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Disponibilização: Amarílis Gerbera

Tradução: Ella Morningstar


Revisão Inicial: Ella Morningstar
Revisão Final: Nita Oliver
Leitura Final: Flor de Liz
Verificação: Nita Oliver
Formatação: Amarílis Gérbera

Abril/2018
Tied
The Voyeur Series, Part #2
Elena M. Reyes
N. Isabelle Blanco

Essa filha da puta pensa que é a maior vilã aqui...


Eu vou deixar que ela continue pensando assim.
Ela acha que sabe o quão longe eu vou para salvar Ivy.
Na realidade, ela não tem uma fodida pista. Eu mataria por ela.
Minha humanidade regride enquanto um demônio nasce.
Eu quero o seu sangue em minhas mãos. As apostas estão além
de altas, presas nesta masmorra de sexo sem nenhuma saída. Nossos
entes queridos estão sendo ameaçados, enquanto nós estamos sendo
obrigados a suportar isso.
Mas nada disso importa para mim, apenas o fim do jogo. E uma
vez que eu sair daqui, vou tomar as duas coisas mais importantes:
Vou reivindicar minha mulher e vou tomar a vida da nossa captora
assim que achar o nosso caminho para fora.
Ela pensou que poderia ameaçar a minha menina.
Estou prestes a mostrar a ela o quanto está errada.
Dez
Há uma semana atrás.

Que droga! Esta noite ainda não acabou?

Seco minhas mãos e saio do banheiro de volta para o


corredor. Jamie, a colega de trabalho de Ivy, é irritante. É uma garota
legal, engraçada, bondosa, mas intrometida às vezes.

Quando Ivy me convidou para a festa de inauguração da casa dela,


eu não podia dizer não. E não é porque eu sou um tolo que iria a
qualquer lugar que Ivy me pedisse para ir, claro que não.

Mas, porra, cara. Ivy tinha que querer vir? Claro que sim. Ela
é sua colega de trabalho.

A sala está cheia de pessoas. Alguns sorriem para mim quando eu


passo. E apesar do meu humor estar perversamente escuro, tento dar o
meu melhor sorriso de volta. Estou sendo um idiota, eu sei, mas não
posso me ajudar.

Ver outros idiotas dando em cima da minha garota tende a me


colocar em um quadro mental distorcido.

Especialmente um, que a deixou escapar por entre os dedos. Seu


maldito ex, Robert, está em toda parte. Não posso escapar dele.
Não importa que Ivy não esteja pronta para admitir o que há entre
nós. Não posso me ajudar, a vejo como minha. Sempre verei.

Acho minha pequena dor na bunda na sala de estar embalada no


canto do sofá, a cabeça jogada para trás em gargalhadas.

Aquele longo cabelo loiro e aqueles olhos azuis, e aquele corpo pin
up... ela tira o meu fôlego.

Todo. Maldito. Tempo.

Robert, o idiota bajulador, sempre presente ao lado dela. Ele está


na namoradeira, na frente dela, seu rosto iluminado com seu próprio
sorriso. Ele está comendo ela com os olhos.

Maldito desgraçado.

Internamente quase explodindo de raiva, me aproximo e fico


contente por ver que Ivy guardou o meu lugar. Eu sento nele, como se
eu possuísse o maldito lugar. Em seguida, pela milionésima vez na
nossa amizade, eu faço o que nenhum melhor amigo deve ser permitido
fazer. Eu ultrapasso as fronteiras.

Eu deslizo meu braço em volta do ombro de Ivy, puxando ela para


o meu lado. Minha boneca embriagada ri quando percebe que sou eu. —
Aí está você, Noah!

Meu coração acelera no meu peito com a forma como ela sorri para
mim. Não perdi também que ela não se afastou. Por uma questão de
fato, ela se aconchega mais perto, sua cabeça inclinada para trás no
meu ombro, seus olhos brilhando para mim.
Contando-me tudo que ela própria não pode admitir.

Meu pau endurece instantaneamente. Quantas vezes eu me


neguei os seus lábios? Muitas para contar. Estou chegando a um ponto
onde minha força de vontade está em pedaços. Cinco anos estando
apaixonado por esta mulher tem tomado seu preço.

A maioria das pessoas me pergunta por que eu ainda não


confessei. Por que não contei a ela.

Mas Ivy não está pronta para isso. Ela sente o que sinto, já tive
demasiadas provas para sequer duvidar disso, então eu decidi que eu
deixaria isso fácil para ela. Tomar seu tempo.

Tomar seu tempo. Certo. Se passaram cinco-sangrentos-anos.

A contagem regressiva está chegando ao fim. Ela ainda não sabe,


mas em breve eu vou perder o controle. Em breve estarei jogando toda
a precaução ao vento e vou fazer essa mulher minha.

Eu toco seu maxilar e o acaricio. —Como você se sente, amor?

Ela ri novamente e aconchega-se mais perto. —Eu não devia ter


bebido todo aquele champanhe.

Robert está nos observando com uma expressão escura, a mesma


expressão que ele sempre usa quando estou ao redor. Quando ele vê
como Ivy é comigo. Isso é certo, idiota. Ela nunca será sua novamente
porque ela já é minha.

Ainda me surpreende que eu me sinta assim por ela. Quando a


Leslie morreu, com meu anel no dedo dela, parecia que meu mundo
tinha acabado e eu nunca ficaria bem novamente.

Definitivamente, não achei que eu poderia amar novamente.

Então, me mudei e conheci Ivy, e olhar para ela explodiu as minhas


entranhas.

Realmente, ela me explodiu. Ela estava em um relacionamento


com Robert naquela época.

De qualquer forma, deveria ter feito uma jogada nela. Agora estou
aqui, metade de uma década depois, preso na porra da friendzone.

Mas não por muito tempo.

Deslizo o meu polegar para baixo da mandíbula dela, sentindo


como a pele dela é macia. —Não há mais bebida para você, amor. Ou
nós dois sabemos que eu vou ter que carregar você para fora daqui.

Outra pequena risada. Porra, meu pau adora esse som. —Não
seria a primeira vez, melhor amigo. — Ela diz divertidamente.

Porra, odeio quando ela me chama assim. —Você está certa. Eu


sempre estarei lá para levá-la, cada vez que isso acontecer. — Porque
eu estou apaixonado por você. Estou tão caído no amor com você que é
como uma doença em mim. Não reconheço mais quem eu sou.

Robert chama o nome de Ivy.

Sinto a feiura da expressão no meu rosto.

Ivy vira para ele, mas não faz nenhum movimento para deixar
meus braços ou se afastar. —Sinto muito. Sobre o que estávamos
falando antes?

Ele não pareceu muito satisfeito que ela já esqueceu a conversa


deles.

Mal consigo esconder meu sorriso.

Jamie aparece ao meu lado, em todos os seus 1.70 de


personalidade alegre e borbulhante, e senta-se no sofá junto a
mim. Seus olhos cor de avelã olham para a minha posição com Ivy.

Aproveitando a distração de Ivy, ela se inclina e resmunga para


mim. —Vocês dois realmente precisam admitir a realidade e foder os
miolos um do outro. Violentamente. Eu me ofereço para sacrificar a
cama do meu quarto de hóspedes para vocês dois poderem quebrar.

Seu comentário impetuoso e honesto rasga uma risada de mim.

Ivy imediatamente se vira com seus olhos curiosos, e assim como


antes, Robert é mais uma vez esquecido. Pronto para aceitar a dica
agora, idiota?

—O que é tão engraçado? — Ivy pergunta toda inocente de olhos


arregalados.

—Nada. — Jamie joga seus cabelos loiros por cima do ombro e


inclina-se de brincadeira. —Apenas discutindo sobre a garota que Noah
está absolutamente louco.

