
quero alguém de quem me importo. O rosto de Jett volta à minha
mente, e me sinto mal do estômago. A pior parte é não saber se
estou me sentindo mal por causa do que acabei de fazer ou porque
não quero voltar para onde deveria pertencer.
03

Holden Van

Afinal, a pequena Everlee Vera não é a virgem que pensei que


fosse. Quando Kimmy tentou engolir meu pau, olhei para cima e
vi o reflexo no espelho de Everlee olhando da janela. Não gozei no
rosto de Kimmy porque me fez sentir bem. Nah, gozei no rosto
daquela cadela porque observei Everlee silenciosamente ofegante
conforme imaginava que era sua boca ao meu redor.

Adorarei destruir a pequena até que esteja gritando meu nome


de joelhos na minha cama. Jett Hastings não tem ideia de que sua
doce namorada virgem me pertence. Ela pode não saber ainda,
mas posso senti-lo. Ainda não tenho certeza de como farei isso,
mas terei Everlee sentada no meu rosto enquanto goza na minha
boca antes do final deste semestre.

Observá-la do outro lado da sala neste exato momento fez meu


pau endurecer novamente. Ela está dançando com Jett, mas seus
olhos estão em mim. A garota que trouxe como meu encontro hoje
à noite - seja lá qual for o seu nome - se agarra ao meu peito à
medida que olho para Everlee. Sua expressão grita ciúme. Ótimo.
Se eu conseguir deixá-la ainda mais ciumenta, ela virá até mim
sem muito esforço da minha parte.

No entanto, quando ela vê que também estou olhando para ela,


suas bochechas ficam cinco tons mais escuras antes de se afastar
de Jett. Sorrio, afastando-me do meu encontro enquanto caminho
lentamente através da multidão de pessoas que conheço a minha
vida inteira, mantendo meus olhos nela o tempo todo. Sou o lobo
e ela é minha presa. É um dos meus exemplos de filmes de terror
favoritos. Caçando os fracos, observando-os se contorcerem e
entrarem em pânico até que o seu sangue cubra suas mãos.

— Holden! — Ouço meu encontro gritar meu nome atrás de


mim, mas tudo que ouço são pregos em um maldito quadro-negro.

Provavelmente deveria ter sido direto com meu encontro hoje à


noite, como sou com todas as outras garotas que pensam que as
"escolhi." Eu não namoro. Nunca. Namoradas são superestimadas.
Por que me contentaria com uma quando posso ter todas elas?
Sem mencionar que, uma vez que pensam que é delas, elas
enrolam uma coleira em volta da sua maldita garganta e a vida
como a conhece acabou. Não, porra, obrigado. Faço o que diabos
eu quiser quando quiser. Não é diferente com as meninas.

Ignorando meu encontro, atravesso os casais dançando e sigo


Everlee com meu olhar. Paro a beira da pista de dança quando ela
sai para a varanda. Isso é fácil demais. Olho por cima do meu
ombro para ver se seu namorado idiota a está seguindo, mas ele
está conversando com o Sr. Fairfax; o homem mais rico em cinco
estados. Puta merda. Se eu tivesse Everlee como namorada, ela
nunca sairia da minha vista. Jett Hastings, seu idiota, estou
prestes a levar sua preciosa garota e você não tem ideia.

— Sr. Holden Van.

Porra. Viro ao som da minha voz saindo da boca da Sra.


Goldman. Não adianta tentar ignorar essa mulher. Ela administra
tudo nesta porra de cidade, incluindo esta arrecadação de fundos
que financiará minha temporada de futebol.

— Sra. Goldman, não está um arraso esta noite? — Mostro a


ela meu sorriso ardente, encantando o vestido desta velhinha de
noventa anos.

Suas bochechas coram quando me acena. — Oh, Holden, tem


jeito com as palavras como seu pai.

Ranjo os dentes, perdendo o sorriso no rosto com a menção de


meu pai. Aquele filho da puta pode queimar no inferno por tudo
que me importo. Mencioná-lo só faz meu sangue ferver, mas
suponho que não tenha ideia disso. Segundo ela, o Sr. Van é o pai
perfeito, nada controlador ou abusivo. Não, todo mundo é perfeito
quando está carregado, certo? — O que posso fazer por você esta
noite, Sra. Goldman? — Pergunto, tentando mudar de assunto.

— Certo. Queria saber se poderia ajudar com a arrecadação de


fundos. Fui informada de que um leilão popular consiste em fazer
com que os meninos do futebol sênior doem sua empresa por uma
noite. — Coloca a mão no meu braço, sorrindo até que as rugas
desapareçam em seus lábios. — Você e o Sr. Hastings são meus
melhores garotos. Está interessado?

Claro, sempre sou comparado ao maldito Jett Hastings. Odeio


aquele idiota, mas adoraria nada mais do que subir no palco ao
lado de Hastings, levantando mais dinheiro do que ele pelo meu
tempo. E conheço a mulher que pode fazer isso acontecer. Já faz
algum tempo que pretendo enfiar meu pau naquela puma.
— Ficaria honrado — minto para ela com um sorriso
presunçoso. — Mas se não se importa, tenho que sair por um
momento antes do leilão começar.

Além da puma do outro lado da sala, há outra fêmea que não


sai da minha mente, e não posso sair esta noite sem brincar com
meu brinquedo mais uma vez. A Sra. Goldman sorri e se afasta de
mim antes que eu vá direto para a saída da varanda.

O rugido silencioso do salão de baile se torna um silêncio


calmante quando saio, respirando fundo a noite fria de outono.
Sempre detestei ir a esses eventos, mas, segundo meu pai, tenho
que manter as aparências. Ser um Van significa que tenho que
desempenhar um papel; um que odeio desempenhar. Prefiro fugir
e fazer minhas próprias coisas do que viver sob o controle do meu
pai... e do dinheiro.

— Está me perseguindo?

Sorrindo, me viro e olho direto para o olhar irritado de Everlee


Vera. Estou irritando-a; exatamente como quero.

— Perseguindo-a? Não é provável, baby. — Rio enquanto dou


um passo para trás, mas sustento seu olhar. Isto é um teste,
virgenzinha. Pegue a maçã envenenada ou vá se foder.

Ela tropeça para frente, a curiosidade marcando sua testa, e


sorrio como a porra do Gato de Cheshire. Eu a peguei, porra, e
tudo que tinha que fazer era bancar o tímido. Isso será muito fácil,
mas suponho que mereço uma perseguição fácil de vez em quando,
certo?

— Por que você e Jett se odeiam tanto?


Não esperava que ela fizesse essa pergunta, mas jogarei por
enquanto. — Querida, ficaríamos aqui a noite toda para essa
resposta. A menos que seja isso que quer?

Suas bochechas ficam vermelhas novamente, e não posso


deixar de rir. Essa garota é muito fácil de envergonhar, e não estou
nem perto de começar com ela. Posso apenas imaginar os tons que
o seu rosto ficará quando estiver fodendo-a. Nada como provar o
arco-íris, certo? Porra, mal posso esperar por isso. Meu pau
endurece em minhas calças novamente conforme meu olhar cai
para seus lábios vermelhos rosados, perfeitos para envolver meu
pau.

Ela zomba, revirando os olhos. — Todo mundo disse que era


um pervertido, mas eu esperava que não tivesse doze anos.

Rangendo os dentes, olho para ela. — Não deve acreditar no


que todo mundo diz. — Eu me afasto dela e olho para o pátio
abaixo da varanda. Todas as flores que se pode imaginar crescem
lá fora, murchando conforme o frio se instala, preparando-se para
a morte antes que um manto de neve as cubra.

— Por que não deveria?

— Porque as pessoas adoram espalhar mentiras sobre pessoas


que não entendem. — Virando-me, a fixo com meu olhar duro
antes de sorrir. — Você sempre segue com o resto das ovelhas?

— Não sou uma ovelha — se apressa com raiva. — Como ousa?


Você não sabe nada sobre mim e...

— Não é tão divertido quando as pessoas te julgam, não é?


Seus lábios se fecham quando se vira e olha para o pátio. A
coisa fodida, porém, é que sou essas coisas que as pessoas dizem
sobre mim. Só quero que ela se sinta mal por mim, que fique
vulnerável antes que eu crave minhas presas em seu pescoço.

Odeio o quão linda é, com sua pele pálida, olhos azuis


cristalinos e cabelos platinados. Minha mão bronzeada se
sobressairia se me enfiasse em seu cabelo e puxasse sua cabeça
para trás. Depois me certificaria de que ela não se mexesse
enquanto inalava sua pele de porcelana, beliscando sua garganta
até que sangrasse em minha boca.

— Sinto muito por presumir…

— Nunca se desculpe — digo, cortando-a. — Não deve a


ninguém uma maldita explicação ou um pedido de desculpas. Seja
dona de sua merda, Everlee Vera.

Sua garganta chama minha atenção quando engole em seco,


congelada em seu lugar enquanto olha para mim. — Então me
sinto péssima por ouvir e acreditar no que todo mundo...

— O que acabei de dizer?

Observo seu olhar dançar descontroladamente entre os meus


enquanto prendo-a contra o corrimão de pedra atrás dela. Seu
doce perfume me deixa duro como uma rocha. Tem sorte de ainda
estarmos em público, porque tenho metade da mente para levantá-
la até que suas pernas estejam em volta dos meus quadris antes
de puxar meu pau para fora e fazê-la me foder.
Sibilando no fundo do meu peito, me inclino para frente até que
nossas testas se toquem. — Sempre diga o que quer dizer; nunca
explique merda nenhuma.

Ela lambe os lábios, deixando escapar um suspiro trêmulo


quando o cheiro de menta entra em meu nariz. Meus olhos reviram
para a parte de trás da minha cabeça enquanto a inalo,
imaginando qual seria o seu gosto conforme mergulho minha
língua em sua boca... e depois em sua boceta.

— Sempre diz o que quer dizer? — Sussurra.

Meus lábios se transformam em um sorriso enquanto aceno


contra sua cabeça, inclinando minha cabeça até que meus lábios
estejam logo acima dos dela. Eu a sinto abrindo a boca,
antecipando e me implorando para beijá-la.

— Sempre — falo, notando como meu lábio inferior roça o dela


quando falo.

A sugestão de um gemido escapa de sua boca antes que ela


diga — Diga-me uma coisa agora.

Porra, estou excitado pra caralho, e saber que ela está aqui está
me matando! Poderia beijá-la agora e acabar com este breve jogo
de gato e rato que estamos jogando, mas isso é muito divertido.
Além disso, quando pegar a Srta. virgem perfeita de Jett Hastings,
será quando ela estiver me implorando para acabar com o
sofrimento latejante entre suas pernas.

Por enquanto, entro no jogo e a deixo com algo que a deixará


confusa nos próximos dias. — Quero levantá-la até esta grade de
pedra e fodê-la até que sua boceta bonita cubra meu pau.
Ela quase desmaia quando um pequeno gemido sai de seus
doces lábios rosados. Envolvo-a com um braço, segurando-a com
força contra o meu peito. Sei que ela pode sentir a rigidez em
minhas calças quando seus olhos enormes procuram os meus, e
tenta se afastar de mim, mas antes que possa me divertir ainda
mais com essa pequena puta, vejo uma expressão de puro choque
em seu rosto ao mesmo tempo em que alguém agarra meu ombro
e me puxa para trás. Eu me viro e vejo o fodido Jett Hastings antes
que seu punho atinja meu rosto.

— Jet! — A pequena Srta. virgem grita antes de agarrar o seu


braço.

Dou um passo atrás, limpando meu lábio ensanguentado com


um sorriso malicioso. — Belo soco, Hastings. Acho que minha avó
de oitenta anos bate mais forte, no entanto. Talvez queira começar
a frequentar a academia.

— Foda-se — ferve. — Fique longe da minha namorada se sabe


o que é bom para você.

Rindo, olho para Everlee e pisco. — Talvez queira dizer isso a


ela. Acho que ela está apaixonada por mim.

Sua boca se abre e a mágoa aparece em seu olhar. Eu mostrei


a ela um vislumbre do que poderia ter comigo antes de lhe mostrar
minhas verdadeiras cores. Não se apegue, garotinha. Vou queimá-
la viva.

— Você é louco se pensa isso — Jett sibila, envolvendo um


braço possessivo em volta dos ombros de Everlee.
— Sou? — Cuspo na sacada de concreto, tentando tirar o
sangue da boca. — Eu sempre digo o que quero dizer.

Sua boca se abre, um olhar de espanto se transformando em


seu rosto quando reconhece minhas palavras. E com isso, volto
para dentro do salão com um sorriso no rosto. Isso foi muito
divertido, mas agora tenho uma gordinha que não vai embora
sozinha. Onde diabos está a puma com quem preciso conversar?

Ah, ali está. Caminhando até ela, ignoro minha acompanhante,


que vem direto para mim e Everlee, voltando para dentro. Quando
a Sra. Fairfax me vê se aproximando de sua mesa, seus lábios se
transformam em um sorriso perverso quando cruza as pernas e se
vira para mim.

— Bem, se não é Holden Van, meu zagueiro favorito.

Foda-se, para uma mulher mais velha, ela é gostosa pra


caralho. Enquanto Hastings beija a bunda de seu marido,
esperando cair em suas boas graças, estou fodendo sua esposa até
que esteja gritando meu nome.

— E você é minha puma favorita. — Sorrio, sentando ao seu


lado na mesa vazia. — Há um leilão hoje à noite para os meninos.
Quero que lance em mim. Supere qualquer lance que Hastings
tiver e farei valer a pena.

Ela passa a língua pelo lábio superior falso antes de sorrir. —


Eu sei que fará valer o meu tempo. Este favor é por minha conta.

Eu pulo, inalando uma respiração afiada quando chega debaixo


da mesa e desliza a mão pela minha coxa até que agarra o lado de
fora do meu pau. Ainda estou duro pra caralho por provocar
Everlee, mas enquanto a Sra. Fairfax pensar que isso é para ela,
manterei minha boca fechada. Gemendo, mordo o interior da
minha bochecha e reviro os olhos quando me acaricia com força.

Olhando para cima quando posso ver direito, vejo Everlee


sentando-se ao lado de Hastings, mas seus olhos estão grudados
em mim. A Sra. Fairfax me acaricia com mais força embaixo da
mesa, me deixando louco, mas é quando estou olhando para o
olhar de Everlee que me faz explodir aqui mesmo em minhas
calças. Meu esperma enche o topo da minha cueca onde tinha
apontado meu pau para cima para esconder minha ereção, mas
agora andarei por aí com essa merda em cima de mim. Porra.

— Uau, está animado esta noite — a Sra. Fairfax ronrona


enquanto se inclina para frente e coloca um beijo logo abaixo da
minha orelha.

Um formigamento desce pelo meu pescoço enquanto observo a


cor desaparecer do rosto de Everlee. Afinal, parece que a pequena
Srta. virgem está com ciúmes. Não gosta de ver outra mulher me
tocar, não é? Droga, mal posso esperar para que ela se submeta a
mim. Tenho a sensação de que será minha foda favorita de todos
os tempos.
04

Everlee Vera

— Não posso acreditar que aquele filho da puta ganhou mais


do que eu no leilão — Jett reclama, fechando seu armário com
força.

Piscando, tento engolir a bile subindo pela minha garganta.


Não consigo parar de pensar em como Holden me deixou toda
arrepiada apenas com suas palavras, ou como a Sra. Fairfax pagou
quase dez mil dólares para ter uma noite com ele. Vi o jeito que ela
olhou para ele enquanto estavam em sua mesa, e como fez uma
cara de orgasmo conforme me olhava bem nos olhos.

Não quero pensar em Holden dormindo com uma mulher mais


velha, especialmente uma tão velha quanto a Sra. Fairfax. Pode ser
uma mulher bonita para a sua idade, mas é assustador. Gah, pare
com isso! O que Holden Van faz, ou com quem faz, não é da minha
conta. Tenho que parar de pensar nele. Não estudamos na mesma
escola e só tenho que vê-lo nos jogos de futebol. Posso facilmente
afastá-lo dos meus pensamentos.

Bem, poderia se meu namorado parasse de falar sobre ele.

— Sério. Dez mil para passar a noite com aquele filho da puta?!
— Jett claramente ainda está machucado. Holden o venceu em
outra coisa. É uma competição de mijo constante com esses dois,
juro.
Não digo a Jett que também pagaria tanto para ter uma noite
com ele. Oh meu Deus! O que estou dizendo?! Tenho certeza de
que Holden Van deu um curto-circuito no meu cérebro ontem à
noite e agora não consigo formar um pensamento racional. Fiquei
absolutamente louca.

— Como foi a arrecadação de fundos, pombinhos? — Sasha


pergunta em um tom de voz muito mais alto do que posso suportar
enquanto caminha até nós.

Jett resmunga sua resposta, passando por ela. Olho para ela,
implorando para não falar mais sobre isso, mas é Sasha. Ela não
desistirá até saber todos os detalhes.

— Assim tão bom, hein?

— Bom? Se você chamar aquele filho da puta do Van com os


braços em volta da minha namorada, ganhando mais dinheiro do
que eu na arrecadação de fundos e fazendo todos amá-lo... então…

— Uau, espere! — Sasha literalmente levanta a mão no rosto


de Jett, parando-o. — Holden Van estava com os braços ao seu
redor? Explica. — Ela vira seu olhar para mim.

Eu me afundo como uma tartaruga, desviando meu olhar de


Jett. Ele tem me interrogado a manhã toda sobre isso, mas
continuo lhe dizendo que não foi nada; um completo mal-
entendido! No entanto, não está acreditando. Nem eu.

— Sabe como Holden pode ser. É avassalador, dominador,


ousado...
Jett dá um soco no armário ao lado da minha cabeça, me
fazendo pular. — Por favor, continue falando sobre como o inimigo
do seu namorado é claramente tão incrível. Por favor…

Engulo em seco. — Jett, não estava tentando...

— Mas que porra. — Empurra os armários e se afasta de mim.

Eu deveria ir atrás dele e resolver o problema entre nós, mas


meus pés estão plantados no chão. Sasha assovia, me fazendo
piscar e sair do meu estupor.

— Bem, isso aumentou rapidamente — diz, citando um de seus


filmes favoritos. — Depois daquele show, preciso saber tudo o que
aconteceu agora.

— Sash, não podemos? Já estou com problemas suficientes. —


Aponto para o meu namorado, que está andando pelo corredor
longe de mim em um acesso de raiva.

— Oh não. Sou sua melhor amiga e vai me contar tudo. O


maldito Holden Van estava com os braços ao seu redor! Isso não é
algo que pode guardar para si mesma.

Suspirando, balanço a cabeça. Já é ruim eu estar namorando


Jett Hastings, o cara que toda garota quer, mas quando se diz o
nome Holden Van nesta escola, toda garota quase desmaia de
desejo. Vivo em um universo fodido do qual não consigo sair.

— Sério, não pode dizer não. — Sasha agarra meu braço e me


puxa pelo corredor com ela.

Temos sala de estudos para o primeiro período, o que é


estranho, mas é bom poder ter uma aula livre tão cedo. O professor
que a supervisiona não faz nada além de dormir, comer seus doces
ou dar recados. Sasha nos puxa para nossos assentos normais no
fundo da sala, olhando para as pessoas que tentam se sentar
muito perto de nós.

— Sash, sério... não acho que este seja um bom lugar para
contar...

— Oh bom Deus, é assim tão ruim? — Sussurra, segurando a


mão no peito. — Você... perdeu seu V para ele?

— O quê?!

A aluna do quadro de honra, Laney Chin, se vira e nos manda


calar. Sasha dá a ela um olhar de “vai para o inferno” e eu dou um
sorriso de desculpas. Aquele foi por minha causa.

— Não, Sash — sibilo, mantendo minha voz baixa. — Por que


diabos faria isso? Não, ele só… — Sinto minhas bochechas
queimarem quando me lembro do que Holden me disse, e como fez
meu corpo formigar sem nem mesmo me tocar. E quando o fez?
Era como o Quatro de Julho. — Ele foi realmente sedutor, mas de
um jeito pervertido.

— Holden Van flertou com você? — Pergunta com um sorriso


no rosto.

Conheço esse olhar. Esse olhar sempre significa que ela tem
um plano de que não gostarei. A garota está sempre tentando me
causar problemas com suas ideias e planos ridículos.

— Não é grande coisa, Sash. Deixa para lá. — Eu me afasto


dela, tirando minha tarefa de história da mochila.

— Oh, isso é um grande negócio. Ele é inimigo do seu


namorado, Everlee! Poderíamos bolar um plano para levá-lo a...
Coloco minhas mãos sobre sua boca, sabendo que esta é a
única maneira de calá-la. — Não, Sash, desista disso. Quando vejo
Holden Van, afinal? Ele estuda na Reaper Academy e nós
estudamos aqui.

Ela lentamente tira minhas mãos de sua boca e sorri. — Esse


é precisamente o meu ponto. É quase perfeito demais. Podemos
descobrir onde ele anda e depois ambos podem fazer aquele flerte
pervertido de novo. E depois, você o envolve em seu dedo
mindinho, o mantém satisfeito dentro e fora do quarto e, então,
boom! — Ela bate palmas, me fazendo pular. — Seu namorado
tentará matá-lo e...

Não tenho certeza de onde parei de ouvir, mas estou dando a


ela o tipo de olhar em que meus olhos piscam de forma irregular,
completamente inexpressivo. Já ouviu alguém dizer a coisa mais
idiota que ouviu? No entanto, não tem ideia de como responder a
isso? Sim, foi o que acabou de acontecer.

Ignorando-a, balanço a cabeça e me concentro no meu dever de


casa que deveria ter feito no fim de semana, mas como diabos
poderia? Tudo o que conseguia pensar era nele. E quando assistia
pornografia para tentar distrair minha mente, isso só piorava as
coisas. Eu me vi olhando vídeos com estrelas masculinas que se
pareciam com Holden e, quando assisti ao vídeo, imaginei-o. Não
consigo tirá-lo da cabeça!

— Você realmente nem mesmo considerará meu plano? —


Sasha pergunta, cutucando meu braço.
— Não — sussurro. — Seu plano é estranho. A que propósito
isso serve? Parece-me que só quer que eu fique com Holden para
irritar Jett e depois ficar com Holden? Tipo, estou tão confusa.

Ela ri. — Está bem, culpada, mas vamos lá! É a porra do Holden
Van!

— Shhh!! — Laney Chin sibila por cima do ombro.

Tudo bem, agora estou apenas irritada. Mal estamos falando


acima de um sussurro; ela pode acalmar o inferno, mas quando a
porta se abre e Kimmy entra, calo a boca e olho para ela. Kimmy
"Slut" Lenorra. Entra com a cabeça erguida, agindo como se fosse
a rainha da escola. Aparentemente, tenho o título de namorada de
Jett Hastings e tudo, mas não reconheço isso. Deus, não consigo
imaginar como ela realmente agiria se tivesse Jett.

Ela passa pela nossa mesa, olhando para mim o tempo todo.
Sei que não nos damos bem, mas que diabos foi esse olhar?
Descobrirei.

Parando em nossa mesa, coloca a mão na borda e se inclina. —


Você já tem Jett. Deixe o outro para o resto de nós. Tudo bem?

Não digo nada, lembrando-me de como se ajoelhou diante de


Holden enquanto o colocava em sua boca. Odeio que ela lhe deu
prazer. De todas as garotas do universo, por que tinha que ser ela?!

— Que merda foi essa? — Sasha pergunta quando Kimmy se


afasta e encontra um lugar vazio.

— Ela deve ter visto Holden falando comigo no evento de


arrecadação de fundos — digo. Meus olhos queimando um buraco
na parte de trás da cabeça de Kimmy. — Porra, eu a odeio.
Sasha bufa. — Junte-se ao clube, querida. Toda a população
feminina nesta escola a odeia... Ladra de namorados — acrescenta
baixinho.

Meu estômago dá um nó quando me lembro do que aconteceu


durante o verão. Sasha era louca por Dan até que o encontrou
transando com Kimmy em seu jipe depois do treino de futebol do
acampamento de futebol. Foi um show de merda que todo mundo
falou durante todo o verão. A pobre garota não podia ir a lugar
nenhum sem que alguém a mencionasse. Agora é forçada a vê-lo
com ela todos os dias na escola.

Acho que o que me deixou com mais raiva disso tudo foi como
Jett ficou do lado de Dan. Podem ser melhores amigos, mas trair
não é legal, não importa o que digam. Acho que foi depois disso
que comecei a olhar para Jett de uma maneira completamente
diferente. As coisas não foram as mesmas desde então.

Quero dizer a Sasha que vamos trazê-la de volta um dia desses,


mas o sinal toca, encerrando o primeiro período. Despedimo-nos
rapidamente antes de irmos para as nossas próximas aulas, que
não temos juntas, mas antes que possa percorrer seis metros pelo
corredor, alguém bate em mim por trás e minhas coisas voam por
toda parte.

— Oops, desculpe!

Kimmy passa com um sorriso malicioso no rosto, e sinto as


veias do meu pescoço latejarem enquanto olho para ela. Odeio
aquela vadia. Muito! Sei que ela tem um ciúme ridículo de mim,
mas isso não é motivo para agir como uma vadia. Recolho minhas
coisas e me levanto, recebendo olhares de desculpas de todos no
corredor. Nenhum deles fala comigo ou mexe comigo. É por causa
de Jett. Sinto falta dos dias em que era invisível, mas já se foram.
Mesmo que não estivesse mais com Jett, ainda seria conhecida
como a ex-namorada de Jett Hastings. Não poderei encontrar
minha própria identidade novamente até a faculdade -
garantidamente.

Olhando para o corredor, vejo Jett parado ali com alguns de


seus amigos, observando tudo. Ele não pisca quando nossos olhos
se cruzam, e o odeio por isso. Sei que está chateado com o que
aconteceu na arrecadação de fundos, mas está sendo um
verdadeiro idiota agora.

Ele que se dane. Mantendo minha cabeça erguida, ando em sua


direção, já que minha próxima aula é por aqui, mas não paro
quando me aproximo. Afasta-se da parede como se esperasse que
eu parasse e beijasse sua bunda, mas ele tem outra coisa vindo.
Não sou uma marionete como o resto dos tolos desta cidade. Não
me curvo a ninguém.

— Everlee! — Ele me chama em um tom irritado quando lhe


dou as costas e continuo andando.

Não tenho nada a dizer a ele agora, vou para a aula o mais
rápido que posso para que ele não me alcance. Uma vez lá, pego
meu telefone e envio uma mensagem para Sasha.

EVERLEE: Pode me dar uma carona para casa depois da escola?

Jett normalmente me leva para a escola todos os dias, mas não


estou com vontade de enfrentá-lo esta noite. Sem mencionar que
teria que esperar até que o treino de futebol acabasse antes que
pudesse me levar para casa. No final do dia, isso é tudo com o que
realmente se importa, de qualquer maneira.

SASHA: Sem problemas, querida. Sabe onde me encontrar.

Quando a Sra. Anders entra, empurro meu telefone para longe


e tento me concentrar em sua voz. Minha vida parece um grande
festival de drama agora, e drama é a coisa que mais odeio neste
mundo. Por que todos não podem simplesmente me deixar em paz?

Depois da escola, encontro Sasha me esperando em seu carro


e sorrio.

— Ei — cumprimento, jogando minha bolsa em seu banco de


trás.

— Parece que alguém atropelou seu cachorro.

Solto um suspiro, caindo no banco da frente. — Sinto que


alguém atropelou meu cachorro.

— Quer falar sobre isso ou falar sobre como acabei de ver


Kimmy e Jett saindo do auditório juntos?

Minha cabeça gira com tanta força que sinto meu pescoço
estalar. — Que merda?

Com certeza. Observo Jett e Kimmy caminhando juntos, rindo


de algo que só eles conhecem. Se olhar pudesse matar, ambos
estariam mortos agora. O que diabos Jett e Kimmy estão fazendo
juntos? A última vez que verifiquei, Jett não era um grande fã dela.
Parece que realmente não sei mais o que diabos está acontecendo
por aqui.

— Leve-me para casa, Sasha. — Estou tão cansada hoje.


05

Everlee Vera

O cheiro de hambúrguer e cebola fritando, misturado com o


som de tudo chiando no fogão, me diz que mamãe não está
trabalhando em dobro esta noite. Sinto sua falta. Sempre fomos
próximas. Sempre fomos apenas nós duas. Depois que meu pai
morreu em um acidente de construção, nunca mais encontrou o
amor. Talvez tenha herdado dela minhas tendências românticas,
embora tudo tenha ocorrido quando eu tinha cerca de dois anos
de idade.

— Everlee? É você, querida? — Mamãe chama da cozinha.

— E sua outra favorita! — Sasha grita de volta.

A cabeça da mamãe aparece na porta com um enorme sorriso


no rosto. — Olá, meninas! Espero que esteja com fome! Estou
fazendo os pimentões recheados favoritos de Everlee!

Minha boca saliva com a menção do meu prato favorito, mas


meu apetite sumiu. Depois de ver Jett e Kimmy juntos, não
consegui me livrar da pedra na boca do estômago.

— Talvez mais tarde, mãe. Temos um grande projeto para


terminar esta noite. É para amanhã — minto, e parece engraçado
na minha boca. Mentir para minha mãe não é uma coisa que faço.
Escondi dela o que realmente sinto por Jett, mas não minto para
ela.
— Oh. — Ela parece tão deprimida quanto, partindo meu
coração ainda mais.

— Sinto muito — digo a ela antes de subir as escadas correndo


para não ter que ver sua expressão por mais tempo.

Bato a porta depois que Sasha entra, soltando um suspiro. Esta


está se tornando a semana mais estressante da minha vida.

— Garota, recusou pimentões recheados? — Sasha estala a


língua enquanto se joga na minha cama. — Está doente?

— Hum, olá!! — Quase grito, jogando minhas mãos para cima.


— Acabamos de ver meu namorado e Kimmy saindo juntos do
auditório muito vazio! Claro que estou doente!

Como diabos ela não entende isso agora? Ela perdeu Dan para
a mesma vagabunda e agora está se fazendo de boba?

— O que está acontecendo, Sash? — Pergunto-lhe abertamente


porque sei que algo está acontecendo. Posso sentir isso em minha
estranhas.

Ela solta um suspiro quando se senta, pendurando as pernas


na beirada da cama. — Escute... honestamente não sei, mas não
me pegou antes tentando colocar Holden Van no seu radar?

Minha boca se abre antes que a feche fisicamente. — Sabia que


havia uma razão além de suas pequenas tendências excitadas. Não
sabe o que está acontecendo? Ou não dirá o que está acontecendo?

Erguendo a mão, ela balança a cabeça. — Sinceramente não


sei o que está acontecendo. Sou sua melhor amiga, E, lhe diria
qualquer coisa que soubesse. Especialmente se eu soubesse que
tinha a ver com seu namorado.
— Eu sei.

E sabia. Estou apenas sendo superparanoica. É justo, certo?


Se você visse seu namorado saindo de um auditório vazio com a
vagabunda da escola, também ficaria preocupada. Certo? Gah, por
que me importo? Nem quero ficar com Jett, quero? No entanto, é o
princípio de tudo. Não se trai seu parceiro. Se Jett está cansado de
mim, deveria terminar comigo como um homem.

— Preciso terminar com Jett — deixo escapar.

Sasha solta um suspiro de alívio. — Já estava na hora. O que


finalmente desencadeou em sua cabeça?

Olho ao redor do meu pequeno quarto e observo todas as fotos


de Jett e eu juntos. Somos todos nós no campo de futebol, em sua
caminhonete, em sua mansão, neste evento de gala ou naquele
evento de gala. Não há uma foto normal em nenhum lugar desta
sala porque nunca tiramos uma. Não há fotos de nós nos beijando
ou sendo fofos. Não estou sentada no seu colo em nenhuma delas.
E se realmente prestar atenção, também não estou sorrindo com
os dentes em nenhuma delas. Estou miserável pra caralho.
Qualquer pessoa com um olhar atento veria isso.

— Se ele está me traindo com aquela cadela, não quero seus


segundos desleixados. E se Jett não tiver coragem de terminar
comigo sozinho, e preferir me trair, então farei isso primeiro.

Sasha bate palmas, pulando da minha cama. — Estarei lá


totalmente para isso! Acho que ouvi todos falando sobre ir ao
boliche esta noite. Quer fazer isso lá? Fazer uma cena?
A garota tímida e nervosa dentro de mim está gritando não! A
garota que flertou com o arqui-inimigo de seu namorado e mal
piscou, porém, está fazendo um esforço.

Saber, contudo, que todos estarão na pista de boliche faz a


garota tímida e nervosa voltar à tona com força total. Todo mundo
estará na pista de boliche. Todos. Isso também inclui pessoas da
Reaper Academy. Acho que não terei coragem, nem força de
vontade, para fazer isso. Talvez deva esperar até que estejamos em
particular. Afinal, é um assunto pessoal, certo?

— Oh não. Não, não, não. Conheço esse olhar, Everlee. Não se


atreva a se acovardar comigo! — Corre e agarra cada lado do meu
rosto. — Escute-me. Não está feliz com Jett há muito tempo. Por
que está se fazendo sofrer com isso?

Escarneço. — Nem sempre sofri com isso.

Ela revira os olhos. — Qualquer um que sair com Jett Hastings


sofrerá com isso. Ele é o cara que te faz subir na escada social. É
o centro das atenções, não você ou eles... quem quer que decida
ficar com ele a seguir.

— Parece que será Kimmy — digo baixinho.

— Ótimo. Ela também é uma vadia sugadora de sangue. Talvez


estar com Jett seja com quem deveria estar.

Eu me encolho, não gostando da ideia do meu futuro ex-


namorado estar com alguém como Kimmy Lenorra. Só consigo
pensar em como ela adoraria jogar isso na minha cara. Enfiaria na
minha cara sempre que puder. Poderia estar em pé no meu
armário - completamente cuidando da minha vida - e ela ainda
encontraria uma maneira de se gabar disso. Será um pesadelo.
Talvez sofrer até o final do ano ao lado de Jett seja melhor que isso.

O telefone de Sasha toca, tirando-me dos meus pensamentos.


— Garrrrrota, precisamos ir para a pista de boliche imediatamente.
Claire acabou de enviar uma mensagem dizendo que Holden Van
apareceu, e Jett não parece muito feliz com isso.

Congelo, segurando meu lugar. Não haverá nada que possa


dizer ou fazer para impedi-los de tentar matar um ao outro. Na
verdade, piorarei as coisas aparecendo. Jett claramente ainda
pensa que pertenço completamente a ele, e Holden claramente
gosta de irritar Jett - não importa quem ele use para fazer isso.

Holden Van me usou. Não há como negar. Não sou uma idiota
cega. Quero dizer, não foi até depois que cheguei em casa da gala
que vi, mas como pode me culpar? O cara nubla totalmente minha
mente.

— Por que não vai e acaba com a briga? Acho que ficarei aqui
e comerei pimentões recheados com minha mãe e tentarei fazer as
pazes com ela em vez disso — digo a Sash.

O olhar em seu rosto, porém, me diz que não escaparei dessa.


Se fosse do seu jeito, ela me levaria para a pista de boliche e direto
para Jett para que eu pudesse terminar com ele. Então me viraria
para Holden e me diria para ir me divertir. Estou com dor de
cabeça esta noite e ainda nem chegamos lá.
Sasha estaciona perto dos fundos, na única vaga restante, ao
que parece. O lugar está lotado esta noite. Estou muito nervosa.
Não tenho ideia de onde me meterei, e acho que isso me apavora
mais do que deveria. Há dois caras lá dentro que me deixam
nervosa de maneiras completamente diferentes, e estou prestes a
enfrentá-los.

Minha vida inteira tem estado sob os holofotes desde que estou
com Jett. Não posso fazer nada sem que cada pessoa pareça saber
o que está acontecendo. Inferno, alguns deles até me contam
coisas sobre mim que não sabia, me convencendo de que é
verdade. As pessoas são loucas, mas talvez eu seja a louca por
entrar lá.

Enganchando seu braço sob o meu, ela me puxa para a entrada


enquanto luto contra ela o tempo todo. Várias pessoas da nossa
escola estão do lado de fora da porta da frente, fumando seus
vapes2 como se fossem superlegais. Avistam-me, congelando em
seus lugares como se estivessem surpresos em me ver aqui. Posso
não vir abertamente a essas coisas o tempo todo sem estar no
braço de Jett, mas não é inédito.

— Ignore-os — Sash sussurra para mim.

Entramos na pista de boliche e não consigo ver nada na


escuridão. É boliche cósmico esta noite; as pistas estão iluminadas
apenas com luzes negras de cores variadas. Não parece haver um
assento vazio em todo o lugar. Posso apontar facilmente as pessoas
da nossa escola e as pessoas da Reaper Academy. Há uma linha

2
-Cigarro eletrônico.
invisível entre eles, não se misturando. E o ar aqui é palpável. Uma
palavra ou olhar errado e este lugar se transformará em um clube
de luta.

Passo pelas crianças da Reaper com a cabeça baixa, não


querendo fazer contato visual com você-sabe-quem, mas posso
sentir todos os seus olhos em mim. Sou a namorada de Jett
Hastings - todos da sua escola também sabem quem sou. Não há
um lugar em todo o condado onde possa ir sem ser conhecida como
a namorada de Jett.

— Ei, E, vamos pegar algo para, hum, beber, está bem? —


Sasha diz, desviando minha atenção de onde íamos.

Não estou com sede, no entanto. Levanto minha cabeça e olho


para frente para o que Sasha tentava me afastar. Jett e Kimmy.
Ele a prende contra o balcão que separa o saguão da área de
boliche. E a está beijando.

Todo o sangue parece sair do meu corpo ao mesmo tempo, me


deixando com frio. Formigamentos dançam sobre meu crânio
enquanto os observo abertamente, ouvindo a música forte se
transformar em abafados conforme o sangue corre para meus
ouvidos em seguida. Jett está beijando Kimmy. Ele…

— Querida, vamos — Sasha me diz, agarrando meu braço.

Não me mexo. Não consigo parar de olhar para eles. Está


ficando com Kimmy na frente de todos. Eu sou a sua namorada!!
Por que ninguém o impede? Ninguém se importa que ele foi levado?
Ele é meu.
Não! O que diabos estou dizendo? Vim aqui para terminar com
ele. Não o quero mais. Especialmente agora. Então, por que isso
dói tanto? Sei porque. Ele me traiu. Arrancou completamente meu
coração e pisou nele, preso em seus próprios pensamentos sem se
importar comigo. Jett Hastings é um merda.

Virando-me enquanto tento não me odiar, bato em um peito


duro e choramingo. O cheiro familiar de Holden Van domina meus
sentidos, me afogando em Calvin Klein. Lágrimas queimam meus
olhos conforme olho para ele. Ele está olhando para Jett com puro
fogo em seu olhar, rangendo os dentes.

— Não deixe esse idiota te fazer chorar. — Olha para baixo,


lambendo o lábio inferior. — Ele não vale suas lágrimas, querida.
— Estendendo a mão, ele as afasta com o polegar antes que algo
frio passe por seus olhos e deixe cair a mão. Depois se inclina e
roça sua boca contra minha orelha. — Apenas lembre-se de onde
a boca dela estava na outra noite.

Minhas bochechas coram quando imagino Kimmy de joelhos,


tomando o pau de Holden em sua boca antes que ele goze em seu
rosto. Agora ela está namorando Jett. Deixei meus lábios se
contraiam em um pequeno e perverso sorriso, mas rapidamente o
escondi.

— Olá, sou Sasha.

Nós nos separamos quando Holden ergueu uma sobrancelha


para ela, sem dizer nada. É como se ela não estivesse aqui e não
tivesse dito uma palavra. Ele olha de volta para mim.
— Pode chupar minha língua se quiser se vingar dele. Sabe,
deixá-lo ridiculamente ciumento. — Ele sorri, claramente
esperando que eu concorde, mas não sou esse tipo de garota.

— Não me rebaixarei ao nível de Kimmy — digo a ele, embora a


ideia de chupar sua língua faça o latejar entre minhas pernas
voltar.

Ele solta uma risada profunda, arrastando a língua sobre o


lábio inferior. Meu olhar cai para sua boca enquanto me pergunto
qual seria o seu gosto. Beijei Jett mais vezes do que consigo me
lembrar, nunca gostei do seu gosto e nunca senti a faísca que
tantas vezes vejo em alguns dos meus filmes favoritos. Aposto que
será diferente com Holden.

— Está pensando em me beijar, não é?

Saio disso, balançando a cabeça. — Não, não, não estava.

Virando-se para Sasha, ele finalmente a reconhece. — Você a


trouxe aqui esta noite?

Ela acena com a cabeça, completamente nervosa enquanto olha


para ele. Ele tem esse efeito na maioria das garotas que notei, até
em mim. — S-sim — responde com uma voz trêmula.

— Vou garantir que ela chegue em casa.

Começo a balançar a cabeça quando Holden passa um braço


em volta dos meus ombros. Quando me puxa para longe dela, olho
para trás e a encontro gritando silenciosamente de excitação
enquanto pisca para mim e me anima. Eu a odeio. Ela deveria me
resgatar dessa situação! Acho que também não pararei com isso.
— Você é uma Reaper esta noite, menina — sussurra em meu
ouvido. — Mas não se acostume com isso. Esses filhos da puta te
comerão e cuspirão se eu não estiver por perto. Fique ao meu lado,
Everlee.

É um aviso que não preciso que ele repita. Os olhares mortais


que recebo de toda a população feminina aqui são
impressionantes, e a maioria dos caras está assistindo com a boca
meio aberta. Eles claramente querem saber por que Holden me
trouxe aqui, a namorada de Jett Hastings. Acho que não sabem,
ou talvez não se importem com a verdade. Nunca mais serei a
namorada de Jett Hastings e, se tiver algo a dizer sobre isso,
também não serei conhecida como a sua ex-namorada. Criarei um
novo título para mim. Só não sei como ainda.
06

Everlee Vera

— O que essa cadela está fazendo aqui? — Uma garota


pergunta a Holden, jogando adagas nele com seu olhar.

Ele lentamente olha para ela, sem dizer uma palavra enquanto
fecha os olhos. Não estou do outro lado do olhar, mas até me
assusta. Quando olho para a garota, ela murcha e desliza para
longe sem dizer mais nada. Sei que essas pessoas não me querem
aqui. Têm perguntas e Holden não está dando nenhuma resposta.

— P-por que estou aqui? — Sussurro para que só ele possa me


ouvir.

— Para irritar seu namorado, querida. Vivo para irritá-lo, não


sabia disso? — Ele sorri para mim antes de todo o seu rosto se
transformar em algo sombrio e ameaçador. — Pode ir embora a
qualquer momento. Não vou mantê-la aqui.

Ele se afasta de mim e se aproxima do lançamento da bola,


pegando uma grande bola de boliche preta. Engulo em seco,
observando-o atentamente enquanto joga a bola na pista quase
com perfeição, acertando cada pino - um strike. Claro, ele é bom
em tudo que faz. Idiota.

Mordendo meu lábio inferior, olho ao redor da pista de boliche


e ignoro todas as adagas sendo jogadas em mim pelas crianças
Reaper, olhando para meus próprios colegas. Vários deles me
notam aqui, boquiabertos, com olhos grandes como pires. Jett e
Kimmy ainda estão em seu mundinho, mas não por muito tempo.
Alguém bate no ombro de Jett, chamando sua atenção antes de
apontar para mim. Eu me escondo atrás de alguns Reaper's e vou
até Holden.

— Disse a minha amiga que me levaria para casa esta noite. Eu


gostaria de ir agora.

Ele ri, balançando a cabeça. — Nah, não estou pronto para sair
ainda.

— Por favor — imploro.

Agarrando meu queixo, ele me obriga a olhar para ele. — A


única vez que quero ouvi-la implorar é quando está de joelhos na
minha cama, me implorando para fodê-la.

Calor corre em meu rosto enquanto tento engolir, incapaz de


usar minha língua à medida que o latejar cresce entre minhas
pernas novamente. Holden Van é um idiota vil, mas não consigo
parar de desejá-lo tanto.

— Ei!

Reconheço a voz familiar de Jett atrás de mim e fecho os olhos


com força. Esta é a razão pela qual queria sair daqui. Um olhar
para Holden e está sorrindo como se tivesse ganhado na loteria.

— Jet Hastings. Está do lado errado da pista de boliche, amigo.


— Holden libera minha mandíbula, mas envolve o braço em volta
do meu pescoço, puxando-me com força para o seu lado.

A mandíbula de Jett cerra enquanto olha para mim. — Everlee,


o que diabos está fazendo?
Estou prestes a falar quando Holden fala por mim. — Ela está
se divertindo com um homem de verdade. Desde que o cara que
deveria ser o seu namorado estava lá chupando o rosto de Kimmy.

Seus punhos se fecham ao lado do corpo. — Everlee, tomei


alguns drinques. Kimmy não significa nada para mim. É você que
eu quero... — ele se aproxima de mim, mas vários garotos Reaper
o bloqueiam, cortando suas palavras.

Holden ri enquanto me coloca na sua frente, pressionando


minhas costas contra seu peito duro e abdômen. — Algumas
bebidas ou não, perdeu o prêmio e ela caiu direto nos meus braços.
— Ele se inclina e roça os lábios na minha orelha, me fazendo
tremer.

Sou uma estátua, congelada até o âmago enquanto prendo a


respiração e olho para Jett. Está furioso, provavelmente a
segundos de atacar Holden, mas não acho que o fará quando está
em menor número.

Sinto Holden afastar meu cabelo do meu pescoço antes de


beijar minha pele sensível. Os instintos assumem o controle, e
inclino minha cabeça para trás contra seu ombro e solto um
gemido ofegante. Não é algo que eu faria, mas Holden faz coisas
indescritíveis comigo.

Assim que percebo o que fiz, inclino a cabeça para a frente e


olho direto nos olhos de Jett. Ele olha para mim e diz — Everlee,
se quiser salvar o que temos juntos, venha comigo agora. Eu levá-
la para casa. Podemos conversar.

Meu coração troveja em meu peito enquanto contemplo suas


palavras. Sei que deveria pelo menos falar com ele, encerrar as
coisas oficialmente, mas fixo meus pés no chão, ou talvez o
domínio de Holden sobre mim tenha aumentado. De qualquer
maneira, não estou me movendo.

— Parece que ela te deu a resposta, idiota. Agora desapareça —


um dos Reaper's diz a ele.

Raiva pisca em seu rosto antes que saia furioso. Não sinto nem
um pouco pena dele. Foi ele quem me envergonhou. Em vez de
terminar comigo, fica com Kimmy "Slut" Lenorra na frente dos
nossos colegas. Eu teria alguma dignidade se ele terminasse
comigo como um homem. Agora me sinto estúpida e terei que
enfrentar os ditos colegas amanhã na escola. Ótimo.

— Agora isso foi divertido — Holden diz rudemente em meu


ouvido antes de plantar outro beijo embaixo da minha orelha.

Respiro fundo, vendo vários Reapers nos observando


atentamente. Sentindo-me desconfortável, me afasto de Holden e
puxo meu cabelo para trás sobre meu pescoço. Não quero mais
jogar esses jogos e subo no chão acarpetado, procurando por
Sasha, mas ela não está em lugar nenhum.

Parando um garoto da minha escola que passa, pergunto se viu


a Sasha. — Acho que ela acabou de sair — me diz.

— Merda.

Tiro meu telefone do bolso de trás e encontro o número de Sash.


Ela não responde. Envio uma mensagem de texto em vez disso.

EVERLEE: Sash!! Onde está? Quero ir para casa e preciso de uma

carona! Você me abandonou.


Sua resposta é quase imediata, fazendo-me ranger os dentes ao
lê-la.

SASHA: Garota, está com Holden Van!!!! Eu te deixei para que fosse

forçada a sair com ele. Vá chupar a língua dele e cada centímetro

quadrado desse deus!! Divirta-se. ;)

Vou matá-la.

Bufando, coloco meu telefone de volta no bolso de trás e olho


ao redor da velha pista de boliche. Estive aqui tantas vezes quando
criança que é difícil vê-la como outra coisa senão um destino de
aniversário. Quando era invisível, mamãe nos trazia aqui para
jogar boliche por horas, dividindo uma gordurosa pizza de
calabresa antes de me dar meu presente e um único cupcake.
Nunca tivemos dinheiro e sempre estive bem com isso. Seus
presentes são sempre os melhores - nada extravagante, mas
sempre do coração.

Estendo a mão e pego o delicado medalhão de coração


pendurado no meu pescoço, lembrando o momento em que me deu
esse colar no meu aniversário deste ano. Contém uma foto dela de
um lado e uma foto de nós duas do outro. É provavelmente o meu
presente favorito até hoje.

— Sua amiga te abandonou?

Pulando, olho para trás e vejo Holden parado atrás de mim. —


Não me abandonou. Você disse que me levaria para casa, por isso
ela foi embora.

Ele ri. — Agora que Jett viu que você é minha, acho que estou
pronto para ir.
— Eu não sou sua — corrijo-o com minha voz raivosa.

— Você fica sexy pra caralho quando está irritada. Alguém te


disse isso? — Aproxima-se perigosamente de mim, pressionando
seu peito contra o meu. Odeio como meus mamilos reagem
imediatamente a ele, endurecendo dolorosamente sob meu sutiã
de renda fina.

— Não diga coisas assim — digo.

Seus lábios se transformam em um sorriso que faz meus


joelhos fraquejarem. — Por que? Fazem sua boceta ronronar para
o papai?

Fico boquiaberta enquanto olho para ele. — Você é nojento.

— Mmm — geme enquanto estende a mão e arrasta o polegar


pelo lábio inferior. — Não tem ideia de como isso é verdade,
querida.

E não tenho ideia de como responder a isso. Holden Van me


deixa sem palavras só de me olhar a maior parte do tempo, então
quando diz coisas assim, fico completamente surpresa. Ele me
deixa nervosa da forma mais deliciosa, mas não consigo sentir
essas coisas. Estou me guardando para um cara que realmente me
ama - me arrebate como aqueles caras nos meus filmes favoritos
da Hallmark.

— Vai me levar para casa ou não? Porque tenho certeza de que


Jett ficaria feliz em fazê-lo — digo a ele, sabendo que isso vai irritá-
lo.

Seu comportamento muda em uma fração de segundo antes de


ele agarrar minha mão e me puxar para a saída. A música alta, as
bolas rolando pelas pistas e os jogos de fliperama desaparecem
lentamente à medida que avançamos. Holden me puxa pelo
estacionamento, ziguezagueando entre os veículos até que
chegamos atrás. Estou prestes a puxar minha mão da dele quando
me gira até eu ficar tonta, depois me pressiona com força contra
um Range Rover preto antes de me prender lá com seu corpo firme.

Inspiro profundamente, olhando em seus olhos escuros


enquanto seu cabelo preto como tinta cai em seu rosto. Meu
coração está batendo forte e aquela pulsação estúpida está de
volta. Ele me colocou nessa posição tão rápido que não tive tempo
de lutar contra ele. Está segurando minhas mãos cativas nas
minhas costas ao mesmo tempo que me pressiona.

— Everlee Vera — diz meu nome em sua voz profunda e rouca


que me faz coisas indescritíveis.

Eu lambo meus lábios e expiro lentamente. — Sim?

Ele se inclina e roça a ponta do nariz na minha bochecha até


que sua boca encontre o canto da minha, sussurrando — Deixe-
me tê-la.

Não é uma pergunta, mas a afirmação faz meu coração cair na


boca do estômago. Estou lambendo meus lábios novamente,
tentando encontrar as palavras para lhe dizer que isso nunca
acontecerá, mas ele me distrai novamente.

Deslizando a mão pela minha perna nua, prendo a respiração


e fecho os olhos com força. Sua mão forte e quente parece uma
haste elétrica na minha coxa, movendo-se lentamente para cima.
O latejar entre minhas pernas tem vontade própria, implorando
para que me toque ali. Minhas pernas se abrem para ele -
esperando.

— Só uma amostra — sussurra, mas estou confusa com o que


quer dizer até...

— Oh — gemo quando sua mão desliza entre minhas pernas,


mal me roçando através da minha calcinha.

Não tenho nada em que me segurar e estou prestes a desmaiar.


Minhas unhas estão cravando em minhas palmas enquanto ele
mantém minhas mãos presas atrás das minhas costas, e estou
prestes a mastigar um buraco no interior da minha bochecha.

— H-Holden — gaguejo.

Ele lambe meus lábios, fazendo-me separá-los com um gemido


antes de mergulhar sua língua dentro da minha boca. Meus olhos
reviram para trás em minha cabeça quando finalmente o saboreio
– menta e Dr. Pepper. Quem diria que eu ficaria instantaneamente
viciada nisso? Eu o beijo de volta até meus lábios ficarem
dormentes.

Minhas pernas, porém, desmoronam e estou caindo. Ele solta


minhas mãos e envolve minha cintura, levantando-me até que
minha bunda atinja uma superfície dura e fria, depois pisa entre
minhas pernas, nunca interrompendo nosso beijo.

Quero dizer a ele para parar, que isso não pode ir além do que
está, mas não posso. Quero isso. Ele é o fruto proibido e estou
prestes a devorá-lo, ou talvez ele esteja prestes a me devorar.

Nossas línguas continuam provando e girando enquanto sinto


sua mão deslizar entre minhas coxas novamente. Estou
antecipando o momento em que me provoca por causa da minha
calcinha, mas, em vez disso, a puxa levemente para o lado e roça
os nós dos dedos em mim.

Interrompendo nosso beijo, deixo escapar um gemido e olho


profundamente em seu olhar. Seus lábios brilham com o nosso
beijo antes de se contorcerem naquele sorriso que amo.

— Porra, perfeita pra caralho. Intocada — diz em uma voz


rouca.

Minha boca está aberta, e não consigo impedir que os gemidos


ofegantes saiam enquanto ele esfrega um ponto que é
ridiculamente sensível. Não posso respirar. Estou congelada,
mantida cativa por um simples toque.

— N-não podemos — digo a ele.

Seu olhar desce para os meus lábios enquanto seu sorriso se


alarga. — Não se preocupe, virgenzinha. Não farei nada esta noite,
mas... — para quando solto um gemido alto e gutural. Estica o
dedo, passando-o pelos meus lábios em direção à minha entrada
proibida, então puxa completamente e leva o dedo à minha boca.
— Prove a si mesma — exige em uma voz áspera.

Balanço a cabeça, no entanto. Não é algo que estou disposta a


fazer. Este é um terreno rochoso e desconhecido para mim. É ruim
o suficiente eu estar apenas chupando o seu rosto.

Sorrindo, ele leva o dedo à boca e o enfia. Não consigo tirar os


olhos de seus lábios inchados e úmidos enquanto gira a língua ao
redor do dedo, gemendo.
— Puta merda, Everlee. É simplesmente inebriante. Talvez
tenha acabado de encontrar meu mais novo vício.

Deixei escapar um gemido, balançando a cabeça. — Não sou


vício de ninguém. Sou…

Ele bate seus lábios de volta nos meus, me cortando. Gemo em


sua boca quando mergulha sua língua de volta. Posso sentir o
gosto de menta e Dr. Pepper de novo, mas também outra coisa -
oh meu Deus!

— Holden! — Uma garota grita o seu nome, fazendo-me romper


com o nosso beijo.

Calor enche minhas bochechas enquanto tento empurrar


minha saia para baixo e Holden para longe.

— O quê, Angie? — Ele vocifera, mas não se afasta de mim.

Uma garota da nossa idade com longos cabelos castanhos


encaracolados se aproxima com suas curvas perfeitas e quadris
balançando. Suas bochechas rosadas combinam com seu batom
vermelho. É maravilhosa. Mais alta do que a maioria das garotas
da nossa idade - pernas por dias.

— Estava prestes a me abandonar, porra. — Ela olha para mim.


— A festa acabou, escória.

Holden finalmente se afasta de mim, mas ataca a garota que


interrompeu. Meu coração despenca em meu estômago novamente
enquanto observo a cena se desenrolar diante de mim.

— Veja como fala com ela, Angie, porra. Precisamos de uma


repetição do ano passado?
Ela olha para baixo, para longe dele enquanto balança a
cabeça. — Não — sussurra. — Sinto muito, Holden.

Uau, isso foi uma mudança completa de personagem. O que


diabos aconteceu ano passado?! Não é da minha conta, no entanto.
Só quero ir para casa.

— Entre — diz, olhando para essa garota Angie que ainda está
olhando para o chão. — Estou falando com você, Cork High.

Oh. Está falando comigo. Sem dizer mais nada, dou a volta no
elegante Range Rover preto e pulo para o lado do passageiro. Ainda
estou olhando para eles, totalmente boquiaberta, mas quem pode
me culpar? Não consigo ouvir nada do que estão dizendo, mas a
expressão no rosto dela me diz que ele a está repreendendo. Não
deve estar dizendo coisas boas porque parece que ela está prestes
a chorar.

Ele aponta para trás dela enquanto se encolhe e acena com a


cabeça, virando-se e depois foge. Eu realmente gostaria de poder
ouvir o que disseram, mas, ao mesmo tempo, não quero ouvi-lo
sendo mau. Parecia um assunto privado, de qualquer maneira.

Holden pula no banco do motorista e sai do estacionamento


sem sequer olhar para mim uma vez. Posso sentir a tensão saindo
dele, e mesmo que queira perguntar o que há de errado, não vou.
Ele é um cara intimidador, e não quero que surte comigo como fez
com aquela garota Angie. Não conheço Holden Van, além do que
Jett me contou sobre ele. De acordo com Jett, Holden é o tipo de
cara que me deixa na berma da estrada escura se eu falar fora de
hora. Manterei minha boca fechada até que estejamos
estacionados na minha garagem.
O que não demora. Ele está estacionado na minha garagem no
que parecem minutos depois, e ainda não diz uma palavra. Seus
dedos estão brancos no volante e está olhando para a frente.

— Hum, obrigada pela carona — digo a ele, agarrando a


maçaneta da porta.

— Não mencione isso — diz bruscamente.

Quero perguntar a ele se nos veremos novamente, mas parte


de mim tem medo de fazer isso. Não deveria estar pensando em vê-
lo novamente, de qualquer maneira. É a porra do Holden Van. O
que está fazendo mesmo com uma garota como eu é
surpreendente. Não preciso abusar da minha sorte.

Sem outra palavra, abro a porta e vou deslizar para fora, mas
ele me impede. Sua mão forte agarra meu antebraço, segurando-
me no meu lugar. Olho por cima do meu ombro para ele, lambendo
meus lábios. Seu cabelo escuro caiu em seu rosto novamente e
respirava pesadamente.

— Sério, não mencione isso.

Engulo em seco, sem entender. — Foi só uma carona…

— Não, não foi. Não deveria ter tocado em você assim no


estacionamento. Porra, também não deveria tê-la beijado daquele
jeito. — Ele tira o cabelo do rosto, e fico hipnotizada pelas veias em
seus braços quando faz isso.

Odeio como suas palavras me machucam. Ele pode estar certo,


mas por uma fração de segundo, me senti especial. Ser a garota
invisível por tanto tempo me fez acreditar que não era. Então Jett
Hastings apareceu e eu estava nas nuvens. Depois que isso
passou, e eu não era mais seu bem mais valioso, perdi a sensação
mágica de como é ser verdadeiramente desejada. Holden me fez
sentir isso de novo esta noite, mas acho que foi tudo besteira
também.

— Não se preocupe, isso nunca aconteceu. — Puxo meu braço


de seu aperto e deslizo para fora de seu Range Rover.

Meu coração está batendo forte e a sensação de calor em meu


peito sobe pelo meu pescoço, em minhas bochechas e finalmente
sai na forma de lágrimas. Enquanto eu ficar neste lugar, serei
apenas um brinquedo para esses idiotas ricos. Mal posso esperar
para me formar e dar o fora daqui.
07

Holden Van

— Onde esteve, seu filho da puta?

É a primeira saudação que recebo quando passo pela porta da


frente da propriedade caríssima de meu pai. Ele sempre teve que
ter o melhor, exibindo sua riqueza para todo o condado ver. A
Reaper Academy costumava ser a única coisa que se podia ver
nesta colina. Agora é a propriedade, e odeio isso.

— Fora — digo a ele porque os detalhes não são da porra da


conta dele. Há anos não são.

No entanto, ele agarra meu braço com força e me vira. — Ouça


aqui, Holden. Enquanto viver sob meu teto, seguirá minhas
malditas regras.

Eu rio, puxando meu braço dele. — Então, estamos jogando


dessa maneira, hein? Não se preocupe, sairei daqui com prazer.
Meu dormitório ainda está aberto na escola.

A única razão pela qual me mudei de volta para esta casa


infernal é porque minha irmã voltou da faculdade e não queria que
ela ficasse presa aqui sozinha com ele, mas agora ela está fazendo
o que quer que faça. Eu deveria ter saído semanas atrás.

— Você é um pedaço de merda ingrato, assim como sua mãe.


Eu o soco bem no nariz. Estala sob meu golpe antes que o
sangue escorra por seu rosto. Ele não tem permissão para falar
mal da minha mãe, e sabe disso.

— Ela era a porra de uma santa! — Grito, saliva voando para


fora da minha boca. — Você é a razão de ela não estar mais aqui!
Nunca mais fale sobre ela, porra!

Ele levanta a mão, claramente me deixando saber que


terminou, mas estou preparado e pronto para lutar. Odiei esse
filho da puta minha vida inteira, e agora tenho idade suficiente
para enfrentá-lo. Ele não pode mais me bater.

— Sinto muito — diz suavemente, ajustando o nariz antes de


levantar as duas mãos. — Holden, me desculpe.

— Foda-se — sibilo.

Sorrindo, solta uma pequena risada e balança a cabeça. — Não,


foda-se.

Estou no chão antes de saber o que me atinge. Ele me ataca,


esmurrando minha bunda até que minha bochecha pressiona o
chão de mármore frio do foyer. Grito, tentando dominá-lo, mas está
com o joelho nas minhas costas.

— Pensando que é um cara durão, hein?! — Grita antes de


bater em cada lado da minha cabeça repetidamente. — Huh?!
Nada a dizer agora, não é?!

— Eu te odeio porra!! — Grito, rugindo enquanto ponho minhas


mãos no chão e empurro para cima.

Ele me segura antes que minha raiva realmente tome conta, e


empurro com mais força. Estou de joelhos, prestes a me virar e
enfrentá-lo para uma luta completa quando me dá um soco no
rosto. Minha cabeça cai para trás à medida que gemo, lançando-
lhe um olhar mortal.

Circulamos um ao outro no foyer, esperando para ver quem


atacará em seguida. Ele não conseguirá outro golpe baixo. Avanço,
derrubando-o no chão de mármore com um grunhido antes de me
elevar sobre ele, socando-o repetidamente. É como se toda a raiva
dos anos explodisse neste exato segundo. Não consigo parar de
socá-lo, mesmo quando fica mole e para de lutar contra mim.

— Sr. Van!!

Paro no momento em que ouço a voz da nossa governanta


chamando. Meu pai geme quando o solto e me levanto, me
afastando dele. Nadiyah se ajoelha, cuidando dele o melhor que
pode enquanto ele rola para o lado.

— Não se preocupe, pai, não estarei mais sob o seu teto. Farei
as malas e sairei antes mesmo de você sair do chão.

Passando por cima dele, subo a ampla escada aberta para o


segundo andar e vou para o meu quarto. Meus dedos estão
inchados, e posso sentir meu coração batendo neles, mas ignoro
conforme tiro as roupas da minha cômoda e do armário, enfiando-
as em qualquer bolsa que possa colocar em minhas mãos. Muitas
das minhas coisas ainda estão no meu dormitório na escola, mas
minhas roupas estão aqui.

Meu telefone tocou centenas de vezes no bolso de trás, mas não


tenho tempo para me importar com isso agora. Preciso fazer as
malas e dar o fora daqui. Tem sido um pesadelo desde que minha
mãe morreu, e não posso mais viver sob o domínio desse homem.
Não sei como fiquei aqui tanto tempo sem tentar matá-lo antes.

Desde que era um garotinho, eu não queria nada além da


validação daquele homem. Queria que ele fosse o tipo de pai que
via nos filmes e ouvia nas histórias. Fiz tudo certo, implorando
para me dizer uma vez que está orgulhoso de mim. Nunca
consegui, e ele me culpa pela falta de relacionamento que temos,
mas não é minha culpa. Não sou o filho puxa-saco que sempre
quis. Nunca serei nada como ele.

Agarrando as poucas malas que arrumei, coloco-as no ombro e


desço as escadas. Fico feliz em ver que Nadiyah tirou meu pai do
foyer, então não preciso vê-lo novamente, mas o sangue no
mármore me lembra o que acabou de acontecer. Minhas mãos
doem pra caramba, mas quase quero esbarrar nele de novo. Ainda
não tinha acabado de bater na sua cara quando fomos
interrompidos.

A campainha toca, ecoando pela enorme propriedade e me


irritando pra caralho. Quem diabos estaria aqui tão tarde? Jogo
minhas malas no chão e abro a porta, boquiaberto quando vejo
quem está do outro lado.

— Que porra você quer? — Pergunto rudemente.

Jett maldito Hastings. Ele levanta as mãos em sinal de


rendição. — Vim conversar. Isso é tudo. — Seus olhos se estreitam
quando vê as marcas no meu rosto.

— Everlee fez isso na sua cara? Ficar um pouco à mão, só para


ser desligado?
Cerro os dentes, irritado porque esse filho da puta está parado
na minha frente agora, mas sorrio, sabendo que está se referindo
a nunca ser capaz de tocar Everlee do jeito que pude esta noite.
Jett nunca chegou tão perto dela, não é?

— Na verdade, ela não conseguia abrir as pernas rápido o


suficiente para mim. Mostraria os arranhões nas minhas costas,
mas estou de saída. — Pego minhas malas e saio, batendo a porta
atrás de mim.

Ele me segue escada abaixo até meu Range Rover enquanto


jogo minhas malas dentro. — Está mentindo, porra. Everlee nunca
dormiria com você. Na verdade, é por isso que estou aqui. Quero
que fique bem longe dela. Ela é minha!

Jogo minha cabeça para trás e solto uma risada estrondosa. —


Cara, você nunca a teve. — Paro o que estou fazendo para que
possa me ouvir alto e claro. — Na outra noite, na gala, tudo que
eu tinha que fazer era dizer algumas coisas obscenas em seu
ouvido, roçar suavemente meus lábios em seu pescoço, e ela estava
perdida. Se você não tivesse nos flagrado na varanda, ela teria
voltado para casa comigo. — Eu o olho de cima a baixo,
balançando a cabeça. — E pensar que escolheu Kimmy em vez de
uma garota como Everlee... é louco pra caralho, cara.

— Kimmy não significa nada para mim. Brincamos de vez em


quando. Isso é tudo.

Mais uma vez, soltei uma gargalhada estrondosa. — Deve


aproveitar os segundos desleixados. Você provou meu pau em sua
língua esta noite?
Os olhos de Jett se transformam em pires antes que traga sua
mão de volta e tente me socar. Bloqueio seu punho, balançando a
cabeça.

— Não machuque seu braço de arremesso, Hastings. Não


gostaríamos que a temporada começasse assim, não é? Quer me
vencer? Vença-me no campo.

— Essa é fácil — sussurra. — Mas quero dizer isso, Van, fique


longe de Everlee.

Eu tinha planejado fazer isso depois desta noite, mas agora que
Hastings apareceu, acho que vou persegui-la ainda mais. Talvez
grave minha foda com ela até que grite meu nome e depois envie
para Hastings. Isso realmente lhe mostrará como é.

— Terminamos aqui? — Pergunto, querendo que essa conversa


chata acabe para que possa ir para a escola e me instalar.

Sem dizer uma palavra, ele se vira e sai em direção a sua


caminhonete chique. Revirando os olhos, jogo minha última bolsa
e saio, sem olhar nenhuma vez pelo espelho retrovisor atrás de
mim.

Quando chego na escola, é uma cidade fantasma. Todo mundo


está deitado ou dormindo, então posso chegar facilmente ao meu
antigo quarto sem problemas. Meus rapazes ficarão loucos por me
terem de volta na escola, mas a equipe provavelmente não. Meu
pai pode ser um merda, mas sem ele essa escola não estaria onde
está. Ele financia quase tudo. Governo esta porra de lugar apenas
compartilhando o mesmo sobrenome e sangue daquele bastardo.
Jogo minhas malas no meu armário, caindo na minha cama
enquanto olho para o teto. É bom sair de debaixo do teto do meu
pai novamente. Toda a diversão acontece aqui, de qualquer
maneira. E por falar em diversão. Bato três vezes na parede ao lado
da minha cama, sorrindo quando ouço um movimento.

Um momento depois, minha porta se abre, e Billie está lá


vestindo nada além de calcinha fio dental e um top apertado, do
jeito que gosto dela. Ela entra, fecha a porta atrás de si e começa
a se despir. Coloco minhas mãos atrás da minha cabeça e sorrio,
observando-a até que esteja nua e rastejando sobre mim.

Ela puxa minha camisa por cima da minha cabeça, jogando-a


no chão antes de estender a mão na minha mesa de cabeceira e
tirar uma camisinha. Entregando-a para mim, rasgo-a usando
meus dentes conforme puxa meu jeans e minha cueca para baixo.
Meu pau bate fortemente na parte inferior do meu abdômen antes
de eu rolar a camisinha.

— Suba aqui e me foda, querida.

É tudo o que tenho a dizer antes de Billie montar em meus


quadris, centralizar meu pau e afundar em mim. Amo ser o rei
dessa porra de escola. Algumas batidas na parede e posso molhar
meu pau assim, mas enquanto Billie cavalga meu pau, apertando
suas paredes firmemente ao meu redor, tudo em que consigo
pensar é Everlee fodida Vera.
08

Everlee Vera

— Não posso entrar lá e encarar todo mundo, mãe. Todos


sabem o que aconteceu na pista de boliche ontem à noite. Não
sou mais…

Ela estende a mão e coloca a mão no meu antebraço, me


interrompendo. — Querida, tem que entrar lá. Este é o seu último
ano.

Olhando para ela, imito a carranca em seu rosto. Está


totalmente deprimida a manhã toda depois que contei a ela o que
Jett fez ontem à noite. Sei que tem a ver com ela estar secretamente
obcecada pelo cara. Quer que eu me case com ele e tenha seus
filhos. É Jett Hastings. Contudo, ela não sabe que eu não o amo e
definitivamente não quero ficar com ele de novo. Esmaguei seus
sonhos de me casar com o homem perfeito em seus olhos.
Desculpe, mãe.

— Não posso simplesmente mudar para a educação domiciliar


ou algo assim?

Ela bufa. — E quem vai te ensinar? Estou sempre trabalhando,


Everlee. Puxe suas calças de menina grande e entra naquela escola
como se fosse sua. E talvez... você e Jett possam conversar sobre
as coisas.
— Mãe — repreendo — Não vamos conversar! Ele me traiu. —
Ela está ficando louca? Pensaria que ela o odiaria tanto quanto eu
agora. Não tenho ideia do que está acontecendo dentro da sua
cabeça agora. — Eu te vejo hoje à noite.

Saindo do carro, mantenho minha cabeça baixa e entro na


escola sem olhar para ninguém. Não quero ver todas as expressões
de pena, simpatia e provavelmente até alegria em seus rostos
estúpidos. Tudo o que quero fazer é chegar ilesa à aula e depois
fazer um plano. Pensei em desistir hoje, mas mamãe descobriria.
Odeio como ela é amiga da orientadora - aquela senhora sabe tudo
o que acontece nesta escola. É quase assustador.

— Everlee!!

Ouço meu nome sendo gritado no corredor, mas ignoro e corro


para minha primeira aula, mas antes que alcance a porta, alguém
agarra a parte de trás da minha bolsa e me puxa para trás.

— Garota, que diabos?!

Soltando um suspiro de alívio, me viro e vejo Sasha. —


Desculpe. Achei que fosse outra pessoa.

— Estou surpresa em vê-la aqui hoje. Todo mundo está falando


sobre...

— Sim, sim, sim — digo, interrompendo-a. — Todo mundo está


falando sobre Jett e...

— Não — ela me interrompe em seguida. — Estão todos falando


sobre você e Van.

Fico boquiaberta enquanto olho para ela, piscando várias


vezes. Van? Por que diabos todo mundo...? Não preciso terminar
meu pensamento. Olhando em volta, não há pena ou simpatia em
nenhum de seus rostos. Parecem curiosos, quase invejosos, se
perguntando sobre sua estrela flertando com Holden Van, que é o
rei da Reaper Academy.

— O que estão dizendo? — Sussurro para que só ela possa


ouvir.

O corredor está mais cheio do que o normal esta manhã, e todos


estão tentando me dar uma olhada. É perturbador. Pensei com
certeza que esta manhã seria o oposto completo, e eu teria que
esconder meu rosto por semanas.

— Apenas boatos, principalmente. — Ela dá de ombros.

— Sasha — vocifero seu nome. — Diga-me.

— Sabe como são os boatos, Eve. Dizem sobre como você e Van
provavelmente estão se vendo pelas costas de Jett, e é por isso que
ele estava com Kimmy ontem à noite. Depois outros dizem que
pagou Van para ficar com você porque como alguém como ele
poderia estar com alguém como você? E então há…

— Tudo bem, entendi. — Estão todos errados, mas não há como


corrigi-los. Uma vez que um boato é iniciado, se torna um incêndio
na grama e não será facilmente apagado. Tanto faz. Todos podem
pensar o que quiserem.

— Veja! É a vadia que gosta de ter meus restos.

Olho para cima, diretamente para o olhar da Kimmy. Está


sorrindo como se tivesse ganhado alguma coisa. A única coisa que
ganhará esse ano é herpes se ela não relaxar.
— Poderia dizer a mesma coisa para você — digo a ela, dando-
lhe o meu próprio sorriso. Ela pode falar o que quiser, mas não
deixarei que veja o quanto me incomoda. — Você teve Jett ontem
à noite depois de saber que ele esteve comigo. E... não ouviu?
Holden e eu estamos nos vendo há algum tempo. Você também
teve meus restos na gala.

É uma mentira total, mas quero irritá-la mais do que qualquer


coisa. Odeio a porra da sua coragem. E a melhor parte? Todos no
corredor pararam o que estavam fazendo para nos observar.

Ela bufa. — Por favor. Holden Van estar com alguém como
você? Ele não gosta de virgens, Everlee. O que iria querer com você
quando pode ficar com qualquer garota que quiser? — Levantando
uma sobrancelha para mim, ela dá um passo à frente e dou um
passo para trás. — E só para saber, ontem à noite não foi a
primeira vez com Jett. Tenho transado com ele nos últimos seis
meses.

A raiva sobe pelo meu pescoço enquanto um formigamento frio


dança sobre meu crânio novamente. Seis meses?! Ele está me
traindo há seis meses?! Tento respirar fundo, mas, em vez disso,
solto um grito de guerra e pulo sobre Kimmy.

Ela solta um grito. Nossas bolsas caem no chão de linóleo antes


que eu pule sobre ela novamente, jogando-a contra os armários
opostos. Os alunos boquiabertos nos dão um amplo espaço
conforme também torcem. Alguns estão torcendo por ela, mas a
maioria está torcendo por mim. Não sou uma lutadora, mas
aprendi algumas coisas nos filmes.
Agarrando seu cabelo, puxo sua cabeça para trás e olho em seu
olhar antes de levantar minha outra mão e dar um tapa nela. Ela
grita de novo, rolando-me para dentro dos armários antes de me
dar um tapa de volta. Nossos gritos ecoam pelos corredores,
abafando a torcida dos alunos à medida que batemos e puxamos
os cabelos uma da outra até chorarmos.

— Garotas! Garotas!

Um par de braços fortes envolve minha cintura e me puxa para


trás. Deixando escapar um último grito, tiro meu cabelo
desgrenhado do rosto e vejo um dos seguranças segurando Kimmy.

— Everlee, acalme-se.

Todo o sangue do meu corpo gela quando percebo quem está


me segurando. Olho por cima do meu ombro para ter certeza, e
sim, é a porra do Jett.

— Não me toque! — Grito, afastando-me dele antes de me virar


e fixá-lo com meu olhar zangado e furioso. — Como pode?!

Ele olha em volta, coçando a nuca com aquele seu sorriso


estúpido e malicioso. — Foi só um beijo, E.

— Foda-se — digo a ele.

Seu olhar surpreso e arregalado se volta para mim. — Everlee,


qual diabos é o seu problema?

— Você é! Está saindo com Kimmy há seis meses, Jett! — Eu o


empurro no peito. — Seis meses! — Então bato nele. Duro. Minha
mão arde quando estudo sua expressão.

Ele não diz uma palavra, e é tudo que preciso ver para saber
que ela estava dizendo a verdade. Jett está saindo com Kimmy há
seis meses. Nunca mais quero ver nenhum dos dois. Pegando
minha bolsa do chão, sigo para a saída, mas não chego lá antes
que o diretor me pare.

— Meu escritório. Agora. — Aponta, parecendo sério.

Os alunos no corredor se dispersaram, ficando longe de


problemas. Eu me afasto da cena, direto para o escritório do
diretor antes de me jogar na cadeira em frente a sua mesa. Este
escritório sempre me deu arrepios. Parece que não foi atualizado
desde a década de 1970 com suas paredes com painéis de madeira
escura, carpete verde e cheiro de mofo. Provavelmente não ajuda
que ele não abra as persianas de madeira para deixar a luz do sol
entrar. Só estive aqui uma vez antes e foi quando fui matriculada
aqui. Não sou uma encrenqueira. Até hoje.

— Everlee Vera, estou surpreso com suas ações esta manhã —


diz, sentando-se diante de mim.

— Isso não acontecerá de novo — minto. Não há nada


promissor quando se trata de Jett e Kimmy. Se eles olharem para
mim, posso arrancar seus olhos.

— Está certa sobre isso. — Ele abre uma gaveta, tira uma pasta
e a joga em cima da mesa. — Este é o seu arquivo, Srta. Vera.
Lamento dizer que está sendo expulsa.

— Expulsa?! — Pulo da minha cadeira, elevando-me sobre ele.


— Nunca estive em discussões antes! O que quer dizer…

— Você agrediu dois alunos, Srta. Vera. Sente-se!

Sua voz estrondosa me assusta, fazendo-me cair de volta na


velha cadeira de madeira rangente. — Eu não comecei.
— As câmeras de segurança diriam o contrário. Assisti tudo ao
vivo. Você pulou em Kimmy Lenorra, empurrando-a para os
armários distantes antes de jogar a cabeça dela para trás e dar um
tapa nela. Ainda não acha que começou?

— Mas... mas ela disse coisas...

Ele suspira. — Entendo como as crianças podem ser cruéis no


ensino médio, Srta. Vera, mas você machucou fisicamente dois
alunos.

Franzindo as sobrancelhas, pergunto — Dois alunos?

— Sr. Hastings. Deu um tapa nele com bastante força quando


entrei no corredor. Dois alunos. Duas acusações de agressão.

Lágrimas queimam meus olhos antes que as afaste, olhando


para minhas mãos trêmulas e latejantes no meu colo. — Não pode
me expulsar, senhor. Para onde irei tão longe no ano letivo? É meu
último ano…

— Deveria ter pensado nisso antes de agredir dois estu…

— Entendo — digo, interrompendo-o. Ouvi-lo dizer que agredi


dois alunos é uma besteira total, e não quero mais ouvir isso.

Recostando-se na cadeira, ele olha para mim. — Eu tinha


grandes esperanças em você, Srta. Vera. É uma das minhas
melhores alunas.

— Então por que estou sendo expulsa?! Esta é a minha


primeira ofensa! Não sou uma encrenqueira. Meu arquivo prova
isso!

Ele suspira. — Não é tanto sobre o número de ofensas, mas


sobre contra quem cometeu essas ofensas.
— Não entendo. — E não entendo. O que diabos está querendo
dizer aqui?

— Você agrediu Kimmy Lenorra e Jett Hastings — repete. —


Tem alguma ideia de quem são os seus pais? O que suas famílias
significam para esta comunidade e esta escola?

Engulo o nó na minha garganta, olhando para ele. Entendo


totalmente agora. Não sou ninguém nesta escola ou nesta
comunidade. Porque minha mãe não ganha milhões de dólares
todos os anos, dando uma boa grana para a escola, não somos
nada. Não importa o que digamos ou façamos. No final das contas,
serei expulsa de qualquer maneira.

— Já liguei para sua mãe. Ela estará aqui para buscá-la em


vinte minutos. Sugiro que tire um tempo para limpar seu armário.

— Não precisa. Tudo que preciso está aqui. — Pego minha bolsa
no chão e me levanto, olhando para ele. — É realmente patético
que esteja punindo a garota que não tem dinheiro em detrimento
da garota que tem. Se eu realmente tivesse algum, processaria você
e esta escola.

Não tenho, contudo, e eles se safarão dessa. Sociedade e vida


são exatamente da mesma maneira. Se não tem dinheiro ou um
sobrenome notável, não é ninguém. Invisível. Acho que os desejos
se tornam realidade, afinal.
Quando termino de lavar a louça na pia, ouço mamãe falando
ao telefone no outro cômodo. Está tão estressada desde que me
pegou na escola e perdeu um longo turno no trabalho. Tentei
explicar a ela o que aconteceu, mas ela não me deixou terminar,
dizendo que não há desculpa para violência.

Odeio como a desapontei, mas estou feliz por finalmente ter me


defendido. As pessoas me pressionaram durante toda a minha
vida. Já era hora de eu recuar.

— Não, Pam, não tenho dinheiro.

Congelando no meu lugar, escuto quando o nome da minha tia


Pam é dito. Ela é uma cadela malvada que realmente não falou
conosco desde que nos mudamos para cá. Ser a treinadora de
natação feminina na Reaper Academy deixou sua cabeça enorme,
mas agora que mamãe está falando com ela, estou preocupada.

— Não sei mais o que fazer! Eles a expulsaram de Cork. É o seu


último ano. É uma aluna exemplar, pelo amor de Deus. Acabei
de…

Silêncio. Isso não pode ser bom, certo? Eu lentamente lavo a


louça de novo quando mamãe fala.

— Obrigada. Obrigada, Pam. Devo-lhe.

Deve a ela o quê? Gostaria de ter ouvido toda a conversa. Afinal,


é do meu futuro que estão falando, não é? Sinto que deveria ter
algum tipo de opinião sobre…

Mamãe volta para a cozinha, fazendo-me perder a linha de


raciocínio.
— Tia Pam, hein? — Pergunto, não tenho certeza de como
começar esta conversa.

Suspirando, ela se joga na mesa da cozinha e segura a cabeça


nas mãos. Ainda está usando seu uniforme hospitalar e sapatos,
parecendo exausta. Seco minhas mãos e me junto a ela na mesa.

— Sinto muito, mãe — digo. — Não queria que isso acontecesse.


É como se eu não pudesse me controlar e...

— Você vai para a Reaper Academy. Começa amanhã. Depois


que terminar de lavar a louça, preciso que suba e faça algumas
malas. Tia Pam pode te deixar entrar, mas você terá que ficar nos
dormitórios.

Meu coração afunda no meu estômago enquanto olho


boquiaberta para ela. — Reaper Academy? — Pergunto em um
sussurro. Há apenas um rosto que pisca na minha cabeça, fazendo
meu coração afundado martelar.

— É a única opção que temos, Everlee. Você foi expulsa de Cork


e não tenho tempo nem dinheiro para levá-la por uma hora até a
escola mais próxima.

Posso ver como está estressada, então não discuto com ela,
mas por dentro estou gritando. A Reaper Academy é o último lugar
que quero ir. Holden Van pode fazer meu coração bater de
excitação enquanto faz outras partes pulsarem, mas ainda me
apavora. E depois de estar perto dele ontem à noite, recebendo
todos aqueles olhares desagradáveis das garotas Reaper, sua
escola é a última que quero ir.
— Tudo bem, mãe. — Isso é tudo o que posso dizer. Confio nela,
mas tenho um mau pressentimento na boca do estômago. O resto
do meu último ano será uma droga.
09

Holden Van

Uma das minhas músicas favoritas do Metallica ressoa em


meus alto-falantes, fazendo as paredes vibrarem. Tive um dia
difícil e quero esquecê-lo. Meu doador de esperma apareceu
durante uma das minhas aulas, puxando-me para o pátio, onde
me abriu um novo. Disse que não apresentaria queixa contra mim
por socar seu rosto, mas que me tiraria meu carro. Que porra. Ele
claramente ainda está tentando manter seu cartão de pai, mas o
pedaço de merda não pode se chamar assim.

— You know it’s sad, but true3!! — Grito junto, batendo cabeça
até ficar tonto.

Estou tocando tambor enquanto deito de costas, olhando para


o teto através dos pequenos orifícios da minha máscara
Ghostface4. Quando entro no meu mundinho, espero que todos me
deixem em paz. Até que minha mente esteja clara, sou inútil para
todos.

— Van!

Eu a ouvi, mas estou ignorando-a. Tocando mais forte, a


desligo e continuo tocando. O Metallica é uma daquelas bandas

3
-Trecho da música Sad, but true, Metallica.
4
-A máscara é baseada na pintura O Grito de Edvard Munch. São as máscaras da franquia Pânico.
que conseguem me acalmar quando estou chateado. Se não é
música, são filmes de terror.

— Vamos, Van!

Billie se ajoelha na beira da minha cama, olhando para mim


enquanto tenta controlar meus braços que batem.

— Que porra você quer, Billie?

Suas mãos viajam para baixo, mergulhando sob o cós do meu


short de ginástica, mas a impeço e arranco minha máscara,
olhando para ela com um olhar mortal e um aperto forte.

— Sabe como jogo, Billie. Comi você ontem à noite. Tenho o


hábito de fazê-lo novamente dentro de vinte e quatro horas?

Mordendo o lábio inferior, ela balança a cabeça e se afasta de


mim. — Por que está assim, Van? Podemos ser ótimos juntos. —
Arrasta um dedo para baixo sobre seu decote.

O pervertido em mim assiste a cada segundo, aproveitando ao


máximo os montes que estavam na minha cara ontem à noite.

— Não namoro. Quantas vezes tenho que te dizer isso? Você é


uma foda. Nada mais. Nada menos.

Ela zomba, cruzando os braços sobre o peito. — Bem, não


quero mais ser apenas uma foda. ou leva tudo de mim ou não
ganha nada.

Bufo. Esta é fácil. Ela está prestes a aprender da maneira mais


difícil que não me curvo a ameaças, especialmente aquelas que
não significam absolutamente nada para mim.

— Não deixe a porta bater em você ao sair.


— Você é um idiota do caralho, Van! — Grita.

Quando vai embora, eu rio, mas isso parece irritá-la ainda


mais.

— Eu gaguejei, porra? — Pergunto quando para.

— Nunca mais bata na minha parede.

— Não se preocupe, não vou.

Seu lábio inferior treme. — Você é um bastardo.

— Outro insulto. E é uma leiga miserável. Agora dê o fora!

Jogo meu sapato pela sala, batendo na porta depois que


finalmente dá o fora e fechá-la. Cadela burra. Estou seriamente
tão reprimido hoje. Nada poderia me deixar de melhor humor
nesse ritmo.

Talvez uma boa sessão de musculação me anime. É melhor do


que sentar aqui no meu quarto pensando no fato de que odeio meu
pai. Espero que ainda sinta o quanto bati nele. Espero que possa
sentir o quanto o odeio com aqueles socos. Ele é apenas um doador
de esperma para mim. Tenho certeza de que se minha mãe não
tivesse morrido, ela o teria deixado. O homem é um filho da puta
inútil que nunca mostrou a nenhum de nós um pingo de simpatia.
Pode apodrecer no inferno naquela mansão sozinho. Não voltarei,
e quando a escola acabar, também darei o fora desta cidade.

Agarrando uma toalha suada, saio do meu quarto com a


música ainda alta. Desafio alguém a dizer algo, mas enquanto sigo
pelo corredor em direção aos degraus, todos saem do meu caminho
e desviam o olhar para o chão. Por aqui é assim. As únicas pessoas
que parecem ser capazes de me olhar nos olhos são meus rapazes
do time - nunca fodem comigo, no entanto. Eu ainda sou o rei por
aqui.

Desço as escadas, sentindo a adrenalina bombeando em


minhas veias, mas paro no meio do caminho quando vejo a boneca
de pele de porcelana diante de mim. Ela também congela, olhando
para mim como um cervo nos faróis. Duas bolsas ficam a seus pés,
de cada lado, projetando-se como um polegar machucado contra o
tapete persa.

— Que porra está fazendo aqui? — Pergunto, sabendo que é


cruel, mas não dando a mínima. Ela não deveria estar aqui. O que
diabos está fazendo aqui?

Ela nervosamente enfia o cabelo platinado atrás da orelha,


desviando o olhar. Essas malditas lágrimas estão nos seus olhos?
Merda!

Eu me aproximo dela, observando-a recuar quando chego


muito perto. Não vou foder com ela quando está chorando. Posso
ser um verdadeiro bastardo, mas não sou um monstro.

— Parece que está se mudando. Qual quarto?

Ela ainda não diz uma palavra. Estou completamente perdido


aqui, sem saber porra nenhuma sobre isso. Eu normalmente sei
tudo o que acontece aqui. Esta foi uma decisão de última hora. Ela
teve sorte e foi colocada nos dormitórios no meio do ano letivo. Isso
raramente acontece, a menos que seu pai tenha uma conta
bancária gorda. Da última vez que verifiquei, não tinha pai e com
certeza não tinha dinheiro.
— Vai precisar falar comigo, querida. Não tenho paciência para
isso agora.

Finalmente olhando para mim, eu a vejo morder o lábio inferior


rechonchudo e xingar mentalmente. Ela não pode estar fazendo
merda assim agora. Estou tão empolgado que talvez não seja capaz
de me controlar perto dela. Quero mexer com ela, realmente irritá-
la e a pele de Hastings, mas preciso pisar calmamente.

— Fui ex-expulsa — sussurra.

— Ei, olha, ela fala. — Pego uma bolsa e coloco no ombro. Seu
olhar percorre meu peito nu, e posso ver como seu olhar muda do
medo para o fogo. — Expulsa por quê, princesa?

Seu olhar encontra o meu enquanto vejo o fogo derreter,


transformando-se em medo. — Por agressão.

Minhas sobrancelhas sobem até a linha do cabelo. Agressão?