Fodida Jamie e seus jogos.

Os olhos de Ivy desviam, embora ela tente escondê-los. É o mesmo


olhar que ela fica sempre que Anne está por perto.

E Jesus, isso me deixa fodido cada maldita vez.

Por que eu ainda durmo por aí com outras mulheres sabendo


que eu sou apaixonado por Ivy? Porque é a única maneira de lidar com
sua sequência de amantes sem perder o juízo e destruir os bastardos. É
por isso.

—Oh? — Ivy se esforça para agir indiferente, mas ela está muito
bêbada para conseguir. —Isso não é sobre Anne, é?

—Sim. Ela. Essa é a única! — Jamie diz sarcasticamente ao


mesmo tempo que eu digo. —Ela é só uma amiga.

Os olhos de Ivy saltam entre nós.

Eu olho para Jamie.

Jamie sorri inocentemente.

—Você... você tem sentimentos por Anne? — Minha boneca


sussurra baixinho.

—Não! — Várias pessoas se viram para olhar em minha direção,


mas não poderia dar duas merdas sobre isso. —Não gosto dela dessa
maneira. Ela é apenas uma amiga. Eu juro, amor.

Ela pisca aqueles olhos exóticos capazes de foder a minha


mente. —Então de quem vocês estão falando?

—Ninguém. Jamie não sabe do que está falando.


Jaime ri e balança a cabeça, falando com Ivy como se este fosse
um típico papo de garotas. —Ok, eu estava mentindo quando disse que
é a Anne. Este... — Ela aponta para mim. —Me pediu segredo. Mas veja
isso, garota. Olhe para ele.

Os olhos de Ivy viram em minha direção, em seguida voltam para


Jamie.

—Você o vê? Irresistível, não é?

Meus olhos bloqueiam no rosto de Ivy, esperando por sua resposta.

Com as bochechas cor de rosa, ela murmura. —Sim. — Mas


mantém seu olhar focado em sua amiga.

Jamie ri. —Certo. Então, essa garota... ela está completamente em


negação. Não quer admitir que está louca para montar este cara até ele
quebrar.

Normalmente, eu sou duro sobre alguém fazendo Ivy se sentir


desconfortável. Eu intervenho imediatamente e ponho um fim a
isso. Mas agora, meus olhos estão colados em Ivy, estudando cada uma
das suas micro expressões.

Ela morde o lábio timidamente e olha para longe, na direção da


cozinha. —Uh-huh.

Jamie lança as mãos no ar. —E quero dizer, vamos lá! Que mulher
viva não quer chupar este homem?

Ivy e eu engasgamos.
—Hum, eu preciso de outra bebida. — Ivy levanta.

Eu pego a mão dela antes dela ir embora. —Amor, você está muito
bêbada.

Ela mexe e puxa a sua mão. —Nós já passamos por isso antes,
Noah. Você não é meu pai.

Merda. Não. Eu não sou. Eu sou só o idiota obcecado e protetor


fora-de-controle que vive por ela. Exasperado, eu cerro os punhos e a
deixo ir. Felizmente Robert desapareceu em algum momento, porque se
eu o ver se levantar e segui-la, eu não seria capaz de dar a Ivy o espaço
que ela precisa.

Ainda assim, eu assisto ela ir para a cozinha como um falcão,


esperando ela voltar.

—Maravilhoso. — Jamie suspira e bebe a sua cerveja. —Ela nem


percebe que estou falando dela. Você pode imaginar?

Eu não desvio meu olhar, mas eu balanço a cabeça. —Você foi um


pouco longe, não foi?

—Ah cala a boca. Amo vê-la com ciúmes de você.

Maldita seja. Eu também amo.

Quando Ivy finalmente sai da cozinha, com outra taça de


champanhe na mão, vejo Robert sair com ela. A possessividade animal
que ainda me confunde inunda minhas veias. Eu fico tenso no sofá,
lutando contra o desejo de pular em direção a Ivy e levá-la para longe
daquele idiota.
Muito razoável.

—Então, novamente, ela não é a única que tem um problema de


ciúmes. — Sorrindo, Jamie diz e levanta sua cerveja para os lábios
novamente.

—Suma daqui. — Advirto sob a minha respiração, minhas mãos


enrolando mais apertado.

Para meu alívio, Ivy volta para seu lugar ao meu lado. Ela não
encontra meus olhos, mas isso não importa. Eu deslizo meu braço em
volta da cintura dela e a puxo novamente para perto de mim.

Ela está falando com Robert, me ignorando. Não está olhando para
mim.

Mas ela não está se afastando de mim.

E eu estou segurando ela contra o meu corpo.

Jamie se aproxima e nos oferece bebidas extras. Ao nosso redor, a


multidão mistura-se e eu não me importo com a maneira como as
pessoas continuam a olhar para Ivy e para mim. Eles estão sempre
olhando para nós assim. Onde quer que a gente esteja.

Todos podem sentir a nossa química. Todo mundo. É assim que


eu sei que o tempo de negação de Ivy está acabando. Estou em um ponto
de ruptura e acho que ela também está. Todo mundo pode ver a louca
tensão entre nós.

Minha boneca bebe outros dois copos de champanhe antes de eu


acabar com isso. Eu sei que ela odeia quando eu assumo o controle,
agindo como pai dela, mas ela está indo longe demais.

Uma hora mais tarde, quando quase todo mundo já foi embora, a
cabeça pesada de sono de Ivy está no meu colo.

Eu mexo no cabelo dela, me inclinando no sofá, o meu outro braço


envolto ao longo das suas costas. Quando todo mundo for embora, vou
carregar Ivy para o carro e levar ela para casa.

Jamie agradece a outro grupo de pessoas antes deles saírem pela


porta. Ela a fecha e anda até nós, sacudindo a cabeça com a visão da
cabeça de Ivy no meu colo. —Vocês são ridículos. Quando vão parar
com esta negação inútil?

Expiro lentamente e continuo mexendo no cabelo de Ivy, amando


a sensação. —Não estou em negação, Jamie. Ela está.

Encolhendo os ombros, Jamie se afasta. —E em que ponto você


fará algo sobre isso?

—Em breve. — Levanto do sofá e me inclino para pegar Ivy. —


Realmente em breve.
Onze
Tempo presente

Fomos traídos.

Ela nos levou a este ponto.

Ela queria que falhássemos.

—Strike um. Agora é hora da punição real começar.

O que fizemos?

Quão idiotas poderíamos ser?

Está claro agora. Não há dúvidas em minha mente. Filha da mãe!


Esse tinha sido o plano dela o tempo todo. Pegar nossa atração mútua
e usá-la para guiar nossas ações.

Basta tentar e uma pessoa vai quebrar.

Desespero leva você a agir com estupidez. Faz você agir baseado
no instinto.

Não que ela dê uma merda sobre as ramificações demoníacas que


esses momentos colocam em nossa mente.
Porra. Que se foda!

Abaixo de mim, Ivy endurece com o tom da nossa captora. Um


tremor severo corre através de seu corpo, causando um movimento
involuntário. Pequenos empurrões contra meu pau semi-rígido.

Agora não é hora para ficar duro, cretino.

Mas, novamente, eu nunca fui capaz de controlar meu pau ao


redor de Ivy. Sempre duro e latejante.

—Expliquem-se.

Não há nenhum mal-entendido aqui. Nós fodemos.

Os músculos de Ivy ficam tensos sob minhas mãos. Medo rodeia o


ar à nossa volta, nos sufocando.

Nós somos dispensáveis. Brinquedos. Entretenimento para o que


eu agora posso supor que é uma audiência de psicopatas perversos.

Ignorando a voz, os grandes olhos de Ivy olham para mim. —Noah,


estou tão...

—Cale-se. — Eu assobio entre meus dentes cerrados. Isso saiu


duro, mas neste momento me sinto fora de controle. Como um animal
enjaulado. Um animal selvagem que só entende que ele deve proteger o
que que é dele, sua fêmea.

Raiva pura e quente pulsa em minhas veias enquanto olho cada


canto da sala. Precisamos escapar. Nós temos que escapar.

Eles vieram para este quarto pelo menos duas vezes. A primeira
vez para nos trazer e a outra para deixar a cadeira usada para o
espancamento de Ivy. O problema é que não consigo encontrar
nenhuma imperfeição nas paredes.

Sem emendas ou gesso lascado. Sem lascas de concreto ou gesso


no chão. Não há nada que possa me ajudar a descobrir onde é a saída.

Mas vou encontrá-la. Eles cometerão um erro.

Foda-se, querem que a gente morra aqui.

—Não fique com raiva de mim. — Ivy sussurra e leva tudo de mim
para não olhar para baixo e beijá-la. Tranquilizá-la que tudo vai ficar
bem.

As mãos dela estão espalhadas pelas minhas costas, os dedos


cavando nos meus músculos. Implorando com seu toque por uma
reação minha. Dar a ela alguma coisa para se segurar.

Abaixando o meu rosto para o dela, eu me aproximo da sua


bochecha. —Me dê um segundo, amor. Deixe-me pensar. — É um baixo
suspiro. Apenas um zumbido, antes de puxar para trás e continuar a
focar em nosso entorno.

Estou chateado com ela por me forçar a perder o controle, mas ao


mesmo tempo me sinto em paz com o que fizemos. Fomos nós, atuando
em nossos desejos sem sermos ordenados por nossos captores.

Sem ameaças.

Sem sangue.
Apenas puro desejo.

Mas foda-se, perder o controle pode acabar com Ivy sendo ferida.

Ou eu.

Eu não daria a mínima para mim, mas eu preciso ser capaz de


proteger Ivy. Se eles me machucarem, isso vai ser impossível.

—Tão bravo, Noah. — A voz diz depois de alguns minutos, seu


tom condescendente. Risadas seguem suas palavras, um sinal de que
nosso público aprova a provocação. —Não era isso que você
queria? Não foi nisso que você pensou enquanto corrompia minha
boneca quebrada? Anne era uma menina tão doce... e ainda assim
você realmente nunca focou nela enquanto transava com ela, não
é?

—Não. — Não consigo parar o pequeno arrepio que viaja na minha


espinha com essas palavras. A invasão da minha privacidade é
extrema, as ramificações além de terríveis.

Quanto tempo ela tem estado nos vendo?

Ela tem todas as informações. Todos os fatos. Eu não tenho


nenhum, o que significa que nossa captora continua um passo à frente.

No fundo, registro o pequeno soluço que Ivy libera, mas o ignoro


no momento. Agora não é o momento de mostrar fraqueza. E ela é isso,
minha única fraqueza. Eles vão machucá-la para chegar a mim. —Não.

—Ela te amava, você sabe. Anne gritou em seus momentos


mais sombrios para que você fosse salvá-la.
Fecho meus olhos e sou perseguido pela tristeza no rosto de Anne
quando ela me viu. Como os lábios dela tremeram, lágrimas sangrentas
acariciaram a sua bochecha com a visão da proximidade do meu corpo
a Ivy.

Naquele momento eu vi a derrota dentro dela. Anne se desligou e


aceitou que minha preocupação não era com ela. Ela sabia onde meu
coração estava, onde ele sempre estará, com Ivy.

Me sinto um monstro por isso. Por ter que escolher e abandoná-


la.

Pequenos dedos empurram contra meu peito, trazendo-me para o


presente. —Por favor se mova, Noah. Eu não consigo respirar. — A voz
de Ivy está cheia de angústia e desespero.

Olhando para baixo, eu percebo que eu coloquei meu corpo sobre


o dela. Cobrindo-lhe da cabeça aos pés. Cada polegada da sua nudez
está pressionada contra a minha. Nosso gozo pegajoso entre nós, um
lembrete escorregadio do que fizemos. De como ela se perdeu ao meu
toque.

A memória de cada gemido e suspiro dela está abafando a canção


de ninar de merda que fomos sujeitos a escutar.

Eu aceno e me levanto, apenas o suficiente para deixá-la tomar


uma respiração profunda. As bochechas de Ivy estão mais coradas, e
em qualquer outro momento eu acharia o ato fofo, mas não hoje. A cor
pecaminosa me lembra o rubor que se espalhou por sua carne enquanto
ela gozava.
Pecaminoso. Delicioso. Isso poderia custar nossas vidas se não
formos cuidadosos.

Eu não daria duas merdas sobre morrer só para tê-la, mas ela sair
daqui não é algo negociável.

Escuto dos auto-falantes um zumbido baixo de prazer, e um som


de vidro quebrando logo o segue. Não apenas um, parece que são
vários. Um após o outro.

E a cada som minha garota se encolhe.

—Vai ficar tudo bem, baby. Confie em mim.

—Sim. — Ela sussurra meio triste. O pequeno corpo de Ivy treme


debaixo de mim. A ansiedade está subindo, o corpo dela está enviando
sinais de emergência para seu sistema. Chocando ela. Fazendo com que
ela se feche.

Mais uma vez.

—Chega de teatro, Ivy. — Essa vadia não tem ideia do quanto eu


desejo matá-la. Nos vingar. Como cada palavra sarcástica em direção a
minha garota me queima vivo com ira. —Você causou isso. Vocês
dois. Expliquem-se.

—Eu... eu não vou pedir desculpas. — Isso veio baixo, mas


conciso. O medo era palpável, exalando de todos os poros dela, e ainda
assim ela está empurrando.

Então algo me bate: Ivy está sendo forte por mim.


Mas Deus nos ajude, não é o momento.

—Com licença?

—Ivy... baby... não. — Em vez de reconhecer o meu pedido, ela


tenta me empurrar. As unhas dela cavam meu peitoral enquanto
pressiona as palmas para cima. —Pare.

—Mova-se, Noah. — Os olhos azuis dela me imploram para


escutar. Para que eu levante de cima dela e fique quieto, e eu faço o que
ela me pede.

Minhas costas atingem o colchão ao lado de sua carne nua, e


espero. —Pense sobre o que você está prestes a fazer. — É tudo que eu
digo, um aviso silencioso.

O aceno dela é um movimento sutil no colchão. —Eu disse que...


— Ela toma uma respiração profunda e a solta lentamente —...não vou
pedir desculpas pelo o que ambos sabemos que você queria que
acontecesse. Nós já fomos fadados ao fracasso desde o início. Ficamos
sem chance. Você sabia que íamos nos querer dessa forma.

Leva dois segundos para o significado do que ela admitiu afundar


em mim.

Ela está exposta e determinada. Ivy não faz nenhum movimento


para se cobrir. Os dedos dela se aproximam dos meus e eu os
seguro. Ela entrelaça os dedos com os meus.

—É assim mesmo? — Nossa captora parece divertida pela escolha


de palavras da minha menina. —Por que eu faria isso?
—Porque você pode.

E isso é a pura verdade.

Ninguém diz nada por alguns minutos, o único som na sala vem
da música irritante na repetição constante. É baixo dentro do quarto
frio, mas consigo ouvir claramente. Me aproximo ainda mais de Ivy,
ouvindo com atenção, minha mente correndo, ouço o que parecem
sussurros baixos acima da música.

Pessoas conversando entre si.

Mais confirmação.

Há pessoas do outro lado. Um monte delas. Todos nos


observando. Participando dessa merda torcida.