Essa vadia arrogante foi expulsa por agressão? Isso não soa nada
bem, mas, porra, isso me deixa de pau duro.

— Espero que me diga que chutou Hastings nas bolas. — Rio,


mas o seu olhar diz tudo.

— Primeiro Kimmy, depois Jett — sussurra.

Estou impressionado, mas posso dizer que ela está


superdesconfortável com isso, então não comemorarei ainda. Seu
ataque a esses dois idiotas a colocou em meus braços. Isso será
muito mais fácil do que pensei que seria. Sem Hastings aqui para
me impedir, posso brincar com o seu brinquedo. Estou supondo
que terminaram, mas se conheço Hastings tão bem quanto acho
que conheço, ele ainda não desistiu dela. Basta olhar para ela. Ele
estaria louco por deixar esta virgenzinha ir.

— Em que quarto está? Levarei suas malas para você e lhe


mostro o quarto. — Só estou sendo legal porque é a sua primeira
noite aqui, e está chorando. Amanhã será completamente
diferente.

— Dezenove — responde.

Respiro fundo e silenciosamente agradeço ao universo. Ela está


ao meu lado. Quem permitiu dormitórios mistos é um gênio do
caralho. E quem a colocou ao meu lado deveria ser beijado.

Sorrindo, pego sua outra bolsa e volto para as escadas. —


Vamos, é por aqui. — Ainda não contarei a ela quem é seu vizinho,
mas logo descobrirá.

Os velhos degraus de madeira rangem sob o nosso peso,


ecoando pelo saguão abaixo, já que não estamos falando um com
o outro. Nunca tinha notado o rangido no chão antes, mas agora
ouço alto e claro. Há algo nela que me deixa hiperconsciente do
que está ao meu redor, até mesmo da coisa latejante no meu peito
que as pessoas chamam de coração.

— Os dormitórios e as aulas ficam no mesmo prédio? —


Pergunta.

Deixo de pensar nela e no meu maldito coração, balançando a


cabeça. — Não, esse é o edifício grande ao lado. Os dormitórios e
refeitório estão neste edifício. Pode encontrar café da manhã,
almoço e jantar no térreo. Apenas siga o barulho.
Não oferecerei a ela um passeio pelo local. Ela será meu
brinquedo, não minha amiga. E se todos me virem sendo gentil
com ela, realmente vão comê-la e cuspi-la. Apenas rezo para que
essa garotinha tenha algum tipo de espinha dorsal e pele grossa
porque vai precisar disso perto desses abutres.

Nós nos aproximamos da porta dezenove, e minha música


ainda soa pelo corredor. Eu sorrio, escondendo dela enquanto abro
a porta e seguro. Ela lentamente entra primeiro, passando um
pouco perto demais de mim para que possa sentir seu doce
perfume de novo. O que há com ela e esse maldito perfume? Quero
lamber cada centímetro da porra de sua pele de porcelana até me
afogar naquele cheiro.

— Eu tenho meu próprio banheiro? — Pergunta surpresa,


apontando para o pequeno banheiro da suíte.

— Bem-vinda ao luxo, querida. — Entro, chutando a porta


atrás de mim para que olhos curiosos não possam ver, e comecem
rumores que só me irritarão. — Como entrou, afinal?

Ela se vira e me encara, mas não responde. Tudo bem, então


está segurando essa informação para si mesma. Tanto faz. Vou
descobrir de uma forma ou de outra.

— Estou exausta. Acho que arrumarei minha cama e dormirei.


Obrigada por me trazer e carregar minhas malas. — Acende o
abajur ao lado da cama, iluminando suas pernas longas e sedosas.

Porra, realmente preciso largar a suas merdas aqui, virar e dar


o fora antes que faça algo estúpido, mas nunca afirmei ser
Einstein.
Deixando cair suas malas no chão com um baque, corro até ela
e emolduro seu rosto. Seus olhos se arregalam em pequenos pratos
de sobremesa, me observando atentamente.

— Por que sempre quero beijá-la quando estamos sozinhos no


mesmo quarto? — Pergunto baixinho, lambendo meus lábios.

Seus olhos baixam para os meus lábios antes que lamba os


seus, um lampejo de excitação percorrendo seu olhar. É bom ver
que a deixo nervosa com a minha presença. Levá-la será fácil.
Deixá-la ir? Sim, talvez não devesse chegar muito perto.

— Acho que sou simplesmente irresistível — ela responde.

Sorrindo diabolicamente, balanço minha cabeça. — Não,


querida. Não é nada disso.

Não há como lhe dizer que é inteiramente porque ela é virgem.


Bem, e a garota de Hastings. Tenho essa necessidade primordial
de conquistá-la, tirar aquela preciosa virgindade à qual se apega.
Quero ser o primeiro dentro dela. Ela nunca esquecerá o primeiro
pau em que derramou. E consigo uma doce, doce foda de vingança
contra meu velho amigo Hastings. É realmente uma vitória para
todos.

— Então, o que é? — Pergunta em um sussurro.

Ela quer que eu lhe diga algo doce e romântico, mas mal sabe
que essas qualidades não existem em nenhum lugar do meu corpo
ou alma. Quanto mais cedo perceber que sou basicamente o diabo
disfarçado, menos provável será que tenha seu coração partido.
Quebrar o coração de uma virgem é inevitável. Caem rápido e com
força quando dão esse lado de si mesmos para alguém.
— Só gosto de prová-la. Estou preparando sua boca para o meu
pau. — Traço seu lábio inferior com meu polegar, sorrindo quando
seus olhos se arregalam. — Gostaria disso, querida?

Sua língua sai para lamber os lábios, mas acaba acariciando


meu polegar. Porra, isso é bom. Gemendo, observo sua língua girar
em torno do meu polegar uma vez antes de sua timidez se infiltrar
e tentar fechar a boca, mas é muito tarde. Enfio meu polegar em
sua boca, agarrando sua mandíbula com meus dedos.

Ela tenta se afastar de mim, mas apenas dou um passo à


frente. Antes que ambos percebamos, eu a prendi contra a parede
ao lado da porta do banheiro com meu polegar em sua boca. O
brilho de excitação em seus olhos me deixa duro como uma rocha.
Vou mostrar a ela exatamente o que gosto, preparando sua boca
exatamente como lhe disse que faria.

Entrando e saindo de sua boca, sua língua gira e seus lábios


macios se fecham. Não consigo desviar os olhos. Não estou fazendo
nada. Isso é tudo ela agora, e foda-se se isso não está me deixando
excitado. Se ela não for cuidadosa, posso terminar este jogo bem
antes de começar e fodê-la em sua cama esta noite. Posso imaginar
tudo agora, ela de joelhos, tomando meu pau como a boa vadia
que farei dela. Vai tremer e implorar por uma liberação enquanto
fodo sua boceta tão bem e forte.

Suas unhas arranhando meu peito nu me tiram do meu


pequeno devaneio. Ela ainda está chupando meu dedo, mas posso
ver a apreensão lentamente rastejando em seus olhos. Não vou
pressioná-la muito esta noite, sabendo que o devaneio que acabei
de ter terá que esperar. Se vou fazê-la minha – implorando por isso
– preciso ser inteligente e levar as coisas devagar. Ela não me
deixará entrar de outra forma.

Puxando meu polegar de sua boca, me inclino para frente e


pressiono minha testa contra a dela. Sua respiração pesada roça
meus lábios, me fazendo sorrir. Não posso deixar de envolver
minha mão em torno de sua garganta, apertando levemente até
sentir seu pulso acelerado na palma da minha mão. Ela tosse, mas
não luta comigo.

— Lembre-se do que eu disse na pista de boliche? As cadelas


aqui no Reaper te comerão e cuspirão, mas as coisas são diferentes
agora. Não posso protegê-la, e com certeza não posso tê-la perto
vinte e quatro horas, sete dias por semana. Cuidado com seus seis.
Entende?

Quando ela não responde ou acena com a cabeça, aperto sua


garganta com mais força.

— Diga-me que entende.

Ela engole sob minha palma antes de balançar a cabeça


lentamente.

— Boa menina — elogio, observando seus olhos brilharem


quando o faço.

Porra, estou furioso de novo. Uma virgem que tem uma tara por
elogios? O que mais esta pequena vadia tem que não é facilmente
perceptível a superfície?

Quando solto seu pescoço, inspira profundamente, mas não


protesta. Acho que ela gostou disso, mas não pode admitir.
— Ah, e Everlee? — Pergunto, virando-me para sorrir para ela.
— Se você precisar de alguma coisa, estou bem aqui ao lado. —
Bato na parede que se conecta à minha, observando o sangue
escorrer de seu rosto.

Fica boquiaberta e sem emoção. Eu sabia que isso provocaria


uma reação dela. Bom. Talvez ela venha até mim mais cedo,
sabendo que estou na porta ao lado. Minha porta estará sempre
aberta para ela.

Saindo do seu quarto, fecho a porta atrás de mim e volto para


o meu quarto. Depois da provocação que acabei de fazer com
Everlee, não quero ou preciso mais da academia. Acho que um
bom banho quente enquanto me masturbo com a sua memória
mental chupando meu dedo soa muito melhor.

Eu sorrio, abaixando minha música estridente para quase um


sussurro. O resto do meu último ano será a porra de um tumulto.
Espero que esteja pronta para mim, Everlee Vera.
10

Everlee Vera

Não só estou na mesma escola que o diabo, como também é


meu vizinho. O que diabos farei? Tenho dificuldade em aceitar o
fato de que tenho que vir para esta porra de escola; muito menos
o medo que tenho sabendo que estarei tão perto de Holden Van. E
agora percebo que não estou perto dele, estou bem em cima dele,
mas não literalmente. Preciso começar a aprender a manter a
calma perto dele. É perigoso para mim. O tipo de cara que pode me
destruir se não tomar cuidado.

Olhando para mim mesma no espelho, faço uma careta quando


vejo o uniforme da escola me abraçando desconfortavelmente -
uma saia plissada cinza ardósia, blusa de colarinho branco com
gravata skinny preta, jaqueta cinza ardósia com o emblema da
escola no lado esquerdo do peito e meias que são tão longas que
ficaram na altura das minhas pernas.

É ruim que tenha saudades do vale? Jett e Kimmy podem estar


lá embaixo, mas nesse ritmo, prefiro enfrentá-los. As palavras de
Holden para ter cuidado com os meus seis fazem o medo chiar na
minha espinha. Estou prestes a enfrentar os lobos da Reaper
Academy, e não há uma única pessoa aqui que esteja torcendo por
mim.
Depois de pegar minha bolsa da escola, saio do meu quarto e
vou para as escadas. O refeitório fica no andar de baixo, onde
entrarei e pegarei algo para o café da manhã antes de sair. Não
pertenço aqui, e sei disso. Não há necessidade de ninguém me
lembrar.

Quando me aproximo do burburinho dos alunos no refeitório,


porém, o medo toma conta do meu coração. Estou com medo de
abrir aquela porta e enfrentar todos eles. Posso ter chegado ontem
à noite, mas sei como funciona o ensino médio - todos ouviram
falar que estou aqui.

Um garoto que parece ter saído direto do set de um filme de


Harry Potter me empurra enquanto abre as portas, zombando de
mim por cima do ombro. — Oops, não te vi aí.

Filho da puta.

Eu o ignoro e agarro a porta antes que se feche sobre mim, mas


quando entro na sala, todos ficam em silêncio. Pode ouvir a porra
de um alfinete caindo aqui. Congelada no meu lugar, olho em volta
para todos os rostos me olhando. Alguns têm rostos curiosos, mas
a maioria me olha com pura malícia. Vê? Não pertenço aqui.

Mantendo minha cabeça baixa, vou até a fila da comida e tento


desaparecer na multidão. Se eu me fizer invisível, talvez me torne
assim. Pegando uma bandeja de comida, rapidamente me afasto
com a cabeça baixa e encontro uma mesa vazia perto dos fundos.
Todo mundo está me olhando como se eu fosse algum tipo de
atração de show de horrores. Eu não sou, seus idiotas!

Pego o muffin de banana e nozes na minha bandeja, olhando


para cima enquanto coloco um pouco na boca, mas imediatamente
congelo quando olho para o olhar escuro de Holden Van. Está
sentado no canto oposto dos fundos, cercado por ninguém menos
que sua turma de Reapers. Presumo que os rapazes estão no time
com ele, e as garotas são suas namoradas.

Ele está olhando diretamente para mim com nenhuma emoção


em seu rosto, sem mover um músculo. Uma garota perto dele tenta
chamar sua atenção, mas a ignora totalmente. Não consigo desviar
o olhar dele - sou uma mariposa e ele é minha chama abrasadora.

— Está no meu lugar, vadia.

Afasto meu olhar de Holden e vejo o cara nerd - que me


empurrou no caminho - olhando para mim, cercado por seu grupo
de amigos. Engolindo o caroço em meu peito, tento manter a
calma.

— Estou quase terminando — gaguejo.

— Não me ouviu? Você está no meu lugar. — Joga rudemente


sua bandeja na mesa enquanto seus amigos ocupam todos os
assentos vazios.

Eu o observo enquanto pega sua caixa de leite e dá a volta na


mesa, parando bem atrás de mim. Lágrimas borram minha visão
conforme procuro o único rosto familiar na sala. Holden não se
move ou sequer pisca quando o leite com chocolate é derramado
sobre o topo da minha cabeça.

Sacudindo com o choque de sua temperatura fria, respiro


fundo e saio do meu lugar. O leite encharca minha blusa e jaqueta,
grudando em mim.
Uma gargalhada ecoa ao meu redor, mas rapidamente abafa
quando meu coração bate forte em meus ouvidos. Nunca me senti
tão humilhada em minha vida, nem mesmo quando encontrei Jett
beijando Kimmy na pista de boliche. Isso me atinge de forma
diferente. Deixei de ser invisível no vale para ser a namorada de
Jett Hasting, e agora o maior alvo dos Reapers.

— Awe, o bebê vai chorar? — A garota da pista de boliche que


claramente não gostou que eu estivesse perto de Holden avança.
As crianças se abrem para ela como o Mar Vermelho quando
aproxima. — Não tenho certeza se gosto mais de você com leite na
cabeça ou com a expressão em seu rosto quando descobriu que
seu precioso namorado não a queria mais.

Estou congelada, parada em uma sala cheia de pessoas que


claramente me odeiam. Dou mais uma olhada em Holden
enquanto se senta com seus amigos, sorrindo. Então ele olha para
mim e seu sorriso desaparece. Levantando uma sobrancelha para
mim, é como se estivesse silenciosamente dizendo “eu te avisei”.

Engolindo o nó gigante em minha garganta, pego a única


dignidade que me resta e saio correndo do refeitório. Todo mundo
continua rindo e gritando obscenidades para mim, apenas
silenciando quando meus pés atingem o topo da escada.
Finalmente deixo as lágrimas saírem quando sei que estou
sozinha. Eu me recuso a deixar esses filhos da puta me verem
chorar. Podem derramar leite na minha cabeça e me humilhar,
mas nunca me verão destruída.

Assim que chego ao meu quarto, arranco o uniforme


encharcado de leite dos braços e do peito, soluçando. Sei que
deveria colocar um novo uniforme e voltar para lá de cabeça
erguida, mas na verdade estou destruída. Ficar enrolada na minha
cama o resto do dia soa muito mais atraente.

Abaixo minha saia e meias altas quando minha porta se abre.


Gritando, cubro meu peito nu e me viro para encontrar a porra do
Holden Van entrando.

— Vaza! — Grito.

Seu olhar escuro desliza para cima e para baixo em meu corpo,
parando em meu peito enquanto entra e fecha a porta atrás de si.
Estou frustrada pra caralho agora que não escondo isso dele.
Lágrimas escorrem pelo meu rosto antes de eu deixar minha
cabeça cair.

— Está bem? — Pergunta suavemente.

Isso, contudo, só me irrita. Virando minha cabeça para trás,


dou a ele um olhar de vai para o inferno. — Agora dá a mínima?
Obrigada por deixar seus amigos me humilharem, seu maldito...

Ele avança, me fazendo pular para trás quando agarra minha


garganta, me jogando contra minha cômoda. Agarro seu
antebraço, não preocupada no momento em que deixei cair minhas
mãos do meu peito nu. A escuridão em seus olhos me apavora. Ele
não diz uma palavra à medida que sua mão aperta meu pescoço
com mais força.

— Holden — murmuro seu nome, arranhando seu antebraço.

— Porra, eu disse a você cuidar de si mesma. Não sou a porra


do seu guardião, Everlee.
Lágrimas escorrem pelos lados do meu rosto enquanto meu
lábio inferior treme. Seu olhar cai para minha boca e, por uma
fração de segundo, vejo um humano com simpatia olhando para
fora.

— Agora vista-se e coloque sua bunda de volta lá fora. Se você


se esconder em seu quarto, continuarão vindo até você dia após
dia.

Eu balanço minha cabeça. — Eu n-não posso.

— Pode. — Ele solta minha garganta e dá um passo para trás,


movendo-se para o meu armário. — E pelo amor de Deus, abaixe
um pouco a saia. Todo cara naquele refeitório queria tê-la, porra.

Jogando um uniforme novo na minha cama, ele se vira e me


fixa com seu olhar. Engulo em seco, mantendo meu peito coberto
cruzando os braços. — Estavam todos olhando para mim com
olhos assassinos.

Ele solta uma pequena risada, levantando um lado da boca. —


Os meninos da Reaper não são nada parecidos com os meninos do
vale, querida. Pegamos o que queremos. Somos rudes com nossos
brinquedos. Deixamos nossos animais de estimação quebrados e
machucados, mas sempre implorando por mais.

Dou um passo para trás quando ele avança, elevando-se sobre


mim. Meu olhar voa entre os dele enquanto meu coração troveja.
— Devíamos estar olhando para caras diferentes então —
sussurro.

— Nah, querida, estávamos olhando para um e o mesmo. — Ele


lambe o lábio inferior, deixando o cabelo cair sobre os olhos
escuros novamente. — Sei porque no momento em que entrou
naquela sala, queria carregá-la para o meu quarto antes de
levantar sua saia e fodê-la contra a parede até gritar meu nome.

Uma dor aguda dispara entre minhas pernas enquanto engulo


nada além de secura. — Você é sempre tão ousado?

Ele sorri. — Disse a você – digo o que quero dizer. Sempre. —


Conforme se aproxima, eu me afasto dele e me vejo presa contra a
parede. Coloca as mãos em cada lado da minha cabeça e se inclina
até pressionar o nariz contra o meu. — E agora, vou dizer para
você se vestir antes que eu perca o controle e realmente te foda,
Everlee. Estou duro como uma rocha e não acho que esteja pronta
para o que quero fazer com você.

O medo se espalha pelo meu estômago, mas também é emoção.


Por que não posso me mover? Por que não digo a ele para ir
embora? Deveria empurrá-lo para longe, chamá-lo de pervertido,
mas não posso. É ruim eu querer que ele faça exatamente o que
disse?

Fico com água na boca quando me lembro do seu gosto no


estacionamento da pista de boliche. Tenho pensado em pouca
coisa além daquele beijo, e como me fez sentir tão desejada.

Sem pensar, o beijo. E quando ele não se afasta e abre a boca,


deslizo minha língua e o provo. Gemo em sua boca, deixando cair
meus braços do meu peito enquanto me aproximo dele. A aspereza
da jaqueta de seu uniforme roça meus mamilos sensíveis, fazendo-
me torcer minha mão em sua camisa para puxá-lo para mais perto,
mas antes que possa realmente me divertir, ele agarra minha
garganta e me empurra para trás. Nossos lábios se rompem com
um estalo conforme choramingo, olhando para seus lábios
molhados. Quero mais. Muito mais. Um gosto nunca é suficiente
para saciar meu apetite por Holden Van.

Oh meu Deus, em quem estou me transformando?! Não sou


essa garota. Não faço coisas assim. Ele está me mudando, e não
posso impedir.

— Isso foi muito perigoso, querida — diz em voz baixa e


profunda. — Que parte da minha verdade não entendeu? A menos
que… — sorrindo, se inclina para mais perto de mim — quer que
eu te foda.

Um gemido deixa meus lábios sem aviso, traindo


completamente meus pensamentos. Sou virgem - guardando para
alguém especial - e não estou prestes a dá-lo a Holden Van em
meu dormitório na Reaper Academy. Em vez disso, o empurro e
pego um sutiã limpo da minha cômoda.

— Pareço incapaz de me controlar quando está por perto — digo


a ele, virando quando meu sutiã está no lugar. Seus olhos
permanecem nos meus, me surpreendendo. — Não somos amigos,
Holden, então por que está no meu quarto? Não sou o tipo de
garota que normalmente gosta, certo?

Ele sorri, balançando a cabeça. — Nem perto, mas talvez seja


por isso que me deixa tão duro.

Escarneço. — Realmente não tem um filtro, não é? Acho que


você deveria ir embora... e, por favor, não volte. Como eu disse,
não somos amigos e nunca seremos. Acho melhor se...
— Nunca poderíamos ser amigos, Everlee — diz, me cortando
com aquele sorriso estúpido ainda estampado em seus lábios.

— Não foi exatamente o que acabei de dizer?

— Queremos muito um ao outro para sermos apenas amigos.


Talvez possamos chegar a algum tipo de acordo para sermos
amigos de foda um do outro. Acho que ambos nos beneficiaríamos
com isso, não?

Meu queixo cai quando zombo novamente. — Não está me


ouvindo, Holden? Eu disse…

— Baby, sei o que disse, mas seu corpo diz algo completamente
diferente. — Dá um passo à frente, puxando-me para ele pelos
meus quadris. — Diga-me que não te afeto nem um pouco, e sairei
por aquela porta e fingirei que não existe para mim.

Atingindo onde dói, digo — Você já não fez isso?

Seu olhar voa entre os meus. — É mais seguro para você se


nossos colegas não suspeitarem que estamos nos vendo.

— Não estamos nos vendo. Não estamos fazendo nada, lembra?


— Recuperei minha compostura, engolindo o desejo que me faz
sentir. — Deveria ir, Holden. Por favor.

— Eu irei se prometer que voltará lá de cabeça erguida.

— Você se importa comigo agora? Isso é engraçado, pensei...

— Não ponha palavras em minha boca, Everlee, e não assuma


que sou eu que estou me importando. Quero vê-la queimando
junto com nossos colegas, mas tenho uma maneira diferente de
mostrar isso.
Engulo em seco, olhando para seus olhos perigosamente
escuros. Sua honestidade me tira o fôlego, me aterrorizando
profundamente. Ele quer me ver queimar e não tem medo de
admitir, mas tudo que consigo pensar é: o que diabos fiz com ele?
Por que quer me ver queimar?

Liberando-me, ele sai do meu dormitório sem outra palavra, e


solto um suspiro aliviado. Holden porra Van.

Holden Van

Mudando de posição meu pau grosso na calça do uniforme,


saio do quarto de Everlee com um peso gigante no ombro. Sou um
filho da puta rabugento na maioria dos dias, mas me dê bolas azuis
e uma garota que ainda não posso ter, e sou completamente
assassino.

Ela está certa sobre não sermos amigos, mas vi o olhar em seus
olhos quando sugeri que fôssemos amigos de foda. A virgenzinha
não odiou a ideia, questionando-a naquela sua cabeça. E foda-se!
Viu aqueles peitos? Perfeição. Intocados. Implorando para minha
boca chupar e morder.

Posso estar atrás de Everlee por pura vingança contra seu


namorado idiota, mas me divertirei enquanto estou nisso. Antes
que possa fazer isso, porém, preciso que esses fodidos privilegiados
saibam que ela está fora dos limites.

Abrindo as portas do refeitório, batem ruidosamente contra a


parede, chamando a atenção de todos. É bom ser rei por aqui.
Ninguém fode comigo e ninguém fica no meu caminho. Procuro o
filho da puta que derramou leite na sua cabeça e marcho direto
para ele.

O refeitório está tão quieto que dá para ouvir um rato peidar.


Bom. Quero que todos ouçam o que tenho a dizer. Estou prestes a
estabelecer a lei por aqui - de novo.

Quando me aproximo de sua mesa, todos saltam para fora do


meu caminho e os olhos do garoto se arregalam como pequenos
pires.

— E-ei, Van. Eu, hum, vi que estava...

Não perco tempo andando pela mesa redonda do almoço. Nah,


ando para cima e sobre ele, sentando na ponta do seu lado antes
de pegar sua estúpida gravata da escola. As veias em meus braços
e mãos estalam quando o puxo para mim.

— Chandler, não é? — Pergunto, sorrindo diabolicamente para


ele.

Ele engole visivelmente embaixo de mim, lentamente


balançando a cabeça. — S-sim. Achei que não soubesse quem...

— Não sei, mas agora temos um problema, não é?

Olhando ao redor, ele olha para seus amigos em confusão.

— Everlee. Vera. — Aperto sua testa com a mão livre,


pronunciando o seu nome para que não se esqueça.
— Ah, merda, cara. Não quis dizer nada com isso. Estávamos
apenas…

— Pedi uma desculpa? — Eu o interrompi, puxando-o para


mais perto de mim. — Ela não existe mais para você; me entende?
Passa por você no corredor - olha para o outro lado. Ela se senta
ao seu lado na aula - muda de lugar, porra.

Uma mão macia toca meu antebraço, fazendo-me desviar o


olhar do pau trêmulo embaixo de mim.

É Lauren. Foda-se.

— Por que está fazendo uma cena para ela, baby? — Lauren
pergunta, para que só eu possa ouvir.

A sua voz é como pregos na porra de um quadro-negro. — Por


que isso importa para você, Lauren?

Ela dá de ombros, puxando minha mão da gravata do garoto


antes de endireitá-la para ele. — Só estou me perguntando por que
meu namorado está fazendo uma cena por causa de outra garota.
Uma garota que é um lixo. Uma garota que não é bem-vinda aqui.

— Namorado? Baby, não tem esse pau desde maio. — Logo


antes de eu largar a sua bunda. Ela colocou um título na nossa
foda, mas foi apenas isso para mim. É divertida na cama, mas uma
puta privilegiada fora disso.

— Oh, eu sei. E também ouvi falar de todas as bocetas em que


esteve desde então. Ela torce os lábios em desgosto conforme
agarra meu queixo e me força a olhar para ela. — Everlee Vera
pode estar fora dos limites para todos os outros, mas ela é um jogo
justo para mim — ela sussurra.
Cerro os dentes, odiando como essa boceta tem algum tipo de
poder sobre mim. Ela é literalmente a minha versão feminina aqui
na Reaper Academy. Vil até o âmago - assim como eu. Se não fosse
pelo fato de ela ter um segredo sobre mim, as coisas seriam
diferentes agora.

— Jogue bem, Lauren. Não queremos a polícia envolvida de


novo, não é? — Pergunto, sabendo muito bem que ela saberá do
que estou falando.

Ela sorri. — Diga à sua nova fangirl para ter cuidado. —


Soltando meu queixo, pisca. — Todo mundo sabe que seu pau me
pertence, Van. Nossa união é inevitável.
11

Everlee Vera

— É horrível pra caralho aqui, Sash. Pensei seriamente em fugir


esta manhã. — Soltando um suspiro, me jogo na minha cama e
olho para os intrincados ladrilhos do teto.

Claro, os ladrilhos do teto são até luxuosos. Um desses


quadrados provavelmente custa mais do que o aluguel mensal que
mamãe paga em nossa casinha.

— O que se passou baby? — Sash pergunta ao telefone. —


Precisa que eu vá resgatá-la?

Gemo, desejando que isso fosse possível. — Eu adoraria, mas


prometi à minha mãe que tentaria aqui. Só… Um garoto derramou
seu leite com chocolate em cima da minha cabeça esta manhã. Ele
me humilhou na frente de toda a escola, Sash!

Ela inspira profundamente. — O quê?! E se safou disso? Onde


diabos estava Holden quando isso aconteceu?

Por que diabos está perguntando sobre ele? — Sash, não


importa o quanto deseje, Holden e eu não somos uma coisa – nem
nunca seremos. Na verdade, ele se sentou e observou tudo
acontecer.

O silêncio me cumprimenta. — Sash?


— Desculpe, estou mentalmente matando o bastardo na minha
cabeça.

Eu rio. — Sinto sua falta. Não há chance de querer se transferir


para cá pelo resto do ano, há?

Ela berra no telefone. — Que inferno do caralho, não! É


assustador o suficiente olhar para o alto da montanha e ver a
Academy. Não há nenhuma maneira no inferno que eu vá lá.

— Pensei em tentar.

Mudando de assunto, ela me conta sobre o drama que está


acontecendo no vale e como Kimmy e Jett são repugnantemente
públicos agora que fui embora. Desliguei quando ela disse o nome
de Jett - ou talvez tenha sido quando ouvi uma comoção vindo do
quarto de Holden. Sentando-me, seguro o telefone longe do ouvido
e o pressiono contra a parede.

Tem alguma coisa acontecendo lá dentro, tudo bem, mas não


sei dizer o que é. Ele está reorganizando os móveis? Ou talvez
esteja tendo um aneurisma cerebral com todos aqueles grunhidos
acontecendo.

— Ei, Sash? Posso ligar de volta em um minuto? — Quando


concorda, desligo e deixo na minha cama.

Estou sendo totalmente intrometida, mas não posso evitar


quando se trata desse idiota. Mesmo que tenha colocado limites
entre nós, ainda me sinto atraída por ele. E sem pensar
completamente nas coisas, deslizo para o corredor silencioso e me
esgueiro até a sua porta.
Bater parece ter deixado minha mente quando agarro a
maçaneta e abro a porta, mas não estou pronta para o que vejo
por dentro.

Holden está lá com a camisa do uniforme aberta, a gravata


pendurada nas costas e uma garota de joelhos puxando sua calça.

Meu peito de repente aperta enquanto a lava se espalha em


meu estômago, subindo até meu pescoço. É como se minha mente
vacilasse entre descrença, mágoa e raiva ao mesmo tempo. Olho
entre os dois, juntando as peças, mas não quero mais ver isso.

Recuando lentamente, tropeço em meus pés e acabo batendo a


porta quando me pego. Não posso respirar. Lágrimas enchem meu
olhar enquanto caminho pelo corredor, tentando colocar um pé na
frente do outro. O corredor gira, e tenho que estender a mão para
a parede para me firmar.

Não tenho certeza se é o fato de ter visto Holden prestes a


conseguir a cabeça de uma garota aleatória depois de como me fez
sentir mais cedo ou se ainda estou sentindo os resquícios da
traição de Jett. Por que não consigo encontrar um cara que não
seja um traidor? Quem estou enganando? Esses garotos ricos e
privilegiados sempre pegarão o que quiserem porque é isso que
eles sabem.

Quase desço as escadas, mas me agarro no corrimão e


finalmente chego ao fundo.

— Everlee!

Ignorando meu nome da boca de Holden, corro para a porta da


frente. O ar frio e úmido me dá um tapa no rosto enquanto respiro
fundo e passo sob a chuva. Não me importo se estou ficando
encharcada. É uma sensação boa contra a minha pele aquecida.

Ele ainda está gritando meu nome da porta da frente, mas


continuo correndo. Não paro até que o dormitório esteja bem atrás
de mim e as arquibancadas de futebol apareçam. Mergulhando sob
elas, me protejo da chuva e finalmente deixo minhas emoções me
atingirem. Choro, soluçando em minhas mãos conforme cubro
meu rosto. Hoje foi seriamente o pior dia de todos, e sinto muita
falta do meu pequeno quarto com mamãe.

Eu me arrependo de ter atacado Kimmy e esbofeteado Jett. Vê-


los juntos na frente dos meus olhos seria melhor do que ficar presa
aqui no inferno. Quero ir para casa. Quero voltar a ser invisível. A
liberdade está tão perto. Seis meses. Isso é tudo que preciso passar
antes da formatura para que eu possa dar o fora daqui.

— Você está sempre no lugar errado na hora errada, não é?

Fungando, me viro e encontro uma morena alta e magra com


olhos verdes notavelmente brilhantes caminhando em minha
direção.

— Con-conheço você? — Pergunto antes de respirar fundo.

— Não exatamente, mas eu sei quem é, Everlee Vera. — Ela me


circula como um abutre, me fazendo girar para segui-la. — O que
Jett Hastings viu em você? É uma desculpa fraca e patética para
uma mulher. Não consegue nem se defender. Se eu estivesse no
seu lugar, teria manchado o rosto de Kimmy naquele tapete de
boliche.
Engulo em seco, observando-a atentamente enquanto continua
a circular ao meu redor. — Quem é você?

Ela sorri, parando seus movimentos para me olhar diretamente


nos olhos. — Sou Lauren Fairfax. Diria que é um prazer conhecê-
la, mas sejamos honestas... não é.

Eu me esgueiro para dentro de mim, olhando para qualquer


lugar, menos para ela. Uma Fairfax. Claro, ela tem que ser de uma
das famílias mais ricas do país, mas o que quer comigo?

— Não sei por que está vindo para mim assim, Lauren, mas
eu...

— Duas palavras: Holden Van.

A pedra está de volta no meu peito, fazendo-o apertar. — E o


que tem ele?

— Oh, não se faça de tímida comigo, querida. Vi vocês dois


juntos. Você é o seu novo brinquedo favorito. Normalmente, não
interfiro com quem ele joga, mas com você é diferente.

— P-por que?

Sinceramente, não me importo com o que ela pensa de mim,


mas estou genuinamente curioso para saber porque está sendo tão
vadia comigo.

— Porque é um lixo – do fundo do barril. Não posso deixar que


Holden se meta com alguém como você. É ruim para a minha
reputação. E será ruim para o nosso casamento.

O calor está de volta em meu peito enquanto ouço suas


palavras. Talvez meu sentimento de traição não tenha nada a ver
com Jett, afinal. Talvez realmente tenha um ciúme ridículo de
qualquer garota que diga o nome de Holden, mas isso é um
absurdo! Não quero nada com ele.

— Um conselho, cadela, fique na sua pista. E fique bem longe


de Holden.

Engolindo em seco, reúno coragem que não achava que tinha e


digo: — Você me colocou nesta pista. Estava perfeitamente bem
ignorando todos aqui. Disse a Holden hoje que ele e eu não somos
amigos - para me deixar em paz. Então talvez devesse dizer a ele
para ficar na sua pista.

Ela não diz nada quando espero que diga. Em vez disso, sorri
maliciosamente e lentamente acena com a cabeça. Estou
esperando por suas próximas palavras pungentes, mas não é isso
que recebo.

Crunch!

Eu tropeço para trás, vendo estrelas enquanto uma dor aguda


reverbera na porra da minha bochecha! Ela me deu um soco!

— Não jogamos aqui no Reaper, vadia. Diz merda estúpida, leva


um soco. — Agarra a parte de trás do meu cabelo e puxa minha
cabeça para trás. — Não tinha que ser assim entre nós, Everlee.
Em um universo alternativo distorcido, provavelmente teríamos
sido amigas.

— Nunca poderia ser sua amiga; universo alternativo distorcido


ou não — digo.

Rindo, ela me solta e se afasta, enxugando as mãos na frente


do paletó do uniforme. — Estou avisando, Everlee. Quer ficar em
paz aqui? Fique nas sombras.
Ela desaparece tão rápido quanto apareceu, quase me dando
uma chicotada. Não faz nem vinte e quatro horas desde que
cheguei, e está prestes a ser um dos piores dias que experimentei
em muito tempo.

Relâmpagos piscam no céu antes que um trovão estrondoso me


faça pular. Preciso entrar antes que realmente comece a chover. E
espero que Holden tenha ido para o quarto para que possa entrar
sem ser detectada.

Quando estou prestes a sair, porém, a chuva cai mais forte.


Gemendo, olho para fora e vejo o quanto tenho que correr para
voltar ao prédio principal. Ótimo pra caralho. Não tem como eu
voltar lá sem ficar completamente encharcada.

A dor na minha bochecha por causa do soco de Lauren lateja,


lembrando-me que, eventualmente, tenho que enfrentar meus dois
inimigos pela manhã. Mais uma vez, nem mesmo aqui há vinte e
quatro horas, e fiz dois inimigos que por acaso dirigem esta escola.
Não haverá um único momento de indulto para mim.

Correndo o mais rápido que posso, faço um tiro direto para o


prédio principal. Quando chego ao topo da escada e encontro
cobertura sob a varanda de pedra acima, percebo que estou
encharcada até os ossos. Minhas roupas grudam
desconfortavelmente no meu corpo, quase me sufocando. Preciso
sair delas, mas estou com medo de entrar e enfrentar a única
pessoa que estou tentando evitar agora: Holden Van.

Antes que possa tomar uma decisão executiva, a porta da frente


se abre e uma mão áspera agarra meu braço e me puxa para
dentro. Grito, sentindo a dor subindo pelo meu braço. Quando
olho para cima, vejo Holden com uma carranca de raiva no rosto.

— Que diabos, Everlee? Está chovendo pra caralho lá fora.

Eu o empurro para longe de mim. — Por que se importa? Talvez


eu precisasse me acalmar.

Ele franze os lábios e solta uma risada ofegante. — Acho que


gosto do seu ciúme. É sexy.

Gemendo, o empurro novamente. — Você é impossível, Holden.


Saia de perto de mim. — Eu me movo em torno dele, mas não me
deixa ir mais do que trinta centímetros antes de esmagar minhas
costas contra seu peito.

Odeio como meu corpo reage, implorando silenciosamente para


que acabe com essa tortura e me toque onde quiser. Meu peito arfa
quando aperto minhas coxas, mas mordo o interior da minha
bochecha quando se inclina e roça seus lábios contra meu
pescoço.

— Eu te odeio — sibilo.

— Não odeia.

Zombando, tento me afastar novamente, mas ele me segura


firme. — Não me diga o que sinto, Holden — o repreendo.

— Não fiz nada para me odiar, querida — murmura.

Meu corpo porém, me trai mais uma vez quando sua respiração
varre meu pescoço, enviando arrepios por todos os meus braços.

— Como pode dizer aquilo? Eu sei o que vi quando...


— O quê? Quando invadiu meu quarto privado sem avisar? Pelo
que sabe, ela estava com o cabelo preso no meu zíper e...

Escarneço, cortando-o em troca. — Realmente original, Holden.


Como o cabelo dela estava preso no seu zíper em primeiro lugar?
Colocar a cabeça em um lugar público e quase ser pego?

Ele geme, puxando meus braços para trás com mais força até
que eu esteja tão apertada contra seu peito que quase posso
distinguir cada músculo e plano.

— Como se soubesse alguma coisa sobre dar boquete —


sussurra. — Já me disseram que sou um excelente professor,
sabe... se quiser uma aula grátis.

Eu me empurro em seu abraço, mas não consigo fugir. — Não


tiraria nada de você se estivesse morrendo, e fosse a única pessoa
que restou para me salvar.

Ele nos leva para frente enquanto luto todo o caminho. — Isso
é meio rude, querida.

Gemo. — Pare de me chamar de querida! Não sou nada sua.

Meu pescoço estala quando ele me vira tão rápido que quase
perco o equilíbrio. Envolve um braço em volta da minha cintura e
me puxa para seu peito novamente, me prendendo contra a parede
de mogno escuro no foyer. Engulo em seco, encarando seu olhar
escuro e ameaçador.

— Podemos mudar isso, Everlee. Sabe o que quero. Tenho sido


muito transparente com você. — Inclinando-se para frente,
captura a carne sensível abaixo da minha orelha em seus dentes.
Eu gemo, cedendo em seu abraço enquanto me segura. Meus
olhos reviram quando ele suga meu pescoço ainda mais em sua
boca. O latejar está de volta entre as minhas pernas, e tenho uma
vontade repentina de envolver minhas pernas ao seu redor e moer
meus quadris para friccioná-lo.

— Não tem sido nada além de um idiota para mim. Já disse que
não quero nada com você. Sou virgem. Honestamente acha que
quero ser sua amiga de foda, ou de qualquer outra pessoa?

Ele geme contra o meu pescoço, me fazendo gemer novamente.


Maldito seja ele e como me faz sentir. Estou tão frustrada comigo
mesma agora, mas não posso pedir para parar. Há uma poderosa
tempestade se formando na boca do meu estômago, e tenho a
sensação de que é o único que sabe como domá-la.

— Sr. Van e Srta. Vera, separem de uma vez!

Com um sorriso, Holden se afasta de mim com as mãos para


cima em sinal de rendição. Endireito minhas roupas encharcadas
enquanto o calor enche minhas bochechas quando olho para a
Sra. Grim, nossa professora de história. Está nos repreendendo
mais com os olhos do que qualquer outra coisa, balançando a
cabeça no andar de cima.

— Voltem para seus quartos imediatamente - seus próprios


quartos — acrescenta.

— Sim, senhora — murmuro, passando por ela e subindo as


escadas o mais rápido que posso.

Posso ouvir os passos de Holden atrás de mim, mas me recuso


a olhar para ele.
— Sempre com a calcinha enrolada — diz Holden, estalando a
língua.

— Sr. Van! — Grita. — Quarto, agora! Ou te darei detenção


novamente.

Ele bufa, mas não diz mais nada. Subo as escadas antes de
correr para o meu quarto, esperando entrar antes que Holden sub,
mas estou muito atrasada. Como sempre.

Girando minha maçaneta, ele coloca sua mão na minha e me


para.

— Holden, por favor — imploro.

— O que você viu antes não era o que pensava — sussurra.

Congelo, quase querendo que explique mais, mas finalmente


volto aos meus sentidos. — Não é da minha conta o que faz, Van.
Não somos amigos. Não somos nada. Não precisa me explicar
nada.

— Não me chame assim — diz suavemente, roçando o nariz no


meu pescoço. — Gosto quando me chama de Holden. É sexy e
provocante vindo de seus lábios.

Tremendo, fecho meus olhos e silenciosamente desejo que ele


vá embora. — Holden, precisa me deixar ir. Ambos teremos
problemas.

— Está chovendo.

Ainda posso ouvir os trovões ao longe e a chuva batendo no


telhado. — Você é muito observador — sussurro.

— Tenho medo de tempestades. Vai me aconchegar?


Rindo, me viro em seus braços e o olho bem nos olhos. — O
que aconteceu com a garota de joelhos? Talvez ela possa
aconchegá-lo e mantê-lo aquecido.

Ele geme e bate o punho contra a minha porta. — Não vai


acreditar em mim, vai?

— Sem chance — respondo.

Eu conheço o seu tipo. Caras como ele não passam de


jogadores, transando com todas as mulheres dispostas porque
estão entediados, ou talvez porque sejam putas. De qualquer
maneira, não serei mais uma garota que ele comerá em seu
caminho para a autodestruição. Não me guardei por tanto tempo
para perdê-la para um cara como Holden Van, não importa o
quanto meu corpo o queira.

— E se eu dissesse que Macy é lésbica - atualmente fazendo


scissing5 com minha irmã - e estava simplesmente me ajudando
com minhas calças, ainda não acreditaria em mim?

Ele realmente não deixará isso passar, não é? —


Independentemente de suas preferências sexuais, ela estava de
joelhos e você seminu. Faça as contas, Holden.

Finalmente abro minha porta e entro, bloqueando-o quando


tenta me seguir.

— Boa noite, Holden.

5
-Termo de origem grega Tribadismo é uma forma de praticar o ato sexual lésbico, ou seja, o ato de roçar
ou esfregar a genitália na genitália da parceira ou outra parte do corpo.
Dando tapinhas em sua testa, lentamente volto para o meu
quarto e forço minha porta a fechar quando ele tenta entrar
novamente. A porta fecha, e ouço sua cabeça bater contra ela.

— Vai me matar, Everlee Vera.

Não posso parar o sorriso em meus lábios enquanto tranco a


minha porta e começo a tirar minhas roupas encharcadas.

— Se você ficar nua agora, me mato — Holden murmura do


outro lado da porta.

Uma risada brota do meu peito enquanto me aproximo e agarro


a maçaneta, parando.

— Você mesmo disse – eu serei sua morte. Vá para a cama,


Holden.

Depois de alguns momentos de silêncio, finalmente ouço sua


porta fechar e sons murmurados vindo da parede. Vejo meu
telefone na cama e esqueci que deveria ligar de volta para Sasha.
Ela me deixou vários textos e ligou várias vezes. Oops.

SASHA: Você deveria me ligar de volta! O que diabos aconteceu?

Olhando para a parede que me separa do diabo, rio e envio uma


mensagem de volta.

EVERLEE: Holden Van aconteceu. Eu te ligo de volta amanhã. Xo

Se alguém for a morte de alguém, será ele me matando.


12

Holden Van

Estou amarrando minhas chuteiras à margem do campo de


treinamento quando vejo Macy se aproximar. Ela me colocou em
apuros ontem à noite, mas realmente foi um daqueles momentos
“não é o que parece”, mas como eu, sendo o puto da escola,
convenço Everlee de que estava dizendo a verdade?

— Ei matador, te coloquei em problemas com a amiga? —


Pergunta, sentando-se no banco ao lado do meu pé.

Olhando para ela, dou de ombros. — Neste ponto, se não estou


irritando minhas amigas, sinto que estou fazendo algo errado.

Ela ri. — Amém a isso. Sua irmã ainda está chateada comigo.

— Não quero soar como um idiota, mas isso é sobre mim agora,
não você e minha irmã.

Suas sobrancelhas disparam até a linha do cabelo. — Para


alguém que está tentando não soar como um idiota, realmente soa
muito como um idiota.

Rindo, balanço minha cabeça. — Sim, suponho que esteja


certa. Idiota é meu nome do meio.

— Pensei que Charlie fosse seu nome do meio. — Ela sorri.

— Espertinha — digo baixinho.


— Sério, o que há com você e a garota nova, afinal? Lauren está
mastigando um pouco sobre ela. Viu o rosto dela esta manhã?

Eu a fixo com meu olhar, de pé. — O que há de errado com o


rosto dela? — Pergunto, imaginando do que diabos está falando.
Quando levei Everlee de volta para seu quarto ontem à noite, não
vi nada de errado com seu rosto, mas para ser honesto, realmente
não prestei atenção em seu rosto.

Ela dá de ombros. — Tudo o que ouvi esta manhã foi que


Lauren a encurralou ontem à noite e se apresentou à nova garota...
com o punho.

A raiva sobe pelo meu pescoço, pulsando em minhas veias.


Lauren pode ser tão importante nesta escola quanto eu, mas está
começando a me irritar. Terei que falar com ela mais tarde sobre
deixar Everlee em paz, sem a vadia ameaçar revelar meu segredo.
Odeio que ela tenha algo sobre mim. Talvez se eu encontrar algo
sujo nela, terei vantagem novamente.

— Isso claramente te chateou. Então, há algo entre você e a


novata, hein? — Macy estala a língua. — Espero que ela saiba no
que está se metendo.

— Não há nada, Macy. A única coisa que quero da garota


novata é um pau molhado. — O que não é mentira de todo. Quero
foder Everlee, mas apenas quando ela me implorar por isso. Não
vou levá-la até então. E para ser honesto, ainda estou ansioso para
ver a porra da cara do Hastings quando descobrir que eu comi a
sua namorada.

— Você é incorrigível, Van. Quando encontrará uma garota


legal e se estabelecerá?
Eu bufo. — Soa como minha mãe morta.

Dando de ombros, ela se vira e olha para mim. — Com toda a


seriedade, é melhor que isso, cara. Esquece que eu te conheço há
anos. E você também esquece que vi o verdadeiro Holden Van. Ele
é um cara muito legal.

Rangendo meus dentes de trás, a fixo com meu olhar duro. —


Não diga essa merda muito alto, Macy. Tenho uma reputação a
defender.

Ela ri. — Está bem, idiota, não se preocupe. — De pé, se vira


para mim novamente e espera até que eu olhe para ela. — Quer
que eu fale com a novata? Deixá-la saber que só tenho tesão por
sua irmã?

Eu balanço minha cabeça. — Nah, acho que posso fazer isso


sozinho. Embora tenha dito a ela que você e minha irmã estão
scissoring, mas acho que não acreditou em mim.

— Scissoring — diz com uma risada. — Bela imagem. Obrigada,


idiota. Virando-se, sai do campo de treino com o dedo médio
erguido. — Por falar nisso! Sua irmã estará em casa neste fim de
semana. Daremos um grande jantar para ela no sábado à noite -
esteja lá, Holden!

Cada músculo tensiona quando cerro os dentes novamente. O


último lugar que quero ir é para casa. Eu me pergunto como a
porra da cara estúpida do meu pai está se curando. Na verdade,
não me importo. Se fosse do meu jeito, daria um soco de novo, mas
pela minha irmã... vou ceder e aparecer.
E por Macy… Para uma garota, Macy é a merda. Começou como
a melhor amiga da minha irmã, mas acabou se tornando algo
romântico. Macy cresceu na rua da casa do meu pai. Todos
crescemos juntos e sempre gostei dela. Provavelmente porque ela
sempre foi uma moleca - nunca deu em cima de mim.

— Van! Tire esse bastão privilegiado da sua bunda e entre em


campo!! — O treinador grita da linha de cinquenta jardas.

Revirando os olhos, corro para o campo e começo a treinar, mas


tudo que consigo pensar é no rosto perfeito de Everlee que o punho
ciumento de Lauren danificou.

Depois do treino, fico embaixo do chuveiro fumegante e deixo a


água bater nas minhas costas. A maior parte do time já tomou
banho e saiu, me deixando ficar com o vestiário só para mim. É
assim que fica depois da maioria dos treinos. Preciso de mais
tempo para baixar minha adrenalina, caso contrário luto contra
qualquer um que olhe em minha direção. Fui forçado a frequentar
o controle da raiva durante o verão, mas essa merda era retardada.
Só fui a uma sessão antes de dizer “foda-se essa merda” e sair; não
voltei desde então.

Pensando na beleza loira, soco a parede em frustração. Ela está


realmente me irritando. Normalmente, já teria desistido de
persegui-la. Assim que sou recusado, vou para a próxima, mas
com Everlee é diferente pra caralho, e odeio isso. Não quero que
ela veja que me importo, mas porra, me importo. Eu me importo
que nossos colegas a estejam machucando. Importo-me que esteja
tendo dificuldades para se encaixar aqui. Porra, até me importo
com os seus malditos sentimentos. Nunca a deixarei ver o quanto
me importo, no entanto. Protegê-la do lado de fora quando não está
olhando é a única coisa com a qual me sinto confortável. O único
filho da puta que pode machucá-la sou eu.

Meus olhos se arregalam quando ouço a porta do vestiário abrir


e fechar um momento depois. Os caras sabem que esta é a porra
do meu tempo sozinho - ninguém entra até que eu saia.

— Quem diabos é esse? — Grito quando minha voz ecoa pelas


paredes.

Não há resposta. Talvez alguém tenha tentado entrar, mas


ouviu que eu ainda estava aqui e recuou. Filho da puta inteligente.

No entanto, quando duas mãos macias deslizam pelas minhas


costas, me viro e olho nos olhos de Lauren. Ela sorri para mim
antes de se abaixar e segurar meu pau. Não há absolutamente
nada acontecendo lá embaixo para ela. Não sinto um único choque
de eletricidade - não tenho nenhum desejo por essa vadia.

— Que porra você quer? — Vocifero.

Fazendo beicinho, envolve a mão em volta do meu pau e


acaricia. — Eu queria te lembrar como é estar comigo.

Agarro seu pulso com força e solto seu aperto do meu pau. —
Não preciso de um lembrete quando ainda tenho pesadelos com
isso.
Sua zombaria ecoa pelo vestiário enquanto desligo o chuveiro e
me afasto dela. — Está sendo um verdadeiro idiota ultimamente,
Van!

Virando-me rapidamente, agarro sua garganta e a jogo contra


os armários. Seu olhar anteriormente confiante se transforma em
medo enquanto seus olhos voam entre os meus. Bom, quero que
ela me tema. Pode ter um segredo sobre mim, mas agora, não me
importo.

— Ainda não viu nada, vadia. — Aproximo, pressionando meu


nariz em sua bochecha para que possa me ouvir alto e claro. — A
próxima vez que eu ver ou ouvir sobre você chegando a menos de
um metro e meio de Everlee, vou destrui-la.

Seus lábios se contorcem em um sorriso perverso. — Então,


está disposto a revelar seu segredo sobre aquela boceta?

— Sim — sibilo, querendo que ela saiba que pode me ameaçar


o quanto quiser, mas ainda ganharei.

— O que há com ela? Não pode ter uma boceta tão boa.

Apertando sua garganta com mais força, me inclino para trás e


a encaro diretamente em seus olhos escuros e perversos. — Não é
da sua conta o que estou fazendo com ela. Afaste-se, Lauren.

Um brilho pisca através de seu olhar, fazendo meu coração


trovejar. Conheço essa porra de olhar. Ela está prestes a conseguir
algo que deseja em troca de deixar Everlee sozinha. Deveria saber.

— Afasto-me se você me foder, Van. Bem aqui. Agora mesmo.


— Ela arfa, tentando se esfregar contra mim.
— Chantageando-me com duas coisas agora? — Eu a solto e
dou um passo para trás. — Não te foderia nem que fosse a última
pessoa no planeta, Lauren. Você me enoja, porra.

— Lute o quanto quiser, Van, mas ambos sabemos o que


acontece depois da formatura!

Puxo minha cueca, mantendo minhas costas para ela. Se eu


olhar para ela por mais tempo, não serei capaz de me controlar
para não machucá-la fisicamente. Normalmente não sou um
espancador de mulheres, mas essa cadela me deixa louco pra
caralho! Talvez contrate Macy para dar uma surra nela – manter
minhas mãos limpas.

— Não me lembre — digo a ela.

É o segredo que me torna o filho da puta mais miserável do


mundo. Um acordo feito entre o seu pai e o meu. Quando nos
formarmos, devo me casar com a vadia. Pensar em ficar com
Lauren pelo resto da minha vida me dá vontade de me matar. Não
sou suicida, mas nesse ritmo, é minha única saída. É o segredo
que mantenho escondido e também a forço a guardar. É ruim o
suficiente ser forçado a um casamento arranjado, mas é
totalmente diferente quando é com ela.

— Seis meses, Van. Tire toda a porra do seu sistema, porque


uma vez que dissermos nossos votos, é você e eu até que a morte
nos separe.

Estremeço, engolindo a bile subindo na minha garganta.


Olhando para o meu pau em minha cueca, peço desculpas
silenciosamente a ele. O pobre coitado nunca mais ficará duro.
Quando não respondo a ela de forma alguma, ela sai do
vestiário. Soco meu armário e coloco um amassado gigante nele
enquanto a raiva me percorre. A porra da boceta arruinou meu dia,
mas conforme fico cada vez mais irritado, tudo em que consigo
pensar é em Everlee novamente.

Ainda não consigo descobrir, mas ela será minha saída. Everlee
Vera me livrará do meu casamento arranjado de uma forma ou de
outra. Se não, mudarei meu nome e me mudarei para um lugar
onde ninguém nunca mais me encontrará.

Quando saio do vestiário, meu telefone vibra e vejo que é minha


irmã.

TIFFANY: Macy me contou sobre sua amiguinha. Traga-a para jantar

no sábado. Estou falando sério, Van. Traga-a. Vejo você em dois dias,

irmãozinho. Eu te amo.

Resmungando, xingo Macy mentalmente e envio uma


mensagem de volta para Tiffany. Ela realmente disse a minha irmã
sobre Everlee? Que porra é essa?

VAN: Sem promessas. Também te amo.

Enfiando meu telefone de volta no bolso, vou para os


dormitórios. O último lugar onde quero estar neste fim de semana
é em casa, mas irei por Tiff, não por ele. Ele estará lá, obviamente,
mas isso não significa que tenha que falar com ele. Não seria a
primeira vez que teríamos um jantar comigo dando-lhe o
tratamento do silêncio. Meio que se tornou a história da minha
vida. Seria de esperar que o meu pai percebesse que eu o odeio.
Quando me aproximo dos degraus de pedra dos dormitórios,
congelo ao encontrar Everlee sentada ali com um livro nas mãos.
Está enrolada em si mesma, claramente tentando deixar todos que
passam saberem que ela quer ficar sozinha. Sobre o meu cadáver.

— O que está lendo? — Pergunto, sentando ao seu lado para


mantê-la presa entre mim e a parede de tijolos.

Resmungando, ela olha na minha direção. — Não estou com


disposição para suas merdas hoje, Van.

— Disse para você não me chamar assim — digo a ela. Então


pego o seu livro e o fecho, colocando-o debaixo do braço. — Mostre-
me.

Suas sobrancelhas se juntam, mas não me olha. Tudo bem,


podemos fazer isso da maneira mais difícil. Agarro sua mandíbula
e a forço a olhar para mim, inspirando quando vejo a contusão
roxa e azul em sua bochecha esquerda. A raiva aperta meu peito
novamente quando vejo o que Lauren fez.

— Não — diz, puxando o rosto do meu aperto para se esconder


novamente.

Ela, porém, não pode se esconder de mim. Agarrando seu


queixo novamente, gentilmente a viro para mim desta vez. — Acho
que isso a faz parecer meio durona. — Estou mentindo totalmente,
mas tentando fazê-la sorrir.

Funciona.

Seus lábios se curvam de um lado, mas ela afunda em si


mesma novamente. — Ela me deu um soco.

— Quem? — Sei a resposta, mas quero que ela me diga.


Seu olhar voa entre os meus, e posso ver que está pensando
seriamente em me contar ou não. Porra, diga-me, Everlee.

— Lauren Fairfax — sussurra.

Encaro seus olhos azul-marinho, me perguntando o quão


durona essa garota pode ser. Posso ajudá-la a sair dessa concha
tímida atrás da qual se esconde?

— Ela é uma valentona — digo-lhe suavemente. — Não deixe


aquela cadela machucá-la novamente, Everlee. Você é muito
melhor do que ela jamais será.

Um lampejo de algo desconhecido preenche seu olhar enquanto


estuda o meu. Ela lambe os lábios, e não posso deixar de olhar
para eles. Porra, quero prová-la novamente, inalar seus malditos
gemidos conforme se esfrega contra mim. Não é nenhuma surpresa
que meu pau se sinta da mesma maneira, contraindo-se para a
vida em minhas calças.

— Vai ao meu jogo amanhã à noite, certo? — Pergunto a ela,


mudando de assunto antes de puxá-la para o meu colo bem aqui
nos degraus da frente. Teríamos uma audiência, mas isso não me
impediria de colocar esta pequena saia em volta dos seus quadris
à medida que me cavalga. E essas suas meias de cano? Pooorra.

— Provavelmente não. Vocês jogarão com Cork. Prefiro não ver


Jett e...

— Foda-se, você vem. Pode ficar à margem comigo.

Ela bufa. — Porque isso vai torná-lo muito melhor. Jett


enlouquecerá se nos vir juntos. Afastando-se de mim, rouba o livro
debaixo do meu braço. — E me recuso a ser um peão neste jogo
doentio que está jogando com ele. Encontre outra pessoa para usar
contra ele.

Porra, por que fui tão honesto com ela? Posso dizer o que penso,
mas preciso seriamente começar a usar algum tipo de filtro. Nesse
ritmo, acho que ganharei a sua confiança - não que eu mereça
isso. Sou um pervertido, ainda querendo apenas afundar meu pau
em sua boceta virgem para me vingar de seu namorado, mas...
também há algo mais agora. Sinto algo enrolando em volta do meu
estômago, quase batendo, quando está perto de mim. Mesmo
agora, quero beijá-la e torná-la minha.

Eu me atiro dos degraus, colocando distância entre nós. Ela


não é minha. Nunca será minha. Não do jeito que ela merece ser
de alguém de qualquer maneira. Só vou usá-la, machucá-la e
depois jogá-la fora. Então, por que dói no meu peito quando penso
em fazer essas coisas?

— Independentemente de eu estar ou não a usando para me


vingar de Hastings, pode me usar em troca para se vingar dele. Ele
te traiu, Everlee. Não pode me dizer que não quer algum tipo de
vingança.

Sim, isso soa bem. Se eu deixar que ela me use de volta, talvez
possamos encontrar algum tipo de terreno comum. E se
rastejarmos para a cama um do outro no processo, melhor ainda.
Deus, sou um pedaço de merda.

— O que diz, querida?

Ela mordisca aquele seu lábio inferior carnudo e sexy, olhando


para mim enquanto as rodas giram em sua cabeça. — Acho que
posso aparecer um pouco, mas tem que manter suas mãos para si
mesmo.

Sorrindo como o Gato de Cheshire, balanço minha cabeça. —


Qual é o ponto, então? Hastings precisa ver minhas mãos em você
para que isso funcione. Pode definir limites, no entanto. Quando
beijá-la amanhã à noite sob as luzes, manterei minhas mãos longe
da sua bunda.

A cor desaparece de seu rosto, mas sei que está pensando em


minhas mãos em sua bunda e no quanto gosta da ideia. Ela pode
tentar convencer a nós dois que não me quer, mas ambos sabemos
que faço seu maldito coração bater forte e sua boceta palpitar.
Porra, mal posso esperar para sentir o aperto de sua boceta me
apertando ao mesmo tempo que empurro em sua umidade. Acho
que nunca conseguirei esquecê-lo.

— Tornarei isso ainda mais fácil, também não pode me beijar


— sussurra.

Dou um passo à frente, fazendo-a recuar dois passos até suas


costas baterem na parede de tijolos. — Não me ouviu, querida?
Tenho que tocar em você para deixá-lo com ciúmes
descontroladamente.

Estendendo a mão, coloco uma mecha de cabelo atrás de sua


orelha antes de arrastar meus dedos ao longo de sua mandíbula.
Inclino sua cabeça para trás e escovo meu polegar em seu lábio
inferior. Sua boca se abre sem lutar, sua respiração pesada e
excitada varrendo minha mão.
— Admita, gosta da minha boca tanto quanto eu gosto da sua.
— Eu me inclino e beijo o canto de seus lábios, ouvindo sua
respiração trêmula. — Vou deixá-la com uma decisão a tomar.

Lambendo seu lábio inferior, passo minha língua por seu rosto
enquanto aperto seu maxilar com mais força. Estremece debaixo
de mim, respirando pesadamente conforme vejo seus olhos se
fecharem. Sim, ela é horrível em esconder sua atração por mim.
Lute o quanto quiser, querida, mas ambos sabemos que gritará
meu nome em breve.

Eu me afasto dela e desapareço lá dentro, ajustando minha


ereção latejante enquanto penosamente subo as escadas. Nunca
me torturei tanto na porra da minha vida. Essa garota me
destruirá, porra, mas espero que ela faça isso cavalgando meu
pau. Agora tenho que me masturbar. De novo. Porra, isso é uma
merda.
13

Everlee Vera

O rugido das pessoas nas arquibancadas é ensurdecedor -


todos torcendo por seu time de direito. Não há um único assento
vago em todo o estádio, mas nunca há quando Cork joga contra os
Reapers. Este jogo é sempre tudo ou nada, e esses meninos não
têm medo de ficar um pouco ensanguentados.

Posso estar na lateral com os Reapers, mas meu olhar está


grudado no campo enquanto Jett me encara. Ele está congelado,
segurando meu olhar tão forte quanto estou segurando o dele.
Posso imaginar como deve estar confuso agora. Estou na Reaper
Academy há apenas alguns dias, mas estou na lateral com o time?
Não deveria estar aqui, sei disso, mas Holden me prometeu que
isso é estritamente para deixar Jett com ciúmes. E à medida que
olho para o outro lado do campo, quase parece que Jett está
prestes a ter um aneurisma.

— Se você olhar com mais atenção, seus olhos podem ficar


presos dessa maneira — Holden sussurra em meu ouvido
enquanto se aproxima de mim.

Piscando, afasto meu olhar de Jett e o fixo em Holden. Seus


olhos são escuros, quase ameaçadores, mas não consigo parar de
olhar para eles. Há algo escondido atrás de sua escuridão, mas ele
nunca me deixará ver. Holden Van tem uma das paredes mais
fortes que já vi construída ao seu redor. Acho que nem Deus pode
ver dentro dele.

— Desculpe — sussurro de volta.

— O que eu disse sobre pedir desculpas? — Ele agarra meu


queixo e força minha cabeça para trás para que possa se erguer
sobre mim.

Engulo em seco, lutando contra a vontade de agarrá-lo pelo


protetor de peito e puxá-lo para mais perto de mim. A veia pulsante
em seu pescoço parece suculenta o suficiente para ser chupada.
Posso imaginá-lo agora - deitado em sua cama à medida que monto
nele, sugando a dita veia conforme agarra minhas coxas. Vamos
moer, transar com nossas roupas até ficarmos sem fôlego e
carentes.

— O olhar em seus olhos me diz que devo abandonar meu jogo


e levá-la para algum lugar privado. — Ele se inclina até pressionar
sua bochecha contra a minha. — Basta dizer a palavra, Everlee, e
estamos fora daqui.

Todo o sangue na minha cabeça corre entre as minhas pernas,


mas rapidamente o afasto. Holden Van é perigoso para minha
psique. Porra, sinto que tive esse mesmo pensamento antes. Por
que esse cara me tira completamente do meu eixo?

Não vou longe, porém, quando ele me puxa de volta para seu
peito. — Eu ainda não terminei com você.

Engulo em seco, lambendo meus lábios enquanto olho para


cima. Seu lábio inferior carnudo treme em um sorriso lento; ele
sabe exatamente o que está fazendo.
— Que nojo. Ninguém quer ver essa merda.

Um ombro atinge meu braço com força, forçando-me a cair em


Holden.

— Que porra acabou de dizer? — Holden grita para o intruso.

Voltando meu olhar, vejo Lauren Fairfax com dois de seus


asseclas. Sorrisos sarcásticos decoram seus rostos enquanto
continuam, chegando às arquibancadas. Por que estavam em
campo, para começar, é surpreendente para mim, mas,
novamente, estou subestimando seriamente a vadia.

Agarro o protetor de peito de Holden através de sua camisa,


segurando-o perto de mim. — Ela está tentando te irritar, Holden.
Não a deixe vencer. — Não sei porque estou lhe dizendo isso. Não
é como se me importasse com a sua reputação ou com o que pode
ou não fazer com ela.

— Tudo o que aquela cadela tem que fazer é estar no mesmo


espaço que eu para me irritar. — Envolve um braço em volta do
meu ombro e nos vira de frente para o campo. — Foda-se essa
boceta.

Soltando uma risada, tento lutar contra a vontade de olhar por


cima do ombro. Estou brincando com fogo aqui. Lauren me avisou.
Ela me deu um soco bem na cara quando fez isso. Deveria estar
com medo dela, mas de alguma forma, não estou. Ela é apenas
mais uma valentona. Além disso, Holden e eu estamos usando um
ao outro, nada mais e nada menos.

— Van! Entre no jogo ou sua namorada precisa ir! — O


treinador dos Reaper grita a vinte metros de distância. Vários de
seus companheiros de equipe olham e riem, claramente mantendo
o nariz fora disso.

E a palavra “namorada”, contudo, que me faz arrepiar os


cabelinhos da nuca. Mesmo que Holden tenha mencionado que
não é o tipo de cara para ser exclusivo com ninguém, não posso
deixar de olhar para cima para ver sua reação - uma que não está
lá.

— É melhor ir jogar essa pele de porco, hein? Não vá a lugar


nenhum, Everlee, ainda nem começamos a fazer um show para
Hastings. — Soltando-me, me dá uma piscadela e sai correndo.

E aí está. Ainda não fizemos um show. Não sei por que estou
tão preocupada com isso, no entanto. O que diabos esperava de
Holden Van? Nada, digo a mim mesma. Não posso deixá-lo entrar
na minha cabeça mais do que já está.

Voltando minha atenção para o campo, ignoro a sensação dos


olhos de Jett em mim e observo o jogo se desenrolar diante de mim.
Nunca pratiquei esportes no ensino médio, nem mesmo quando
deveria fingir. Ser namorada de Jett me obrigou a fazer muitas
coisas que odiava, mas não preciso mais fazer esse papel, certo?

Eu me viro e encontro um lugar vazio no final do banco, sento-


me enquanto expiro. Este é o momento em que gostaria de ter
trazido um livro comigo ou algo assim. Agora estou presa sentada
aqui até o jogo acabar - tudo só para deixar Jett com ciúmes.
Realmente gostaria de ter pensado nisso antes de concordar.

Olhando para o placar, fico feliz em ver que chegaram ao


intervalo. Estou entediada até as lágrimas, pegando meu telefone
para ver se Sasha me enviou uma mensagem de volta, mas,
infelizmente, não enviou. O que diabos aquela garota está
aprontando? Sinto que não nos falamos de verdade desde a minha
primeira noite aqui. Terei que ligar para ela mais tarde e colocar o
papo em dia. Pensando bem, talvez uma viagem até o vale neste
fim de semana para vê-la e minha mãe seja exatamente o que
preciso.

Ambas as equipes desaparecem em seu túnel, dirigindo-se


diretamente para os vestiários. Eu me levanto e olho em volta, me
perguntando o que diabos devo fazer comigo mesmo até que voltem
ao campo.

— Ei.

Eu pulo ao som da voz de Holden bem atrás de mim. Virando-


me, bato levemente em seu peito. — Você me assustou pra caralho!

Sorrindo, ele agarra meus quadris e me puxa para perto dele,


ignorando completamente todos os olhos sobre nós agora. Somos
basicamente os únicos deixados à lateral da Reaper Academy, e
toda a multidão pode nos ver.

— Holden — sibilo, tentando me afastar dele.

— Shh, é para isso que estamos aqui, certo? — Ele se inclina,


roçando os lábios contra minha têmpora enquanto o doce cheiro
de seu suor invade meu nariz. Viu? Até o suor desse cara me
excita. — Dê uma olhada em todo o campo. Nosso menino está
observando cada movimento nosso.

Dou uma olhada, encontrando Jett parado ali com os braços


cruzados sobre o peito. Parece furioso – prestes a estourar uma
rolha – mas não faz um único movimento. Sinto mais do que vejo
o time voltar correndo para o campo, mas não é nisso que estou
focada agora.

Holden engancha o dedo sob meu queixo e me guia até que


esteja olhando para ele. Pisco várias vezes, olhando para seus
glóbulos escuros. Um fogo arde ali que ele parece ter só para mim.
Quero ficar lisonjeada, mas também quero que ele pare de me
olhar assim. Tipo agora. Está bem, talvez não.

— Ele está olhando diretamente para nós, Everlee. Devemos lhe


dar o show agora ou mais tarde? — Pergunta baixinho, levantando
um lado da boca.

Merda. Quase esqueci o que estávamos fazendo. Ele realmente


nubla minha mente, e não tenho ideia de como impedir que isso
aconteça. Preciso encontrar algo para realmente odiar Holden Van
ou nunca me livrarei dele intacta.

Lambo meus lábios. — Mas não está preocupado com, hum,


sua reputação? — Sou uma bagunça gaguejante, olhando
diretamente para seus lábios como meu próprio formigamento pela
memória de quão incríveis. Tenho certeza de que nunca esquecerei
como é beijá-lo.

— Vou me preocupar com minha reputação mais tarde, baby.


É agora ou nunca. — Olha para o outro lado do campo antes de
me prender com um olhar duro. — Ele ainda está olhando, o que
vai...

Enganchando minhas mãos em seu protetor de peito, o puxo


enquanto ele sorri. Não me toca conforme abaixa sua boca na
minha, me beijando rudemente. Não é assim que ele normalmente
me beija. É pior. Este beijo tem uma promessa não dita que deixa
meus joelhos fracos. Pode ser rude - empurrando sua língua sem
ser convidado antes de eu gemer na dele - mas há algo tão
poderoso e selvagem sobre isso. Como quer que todas as pessoas
neste estádio vejam, não se trata apenas de testemunhar este
momento. Não, ele quer que cada pessoa veja que eu pertenço a
ele agora. Ele me lambeu, então agora sou dele.

Quando se afasta da minha boca, tropeço para frente e abro


meus olhos. Ele está sorrindo para mim de novo, e odeio como isso
sempre me faz sentir. Uma mecha de seu cabelo escuro caiu em
seu rosto novamente e desta vez faço o que sempre desejo fazer -
estendo a mão e a afasto de sua testa lentamente, roçando a parte
de trás dos meus dedos contra ele.

Ele não diz nada enquanto olha profundamente em meu olhar,


lentamente perdendo seu sorriso. Palavras não precisam ser ditas
entre nós para eu ver que quebrei a parede ao seu redor. Ainda
não estou dentro, mas já a enfraqueci. Há muito mais em Holden
Van do que deixa todo mundo ver, e quero muito conhecê-lo, mas
então ele estraga tudo, lembrando-me que ainda é o mesmo Holden
Van que todo mundo vê - as paredes ainda fortemente intactas.

— Hastings está furioso. Se olhar pudesse matar, ambos


estaríamos mortos agora. Muito bem, Everlee. — Pisca e se inclina
para pegar seu capacete. — Você ficará até o final do jogo, certo?
Posso acompanhá-la de volta aos dormitórios.

Eu lentamente aceno com a cabeça, sentindo como se estivesse


em um estupor depois do que aconteceu. Isso tudo é um jogo para
ele. Porque pensei de forma diferente, é minha culpa. Os rapazes
não são confiáveis - especialmente este. Pisco lentamente
enquanto ele se afasta, juntando-se a sua equipe no campo. Acabo
de assistir o resto do jogo completamente imóvel, imaginando em
que diabos me meti. E para quê? Para deixar Jett com ciúmes?
Esta não sou eu.

Quando o último apito soa, não espero por Holden e saio do


estádio antes que a multidão chegue antes de mim. Preciso dessa
caminhada solo de volta aos dormitórios para clarear a cabeça.
Holden Van não pode mais me beijar. Não posso deixá-lo continuar
brincando com minha cabeça assim.

O cascalho estala sob meus pés enquanto atravesso o


estacionamento, parando no meio do caminho quando vejo
Lauren. E ela não está sozinha. Olho por cima do ombro para ver
como estou sozinha, engolindo em seco quando não há ninguém
por perto.

— Não me considerou a garota que não segue as regras —


Lauren diz, pulando da traseira do cara sorrindo para mim. Ela
me cerca como um abutre novamente, e estou meio que esperando
outro soco no rosto.

Deveria dizer a ela que o beijo com Holden não foi nada - usado
simplesmente para deixar meu ex com ciúmes, mas algo me diz
que ela não acreditará em mim.

— Holden com uma vadia como essa — um cara diz atrás de


mim, me fazendo pular.

De onde diabos ele veio? Alto, ombros largos e olhar zangado


pra caralho. O cara instantaneamente me apavora. Ele vai para a
Reaper? Estou aqui há apenas alguns dias, mas não me lembro de
tê-lo visto.
— Eu disse para você ficar longe dele — Lauren diz, puxando
minha atenção de volta para ela.

Balanço minha cabeça. — Não é o que pensa, Lauren. Estamos


usando um ao outro...

— Não ligo, vadia. — Ela levanta a mão, me parando. — Estava


tentando ser legal sobre isso, mas depois você vai e o beija na
frente de todo o estádio. Agora temos um problema.

— Não, não, não há problema. Realmente não é o que parecia.


Usamos um ao outro para deixar Jett Hastings de Cork com
ciúmes.

Ela estala a língua, balançando a cabeça. — Sei quem é seu ex-


namorado, mas você não parece ser do tipo que se vinga assim.
Nah, há mais lá do que está me dizendo.

— Não, por favor, realmente não há.

— Cansei de ouvir sua voz chorosa. — Estala os dedos. —


Vamos fazer isso.

Olho ao redor rapidamente, percebendo seu pequeno grupo de


lacaios se aproximando de mim. Não há saída - nenhum lugar para
onde correr.

— Lauren, por favor, não precisa fazer isso. Decidi que não terei
mais nada a ver com Holden. Prometo. — Estou me agarrando em
palhas, tentando salvar minha própria bunda. Quem pode me
culpar? Cinco contra um? Sim, direi qualquer coisa para sair
dessa.

— Tarde demais, vadia.


Mãos fortes me agarram por trás. É o cara alto e de ombros
largos que me assusta. E enquanto me segura, duas das garotas
se aproximam e uma delas tem uma tesoura. Meu olhar se alarga
à medida que observo cada movimento deles. Cortaram uma fenda
na parte inferior da minha camisa antes de rasgar, deixando meu
torso nu, exceto pelo meu sutiã rosa choque.

— Não! Por favor! — Imploro, me debatendo nos braços do ogro


atrás de mim.

Ninguém responde aos meus apelos enquanto continuam o que


estão fazendo. A segunda garota rasga minha saia, me fazendo
gritar. Lágrimas enormes enchem meus olhos antes que pisque
rapidamente para afastá-las. Meu lábio inferior treme à medida
que olho para Lauren. Por que ela está fazendo isso? Nenhum cara
vale a pena fazer algo assim com outro ser humano.

O ogro me arrasta para trás enquanto continuo lutando contra


ele, mas é muito mais forte do que eu. As pessoas se amontoam
no estacionamento, e grito loucamente, esperando que alguém me
ouça, mas uma mão é colocada sobre minha boca e sou puxada
para as sombras.

Holden Van
Enquanto corro para fora do campo, procuro por Everlee e vejo
que não está mais sentada no banco. Onde diabos ela foi? Ela me
disse que assistiria ao resto do jogo e esperaria por mim. Tanto faz,
acho. Falo com ela amanhã então.

Agarrando meu capacete, corro para fora do campo através do


túnel e vou para os vestiários. Vencemos contra Cork, e aposto
meu carro chique no fato de Jett Hastings estar espumando pela
boca. Não apenas perdeu para mim, mas também me viu beijando
sua garota.

Essa palavra me faz fechar os punhos, batendo meu capacete


contra meu armário. Everlee não é mais a sua namorada. Ela
confirmou isso em seu beijo esta noite. E quase me teve. Não tenho
certeza se devo continuar brincando com ela ou deixar as coisas
acontecerem. Está chegando mais perto do que deixei alguém.
Muito perto, mas porra, como posso parar de beijar aqueles seus
lábios perfeitos? É como se a sua boca fosse feita para ser fodida
pela minha. A maneira como ela geme em minha boca toda vez que
enfio minha língua é quase a porra da minha ruína.

— Van!!

Eu me viro, descobrindo o corredor sem fôlego. Ele vem até mim


e agarra meu braço.

— Cara, precisa ir ao estacionamento agora. Sua garota...


Everlee...

Agarrando o topo de seu protetor de peito, o puxo para mim tão


rápido que tropeça em seus pés. — O que tem ela? Que porra
aconteceu?

— Lauren…
Eu o solto e saio correndo dos vestiários. Tudo o que ele tinha
a dizer era o nome de Lauren, e isso me atingiu. Vou matar
qualquer um que a machucou. Meu coração bate forte no peito
enquanto corro a toda velocidade para o estacionamento. Noventa
por cento dos carros sumiram - exceto os treinadores e alguns dos
jogadores.

Onde diabos ela está? É melhor que não seja uma armadilha,
ou quebrarei alguns crânios.

E então eu a vejo.

Porra, Cristo.

Seus soluços ecoam enquanto lentamente me aproximo,


olhando diretamente para ela à medida que o horror se desenrola
quanto mais perto chego. Ela está amarrada a um poste de luz,
vestindo apenas sutiã e calcinha, mas isso não é o pior. A palavra
“puta” está escrita em seu estômago em algum tipo de substância
vermelha, e seu cabelo está emaranhado com...? Quanto mais me
aproximo, mais sinto o cheiro de mocha e xarope. E se isso não é
o pior de tudo, tiveram que cobri-la com o que parece ser penas.
Observo conforme seus olhos selvagens observam minha
abordagem, mas parece que ela não me reconhece, ou está muito
louca para perceber que sou eu.

— Everlee — sussurro o seu nome, lentamente me


aproximando dela com minhas mãos estendidas.

Ela se encolhe quando seus olhos voam em todas as direções.


Jesus Cristo, ela está fodida. E mesmo que eu esteja furioso pra
caralho com Lauren - querendo vingança instantânea - preciso
cuidar de Everlee primeiro. Sou a razão de ela estar nesta posição
agora.

— Vou desamarrá-la, está bem?

Quanto mais perto chego dela, mais rápido ela me reconhece.


Seu lábio inferior treme quando desvia o olhar, e a desamarro. Ela
cai em mim antes de eu pegá-la e segurá-la no meu peito.
Enterrando seu rosto pegajoso no meu pescoço, me viro e volto
para os vestiários, tentando com tudo que tenho para não explodir.
14

Everlee Vera

Nunca fui tão humilhada na minha vida. Quando testemunhei


Jett beijando Kimmy na pista de boliche, não pensei que pudesse
ficar pior. Oh, como estava errada. Estou coberta de café e
xarope... e malditas penas. Depois me amarraram a um poste
vestindo nada além de meu sutiã e calcinha com a palavra “puta”
escrita na minha barriga com o batom vermelho de Lauren.

Se não me amarrassem, teria voltado para o dormitório e me


lavado antes de me trancar no meu quarto até que minha mãe
viesse me buscar. Estou farta deste lugar - especificamente
Lauren. Ela é o diabo no corpo de uma mulher, mas ao invés de
fazer isso, Holden me encontrou e atualmente me tem em seus
braços. Não tenho ideia de onde está me levando. Estou feliz por
estar fora do estacionamento para que todos possam me ver.

O som de uma porta rangendo chama minha atenção antes que


o fedor avassalador de odor corporal masculino chegue ao meu
nariz. Olho para fora e vejo que estamos no vestiário masculino
antes de enterrar meu rosto em seu pescoço.

— Todo mundo, dê o fora! — Holden grita, me fazendo


estremecer.

Ninguém diz uma palavra ou sequer olha em nossa direção. Em


segundos, todo o vestiário está em silêncio, exceto pelo ar-
condicionado zumbindo acima de nossas cabeças. Holden não diz
uma palavra enquanto me carrega para os chuveiros,
cuidadosamente me colocando de pé.

Ele abre a torneira, esperando que esquente antes de ajustar


os manípulos. Cruzo os braços sobre o peito, tremendo com o ar
frio e os nervos correndo em minhas veias. Agora que estou fora
do estacionamento e o choque passou, percebo que estou aqui
basicamente nua na frente de Holden Van, o cara que faz meu
coração disparar sem remorso.

Quando penso que me deixará para me lavar sozinha, ele puxa


a camisa sobre a cabeça e a joga de lado. O que diabos está
fazendo? Ele tira o resto do uniforme e do equipamento em
segundos, parado ali de cueca azul-marinho.

Não consigo evitar que meu olhar deslize pelos cumes de seu
abdômen firme e em direção ao músculo V apontando para baixo.
É ridiculamente tonificado. É como se cada músculo tivesse sido
moldado com perfeição. E o odeio por quão bonito é.

Sem outra palavra, ele se move atrás de mim e lentamente me


guia sob o chuveiro. Imediatamente paro de tremer quando a água
quente cai em cascata pelo meu corpo. O cheiro de xarope e mocha
permeia o ar enquanto estendo a mão e esfrego meu cabelo, mas
pulo quando Holden toca minhas costas.

É diferente. Ele não está me tocando como normalmente faz


com suas tendências de flerte. Não, está sendo gentil, lavando
minhas costas sem dizer uma palavra.

Eu me viro e olho para ele, mas não tem nenhuma emoção em


seu rosto. Esfrega as mãos, criando mais espuma antes de ir para
o meu peito. Apertando, olho para ele, mas estou perversamente
surpresa quando esfrega meus braços em vez disso. Quando olho
em seus olhos, não há desejo ardente neles como normalmente
acontece quando olha para mim. Não penso nisso, no entanto. Não
posso.

Roubando um pouco de espuma de suas mãos, esfrego a


palavra desagradável em meu estômago enquanto as lágrimas
borram minha visão novamente. Olho para baixo e vejo a espuma
vermelha escorrendo pelo meu corpo e, eventualmente, pelo ralo
do chuveiro. Lauren tentou me quebrar completamente esta noite,
e acho que conseguiu. Tudo o que quero fazer é me limpar e depois
ir embora. Estou farta da Reaper. Não há nada aqui para mim. Em
vez disso, posso obter meu GED, embora isso atrapalhe muito
meus planos de ir para a faculdade, mas nesse ritmo, qualquer
coisa é melhor do que ficar presa aqui com aquela vadia me
caçando todos os dias.

Estou esperando que Holden fique esperto ou diga algo sensual


como normalmente faz, mas nada disso acontece. Ele me lava
suavemente, empurrando meu cabelo do meu ombro conforme me
vira de frente para a parede. Minha cabeça cai para trás quando
massageia meu crânio, esfregando levemente o sabonete em meu
couro cabeludo. Há uma doçura em seu toque que não achava que
tinha nele, e tenho vontade de ver seus olhos agora.

Quando me viro, suas mãos caem ao lado do corpo como se


estivesse com muito medo de me tocar. Posso estar
emocionalmente danificada agora, mas não estou fisicamente
ferida. E para ser honesta, estou com mais raiva do que qualquer
outra coisa. Ela me fez sentir impotente - sem saída - e depois
começou a me humilhar enquanto seus amigos ajudavam. Se eu
não fosse tão solitária aqui, me vingaria, mas sou… por isso
voltarei para o vale com o rabo entre as pernas.

— Obrigada — sussurro, querendo que ele saiba que só porque


temos essa relação de amor/ódio acontecendo, aprecio sua ajuda.

Ele não diz uma palavra enquanto me dá um único aceno,


baixando o olhar para o meu estômago. Ficando em silêncio,
esfrega o resto do sabonete na minha barriga para tirar o resto do
batom vermelho da minha pele. Meu estômago se contrai quando
faz isso, me fazendo inspirar. Não sei porque, mas fico muito
sensível quando me toca. Quando seu corpo se conecta com o meu,
não importa onde esteja, sinto um desejo ardente se espalhar por
todo o meu corpo, implorando para que me toque por inteira. As
palavras nunca são ditas, no entanto.

Passo sob o spray para lavar o sabonete no meu cabelo, nunca


tirando meu olhar dele. A lembrança de ele me beijando com tanta
paixão e força na linha lateral vibra em meus lábios, e quero beijá-
lo de novo, mas não tenho ideia de como dizer a ele. Minha boca
se abre para falar quando me paro.

Holden sai da área do chuveiro, jogando uma toalha sobre a


cabeça. Ele acabou aqui, e esperei muito tempo para fazer
qualquer tipo de movimento. Não quero experimentar agora, por
isso desligo o chuveiro e saio sozinha. Entrega-me uma toalha,
ainda sem dizer uma palavra. Quero lhe perguntar porque está tão
quieto de repente, mas ele está emitindo uma energia me dizendo
para ficar na minha própria pista.
Ele caminha até um armário alto e o abre. Puxando uma
mochila, o vejo colocar uma camiseta preta e calça de moletom
marrom com o logotipo da Reaper na coxa direita. Enrolo minha
toalha firmemente em torno de mim, percebendo que não tenho
nada para vestir, mas Holden me joga algo parecido com o que está
vestindo - moletom cinza Reaper e uma camiseta marrom com seu
nome e número de futebol nas costas. Pode ser estranho, mas
enquanto me visto, tenho uma sensação instantânea de posse.
Estes agora são meus.

— Então, estamos…

Fechando o armário com força, ele me encara e coloca a


mochila no ombro. Fecho meus lábios e o estudo. Este é um novo
lado de Holden Van que ainda não conhecia, e não tenho ideia de
como lidar com isso. Ele é um cara intimidador, mas isso? Sim,
estaria tremendo nas minhas botas se eu tivesse alguma agora.

Ele se vira e se dirige para a saída, e estou atrás dele. O ar frio


da noite arde em minhas bochechas úmidas quando saímos.
Nervosamente olho ao redor e vejo que somos os últimos aqui.
Todos os carros do estacionamento foram embora, e a única
atividade são alguns membros da equipe no estádio atendendo
após o jogo.

Seguimos pelo caminho em direção ao campus quando olho


para cima e noto o edifício do dormitório no alto da colina. Deste
ângulo, parece um velho castelo assustador. As luzes apontam
para o exterior de tijolos, destacando-se dos outros edifícios. A
Reaper Academy envergonha a maioria dos campus universitários,
mas suponho que não devo esperar nada menos quando os ex-
alunos deste lugar são todos milionários.

Estou surpresa que os dormitórios estejam quietos depois de


vencer seu primeiro jogo de futebol da temporada, mas,
novamente, talvez todo mundo esteja em uma festa fora do
campus, e a ideia faz meu coração afundar no meu estômago.
Estou sozinha com Holden Van.

Ele segue em frente sem mim, subindo pesadamente a enorme


escadaria enquanto engato a marcha e o sigo. Não gosto de como
não fala muito comigo quando normalmente não consigo fazê-lo
calar a boca. É como se me ver em meu estado vulnerável o
tornasse instantaneamente desinteressado por mim, e agora odeio
Lauren ainda mais. Quer dizer, talvez não devesse. Talvez devesse
agradecê-la por tirar Holden do meu rastro, mas não é isso que eu
quero fazer.

Chegamos à minha porta primeiro, e realmente não quero dizer


boa noite, mas sei que se o convidar para entrar, as coisas sairão
do controle como sempre, mas ele não está olhando para mim
agora, então talvez não.

— Obrigada por, hm, me ajudar lá atrás — digo, aponto o


polegar por cima do ombro.

Ele simplesmente acena com a cabeça, ainda sem olhar para


mim. Maldito seja, quero que olhe para mim. Está interpretando o
legal e astuto Holden Van que todo mundo conhece e quero dar
um tapa nele por isso.

— Desculpa se eu…
— Não se desculpe, Everlee — vocifera, me cortando. — Entre
no seu quarto e tranque a porta. Não saia até que eu vá buscá-la
pela manhã. Você me entende?

Não respondo, lambendo meus lábios secos enquanto minhas


mãos tremem ao meu lado. Ele parece mais assustador do que vi
antes, e não sei como diminuir o problema. Normalmente, posso
piscar para ele, e ele morde a isca, mas tenho a sensação de que
não funciona mais.

Em vez disso, tento uma tática mais lúdica e puxo sua camisa,
dizendo — Isso é meu agora. Espero que saiba disso.

Não há uma única emoção em seu rosto enquanto vira e se


afasta de mim. Pelo menos esperava algo dele depois de dizer que
ficaria com a sua camisa. A sensação na boca do estômago é
pesada e me deixa enjoada. Holden Van parece estar entediado
comigo.