Isto não é uma operação de uma pequena equipe. Estamos lidando


com algo maior.

Finalmente, uma exalação profunda deixa nossa captora. —


Normalmente esse tipo de resposta te traria punição. Uma
punição severa. Mas vocês fizeram um show tão bom para o
público que seria um desperdício fazer isso.

Encontro meus olhos com os de Ivy.

Meu coração acelera, mas eu tento esconder qualquer sinal de


alívio. Não sou capaz de me ajudar quando se trata de tocar o corpo
sexy de Ivy, mas posso deixar nossa captora tentando adivinhar.

É a única vantagem que possivelmente posso ganhar.


—Por uma questão de fato, o público está tão contente que
vocês merecem uma recompensa.

Outra reviravolta. Mais um rumo inesperado.

A mão de Ivy aperta ao meu redor. —Que tipo de recompensa?


— Sua voz treme quando ela pergunta.

—Feche os olhos.

—Não. — Eu digo calmamente. Não importa em quanto perigo


estamos, eu não vou desistir da minha visão.

O tremor de Ivy aumenta, mas ela permanece em silêncio, me


aguardando.

—Feche os olhos ou vou mudar de ideia e transformar sua


recompensa em castigo.

Porra. Deveria ter esperado isso.

Os olhos de Ivy pousam em mim e eu vejo o pânico subindo


nela. Calmamente, eu aceno minha cabeça e dou a sua mão um aperto
reconfortante. —Faça, amor.

Minha menina valente retorna meu aceno.

Virando para frente, ela deixa suas pálpebras caírem sobre os seus
olhos.

Eu dou uma última olhada ao redor de todo o lugar, minha mente


catalogando tudo à nossa volta, antes de deixar os meus olhos se
fecharem.
Mesmo atrás das minhas pálpebras, vejo o momento em que todas
as luzes se apagam.
Doze

Estamos cercados pela escuridão.

Ivy sussurra algo ao meu lado, mas não consigo entender. Ela
aperta a mão na minha, suas unhas cavando enquanto ela tenta manter
a calma.

Eu odeio isso.

Odeio cada maldita coisa sobre esta situação.

—Amor, eu preciso que você...

—As coisas podem mudar em um piscar de olhos. Não


provoque um pecador fiel.

Não há necessidade de decifrar isso. Ela quer a gente complacente


e mudo.

—Se você entendeu, balance a cabeça. — Outra pista. Eles


podem nos ver mesmo quando o quarto está banhado em escuridão. Eu
sinto a mudança no colchão ao meu lado. Ivy está concordando, e eu
concordo também. —Animais de estimação tão bem
comportados. Tão ansiosos para agradar... — A voz diz enquanto os
outros riem.

Idiotas. Cada um deles.


Mais uma vez a temperatura do ambiente cai. Ar mais fresco
circula das aberturas de ventilação a seis metros acima de nós. Ouço
um som de gotejamento que não cobre o som dos pesados passos se
aproximando.

Porra. Alguém está aqui. Ao pé da cama. Eu posso sentir sua


presença ao nosso redor.

Aperto meus punhos, minha mão está segurando a de Ivy e quase


a esmagando. Minha pobre menina está quebrando ao meu lado e me
sinto impotente. Um passo em falso meu pode significar a morte dela.

Com o meu polegar formo as palavras ‘estou aqui’ até o topo da


mão dela. É o máximo que posso fazer. Dizer a ela que eu vou fazer o
que é preciso para protegê-la.

‘Te amo’, ela traça de volta, e meu coração bate severamente


dentro do meu peito. Porque eu sei que ela me ama. Profundamente
dentro dela.

Ela sempre amou, mesmo se ela estupidamente se convenceu que


o que ela sentia por mim era amor de amigo e nada mais.

—Sentem-se.

‘Faça isso’, eu traço na mão dela outra vez, e eu sinto ela se


mexer. Ela se desloca ao meu lado, o lado dela roçando meus braços
enquanto ela segue minha direção. Eu sigo o mesmo caminho. Pele a
pele, sentamos e esperamos.

Dez segundos. Trinta. Dois minutos e nada.


Pelas minhas contas, no minuto cinco eu ouço...

Uma respiração dura bate em meus ouvidos agora. Como se


alguém estivesse respirando através de uma máscara.

Inspirando. Expirando.

—Quem está aí? — Eu exijo, as palavras deslizando dos meus


lábios antes que eu possa parar elas.

—Tsk, tsk, Noah. Pensei que você faria algo melhor do que
empurrar a mulher que tem a vida da sua amada nas mãos.

Imediatamente após as palavras dela eu sinto uma picada. Uma


pequena picada bem debaixo do meu queixo, na lateral. Minha mão vai
para o lado do meu pescoço ao mesmo tempo em que Ivy suspira.

Ela se aproxima ainda mais de mim, o corpo dela agora virado e


praticamente em cima do meu. Cada polegada deliciosa dela em cima
de mim.

Mantenha isso junto companheiro. Agora não é a hora.

Calafrios deslizam sobre seu corpo, e cada um me faz me sentir


fora de controle. Não de uma maneira ruim, mas o efeito é poderoso.

Ampliado.

Sob o calor dela, eu me agito.

Eu quero abrir os olhos e vê-la. Admirar ela assim. Mas não posso.

Soluços irrompem de dentro do seu peito. Minhas mãos puxam


sua forma agitada para o meu corpo, esfregando círculos calmantes
sobre a extensão inferior das suas costas. Ela está tão macia. Quente.

Agindo por instinto, Ivy acaricia minha bochecha. —Estou


assustada. — Ela sussurra, suas lágrimas agora se tornando mais
constantes. Calafrios deslizam em todo o seu corpo e ela se aconchega
mais fundo no meu abraço. Arqueando em meu toque. —Você parece
como um porto seguro.

—E você se parece com a perfeição. — Merda, eu estou


duro. Latejando ao ponto de dor debaixo dela.

—É quase impossível manter os dois separados. — Essas


palavras trazem tudo de volta. O que eles fizeram para nós? —Mas eu
amo vocês assim. Alheios ao mundo que os rodeia. A quem está
assistindo.

Tremores correm por todo o pequeno corpo da minha boneca, mas


eles não são seguidos por sinais de medo. Não. Desta vez não.

É a luxúria que permeia de todos os poros dela. Despreocupada,


ela gira sobre mim, buscando o que estou morrendo de vontade de dar
a ela.

—O que está acontecendo comigo? — Não há mais


sussurros. Apenas gemidos, sons desesperados que se instalam na
ponta do meu pau e enviam choques elétricos de desejo ao longo de
todos os nervos do meu corpo.

—Você foi drogada, boneca. Tirei suas inibições. Sua vontade


de me desafiar.
—O que você colocou em nossos corpos? — Filha da mãe, o meu
coração está acelerado. Respirando fundo, tento encontrar alguma
calma. Para me concentrar e recuperar o controle, mas o doce perfume
floral da Ivy invade meus sentidos e eu gemo.

Querido Deus, eu quero ela.

É tudo que consigo pensar.

Ela está bem aqui, no meu colo.

—Abram os olhos e me agradeçam.

Lentamente eu tento piscar, tenho dificuldade por causa dos


efeitos da droga. Leva quase um minuto, mas eu começo a me tornar
consciente do meu entorno.

A primeira coisa que notei é que não está mais escuro. Cada uma
das luzes está acesa.

A segunda coisa é a minha menina no meu colo. Nua e com medo,


mas seu desejo por mim está substituindo todo o resto.

E a terceira...

Porra. Seis homens vestidos de preto cercam a cama. Máscaras em


seus rostos escondem suas identidades, isso explica a respiração quase
robótica que eu ouvi mais cedo.