Holden Van
Saindo pelo corredor, ignoro a sensação de calor na boca do
estômago quando Everlee me disse que ficaria com a minha
camisa. O que não daria para vê-la vestindo nada além da minha
camisa depois que acabei de foder seus miolos e sei que meu
esperma está escorrendo pela parte interna de suas coxas, mas
afasto esses pensamentos por enquanto.
Lauren cruzou uma linha hoje que nunca soube que cruzaria.
Sei que é uma cadela louca, mas isso é longe demais, até para ela.

Vejo a sua porta aparecer e, em vez de bater, abro com um


chute a filha da puta. Ela bate contra a parede com tanta força que
abre um buraco na placa de gesso. Lauren pula de susto enquanto
ambas as suas amigas safadas gritam.

— Sua puta do caralho! — Grito, invadindo seu quarto sem um


convite.

As duas garotas tentam correr, mas bloqueio o caminho delas.

— Nuh-uh, sente-se, porra. Vocês duas também querem ouvir


o que tenho a dizer. — Aceno para a cama e as meninas sentam
sem questionar.

Lauren tem medo escrito em seu rosto pela primeira vez. Não
achou que eu ficaria tão chateado? Não achava que eu viria atrás
dela depois do que fez? Bem, essa vadia tem outra coisa chegando.

Caminho até Lauren e a seguro pelo pescoço, puxando-a para


mim até que seus joelhos mal toquem a beirada da cama. Meu
nariz chega a um centímetro do dela enquanto aumento meu
aperto em torno de sua garganta. Estou tão furioso, porra, que
poderia estrangular essa cadela e nem piscar um olho.

— Se você chegar perto de Everlee novamente, pode considerar


nosso acordo de casamento como morto — grito, tentando com
toda a minha vontade não quebrar seu pescoço fino ao meio.

Ela ofega e dá um tapa no meu braço. — Não pode f-fazer essa


a-ameaça. É tão sólida quanto o anel de diamante que colocará no
meu dedo, Holden.
As veias do lado do meu pescoço pulsam enquanto sinto minha
raiva crescendo por essa cadela. Ela pode dizer o que quiser para
se sentir melhor, mas sairei desse acordo nem que seja a última
coisa que eu faça.

Sorrindo, pressiono minha testa na dela para que possa me


ouvir alto e claro. — Por cima do meu cadáver, vadia. E quer saber
qual será a melhor parte?

— O quê? — Pergunta em um sibilo, tentando segurar qualquer


terreno que acha que ainda tem aqui.

— Observar a sua cara quando eu colocar esse anel de


diamante no dedo de uma puta que não te pertence, mas sejamos
honestos... se me casasse com você, ambos sabemos que outra
mulher rastejaria para manter minha cama aquecida à noite.
Nunca mais terá esse título.

Eu a empurro para longe de mim antes de ficar de pé, olhando


para as duas cadelas ao seu lado.

— Se alguma de vocês chegar perto de Everlee, me certificarei


de que seja a última coisa que façam na Reaper Academy.
Entenderam?

Elas acenam com a cabeça, lágrimas escorrendo pelo rosto


enquanto dou um passo para trás. Encaro Lauren, esperando pra
caralho que ela saiba que quis dizer cada palavra que acabou de
sair da minha boca.

Rompendo o contato visual com ela, me viro e saio de seu


dormitório com meus ombros para trás e minha cabeça erguida.
Se Lauren souber o que é bom para ela, prestará atenção em tudo
o que disse, ou verá meu verdadeiro lado mau que mantenho
enterrado bem no fundo.
15

Everlee Vera

Não é Holden quem vem me buscar na manhã seguinte. Em vez


disso, encontro uma garota loira alta usando o uniforme fornecido
para os meninos pela escola. É uma moleca total, e estou com
medo dela instantaneamente. Ela parece capaz de afundar todo o
meu rosto com um soco, mas também há uma gentileza em sua
expressão que me surpreende.

— E aí? Sou Macy, uma amiga de Holden. Ele me pediu para


acompanhá-la até a aula — diz, espiando meu quarto por cima da
minha cabeça.

Fecho minha porta antes que ela possa ser uma bisbilhoteira.
— Por que ele, hum, não veio pessoalmente?

Dá de ombros. — Quem diabos sabe? Holden é um cara


engraçado.

Assentindo, ando pelo corredor com ela bem ao meu lado.


Então ela me cutuca e ri.

— Você faz cócegas na sua imaginação — diz.

— Com licença?

— Ah, relaxe. Sei que passou por momentos difíceis desde que
chegou aqui, mas não precisa se preocupar comigo. Se dependesse
de mim, enviaria Lauren e seu bando de desajustados para o canto
mais distante do mundo para que pudessem morrer de fome ou
serem comidos por canibais ou algo assim.

Eu rio, mudando o que sinto por essa garota porque odeia a


mesma pessoa que eu. Engraçado como isso funciona, né? —
Quem, hm, é você mesmo?

Olhando por cima, consigo ver melhor o lado de seu rosto e


sinto meu coração afundar em meu estômago. Ela é a garota que
estava de joelhos no quarto de Holden na outra noite. Ele disse que
não era o que parecia, mas se parece um pato e grasna como um
pato...

— Sou Macy — repete com uma piscadela. — Tenho certeza de


que Holden disse a você que estou na scissoring com a irmã dele.

Engasgo com o ar quando ela começa a rir. Tenho certeza de


que essa garota é mais vil do que Holden Van, ou pegam truques
do manual um do outro. Bom Deus.

— Não aja como se nunca tivesse conhecido uma lésbica antes


— diz, cutucando meu braço novamente.

— Não. Quero dizer, conheci. Só que…

— Garota, relaxaaaa — diz. — Holden me disse que era um


pouco rígida. Precisamos relaxá-la, querida, especialmente se
quiser ficar no radar de Holden.

Engulo em seco, me perguntando no fundo se realmente quero


isso. Tenho tentado lutar contra minha atração por ele, mas não
consigo me afastar. Ele pode entrar na mesma sala que eu, e sou
um caso perdido.
— Eu, hum, não sei do que está falando. Somos apenas amigos
— minto entre dentes.

— Certo. E é por isso que ele não fodeu nenhuma de suas


acompanhantes desde que você chegou aqui? Merda, garota, é
cega como um morcego. — Ela me interrompe, virando-me para
ela. — Escute, a sua irmã volta para casa neste fim de semana, e
posso ou não ter mencionado algo sobre você. Ela quer que você
vá com Holden para o jantar em família.

— Espere, o quê? — Pergunto, sentindo meu coração bater


forte.

A ideia de ir a um jantar em família com Holden Van me


apavora. Ele vem de uma das famílias mais ricas do estado e, pelo
que me lembro dos jantares com a família de Jett, este
provavelmente não será melhor. Imagens de caviar e outros pratos
desagradáveis fazem meu estômago revirar.

— Eu, hum, acho que vou para o vale neste fim de semana para
ver minha mãe — digo a ela, mentindo de novo.

— Por favor. — Acena com a mão com desdém. — Você e eu


sabemos que será muito chato e ficará pensando em Holden o fim
de semana todo. Além disso, ele precisará de você como uma
distração quando ele e o pai voltarem a brigar.

— Voltarem?

— Sim, o Sr. Van é um verdadeiro pêssego. Acha que Holden


está confuso agora? Espere até vê-lo depois de ver seu pai. Ele
precisará de você.

Escarneço, balançando a cabeça. — Ele nem gosta de mim.


— Não? Então por que estou te acompanhando para a aula? O
cara entrou no quarto de Lauren ontem à noite e ameaçou a ela e
suas amigas se chegassem perto de você novamente. Ele não faz
isso por pessoas de quem não gosta, pequena vadia.

Penso nas suas palavras, mas fazem pouco sentido para mim.
Ele não conseguiu olhar para mim na noite passada, e com certeza
não esqueci o olhar entediado em seu rosto quando me deixou no
meu quarto. Estava basicamente nua na sua frente enquanto
lavava os restos da intimidação de Lauren da minha carne, e nem
conseguia olhar para mim.

— Pensarei sobre isso — digo a ela, esperando que abandone o


assunto por enquanto.

Sentada em minha própria mesa no refeitório, mordo um


pedaço da pizza de papelão e olho ao redor, esperando ver você-
sabe-quem. E quando meu olhar se encontra com o dele, engulo e
quase engasgo com a pizza não mastigada em minha boca.
Tossindo, jogo a pizza na bandeja e dou um gole na garrafa de
água. Ele sorri, balançando a cabeça para mim.

Meu telefone vibra na mesa ao meu lado, mas não é de um


número que reconheço. Leio a mensagem e sinto o calor se
expandir do meu peito e subir em minhas bochechas.

Desconhecido: Tenho algo muito melhor para você engasgar.


Não preciso ter o número salvo para saber exatamente quem é.
Olhando para cima, prendo Holden Van com meu olhar e envio
uma mensagem de volta.

EU: Esta pizza tem um gosto muito melhor do que qualquer coisa que

tenha a oferecer, por isso…

Olho para ele o mais conspicuamente que posso, observando


seus lábios se transformarem em seu sorriso sexy enquanto digita
em seu telefone novamente. Espero o meu zumbir, mas nunca
acontece. Ele afasta o telefone, e agora estou me perguntando o
que diabos está fazendo. Nem uma única palavra falada comigo
esta manhã, nenhuma interação até agora. O cara está me dando
um ataque de nervos.

Franzindo as sobrancelhas, olho para minhas mensagens e vejo


os três pontinhos dançando na tela. Diz que está digitando para
mim, mas posso ver daqui que não está. Ele está me testando, não
está? Dois podem jogar este jogo.

EU: Dormi com a sua camisa ontem à noite, mas definitivamente

dormi melhor…

Aperto enviar e me recosto, esperando a sua reação. Não tenho


certeza do que diabos deu em mim hoje, mas estou mal-humorada
e pronta para jogar. Talvez seja o fato de ele me fazer sentir
indesejada e agora quero sua atenção novamente. Quer queira ou
não admitir, gosto de Holden Van. Porra, mais do que
provavelmente deveria. Normalmente, odeio idiotas ricos como ele,
mas não consigo evitar quando se trata de Holden.
Um sorriso brinca em seus lábios novamente enquanto lê
minha mensagem, depois ele responde rapidamente e meu coração
afunda no meu estômago. Por que estou tão nervoso ao ler isso?

Holden: Não se acostume com isso. Quando decidir dividir minha

cama, não usará nada.

Minhas bochechas ficam vermelhas e não posso evitar cruzar


as pernas sob a mesa. Aquela pulsação irritante, mas bem-vinda,
está de volta. Mordo meu lábio inferior e começo a enviar uma
mensagem de volta para ele, mas antes que possa digitar a
primeira palavra, sinto uma presença atrás de mim, me fazendo
pular. Olho por cima do ombro e vejo o olhar duro de Holden.

— Desligue o telefone, virgenzinha. Tudo o que diria pode ser


dito na minha cara — diz em um tom profundo e rouco.

Engulo em seco, sentindo minhas mãos tremerem conforme


coloco meu telefone na mesa. — Sim, isso não vai acontecer — digo
a ele timidamente enquanto o calor enche minhas bochechas mais
uma vez.

Ele se senta no lugar vazio ao meu lado - bem, estão todos


vazios, já que ninguém nunca se senta aqui - e estende a mão para
traçar meu lábio inferior com o polegar.

— Por que não? Não estava tão tímida há pouco quando me


disse que dormiu com a minha camisa ontem à noite.

Deus, odeio o quão sexy seus olhos estão agora. Deveria saber
que provocá-lo não terminaria a meu favor. Holden Van não é o
tipo de cara com quem envia mensagens de texto divertidas e não
espera que ele faça algo a respeito.
— Eu, hum — limpo minha garganta e rio nervosamente. —
Estou surpresa que esteja aqui falando comigo. Não tem uma
reputação a defender? Esta manhã também ficou bem claro que
não queria nada comigo, então…

— Deus, o que eu não faria com essa sua boca bonita —


sussurra, traçando o polegar lá novamente.

Posso sentir meu batimento cardíaco em cada terminação


nervosa do meu corpo, mas especialmente entre as minhas pernas.
Não posso deixar de olhar para os seus lábios, lembrando-me do
seu gosto e querendo comer alguma sobremesa agora que almocei.

— Está, hum, mudando de assunto — sussurro de volta.

Ele sorri. — Parece que farei você trocar de calcinha em breve.

Se ele continuar me olhando assim, talvez precise. Troco


minhas pernas cruzadas sob a mesa e limpo minha garganta,
desviando o olhar de Holden. Sua risada profunda envia outra
onda de batidas entre minhas pernas, e quero amaldiçoá-lo por me
fazer sentir assim em uma sala cheia de nossos colegas - aqueles
que me odeiam.

— É um pouco quente e frio demais para mim, pequeno...


prostituto — digo, usando o insulto que me fez contra ele.

Estende a mão sob a mesa e agarra minha coxa nua. Respiro


fundo quando separa minhas pernas e me vira para encará-lo.

— Posso estar um pouco quente e frio, baby, mas isso é porque


você me deixa louco pra caralho. — Ele se inclina para mais perto,
baixando a voz quando diz — Provoque-me como acabou de fazer
de novo e a farei gozar na sua calcinha na frente de todo mundo.
Prendo a respiração, sentindo algo umedecer minha calcinha
enquanto abro os lábios e solto um gemido ofegante. Ele passou
de não falar comigo o dia todo para isso? Acho que preciso de um
banho frio antes de voltar para a aula.

— Como se pudesse me fazer gozar na minha calcinha —


respondo com uma voz mais forte do que pensei que tinha, mas de
onde diabos isso veio?!

Seu sorriso está de volta, mas agora há um brilho sombrio em


seu olhar. — Vejamos o quão verdadeiro isso realmente é. — Então
se levanta e se afasta de mim como se nada tivesse acontecido.

O cara tem jogado algumas vibrações estranhas em mim nos


últimos dias. Não posso colocar meu dedo sobre ele ainda, mas
pretendo. Olhando em volta, vejo Macy desta manhã nos
observando como um falcão com um sorriso no rosto. Ela me dá
uma piscadela e me lembro que me convidou para o jantar da
família de Holden neste fim de semana, mas quero que seja ele a
me convidar.

Agarrando minha bandeja, deixo minha mesa e jogo fora o


conteúdo antes de correr atrás de Holden. Deus, ajude-me a ficar
sozinha com esse cara.
16

Holden Van

Minhas calças do uniforme estão apertadas pra caralho depois


de provocar minha virgenzinha. Ela tem sorte de eu ter forças para
me afastar dela, porque estava a segundos e centímetros de
deslizar dois dedos em sua boceta apertada. Gostaria muito de ver
o seu creme em toda a minha mão em uma sala cheia de pessoas,
sabendo que ninguém esteve dentro dela antes de mim.

— Holden!

Merda. Ela realmente não pode estar perto de mim agora.

Ignorando minha virgenzinha, subo dois degraus de cada vez


para me afastar dela, mas não demorou muito para que ouvisse
seus pequenos passos correndo pelos degraus atrás de mim.

— Espere, tenho que te perguntar uma coisa — grita para mim,


mas, novamente, continuo andando.

Meu pau está dolorosamente duro, e tudo o que preciso para


largar minhas calças e fodê-la são aqueles cílios naturalmente
longos a baterem por mim. Ela precisa seriamente se foder.

Chego ao meu quarto e entro antes de pensar que ela poderia


me impedir, mas como estou errado. Ela enfia o pé na minha porta
e força a entrada.

— Everlee — advirto em um tom profundo e grave.


Afastando-me dela, entro nas sombras e mantenho uma
distância segura. Não pode estar aqui agora. É muito perigoso para
ela estar aqui agora. Minha cama está a um metro de distância,
implorando para que eu a leve nela. Olho para a esquerda e vejo
minha máscara Ghostface em cima da cômoda.

Meu pau lateja quando me imagino usando minha máscara


favorita enquanto a fodo, fazendo-a gritar à medida que enfio meu
pau grosso e gordo em seu buraco virgem e apertado.

Ela não diz nada, movendo-se para dentro do meu quarto


enquanto olha ao redor. Não há muitas pessoas - garotas, em
particular - que conseguem ver meu quarto, ou têm muito tempo
para vê-lo antes que eu enfie seu rosto no meu travesseiro e as
fodas. Depois, as expulso antes que tivessem tempo de dissecar o
que está acontecendo no meu mundo.

— Por que todos os seus pôsteres estão de cabeça para baixo?


— Pergunta, movendo-se para a parede mais distante para correr
seus dedos delicados pelo brilho em meus pôsteres.

Não é nenhuma surpresa que eu seja um indivíduo fodido, mas


não queria que ela visse essa parte de mim ainda. Tenho pôsteres
de terror de cabeça para baixo, bustos gregos, caveiras, corvos e
correntes por todo o meu quarto. Ter os pôsteres pendurados de
cabeça para baixo de alguma forma me faz sentir normal.

— O que tem a me perguntar? — Pergunto em vez de lhe


responder.

Seu olhar se move sobre meus braços cruzados enquanto se


move nervosamente para a cômoda ao meu lado, passando os
dedos sobre a máscara Ghostface. Minha boca se abre conforme a
observo e me imagino fodendo-a de novo, vestindo nada além
disso. Eu mudo minha postura, ajustando minha fúria dura em
minhas calças À medida que me viro para ela.

— Everlee, o que você…

— Por que não me convidou para o jantar de sua família


amanhã? — Deixa escapar.

Porra.

Meu coração para de bater e tenho certeza que todo o sangue


saiu do meu pau. Sua menção ao meu jantar em família
instantaneamente me tira da minha neblina de desejo que tinha
por ela.

— Porque não quero que você vá — respondo, mas não é


verdade.

Ela levanta uma sobrancelha para mim, chegando mais perto


até que esteja a apenas alguns centímetros de mim. — Não?
Porque de acordo com Macy, você quer.

Eu bufo. — Ela é uma vadia mentirosa. Se quer saber o que


está acontecendo dentro da minha cabeça, pergunte-me, não ouça
o que os outros dizem.

— Ah, certo, porque você diz exatamente o que quer dizer.


Esqueci.

A raiva aperta meu peito quando estendo a mão e agarro sua


garganta, sentindo sua veia pulsar na palma da minha mão. Eu a
faço recuar até que bata contra a minha cômoda, e não posso
deixar de pressionar meu corpo duro contra seu corpo quente e
macio, sabendo o quão incrível seria se eu a possuísse agora.
— Sua boca está ficando mais ousada, virgenzinha. Talvez
devesse forçá-la a se ajoelhar e lhe mostrar algumas maneiras
enquanto engasga com meu pau.

Sinto sua veia bater mais forte contra a palma da minha mão
enquanto seus olhos selvagens dançam entre os meus. Eu a deixei
excitada com minhas palavras doentias, mas também a
aterrorizam pra caralho. Bom.

Minha ereção furiosa está de volta com mais força do que antes,
uma vez que lateja em minhas calças. Dói pra caralho, implorando
para sair e brincar. Os demônios nadando na minha cabeça
continuam me dizendo para comer a sua boceta aqui mesmo. Para
enfiar meu pau em sua boceta até que sangre em mim,
confirmando que tirei sua inocência.

Descendo com minha mão livre, passo meus dedos sobre suas
meias que ainda chegam até o meio de sua coxa suculenta. Foda-
se, amo sua carne macia e sedosa. Está me implorando para
mordê-la. Ela inspira profundamente quando empurro sua saia
plissada da escola para cima antes de colocar meu dedo indicador
na bainha de sua calcinha.

— Um dia desses vou fodê-la vestindo nada além dessa saia,


virgenzinha — digo, antes de lamber meu lábio inferior.

Suas sobrancelhas se juntam enquanto seus lábios carnudos


se separam, observando seu olhar cair para minha boca. Porra,
amo como esta pequena puta reage às minhas palavras sujas.
Imagine como ela reagirá quando meu pau a encher.
Ela lambe os próprios lábios agora, olhando-me diretamente
nos olhos antes que eu sinta sua garganta apertada engolir. —
Você nunca me foderá.

Eu levanto uma sobrancelha, sentindo o canto dos meus lábios


se transformar em um sorriso perverso. — É mesmo? Então por
que sua boceta está implorando por isso?

Quando não continuo falando, sua boca abre para falar, mas
enfio meu dedo ainda mais em sua calcinha até roçar sua umidade
nua.

— Jesus, foda-se — sussurra, jogando a cabeça para trás


quando bate contra a minha cômoda.

— Não será o nome dele que dirá quando eu fodê-la, Everlee.

Inclinando-me para frente, lambo o lado de seu rosto para


prová-la, porque não posso sentir o gosto onde quero. Ela
choraminga e fecha os olhos com força. Esta pequena vadia está
se esforçando tanto para lutar contra isso.

— Olhe para mim, Everlee.

Ela continua lutando contra isso, mas finalmente abre os


olhos, olhando diretamente para os meus. Meu olhar dança em
seu rosto enquanto puxo minha mão entre suas pernas e subo em
seu rosto.

— Cheire a si mesma — digo sem fôlego. — Depois me diga que


não consegue ver como me afeta de volta.

Eu libero sua garganta e agarro seu pulso, empurrando sua


mão entre nós até que esteja segurando o lado de fora do meu pau
através da minha calça. Ela choraminga novamente, deixando
seus olhos vibrarem enquanto inspira seu perfume.

— Diga-me que nunca vou fodê-la. — Desafio.

Sua mão aperta meu pau, me fazendo prender a respiração.


Não posso evitar o que faço a seguir. Minhas mãos seguram sua
bunda sob sua pequena saia plissada antes de levantá-la. Suas
pernas leitosas envolvem meus quadris conforme a carrego para
minha cama.

Ela não luta comigo enquanto a deito, hipnotizado pela visão


dela deitada na minha cama. Seu cabelo loiro se espalha pelo meu
edredom preto e preciso de tudo que tenho para não fazer do meu
jeito com ela. Tenho que continuar me lembrando que ela ainda é
virgem, e esperando que venha até mim. Por enquanto, vou apenas
brincar.

Com meus lábios nos dela antes que possa dizer qualquer
coisa, enfio minha língua em sua boca e deixo minhas mãos
vagarem por suas coxas. Ela abre as pernas para mim sem hesitar,
mas é quando empurra para cima para moer contra mim que faz
a porra do meu dia.

Gemo em sua boca, cravando meus dedos em sua carne


enquanto me moo de volta. Meu pau está implorando para puxá-
lo para fora, empurrar sua calcinha para o lado e afundar
profundamente. Poderia facilmente. Ela está bem aqui, ofegante
embaixo de mim conforme chupa minha língua, usando seus
quadris para me dizer exatamente o que quer.

Então me lembro porque quero isso em primeiro lugar, e xingo


em minha cabeça enquanto me afasto dela. Dou um passo para
trás completamente, olhando para suas pernas abertas ao mesmo
tempo que um lampejo de confusão e constrangimento passa por
seu rosto. Seus lábios estão inchados e rosados por causa da
minha boca, mas são suas pernas abertas que mais me fazem
lamentar minha decisão.

— O-o que há de errado? — Pergunta timidamente, finalmente


se movendo para uma posição sentada enquanto cruza os braços
sobre o peito.

Porra. Apenas quando consegui que ela se abrisse um


pouquinho, faço-a se fechar de volta como um maldito molusco,
mas isso não é sobre mim ou sobre ela. Isso é inteiramente sobre
o filho da puta do vale que costumava tê-la. Isso é inteiramente
sobre vingança, não prazer. Isso não pode acontecer de novo a
menos que tenha provas para enfiar na cara estúpida de Hastings.

— Saia — digo a ela.

Ela, porém, não se move imediatamente. Seu olhar selvagem se


move ao redor do quarto como se procurasse a causa da minha
mudança instantânea de humor. Nunca encontrará. Ninguém
nunca encontra.

— Fiz algo errado…

— Talvez tenha. Talvez não tenha. — Aponto para a minha


porta e cerro minha mandíbula. — Saia da porra do meu quarto.

Quero socar meu rosto quando vejo seu lábio inferior tremer à
medida que ela se levanta da minha cama. Ajusta suas roupas e
corre para a porta sem olhar para trás. Quando sai, meus punhos
se fecham enquanto olho ao redor do meu quarto, me
repreendendo pelo que acabei de fazer.

— Seu pedaço de merda estúpido — digo a mim mesmo,


repetindo as palavras do meu pai.
17

Everlee Vera

Aquele desgraçado!

Por que continuo me apaixonando por seus encantos, apenas


para ser rejeitada todas as vezes? Pensaria que eu teria aprendido
minha lição agora, mas não, Holden Van me tira completamente o
juízo e o atira direto pela janela de chupar pau!

Ahh! Veja o que quero dizer?! Não consigo nem pensar direito
sem usar a palavra pau na mesma frase que o seu nome. O cara
me levará direto para o hospício antes que este ano acabe.

Quando tiro meu uniforme, porém, e me jogo na beirada da


cama, não consigo parar de morder o lábio ao me lembrar do seu
gosto. E não posso negar a sensação de suas mãos em minhas
coxas, entre minhas pernas, ou como me senti lá embaixo.

Odeio como estou inegavelmente atraída por aquele idiota. Seu


cabelo quase preto é longo o suficiente para deslizar meus dedos e
agarrá-lo com força. Amo como seus músculos se projetam e a veia
que corre por seu bíceps lateja quando está excitado ou se esforça
para não me tocar, mas principalmente, é o jeito que olha para
mim quando está bem na minha cara, me provocando
implacavelmente até que ambos estejamos ofegantes.

Sua boca suja também não ajuda.


Deitada na minha cama, solto um suspiro e olho para o teto.
Não tenho nada além do mesmo objetivo em relação à minha
virgindade desde que aprendi o que essa palavra significa, mas
Holden Van está me fazendo questionar tudo. Quando me toca,
esqueço a promessa que fiz a mim mesma; aquela em que disse
que não desistiria da minha virgindade até que estivesse
apaixonada.

Meu telefone vibra ao lado da minha cabeça, e desejo que seja


Holden querendo ter uma conversa divertida novamente, mas não
é ele.

SASHA: Vadia, o que fará hoje à noite?! É sexta-feira. Venha festejar

comigo.

Sorrindo, olho para a hora e vejo que já passou da hora do


jantar. Acho que é sexta-feira e estou me sentindo mal por causa
de Holden, então é melhor me distrair, certo?

Eu: Onde é essa festa?

Cruzo os dedos, esperando que não seja na casa de Jett ou


Kimmy. Se for, será um passe difícil para mim.

SASHA: Não faço ideia. Cara mais velho, acho. Vai para a

Universidade de Melrose. Não se preocupe. Você-sabe-quem não estará

lá. Acho. Desça aqui e festeje comigooooo.

Foda-se, preciso de uma noite com minha melhor amiga, de


qualquer maneira. Não tenho vivido nada além de um pesadelo
desde que pisei na propriedade Reaper. É hora de sair e esquecer
este lugar, e o cara que dorme ao lado.
Eu: Estou dentro. Vem me buscar? :D

SASHA: Estou a caminho. Vista aquele pequeno número preto que

usou na coisa estúpida de Jett na primavera passada.

Eu rio, sabendo exatamente do que está falando. O pequeno


número preto a que se refere é um dos vestidos mais sexy que
possuo. Lembro-me de comprá-lo para irritar Jett. Ele sempre
odiou quando eu parecia a melhor da sala, porque no final de tudo,
era ele quem deveria ser o centro das atenções. Tanto faz. Pode ter
toda a atenção que quiser agora, especialmente com a vagabunda
pendurada em seu braço.

Vou até o meu armário e rezo silenciosamente para ter desfeito


as malas enquanto tiro minha bagagem. Está bem, ainda não me
estabeleci exatamente, mas quem pode me culpar? Se houver uma
chance de dar o fora daqui, vou aproveitá-la e não estar preparada
não será motivo para me impedir.

Aí está. Obrigada, Deus!

Puxando-o da mala, sacudo qualquer amassado e o visto.


Depois, vou até o espelho e admiro a vista. O corte na lateral vai
até o topo do meu quadril, mostrando a lateral da minha bunda
quando me movo de certas maneiras, mas é o halter e o formato
em V do top que Jett mais odiava. O V passa pelos meus seios,
parando no meio da minha caixa torácica, e o fino material preto
cobre a maior parte dos meus seios, mas me dá um caso sério de
side-boob.

Eu arranco meu cabelo de seu rabo de cavalo e passo meus


dedos pelos meus cachos soltos, deixando minhas longas
madeixas emoldurarem meu rosto, mas estou sentindo falta de um
pouco de brilho labial e um pouco de cor nas minhas bochechas.
Movendo-me para minha bolsa de maquiagem na minha cômoda,
aplico um pouco de brilho labial e belisco minhas bochechas.
Boom. Pronto para ir.

Meu telefone vibra de novo, e não preciso desbloqueá-lo para


ver a mensagem "estou aqui" de Sasha na tela de bloqueio. Calço
um par de saltos altos pretos, pego meu telefone e saio do meu
quarto.

Não posso deixar de olhar para a porta de Holden, vendo que


está fechada e nenhum som pode ser ouvido lá dentro. Parte de
mim quer ir até lá e encostar o ouvido na madeira, mas a outra
parte me diz para virar e viver minha vida. Ele claramente não se
preocupa comigo, então não preciso me preocupar com ele.

Enquanto desço as escadas, um assobio me assusta quando


olho para trás e vejo Macy descendo as escadas em minha direção.
Pressiono a mão no meu peito e sorrio.

— Você me assustou, porra — digo a ela.

Ela sorri, totalmente deixando seu olhar deslizar para cima e


para baixo em meu corpo apreciativamente. Certo, ela gosta de
garotas. Tanto faz.

— Por que? Pensou que era Holden vindo gritar com você por
usar isso? — Pergunta, estendendo a mão para acenar sobre a área
do meu peito. — Uau, garota.
Minhas bochechas coram, mas endireito meus ombros. —
Holden não é meu dono. Inferno, nem mesmo gosta de mim. Tenho
certeza de que posso ir a uma festa vestindo o que eu quiser.

Ela bufa. — Certo. Continue dizendo isso a si mesma, querida.


Ela se inclina contra o corrimão, cruzando os braços sobre o peito
coberto pelo suéter. — Vai àquela grande festa lá no vale que todo
mundo está falando?

Dou de ombros, honestamente sem saber para onde diabos


vou. — Nenhuma ideia. Minha amiga do vale vem me buscar.

— Bem, divirta-se, mas não muito. — Ela se afasta do corrimão,


mas para olhando para mim. — E não diga que não avisei.

— Avise-me sobre o...

Meu telefone toca, me fazendo pular quando olho para baixo e


vejo o nome de Sasha na tela. Quando olho para trás para
perguntar a Macy o que quis dizer, ela se foi.

— Ei, estou descendo agora. Uma... amiga... me parou.

— Oooh, é o dito amigo Holden Van? — Provoca.

Revirando os olhos, não consigo parar o sorriso em meus


lábios. — Ouça, cadela, estarei aí em dois segundos.

Desço o restante dos degraus, atravesso o foyer e saio dos


enormes dormitórios. Sasha está estacionada bem na frente,
esperando com um sorriso nos lábios, mas não perco o olhar de
decepção quando olha para trás.

— Ele não vem porque não é meu amigo, ou qualquer outra


coisa, nesse caso — digo a ela.
Entrando em seu carro, verifico o que está vestindo e assobio.

— Droga, garota! — Aceno minha mão sobre seu corpo.

Ela está usando um top curto preto que mal cobre seus seios
tamanho DD e uma saia preta de cintura alta que mal cobre sua
bunda. A meia-calça preta na altura da coxa é um toque legal, mas
um pouco sacana.

— Quem, hum, está tentando deixar com ciúmes esta noite? —


Pergunto, tentando esconder o riso atrás da minha mão.

— Ninguém, baby. Tentando entrar na cama do anfitrião, no


entanto. Vi uma foto dele antes de decidir ir - e convidá-lo, é claro
- e tenho certeza que meus ovários fizeram a porra de óvulos extras
só para ele.

Eu comecei a rir. — Oh meu Deus, garota. Está se sentindo


bem?

Ela me dá um olhar mortal. — Não esteve por perto nos últimos


dias de inferno, garota. Dan não apenas abandonou sua
namoradinha caloura, como agora - espera por - Kimmy Slut
Lenora.

Estou boquiaberta. — Cala-se. Acima. — Quero perguntar a ela


sobre Jett, mas me abstenho de fazê-lo.

— Sim, aparentemente seu suposto namorado perfeito gosta de


compartilhar. São nojentos. Ela é…

— Nojenta — termino, enquanto me viro e espio pela janela.

Não posso acreditar no que estou ouvindo. Jett compartilhando


a vagabunda da escola com seu melhor amigo? O que diabos está
acontecendo no vale? Eu literalmente estive fora por uns quatro
dias. Ele está fazendo isso para me machucar? Por que ele faria
isso? Foi ele quem terminou comigo quando enfiou a língua na
garganta daquela vagabunda.

— Tanto faz. Vamos nos divertir esta noite, e faremos isso


jogando-o na cara dos nossos ex! — Sasha comemora enquanto se
afasta dos dormitórios.

Jogo um braço para fora da janela e torço com ela, mudando


meu humor rabugento para o divertido que sempre tive antes de
Jett Hastings acontecer.

Holden Van
Ligando meu aparelho de som, "Drugs" de Falling in Reverse
ressoa pelos alto-falantes. Puxo minha máscara Ghostface e me
sento na cadeira no canto do meu quarto. Tudo o que posso pensar
é o olhar de decepção no rosto de Everlee quando percebeu que eu
fechava as coisas entre nós.

Porra, eu a queria tanto. Ainda quero.

O tesão em meus suores concordaria. Meu peito nu sobe e


desce pesadamente enquanto agarro os braços da cadeira, olhando
através da máscara para nada em particular. Estou tentando
sentir alguma coisa, qualquer coisa, na verdade, mas nada
funciona. Poderia me cortar e ainda assim não sentiria nada.
Minha porta se abre sem bater, ou talvez bateram, mas não
consegui ouvi-los por causa da música. Estou cruzando os dedos,
de que é Everlee prestes a entrar, mas o rosto de Macy aparece em
seu lugar.

Não movo um músculo. Ela entra e fecha minha porta antes de


ir direto para o meu aparelho de som, abaixando o volume.

— Que porra você quer? — Pergunto com os dentes cerrados.

— Não quero absolutamente nada, mas pensei que deveria


saber que seu brinquedinho da porta ao lado decolou e vai para
aquela festa no vale... Vestindo algo que faria uma stripper corar.

Minhas mãos agarram cada braço da cadeira com tanta força


que racha sob meu aperto. Que porra ela pensa que está fazendo?
Hastings a dispensou e, embora queira me vingar daquela escória,
também não quero que ninguém a toque além de mim. Disse que
eu era muito quente e frio para ela, mas está prestes a ver o quão
porra quente posso ficar.

Levantando-me da cadeira, arranco a máscara Ghostface e vou


para o meu armário. Não posso aparecer em uma festa vestindo
nada além de moletom. Além disso, meu brinquedo - como Macy a
chama - tende a me dar um tesão furioso na sua presença, e não
preciso que todos vejam minha fraqueza.

Visto uma camiseta preta justa, um par de jeans pretos e meu


boné preto antes de deslizar meus pés em minhas botas pretas de
combate. Meu traje combina com meu humor, e isso é tudo que
alguém precisa ver.

— Quando ela foi embora? — Pergunto.


Macy dá de ombros. — Não sei. Um tempo atrás.

Resmungo. — E só agora ouço sobre isso?

Sorrindo, ela coloca o chiclete na boca. — Pensei em dar uma


vantagem à garota para se divertir um pouco antes que seu diretor
aparecesse e arruinasse a festa.

Olho para Macy, não dando a mínima que esteja lhe dando um
olhar de “vai para o inferno”. — Legal. Agora me dê suas chaves.
Não tenho meu carro.

— Por que não tem o seu... — para no meio da frase quando vê


meu rosto. — Oh, certo. Aqui está, campeão. Não arranhe.

Ao sair do meu quarto, pego minha jaqueta fina e cinza da


Columbia e saio. É melhor nenhum cara ter a porra das mãos nela
quando eu chegar lá ou farão uma visita ao hospital esta noite.
18

Everlee Vera

Estou bêbada. Não há como negar.

Depois que vi Kimmy pendurada em Jett - que não deveria estar


aqui de acordo com Sasha - bebi o máximo de álcool que meu
estômago aguentou sem vomitar. Agora estou fazendo algo que
normalmente nunca faria.

— Sim, garota, pegue! — Sasha me anima com uma bebida na


mão.

Balanço para frente e para trás com a batida alta da música,


mas estou de pé em uma mesa para toda a festa assistir. Vários
caras cercam a mesa, assobiando e torcendo por mim, enquanto
apenas algumas garotas assistem com sorrisos. O resto está
jogando adagas em mim.

Jogando minhas mãos para cima, balanço meus quadris


sedutoramente em uma ação espiral descendente até que meus
joelhos se dobrem. Os caras ficam loucos; alguns estendem a mão
para me tocar. Não consigo parar de sorrir quando sinto o álcool
correndo em minhas veias, mas o mais legal disso tudo é olhar
para o lado ver o olhar azedo no rosto de Jett. Kimmy pode estar
pendurada em cima dele, beijando seu pescoço, mas ele está
olhando diretamente para mim. Sua mandíbula está tensa e
parece que está prestes a estourar a veia do lado do pescoço.
Não é isso que me preocupa, porém, quando ouço o único nome
que não esperava ouvir.

Holden Van.

As crianças saem de seu caminho, enquanto outras entram


nele. Estão todos cumprimentando-o como se fossem seu melhor
amigo, mas o olhar no rosto de Holden deve aterrorizá-los. Ele
parece que matará alguém e está olhando diretamente para mim.

Não paro de dançar, sabendo que ele não fará um escândalo na


frente de uma casa cheia de gente, né? Além disso, estou chateada
com ele, e pode se foder imediatamente. Estou tendo um ótimo
momento.

Ele marcha direto para a mesa, empurrando as pessoas para


fora de seu caminho até que esteja bem ao meu lado. Estendendo
a mão, olha para mim como se eu devesse saber exatamente o que
ele quer de mim.

Continuo dançando, rindo dele enquanto balanço minha


cabeça. As veias em seu pescoço pulsam quando pisca uma vez e
olha para mim.

— Não me obrigue a puxá-la para baixo desta mesa, Everlee —


adverte em voz profunda.

Eu me afasto dele. — Não pode vir aqui e me dizer o que fazer,


Van — digo rudemente, sabendo o quanto odeia quando eu o
chamo assim.

Ele afasta a mão e começa a torcer o pescoço, estalando-o.


Merda. Olho para Sasha, que perdeu o sorriso, observando
atentamente Holden enquanto se afasta, depois me lança um olhar
inquieto.

Sim, ele é assustador, mas não é tão…

— Ah! — Grito quando Holden agarra meu pulso e me puxa


rudemente para ele, jogando-me por cima do ombro. — Holden
Van! Coloque-me no chão agora mesmo! — Grito.

Ele obviamente não ouve meu aviso, abrindo caminho pela sala
de jantar lotada até chegarmos à sala de estar. Estou batendo em
sua bunda e nas costas, esperando que me solte, mas ele
simplesmente aperta minha coxa com uma mão e bate na minha
bunda com a outra. Na frente de todos!

— Ela disse para colocá-la no chão.

Oh porra. Não, não, não.

Holden se vira antes que eu tenha a chance de olhar, mas


reconheceria a voz de Jett em qualquer lugar.

— Sim, mas essa é a diferença entre você e eu. Minhas meninas


não me dizem o que diabos fazer. Elas fazem o que eu digo, porra
— Holden estala.

Jett ri incrédulo. — Everlee não é sua garota, e sabe disso.

— Sim, bem, ela é minha garota por enquanto, garotão. Saia


antes que se arrependa de manhã.

Uso a bunda de Holden para me levantar, olhando para a


quantidade de pessoas circulando ao nosso redor para nos olhar.
Puta merda. Isso é mais embaraçoso do que Holden me recusando
antes.
Holden me surpreende e me coloca no chão, mas não antes de
me puxar para seus braços, segurando minhas costas com força
em seu peito. Encaro o olhar duro de Jett e vejo o ciúme e a raiva
olhando para mim. Holden envolve seus braços em volta dos meus
quadris, enterrando o rosto no meu pescoço.

— Mmm, acho que alguém está com ciúmes — diz Holden.

A mandíbula de Jett se contrai quando pego as mãos de Holden


sobre meu estômago, tentando detê-lo.

— Você teve essa pequena pelo quê?... Três anos? E não


ganhou nada além de um beijo, certo? Estou com ela há três dias
e hoje cedo coloquei suas pernas em volta dos meus quadris.

— Holden, pare — sussurro para ele enquanto as lágrimas


borram minha visão.

Está mentindo descaradamente, e para quê? Para deixar Jett


com ciúmes? Foda-se, claro, é por isso! Holden não mentiu para
mim, não é? Ele me disse na cara que queria se vingar de Jett,
usando-me para isso. Eu sou uma idiota do caralho.

— Está mentindo — Jett resmunga antes de voltar seu olhar


duro para mim novamente. — Diga-me que ele está mentindo,
Everlee!

Meu coração martela no peito, sabendo que tudo o que tenho a


fazer para desinflar esse problema é contar a verdade a Jett, mas
parte de mim não quer. Ele me traiu com a puta da escola. Parte
de mim ainda quer se vingar dele, mas porra, não gosto de como
Holden está fazendo isso.

— Ele está mentindo — admito em voz alta.


Jett visivelmente solta um suspiro de alívio, mas o aperto de
Holden em mim aumenta.

— Mas estou? — Holden pergunta com um sorriso em sua voz.


— Porque me lembro de prendê-la contra a minha cômoda
enquanto deslizava meus dedos em sua calcinha. Depois a mudei
para a minha cama, não foi? Abriu bem suas pernas antes de se
esfregar em mim, não? Você me implorou por isso.

Girando em seus braços, dou um tapa forte em seu rosto


enquanto uma única lágrima escorre pelo meu rosto. Ele me solta
quando dou um passo para trás.

— Seu filho da puta do caralho — digo para que só ele possa


me ouvir através dos oohs e aahs enchendo a sala.

Sua expressão dura não muda quando ele olha para mim,
piscando para alguém quando ele finalmente desvia o olhar.

Sentindo-me envergonhada pela terceira vez hoje, saio da sala


e tento encontrar o banheiro mais próximo, mas foda-se, há cerca
de trinta garotas na fila. Em vez disso, subo a escada dos fundos
e encontro o primeiro quarto vazio.

O quarto gira quando me sento na beira da cama, procurando


meu telefone e bufando quando me lembro de deixá-lo no carro de
Sasha. Ótimo!

Eu me levanto, torcendo meu tornozelo quando faço isso, e


solto um suspiro. A porta se abre, e levanto minha cabeça
esperando que seja Sash, mas é a única pessoa que não quero ver.

— O que diabos quer, Jett?


Ele entra, fechando a porta atrás de si antes de erguer as mãos.
— Escute, venho em paz, está bem? Só quero saber se está bem.

Penso em como responder a ele, porque francamente, estou


horrível pra caralho, mas não quero que ele saiba disso. É quase
como se ganhasse se soubesse o quão terrível estou. Ele pensaria
que era porque não o tinha mais, e isso não poderia estar mais
longe da verdade.

Antes que possa responder, ele caminha até mim e segura meu
rosto. — Não tem ideia do quanto senti sua falta, Everlee —
sussurra.

— Jett, por favor.

Eu tento me afastar dele, mas ele envolve um braço em volta


da minha cintura e me segura lá. Seu hálito cheira a álcool e seus
olhos são brilhantes pra caralho.

— Jett, foi você quem acabou com as coisas, não eu.

Empurrando seu peito, percebo que estou presa. Jett estende


a outra mão para cima, arrastando a parte de trás do dedo
lentamente pelo meu lado até que está provocando a lateral do meu
seio. E agora me arrependo instantaneamente de usar este vestido.

— Não — advirto, me contorcendo em seus braços.

— Ah, qual é, Everlee. Eu te dei três dos meus melhores anos,


e não pode me dar a única coisa que sempre quis de você? —
Pergunta, deslizando o dedo dentro do vestido até roçar meu
mamilo.

Choramingo de medo, estremecendo em seus braços. Ouvi-lo


dizer que a única coisa que sempre quis de mim é sexo me faz odiá-
lo ainda mais. Sinceramente, pensei que significava algo para Jett
porque ele ficou comigo por tanto tempo, mas não era o caso, era?

— Você me amou? — Pergunto em um sussurro.

Ele ri e bufa ao mesmo tempo. — Amá-la? Não conseguia nem


me foder e esperava que eu te amasse?

Outra rodada de lágrimas embaça minha visão enquanto


empurro seu peito novamente. — Então deixe-me ir porque nunca
terá mais um segundo do meu tempo, seu pedaço de merda.
Holden estava certo sobre você.

Todo o seu comportamento muda com a menção de Holden. —


Oh, quer falar sobre aquele filho da puta, não é? O cara que está
te usando muito pior do que eu usei? — Bufa novamente,
balançando a cabeça.

— Pelo menos ele é honesto comigo. Sei o que sou para ele —
admito. — E prefiro ser a puta dele do que sua puta em qualquer
dia da semana.

— Não quis dizer isso — diz com os dentes cerrados,


segurando-me mais apertado contra o peito.

Deixei escapar um pequeno e doloroso gemido antes de sorrir


para ele. — Quis dizer cada palavra. E mesmo que não tenha fodido
Holden antes, minhas pernas estavam em volta de seus quadris, e
aproveitei cada segundo de sua boca e mãos em mim.

A raiva passa por seus olhos antes que me empurre para longe
dele, usando as costas da mão para me dar um tapa no rosto.
Respiro fundo, estendendo a mão para tocar minha bochecha
queimando ao mesmo tempo que sorrio para ele. Estou me
vingando conforme nos falamos, mas agora que sei a verdade sobre
ele, estou longe de terminar.

— Holden estava certo sobre isso também — sussurro antes de


cuspir em Jett, respingando um pouco de sangue em sua camisa
clara. — Você é um covarde.

Jett me ataca quando dou um passo para trás tão rápido que
torço o tornozelo de novo, mas antes que possa me atacar mais
uma vez, a porta se abre e Sasha corre para dentro, gritando seu
grito de guerra.

Ela pula nas costas de Jett e começa a esbofeteá-lo.

— Que porra é essa, Sasha?! — Jett grita enquanto a gira,


tentando agarrá-la.

— Precisa deixar minha melhor amiga em paz, seu traidor


desprezível! Corre, Everlee! Cuido disso!

Não estou prestes a fugir, porém, e deixar minha melhor amiga.


Em vez disso, dou um soco no pau de Jett e o observo se curvar
na cintura. Ele grita e agarra seu lixo enquanto Sasha pula de cima
dele. Rimos como um casal de hienas ao mesmo tempo que
observamos Jett se curvar com uma dor excruciante.

Envolvendo um braço em volta do pescoço de Sasha, a puxo do


quarto e volto para a festa. Holden ainda pode estar aqui, mas
foda-se ele também. Eu ainda tenho um bom burburinho
acontecendo, e não deixarei nenhum dos caras da minha vida
estragar tudo para mim.
19

Holden Van

Sentado no sofá com meus irmãos, assisto à enorme TV de tela


plana reproduzindo imagens de uma câmera escondida no quarto
de um cara, mas estou assistindo Everlee e Jett fodido Hastings.
Coloco minhas mãos em meu colo, tentando tanto manter minha
bunda neste sofá.

Porque sei que se me levantar e subir, matarei o filho da puta,


mas agora, está abusando.

Segurando Everlee contra ele, ela luta com ele enquanto diz que
sente a sua falta. Depois vejo sua mão livre subir e provocar seu
seio lateral, e juro que a veia em minha têmpora está prestes a
estourar.

— Oooo — a multidão grita enquanto Jett a apalpa.

Perdi algumas coisas ditas, mas não perco suas próximas


palavras.

— Eu te dei três dos meus melhores anos, e não pode me dar a


única coisa que sempre quis de você?

Bem quando pensei que esse idiota não poderia ser um idiota
maior. Posso não ter espaço para conversar – tendo usado um bom
número de garotas – mas Everlee não é o tipo de garota que se usa.
Nah, ela é o tipo de garota com quem se casa.
Porra.

Por que pensaria isso? Estou literalmente usando-a para


minha própria agenda fodida.

— Você me amou? — Suas palavras param meus pensamentos


enquanto me inclino para frente e ouço atentamente, fazendo as
pessoas se calarem ao meu redor.

O filho da puta, no entanto. — Amá-la? Não conseguia nem me


foder e esperava que eu te amasse?

Meus dentes de trás rangem novamente. Posso não ser o Sr.


Príncipe Encantado, mas o que ele fez foi uma merda. Nunca fiz
uma garota pensar que a amava e depois arranquei seu coração.
Quando estou com uma garota, sabem exatamente o que quero
delas. Nada menos, nada mais.

— Então deixe-me ir porque nunca terá mais um segundo do


meu tempo, seu pedaço de merda. Holden estava certo sobre você.

Eu me animei com a menção do meu nome, tentando lembrar


o que poderia ter dito a ela sobre Hastings.

— Oh, quer falar sobre aquele filho da puta, não é? O cara que
está te usando muito pior do que eu usei?

Sim, filho da puta, mas ela sabe que a estou usando.

— Pelo menos ele é honesto comigo. Sei o que sou para ele.

Viu? Ela sabe exatamente o que espero dela. Boa menina.

— E prefiro ser a puta dele do que sua puta em qualquer dia


da semana.
A multidão na sala cai na gargalhada e recebo alguns tapas
orgulhosos nas costas. Não posso deixar de sorrir, sabendo que
aquele momento em particular trouxe Everlee para mais perto de
mim do que ela provavelmente jamais admitirá.

— Não quis dizer isso.

— Quis dizer cada palavra. E mesmo que não tenha fodido


Holden antes, minhas pernas estavam em volta de seus quadris, e
aproveitei cada segundo de sua boca e mãos em mim.

Maldição, ela gostou. Sabia disso, porra.

Então observo enquanto ele a empurra para longe e lhe dá um


tapa no rosto. Porra, não. Vermelho é tudo que vejo. A veia no meu
pescoço lateja e minhas mãos apertam com tanta força que doem
pra caralho.

Eu me levanto do meu lugar no sofá e caminho pela sala de


estar lotada com uma coisa em mente: matar Jett Hastings.

Há muitas malditas pessoas nesta casa, bloqueando meu


caminho de chegar até ela o mais rápido que poderia se não
estivessem aqui. Ouço a sua voz vindo da TV da sala, mas não
presto atenção.

— Saiam! — Grito enquanto empurro as pessoas para fora do


meu caminho.

Quando as escadas finalmente estão livres para eu subir, só


chego na metade do caminho quando Everlee e Sasha me
encontram com sorrisos enormes em seus rostos, mas o sorriso de
Everlee desaparece quando olha diretamente no meu olhar. Sasha
sai de sob o braço de Everlee e desaparece escada abaixo. Garota
esperta.

Estendo a mão e emolduro seu rosto com minhas mãos,


virando seu rosto para um lado e para o outro.

— Ele bateu em você — digo, investigando seu rosto para ver


se conseguiu machucá-la novamente enquanto perdia o resto do
show.

Ela dá de ombros. — Estou bem, Holden, realmente. Acho que


ele está com muito mais dor do que eu.

Ergo minhas sobrancelhas, olhando por cima da sua cabeça


escada acima enquanto vejo Jett tropeçar para fora do quarto
segurando seu pau com o rosto vermelho.

Soltando uma risada bufante, envolvo um braço em volta do


seu pescoço e a guio escada abaixo. — Essa é a minha garota —
sussurro em seu ouvido.

Aprecio quando ela não me rejeita, mas ao invés disso me


abraça e me segue. Se ela estava com raiva de mim antes pelo que
disse na frente de todos, não está mais.

— Quer sair daqui? — Pergunto a ela quando chegamos ao final


da escada, esperando pra caralho que concorde.

Poderia ter dado um soco na cara de Jett, mas acho que é o que
ele esperava que eu fizesse. O cara é mais esperto do que imagino.
Ele e eu sabemos o que acontece com os jogadores de futebol
quando se metem em brigas - são expulsos do time. Sua maldita
hora está chegando, no entanto. Ninguém bate em Everlee e sai
impune. Só tenho que planejar isso direito.
— Sim, tive o meu divertimento.

Sorrindo, a puxo em direção à porta da frente e saio. Ela


imediatamente me abraça mais forte quando o ar fresco da noite
nos cumprimenta. Suponho que estaria congelando com o que está
vestindo. Se eu conseguir tirá-la dessa coisa, vou queimá-la.

Afasto meu braço de seu pescoço e circulo seus braços,


esfregando seus bíceps para aquecê-la. Seguimos em direção ao
carro de Macy, mas Everlee corre para outro. Estou prestes a
perguntar o que está fazendo quando me acena com o telefone,
fechando a porta do carro. Depois corre de volta para mim,
encolhendo-se ao meu lado, e juro que meu rosto se divide ao meio
de tanto que estou sorrindo.

Abrindo o lado do passageiro, a ajudo a entrar no carro da Macy


antes de contornar a frente e entrar eu mesmo. Meu coração quase
bate forte no peito quando olho e vejo que Everlee encontrou minha
jaqueta cinza e a colocou sobre os ombros, mas é a forma como a
segura e cheira que me dá um soco no estômago.

— Quer voltar para os dormitórios? — Pergunto, esperando que


ela diga não.

Sei o que acabou de acontecer, mas as coisas que ela disse?


Sim, espero que o pequeno Holden tenha sorte esta noite. E antes
que me julgue, todo cara nomeia seu pau. Acontece que o meu tem
o meu nome. Supere isso.

— É meio tarde — responde baixinho, olhando a hora no painel.

— Sim. Sim, está certa.


Parte de mim solta um suspiro de alívio, mas a outra parte quer
bater com a mão no volante. Eu literalmente tirei todos os malditos
truques do meu manual e essa garota ainda não me implorou para
fodê-la ainda.

Espero que ela ainda implore, no entanto.

Eu me afasto do meio-fio e volto para a Reaper Academy com o


rabo enfiado entre as pernas.

Quando chegamos, cerca de vinte minutos depois, olho e vejo


que ela está desmaiada no banco do passageiro. Ótimo. Estaciono
o carro onde o encontrei e saio. Everlee parece uma boneca de pano
quando a puxo do assento, enrolando-a contra o meu peito
conforme chuto a porta para fechá-la. Ela enterra a cabeça no meu
pescoço e geme enquanto a carrego para dentro.

Não mentirei e direi que meu pau não reage a isso porque reage,
porra. E ela cheira tão bem. Minha jaqueta pode cobrir seus
ombros agora, mas suas coxas estão bem abertas e vejo que não
está usando calcinha pela falta de material em seu quadril.

Porra do inferno. Se existe um Deus lá em cima, por favor, me


ajude a não tirar vantagem dessa garota.

Quando finalmente chego ao seu quarto, solto um suspiro e me


abaixo para abri-lo. Ela acorda, rindo baixinho enquanto a coloco
no chão com cuidado.

— Você me carregou para dentro — sussurra, virando-se para


mim. — Obrigada.
— Sim, bem... não achei que seria muito legal da minha parte
deixá-la lá fora — digo enquanto esfrego a parte de trás do meu
pescoço.

Seus olhos disparam para o meu bíceps saliente enquanto


lambe os lábios. Não, por favor, não.

Depois desvia o olhar e solto um suspiro. Ela tira minha jaqueta


dos ombros e a me entrega.

— Isso cheira a sua camisa — comenta. — Aquela em que


dormirei de novo esta noite. Não se importaria de me emprestar
um pouco da sua colônia quando perder o cheiro, não é?

Não sou capaz de parar minha risada, lentamente balançando


a cabeça para responder a sua pergunta. Saber que ela dormirá
com minha camisa novamente faz meu pau ganhar vida, e preciso
dar o fora daqui antes que seja tarde demais.

Minha expressão cai quando me afasto dela. — Não se esqueça


de pegar uma garrafa de água esta noite. Estará de ressaca e
desidratada como um filho da puta pela manhã.

Ela lentamente acena com a cabeça enquanto seus olhos de


corça se fecham. Merda. Eu conheço esse olhar.

— Está bem, bem, é melhor eu ir para o meu quarto…

Perco minhas palavras no segundo em que Everlee agarra


minha camisa, me puxa de volta para seu quarto e bate seus lábios
nos meus. Porra.

Chutando a porta para fechá-la, envolvo meus braços em volta


de sua pequena cintura e a seguro comigo, mas minhas mãos têm
vontade própria enquanto vagam em direção aos lugares nos quais
não consigo parar de pensar desde que a vi com este vestido.

Sua língua entra na minha boca antes de inalá-la, provocando


de volta quando nossa respiração se torna uma. Não paro minhas
mãos errantes quando uma encontra sua bunda nua dentro da
fenda, e a outra empurra o fino tecido preto de seu seio direito.

Ela geme em minha boca enquanto seu mamilo endurece na


palma da minha mão, e quase o perco. Com um gemido, me afasto
de sua boca inebriante conforme meus lábios descem por sua
garganta pulsante. Sua cabeça cai para trás ao mesmo tempo que
inspiro sua carne, lambendo e provando seu cheiro e sabor,
deixando meu pau mais duro do que nunca.

Estou tentando não jogá-la na cama como um neandertal, mas


quando suas mãos deslizam pelas minhas costas, depois pelo meu
pescoço, e suas unhas arranham levemente meu crânio, quase
solto o homem das cavernas. Minha boca continua a trilhar ao
longo de sua carne aquecida até que me inclino e capturo seu
mamilo em minha boca. Seu grito ecoa pelo quarto enquanto ela
agarra minha cabeça.

Porra, desistiria de tudo que possuo para sentir minha carne


contra a dela, misturando nosso suor e esperma enquanto nossos
corpos aprendem a linguagem um do outro, mas quando ela
soluça, me lembrando que está bêbada, solto seu mamilo e dou
um passo para trás antes que me arrependa disso. Não fodo com
garotas bêbadas. E com certeza não fodo virgens bêbadas. Isso é
um processo esperando para acontecer.
Todo o meu ser parece ter sido eletrocutado quando perco o
contato com seu corpo, observando-a balançar antes de cair na
beira da cama.

— Sinto muito — sussurra, estendendo a mão para cobrir o


seio exposto que acabei de colocar na minha boca.

— Não se desculpe, Everlee — digo com os dentes cerrados.

Seu olhar se volta até o meu, e não perco as lágrimas se


acumulando ali. Porra, ela acha que estou com raiva dela, não é?

— Vá para a cama, Everlee.

Eu me viro para sair do seu quarto, mas paro no meio do


caminho quando a ouço cair no chão e vomitar. Inalando uma
respiração calmante, me viro e a vejo de joelhos, se jogando em
uma cesta de lixo preta.

Perfeito!

Irritantemente, volto para ela e tiro seu cabelo do rosto. Parece


ter acabado de vomitar, e estou lentamente perdendo-a para a
inconsciência, mas, no fundo, sou um maldito cavalheiro e me
recuso a deixá-la dormir no chão usando apenas este vestido
delicado.

Depois de ajudá-la a se levantar, deito-a na cama e procuro


algo para trocá-la. Vejo minha camisa na cadeira ao pé da cama e
meu coração aperta ao vê-la. Ela realmente usa para dormir, não
é? Acho que nunca uma garota vestiu nada meu para dormir.
Gosto disso.

Colocando minha camisa sobre meu ombro, me movo de volta


para ela e lentamente a dispo até que esteja completamente nua
diante de mim. Sou um pervertido total e não posso deixar de olhar
para ela. Cada curva e plano em seu corpo foi feito a partir do
molde perfeito. Sua carne leitosa é sedosa, implorando para ser
adorada. Suas pernas estão fechadas, por isso não posso ver sua
boceta perfeitamente intocada, mas o que não daria para vê-la.
Breve. Porra, em breve.

Ela geme em seu sono, tirando-me de minha estupefação. Puxo


minha camisa sobre sua cabeça e cubro sua nudez antes de ajudá-
la sob os cobertores. Pode estar sem calcinha, mas espero que isso
a faça pensar em mim pela manhã quando acordar e se lembrar
do momento que tivemos esta noite. Mesmo que estivesse bêbada,
podia ver o desejo em seu olhar por mim. É apenas uma questão
de tempo até que eu esteja entre aquelas coxas leitosas, adorando
sua boceta perfeita.

E quando estiver lá, não pretendo sair.


20

Everlee Vera

Pego meu telefone quando acordo, vejo que é tarde e não há


mensagens. Faço beicinho, sabendo que Sasha não me checou. As
coisas ficaram loucas ontem à noite, e depois desapareci. Mesmo
que ela tenha me visto com Holden, deveria...

Memórias inundam minha mente da noite passada. A jaqueta


quente de Holden, que cheirava a ele, enrolada em meus ombros.
A maneira como sorriu para mim no carro antes de eu adormecer.
Como me carregou de volta para o meu quarto. Sua boca, suas
mãos, minha pele queimando. Eu o queria. Daria a ele minha
virgindade.

E então ele nos parou novamente. Faz parecer que me quer


muito, então nos interrompe. Não sei mais o que diabos esse cara
quer.

Eu vomitei, não foi? Foi por isso que ele parou? Não, parou
antes disso. Ele estava sendo um cavalheiro, não estava? Agora
não posso ficar com raiva dele. Ao invés de tirar vantagem de mim,
ele... Oh meu Deus!

Puxando sua camisa e minha falta de calcinha, o calor enche


minhas bochechas quando percebo que Holden é quem me despiu
e colocou sua camisa em mim. Oh Deus. Ele me viu
completamente nua. Acho que morrerei de vergonha.
Deito-me na cama e olho para o teto, imaginando como evitarei
vê-lo hoje. É sábado e não tenho ideia do que acontece por aqui
nos fins de semana, é o meu primeiro aqui. As pessoas vão para
casa? É liberdade para todos por aqui? Os funcionários saem?

Uma batida na porta do meu dormitório faz meu coração parar


no meu peito. Prendo a respiração e fico imóvel, esperando que
quem está do outro lado da porta não me ouça e saia.

— Sei que está aí. Abra!

Minhas sobrancelhas se juntam enquanto jogo os cobertores


para trás e corro para a porta. Macy me cumprimenta quando
abro, e seu olhar desliza para cima e para baixo em mim como
sempre.

— O que, hum, está fazendo aqui? — Pergunto, puxando a


bainha da camisa de Holden porque sei que estou nua por baixo
dela.

— Estou aqui para ajudá-la a se preparar — diz enquanto abre


caminho para o meu quarto.

Eu tropeço para trás, franzindo a testa. — Ajudar-me a me


preparar para o quê?

— Hum, alô. O jantar no Vans? — Ela me julga por cima do


ombro. — Nossa, quanto bebeu ontem à noite?

— Não, ele, hum, não quer que eu vá. Disse isso na minha cara,
Macy — digo a ela, fechando minha porta no caso de haver
bisbilhoteiros lá fora.

Ela acena para mim, ajudando-se no meu armário. — Escute,


Holden Van é um filho da puta mal-humorado, mas posso garantir
que ele a quer lá. Além disso, não será mau com você enquanto
sua irmã estiver por perto. Adora o chão que os pés dela pisam.
Estão próximos desde que a mãe deles morreu.

A mãe deles morreu? Meu coração afunda no estômago com a


revelação. Isso é muito triste e, de acordo com Holden, não se dá
bem com o pai. Sempre acho triste quando alguém não se dá bem
com os pais. Não sei o que faria sem minha mãe.

— Como ela morreu?

Dando de ombros, ela joga várias coisas em mim de dentro do


armário. — Nenhuma ideia. Não pergunto e eles não me dizem.

Não posso deixar de pensar em fazer Holden confiar em mim o


suficiente para se abrir sobre algo tão pessoal. Será que algum dia
chegaremos a um lugar assim?

— O que está me jogando? — Pergunto, segurando todas as


roupas incompatíveis em minhas mãos.

— Algo que dirá ao pai deles que não é escória, mas também
algo que Holden não conseguirá tirar os olhos.

Resmungo. — Macy, acho que posso me vestir sozinha.

Ela coloca a cabeça para fora, balançando a cabeça para mim.


— Não tenho dúvidas de que possa se vestir em qualquer outro dia
da semana, mas prometo que me agradecerá mais tarde. O Sr. Van
é um filho da puta mau. Se não estiver de acordo com os seus
padrões, nunca receberá a sua bênção para estar com o seu filho.

Engolindo em seco, caio na beira da minha cama. — Ele é tão


ruim assim? — Ignoro a parte de ganhar sua bênção para estar
com Holden. Nem mesmo tenho esperança nisso, então não me
importo com uma bênção que não precisarei.

— Ele é horrível pra caralho. Ah-ha! Isto é perfeito!

Oh Deus. Não faço ideia do que encontrou lá dentro, mas


suponho que, se estiver no meu armário, não deve ser de todo
ruim, mas quando ergue a visão, fico boquiaberta e balanço a
cabeça.

— Sem chance! Holden surtará.

Ela ri. — Exatamente. E o Sr. Van é um pervertido total. Estará


mais focado em seus seios do que em ouvir qualquer coisa que
tenha a dizer. A ideia é fazer com que goste de você sem realmente
conhecê-la.

Escarneço. — Caramba, valeu.

— Não quis dizer isso, vadia. Não quer que o Sr. Van a conheça.
Quanto menos ele realmente souber sobre você, melhor. Posso te
prometer isso. Agora se vista, vamos nos atrasar.

— Não posso entrar lá vestindo isso — sibilo para Macy quando


nos aproximamos das portas da frente de uma das maiores casas
que vi.

O lugar é maior que nossos dormitórios, pelo amor de Deus.


Quantas pessoas vivem neste lugar?! Com três andares de altura,
a enorme mansão de pedra maciça paira sobre a encosta da
montanha de maneira ameaçadora. Gosto do ninho de corvo no
topo e das gárgulas que o rodeiam. As pedras são escuras e a
maioria das feições são pretas. Parece uma mansão saída de um
filme de terror. Odeio admitir que amo isso.

— Sim, pode. Estamos aqui, então não há como mudar de ideia.


— Ela agarra meu braço e me puxa com força junto com ela. —
Não é a única que se vestirá tão bem — diz, acenando com as mãos.

É fácil para ela dizer; pelo menos pode usar calças. Calça preta
brilhante e sedosa de cintura alta, para ser exata. Abraçam seu
corpo de ampulheta perfeitamente. Um top curto vermelho escuro
mal cobrindo os seios torna a roupa ameaçadora, mas a linda
gravata borboleta em volta do pescoço diminui um pouco.

— Sinto como se estivesse nua — digo a ela, tentando me


cobrir.

Ela dá um tapa em minhas mãos. — Está arruinando a


aparência sendo tímida. Você é gostosa pra caralho, Everlee, exiba
essa merda.

Suspirando fundo, puxo a bainha da minha minissaia justa de


couro sintético e tento manter a calma enquanto Macy estende a
mão e toca a campainha. Um carrilhão sinistro ecoa por toda a
mansão, fazendo meu coração bater mais forte. Não deveria estar
aqui. Holden deixou bem claro que não me queria aqui, e agora
sinto que estou ultrapassando meus limites.

A porta se abre e um Holden irritado e totalmente entediado


responde.

Até que me vê.


Seus olhos parecem se iluminar na minha presença, mas
quando olha para o meu corpo, sua mandíbula aperta e me fixa
com um olhar duro.

— Que porra está vestindo? — Pergunta com raiva.

— Eu escolhi — Macy responde por mim, batendo de


brincadeira em seu peito enquanto caminha ao seu redor. — Jogue
bem, idiota — sussurra para ele antes de desaparecer.

Olho para baixo, com muito medo de olhar para seu olhar
zangado. Ele estende a mão e pega minha mão, puxando-me para
dentro antes de fechar a porta.

— Pensei ter dito a você que não a queria aqui hoje — diz.

Engolindo em seco, vou cruzar os braços sobre o peito


novamente, mas me detenho quando me lembro das palavras de
Macy. — Eu, hum, tentei escapar disso, mas Macy pode ser muito
persuasiva. — Aceno minhas mãos sobre o meu traje. — Como
pode ver.

Ele se inclina contra a parede preta, olhando para o meu corpo.


Posso sentir seus olhos em todos os lugares que olha. Meus
mamilos endurecem atrás do espartilho de renda que está preso
pelos fechos frontais, e rezo para que não possa vê-los endurecer.
Esta renda é completamente transparente, mas há um padrão rosa
grande e grosso logo acima de cada mamilo para dar algum tipo de
cobertura. Deixa muito pouco para a imaginação, porém, porque
pode basicamente ver todo o contorno do meu peito.

A corrente de ar da casa lambe minhas coxas nuas enquanto


puxo a saia de couro. Seu zíper lateral está aberto na parte
superior da minha coxa, revelando a parte superior da meia-calça
de renda que Macy me colocou. nervosamente.

— Eu, hum, acho que devo ir, no entanto. Está claro que não
quer...

Ele me assusta quando agarra a gargantilha em volta do meu


pescoço e me puxa rudemente para ele. Meu peito bate no dele
enquanto olho para cima em seu olhar duro.

— Você está aqui — diz profundamente. — Apenas... não diga


uma maldita palavra.

Um guincho agudo faz meus ouvidos zumbirem enquanto


ambos olhamos para a escada expansiva. Macy e uma morena alta
e incrivelmente linda descem. É a morena que gritou, mas não
consigo tirar os olhos de seu traje. Um vestido branco sem costas
com decote em V profundo e fendas até os quadris de cada lado se
apega a seu corpo perfeito, mas são os seios quase saltando pela
falta de material que me surpreendem. Não era para ser um jantar
em família? Entre o vestuário de nós, meninas, diria que é algum
tipo de jantar de festa sexual.

Eu finalmente desvio meu olhar para longe e olho para Holden,


notando que está vestindo preto, jeans skinny rasgados e uma
camisa branca superjusta que define cada músculo de seu torso.
Está com aquele estilo de cabelo recém-fodido, me deixando com
água na boca, mas rapidamente desvio o olhar de novo.

— Deve ser ela! — A morena grita enquanto corre pelo foyer,


seus saltos ecoando pelo enorme espaço.
— Calma, Tiffany — Holden diz, parando na minha frente para
bloqueá-la.

Vejo suas unhas elegantes cravejadas de diamantes enquanto


agarra o bíceps de Holden. — Irmão, não pode escondê-la de mim
para sempre.

Holden bufa, finalmente saindo do caminho enquanto passa a


mão sobre sua expressão irritada.

— Uau — Tiffany respira enquanto se aproxima de mim,


agarrando meus braços em seguida. Está sorrindo conforme me
vira para um lado e para o outro. — Não estava brincando, baby.
Ela é deslumbrante.

Macy bufa. — Eu te disse. Holden não brinca quando se trata


de suas garotas.

— Jesus, porra. Quantas vezes tenho que dizer a ambas que


não tenho garotas? — Aponta para mim. — Ela não é minha
garota. Nunca será minha...

— Oh, cale-se, se refere a sua bunda — Tiffany repreende,


virando um sorriso para mim. — Ele fica um pouco mal-humorado
quando não come há algum tempo. — Pisca. — Gosto que esteja o
arrastando junto.

Abro a boca para dizer a ela que não o estou arrastando. Estou
simplesmente ficando fora da sua cama porque ele não é o cara
com quem perderei minha virgindade, mas acho que ela não quer
ouvir como estou me guardando para o amor.

Nossa conversa, porém, é interrompida quando uma porta bate


com força no espaço, fazendo Tiffany me soltar enquanto dá um
passo para trás. Todos estão em silêncio conforme observo um
homem em um terno cinza ardósia perfeitamente passado entrar
na sala. É a cara de Holden, apenas trinta anos mais velho, ao que
parece. Estou hipnotizada, como se vislumbrasse como Holden
seria nessa idade. Ainda será um desmancha-prazeres, e é outra
razão pela qual nunca estarei com um cara como Holden. Não
tenho vontade de ser a dona de casa de um prostituto - um homem
que dorme com todo mundo, menos comigo. Não, obrigada.

— Jantar está servido. Devemos? — Pergunta, apontando para


duas portas duplas pintadas com tinta preta fosca.

Não sinto falta de como todos ficam em silêncio na presença


desse homem. Macy disse que ele era basicamente um monstro,
mas não vejo nenhum olhando para mim, pelo menos não até que
estou prestes a passar por ele e ele agarra meu braço para me
impedir.

Seu olhar desliza apreciativamente pelo meu corpo. — E quem


temos aqui?

Meu coração bate forte enquanto lambo meus lábios, me


preparando para responder, quando Holden me puxa para longe
dele.

— Não é da sua maldita conta — Holden ferve.

O Sr. Van sorri maliciosamente, ainda me olhando enquanto


passa por nós com os ombros para trás. Não sei o que diabos
aconteceu naquele momento, mas tenho esse desejo de ficar colada
ao lado de Holden o tempo todo.
Holden desliza sua mão na minha, entrelaçando nossos dedos
enquanto nos leva para a sala de jantar. Vejo Macy e Tiffany
sentadas, rindo e em seu próprio mundo. O Sr. Van está sentado
na cabeceira da mesa, sorrindo quando entramos.

— Estou surpreso em ver que trouxe uma acompanhante que


não é Lauren — diz, erguendo uma sobrancelha desafiadora para
Holden.

Meu coração afunda com a menção do nome de Lauren e todas


as coisas que aquela garota horrível fez comigo. Odeio saber que
Holden estava com ela, ou talvez ainda esteja, de acordo com a
expressão no rosto de seu pai. Quem diabos sabe?

— Lauren e eu não estamos juntos há meses — Holden


responde com uma voz brusca enquanto me puxa para baixo ao
seu lado na mesa.

Estamos sentados a vários assentos de distância do Sr. Van,


mas ainda perto o suficiente para ouvi-lo e falar com Tiffany e
Macy.

O Sr. Van sorri e solta uma gargalhada profunda. — Por agora.


É saudável que os casais façam uma pausa de vez em quando.

Olho para Holden quando não responde. Está apenas dando


um tempo com a Lauren? Não me surpreenderia se os dois maiores
idiotas do mundo acabassem juntos, mas dói meu coração saber
que sou apenas um meio para um fim.

Macy bufa do outro lado da mesa, chamando minha atenção


para ela, enquanto gentilmente puxo minha mão do aperto de
Holden. Ele não luta comigo, e odeio admitir que isso também fere
meus sentimentos, mas preciso parar de deixar Holden Van me
machucar. Estamos nos usando, certo? É algo que continuo
esquecendo, no entanto.

— Devo pegar meu carro de volta? — Holden pergunta com um


tom ácido em sua voz.

Não posso deixar de notar a tensão entre Holden e seu pai.


Holden parece que se lançará sobre a mesa e estrangulará seu pai,
e o Sr. Van parece que gosta de atormentar seu filho pelo resto de
sua vida com um sorriso no rosto o tempo todo.

— Depende. Já parou de dar socos no seu pai?

Holden bufa, balançando a cabeça. — Enquanto ele continuar


me tratando como um pedaço de merda, meus dedos estarão
sempre prontos para derrubar.

Uau.

Olho para Tiffany, notando como parece imperturbável, mas


ainda irritada.

— Não podemos ter um jantar normal pela primeira vez? —


Tiffany choraminga. — Só volto no fim de semana.

O Sr. Van sorri falsamente para Tiffany enquanto se recosta na


cadeira. — O que quer que seu coração deseje, querida.

Holden bufa novamente. — Imagino.

— Que porra disse, garoto? — Sr. Van pergunta, olhando para


Holden. — Faria melhor para cuidar da porra da sua boca. Por que
não pode ser mais parecido com aquele garoto Hastings? Segundo
a mãe dele, não causa nenhum problema para ela.
Meu coração troveja novamente. Por que o Sr. Van está
mencionando Jett? Estou esquecendo de algo? Olho e vejo a
mandíbula de Holden cerrar quando bate a mão na mesa, fazendo
todos os talheres e copos tilintar.

— Nunca mais me compare com aquele filho da puta — diz


Holden quando vejo a raiva fervente no olhar que lança para seu
pai.

O Sr. Van ri. — Vou compará-lo com quem diabos eu quiser,


garoto. — Ele se levanta rapidamente, indo direto para Holden
antes de agarrar sua nuca. — E direi o que quiser, também. A
garota sentada ao seu lado não sabe o quão grande pedaço de
merda está sentada ao lado dela. — Seu olhar escuro se move para
o meu. — Deveria correr enquanto pode, querida. Odiaria vê-la
engravidar desse garoto que pensa que é um homem. Dormindo
com qualquer garota disposta a abrir as pernas para ele. Não é,
rapaz?

Holden se debate em sua cadeira, mas o Sr. Van o segura. Macy


e Tiffany estão boquiabertas com o medo estampado em seus
rostos. Estou congelada no meu lugar, me perguntando o que
diabos dizer ou fazer. Nunca tive um adulto ou pai falando comigo
assim, nem nunca os vi degradar seus filhos assim. Estou
horrorizada por Holden.

— Foda-se. Você — Holden diz com os dentes cerrados.

— Não, foda-se, Holden — Sr. Van diz quando empurra o rosto


de Holden para baixo.

Seu rosto bate contra a mesa enquanto o Sr. Van bate seu rosto
contra o prato quebrado de Holden. Estou completamente
chocada, minha mão voando para cobrir meu suspiro à medida
que olho para os olhos raivosos de Holden. Ele ainda está lutando
contra seu pai, que atualmente está com a cabeça imobilizada.
Nunca vi nada assim na minha vida.

Olho para Tiffany e Macy, encontrando-as parecendo tão


horrorizadas quanto eu. Depois pulo quando Holden se levanta
com toda a força, virando-se para o pai como se fosse socar o seu
rosto.

Não respiro, sentindo meu coração martelar atrás de minhas


costelas enquanto os vejo num impasse. Nenhum deles move um
músculo.

— Não me intimida mais — Holden escarnece. — Pegarei o resto


das minhas coisas e nunca mais me verá.

Virando-se, Holden sai da sala de jantar. Estou congelada,


olhando entre todos enquanto descubro o que diabos fazer. Faz-se
um silêncio na sala antes de Tiffany repreender seu pai.

— Por que tem que pressioná-lo assim? Vocês dois estão


sempre fazendo um concurso de mijo, para ver quem bate mais
forte no peito. Por que?!

— Tiff, querida, não é...

— Cala a boca, pai. Você arruinou o jantar. De novo!

Vou sair por capricho e assumir que isso é normal. Minhas


mãos tremem no meu colo e tudo que quero fazer é encontrar
Holden e ver se ele está bem.
— Alguém precisa colocar esse menino em seu lugar — diz o
Sr. Van rudemente, endireitando o paletó antes de se sentar na
cabeceira da mesa.

Olho para Macy, que está me observando quando falo com ela.
— Onde ele está?

Ela aponta para cima e responde — Todo o caminho para cima.

Tiffany e o Sr. Van ainda estão discutindo, então escorrego do


meu assento e sigo para as escadas. Não tenho ideia de que tipo
de estado de espírito encontrarei Holden, mas não me importo.
Tenho a sensação de que precisará de alguém, e talvez eu seja a
única pessoa que ele deixará por perto e que se importa um pouco
com ele.
21

Holden Van

Odeio aquele filho da puta.

Quando ele morrer, mijarei em seu túmulo e depois andarei por


aí com minhas botas de combate pretas que tanto odeia. Um pé de
cabra em sua lápide também soa bem. Não quero que ninguém se
lembre dessa porra.

E o pior é saber que ele me humilhou na frente de Everlee. É


exatamente por isso que não a queria aqui. Ela nunca mais olhará
para mim da mesma forma.

O som de tábuas rangendo ecoa do lado de fora da porta do


meu quarto, fazendo-me agarrar os braços da minha cadeira.
Estou sentado no canto mais escuro do meu quarto, tentando me
acalmar para não voltar lá embaixo e matar meu pai a sangue frio,
mas se for ele, não me impedirei.

— Holden? — Em vez disso, ouço o doce som da voz de Everlee


e solto um suspiro.

Fico quieto, querendo que ela entre e me encontre. Ela não pode
me ver onde estou sentado, mas posso vê-la. E quando entra, a
dispo com os olhos. Macy sabia exatamente o que diabos fazia
quando a vestiu. O que só me irrita mais. Estou tentando com tudo
que tenho para não levar essa garota para a minha cama, mas
parece que a Macy está testando cada nervo que tenho – a vadia.
É difícil vê-la através da minha máscara; aquela que uso
quando estou lutando para não matar alguém, principalmente
meu pai. Eu me escondo atrás dessa máscara desde criança.
Ghostface. O único alter ego que me faz sentir completo. Quando
meus pais brigavam ou quando queria me esconder, Tiffany me
dizia para colocar essa máscara e ninguém poderia me machucar.
À medida que envelhecia, mais a máscara se tornava parte de mim.
Não sou o tipo assassino em série dos filmes, mas tenho
pensamentos assassinos sobre certas pessoas.

Ela entra nervosamente, olhando ao redor do meu quarto


enquanto se move de uma área para outra. Gosto de vê-la no meu
quarto. É meu espaço pessoal e raramente deixo alguém subir
aqui, mas ela é diferente. Quero que veja.

Então ela se aproxima de mim, fazendo meu coração bater


descontroladamente de excitação. Poderia avançar, agarrá-la pela
cintura e puxá-la para mim em segundos, e não saberia o que a
atingiu, mas não vou. Em vez disso, minhas mãos se fecham nos
braços da cadeira enquanto cerro os dentes, esperando que me
encontre.

Quando finalmente me encontra, inspira um suspiro agudo e


assustado e pula para longe de mim. Sua mão descansa em seu
peito arfante.

— Holden — diz.

Porra, gosto quando ela diz meu nome assim.

Ela se move em minha direção e cada músculo do meu corpo


tensiona. Quero que ela me toque, mas também não quero. Não
tenho certeza do que acontecerá se ela me tocar. Estou no limite
agora.

Eu lambo meus lábios, observando-a se aproximar com olhos


cautelosos, então faz a porra impensável e rasteja para o meu colo.
Agora estou realmente tenso, prendendo a respiração enquanto a
observo. Seus olhos ficam pesados conforme manobra no meu
colo, esfregando essa sua bunda perfeita no meu pau.

— Everlee — gemo seu nome em advertência.

Ela não dá ouvidos às minhas palavras, porém, enquanto


coloca as mãos espalmadas no meu peito.

— Só quero ter certeza de que está bem — sussurra.

Resmungo, torcendo meu pescoço até estalar. — Estou bem,


mas não tenho certeza se você ficará por muito mais tempo se
continuar me olhando assim.

Ela sorri, mordendo o canto do lábio enquanto se aproxima de


mim. Minhas mãos finalmente a agarram, mas apenas para parar
o que está fazendo.

— Everlee, juro por Deus se não sair do meu colo agora, vou...

Inclina-se para a frente e pressiona os lábios contra a máscara,


sussurrando — O quê?

— Está brincando com o diabo agora, querida. Se valoriza sua


virgindade tanto quanto acho que valoriza, dê o fora do meu colo.

Não estou mais brincando. Ela tem dois segundos para sair do
meu colo ou vou pegar o que tenho desejado desde o segundo que
provei seus lábios. Vou colocá-la de costas, se contorcendo
embaixo de mim antes de fazê-la gritar.
— Fará você se sentir melhor? — Pergunta baixinho,
inclinando-se para trás antes de traçar minha máscara com o
dedo.

Minhas sobrancelhas se juntam, mas ela não consegue vê-las.


— Que porra está dizendo? — Porque se ela está tentando dizer
que se entregará a mim para me fazer sentir melhor, não deixarei.
Fui um bastardo egoísta e não mereço o que está disposta a me
dar por causa das minhas emoções.

— Estou simplesmente dizendo que se precisar de mim... se


precisar do meu corpo... quero dizer, se isso fará você se sentir
melhor e distraí-lo, vou...

A raiva me atravessa quando agarro seu bíceps e a empurro


para longe de mim. Ela sai voando, pousando na minha cama com
um salto enquanto o choque transforma sua expressão.

Eu me levanto, arrancando a máscara Ghostface enquanto me


elevo sobre ela.

— Está brincando comigo agora, Everlee? Você me daria algo


que lhe é tão precioso porque acha que me fará sentir melhor?

Porra, queria que ela me desse permissão para fodê-la por tanto
tempo, e aqui estou lhe dizendo para mantê-la. Honestamente, não
quero que ela me foda por pena ou que sinta pena de mim. Não
quero nada dessa merda.

— Dê o fora. — Afasto-me, apontando para a minha porta


enquanto as veias do meu pescoço latejam.

Ela fica nervosa, cruzando os braços sobre o peito. — Holden,


não quis dizer...
— Sim, porra, quis. Não quero sua pena fodida. Sério. Dê o fora
do meu quarto antes que te mande, porra — digo com os dentes
cerrados.

Estou tão hostil agora que não posso ter certeza de que não vou
machucá-la. Ela precisa ir embora. E preciso limpar minha
cabeça.

Não perco o pequeno gemido que solta quando ela se vira e sai
do meu quarto. Sou um idiota do caralho; o que posso dizer? Ela
precisa ver o quão cruel sou. Não quero ou preciso dela tentando
se aproximar de mim. Ela sempre foi meu plano de vingança contra
Jett Hastings, mas está chegando muito perto, e estou ficando
muito mole.

Quando ouço o clique da porta do meu quarto, jogo a máscara


pelo quarto e solto um gemido confuso. Então pego meu telefone e
vejo que perdi uma mensagem de texto.

Meu coração bate forte quando vejo quem é, mas meu pau
também. Poderia usar uma foda sem sentido agora para tirar
Everlee Vera da minha cabeça.

MissF: Você me deve um encontro esta noite, Holden. Um encontro

muito caro pelo qual paguei. Todos estão fora de casa. Esteja aqui em

vinte minutos.

Eu: A caminho.

Enfio meu telefone de volta na minha calça e olho ao redor do


meu quarto. Posso ter dito à Sra. Fairfax que estou a caminho,
mas menti. Vou arrumar boa parte do meu quarto, enfiar a merda
no meu Range Rover e depois vou embora.
Depois de fazer várias malas, as carrego para baixo, mas Tiff
pula no meu caminho e me impede de sair.

— Você é um idiota, irmãozinho — me diz.

Endireito meus ombros, olhando para ela com o maxilar


cerrado. — E só agora está percebendo isso?

Ela me empurra no peito. — Não seja um espertinho agora,


Holden. Macy acabou de tirar uma Everlee chorosa daqui e a está
levando de volta para a escola. O que você fez com ela?

Dando de ombros, olho para minha irmã nos olhos e digo —


Não fiz porra nenhuma que ela não merecia.

— Eu gostei dela — sussurra Tiffany.

Isso me irrita. Cerro meus dentes e pego minhas coisas,


mentindo descaradamente quando digo — Sim, bem, não fiz. Pare
de tentar me consertar, Tiff.

Ela não me impede quando saio de casa, indo direto para o meu
Range Rover. Papai pode não ter me dado permissão total para
pegá-lo, mas também não disse não. Foda-se ele de qualquer
maneira. Pegarei minha maldita caminhonete de volta.

Antes de sair da garagem sem olhar duas vezes para trás, tiro
uma camisa de botão de uma das minhas bolsas, minha camiseta
e a visto. Afinal, esta noite é um encontro, não é? Eu me viro em
direção à propriedade dos Fairfax quando pego a estrada. Sou um
filho da puta, mas ainda farei isso com um sorriso no rosto, não
dando a mínima para ninguém ou nada.
Everlee Vera
Nunca odiei alguém mais do que odeio Holden Van.

Estava vulnerável e eu sentia pena dele, mas não da maneira


que ele claramente pensava. Não tive pena dele. Seu pai é
obviamente o maior idiota do planeta, e não queria que Holden se
sentisse tão pouco quanto seu pai queria que se sentisse.

Naquela pequena janela de tempo, queria me entregar a


Holden. Queria que ele se sentisse conectado a algo - alguém - que
nunca o machucaria. Porque nunca faria isso, mas não posso dizer
o mesmo sobre ele.

E eu sou uma idiota.

Por que diabos estava prestes a dar a Holden Van minha


virgindade?! Nem sei o que se passava na minha cabeça. Tudo o
que sei é que vê-lo sentado ali com aquela máscara do Ghostface
mexeu comigo. Foi como se um interruptor ligasse dentro da
minha psique, e queria que ele me tocasse. Por toda parte. E nunca
parasse. Queria que ele tocasse cada centímetro de mim.

Gah!

Resmungo em meu travesseiro, olhando para os azulejos


elegantes do teto do meu quarto enquanto me xingo mentalmente.
Holden Van me destruirá, e vou deixá-lo fazer isso. Tenho chorado
pelo idiota nas últimas duas horas. E parte de mim esperava que
voltasse aos dormitórios, mas ele não voltou.
Quando vi Macy no corredor enquanto ia buscar lanches, ela
me disse que ele deixou a casa do pai logo depois de mim. Então,
onde diabos está?

Por que me importo de qualquer maneira? Não deveria. Não me


importo. Porra, está bem, me importo um pouco.

Parte de mim quer confrontá-lo. Quero saber por que me


recusou de novo. Ele continua fazendo isso, me amarrando como
se eu fosse sua marionete, mas não aceita quando estou disposta
a dar até mesmo uma lasca de mim mesma para ele. Holden Van
está longe de ser um cavalheiro, mas talvez tenha olhado para ele
de forma errada o tempo todo.

Não aguento mais ficar sentada sozinha no meu quarto.


Agarrando um livro, saio para sentar em uma das enormes janelas
salientes na escada. É tarde, então ninguém deveria estar
acordado, e está chovendo, por isso é o momento perfeito para ler
alguns capítulos.

Estou a dois capítulos do fim quando percebo que não


compreendi uma única palavra. Holden Van não sai da minha
cabeça, e tenho certeza que esses pensamentos serão minha razão
para nunca mais conseguir pensar direito. Eu também posso me
internar na ala psiquiátrica mais próxima antes que seja tarde
demais. Tenho certeza que têm algum tipo de pílula para me ajudar
a esquecê-lo.

No entanto, bem quando tento esquecê-lo, as enormes portas


duplas dos dormitórios se abrem e Holden Van entra vindo da
tempestade. Relâmpagos piscam atrás dele antes que o estrondo
constante do trovão ecoe pelo céu escuro e raivoso.
Estou nas sombras, observando-o enquanto esfrega a chuva de
seu cabelo bagunçado, mas é o seu traje que mais me chama a
atenção. Sua camisa de botão está meio aberta, e os botões
parecem estar fora por um, pendurados ao acaso em seus ombros.
E seu cinto balança aberto, tilintando conforme se move.