Da cabeça aos pés se assemelham a soldados de


milícia. Mercenários assassinos que apontam suas armas para nós.

Fodidas AK’s.
A prova final. Todo este “jogo” é uma operação de grande
escala. Quem está por trás disso tem dinheiro.

Eles têm poder.

De repente o cenário mais provável desliza pela minha cabeça, isso


tem que ser tráfico de sexo subterrâneo. Ou pelo menos algo perto disso.

Eu aposto que quem está nos assistindo pagou para ver tudo isso
acontecer.

Um show de sexo ao vivo e exibição de tortura psicológica e física


juntas.

Ivy finalmente percebe os seis homens de pé diante da cama. Em


primeiro lugar os olhos dela se arregalam com medo. Então, eu vejo o
apelo superar a expressão dela.

—Por favor. Eles nos raptaram. Ajudem a gente.

Minha pobre boneca. Há uma razão pela qual eu não tentei me


comunicar com eles.

Evidenciado pelo fato de que nenhum desses homens moveu um


único músculo ao seu apelo. É simples: eles são pagos para não se
importar.

Nossa captora ri. —Noah, ela é adorável. Não é a toa que você
está doido para enfiar seu pau nela.

Eu aperto minha mandíbula tanto que meus dentes quase


racham. Não reaja. Ignore o que ela diz. Mas ninguém tem permissão
para falar de Ivy assim. Ninguém. Eu acrescento essa transgressão à
longa lista de razões pelas quais um dia eu terei as mãos enroladas em
torno do pescoço dessa fodida mulher.

—Agora, quanto à recompensa... acho que um banho quente


será suficiente. Tome isso como uma oferta generosa da sua
anfitriã.

Generosa. Eu quase zombo da audácia dela, mas o firme aperto de


Ivy no meu braço me mantém sob controle. É ridículo, ambos sabemos
disso, mas é melhor jogar junto, pelo menos por agora, do que acabar
morto.

Isto só pode me ajudar a encontrar aquela maldita


saída. Identificar a nossa rota em direção a uma fuga.

—Não sou um doce?

Está mais para louca, mas continuamos calados. Não era uma
pergunta de qualquer maneira e eu serei amaldiçoado se eu confirmar.

—Fiquem de pé.

Imediatamente olho para baixo em direção ao colo da minha


menina. Meu pau se mexe, sinto dois violentos empurrões contra meu
abdômen com a visão que me cumprimenta.

Ivy está nua da cintura para baixo, a parte superior do seu monte
visível.

E então algo me bate. Porra.


Por um momento, eu saio da névoa de luxúria que estou. Não dou
duas merdas sobre minha nudez, mas seis homens estão parados lá.

Seis homens que vão conseguir ver o que é meu.

Ivy, aparentemente percebendo o quão tolo foi tentar angariar


alguma simpatia deles, se afasta de mim. Assim que ela está de pé em
frente à cama, uma névoa vermelha cobre minha visão.

O que quer que eles tenham injetado em nós dessa vez é demais,
muito mais forte do que o que usaram quando acordamos no
início. Assim que a raiva começa a subir no meu sistema, outra grande
onda de excitação desliza em meu corpo.

Meu corpo está respondendo como se estivesse no piloto


automático. Eu pisco uma vez e estou na cama, na próxima vez que
pisco, estou parcialmente na frente dela. Cobrindo o máximo que posso
de sua nudez, da forma que consigo.

Eu estou uma bagunça fumegante e latejante enquanto tento


recuperar o controle e avaliar a situação. Tentando decidir qual idiota
atacar primeiro no caso da merda ir rápido para baixo.

Seu corpo pressiona contra o meu e ela suspira. Um som que ouvi
sair de sua boca um milhão de vezes.

Eu sempre fui a pessoa que ela encontrava conforto.

Bêbada, com raiva ou feliz. Eu sou o único.

Mas no momento ela não pode se ajudar. Não quando os produtos


químicos através de seu sistema anseiam por contato humano.
Projetado para fazer você se sentir feliz, ligado e desinibido.

Já festejei o suficiente para reconhecer o que eles nos


injetaram. Esses insetos nos injetaram algo como êxtase, mas mais
forte. Isso trabalha mais rápido e dura mais tempo.

Esta segunda dosagem confirma isso.

—O sutiã, Ivy. Agora. — Um estrondo alto faz o seu caminho no


meu peito e eu mostro meus dentes.

Como um animal eu enrolo meu corpo em posição para atacar. —


Se comporte, Noah. Deixe o meu bichinho de estimação mostrar
suas curvas. O público quer um gosto dos seus atributos.

—Está tudo bem. — Ivy puxa meu braço e me viro


parcialmente. Não totalmente. Apenas o suficiente para pousar meus
olhos nela, mas ainda estou na linha direta de visão do guarda. —Não
foque nela. Foque em mim. — Ela levanta uma mão e toca minha
mandíbula. —Me ajude a passar por isso.

Acenando, eu acaricio a mão dela. —O que precisar, boneca. Diga-


me.

—Solte o sutiã para mim. Meus braços se sentem um pouco


pesados. — Ela expira, a rouquidão em seu tom não intencional.

Eu sei disso, mas isso não diminui o seu efeito em mim.

Isso também me preocupa.

Ela sempre foi uma coisa leve e pequena. Curvilínea, mas ainda
assim pequena. Se a dosagem foi a mesma que a minha, ela vai estar se
sentindo como se tudo ao seu redor estivesse fora de controle.

Cada toque é eroticamente animador e um pouco doloroso.

—Vire-se, Ivy. Deixe-me ajudá-la.

—Ajude ela, Noah, mas nada mais que isso. Não haverá
nenhum toque extra até que eu diga. Nada mais do que o
necessário.

Um aceno de cabeça quase imperceptível é tudo o que ofereço em


resposta. Meu foco sobre os lindos olhos implorando minha
ajuda. Proteção.

Não me deixe sozinha com eles. Eles imploram para mim, e eu não
vou deixar ela cair.

Ivy me dá um pequeno sorriso e se vira. É o jeito dela de oferecer


conforto. Apreciação.

Seu cabelo loiro está em torno dela, descendo pelas suas


costas. Todo solto em ondas. Linda.

Me aproximando, eu jogo os fios por cima do seu ombro. Rastreio


a alça do lado direito das costas com a ponta do meu dedo até o fecho.

Com uma das mãos eu aperto o seu sutiã quando o alto-falante


liga mais uma vez.

—Me desobedeça e ela será enviada para tomar banho em


outro lugar com meus guardas a observando.
Treze

—Eu entendi.

—Ok. — Ivy fala sobre mim, sua voz segura. Imediatamente eu


olho para seu rosto de lado, estudando a expressão dela. Ela está
olhando para frente, me ignorando. —Nós escutaremos.

—Baby? — Eu pego a mão dela e aperto. —E se eles te


machucarem?

Eletricidade e pura paixão castigam minhas veias ao simples


toque. Foda-se. Eu diria que são as drogas, que este demoníaco desejo
é tudo culpa delas, mas isso é uma mentira de merda.

Besteira total.

Não. É ela. Eu. Esse magnetismo que existe entre nós.

—Eles vão nos matar se não ouvirmos, Noah. Por favor. Por mim...
não enfrente eles.

—Eu morreria antes que acontecesse algo com você. — Eu puxo


ela para mais perto e ela suspira. Sinto seu perfume em meus pulmões
e gemo.

—Eu sei. — Ela sussurra, e um arrepio duro corre pelo seu


corpo. A reação do corpo dela só aumenta o do meu.
Os mamilos dela apertam em picos duros.

Minha boca enche d’água.

—Aviso final. Fechem os olhos.

Ivy me dá um pequeno sorriso antes de fazer o que ela manda.