Ele se move em direção às escadas, me fazendo prender a


respiração. A ruga em suas sobrancelhas me diz que ainda está
furioso, e presumo que estava se embebedando, tentando esquecer
as palavras de seu pai, mas quando sobe as escadas sem parar,
tenho a sensação de que não bebeu nada.

Eu tento ficar na sombra da janela saliente, apenas fora de sua


vista, quando um relâmpago denuncia minha presença.

Holden para de repente, olhando para mim com aborrecimento


em sua testa. — Que porra está fazendo aí?

Agito meu livro no ar. — Não é óbvio? — Pergunto baixinho.

Ele se inclina contra o corrimão, cruzando os braços sobre o


peito, e é quando vejo algo que faz a boca do meu estômago
desabar. Bem ali na gola de sua camisa de botão - manchas de
batom.

Agora entendo onde esteve. E sinto que algum otário me deu


um soco. Meu peito e estômago queimam, e parece que uma pedra
pesada está em meu estômago. Estou quente. Não, estou com frio.

O trovão estrondoso me faz pular, tirando-me do meu estado


de pânico enquanto abraço o livro contra o peito e pulo da janela
saliente. Não posso olhar para ele. A dor e a mágoa em todo o meu
corpo me fazem querer vomitar. Nunca me senti mais ciumenta ou
destruída em minha vida. Lágrimas brotam atrás dos meus olhos
e sinto que não consigo respirar.

— Everlee — diz para minhas costas recuando, mas não paro.


Não posso.

Avanço mais rápido, tentando chegar ao meu quarto antes que


possa me impedir. Estou a segundos de deixar minhas lágrimas se
tornarem soluços. E pensar que quase me entreguei a ele antes.
Nunca fui o que ele queria. Sempre fui seu plano de vingança
contra Jett. E porque Jett não estava aqui, Holden me recusou,
mas suponho que tinha que se aliviar de alguma forma, certo?

Eu o odeio.

Não é porque escolheu ficar com outra garota esta noite. Não,
isso é apenas quem Holden é. É um homem prostituto, pegando
quem e o que quiser. Estou magoada porque ele me enganou por
tanto tempo, e fui estúpida o suficiente para pensar que me queria
de uma forma ou de outra. Sou uma idiota ingênua, mas não
cometerei esse erro novamente. Acabei com Holden Van para
sempre desta vez.

— Pare.

Minha mão torce a maçaneta da minha porta, quase a salvo,


quando o aperto de Holden na minha mão me faz pular para longe
dele. Quando pisco, uma única lágrima escorre pelo meu rosto e
me odeio por mostrar a ele como me ferrou.

— Merda, Everlee — murmura, estendendo a mão para enxugar


a lágrima.

Bato na sua mão, no entanto. — N-não. Não me toque, porra.


Suas sobrancelhas se juntam quando dá um passo para trás.
— Everlee, não pensei que ainda estaria acordada e pensei...

— Pensou o quê? Que poderia entrar sem ser detectado, e me


apaixonar por seus encantos estúpidos novamente amanhã? Que
não descobriria que fodeu com outra pessoa depois de
basicamente me jogar em cima de você mais cedo?

Merda. O que estou dizendo?! Não quero que Holden saiba o


quanto suas ações me machucaram profundamente.

— Você não entende. Eu fiz isso porque...

— Porque é um idiota — termino para ele. — E não quero ouvir


suas desculpas, Holden. Apenas me deixe em paz, está bem?

Voltando para a minha porta, tento entrar novamente, mas


Holden claramente tem outros planos. Tento fechar a porta na sua
cara depois de entrar no meu quarto, mas ele é mais forte e invade,
fechando a porta depois que entra no meu espaço pessoal.

— Não. Não está tudo bem — apressa-se em dizer.

Eu rio, jogando minha cabeça para trás enquanto jogo meu


livro pelo quarto. Cai com um baque a vários metros de distância
antes de eu marchar até ele e empurrá-lo no peito.

— Eu te odeio.

Ele aceita meu empurrão, mas não se mexe. O cara é sólido.

— Não odeia.

— Não me diga o que sinto, Holden. Eu. Te. Odeio. — enuncio


cada palavra, empurrando-o no peito a cada vez.
Ele agarra minhas mãos – me parando – antes de me puxar
para ele, peito a peito. — Você só me odeia porque a faço sentir
coisas que nunca sentiu antes, Everlee.

— Sim, como ódio! — Escarneço, tentando me afastar dele, mas


só me segura mais perto.

— Não — sibila. — Como luxúria e desejo. Fiz você se sentir tão


carente que não consegue pensar direito. E o latejar entre suas
pernas? Do tipo que te faz querer lutar contra algo para se
libertar... Sim, fiz isso com você.

Consegui soltar uma mão durante seu discurso e a usei para


dar um tapa forte em seu rosto. Seus longos cabelos escuros caem
e cobrem a expressão ameaçadora que sei que está lá, mas recuo
no caso de ele devolver o golpe. Embora nunca tenha considerado
Holden como sendo do tipo abusivo.

Quando não diz ou faz nada, digo o que está em minha mente.

— Sim, e fui estúpida o suficiente para pensar que significava


algo para você quando senti todas essas coisas, mas é típico de um
homem prostituto fazer sua presa atual sentir todas essas coisas
especiais, certo? Anzol, linha e pia. E foda-se eu afundei.

Não posso acreditar que estou admitindo isso para ele, mas
quero que sinta uma fatia da dor rasgando meu peito agora. Tentei
me convencer de que meus sentimentos por Holden não eram
nada, e que estávamos desempenhando um papel, mas não é a
verdade.
— Só espero que a garota que deixou toda a maquiagem na sua
camisa também não se ache especial. — Aceno para o batom em
seu colarinho, sentindo a boca do estômago revirar novamente.

Saber que ele estava com outra garota hoje à noite me faz
querer chorar enquanto grito no meu travesseiro. Cada toque, beijo
e momento de coração acelerado entre Holden e eu agora parecem
sujos e contaminados. Era tudo um jogo gigante para ele.

— Everlee, não entende — diz novamente.

— Continua dizendo isso, mas deveria entender que não quero.


Sei o tipo de cara que é, e não estou mais disposta a jogar. Agora,
por favor, dê o fora do meu quarto. — Uso suas palavras,
levantando uma sobrancelha desafiadora para ele.

Ele lentamente se afasta de mim, agarrando a maçaneta da


porta nas costas. Odeio como não para de olhar para mim,
queimando-me viva com seu olhar.

Quando finalmente sai, fechando minha porta atrás de si, deixo


a represa estourar. Lágrimas escorrem pelo meu rosto enquanto
caio na minha cama, enrolando-me em uma bola conforme abraço
meu travesseiro contra o peito. Só compartilhei alguns beijos e
toques acalorados com Holden, então por que dói tanto? Jett
literalmente me traiu, e não pisquei.

Eu tenho que descobrir como tirar Holden Van da minha


cabeça... e do meu coração.
22

Everlee Vera

Passaram-se três dias desde que disse a Holden para dar o fora
da minha vida. E nunca me senti tão morta.

Ele anda pela escola como se nada tivesse acontecido entre nós.
Sua risada ecoa pelo refeitório com seus amigos. Sua voz profunda
ecoa pelos corredores atrás de mim, mas nunca está lá quando
olho.

Fico completamente fora de seu caminho, e ele age como se eu


não existisse. E todo mundo também me deixa em paz. Eu me
tornei invisível novamente. Não é isso que sempre quis?
Definitivamente é, então por que me sinto tão mal?

Parte de mim quer que Holden me olhe - apenas uma vez - para
ver como estou arrasada pra caralho, mas sinceramente não
entendo o porquê. Holden Van nunca foi meu, e nunca fui dele. Só
nos beijamos. Nunca dei a ele o que queria, mas nunca peguei.
Então, por que me sinto tão conectada a ele? Sinto como se tivesse
perdido uma parte de mim e apenas dias sombrios e entediantes
se aproximam.

Seis meses.

Isso é tudo que preciso passar até que possa deixar a Reaper
Academy e Holden Van para trás, mas não consigo nem passar
alguns dias sem querer chorar ou correr para as montanhas. Como
diabos sobreviverei seis meses? Acho que só ficará mais fácil com
o tempo, certo?

— Ei, cara, festa na Hill House hoje à noite. Você vem, Van?

Congelo com a menção do nome de Holden, sabendo que está


a apenas alguns metros de mim. Estou de pé nas sombras do
vestiário feminino, completamente fora da sua vista, a menos que
venha para cá, mas não tem motivo para isso.

— Sim, cara, estarei lá.

Odeio como meu corpo reage ao som da voz de Holden. Derrete


quando sinto um calor nadar em minhas veias, indo direto para a
boca do meu estômago. Ele pode estar presente em toda essa
maldita escola, mas tento bloquear sua voz quando estamos entre
nossos colegas, mas agora estamos em um corredor silencioso e
tudo que posso ouvir é ele.

— E, hum, já que não está mais falando com a garota nova...


Se importa se eu tentar com ela?

Meu coração cai no meu estômago com a menção da nova


garota. Sem dúvida está falando de mim, e prendo a respiração,
esperando a resposta de Holden.

Ele está em silêncio. O que diabos está acontecendo?

Não posso deixar de espreitar no corredor, encontrando Holden


de pé, de costas para mim e com os punhos cerrados ao lado do
corpo. As veias de seus antebraços incham, e estou esperando que
diga a seu amigo para se foder, mas não faz isso.

— Tanto faz, cara. Ela é um jogo livre agora — Holden diz com
os dentes cerrados.
Está claramente escondendo algo, mas o odeio por suas
palavras. Não sou um pedaço de propriedade que esses caras
podem jogar por aí. E se esse idiota me convidar para a festa hoje
à noite, darei uma joelhada nas suas bolas. Talvez então todos os
caras da Reaper me deixem em paz.

— Tem certeza Van? Porque parece que quer arrancar a porra


da minha cabeça agora — diz o cara. — Ela significa algo para
você?

Holden bufa. — Não seja ridículo. Nenhuma garota significa


algo para mim.

Outro tiro no estômago. Enxugo a lágrima da minha bochecha


e volto para as sombras, segurando meus livros com força contra
o peito. Odeio Holden Van. Agora continue repetindo até acreditar,
Everlee.

Abandonei o resto das aulas com medo de que o amigo de


Holden me encontrasse e me convidasse para sair esta noite. Meu
quarto é o lugar mais seguro para se estar, e me tranquei até ser
forçada a sair.

O que espero que nunca aconteça, mas nem sempre


conseguimos o que queremos.

Odeio como estive olhando para o meu telefone na última hora,


pairando meu polegar sobre o número de Holden o tempo todo. A
vontade de enviar uma mensagem para ele me faz querer gritar e
puxar meu cabelo, ou talvez devesse jogar meu telefone pelo quarto
e quebrá-lo. Isso me impedirá de fazer algo estúpido.

Provavelmente não ajuda saber que ele está em uma festa


agora, sem dúvida fazendo coisas indescritíveis. O cara é uma
boneca sexual ambulante e falante. Na verdade, pesquisei e Holden
é muito mais gostoso.

Agora meu ciúme está disparando pelo telhado novamente. Não


consigo parar de me perguntar qual garota tem suas garras nele
esta noite, ou se elas se sentem da mesma maneira que eu quando
a boca dele está nelas.

Gah!

Jogando minha cabeça no meu travesseiro, grito.

Então meu telefone toca e fico de pé, olhando para a tela se


acendendo. Meu coração está batendo tão forte que fico tonta.
Pensei tanto em Holden que o convoquei para me ligar?

Quando me aproximo, porém, solto um suspiro quando vejo o


nome de Sasha.

— Vadia, quase me deu um ataque do...

— É Everlee? — A voz de uma garota que não pertence a Sasha


surge.

— Hm sim? Está tudo bem?

— Não sei. Sua garota se trancou no banheiro e disse que não


sairia até que Everlee Vera viesse convencê-la a desistir. Peguei o
telefone dela e encontrei o seu número.
Beliscando a ponte do meu nariz, solto um suspiro. — Onde ela
está?

— Na festa da Hill House.

Claro. Isso não pode piorar, pode?

— Estou indo.

Desligando, olho para mim mesma e me encolho. De jeito


nenhum vou para a festa vestida assim. Não quero que Holden Van
me veja fora da escola parecendo uma maltrapilha, mas também
não quero dar a ele a impressão errada. Digo a mim mesma que
não estou fazendo isso por ele, mas quem diabos estou
enganando?

Corro para o meu armário e pego o primeiro vestido bonito que


encontro – um vestido preto de camiseta que mal cobre minha
bunda. Então deslizo meus pés no meu Nike branco e puxo meu
cabelo de seu rabo de cavalo alto, deixando as ondas naturais
voarem livremente. Enfiando meu telefone na bolsa, saio e começo
a caminhar para a festa na Hill House. Só estou agradecida por
estar a alguns quarteirões da escola porque não tenho dinheiro
para pedir um Uber. É melhor Sasha me amar para sempre por
isso. Este é o último lugar onde quero estar agora, mas ela é minha
melhor amiga, então aqui vou eu.

O lugar está lotado quando chego. A música toca e as luzes


dançam por toda a casa. Estou surpresa por poder entrar com
quantas pessoas estão aqui esta noite. Alguns rostos reconheço da
Reaper, mas há muitos que nunca vi antes. E, claro, vejo alguns
rostos do Valley, rezando para que Kimmy e Jett não estejam aqui.
Isso é tudo que preciso.
A garota ao telefone fez parecer que Sasha se trancou em um
banheiro, então fui em busca do primeiro, mas fico completamente
distraída quando ouço sua risada.

Parando, me viro em direção ao som e olho diretamente para o


quintal. Aquele nó familiar se forma em meu estômago e meu peito
aperta novamente.

Holden Van está sem camisa - possivelmente até nu - em uma


banheira de hidromassagem com duas garotas. Estão em cima
dele, se beijando e rindo. A visão me faz querer vomitar. Não estão
sozinhos na banheira de hidromassagem, mas só tenho olhos nele
agora.

E se olhares matassem...

Eu me viro, incapaz de aguentar mais a visão disso. Pegando


meu telefone, ligo para Sasha e espero que a garota responda para
me dizer onde estão.

Em vez disso, a raiva sobe pelo meu pescoço quando Sasha


responde e me diz que a barra está limpa.

— Desculpe, garota, estou bem agora. Na verdade, tomei a


decisão executiva de sair mais cedo e voltar para casa.

— Só pode estar brincando comigo, Sash. Saí da cama para vir


resgatá-la. O que diabos está acontecendo?

Ela suspira. — Desculpe. Deveria ter ligado para você e dito


para ficar. Fiquei muito emocionada quando vi Dan com outra
garota esta noite e...

Suas palavras não são ouvidas quando me viro e olho


diretamente para o olhar de Holden. Meus ouvidos zumbiam
enquanto a festa inteira parecia se dissolver. Ele perdeu toda a
emoção em seu rosto conforme me observa, sua mandíbula
cerrada.

Agarro o telefone perto do meu ouvido, tentando respirar com


calma, mas travam quando ele se levanta.

A água cai em cascata por seu peito perfeitamente esculpido,


pelos vales de seu abdômen e molda seu short ao seu - oh meu
Deus! Não consigo desviar meu olhar do contorno de seu pau,
sentindo-me corada.

Ele se move direto para mim, afastando o cabelo comprido do


rosto enquanto observo seus bíceps aumentarem e as veias de
seus braços saltarem. Estou congelada no lugar, completamente
imóvel e sem fôlego, conforme observo Holden Van se mover direto
para mim.

Largo meu telefone ao meu lado quando ele sai correndo pela
cozinha em uma missão, olhando para mim como se fosse atacar.

Recuando com as pernas bambas, bato em algo sólido e gemo


quando percebo que estou presa.

E então ele está aqui, bem na minha frente.

Posso sentir o seu cheiro. O calor de seu corpo me abraçando


enquanto estremeço. Sua mandíbula cerra à medida que me olha,
sem dizer uma única palavra.

Minha boca abre para falar, mas nenhuma palavra sai.

— Que diabos está fazendo aqui, Everlee? — Pergunta


baixinho, inclinando a cabeça para o lado.
Piscando, tento recuperar a compostura. — Eu, hum, vim
porque… — Merda, por que estou aqui mesmo?

— Veio me checar para ver quem tem minha atenção agora? Ou


porque não conseguia ficar longe de mim?

Isso me tira do sério. Escarneço, empurrando seu peito


enquanto caminho para a porta da frente. Esse cara é o filho da
puta mais pomposo que conheci.

— O mundo não gira ao seu redor, idiota — digo por cima do


ombro, sabendo que está me seguindo.

Saio, no meio do gramado da frente, quando Holden finalmente


me para, me girando. Agarra meus braços com força, me
prendendo a ele.

— Não é? Hum.

Eu o empurro novamente. — Solte-me, Holden.

Ele agarra com mais força. — Nah, acho que vou incomodá-la
por mais um momento.

Com um suspiro, submeto-me inconscientemente a ele.

— Por que? Achei que tínhamos terminado um com o outro.

Ele bufa. — Você e eu sabemos, querida, que nunca


terminaremos um com o outro.

Olho para cima em seu olhar, sentindo uma lasca de esperança


em meu peito, mas engulo de volta quando vejo a sugestão de
homem-puta-Holden olhando para mim.

— Jett está por aí? É por isso que estamos fazendo isso agora?
Não fala comigo ou pisca na minha direção há três dias, mas agora
quer falar na frente de todas essas pessoas? Então, onde ele está?
— Olho em volta atrás dele, fazendo o meu ponto.

Quando Holden não diz nada, porém, olho para ele e sinto meu
coração cair no meu estômago. O sorriso malicioso em seus lábios
se foi, e está olhando para mim como se não tivesse posto os olhos
em mim há meses, e está faminto por minha atenção.

— Foda-se Jett — diz antes de bater seus lábios nos meus.

Tudo se dissipa neste momento. Nada importa além da


sensação de seus lábios nos meus. No que me diz respeito, não
estamos parados no gramado na frente de muitos de nossos
colegas. Não disse a Holden que o odiava, e sua traição não é...

Empurro seu peito, interrompendo nosso beijo. É quase


doloroso, como se tivesse me desligado de uma fonte de energia,
mas precisava.

— Holden, não podemos fazer isso — sussurro, olhando para


cima em seu olhar encapuzado. — Não é o cara que preciso. — Por
mais que doa admitir, é a verdade.

— Posso ser — sussurra de volta.

Uma dor aguda percorre meu peito quando desejo que isso seja
verdade, mas ambos sabemos que não é.

— Seu traidor - dormiu com outra garota depois que me joguei


em você — digo a ele, esperando que não me pegue tentando
chamá-lo de trapaceiro. Não estávamos juntos, então não era
traição.

— Não dormi.
— Dormiu. Vi o batom. Vi como estava quando voltou para os
dormitórios. — Escarneço, balançando a cabeça. — Posso ser uma
virgenzinha ingênua aos seus olhos, Holden, mas não nasci ontem.

Seu olhar voa entre os meus antes que balance a cabeça. —


Não fodi com ninguém, Everlee. Não podia. Porra, não consigo
enfiar meu pau em nada desde que veio para a Reaper.

Outra bolha animada de esperança sobe pelo meu peito, mas


tomo cuidado para não me apaixonar por seus encantos
novamente. É assim que Holden funciona. Ele te faz se sentir o
especialista na sala, depois caga em você.

— Eu não acredito em você — resmungo.

— Acredite, Everlee. Eu tinha a intenção de ir para a casa dela


foder seus miolos - para te tirar da porra da minha cabeça. —
Afasta-se, escovando o cabelo do rosto.

— Mas não consegui. Ela ficou nua diante de mim, esperando


e disposta, e não conseguia levantar meu pau. Olhar para ela me
fez querer vomitar. Ela não era você.

Soltando um suspiro, ele agarra meus braços novamente e diz


— Maldição, Everlee, não pode ver que me arruinou, porra? Só
provei um pouquinho de você e não consigo pensar em mais nada.
Nenhuma garota chega perto de estar no meu radar mais. Não se
trata mais de vingança. Não se trata de Jett Hastings. Porra, quero
você. Eu te quero tanto que não consigo dormir. Não posso comer.
Só penso em você.

Estou respirando com tanta dificuldade que minha cabeça gira.


Meu coração batendo forte, implorando ao universo que suas
palavras sejam verdadeiras. Quero que ele me queira tanto quanto
afirma. A ideia de ele não conseguir dormir ou comer porque tudo
em que consegue pensar sou eu faz meu coração cantar. Porque é
assim que me sinto há dias.

— E aquelas garotas na banheira de hidromassagem? —


Pergunto, precisando ouvi-lo finalizar suas palavras uma última
vez.

Ele bufa um suspiro. — Sério? Acabei de te dizer como me


sinto, e menciona aquelas vadias da banheira de hidromassagem?
Eram uma distração, algo para tirar esse sentimento entorpecido,
mas então vi você. — Emoldura meu rosto, elevando-se sobre mim
novamente. — E fiquei vivo.

Minhas mãos agarram a parte de cima de seu short depois que


deixo meu telefone cair aos nossos pés, puxando-o para mais perto
de mim. Meus lábios se transformam em um sorriso enquanto olho
em seus olhos. Acho que está me dizendo a verdade. Holden Van
me quer tanto quanto o quero. Sem jogos, sem vingança, apenas
desejo puro.

— Holden... — sibilo seu nome, sentindo o nó se formando em


minha garganta novamente.

— Sim, baby? — Sussurra de volta.

— Leve-me de volta para o seu quarto.

Sua expressão de surpresa faz com que suas sobrancelhas se


levantem. — O que está dizendo, Everlee?
Lambo meus lábios, observando seu olhar cair para a minha
boca. — Estou dizendo que quero que me leve de volta para o seu
quarto para que possamos consumar nossos sentimentos.

Ele solta uma pequena risada. — Consumar? Está me pedindo,


ou implorando, para levá-la para a cama?

— Pedindo — sussurro. — Mas talvez me faça implorar até o


final.

Um gemido reverbera em seu peito enquanto me puxa para


mais perto dele. — Não me tente, virgenzinha. Não quero assustá-
la ainda.

Meu coração bate por um motivo totalmente diferente agora.


Finalmente pedi a Holden para me levar para a cama, mas não
mentirei e direi que não estou nervosa. Ele é ele, e eu sou eu. E se
eu for horrível e ele não quiser nada comigo amanhã de manhã?
Acho que não conseguiria viver comigo mesma se decepcionasse
um cara como Holden Van.

— Vamos levá-la para casa antes que mude de ideia, mas não
se preocupe, vadiazinha, vamos com calma e devagar — murmura
em meu ouvido enquanto envolve um braço em volta do meu
pescoço e me puxa para longe da festa.
23

Everlee Vera

Seus lábios estão nos meus, mordendo e chupando enquanto


me empurra contra a porta. Agarrando meus pulsos, ele segura
meus braços acima da minha cabeça conforme move sua boca
sobre minha mandíbula e meu pescoço.

— Holden — expiro, querendo dizer a ele que não quero fazer


isso no corredor.

Meus olhos, porém, reviram na parte de trás da minha cabeça


quando morde minha veia latejante. Algo pulsa entre minhas
pernas, me fazendo apertar minhas coxas enquanto gemo.

Holden segura meus pulsos com uma mão à medida que a


outra desce pela lateral do meu corpo, levantando meu vestido até
que minha bunda fique nua. Depois abre a boca do meu pescoço,
inclinando-se para trás para olhar para mim.

— Foda-se, tem um gosto tão bom, Everlee — sussurra.

Amo como seu olhar é sombrio, me comendo viva enquanto me


prende contra a porta. Estou me contorcendo em completa
necessidade desesperada de senti-lo contra mim.

— Vai continuar me provando no corredor ou me deixará


entrar? — Pergunto, provocando-o.
Ele morde o lábio inferior, levantando o canto dos lábios no
sorriso que amo tanto quando abre a porta. Tropeçamos no quarto
antes de Holden chutar a porta atrás dele. Então sua boca está de
volta no meu pescoço ao mesmo tempo que puxa meus braços para
trás, mantendo-os cativos.

Quero tocá-lo. Quero sentir e ver seus músculos se contraírem


sob meu toque enquanto deslizo sobre cada centímetro quadrado
dele.

— Estou tendo a porra de uma dificuldade em não curvá-la


sobre a minha cama, baby. Afundando em sua boceta apertada
enquanto grita meu nome.

Meus mamilos endurecem com suas palavras enquanto me


inclino para trás e o encaro. Ele pode ser tão ousado às vezes, e
minha mente de virgem não tem certeza de como responder ou agir
a tais declarações. Holden Van me deixa nervosa da melhor
maneira possível.

Em vez disso, puxo um dos meus braços de seu abraço e o


arrasto até seu abdômen, observando os músculos flexionarem
conforme arrasto. Um delicioso abdômen duro como rocha de cada
vez, até que cruzo seus peitorais e agarro seu queixo.

— Fez muitas declarações ousadas como essa, mas até agora


não vi nenhuma ação sua.

Seus olhos se arregalam enquanto seus lábios se contorcem em


um sorriso maior. — Suba na minha cama, de joelhos, e fique de
frente para a parede.
Ele não me dá um segundo para pensar antes de me virar, me
empurrando em direção a sua cama. Caminho em direção a ela,
rastejando de joelhos antes de olhar por cima do ombro para ele.
Seu cabelo escuro cai em seu rosto novamente conforme se move
atrás de mim, acariciando a parte externa das minhas coxas.

Inspiro enquanto minhas mãos seguram seu cobertor. Outra


onda de pulsação me cumprimenta entre minhas pernas, e não
posso deixar de separar meus joelhos.

Empurrando a barra do meu vestido para cima, Holden se


inclina e gentilmente morde minha bunda. Grito, sacudindo sob
ele antes de soltar uma risada nervosa. Não acredito que ele
acabou de me morder! Embora acho que gostei.

— Relaxe, baby, vou orientá-la em cada passo. E prometo ser


gentil.

Engulo em seco, olhando para a camisinha que acabou de jogar


na cama ao lado do meu joelho esquerdo. Isso está realmente
acontecendo. Estou dando minha virgindade para Holden Van. E
não me arrependo nem um pouco da minha decisão – não como
pensei que faria na primeira vez que me provocou. Ele empurra
meu vestido sobre meu torso até que não pode ir mais longe.

— Sente-se, Everlee — sussurra.

Sentando-se, Holden se inclina para mim antes de pressionar


seus lábios contra o topo do meu ombro. Depois levanta meu
vestido e eu ajudo levantando meus braços, mas quando tento
cruzar os braços sobre os seios nus, ele me impede.
— Mmm, não no meu turno, linda — murmura contra o meu
pescoço.

Em seguida, move meus braços para baixo antes de traçar


suavemente seus dedos em meus braços, sobre minhas costelas e
circula meus seios. Minha respiração falha quando meus mamilos
endurecem dolorosamente e minhas costas arqueiam. Que raio foi
isto? Foi como se um choque elétrico percorresse todo o meu corpo.
E gostei. Bastante.

— Tudo em você é pura perfeição, Everlee. E agora é minha.

Arrepios dançam em minha carne enquanto deixo escapar um


pequeno gemido, balançando a cabeça. Olho para baixo,
completamente hipnotizada por suas mãos fortes e cheias de veias
circulando meus seios, mas nunca tocando meus mamilos com os
dedos que doem, implorando para que ele faça alguma coisa.

Não tenho certeza do que fazer comigo mesma, mantendo


minhas mãos ao meu lado enquanto observo suas mãos
provocantes. Elas deslizam e dançam em minha carne como se
soubessem exatamente o que estão fazendo. Então sua boca
quente está no meu pescoço novamente.

Jogando minha cabeça para trás, ele inala minha pele entre os
dentes e me pega de surpresa quando seus dedos beliscam
suavemente meu mamilo esquerdo.

— Ah, porra. Holden — grito seu nome enquanto um raio de


eletricidade dispara direto do meu mamilo para baixo entre as
minhas pernas.
Ele geme contra o meu pescoço, deslizando a mão direita pelo
meu estômago enquanto se encolhe, apenas para parar na barra
da minha calcinha. Inspiro, me contorcendo sob ele ao mesmo
tempo que mergulha dois dedos dentro, raspando suavemente
contra minha carne.

— Tão. Porra. Minha — diz com os dentes cerrados enquanto


empurra a mão ainda mais em minha calcinha, passando um
único dedo entre os lábios da minha boceta.

Ninguém nunca me tocou lá. Exceto por ele aquela vez. Oh meu
Deus. É como se o 4 de julho acontecesse na minha calcinha agora,
gritando e torcendo pelo que está por vir - o grand finale.

Os dedos de Holden em meu mamilo apertam mais uma vez


antes de deslizar a mão para cima e agarrar meu queixo.

— Diga-me que posso tê-la — diz sem fôlego contra a minha


mandíbula.

Eu choramingo, balançando a cabeça em seu aperto. — Pode


me ter.

Tudo muda em um piscar de olhos, me deixando tonta quando


Holden me vira e me coloca de costas. Agarra a parte de trás dos
meus joelhos e me puxa para a beira da cama, envolvendo-os em
torno de seus quadris. Seu olhar devora cada centímetro de mim
enquanto engancha os polegares na minha calcinha e puxa. Meus
quadris levantam, permitindo que a remova completamente.

Estou nua na frente da porra do Holden Van. Deliberadamente


desta vez.
Meu coração bate forte no peito enquanto tento me cobrir, mas
isso claramente o irrita. Ele agarra meus braços e os joga em sua
cama à medida que paira sobre mim.

— Nunca esconda seu corpo perfeito de mim, Everlee. É minha


agora e isso significa que posso vê-la nua sempre que quiser, pois
também pode olhar para mim sempre que desejar.

Engulo, balançando a cabeça novamente enquanto ele sorri.

— Boa menina.

Oh porra.

Ele solta meus braços e se endireita novamente, mas não antes


de enfiar os polegares na parte de cima do short. Empurrando-o
para baixo, meus olhos quase saltam das órbitas quando vejo o
pênis de Holden pela primeira vez. Eu senti isso - o tamanho e a
forma, mas vê-lo me faz perceber o quão grande realmente é. E isso
está prestes a entrar em mim!

Ele se projeta para fora, apontando para mim. Suas bolas estão
apertadas e a cabeça de seu pau vaza um líquido claro. Quero tocá-
lo, mas não tenho coragem de fazê-lo. Estou congelada, olhando
para o corpo nu de Holden enquanto o meu começa a tremer.
Estou nervosa pra caralho.

Agarrando a camisinha ao meu lado, ele a leva à boca e a rasga,


tirando a camisinha com uma das mãos. Certo. Ele é experiente.
Meu olhar observa cada movimento que faz enquanto enrola a
camisinha em seu comprimento. Estou ficando mais perto de
perder minha virgindade a cada segundo que passa e acho que vou
desmaiar.
Holden se inclina sobre mim, emoldurando meu rosto.

— Baby, fale comigo. O que está acontecendo nessa sua


cabeça?

Aprecio como ele não é cego, mas não sei como lhe dizer que
estou com medo do que está por vir. Nunca fiz isso antes. Vai doer?
Vou aproveitar? Vou odiar? E se eu nunca mais quiser fazer isso?
Ou pior, sou péssima nisso e Holden corre para as colinas.

— Vai doer? — Pergunto em vez disso, bloqueando todos os


meus outros medos.

Ele sorri antes de beijar o canto da minha boca. — Talvez por


um segundo, mas depois me certificarei de que seja realmente
bom. Prometo.

Concordo com a cabeça, mordendo meu lábio inferior quando


sinto algo me pressionando entre minhas pernas. Tremendo,
estendo a mão e seguro os braços de Holden, olhando diretamente
para seu olhar encapuzado.

— Respire, baby — sussurra enquanto empurra os quadris


para a frente sutilmente.

A pressão e o alongamento entre minhas pernas ao mesmo


tempo em que ele me penetra faz meus olhos arregalarem
novamente. Estou prendendo a respiração enquanto sinto cada
centímetro de seu pênis deslizando para dentro de mim. Dói. É
muito grande. Parece que está rasgando alguma coisa. E então
sinto algo dentro de mim quase explodir antes que tudo pare
completamente de doer. Ele parou de se mover, inclinando-se para
trás para olhar para mim.
— Disse para você respirar, Everlee.

Solto um suspiro, sentindo minhas paredes relaxarem a volta


do seu tamanho. E agora tudo que quero é que ele se mova. A
pulsação está de volta e meus quadris se contorcem, implorando
para ele fazer alguma coisa.

— Demora um pouco para se acostumar comigo estando dentro


de você, baby. Não apresse isso. Quero que se sinta incrível pra
caralho. Quero que sua primeira vez seja mágica pra caralho.

Meu lábio inferior treme quando aperto seus braços com mais
força. — Já é mágico porque está sendo com você — sussurro.

Com um pequeno gemido, ele se afasta e lentamente me


penetra novamente. Minha boca se abre quando o sinto me esticar,
mas não dói desta vez. É incrível. E nunca mais quero que isso
acabe.

Afasto minhas mãos de seus braços, envolvendo seus quadris


enquanto sinto seus músculos flexionarem cada vez que me
penetra. Ele solta um pequeno grunhido a cada vez, e quando
percebe que estou olhando para ele, me dá um sorriso torto.

Deus, ele é bonito. Sua mandíbula afiada, as veias latejantes


em seu pescoço, suas clavículas e músculos magros. A maneira
como seus olhos ficam pesados quando olha para mim. Tudo sobre
ele. Não há nada sobre Holden Van que não prenda minha atenção
de uma forma ou de outra.

Descendo até minha boca, ele me beija e traz meus


pensamentos de volta ao presente. Nossas línguas se encontram
quando nossas bocas se separam, e amo como seu gemido vibra
contra mim quando empurra profundamente. Meus olhos vibram
conforme meus dedos cravam em suas costas. Nunca senti esse
tipo de prazer antes. É como se cada célula do meu corpo estivesse
chapada agora, zumbindo e vibrando.

— Foda-se — diz contra meus lábios quando se afasta e


descansa sua testa contra a minha.

Seus dedos cravam em meus quadris enquanto empurra mais


rápido. Minha boca se abre novamente conforme me agarro a seus
quadris, levantando o meu para acompanhar seu ritmo. Há algo
crescendo dentro de mim, quase como uma dor aguda e surda,
mas é bom.

E isso só se intensifica quando Holden se inclina para trás e


engancha um braço sob meu joelho direito. Ergue minha perna
antes de pressionar sua boca na parte interna da minha coxa,
depois me morde. Meu corpo inteiro estremece quando sinto uma
nova onda pulsar entre minhas pernas, mas desta vez não para.
Meus músculos se contraem ao redor de seu pênis até que não
consigo respirar.

— Ah, porra. Está gozando, não está? — Pergunta sem fôlego.

Não sei o que estou fazendo, mas é tão bom que não quero que
pare nunca. Cada terminação nervosa está pegando fogo agora.
Uma chama deliciosa queimando-me viva. Eu me agarro a Holden,
gemendo quando sinto minha boceta apertar mais forte a seu redor
à medida que as dores agudas e gloriosas pulsam.

Resmungando, ele enterra o rosto no meu pescoço enquanto


seus dedos cravam em meus quadris e suas estocadas aumentam
o ritmo. Ele me bate com força, fazendo meus olhos embaçarem ao
mesmo tempo que a dor se mistura com o puro prazer.

Meus dentes afundam no topo de seu ombro, e meus olhos


reviram. Vou me sentir mal por machucá-lo mais tarde, mas agora
não me importo.

— Foda-se, baby — geme, empurrando ainda mais forte.

Eu sinto meu corpo balançar sob ele, completamente à sua


mercê enquanto suas bolas batem contra mim. Ele não estremece
ou se afasta conforme meus dentes se cravam ainda mais em sua
carne. Simplesmente me fode mais forte e mais rápido.

Depois libero sua carne da minha boca enquanto jogo minha


cabeça em sua cama e solto um gemido longo e gutural. Seus
grunhidos abafam os meus ao mesmo tempo que bombeia fundo e
com força mais algumas vezes, então cai em cima de mim.

Nossas respirações pesadas e gemidos ofegantes enchem seu


quarto enquanto sinto meu coração batendo forte no meu peito.
Minhas pernas tremem, os músculos doem quando acaricio meus
dedos para cima e para baixo em suas costas. Nenhum de nós se
mexe ou diz uma palavra pelo que parecem vários longos minutos.
Depois ele se apoia no cotovelo para olhar para mim.

— Se eu soubesse que nossa primeira vez seria assim, teria


tentado entrar em suas calças muito antes.

Comecei a rir, sentindo o rubor subir pelo meu pescoço. — Está


falando sério? Não poderia estar na mesma sala com você sem
pensar em... — mordo meu lábio, me parando quando minha
timidez toma conta.
— Oh, não, não pense. Acabou de se entregar a mim. Nunca
mais pode ser tímida perto de mim. Diga-me o que ia dizer.

— Sem — sussurro, esvoaçando meu olhar entre os dele.

— Vamos… Sem o quê? Querer me foder? — Pergunta com um


sorriso.

Eu aceno, mordendo meu lábio inferior novamente. Ele me


beija. Com força. Fico sem fôlego da melhor maneira possível.

— O sentimento era mútuo, baby. Queria fodê-la no momento


em que pus os olhos em você.

Eu bufo. — Legal. Isso é tudo que sou para você, então? —


Pergunto, cutucando-o um pouco.

Suas sobrancelhas franzem. — No começo, sim. Queria que


simplesmente fodesse com você-sabe-quem. Dá de ombros. — Mas
quanto mais eu conhecia você - te saboreava - sabia que a
vingança nunca seria o motivo de eu ter feito você minha.

O calor enche minhas bochechas novamente enquanto meu


coração bate forte. Holden é realmente doce à sua maneira, mas
suas palavras me fazem pensar em algo que nunca pensei até
agora. Quando diz “minha” quer dizer namorada? Estamos
considerando esse tipo de relacionamento? Acho que a única
maneira de descobrir é perguntando a ele.

— O que quer dizer quando diz que sou sua?... — pergunto


baixinho, quase com medo de olhar em seus olhos quando sinto
seu corpo tensionar.

— Isso significa que ninguém pode tê-la além de mim —


responde em um tom afiado enquanto sai de mim.
Uma dor leve atravessa minha boceta em sua ausência, e
imediatamente me cubro com seu cobertor enquanto me sento. Ele
tira a camisinha do pau meio ereto e joga na lixeira ao lado da
cama.

— Mas o que isso significa? — Pergunto.

Ele me encara com um olhar penetrante antes de se mover para


seu armário, puxando um par de calças de moletom cinza. Eu
claramente o irritei com minhas perguntas.

— Não queria chateá-lo, só estou curiosa porque eu...

— Deu-me sua virgindade? — Pergunta, me interrompendo. —


Foi claramente especial para você, mas não significa nada para
mim, querida. Foder comigo pela primeira vez não permite que
tenha algum tipo de reclamação sobre mim. Não sou seu
namorado e você não é minha namorada.

Meu rosto fica dormente quando um nó se forma em minha


garganta e lágrimas queimam atrás de meus olhos. Suas palavras
são ofensivas, e odeio dizer isso, mas me arrependo de ter dormido
com ele se é assim que realmente se sente.

Não digo nada enquanto vira as costas para mim e vasculha


sua cômoda. Levantando-me de sua cama, ignoro minhas roupas
no chão e caminho até sua porta, ainda enrolada em seu cobertor.
Preciso me afastar dele antes de chorar, e ele veja como suas
palavras me afetaram. Claramente as disse por uma razão. E
quando pensei que Holden era genuíno, me querendo para algo
além de apenas sexo, foi e disse algo assim.
Abrindo a porta, saio correndo antes que ele possa me impedir,
mas mal chego à minha porta quando me alcança.

— Maldição, Everlee. — Abre minha porta e me empurra para


dentro, fechando-a atrás de si. — Não queria ferir seus malditos
sentimentos.

Fico de costas para ele, enxugando as lágrimas enquanto a


raiva sobe pelo meu pescoço. Pode não ter a intenção de machucá-
los, mas pisou em cima deles. Dei a ele um pedaço de mim que
estava guardando para o homem que amava. Ele me fez sentir
segura, como se fosse a coisa certa a fazer. Depois destruiu
dizendo o que disse. Foi claramente especial para você, mas não
significa nada para mim.

Deixando cair o cobertor no chão, fico nua diante dele. Seu


olhar muda de raiva para calor em um estalar de dedos, mas não
estou tentando excitá-lo. Agarro seu cobertor, caminho até ele e
bato contra seu peito.

— Pegue seu cobertor e saia — digo com os dentes cerrados.

Ele solta um suspiro exasperado. — Everlee, não precisa ser...

— Sim, tem que ser assim. — Enxugo as lágrimas novamente,


com raiva por não conseguir parar de chorar. — Dei a você algo
que significou muito para mim, pensando que era... — Balanço
minha cabeça. — Não importa. Dê o fora.

Observo sua mandíbula afiada cerrar. — Isto é importante.


Olhe para você, Everlee. Está chorando.

— Claro que estou chorando! — Grito, empurrando-o no peito.


— Você me fez sentir como mais uma de suas vadias!
A expressão de dor em seu rosto não faz nada por mim. Ele
feriu meus sentimentos, agora vou ferir os dele.

— Bem, parabéns, idiota! Conseguiu foder a virgem. Agora pode


correr e contar a todos para que Jett possa ouvir tudo sobre o que
fez e o que ele não conseguiu!

Eu me viro para o meu armário, vasculhando minhas


camisetas para colocar algo, mas Holden se aproxima e agarra meu
braço com força. Eu me viro tão rápido que caio contra a parede,
dando a ele a chance perfeita de me prender no lugar.

— Não quero mais isso. Isso não é algo que estou acostumado,
está bem?

Eu tento me afastar dele, mas ele me joga contra a parede.

— Não, ainda não terminei. Eu disse algumas merdas


estúpidas para afastá-la porque é isso que faço, mas não estou
falando sério. Estou morrendo de medo de você, Everlee.

Bufando, desvio o olhar e digo — Certo. Eu aterrorizo o grande


lobo mau. — Então o olho bem nos olhos. — Engane-me uma vez,
que vergonha. Engane-me duas vezes...

Ele soca a parede ao lado da minha cabeça, fazendo-me fechar


os lábios. Meu coração troveja quando ele solta uma risada
incrédula.

— Foda-se. Eu estraguei tudo. — Ele se afasta de mim,


segurando as mãos para cima. — Você sempre me verá como o
prostituto, certo? Bem, talvez esteja certa.
Afastando-se, ele marcha para a minha porta, e fico aqui
boquiaberta. Esse idiota acabou de virar o jogo contra mim?! Como
isso passou de ele ser um idiota para eu ser a idiota?!

Isso ainda não acabou.

Invado meu armário, puxo uma camisa e então marcho de volta


para o quarto de Holden. Ele não escapará assim tão facilmente.
24

Holden Van

Estúpido. Estúpido. Estúpido!

Por que diabos continuo colocando o pé na boca quando se


trata dessa garota?

É uma resposta simples, no entanto. Porque ela realmente me


assusta pra caralho.

Nunca me senti assim com nenhuma outra garota antes.


Nunca. Ela me faz querer ser um homem melhor, não importa o
quão clichê essa merda soe. É a verdade.

Ir atrás dela para foder com a cabeça de Hasting era apenas


uma desculpa. Observei Everlee do lado de fora por anos. Apenas
disse a mim mesmo que era por vingança porque sabia como ela
me faria sentir.

Minha porta bate com força contra a parede, me fazendo virar


para encontrar uma Everlee de aparência hostil. Porra, ela é
gostosa pra caralho quando parece que quer me matar.

— Qual é o seu maldito problema? — Grita, colocando as mãos


nos quadris.

Escarneço, cruzando os braços sobre o peito enquanto me


inclino contra a minha cômoda. Ela está irada pra caralho. Olha
para ela. Porra, quero enfiar meu pau nela novamente.
— Não tenho nenhum problema, querida — digo com um
sorriso torto.

— Não? Então por que eu estava chorando por você? Por que
estou aqui querendo te dar um tapa?! — Grita.

Meu maxilar estala quando dou de ombros, jogando o mais


timidamente que posso. É o que faço. Deixar uma garota saber
como me afeta é perigoso. Um centímetro e essa garota poderia
abrir a porra dos meus tendões de Aquiles.

— Talvez porque seja uma garota emotiva que acabou de dar a


virgindade a um idiota. Talvez porque levantou um assunto que
nunca deveríamos falar. Talvez porque…

— Não, não pode me fazer sentir completamente mal por fazê-


lo sentir alguma coisa!

É exatamente por isso que quero Everlee com tudo o que tenho.
Porque ela me faz sentir algo. A alma fria que alimentei com sexo
sem fim e uma atitude de merda anseia pelo calor e pelo
sentimento que ela oferece. Só tenho medo da mudança. Ela me
mudará completamente, e não sei se será para melhor ou não. Será
que valho a pena?

De acordo com meu pai, não valho, mas essa é outra história
maluca na qual não pensarei agora.

Ela avança furiosamente, me cutucando no peito.

— Porra, diga alguma coisa, Holden!

Não posso. As palavras estão alojadas na minha garganta,


bloqueando minhas vias respiratórias enquanto pisco para ela. O
que diria, afinal? Desculpe…? Sim, porque isso compensará a
forma como a tratei.

Uma lágrima escorre por seu rosto zangado antes que seu lábio
inferior treme. E odeio ser a razão disso.

Ela lentamente se afasta de mim, e deveria fazer algo - qualquer


coisa - para mantê-la aqui. Por que não posso ser corajoso o
suficiente para lhe dizer que nunca quero perdê-la? Que o
pensamento de ela me odiando me faz querer me matar. Ela é a
única pessoa que teve um vislumbre de quem realmente sou e, em
vez de correr, ela se jogou em mim. Fui eu que a afastei.

E estou prestes a fazer isso de novo porque sou o maior covarde


do planeta.

Everlee Vera merece mais do que eu, de qualquer maneira. Não


farei nada além de trazer a escuridão para seu lindo mundo. Não
quero contaminá-la. Ela é perfeita... sem mim.

— Eu pensei que você fosse diferente — sussurra, e essas


palavras simples me destroem.

Eu a observo partir, levando minha alma despedaçada com ela.


O clique da minha porta acaba com tudo. Eu a perdi.

A raiva me atravessa, e só há um lugar onde quero estar agora.


O único lugar que me derruba dessa raiva avassaladora me
queimando de dentro para fora.

Agarrando minha máscara Ghostface, coloco uma camiseta


preta, calço meus tênis e saio do meu quarto.
Everlee Vera
— Ele me fez pensar que eu era especial, Sash — choro ao
telefone, enrolada como uma bola enquanto olho para a parede que
divido com Holden.

— Awe, baby, sinto muito. Eu sabia que ele era um pedaço de


mer…

— Diz a amiga que tentou me juntar a ele implacavelmente. —


Sibilo. — Boa tentativa, no entanto.

Ela bufa e então pergunta — Quer que eu vá até Reaper e corte


o pau dele fora?

Penso sobre isso, sabendo que provavelmente é seu apêndice


favorito, mas não posso deixá-la fazer isso. Independentemente do
meu ódio por ele, gostei do que compartilhamos; o que tinha dado
a ele. Não contei todos os detalhes a Sasha. Ela sabe apenas o que
eu disse a ela - que curtimos juntos.

No que diz respeito à minha melhor amiga, ela acha que minha
virgindade ainda está intacta. E me pergunto se ainda pode ser
considerando que não sangrei nada, mas antes de ligar para Sash,
pesquisei on-line e, aparentemente, é normal não sangrar na
primeira vez. Quem diria?!

— Tentador, mas vamos deixá-lo manter seu pau por enquanto


— digo a ela com uma risadinha.

— Falando no pau do diabo — diz sem fôlego.


Meu coração martela enquanto a ansiedade sobe pela minha
nuca como dedos gelados. Não ouvi um pio do quarto de Holden
por cerca de trinta minutos, mas pensei que talvez ele tivesse
desmaiado.

— Onde está? — Pergunto, sabendo que ela saiu da festa na


Hill House antes de mim.

— Na pista de boliche. Ele está usando a máscara daquele filme


Scream6. E ele está indo direto para Jett.

Oh, porra. Oh, foda-se. Que merda.

Eu pulo da minha cama, visto um par de sapatilhas e corro


para a porta da frente. Música e risadas ecoam pelo telefone, mas
tudo em que consigo pensar é em Holden e no que planejou para
Jett.

— O que ele está fazendo? — Pergunto, ficando sem fôlego


enquanto desço os degraus.

— Nada. Está sentado em uma mesa, olhando para Jett e os


caras. Provocando-os.

Macy é um colírio para os olhos quando chego ao saguão e ela


entra nos dormitórios.

— Uau, o que está acontecendo, amor? — Pergunta, me


parando.

— Preciso que você me leve até o vale. Para a pista de boliche.

Ela bufa. — Acabei de entrar. Vou para a cama, Everlee.

6
-No Brasil, “Pânico”.
Agarro seu braço e sua atenção. — Holden está lá em sua
máscara Ghostface… com Jett Hastings.

Não preciso dizer mais nada para ela entrar em ação. Corremos
dos dormitórios, direto para o seu carro, e entramos.

— Estou a caminho, Sash. Tente distraí-lo se você...

Macy pega o telefone de mim. — Não o distraia. Nem chegue


perto dele. Estaremos lá em cinco.

Ela desliga e joga meu telefone no meu colo.

— Espero que tenha o tipo de efeito sobre Holden que acho que
tem, porque você pode ser a única pessoa capaz de derrubá-lo.

Digiro suas palavras enquanto ela voa pelas estradas sinuosas


que levam ao vale. Sou grata que a pista de boliche fica deste lado
da cidade, e entramos no estacionamento no que parecem
minutos. Eu literalmente não tive tempo de perguntar a ela o que
diabos quis dizer, ou por que disse a Sasha para não distraí-lo. Há
mais perguntas em minha mente agora do que nunca.

Saltando, corro para a entrada e para dentro, esbarrando nas


pessoas enquanto entro. Meus olhos se ajustam ao neon e às luzes
piscantes quando encontro Sasha. Corro até ela, assustando-a
quando agarro seus braços.

— Onde ele está? — Apresso-me.

Ela me olha de cima a baixo. — Está com a sua camisa. Sua


vadia…

— Sasha! — Grito, interrompendo-a. — Onde diabos ele está?


Acenando para a esquerda, sigo seu olhar e encontro Holden
ainda sentado à mesa. Está olhando para a frente e direto para
Jett. As pessoas andam ao seu redor em um amplo espaço,
evitando que seus olhos se conectem com ele.

Eu me movo sem pensar, caminhando direto para ele como


uma mariposa para uma chama. Ele não se move quando passo
na sua frente.

— Holden — sussurro.

Nada. Está dormindo? Estendo a mão para tocar sua máscara


quando sua mão dispara e agarra meu braço, me fazendo gritar.

— Não — avisa em um tom sombrio.

— O que está acontecendo, Holden? — Pergunto, agora


sabendo que ele ainda está aqui comigo.

— Everlee.

Minhas costas se endireitam quando ouço Jett dizer meu nome,


e o aperto de Holden em meu braço aumenta. Porra, isso não será
bom.

Eu me viro o melhor que posso, encarando Jett enquanto se


aproxima. Seu olhar percorre meu traje, e observo sua expressão
se transformar em puro ódio.

— Que porra está fazendo deste lado da pista de boliche, Van?

Holden bufa, levantando-se enquanto o calor de seu corpo


envolve meu traseiro. Estou bem entre eles, implorando a Deus
para me ajudar a acabar com isso antes que o inferno comece.
— Olhando para o seu rosto sorridente uma última vez antes
de dar um soco — Holden responde.

Jett ri, olhando para mim. — E esse é o cara com quem


escolheu ficar? — Pega a camisa que abraça meu corpo. — Nunca
usou minhas camisas assim.

— Porque não merecia isso, filho da puta. Deveria arrancar


suas malditas mãos por como a tocou da última vez que você...

— Por favor — imploro, virando-me para enfrentar Holden.


Emoldurando sua máscara, forço-o a olhar para mim. — Vamos
embora, está bem? Podemos nos enrolar na sua cama e esquecer
que viemos aqui esta noite.

Holden não diz nada, mas Jett fala muito.

— Então, deu seu V-card para esse idiota? Sobre mim? — Ele
ri, agarrando meu braço para me chicotear. — Disse que preferia
ser sua puta do que minha. Acho que é bastante….

Ele leva um soco bem na cara antes de terminar a frase.

— Ela nunca será uma puta, e nunca mais quero que a chame
assim de novo! — Holden vocifera quando Jett tropeça para trás.

Oh, merda!

Jett corre para Holden, derrubando-o no jogo de garras e


quebrando o vidro. Nossos colegas saltam para trás com
expressões chocadas e suspiros audíveis.

É uma briga total. Vai e volta. Socos. Cotoveladas. Gemidos e


grunhidos. O rosto de Jett está sangrando, mas a máscara cobre
o rosto de Holden.
O gerente da pista de boliche está gritando do balcão,
ameaçando chamar a polícia, mas todos nós sabemos que não
chamará. Os pais desses dois idiotas têm os policiais no bolso de
trás, mas a presença da polícia ajudaria a separar a briga.

Eles vão se matar!

Macy corre até mim, segurando minha mão enquanto ficamos


fora do caminho. Não acho que haja uma única coisa que
possamos fazer até que estejam satisfeitos. E do meu ponto de
vista, o Holden está espancando o Jett. Muito.

— Tudo bem! Porra, pare! — Jett grita enquanto levanta as


mãos, afastando-se de Holden.

E Holden realmente para, também levantando as mãos.

— Ela não vale a pena, porra! — Jett grita, jogando a mão na


minha direção.

Meu coração afunda em minhas entranhas. Desde que


terminamos, Jett não me disse nada além de coisas horríveis. E
aqui pensei que ele me amava esse tempo todo. Bem, talvez apenas
uma lasca, mas ainda assim. Ficamos juntos por muito tempo.

— É aí que está errado, Jett! Ela vale tudo. Eu daria toda a


minha vida por ela! — Holden grita. — Vim aqui para te dizer que
ela é minha agora, e não quero você perto de nada que me
pertença.

Todas as palavras duras que Holden e eu trocamos esta noite


vão direto pela janela. Ele está declarando que sou dele em um
prédio cheio de nossos amigos e inimigos. Cada pessoa nos três
condados vizinhos saberá que Holden Van finalmente reivindicou
uma garota.

E por acaso sou eu. Posso bater no peito agora ou mais tarde?

Jett ri. — Tanto faz, cara, pode ficar com a cadela. Não consigo
imaginar que ela seja tão boa na cama, de qualquer maneira.

O que diabos há com Jett e seus golpes em mim? Eu


literalmente não fiz nada para ele! Ou talvez seja porque
machuquei o seu ego. Recusar Jett todas aquelas vezes o
prejudicou? Bom, espero que sim.

Holden é o único a rir agora enquanto se aproxima e envolve


um braço em volta do meu ombro. Ele levanta a máscara e beija a
lateral da minha têmpora.

— Acho que nunca saberá, mas a garota tirou Holden Van do


mercado. Deixe isso afundar — diz ele.

A multidão ecoa ooh's e aah's. E odeio admitir que isso me faz


sentir como um milhão de dólares. Envolvo meu braço em volta
dos quadris de Holden enquanto nos viramos e nos afastamos.
25

Everlee Vera

Deitados em sua cama, pernas emaranhadas e debaixo de seu


cobertor, olhamos profundamente nos olhos um do outro por um
longo tempo. As coisas que Holden disse ontem à noite fazem
minhas entranhas ficarem quentes e confusas, algo que nunca
senti antes, mas o que me surpreendeu foi como disse todas essas
coisas na frente de nossos colegas. O cara tem um complexo de
deus sério, então vê-lo mostrar um pouco de seu lado suave foi
uma loucura. Tanto quanto sei, Holden se preocupa com sua
reputação. Isso não vai arruiná-la?

Virando-se, ele abre a porta do passageiro para mim e dá um


tapa na minha bunda quando entro. Grito, olhando por cima do
meu ombro para ele quando o vejo me olhando sem vergonha. Ele
fecha a porta, contorna o Rover e entra, mas fico olhando para ele
o tempo todo, me perguntando como alguém como eu tirou Holden
Van do mercado. Suas palavras, não minhas.

— Pensei que não fizesse toda essa coisa de namorado-


namorada, — digo baixinho, dando a ele um pequeno sorriso. —
Mas você acabou de dizer a todos que...

— Sei o que disse a todos, Everlee.

Ele me dá seu sorriso torto de cair a calcinha enquanto estende


a mão e traça meu rosto com o dedo. Todo o meu corpo estremece
quando um calor se espalha em meu estômago, viajando entre
minhas pernas novamente conforme abro meus lábios e o observo
atentamente. Amo como seu cabelo castanho escuro bagunçado
cai em seu rosto à medida que seu olhar escuro o atravessa.

— E não me arrependo.

Engulo em seco, sentindo meu coração bater novamente. O


cara me deixa ridiculamente nervosa da melhor maneira possível.
Sou nova nesse tipo de sentimento, então não tenho certeza de
como devo agir. Parte de mim quer empurrá-lo de costas enquanto
monto nele, enchendo-o de beijos. Enquanto a outra parte quer
que ele me abrace por horas, enterrando o rosto no meu pescoço
conforme nossos corpos se moldam.

— Então — sussurro, traçando seu rosto enquanto evito o


hematoma em sua bochecha quando pergunto — Isso significa que
posso tocar em você sempre que quiser?

Ele lambe os lábios quando se transformam em outro sorriso.


— Sempre que seu coração – ou boceta – desejar.

A excitação dispara entre as minhas pernas enquanto um


rubor sobe pelo meu pescoço. Ele diz as coisas mais ousadas às
vezes, e honestamente não sei como reagir a elas. Não é que não
use a mesma palavra, mas ele a usa pelo que realmente significa,
e estou apenas sendo apresentado a esse lado das coisas.

— Que tal sentar com você durante o almoço?

Ele ri. — Bem no meu colo, baby.

— Que tal me acompanhar de e para as aulas? De mãos dadas.

— Enquanto carrego seus livros — responde.


Meu coração palpita quando o calor se espalha pelo meu peito
novamente, mas há uma última pergunta que tenho para ele.

— Posso te apresentar a minha mãe?

Seu olhar voa entre os meus enquanto o sorriso desaparece de


seus lábios. Posso ver o nervosismo estampado em seu rosto, e não
quero que se sinta assim, então dou um passo para trás.

— Desculpe, isso foi demais…

— Não, gostaria de conhecê-la. Apenas... me dê um minuto


para me acostumar com isso, está bem? — Pergunta, apontando
entre nós dois.

Aceno, mordendo meu lábio inferior. — Está bem.

— Agora voltemos à questão de querer me tocar sempre que


quiser. — Ele sorri, traçando seu polegar sobre meu lábio inferior.
— Você quer me tocar agora?

Minhas bochechas coram quando olho para seu torso nu e os


planos de seus músculos antes de desaparecer em seu moletom.
Fizemos exatamente o que disse que poderíamos fazer quando
voltamos. Nós nos enrolamos em sua cama juntos e ainda não
saímos. É quase meio-dia de um sábado, mas nenhum de nós se
importa. Ambos os nossos telefones foram desligados, mas
continuam onde os deixamos - no chão com nossas roupas.

— Quero — sussurro.

— Mas o quê?

Deixei escapar uma única risada, olhando para ele. — Não


disse mas.
— Não, mas ouvi isso chegando. O que está impedindo você?

Meu olhar cai de volta para seu peito duro e esculpido enquanto
sinto meu coração bater novamente. — Eu, hum, não tenho
certeza de como fazer isso.

Ele ri enquanto pega minha mão e a coloca sobre seu peito. —


Bem desse jeito.

— Espertinho. — Eu rio.

— Gosta disso.

— Gosto de você — digo tão baixinho que não tenho certeza se


ele pode me ouvir, mas quando olho para cima, sei que ouviu.

Suas sobrancelhas se juntam enquanto seu olhar voa entre os


meus. Há algo claramente girando naquela sua cabeça, mas tenho
certeza que nunca falará comigo sobre isso. Não quero assustá-lo
depois que acabei de pegá-lo, mas é difícil não me expressar
quando ele me faz sentir assim. Jett nunca fez o friozinho na
minha barriga, ou fez um fogo se espalhar pelo meu peito e pela
minha nuca.

Ele ainda não está dizendo nada. Não deveria ter dito isso?
Merda, não acho que deveria. Holden não é o tipo de cara de quem
admite gostar depois de dormir pela primeira vez. Porra, o que
estava pensando?

— D-desculpe…

Alguém bate à porta de Holden, me fazendo pular e fechar


minha boca.
— Ei, Van! Christian e Zeke estão de volta, irmão! Espero que
esteja pronto para a porra da festa hoje à noite!! — Um cara grita
do corredor, ainda batendo na porta.

Eles não entram, mas isso não me impede de puxar o cobertor


para cobrir meu corpo nu pressionado contra o dele.

Ele geme, enfiando o rosto no travesseiro antes de rolar de


costas e esfregar a mão no rosto, soltando um suspiro exasperado.

— Tudo certo? — Sussurro.

Olhando para mim, seu olhar preocupado voa entre os meus, e


não posso deixar de sentir a pedra se formando na boca do
estômago. Sua expressão não é nada calmante.

— Esta noite é a grande festa de Halloween na propriedade em


Cliff Road — diz sem fôlego enquanto se senta, jogando as pernas
para fora da cama.

Observo seus músculos das costas flexionarem enquanto sua


respiração acelera. Depois passa as mãos pelo cabelo, inclinando-
se para a frente até os cotovelos cravarem no topo dos joelhos. Está
estressado, mas não sei por quê. A festa é ruim ou algo assim?

— Por que parece estressado com isso? — Pergunto baixinho,


enquanto me sento e continuo me escondendo atrás de seu
cobertor.

— Porque estou. — Ele se levanta da cama e marcha direto para


o armário.

Meus olhos quase caem das órbitas quando olho para sua
bunda nua perfeita. Cada músculo na bunda e nas pernas desse
cara são perfeitamente definidos, flexionando e apertando a cada
passo. Estou obcecada com a redondeza de sua bunda e como é
gorda. Ele tem a bunda de homem perfeito. Não que tenha alguma
bunda da vida real para comparar com a dele, mas vi o suficiente
na TV e na internet para saber que Holden está trabalhando com
um bom, mas a energia no quarto mudou, e sei que perdi o
brincalhão Holden que estava deitado comigo segundos atrás.

— Quem são Zeke e, hum, Christian?

Ele se vira e me encara, completamente sem vergonha de sua


nudez. Tento manter meus olhos nos dele, mas têm vontade
própria e imediatamente caem em seu pênis - aquele que estava
dentro de mim. Não é à toa que doeu pra caramba no começo! O
cara - mesmo flácido - é grande.

Um rubor sobe pelo meu pescoço e pelas minhas bochechas


enquanto desvio meu olhar e olho de volta para ele. Ele está
sorrindo para mim. Fui totalmente pega olhando boquiaberto.
Acho que morrerei agora, mas isso não parece afetá-lo nem um
pouco.

Ele marcha de volta para a cama, pairando sobre mim quando


me deito. Seu olhar voa entre os meus antes de cair em meus
lábios.

— Gostaria de morder seus lábios, te lembrando a quem


pertence agora, mas vamos nos atrasar.

Arrepios dançam no meu crânio enquanto lambo meus lábios,


esperando que siga adiante naquele dia. Minhas sobrancelhas se
juntam no final de suas palavras, no entanto.

— Atrasar? Atrasar para quê?


— Precisamos conseguir uma fantasia para esta noite — diz
com naturalidade enquanto se levanta, estendendo a mão para
mim.

Engolindo em seco, coloco minha mão na dele. Ele me puxa


rudemente da cama até que eu esteja peito a peito com ele.

— Solte o cobertor, querida — diz asperamente.

Eu me encolho, e ele vê isso.

— O quê? Tímida demais para me deixar vê-la?

Eu balanço minha cabeça. — Não, não é isso.

— Então, o que é?

Olhando em seu olhar, meu coração bate mais forte quando


sussurro — Não gosto quando me chama de querida.

Ele ri. — Não tenha vergonha de me dizer como realmente se


sente, Everlee. Seja dona de sua merda. Não vou chamá-la assim
de novo. — Ele me beija no centro da minha testa antes de se
afastar de mim. — Vista-se. Partimos em cinco.

Não perco um segundo agarrando e puxando minhas roupas o


mais rápido que posso. Ele é muito mais rápido do que eu, parado
em sua porta com jeans pretos justos, uma camiseta branca justa
e tênis preto e branco. O cara não precisa se esforçar muito em
nada que veste para ainda parecer tão gostoso. Holden Van poderia
usar um saco de estopa e ainda parecer melhor do que noventa
por cento dos caras deste planeta.

Não é justo.
Quando saímos do seu quarto, adoro como ele não tem medo
de colocar a mão nas minhas costas enquanto nos guia para a
saída. É meio-dia, por isso nossos colegas estão de pé e todos os
olhos estão sobre nós. Meu coração está batendo forte, e minhas
palmas estão suadas, mas um olhar para Holden, e vejo que ele
está tão confiante como sempre.

Um grupo de colegas para o que está fazendo para se virar e


nos olhar. Suas bocas estão literalmente abertas, como se nunca
tivessem visto algo assim antes. É realmente tão difícil acreditar
que Holden escolheria ficar com uma garota como eu?

Sim, suponho que sim. Ele é Holden Van, e eu sou... eu.

Então ele envolve um braço em volta do meu pescoço, me puxa


para perto e beija o lado da minha cabeça. É tão silencioso que
pode ouvir um alfinete cair. E posso imaginar as fotos sendo
tiradas e os rumores se formando em suas cabeças. Ótimo.

Enquanto mostro outra fantasia, Holden torce o nariz e balança


a cabeça. Escarneço, balançando a cabeça conforme penduro a
fantasia de volta.

— Não está sendo muito útil, sabe. Seria bom se me dissesse


como se vestirá — digo, apontando o óbvio, mas então percebo por
que ele pode não estar ajudando. — A menos que não, hum, queira
ir como um casal?
Seu olhar escuro e perverso faz meu coração afundar em meu
peito enquanto meus joelhos tremem. Depois se aproxima de mim
antes de agarrar meu queixo.

— Todo mundo saberá a quem pertence depois desta noite —


diz com os dentes cerrados. — Todos.

Engulo em seco, encarando seu olhar ardente antes de acenar


com a cabeça. — Desculpe.

Ele geme. — Não se desculpe, porra. — Então solta minha


mandíbula, pega uma fantasia bem acima da minha cabeça e a
enfia no meu peito. — Pronto, dilema de figurino resolvido.

Ele se afasta completamente de mim, andando pela loja como


se estivesse extremamente irritado. Olho para baixo e vejo uma
versão sexy do traje de Sidney Prescott. Claro, ele usará sua
máscara Ghostface esta noite.

Corro até ele, puxando a parte de trás de sua camisa branca.


— Hum, sim... isso não vai rolar. Isso mal cobre o meu... sabe...

Virando-se, ele me olha de cima a baixo. — Vai combinar


comigo.

Eu bufo, segurando a fantasia novamente. — Não vejo como


isso combina com você. Você estará coberto com uma túnica preta
e uma máscara. Isso… — balanço na frente de seu rosto — mal me
cobre!

A fantasia pode ser boa para a maioria das garotas, mas não
sou a maioria das garotas. Dentro da bolsa da fantasia há uma
jaqueta jeans sem a metade inferior, um sutiã roxo em vez de uma
camiseta roxa e uma minissaia preta em vez de jeans. É óbvio que
é Sidney, mas ela realmente usava roupas no filme, não... isso!
Gosto dos acessórios, porém - uma peruca morena escura na
altura dos ombros e uma faca de borracha falsa.

— Não usarei nada além da máscara e esse jeans, querida…


desculpe.

Ignorando sua tentativa de me chamar de querida novamente,


olho para baixo em seu jeans preto rasgado e apertado e engulo
em seco. Ele não usará nada além disso e uma máscara? O cara
atrairá todo tipo de atenção feminina indesejada para ele.

Seguro a fantasia novamente, franzindo a testa quando percebo


que terei que usá-la para poder combinar com a sua, com sorte,
manter os abutres longe dele.

Jogando-o no balcão, Holden puxa sua carteira e geme quando


a jovem caixa fica nervosa em sua presença. Eu me viro e olho ao
redor da loja, admirando todas as fantasias enquanto aponto
mentalmente aquelas que prefiro usar. Acho que estou no ponto
em que me vestir como uma vadia - independentemente de quem
eu seja - é o novo requisito do figurino, mas sinto falta de ser
criativa ao invés de vadia.

— Eve!

Eu me viro e vejo Sasha vindo na minha direção. Merda, merda,


merda. Meu coração bate forte novamente conforme olho
nervosamente por cima do ombro para Holden, que está alheio no
momento. Não sei por que estou tão nervosa, mas estou.
— Está comprando uma fantasia daqui? Pensei que sempre
fazia a sua…? — Pergunta, franzindo as sobrancelhas enquanto
me estuda.

— Sim — digo com uma risada nervosa enquanto estendo a


mão e esfrego os nós do meu pescoço. — Pensei em mudar isso
este ano. — Estou totalmente mentindo, mas ela saberá disso em
breve.

Holden se vira, jogando o braço em volta do meu pescoço


novamente. E juro que os olhos de Sasha estão prestes a cair das
órbitas. Um sorriso perverso se espalha em seu rosto enquanto
olha entre nós dois.

— Ei, você é a amiga — diz Holden, apontando para ela.

— Sou. E agora vejo o que está acontecendo aqui. — Ela franze


as sobrancelhas para mim e juro que estou prestes a morrer.

Por favor, não me envergonhe, Sash!

Ela olha para a fantasia em suas mãos, sorrindo ainda mais.


— Isto é perfeito. Imagino que vocês vão à festa de Halloween na
Cliff Road, certo?

— O primeiro e único — Holden responde secamente.

— Oh, isso será épico! Jett perderá a porra da cabeça! — Ergue


as mãos fechadas. — Sim!

No entanto, à menção do nome de Jett, sinto o nó se formando


em meu estômago novamente. Holden fez parecer que não se
importava mais com Jett ou seus planos de vingança, mas não
posso deixar de olhar para sua expressão para ver se é verdade ou
não. Está sorrindo, estudando Sasha com um brilho perverso em
seu olhar.

— Com quem ele vai? — Holden pergunta.

Sasha dá de ombros. — Não sei. Ele largou a bunda de Kimmy,


então não poderia te contar. — Dá um tapa no meu braço. — Mas
ouça essa merda! Dan perguntou...

Sou uma amiga horrível, mas parei de ouvi-la no segundo em


que disse que Jett terminou com Kimmy. Embora esteja feliz por
ele ter feito isso, isso me deixa muito nervosa agora. Jett adquiriu
o hábito de não me deixar ir, e estou apavorada com o que pode
fazer agora.

— Sash, temos que ir. Vejo você mais tarde, certo?

Agarro o braço de Holden e o afasto, marchando direto para a


saída. Ela não nos impede. Pode ter sido rude cortar minha melhor
amiga e abandoná-la, mas preciso de um pouco de ar fresco antes
que o pânico me consuma. A veia do meu pescoço está latejando,
e estou a segundos de jogar essa fantasia na rua para ser
atropelada por um caminhão de 18 rodas.

Antes que eu possa chegar tão longe, porém, Holden me agarra


pela cintura e me puxa para seu Range Rover. Todo o meu corpo
tensiona e não para quando ele me coloca de volta em meus pés,
me prendendo contra o lado do passageiro.

— Fale comigo. O que diabos foi aquilo? — Pergunta, agarrando


meu queixo para inclinar minha cabeça para trás.

Meu olhar voa entre os dele enquanto penso nas palavras


certas para lhe dizer. Como posso lhe dizer que tenho medo de que
ainda esteja me usando? Ou que Jett fará algo para me humilhar
esta noite, e Holden não me protegerá disso. Como posso dizer a
Holden que não confio em ninguém ao meu redor agora, nem
mesmo nele? Sei o que me disse ontem à noite, mas ele me provou
antes que não era nada para ele, apenas um meio para um fim em
busca de vingança contra Jett. Estou em pânico e pensando o pior,
mas deveria estar, certo?

— Estou apenas nervosa por estar perto de todos esta noite —


sussurro, mentindo entre dentes.

Ele olha fixamente em meu olhar, apertando sua mandíbula,


enquanto uma escuridão varre sua expressão.

— Isso é besteira. — Está com raiva, provavelmente a segundos


de me dizer para me curvar. Conhecendo sua personalidade, estou
esperando por isso. — Diga-me a porra da verdadeira razão,
Everlee. Agora mesmo.

Meu lábio inferior treme quando olho para longe dele, mas ele
agarra meu queixo com mais força e me força a olhar para ele.
Estou com medo de lhe dizer a verdade. E se for tudo verdade?
Acabei de pegá-lo, e o egoísmo em mim me implora para manter
minha boca fechada. Não quero perdê-lo, mas preciso dizer o que
quero dizer, certo? Aqui vai.

— Receio que ainda esteja me usando para se vingar de Jett.


Receio que ele faça um grande alarido esta noite e você não esteja
lá para me ajudar. Receio que você...

— Eu também gosto de você — diz, me interrompendo.

Minhas sobrancelhas se juntam enquanto desdenho. — O quê?


— Mais cedo na minha cama, me disse que gostava de mim,
mas não respondi. Vi o olhar em seus olhos, Everlee. Você não tem
motivos para confiar em mim, mas quero que confie. Estou
pedindo a você.

Ele se inclina para frente e pressiona sua testa contra a minha.


— Nunca digo nada que não queira dizer. Nunca. Então, o que
disse a você ontem à noite foi eu abrindo meu peito para você. Não
serei perfeito nessa... coisa de namorado... mas estou tentando.

Emoldurando meu rosto, ele inclina minha cabeça para trás e


fixa realmente meu olhar. — Nunca mais deixarei aquele filho da
puta chegar perto de você, Everlee. A única vingança que quero
contra ele agora é que veja que realmente perdeu a garota, e essa
garota é minha agora. Ele nunca mais terá você.

Deixei escapar um pequeno soluço, lentamente balançando a


cabeça em suas mãos. — Sinto muito — digo, realmente querendo
dizer isso.

Eu quase deixei meu rabo que pensa demais arruinar as coisas


de novo, mas tenho que lembrar que Holden fala sério em tudo o
que diz. E algo me diz que estou apenas vendo uma pequena fatia
do que Holden Van tem a oferecer, e mal posso esperar para rasgar
as camadas uma de cada vez.

— Agora coloque sua bunda sexy na minha caminhonete para


que possamos voltar para o meu quarto, onde posso lembrá-la de
que é minha.
26

Everlee Van

Quando voltamos para Reaper, é quase hora do jantar e meu


estômago parece saber disso. Seu ronco ecoa pela cabine do Range
Rover de duzentos mil dólares de Holden - eu sei, porque pesquisei.
Este veículo vale o dobro da casa da minha mãe, e é um veículo!
Acho que se recebe pelo que se paga. Há até pequenas TVs de tela
plana para cada passageiro do banco traseiro, pelo amor de Deus.
Acho que há mais TVs no veículo de Holden do que nas casas da
maioria das pessoas.

Pulando para fora, Holden contorna a caminhonete e me ajuda


a sair, carregando minha bolsa da loja de Halloween. Ainda há
vários olhos em nós enquanto entramos no prédio do dormitório,
subimos a enorme escadaria e entramos em seu quarto.

— O que acha que as pessoas estão dizendo? — Pergunto agora


que a porta está fechada.

Ele dá de ombros. — Quem se importa? — Então agarra meus


quadris e me puxa até que estejamos peito a peito. — Eu gostaria
de cumprir minha promessa agora.

Minhas bochechas queimam quando olho para longe dele. Tem


que lembrar que literalmente acabei de perder minha virgindade
com ele. Ainda não sou corajosa o suficiente para lhe mostrar
minhas emoções ou desejos sexuais, embora esteja latejando entre
minhas pernas novamente e meus mamilos estejam duros como
pedras.

— Não faça isso — diz, agarrando minha garganta enquanto


inclina minha cabeça para cima e traça meu queixo com o dedo
indicador. — Vi você nua. Vi como seu rosto se contorce quando
goza. E vi como seu corpo se move e estremece quando o toco.

Engolindo em seco, meu olhar voa entre os dele novamente. Vê


o que quero dizer? O cara totalmente me tira o fôlego. Como
respondo a isso?!

Ele separa meus lábios com o polegar, olhando para eles como
se fossem um lanche e estivesse morrendo de fome.

— Foda-se — sussurra, movendo seu olhar de volta para o meu.


— As coisas que vou ensiná-la, Everlee... — solta um suspiro
irregular, claramente afetado por algo que não está me contando.

— Que tipo de coisas? — Pergunto em um sussurro.

Sua boca se contrai no sorriso que tanto amo. — Coisas que


pode fazer com essa sua fodida boca doce.

Engulo em seco, sentindo meu coração bater mais forte no


peito. Minhas pernas fraquejam enquanto observo sua boca se
abrir e sinto sua respiração excitada roçar meu rosto aquecido.

— Vamos começar agora — digo enquanto pego sua camisa e o


puxo para mim.

Nossas bocas colidem, devorando uma à outra enquanto


nossas respirações se tornam uma. Ele engole meus gemidos, e
engulo os dele, sentindo um arrepio percorrer minha espinha. Não
me canso dele. Puxando-o para mais perto de mim, quase o escalo
como uma árvore até que meus braços estejam apertados em volta
de seu pescoço.

Gemendo em minha boca novamente, ele agarra minhas coxas


e me levanta rudemente à medida que caminha para trás. Ele se
senta na beira da cama conforme monto nele, agarrando sua
camisa, mas nunca interrompendo nosso beijo. Sua boca alterna
entre chupar minha parte superior, depois meu lábio inferior, e
então mergulhar sua língua em minha boca. É o beijo mais sexy
que dei, me mandando para a porra do espaço sideral.

E quando movo meus quadris da maneira certa, posso sentir o


contorno de seu pênis endurecido e me movo com mais força. Seus
dedos cravam em meus quadris enquanto me guia para frente e
para trás sobre ele. Gemo quando ele mordisca meu lábio inferior,
deixando-o bater quando libera minha boca.

— Foda-se, Everlee — diz sem fôlego. — Sua boca me deixa de


joelhos, baby.

Ergo uma sobrancelha para ele, puxando meu lábio inferior em


minha boca enquanto seu olhar cai para eles. — Mas está sentado,
então não pode cair...

Ele solta um gemido enquanto envolve um braço em volta da


minha cintura e nos vira, me jogando de costas à medida que paira
sobre mim.

— Tem uma boca esperta. O que acha que devo fazer com isso?
— Seu olhar cai de volta para a minha boca antes de deslizar o
dedo pelo meu lábio inferior, puxando-o para baixo.
Engulo em seco, sem saber como lhe responder e não me
sentindo mais brincalhona. O latejar entre minhas pernas é
doloroso. Nunca senti isso antes, e não tenho ideia de como fazer
isso ir embora, a não ser me contorcer embaixo dele até sentir
algum atrito.

— Qual é a minha primeira lição, Mestre? — Pergunto


provocando.

Seu olhar escurece e um rosnado reverbera do fundo de seu


peito. Meu coração troveja quando traça dois dedos sobre meus
lábios antes de segurar minha boca aberta. A excitação borbulha
em meu peito quando desliza os dois dedos, acariciando minha
língua. Não consigo parar de gemer enquanto aperto minhas coxas
ao redor de seus lados.

— Mmm, gosta disso — diz, e noto que não é uma pergunta.

Concordo com a cabeça, incapaz de usar minhas palavras


reais. Mesmo que encontrasse as palavras adequadas, não seria
capaz de falar com os seus dedos na minha boca.

— Sua primeira lição é ver o quão fundo pode levar isso — fala,
empurrando seus dedos ainda mais em minha boca.

Segurando minha mandíbula aberta, encaro seu olhar


aquecido enquanto observa seus dedos desaparecerem. Sua
mandíbula se abre à medida que uma respiração instável dança
em minhas bochechas aquecidas. Engulo em seco, sentindo seus
dedos deslizarem ainda mais pela minha língua. Então o sinto
bater no fundo da minha garganta. A maioria das pessoas engasga
neste ponto, mas não tenho um reflexo de engasgo. É algo que
aprendi quando tinha treze anos em uma festa de aniversário. Não
sei por que as garotas enfiavam coisas no fundo da garganta, mas
eu era a única que não engasgava.

Seus olhos escurecem quando vejo a excitação borbulhar na


forma de outro sorriso antes de ele puxar os dedos. Em seguida,
volta até que toque a parte de trás mais uma vez.

— Jesus, porra, Cristo — sussurra.

Lambendo meus lábios, estudo seu rosto e sinto meu coração


ainda batendo forte no meu peito, mas minhas coxas o apertam
novamente quando pergunto — O que há de errado?

— Não tem um reflexo de vômito?

Eu balanço minha cabeça. — Não.

Ele solta outro suspiro trêmulo, sorrindo ainda mais. — A porra


de garota dos sonhos — sussurra.

Meu coração pula uma batida com suas palavras, derretendo


em uma poça de lava derretida bem no meu peito. Ele me chamou
de sua garota dos sonhos. Tentei odiar Holden Van, realmente
tentei, mas desde o momento em que coloquei os olhos nele pela
primeira vez, sabia que nunca seria capaz. Tudo o que posso
esperar agora é que fale sério e não me machuque. Eu realmente
não acho que meu coração ou alma poderia lidar com Holden Van
quebrando-os.

Antes que possa dizer qualquer coisa, a porta de Holden se abre


e bate contra a parede dos fundos. Grito quando meu coração
despenca na minha garganta, mas ao olhar, vejo Macy parada ali
com uma expressão entediada no rosto.
— Tudo bem, pombinhos, terminem. — Acena em nossa
direção geral. — Estou roubando sua namorada, Holden.

Marchando até nós, empurra Holden para longe de mim e pega


minha mão, me levantando. Acho que recebo um toque de
chicotada enquanto me equilibro ao seu lado, virando meu olhar
para Holden.

Ele esfrega a mão no rosto enquanto se inclina contra a mesa,


cruzando os braços sobre o peito. — Precisamos estabelecer alguns
limites aqui, Mace. Especialmente se continuar bloqueando meu
pau.

Ela sorri com uma piscadela. — Deveria me agradecer.

Meus olhos estão saltando para frente e para trás entre esses
dois, enquanto escondo o sorriso brincando em meus lábios. Adoro
quando Macy dá merda a Holden. Eles são mais como irmãos do
que ele e Tiffany, pelo menos pelo que testemunhei outro dia.

— Obrigado? — Pergunta, levantando as sobrancelhas em


aborrecimento chocado.

— Sim. Seu pau tem visto muita ação até recentemente. Li em


algum lugar que quando se fica sem sexo por um tempo, faz com
que pareça incrível quando finalmente faz de novo.

Eu bufo, levantando minha mão para esconder meu sorriso


enquanto os olhos de Holden a fixam com um olhar mortal.

— Acho que também li isso em algum lugar — digo, juntando-


me a Macy.
Ele aponta para nós duas. — Não tente transformar isso em
uma coisa em que as garotas ficam juntas. Sabe... as meninas
mandam, os meninos babam. Porque acabarei com essa merda.

Macy ri, dando-lhe o pássaro. — Relaxe, Romeu. Pode foder


Everlee mais tarde esta noite. Só estou roubando-a para colocar
sua maquiagem de Halloween. Vista-se você. E esconda essa
Anaconda. Vai assustar todo mundo... — acena com a mão em
direção à sua virilha.

Meu olhar cai, assim como meu queixo. Seu jeans está tão
apertado que posso ver o contorno de sua ereção - a cabeça e tudo.
E a visão me dá água na boca. Isso faz o oposto de me assustar,
mas Macy não me dá a chance de pensar nisso antes de me tirar
do seu quarto.

— Então, há quanto tempo você e Tiffany estão juntas? —


Pergunto a Macy enquanto ela passa pó branco na minha testa.

— Merda, nem consigo me lembrar. Namoramos oficialmente


há alguns anos, mas nos conhecemos muito antes disso. Cresci na
rua deles. Nós três éramos inseparáveis, mas então percebi que
tinha sentimentos por Tiff em vez de Holden, e fiquei longe por um
tempo.

Franzo a testa, me sentindo mal por ela. Obviamente não sou


gay, mas só posso imaginar a frustração e a confusão que passou.
É realmente uma pena que a sociedade não os aceite melhor. Pode
imaginar como seria a vida se a sua sexualidade fosse tão aceita
quanto a dos héteros? As crianças não cresceriam se sentindo
perdidas, nem se questionariam quando claramente precisam de
orientação e confiança para serem elas mesmas.

— Sinto muito, Macy.

Ela bufa, encolhendo os ombros. — Não sinta. Holden foi quem


notou que eu tinha sentimentos por sua irmã. Foi ele quem me
ajudou a sair e me ajudou a ganhar confiança para convidar sua
irmã para sair.

Meu coração incha com suas palavras. — Conte-me mais sobre


Holden.

— O cara é incrível, Everlee. Está apenas... perdido.

— Perdido como?

Ela olha nos meus olhos, obviamente debatendo sobre o que


pode me dizer ou não. — Ele gosta de você. Nunca vi Holden
manter seu pau nas calças antes. Você é especial.

O aperto em meu peito está de volta, e juro que sinto meus


olhos embaçarem. — Não entendo o que há de tão especial em mim
— sussurro.

— Sério? Olhe para você, garota. Não é apenas gostosa, mas


qualquer um pode olhá-la e ver a pureza de seu coração e alma.
Holden desejou isso durante toda a sua vida.

— Não sou tão pura.

Ela ri. — Não imagino que seja mais depois de compartilhar


saliva com Holden Van.
Minhas bochechas ficam cinco tons mais rosadas enquanto rio,
escondendo meus olhos dela.

— Escute, sei que o cara te usou no começo para se vingar


daquele filho da puta do Jett Hastings, mas conheço Holden
basicamente toda a minha vida… o cara é obcecado por você.

Respiro fundo, olhando em seus olhos sérios quando sussurro


— Tenho medo de me permitir amá-lo.

A dor pisca em seu rosto antes que ela o sacuda. — Não, não
diga isso. Ele é duro nas arestas e pode ser um puto que fala
sacanagem e come uma puma, mas merece amor como todo
mundo. Além disso, acho que é você quem vai tirá-lo do mercado
de vez. Ele precisa de estabilidade. Precisa de alguém que seja fiel.
E definitivamente precisa de alguém que o ame. Alguém que não é
sua irmã.

Minha garganta fica seca enquanto tento engolir o nó emocional


que tenta me amordaçar. Lágrimas fazem meus olhos arderem,
mas pisco para afastá-las antes que caiam. Tenho certeza que
Macy pode ver todas as emoções distorcendo minha expressão,
mas lágrimas não são algo que quero que ela veja agora.

Eu pulo quando alguém bate na minha porta.

— O tempo acabou, Macy! Devolva-me minha garota! — Holden


grita do outro lado.

E agora meu coração está inchando de novo. Ele me chamou


de sua garota - no corredor onde todos podem ouvi-lo.
— Melhor não deixar o rabo de caranguejo ainda mais
rabugento. — Macy abaixa o pincel de maquiagem, afastando-se
de mim.

Virando-me para me olhar no espelho, suspiro. A fantasia de


vadia da Sidney traz à tona todas as minhas melhores qualidades,
cobrindo todas as coisas boas, mas me sinto sexy usando-a de um
jeito bom. Macy colocou sangue falso no topo da minha testa como
no filme, mas não muito e despenteou o cabelo da peruca como se
eu tivesse brigado com o próprio Ghostface.

Macy deixa Holden entrar, e acho que ambos perdemos o fôlego


ao nos vermos. Ele está usando o mesmo jeans preto apertado,
mas sem camisa, por isso posso ver cada maldito músculo definido
em seu torso, e a parte de cima da cueca Calvin Klein que veste.
E, claro, a máscara Ghostface, mas atualmente está no topo de
sua cabeça para que seu rosto fique visível.

— Uau — sussurra. — Acho que cometi um erro terrível.

Meu coração despenca em meu estômago enquanto o


formigamento frio se espalha em minha carne. Sinto um aperto na
garganta que dificulta a respiração. Tive um momento de
pensamentos promissores que Holden Van não era tão vil quanto
imaginei que ele fosse, mas...

— Vou bater em caras dando em cima de você a noite toda.

— Oh.

Eu me sinto corar quando olho para Macy, que está me


observando atentamente.
— Vocês dois vão se divertir. Vejo vocês lá mais tarde. Tiffany
está demorando uma eternidade para ficar pronta — diz, olhando
para a tela de seu telefone pela vigésima vez ao que parece.

Holden não parece mais reconhecer Macy enquanto atravessa


a sala em minha direção. Desliza sua mão na minha e me guia
para fora sem uma única palavra. Esta é a minha primeira festa
oficial sendo de Holden... qualquer coisa... e estou apavorada e
animada ao mesmo tempo. Só espero que esta noite transcorra
sem problemas.
27

Holden Van

Quando chego à festa, vejo como está lotado. Minha mão agarra
o volante com força quando olho para minha garota - sim, me
ouviu direito - sabendo que todos aqueles fodidos excitados
olharão para ela a noite toda. Eu realmente deveria ter pensado
um pouco melhor sobre a sua fantasia, mas aqui estamos.

— Está bem? — Ela sussurra ao meu lado.

Eu recuei em um espaço, de frente para o meu Range Rover em


direção à festa, mas estamos longe o suficiente para não sermos
notados facilmente. Meu olhar faminto examina cada centímetro
de sua pele nua, imaginando quanto tempo aguentarei antes de
levá-la de volta para os dormitórios e, finalmente, para minha
cama.

— Muito bem — respondo com uma voz tensa enquanto me


ajusto no meu assento.

Nunca tive problemas em ficar de pau duro antes de conhecer


Everlee. Sou a porra do Holden Van. Posso fazer meu pau faça o
que eu quiser em segundos, mas com ela... ele tem vontade
própria. E se ela não parar de me olhar desse jeito, vou puxá-la
para o meu colo e depois para o meu pau.