Uma solitária lágrima cai do olho dela e eu me aproximo para


limpar, mas eles me param. As suas armas me obrigam a abaixar minha
mão e admitir a derrota.

Eles ganharam esta rodada.

Eu fecho meus olhos.

É incrível o que acontece quando um dos seus sentidos é


tirado. Tudo ao seu redor aumenta, torna-se mais. Audição e olfato se
tornam meus novos guias. Adicione isso a minha excessiva
sensibilidade devido às drogas injetadas em nós e estou em alerta.

Os guardas se aproximam. Suas botas de combate soam como o


eco de um tiro. Muito alto dentro dos limites deste quarto.

Uma série de cliques segue um momento mais tarde nos alto-


falantes. Um padrão... um... comando?

Código Morse?

Puta merda.

Dois braços me agarram de lados opostos e minha reação imediata


é bater de volta. Um guarda tropeça enquanto os outros soltam
grunhidos. O único som que eles já fizeram.

—Não resista, Noah. Ninguém vai machucar ela... ainda.


— Ela diz e fica em silêncio, e em minha mente eu ouço a
palavra ainda.

Em outras palavras: não a menos que eu force sua mão.

Ivy choraminga em algum lugar à minha direita e esse som me


congela. É um pedido para eu parar. Para não jogar como que eles
querem.

Então eu faço. E leva todos os músculos do meu corpo para não


revidar. Matar eles por olhar para o que sempre foi meu.

Uma venda é amarrada ao redor da minha cabeça. Com braços me


prendendo no lugar, eu deixo eles me rodarem algumas vezes, me
desorientando. Não tenho certeza se estou virado para a cama ou para
a parede deslizante que mostrou a morte de Anne.

Cada músculo do meu corpo aperta, eu sou um animal preparado


para atacar, mas deixo esses manipuladores colocarem uma venda nos
meus olhos e me levarem para frente com meus braços atrás das costas.

Conto os passos. Quinze passos para longe da cama, mas eu não


posso ter certeza em qual direção.

Um silvo mecânico segue depois que paramos. Ouço o som de um


sistema de roldanas e do deslizamento de dois objetos longe um do
outro.

Esses babacas estão nos bloqueando de ver a saída. Um empurrão


não tão suave e nós cruzamos algum tipo de limiar, ando alguns passos
em um corredor e entramos em outro quarto. Em algum lugar, não
muito longe de mim, Ivy segue.

Seu perfume doce se infiltra em meu nariz dentro do novo espaço.

A venda é retirada do meu rosto. E antes que eu possa abrir os


olhos totalmente, brilhantes luzes se acendem. Apenas consigo
distinguir a borda de uma parede branca.

—Apenas mais alguns passos, animais de estimação. Sua


recompensa está oh tão perto. — Após a sua admissão escuto
algumas risadas, nossa audiência quase aplaudindo a generosidade
dela.

Metal escava profundamente em minhas costas e eu tropeço para


frente, mas minhas mãos pousam em algo sólido. Uma parede.

Onde estamos?

E então a água.

—Merda. — Água fria bate em minha pele e eu vacilo. Me afasto e


colido com outro corpo. Mais suave. Feminino. Ivy.

Meu corpo sente o calor dela, já não se importando com a água fria
agora. Tudo o que eu posso me concentrar é nela. Meus sentidos estão
em alerta.

Um predador que persegue a presa enquanto caminhamos juntos.


Ando com uma mão estendida no caso dela escorregar ou nos
encontrarmos com outra parede.
—Noah? — Ivy ofega, mas não é de medo. Não. Ela sabe que sou
eu. Minhas mãos sobre sua pele macia.

Porra. Ela parece deliciosa. —Eu estou bem aqui, amor.

—Eu aprecio quão consumidos vocês dois estão um com o


outro. — Há um coro de acordo que vem através do alto-falante. No
entanto eu sei que no fundo isso não é um elogio. Longe disso. Há uma
vantagem silenciosa em seu tom que me preocupa. Essa cadela
delirante nos quer mortos. —Eu vou gostar de quebrar vocês, mas
não se preocupem, eu tornarei isso agradável. Afinal, vocês se
tornaram os meus favoritos.

—O que mais você pode, possivelmente, tomar de nós?


— Pergunto, meus braços envolvidos em torno de uma Ivy trêmula e ao
mesmo tempo pensando nas implicações de sua última declaração.

Nos tornamos os seus preferidos? Quantos já estiveram aqui?

Quantos estão aqui agora?

A sensação do peito nu de Ivy roçando meu peito me traz de volta


ao presente. Longe de pensamentos perigosos. Ele envia arrepios na
minha espinha, uma corrente elétrica que se estabelece em minhas
bolas pesadas, e eu gemo.

—Tudo. — A resposta da nossa captora é simples, e ainda assim


eu sinto como se ela tivesse detalhado todo o seu plano. Estou perdido
entre momentos de excitação e ameaças. Confusão é uma merda, e
essas pessoas estão contando com essas emoções para foder com a
gente.
Esta mulher, estas pessoas, todos nos conhecem.

—Dói. — Minha garota geme baixo, pressionando-se mais


perto. Roçando cada curva sua nos meus músculos sólidos. —Deus,
faça desaparecer. Preciso de você.

É o céu e o inferno. Pelo menos sua mente não está focando nos
homens com a gente. Em como as armas estão mirando nossos corpos
à espera de um sinal para atirar.

—Agora, tire a venda de Ivy e cuide da coisa doce e pequena


em seus braços. Lave seu DNA de sua pele.

Sem outro comando me concentro no rosto de Ivy.

Ela é a perfeição absoluta. Pequena. Delicada. Com curvas que


não fazem o menor sentido com o tamanho dela.

Uma boneca exótica com uma pitada de depravação sob a


superfície.

Juro pela minha vida que eu vou desvendar todo o seu corpo.

—Vamos, amor. Deixe-me ver os seus olhos. — Pequenos dedos


deixam meu peito e viajam até o rosto dela. Ela tira o tecido e me espia
por baixo dos cílios longos. Os olhos dela estão pesados, o lábio entre
os dentes.

A reação é automática. Não posso controlar mesmo que eu


quisesse.

Eu me inclino e capturo a carne abusada e a afago com a minha


língua. Minhas mãos, foda-se, deslizam mais para baixo. Sobre suas
costas e sobre a espinha dela. Memorizando cada recuo, deixando uma
promessa silenciosa de que um dia eu vou adorá-las.

Desta vez, quando a toco não é suave.

Ivy choraminga, sua língua perseguindo a minha, e eu juro que


meu pau começa a vazar esperma.

—Entrem embaixo da água crianças e banhem-se. Lavem um


ao outro, mas não ousem gozar. Não forcem um segundo strike tão
cedo em sua estadia.

Uma risadinha escapa de Ivy, me deixando sem reação. Como ela


pode achar isso divertido? Um pouco da minha nebulosidade diminui
por um minuto e eu olho para ela.

Realmente a olho.

As suas pupilas estão muito dilatadas. Isso me assusta. E se eles


calcularam errado a dose da droga que injetaram nela? Meus sentidos
apurados parecem pulsar com medo e desejo. Com as mãos trêmulas
eu pego seu rosto bonito, meu maldito coração doendo.

—Diga-me que você está bem. — Exijo em uma voz grossa.

Ela choraminga, tremendo como um gatinho assustado, mas


depois ela se move para mais perto, pressionando nossos corpos...

—Noah.

Foda-se.
—Só lavem um ao outro. Se algum de vocês gozar sem
permissão novamente, a punição será severa. Eu garanto.

Eu engulo duro, me afastando de Ivy. Ela choraminga com a


perda. Não estou muito melhor. Minha respiração está rápida e alta até
mesmo para meus próprios ouvidos. Olhando ao redor, eu vejo uma
prateleira embutida na parede atrás de mim. Nela há uma variedade de
sabonetes.