— Sinto um formigamento por toda parte e um batimento


cardíaco entre minhas pernas — sussurra.
Porra.

Lançando meu olhar para ela, estudo o rubor rosa em suas


bochechas, olhos brilhantes, e como se contorce em seu assento.
Não sei o que ela e Macy fizeram no quarto, mas seja o que for,
gosto de vê-la assim.

Estendo a mão e deslizo a parte de trás dos meus dedos por


seu braço nu. Ela estremece como uma folha, abrindo os lábios
enquanto olha para mim. Sim, está com tesão pra caralho, e posso
corrigir esse problema ou fazê-la segurar essa energia reprimida
até que esteja prestes a explodir, mas sejamos honestos, meu pau
duro e furioso sairá e me dará um tapa se não corrigir esse
problema que ambos estamos tendo neste segundo.

Descansando meu cotovelo no console central, me inclino e


ergo meu dedo para que venha até mim. Ela é como uma marionete
em cordas, obedecendo aos meus comandos com um brilho
esperançoso em seus olhos.

— Diga-me, menina bonita, dói aqui? — Pergunto em um tom


áspero e profundo enquanto estendo a mão e escovo a parte de trás
do meu dedo sobre seu mamilo.

Ela inspira profundamente, arqueando as costas enquanto


suas mãos se fecham em seu colo. Amo como seu corpo reage a
mim, e mal a toquei.

— Ou aqui…?

Minha mão desce em cascata sobre seu decote, em seu


estômago e direto entre suas pernas. Estou esperando que a
mocinha não mais virgem feche as pernas, me mantendo fora, mas
ela faz o contrário. Agarrando meu pulso, abre as pernas e
empurra minha mão para cima de sua saia. Jesus, porra. Estou
latejando pra caralho. Quando essa pequena vadia ficou tão
descarada?

— Holden — diz meu nome em um gemido ofegante.

Merda, amo quando diz meu nome assim. Não consigo respirar
agora, prendendo a respiração para não gozar no meu jeans. Ela
move minha mão mais para cima até que sinto sua calcinha de
seda, e a fera em mim age.

Agarrando a virilha de sua calcinha, a puxo para o lado e escovo


a parte de trás do meu dedo contra sua boceta molhada e quente.
Seu gemido enche a cabine do meu Rover e, enquanto observo sua
expressão se transformar, deslizo um dedo por seus lábios. Porra,
está encharcada.

— Mmm, minha linda garota está tão molhada — resmungo.

Ela geme novamente, voltando seu olhar para o meu. Há algo


escuro dançando em seus olhos que nunca vi antes. E só se
intensifica quanto mais acaricio sua boceta. Depois, ela faz outra
ação impensável e puxa minha mão de entre suas pernas antes de
rastejar sobre o console central. Eu me inclino para trás, chocado,
à medida que Everlee rasteja para o meu colo, montando em mim.
Minhas mãos agarram instantaneamente suas coxas leitosas,
apertando ao mesmo tempo que balança sobre mim.

Quem diabos é essa nova Everlee?

— Gosto quando me chama assim — sussurra, inclinando-se


enquanto puxa o lóbulo da minha orelha entre os dentes.
— Foda-se — gemo enquanto meus olhos rolam para trás da
minha cabeça e meus dedos cravam em sua carne. — Chamá-la
de quê? — Sussurro.

Movendo a boca da minha orelha, lambe o lado do meu rosto.


— Eu lambi, então agora é meu.

Não consigo me conter quando a agarro pelo pescoço e a


seguro, olhando para ela com admiração. Um sorriso brinca em
meus lábios enquanto meu olhar voa entre os dela, tentando
descobrir quem diabos está no meu colo agora.

— Ouça aqui, menina bonita...

— Isso — diz, me interrompendo, acrescentando com um


sussurro — É assim que gosto que me chame.

Com um sorriso, estendo a mão e acaricio sua bochecha. —


Então é assim que vou chamá-la... menina bonita.

Seus olhos literalmente rolam para trás de sua cabeça quando


digo isso, movendo seus quadris contra mim enquanto um
pequeno gemido deixa seus lábios perfeitamente carnudos. Quem
diria que tudo o que eu tinha que fazer para que Everlee
sucumbisse completamente a mim era lhe dar seu próprio apelido?
E combina bem com ela. É minha menina bonita. Vendo seu rosto
se transformar à medida que a fodia na minha cama, agarrando-
se aos meus lados ao mesmo tempo que meu pau esticava sua
boceta pela primeira vez? Sim, era linda pra caralho – linda, na
verdade, e ainda não terminei com ela.

Quis dizer o que disse a Lauren. O anel destinado ao seu dedo


estará no dedo de outra puta. E enquanto olho para Everlee agora,
sei que ela é minha puta que vai recebê-lo. Everlee será a única a
me tirar deste casamento arranjado. E foda-se se meu coração não
dispara quando penso nisso.

Ela estende a mão entre nós, puxando meu jeans rudemente


enquanto meu sorriso se alarga. Amo como seus olhos se fecham
quando está excitada, mas sou eu quem esconde meu olhar
quando ela chega e acaricia meu pau.

— Ah, merda — assobio por entre os dentes.

Ela está no ângulo perfeito no meu colo para me mostrar todas


as coisas boas. Enquanto observo sua mão me acariciar, empurro
sua saia para cima em torno de seus quadris conforme se contorce.
Quando vejo sua boceta brilhando, a besta selvagem em mim se
liberta. Sempre fui vil, mas há algo sobre Everlee que me
transforma em um maldito selvagem.

Agarro sua calcinha em seu quadril e a arranco imediatamente.


Seu suspiro chocado enche a cabine do Rover, mas quando olho
para ela, sei que a excitou mais do que pensava. Posso sentir o
cheiro de sua excitação e tudo que consigo pensar em fazer é
enterrar meu rosto entre suas pernas para provar, mas é meio
difícil fazer isso na caminhonete agora.

Seu aperto no meu pau aumenta, mas me abaixo e agarro seu


pulso, balançando a cabeça. — Vamos fazer isso do jeito certo,
menina bonita — sussurro.

A excitação dança através de seu olhar novamente enquanto


acena com a cabeça. Alcanço o console central depois que ela move
o joelho para pegar uma camisinha. Observa cada movimento meu
conforme a rasgo com os dentes, tiro-a com um dedo e deslizo
sobre o meu pau. Gosto quando me observa, como se estivesse
aprendendo como tudo isso funciona e anotando exatamente o que
gosto. Eu sabia que ela seria minha foda favorita de todos os
tempos.

Enquanto se ajusta em cima de mim até que meu pau pressione


em sua entrada, fico surpreso quando ela para e pega minha
máscara Ghostface.

— Quero que me foda enquanto usa isso — sussurra.

Puta merda. Acho que me apaixonei... não, não é essa palavra,


mas ela é perfeita.

Sorrindo, puxo a máscara para baixo sobre o meu rosto


enquanto ela se abaixa lentamente no meu pau. Nunca me
acostumarei com o quão apertada é. Cristo! Estive com virgens
antes, mas há algo diferente com Everlee. Talvez haja algo aqui
mais do que estou disposto a admitir. Não, foda-se, só estou
ficando sobrecarregado por causa de uma boa boceta.

Preciso tirar essa merda da minha cabeça.

Agarro seus quadris e empurro para cima com tanta força que
ela grita em cima de mim. Suas mãos encontram o topo dos meus
ombros para se firmar conforme bato para cima em sua boceta,
lembrando a ambos como nos sentimos bem. Estou
completamente me afogando nessa garota. E não sinto muito. Não
há como parar de pensar em como ela me faz sentir - emocional e
fisicamente, porra.

Ela joga a cabeça para trás, cavalgando meu pau como se fosse
natural, mas vejo pelo para-brisa alguém nos observando.
É a porra do Jett Hastings.

Embora tenha esmagado minha necessidade de me vingar do


idiota, isso não poderia ser mais perfeito. Está completamente
imóvel, parado nas sombras enquanto olha diretamente para nós.
Estou com minha máscara, por isso ele provavelmente não tem
ideia de que estou vendo-o me ver foder o que costumava ser dele.
Porra, isso é exagerado, mas farei mesmo assim.

Estendendo a mão, agarro a garganta de Everlee e mantenho


sua cabeça para trás enquanto empurro para cima com mais força.
Seu corpo se sacode sobre mim, tomando meu pau como a boa
virgem que é. Quanto mais forte a fodo, mais alto seus gemidos e
sussurros se tornam, e sei que aquele maldito idiota pode ouvi-la,
que é exatamente o que quero.

— Oh, porra. Holden! — Grita.

— Foda-se, menina bonita, goze em todo esse pau.

Meus grunhidos enchem o carro com seus gemidos, mas é


quando ela agarra meu antebraço e olha para baixo em meu rosto
- ou melhor, minha Ghostface - que me faz explodir. O olhar de
pura luxúria e paixão varre seu rosto, torcendo suas lindas feições
enquanto me fode. Suas paredes me apertam antes de eu sair e
dirigir de volta, fazendo-a gritar.

Sua boceta pulsa ao redor do meu pau quando empurro para


cima e fico lá, segurando meu comprimento o máximo que posso.
Ela literalmente treme em cima de mim, prendendo a respiração
enquanto vejo suas bochechas ficarem vermelhas e seus olhos
rolarem para trás.
— Mmm, foda-se, menina bonita — digo seu apelido
novamente, sabendo que ela adora isso agora. Falarei até me pedir
para não falar, mas sejamos sinceros, ela não me pedirá para
parar.

Quando está no ponto mais alto de seu orgasmo, inala uma


respiração ofegante e sorri para mim. Depois se inclina e beija a
máscara onde estão meus lábios, e acho que meu coração acabou
de dar uma cambalhota no meu peito.

— Gosto disso — diz suavemente, acariciando seus dedos sobre


minha máscara antes de levantá-la e colocá-la no topo da minha
cabeça. — Mas também gosto disso.

Minha mão ainda em volta de sua garganta a guia de volta para


meus lábios enquanto devoro sua boca. Quando ela beija, eu
lambo. E quando ela lambe, beijo. É a porra do beijo mais sexy que
já tive.

— Onde diabos esteve toda a minha vida? — Sussurro quando


ela pressiona sua testa contra a minha.

— Estive no vale. — Ela ri, e é música para os meus ouvidos.


— Mas agora estou aqui em cima na grande montanha ruim.

Eu sorrio, balançando a cabeça enquanto apenas sento aqui e


fico boquiaberto com essa garota com meu pau ainda dentro dela.

— O quê? — Pergunta.

— Nada — sussurro, balançando a cabeça. — Vamos entrar,


menina bonita. Preciso de uma bebida.
Sem dizer uma palavra, ela sai do meu colo, depois tiro a
camisinha do meu pau e enrolo em um lenço de papel e jogo na
porta lateral. Vou jogá-lo fora mais tarde.

Quando saímos da caminhonete, tenho que ajustar meu pau


porque está crescendo de novo só de lembrar como foi incrível
momentos atrás. Ela caminha até mim, deslizando sua mão na
minha. Com todas as outras garotas, teria puxado minha mão e
andado na frente enquanto me seguiam como um cachorrinho
perdido, mas com Everlee? Entrelaço nossos dedos e a mantenho
ao meu lado à medida que nos aproximamos da festa.

Não tenho certeza de quando ele partiu, mas Jett Hastings não
está em lugar nenhum. Sei o que eu vi, no entanto. O cara estava
totalmente rastejando sobre nós, e não mentirei e direi que não
estava batendo no peito porque estava, mas acho que guardarei
esse pequeno detalhe para mim por enquanto.

É engraçado como quase todos por quem passamos param o


que estão fazendo para se virar e boquiabertos. Sei o que todo
mundo está pensando - Holden Van está de mãos dadas com a
novata? Nunca o vimos assim antes. O traje dela combina com o
dele? Posso apenas imaginar todos os rumores que voarão nos
próximos dias, mas não me importo. Deixe todos falarem.

E para tornar as coisas melhores, puxo minha mão da dela e


envolvo meu braço em seu pescoço. Ela cai ao meu lado como se
moldada a partir de mim, encaixando-se perfeitamente. Não há um
par de olhos que não estejam em nós agora.

É uma pena que Lauren esteja "convenientemente" fora da


cidade desde que a ameacei. Adoraria ver a sua cara feia agora,
mas não temos tanta sorte. Tenho certeza de que um de seus
lacaios nos verá, tirará algumas fotos e as enviará para ela.

Quando entramos na casa, porém, fomos parados pela última


pessoa que queria ver esta noite.

Billie maldita Lucas.

A garota que mora do outro lado do meu dormitório, me


colocando entre Everlee e ela. Embora esteja quieta ultimamente.
Eu me pergunto se ela também esteve fora.

— Van — diz, entrando no meu caminho. — Tenho tentado ligar


para você.

— Não percebi — digo secamente. Vi as chamadas perdidas,


mas não dei atenção a ninguém que não fosse Everlee.

Seus olhos confusos e feridos se movem para Everlee,


estudando-a. Então suas sobrancelhas franzem quando soma dois
mais dois.

— Vocês dois, hein? — Seu lábio inferior treme.

Porra, odeio quando as meninas choram.

— Jesus Cristo, Billie, controle-se. Sabe o que sempre foi para


mim. — Não sou legal sobre isso. Às vezes, a porra da verdade dói.

Everlee cutuca meu lado, me fazendo olhar para ela. — Seja


legal — sussurra.

Revirando os olhos, volto-os para Billie. — Escute, o que


tínhamos era... era... — Porra, não sei o que dizer aqui. Foi uma
foda - nada mais, nada menos. Mentir e dizer que era qualquer
outra coisa seria ridículo. — Foi apenas uma foda, Billie — deixo
escapar.

Sinto mais do que vejo Everlee atirando adagas no lado da


minha cabeça, mas é para Billie que estou olhando. Ela acena com
a cabeça, claramente tentando se controlar.

— Está certo, era — Billie diz suavemente. Então olha para


Everlee, e estou em guarda, esperando que diga algo rude ou jogue
sua bebida em Everlee ou algo assim. Em vez disso, fico surpreso
quando diz — Estou muito feliz por Van ter encontrado alguém que
o faz feliz. Ele merece. Você realmente merece, Van — acrescenta,
virando seu olhar para o meu.

Minhas sobrancelhas disparam para cima na linha do cabelo.


De onde diabos isso veio? Para ser completamente honesto, Billie
é realmente uma garota legal. Não a teria mantido por perto se não
fosse.

— Obrigado, Billie — finalmente digo.

Com um pequeno sorriso triste, ela se vira e caminha para a


multidão. Eu a sigo até que se aproxima de Zeke. Então Christian
aparece do nada em seguida, sorrindo para mim.

Esses dois são meus caras principais. Podem ser calouros -


para mim - não estão na primeira classe, mas são os caras mais
legais desta escola. E estão vindo direto para cá sem Billie. Ótimo
pra caralho.

Seguro Everlee mais apertado em mim, preparando-me para


socar meus melhores amigos em seus rostos se tentarem dificultar
com Everlee.
— Van!! — Zeke grita enquanto me dá um abraço de irmão, me
afastando de Everlee.

A bunda quieta e dominadora de Christian pula e joga o braço


em volta de Everlee, puxando-a de volta para nós.

— Ouvimos algumas merdas enquanto estávamos fora, irmão,


mas não acreditamos em uma palavra — diz Zeke.

Eu me afasto dele, agarrando a mão de Everlee e puxando-a de


volta para meus braços. — Depende do que ouviu.

— Eu vou usar o banheiro — Everlee sussurra para mim.

É difícil largar a sua mão quando se afasta de mim, mas a solto.


Meus olhos a seguem até que da sala antes de Christian me bater
no peito.

— Holden Van é um boceta chicoteado? — Pergunta com uma


risadinha.

— Ei — vocifero, fixando-o com um olhar duro. — Holden Van


não é um boceta chicoteado. Ainda posso ter qualquer garota nesta
sala. — Minhas palavras são claramente mais altas do que
esperava, olhando em volta para ver várias garotas ansiando por
mim com seus olhares. — Vê? Elas tornam tudo muito fácil para
mim. É por isso que não estão na minha cama e Everlee está.

— Lauren está espumando pela boca, cara — Zeke diz,


puxando-me de volta para a conversa deles.

Eu bufo. — Eu poderia dar a mínima para essa cadela.

Zeke e Christian trocam um longo olhar. — Então, não está


nem um pouco preocupado com o que o pai dela fará? Ou o seu?
— Não, na verdade não. Assim que chegar à formatura, darei o
fora daqui. Não dou a mínima se eu perder meu nome ou o dinheiro
ligado a ele. Nunca quis isso de qualquer maneira — digo a eles.

Eles não dizem nada e então Everlee está de volta, mas


mantendo distância de mim. O que diabos é isso? Estendo a mão
para ela, mas ela finge que está se virando para olhar para alguma
coisa.

— Falo com vocês amanhã, certo? — Pergunto aos rapazes,


tentando dar a eles uma dica para se afastarem agora.

Meus rapazes entendem a dica, desaparecendo na multidão


enquanto agarro a mão de Everlee, virando-a para mim.

Ela ainda não olha para mim, e não permito isso. Agarro seu
queixo com força e a forço a me olhar. Ela estremece de dor, mas
não me importo. Vai me dizer o que diabos está acontecendo agora.

— O que há de errado, menina bonita?

Seu olhar voa entre os meus. Vejo a emoção girando em seus


olhos e estou ficando chateado quanto mais ela fica quieta.

Inclinando-me, sussurro — Farei você falar comigo na frente de


todas essas pessoas, Everlee, mas não gostará de como vou obrigá-
la a fazer isso.

É para ser uma ameaça. E ela morde a isca.

— Não sei por que se importa com o fato de que estou chateada
agora, porque... Como disse isso? Você ainda pode ter qualquer
garota nesta sala?

Meu olhar inexpressivo não parece afetá-la. Claro, ela me ouviu


dizer isso.
— Porra, Everlee. Será esse tipo de garota? — Pergunto,
agarrando seu braço.

Ela o arranca de mim. — A que tipo está se referindo?

— O tipo ciumento. — Puxo-a rudemente para mim,


inclinando-me para pressionar meus lábios contra seu pescoço
latejante. Está excitada. Posso dizer pela maneira como sua
respiração falha e sua boca se abre. — Acho que fica sexy pra
caralho em você, no entanto, mas não fique com ciúmes.

Ela bufa, tentando fugir, mas para de lutar ao perceber que não
vai a lugar nenhum. — Por que não deveria estar? — Pergunta com
os dentes cerrados.

— Porque olhe para todas elas. — Eu a viro lentamente para


que possa ver todas as garotas olhando para nós. — Elas são as
ciumentas, menina bonita. Você compartilha minha companhia,
minha cama e meu...

— Puta merda, Van! Vem cá! — Ouço Zeke gritar, me fazendo


virar meu olhar.

Ele está parado perto da janela, assim como todos os outros.


Pego a mão de Everlee na minha, puxando-a comigo enquanto
marchamos para a janela. Vejo um brilho laranja através das
cortinas, mas quando vejo o motivo disso, sinto cada músculo do
meu corpo tensionar.

Meu maldito Range Rover está em chamas.

E só há um rosto que vejo na minha cabeça.

Jett maldito Hastings.


28

Everlee Van

— Entraremos em contato com você, Sr. Van — um oficial disse


ao pai de Holden antes que se virasse e saísse marchando.

Estou tremendo incontrolavelmente nos últimos trinta


minutos, e minhas costas estão doendo. O corpo de bombeiros
apagou as chamas do Range Rover e quase todas as pessoas da
festa se foram. Eu me sinto tão mal por Holden enquanto está aqui
sendo repreendido por seu pai.

— Que porra de merda de rivalidade é essa, Holden? — O Sr.


Van grita, acenando com as mãos por todo o lugar enquanto as
veias do lado de seu pescoço pulsam. — Tem ideia de quanto isso
me custará?!

A mandíbula de Holden está apertada enquanto olha para


longe, nunca olhando nos olhos de seu pai. O cobertor que um
bombeiro me deu não está fazendo nada para me impedir de
tremer, mas neste momento, não acho que seja do frio.

— O seguro de cobertura total cobrirá isso — diz Holden.

O Sr. Van zomba. — Então, acha que é tão fácil, hein?

— Podemos ir agora?

Estremeço mais forte quando o Sr. Van olha para mim,


deslizando seus olhos pelo meu corpo de uma maneira que
nenhum pai ou homem mais velho deveria olhar para uma
adolescente. Agarrando o cobertor com mais força, me posiciono
atrás de Holden conforme se vira e envolve um braço em volta do
meu ombro.

A maneira como o Sr. Van muda sua expressão de um


pervertido para pura raiva faz com que os cabelos da minha nuca
se arrepiem. É óbvio que não gosta da ideia de mim e Holden
estarmos juntos. Bem, que pena, velho!

Os faróis iluminam o amplo jardim, mas quando olho para ver


quem é, fico cega.

— Acho que ainda é hora de ir para casa — Sr. Van ferve. —


Tem uma bagunça colossal para limpar aqui, e como pensa que é
um adulto que pode fazer tudo sozinho, vou deixá-lo lidar com isso.

— Everlee!

Oh não.

Virando-me para encarar o carro que acabou de estacionar,


vejo minha mãe correndo em nossa direção com seu uniforme
enfermeira e o medo permanentemente gravado em suas
sobrancelhas. Ela me agarra, me puxando para longe de Holden
para me dar uma olhada.

— Você está bem? Uma das enfermeiras me disse que seu filho
estava em uma festa onde um carro pegou fogo e que te viram aqui.

— Mãe — murmuro, olhando para Holden, que agora também


está nos observando. — Estou bem. Viu? — Abro o cobertor para
que possa ver por si mesma.
Ela solta um suspiro, soltando meus braços. — Estava
assustada? — Pergunta, passando a mão pelo meu ninho de cabelo
de rato, agora que tirei minha peruca Sidney Prescott. — O que
aconteceu?

Ergo meu polegar por cima do ombro, me perguntando como


explicarei tudo enquanto também me pergunto se esta é a hora de
apresentá-la a Holden Van.

— Não temos certeza do que aconteceu — digo a ela, enquanto


me viro e olho diretamente para o olhar ilegível de Holden. — Era
o carro de Holden, mas não temos certeza de quem o queimou.

Olho para ela novamente, e ela está olhando para Holden com
sua própria expressão ilegível. Merda. Conheço esse olhar. Está
olhando para ele como se o tivesse compreendido, e isso não é bom.
Então seu olhar volta para mim, franzindo as sobrancelhas. Tenho
certeza que está se perguntando o que estou fazendo aqui com
Holden Van. Não tive exatamente tempo para lhe dizer sobre
qualquer coisa, ou está trabalhando ou eu estou na aula – ou
sejamos honestas, estou distraída com Holden.

— Mãe, este é Holden — digo, virando-me para olhar para ele.


— Esta é a minha mãe.

Holden dá a ela um pequeno sorriso, estendendo a mão para


cumprimentá-la, mas quando mamãe não aperta sua mão, me viro
e olho para ela. Ela o está julgando, estudando-o enquanto seus
olhos se estreitam. Não parece bom quando está parado aqui
vestindo nada além de jeans pretos - sem camisa - enquanto seu
Range Rover ainda solta fumaça ao fundo.
— Acho que deveria vir para casa comigo esta noite, Everlee.
Amanhã a levo de volta aos dormitórios, antes do meu turno.

— Mãe, não acho...

— Agora, Everlee — diz, me interrompendo antes de se virar e


ir para o carro.

Eu me viro para Holden, olhando para ele e sem saber o que


dizer. Seu olhar voa entre o meu ante de olhar por cima da minha
cabeça em direção à minha mãe.

— Vá em frente com sua mãe, menina bonita. Tenho que ficar


aqui e resolver essa merda. — Ele se aproxima de mim, beijando o
topo da minha cabeça, me fazendo querer desabar sobre ele. Amo
o seu cheiro, o seu calor, e principalmente o jeito que me faz sentir.

— Não quero deixá-lo — sussurro.

Ele enquadra meu rosto, inclinando minha cabeça para trás.


— Não há nada que possa fazer. Vá para casa e durma um pouco.
Vejo você amanhã. — Então se inclina e me beija gentilmente.

É o tipo de beijo que não esperaria de alguém como Holden Van,


mas é exatamente o tipo de beijo que esperaria de alguém que está
tentando ser um doce namorado.

Afastando-me dele com relutância, viro-me e caminho para o


carro da minha mãe. Eu o encaro quando entro e ele está olhando
de volta. Mamãe dá ré no carro, mas não tiro meu olhar dele até
que desce a entrada íngreme.

— O que está fazendo com um garoto como esse, Everlee? —


Pergunta em seu tom de mãe repreendendo.
Suspirando, balanço a cabeça. — Ele não é tão ruim quanto
pensa, mãe. Holden é...

— Um Van — me interrompe. — E essa família é tão implacável


quanto parece.

— Seu pai pode ser, mas Holden e sua irmã não são como ele.
Só precisa dar uma chance a ele. Acho que você...

— Não, Everlee. Não preciso fazer nada. O que eu quero que


faça é se concentrar em seus estudos e se formar como a primeira
da classe para que possa conseguir uma bolsa de estudos para a
faculdade e ser alguém. Não deixe um garoto como Holden Van,
que tem tudo dado a ele, arruinar seu futuro. — Solta um suspiro
longo e exasperado. — Eu realmente gostaria que falasse com Jett,
discutisse as coisas e...

— Mãe! — Sou eu quem a interrompe agora. — Jett me traiu!


Realmente quer que eu fique com um cara como ele? Está tão
preocupada comigo tirando boas notas e uma bolsa de estudos
gratuita, mas também tenta me vender para um cara como Jett
Hastings. Ele também vem do dinheiro e da corrupção, mas não
me diz para ficar longe dele.

Ela agarra o volante com força, balançando a cabeça. — Os


Vans são diferentes, Everlee. São dinheiro antigo - dinheiro
corrupto e obscuro. E não quero que minha filha seja associada a
gente como eles.

Desdenho. — Agora você começando a soar como todos os


outros babacas ricos e pomposos por aqui.
— Só estou tentando protegê-la, Everlee. Um garoto como
Holden Van só quer uma coisa de uma garota como você.

Cruzando os braços sobre o peito, olho pela janela lateral e


mordo a língua. Se ela soubesse que dei minha virgindade a ele,
poderia ter um ataque cardíaco ao volante e matar nós duas. Em
vez disso, a deixo falando, mesmo que isso esteja me irritando pra
caramba.

— Apenas olhe para você, querida! Ele te vestiu como uma...


como uma...

— Vadia? — Eu termino por ela.

Suas bochechas ficam vermelhas como uma beterraba


enquanto me olha fixamente. — Não é uma linguagem agradável
para uma dama, mas sim, Everlee... uma vadia.

Quero dizer a ela que prefiro ser a vadia de Holden do que a


puta de Jett, assim como disse ao próprio Jett. Só que os títulos
estavam invertidos, mas temo que ela me mande para outro estado
se fizer isso. Por enquanto, guardo essas palavras para mim. Vou
deixá-la pensar que ganhou por enquanto, mas nunca me fará
parar de ver Holden.

— É apenas uma fantasia, mãe — digo em vez disso.

— Uma fantasia muito provocante. — Quando não digo uma


palavra ou movo um músculo, ela suspira e diz — Vamos para casa
e ter uma boa noite de sono. Podemos terminar esta conversa pela
manhã, quando ambas nos acalmarmos.

Eu ainda não respondo a ela, e nenhuma de nós diz uma


palavra durante o resto da viagem até o vale. E quando chegamos
em casa, vou direto para o meu quarto e bato a porta, deixando-a
saber que estou brava e vou para a cama sem dizer boa noite.

Quando acordo de manhã, fico chateada por não ver uma


mensagem de Holden. Sei que ele tinha muito o que fazer ontem à
noite, mas achei que me deixaria algum tipo de mensagem
presunçosa. Afinal, é Holden Van. Juro que o cara vive para me
atormentar.

Jogando minhas pernas para o lado da cama, me estico e


finalmente me levanto, mas paro quando ouço a voz de um homem
vindo da sala de estar. Definitivamente não está vindo da TV, e
agora meu interesse foi despertado. Quem diabos está aqui tão
cedo de manhã?

Quando abro a porta do meu quarto, porém, vejo quem é, sinto


todo o sangue escorrer do meu rosto. Mamãe está acompanhando
o Sr. Van até a porta da frente, e estou congelada no meu lugar
quando ele olha e me vê, me dando um sorriso presunçoso. O que
diabos está fazendo aqui? E por que me deu aquele tipo de sorriso?

Uma vez que a porta se fecha e o Sr. Van se foi, saio do meu
quarto e exijo respostas.

— O que diabos ele queria?!


Mamãe se assusta com a minha presença, voltando para a
cozinha, onde pega as duas canecas de café da mesa. Está toda
sorridente, e não gosto da sua aparência.

— Ele veio para se certificar de que estava bem depois da noite


passada — diz com uma voz cantante.

— Besteira.

— Everlee! — Mamãe repreende. — Onde aprendeu a ter uma


boca assim? É aquele menino?

Revirando os olhos, soltei um gemido. — Não mãe. Agora só


perguntarei mais uma vez: o que o Sr. Van estava fazendo aqui?

Ela finalmente para o que está fazendo e se vira para mim, me


olhando bem nos olhos. — Nós dois chegamos à mesma conclusão,
Everlee. Nenhum de nós quer que vocês dois se vejam. Ele me disse
que Holden está prometido a outra para que possa assumir os
negócios da família, e você vai para a faculdade, muito, muito longe
daqui.

Eu jogo minhas mãos para o alto, totalmente irritada. — Mãe!


Sei que ainda sou uma criança, mas literalmente não pode tomar
essas decisões por mim. E Holden não ama ou quer ficar com
Lauren!

— Bem, não foi isso que o Sr. Van me disse. Odeio dizer isso,
querida, mas Holden está te usando. Ele quebrará seu coração, e
onde isso vai deixar…

— O que é aquilo? — Pergunto, interrompendo-a quando vejo


algo na mesa da cozinha que se parece muito com um cheque.
Sua tez empalidece quando olha para ele, sem mover um
músculo. — O que é o quê? — Pergunta com um encolher de
ombros.

Ambas tentamos pegá-lo ao mesmo tempo, mas sou mais


rápida e pego primeiro. Recuo e olho para o cheque em minha mão
que está nominal a minha mãe no valor de meio milhão de dólares,
assinado pelo próprio Sr. Van. Minhas mãos tremem enquanto o
seguro e olho para ela.

— Que porra é essa?!

— Everlee! Linguagem!

— Oh, exploda sua bunda, mãe! O que é isso?! — Minha voz


falha quando agito o cheque no ar novamente.

Ela dá de ombros novamente, recuando até encostar no balcão.


— É um cheque - para ajudá-la com a faculdade e qualquer outra
coisa que possa precisar para começar sua vida.

Semicerro meus olhos, olhando para ela com tanta raiva que
poderia explodir. — Mas para que serve, mãe? O Sr. Van não sai
por aí preenchendo cheques de meio milhão de dólares aos
domingos!

Mordendo o lábio inferior, olha para mim, avaliando claramente


minha reação. — Chegamos a um acordo. Você para de ver Holden
e o dinheiro é seu. Seu futuro está garantido, Everlee.

Sinto-me doente. Todo o sangue é drenado do meu rosto


novamente enquanto cambaleio para trás. Minha própria mãe
concordou em me manter longe de Holden conforme recebia meio
milhão de dólares. Não posso acreditar em meus próprios olhos e
ouvidos agora. Ela está chapada?!

— Isso nunca acontecerá — sussurro.

— Já aconteceu, querida. A garota a quem Holden foi prometido


voltou para casa e o Sr. Van achou melhor você não voltar para
Reaper para não poder distraí-los, e acho...

Seguro o cheque, observando os olhos de mamãe esbugalhados


quando suas palavras terminam abruptamente. Rasgo o cheque
em um milhão de pedaços bem diante de seus olhos.

— Everlee, não! O que está fazendo?!

— Você e o Sr. Van, e quem quer que seja, podem enfiar esse
dinheiro em suas bundas! Não há nada no mundo que possa me
manter longe de Holden.

— Querida, por favor. Ele é apenas um menino e...

— Eu o amo! — Grito, as lágrimas embaçando minha visão


enquanto jogo o cheque rasgado no ar.

Seus olhos estão prestes a saltar das órbitas, e acho que está
prestes a desmaiar quando se agarra ao balcão. O silêncio se
estende entre nós, mas a batida do meu coração na minha cabeça
me mantém com os pés no chão. Acabei de dizer à minha mãe que
amava Holden Van.

Puta merda.

Amo Holden Van.

Não sei como perdi isso. Todas as vezes que ele fez meu coração
palpitar em meu peito, todas as vezes que fez um calor se espalhar
pelo meu corpo, e todas as vezes que meu corpo sucumbiu a ele
de bom grado - estou apaixonada por Holden há mais tempo do
que imagino. Não é?

— Everlee, não sabe o que é amor. Você só tem dezessete anos.

— Todos, em qualquer idade, podem sentir amor, mãe. Essa é


a coisa mais idiota que já ouvi. Então o amor que sinto por você
não é real?

Ela não diz uma palavra porque sabe que fiz uma observação
sólida. Não há limite de idade para amar, e quem diz isso é
ignorante.

Virando-me, volto para o meu quarto e me visto. Eu tenho que


sair daqui. Preciso voltar para Reaper para ver Holden.
Certamente, ele não sabe o que seu pai fez, certo? Meus
pensamentos escurecem. É por isso que não me mandou nenhuma
mensagem? Ele sabe o que está acontecendo e está aceitando?

Não, me recuso a acreditar em tudo isso. Ele odeia Lauren com


paixão. Não há nada que seu pai possa dizer ou fazer para
convencê-lo a ficar com ela. Certo?...

— Everlee, não pode ir! — Mamãe chora enquanto corro para a


porta da frente, abrindo-a.

— Estou indo, mãe, e não há nada que possa dizer ou fazer


para me impedir. — Estou tão furiosa agora que não me viro e olho
para ela antes de quase correr pela calçada.

Sem carro, começo a andar. Será uma longa caminhada até a


montanha, mas tudo bem. Vou a qualquer lugar para Holden, mas
tento ligar para ele para saber o que está acontecendo e torcer para
que esteja tudo bem.

— Ei — Holden responde.

— Holden, seu pai...

— Entendi! Este é o meu correio de voz. Sabe o que fazer, mas


não espere uma ligação de volta.

O bipe ecoa em meu ouvido enquanto pisco para afastar as


lágrimas frustradas que se acumulam em meu olhar.

— Holden — digo com um tremor na minha voz. — Por favor


me ligue. Saí da casa da minha mãe e estou a pé. Precisamos
conversar, está bem? Algo…

Um carro buzinando atrás de mim me assusta, me fazendo


olhar por cima do ombro. O medo aperta meu peito enquanto puxo
meu telefone e olho diretamente nos olhos escuros de Jett. Porra.

Ele para na minha frente torto, bloqueando meu caminho


enquanto desce a janela. — Que diabos está fazendo, Everlee?

— Deixe-me em paz, Jett — digo, contornando sua


caminhonete, mas ele pula e me para.

Grito, e ele levanta as mãos, mantendo uma distância entre


nós. — Jesus, Everlee, não vou machucá-la.

Eu o alfineto com um olhar duro. — Diz o cara que tentou me


estuprar na festa...

— Isso foi um erro. Estava bêbado e estúpido. Vamos, Eve, sou


eu! — Bate no peito. — Sei que o que fiz com você foi errado. Sou
um garoto jovem e estúpido, mas sinto muito.
Observo cada movimento dele, esperando para correr se fizer
um movimento errado. — Você é um garoto estúpido — digo a ele.

Ele concorda. — Sou. E não mereço seu perdão, mas espero


que me deixe ajudá-la. Vai chover em breve. Deixe-me levá-la de
volta a Reaper. É para lá que está indo, certo?

Olho entre ele e a estrada da montanha com sérias dúvidas de


subir a pé. Levará uma eternidade, e preciso ver Holden agora, mas
confio nele?

— Qual é o seu jogo aqui, Jett?

Ele balança a cabeça, levantando as mãos novamente. — Nada,


juro.

Olhando em volta, vejo que a rua está silenciosa, como se todos


ainda estivessem na cama ou em suas casas. Uma névoa fria cobre
meu rosto do céu cinza acima, e estremeço, amaldiçoando o
universo por fazer isso comigo agora.

— Direto para Reaper, Jett, sem gracinhas — digo com os


dentes cerrados quando começo a tremer.

— Nada de gracinhas. — Ele caminha até sua caminhonete e


segura a porta do passageiro aberta para mim.

Com hesitação, lentamente vou até a caminhonete e entro. Sei


que essa não é a coisa mais inteligente que fiz, mas também quero
questioná-lo sobre a noite passada e se viu ou não o que
aconteceu, ou talvez tenha sido ele quem colocou fogo no Rover de
Holden.

Ele entra e se afasta do meio-fio, virando à esquerda na estrada


que leva até Reaper. Fico de olho nele enquanto dirige, estudando
todas as suas feições. Embora seja um idiota, ainda é um cara
bonito. Seu cabelo loiro sujo parece que não é cortado ou penteado
há vários dias, o que é muito diferente dele, e tem olheiras.

— Estava na festa ontem à noite? — Pergunto, tentando manter


a calma.

Ele balança a cabeça. — Nah, eu ia, mas não tinha fantasia


para vestir, então…

Concordo com a cabeça, não acreditando inteiramente nele,


mas também não forçando o assunto. — O Rover de Holden pegou
fogo.

— Ouvi. Que chatice. — Sua voz é monótona, sem revelar nada.

Sempre foi tão bom em esconder as coisas quando


namorávamos? Foi assim que fiquei tanto tempo com ele?

— Sim, chatice total. É uma pena que não estava lá, poderia
ter visto.

— Mas você estava lá.

— Ah! Eu sabia que você também estava lá — deixo escapar.

Seus dedos ficam brancos no volante enquanto encolhe os


ombros. — Talvez tenha estado lá por um tempo. Parecia gostosa
— diz, olhando para mim.

Ignorando sua declaração, pergunto — Onde estava? Não vi


você.

— Vi você entrando quando eu estava saindo.

Eu sorrio, sabendo que me viu segurando a mão de Holden


antes de passar um braço em volta do meu pescoço. O plano de
deixar Jett com ciúmes e se vingar dele já passou, mas também é
bom saber que me viu com Holden.

Reaper finalmente aparece quando solto um suspiro,


agarrando a maçaneta para que possa pular no segundo em que
Jett para, mas antes que possa fazer qualquer coisa, meus olhos
percebem um movimento perto de um brilhante carro BMW preto.

É Holden.

E ele não está sozinho.

Meu coração afunda quando o vejo abrir a porta do passageiro


para Lauren Fairfax. Ela dá a ele um sorriso sensual quando entra
antes que ele dê a volta e pule para o banco do motorista. Estou
congelada no meu lugar, boquiaberta com o que acabei de ver.
Sinto-me mal do estômago e um calafrio sobe pela minha nuca.

Observo o carro sair da vaga, passar pela caminhonete de Jett


e desaparecer colina abaixo. Piscando para afastar a sensação de
queimação em meus olhos, pulo e ignoro Jett quando pergunta se
estou bem.

Estou longe de estar bem.


29

Everlee Vera

Invadindo o prédio do dormitório de Reaper, ignoro todos os


olhares e subo os degraus, dois de cada vez, até chegar ao nosso
andar. A porta de Holden aparece, e sei que ele deixa seu quarto
destrancado. Ninguém se atreve a mexer em seu espaço, mas me
atrevo agora.

Abro a porta e corro para dentro, batendo-a atrás de mim. Não


sei o que estou procurando, mas não estava preparada para a visão
de sua cama bagunçada, seu jeans preto no meio do chão e uma
embalagem de camisinha aberta ao lado da cesta de lixo.

Meus pés tropeçam quando recuo. Preciso me sentar antes que


desmaie de tanto hiperventilar. Meu peito está apertado e meu
rosto formigando por toda parte. As palavras de mamãe sobre ele
partindo meu coração ecoam em meus pensamentos conforme
balanço a cabeça, recusando-me a aceitar. Holden não faria isso,
certo?

Ele me disse coisas que não acho que já disse a outra garota.
Odiava Jett por me trair. Não tenho ideia do que sentir ou pensar
agora. Estou completamente entorpecida, ainda olhando para a
embalagem vazia da camisinha no chão.

Estou tão fora de mim que não me mexo quando a porta de


Holden se abre e Macy entra. Ela agarra meus braços e sacode,
mas ainda não me mexo, mas quando me dá um tapa forte no
rosto, é o suficiente para me tirar do sério. Meu olhar se move entre
seus olhos enquanto as lágrimas se acumulam nos meus. Então
meu lábio inferior treme e não consigo parar de chorar.

— Merda, virgenzinha — Macy sussurra enquanto mantém os


braços abertos para mim.

Eu desmorono sobre ela, enterrando meu rosto em seu pescoço


conforme choro mais forte do que nunca. Ela me abraça com
ternura, passando os dedos pelo meu cabelo para me consolar.

— Vamos, vamos tirá-la daqui. Eu tenho a ideia perfeita.

Ela pega minha mão e me puxa do quarto de Holden, batendo


a porta atrás de nós enquanto saímos. Seguimos por um corredor
que ainda não havia percorrido antes que me puxasse para a
direita e subisse alguns degraus. O patamar é um beco sem saída
com duas portas, e ela vira na da esquerda.

O seu quarto é como um pequeno apartamento - duas vezes


maior que o meu - mas não é o que esperaria de uma garota do
tipo moleca. Tudo está limpo e tem seu lugar, e o edredom rosa
normalmente me faria rir se não estivesse de mau humor.

— Não me julgue. Gosto que Tiffany se sinta confortável quando


passa os fins de semana comigo de vez em quando. — Macy dá de
ombros e acena para mim antes de ir até um armário alto e fino
no canto. — Parece que ambas poderíamos usar um pouco disso.

Virando-se, ela segura uma enorme garrafa de vinho fechada.


Dou a ela o melhor sorriso que posso reunir com um aceno de
cabeça. Ela caminha até mim, passa o braço em volta do meu
pescoço e ergue a garrafa. Estou completamente entorpecida,
posso muito bem também afogar meus pensamentos.

Holden Van
As veias em meus braços parecem prestes a explodir. Estive
furioso a manhã toda, xingando meu pai ao telefone conforme
também aguentava Lauren. E enquanto isso acontecia, tudo em
que conseguia pensar era em Everlee. Pretendia ligar ou mandar
uma mensagem para ela, mas entre Lauren e meu pai, não tive
tempo. E agora levarei a cadela maluca para casa onde direi na
cara do seu pai que nunca me casarei com a filha dele.

Só tenho que levá-la lá antes que me faça nos atirar de um


penhasco. Está me batendo, chorando histericamente enquanto
seu rímel escorre pelo rosto. Isso a faz parecer um maldito caso
mental.

— Tem ideia de como estou humilhada, Holden?! — Grita,


continuando a me bater à medida que tento bloquear seus golpes
enquanto dirijo. — Todas as mensagens e fotos que foram me
enviadas de você com aquela escória!

Estou prestes a dar um tapa nas costas dela. — Nunca mais a


chame assim, Lauren. A única escória é você!
— Eu te odeio! — Grita tão alto que meu tímpano toca. — Está
estragando tudo!! — Ela me acerta no rosto, me fazendo desviar e
bater em várias latas de lixo no final da entrada da casa de alguém.

Pisando no freio, faço seu BMW parar bruscamente. Depois


agarro sua garganta e a jogo contra a janela, observando seus
olhos se arregalarem em choque.

— Porra, me bata de novo, Lauren! Porra, faça isso!! — Grito


tão alto que as veias da minha têmpora pulsam.

Ela afunda em si mesma, soluçando enquanto agarra meu


braço. Nunca a vi tão perturbada antes. É patético. Está agindo
como a cadela egoísta e mimada que é.

— Sabia que eu nunca me casaria com você! Sabia que não


queria você. Não importa o que qualquer um de nossos pais diga,
esse acordo acabou!

Choramingando, balança a cabeça. — N-não diga n-isso!


Holden, per-pertencemos um ao outro!

Sua declaração me enoja, fazendo a bile em meu estômago


subir em meu peito antes que a engula de volta. — Sua cabeça
doente e retorcida é a única coisa que acredita nisso. Olhe para
nós, Lauren! Eu a fodi vezes demais e nossos pais viram os cifrões.
Não somos bons um para o outro. Acabaríamos nos matando!

Ela balança a cabeça novamente. — Não iríamos, porque estou


olhando para nós, Holden. Nós dois somos as mesmas pessoas –
pervertidos, vis e implacáveis. Seu brinquedo novo e brilhante te
faz sentir algo diferente da escuridão em sua alma, mas só vai
afogá-la nisso. Vai destruí-la e se deixar em pedaços.
Meu aperto em sua garganta aumenta quando suas palavras
me atingem como a porra de um trem de carga. Odeio como soam
verdadeiras, mas ainda quero negar a verdade nelas. A escuridão
que lutei tanto para manter o controle não ficará escondida para
sempre, e o pensamento de Everlee estar no meu caminho quando
a represa se romper me assusta pra caralho.

— Se você se importa com ela, vai deixá-la ir, Holden —


resmunga quando aperto sua garganta com mais força. — Ela é
muito pura e inocente para estar na linha de fogo que nossas
famílias, sem dúvida, lançarão sobre ela.

E essa é a frase que me leva a soltar sua garganta, inclinar-me


para trás e olhar pela janela da frente. Se não for eu manchando
Everlee com minha escuridão, serão nossas famílias. Não posso ter
isso. Preciso levar Everlee para o mais longe possível de mim,
mesmo que isso signifique ter que deixar Reaper mais cedo.

Afastando-me do meio-fio, continuo dirigindo em direção aos


Fairfax sem uma única palavra. Estou muito concentrado agora
para ouvir uma única coisa que ela tem a dizer. Seus lábios estão
se movendo, mas não ouço nada. Tudo o que posso ouvir são meus
pensamentos acelerados e como terei que deixar ir a única garota
que já me fez sentir algo além de desejo, mas prefiro machucá-la
agora do que mais tarde, quando isso pode destrui-la.

Porra, odeio como Lauren colocou esses pensamentos sombrios


e intrusivos na minha cabeça. Não é justo que não possa ser feliz
com alguém que não tem uma conta bancária compatível com a de
meus pais. Houve um momento na minha vida em que estava
orgulhoso de ser um Van, e sobre o poder e o dinheiro me
apoiando, mas agora isso me deixa doente pra caralho.

Sento-me aqui olhando para todos os idiotas ricos e pomposos


da minha vida e me pergunto como fiquei preso em seu vórtice.
Não há uma única coisa sobre essas pessoas que me faz querer ser
como elas. Posso ser vil e fodido à minha maneira, mas nunca serei
como eles, como meu pai.

Quando finalmente estaciono na garagem fechada da


residência Fairfax, Lauren pula para fora e entra furiosa. Sei que
está indo direto para o seu pai, e não posso deixá-la vomitar
mentiras, por isso rapidamente pulo para fora e corro atrás dela.

Posso ouvir sua voz chorosa a um milhão de quilômetros de


distância quando me aproximo do escritório do Sr. Fairfax.

— Papai, Holden não se casará comigo. Ele está sendo louco!


— Chora, jogando os braços quando entro na sala.

O Sr. Fairfax olha em volta dela e diretamente para mim com


aborrecimento e raiva. A única razão pela qual me intimida agora
é por causa de quem é. Entre ele e meu pai, administram quase
tudo no estado. Normalmente alinho nos seus jogos de merda para
que não tentem me machucar ou alguém de quem gosto. É outra
razão pela qual nunca tentei ter uma namorada ou amigos íntimos.
Zeke e Christian não contam porque seus pais são implacáveis.

Ele solta um suspiro enquanto se levanta de sua cara cadeira


de escritório de couro, abotoando o paletó conforme contorna a
mesa de mogno.
— Holden, já falamos sobre isso várias vezes. Não se casará
com a minha Lauren porque a ama. Isso é negócio, filho.

Eu cerro os dentes, balançando a cabeça. — Não farei mais


negócios com você ou com meu pai.

Ele levanta uma sobrancelha desafiadora para mim. — Não? —


Então se aproxima de mim, ficando alguns centímetros mais alto.
— O que é isso que ouvi dizer que está saindo com uma garota do
vale?

Agora sou eu que estou levantando uma sobrancelha


desafiadora para ele. — Você a mantém fora disso.

Bufando, ele encolhe os ombros. — Parece que serei capaz de


fazer exatamente isso. Seu pai fez uma visita a ela e a mãe esta
manhã. Pagou generosamente para mantê-la fora de sua vida.

Meu olhar chicoteia até o dele enquanto a raiva corre através


de mim. Everlee não aceitaria seu dinheiro. Ela despreza esses
ricos idiotas tanto quanto eu; Tenho quase certeza disso.

— Meio milhão de dólares, se eu estiver correto. Elas pegaram,


e Everlee está saindo da Reaper Academy enquanto conversamos.
— Ele coloca a mão no meu ombro, fazendo cada músculo do meu
corpo se contrair. Quero socá-lo em seu buraco de sucção agora.
— Você se divertiu com a pobre garota, como todos nós fazemos
na sua idade, mas agora é hora de voltar a si. Você se casará com
Lauren e fará parceria comigo e com seu pai.

— E se eu não me casar? — Pergunto com os dentes cerrados.

Seu aperto no meu ombro aumenta. — Então verá do que


somos realmente capazes. Não iremos atrás de você, Holden.
Estaremos atrás daquela garotinha e sua mãe morando em um
pequeno bangalô no vale.

Minha mandíbula aperta quando sinto o calor drenar do meu


rosto. É exatamente por isso que não queria mais Everlee por
perto. Esses homens são monstros implacáveis e farão qualquer
coisa para conseguir o que querem. Não posso deixar que nada
aconteça com ela ou com a sua mãe. Quando pensei que tinha
resolvido tudo, voltei à estaca zero.

Com um único aceno de cabeça, sabendo que ele entende que


é minha maneira de aceitar meu destino, me viro e deixo seu
escritório sem olhar duas vezes na direção de Lauren. Ela
provavelmente tem um sorriso presunçoso no rosto, e não quero
ver isso.

Estou quase na porta da frente, puxando meu telefone do bolso


de trás quando alguém me agarra pela frente da minha camisa e
me puxa para um quarto.

Sra. Fairfax.

Foda-se, também não estou com disposição para as suas


merdas hoje.

Ela está passando as mãos no meu peito e na parte de trás do


meu cabelo, arranhando as unhas no meu crânio. Seu corpo
apertado de pilates se esfrega contra mim e, embora isso
costumava me excitar, não faz nada além de transformar meu pau
de fora para dentro - assim como meu umbigo. E Cristo, a senhora
cheira a um barril de uísque. Está com cara de merda.
— Por que não apareceu ultimamente? — Pergunta baixinho,
movendo a mão entre nós enquanto engancha os dedos na parte
de cima da minha calça jeans.

Agarro seus pulsos, apertando com força para puxar sua mão
da área do meu pau. — Estive ocupado — respondo com os dentes
cerrados.

A Sra. Fairfax é outra pessoa cruel em minha vida. Se ela


soubesse que eu não transaria mais com ela por causa de Everlee,
também iria atrás dela.

— Bem, não está ocupado agora. Por favor, Holden, preciso


senti-lo dentro de mim.

Ela é tão agarrada e pateticamente desesperada pelo meu


corpo. E isso só me lembra que realmente sou um prostituto. A
Sra. Fairfax só quer uma coisa de mim, e não posso mais dar a ela.
Não posso mais dar a ninguém. Everlee Vera me arruinou para
todas as mulheres deste planeta. Não quero nenhuma delas. Só a
quero a ela.

Agarrando ambos os seus pulsos, a afasto e a prendo com meu


olhar duro.

— Isso acabou, Sra. Fairfax. Volte para a cama de seu marido.

Eu me viro para sair da sala ao lado, voltando para o foyer para


ir para as portas da frente quando ouço a cadela louca vindo atrás
de mim. Não faça isso, Sra. Fairfax. O seu marido e a filha estão
por aqui em algum lugar — ela estragará tudo se não ficar de boca
fechada.
— Não pode acabar com isso entre nós até que eu diga! — Grita,
correndo atrás de mim.

Estou quase na porta da frente e na minha liberdade quando


pego Lauren e o Sr. Fairfax com o canto dos olhos. Merda! Isso não
será nada bom, porra. Fixo a Sra. Fairfax com um olhar, mas ela
não entende o que estou tentando fazer.

— Volte aqui e me foda, Holden! Isso não acabou entre nós!

Merda. Merda. Merda!

O Sr. Fairfax parece que matará alguém, e Lauren parece


vomitar. Eu finalmente aponto para nossos convidados e a Sra.
Fairfax para bruscamente, olhando para o marido e a filha.

Ela cobre a boca, inalando uma respiração chocada.

— Ele se aproveitou de mim! — Grita.

— Como diabos aproveitei! — Grito. — Foi você quem me


seduziu meses atrás saindo do quarto de Lauren de toalha.

— Mãe! — Lauren grita.

O Sr. Fairfax não diz nada, mas posso vê-lo planejando minha
morte em sua cabeça. Eu sabia que transar com a sua esposa não
era a melhor ideia que tive, sabendo o quão poderoso é, mas antes
de conhecer Everlee, toda mulher era um jogo justo para mim. E
para uma mulher mais velha, a Sra. Fairfax é muito gostosa.

Lauren grita com sua mãe, me ignorando completamente,


enquanto o Sr. Fairfax alfineta sua esposa com um olhar de matar.
Aproveito esse tempo para sair pela porta da frente, correndo.
Então pego meu telefone e peço uma corrida de Uber de volta para
Reaper. Tem uma garota lá com quem preciso me desculpar e
depois mandar embora, não importa o quanto isso me machucará.
30

Everlee Vera

— Por que os caras são tão estúpidos? — Pergunto, inclinando


a garrafa de vinho para a boca novamente, terminando a última
gota da garrafa.

Franzindo a testa, coloco-a na beirada da banheira e olho para


Macy. Há uma hora estamos sentadas de lado na banheira, nos
embebedando com vinho branco e falando mal de Holden Van.

— Agora provavelmente pode entender porque gosto de garotas.


Elas não são tão irritantes quanto os homens e sabem exatamente
o que nós, mulheres, precisamos e queremos. Macy me cutuca. —
Posso apresentá-la a algumas garotas que adorariam você.

Sinto minhas bochechas queimarem enquanto balanço a


cabeça. — Nada contra sua preferência pelo mesmo sexo, Mace,
mas não, obrigada.

Ela começa a rir. — Garota, estava brincando. É óbvio em qual


time está. Não se preocupe, Holden aparecerá como sempre e...

— Não quero que ele apareça — digo, interrompendo-a. Todos


os meus pensamentos sobre Holden não são bons. Estou ferida
além de qualquer dor que senti antes. Dei a Holden uma parte de
mim que nunca poderei recuperar. Ele me enganou.
O silêncio toma conta do banheiro antes que ela saia da
banheira e pegue outra garrafa de vinho. — Escute, sei que o vimos
entrando no carro com Lauren, mas isso não pode significar nada.
Ele a odeia, Everlee.

Eu bufo. — Sim, bem, suas roupas jogadas no meio do chão ao


lado de uma embalagem de camisinha e uma cama bagunçada
dizem o contrário. Posso ser ingênua em certas áreas da minha
vida, Macy, mas não nasci ontem.

— Gostaria de saber o que dizer para você, garota. Quer que eu


bata nele?

Agora sou eu que começo a rir. — Você soa como minha melhor
amiga.

E o pensamento me faz franzir a testa. Sasha provavelmente


chutaria minha bunda se soubesse que estou confiando em
alguém que não era ela, mas honestamente, é bom desabafar com
alguém que entende quem é Holden. Sasha não conhece o cara e
provavelmente me diria para superar isso porque é Holden Van.
Ela é como minha mãe nesse departamento ultimamente. Quem
se importa com o que ele fez? Olha com quem está!

Meu estômago dá um nó quando penso nos dois caras da


minha vida. Jett Hastings e Holden Van. Que bagunça do caralho!
E ambos são pedaços de merda em seus próprios caminhos. Não
quero ter nada a ver com nenhum deles, mas não tenho ideia de
como fugir. Estou presa entre os dois maiores idiotas do planeta.

— Sua melhor amiga diria para você ouvi-lo? — Pergunta.


Escarneço. — Você também, hein? O que há para ouvir? Ele me
traiu e...

— Bem, espere... um, você realmente não sabe disso. Dois,


eram oficiais? Quero dizer, não quero soar como uma idiota, mas
ele não pode traí-la se ambos não estivessem realmente juntos.

Ele disse que eu era dele e ele era meu, mas não me lembro da
palavra namorado sendo usada. Holden não era realmente meu?
Mencionou não ser bom nessa coisa de namorado, mas realmente
se considerava um?

De qualquer forma, os títulos nem sempre significam alguma


coisa. Estávamos dormindo juntos, completamente loucos um pelo
outro, depois isso deve significar alguma coisa.
Independentemente dos títulos, Holden me traiu. Ele fez a única
coisa em que é bom: ser um prostituto.

Estou bêbada.

Meus pensamentos estão em todo lugar, e realmente acho que


preciso me deitar. Os últimos dias foram um inferno para mim, e
prefiro apenas dormir. Movendo-me da banheira, fico com as
pernas instáveis e vou para a porta.

— Onde vai? — Macy pergunta.

— Para a cama — digo a ela, sem olhar para trás enquanto abro
a porta.

Ela bate contra a parede quando entro em seu enorme quarto,


guiando-me ao longo da parede. Não pensei ter bebido tanto vinho,
mas claramente não tenho ideia de quanto. O quarto gira um
pouco enquanto me inclino contra a parede, me firmando. Depois
meu telefone vibra no bolso de trás e o desejo de ver quem é supera
minha necessidade de ficar de pé, mas assim que vejo quem está
me mandando uma mensagem, quero jogar o telefone do outro lado
da sala.

HOLDEN: Estou de volta ao campus. Onde está?

Na verdade, jogo meu telefone do outro lado do quarto de Macy,


querendo nunca mais ouvir falar dele. Não poderia me importar
menos se ele está de volta ao campus. O que quer que tenha a me
dizer... bem, não me importo.

Caminhando até a porta da Macy, eu a abro e caminho pelo


pequeno corredor, virando à esquerda quando chego ao salão
principal. Estou quase na metade do caminho quando ouço a voz
do Sr. Van, me parando no meu lugar. Não posso vê-los, portanto
também não podem me ver.

— Que porra está fazendo aqui? — Ouço Holden gritar.

— Cuidado com a porra da boca, garoto. Serei o único a fazer


perguntas agora. Você arruinou as coisas entre Larry e nós com
sua pequena proeza. Tem alguma ideia de como o Sr. Fairfax está
furioso depois de ouvir que você está transando com a sua
esposa?!

Uau.

Todo o sangue escorre do meu rosto novamente quando meus


ouvidos começam a zumbir. Ele acabou de dizer que Holden estava
fodendo com a Sra. Fairfax?! A mãe de Lauren?!

Uma memória bate em meus pensamentos - a noite em que


encontrei Holden Van e sua maldita boca. Estávamos no banquete
dos garotos do futebol, e me lembro o quanto odiava fazer parte
deste mundo, um mundo que não mudou nem um pouco. Estou
apenas tendo outro vislumbre por trás da cortina preta e odeio
tudo sobre isso, mas o que me lembro agora é de ver Holden
sentado à mesa ao lado da Sra. Fairfax e ela estava inclinada para
ele. Sua tez ficou rosada quando sua boca se abriu, me observando
o tempo todo.

Como não vi?

Holden Van não é apenas um prostituto aqui no campus. Não,


o idiota também dorme com as mães! A revelação me dá vontade
de vomitar. Sabia que havia muito mais em Holden do que deixa
todo mundo ver, mas nunca pensei que fosse algo assim.

— Como se você pudesse falar, pai — diz Holden bruscamente.


— Fodendo toda mulher que olha em sua direção. É uma das
razões pelas quais mamãe se matou, certo? Não se atreva a
apontar um dedo para mim quando tem três apontando para si
mesmo.

Ouço uma comoção alta – alguém sendo jogado contra a parede


– enquanto um grunhido ecoa pelo corredor até onde estou. Meus
pés se movem antes que possa pensar direito. E vejo o Sr. Van
segurando Holden contra a parede pelo pescoço. A raiva que vejo
nos olhos do Sr. Van me apavora, fazendo minha espinha arder de
medo enquanto corro para a frente e tento manter o equilíbrio.

— Ei! — Grito, esperando chamar a atenção do Sr. Van para


que ele pare o que está fazendo.

Ele olha para mim, imediatamente soltando Holden, antes de


dar um passo para trás e endireitar o paletó. Holden tosse
enquanto agarra sua garganta, jogando adagas na lateral da
cabeça de seu pai.

— Acho que deveria ir embora — sussurro, incapaz de


encontrar a força que realmente preciso, mas querendo dizer algo.

Sr. Van bufa. — Isso não diz respeito a você, querida. Volte para
o seu quarto.

Endireitando meus ombros, olho entre ele e Holden quando


digo — Não farei isso. Você precisa sair antes que eu chame a
polícia.

Ele me estuda, claramente me avaliando. — Estou surpreso em


ver que você está defendendo um cara que te traiu com uma
mulher com o dobro da idade dele – a mãe da sua ex-namorada.

Engulo a bile subindo na minha garganta, olhando para ele. —


Só estou defendendo o que é certo porque segurar seu filho menor
de idade contra a parede pelo pescoço é errado.

Várias portas no salão principal se abrem e alunos curiosos


saem, assistindo ao show. O Sr. Van claramente não gosta de ter
uma audiência, sorrindo para mim com um olhar astuto antes de
caminhar pelo corredor e sumir de vista.

Encaro o olhar de Holden, deixando escapar um longo suspiro


quando começo a sentir os efeitos da minha bebedeira voltando.
Isso não será nada bom se eu não ficar longe dele agora, no
entanto. Tenho bastante dificuldade em controlar minhas emoções
em torno de Holden Van sem que sejam fodidas. Estou bêbada e
perturbada por ele ter me machucado — duas combinações
perigosas.
Movendo-me para o meu quarto, pego minha maçaneta e quase
entro quando Holden pula atrás de mim, agarrando meu braço. Eu
o xingo na minha cabeça enquanto fecho meus olhos e deixo que
me vire.

— Olhe para mim — diz em uma voz tão suave e dolorosa que
faz meu lábio inferior tremer.

No entanto, me recuso a olhar para ele, balançando a cabeça.

— Menina bonita, por favor…

Isso resolve. Meus olhos se abrem quando olho para ele, a raiva
borbulhando em meu peito como um inferno. — Não pode mais me
chamar assim.

Ele parece aflito, franzindo as sobrancelhas. — Everlee, por


favor, deixe-me explicar. Dê-me cinco segundos para...

Levanto minha mão, contando até cinco usando meus dedos,


mas vou devagar para que possa ouvir o que tenho a dizer nesses
cinco segundos e não ele.

— Tirou algo muito especial de mim quando pensei que era


especial para você. Deixou sua ex e seus asseclas me humilharem
completamente. A porra da escola inteira me odeia. E bem quando
pensei que te entendi, descubro que está transando com a mãe de
Lauren! Era dela o batom na sua camisa naquela noite? —
Pergunto, olhando para os meus cinco dedos levantados. — Oh,
olhe para isso – seus cinco segundos acabaram. Vá se foder,
Holden.

Dou um tapa nele com a mesma mão, observando sua cabeça


virar para o lado enquanto entro no meu quarto e bato a porta na
sua cara. Não cheguei a mencionar como encontrei sua calça jeans
e uma embalagem de camisinha vazia no chão esta manhã, mas
acho que não tenho coragem de ouvir suas desculpas agora, de
qualquer maneira. É melhor para ambos se nos separarmos e
fingirmos que isso nunca aconteceu.

Lágrimas escorrem pelo meu rosto enquanto lentamente me


afasto da minha porta, olhando para a madeira escura, sabendo
quem ainda está do outro lado. Estou dividida pra caralho. Meu
ego e minha mente estão torcendo por mim por me defender e
chutar o idiota para o meio-fio, mas então há o meu coração - o
órgão batendo forte no meu peito que estava se apaixonando pelo
idiota.

— Holden, o que diabos há com você?

Meus ouvidos se animam com o som da voz de Macy. Volto para


a minha porta, pressionando meu ouvido contra a madeira fria
para que possa escutar.

Ele suspira. — Macy, não estou com disposição para você


agora, está bem? Já tive pessoas suficientes me atacando hoje.

— Bem, vou atacá-lo de novo, filho da puta. Eu tenho consolado


uma Everlee completamente destruída pela última hora porque ela
te viu sair de carro com Lauren, então entrou no seu quarto e
encontrou seu jeans e uma embalagem de camisinha no chão.

— O quê?! — Grita.

— Eu te amo, irmão, mas é um verdadeiro pedaço de merda


agora por trair aquela garota lá dentro. Ela é pura e foda demais...

Bang. Bang. Bang.


Pulo quando Holden bate na minha porta, fazendo-me dar um
passo para trás enquanto mordo meu lábio inferior.

— Abra a porra da porta, Everlee! — Holden grita. — Não vou


embora até você ouvir o que tenho a dizer, porra!

Não posso respirar. O que devo fazer? Se eu abrir a porta, ele


terá a vantagem novamente e voltaremos àquele lugar onde pode
me destruir usando apenas suas palavras.

— Everlee! Abra a maldita porta! — Grita, batendo


repetidamente.

Como se pudesse me ouvir respirando através da porta e sobre


suas batidas, cubro minha boca e lentamente volto para o meu
quarto. Lágrimas caem pelo meu rosto aquecido enquanto fecho
meus olhos, rezando para que ele desista e vá embora, mas é
literalmente a última coisa que ele faz. As batidas na minha porta
ficam mais altas e violentas, me fazendo pular toda vez que parece
que ele está prestes a arrancar a porta das dobradiças. Minha alma
inteira deixa meu corpo por uma fração de segundo quando a porta
se abre e bate contra a parede. Holden fica parado ofegante e
bufando, as sobrancelhas franzidas conforme entra no meu
quarto.

Olho e vejo Macy parada no corredor com um olhar de choque


em seu rosto, claramente sem saber o que fazer agora.

— Holden, por favor — imploro enquanto me afasto dele.

— Não, você sabe que digo exatamente o que quero dizer,


Everlee, então vai me ouvir agora. — Ele agarra a porta e a fecha,
fechando-nos no meu quarto.
Engolindo em seco, cruzo os braços sobre o peito e volto para a
cômoda, me parando no meio do caminho. Ele se aproxima e meu
coração troveja, mas não de medo. Holden Van não me assusta.

— Primeiro, não te traí, porra. A camisinha que viu no chão foi


a que usei para fodê-la na minha caminhonete antes da festa de
Halloween. Enfiei a embalagem no bolso da calça jeans e ela deve
ter caído quando me despi ontem à noite. Nenhuma outra garota
dividirá minha cama novamente, nem rastejarei para outra cama
que não seja a sua.

Meu coração trovejante se aquece com suas palavras, batendo


por uma razão completamente diferente agora. Ainda não disse
uma palavra, dançando meu olhar entre os dele enquanto espero
que continue explicando as coisas. Holden é conhecido por dizer o
que quer dizer e ser honesto sobre isso, então vou ouvi-lo desde
que se intrometeu e agora está me forçando a ouvir.

— Segundo, sim, era o batom da Sra. Fairfax em minha camisa


naquela noite, mas a fodi. Fui lá com a intenção de fazer isso
porque sempre fiz isso no passado para tirar as coisas da cabeça,
mas não fui adiante. Não estive com ninguém desde que você na
Reaper Academy.

Engulo em seco antes de prender a respiração, ouvindo-o alto


e claro. Ele está sendo honesto, não há dúvida sobre isso, mas
ainda é difícil de ouvir. Às vezes a verdade dói, não importa o quão
purificadora possa ser.

— Terceiro, Lauren e seus asseclas nunca mais te


incomodarão, e quem se importa se a escola inteira te odeia?
Deixe-os. Nenhum deles significará porra nenhuma no seu futuro.
O ensino médio é um momento passageiro em sua vida que não
fará diferença quando for adulta.

Ele se aproxima de mim, mas ainda mantém distância. Prendo


a respiração novamente, olhando para ele através do meu olhar
encapuzado. Quero ficar com raiva dele, empurrá-lo para longe e
dizer que o odeio, mas como posso? Olhe para ele! Mesmo que
ainda esteja com raiva dele, tudo em que consigo pensar é em
beijar seus lábios e sentir seus braços em volta de mim.

Eu lambo meus lábios e tento dizer alguma coisa, mas


nenhuma palavra sai. Holden dá um passo à frente novamente -
até que possa sentir o calor de seu corpo - antes de balançar a
cabeça.

— Por último, mas não menos importante, menina bonita, sei


que me deu algo muito especial — sussurra, estendendo a mão
para enquadrar meu rosto antes de seu polegar traçar meu lábio
inferior.

Não posso parar o gemido que deixo escapar quando minha


boca se abre e meu olhar dispara para o dele. Vê o que quero dizer?
O cara me derruba totalmente.

— Quando te conheci, queria usá-la por meus próprios motivos


egoístas – para me vingar de Jett – mas ambos sabemos como isso
aconteceu. Não sei como fez isso, mas me laçou sob seu feitiço, e
não pretendo quebrá-lo. Não lhe dei nenhuma razão para pensar
que sou um cara legal, mas...

Estendendo a mão, pressiono um dedo em seus lábios e


balanço minha cabeça, terminando suas palavras. Penso na noite
na pista de boliche e nas palavras que disse na frente de todos.
Algo sobre desistir de toda a sua vida por mim, e como tirei Holden
Van do mercado. Fomos oficiais esse tempo todo?

Meu coração bate mais forte enquanto olho em seus olhos


suaves, estudando as profundezas de sua alma para qualquer
sinal do verdadeiro Holden Van que sei que está lá. O garoto
arrogante que aprendi a conhecer não está olhando para mim
agora. Não, esse Holden está implorando por perdão com seus
olhos gentis, sobrancelhas puxadas para trás como se estivesse
com medo de que eu fosse esmagá-lo. Talvez seja eu quem tenha
todas as cartas em minhas mãos, afinal.

— Eu só tenho uma pergunta para você, Holden — sussurro.

Seu olhar salta entre os meus enquanto me dá um pequeno


aceno de cabeça.

— Você sabia que seu pai iria à minha casa esta manhã para
me pagar?

A raiva pisca em suas feições enquanto sua mandíbula aperta.


— Não — diz com firmeza. — Mas me disseram que você pegou e...

Pressiono meus dedos em seus lábios novamente, balançando


a cabeça. — Nunca poderia aceitar. Eu rasguei.

O alívio passa por seus olhos e, quando ele sorri, também


atinge seus olhos. Só vi um pequeno vislumbre da vida de Holden,
mas sei que o cara provavelmente não recebe gentileza dos outros
com muita frequência. Está implorando por amor e perdão. E acho
que fomos colocados no caminho um do outro por um motivo
específico. Estamos destinados a ajudar um ao outro a se tornar
as melhores versões de nós mesmos.
— Estamos bem então, menina bonita? — Pergunta,
contorcendo os lábios em um sorriso menor antes de puxar o lábio
inferior entre os dentes brancos perolados.

Incapaz de responder, simplesmente aceno com a cabeça e rezo


para tomar a decisão certa. Holden nunca mentiu para mim.
Sempre foi completamente transparente comigo. Eu sabia o que
significava para ele no começo e sei o que significo para ele agora.
31

Holden Van

Porra, sei que disse que terminaria as coisas com ela, deixando-
a o mais longe possível de mim e das minhas besteiras, mas
quando olhei em seus olhos, sabia que não podia. E então, quando
percebi que ela pensava que eu a havia traído, realmente não podia
deixá-la pensar assim.

Quis dizer o que disse quando lhe disse que ela me enfeitiçou.
Não consigo deixá-la ir, e não vou se puder evitar.

Aproximando-me dela, agarro seu queixo e puxo seu lábio


inferior para baixo com o polegar. Sua boca se abre enquanto olha
para mim sem piscar.

— Sabe que eu nunca machucaria você, certo? — Pergunto com


uma voz suave e tranquila.

Seus olhos dançam entre os meus, olhando profundamente em


minha alma - a única garota que deixei chegar tão perto.

— Não tenho certeza do que sei — sussurra.

Sua resposta me machuca, mas mereço. Não é como se eu


tivesse dado muitas razões para ela confiar em mim, mas deveria
confiar em minhas palavras. Fui decepcionado minha vida inteira
por meu pai, tudo por promessas que fez e nunca cumpriu. Disse
a mim mesmo que nunca seria como ele, dizendo a todos
exatamente o que queria dizer e como me sentia, mesmo que isso
significasse ferir seus sentimentos.

— Isso é justo — sussurro. — Que tal fazermos algo


completamente fora do meu padrão e irmos ao cinema? Deixe-me
levá-la para um encontro, menina bonita.

Ela soluça, lentamente balançando a cabeça. — Provavelmente


não é uma boa ideia se eu for a algum lugar. Estou bêbada. Não,
graças a você.

Eu a solto, encostando em sua cômoda enquanto ela se move


com as pernas instáveis pelo quarto. Não estou feliz que ela esteja
bêbada por minha causa, mas não negarei o fato de que é bastante
divertido. Cruzando os braços sobre o peito, aprecio o show à
medida que se move em direção ao banheiro conforme tira a
camisa. Poderia facilmente ir até ela e pegar o que quisesse, mas
não fodo garotas bêbadas. Nem mesmo aquelas que são minhas.

Ela olha por cima do ombro para mim com o tipo de olhos que
me implora para terminar o que começou, mas não me movo. Meus
pés estão plantados onde estão, e nada pode movê-los.

— Se você não se juntar a mim no chuveiro e me foder, então


saia — diz.

Minhas sobrancelhas se erguem enquanto fico boquiaberto.


Aparentemente, dar um pouco de álcool à minha virgenzinha
desencadeia a garota suja implorando para sair. Poderia me juntar
a ela e enlouquecê-la, mas novamente, não fodo garotas bêbadas.
O tesão furioso em meu jeans está me repreendendo, querendo
tanto sair e brincar, mas sou mais forte do que ele.
Com um sorriso nos lábios, me afasto de sua cômoda,
observando seu olhar se iluminar com entusiasmo quando pensa
que vou até ela, mas depois dou uma volta de noventa graus e saio
do seu quarto. Não consegui ver o seu rosto, mas só posso
imaginar como deve estar estupefata neste momento.

Chego ao meu quarto, sorrindo quando fecho a porta sem


trancá-la. Conhecendo minha pequena vadia, ela abrirá minha
porta em questão de segundos para me encher os ouvidos. Então,
quando ela terminar de usar a língua para me repreender, vou lhe
mostrar como usar a língua para outras coisas — coisas que
ambos gostaríamos, mas com o passar do tempo, ela não irrompe
pela minha porta e fico um pouco desapontado, para ser honesto.
Eu me sento na minha cadeira que fica no canto do meu quarto,
olhando para a minha porta, quase desejando que ela venha até
mim.

Ela ainda não veio.

Porra, talvez devesse tê-la seguido até o banheiro. Está me


testando agora? Isso é algum tipo de teste de namorado que
desconheço? Tenho certeza de que falhei, se for o caso, porque ela
está lá e eu estou aqui. Caramba!

Levantando da minha cadeira para voltar até ela, congelo


quando minha porta finalmente se abre e bate contra a parede.
Abro um sorriso tão largo que meus lábios estalam, mas ela não
consegue ver na escuridão do meu quarto.

— Não está ganhando nenhum ponto de brownie — diz,


fechando a porta enquanto se move para dentro do meu quarto.
Fico em silêncio, observando-a se mover pelo meu espaço
pessoal. Não se aproxima de mim a princípio, acariciando com os
dedos meu busto grego favorito. Um casal de gregos quase se
beijando. As estátuas representam desejo e luxúria, seus lábios
nunca se tocam, sempre separados por um fio de cabelo.

— Acha divertido me provocar? — Pergunta, passando os dedos


sobre os lábios masculinos do busto.

Sorrindo, mantenho minha boca fechada e continuo a observá-


la. Vou deixá-la pensar que está no controle no momento, mas
ambos sabemos quem está realmente no controle.

— Porque uma dessas vezes, vai provar do seu próprio remédio.

Ela se vira e olha diretamente nos meus olhos, sorrindo


vingativa, e não posso deixar de sentir orgulho por saber que
ajudei a moldar essa pequena vadia na garota descarada que está
se tornando. Coma seu coração, Hastings.

— Tem sabor de cereja? — Pergunto porque sou um espertinho.

Ela me ergue uma sobrancelha, parecendo quase satisfeita com


a minha pergunta. Depois se move na minha direção antes de
agarrar minha camisa e me puxar em direção à minha cadeira.

— Senta.

Eu rio. — Ouça aqui, menina bonita, sou eu quem...

— Quem está na casa do cachorro, e se quer que eu volte e te


perdoe, você fará exatamente o que eu disser.

Meus dentes rangem enquanto olho para ela. Ela me


encurralou literalmente em um canto agora. Poderia facilmente lhe
dizer para se curvar e dar o fora do meu quarto, mas não é apenas
mais uma garota compartilhando minha cama. Everlee Vera é
diferente. Ela me faz sentir diferente. Então, por enquanto, jogo
junto e sento na cadeira.

Com um sorriso triunfante, ela entra no meu armário e


desaparece de vista por uma fração de segundo antes de retornar
com minha máscara Ghostface. Meu pau lateja ao vê-la em suas
mãos, sabendo o quanto ela gostou quando a fodi ao mesmo tempo
que a usava. É isso que ela fará agora? Porra, espero que sim. Sei
que disse que não fodo garotas bêbadas, mas ela não parece mais
estar bêbada.

Ela a joga no meu colo. — Coloque-a.

Estou surpreso por estar tão excitado por uma garota me


dizendo o que fazer. Geralmente rejeito qualquer garota que pensa
que pode mandar em mim, mas se isso significa que meu pau fica
molhado, calo a boca e faço o que ela quiser.

Ao colocá-la, perco-a de vista pelos orifícios da máscara. Minha


cabeça gira para um lado e para o outro enquanto tento encontrá-
la, depois ela sai do meu armário novamente, segurando minha
gravata preta e marrom da escola em suas mãos.

— É melhor se amarrar com isso — digo em um tom rouco,


engolindo a secura na minha garganta.

Ela, porém, balança a cabeça. — Oh não, isso é certamente


para você. Garotos maus não participam quando estão sendo
punidos.

Jesus, porra.
Meu pau está duro, pressionando firmemente contra meu jeans
enquanto a observo se mover em minha direção. Seu corpo de
ampulheta balança conforme se move, passando entre minhas
pernas abertas.

— Quer seus braços na sua frente? Ou atrás? — Pergunta,


acariciando os dedos sobre a gravata enquanto inclina a cabeça.

— Quem é você e o que fez com minha namorada? — Espero


que meu uso da palavra namorada chame a sua atenção.

Claramente não chama, mas, quando ela ri e encolhe os


ombros. — Oh, aquela garota? Foi embora agora. Sou a sua
substituta e estou com raiva. Frente ou costas? Decida ou eu
decido por você.

Engulo de novo, olhando para ela através da máscara. É difícil


para mim admitir que estou gostando disso.

— Está bem…

— Ee-espere! Você não me deu chance de responder!

Rindo, ela dá um passo atrás de mim e enrola a gravata em


volta do meu pescoço antes de se inclinar para roçar os lábios na
minha orelha. — Você foi muito lento. Minha escolha ficou atrás.
É pegar ou largar.

Merda. Não quero que ela pare. Estou tendo um vislumbre de


quem Everlee realmente é, e não estou prestes a impedir. Ponho
minhas mãos atrás de mim, cedendo a ela.

Ela tira a gravata do meu pescoço e começa a enrolá-la nos


meus pulsos. Eu sorrio, sabendo que não será capaz de manter
minhas mãos amarradas, mas vou deixá-la pensar que está
ganhando por enquanto.

Quando circula de volta para a minha frente, sorrio para ela,


embora não possa ver, e então afasto meus pulsos, mas não se
mexem. Eu tento de novo. Nada.

— Continue tentando. Isso só apertará com mais força seus


pulsos.

Congelo, inclinando minha cabeça para ela. — Percebe que eu


posso apenas ficar de pé, certo? — Quando tento, porém, percebo
que meus pulsos foram amarrados à cadeira - ou ao chão de
alguma forma - porque não consigo me mexer.

— Qual é o seu plano aqui, menina bonita?

— Vou deixá-lo louco, assim como faz comigo.

Empurro meus pulsos novamente, soltando um suspiro


quando a gravata realmente crava em minha carne. Não vou a
lugar nenhum, e tudo em que consigo pensar é como estou
completamente à mercê de Everlee, a garota que tem todo o direito
de me odiar agora. Porra.

Ela se ajoelha e meu olhar segue cada movimento seu. Eu me


ajeito no meu assento quando vai para o botão da minha calça
jeans, quase arrancando-o do tecido com sua força. Depois seus
dedos engancham no topo da minha cueca antes que ela puxe, e
meus quadris se levantam instintivamente, dando a ela a folga que
precisa para me tirar a calça. Minhas pernas agora estão presas
por meus jeans e cueca em volta das minhas coxas, mas não é com
isso que estou preocupado. Meu pau pesado repousa na parte
inferior do meu abdômen com um baque, e ela parece prestes a
devorá-lo, e não vou gostar.

— Gosta disso — diz com naturalidade.

Não vou negar. Estou excitado pra caralho agora.

— Vai chupar ou ficar olhando, menina bonita?

Ela sorri para mim, olhando diretamente nos meus olhos,


embora só possa ver a Ghostface. Então agarra a base do meu pau
e o segura para cima. Meus quadris têm vontade própria,
empurrando para cima enquanto meu pau pulsa em sua mão,
implorando por sua atenção total.

— O que devemos fazer com você? — Claramente pergunta ao


meu pau.

Uma lâmpada se acende na minha cabeça quando me lembro


de como ela não tem reflexo de vômito. Foda-se, o que não daria
para foder sua garganta até que não consiga respirar. Eu a
destruiria, cobrindo seu esôfago com meu esperma até que
engolisse cada gota de porra que desse a ela.

— Temos uma ideia — digo, empurrando meus quadris para


cima novamente — e envolve sua boca, menina bonita.

Ela lambe os lábios enquanto se inclina sobre meu pau,


abrindo a boca. A antecipação está prestes a me matar. Empurro
para cima novamente, mas ela simplesmente se inclinou para trás
e fechou a boca. Gemo, me contorcendo no lugar quando lembro
que estou à sua mercê. Ela vai me torturar até a morte, não é?

— Sinto muito — sussurro.

Ela leva a mão ao ouvido. — Sinto muito, não entendi.


— Desculpe! — Grito.

Sorrindo, acaricia meu pau apenas uma vez, fazendo-me


estremecer debaixo dela. Uma gota de pré-sêmen fica na ponta, e
nunca latejei tão forte na porra da minha vida.

— De que é que está arrependido?

— Tudo! — Grito.

— Oh, vamos lá, pode fazer melhor do que isso.

Estou tão excitado que poderia quebrar essa maldita cadeira e


violá-la. Ela está brincando com a porra do diabo. Eu lhe disse
para não chegar muito perto ou poderia queimá-la viva, mas
claramente não escuta muito bem aos avisos.

— Everlee — digo com os dentes cerrados.

Ela olha para mim com uma expressão tímida, sabendo que
está me pressionando.

— Diga-me por que sente muito, Holden — diz com firmeza. —


Torne-o genuíno e isso terminará com um final feliz.

Meus dentes rangem com tanta força que acho que lasquei um,
mas nunca paro de olhar para ela. Quer um pedido de desculpas?
Que pena, porque não peço desculpas a ninguém. Não do jeito que
espera agora, de qualquer maneira. Sinto muito pelo que aconteceu
com ela enquanto esteve aqui. Sinto muito por usá-la e enganá-la
para meus jogos doentios e distorcidos, mas não sinto muito por
me apaixonar por ela.

Porra, me apaixonei, não é? A porra do Holden Van se


apaixonou por uma garota?!
O pensamento me irrita. O amor não é algo que deveria sentir.
Minha alma está cheia de escuridão e ódio. Não há espaço para o
amor. E não quero partir o seu coração quando perceber.

— Finais felizes não existem — digo em vez disso.

Sua expressão chocada não me surpreende. O que me


surpreende é quando fica em cima de mim, soltando meu pau
antes de agarrar meu queixo através da máscara e forçar minha
cabeça para trás.

— Existem, se permitir. Você é a única pessoa que pode


escrever sua história, Holden. Eu não. Não sua irmã. Não seu pai.
Você.

Desdenho. — Uma caneta nunca deve ser colocada em minhas


mãos. Escreverei minha própria morte e sorrirei sobre isso.

Seus olhos entristecem quando solta meu queixo, afastando-se


de mim. Claramente acertei um osso, e isso não está indo como
planejou em sua cabeça.

— Então sinto muito por você — sussurra.

E a sexy e brincalhona Everlee deixou o prédio. Boa viagem,


imbecil! Tudo o que tinha que fazer era se desculpar por ser um e
ela teria chupado seu pau.

Dou de ombros, tentando aliviar o clima novamente. — Não


deveria. Já arrumei minha cama.

Suas sobrancelhas franzem. — Então acho que estará deitado


nela... sozinho.

Ouch.
Ela não está errada, no entanto. É o que eu sempre soube. O
dia em que enterramos minha mãe foi o dia em que disse a mim
mesmo que nunca confiaria em ninguém além de mim mesmo.
Nunca deixaria meu coração se apaixonar e nunca deixaria
ninguém chegar perto o suficiente para quebrar o meu.

— Acho que sim.

Uma lágrima escorre por sua bochecha, e mentalmente dou um


soco no rosto pelas coisas que disse.

— Mas não tenho que deitar sozinho agora — digo a ela.

Seu olhar se volta para o meu, e vejo como luta contra as


lágrimas. Sou um bastardo por fazê-la chorar de novo. Ela estava
aqui para provocar e, com sorte, me foder, mas agora estamos aqui
olhando um para o outro, imaginando o que diabos está
acontecendo entre nós. Sou um filho da puta quente e frio; É pegar
ou largar.

— Venha me desamarrar, menina bonita. Farei essas lágrimas


irem embora.

Ela escarnece, enxugando uma última lágrima de sua


bochecha. — Como se eu quisesse você em qualquer lugar perto
de mim agora.

Outro soco imaginário na cara. Legal.

— Eu mereço isso. Desculpa, está bem? É isso que quer?

— Oh, não seja condescendente comigo, idiota. O tempo para


um pedido de desculpas acabou. Desamarre-se e depois vá se
foder.
32

Everlee Vera

Estou quase de volta ao meu quarto - com raiva e irritada pra


caralho - quando meu telefone toca. Claro, eu o tiro do bolso de
trás, gemendo quando vejo o nome da minha mãe piscar na tela.
Realmente não estou com disposição para suas palavras de
escrutínio agora, mas respondo de qualquer maneira.

— Mãe, entendo que está chateada com...

— Eles me demitiram do hospital, Everlee — diz, me cortando.

Parando de repente no corredor, aperto meu telefone com mais


força. — O que quer dizer com te demitiram do hospital?

— Aparentemente, o pai do seu namorado é o dono. Sabia


disso? É exatamente por isso que eu disse que estar com alguém
como Holden Van é uma péssima ideia. São diferentes de nós em
todos os sentidos, Everlee. Ainda quer ficar com ele?

Olho para o quarto de Holden, tentando me convencer de que


Holden é diferente. Conheci o Sr. Van e vi os dois na mesma sala.
Não poderiam ser mais diferentes se tentassem. Não acredito nem
por um segundo que Holden tenha algo a ver com isso.

— Lamento que tenha perdido o emprego, mãe, mas sim, ainda


quero ficar com ele. — Mesmo que esteja com raiva dele de novo, e
meu coração dói porque ele acha que não merece um final feliz. —
O que vai fazer agora?

Ela desdenha, claramente não gostando da minha resposta. —


Eu não farei nada sem você. Ainda está sob meus cuidados até os
dezoito anos, e não poderei ficar aqui sem trabalhar, Everlee.
Teremos que mudar. Minha outra irmã em Indiana disse que
podemos ir...

— Não — respondo, interrompendo-a. — De jeito nenhum me


mudarei para Indiana.

— Não gosto dessa nova Everlee. Ele mudou você, querida.

Revirando os olhos, abro a porta e entro. — Bem, que pena,


mãe. Não foi ele quem me mudou. A dura realidade deste mundo
e as pessoas nojentas nele me mudaram. Não o culpe.

— Está sofrendo uma lavagem cerebral por causa de um garoto


que não te ama.

Suas palavras me atingiram como um balde de água gelada no


auge do inverno, drenando todo o meu sangue. Odeio como me
fazem questionar tudo. Holden Van não parece ser o tipo de cara
que se apaixona, e nunca se apaixonaria por alguém como eu, com
certeza.

— Quem disse que estava nisso por amor? — Pergunto,


rompendo o silêncio com palavras que não tenho certeza de como
me sinto.

Quando conheci Holden Van, o amor era a última coisa em


minha mente, mas à medida que continuamos a fazer... o que quer
que estejamos fazendo, não posso deixar de tentar decifrar os
sentimentos quentes borbulhando em meu estômago toda vez que
está perto de mim.

— Everlee, decidi ir para Indiana. E não deixarei você aqui com


os abutres.

Lágrimas borram minha visão antes que as limpe, sentindo o


fio de raiva subindo pela minha nuca. Só existe uma pessoa que
pode consertar isso, mas não será fácil convencê-lo.

— Não vou para Indiana, mas consertarei isso.

Desligo e jogo meu telefone na cama antes que possa dizer algo
para me impedir. Holden está amarrado na porta ao lado e Macy
voltou para o seu quarto. Não há ninguém para me impedir de
fazer o que preciso fazer.

Enquanto olho para a propriedade Van no alto da encosta da


montanha, estremeço ao ver as gárgulas de pedra olhando para
mim. O lugar me faz pensar no Castelo do Drácula, embora, a essa
altura, ache que o Drácula é mais legal do que o Sr. Van.