Sem esponjas. Sem panos.

Eles querem que eu use minhas mãos.

Meu pulso bate no meu pau. Minhas mãos tremem enquanto eu


pego uma das garrafas e despejo o líquido cremoso na palma da minha
mão. Quando eu me viro, os olhos dilatados de Ivy concentram-se em
minhas mãos.

Ela sabe o que vem a seguir.

Deus, minhas bolas estão muito apertadas, prestes a explodir. Só


de olhar para aquelas gotas de água descendo pelo corpo dela, pelos
seus seios redondos, fode a minha mente drogada. Uma gota para no
seu mamilo rosa e carnudo. —Merda, baby. Você está fodidamente sexy.

Sua testa franze. Ela está olhando para mim com o mesmo medo
que sinto, com conhecimento que nenhum de nós está passando através
deste banho sem perder o controle. Seu corpo está tremendo, e foda-se,
eu sei que a boceta dela vai estar molhada. Saborosa.

—Agora, Noah.
Eu não ouso desobedecer. Rangendo os dentes me aproximo de
Ivy, esfregando as mãos juntas e espalhando a espuma. Uma vez que
estou na frente dela, eu tenho que olhar para longe dos seus olhos.

Não há nenhuma forma que eu possa ver a sua expressão


enquanto a toco.

Jesus, é ruim o suficiente quando eu coloco minhas mãos em seus


ombros, lentamente deslizando para os braços dela, e ela choraminga
sob sua respiração.

Fecho meus olhos. Sentindo sua pele ainda mais macia sob
minhas mãos. Talvez seja a água, o sabão... ou talvez seja as fodidas
drogas nas minhas veias.

Talvez aqueles anos de querer ela tenha finalmente acabado para


mim.

De qualquer forma eu estou me perdendo. Tanto que estou


tremendo da cabeça aos pés enquanto ensaboo a parte superior do seu
peito, então movo minhas mãos para baixo, para os lados dela. Não
posso tocar seus seios, a menos que seja ordenado. Não posso arriscar.

Vou empurrar ela contra aqueles azulejos e foder ela sem sentido.

Ivy aperta seus olhos fechados, mordendo o lábio inferior muito


forte. Todo o seu corpo está tremendo com o meu toque.

Uma vez que a cintura dela está ensaboada, eu tomo uma


respiração profunda, lenta e calma, enquanto abaixo em meus
joelhos. Tarde demais, percebo o erro de cálculo que fiz. Sua boceta nua
e macia está agora na minha cara. Engolindo de novo, eu deslizo minhas
mãos para baixo pelos quadris dela, na frente de suas coxas.

Ivy geme meu nome, seus quadris balançando em minha direção.

Sibilando, afundo minhas unhas nos lados de suas coxas. —


Pare... — Eu limpo a garganta, conseguindo falar. —...de se oferecer
para mim.

Ela morde seu lábio inferior, seus olhos ainda fechados. —D-
desculpe. É apenas que você parece... se parece... — Ofegante, ela se
inclina contra os azulejos. —Tão bem. Noah.

De joelhos, com a água batendo nas minhas costas, eu fecho os


olhos, abaixo minha cabeça e literalmente rezo.

—Quem disse que você poderia parar de lavá-la?

Eu continuo pelas pernas de Ivy, tentando ignorar os seus


pequenos gemidos.

Senhor nos ajude, porque eu sei que nossa captora quer que a
gente falhe, mas se me disserem para lavar a boceta de Ivy, acabou. Eu
não vou ser capaz de aguentar.

Tomo meu tempo nos seus pés, e tento não fazer cócegas
nela. Com as drogas aumentando seus sentidos, e como ela sente
cócegas normalmente, não me surpreende quando ela começa a se
mexer.

Mas Santa Merda, ela começa a rir também. Uma risada sexy e
provocadora que me excita muito.
A ponta do meu pau literalmente dói com a necessidade de gozar.

No momento que eu acho que talvez finalmente tenha acabado, e


que finalmente posso me afastar, nossa captora volta sobre o sistema
de som.

—Agora você lava ele, Ivy.

—Não aguento seu toque! — Estalo, sabendo que meu comentário


não vai ser ouvido. Não querem saber se estou prestes a perder minha
merda. Que meu corpo e minha mente não aguentam mais isso.

—Você vai, porque a segurança dela é mais importante para


você do que qualquer agonia que eu possa te fazer passar.
Quatorze

Ivy suspira com esse comentário.

E eu permaneço aqui, de joelhos, com a cabeça inclinada. Ela


poderia muito bem ter anunciado a Ivy que estou apaixonado por
ela. Que ela é a minha única fraqueza.

Há um calafrio, um tremor duro que empurra sua boceta macia


mais perto da minha cara.

Porra. Muito perto. Perto demais.

O cheiro doce que é exclusivamente dela se infiltra em meus


sentidos e eu cavo meus dedos em sua carne.

—Noah... levante-se. — Seus dedos ágeis deslizam pelo meu cabelo


no qual ela assume ser um gesto calmante. Ela empurra os fios para
trás, forçando minha cabeça para cima até meus olhos encontrarem os
dela. Há muita confiança nos olhos dela.

E por baixo de todo o medo e seus sentidos mais estimulados, há


amor. Ivy pode não ter admitido a si mesma, mas está lá. Zombando de
mim. Me pedindo para ajudá-la a perceber a verdade.

—Ela não é bonita? — Nossa captora diz, e atrás dela há um coro


de “Awws”.
—Me dê um minuto, amor. Eu vou estar bem em um segundo.
— Isso é besteira e nós sabemos isso.

Acenando, minha garota tira as mãos da minha cabeça e as deixa


cair ao lado dela. —Leve seu tempo.

—Eu devo dizer que estou orgulhosa de você, Ivy. Quem diria
que você entraria na linha tão cedo? — Ivy aperta as próprias mãos,
e eu posso ver a borda das unhas cavando na pele das suas palmas. E
ainda assim, ela permanece quieta. Não fala como ela faria
normalmente.

Estou orgulhoso e puto.

Esses babacas estão esmagando o espírito dela.

Inclinando-me para frente, pressiono meus lábios na área logo


abaixo do umbigo dela e levanto. —Vamos acabar com isso. — A
respiração dela acelera e por um momento eu estou distraído vendo
como o peito dela sobe com cada inspiração. Como seus seios e seus
mamilos já estão inchados. Minha boca enche d’água e quase dói para
engolir. —Lave-me. — As palavras me deixam em um gemido
estrangulado. —Vai ficar tudo bem.

—O que eu não daria para ter esse tipo de controle sobre você,
Noah. — A mulher fala. —Você é um bom animal de estimação que
esqueceu quem é seu verdadeiro mestre? Quem puxa as cordas?
— Clique. Clique. Os cães de guarda na sala levantam seus rifles e dão
um passo a frente. Eles parecem estátuas segurando suas armas. Como
os brinquedos de plástico que eu queimava com minha lupa e o reflexo
do sol quando era criança.
Ivy sussurra, mas eu faço ela se calar com um beijo, um pequeno
e rápido beijo em seus lábios. —Ignore eles.

—Dê um banho nele, Ivy!

—Faça, amor. — Trêmula, Ivy estende as mãos, derramando uma


generosa quantidade de sabonete nela e as esfrega juntas, criando
espuma. As mesmas mãos tocam minha pele e eu gemo em voz alta. —
Fodido inferno.

Suas pequenas mãos esfregam meu pescoço e vão em direção ao


meu peito. Elas dão uma atenção especial para o meu peitoral, e em
seguida aos meus mamilos sensíveis. Ela desliza suas unhas em cada
nó e em seguida desce.