As pedras trituram sob meus tênis enquanto caminho até a


porta da frente, batendo três vezes com a aldrava do leão.
Estremeço quando um vento forte sopra, ao mesmo tempo que
nuvens de tempestade escurecem o já ameaçador céu cinzento
acima de mim. Não está exatamente me dando vibrações positivas
para o que estou prestes a fazer.
Quando a porta se abre, sou recebida por uma mulher de meia-
idade em um tradicional traje preto e branco de empregada com
uma carranca que lhe dá rugas permanentes.

— Sr. Van não está aceitando nenhuma companhia feminina


hoje — diz com um tom melancólico, me olhando de cima a baixo
como se eu fosse algum tipo de vagabunda.

Quer dizer, meio que sou, mas para o outro Van. Em vez disso,
balanço a cabeça e digo — Não estou aqui para isso. Ele demitiu
minha mãe esta manhã, tentou me subornar para ficar longe de
seu filho e claramente declarou guerra contra mim. Vou falar com
ele agora.

Seu olhar desliza para cima e para baixo ao longo do meu corpo
antes que saia do caminho, segurando a grossa porta de madeira
aberta. Entro sem dizer uma palavra, olhando ao redor do enorme
foyer que só vi uma vez antes. Está mais frio aqui do que da última
vez, e Tiffany não está descendo escada abaixo usando um vestido
deslumbrante.

— Ele está em seu escritório. Lá em cima à esquerda, primeira


porta à direita. — Ela passa pela escada, desaparecendo de vista.

Estou prestes a me acovardar, enfiando o rabo e correndo o


mais rápido que posso para longe deste lugar, mas não posso sem
enfrentá-lo primeiro. Ele não pode se safar do que fez ou do que
tentou fazer. Alguém precisa colocá-lo em seu lugar, e não tenho
medo dele. Além disso, se me tocar, vou processá-lo. Como minha
mãe disse antes, ainda sou menor de idade.

A escada range sob meu peso enquanto subo, virando à


esquerda no topo. Está falando com alguém ao telefone quando
abro lentamente a primeira porta à direita. Seu olhar se alarga
quando me vê entrar, encerrando sua ligação antes de desligar e
se recostar a esmo em sua cara cadeira de couro.

— Admito que nunca esperei que voltasse a entrar pelas portas


da Van Hall depois de... tudo, mas admito que é um pouco cabeça
dura. Posso ver porque Holden...

— Você calará a boca e eu falarei — digo, interrompendo-o.

Suas sobrancelhas disparam para cima em sua linha fina


enquanto olha para mim em descrença. Não tenta me impedir
quando dou um passo à frente, endireitando os ombros.

— Sei que tentou subornar minha mãe esta manhã, mas deve
saber que nunca aceitarei suborno para ficar longe de seu filho. Se
não dermos certo, será porque nos separamos, não por causa de
uma conta bancária gorda que não significa nada para mim.

Ele solta uma risada incrédula, esfregando a barba por fazer.


— Todo mundo quer uma conta bancária gorda, mas poucos
conseguem.

— Dinheiro não é tudo, Sr. Van.

Levantando uma sobrancelha, ele ri novamente. — Não? —


Estende as mãos e as acena. — Porque sem ele, eu não teria isso.
Meu filho e minha filha não teriam o que têm.

Eu sorrio, balançando a cabeça. — Mas ainda assim, ambos te


odeiam. O dinheiro não pode comprar tudo, inclusive o amor de
seus filhos, ou o fato de que está tentando usá-lo para comprar a
miséria de seu filho.

— Acho que está na hora de você ir embora, Srta. Vera.


— Não, acho que ainda não é hora. Ainda não terminei o que
preciso dizer. Você demitiu minha mãe esta manhã. Quero saber
por quê. Depois quero que pegue seu telefone e reverta o que fez.

Ele está claramente se divertindo com minhas palavras


ousadas, mas ainda não terminei. Estou longe de terminar. Acho
que esse homem nunca teve alguém que o enfrentasse como estou
fazendo agora, mas isso acaba hoje. Vou colocar o Sr. Van em seu
lugar, algo que deveria ter sido feito anos atrás. Talvez então ele
não fosse o idiota completo que é hoje.

— Depois que resolver a vida da minha mãe, você deixará


Holden fora de perigo e vai ajudá-lo a descobrir quem incendiou
sua caminhonete. E então vai…

— Ele disse a você que se casará com Lauren depois da


formatura? — Pergunta, sorrindo de orelha a orelha enquanto se
inclina para frente e apoia os cotovelos na mesa.

Estou congelada. Imóvel, como se o tempo tivesse literalmente


parado. O Sr. Van ainda está sorrindo para mim, mas tudo em que
consigo pensar é em pegar o abridor de cartas a centímetros de
sua mão, lançá-lo sobre sua mesa e enfiá-lo direto em sua jugular.

— Está mentindo — sussurro, sabendo que ele roubou a bola


de volta para o seu lado da quadra.

Ele balança a cabeça, levantando-se de seu lugar enquanto


contorna a mesa. Tropeço para trás antes de agarrar o encosto da
poltrona para me firmar antes de desmaiar.

— Posso ver como gostaria que eu estivesse mentindo, mas não


estou. O pai dela e eu somos parceiros de negócios. O casamento
deles solidifica a conexão comercial antes que eu entregue as
rédeas a Holden. Está em vigor desde que eram crianças, e uma
garota como você, que está apenas mantendo a cama de Holden
aquecida por enquanto, não estragará isso.

Lembro-me de mamãe dizendo algo sobre isso quando a


confrontei sobre o cheque, mas honestamente não achei que fosse
verdade; também não sabia que estavam prometidos um ao outro
em casamento.

Depois houve uma vez na festa quando ouvi Zeke – acho que
esse é o nome dele – mencionar algo sobre Lauren espumando pela
boca, ou como Holden não se importa em perder seu nome ou o
dinheiro associado a ele após a formatura.

E não nos esqueçamos do jantar em família em que o Sr. Van


agrediu o filho após mencionar Lauren. A garota me odeia
profundamente e deixou bem claro que estou no seu caminho. Só
pensei que estava me intimidando porque achava que Holden era
dela. Não achava que ela realmente tinha uma reivindicação real
sobre ele.

Olho ao redor de seu escritório, percebendo que pessoas como


eu nunca vencerão pessoas como ele, mas isso não significa que
não possa tentar.

— Você o faria se casar com alguém que ele despreza? —


Pergunto baixinho, segurando seu olhar o máximo que posso
enquanto as lágrimas queimam meus olhos.

Ele dá de ombros. — Eu não amava a mãe dele. Nosso


casamento também foi por conveniência. Às vezes, tem que
renunciar a nossos desejos pessoais para substituí-los por coisas
que precisam acontecer.

Cerro meus dentes. Todos continuam mencionando a mãe de


Holden, mas nenhum deles revelou nenhum detalhe sobre ela. Ela
tem algo a ver com tudo isso? Sei que ela faleceu, mas ninguém
divulgou como faleceu. Agora também quero descobrir isso.

— Sim, bem, às vezes fazer o que precisa ser feito machuca


todos os envolvidos. Não sabe que seu filho não quer nada com
você, sua empresa ou Lauren?

Ele sorri. — Não importa, querida. No final do dia, ele fará


exatamente o que eu disser. Se não o fizer, ele sabe tão bem quanto
eu que será cortado de tudo.

Não digo a ele o quanto Holden o odeia porque tenho a sensação


de que já sabe de tudo isso, ou como Holden planeja abandoná-lo
depois da formatura, renunciando a seu nome e do dinheiro ligado
a ele, mas, a partir de agora, só há uma maneira de conseguir o
que quero - e é jogando o jogo que o Sr. Van pensa que está
ganhando agora.

— Diga uma coisa... Se eu terminar com Holden, você devolve


o emprego à minha mãe?

Inclinando a cabeça, ele me estuda enquanto cruza os braços


sobre o peito. — E como sei que fará isso?

Dou de ombros. — Você terá que acreditar na minha palavra.


Amo seu filho, mas amo mais minha mãe. — Não é totalmente
mentira, mas ele não precisa saber disso. E também não precisa
saber que não tenho intenção de terminar com o seu filho. É tudo
um show - no qual ele desempenhará o papel principal.

— Negócio fechado.
33

Everlee Van

Tenho que descobrir como contar a Holden o que fiz sem que
ele surte. Posso imaginar tudo na minha cabeça agora. Ele me
agarrará pelo pescoço, me segurará contra sua cômoda e me dirá
em sua voz profunda e rouca que está chateado porque fui falar
com seu pai a sós, fazendo um acordo com ele para conseguir o
emprego de minha mãe de volta, mas espero que também entenda.
Primeiro, tenho que desamarrá-lo e esperar que não esteja
chateado comigo por abandoná-lo.

Quando chego à porta, agarro a maçaneta e giro, percebendo


que ainda está destrancada. Ainda não a abro, preparando-me
mentalmente para saber quem está atrás desta porta. Por favor,
ainda esteja amarrado.

Quando abro a porta, vejo como está escuro no quarto, sabendo


que o sol se pôs no caminho de volta da propriedade Van, mas
também está silencioso e não sei como me sentir a respeito. Holden
saiu e agora está procurando por mim? Para se vingar?

Acendo a luz, ajustando meus olhos ao brilho quando olho para


o canto e encontro Holden ainda sentado na cadeira. Ghostface
ainda cobrindo seu rosto, e suas calças ainda estão em torno de
suas coxas. Meu olhar cai para seu pênis, fazendo minha boca
salivar quando vejo que está meio ereto, repousando pesadamente
na parte inferior de seu estômago.

Ele não move um músculo, e me pergunto se está dormindo.


Deveria ter tirado a maldita máscara antes de sair, mas enquanto
fico aqui olhando para ele, percebo o quanto o amo com esta
máscara. Quem diria que eu gostaria de algo tão... bizarro?

Fechando e trancando a porta, me viro e lentamente me dirijo


a ele. Eu realmente acho que pode estar dormindo, e não se mexe
quando passo entre suas pernas, mas quando pego sua máscara,
ele me assusta pra caramba.

— Boo.

— Ahh! — Grito, segurando meu peito. — Jesus, Holden, me


assustou pra caramba! Por que não disse nada quando entrei no
quarto?

Ele dá de ombros, inclinando a cabeça coberta pela máscara.


— Não conseguia falar quando meus pensamentos estavam
ocupados pensando sobre o que farei com você quando me
desamarrar.

Um rubor sobe pelo meu pescoço quando me afasto dele. —


Quer dizer coisas boas ou coisas ruins?

Nenhuma resposta, e não sei dizer se está sorrindo ou não. A


coisa da máscara pode ser sexy pra caramba, mas odeio não poder
ver o seu rosto.

Agarrando o banquinho do final da cama, coloco-o diretamente


na sua frente e me sento. — Sabe que não posso deixá-lo ir a
menos que saiba que não me machucará.
Ele inclina a cabeça para o outro lado e sussurra — Nunca
poderia machucá-la, menina bonita.

Engulo em seco, apertando minhas pernas quando um pico de


excitação lambe todo o meu corpo. Adoro quando me chama assim,
mas adoro especialmente quando diz isso em seu tom rouco e
sussurrante.

— Como é que não acredito em você? — Pergunto em meu


próprio tom sussurrado.

Meu corpo fica todo quente quando ele ri profundamente em


seu peito. — Oh, vou te machucar, mas vai gostar. Prometo.

Oh, mas então me lembro do que tenho a dizer a ele primeiro.


Não posso desamarrá-lo e fazer aquelas coisas sujas e dolorosas
até que saiba o que está acontecendo. Ele pode não querer me
tocar depois do que ouvir.

— Antes que possa libertá-lo, quero lhe contar o que fiz —


sussurro, puxando a gola da minha camisa. Parece que está um
milhão de graus aqui!

— O que é que você fez? — Pergunta em um tom mais irritado.

— Eu, hum, fui falar com seu pai — deixo escapar.

Seu corpo inteiro sacode na cadeira enquanto luta contra suas


restrições novamente. — O que diabos quer dizer com isso,
Everlee?

— Depois que amarrei você, voltei para o meu quarto e minha


mãe ligou. Ela me disse que a demitiram sem motivo e que nos
mudaremos para Indiana e...

— Sobre o meu cadáver — sussurra.


Meu coração pula uma batida com suas palavras. — Não se
preocupe, também não poderia deixá-lo. Por isso procurei a única
pessoa que sabia que poderia reverter o que havia feito: seu pai.
Então, fui lá e o enfrentei. — Torço meus dedos no meu colo,
imaginando como contar tudo sem contar tudo a ele.

— Fiz um acordo com seu pai.

— Everlee, não. — Ele se debate em sua cadeira novamente, e


fico boquiaberta com todos os seus músculos deliciosamente
flexionados, incapaz de me impedir de sonhar acordada com ele
me segurando, mas ele não vai apenas me segurar. Não, vai me
segurar enquanto me fode, esticando os músculos.

— Apenas ouça, está bem? Fiz um acordo com ele, mas não
tenho planos de cumprir minha parte. Ele claramente me quer fora
de sua vida porquê... bem, por causa de Lauren. Sei que deveria
se casar com ela, mas também sei que não quer. De qualquer
forma — continuo, acenando minha mão com desdém — disse a
ele que terminaria com você se devolvesse o emprego a minha mãe.
Se ela ainda estiver no hospital, não preciso ir para Indiana.

— Não deveria ter feito isso — diz com uma tensão em seu tom.
Ele está com raiva de mim?

— Tive que fazer isso, Holden. Sou menor de idade. Minha mãe
teria me levado com ela quer eu quisesse ir ou não. Faço dezoito
daqui a três semanas.

— Desate-me — exige com os dentes cerrados.

No entanto, balanço minha cabeça, fazendo-o se debater


novamente. — Sinto muito, ainda não posso. Está claramente
chateado, mas ainda preciso que me ouça. Jogamos um jogo
quando nos conhecemos, certo? Não há razão para não podermos
jogar outro agora. Não até descobrirmos como bater no seu pai.
Podemos voltar a nos odiar para fazer parecer que terminamos,
mas em particular, é o completo oposto.

— E espera que eu esteja bem com isso?

— Sim, Holden, espero. Preciso que esteja. É isso ou vou para


Indiana, onde outro garoto pode tentar me tocar, ou me beijar,
ou...

— Não — diz sombriamente. — Não diga isso, porra.

Eu sabia que isso iria pegá-lo. Joguei sujo, mas precisava. Ele
não concordará com isso a menos que lhe dê uma razão para isso.
Não quero sair daqui - ou ele - e esta é a única maneira de fazer
isso neste momento.

— Então, temos um acordo ou não? — Pergunto, voltando o


assunto para onde precisa estar.

Ele não responde de imediato, flexionando os braços enquanto


as veias pulsam em seus antebraços. Fico distraída com a visão
por um momento antes de piscar e olhar de volta nos olhos da
máscara.

— Temos um acordo — finalmente diz, mas está tão quieto que


mal o ouvi.

É óbvio que não está feliz com isso, mas o que mais podemos
fazer? Temos que começar a jogar seus jogos para vencê-los. Só
precisamos estar sempre um passo à frente deles.
— Obrigada — sussurro, levantando-me do meu assento
enquanto caminho até ele. — Agora vou desamarrá-lo, está bem?

Ele não diz nada enquanto passo atrás da cadeira e desfaço os


nós perfeitos que deixei nele. Com dois puxões, ele se liberta,
puxando os braços para a sua frente. Esfrego seu bíceps, ajudando
o sangue a fluir de volta para seus braços e dedos., mas ele salta
do assento, virando-se para mim, e não consigo evitar que meus
olhos caiam para sua ereção. Está em plena atenção agora,
apontando para fora. Engulo em seco, movendo meu olhar para a
máscara.

— Agora é minha vez de fazê-la se sentir impotente. — Acena


em direção a sua cama. — Deite-se de costas, pendure a cabeça
para o lado.

Não me mexo a princípio, olhando entre ele e sua cama


enquanto esfrego meu braço nervosamente. — O que, hum, vai
fazer? — Pergunto, sem fôlego.

Ele inclina a cabeça enquanto tira a calça jeans, ficando


completamente nu, exceto pela Ghostface cobrindo seu lindo rosto.
Depois agarra seu pênis e se acaricia longa e duramente. O latejar
está de volta entre as minhas pernas à medida que meus olhos se
fixam em sua mão acariciando.

— Não tem reflexo de vômito, então vou foder sua cara, menina
bonita.

Minhas sobrancelhas disparam para cima. Pode ser tão franco


às vezes. E embora o latejar entre minhas pernas aumentasse com
suas palavras, meu coração despencou em meu estômago.
— Nunca fiz isso antes — sussurro.

— Eu sei, e essa é a melhor parte. Começa a compartilhar todas


as suas primeiras vezes comigo. Agora deite na cama antes que eu
te obrigue a deitar na cama.

Meus pés se movem por conta própria, indo direto para a cama
antes de eu rastejar e me ajoelhar, mas não sei onde me quer,
então fico parada e olho para ele. Ele se move para a borda,
apontando o dedo para que vá até ele. Rastejo até ele sem dizer
uma palavra, olhando para sua máscara quando estamos peito a
peito.

— Tire a roupa — me instrui.

— Mas pensei que iria apenas... — paro, colocando meu cabelo


atrás da minha orelha enquanto olho para longe, sentindo o calor
se expandir em minhas bochechas.

— Fodê-la na cara? — Termina por mim. — Fica uma confusão.


Tira as suas roupas.

Ele dá um passo para trás apenas o suficiente para me dar


espaço para me despir. Minha camisa sai primeiro, e Holden sibila
quando vê que não estou usando sutiã. Depois minhas calças, mas
não sem minha calcinha. Minhas roupas estão empilhadas no
chão a seus pés, e não posso deixar de tentar cruzar os braços
sobre o peito. Não estou acostumada a ficar nua na frente de
alguém, especialmente na frente de Holden Van.

Aproximando-se de mim, afasta meus braços do meu peito e


agarra um dos meus seios com ambas as mãos. Deixo escapar um
pequeno gemido quando belisca meus mamilos entre o polegar e o
indicador.

— Mmm, porra, perfeito — geme. — Deite-se de costas, menina


bonita, e abaixe a cabeça. Vai tornar isso mais fácil para nós dois.

Faço o que ele diz, deitando de costas enquanto corro para a


borda e penduro minha cabeça. Ele segura a parte de trás do meu
crânio, me puxando mais para frente antes de segurar minha
cabeça e passar por cima de mim, acariciando a parte de trás de
seu pau no meu rosto. Não sei o que dá em mim, mas coloco minha
língua para fora, precisando prová-lo. A parte de trás de seu pênis
é suave como seda, e amo como minha língua desliza sobre sua
veia à medida que bate.

Ele inala um suspiro antes de se afastar, olhando para baixo.


— Está pronta para isso? — Sussurra.

Concordo com a cabeça, incapaz de usar minhas palavras


enquanto olho para ele. Estou completamente aberta, e ele pode
fazer o que quiser comigo, e quero que ele faça.

Com uma mão na cama ao meu lado para se firmar, ele agarra
seu pau com a outra e passa a cabeça sobre meus lábios. Minha
boca se abre para ele, e ele me penetra. O som de seu gemido faz
minhas pernas se apertarem, e o latejar em meu clitóris é quase
insuportável.

Sua circunferência estica meus lábios enquanto inclino minha


cabeça ainda mais para trás até que afunda todo o caminho até o
fundo da minha garganta e meu nariz pressiona contra suas bolas.
Presumo que a maioria das garotas teria engasgado ou tentado
afastá-lo, mas não vacilo.
— Puta merda — Holden sibila enquanto puxa seu pênis para
fora e desliza de volta para dentro.

Minha saliva cobre-o enquanto fode meu rosto, atingindo o


fundo da minha garganta a cada vez. Não movo um músculo,
pressionando minha língua no topo de seu pênis conforme o
engulo inteiro.

— Maldição, menina bonita — diz com os dentes cerrados antes


de agarrar minha garganta.

Seu pau abafa meus gemidos enquanto fode meu rosto mais
forte e mais profundo, segurando minha garganta com mais força.
Observo seu braço balançar cada vez que seu pau enche minha
garganta e empurra a mão em minha garganta para cima. Suas
bolas batem no meu nariz antes que se retire. Prendo a respiração
ao mesmo tempo que observo um fio de saliva se estender do meu
lábio inferior até a ponta de seu pênis.

Estou ofegante, agarrando o cobertor para salvar minha vida


enquanto me contorço. Quero me tocar, mas não tenho certeza se
é isso que devo fazer. Isso é só para ele? Mereço por mantê-lo
amarrado naquela cadeira por algumas horas.

Ele move os quadris de um lado para o outro, roçando a ponta


de seu pênis para frente e para trás em meus lábios, e não aguento
mais. Alcanço entre minhas pernas e me toco, aplicando uma leve
pressão em meu clitóris antes de fazer alguns círculos. A excitação
dispara direto para o meu estômago, um calor se espalhando por
todo o meu corpo.

— Foda-se — Holden diz asperamente enquanto dá um passo


à frente e afunda seu pau de volta em minha boca. Coloca ambas
as mãos em cada lado da minha caixa torácica conforme se inclina
e cospe.

Sinto sua saliva atingir minha boceta antes de me esfregar,


usando-a para me esfregar. Meus olhos reviram para a parte de
trás da minha cabeça quando fode meu rosto forte e rápido, depois
agarra meus seios e provoca meus mamilos dolorosamente duros.
Meus dedos se movem mais rápido, e juro que estou à beira de um
orgasmo quando se abaixa e aperta meu nariz.

Não posso respirar, mas de alguma forma a falta de oxigênio


envia um pico de excitação pelo meu corpo que nunca soube que
poderia sentir antes. Ele se afunda profundamente, segurando
todo o seu pau na minha boca e garganta antes de dar um tapa
em meus seios, fazendo-os saltar. Meus olhos reviram novamente
à medida que o fogo cresce mais do que nunca em meu núcleo.

Depois solta meu nariz, e a onda de oxigênio me leva ao limite.


Seu pau abafa meu gemido enquanto circulo meu clitóris mais
rápido, gozando com força. Os gemidos sensuais e profundos de
Holden enchem o quarto conforme ele me fode com mais força, e
então eu o provo.

Seu sêmen cobre minha língua e a parte de trás da minha


garganta, e nunca engoli nada mais rápido na minha vida. E desejo
mais.

Os gemidos de Holden ecoam pelo quarto enquanto ele puxa


seu comprimento da parte de trás da minha garganta, agarrando-
me novamente antes de se ajoelhar. Meu coração dispara quando
arranca a máscara Ghostface de sua cabeça e pressiona seus
lábios trêmulos contra o lado do meu rosto. Quero que ele me diga
que fui uma boa menina, sabendo que isso me destruiria da
melhor maneira possível. Nunca quis ser nada para ninguém antes
de conhecer Holden.

— Você foi muito bem, menina bonita — murmura contra o


lado do meu rosto.

Meu corpo inteiro treme enquanto meus olhos se fecham. —


Diga-me que sou uma boa menina — sussurro, tímida demais para
abrir meus olhos e olhar para ele.

Ele tem outros planos, contudo, manipulando-me até que eu


fique de joelhos, ajoelhada na sua frente. Meus olhos se abrem
enquanto estabilizo a tontura em meu olhar antes que agarre
minha garganta e me puxe para seu rosto.

— É a porra da minha boa menina — murmura contra a minha


boca antes de beijar o canto dos meus lábios.

Gemo, separando meus lábios antes de beijá-lo novamente,


puxando seu lábio inferior em minha boca antes de chupá-lo.

— Foda-se — amaldiçoa, roçando seu hálito quente contra a


minha boca antes de me sufocar com mais força e bater sua boca
na minha.

Nossas línguas se entrelaçam em um beijo ardente de boca


aberta enquanto me guia para trás em sua cama, onde rasteja em
cima de mim. Minhas pernas se abrem, envolvendo seus quadris
à medida que gemo em sua boca quando seu pau pesado descansa
em minha boceta sensível.
Ele geme, abrindo nossas bocas enquanto olha para mim. Seu
cabelo escuro e rebelde cai em seu rosto do jeito que tanto amo,
fazendo com que meus joelhos o apertem contra mim.

— Por mais que não goste da ideia de todos acreditarem que


terminamos, gostarei de tê-la só para mim atrás de portas
fechadas — diz contra meus lábios antes de beijar meu traseiro.

— Separação falsa ou não, gostarei de ser sua em todos os


sentidos da palavra.

Salpicando meu pescoço com beijos, inclino minha cabeça para


trás e desfruto de sua boca em mim quando ouço a gaveta da mesa
lateral se abrir. Depois se inclina para trás e coloca a ponta da
embalagem de uma camisinha na boca, rasgando-a com um
sorriso malicioso.

— Pensou que tínhamos terminado, menina bonita? —


Pergunta com uma leve risada por trás de suas palavras. —
Estamos apenas começando.
34

Holden Van

Depois de rolar a camisinha pelo meu pau, agarro a parte de


trás de sua coxa e a mantenho aberta. Meus quadris sabem o que
fazer, guiando a ponta do meu pau em sua entrada antes de
afundar em sua umidade apertada. Seu gemido ofegante faz
cócegas no meu pescoço à medida que a penetro, batendo minhas
bolas contra sua bunda. Depois, seguro profundamente,
inclinando-me para trás para olhar em seus olhos.

Ela é tão linda, e agora é ainda mais perfeita enquanto toma


cada centímetro do meu pau. Amo como suas mãos arranham
meus lados e costas, silenciosamente me implorando para fodê-la,
mas estou no controle aqui e vou fazê-la gritar.

— Minha linda garotinha — sussurro contra sua bochecha


enquanto meu lábio inferior se arrasta sobre ela.

— Sim — choraminga, se contorcendo embaixo de mim.

Nossos corpos estão alinhados e nunca me senti tão conectado


a alguém em minha vida. Eu lentamente puxo para fora e bato de
volta nela, observando seus olhos rolarem para trás enquanto ela
inala uma respiração chocante.

— Mmm, sua boceta toma meu pau como se fosse feita para
isso, menina bonita.
Ela não diz nada quando sua boca se abre e olha para mim, me
dando sua cara de “O”. Porra, ela é sexy. Agarro seus quadris,
pressionando-os no colchão ao mesmo tempo que aumento o
ritmo, batendo nela. Ela mantém meu olhar o tempo todo,
cravando as unhas no meu lado. Adoro isso. Quero que ela marque
cada centímetro quadrado do meu corpo.

O som do meu pau batendo em sua boceta suculenta ecoa ao


nosso redor, me excitando ainda mais, mas tenho que diminuir o
ritmo. É quase doloroso fodê-la tão devagar, mas quero durar
mais. Ela me destrói da melhor maneira possível, incluindo minha
capacidade de durar muito tempo na cama.

— Holden — choraminga o meu nome.

Gemendo, olho em seu olhar, diminuindo ainda mais minhas


estocadas. — Diga-me o que quer, menina bonita.

Ela morde o lábio inferior e sei que não usará suas palavras.
Minha garota ainda é muito tímida, mas chegaremos lá
eventualmente.

— Vamos mudar isso para que possa ver como é estar no


comando — digo a ela enquanto saio e rolo de costas.

Guiando-a de joelhos, eu a ajudo a montar em mim enquanto


agarra meu pau e se senta em mim.

Jesus.

Sua boceta me engole em um movimento suave. E esta é a


melhor vista que já tive. Seus seios perfeitamente empinados
saltam sobre mim enquanto cavalga meu pau. Estendo a mão para
agarrá-los, mas ela lê meu movimento de forma diferente e agarra
minhas mãos, entrelaçando nossos dedos.

Gosto de vê-la pular no meu pau enquanto segura minhas


mãos, olhando para mim com as sobrancelhas franzidas. Seu
aperto pressiona meu pau e estou hipnotizado por seu corpo
perfeito, mas quero minha boca nela.

Soltando minhas mãos das suas, me sento e coloco minhas


mãos atrás de mim. Ela agarra meu ombro, cavalgando-me
devagar e com firmeza enquanto seus pequenos gemidos sensuais
saem de sua boca. Seus próximos movimentos me fazem gemer e
meus olhos rolarem para trás da minha cabeça.

É como se suas mãos não pudessem me tocar o suficiente,


acariciando e alisando meu pescoço, ombros, peito, costelas e
costas, enquanto pula. Depois para, pressionando sua testa contra
a minha antes de sua boca encontrar a minha.

Inclino minha cabeça para trás, abrindo minha boca enquanto


enfia a língua dentro, mas é quando ela agarra minha mandíbula
e segura minha cabeça para trás que me faz gemer em sua boca.
Minhas bolas apertam e não consigo me impedir de pegar o que
me pertence.

Envolvendo um braço em volta de sua cintura, a levanto e a


solto, libertando nossos lábios. Eu a levanto e solto em meu
comprimento até gozar com força. Meus gemidos vibram
violentamente em meu peito conforme termino de encher a
camisinha. Depois, a jogo de volta na cama, pairando sobre ela à
medida que meu pau fica dentro de sua boceta apertada e molhada
por mais um momento. Está sorrindo para mim, mordendo o lábio
inferior rechonchudo ao mesmo tempo que me observa.

— Gozei na sua boca. Agora quero que goze na minha, menina


bonita.

Ela geme quando saio dela, movendo-me para trás até que meu
rosto esteja entre suas pernas e minha boca em sua boceta. Foda-
se, ela cheira bem e nós cheiramos bem juntos.

Olho para cima em seu olhar assustado enquanto cubro seu


clitóris com minha boca. Seu queixo cai quando um gemido
ofegante sai. Ela gosta disso. E fico surpreso quando se abaixa e
desliza os dedos no meu cabelo, esfregando os quadris contra a
minha boca.

Sim, porra.

Gemendo contra seu clitóris, giro minha língua e beijo sua


boceta até que esteja se contorcendo embaixo de mim. Seu aperto
no meu cabelo aumenta, e sei que ela está quase lá. Está ficando
mais molhada, encharcando meu queixo, e estou sugando cada
gota.

— Oh meu Deus, parece tão... tão... booooomm — diz enquanto


seus quadris se firmam.

Um novo gosto atinge minha língua e meus olhos reviram


novamente. Ela tem um gosto bom pra caralho. Devoro mais,
puxando seu clitóris em minha boca enquanto ela empurra
debaixo de mim. Depois a solto, beijando ao longo de sua coxa à
medida que olho para ela.
Ela mal consegue manter os olhos abertos, mas há um sorriso
recém-fodido em seus lábios que me faz querer beijá-la. Por isso a
beijo, movendo-me entre suas pernas até agarrar sua mandíbula,
inclinar sua cabeça para trás e devorar sua boca.

Amo a sensação de seu gemido contra a minha língua enquanto


gemo de volta contra a dela. Nossas mãos vagam e puxam uma à
outra, sentindo como se não estivéssemos recebendo o suficiente.
Sei que não. Agora que tive Everlee, sei em meu coração que nunca
mais poderei estar com ninguém.

Afastando meus lábios, ela agarra meu queixo e me segura,


sorrindo para mim. Porra, é tão linda deitada nua na minha cama,
cheia do meu esperma, mas posso dizer pelo olhar em seu rosto
que tem algo a dizer.

— O que está acontecendo com você, menina bonita?

Seu olhar dança sobre meu rosto enquanto mordisca seu lábio
nervosamente. — Como faremos isso?

— Fazer o quê?

— Romper. Devemos fazê-lo publicamente, certo? Se todos


virem, com certeza chegará ao seu pai. Ele parece saber sobre tudo
o que acontece por aqui.

Gemendo, caio em cima dela, enterrando meu rosto em seu


peito quente e nu. — Tinha que estragar o momento, não é?

Ela ri, balançando minha cabeça antes de passar os dedos pela


parte de trás da minha cabeça e pelas minhas costas nuas. —
Desculpe. Não queria estragar nada, mas é algo que precisamos
discutir.
Everlee é minha primeira namorada - a primeira garota a me
deixar de joelhos e me envolver completamente em seu dedo, então
a ideia de terminar com ela me deixa enjoado.

— Que tal dizermos ao meu pai para ir se foder e ficarmos


exatamente onde estamos? — Murmuro em seu peito.

— Por mais que queira fazer isso, ambos sabemos como seu pai
é vingativo. Ele nunca devolverá o emprego à minha mãe se não
cumprir a minha parte do acordo. E ambos sabemos o que
acontece se ela não conseguir seu emprego de volta.

A raiva corre através de mim enquanto descanso meu queixo


em seus seios e olho para ela. — Mesmo que isso não dê certo com
sua mãe, de jeito nenhum deixarei você ir para Indiana. Não sairá
da minha vista, menina bonita. Está presa comigo. — Quase digo
para sempre, mas é muito cedo para dizer algo assim.

Ela pressiona os lábios na minha testa. — Isso tem que


acontecer, Holden.

Deito minha cabeça em seu peito, soltando um suspiro


exasperado. — Há duas opções amanhã. Podemos fazer isso logo
de manhã no café da manhã, onde todos verão, ou podemos
esperar até o jogo de futebol contra o Cork.

Seu gemido vibra minha bochecha. — Isso significa que Jett


verá — sussurra.

— Depende de você, baby. Cafeteria ou jogo.

Ela não diz nada a princípio, mas espero que escolha a


cafeteria. Não aguento a ideia de terminar com ela na frente da
porra do Jett Hastings. Ele pensará que ela é um jogo justo
novamente, e não posso permitir que chegue perto dela. Quebrarei
suas malditas mãos se tocá-la novamente.

— Cafeteria — sussurra.

Deixei escapar um suspiro aliviado, inclinando-me para olhar


diretamente em seu olhar. — Quão mau tenho que ser?

— Quem disse que seria você a terminar comigo?

Sorrindo, balanço minha cabeça. — Baby, ninguém acreditará


que alguém terminou com Holden Van.

Ela escarnece, depois ri. — Ainda está muito convencido, não


é?

— Sempre — respondo com uma risada.

Batendo-me de brincadeira no peito enquanto me sento, agarro


seus braços e os prendo acima de sua cabeça. — Guarde as
palmadas para amanhã, certo? Apenas tente garantir que
mantenha meus molares na boca.

— Eu tenho que bater em você? — Sussurra.

Rio. — Não, baby, não precisa me bater, mas isso solidificaria


as coisas. Afinal, sou meio que um bastardo. Vai parecer mais
crível se me der um tapa.

— Devemos praticar?

— Gostaria disso, não é, menina bonita?

Ela ri, mordendo o lábio inferior rechonchudo enquanto acena


com a cabeça. — Quero dizer, deve parecer real, certo?

Lembro-me dela me dando um tapa no corredor quando pensou


que eu a havia traído - quando quase a perdi. Doeu como um filho
da puta, mas merecia. O tapa vindo em minha direção amanhã
não será divertido, mas seria um belo toque.

— Que tal guardarmos o tapa para quando realmente precisar


fazer isso? Vou me certificar de dizer algo para irritá-la o suficiente
para que queira me dar um tapa.

Seu sorriso desaparece enquanto suas sobrancelhas se


juntam. — O que vai dizer?

— Ainda não descobri isso, mas me certifico de que seja


suculento e fodido.

Posso ver pela sua expressão, contudo, que não tem certeza de
como se sentir sobre isso. Não direi nada que realmente a
machuque ou a envergonhe. Provavelmente será algo sobre estar
cansado dela e como Holden Van não pode ser amarrado a uma
garota. Farei isso por causa da minha reputação.

— Tem certeza que quer continuar com isso?

— Não — sussurra. — Mas temos que fazê-lo.

Odeio como ela está certa. Meu pai não cumprirá sua parte no
acordo até que confirme a dela. Ele é um pedaço de merda por usar
a sua mãe contra ela – contra nós. Se não nos odiássemos tanto,
entraria na propriedade e exigiria que consertasse as coisas, mas
sei que isso só pioraria as coisas. Então seria duramente criticado
de novo por transar com a Sra. Fairfax enquanto estava prometido
a sua filha. Estou surpreso por não ter ouvido nada desagradável
do Sr. Fairfax, mas, novamente, provavelmente não se importa.

Pelo que sei, o casamento deles também foi arranjado. Não há


amor entre eles, e isso transparece. Eu simplesmente odeio como
Everlee está no meio de toda essa besteira. Descobrirei uma
maneira de nos levar para longe desses idiotas. Só preciso de um
tempo.

— Bem, não vamos terminar esta noite, por isso adorarei seu
corpo até de manhã. Pode lidar com isso, menina bonita?
35

Everlee Vera

Enquanto puxo minhas meias até a coxa, viro-me para Holden,


que está ajustando a gravata da escola com uma carranca no
rosto. Só posso imaginar que está chateado por termos que
terminar um com o outro publicamente, mas não temos outra
escolha agora.

— Provavelmente deveríamos deixar Macy saber o que está


acontecendo, para que não fique totalmente assustada — digo a
ele.

— Já disse — diz com um encolher de ombros antes de seu


olhar cair para as minhas pernas. — Tire essas malditas coisas. —
É uma exigência, não uma sugestão.

No entanto, rio mesmo assim. — Estas são fornecidas pela


escola, senhor.

Ele geme. — São um convite para todos os garotos excitados


desta escola. Tire-as, coloque calças ou algo assim.

— Calças? — Pergunto, curvando meu lábio superior em


desgosto. — São apenas meias, Holden — digo com uma risada.

Ele está no meu espaço pessoal em segundos, me jogando


contra sua cômoda enquanto agarra minha garganta com força.
Engulo a pressão, encarando seu olhar intenso. Está em um de
seus humores, ao que parece, mas sabia que isso estava por vir.

— Holden — sussurro, segurando seu antebraço.

— Você ainda é minha por mais alguns minutos, menina


bonita. Tire a porra das meias, ou farei isso por você.

Engolindo em seco, meu olhar dança entre os dele. Não está


brincando, e sei que vai cumprir com esta ameaça, por isso aceno,
deixando-o saber que farei o que quiser, mas ele não solta minha
garganta.

— Faça isso agora — diz asperamente.

Eu me abaixo o melhor que posso, empurrando as meias das


minhas coxas e sobre meus joelhos, mas é o mais longe que posso
ir sem que me sufoque completamente.

— E da próxima vez que eu disser para fazer alguma coisa, faça


sem discutir. Entendeu? — Pergunta com os dentes cerrados.

Uau. O cara está seriamente nervoso esta manhã e isso só está


me afastando ainda mais dele com uma atitude ruim. Está fazendo
isso para facilitar o rompimento entre nós? Porque me disse que
era apenas para o público, mas ainda sou dele - ainda estaremos
juntos em segredo.

Em vez disso, respondo de uma forma que sei que só vai irritá-
lo ainda mais. — Não vai importar depois desta manhã. Está
terminando comigo, lembra? Não preciso ouvi-lo...

Seu aperto na minha garganta aumenta quando se inclina,


roçando o nariz contra a minha bochecha. — Está tentando ser
engraçada, baby?
Eu me encolho, odiando o novo apelido. Sou menina bonita,
nada mais. — Holden — tento novamente.

— Isso tudo é um show. Só porque aqueles filhos da puta


pensarão que não estamos mais juntos, não significa que seja
verdade. Você sempre pertencerá a mim, Everlee. Agora tire-as e
pare de discutir, porra. — Soltando minha garganta, se afasta de
mim e passa as mãos pelos cabelos castanhos rebeldes.

— Está tudo bem? — Pergunto, inclinando-me para terminar


de tirar minhas meias. Não estou usando calças, mas também não
usarei isso. Para deixá-lo feliz, coloco uma legging cinza claro que
combina com as meias do uniforme.

— Estou bem.

Sei que está mentindo. Isso é o que Holden faz quando algo o
está realmente incomodando - se fecha e afasta as pessoas. Pode
pressionar o quanto quiser, mas não vou a lugar nenhum, mesmo
que sejamos falsos.

— Nem sempre tem que ser o cara durão, sabe disso, certo?

Ele se vira, passando o olhar sobre minhas pernas com uma


expressão satisfeita antes de olhar em meus olhos. — Quando se
tem a vida que tive, se torna difícil para todos ao seu redor,
incluindo você mesmo. Pegue sua bolsa. Vamos nos atrasar para
o café da manhã.

— Espere — corro até ele, agarrando seu braço. — Como


faremos isso?

Com um sorriso, enquadra meu rosto e inclina minha cabeça


para trás para que possa olhar diretamente em meus olhos
arregalados. — Tenho um plano, mas acho que funcionaria melhor
se for surpreendida por ele. Vamos descer juntos, mas não de
mãos dadas.

— Vai me humilhar? — Sussurro.

Seu olhar voa entre os meus. — Não vou te humilhar, mas vai
sentir isso, menina bonita. Sou Holden Van. Todo mundo sabe que
sou um idiota vil sem coração. Tenho que fazer isso parecer real.
Queremos que meu pai acredite, não é?

Engulo em seco, balançando a cabeça lentamente. — Vamos


fazer isso então.

Antes, porém, que possa me afastar dele, ele me puxa com força
contra seu peito e inclina sua boca sobre a minha. É um beijo
poderoso, de boca aberta, que me deixa sem fôlego, segurando sua
jaqueta da escola para salvar minha vida.

— Lembre-se apenas que tudo o que eu disser lá embaixo não


é verdadeiro — sussurra contra meus lábios quando se afasta.

Minhas sobrancelhas se juntam. — O que vai dizer?!

Bang! Bang! Bang!

Nós nos separamos quando Holden se move para sua porta,


abrindo-a. Zeke e Christian estão lá com sorrisos de merda em
seus rostos bonitos. E pelo olhar que me dão, também sabem do
nosso plano. Holden pediu a eles para ajudar? Meu coração bate
forte com a ideia de ter que enfrentar todos os três quando sei que
me divertirei muito enfrentando Holden.

— É hora do show — diz Zeke com um sorriso.


Engulo em seco, olhando para Holden. Ele não olha para mim,
acenando com a cabeça em direção à porta para que eu saia de
seu quarto. Eu me movo com as pernas trêmulas, caminhando
para o corredor com os caras, quando salto ao som da porta de
Holden fechando.

Os caras vão a minha frente, descendo a escada como se eu


não existisse. Estou no seu encalço, aumentando o ritmo para
acompanhá-los, enquanto meu coração bate tão forte que ecoa na
minha cabeça. Não sei se posso continuar com isso, especialmente
porque não conheço o plano real de Holden.

Eles entram no refeitório, abrindo as portas e caminhando


juntos como os deuses que são. Todos param suas conversas para
olhar em suas direções, olhando-os com tanta inveja que estou
surpresa que suas peles não estejam ficando verdes. Ainda estou
andando atrás deles, mas ninguém parece notar minha existência.
Todos os olhos estão voltados para os reis da Reaper.

Quando alcançam sua mesa preferida no fundo do refeitório,


todos se abaixam em seus lugares, rindo e brincando quando me
aproximo, mas Holden olha para mim com um olhar de desgosto e
aborrecimento escrito em seu rosto. Ele fará isso agora.

— Que parte de “terminei com você”, não entendeu, Everlee? —


Pergunta alto o suficiente para chamar a atenção de algumas
mesas ao nosso redor.

Engulo em seco, sentindo meu estômago subir até a garganta


enquanto as lágrimas queimam meus olhos. Isso tudo é um show,
mas ainda não parece muito bom. Não tenho certeza do que dizer,
por isso não digo nada, olhando para ele por cima da mesa. Minha
bolsa de couro da escola está apertada no meu peito conforme a
abraço com força, engolindo o nó na minha garganta apertada.

— Ainda está de pé aqui. Corra — diz Zeke, acenando-me com


desdém.

Meu olhar salta entre os três antes de repousar em Holden


novamente. — Mas eu pensei…

— Eu consegui o que queria de você, virgenzinha. Agora foda-


se.

É tudo para mostrar. É tudo para mostrar, repito uma e outra


vez na minha cabeça enquanto me afasto da mesa. O refeitório está
tão silencioso que se pode ouvir um alfinete cair. Quero me virar e
correr, mas sinto meus pés grudados no chão. Holden me dá um
olhar estranho, mas não sai do personagem. É Christian quem
finalmente me tira disso.

— Ouça, Eve... só porque Holden terminou com você não


significa que tem que ser celibatária novamente. — Aproxima-se
de mim, passando o dedo pelo meu braço. — Ele me contou como
era. Venha ao meu quarto sempre que quiser, baby.

A bile sobe na minha garganta enquanto meu olhar chicoteia


para Holden, rezando para que não tenha realmente contado a
seus amigos sobre nossa vida sexual muito pessoal, mas o olhar
em seu rosto diz tudo - disse, mas também parece estar um pouco
arrependido sobre isso.

Agarrando minha bolsa com mais força, viro e me dirijo direto


para a saída, recebendo nada além de ooh's enquanto vou, mas
antes que possa realmente sair, ouço os sussurros.
— Sabia que ela não prenderia a atenção de Van por muito
tempo.

— Que cadela burra por pensar que poderia tirar Holden do


mercado.

— Ele está livre de novo.

Funcionou. Todo mundo acha que Holden terminou comigo.


Estou bem. Está tudo bem. Então, por que dói tanto? É para ser
falso, mas parece tão real.

Chego na metade da escada quando Macy agarra meu braço,


me tirando do meu estado depressivo. — Está bem, baby? —
Pergunta.

Meu lábio inferior treme por conta própria enquanto balanço a


cabeça. Algumas pessoas passam, olhando-me com o canto dos
olhos. Mesmo que esteja realmente chorando, isso só ajuda a
solidificar nosso rompimento. Eles ouvirão todos os sussurros em
um momento e poderão acrescentar como me viram chorando no
corredor. Não poderia ser mais perfeito, certo? Odeio isso.

— Vamos. — Ela agarra meu braço e me puxa escada acima


para o meu quarto. — Pensei que isso era falso. Holden me disse
que era falso.

Aceno, tentando me recompor. — Isto é falso. Não sei por que


estou chorando.

Ela sorri. — Porque mesmo sendo falso, ainda te machuca. E a


ideia de perder Holden de verdade te assusta, não é?

Concordo com a cabeça, incapaz de usar minhas palavras.


— Está apaixonada pelo cara. — Não é uma pergunta, e não
nego.

— Tenho que ir para a aula — digo, voltando para a minha


porta.

— Respire fundo e saiba que isso é apenas temporário, Everlee!


Nós duas sabemos que Holden Van pertence a você, baby.

Eu a ouvi alto e claro, mas não respondo enquanto fecho a


porta e volto para a escada. Todos estão me olhando boquiabertos
enquanto sussurram sobre mim, mas continuo seguindo em
frente. Passo direto pelo refeitório, não querendo enfrentar todos
os meus colegas agora, e saio para caminhar ao lado do prédio que
abriga todas as nossas aulas.

Holden Van
Observar as lágrimas escorrendo pelo rosto dela me destruiu,
mas não havia nada que eu pudesse fazer sem estragar tudo. Odeio
como a fiz chorar e até fui legal com a separação. As coisas que
planejei na minha cabeça eram muito piores do que realmente fiz,
mas não cheguei tão longe quando ela chorou e saiu furiosa do
refeitório.

Mal posso esperar até que possamos ficar sozinhos mais tarde
esta noite, onde posso segurá-la em meus braços, beijando cada
centímetro de seu corpo à medida que peço desculpas por fazê-la
chorar. A única vez que quero ver lágrimas escorrendo pelo seu
rosto é quando está engasgando com meu pau gordo.

— Holden.

Porra.

Eu me viro para encontrar Lauren caminhando em minha


direção, mas ela não tem seu rosnado normal em seus lábios.
Parece uma merda, na verdade. Bochechas manchadas de
lágrimas, olhos vermelhos e inchados e sua camisa está amassada
pra caralho. Esta não é a Lauren que estou acostumado a ver.

— E aí, Lauren? — Pergunto, me aproximando dela.

— Vi que terminou com Everlee — sussurra, acenando com a


cabeça em direção às portas do refeitório.

Dou de ombros, tentando disfarçar. — Sim, é o que é. O que


quer Lauren?

Seus olhos escuros me fixam com um olhar duro. — Nunca vou


perdoá-lo por foder minha mãe, mas... posso perdoá-lo por me
humilhar.

Minhas sobrancelhas se juntam. — Onde quer chegar, Lauren?


Não tenho tempo para essa merda agora.

— Ouvi meu pai conversando com o seu, Holden. Se você não


concordar em se casar comigo, vão destruir o mundo de Everlee.

— Eu terminei com ela. Eles vão deixá-la em paz.

Ela bufa. — Honestamente acredita nisso? Isso é apenas o


começo do que querem.
Corro até ela, agarrando-a pelo pescoço antes de jogá-la contra
a parede. — Ouça, Lauren, sei o que também está tentando fazer.
Está tentando me enganar para concordar em me casar com você
junto com nossos pais. Que parte das minhas palavras não
entende? Eu. Nunca. Porra. Me. Casarei. Com. Você. Nem mesmo
se for a última mulher na terra.

Seu lábio inferior treme, e não sinto nada pela cadela. Pode
chorar o quanto quiser, mas suas lágrimas não me fazem sentir
nada, não como as lágrimas que Everlee derrama.

— Por que me odeia? — Pergunta, tremendo como uma folha.

— Não é óbvio? É uma vadia mimada que acha que o mundo


gira ao seu redor. Não há nada em você que seja desejável.

— Você me desejou uma vez, Holden. Quando abalei seu


mundo e montei seu pau como amava.

Meu aperto em sua garganta aumenta. — Não se iluda, querida.


Não passava de uma puta para molhar meu pau. Não significou
nada - e ainda não significa nada - para mim. Odeio suas
entranhas, porra. Olhar para você me dá vontade de vomitar.

Seu lábio inferior treme novamente enquanto novas lágrimas


deslizam por suas bochechas. — Não quis dizer isso.

— Ah, eu quis. Quero dizer tudo o que sai da minha boca,


Lauren. Sempre, sempre quero dizer o que digo. Agora saia de
perto de mim e nunca mais mostre sua cara para mim.

Solto sua garganta e me afasto, sem nunca olhar por cima do


ombro para ela. Depois pego meu telefone e envio uma mensagem
para meu pai, dizendo exatamente o que também precisa ouvir.
Holden: Terminei com Everlee. Feliz agora? Fique longe dela e de sua

mãe. Combinado?

Apenas alguns segundos depois ele responde, me fazendo sorrir


com o nome que lhe dei.

Fucker7: Combinado. Seu novo Range Rover deve chegar hoje. Dirija-

o para casa quando chegar. Precisamos conversar.

Não respondo, enfiando meu telefone de volta na minha calça.


Está louco se pensa que falarei com ele antes do meu jogo esta
noite. Minha cabeça precisa estar no lugar certo, não no que quer
que ele tenha para me dizer. Vou visitá-lo depois - no meu maldito
tempo.

Até lá, vou para a aula e tento não pensar na maneira como fiz
Everlee chorar.

7
-Filho da puta, desgraçado, maldito.
36

Everlee Vera

Enxuguei tanto os olhos que estão começando a arder. Todo


mundo fica olhando para mim, mas ninguém me disse uma
palavra. Não há “você está bem?”, nem olhares simpáticos. Não,
estão me olhando como se eu fosse uma aberração no canto que
acabaram de notar pela primeira vez.

— Ei, está bem?

Que porra? Virando-me, vejo um garoto que nunca vi antes,


olhando para mim com aquela expressão simpática a que acabei
de me referir. E me perguntou se eu estava bem. Olho em volta
para ver se mais alguém está observando, para ver se isso é algum
tipo de armação. Não descartaria nenhum desses idiotas para
pregar uma peça em mim durante um momento de
vulnerabilidade.

— Prometo que não estou aqui por maldade. Estou no mesmo


barco que você, acredite ou não. Tenho certeza de que a maioria
dos professores nem sabe que eu existo. — Dá de ombros,
afundando em sua cadeira a duas distâncias de mim.

Eu ainda não digo uma palavra, encarando-o. Nunca o vi antes,


mas como acabou de dizer, está no mesmo barco que eu e fica nas
sombras. Embora não tenha estado nas sombras uma vez aqui na
Reaper. Os holofotes estiveram em mim o tempo todo.
— Qual o seu nome? — Sussurro, esperando não chamar a
atenção de nossos colegas.

Ele olha para mim, sorrindo calorosamente. — Henley.

Eu sorrio de volta, mas é um sorriso fraco e torto. Henley ainda


pode pregar uma peça em mim, então estou em guarda.

— Provavelmente foi bom que Holden Van tenha terminado com


você... publicamente. As pessoas vão deixá-la em paz agora. — Dá
de ombros, puxando vários cadernos, alguns que noto estão
cobertos de rabiscos.

Não gosto do que ele disse. É claramente um ninguém e até


ouviu falar sobre a separação. Uma separação que não é real, mas
ninguém sabe disso.

Ignorando-o, pego meus próprios cadernos e me concentro na


frente da classe, esperando que entenda a dica para me deixar em
paz agora. Ninguém, além de Macy, me deu dois segundos de seu
tempo aqui na Reaper. No que me diz respeito, porém, não me
importo. Ser invisível novamente é a única maneira de sobreviver
ao resto deste ano; pode ser quanto tempo levará até que Holden e
eu possamos ser públicos novamente, de qualquer maneira.

Estou tremendo, mordendo o lábio inferior para não bater os


dentes. Arrepios marcam meus braços e pernas quando cruzo os
braços sobre o peito. Não sei dizer se é porque estou nervosa e
pensando demais ou porque estou congelando. De qualquer
maneira, provavelmente pareço prestes a cair da cadeira.

— Aqui.
Olhando para cima, vejo Henley segurando um suéter marrom
da escola com o logotipo da Reaper nas costas. Olhando para ele,
desejando seu calor e sensação de segurança em volta dos meus
ombros, mas também me perguntando o que está querendo dizer.

— Pegue o maldito suéter, Everlee. Não vai te morder — diz


Henley, balançando seu moletom para eu pegar.

Eu o arranco de sua mão, jogando-o sobre meus ombros


enquanto o calor se infiltra na minha nuca quase
instantaneamente. Respirando fundo, volto minha atenção para o
professor e faço algumas anotações. O suéter cheira ao que
imagino ser a colônia de Henley, e é quase insuportável, mas não
me importo porque está me ajudando a parar de tremer.

Quando a aula acaba, jogo o moletom de Henley de volta para


ele e saio correndo para os dormitórios. Tenho uma hora entre as
aulas e quero ter um momento a sós. Ninguém me disse nada, mas
seus olhos curiosos são igualmente exaustivos. Não posso ir a
lugar nenhum no campus sem que alguém fique me olhando, até
mesmo os professores.

Estou no meu quarto, chutando meus mocassins de couro


enquanto puxo meu cabelo de seu rabo de cavalo alto. Meus olhos
ainda doem de chorar mais cedo, e só quero me enrolar na cama e
dormir pelo resto do dia, mas não posso continuar me escondendo.

Sinto como se estivesse sufocando, então puxo a gravata da


escola em volta do pescoço até afrouxar. Depois empurro minhas
leggings para baixo até que possa sair delas. Holden me disse que
eu não poderia usar minhas meias, mas não me importo agora. Ele
não é meu namorado, certo? O pensamento me faz sorrir porque
se ele me vir com as meias, não consigo imaginar o que fará.

Meus olhos ficam pesados quando entro no banheiro,


encostada na bancada sem acender a luz. Talvez uma soneca não
faça mal. Ainda tenho uma hora antes da minha próxima aula, de
qualquer maneira. E se eu esperar para atravessar o campus até
o último minuto, Holden realmente não verá como voltei a usar as
meias. Calço uma de cada vez antes de me virar para sair do meu
banheiro, gritando quando o vejo parado na minha porta.

— Jesus, Holden, o que diabos está fazendo aqui?

Ele não diz nada, olhando-me de cima a baixo antes de seu


olhar permanecer em minhas pernas. Depois coloca ambas as
mãos no batente da porta, me prendendo.

— O que, hum, está fazendo aqui? — Repito, voltando ainda


mais para o banheiro para me afastar dele. Ele tem um olhar
perigoso em seu rosto agora.

Vários segundos de silêncio se estendem entre nós antes que


finalmente se afaste do umbral, marchando direto para mim. Ele
paira sobre mim, mas não me toca. Eu me encolho, olhando para
ele através dos meus cílios.

— Que porra de cheiro é esse? — Pergunta tão baixinho e


profundamente que mal o ouvi.

Levanto meu braço, cheirando ao longo do comprimento antes


de encolher os ombros. — O que está cheirando?

Ele não me responde novamente, enterrando o rosto no meu


pescoço enquanto inala profundamente. Gemendo, se inclina para
trás e me olha com raiva. — Cheira como outro cara — diz
asperamente.

Engolindo em seco, pisco algumas vezes, me perguntando


sobre o que diabos está falando quando percebo. O moletom de
Henley tinha o cheiro forte por causa de sua colônia, e o usei
durante todo o último período.

— Eu, hum, usei o moletom do Henley no último período —


sussurro.

Ele me agarra pelo pescoço, fazendo meus olhos se arregalarem


enquanto olho para seu rosto zangado. Um lampejo escuro nada
através de seu olhar à medida que aperta com força. — Não posso
tê-la cheirando como outro cara, menina bonita. O que faço sobre
isso?

Engulo novamente, sentindo a pressão de sua mão. — P-posso


tomar uma c-chuveirada — ofereço, gaguejando nervosamente.

Ele ri, balançando a cabeça. — Oh não. Uma chuveirada não


serve. A única maneira de se livrar do cheiro dele é substituí-lo
pelo meu. Fique de joelhos.

Minhas pernas cedem ao seu comando, deixando-me de joelhos


antes que minha mente tenha tempo de processar o que está
acontecendo. Ele chuta a porta do banheiro, fechando-nos
enquanto meu coração martela.

— Ele te ofereceu o seu moletom porque estava chorando? —


Pergunta, agarrando meu queixo para inclinar minha cabeça para
trás para que eu possa olhar para ele.
Lambendo meus lábios, balanço minha cabeça. — Estava
tremendo — sussurro.

— Estava com frio?

Mais uma vez, balanço a cabeça. — Os nervos estavam


tomando conta de mim.

Seus lábios se contorcem em um sorriso perverso enquanto sua


mão desliza para baixo para me agarrar logo abaixo da mandíbula,
espalhando seus dedos em minhas bochechas. Eu me contorço
quando sua outra mão torce em meu cabelo, puxando minha
cabeça para trás. Ele puxa o lábio inferior para dentro, gemendo
quando o solta. Minha boceta lateja quando meu olhar cai para
sua boca. Quero que ele me beije, que faça nosso rompimento há
pouco parecer uma memória distante, mas ele não o faz.

— Fui manso porque é nova nisso, menina bonita, mas isso


acaba agora. Eu terminei com você na frente de nossos colegas -
uma das coisas mais difíceis que tive que fazer - e então chego aqui
para encontrá-la cheirando a outro cara? Mmm, não tem ideia do
que quero fazer com você — diz enquanto sua respiração sai em
um tremor.

A excitação me atravessa, endurecendo meus mamilos


enquanto aceno com a cabeça em seu abraço. — Estou pronta,
Holden. Quero que me mostre o seu pior. Quero saber e sentir que
sou sua. Faça o que for preciso para me tornar sua.

Gemendo, ele esfrega o polegar sobre meu lábio inferior. — Tem


certeza? Porque serei duro, Everlee. Farei você chorar. Vou fazê-la
chorar. Todo o seu corpo implorará para parar, mas sua boceta
clamará por mais.
Puta merda.

— Por que? — Pergunto, porque não tenho ideia do que diabos


deveria dizer sobre algo assim.

Ele sorri. — Porque você é minha, e agora posso finalmente


mostrar o quanto. Se depois disso não quiser ficar comigo, posso
ir embora facilmente - sabe, já que terminamos, mas se gostar
disso, e realmente implorar por mais, então ficarei com você para
sempre, menina bonita. Estou prestes a lhe mostrar o verdadeiro
Holden Van. Está dentro?

Meu olhar dança sobre seu rosto, estudando-o até minha boca
ficar seca. Não faça ideia no que estou me metendo, mas não quero
desistir agora. Estou apaixonada por ele e se este for o momento
em que finalmente consigo ver o outro lado de sua parede de tijolos
muito alta, quero entrar.

— Estou dentro — sussurro.

Com um gemido, ele se inclina para frente e lambe o lado do


meu rosto antes de sussurrar em meu ouvido — Escolha uma
palavra segura, menina bonita. Vai querer uma. Será minha puta
agora, não minha menina bonita.

Sorrio, piscando para ele. — Fantasma. E prefiro ser sua puta


do que a puta de qualquer outra pessoa.

Ele ri, soltando meu pescoço e cabelo para ficar em pé, olhando
para mim. — Abra minha calça e puxe-a para baixo com minha
cueca — ordena.

Minhas mãos trêmulas se estendem, abrindo sua calça


enquanto ele tira a jaqueta da escola, deixando-a cair no chão.
Engulo em seco quando vejo a impressão de seu pênis através de
sua calça, puxando-a para baixo com sua cueca. Seu pau está
duro, saltando bem na minha cara ao mesmo tempo que empurro
suas calças até os tornozelos. Ele sai da calça e agarra a base de
seu pênis, dando um tapa em meu rosto.

Isso me surpreende, fazendo-me olhar para cima em seu olhar


sombrio enquanto me bate novamente.

— Gosta quando eu bato em você com meu pau, puta? Hum?

Aceno porque realmente gosto. Fechando os olhos, inclino a


cabeça para trás para dar a ele acesso total ao meu rosto enquanto
me dá um tapa novamente. Depois sinto a ponta pressionar contra
meus lábios e instintivamente me abro para ele. Ele empurra seus
quadris para frente, enchendo minha boca e garganta com seu
pau, tirando meu fôlego.

Cuspe escorre pelo meu queixo à medida que ele fode minha
boca, penetrando até que suas bolas pressionam contra minha
mandíbula. Sem reflexo de vômito, ele me fode fundo e forte, depois
se abaixa e aperta meu nariz. Tusso ao redor de seu pau, tentando
inspirar, mas ele afunda profundamente e sua circunferência
estica meus lábios.

— Ah, porra — geme antes de sair completamente e soltar meu


nariz.

Eu caio de joelhos, inspirando fundo várias vezes enquanto me


babo toda. Holden não me dá tempo para respirar antes de agarrar
meu cabelo e segurar minha cabeça para trás, enfiando seu pau
de volta na minha boca.
— Será que minha putinha suja adora engolir meu pau? Huh?

Estou tentando dizer a ele que amo isso mais do que jamais
saberá, mas nada além de resmungos sai, mais baba escorrendo
pelo meu queixo e cobrindo meu peito. Meus olhos reviram quando
a cabeça de seu pênis bate na parte de trás da minha garganta
repetidamente. Depois puxa e agarra a bainha do meu uniforme
escolar de botão e o abre. Os botões voam por toda parte, atingindo
cada superfície dura. Estou chocada, mas muito quente e
incomodada para prestar muita atenção a qualquer coisa que não
seja o que ele fará comigo a seguir.

Espero que ele tire minha camisa e meu sutiã, mas puxa o
tecido delicado do meu sutiã bem no meio e o abre. Meus seios
pesados estão abertos para ele à medida que empurra minha
camisa e sutiã para trás, segurando meus braços presos atrás de
mim enquanto minhas costas arqueiam.

— Engula meu pau de novo, puta — exige.

Piscando, rastejo em sua direção o melhor que posso e envolvo


minha boca ao seu redor. Ele empurra no fundo da minha
garganta, balançando todo o meu corpo enquanto fode minha
boca. Suas mãos embalam a parte de trás do meu crânio,
segurando minha cabeça firme ao mesmo tempo que geme,
empurrando até não poder ir mais longe. Depois arranca e se
acaricia, cobrindo meu peito e seios com seu esperma. Seus
gemidos profundos e guturais enquanto olha para si mesmo
gozando em mim, encharca minha calcinha. Acho que entendo o
que quer dizer ao substituir o cheiro em mim pelo dele. Vai me
cobrir de porra, não é? O pensamento me excita mais do que
jamais pensei.

Depois de liberar seu pau, Holden agarra meus braços e me


puxa bruscamente para me pôr de pé, forçando-me a encarar o
espelho. Meu corpo se sacode enquanto rasga e retalha meu
uniforme até que estou nua diante dele. Não tiro meu olhar dele
no espelho, observando sua expressão de desejo ao mesmo tempo
que olha para o meu corpo. Seu esperma ainda cobre meu peito, e
não faço nenhum movimento para limpá-lo. Quero-o ali.

Atrás de mim, ele agarra uma mecha do meu cabelo e puxa


minha cabeça para trás. — Olhe meu esperma cobrindo seus
peitos, puta. Está coberta com meu esperma, e só comecei. Diga-
me a quem pertence.

Eu lambo meus lábios, saboreando-o lá. — Você — sussurro.

Ele agarra meu cabelo com mais força, abrindo minhas pernas
com um chute antes de centralizar seu pênis sobre minha boceta
e me penetrar.

— Não consigo ouvi-la.

— Você!! — Grito tão alto que estou surpresa que o espelho não
quebre.

Seu tamanho me estica, me enchendo ao máximo enquanto me


fode com força. Nossos corpos batem e os sucos se espalham,
cobrindo o interior das minhas coxas. Estende a mão e traça um
dedo sobre meu peito e, finalmente, seu esperma antes de trazê-lo
aos meus lábios. Meu corpo balança sob ele conforme enfia o dedo
na minha boca. O gosto de seu esperma explode na minha língua,
e adoro isso.

— Gosta do sabor do meu esperma, não é? Porra, engula, puta.

Eu gemo, girando minha língua em torno de seu dedo para


obter cada gota antes de engolir. Entre o seu gosto e o jeito que me
fode, não consigo mais me conter. Meus olhos reviram enquanto
ele me penetra. Estou à beira de gozar mais forte do que já me fez
gozar antes.

Arqueando minhas costas, ele bate em mim com mais força, e


meu corpo ganha vida. Minha boceta pulsa ao redor de seu pau, e
meu gemido enche o banheiro. Holden se retira e se acaricia,
revestindo minha parte inferior das costas com seu esperma. Caio
no balcão, mas Holden engancha o braço em volta da minha
garganta e me segura contra seu peito.

— Mmm, acha que terminamos? Estou apenas começando.

Meus olhos se arregalam por um momento, imaginando como


meu corpo passará por isso sem desistir dele. Ele disse que faria
meu corpo implorar para parar, mas minha boceta... Bem, ela
definitivamente quer mais.

Holden Van
Afundando de volta em sua boceta apertada e molhada, fecho
meus olhos e sibilo por entre os dentes. Ela fica incrível pra caralho
agarrada ao meu pau latejante. É como se a sua boceta fosse feita
para mim.

— Foda esse pau, puta. Mostre que garotinha safada é — digo


a ela, amando como desempenha esse papel perfeitamente.

Seus gemidos ecoam pelo banheiro enquanto aperto meu braço


em volta de seu pescoço. Ela salta no meu pau, olhando-me nos
olhos no espelho. Fixo seu olhar, observando sua boca abrir
conforme sua boceta engole meu pau inteiro. E quando estende a
mão e abre as bochechas para pegar mais do meu pau, gemo e não
consigo me conter. Bato em sua boceta, empurrando seu rosto
para frente até que sua bochecha bate no espelho e sua respiração
pesada embaça o vidro.

O som de nossos corpos batendo abafa seus gemidos, a névoa


no vidro crescendo conforme sua respiração aumenta. Meus dedos
dos pés se enrolam no pequeno tapete sob nossos pés enquanto
bato nela, sentindo meu saco apertar antes de explodir, enchendo
sua boceta.

É neste exato momento que percebo que nunca peguei uma


camisinha. Foda-se, isso é bom demais. Sabia que foder sua boceta
crua seria incrível, mas isso é algo completamente diferente. Isso
é mágico pra caralho, feliz, completamente consumível.

Meu gemido ecoa pelo banheiro enquanto meus dedos se


cravam em seus quadris à medida que mantenho minhas
estocadas até parar. Sua boceta convulsiona ao redor do meu pau,
me ordenhando ao mesmo tempo que termina a onda de seu
próprio orgasmo.
Eu a agarro pelo pescoço e puxo suas costas contra meu peito
novamente antes de pressionar minha boca em sua bochecha
encharcada. — Essa é a porra da minha boa garota.

Ela choraminga, olhando no espelho e direto nos meus olhos


novamente. Há uma emoção nadando em seu olhar que nunca vi
antes, e não consigo parar de olhar em seus olhos. Meus quadris
se movem novamente, fodendo-a lentamente enquanto suas
pálpebras pesadas tremulam.

Então seus olhos se arregalam, e está olhando diretamente


para o meu olhar novamente. — Eu te amo — sussurra.

Porra.

Não digo uma palavra. Simplesmente continuo fodendo-a e


mantenho seu olhar no espelho, me perguntando porque meu
coração deu uma cambalhota no meu peito quando disse essas
três pequenas palavras. Isso é algo com o qual não posso lidar
agora.

Afastando-a do balcão, chuto suas pernas e cuidadosamente a


ajudo a se ajoelhar, enquanto meu pau permanece em sua boceta.
Então enfio seu rosto no tapete, arqueio seus quadris para trás e
a fodo com força e rápido. Ela terá queimaduras nas bochechas,
mas não dou a mínima.

— Holden, eu...

Não estou pronto para ouvir essas palavras novamente, então


pressiono meu peso em suas costas e agarro sua garganta com
ambas as mãos. Espremendo o ar de sua garganta, eu a fodo com
mais força. Seus pequenos gemidos e ofegos se transformam em
gorgolejos, e sinto sua boceta apertar meu pau novamente. Ela
gosta disso?

Aumento meu aperto, batendo nela mais e mais, e mais até que
pare de fazer barulho. Está prendendo a respiração porque sei que
não estou sufocando-a com tanta força. E então percebo o que ela
está fazendo. Sua boceta convulsiona, seu corpo balançando
embaixo de mim enquanto goza em meu pau mais uma vez.

— Porra, sim, minha putinha suja. Goze neste pau.

Afrouxo meu aperto em sua garganta e bato nela com mais


força. Seus olhos reviram para trás de sua cabeça enquanto lambo
entre suas omoplatas, fazendo-a minha.

Estou gozando de novo, enchendo sua boceta até fodê-la,


revestindo a base do meu pau com nosso creme. Quando sei que
ela engoliu tudo, lentamente me retiro e a deixo cair no chão. Eu
me ajoelho e vejo meu pau saltar uma vez quando vejo o que fiz.
Cobri sua boceta com meu cremoso esperma, pingando no tapete
embaixo dela.

Ela está exausta, mas ambos precisamos de um banho depois


desta. Felizmente, estamos aqui. Estendo a mão e ligo o chuveiro,
totalmente preparado para carregá-la e lavá-la em meus braços, se
for preciso. Ela fez um trabalho tão bom e não chorou nenhuma
vez. Eu lhe disse que seria duro com ela e, mesmo assim, me
contive.

Inclinando-me sobre ela mais uma vez, afasto seus cabelos


loiros de sua testa suada e cheiro seu pescoço. Missão cumprida.
37

Everlee Vera

Quando acordo, meu corpo inteiro está dormente e meu cabelo


molhado, mas estou na cama. Olho em volta procurando por
Holden, mas ele se foi, não deixando nada para trás para provar
que esteve aqui. Franzo a testa ao pensar que ele saiu correndo
antes de eu acordar. Sei o que disse a ele e não me arrependo de
dizê-lo. Como ele, quero dizer o que digo agora.

Olhando para o relógio, xingo quando percebo que perdi não


uma aula, mas duas. Puxo meus cobertores e pulo completamente
nua, correndo para o meu armário. Que diabos?! Onde estão
minhas roupas?! Não há literalmente nada pendurado aqui. Corro
para minha cômoda em seguida, abrindo as gavetas para também
encontrá-las vazias.

— Holden! — Grito para um quarto vazio enquanto me viro e


olho para a porta.

O que diabos está jogando aqui? Pego meu telefone e envio uma
mensagem para ele, perguntando onde diabos estão minhas
roupas. Sua resposta é imediata.

Holden: Se não tem nada para vestir, não pode sair do quarto. Volto

em breve. Seja uma boa putinha e espere por mim.


Engulo em seco, lendo sua mensagem mais algumas vezes.
Meu coração troveja quando leio a palavra puta. A maioria das
mulheres ficaria ofendida - até chocada - com o uso dessa palavra,
mas gosto dela. Saber que sou a puta de Holden Van faz o friozinho
na minha barriga se agitar como um louco.

Estou sorrindo quando outro texto chega, mas este não é de


Holden. É da minha mãe.

Mãe: O hospital ligou. Consegui meu emprego de volta. Ainda

precisamos conversar. Amo você.

Não gosto de como disse que ainda precisamos conversar,


porque tenho a sensação de que tem a ver com Holden. É claro que
não gosta dele, mas isso é muito ruim para ela. Estou apaixonada
por ele e ela terá que se acostumar à sua presença, porque ele não
vai a lugar nenhum.

Jogo meu telefone na mesa de cabeceira, rastejo de volta para


a cama e enrolo meu cobertor em volta da minha nudez. Já que
não posso ir a lugar nenhum, é melhor dormir um pouco mais.
Estou exausta e meu corpo dolorido em lugares que não sabia que
poderiam estar assim. E embora Holden tenha cuidado de mim
depois, limpando minha carne, ainda posso sentir seu sêmen
cobrindo meu corpo.

Viro-me de frente para a parede e não consigo parar de pensar


em como me possuiu no meu banheiro. Dar minha virgindade a
Holden Van é algo que nunca me arrependerei, e tudo que posso
esperar é que serei sua pelo resto da minha vida. Não quero que
outro homem me toque. O pensamento me deixa fisicamente
doente. Falando no meu homem, uma ideia me ocorre quando
procuro o nome de Macy e lhe envio uma mensagem rápida.

Everlee: Ei Macy, pode me fazer um favor? Ficarei em dívida com você,

mas quero fazer algo por Holden.

MACY: Claro, baby, e aí?

Uau, essa foi uma resposta muito rápida. Só espero que possa
me fazer esse favor antes que Holden volte.

Everlee: Pode ir à loja de Halloween e me comprar uma máscara?

Acho que sabe qual. ASAP8. :)

MACY: lol, seu desejo é uma ordem.

Sorrindo, jogo meu telefone de volta na mesa e me aconchego


na cama. Quando Holden voltar, não saberá o que fazer.

Holden Van
Estou atravessando o campus quando ouço meu nome ser
gritado no pátio. Não paro a princípio, mantendo meu ritmo em
direção ao prédio do dormitório onde sei que uma Everlee nua está
me esperando. Meu pau está meio gordinho só de pensar nisso.

8
-Sigla para As soon as possible (o mais cedo possível).
— Holden, espere!

Gemendo, reconheço quem é agora, e não espero. Ela é a última


pessoa com quem quero falar. Achei que a cadela teria decidido me
cortar completamente de sua vida depois de descobrir que fodi a
sua mãe - mais de uma vez. E então, novamente, quando a
sufoquei e lhe disse para ficar longe de mim. Sim, ele não parece
seguir as instruções muito bem. Nunca funcionaríamos, não
importa as circunstâncias.

Lauren agarra meu braço perto da cerejeira, me virando para


encará-la. — É verdade que terminou com Everlee?

Minha mandíbula flexiona enquanto a fixo com um olhar duro.


Não é da sua conta, embora saiba que é ela quem solidificará essa
desinformação aos nossos pais.

— Sim? — Respondo com confusão. — Não tivemos essa porra


de conversa? — Literalmente sinto que tivemos essa mesma
conversa esta manhã. Estou chapado? Sonhando?

— Eu, hum, realmente não sei o que dizer. Fez dela uma grande
parte da sua vida recentemente. O que aconteceu?

Está falando sério agora? — Isso não é da sua conta — digo a


ela.

Virando, caminho para o prédio do dormitório novamente, mas


Lauren ainda está no meu encalço. Posso sentir seu perfume
sufocante. Dá vontade de tapar o nariz e parar de respirar. Que
diabos é essa merda? Pimenta?!

— Holden, precisamos conversar! — Grita, agarrando meu


braço novamente para me girar.
Eu me viro, olhando para ela enquanto solto um suspiro. —
Que porra você quer, Lauren? Independentemente de ter
terminado ou não com Everlee, isso... — aponto entre nós — nunca
acontecerá, porra.

Sua expressão se contrai, mas balança a cabeça. — Sei que as


coisas entre nós nunca mais serão as mesmas, mas… ouvi meu
pai ontem à noite, Holden. Eles ainda planejam nos casar.

Sinto-me em um déjà vu. Minha mandíbula aperta novamente


enquanto meu olhar dança sobre seu rosto procurando por um
sinal de uma expressão mentirosa, mas não vejo nada. Que porra
tenho que fazer para tirar nossos pais de nossas costas? Nunca
me casarei com Lauren. Nunca.

Em vez disso, rio com meu sorriso diabólico. — Ainda quer se


casar comigo, Lauren? Depois de saber que fodi sua mãe... Não
uma vez, mas mais de uma dúzia de vezes...? Poderia dividir a
cama comigo de novo, sabendo onde meu pau esteve?

— Pare com isso — sussurra, com lágrimas crescendo em seus


grandes olhos verdes.

— Não quer se casar comigo, Lauren. Vou odiá-la a cada


segundo da sua vida se você fizer isso.

Seu lábio inferior treme. — Você já foi um bom garoto, Holden.


Lembro-me de quando era carinhoso comigo. Eu me vi casando
com você, mas...

Minhas mãos se fecham ao meu lado, estremecendo com cada


palavra agradável que diz sobre mim. — Aquele garoto legal que
conheceu morreu junto com a mãe dele. Nunca me casarei com
você, Lauren.

Ela acena com a cabeça. — Não pensei que casaria. Nem


mesmo se nossos pais tivessem combinado isso. É por isso que eu,
hum, vim para lhe dar isso.

Pego o panfleto que me estende, examinando a frente confusa.


Meu olhar se volta para o dela quando dá de ombros.

— É a única maneira de tirá-los de nossas costas — diz.

Enfiando o panfleto no bolso interno da jaqueta da escola, dou


a Lauren um único aceno. Não uso minhas palavras, mas meu
gesto diz tudo. Estamos bem agora. Podemos nos afastar um do
outro neste segundo e ficar bem com a forma como as coisas
aconteceram. Pelo menos sei que posso. Não dou a mínima para
ela.

Estou quase de volta ao prédio do dormitório quando Zeke


aparece do nada e me para. A veia do meu pescoço lateja enquanto
a irritação formiga na parte de trás do meu crânio. Que porra tenho
que fazer para que as pessoas me deixem em paz?!

— O que é, cara? Tenho coisas para fazer agora — digo a ele.

— Não se preocupe, pode molhar seu pau em um segundo, mas


precisa saber que ouvi Christian conversando com os irmãos
Barrett.

Jogo minha cabeça para trás para olhar para o céu, soltando
um suspiro irritado. Os irmãos Barrett são um bando de
desajustados ricos e mimados de algumas cidades próximas. São
corredores de rua, pagando muito dinheiro para quem pode vencê-
los. E meu palpite é que Christian mordeu a isca.

— Com qual carro ele correrá? — Pergunto.

Zeke dá de ombros. — Não sei, cara, mas não consigo fazê-lo


mudar de ideia.

— Quando é a corrida?

— Hoje à noite.

Minha mandíbula aperta novamente. Claro que é. Deus me


livre se puder passar uma noite sem besteiras. — Mas o jogo é hoje
à noite — eu o lembro.

— Sim, vão se encontrar na montanha depois do jogo.

Esfrego a mão no rosto. — Se ele for pego correndo de novo,


voltará para o reformatório durante todo o verão. — E a ideia de
ver meu melhor amigo trancado o verão todo me irrita pra caralho.
O cara realmente precisa parar de correr e encontrar uma garota
para mantê-lo ocupado.

— Farei o que puder — digo a ele antes de me virar e finalmente


entrar no prédio do dormitório.

Estou impaciente, subindo os degraus de dois em dois até


chegar ao topo. Minha garota está apenas algumas portas abaixo,
mas paro no meu lugar quando vejo Macy saindo de seu quarto
com uma risada. Não a impeço, mas fico de olho nela. Quando
desaparece no corredor, vou até o quarto de Everlee e entro.

Meu corpo inteiro congela quando me viro e a vejo. Está


sentada contra a cabeceira da cama, os seios bem expostos para
serem devorados pelo meu olhar. Sorrio, inclinando a cabeça à
medida que estudo o que está tentando fazer aqui enquanto usa
minha máscara Ghostface e nada mais. Seus cabelos loiros se
destacam na parte inferior, emoldurando seus seios empinados.

— Qual é o seu filme de terror favorito? — Pergunta baixinho.

Eu rio, esticando a mão atrás de mim para trancar a porta com


um clique alto. Depois tiro minha gravata e minha jaqueta, me
despindo enquanto me aproximo dela com um passo
agonizantemente lento de cada vez.

— Não é óbvio, menina bonita?

Ela se contorce quando chego ao lado da cama, pairando sobre


ela, mas sem tocá-la. Seu peito sobe e desce rapidamente
enquanto sua respiração acelera. Estou deixando-a nervosa ou
excitada? Estendo a mão e passo a parte de trás dos meus dedos
em sua clavícula, empurrando seu cabelo loiro de seu ombro.
Inclina a cabeça, provavelmente esperando que eu me incline e dê
uma mordida em seu pescoço, mas ainda não chegamos lá.

— Qual é o seu plano de jogo aqui, Everlee? — Pergunto,


inclinando minha cabeça para ela novamente.

Ela agarra meus braços e me puxa rudemente para a cama.


Sou forte o suficiente para detê-la, mas não quero. Quero ver o que
esta putinha planejou para mim. Deitada de costas, ela monta em
meus quadris e me dá a visão perfeita de seus seios doces.

— Acho que devo puni-lo por pegar todas as minhas roupas e


me deixar aqui nua.
Bufo com uma pequena risada. — Não é muito boa em
punições. Nós dois nos divertimos muito da última vez que tentou
me punir.

Meu pau fica duro só de pensar em ser amarrado à minha


cadeira antes de ela voltar e engolir meu pau.

— Fiz algumas leituras leves enquanto me obrigou a ficar presa


no meu quarto — me diz, passando a unha pelo meu peito.

Enlaçando meus dedos atrás da minha cabeça, fico confortável


com um sorriso no rosto, sabendo que ambos estamos prestes a
nos divertir novamente. E se ela pensa que me provocar e me
torturar, tem outra coisa vindo. Enfiarei seu rosto no travesseiro
tão rápido que não saberá o que a atingiu até que meu pau esteja
enterrado bem fundo em sua boceta.

— Sim? E o que essa leitura envolveu, menina bonita?

Ela sorri. — Isso é para eu saber e para você descobrir.

Balanço minha cabeça, sorrindo para ela enquanto se move


para trás para se sentar nas minhas coxas. Meu corpo estremece
quando agarra meu pau com uma mão, enquanto a outra
pressiona dois dedos contra minha virilha. Ela aprendeu sozinha
como masturbar um cara? Fico confortável, observando-a
acariciar todo o meu comprimento.

— É interessante o que se pode aprender on-line — diz


suavemente, inclinando seu rosto coberto pela Ghostface.

— Se você estiver interessada, posso mostrar alguns dos meus


sites favoritos — provoco.

Ela bufa. — Não quero ver pornografia.


— Não é pornografia, mas também nunca é demais aprender
uma ou duas coisas.

Ignorando-me, ela acaricia meu pau com mais força e rapidez,


cobrindo a palma da mão com meu pré-sêmen. Seus dedos
pressionam com mais força e circulam minha virilha. Droga, isso
é bom. Meu pau lateja algumas vezes, ficando mais duro do que
nunca. Essa pressão na minha virilha é legal.

— Quero vê-lo gozar, Holden — ela sussurra. — Quero vê-lo


gozar enquanto geme.

— Foda-se — sibilo, olhando para baixo para ver sua mão me


acariciando.

Meus dedos dos pés enrolam e minha bunda aperta. Empurro


para cima o máximo que posso, acompanhando o movimento da
sua mão. Minha boca se abre, deixando escapar respirações
ofegantes enquanto sinto meu pau aumentar a pressão. Estou
prestes a explodir, mas então ela me solta completamente e meu
pau pesado cai na parte inferior do meu abdômen; meu orgasmo
vai embora.

Ergo uma sobrancelha para ela, mas não digo nada. Depois de
um minuto ou dois, ela agarra meu pau novamente e acaricia,
desta vez com o punho duplo. Estou voltando ao ritmo, flexionando
meus quadris enquanto meus dedos do pé se curvam, apenas para
ela parar novamente.

Meu gemido irritado ecoa pelo quarto enquanto olho para ela,
incapaz de ver sua expressão, mas sei que está satisfeita consigo
mesma. Sei exatamente o que tenta fazer, mas não funciona
comigo.
— Piadas sobre você, menina bonita. Treinei meu pau para
durar muito tempo durante o sexo, ao fazer oral, mas se esta for à
sua maneira de me fazer durar o resto do dia sem gozar dentro da
sua boceta, então faça isso. — Deito-me, olhando para o teto com
um sorriso malicioso.

Ela escarnece. — Sério?

Posso dizer que estraguei seus planos de me provocar e me


torturar completamente. Agradeço seu desejo de pesquisar e
descobrir maneiras de me agradar, mas ela não tem ideia do
quanto realmente sei ou da experiência que tenho.

— Não fique tão desapontada, putinha — digo a ela, apontando-


lhe meu dedo. — Venha aqui e sente no meu pau, baby. Prometo
manter minha boca fechada para que possa me torturar com sua
boceta doce e apertada.

Sem resistir, ela monta em meus quadris novamente, usando


as mãos no meu peito para se firmar. Respiro fundo quando se
senta, engolindo meu pau inteiro de uma só vez. Porra, ela está tão
molhada e tão porra apertada.

Ela se move para cima e para baixo, deslizando-se no meu pau.


A borda não funcionou de jeito nenhum. Meus dedos dos pés se
curvam e sinto a pressão do meu orgasmo voltando com força total.

— Quero que me encha — sussurra.

Oh merda! Não estamos usando camisinha de novo. Agarro


seus quadris, pronto para jogá-la para longe de mim, mas ela me
cavalga mais forte e mais rápido. Minha cabeça afunda na cama
enquanto ofego. Uma corda de esperma de cada vez enche sua
boceta apertada à medida que gemo.

Tirando a máscara Ghostface, ela sorri para mim antes de


abaixar a boca para o meu queixo. Beija da minha orelha até o
canto dos meus lábios, ainda me montando lentamente o tempo
todo. Estou vazio, mas ele está crescendo novamente, pronto para
fodê-la até a próxima semana, se é isso que ela quer.

E acho que é isso que ela quer quando me monta mais rápido.
Seus seios perfeitos saltam sobre mim quando se senta, olhando-
me conforme mordisca aquele seu lábio inferior rechonchudo. Ela
é tão sexy que me tira o fôlego.

— É a sua vez de gozar, menina bonita — digo a ela, alcançando


entre suas pernas enquanto meu polegar encontra e circula seu
clitóris.

Seus gemidos enchem o quarto à medida que joga a cabeça


para trás e continua me montando. Não consigo desviar meu olhar
de nossa conexão. Meu pau está encharcado com nossos sucos
misturados, um pouco cremoso na minha base por ela empurrar
meu esperma para fora. É tão porra sexy, observando sua boceta
me engolir inteiro enquanto sinto suas paredes apertarem. Sua
respiração é difícil. Ela está perto; posso sentir isso.

— Oh, porra. Holden! — Grita meu nome enquanto suas mãos


se espalmam em meu peito, cravando as unhas em meu peito.

Posso sentir sua boceta pulsar em volta do meu pau enquanto


goza. É tão perfeito porra, meus olhos observando cada centímetro
de seu corpo e expressão à medida que seu rosto se transforma.
Quero me lembrar como ela parece neste momento, recebendo
meu esperma como a boa putinha que é.

Levantando meus quadris, enterro meu pau mais fundo em sua


boceta e gozo novamente, enchendo-a como queria. Sua boceta
pingará com minha porra pelas próximas vinte e quatro horas
seguidas.

Quando cai em cima de mim, eu a envolvo em meus braços e a


viro de costas. Pego a máscara Ghostface e coloco-a sobre a
cabeça, me colocando novamente entre as suas pernas enquanto
observo seus olhos brilharem sob as pálpebras pesadas.

— Ainda não acabei de enchê-la, menina bonita.


38

Everlee Vera

Nunca fui uma grande fã de futebol, por isso não tenho muita
certeza do que acontece agora. De acordo com a multidão
enlouquecida, porém, algo enorme acontece. Holden está parado
atrás de um cara, esperando que a bola seja passada para ele, e
todo o time está perigosamente perto da end zone.

E Jett Hastings está parado na beira do campo, olhando para


Holden com um olhar de matar. Se Holden fizer esse arremesso e
colocar um cara na end zone, eles vencem. Posso imaginar como
Jett ficará chateado.

Voltando minha atenção para Holden, me levanto e jogo minhas


mãos para cima, gritando — Vamos, Holden!! — Sei que não pode
me ouvir, mas é divertido fazer parte da torcida.

A bola é levantada e Holden corre para trás com a bola na mão.


Está olhando para a esquerda e para a direita, tentando encontrar
um jogador livre, e estou prendendo a respiração. Isso tudo é tão
emocionante - indutor de ansiedade, na verdade!

Ele joga e juro que todo o estádio fica quieto. O garoto na end
zone - que acho que é Christian - pega e a multidão vai à loucura.
Sou empurrada, gritando junto com eles enquanto fico de pé no
banco para ver por cima de todos. As mãos de Holden estão
levantadas enquanto corre em direção a Christian. Eles se
abraçam e batem no peito, torcendo à medida que seu time os
cerca.

Ganhamos!

Olho para Jett do outro lado do campo e sorrio, vendo-o chutar


a grama e xingar. Está tendo um ataque como o idiota mimado que
é. Bem feito.

— Everlee, vamos! — Macy grita, estendendo a mão para mim.

Aceito sem questionar, manobrando através da enorme


multidão enquanto descemos as arquibancadas. Corremos para o
estacionamento. Odeio como Holden e eu estamos falsamente
separados agora. Adoraria nada mais do que correr para o campo,
beijá-lo na frente de Jett e parabenizá-lo pela vitória no jogo.

— Holden me pediu para levá-la de volta para os dormitórios


enquanto cuida de alguma coisa — me diz conforme entramos em
seu carro.

— O que ele tem que cuidar?

Seus lábios franzem quando me olha. — Foda-se. Você


descobrirá, eventualmente. Ele subirá a montanha para impedir
Christian de competir com os irmãos Barrett.

Minhas sobrancelhas se juntam. — Mas Christian não estava


apenas no campo? Por que não o detém lá?

— Porque Christian já fez esse acordo com os Barrett. Se ele


não aparecer, será considerado um covarde, e todos sabemos que
Christian tem um ego do tamanho da porra de Marte. A única
maneira de pará-lo é quando ele está no momento. Holden sabe o
que está fazendo.
Sento-me no meu lugar, olhando pela janela lateral quando
percebo que algumas gotas de chuva respingam no vidro. Holden
pode saber o que está fazendo, mas ainda estou desconfortável
com tudo isso. E depois fazer com que Macy me leve de volta aos
dormitórios para que eu também não suba a montanha? Sim, isso
não funciona para mim. Não sei como chegar lá sem saberem, mas
chegarei.

Macy estaciona bem na frente dos dormitórios, mas não saio


imediatamente, encarando-a de frente. — Diga-me a verdade,
Mace. Devo me preocupar com o que acontecerá hoje à noite?

Ela mordisca o lábio inferior, virando-se para olhar pelo para-


brisa. — A verdade? Inferno sim, deveria. Os irmãos Barrett não
são pessoas com quem quer foder. E Holden subir lá para parar as
corridas não será bonito. Sem mencionar que a reputação de
prostituto de Holden se espalha além de Reaper e do vale. Os
abutres se divertirão hoje à noite, sabendo que ele é tecnicamente
um cara livre de novo.

Engulo em seco quando o calor em minhas bochechas se


intensifica. Terminamos publicamente para tirar seu pai e Lauren
de nossas costas. Ainda pertencemos um ao outro, certo? Meu
estômago dá um nó, minhas mãos tremem no meu colo.

— Você e eu sabemos que não poderei sentar aqui sozinha,


Mace — sussurro, voltando meu olhar para ela. — Por favor, me
leve até lá.

Seu olhar passa entre os meus antes que solte um suspiro. —


Holden vai me matar, mas entendo completamente. Coloque o
cinto de segurança de volta. Vamos nos atrasar.
Holden Van
— Onde diabos ele está? — Pergunto a Zeke, vasculhando a
enorme multidão de nossos colegas procurando por Christian.

Ele saiu do jogo apressado e estávamos logo atrás dele. Tive


tempo suficiente para colocar um moletom Reaper e uma camiseta
branca. Meu cabelo está penteado para trás por causa do suor do
jogo. Não tive tempo de tomar banho.

— Não consigo encontrá-lo, cara — diz Zeke, olhando em volta


freneticamente.

Estou irritado pra caralho. Christian se mete nas piores


situações, e eu e Zeke estamos presos tentando tirá-lo disso. O
garoto foi ao reformatório quatro vezes, saindo cada vez mais
fodido. Não acho que aprenderá a lição tão cedo, e depois desta
noite, eu terminei. Ele pode se livrar de sua própria merda a partir
de agora.

O ronco de um carro de luxo ecoa pela multidão que se divide


como o Mar Vermelho, mas não me mexo. Christian dirige o novo
Aston Martin Vantage vermelho cereja de seu pai. Sei que este
carro custa mais de trezentos mil dólares. Christian é um homem
morto.

Ele põe a cabeça para fora e grita comigo. — Saia da frente,


Van!
Cruzo os braços sobre o peito, balançando a cabeça. Pode gritar
comigo o quanto quiser, mas não cederei. Ele obviamente vê isso e
pula, vindo direto para mim.

— Que porra, cara? Saia do caminho.

Zeke se junta a mim, pondo-se também na frente do carro.

— Cara, não faça isso. Não só seu pai vai matá-lo, como está a
um passo de passar nove meses no reformatório — Zeke diz a ele.

Ele bufa, olhando entre nós dois como se não pudesse acreditar
no que está vendo. — Meus dois melhores amigos se importam que
eu vá para o reformatório? Onde diabos estavam nas outras vezes?

Eu rio. — Bem aí tentando pará-lo, seu idiota de merda.

Minha mandíbula aperta enquanto a raiva sobe pelo meu


pescoço. Christian endireita os ombros, ficando bem na minha
cara antes de bater seu peito no meu. Ele quer lutar. Sem
problemas.

— Vamos, pessoal, não façamos isso agora. Christian, tire esse


carro daqui e vamos foder algumas vadias. — Zeke está sempre
tentando ser o mais calmo entre nós três. Somos eu e Christian
que somos os lutadores.

Olhamos para fora. Não tenho nenhum problema em dar um


soco na boca desse garoto - não seria a primeira vez. Só não quero
fazer isso na frente de todos os nossos colegas, e acho que ele
concorda quando recua e sorri.

— Aprecio isso, pessoal, mas correrei hoje à noite. — Caminha


de volta para nós, apontando diretamente para nossos rostos. —
Vocês não têm ideia do que meu pai fez desta vez. Correrei com o
carro dele com a intenção de perder. — Ele se vira para o carro,
cuspindo no capô. — O bastardo ama este carro mais do que me
ama.

Zeke e eu trocamos um olhar, sem dizer uma palavra. Não é


segredo que a vida de Christian não tem sido das melhores. Rico
ou não, existem segredos e demônios atrás da porta de todos.
Simplesmente odeio como competirá contra os irmãos Barrett. Eles
são implacáveis pra caralho.

No entanto, entendo muito bem como é querer se vingar do


próprio pai. Tenho um dos piores, por isso dou um passo para trás,
dando-lhe minha bênção. Este garoto pode cuidar de si mesmo se
voltar para o reformatório novamente. Tenho certeza que comanda
o lugar quando está preso. Afinal, ele é a porra do Christian
Veradin.

— Holden, o que diabos está fazendo, cara? — Zeke pergunta,


olhando entre mim e Christian com uma expressão ansiosa.

Eu jogo minhas mãos para cima. — Ele é um menino crescido,


Zeke. Deixe-o correr.

Eu o irritei, mas tanto faz. Christian sorri e volta para o carro,


sentando no banco da frente. Quando nos afastamos e nos
juntamos à multidão, não fico feliz quando três garotas se
aproximam de nós e tentam se acomodar.

— Ei, Holden. Quanto tempo não te vejo — a morena alta diz


enquanto escova seus peitos contra meu braço.

— Sim, e provavelmente há uma razão para isso — respondo


em um tom seco, mantendo meus olhos em Christian.
Ela me empurra. — Ainda é um idiota. Amo isso. Minha casa
ou a sua?

Isso chama minha atenção, mas não de um jeito bom. Virando-


me, dou uma boa olhada nela e faço uma careta. É a típica garota
gostosa - alta, pernas magras, cintura fina e os lábios perfeitos
para chupar um pau, mas há apenas um problema. Ela não é
Everlee.

— Não estou interessado — digo, me afastando dela novamente.

Desdenhando, ela se coloca na minha frente e bloqueia minha


visão. Resmungo audivelmente, fixando-a com um olhar duro.
Esta cadela claramente pensa que tem uma chance comigo e não
aceita um não como resposta. Ela disse algo sobre não me ver há
um tempo. Isso significa que eu a comi antes? É totalmente
possível. Perdi a noção de quem é quem.

— Uma última chance, Holden. — Ela se abaixa e pega minhas


mãos, levantando-as em direção ao peito. Essa cadela está
desesperada.

— Não. Interessado — digo com os dentes cerrados antes de


arrancar minhas mãos das dela. — Ele pode estar, no entanto. —
Ergo meu polegar em direção a Zeke.

Ela olha, levantando uma sobrancelha antes de encolher os


ombros. Solto um suspiro quando ela caminha até ele, finalmente
me deixando sozinho. Estava prestes a ser muito estranho para ela
se não se afastasse. Eu a teria humilhado na frente de todos.

Estou focado em Christian novamente quando os irmãos


Barrett estacionam em seu McLaren Speedtail. Porra do inferno.
Christian está ferrado, mas acho que já sabia disso. Disse que veio
aqui com a intenção de perder para eles. Bem, ele está prestes a
ter sua bunda chutada.

Olho para Zeke, balançando a cabeça quando vejo que sua


língua está na garganta da morena. A garota é um verdadeiro
pêssego, não é? Vai de um cara para outro como se fossem
descartáveis para ela. Com a sua aparência, provavelmente são.

Um par de braços envolve meu pescoço por trás antes de uma


boca encontrar meu pescoço. A veia pulsa enquanto a raiva aperta
meu peito. Estou literalmente fingindo solteiro por cinco malditos
minutos e não consigo recuperar o fôlego.

Agarrando seus braços, os puxo e giro, soltando um suspiro


quando Macy dá uma gargalhada na minha cara.

— Cara, não é legal pra caralho — digo a ela quando meus olhos
se desviam para Everlee de pé ao seu lado. — Que porra ela está
fazendo aqui? — Meu olhar raivoso se volta para Macy.

— Ei, não poderia mantê-la nos dormitórios. Ela insistiu.

Resmungando, olho para Everlee, odiando como não posso


deslizar minha mão em seu cabelo e puxá-la para o meu peito
antes de devorar sua boca. Essa separação falsa é uma merda. Em
vez disso, volto para Christian e me concentro na corrida. Macy e
Everlee estão uma de cada lado de mim, e eu sub-repticiamente
deslizo minha mão na dela, ouvindo sua forte inspiração quando
me aperta de volta. Esfrego meu polegar para cima e para baixo no
dela, dando uma espiada em suas bochechas vermelhas. Ela é sexy
pra caralho, e mal posso esperar para levá-la de volta aos
dormitórios. Vou castigá-la fodê-la? Ou lembrá-la a quem
pertence? Provavelmente um pouco de ambos. Meu pau está
ficando duro só de pensar nisso.

Ambos os carros rastejam até a linha de partida, enquanto


todos se separam e dão espaço. Está quase na hora da corrida.
Christian me olha bem nos olhos do banco do motorista, sorrindo
de orelha a orelha. Esse filho da puta é louco. Seu pai pode mesmo
matá-lo, mas tenho a sensação de que ele não se importa.

— Para que estão competindo? — Everlee pergunta.

— Títulos. — É doloroso dizer, mas é a verdade. Os irmãos


Barrett só competem por títulos. Christian perderá e entregará as
chaves do Aston Martin de seu pai como se não fosse nada. Eu
meio que gostaria de ter coragem de fazer isso com um dos carros
do meu pai, mas conhecendo meu pai, estaria na prisão, não no
reformatório.

O carro acelera e ronca, pronto para correr quando uma garota


gostosa aparece na frente deles com uma bandeira preta e branca
nas mãos. Ela a segura, balançando a bunda enquanto muitos
caras na multidão a xingam. É gostosa, mas é uma vadia gostosa.
Não é mais minha coisa.

Aperto a mão de Everlee, puxando-a para mais perto de mim


enquanto a garota deixa cair a bandeira. Ambos os carros cantam
seus pneus enquanto se afastam da linha de partida.
Desaparecem, rugindo pela estrada fechada em velocidades
perigosas. Todos corremos para a grade de segurança e olhamos
para a estrada da montanha, observando os dois carros de cima.

Estão lado a lado por um tempo, mas os irmãos Barrett


rapidamente assumem a liderança. Não apenas estão dirigindo um
carro muito mais rápido, como Zeke e eu sabemos que entregará
a corrida, independentemente. E pelo que parece daqui de cima,
ele está perdendo muito tempo.

Uma buzina alta ecoa atrás de nós, encerrando a corrida. Em


poucos minutos, os irmãos Barrett pararam entre nossa multidão,
saindo do carro de luxo com sorrisos arrogantes em seus rostos.
Eles sempre ganham. Nunca os vi perder. Por que as pessoas
continuam concordando em competir com eles está ao meu lado.
Malditos idiotas. Christian chega alguns minutos depois de perder,
saindo com um sorriso de comedor de merda enquanto joga as
chaves para o irmão Barrett mais velho. A transação está
completa.

Christian corre até nós com uma piscadela. — Parece que


voltarei para o reformatório — diz com um sorriso enquanto segura
o telefone. — Meu pai está procurando seu carro. Ele me chamou
de todos os nomes ruins que existem. Quem me dará uma festa de
despedida?

Olho para Zeke, compartilhando um aceno de cabeça antes que


a morena que estava beijando dê um passo à frente e levante o
braço.

— Vou jogá-lo para você, Christian — diz com uma voz sensual,
deslizando até Christian como o abutre que é.

— Vai, baby? — Ele joga de volta, sabendo que transará esta


noite. — Importa-se que meu amigo também venha? — Pergunta,
acenando para Zeke.

Ela estende a mão para Z, mordendo o lábio inferior. — Não


aceitaria de outra maneira.
Não posso evitar quando rio, lançando um olhar para Everlee
enquanto fica boquiaberta com eles. Minha pequena vadia virgem
não acredita no que ouve, hein? Zeke e Christian compartilham -
não há como negar. Inferno, eu compartilhei com Christian uma
ou duas vezes no ano passado. O cara é uma aberração.

— Não posso dizer que não tentamos — digo a Zeke enquanto


nos dirigimos para sua caminhonete.
39

Everlee Vera

Holden não soltou minha mão desde que a pegou na corrida.


Estamos no banco de trás da caminhonete de Zeke, vendo a vadia
beijar Christian no banco da frente. Não entendo. Pensei que ela
estava apenas com Zeke.

Nunca entenderei como algumas garotas funcionam. Cada um


na sua, acho.

Quando chegamos a casa de festa em que estivemos no


Halloween, olho para Holden com expectativa. Deveríamos ter
terminado, então não tenho certeza de como isso acontecerá esta
noite. E não sei se consigo me controlar se as garotas se jogarem
em cima dele. As palavras de Macy ecoam na minha cabeça
novamente. Poderia realmente esfaquear uma cadela. Holden Van
é meu.

— Como faremos isso? — Pergunto a Holden para que só ele


possa ouvir.

Ele aperta minha mão. — Com você curvada sobre o balcão do


banheiro enquanto sua boceta engole meu pau. Minhas mãos
estarão sobre sua boca, abafando seus gritos.

Engulo em seco, apertando meus joelhos para parar o latejar


entre minhas pernas. Estou sem palavras, incapaz de pensar
direito. E quando olho para ele com olhos pesados, ele está
olhando para mim como se quisesse me devorar completamente, o
que acredito que fará.

Estendendo a mão, ele afasta meu cabelo da minha bochecha


antes de passar o polegar sobre meus lábios. Meu lábio inferior
estala quando o puxa para baixo e solta.

— Estamos aqui, pessoal. Parece vivo — Zeke diz por cima do


ombro.

Odeio como Holden se afasta de mim, saindo da traseira da


caminhonete sem se virar para me ajudar a descer. Podemos ter
que representar um papel agora e só faz um dia, mas estou farta
de representar.

— Este é o lugar dela? — Pergunto a Holden enquanto deslizo


para fora do banco de trás, sentindo minha saia subir conforme o
ar frio da noite belisca minha bunda.

— Sim — responde com o olhar em qualquer lugar, menos em


mim.

Estou confusa, no entanto. Poderia jurar que a festa de


Halloween realizada aqui foi dada por um cara. Talvez sejam
irmãos? Acho que se encaixa.

Holden caminha até a casa com Zeke, enquanto Christian paira


atrás deles com a morena vadia nas costas. Ela beija todo o
pescoço dele enquanto sobem os degraus. Tenho o pior show
conforme subimos as escadas. A moça sabe que não está de
calcinha, né? Porque tenho um completo show de coochy9.

9
-Gíria vulgar para vagina.
Christian a coloca onde está agora entre os três caras. Está se
esfregando em todos eles, olhando por cima do ombro para Holden
com o olhar que reconheço - ela o quer muito.

— Tenho uma cama grande o suficiente para nós quatro —


ronrona.

Meu peito aperta, meu estômago dá um nó e minhas mãos


tremem. Sobre a porra do meu corpo morto. Estou prestes a lhe
dizer quando Christian agarra seu queixo e a força a olhar para
ele.

— Você só precisa de dois de nós, baby. Não será capaz de lidar


conosco, os três. Além disso — se aproxima do rosto dela — Holden
não brinca mais com putas.

Ela choraminga, claramente não chocada por ser chamada de


puta. Parece que gosta de ser humilhada. Cada um por si.

Solto um suspiro quando Christian a puxa para dentro com


Zeke a reboque. Acho que posso guardar minhas garras por
enquanto, mas tenho a sensação de que apenas começamos no
departamento feminino. Ainda nem entramos e Holden recebeu
um convite para fazer sexo. Isso é normal para ele?

— Lembre-se de que não estamos juntos, menina bonita —


sussurra para mim antes de abrir a porta da frente.

Talvez eu devesse ter voltado com Macy. Onde diabos ela foi?
Não sei nem o que farei estando aqui. Não sou uma festeira ou
uma grande bebedora, e não posso falar com Holden com medo de
que alguém tenha uma ideia errada. No entanto, gosto de estar
aqui para monitorar as coisas. Se uma garota chegar muito perto
dele, arrancarei os seus olhos. Não me teste!

Não entro atrás dele imediatamente, sabendo que pareceria


suspeito se entrasse, mas depois de lhe dar alguns minutos de
vantagem, entro para beber alguma coisa. Ele está
cumprimentando todos os caras do time de futebol e meio que
abraçando algumas garotas enquanto caminha pela casa lotada.
Alguns olhos se voltam para mim, mas é como se realmente não
me vissem. Tanto faz.

Quando chego à cozinha, pego uma das últimas garrafas de


água do fundo do refrigerador e vou para o fundo da sala. Observo
tudo e como todos parecem desempenhar um papel. Esta é uma
das razões pelas quais odeio o ensino médio. Nenhuma dessas
pessoas é fiel a si mesma, todas tentando se encaixar em algum
lugar, mesmo que isso não faça diferença depois da formatura.
Quem é alguém no ensino médio raramente é quem realmente é.
Há apenas algumas pessoas genuínas, mas ainda não encontrei
uma.

— O que diabos está fazendo no canto?

Meu corpo inteiro relaxa quando me viro e vejo Macy e Tiff virem
na minha direção. Pensei que tinha me abandonado. Tiff me dá um
abraço antes de ficarem uma de cada lado de mim, olhando para
a multidão.

— Deus, não sinto falta do ensino médio — diz Tiff, torcendo o


nariz.

Concordo com a cabeça antes de tomar um gole da minha


garrafa.
— Uh oh. Ficou presa assistindo isso a noite toda? — Macy
pergunta, acenando com a cabeça em direção à sala de estar.

Tenho que esticar o pescoço para ver além da parede da


cozinha, e meu coração afunda no segundo em que vejo uma
garota alta com cachos ruivos saltitantes abraçada a ele. Está
olhando para ela com olhos cheios de luxúria - ou talvez esteja
bêbado? É difícil dizer de tão longe, mas percebo como suas mãos
não estão sobre ela. Minhas garras saem, no entanto.

Antes que possa me mover, porém, Tiff corre em sua direção.


Estou congelada no meu lugar enquanto a vejo marchar até eles,
agarrar a parte de trás do cabelo da garota e puxá-la de volta. Não
consigo ouvir o que está sendo dito daqui, mas parece que Tiff está
dando uma bronca nele.

Macy me cutuca com o cotovelo. — Isto será divertido. Tiffany


adora repreender Holden, e ele se encolhe como um cachorrinho
para ela. Veja.

E vejo. Tiff está apontando para o seu rosto, depois para a


garota antes de apontar para mim. Seu olhar segue os movimentos
dela, escurecendo quando me vê. Tomo um gole da minha água e
rapidamente desvio o olhar - para qualquer lugar, menos para ele!

Gostaria de saber o que estava sendo dito. Tiffany pode ser


bastante persuasiva quando se trata de seu irmão. Terei que me
lembrar disso quando precisar colocar Holden na linha, mas não
é como se eu realmente usasse os serviços dela.

— Oh, merda... — Macy agarra meu braço e me vira.


Vejo Lauren invadindo a casa, um olhar de puro pânico em seu
rosto à medida que caminha direto para Holden e Tiff. Está jogando
os braços ao redor, falando loucamente, antes de Holden agarrar
seus braços para acalmá-la.

Meus pés estão se movendo antes que perceba, Macy está bem
atrás de mim.

— Tem que fazer isso esta noite, Holden! Eles vão nos casar
amanhã! — Lauren chora, balançando a cabeça.

Bile sobe em meu peito com suas palavras. Ela deve estar
falando sobre seus pais e o arranjo de casamento que fizeram. A
ideia de Holden se casar com Lauren amanhã aquece todo o meu
corpo, meu estômago revira quando uma onda de náusea me
atinge.

Holden olha para mim, soltando um suspiro. — Acho que o gato


está prestes a sair do saco, hein?

Que diabos isso significa?! Estou prestes a fazer exatamente


essa pergunta quando enfia a mão no bolso de trás e tira um
panfleto. Olha para ele novamente, virando-o em suas mãos antes
de entregá-lo para mim.

Pego, meus olhos se arregalando quando vejo que é para uma


pequena capela. O slogan na frente diz que eles podem casar
qualquer casal no mesmo dia. Lágrimas picam meus olhos quando
olho para ele. Afinal, ele se casará com Lauren? Por que está me
mostrando isso? Para me machucar?

— Já cuidei de toda a papelada — diz Lauren. — Foi fácil


convencê-la a assinar papéis quando pensou que isso fazia parte
de salvar seu emprego no hospital. — Ela se vira e olha para mim.
— Precisávamos do consentimento dos pais.

Minha coluna se endireita enquanto puxo meu punho para


trás, aperto-o com força e planto meus dedos bem no nariz dela.
Lauren grita, segurando seu rosto conforme Macy me segura e
Holden olha para mim com os olhos arregalados, mas não posso
dizer se está prestes a sorrir ou rir. Ele parece orgulhoso.

— Para o que foi aquilo?! — Lauren grita.

— Está tentando roubar meu homem! — Grito de volta, pronta


para socar sua cara estúpida novamente se for preciso.

— Não estou tentando roubá-lo!

Confusa, olho para Holden, que sorri. Ele se aproxima de mim,


emoldurando meu rosto antes de inclinar minha cabeça para trás.
— Isso foi um soco foda, menina bonita.

— Com licença?! — Lauren grita.

— Oh, exploda sua bunda, Lauren. Mereceu isso por toda a


merda que fez, e você sabe disso — diz a ela.

Ela não diz nada, continua a tapar o nariz. Holden olha de volta
para mim, me dando um de seus sorrisos de derreter calcinha. Seu
olhar dança sobre meu rosto enquanto meu coração martela em
meu peito.

— Não me casarei com Lauren. Nunca. Aquele panfleto era para


nós. Lauren foi para o hospital e fingiu ser superiora, fazendo com
que sua mãe assinasse secretamente um consentimento dos pais
para permitir que se casasse. Sabe, já que não tem dezoito anos
por mais uma semana e meia.
Ele passa os polegares sobre minhas maçãs do rosto, baixando
o olhar para minha boca. — Então, o que diz, menina bonita? Quer
casar comigo?
40

Everlee Vera-Van

Disse a Holden que sim. Foi a primeira coisa que saiu da minha
boca, e agora estamos a caminho da capela do panfleto, mas neste
momento estou questionando tudo. Holden ainda não me disse
que me amava de volta, nem tenho certeza de que dirá. Holden me
ama? Eu lhe disse que o amava, e ele não disse nada de volta.
Estou simplesmente me casando com ele porque sou estou
apaixonada, disposta a fazer qualquer coisa para mantê-lo? Fazer
alguma coisa para impedi-lo de se casar com Lauren?

Holden puxa minha mão até sua boca, beijando as costas


enquanto olha para mim. — O que há de errado, menina bonita?
— Sussurra.

Olhando para o banco da frente, vejo que Macy e Tiff estão


conversando. Meu estômago está em nós quando olho para ele.
Como posso lhe dizer que estou nervosa por me casar com ele? Não
é que não queira, é que não sei o que realmente significo para ele.

— Por que quer se casar comigo? — Pergunto.

Ele ri, franzindo as sobrancelhas. — Não é óbvio?

Balanço a cabeça e dou de ombros ao mesmo tempo. — Então


não é forçado a se casar com Lauren?

— Nem de perto — diz com os dentes cerrados.


— Chegamos, pombinhos — diz Macy por cima do ombro.

Meu estômago revira quando olho pela janela lateral e vejo a


pequena capela iluminada em frente a uma espessa fileira de
pinheiros. É isso. Estou prestes a me casar com Holden Van. Estou
prestes a me tornar Everlee Van. Puta merda.

O suor que faz minha camisa grudar na minha espinha se


transforma em gelo quando saímos para o ar frio da noite.
Estremeço, deixando meus dentes baterem enquanto cruzo os
braços sobre o peito. Holden dá um passo atrás de mim e me
envolve em seus braços. Mesmo que seja tão quente quanto uma
fornalha, sua proximidade faz meus nervos dispararem. Não sei se
consigo passar por isso.

Meus pés se movem por conta própria, seguindo atrás de Macy


e Tiff em direção à capela. Elas vieram conosco para serem nossas
duas testemunhas, embora me pergunte se Holden ainda tem um
anel para mim.

Acho que vou vomitar. Meu estômago dói tanto, mas Holden me
empurra para frente e entramos juntos na capela.

Um belo casal de idosos - que parece ter mais de setenta anos


- sorri quando nos aproximamos do balcão. A capela é
maravilhosamente convidativa. Se eu não estivesse tão assustada
agora, diria a eles.

— Bem-vindos à nossa capelinha. Estão interessados em casar


esta noite? — A doce velhinha pergunta, sorrindo de orelha a
orelha.
— Sim, realmente. Meu irmão e sua namorada querem se
casar. É possível casá-los esta noite? — Tiffany pergunta.

Dou um passo atrás, querendo fugir, mas Holden agarra meu


braço. — Por que vocês não começam com a papelada? Preciso de
um momento com minha garota.

Ele gentilmente me guia para uma pequena sala no saguão


principal, fechando a porta atrás de nós. Meu coração bate tão
forte que está tomando conta da minha audição. Estou prestes a
desmaiar.

— Não temos que fazer isso, menina bonita. Não vou forçá-la a
fazer nada que não queira — diz, encostado em uma mesinha de
conferência no centro da sala.

Continuo cruzando meus braços sobre o peito enquanto olho


para ele. Preciso ser honesto com ele. Ele precisa saber exatamente
como me sinto, por isso lhe digo. — Não é que não queira me casar
com você, Holden, mas... isso é muito rápido. Nem sei se você me
ama. O casamento é algo sério para mim, tanto quanto era minha
virgindade.

Ele passa a mão pelos cabelos bagunçados, olhando para mim.


Eu meio que esperava que ele dissesse alguma coisa, mas não
consigo ouvir nada. Ele foi honesto sobre me usar para se vingar
de Jett. Está me usando de novo para escapar do casamento com
Lauren? Se estiver, não seria honesto sobre isso?

Tiffany entra na sala. — Desculpe interromper, pombinhos,


mas estamos em um limite de tempo aqui. Temos trinta minutos
para casá-los antes que fechem a capela durante a noite.
Tiquetaque. Espero você aqui no corredor. — Ela fecha a porta
novamente.

A sala se enche de um silêncio ensurdecedor. Tudo o que posso


ouvir é meu coração batendo forte e meus pensamentos malucos.
Quero me casar com Holden. Algum dia, mas não sei se esse dia
chegou.

— Não me casarei com você para me livrar de Lauren — diz


finalmente. Meu olhar se volta para o dele. — Bem, tecnicamente
estou, mas não é por isso que quero me casar com você, menina
bonita. Você é... é tudo para mim.

Caralho. Meu coração acelerado derrete no meu peito com suas


palavras. Ele é um cara de poucas palavras doces, por isso quando
as diz, é memorável. E meu palpite é que ele quer dizer cada uma
delas.

— Então o que diz? — Pergunta.

Mordo meu lábio inferior, pensando se devo ou não me casar


com ele. Não é surpresa que o ame. Mesmo que não decida me
casar com ele esta noite, sempre amarei Holden Van, mas se sair
por aquela porta sem me casar com ele, vou me arrepender pelo
resto da minha vida - sei que vou.

— Eu me casarei com você — sussurro.

Ele solta um suspiro aliviado, afastando-se da mesa antes de


estender a mão para mim. Saímos da pequena sala e encontramos
Macy e Tiff no saguão, esperando por nós.
— Estão montando a capela agora. Vocês estão
superanimados?! — Tiffany pergunta, batendo palmas
animadamente.

Olho entre Holden e eu, tentando não rir. Nunca esquecerei o


dia do nosso casamento. Fale sobre um casamento forçado sem
um bebê. Estou usando uma saia preta com minha blusa roxa
escura favorita e botas até os joelhos. E Holden veste seu moletom
Reaper e uma camiseta branca. Parecemos tão bem juntos. Ainda
quero fotos, independentemente de nossa aparência, e parece que
Tiff teve a mesma ideia. Ela já está tirando algumas enquanto
falamos.

O idoso sai da capela com um sorriso. — Estamos prontos para


todos.

Holden desliza sua mão na minha, guiando-me para a capela


sem uma palavra. Meu coração bate forte de novo, mas desta vez
não estou com vontade de correr. Olho para seu rosto
estupidamente bonito e engulo em seco. Ele está prestes a ser meu
marido. Puta merda.

As meninas ficam de cada lado enquanto nos aproximamos do


altar. Meu aperto na mão de Holden aumenta quanto mais nos
aproximamos, depois nos viramos um para o outro e juntamos
ambas as mãos. Encaro seus olhos escuros, movendo meu olhar
sobre o resto de suas feições, memorizando cada centímetro dele.
Admito que nossos filhos serão as crianças mais lindas do mundo.
Basta olhar para ele!
— Estamos reunidos hoje aqui à vista de Deus e destas duas
testemunhas para nos juntarmos a Holden Charlie Van e Everlee
Marie Vera no sagrado matrimônio.

Tudo acontece tão rápido que é um borrão. Não tirei meus olhos
de Holden uma vez, agarrando-me às suas mãos. Nossos votos são
básicos, aquelas que repetimos depois que o homem que nos casou
disse, mas quando se trata da troca de alianças, fico sem palavras.
Não temos anéis!

— Aqui, isso terá que servir — diz Macy.

Holden pega os anéis, colocando um sobre meu dedo anelar


antes de repetir depois do homem. — Eu dou este anel como um
sinal do meu amor — murmura, olhando-me bem nos olhos.

Meu coração afunda. Pode não ter dito abertamente que me


amava, mas a maneira como disse essas palavras e o olhar em
seus olhos dizem muito.

Depois pego o outro anel com a mão trêmula, colocando-o no


dedo mindinho de Holden, que é o único que serve remotamente,
repetindo depois do homem. — Eu dou este anel como um sinal do
meu amor.

Mais uma vez, passamos pela cerimônia e não tenho certeza do


que realmente está sendo dito.

— Pelo poder dado a mim concedido por Deus e pelo homem,


eu os declaro marido e mulher. Agora pode beijar a noiva.

Uau.

Holden emoldura meu rosto, puxando-me para ele enquanto


olha para baixo em meus lábios. Tudo se move em câmera lenta.
Sua boca se aproxima antes que lamba os lábios e sorria. Lambo
os meus, olhando para os dele até não poder mais vê-los. Nossas
bocas se inclinam, beijando-se suavemente no início antes de ele
passar a língua sobre meu lábio inferior. Separo meus lábios,
compartilhando um beijo ardente de boca aberta com meu marido.

Quando nos separamos, lembro que temos uma audiência. Tiff


e Macy estão comemorando, se abraçando enquanto assistem à
nossa união. Os donos da capela são todos sorrisos,
parabenizando-nos quando vamos embora. Holden pega minha
mão novamente, puxando-nos em direção à saída. Macy fica no
saguão para completar as coisas à medida que o resto de nós sai.

— Oh meu Deus! Não acredito que tenho uma irmã! — Tiffany


chora, jogando os braços em volta do meu pescoço. — E estou tão
feliz que disse sim. Ele te ama, Vee — sussurra para mim.

Vee deve ser meu novo apelido, e não odeio isso, mas são suas
outras palavras que me fazem olhar para ela engraçado. Ela acha
que seu irmão me ama. Talvez ame.

Meu olhar se move para Holden novamente, que está me


olhando com um sorriso, mas nossa atenção se desvia quando um
Range Rover estaciona, buzinando para nós. Parece o velho de
Holden. Fico boquiaberta quando Lauren pula do banco do
motorista.

— O que é isso? — Holden pergunta, parecendo tão confuso


quanto eu.

— Liguei para Lauren para trazer sua caminhonete que papai


havia deixado mais cedo. Achei que iriam querer um tempo
sozinhos sendo recém-casados — Tiff responde.
— Vocês dois se divirtam! — Macy diz com uma piscadela,
enquanto puxa Tiff de volta para o carro. Lauren as segue,
deixando-nos sozinhos.

Os pneus da Macy trituram o cascalho enquanto observo suas


lanternas traseiras dirigindo pela estrada. Holden e eu estamos
oficialmente sozinhos e oficialmente casados. Isto é real? Não estou
sonhando, estou?

— O que, hum, faremos agora? — Pergunto baixinho.

Ele desliza por trás de mim, envolvendo os braços em volta dos


meus quadris antes de me puxar para o seu peito. — Podemos
fazer o que quiser, menina bonita.

É doce, mas não é nada do que estou pedindo. Estamos


casados! Tenho dezessete anos. Ele tem dezoito anos. Esses
casamentos precoces podiam ser normais na década de 1950,
mas, olá, não estamos nessa época!

— Está com fome? — Pergunta em vez disso.

Solto uma risada, balançando a cabeça. — Não é isso que estou


tentando...

Ele me gira, beijando minha testa. — Sei que não é isso que
está tentando dizer. Não tenho uma resposta para você, Everlee.
Isso também é novo para mim.

Basta perguntar a ele, Everlee! Você me ama? É fácil! Apenas


diga!

No entanto, as palavras ficam presas na minha garganta, e não


as pergunto. Mantenho seu olhar, vendo o quão imerso em seus
pensamentos ele está. Suas sobrancelhas franzem ainda mais
quando semicerra os olhos. Olho por cima do meu ombro para ver
um conjunto de faróis vindo em nossa direção na estrada vazia.
Não houve um único carro desde que Macy e as meninas partiram.
E algo sobre este veículo em particular não faz bem ao meu
estômago.

Os instintos assumem o controle e envolvo meus braços em


torno de Holden, esperando que me mantenha segura. Empurra-
me para trás dele quando a caminhonete entra no estacionamento
como um maníaco. Corro em direção ao Rover, sem saber o que
mais fazer, e espero que haja um telefone lá dentro.

— Van! É a porra de um homem morto!!

Paro ao som da voz irritada de Jett. Ele pula de sua


caminhonete, deixa a porta escancarada e avança em direção a
Holden em um ataque de raiva. Oh Deus! Não, não, não. Ele não
pode saber disso! Com certeza dirá a minha mãe apenas para ter
alguma influência sobre mim. Não posso deixar isso acontecer.

— Uau, cara, precisa se acalmar — Holden grita do outro lado


do estacionamento, estendendo os braços.

— E você precisa levar um soco na porra da sua cara


presunçosa!

Crunch!

Jett dá um soco no queixo de Holden, me fazendo gritar quando


ouço um estalo. Corro para frente, mas Holden olha para mim com
uma piscadela, me dizendo para me acalmar com as mãos.
Congelo no meu lugar, acenando para ele. Holden pode cuidar de
si mesmo. Certo?
— Achei que tínhamos passado por toda essa merda de ciúmes,
irmão? Ela me escolheu. Supere isso. — Holden bate no próprio
peito.

O nariz de Jett está queimando, sua respiração quente saindo


em nuvens nebulosas no ar frio da noite.

— Isso não é mais sobre aquela cadela — Jett ferve. — Isso é


sobre você fazendo piadas doentias!

Acho que ambos estamos perdidos. Jett avança e estou


esperando outro soco, mas ele puxa um envelope da parte de trás
da calça jeans e o joga em Holden.

Ele abre o envelope, xingando baixinho enquanto o lê.

— O que é? — Sussurro.

Holden olha por cima do ombro para mim. — Uma piada


doentia, como ele disse.

Ele joga o envelope de volta para Jett. — Não fiz isso, cara. Que
porra de propósito uma coisa dessas me serve?!

Jett dá de ombros. — Quem sabe? Todos sabemos que você


joga sujo e injusto. Talvez goste de arruinar a vida das pessoas. —
Olha ao redor de Holden. — Não se preocupe, Everlee, será apenas
uma questão de tempo até que também arruíne a sua!

Olho para o envelope aos pés de Jett, implorando para saber o


que tem dentro, mas a conversa é interrompida quando o casal de
idosos sai da capela, trancando-a atrás de si.

Eles nos avistam e acenam com um sorriso. — Dirija com


cuidado, Sr. e Sra. Van!
Oh, Merda.

Meu olhar se volta para Jett, sabendo com certeza que ele sabe
o segredo agora, mas não estou preparada para sua expressão
quando tropeça para trás, olhando entre Holden e eu. Parece...
perplexo, quase doloroso.

— Você… — acena entre nós. — Casou-se com ele, porra?! —


Grita. — Não consegui nem fazê-la me foder, mas o deixou! Agora
está casada com ele?!

Lágrimas escorrem por seu rosto enfurecido e quente. Ninguém


diz uma palavra enquanto anda de um lado para o outro.

— Eu te amei, porra!! — Grita tão alto que as veias de seu


pescoço estalam.

— Você me usou! — Finalmente grito de volta. — Não se atreva


a ficar aqui jorrando mentiras! É isso que faz, Jett! Faz as pessoas
sentirem pena de você quando algo não sai do seu jeito!

— Do meu jeito?! A porra da minha namorada escolheu um


prostituto em vez de mim! Deu a ele tudo o que ela nunca me deu!
— Bate no peito, cuspindo enquanto grita. — E agora é a porra da
sua esposa! Você é uma puta, assim como ele. — Cospe no chão,
olhando para mim como se quisesse me matar.

Holden pega minha mão, puxando-me para trás para me


proteger.

— Tudo o que disse nessa frase foi puro egoísmo, seu filho da
puta. Não é à toa que ela estava infeliz com você, mas vamos
esclarecer uma coisa. Nunca mais falará com minha esposa assim.
Jett dá uma gargalhada, jogando a cabeça para trás. — Sua
esposa. Isso é tão, porra, rico. Claro que iria convencê-la a se casar
com você.

— Não tive que convencê-la de nada, seu estuprador, traidor


canalha. Só lhe direi isso uma vez, Hastings. Fique longe da minha
esposa ou será a última coisa que fará.

Ele balança a cabeça, olhando para mim. — Ele? Sério,


Everlee? Você é melhor do que ele, porra. Ele nunca vai amá-la.
Não sabe o que essa palavra significa.

Curvando-se, pega o envelope e bate contra sua coxa antes de


olhar para mim mais uma vez. — Não me venha chorar quando
seu marido foder a cidade inteira antes de seu primeiro
aniversário.

Meu estômago dá um nó. Odeio como Jett disse essas coisas.


Ele só conhece o cara que Holden permite que todos vejam. Posso
não conhecê-lo ainda, mas sei que mesmo que não me ame, ele
nunca me trairia. Holden nunca mente e sempre diz o que pensa.

Jett acelera sua caminhonete, saindo do estacionamento como


um morcego do inferno enquanto o cascalho volta para nós.

O silêncio preenche o ar ao redor, nada para ser ouvido, exceto


os grilos e sapos das profundezas da floresta.

Holden preenche o silêncio, indo até o Rover sem dizer uma


palavra. Vou atrás dele, me perguntando o que diabos havia
naquele envelope e me questionando a pergunta final - acabei de
cometer o maior erro da minha vida?
41

Holden Van

Está escrito em seu rosto - ela não está satisfeita com sua
decisão de se casar comigo. Vou fazê-la mudar de ideia, no
entanto. Claro, não sou a melhor pessoa do mundo e tenho uma
tonelada de problemas, mas ela sabe o que significa para mim.

Olho-a de relance, observando-a mordiscar aquele seu lábio


inferior rechonchudo enquanto brinca com os dedos no colo. Não
é assim que pensei que esta noite seria. Lauren apareceu com suas
novidades e agimos. Queria me casar com Everlee, mas agora não
tenho tanta certeza se ela queria se casar comigo. Espero que não
tenha feito isso apenas para manter o casamento arranjado com
Lauren à distância.

Estendendo a mão, entrelaço meus dedos com suas mãos


ocupadas, trazendo nossas mãos para o centro. Ela permite, mas
luta comigo o tempo todo.

— Everlee — sibilo.

Ela solta um longo suspiro, voltando o olhar para a janela


lateral. É tudo que preciso ver antes de sair da estrada e parar
completamente.

— Podemos anular esse casamento pela manhã, mas não há


nada que possamos fazer esta noite — digo a ela, passando a mão
sobre meu rosto cansado, estremecendo quando encontro onde
Hastings me bateu.

Sua cabeça chicoteia em minha direção. — Por que faria isso?


— Sussurra.

— Porque é óbvio que está lutando com a ideia de ser minha


esposa. Está tudo bem. Entendo. Não é como se eu fosse o Sr.
Perfeito para você, mas o sexo é bom, certo? — Pisco para ela.

Seu escárnio enche o Rover. — Não faça isso, Holden. Você é


mais do que apenas um cara gostoso com energia de pau grande.

Minhas sobrancelhas disparam para cima. Adoro quando ela


fala com tanta ousadia.

— Você é muito mais do que está disposto a deixar qualquer


um ver - inclusive eu. — Ela se vira totalmente para mim, mexendo
com os dedos novamente. — Não é que não queira me casar com
você — sussurra, olhando para mim.

— Então, o que é?

Está lutando em sua cabeça novamente. Como faço para ela


sair e brincar? Se alguém deveria estar assustado por ser casado,
deveria ser eu, mas não estou. Não com ela.

— Sabe o que é isso…

Sim, tenho certeza que ainda está se perguntando se eu a amo.

Eu a amo?

Meu olhar dança sobre seu rosto, absorvendo toda a sua beleza
sem esforço. É surreal saber que ela é minha esposa, mas não sei
por quanto tempo mais. Não vou forçá-la a ficar. E não direi que a
amo até saber que a amo. Estou apaixonado pela garota, não
consigo respirar sem ela, e a ideia de não tê-la faz meu interior
revirar. É assim que se sentem os estágios iniciais do amor? Não
saberia. Nunca estive apaixonado antes.

— Você sabe que só digo o que quero dizer, Everlee.

Ela balança a cabeça, puxando o lábio inferior entre os dentes


novamente, mas são as lágrimas transbordando de seus olhos
enormes que arrancam a porra do meu coração.

— Caramba. Venha aqui, menina bonita. — Mantenho meus


braços abertos, guiando-a sobre o console central quando se move.

Agarro suas coxas quando monta em mim, centrando-a, antes


de estender a mão e afastar seus longos cabelos loiros de seu rosto
bonito.

— Não direi essas palavras até que seja cem por cento sincero,
mas... — lambo meus lábios, roçando meu polegar sobre sua
bochecha. — A ideia de não tê-la me destrói completamente. Isso
tem que significar alguma coisa, certo? — Sussurro.

— Certo — sussurra de volta.

Seu olhar desce para os meus lábios, agitando a escuridão em


minha alma. Este não é o melhor momento para ter pensamentos
sujos sobre a minha garota, mas foda-se, darei a ela o que quiser,
quando ela quiser. Dentro do razoável, claro.

— Pegue o que quiser — digo com minha voz rouca,


observando-a se contorcer em cima de mim.

— Primeiro, diga-me o que havia naquele envelope.


Resmungo, balançando a cabeça. — Não, baby. Se você souber
o que tem naquele envelope, não vai querer mais brincar com meu
pau.

Seus olhos se arregalam e sorrio, recebendo um pequeno tapa


no peito. — Você é completamente incorrigível, Holden Van.

Meu sorriso se alarga enquanto dou de ombros. — Talvez sim.


Talvez não.

— Tudo bem então — diz antes de tentar sair do meu colo, mas
eu a seguro lá.

— Onde pensa que vai?

Ela corresponde ao meu encolher de ombros. — Se você não


quer me dizer, voltarei para o meu lugar para dormir enquanto nos
leva de volta para os dormitórios.

— Sobre o meu cadáver — sibilo. — Você acordou o pequeno


Holden.

Ela ri, enterrando o rosto no meu pescoço enquanto minhas


mãos brincam com a bainha de sua saia. Essa garota não joga
limpo quando usa coisas assim. Direi a ela o que há naquele
envelope, mas não até que sua boceta esteja pingando com meu
esperma, mas não vou forçá-la a me foder. Nunca farei isso.

O jogo começa quando ela beija meu pescoço, fazendo os


cabelos da minha nuca se arrepiarem enquanto meu pau se
contorce para a vida. Ela está no controle aqui, por isso mantenho
minhas mãos principalmente para mim. Meus dedos cravam em
sua carne exposta entre essas botas sensuais e sua pequena saia;
tem que parar seriamente de usar merda como essa.
Suas mãos encontram o caminho entre nós enquanto puxa o
lóbulo da minha orelha com os dentes. Gemo, tentando como um
filho da puta ficar calmo e controlado. Se ela não estivesse tão
emocionalmente fodida agora, mostraria a ela como será ser minha
esposa pelo resto de nossas vidas.

— Holden — geme meu nome quando esfrega contra mim.

— Menina bonita — sibilo — tem que parar de fazer isso.

Ela ri sem fôlego, arrastando a língua pelo comprimento do meu


pescoço. Estou morrendo aqui. Meus olhos reviram quando ela
puxa meu moletom. Sei o que ela quer, mas terá que fazer melhor
do que isso para conseguir.

Inclinando-me para trás, observo cada movimento dela


enquanto puxa sua pequena blusa roxa para cima e sobre a
cabeça. Respiro fundo quando vejo que não está usando sutiã.
Seus mamilos estão duros, implorando por minha boca, mas ainda
não faço nenhum movimento.

— Holden — sussurra meu nome enquanto agarra meu queixo


e me força a olhar para ela. — Preciso que me tome. Como quiser.
Agora mesmo.

Meu olhar passa por entre os dela, vendo a luz verde olhando
para mim. Ela está me dando o poder de foder seus miolos? Não
se importe se eu fizer isso.

— Sente-se no banco de trás, menina bonita. Agora, porra.

Ela rasteja sobre o console central enquanto dou um tapa em


sua bunda, ouvindo seu grito encher o Rover. Mal posso esperar
para ouvir seus gemidos e gritos em seguida. Está me dando
controle total? Cuidado, esposa, estou prestes a mostrar a quem
você pertence.

Eu rastejo de volta atrás dela, puxando minha camisa sobre


minha cabeça enquanto avanço. Meus polegares empurram meu
moletom à medida que meu pau salta livre. Estou dolorosamente
duro. Uma gota de pré-sêmen borbulhava na ponta. Ela está de
joelhos na minha frente, balançando os quadris como a porra da
provocação que é. Então, dou um tapa na sua bunda com força.

Seu doce gemido enche o Rover. É a porra da música para os


meus ouvidos, fazendo meu pau pular de excitação. Meu olhar
percorre sua bunda doce no ar, e tudo que posso pensar é afundar
meu pau em sua boceta apertada vestindo nada além dessas
malditas botas.

Não serei capaz de me segurar por muito tempo – não como


normalmente consigo, de qualquer maneira. Meu pau está pronto
para explodir, sabendo que ela está aqui para ser tomada. E cara,
eu aceito. Agarro a borda de sua saia onde há um pequeno zíper,
mas estou muito impaciente para essa merda. Rasgando a saia
pelo lado, ela grita e olha por cima do ombro para mim.

— Holden!

— Mmm, gritará meu nome de verdade em um minuto.

Arranco sua calcinha em seguida, inalando seu cheiro doce,


lembrando de seu gosto. Depois me inclino e pressiono meus lábios
em sua bochecha.

— Lembre-se da sua palavra segura, menina bonita.


Antes que possa dizer qualquer coisa, enfio sua calcinha em
sua boca, observando seus olhos rolarem para trás de sua cabeça.
É exatamente assim que me sinto também, baby. Ela está
brilhando quando olho para sua boceta apertada, espalhando
meus dedos sobre ela. Sua calcinha abafa seus gemidos quando
empurro um único dedo. Porra, ela é tão apertada.

Não preciso lhe dizer como a quero, porque ela está na posição
perfeita. De bruços, bunda para cima com as pernas do lado de
fora das minhas. Está escancarada, ofegante, com a calcinha
encharcada na boca. Minha garota está aprendendo minha
linguagem corporal e logo estaremos em perfeita sintonia.

— Mãos para trás, menina bonita. Quero segurar suas mãos —


digo a ela, empurrando meu único dedo para dentro e para fora de
seu aperto enquanto observo seus sucos escorrerem pelo interior
de suas coxas.

Ela se ajusta para arquear mais as costas, colocando ambas as


mãos na parte inferior das costas. Porra, sim. Coloco uma mão
sobre a outra, com as palmas para cima, enquanto pego as duas.
Deus, ela é linda nessa posição, implorando, se contorcendo,
choramingando. E tudo o que ela quer é meu pau.

Agarrando a base, giro a ponta do meu pau em torno de sua


boceta, cobrindo-me. Depois enfio apenas a ponta, esperando que
aja. E faz exatamente o que eu quero que ela faça.

Ela empurra meu pau de volta, engolindo cada maldito


centímetro até que chegue ao fundo. Minha mão segura a dela com
mais força, usando-a como alavanca. Tiro e enfio de volta uma vez,
segurando profundamente em sua boceta conforme chora em
torno de sua calcinha.

— A quem pertence essa boceta?

Seu gemido resmunga em torno de sua calcinha, mas sei que


ela disse, você.

Usando suas mãos, a balanço para frente e para trás no meu


pau, observando sua doce boceta tomar cada centímetro de mim.
Está apertada pra caralho, segurando minha cintura enquanto
seus sucos brilham em mim. É inebriante assistir. Poderia fodê-la
o dia todo, todos os dias, contanto que pudesse ver nossos corpos
se conectarem.

Agarro sua bunda, usando-a para obter mais força enquanto


fodo minha esposa. Seus gritos e gemidos enchem o Rover, mas
estou mais focado nos sons de nossos corpos. O som de sua bunda
batendo contra meus quadris é mágico. Suas mãos agarram meu
pulso à medida que balança para trás, acompanhando meu ritmo.

— Essa é uma boa menina — digo em um tom baixo e áspero.

Ela geme, balançando ainda mais rápido.

Foda-se, ela quer isso com força, não é? Bato nela com mais
força e mais rápido, usando minha alavanca para mantê-la firme.
Seus gritos e o aperto de sua boceta quase me fazem explodir.
Depois cospe a calcinha, soltando a voz.

— Oh, porra! Holden! Por favor, por favor — implora.

Minha menina bonita quer gozar, hein? Sem problemas.

Bato em sua bunda mais uma vez, cravando meus dedos em


sua carne quente enquanto nossos corpos batem e balançam como
um só. Meus dedos do pé enrolam quando sua boceta fica
impossivelmente mais apertada. E depois estouro, enchendo-a
com meu esperma quando sinto suas paredes pulsarem ao meu
redor.

Seus gemidos enchem o Rover mais uma vez enquanto seu


corpo inteiro convulsiona debaixo de mim. Retiro-me, curvando-
me para dar uma mordida em sua bunda.

— Ah! — Grita, tremendo quando me inclino para trás para ver


o que fizemos juntos.

Estou hipnotizado por sua boceta flexionando e relaxando,


empurrando meu esperma enquanto escorre por seus lábios
brilhantes. Sim, fiz isso. Eu a enchi. Arrastando meu dedo até sua
boceta, pego um pouco do meu esperma e esfrego em seu cu. Seu
corpo inteiro tensiona e tenta se afastar de mim, mas seguro suas
mãos com mais força e me inclino sobre ela.

— Não se preocupe, menina bonita, não comerei sua bunda


esta noite... mas em breve. Quer agradar seu marido, não é? —
Pergunto, provocando-a pra caralho.

Ela choraminga, acenando com a cabeça enquanto seu rosto


mancha meu assento de couro. Porra, ela é bonita nesta posição -
completamente à minha mercê conforme meu esperma vaza de sua
boceta.

Libero suas mãos, envolvendo meu braço em volta do pescoço


antes de puxá-la de volta para o meu peito. Ela agarra meu
antebraço, respirando pesadamente enquanto seu corpo se
contorce contra mim.
— Posso não ter dito ainda as três pequenas palavras para você,
Everlee, mas quero que saiba que sou louco por você — sussurro
contra sua bochecha.

Ela geme enquanto vira a cabeça e beija o lado da minha boca.


Nenhuma palavra é trocada, mas sei no fundo que entende o que
estou tentando dizer e aceita.

Estamos de mãos dadas enquanto nos conduzo de volta aos


dormitórios. A cabine do Rover cheira como nossa trepada e está
me excitando de novo. Ela está vestindo minha camiseta branca,
sua calcinha e aquelas malditas botas. É o tipo de visão que te faz
querer morder o dedo, revirar os olhos e rezar para que ninguém
veja a ereção crescendo em suas calças.

— Então, hum, vai me dizer o que estava dentro daquele


envelope agora? — Pergunta timidamente, olhando para mim.

Porra. Disse a ela que contaria depois de fodê-la, não disse?


Dane-se, ela descobrirá eventualmente. Poderia muito bem ouvir
isso de mim.

— Era a certidão de nascimento dele — digo, segurando o


volante.

Ela ri. — Sua certidão de nascimento? Por que ele viria até você
com isso?
Olho de relance para ela, soltando um suspiro enquanto a veia
do lado do meu pescoço pulsa. — Porque aparentemente
compartilhamos o mesmo pai.
42

Everlee Van

— Onde vamos? — Pergunto a Holden enquanto se afasta da


capela.

Ele olha para mim, fazendo meu coração cair no meu estômago
com o olhar em seus olhos. — Receio que isso não acabe até que
meu pai e o pai de Lauren tenham sido colocados em seus lugares.

Minha cabeça está girando. Não apenas somos casados, mas


acabamos de descobrir que Jett é seu irmão! Ignorei tudo o que
tentou me dizer no estacionamento, sabendo muito bem que
apenas vomitava coisas para conseguir o que queria, o que ainda
não entendo o que Jett quer.

— Qual é o seu plano? — Sussurro.

Com um encolher de ombros, estende a mão e pega minha na


dele. — Ainda não tenho certeza, mas tenho a sensação de que
encontraremos essa resposta, começando pela certidão de
nascimento de Jett.

Ainda não consigo acreditar que Jett é irmão de Holden. Bem,


meio-irmão, mas ainda assim. Estou tentando montar a linha do
tempo, sabendo que os dois têm idades próximas. Isso significaria
que o Sr. Van tinha um caso pelas costas da mãe de Holden
quando estava grávida dele.
A mãe de Jett não parece ser o tipo de mulher que faz algo
assim, no entanto. Conheço os Hastings há anos, e a Sra. Hastings
sempre foi o tipo de mulher que se mantém em padrões elevados.
Ser uma traidora - ou dormir com o marido de outra mulher - não
parece se encaixar em seu caráter, mas como sempre dizem, não
se deve julgar um livro pela capa.

Afinal, esta cidade está cheia de idiotas ricos e pomposos. Ela


faz parte da elite, desprezando mais da metade da população. No
vale, ou é elite ou é lixo. Não há ninguém no meio. A classe média
parece não existir aqui.

A música silencia quando uma ligação chega, e meu coração


afunda quando vejo o nome de Billie na tela sensível ao toque.
Deixamos as corridas antes de descobrir o destino de Christian,
mas tenho a sensação de que estamos prestes a descobrir.

Holden aperta um botão em seu volante, respondendo — E aí,


Billie?

— Christian foi preso. Eles o levaram direto para o centro de


detenção juvenil e seus pais não fizeram nada para impedir isso.

Ele suspira. — Sim, todos sabíamos que isso aconteceria, Billie.


Não há nada que possamos fazer a respeito.

— Sei disso, mas pelo menos tentei. Foi quando encontrei algo
no escritório da minha mãe que acho que vai querer ver. É... sobre
sua mãe, Holden.

Meu pescoço estala quando viro meus olhos em sua direção.


Sua mandíbula está cerrada, olhando para a frente enquanto os
nós dos dedos ficam brancos.
— O que tem ela? — Pergunta com os dentes cerrados.

— Provavelmente deveria ver isso pessoalmente, Holden. Não


quero dizer isso por telefone.

— Estamos a caminho. — Desliga antes que possa dizer


qualquer outra coisa, enchendo o carro com um silêncio
ensurdecedor.

Quero falar com ele sobre isso, perguntar o que acha que ela
pode ter encontrado, mas não consigo formar nenhuma palavra.
Ele sai da estrada, subindo a montanha para onde imagino que
Billie mora. Não conheço a garota, mas ela parece legal o
suficiente. Posso dizer que havia algo entre ela e Holden antes de
eu vir para Reaper, mas pelo que posso ver, Christian e Zeke a têm.
O que acontece no passado fica no passado.

Quando Holden estaciona em uma mansão do tamanho de um


pequeno hotel, fico boquiaberta, balançando a cabeça. Todo
mundo nesta porra de cidade vive em puro luxo? Acho que sei onde
me encaixo na escala de classe - apenas me chame de Sra.
Grouch10.

Billie sai pelas enormes portas duplas, cruzando os braços para


bloquear o ar frio da noite enquanto Holden estaciona. Nós saímos
e a encontramos.

— Obrigada por vir tão tarde — diz, sorrindo calorosamente


para nós dois. — Minha mãe não está em casa agora, mas temos
que nos apressar.

10
-Rabugenta, resmungona.
Apressamo-nos para dentro da mansão. Coloco meus olhos nos
pequenos toques na casa que provavelmente custam mais do que
minha educação universitária pode pagar. Quem diabos precisa de
interruptores de luz folheados a ouro? Espanta-me o tipo de
dinheiro que as pessoas têm para gastar enquanto o resto de nós
luta para sobreviver.

— Encontrei alguns documentos sobre a morte de sua mãe.


Papelada que nunca foi arquivada — a voz de Billie ecoa no
corredor, fazendo-me perceber que estou boquiaberta há muito
tempo.

Corro para a sala em que estão, ofegando quando vejo os tetos


altos e um afresco grego pintado no teto. Um lustre de cristal
brilhante pende do centro, dando vida à pintura. Vê o que quero
dizer? As pessoas têm muito dinheiro. O custo desta pintura
poderia alimentar um país inteiro do terceiro mundo. Agora está
olhando para uma mulher que provavelmente escova os dentes
com uma escova de dentes cravejada de diamantes.

— Que porra é essa? — Holden pergunta, examinando uma


mesa cheia de papéis enquanto me aproximo.

Ele não tira o olhar deles enquanto leio por cima do ombro. Não
tenho certeza do que estou olhando. Tudo parece oficial, mas uma
coisa que ressalto é o laudo do legista. Eu o pego, sabendo como
lê-lo, pois minha mãe trouxe alguns do hospital para estudar. Ela
quer sair do hospital e ir para o necrotério. Não sei se é porque
paga mais ou porque é isso que realmente quer fazer. De qualquer
forma, sou grata pelas noites em que examinamos os relatórios do
legista juntos.
— Causa da morte — sussurro, folheando a caligrafia
bagunçada. — Exsanguinação11 devido a múltiplas facadas.

Holden paira atrás de mim, me fazendo tremer quando sinto


sua respiração na minha nuca. — O que isso significa,
exatamente?

— Que ela morreu de hemorragia por múltiplas facadas.

Parece que o ar foi sugado para fora da sala enquanto todos


olhamos uns para os outros.

— O que mais diz? — Holden sussurra.

Examino o documento, tentando ler tudo. — Hum, parece que


foi esfaqueada duas vezes na parede abdominal superior,
perfurando um pulmão. Sua cavidade torácica mostra sinais de
trauma contundente, mas nenhuma incisão foi encontrada.

Mordendo o interior da minha bochecha, olho para a mesa e


vejo mais do relatório, mas fico chocada quando vejo o tamanho
do relatório. A mãe de Holden nunca se matou. Ela foi assassinada.

— Abrasões e contusões da parede torácica inferior esquerda


com fraturas de costelas sobrejacentes das costelas esquerdas
número seis, sete e oito — sussurro enquanto as lágrimas borram
minha visão. — Hemorragia subaracnóidea do cérebro direito. —
Folheio página após página, relatando cada detalhe sobre sua
morte. — Holden, sinto muito.

Quando olho para ele, sua tez está branca e seus olhos
distantes. — O que tudo isso significa, Everlee?

11
-Perda rápida e extrema de sangue que leva a um choque hemorrágico.
Olhando de volta para o relatório, balanço minha cabeça. —
Sua mãe foi assassinada, Holden. Este relatório prova tudo. Ela foi
esfaqueada, espancada e sabe-se lá o que mais.

— Olhe para isso — Billie diz, segurando outros documentos.

— Jesus — apresso-me quando percebo que é o relatório de


outro legista, mas este tem o carimbo do condado. — Este é o
relatório submetido ao estado. Causa da morte? Suicídio. — Mas
fico chocada quando vejo que tem apenas duas páginas em
comparação com o relatório de trinta páginas que é real.

Holden o pega de mim, olhando entre os dois relatórios. —


Então, isso prova que minha mãe não se matou? — Sussurra.

Eu me aproximo dele, tocando cuidadosamente seu braço. —


Sinto muito, Holden, mas sim, esta é a prova de que ela não se
matou.

— Ela foi assassinada — diz, não como uma pergunta enquanto


olha para Billie. — E sua mãe escreveu isso?

Assentindo, sua expressão fica pálida. — Se eu soubesse…

Ele balança a cabeça. — Claro que não saberia. Nossos pais


esconderam tudo de nós, mas não mais.

— Espere, aqui está a lista de testemunhas — digo, pegando


uma lista dos presentes durante a morte da Sra. Van.

Holden o pega de mim, rangendo os dentes enquanto o lê.


Consegui examinar os nomes, notando que o Sr. Van, o pai de
Lauren, a mãe de Jett e a mãe de Billie eram todas testemunhas.
O que diabos está acontecendo aqui?!
— Parece que temos uma lista daqueles que precisamos visitar.
— Ele olha para mim. — O que diz, menina bonita? Acho que é
hora de apresentarmos a todos a minha esposa.
43

Holden Van

Minha mãe não se matou. Eu sabia em meu coração e alma que


não tinha, mas nunca poderia provar isso. Não até agora.

E está claro que as quatro pessoas nesta lista tiveram algo a


ver com isso, escondendo a verdade por todos esses anos para
salvar suas bundas. O que não entendo, porém, é por que fui
prometido a Lauren. Deve haver um vínculo entre meu pai e o dela
em relação ao assassinato de minha mãe, mas não consigo
descobrir o que é.

— Pegue meu telefone, esposa, e envie uma mensagem para


meu pai por mim — digo a ela conforme nos afastamos da casa de
Billie. São quase duas da manhã, por isso estou nos levando de
volta para os dormitórios por enquanto, mas amanhã começamos.

Ela pega meu telefone, olhando para mim quando não consegue
passar pela tela bloqueada.

Sorrindo, digo — A senha é 1001mb. — Ela acabará


descobrindo, certo? Não estou prestes a soletrar para ela.

Depois de digitar a senha, faz uma pausa e lança seu olhar para
mim. — O que sua senha significa? — Sussurra.

— Não sabe?
Ela mordisca o lábio inferior nervosamente, e isso me deixa
duro. — Não quero assumir.

Deus, talvez eu ame essa garota. — Diga-me o que significa mb.

— Menina bonita — sussurra.

— Mmm, muito bom — digo com uma pitada de gemido na


minha voz. — E os números?

Adoro quando morde o lábio inferior, franzindo as sobrancelhas


enquanto pensa nisso. Não tenho certeza se conseguirá este, mas
espero que sim.

— É o dia da gala — diz, voltando seu olhar de volta para o


meu.

Esticando a mão, agarrei seu queixo e passei meu polegar sobre


seu lábio inferior. Puxo para baixo, querendo ver dentro de sua
boca onde enterrarei meu pau em breve. Ela descobriu meu código
enigmático e nunca estive tão orgulhoso.

— O dia em que começamos isso — digo, apontando entre nós


dois.

Quando não diz nada, olho para encontrá-la sentada no banco


do passageiro sorrindo com lágrimas nos olhos. Posso ser
romântico quando quero, embora não ache que isso seja tão
romântico assim. É apenas um código que nunca esquecerei.
Costumava ser apenas os números, mas acrescentei as letras
quando me disse como queria que eu a chamasse.

— Para quem, hum, quer que eu envie uma mensagem? —


Pergunta, enxugando abaixo dos olhos.
— Meu pai. Quero que lhe diga farei o que ele pedir em relação
a Lauren, mas primeiro quero uma reunião com ele e o pai dela.
Amanhã de manhã às dez.

Antes de digitar, ela olha para mim. — Isso é um truque, certo?

Eu rio. — Sim, menina bonita, é um truque. — Estendendo a


mão, agarro sua coxa e aperto suavemente. — Estou casado com
a garota que quero. Holden Van está oficialmente fora do mercado.

Com um rubor rastejando em suas bochechas, digita enquanto


penso sobre o que acontecerá nesta reunião amanhã de manhã.
Saber que minha mãe não se matou e que meu pai claramente tem
algo a ver com a sua morte me deixa tão puto que poderia dirigir
até lá agora e estrangulá-lo durante o sono, mas preciso ouvir isso
da sua boca. Preciso saber o que realmente aconteceu com ela e
por que foi tirada de mim.

Quando chegamos aos dormitórios, Everlee me mostra a


resposta de meu pai concordando em me encontrar. Mal posso
esperar para ver a sua cara quando souber que me casei com
Everlee pelas suas costas. É ridículo ele pensar que tinha tanto
controle sobre mim. Ele não tem ideia de como isso é falso.

— Vamos, menina bonita, tentaremos dormir um pouco. —


Pego a sua mão enquanto entramos.

É tarde, então ninguém está andando pelos corredores. E


quando ela tenta virar para sua porta, eu rio e a puxo para mim.

— Honestamente pensou que a deixaria dormir sem mim? —


Afasto seus cabelos loiros de seu rosto, olhando para seus lábios
beijáveis. — Você é minha esposa agora, e isso significa que
dormimos juntos.

Eu a puxo para o meu quarto, fechando a porta atrás de nós


com um clique alto. Ela se senta na beira da minha cama para
tirar os sapatos enquanto vou até o meu armário, puxando minha
camisa sobre a cabeça.

— Aqui, pode dormir nisto. — Jogo para ela uma das minhas
camisetas marrons com o logotipo do Reaper na frente e meu
sobrenome nas costas, sorrindo para mim mesmo.

— Ooh, ganho uma camisa nova para roubar e dormir todas as


noites? — Pergunta, levantando-se da cama enquanto se despe na
minha frente.

Eu me viro, sorrindo enquanto a observo remover uma peça de


cada vez. — Se dependesse de mim, linda, nunca usaria nada para
dormir.

Suas bochechas coram de novo, e isso me faz pensar em como


posso deixar suas outras bochechas vermelhas. Minhas palmas se
contraem, porra, implorando para bater em sua bunda redonda
perfeita. E saber que está cheia de meu esperma enquanto
conversamos faz algo perverso comigo.

Eu me inclino contra o batente da porta do armário, arrastando


meus olhos por suas longas pernas nuas. Os pensamentos sujos
girando na minha cabeça são bárbaros, mas jogarei bem esta
noite. Ela ainda está um pouco tensa com tudo, especialmente
sobre se tornar minha esposa. Acho que ainda está lutando com
isso. Então, esta noite, apenas nos aconchegaremos. Posso fazer
isso, certo?
Movendo-me em sua direção, eu a vejo prender a respiração,
mas passo por ela com um sorriso diabólico. Depois deslizo em
minha cama e fico confortável, segurando os cobertores para ela.

— Você vem? — Pergunto em meu tom profundo e rouco.

Seu olhar desliza sobre meu torso nu em direção à minha cueca


antes de morder o lábio inferior com um aceno de cabeça. A cama
afunda quando se junta a mim, pressionando sua doce bunda
contra o meu pau. Esta será uma noite longa do caralho.

Ela é tão gostosa e tem um cheiro incrível enquanto enterro


meu nariz em seu pescoço. Tenho que segurar seu quadril com
força quando balança e mexe a bunda, sibilando em seu ouvido.

— Não seja uma provocação, menina bonita.

— Desculpe — sussurra, parando completamente.

Eu nos envolvo nos cobertores enquanto ela estende a mão e


desliga a lâmpada, cobrindo-nos na escuridão. A lua é a única
fonte de luz que atravessa as cortinas abertas. E realmente tento
ignorar a pulsação no meu pau com sua bunda pressionada contra
ele. Um movimento simples e suas bochechas me acariciam. Estou
tentando ser um cavalheiro aqui, porra.

— Holden — sussurra.

Amo quando meu nome sai de seus lábios. — Sim, menina


bonita?

— Sinto muito por como agi antes.

Minhas sobrancelhas se juntam quando pergunto — Do que


está falando?
— Na capela. Não quero que pense que não quero isso —
sussurra, agarrando minha mão sob os cobertores enquanto
nossos dedos se entrelaçam. — Foi muito inesperado.

Aperto sua mão, roçando meus lábios na parte de trás de seu


ombro por cima da minha camisa. — Você se arrepende? — Tenho
que saber.

Ela balança a cabeça imediatamente. — Nem por um segundo.


É apenas…

— Inesperado — termino por ela. — Como disse antes, podemos


acabar com isso se quiser. Só temos que…

Virando-se para me encarar, paro minhas palavras e encaro


seu olhar o melhor que posso na escuridão. Ela traça meus lábios
com o dedo antes de eu beijar a ponta.

— Não quero isso. Eu quero você — sussurra. — Só terá que


me dar algum tempo para pensar em ser sua esposa aos dezessete
anos.

Isso é justo. — Ouça, não é exatamente assim que planejei fazer


isso.

— Então, tinha planos de me pedir em casamento sem pressa


por causa de seu pai?

— Ela é mais esperta do que parece, pessoal.

Com uma zombaria, ela cutuca meu peito de brincadeira antes


que sua risada encha meu quarto. Eu rio, agarrando seu quadril
para puxá-la contra o meu corpo. Depois sua perna repousa em
cima do meu quadril, dando-me um acesso perfeito entre suas
pernas.
Sei que está procurando a palavra com A, mas ainda não
cheguei lá. Ela deveria saber o quanto significa para mim com esta
revelação, seria de se esperar, mas talvez seja uma daquelas
garotas que precisam ouvir as palavras de verdade. Chegaremos
lá.

Minha mão desliza de seu quadril para o lado de sua coxa,


apertando. Seus quadris avançam e seu gemido ofegante dançam
em meus lábios. Sabia que disse que seria um cavalheiro esta
noite, mas foda-se, não sei se consigo.

Respiro fundo quando ela bate na ponta do meu pau sensível.


Meus dedos dos pés se curvam enquanto encaro seu olhar
encapuzado, enrolando meus dedos à medida que acalmo meus
pensamentos acelerados. Poderia facilmente puxar sua calcinha
para o lado e afundar nela - estaria molhada e pronta. Posso sentir
o seu cheiro.

— Everlee — sussurro.

Ela passa o polegar pelo meu lábio inferior novamente. — Não


consigo dormir. Consegue dormir?

Eu rio, balançando a cabeça. — Não, menina bonita, não


consigo dormir. — É difícil pensar em dormir quando seu pau está
tão duro que dói.

A cobertura de nuvens se afasta da lua, iluminando seu rosto


em um tom cinza, permitindo-me vê-la com mais clareza. Ela leva
a mão à boca antes de lamber toda a extensão da palma e dos
dedos. Minha boca se abre quando a vejo me olhar e deslizar a mão
entre nós. Meu abdômen inferior tensiona quando roça os nós dos
dedos, empurrando para dentro da minha cueca.
— Foooooda-se — digo quando sua mão envolve meu pau
latejante, acariciando-me sem esforço com sua saliva.

— Amo a sensação de você na minha mão — sussurra.

Empurrando em sua mão, aceno contra o travesseiro enquanto


meus dedos cravam com mais força em sua coxa. Ela não tem ideia
de como isso também é bom para mim. Dói pra caralho, implorar
para foder sua boceta apertada. O pequeno Holden sabe o que está
acontecendo. Literalmente. à medida que ela acaricia mais rápido,
não consigo evitar e puxo sua calcinha para o lado para passar
meus dedos em sua boceta. Seu doce gemido preenche o espaço
entre nós. Mordo meu lábio quando sinto como está encharcada
pra caralho.

— Holden — sussurra.

— Eu sei, baby, eu sei — respondo sem fôlego enquanto


empurro dois dedos dentro de sua boceta apertada.

Ela os aperta, montando meus dedos no ritmo de sua mão


acariciando. Meu gemido enche o quarto enquanto bombeio em
seu suco doce, desejando que fosse meu pau.

Meu pré-sêmen há muito tempo foi espalhado pelo meu eixo. E


não aguento mais. Preciso estar dentro dela. Puxando meus dedos
de sua boceta, levo-os até seus lábios. Gemo quando ela os envolve
com a boca e os suga para limpá-los.

— Foda-se, isso é gostoso, menina bonita.

Ela geme com meus dedos em sua boca antes de puxar a outra
mão do meu pau e empurrar minha cueca para baixo. Levanto
meus quadris, ajudando-a a sair. Depois se ajusta mais perto de
mim enquanto guia a cabeça para sua boceta. Tiro meus dedos de
sua boca e agarro sua mandíbula, forçando-a a me olhar nos olhos
à medida que a penetro. Sua boca se abre quando afundo
profundamente.

— Mmm, essa é minha boa menina. Meu pau se encaixa


perfeitamente, não é?

Ela acena enquanto seu gemido ecoa ao nosso redor. Seguro


sua mandíbula firme ao mesmo tempo que a fodo, sentindo seus
sucos cobrindo a minha frente. Posso não ser capaz de ver muito
agora, mas posso imaginar o quão sexy sua boceta parece
engolindo cada centímetro de mim.

Então ela me surpreende, colocando a mão no meu rosto


enquanto se inclina para mim. Eu a puxo para mais perto,
entendendo a necessidade de tê-la o mais perto possível. Nossos
corpos se movem em perfeita sincronia, balançando e fodendo
conforme nossas testas se pressionam.

— Holden — diz meu nome em um gemido.

— Porra, Everlee, isso é perfeito — sussurro contra seus lábios


antes de prová-los.

Estamos colados um ao outro enquanto nossos lábios se beijam


e provam, a boca aberta gemendo conforme me fode. Mantenho
meus quadris para frente, deixando-a balançar contra mim. Meu
braço segura seus ombros apertados nos meus ao mesmo tempo
que puxo o outro de sua mandíbula e deslizo até sua bunda.

Ela interrompe o beijo com um gemido. Levanto sua bunda,


fodendo-a profundamente quando levanta o joelho mais alto.
Enganchando meu braço sob seu joelho, abro sua boceta e a fodo
implacavelmente. Minha cama range e geme sob nós, mas nenhum
de nós se importa. Estamos tão envolvidos um com o outro, nada
mais importa.

— Holden, oh meu Deus! Eu... vou...

Gemo alto, fodendo-a forte e rápido enquanto também


mantenho a calma. Ela goza primeiro - sempre. Sua boceta aperta
em volta do meu pau antes de suas paredes pulsarem. Grita contra
a minha boca antes de eu chupar seu lábio inferior no meu. Eu a
fodo profunda e firmemente, sentindo minhas bolas apertarem
quando explodo minha carga nela. Ela continua a me foder, me
deixando louco quando meu pau fica sensível pra caralho.

Minha boca se move para sua mandíbula enquanto nossos


gemidos e ofegos enchem a sala. Estendo a mão para trás e sinto
como está molhada, espalhando nossos sucos sobre seu cu antes
de enfiar um dedo dentro.

— Oh porra! Sim — choraminga, balançando os quadris com


mais força.

Eu gemo em seu pescoço enquanto fodo sua bunda com o dedo


à medida que sua boceta pulsa em volta do meu pau novamente.
Ela mói para frente e para trás, gozando pela segunda vez.

Ela ri quando puxo meu dedo de sua bunda, segurando-a com


força enquanto nossos corpos param de se mover. Eu mantenho
meu pau dentro dela, esvaziando cada gota do caralho do meu
esperma.

— Oh meu Deus — sussurra com um enorme sorriso no rosto.


— Sim, baby, sei como se sente — sussurro de volta contra sua
mandíbula antes de mordê-la levemente.

Agarrando meu pulso, puxa minha mão até nossas bocas antes
de me olhar bem nos olhos. — Vamos ver como ficamos juntos.

Meus olhos ficam pesados de desejo enquanto meu pau lateja


em sua boceta, observando-a lamber um lado dos meus dedos ao
mesmo tempo que lambo o outro. Essa garota é a porra do meu
sonho.

— Mmm, perfeição — diz antes de lamber meu lábio inferior.

— Eu mudei de ideia — sussurro.

Seu olhar escurece quando olha para mim, suas sobrancelhas


se juntando.

— Você é a garota dos meus sonhos. E agora é minha esposa.

Ela sorri, emoldurando meu rosto com a mão novamente. — Eu


te amo, Holden Van — sussurra.

Empurrei meu pau até atingir o fundo, rolando-a de costas


para que pudesse ver sua expressão sob o luar quando dissesse a
ela — Eu te amo pra caralho, Everlee Van.

Uma única lágrima escorre pelo lado de seu rosto antes de se


dividir em duas por causa de seu sorriso. Quis dizer cada palavra,
como sempre faço. Estou estupidamente, loucamente apaixonado
por essa garota - por minha esposa.

Salpico seu rosto com meus beijos, certificando-me de capturar


suas lágrimas enquanto fodo minha esposa pela terceira vez esta
noite. Nossos corpos se agarram um ao outro, moldando-se como
um à medida que o tempo parece desaparecer.
44

Holden Van

O sono nunca veio realmente para mim na noite passada.


Depois de casar com a garota dos meus sonhos, saber que
Hastings é a porra do meu meio-irmão e descobrir que minha mãe
foi assassinada não permitiu exatamente que meu cérebro se
desligasse.

Crescer sob o teto de meu pai me ensinou uma coisa: distrair


a mente para não enlouquecer. E para mim, me perder física e
sexualmente é a única coisa que funcionou comigo. É
provavelmente uma das razões pelas quais me tornei o prostituto
que sou... Quem era.

É engraçado como todos são completamente diferentes quando


estão passando por eventos fodidos em suas vidas. Fazer sexo para
me distrair pode ser menosprezado por aqueles que não me
conhecem ou não conhecem minha história. Descobrir quem
matou minha mãe e porque é obviamente uma prioridade, mas
essas respostas virão quando eu for procurá-las hoje.

Puxo minha camisa sobre minha cabeça enquanto estou em


meu armário, olhando para minha esposa dormindo pacificamente
em minha cama. O que acontece hoje é para nós. Enterrei meus
demônios há muito tempo, mas o fantasma do passado voltou para
me lembrar que as coisas nunca podem ser enterradas, mas assim
que essa merda acabar e colocar meu pai atrás das grades, tirarei
Everlee daqui e começaremos nossa vida juntos.

Chega de drama. Não há mais vingança. Não há mais jogos.


Seguimos em frente como marido e mulher - se ela ainda quiser
isso.

Ela se mexe ao abrir os olhos, fazendo-me sorrir ao ver que olha


a minha volta, mas não esperava como me sentiria quando seus
olhos me encontrassem. Meu coração troveja em meu peito e um
enxame de borboletas explode em meu estômago.

— Oi — sussurra.

— Bom dia, esposa — respondo com um sorriso mais largo


enquanto saio do meu armário.

Porra, ela é linda logo de manhã. Seu cabelo loiro está


espalhado em meu travesseiro, e saber que está nua sob os
cobertores me deixa louco.

— Está pronta para hoje? — Pergunto.

Ela acena com a cabeça, puxando o lábio inferior em sua boca


antes de perguntar — Acha que seu pai fará algo ruim quando
descobrir que sabe a verdade?

Pensei sobre isso toda a manhã. Ele pode perder


completamente a cabeça, atacando-me - ou pior - tentando
machucá-la. Nada disso acontecerá se eu puder evitar. Não vou
deixá-lo encostar um dedo nela.

— Ele não estará sozinho hoje, por isso acho que não tentará
nada.
Suas sobrancelhas se juntam em preocupação. — Mas seu pai
e Sr. Fairfax podem ter matado sua mãe. Não acha que farão
qualquer coisa para proteger seu segredo? Mesmo que isso
signifique matar você? — Sussurra a última parte.

Eu a encaro, respirando fundo. — Quando ficou tão inteligente?

Ela dá de ombros. — Assisto a muitos crimes reais.

Rindo, me inclino e enterro meu rosto em seu pescoço só para


poder sentir seu cheiro por mais um momento. Não quero pensar
no meu pai tentando me matar, mas tenho que me preparar para
o pior, certo? Ele é instável na maioria dos dias, então o que me
faz pensar que hoje será diferente? Provavelmente deveria colocar
Tiff e Macy nisso caso as coisas não deem certo.

— Vista-se. Vou sair e ligar para Macy.

Ela não discute, então beijo seus lábios suavemente e sigo para
o corredor, fechando a porta suavemente atrás de mim. Todos os
olhos no corredor estão em mim, mas um olhar zangado meu e
todos se fodem. Macy atende após o segundo toque, mas posso
dizer que estava dormindo.

— O que quer, idiota? Não deveria estar profundamente


envolvido com sua esposa agora?

O grito animado de Tiffany ecoa ao fundo, me fazendo revirar


os olhos. — Deveria estar, sim, e é por isso que estou irritado pra
caralho. Hastings apareceu na porra da capela ontem à noite e...
— Lembro que estou parado no corredor onde qualquer um pode
ouvir, por isso termino sussurrando — Mostrou-me sua certidão
de nascimento. Ele é nosso meio-irmão.
O assobio da Macy me faz afastar o telefone do ouvido por um
momento. — De jeito nenhum — acrescenta no final. — E você
acredita nisso?

Dando de ombros, digo a ela — Tenho que acreditar, certo? A


certidão de nascimento era legítima. Estou ligando porque preciso
de um favor.

— Sim, cara, qualquer coisa.

— Faça com que os policiais apareçam na casa do meu pai às


10h30 em ponto. Pode lidar com isso?

— Holden, o que está acontecendo? — Pergunta, parecendo


mais séria do que normalmente.

— Explico tudo mais tarde, mas agora, tenho algumas coisas


para descobrir. Mantenha Tiffany longe de casa hoje, está bem? E
certifique-se de que os policiais estejam lá às 10h30. Diga a eles
que houve um homicídio.

Antes que possa fazer perguntas, eu desligo na sua cara e


imediatamente envio uma mensagem.

Eu: Não matarei ninguém, mas meu pai matou.

Deslizo de volta para o meu quarto, encontrando Everlee


completamente vestida e odiando cada segundo disso. Devíamos
estar na cama, como Macy sugeriu, mas, em vez disso,
brincaremos de detetives.

— Está pronta para hoje? — Pergunto a ela.

Ela mal acena com a cabeça, olhando para mim. — Acho que
sim — sussurra.
— Bem, começaremos pelo topo da lista de testemunhas, o que
significa que primeiro iremos a casa de Hastings. — Ela bufa
enquanto enquadro seu rosto, inclinando seu olhar para o meu. —
Não se preocupe, estarei ao seu lado o tempo todo.

— Mas temos que começar por ele?

Concordo. — Sim, menina bonita, temos. Infelizmente


precisamos dele do nosso lado. E tenho a sensação de que a mãe
dele está escondendo mais do que sabemos, por isso que maneira
melhor do que bisbilhotar em seu espaço pessoal?

— Acha que ele nos ajudará? Quero dizer, vocês dois não se
dão exatamente, e ele e eu temos uma história e...

— Está pensando demais. Todos podemos ter história, mas


temos uma coisa em comum: querer descobrir a verdade. A sua
mãe está escondendo coisas dele tanto quanto meu pai está se
escondendo de mim. Coisas mais estranhas aconteceram quando
os inimigos encontraram um terreno comum.

Ajudo-a a entrar no meu Rover, fecho a porta e rezo para estar


certo. Precisamos de Hastings do nosso lado para derrubar metade
desses filhos da puta.
Everlee Van
Quando entramos na garagem familiar de Jett, meu coração
bate forte no peito. Tenho um mau pressentimento sobre tudo isso,
mas quem pode me culpar? Estamos tentando encontrar mais
respostas sobre o assassinato de sua mãe das pessoas com quem
crescemos. Será complicado, não importa onde começamos.

Holden estende a mão e pega minha mão. — Está bem, menina


bonita?

O uso do meu apelido faz meu interior formigar, mas tenho que
me concentrar no que está acontecendo na minha frente. Olho
para a propriedade dos Hastings e respiro fundo. Estive com Jett
por muito tempo e espero que respeite o que tínhamos o suficiente
para nos ajudar.

Holden não solta minha mão quando nos aproximamos da


porta da frente. Aperta a campainha e o jingle ecoa pela enorme
casa. Estive aqui recentemente, mas parece uma vida inteira. Sou
uma pessoa diferente agora.

A porta se abre e o rosto familiar da governanta nos


cumprimenta. Ela sorri para mim no momento em que seus olhos
me encontram. — Everlee, é um prazer vê-la nestes degraus da
frente novamente.

Sorrio quando Holden me puxa para mais perto dele. Apostar


sua reivindicação em mim é incrivelmente sexy.

— Já faz um tempo, sim. Jett está em casa? — Pergunto.


Ela espreita por cima do ombro em direção à escada. — Está
em seu quarto no momento. E não está sozinho. Posso anotar uma
mensagem e fazer com que...

— Vamos falar com ele agora — diz Holden, abrindo caminho


para dentro. — Mostre o caminho, menina bonita — diz com os
dentes cerrados.

— Com licença! — Grita a governanta. — Não pode


simplesmente entrar aqui sem ser convidado. Não me faça chamar
a polícia.

Holden se vira e olha para ela. — Por favor, chame.


Precisaremos deles em breve para prender seus empregadores, de
qualquer maneira.

O seu olhar passa rapidamente pelo rosto dele, sem dizer nada
antes de sair do nosso caminho. Conduzo Holden escada acima
para o quarto de Jett. O quarto não me traz muitas boas
lembranças, já que toda vez que Jett me trazia aqui, tentava entrar
nas minhas calças.

A porta bate contra a parede do fundo quando Holden


basicamente a arromba, mas não estou preparada para o que vejo
a seguir.

— Que porra é essa?! — Jett grita enquanto sai de sua última


foda, cobrindo-os.

Fico aqui como um cervo nos faróis, olhando para a minha


melhor amiga deitada embaixo do meu ex-namorado.

— Everlee, posso explicar! — Sasha chora.


Não quero a sua explicação. Não é de admirar que não tenha
ligado ou enviado mensagens de texto há dias. Tem estado muito
ocupada fodendo com meu ex. Agora entendo por que me
empurrou para Holden com tanta força. Ela queria que eu saísse
do caminho - para me distrair - para poder cravar as unhas em
Jett.

— Não há tempo para explicações — diz Holden em vez disso.


— Vista-se. Precisamos da sua ajuda.

Estou prestes a sair correndo do quarto, mas Holden me


mantém ao seu lado enquanto se vestem. Meus olhos estão em
meus pés à medida que as lágrimas borram minha visão. Não
estou nem um pouco com ciúmes, mas estou arrasada por saber
que minha melhor amiga faria isso pelas minhas costas. Ela
sempre odiou Jett, e realmente o odiou pelo que fez comigo. Acho
que as coisas mudam quando se é uma vagabunda, né?

— Para o que precisa da porra da minha ajuda? Achei que


tínhamos chegado a um acordo, Van — Jett sussurra.

— Chegamos, e iríamos embora com nossas cabeças erguidas...


mas então descobri que sua mãe teve algo a ver com o assassinato
da minha mãe. Agora estou parado aqui vendo você enfiar seu
pinto minúsculo nas calças.

— Ei, foda-se, cara! — Jett grita. — Deveria lhe dizer para dar
o fora da minha casa, mas... — olha para mim, e afasto meu olhar
novamente. — Eu também gostaria de saber a verdade sobre
minha mãe. Vamos, sei o que está procurando.

Holden me puxa junto com ele, nunca soltando minha mão


enquanto seguimos Jett. Só olho para Sasha por uma fração de
segundo, vendo um olhar de pura tristeza em seu rosto, mas a
ignoro completamente. Estamos aqui para descobrir o assassinato
da Sra. Van - nada mais e nada menos.

Estamos no final do corredor em uma sala em que nunca estive


antes. Parece que a Sra. Hastings transformou o espaço em outro
armário, mas muito maior do que qualquer outro que vi. Jett vai
até o armário real da sala e estende a mão antes de tirar uma caixa
empoeirada.

— Essa coisa está aqui desde que eu era criança, mas nunca
olhei lá dentro, mas tem o seu nome — diz, olhando para Holden
antes de virar a caixa para revelar a palavra VAN de lado junto com
Hastings, Fairfax e Lucas.

É a primeira vez que Holden solta minha mão para pegar a


caixa, olhando para a tampa enquanto a coloca no banco tufado
no centro da sala. Pairo atrás dele, espiando por cima do ombro à
medida que abre a tampa coberta de poeira. Há uma tonelada de
papéis dentro da caixa e Holden puxa a primeira pilha para fora.

À primeira vista, reconheço o relatório de óbito que a mãe de


Billie tinha em seu escritório. Aquele da verdadeira morte da Sra.
Van. Ele vasculha os outros papéis, e encontra alguns arquivos de
divórcio com os nomes de Mary Saxton e Frederic Fairfax.

Holden olha para Jett e diz — Parece que estamos mais


conectados do que pensamos, irmão.
45

Holden Van

Olho para os papéis do divórcio sem piscar, sem saber se estou


sonhando ou não neste momento. Saxton era o nome de solteira
da minha mãe, mas a mãe de Jett tem o mesmo.

Jett arranca o papel da minha mão. — Do que diabos está


falando, Van? Minha mãe foi casada com o Sr. Fairfax antes de
meu pai... e daí?

De pé, arranco o papel de volta. — Não brinca, Sherlock, mas


olhe o nome de solteira da sua mãe. — Bato no papel. — É igual
ao da minha mãe. Elas eram irmãs.

Ele olha para mim, balançando a cabeça. — Logo quando


pensei que o tinha tirado da minha vida para sempre. — Solta o ar
e se joga em uma cadeira de madeira. — Então, é meu meio-irmão
e meu primo?

Minhas sobrancelhas se juntam enquanto olho para ele, não


querendo entender a porra acontecendo aqui.

— Quero dizer, tecnicamente sim. Sua mãe seria a tia dele, e a


mãe dele seria sua...

— Cale a boca, Sasha — Jett e eu dizemos em uníssono,


fazendo com que ela cale a boca.
Ainda não olhei para minha garota para ver como se sente por
encontrar sua melhor amiga na cama com seu ex-namorado. A
única coisa que pude fazer foi segurar a sua mão para que
soubesse que não vou a lugar nenhum. Aproximo-me envolvendo
meu braço em volta do pescoço para puxá-la com força para o meu
peito.

— Isso não é o que importa agora, está bem? Sua mãe ajudou
a encobrir o assassinato da minha mãe e...

— Ei, ei, ei! Quem diabos pensa que está acusando aqui? Você
não sabe disso! — Jett grita.

Levanto o papel, acenando descontroladamente. — Que porra


pensa que é tudo isso?! É óbvio que ela escondeu aqui por uma
maldita razão. Sei que é burro como pedra, mas vamos lá, cara!

Jett olha para mim, e não posso deixar de sorrir de volta para
ele. Vim aqui esperando que ele nos ajudasse, mas isso não
significa que tenho que jogar limpo.

— Que porra é essa?! — Sasha grita.

Todos nós voltamos nossa atenção para ela, encontrando-a


segurando a mão de Everlee enquanto olha para o anel que
coloquei lá na noite anterior.

Ela olha para Everlee. — Isto é…?

Jett se aproxima e arranca a mão de Everlee da de Sasha antes


de olhar para ela. — Você realmente se casou com ele?

Posso ver a mágoa escrita em seu rosto, mas não dou a mínima
para ele. Sabe exatamente o que perdeu e agora é meu. Ela é
minha, mas está agindo como um filho da puta bipolar agora. Ele
nos viu na capela ontem à noite quando gritou e jogou sua certidão
de nascimento em mim. O que se passa?

— Você sabia, imbecil — assobio, mas ninguém parece me


ouvir.

— São casados? — Sasha sussurra.

Everlee abaixa a cabeça, olhando para seus sapatos novamente


antes de eu agarrar seu queixo e forçá-la a olhar para cima, mas
antes que possa dizer a ela para nunca ter vergonha do que temos,
Jett me dá um soco bem na cara.

As garotas gritam enquanto eu tropeço para trás, estendendo a


mão para tocar minha bochecha sensível com um grunhido. Achei
que já tínhamos passado por essa merda.

— Você se aproveitou dela, porra! — Grita, apontando para


uma Everlee perturbada. — Ela era uma boa menina virgem antes
de você entrar em cena! O que ele fez com você, Eve? — Pergunta
a ela, e me aproximo dela.

— Não fiz porra nenhuma, idiota. Otário me soque assim de


novo e será a última coisa que fará — digo com os dentes cerrados.

Everlee coloca a mão no meu peito, mas dirige suas palavras


para Jett. — Ele não fez nada comigo, Jett. Foi minha decisão
também de me casar com ele. Eu o amo.

Um lampejo de traição atravessa o olhar de Hastings antes que


balance a cabeça. — O que ele tem que eu não tenho?

A comoção ecoa escada acima, deixando-nos todos em pânico.


Enfio os papéis de volta na caixa e a enfio debaixo do braço. Jett
corre até a porta e espreita para fora, xingando baixinho. — Merda,
é minha mãe. Têm que dar o fora daqui.

Sabia que ele conseguiria, mesmo que fosse um pedaço de


merda.

— Saia pela entrada de serviço dos fundos. Everlee sabe onde


é.

Não vou nem pensar em como sabe onde está, porque tudo que
posso pensar é ela saindo do quarto de Hastings tarde da noite
depois que... Não, sei que nunca fizeram isso, mas a ideia de suas
mãos nela de qualquer maneira fazem meu sangue ferver, e não
temos tempo para lutar novamente.

— Leve Sasha com você. Minha mãe não pode vê-la aqui — Jett
sibila enquanto nos empurra pelo corredor em direção à escada
dos fundos.

Sasha desdenha, mas não diz nada enquanto descemos as


escadas até um pequeno patamar com uma porta que dá para os
jardins laterais. Estou realmente preocupado apenas com Everlee,
guiando-a para longe da propriedade até que o Rover apareça.
Todos entramos antes que eu jogue a caixa no banco de trás e saia
correndo da garagem antes que a Sra. Hastings possa sair e tentar
nos impedir.

Meu coração troveja enquanto dirijo, olhando pelo espelho


retrovisor à medida que a propriedade Hastings fica cada vez
menor. A cabine do Rover está silenciosa, exceto por toda a nossa
respiração pesada. Olho para minha garota, pegando sua mão na
minha novamente sem dizer uma palavra. Ela aperta de volta, e
sei que é sua maneira de me dizer que está bem.
— Para onde agora? — Sasha pergunta do banco de trás.

Oh, certo, esqueci que ela estava aqui por um segundo. Olho
de relance para Everlee, lançando-lhe um sorriso quando ela olha
para mim. Se fosse eu, daria um tapa no meu melhor amigo por
dormir com meu ex. É verdade, não tenho nenhum desses, mas
sei que me sentiria bem.

Quando Everlee não se move ou diz uma palavra, faço isso por
ela.

— Então, fodendo com o ex-namorado da sua melhor amiga,


hein?

Sasha olha para mim pelo espelho retrovisor, me fazendo rir.


Não fui eu quem traiu a sua melhor amiga aqui - foi ela.

— Everlee, não é o que pensa. Ficamos juntos quando...

Ela levanta a mão, interrompendo as palavras de Sasha. —


Honestamente nem me importo agora. Fodeu com Jett depois de
me fazer acreditar que o odiava. Passei o verão inteiro te trazendo
da beira da morte por causa do que Dan fez com você, e agora está
com o melhor seu amigo que traiu a sua?! — Everlee grita. Aí está
minha garota!

Quando Sasha não diz nada, olho no espelho para encontrá-la


olhando para as mãos enquanto as lágrimas escorrem pelo rosto.
Reviro os olhos ao vê-la. Está falando sério agora? Fazendo-se de
vítima depois de ser pega em flagrante. Legal.

— Sinto muito — sussurra do banco de trás.


Everlee claramente não tem nenhum perdão para lhe dar,
porém, virando-se para a frente novamente enquanto bufa. —
Leve-a para casa, Holden.

Dirigimos o resto do caminho em silêncio, mesmo quando


Everlee aponta para onde eu deveria ir. Sasha sai sem dizer uma
palavra quando paro na frente de sua casa.

— Está bem, menina bonita? — Pergunto no segundo em que


estamos sozinhos.

Ela respira fundo e olha para mim. — Porra, nunca me


machuque, Holden Van, ou será a última coisa que fará.

Eu sorrio, amando a luta que ainda tem depois do que


testemunhou hoje. Estendendo a mão, traço meu polegar sobre
sua bochecha e balanço minha cabeça. — Nunca sonharia com
isso.

Machucá-la é a última coisa que eu faria. Inferno, chutaria


minha própria bunda se a machucasse. O pensamento de
machucá-la ou perdê-la me dá um nó por dentro.

— Vou levá-la para o hospital agora — digo a ela.

Ela chicoteia seu olhar para o meu. — O quê? Não. Vou com
você.

— Não, menina bonita, não vai. Não conseguiria viver comigo


mesmo se algo acontecesse com você. Meu pai pode ser muito
imprevisível, e saber que o Sr. Fairfax estará lá com ele? Sim, você
não chegará perto desses assassinos de merda. Quero que conte
tudo para sua mãe, e quero dizer tudo, porque preciso da ajuda
dela para sair daqui quando tudo acabar.
Suas sobrancelhas se juntam. — Do que está falando, Holden?

Emolduro cada lado de seu rosto, inclinando sua cabeça para


trás para que possa olhar em seus olhos brilhantes. — Precisamos
nos esconder até que tudo isso acabe e eles estejam todos na
prisão. Confia em mim?

Seu olhar passa entre os meus enquanto balança a cabeça


lentamente. — Eu confio em você — sussurra.

Batendo meus lábios nos dela, provo suas lágrimas salgadas


quando passo minha língua ao longo de seu lábio inferior. Ela se
abre para mim, gemendo em minha boca conforme joga os braços
em volta do meu pescoço. Eu a puxo para mim, saboreando cada
segundo desse beijo com minha esposa porque não sei se será o
meu último ou não. Se for, sei que a sua mãe fará tudo ao seu
alcance para manter Everlee segura. É a única esperança que
tenho agora.

Depois de separar nossos lábios, saio em direção ao hospital.


Meu coração bate forte o tempo todo até estarmos na frente, e
depois bate com mais força. Olho para as portas da frente antes
de olhar para o relógio. Faltam cinco para as dez - a hora em que
disse a meu pai que o encontraria com o Sr. Fairfax.

— Não posso ir — sussurra.

— Baby, precisa. Tenho que ir até a casa do meu pai antes que
seja tarde demais. Aqui, pegue isso. — Alcanço a parte de trás e
pego a caixa empoeirada. — Guarde isso com sua vida.
Seu lábio inferior treme quando a pega e abre a porta do
passageiro. Ela se vira e olha para mim. — Volte para mim, Holden
Van.

Eu lanço uma piscadela para ela. — Sabe que vou, menina


bonita.

Ela bate à porta e a vejo virar e entrar no hospital enquanto


meu coração aperta novamente.

— Eu te amo — sussurro antes de me afastar do meio-fio da


frente.

É hora de derrubar o homem que passou a vida inteira


tentando arruinar a minha.

Everlee Van
Encontrar minha mãe foi fácil, mas os olhares estranhos que
recebi andando pelos corredores com uma caixa empoeirada na
mão não foram bons. Mamãe também viu, franzindo as
sobrancelhas.

— Não deveria estar na aula agora? O que é isso? — Pergunta,


apontando para a caixa.

Eu a coloco debaixo do braço, olhando ao redor. — Podemos


conversar em particular? É muito importante, mãe.
Ela coloca seu prontuário no balcão da enfermaria, virando seu
olhar preocupado para mim. — O que está acontecendo, Everlee?

— Aqui não, mãe. Em particular.

— Pode observar meus quartos e mandar Janelle entrar se eu


receber uma ligação? Não vou demorar — diz à enfermeira atrás
da mesa, que acena de volta para ela. — Vamos, na sala de
descanso, mas só tenho um momento.

Assim que entramos na sala de descanso e a porta se fecha


atrás de nós, coloco a caixa no chão e solto um suspiro. Estou
enlouquecendo por dentro, imaginando como ela receberá a notícia
de tudo que estou prestes a contar. Sem tempo a perder, deixo
escapar em um longo suspiro.

— Holden deveria se casar com Lauren Fairfax por causa de


um acordo, mas não deu certo porque ele me queria. É por isso
que o Sr. Van apareceu em nossa casa para lhe oferecer todo
aquele dinheiro para me levar embora. Ele não queria se casar com
ela, por isso, decidimos nos casar. Lauren ajudou, e você autorizou
ontem. — Levanto minha mão para mostrar o anel. — Mas agora
descobrimos que a Sra. Van não cometeu suicídio e que a mãe de
Jett é na verdade sua irmã e teve um caso com o Sr. Van, pai de
Jett. A Sra. Lucas dirigia o necrotério na época e mudou toda a
papelada para dizer que ela cometeu suicídio, mas, na verdade, o
Sr. Van, o Sr. Fairfax e a Sra. Hastings mataram a Sra. Van e
esconderam as provas.

Respiro fundo, sentindo meus pulmões queimarem enquanto


olho para minha mãe, que parece ter levado um choque elétrico.
Sua boca abre e fecha várias vezes conforme observo suas
expressões faciais passarem por uma roda de emoções.

— Está casada? Com Holden? E o pai dele matou a mãe? —


Pergunta, marcando todas as coisas que acabei de dizer a ela em
seus dedos antes de seu olhar se arregalar. — E agora está no meio
disso tudo?!

— Mãe, ficará tudo bem. Holden está na casa de seu pai agora,
confrontando-o e ao Sr. Fairfax. A polícia chegará logo, mas ele
queria que eu viesse contar tudo porque precisamos sair da cidade
por um tempo.

Ela agarra uma cadeira, caindo nela como se estivesse


entorpecida, olhando para longe. Posso dizer que ainda está
tentando processar tudo, mas preciso que ela se concentre agora.

— Mãe — digo, agarrando seu rosto até que esteja olhando para
mim. — Precisamos da sua ajuda para sair da cidade. Pode fazer
isso?

Seu olhar dança descontroladamente sobre meu rosto. — Você


se casou sem mim — sussurra.

— Sei que é um choque para você agora, mas preciso que saia
dessa. Pode ficar com raiva de mim depois. — E pode ficar, mas
estou surpresa que é nisso que ela está pensando agora. Tenho
certeza de que é um choque que sua filha menor de idade tenha se
casado pelas costas, mas pensei que ficaria mais chocada ao ouvir
sobre assassinato e suicídio.
Seu rosto muda para raiva antes de ela pular da cadeira. — Ele
te enganou! Colocou-a sob seu feitiço. Ele te forçou? Querida, pode
falar comigo! Eu o matarei se ele...

Bato nela. Com força. O som da minha mão batendo em sua


carne enche a sala, e não sinto muito por isso. Ela estava ficando
um pouco maluca lá e temos outros peixes para fritar agora.

— Sinto muito por ter feito isso, mãe — digo quando olha para
mim com os olhos arregalados. — Mas ambas sabemos que
precisava disso. Podemos discutir meu casamento com Holden
depois que nos ajudar a fugir desses ricos psicopatas. E só para
fazê-la se sentir um pouco melhor… amo Holden com todo o meu
coração, e ele me ama de volta, mãe. Independentemente da nossa
idade, casar era inevitável.

Ela me encara sem piscar por vários longos segundos antes de


respirar fundo. — Como posso ajudar? — Sussurra.
46

Holden Van

Enquanto olho para o lugar que chamei de lar durante toda a


minha vida, não vejo nada além de pedra fria e os olhos mortos de
duas gárgulas olhando para mim. A única pessoa que fez deste
lugar um lar foi assassinada, e farei meu patético pai admitir o que
fez antes de jogá-lo atrás das grades.

Posso não ser uma pessoa perfeita ou mesmo um cara decente,


mas a ideia de trair Everlee antes de matá-la me deixa fisicamente
doente. Sei que meu pai é um merda doente, mas nunca pensei
que fosse tão longe.

Batendo na porta, espero Nadiyah atender, mas ela nunca vem.


Sei que estão aqui porque o Bentley do Sr. Fairfax está parado na
entrada ao lado do meu Rover. Sem esperar, entro na propriedade
tranquila e sigo em direção ao escritório do meu pai.

Suas vozes abafadas ecoam no saguão enquanto me aproximo


das portas parcialmente fechadas, inclinando a cabeça para
escutar.

— Precisamos casá-los imediatamente. Acho que seu filho tem


alguns truques na manga, e é por isso que está adiando isso. — É
a voz do Sr. Fairfax, e suas palavras me fazem sorrir. Eu tenho
alguns truques, com certeza.
— O que diabos acha que estou tentando fazer?! A mãe de
Everlee pegou o dinheiro, mas demorará um pouco mais para
convencer Everlee a deixar meu filho em paz.

Minha mandíbula cerra com as palavras do meu pai. O homem


é um pedaço de merda que pensa que pode subornar para escapar
de qualquer coisa. Foi assim que escondeu o assassinato de minha
mãe; Estou certo disso.

— Não acha que ele sabe sobre...

— Cale a boca — meu pai dispara, interrompendo-o, mas tenho


a sensação de que ele estava prestes a falar sobre o passado deles
e de minha mãe.

O silêncio enche a sala, e não aguento mais. Abro a porta do


escritório e a deixo bater contra a parede. Os dois pulam, virando-
se para me ver entrar com um sorriso estampado no rosto.

— Oh, sei tudo sobre o que vocês fizeram — digo, sem perder
tempo.

Eles se olham, trocando um olhar incerto. Sei que são espertos


demais para cair na minha armadilha, mas vou levá-los até lá.

— De quem foi a ideia? Sua? Dele? — Aponto entre eles. — Ou


talvez de Mary.

O nome dela é o suficiente para fazer o Sr. Fairfax se mover


desconfortavelmente em seu assento. Ele olha para o meu pai,
puxando a gravata apertada em volta do pescoço, mas ainda não
se falam.

— Tenho todas as evidências de que preciso, então é melhor me


explicar antes que eu mude de ideia e chame a polícia.
Meu pai bufa, balançando a cabeça. — Você honestamente
acha que cairemos nessa? Tem alguma ideia de quem está
tentando chantagear agora?

Eu sorrio, balançando a cabeça. — Com certeza tenho. Afinal,


aprendi com os melhores, não é, pai?

Ele semicerra o olhar para mim antes de olhar para o Sr.


Fairfax. — Desde pequeno me dá problemas — diz, contornando a
mesa antes de caminhar direto para mim. — E esperei toda a sua
vida para te ensinar uma maldita lição.

Eu rio. — Não pode estar falando sério, certo? Não passou de


um pai de merda toda a minha vida. Passei minha adolescência
cuidando de cortes e contusões de suas lições. Agora está perdendo
o controle sobre mim e não há nada que possa fazer sobre isso.

— Não estou perdendo nada, seu pequeno...

— Como fez isso? — Pergunto, interrompendo-o. — Drogou a


mamãe antes de esfaqueá-la e espancá-la até a morte? O relatório
da autópsia foi algo saído de um filme de terror, e não posso deixar
de me perguntar quais ferimentos infligiu a ela.

Ele sorri, cruzando os braços sobre o peito, mas é o Sr. Fairfax


quem o entrega. Sua tez fica branca como um fantasma enquanto
sua respiração superficial aumenta. Estou encurralando-os como
os monstros que são, mas tenho que ter cuidado; encurralar
animais enjaulados pode ser perigoso.

Enfio a mão no bolso de trás e tiro uma cópia das primeiras


páginas da autópsia de mamãe, lendo-a na frente deles. —
Abrasões e contusões da parede torácica lateral inferior esquerda
com fraturas de costelas sobrejacentes das costelas esquerdas
número seis, sete e oito.

O Sr. Fairfax parece prestes a vomitar quando olho para ele.


Meu pai, por outro lado, não para de sorrir. Continuo, esperando
que um desses detalhes os destrua.

— Hemorragia subaracnóidea do cérebro direito. Duas facadas


na parede abdominal superior, perfurando um pulmão. Trauma de
força contundente na cavidade torácica, mas nenhuma incisão
encontrada. — Paro por um momento, puxando a falsa autópsia
do meu outro bolso. — Causa da morte? Suicídio — digo
secamente.

Dou um pulo para trás quando o Sr. Fairfax salta de seu


assento. — Porra, eu disse para você queimar esses arquivos! —
Grita, apontando para mim. — Vamos para a prisão!

Meu pai levanta a mão. — Ninguém vai para a prisão.

— Discordo — digo, jogando a cópia da autópsia real aos seus


pés. — A polícia está recebendo cópias deste relatório e todas as
evidências que encontrei enquanto conversamos. — Olho para o
relógio na parede atrás de suas cabeças. — Deve estar aqui em
breve.

O Sr. Fairfax está claramente perdendo a cabeça, andando de


um lado para o outro enquanto passa as mãos pelos cabelos
grisalhos, mas é meu pai quem me surpreende. Ele se abaixa e
pega o relatório da autópsia antes de jogá-lo sobre a mesa. Depois
me aplaude, olhando-me bem nos olhos com um sorriso.
— Tenho que admitir, não pensei que fosse tão inteligente. —
Continua aplaudindo, rastejando em minha direção enquanto me
afasto dele. — Mas isso não muda nada. Poderia simplesmente
dizer aos policiais que você plantou aquele falso relatório de
autópsia e...

— Ou poderiam exumá-la e fazer outra autópsia, se é isso que...

— Seu filho da puta! — Sr. Fairfax grita antes que eu tenha


tempo de me mover.

Ele me joga no chão, empurrando meu rosto no caro tapete


persa.

— Primeiro trata minha filha como se ela fosse uma puta,


depois fode minha esposa e agora ameaça acabar comigo! — Grita,
e tenho que fechar meus olhos quando sua saliva cai no lado do
meu rosto.

Um homem de cinquenta e poucos anos, porém, não consegue


me segurar. Empurro para cima com pouco esforço, tirando-o de
cima de mim antes de atacá-lo em seguida. Ele se debate debaixo
de mim enquanto o tapete engole seus gritos. Meu pai está a
alguns metros de distância, rindo e batendo palmas.

Segurando o Sr. Fairfax no chão com meu joelho no meio de


suas costas, olho para meu pai e mostro os dentes.

— Fez-me acreditar que minha mãe se matou esse tempo todo.


Por que você a matou? Eu tenho que saber.

Seu olhar dança entre o Sr. Fairfax e eu enquanto passa a


língua pelos dentes superiores. Depois se inclina contra a mesa
com um suspiro.
— Nunca pretendi que sua mãe fosse morta, mas ela não sabia
ficar de boca fechada. Ela descobriu um segredo que planejava
levar para o túmulo, ameaçando me arruinar com isso, mas eu não
podia permitir isso.

— O segredo de você foder com a irmã dela, engravidá-la do


Jett? — Pergunto com os dentes cerrados, vociferando quando o
Sr. Fairfax luta embaixo de mim.

Papai sorri, dando-me um pequeno aceno de cabeça. — Vejo


que fez sua lição de casa. Não é que não amasse sua mãe, mas eu
tinha necessidades. Necessidades que Mary estava muito disposta
a satisfazer.

Jogo adagas nele com meu olhar duro. — Você traiu sua esposa
- a mãe de seus malditos filhos.

— Vindo do garoto que fodeu com todas as garotas da Reaper.


Não me julgue, seu filho da puta.

— Permita-me levantar! — Sr. Fairfax grita, debatendo-se


debaixo de mim novamente. — Eu falo!

Eu o deixo levantar, pulando para trás para que não possa me


atacar novamente. Com as costas contra a parede, olho entre os
dois homens patéticos diante de mim. Como conseguiram
convencer as pessoas nesta comunidade de que são deuses. Olhe
para eles! Não passam de assassinos, mentirosos e trapaceiros.

— Fale — insisto.

O Sr. Fairfax lança um olhar furtivo para meu pai enquanto


ajusta a gravata e ajeita o paletó. — Mary foi minha esposa
primeiro.
Aceno. — Acha que não sei disso? Quero detalhes que não
consigo encontrar. Por que vocês fizeram isso? Quem mais estava
envolvido e por quê?

— Não diga a ele porra nenhuma, Frederic — meu pai grita,


virando seu olhar duro para mim. — Não cairei na sua armadilha.

Dando de ombros, cruzo os braços sobre o peito. — Como


quiser. Vocês dois vão para a prisão quer me contém o seu lado da
história ou não.

— Está blefando — papai diz.

Olho para o relógio e vejo que tenho cerca de nove minutos


antes das 10h30, hora que pedi a Macy para chamar a polícia aqui.
Podem não falar, mas espero que sim. É o fechamento que preciso.
Preciso saber por que mataram minha mãe.

— Mas estou?

— Foi tudo ideia dele — diz o Sr. Fairfax, apontando para meu
pai.

— Não, não foi, porra! Não é minha culpa que sua ex-mulher
não conseguiu manter a boca fechada!

Se olhar pudesse matar, meu pai estaria morto. — Como ousa


culpá-la! Convenceu minha esposa a dormir com você! Ela era
irmã de sua esposa e minha esposa! — O Sr. Fairfax grita.

Sento-me, observando o show se desenrolar diante dos meus


olhos. Podem comer uns aos outros vivos por tudo que me importa.
Isto é o que esperava.

— E tudo teria sido mantido no escuro se ela não tivesse


contado a minha esposa! — Meu pai grita. — Depois ela se virou e
ameaçou me denunciar! Por que acha que ofereci a você metade
da minha empresa no casamento de Lauren e Holden?! Tínhamos
um acordo, filho da puta!

Isso é novidade para mim. Quero dizer, eu sabia que tinham


um acordo para me casar com Lauren, mas nunca soube que tinha
a ver com isso. Meu casamento arranjado com Lauren foi um
acordo feito para encobrir a morte de minha mãe. Quão fodidos
são esses idiotas? Eles têm muito dinheiro e poder.

— E a empresa ainda pode ser metade sua — meu pai diz mais
suavemente, ajustando a gravata em volta do pescoço. — O negócio
ainda é bom do meu lado.

Eu bufo, cruzando os braços sobre o peito para que minha mão


esquerda fique visível para os dois. — É tarde demais para esse
acordo. Não me casarei com Lauren agora ou mais tarde. Estou
casado — digo, balançando meu dedo anelar para chamar sua
atenção.

Seus olhares caem para o meu dedo. A pele do Sr. Fairfax perde
a cor novamente e meu pai não piscou uma vez. Acho que os deixei
sem palavras. Bom.

— Ele está blefando de novo — sussurra o Sr. Fairfax.

No entanto, é meu pai quem diz — Não acho que esteja blefando
sobre nada disso.

Agora ele está entendendo. Estou prestes a dizer a eles o quão


fodidos estão quando as portas da frente da propriedade se soltam
de suas dobradiças. O que parece ser cerca de vinte homens e
mulheres uniformizados entram correndo na casa e vão direto para
o escritório. Ergo minhas mãos, sabendo que exigirão isso em
breve.

O Sr. Fairfax cai de joelhos, erguendo as mãos enquanto o


pânico consome sua expressão. Meu pai simplesmente fica
congelado com as mãos para cima, mas seu olhar nunca me deixa.
Posso ver a traição em seus olhos. Não sinto muito por nada disso.
Pode pensar o que quiser, mas, no final das contas, foi ele quem
assassinou minha mãe, sua esposa, e terá que responder por seus
atos.

— Frederic Fairfax e Jonathon Van, estão presos por


conspiração e assassinato de Charlize Van. Qualquer coisa que
disserem pode e será... — o restante dos direitos de Miranda é lido
para eles enquanto vejo os policiais algemarem meu pai e os pulsos
do Sr. Fairfax pelas costas.

Nunca pensei que veria esse dia e não consigo parar de sorrir.
Esses ricos fodidos estão recebendo exatamente o que merecem.
Nenhuma quantia de dinheiro vai livrá-los do que fizeram. Só
espero que minha mãe possa descansar em paz agora.

Virando-me para quem presumo estar no comando, observo-a


tirar o lenço preto do rosto e inalar profundamente. Que porra é
essa?!

— Holden, não poderia ter feito esta prisão sem você — diz a
Sra. Fairfax, estendendo a mão para apertar a minha.

Pisco várias vezes, sem mover um músculo.

— Ouça, lhe direi o que posso. Sou uma agente infiltrada do


FBI. Há anos estamos de olho nesses dois, mas nunca fizeram
nada para serem presos. Não sou a verdadeira mãe de Lauren, nem
sou a verdadeira esposa do Sr. Fairfax.

— Mas nós... — aponto entre nós dois, tentando entender tudo.

Ela ri. — Sim, garoto, fizemos. Posso ser uma agente, mas não
sou um anjo. Uma mulher tem necessidades assim como os
homens.

O que diabos está acontecendo aqui? Esta senhora não é


realmente a mãe de Lauren. Fodi uma agente do FBI? Isso é legal
mesmo?

— Você tinha dezoito anos. Era muito legal.

Disse algo em voz alta? Bom Deus. Acho que estou perdendo a
cabeça. — Então, hum, o que, hum, acontece agora? — Pergunto,
coçando a parte de trás do meu pescoço.

— Prendemos e acusamos esses bastardos. Meus outros


agentes estão pegando Mary Hastings e Lucille Lucas enquanto
conversamos. Não há mais nada que eu precise de você, Holden.
Fez um bom trabalho. Agora volte para sua esposa e termine a
escola, está bem?

Pisco de forma irregular novamente, olhando para ela em


confusão. — Você foi tão convincente — sussurro.

Rindo, ela balança a cabeça e dá de ombros. — Sou uma agente


treinada, Holden. Não teria este trabalho se não fosse boa nisso.

Sem dizer mais nada, ela se vira e desaparece no meio da


multidão de agentes que circulam pela propriedade. Tudo sobre a
minha vida tem sido uma mentira, não é? O que mais é mentira?
A próxima coisa que sei é que alguém me dirá que Tiffany não é
minha irmã de verdade, mas quem estou enganando? Somos
basicamente gêmeos – claro que ela é minha irmã.

Eu saio do escritório, sem olhar para trás uma vez enquanto


caminho para fora de uma maneira entorpecente. Uma vez que
estou no meu Rover, pego meu telefone e envio uma mensagem a
Everlee.

Eu: Indo até você. Não precisamos fugir, mas tenho tanto para te

contar.

Então enfio meu telefone em seu suporte no painel e saio, nem


uma vez olhando para a casa em que cresci ou dando a mínima
para o que acontecerá com ela. A única coisa em que estou focado
é Everlee e como toda essa merda finalmente acabou.
47

Holden Van

Faz uma semana desde que toda essa merda aconteceu, e tenho
uma surpresa planejada para Everlee hoje à noite. Estamos de
volta aos nossos dormitórios na Reaper, embora a sua mãe tenha
pedido que ela fosse transferida para outro quarto longe de mim.
Obviamente não foi aprovado a esta altura do ano letivo, mas
sejamos honestos, Everlee simplesmente dividiria meu quarto se
isso acontecesse. Além disso, não é como se a sua mãe soubesse o
que realmente acontece atrás dessas paredes.

— Ei idiota, por que não retornou as ligações da sua irmã? —


Macy pergunta enquanto me dá um tapa na parte de trás da
cabeça.

Olhando para ela, me inclino para trás no meu lugar na mesa


do almoço e não digo nada. Macy sabe que não respondo a
ninguém, e isso inclui ela.

— Estive ocupado — digo com os dentes cerrados.

Ela dá uma gargalhada. — Sim, transando com sua esposa.

Eu sorrio, encolhendo os ombros, porque é exatamente o que


tenho feito. Quando se trata de Everlee, não consigo evitar. E daí
se eu estive profundamente dentro dela durante toda a semana?
Não a ouço reclamar.
— Escute, não lhe direi como viver porque isso parece incrível,
mas deveria ligar para Tiff.

Assentindo, inclino-me para a frente e descanso os cotovelos


na mesa do almoço. Tenho resistido em ligar de volta para Tiffany
porque ela assumiu a propriedade Van e tudo nela, querendo que
eu volte para casa e resolva minhas merdas. Não queria pisar
naquelas paredes desde que prendi nosso pai.

E nem me fale sobre esse show de merda. Ele obviamente


tentou usar seu dinheiro e poder para sair da prisão, mas o tiro
saiu pela culatra como um filho da puta. No próximo mês,
enfrentará o juiz durante o julgamento, e não estarei lá para
testemunhar. Tanto quanto está preocupado, não quero vê-lo
nunca mais. E no que diz respeito à propriedade, também nunca
mais quero voltar para lá. Disse a Tiffany para vender tudo e
começar uma nova vida em outro lugar, mas ela tem uma ligação
doentia e distorcida com a casa que nunca entenderei.

— Ela está preocupada com você, Holden — diz, chamando


minha atenção novamente.

— Sim, bem... Diga a ela que estou bem. Está tudo bem. — No
entanto, isso também é uma maldita mentira.

Nosso pai pode estar atrás das grades e os outros enfrentando


seu próprio dia de julgamento pelo que fizeram à minha mãe, mas
isso não ajuda em nada a responder às perguntas que ainda
passam pela minha cabeça. Não faz sentido matar alguém por ter
sido pego trapaceando. Deve haver algo mais profundo
acontecendo, mas nem sei por onde começar a procurar. E sou a
última pessoa que qualquer um desses filhos da puta atrás das
grades quer ver.

— Bem, se não vai ligar para ela, apenas lhe darei isso agora.
— Macy me entrega uma pequena caixa embrulhada no que parece
ser um saco de papel pardo com o endereço do meu pai e a
postagem no canto. Depois se levanta e vai embora, deixando-me
sozinho olhando para esta caixa misteriosa.

Não a abro de imediato, procurando algum sinal de quem possa


tê-la enviado, mas não encontro o endereço do remetente. Não há
tempo como o presente, certo?

Abrindo a caixa, ignoro os olhares atentos ao meu redor e enfio


minha mão dentro da caixa. Um pedaço de metal frio me
cumprimenta antes que puxe um disco do tamanho da palma da
minha mão. Que diabos é essa coisa?

Parece uma moeda gigante com um rosto humano, mas metade


de sua face é uma caveira. Existem símbolos estranhos circulando
o rosto e a palavra REAPERS logo abaixo do queixo. Virando-a, não
encontro nada na parte de trás, exceto metal sólido.

— O que é essa coisa? — Everlee pergunta enquanto toma seu


lugar ao meu lado.

Não a quero lá, porém, puxando-a para o meu colo antes de


descansar meu queixo em seu ombro. Nós dois olhamos para o
objeto estranho na minha mão.

— Não sei — sussurro. — Macy acabou de me dar esta caixa.


Enviaram-na para a propriedade.
Ela a pega de mim, virando-a para um lado e para o outro
enquanto suas sobrancelhas se juntam. Percebo uma nota dentro
da caixa, puxando-a para ler a seguir. Everlee olha para ele comigo
enquanto lemos em silêncio.

Holden,

Sei que este pacote só vai fazê-lo questionar o seu conteúdo, mas
estou pedindo que não o faça. Pode chegar um momento mais
tarde em sua vida em que precisará deste medalhão. Os segredos
escondidos nessas colinas não são gentis com os forasteiros ou
com os que procuram por aí. Não quero que nada de ruim aconteça
com você, então, por favor, termine a escola e leve sua linda
esposa daqui.

Este medalhão estava entre os pertences de sua mãe quando a


trouxeram para o necrotério, tantos anos atrás. Isso é tudo que
posso te dizer por enquanto.

Mantenha a cabeça baixa e saia dessas colinas antes que seja


tarde demais.

Cuide-se, Holden.

Com amor, Sra. Fairfax

Everlee me tira a nota, lendo-a novamente antes de soltar um


suspiro. — Como diabos deveria não fazer perguntas sobre algo
assim? — Pergunta, segurando o medalhão em seguida. — É como
acenar com um doce na frente de uma criança e lhe dizer para não
comer.
Eu rio, beijando o topo de seu ombro. — Não está errada,
menina bonita, mas sei o que é o medalhão. Não preciso sair em
busca de nenhuma resposta.

Virando-se em meus braços, envolve os braços em volta do meu


pescoço e pergunta — O que é?

— É uma herança de família que minha mãe escondeu de meu


pai. Ela costumava mantê-lo trancado em um baú no fundo do
armário, mas o encontrei um dia quando o invadi. Perguntei a ela
sobre isso e me disse que era um velho medalhão da Alemanha ou
algo assim. Pertencia ao seu pai e ao pai dele antes disso. — Dou
de ombros porque isso é honestamente tudo o que sei sobre isso.

— O que acha que a Sra. Fairfax quis dizer com os segredos


escondidos nessas colinas? Acha que essas duas coisas se
conectam?

Balançando a cabeça, pego o medalhão de suas mãos e o coloco


de volta na caixa. — Não, menina bonita, não acho. A família de
minha mãe não tinha nada a ver com essas colinas ou vale abaixo
antes de ela conhecer meu pai na faculdade. Presumo que ela
esteja se referindo a todo o dinheiro e poder que vivem nestas
colinas, e como a morte de minha mãe não é o único segredo
escondido aqui.

— Acha que acabou para nós? — Pergunta baixinho.

Pegando seu queixo, inclino sua cabeça para baixo para poder
olhá-la diretamente nos olhos. — Entre nós? Nunca, mas se está
se referindo a toda a merda ao nosso redor, então sim, acho que
acabou para nós. Só precisamos passar o resto do ano letivo e
depois podemos sair daqui. — Beijo a ponta de seu nariz. — Feliz
aniversário, a propósito.

Hoje é aniversário de dezoito anos de Everlee, e mal posso


esperar para lhe mostrar o que planejei esta noite. Bem, isso se a
sua mãe não brigar comigo. Sei que ela também quer passar o dia
com ela, e deixarei, mas esta noite é minha. Acho que a mulher
está começando a gostar de mim, mesmo que tente agir como se
não gostasse.

— Obrigada — sussurra antes de beijar suavemente meus


lábios.

Quando ela tenta se afastar de mim, porém, agarro sua nuca e


puxo sua boca de volta para a minha. Enfio minha língua,
provando cada pedacinho dela enquanto meu gemido enche sua
boca.

Alguém pigarreia, mas os ignoramos. Eles fazem isso de novo,


acrescentando — Sr. Van e Srta. Vera. Não pedirei de novo,
separem-se imediatamente.

Separo minha boca da dela, olhando para um dos professores


de inglês. — Primeiro, quantas vezes tenho que lembrá-lo de que
são o Sr. e a Sra. Van agora? Em segundo lugar, beijarei minha
esposa onde diabos quiser. Tem algum problema com isso? Leve-
nos ao diretor.

Depois volto a beijar Everlee, mas ela se afasta e pressiona seus


dedos em meus lábios inchados. Gemo quando olha para o
professor e pede desculpas por mim. A professora de inglês bufa e
vai embora.
— Porque fez isso? — Pergunto.

— Fiz o quê?

— Pedir desculpas pelo meu comportamento. — Bufo. — Nunca


se desculpe por nada que eu diga ou faça. Esqueceu que eu digo o
que quero dizer? Nenhum professor me dirá o que fazer. Eu dirijo
essa porra de escola e um dia serei o diretor.

Suas sobrancelhas se juntam enquanto rio, balançando a


cabeça.

— Estou brincando, menina bonita. Não quero ter nada a ver


com esta escola, embora ache que seria divertido ser o diretor,
fazendo todas essas regras e punindo os alunos como achar
melhor.

— Você é louco às vezes, sabia disso? — Pergunta enquanto


seu polegar desliza pelo meu lábio inferior, estremecendo quando
o puxa para baixo.

O brilho escuro em seu olhar faz com que o pequeno Holden


ganhe vida com uma dureza latejante. — Menina bonita, saia do
meu colo se me olhará assim. Não queremos mostrar a todos os
nossos colegas o que posso fazer com seu corpo, não é?

Suas bochechas coram quando se move lentamente do meu


colo, sentando-se ao meu lado, mas não a deixo ir longe. Colocando
minha mão em sua coxa logo abaixo de sua saia xadrez da escola,
a mantenho ao meu lado enquanto terminamos o almoço. Depois,
nos separamos com um beijo ardente de boca aberta que a deixa
sem fôlego e coloca um sorriso no meu rosto.
Quando olho em volta, vejo que todos os olhos estão sobre nós.
Sim, isso mesmo, filhos da puta, ela é toda minha.

Everlee Van
Quando entro no meu dormitório, meu telefone vibra no meu
bolso de trás. Imediatamente penso que é Holden me enviando
outra mensagem sexy e espirituosa, me dizendo para ficar nua
quando chegar ao meu quarto, mas não é nada disso no segundo
que olho.

MÃE: Feliz aniversário, querida. Estou no trabalho, por isso, não

posso ligar agora. Venha em casa por volta das 16h. Gostaria de jantar

com você. Eu te amo!

Meu coração afunda quando leio a sua mensagem. Ela não


menciona nada sobre convidar Holden, o que realmente não
esperava que fizesse. Ela ainda não se entusiasmou com ele, mas
estou confiante de que sim. Eu também quero dizer que não quero
jantar com ela, sabendo que Holden tem agido de forma estranha
a manhã toda. O cara tem algo planejado; só sei disso!

EU: Obrigada, mãe, também te amo. É possível, contudo, adiar o

jantar? Acho que Holden tem algo planejado.


Eu mastigo o interior da minha bochecha enquanto espero por
sua resposta. Ficará chateada, não é? Ela tem que perceber,
contudo, que sou a esposa de Holden agora, e não sou mais sua
garotinha. Ele vem primeiro - sempre.

Quando não responde, simplesmente cuido do meu trabalho e


pego meus livros para minha última aula do dia, mas quando pego
o livro, algo cai no chão e chama minha atenção – uma foto que
não vejo há meses. Como isso chegou aqui?

Inclinando-me para pegá-lo, encontro uma foto minha sentada


entre Jett e Sasha. Foi tirada apenas algumas semanas depois que
me tornei namorada de Jett, quando achava que era feliz. O sorriso
em meu rosto diria o contrário, mas faz muito tempo que não vejo
esse sorriso. Não desde que conheci Holden, de qualquer maneira.

Há algo engraçado sobre a foto que não havia notado antes, no


entanto. Estamos sentados em um banco no vestiário masculino,
mas a parede de espelhos está atrás de nós. Como não notei isso
antes? Jett e Sasha estão de mãos dadas nas minhas costas. Pode-
se vê-lo bem ali no reflexo.

Não consigo parar de olhar para a foto. Minha melhor amiga


segurou a mão do meu namorado e não posso deixar de sentir que
não foi a primeira vez. Houve sinais me dizendo que havia algo
acontecendo entre eles o tempo todo? Sempre fingiam que se
odiavam. Bem, ódio pode ser uma palavra forte, mas Sasha sempre
o "odiou". Agora não tenho tanta certeza.

Grito quando alguém se aproxima por trás de mim, mas


instantaneamente relaxo quando percebo que é Holden. Fiquei tão
envolvida nesta foto que não o ouvi entrar.
— O que é isso? — Pergunta, tirando-me a foto. Ele geme e joga
no lixo ao lado da minha cama. — Nenhum desses idiotas importa
mais.

Balançando a cabeça, me viro e abraço meu livro contra o peito.


— Você está certo, mas...

Ele agarra meu queixo, balançando a cabeça. — Não dê poder


para aqueles que não importam, Everlee. Você é dez vezes a pessoa
que jamais serão.

Choramingo quando seu aperto aumenta. — Ainda não


significa que não estou magoada com o que fizeram – o que
claramente estão fazendo.

— Claro, doerá, mas só se você permitir. Sente falta dele?

Minhas sobrancelhas se juntam enquanto balanço minha


cabeça. — Claro que não!

— Então por que deixar isso incomodá-la? Ele está no seu


passado. Não pode mais te machucar. Nenhum deles pode. A única
coisa com que tem que se preocupar daqui em diante somos nós.
Entende?

Engulo em seco, balançando a cabeça em suas mãos. Seu olhar


escuro cai para meus lábios sedutoramente antes de lamber os
seus.

— Gostaria de terminar o que começamos no refeitório, mas


ambos atrasaremos para a aula — sussurra.

Deixando a imagem de dois traidores sair de meus


pensamentos, me concentro em Holden na minha frente e como
tudo nele faz meu corpo ganhar vida.
Lambo meus lábios e pergunto — Uma rapidinha não faria mal,
não é?

Seus lábios carnudos e sensuais se transformam em um


sorriso perverso. — Qualquer coisa para a aniversariante.

Então ele me vira e me empurra contra a minha cômoda.


Estremeço quando suas mãos sobem na parte de trás das minhas
coxas, empurrando minha saia em volta dos meus quadris. Meu
livro cai no chão com um baque alto antes de eu segurar a borda
da minha cômoda. Olho por cima do ombro e direto para o olhar
de Holden quando sorri para mim.

— Pode ficar quieta, menina bonita? — Pergunta com uma voz


áspera e arenosa.

Assentindo, mordo o interior da minha bochecha e espero o que


ele está prestes a me dar. Não tenho que esperar muito quando dá
um passo atrás de mim e me penetra. Meus olhos reviram quando
se aproxima e cobre minha boca, usando meu rosto como alavanca
para bater em minha boceta. Posso sentir a cabeça de seu pênis
enterrada tão fundo, colocando uma pressão na boca do meu
estômago. Não percebi o quão molhada estava até agora. Ele
entrou tão facilmente.

— Foda-se — Holden fala lentamente enquanto recua e me


penetra de volta várias vezes.

Meu corpo balança entre ele e a cômoda, e não faço nada


enquanto me fode do jeito que amo. Sua mão se move da minha
boca, mas não muito, à medida que enfia dois dedos dentro. Eu
chupo e giro minha língua em torno de seus dedos como se fossem
seu pênis.
Seus gemidos enchem o quarto enquanto me fode mais forte,
me jogando contra a cômoda à medida que sua mão livre crava em
meus quadris. Estou pegando fogo, subindo cada vez mais alto
para o meu orgasmo ao mesmo tempo que minha boceta se estende
do tamanho de Holden.

Holden se solta da minha boca, agarrando meu queixo com os


dedos molhados enquanto vira minha cabeça e pressiona sua testa
na minha. Nossa respiração pesada enche o quarto conforme o
som de nossos corpos batendo se sobrepõe.

— Oh, meu… — grito, olhando profundamente em seu olhar.

Batendo-me com mais força, ele acena contra a minha cabeça


enquanto vejo sua boca se abrir. Solta um gemido ofegante
conforme suas bochechas coram. Está perto. Aperto minha boceta
e solto meu corpo.

— Maldição — sussurra antes de afastar o rosto do meu e me


foder com mais força.

Paro de respirar quando meu orgasmo me atravessa, pulsando


entre minhas pernas enquanto tenho espasmo em seu pênis.
Depois ele agarra meus quadris com ambas as mãos, penetrando-
me até eu choramingar e finalmente libera. Suas estocadas
diminuem imensamente antes que bombeie mais duas vezes ao
mesmo tempo seus grunhidos enchem o quarto.

Depois que termina de me encher, retira-se com um sorriso e


me vira para ele.

— Tão perfeita, menina bonita — sussurra. — Agora vá para a


aula antes que se atrase.
Minhas bochechas coram. — Mas eu deveria tomar um banho
rápido — digo a ele, sentindo seu esperma escorrendo de mim.

No entanto, ele balança a cabeça. — Não se atreva, porra.


Quero você sentada durante a aula sabendo que meu esperma está
entre suas pernas. E quero que outros caras sintam o cheiro de
você, sabendo que é toda minha. E depois, quando terminar,
mostrarei sua surpresa de aniversário antes de enchê-la de novo.

Estou sem palavras, apenas capaz de lhe dar um aceno de


cabeça. Oh, as coisas que faço por esse cara. Holden Van me
envolveu completamente em sua escuridão, mas a leveza que
mostramos um ao outro é algo notável.
48

Everlee Van

Mamãe não gostou de eu ter pedido um adiamento, mas


concordou com isso, independentemente. Tenho certeza de que
isso não dá a Holden nenhum ponto de honra com ela, mas
chegaremos lá. Sinceramente, só quero passar a noite com ele e
mais ninguém. Provavelmente não ajuda eu ainda ter seu sêmen
escorrendo entre minhas pernas enquanto caminho de volta para
o meu dormitório, imaginando o que fará comigo esta noite.

— Ei, espere! — Macy grita atrás de mim.

Espreito por cima do meu ombro, encontrando-a subindo as


escadas correndo. Está sem fôlego quando chegamos ao topo, e
não posso deixar de provocá-la, dizendo — Você realmente deveria
começar a se exercitar.

— E aqui eu pensei que desejaria um feliz aniversário antes de


te dar um presente. — Ela ri, me cutucando de volta. — Mas pode
se foder agora mesmo.

Comecei a rir, abrindo minha porta antes que me seguisse para


o meu quarto. — Ajuda se eu me desculpar com você?

Ela dá de ombros, olhando ao redor antes de se jogar na beirada


da minha cama para se sentir em casa. É algo que Macy sempre
faz quando entra no meu quarto, e não me importo nem um pouco.
— Provavelmente sim — finalmente responde.

Rindo, balanço minha cabeça e digo — Sinto muito.

— Por que diabos está se desculpando? — Holden pergunta


quando entra no meu quarto sem bater.

— Ela me chamou de gorda — explode Macy.

Minha boca se abre enquanto desdenho. — O diabos que


chamei!

— Disse que eu precisava começar a me exercitar — diz Macy


com um encolher de ombros, sorrindo para mim.

Holden ri enquanto se inclina contra a minha cômoda,


parecendo mais elegante do que nunca. — Ela não está errada,
Mace.

— Você também, hein? Bem, vocês dois podem ir se foder. —


Levantando-se da cama, pisca para mim e depois me joga um livro.
Onde diabos ela tinha essa coisa?

Eu o pego, percebendo que não está embrulhado. Minhas


bochechas ficam vermelhas quando vejo o que é. E quando Holden
se aproxima para dar uma olhada, rapidamente o escondo nas
minhas costas.

— Macy! — Repreendo-a.

Ela começa a rir conforme sai do meu quarto, sem dizer uma
única palavra. A garota sabia exatamente o que estava fazendo me
dando isso, não sabia?
Tento me afastar de Holden, mas ele é mais alto e simplesmente
pega o livro sobre meus ombros, segurando-o fora do meu alcance.
Ele ri quando vê o que é e estou prestes a morrer de vergonha.

— Então, está namorando uma aberração. Cinquenta dicas e


truques para satisfazer seu companheiro na cama. — Holden lê o
título do livro em voz alta. — Para ser justo, este é um livro
bastante sólido. — Ele o folheia.

— Guarde isso — sibilo, avançando para pegá-lo dele, mas o


levanta mais alto, continuando a ler. — Holden!

Rindo, coloca o livro bem no topo da minha estante - o local


completamente fora do meu alcance sem algum tipo de escadinha.

— Por que está chateada com o livro? Acho que é um ótimo


presente. Quer dizer, podemos trazê-lo conosco quando te levar
para sua surpresa de aniversário e experimentar algumas dicas e
truques — diz com sarcasmo.

— Eu te odeio — digo com uma risada.

Ele me puxa para ele com um braço em volta dos meus quadris
e uma mão em volta da minha garganta. — Você me ama.

Lambendo meus lábios, aceno. — Amo. Realmente amo.

— Bom, agora vista algo confortável para que possa tirá-la


daqui. — Ele me solta, entrando no meu armário antes de jogar
um roupão de seda em mim. — Isso serve.

— Holden, isso é um roupão! — Levanto o material fino e


balanço a cabeça. — Está louco se pensa que sairei em público
usando isso.

— Quem disse que sairemos?


Oh.

Jogo-o na minha cama, desfaço minha gravata da escola


quando noto Holden encostado na porta do armário, me
observando.

— Importa-se? — Pergunto, virando minhas costas para ele.

— De jeito nenhum, mas acho engraçado como tem vergonha


de se despir na minha frente agora, quando vou deixá-la nua,
gritando meu nome em questão de minutos.

Aperto minhas pernas enquanto lentamente abro minha


camisa e olho por cima do meu ombro. Seus olhos deslizam pelo
meu traseiro, mordendo o lábio inferior quando param na minha
bunda. Abandono minha camisa por um momento e coloco meus
polegares na minha saia, balançando os quadris conforme a deixo
cair. Seu olhar nunca deixa minha bunda.

— Continue assim, menina bonita, e vou fazê-la gritar meu


nome aqui para a porra da escola toda ouvi-la.

Com uma risadinha, pergunto — Mas já não faz isso todas as


noites?

Ele geme enquanto tira os olhos da minha bunda e me olha


bem nos olhos. — E todo filho da puta sabe a quem você pertence,
não é?

Mordendo meu lábio inferior, aceno. Ele se afasta do batente


da porta e se aproxima de mim, mas, quando me viro para encará-
lo, inclina minha cabeça para trás, perto do queixo.

— Porra, você é linda — sussurra.


Minhas bochechas coram quando espalmo minhas mãos em
seu peito musculoso. — E eu sou sua para sempre.

Ele me dá meio sorriso enquanto ri. — Está certa, você é. Vista


o roupão, nada mais, e me encontre em meu quarto em três
minutos.

Depois de beijar a ponta do meu nariz, ele sai do meu quarto e


tudo que posso ouvir é meu coração batendo forte e o pulsar entre
minhas pernas condizentes.

Não perco tempo tirando meu uniforme e colocando meu


roupão, caminhando para o seu quarto, na porta ao lado. Tenho
quase certeza de que estou dentro dos três minutos que me deu,
mas quando abro a porta e o encontro parado ali vestindo nada
além de jeans preto e sua máscara Ghostface, esqueço tudo,
inclusive meu nome.

Os músculos de seu abdômen flexionam quando se move em


minha direção, agarrando a corda amarrada em minha cintura.
Mal posso respirar quando me puxa para ele.

— Ei — sussurra. — A aniversariante está pronta para sua


surpresa?

Lambendo meus lábios, simplesmente aceno. Como diabos


esse cara me desequilibra completamente toda vez que me toca?

— Então vamos, menina bonita. — Ele me puxa em direção ao


seu armário com um sorriso.

Não consigo tirar os olhos dos músculos de suas costas e do


quanto quero lambê-lo e saboreá-lo. Realmente sinto muito pelo
meu marido. Puta merda - meu marido. Ainda não estou
acostumada a chamá-lo assim, mas me sinto a garota mais
sortuda do mundo.

Não sei por que fiquei apreensiva quando aconteceu, mas agora
entendo que simplesmente tinha medo de amá-lo demais. A única
pessoa na minha vida que não me decepcionou foi minha mãe. Jett
e Sasha deveriam ser pessoas importantes, mas todos sabemos
como isso acabou. Nunca tive nenhum outro amigo até vir aqui e
conhecer Macy. E vi minha mãe passar por mágoa e dor quando
meu pai morreu inesperadamente. Ela nunca mais encontrou o
amor porque tinha problemas de confiança, assim como eu tenho
agora. Engraçado como isso funciona.

Saindo dos meus pensamentos, percebo que estamos no


armário de Holden. — O que estamos fazendo aqui, Holden?

Ele não responde enquanto empurra todas as suas roupas no


balcão à direita e se encosta contra a parede. Estou confusa,
prestes a perguntar de novo quando a parede cede e revela uma
escada íngreme. Que porra?

Pegando minha mão, ele me guia para o pequeno espaço


enquanto me abaixo pelo buraco. Os degraus parecem não ter fim,
e não tenho ideia de quantos andares subimos.

— O que é isso, Holden? — Pergunto quando ainda não diz uma


palavra.

— Meu lugar secreto que está prestes a deixar de ser um


segredo — responde com uma voz abafada através de sua máscara.

Estaria escuro como breu se Holden não tivesse pegado o


telefone e ligado a lanterna, mas meio que gostaria que não tivesse,
porque tudo que posso ver agora são teias de aranha e anos de
poeira acumulada nas bordas. O espaço apertado está
aumentando minha claustrofobia.

— Chegamos? — Pergunto no silêncio.

Ele ri. — Não me faça virar. Estamos quase lá.

Mordendo o interior da minha bochecha, mantenho minha


risada para mim mesma e sigo atrás dele. Holden nunca insinuou
o que estamos fazendo rastejando pelo que presumo serem as
paredes da Reaper Academy.

Parece que chegamos ao fim, contudo, quando esbarro nas


costas de Holden. O som de uma porta rangendo ecoa no espaço
apertado antes que uma sala mal iluminada apareça. Fiquei
curvada ao subir as escadas, então é bom ficar em pé, mas não
esperava ver isso.

— Holden — sussurro, observando o espaço com admiração. —


O que é este lugar?

Obviamente, estamos em algum tipo de sótão com seus altos


tetos abobadados sem um teto real presente. Vitrais altos ficam
em cada extremidade do espaço, deixando entrar uma bela
variedade de cores, mas é o próprio espaço que me faz olhar em
volta com a boca aberta.

Um sofá no centro da sala, com cobertores macios e grandes


almofadas quadradas decorando-o. O tapete de pelúcia embaixo
atrai os olhos para a área; também adoro os bustos gregos no
espaço. Esta sala grita Holden Van, e é aí que percebo.

— Este é o seu lugar especial, não é? — Pergunto.


Ele se vira e inclina a cabeça para mim, embora não consiga
ver seu rosto por trás da máscara do Ghostface. — Ninguém sabe
sobre este lugar, exceto eu.

— Ninguém? É um sótão. Como é que…

— Eles bloquearam a entrada principal deste local, mas


encontrei a escada secreta no meu armário durante meu primeiro
ano. — Caminha até um dos bustos gregos, passando seus longos
dedos sobre o rosto de gesso. — Desapareci por uma semana após
a morte de minha mãe. Estava aqui.

Olho ao redor do sótão, puxando meu roupão apertado em meu


peito. Quase se pode sentir a mágoa e a tristeza permeando as
paredes. As mesmas paredes que ajudaram Holden em um dos
momentos mais sombrios de sua vida, e gostaria de estar aqui
durante esses dias para abraçá-lo e dizer que tudo ficaria bem.

— É lindo — sussurro, dizendo-lhe essas palavras porque


realmente é. O espaço é todo Holden. Posso sentir o seu cheiro
aqui. Posso senti-lo aqui. E nunca quero sair.

Ele caminha até mim e segura meu rosto enquanto me encosto


em sua palma quente. Gostaria de poder ver seus olhos, mas a
máscara também faz parte dele. Aproximando-me dele, coloco
minhas mãos em seu peito nu e simplesmente aceito estar perto
dele. Sua aura calma, mas forte, me envolve como um cobertor
pesado, me aterrando.

— Feliz aniversário, menina bonita — sussurra.

— Obrigada — sussurro de volta antes de deslizar minhas mãos


até o topo de sua calça jeans, puxando-o comigo enquanto
caminho para trás em direção ao sofá. Virando-nos, o empurro até
que esteja sentado no sofá, inclinando a cabeça para mim
novamente.

Ele ri enquanto abre as pernas e esfrega as mãos para cima e


para baixo nas coxas. Os músculos da parte inferior de seu
abdome se flexionam deliciosamente. Meu olhar se fixa em suas
mãos quando vai para o botão em sua calça jeans, abrindo-a.

— O que quer para o seu aniversário? — Pergunta com uma


voz profunda e rouca.

— Você — digo, me ajoelhando. — Cada centímetro de você.


49

Everlee Van

Holden se mexe no sofá enquanto enrolo meus dedos em torno


de sua calça jeans, puxando-a para baixo. Minha boca saliva com
a visão de seu pau pesado batendo contra ele. É grosso e latejante,
esperando pela minha atenção. Agarro a base e a seguro para
cima, admirando o seu comprimento. Este homem e a anaconda
entre suas pernas são todos meus! Então o envolvo com ambas as
mãos, conforme sibila em uma respiração afiada.

Ainda há espaço para metade da outra mão envolver seu pênis.


O seu tamanho ainda me impressiona. Eu o acaricio longa e
fortemente antes de me inclinar para frente e passar minha língua
na parte de trás de sua cabeça.

— Foda-se, sim — sibila.

Sorrindo, giro minha língua ao redor da ponta enquanto movo


uma mão e afundo sobre ele. Meus lábios se esticam e contraem
nos cantos por causa do seu tamanho, mas não me importo.
Aprendi o quanto amo dar cabeça graças a Holden Van e seu pau
suculento. Amo não ter um reflexo de vômito conforme tomo dele
tanto quanto posso até que a cabeça bate no fundo da minha boca.
Sua mão desliza em meu cabelo, segurando-me lá enquanto seus
quadris empurram para cima em movimentos curtos e rápidos.
— Maldição — sussurra antes de puxar minha cabeça para
trás, tirando seu pau completamente da minha boca. Depois se
inclina para a frente e fica bem na minha cara. — Destruirei a
porra da sua boca, menina bonita.

— Por favor — imploro em um tom rouco antes de lamber meus


lábios.

Guiando minha boca de volta para seu pênis, empurra até que
a cabeça atinja minha garganta novamente. Chupo o mais forte
que posso, esvaziando minhas bochechas até meus lábios ficarem
dormentes. Ele é tão suave como a seda contra a minha língua, e
amo como seu tamanho estica dolorosamente meus lábios. Vou
precisar de um pouco de Chapstick12 depois desta noite.

— Merda — sussurra enquanto puxa minha cabeça para trás


novamente. — Vai me fazer gozar se continuar chupando com
tanta força, Everlee.

Eu rio, amando o jeito que diz meu nome em um grunhido. —


Essa é a ideia — digo.

— Mmm — geme enquanto se move do sofá e chuta a calça


jeans para longe.

Santo inferno. Ele é como um deus, ali de pé, com nada além
de sua máscara Ghostface, olhando para mim como se fosse me
destruir completamente. E vou totalmente deixá-lo.

Ele agarra meus braços e me ajuda a ficar de pé antes de


agarrar a corda em volta da minha cintura e puxá-la com força.

12
-Brilho labial.
Meu roupão cai sem esforço aos nossos pés enquanto me puxa
para ele. Nossos corpos nus encostados um no outro me fazem
tremer, e meus mamilos estão duros como pedras.

— Fale comigo como se ainda fosse sua vadia — sussurro,


sentindo minhas bochechas corarem quando percebo o que disse,
mas honestamente, não sinto muito. Sinto falta de como Holden
fazia meus joelhos tremerem apenas com suas palavras.

Sua risada enche o sótão antes de ele ficar em silêncio e agarrar


minha garganta de surpresa. Engulo a pressão e separo meus
lábios, ofegante.

— Oh, não se preocupe, sempre será minha putinha. E sua


boceta só terá meu esperma nela. E seus orgasmos sempre me
pertencerão.

Ali está ele. Este é o Holden que me leva à beira da insanidade


da melhor maneira possível.

— Agora se ajoelhe no sofá e deixe-me fodê-la, menina bonita.

Não chego ao sofá antes que ele se posicione atrás de mim, me


coloque de joelhos e pressione meu rosto nas costas. Ele se ajoelha
atrás de mim, me dominando do jeito que amo tanto quando sinto
seu pau pressionar minha boceta.

Minha bunda se mexe, tentando inclinar meus quadris


exatamente quando se guia e entra. O ar sai de meus pulmões e
meus olhos realmente se cruzam. Ele atinge algo profundo,
mantendo-se dentro de mim enquanto se inclina e coloca seu
rosto, ou melhor, Ghostface, bem próximo ao meu.

— Diga-me a quem pertence essa boceta — insiste.


— Você — apresso-me sem fôlego.

— E me diga a quem eu pertenço.

Não esperava que ele dissesse isso, por isso hesito, e isso só o
faz penetrar profundamente na minha boceta antes de agarrar
minha garganta com ambas as mãos. Meus gorgolejos ecoam ao
nosso redor, e posso sentir minha boceta apertar em torno de seu
eixo.

— Diga-me… a quem… eu… pertenço — diz com os dentes


cerrados.

— A mim. Porra, você pertence a mim — digo asperamente,


tentando não tossir.

Estou tão excitada que estou pingando na parte interna das


minhas coxas. Seu aperto na minha garganta se move para os
meus seios. Arqueio minhas costas enquanto me fode, batendo
contra minha bunda. Meus gemidos enchem o sótão à medida que
minha boceta aperta ao seu redor mais uma vez. Nunca me senti
tão em chamas na minha vida - estou prestes a queimar viva.

— Holden, vai me fazer gozar!

Seu gemido ajuda a me empurrar sobre a borda; simplesmente


não consigo evitar. Apertando em torno de seu pau, minha boceta
pulsa e minha respiração fica presa na minha garganta. Holden
me fode mais e mais rápido, ainda inclina sobre mim enquanto sua
respiração pesada e grunhidos enchem meus ouvidos. Jesus, isso
é sexy.

— Goze no meu pau, menina bonita, porque estou te enchendo.


Certo. Agora — diz com um grunhido final.
Meus olhos reviram novamente, e minha boceta fica
impossivelmente mais molhada, e sei que está gozando dentro de
mim. Bastante. Ele continua entrando e saindo muito lentamente,
beijando meu ombro. E quando olho para ele, vejo que tirou a
máscara do rosto.

— Eu te amo — sussurro.

Seu olhar chicoteia até o meu, e me dá o olhar mais intenso


que vi. — Everlee, você me destruiu completamente, e nunca mais
amarei ninguém. Nunca mais. Você sempre será isso para mim.
Eu te amo pra caralho.

Lágrimas enchem meus olhos e um calor se espalha pelo meu


peito. Ninguém nunca me disse nada remotamente parecido com
isso antes. Nunca senti o amor que sinto por Holden, mesmo que
não tenha muito por onde começar. No entanto, sei que o amor
que sinto é do tipo eterno.

Perdi a conta de quanto tempo estamos aqui no sótão e não me


importo nem um pouco. Holden me fodeu em todas as posições
possíveis em todo este espaço. Agora estamos deitados no sofá
juntos, abraçados, enquanto ele se deita de costas e olha para o
teto.

— Então o que acontece agora? Quero dizer, agora que seu pai
foi preso e você está por sua conta. O que acontece com…
Interrompendo-me, ele diz — Terminamos a escola e fazemos o
que quisermos depois disso. Quer se mudar e comprar uma casa
nas montanhas ou na praia - ótimo. Onde quer que você esteja, eu
estou.

Meu coração derrete novamente. — Adoro ouvir isso, mas é


realista?

Sua testa se comprime. — O que quer dizer com realista?


Podemos tornar qualquer coisa real, Everlee.

— Sim, mas onde conseguimos o dinheiro para fazer isso?

Ele bufa. — Sério? Poderia só vender meu Rover e ter dinheiro


suficiente para nos mudar, mas não se preocupe com isso, minha
mãe me deixou mais do que precisamos nesta vida. E depois que
lidarem com meu pai, tenho certeza que haverá mais. Acho que
essa pode ser uma das razões pelas quais Tiffany está tentando me
contatar, na verdade…

Ele passa a mão pelo rosto, soltando o ar. Percebo que está
estressado, mas não pedirei que fale sobre isso. Holden é o tipo de
pessoa que fala quando está preparado para fazê-lo.

— Talvez devesse ligar para ela e ver o que está acontecendo —


sussurro enquanto inclino minha cabeça para trás para olhar para
ele. — Tenho certeza que ela precisa de você tanto quanto você
precisa dela.

Uma escuridão percorre seu olhar, mas não diz nada. Em vez
disso, desliza debaixo de mim e sai do sofá. Ele está gloriosamente
nu diante dos meus olhos, e não posso deixar de observar cada
curva e fenda de seu corpo. Sinto que conheço cada centímetro
dele, mas quando olho-o agora, penso em todo o tempo que temos
pela frente e como apenas começamos. Talvez não conheçamos os
corpos um do outro tanto quanto esperamos. Mudaremos isso, no
entanto.

Agarrando a calça jeans do chão, Holden enfia a mão no bolso


e tira algo que não consigo ver. Depois volta para junto de mim no
sofá, puxando-me em seus braços enquanto coloco o cobertor
sobre ele. Abre a mão e me mostra o que está dentro da palma.

— Adesivos? — Pergunto, franzindo o nariz enquanto olho para


os dois quadrados com o rosto do Ghostface.

Ele ri. — Não, baby, são tatuagens temporárias. Aqui, me dê


sua mão…

Pegando minha mão, tira minha aliança, mas não gosto de ficar
sem ela. Ansiedade borbulha em meu peito, mas ignoro quando ele
coloca a pequena tatuagem sobre meu dedo anelar.

— O que usará para aderir? — Pergunto, sabendo que não


temos um pano molhado.

No entanto, ele está a minha frente, pegando uma garrafa de


água no chão ao lado do sofá, e depois agarra a corda do meu
roupão. Eu rio, balançando a cabeça enquanto molha o tecido
sedoso e o coloca sobre meu dedo. Olha nos meus olhos ao mesmo
tempo que esperamos alguns segundos para a tatuagem fixar.
Depois puxa tudo e sopra no meu dedo.

— Perfeito — sussurra. — Um dia isso será real e ninguém


jamais será capaz de colocar um anel neste dedo além de mim.

— Como se eu fosse querer outra pessoa — digo a ele.


Ele sorri para mim enquanto tira sua própria aliança de
casamento e me entrega, colocando a tatuagem correspondente em
seu dedo em seguida. Quando termina, levanta a mão e aproximo
a minha da dele conforme admiramos a minúscula Ghostface
olhando para nós.

— Tenho dezoito anos agora. Podemos mesmo fazer isso — digo


a ele, querendo ser sua de todas as maneiras possíveis.

— Sua mãe já me odeia, então talvez esperemos para pintá-la


permanentemente com meu selo. — Ele ri enquanto puxa minha
mão para sua boca, beijando meu dedo acima da tatuagem.

Eu bufo. — Ela não te odeia, só...

— Odeia-me — me interrompe. — E ela tem todo o direito. Eu


a enganei para que me entregasse a sua filha.

— Não me arrependo.

Seu olhar chicoteia para o meu. — Não mais?

Penso em como agi no dia do nosso casamento e como


questionei tudo, mas não questiono mais nada.

— Sinto muito por isso — sussurro.

— Não se desculpe. Só nunca me deixe.

Eu sorrio. — Nunca... marido.

Holden me puxa para seu colo, mas somos imediatamente


interrompidos por seu telefone tocando. Esqueci que ele trouxe
isso aqui conosco, mas também não estava prestando muita
atenção em nada além de seu torso nu. Quem pode me culpar? Ele
me segura contra o peito enquanto se inclina e o pega do chão.
— Sim? — Responde, olhando em meu olhar quando murmura
— Tiffany.

— Os advogados ligaram hoje. Não parece bom para o papai.


Está enfrentando anos atrás das grades sem liberdade condicional.
E sendo forçado a nos entregar o negócio, a propriedade e os
fundos.

Consigo ouvi-la alto e claro, mas ver o olhar no rosto de Holden


me deixa nervosa. Ele parece irado - sobrancelhas franzidas e uma
carranca nos lábios.

— Está bem…? É o que ele merece, Tiffany — diz secamente.

— Sei disso, Holden, mas você nunca está por perto. Não posso
cuidar de tudo isso sozinha. Você é quem deveria assumir a
empresa quando papai se aposentasse, mas isso acontece muito
antes do que esperávamos. Eu realmente acho que deveria...

— Não é da sua conta? — Termina por ela, mas sua respiração


exasperada chega aos meus ouvidos.

Quero lhe dizer para pegar leve com a irmã, mas também sei
que ele me dirá para cuidar da minha vida. Ser sua esposa não me
dá automaticamente uma palavra a dizer sobre o que ele faz, certo?
Ou o título significa exatamente isso? Esta é a parte em que
gostaria de ter crescido com pais casados e felizes - sabe, algo para
se divertir, mas, infelizmente, não tive isso.

Holden suspira enquanto aperta a ponta do nariz. — Desculpe.


Posso ser um verdadeiro idiota às vezes. Vamos resolver isso, Tiff.
Posso te ligar amanhã? É o aniversário de Everlee e estamos no
meio de algo aqui e...
— Oh meu Deus! Por favor, me diga que não atendeu enquanto
seu pau estava dentro de sua esposa! — Tiffany grita.

— Jesus, que tipo de pessoa pensa que eu sou? Meu pau estava
antes e está prestes a estar novamente. Não atenderia o telefonema
de ninguém quando...

— Ew, pare antes que eu vomite — diz Tiffany com uma risada.

Minhas bochechas estão tão quentes que me deixam tonta. Não


precisam falar sobre nossa vida sexual agora, precisam? Na
verdade, eu preferiria que nunca falassem sobre isso.

— Ligue-me amanhã ou vou atrás de você. E diga a sua linda


esposa feliz aniversário por mim.

— Obrigada — digo alto o suficiente para que ela possa me


ouvir.

Holden desliga o telefone na sua cara e o joga de volta no chão


com um baque. Minha boca se abre enquanto desdenho. Não
acredito que ele desligou na cara da irmã sem se despedir direito.
Eu juro que esse cara é outra coisa.

— Sem mais distrações. Esta noite é sua. O que quer fazer?

Mordo meu lábio inferior enquanto meu olhar vai para seu peito
nu. Meus dedos acompanham meu olhar até alcançar seus
mamilos, parando para beliscá-los suavemente ao mesmo tempo
que inspira profundamente.

— De novo? Porra, menina bonita, vai enjoar do meu pau muito


rápido se continuarmos nesse ritmo — diz com uma risada.
Balanço minha cabeça, porém, e digo — Nunca me cansarei de
você ou do seu pau. Agora vai foder sua esposa de novo ou terei
que...

Ele me silencia quando agarra minha nuca e me puxa para


seus lábios, beijando-me como se fosse a primeira e última vez que
faria isso. Gemo em sua boca, moendo acima dele enquanto
inspiramos um ao outro.

Espero que todos os dias sejam assim pelo resto de nossas


vidas, mesmo sabendo que é uma fantasia. Parte de mim acredita
que Holden Van realizará todas as minhas fantasias. Ele entrou e
me surpreendeu, mostrando-me como é o homem dos meus
sonhos, e serei eternamente grata por Jett Hastings me trair.

Se eu não tivesse vindo para a Reaper, não sei como minha vida
teria sido. Às vezes tem que passar pelos momentos mais sombrios
da sua vida para encontrar as melhores partes dela. E Holden Van
sempre será a melhor parte do meu mundo.
50

Everlee Van

DIA DA FORMATURA

Meu coração explode com suas palavras, sabendo que o amor


que compartilhamos é inquebrável. Eu me movo para cima e para
baixo sobre ele, nunca interrompendo o contato visual enquanto
olho para o meu futuro. Holden Van disse que sou o seu mundo,
mas acho que ele não percebe o quanto se tornou meu mundo.
Estou feliz por termos o resto de nossas vidas para nos deleitarmos
com nosso amor e tudo o que isso significa.

Todos os rostos familiares ao meu redor não eram tão bonitos


quando cheguei a Reaper. Na verdade, a maioria dessas crianças
me odiou no segundo em que pisei na propriedade. Nunca
esquecerei a maneira como todos riram de mim quando aquele
idiota derramou leite na minha cabeça no primeiro dia, nem
esquecerei que fui amarrada a um poste de luz por Lauren e seus
asseclas. A única gentileza que encontrei aqui foi quando Henley
me ofereceu seu moletom para me aquecer.

Falando em Henley, eu o vejo do outro lado do pátio falando


com Lauren como se tentassem manter a conversa em segredo.
Gostaria de ser um corvo - capaz de sentar no galho acima de suas
cabeças para ouvir.
— Ei, vamos nos atrasar — Holden me diz, desviando minha
atenção de Lauren e Henley.

Apesar de Lauren supostamente ser minha arqui-inimiga,


estou muito triste por ela não se formar hoje conosco. Depois de
tudo o que aconteceu com seus pais e de ter faltado à escola por
várias semanas, está retida por um ano. Embora pelo aspecto
acolhedor como que está com Henley, diria que ela não se importa.

Holden desliza sua mão na minha, entrelaçando nossos dedos


antes de me puxar. Tenho que admitir que gosto de ver todas as
garotas invejosas enquanto passamos, sabendo que nunca mais
terão uma chance com Holden Van novamente. Podemos ser
veteranos, mas todos sabem que somos casados. Foi o assunto da
academia durante meses.

Enquanto nos sentamos lado a lado na última fila, olho por


cima do ombro e encontro Tiffany e Billie sentadas ali. Tiff pisca
para mim, mas não posso deixar de notar que algo parece
incomodar Billie. Ela tem estado muito quieta desde que sua mãe
foi presa. E pelo que ouvi, o seu tio se mudou de Nova Jersey para
a sua casa - um verdadeiro idiota, diz Holden. Sinto-me mal por
ela.

O diretor da Reaper começa seu discurso de formatura, todas


as coisas que se esperaria durante uma dessas cerimônias. É
chato e prolongado. Gostaria que apenas nos parabenizassem,
entregassem nossos diplomas e nos deixassem seguir nosso
caminho alegre.

— Sua mãe vem? — Holden se inclina e pergunta.


Dou de ombros, dizendo a ele — Acho que sim. Estava tentando
mudar algumas coisas com seu turno, mas o novo administrador-
chefe tem sido um verdadeiro idiota, acho.

Ele resmunga, recostando-se na cadeira. Percebo que a garota


do seu outro lado está olhando para ele nervosamente, o suor
escorrendo pela testa. Não estou familiarizada com quem é, mas
ela claramente sabe quem é Holden. Bem, para ser justa, quase
todo mundo sabe quem é Holden. Teria que viver sob uma rocha
se não soubesse quem era Holden.

A cerimônia continua e finalmente chegamos à parte onde os


nomes são chamados; decorre dolorosamente devagar e deslizo
minha mão de volta para a de Holden, gemendo para ele. Ele ri e
olha.

— Pelo menos será chamada mais cedo do que seria com seu
sobrenome — sussurra.

Franzindo o nariz, penso no que quis dizer e solto uma risada.


Meu nome de solteira é Vera e meu nome de casada é Van.
Olhando para a fila de cadeiras, parece que economizei cinco
lugares ao me casar com Holden.

— Acho que não me casei tão alto então, não é? — Sussurro de


volta com uma risadinha.

Ele se inclina e pressiona sua boca contra minha têmpora,


fazendo-me estremecer quando diz — Com sua boca, talvez tenha
que mostrá-la exatamente com quem se casou.
Eu me mexo na cadeira, sabendo como Holden sempre cumpre
suas promessas. E gosto de uma boa lição do próprio Holden Van.
— Promessa? — Pergunto com uma voz rouca.

Seu gemido vibra contra minha têmpora antes que se incline


para trás e mexa na cadeira. Meu sorriso se divide em meu rosto,
sabendo que está pensando em todas as coisas sujas que também
fará comigo. Por enquanto, olho para minhas mãos no colo e mordo
o lábio inferior. Este não é exatamente o lugar ou a hora certa para
ficar pingando entre as minhas pernas. Em vez disso, me distraio
olhando para a tatuagem do Ghostface, agora com tinta
permanente no meu dedo anelar.

Lembro-me do dia como se fosse ontem. Holden tinha me


levado para um almoço tardio antes de irmos para o estúdio de
tatuagem, e soube imediatamente porque estávamos lá. No
começo, fiquei com medo de ser tatuada por uma agulha tão
grande, mas quando começou, percebi o quanto adorei. Quem
diria que eu gostava de dor?

Desde a sessão, salvei algumas ideias no meu telefone para o


que gostaria de fazer em breve, mas não mostrei a Holden com
medo de que não gostasse. Realmente não conversamos sobre
pequenos detalhes como este - ou se gosta ou não de tatuagens em
mulheres. Ele não está coberto por elas como seu melhor amigo
Christian, mas não significa que as odeie, certo? Quero dizer,
tatuamos um ícone da cultura pop em nossos dedos anelares, pelo
amor de Deus.

Nossa fila se levanta, preparando sua longa caminhada até o


palco e me tirando dos meus pensamentos. Holden desliza sua
mão na minha novamente, me mantendo perto enquanto
caminhamos. Estou acostumada com os olhares de nossos
colegas, mas não estou preparada para os olhares da plateia. Você
pensaria que nunca viram dois alunos do ensino médio se casarem
antes do dia da formatura, mas quando olho por cima do ombro e
vejo que Holden não foi afetado nem um pouco, digo a mim mesma
para também não me importar.

— Everlee Van — o diretor chama meu nome – algo que não


estou totalmente acostumada a ouvir ainda.

Holden relutantemente solta minha mão enquanto subo as


escadas, pego meu diploma e aperto a mão do diretor.

— Holden Van — o diretor chama em seguida.

Chego do outro lado do palco e espero por Holden, e quando


vem até mim, não estou preparada para o que faz. Ele me envolve
em seus braços e me pega, me girando enquanto torce alto. Gritos
irrompem no fundo do auditório, e tenho certeza de que pertencem
ao nosso pequeno grupo de amigos - Tiffany, Macy, Zeke, Billie e,
com sorte, mamãe.

Ele me carrega de volta para nossos assentos, e não resisto nem


um pouco. Tenho essa obsessão estranha onde amo tocar Holden
de qualquer maneira que puder. É como se a sua presença me
mantivesse com os pés no chão e, sem ela, eu morreria.

— Senhoras e senhores, apresento a vocês a turma de 2022! —


Diz o diretor ao microfone antes de todos nos levantarmos,
pegarmos nossos capelos e jogá-los no ar. — Parabéns, formandos!
Agora saiam para o mundo e façam a diferença!
Quando olho para Holden, percebo que não tirou o capelo. Está
me olhando com um meio sorriso em seus lábios carnudos.
Claramente não se importa com alguma tradição antiga.

— O quê? — Pergunto com uma risadinha.

Levantando uma sobrancelha, ele me puxa para seu peito e tira


o cabelo da minha testa. — Finalmente é toda minha, menina
bonita.

— Holden, sou toda sua desde a primeira vez que me beijou -


só não sabia disso ainda.

Seu sorriso se alarga. — Só desde o primeiro beijo? Não antes?


— Questiona com outra elevação de sobrancelha, como se não
acreditasse em mim.

Vasculho meu cérebro, me perguntando onde mais poderia ter


me apaixonado por ele, mas sei exatamente a que está se referindo.
Estava perdida na noite do banquete, quando me prendeu do lado
de fora contra a grade. Foi a primeira vez que o ouvi falar tão sujo
e vil, mas adorei tudo.

— Sim, foi o que eu pensei — sussurra contra meus lábios


antes de me beijar apaixonadamente.

Minha boca se abre e nossas línguas se provam enquanto


engole meus gemidos. Suas mãos penetram a carne na parte
inferior das minhas costas conforme mergulha sua língua ainda
mais em minha boca.

— Aham! Arranjem um maldito quarto!


Nós nos separamos, e enquanto estou sorrindo e corando,
Holden geme e me encara. Macy e Tiffany estão aqui, mas não
estão sozinhas. Mamãe está com elas, e não parece muito feliz.

— Parabéns, querida — mamãe diz depois de vários momentos


de silêncio. — Estou tão orgulhosa de você.

Percebo como não olha para Holden nenhuma vez, mas dou-
lhe um abraço de qualquer maneira e sussurro — Seja legal, mãe.

Dando um passo para trás, ela me dá o olhar antes de


finalmente olhar para ele. — Parabéns pela formatura, Holden.

— Obrigado. Embora pareça um pouco surpresa que eu...

— Holden — repreendo em uma voz baixa. — Comporte-se.

Tiffany salva o dia e joga os braços em volta do pescoço de


Holden, interrompendo a estranheza entre todos nós.

— Irmãozinho! É um graduado do ensino médio! Agora não vá


muito longe. Vou precisar que me ajude com tudo e...

— Ajuda com o quê? — Mamãe pergunta, não se importando


em como interrompeu Tiffany.

Não é surpresa que mamãe não tenha ideia do que acontece, já


que realmente não falou comigo desde que descobriu que me casei
com Holden por suas costas. Entendo como ela se sente, mas é
hora de superar isso. Holden não vai a lugar nenhum e, se eu
quiser, pertenceremos um ao outro até o dia de nossa morte.

— Assumi a empresa do meu pai — Tiffany responde em vez


disso. — Deixaram para Holden, mas ele não quer. Assinamos a
transferência de poder no mês passado, mas ainda quero a ajuda
dele. Ele tem um lugar no conselho sempre que quiser.
Mamãe olha para ele. — Isso soa como uma oportunidade
realmente maravilhosa, Holden. Um trabalho sólido... que
permitirá que cuide da minha filha.

Oh, porra, lá vamos nós de novo. Esta é exatamente a conversa


que tivemos dois meses antes de eu sair de casa. Ela não acha que
Holden está pronto para ser marido, nem acha que pode cuidar de
mim. Ele ainda é um filho da puta colegial aos olhos dela.

E com uma cara de pedra, Holden olha para ela e diz — Acho
que poderei cuidar de sua filha com os 9,3 milhões de dólares
deixados em meu nome.

Ainda não contei esses detalhes à mamãe, por isso ver a cor
sumindo do seu rosto não tem preço. Esse era um dos motivos
pelos quais ela queria que eu ficasse com Jett — o dinheiro dele.
Ela sabia que eu seria bem cuidada, mas o que não entendia era o
quanto eu detestava pessoas ricas. Dinheiro não significa nada
para mim e saber que Holden - e acho - tem tanto dinheiro não
muda nada. Bem, tudo bem, nos ajudará a viver uma vida muito
confortável, mas não foi por isso que me apaixonei por Holden.

— E agora? — Pergunta em vez de comentar sobre nosso


patrimônio líquido, embora a perda de cor de suas bochechas diga
muito.

Holden envolve um braço em volta do meu pescoço, me


puxando para perto dele. — Qualquer coisa que Everlee queira
fazer.

Oh, ótimo, está deixando tudo nas minhas mãos novamente.


Conversamos sobre isso. Não sou boa em tomar decisões, mas
acho que terei que ser de agora em diante.
— Não sei — digo com um encolher de ombros. — Gostaria de
ver a praia e as montanhas antes de tomar qualquer decisão que
mude minha vida.

Holden ri, lembrando-se claramente da nossa conversa no


sótão na noite do meu aniversário – ele me disse que poderíamos
ir a qualquer lugar, mas não quero comprar uma casa na praia ou
nas montanhas. Não, a menos que ele também queira.

— Sem faculdade? — Mamãe pergunta com uma expressão


tensa.

— Não disse isso — digo — mas não estamos focando nisso


agora.

Enquanto converso com mamãe, Holden se afasta e fala com


Tiffany e Macy. Estou ouvindo as palavras infelizes de mamãe ao
mesmo tempo que também ouço a conversa a um metro de
distância.

— Papai está tentando avisar alguém, mas não sei quem é. É


obviamente um nome falso — Tiffany diz a Holden.

Sua expressão endurece quando solta o ar, passando a mão por


suas feições cansadas. — Contrate um detetive particular.
Descubra para quem está mandando merda. Honestamente, será
capaz de segurar o forte enquanto tiro Everlee daqui um pouco?

Macy imita Holden de antes e envolve o braço em volta do


pescoço de Tiff. — Ficaremos bem, Holden. Seu pai ainda pode ter
contatos do lado de fora, mas está seguro atrás das grades pelo
resto de sua vida. Além disso, convenci sua irmã a contratar uma
pequena equipe de segurança.
— Está me ouvindo, Everlee? — Mamãe pergunta incrédula
enquanto acena com a mão na frente do meu rosto.

— Merda, desculpe. O que estava dizendo?

Ela suspira. — Tudo o que eu disse foi para, por favor, se


cuidar. Você claramente acha que cresceu o suficiente para se
casar tão jovem e depois fugir com o cara. Apenas…

— Mãe, estou bem. Vou ficar bem. — Vejo a preocupação em


suas feições, sabendo imediatamente com o que está preocupada.
— Sei o quanto sente falta do papai — sussurro antes de seu olhar
voltar para o meu. — Mas prometo a você que o mesmo destino
não acontecerá comigo.

Seu lábio inferior treme. Falar sobre papai é um assunto difícil


que parecemos evitar a todo custo, mas ela precisa saber que
Holden não morrerá em algum acidente de construção bem antes
do tempo.

— Não pode prometer nada, querida — sussurra.

Assentindo, pego suas mãos e digo — sei disso, mãe, mas tenho
que acreditar que tudo será perfeito. E se não, não quero perder
um único segundo de amá-lo o máximo que puder.

Sem outra palavra, ela me puxa para um abraço. Este é um


tipo de abraço difícil e sem reservas. Do tipo que sentirei durante
anos.

— Eu te amo, Everlee.

— Eu também te amo, mãe — sussurro de volta.


Depois de várias batidas, mamãe finalmente me solta enquanto
enxuga os olhos. Holden volta para junto de mim, deslizando sua
mão na minha.

— Está pronta? — Pergunta no meu cabelo antes de me beijar


lá.

Encaro minha mãe, que me dá um aceno de aprovação.


Falamos muito poucas palavras, mas sei em meu coração que ela
aprova Holden à sua própria maneira. Está pronta para deixar sua
filhinha partir, e estou pronta para amar meu marido com tudo o
que tenho.

— Pronta como nunca estarei.

Virando, deixamos nossa família para trás e seguimos em


direção ao estacionamento onde o Rover de Holden nos espera. No
caminho, passamos por rostos familiares - Billie e Zeke, e Holden
para diante deles.

— A escola é sua agora, irmão — diz a Zeke. — E de Christian.


Não estrague tudo. — Depois olha para Billie. — Cuide-se, B. Ligue
para Tiffany se precisar de alguma coisa, está bem?

Ela dá um sorriso tenso para ele, e não perco como Billie desliza
sua mão na de Zeke. Há algo acontecendo entre eles? Acho que
seria ótimo se fosse verdade. Todo mundo merece felicidade, até
mesmo a cadela malvada da Lauren, que vejo na minha periferia
com Henley.

Depois de um breve adeus, finalmente chegamos ao Rover.


Holden joga nossas vestes de formatura e capelos na traseira e sai
com um sorriso no rosto.
— Onde é a nossa primeira parada, menina bonita?

Sorrindo, olho para ele e digo — Vamos pegar a estrada e ver


aonde ela nos leva. — Minha mão encontra a sua antes de puxá-
la para o meu colo e para cima da minha saia. — Mas talvez
devêssemos fazer um pit stop primeiro.

Ele geme, empurrando a mão ainda mais para cima na minha


saia até que seus dedos roçam a borda da minha calcinha. — Tire
essa merda e se vire para mim - mostre-me como está molhada.

Sem hesitar, faço exatamente o que diz, jogando minha


calcinha em seu peito. Ele ri e a enfia no bolso. Depois pego sua
mão novamente e a puxo entre minhas pernas. Ele sibila quando
seus dedos me tocam.

— Pode me dedilhar enquanto dirige, ou pode encostar e me


mostrar como fui uma boa menina — digo, provocando-o.

Seu olhar se volta para o meu. — Amo quando a safada Everlee


sai para brincar.

E sem aviso, ele sai da estrada e para bruscamente. Sua mão


sai do meio das minhas pernas e me agarra pelo pescoço.

— Agora coloque sua doce bunda no banco de trás, onde posso


te foder direito — instrui com os dentes cerrados. — Agora mesmo,
menina bonita.

Estou ofegante, deslizando para o banco de trás sem arranhar


seus assentos de couro com meus saltos. Meu grito enche o carro
quando bate na minha bunda nua; o som ecoando pelo veículo.
Holden rasteja para trás comigo, puxando sua calça jeans até que
esteja em torno de suas coxas, e não tenho paciência para seu
convite.

Nossos gemidos enchem o carro enquanto afundo em sua


cintura, me esticando. Olho para baixo em seu olhar hipnotizante
e me mantenho firme, tirando o cabelo de sua testa.

— Eu te amo, Holden — sussurro.

— Você é meu mundo, menina bonita.

FIM.

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