—Muito duro. — Ela geme, suas pupilas dilatadas. Seus olhos


ainda estão pesados e focados em meu abdômen. Ela esfrega cada
recuo, todos os oito, e depois faz uma pausa no V profundo dos meus
quadris. Lá ela cava seus dedos e eu inspiro.

Não posso falar.

Mal posso respirar.

Fodida mãe, eu estou perto de explodir em cima de suas coxas


nuas. Se ela for mais para baixo eu perderei o último controle que me
resta e enfiarei meu pau tão profundo dentro dela que tenho certeza que
vou quebrá-la.

Ela ajoelha-se diante de mim e coloca uma mão em cada uma das
minhas coxas. Ela me lava com suaves círculos sobre minhas
pernas. Do topo até a parte inferior dos meus pés. Ela acaricia minha
carne com as mãos ensaboadas.

Ela me adora.

Sua respiração está batendo na cabeça do meu pau e eu flexiono


os quadris para frente. É incontrolável. Não posso parar.

—Deus, amor. Tenha piedade de mim. — É um apelo. Não dou a


mínima que neste momento estou implorando.

Eu estou muito sensível.

Quase desesperado.

Perto de levantar a bandeira branca.

Outra flexão dos meus quadris e o piercing no meu pau raspa nos
lábios dela. A pequena gota de pré-sêmen na ponta deixa um rastro
brilhante sobre sua boca.

—Pare! — Imediatamente as mãos dela param, mas ela não as


remove, algo que nossa captora percebe. O tisk que ela libera me diz
muito. —Mãos fora e se levante. Ambos sob o spray. Vocês têm 60
segundos para se enxaguar antes que meus homens retirem vocês.

—Você primeiro. — Ivy oferece, sua língua saindo para lamber os


lábios. Ela está me provando.

Eu me viro e coloco minhas mãos contra a parede de azulejos,


abaixo minha cabeça e deixo a água morna lavar a espuma do chuveiro
irritante. Eu fecho meus olhos, conto até vinte e tento respirar dentro e
fora. Ganhar um pouco de controle.
Há um pouco de pré-sêmen saindo do meu pau, e mesmo sabendo
que é um movimento idiota, eu passo meu dedo sobre a cabeça. —
Merda. — Eu assobio entre dentes cerrados e Ivy coloca sua mão quente
nas minhas costas. Tornando tudo pior.

Com meu pau pulsando, eu fico parado. Ignorando ela.

É a única maneira de sobreviver a este momento sem levá-la. Sem


atacar sua boca.

—Você está bem?

—Se afaste. — Meu tom é rude. Irritado e cru. As mãos dela se


afastam e eu sinto falta do seu toque imediatamente. Sem olhar para
ela, saio do chuveiro e enfrento os guardas. Deixo ela terminar de se
enxaguar enquanto tento bloquear que eles a vejam nua, tanto quanto
posso.

—Três, dois, um. — A água é desligada e Ivy surge do meu


lado. Agarra a minha mão e dá a ela um apertão. —Virem de frente
para a parede.

Frios, molhados e pingando no chão, viramos e esperamos. Escuto


os homens atrás de nós se movendo, e então eles dão uma pequena
toalha branca para cada. Elas são fofas e macias.

Sente-se maravilhosa na minha pele.

—Quando será que esse sentimento vai embora? — Ivy geme, um


som baixo e agudo que envia um choque duro de desejo pela minha
espinha. Merda. Temos que dar o fora daqui.
Não respondo e ela pega a dica.

Nos secamos em silêncio e deixamos as toalhas no


chão. Aguardamos nosso próximo conjunto de instruções, mas somos
recebidos com o silêncio. Passam minutos e nada.

A temperatura cai mais uma vez e minha garota treme ao meu


lado. Minha boca está seca também.

E pela primeira vez desde que começou este calvário, não é por
causa de sua carne nua. Estou com muita sede. A energia nervosa flui
e eu estou mais uma vez em alerta.

Isso é o êxtase, idiota. Você está alto.

De costas, eu não tenho ideia do que estão fazendo. Se estamos a


salvo.

E é exatamente quando eu estou pronto para virar e exigir


respostas que me vejo mais uma vez envolto em escuridão. Tudo fica
escuro quando outra venda cobre meus olhos.

Ivy solta um pequeno grunhido e eu posso supor que eles cobriram


os olhos dela também. Meu primeiro instinto é me virar e lutar contra o
desgraçado com a mão no meu braço. Matá-lo.

—Não, Noah. Eles não estão machucando ela.

—Coloque a mão na minha, Ivy.

Ela ri, o som condescendente. —Você não está em posição de


fazer exigências.
—Talvez... talvez não. — Eu encolho os ombros antes de lançar um
cotovelo para trás. —Mas você precisa nos manter vivos um pouco mais.
— O homem segurando meus braços tropeça, o som de sua arma
encontrando o chão é alto dentro do quarto escuro. Então estou cercado
em ambos os lados, um homem em cada braço. Segurando-me,
tentando me impedir de fazer mais uma vez.

—Soltem ele. — Outros dois cliques e seus apertos


afrouxam. Esta merda de código com os cliques está fodendo com meus
nervos. Estou bravo, com tesão, e minha mente está um pouco
confusa. Como vou nos tirar daqui neste estado? —Você está andando
em uma linha fina comigo, Noah. Mas por enquanto, vou jogar
legal. Você pagará por isso mais tarde.

—Obrigado. — Eu zombo e a vaca ri. —Eu vou ser para sempre


agradecido pela sua bondade.

Isso vai me custar. Eu sei que vai.

Ignorando o meu tom condescendente, ela faz aquele som de


cliques mais uma vez. —Coloquem a puta provocadora ao lado dele.
— No momento em que a mão de Ivy toca a minha, eu me acalmo. Ela
está ao meu lado e segura. Tão segura quanto possível, e está ao meu
alcance. —Joguem bonito e deixem eles levarem vocês de
volta. Nem um som de vocês, ou eu vou renunciar a pequena pausa
em troca de sangue.

Faço o que ela pede, deixo eles me puxarem com uma arma contra
a minha cabeça e minha garota segurando firmemente minha
mão. Novamente conto os passos, porém dessa vez há dez extras. O
mesmo som de antes bate em meus ouvidos.

Eles nos levaram em uma rota diferente de propósito para nos


confundir.

Foda-se.

Ivy está tremendo de medo atrás de mim, mas é mais inteligente


que eu e fica em silêncio, seguindo meus passos, e assim voltamos para
o que eu suponho que é o nosso quarto. A louca fodida canção de ninar
está tocando. Apenas um sussurro de fundo.

A arma na minha cabeça se afasta um segundo antes de nos


empurrarem para frente e a porta se fechar. Não consigo sentir a
presença deles dentro do quarto. Estamos a sós novamente.

Arrebatando a venda para fora, eu viro e olho em direção a minha


Ivy. Ela está em pé atrás de mim, mordendo seu lábio e as unhas
cavando na palma da minha mão.

Toco seu rosto, mas ela endurece. —Sou eu, amor. Deixe-me tirar
isto.

Lambendo seus lábios, ela acena. —Estou com sede. Insanamente


com sede. — Seus olhos azuis pesados se encontram com a minha
incerteza.

Ela não entende o que está acontecendo.

Que no auge do êxtase sua boca se torna extremamente


seca. Sensível ao ambiente. Toques e cheiros dominam seu corpo.
Em um minuto você está lúcido, e no próximo se perdeu para essas
sensações intensificadas.

—São as drogas, baby. Por favor, apenas fique aqui comigo.

—Que tipo de captora eu seria se não cuidasse de suas


necessidades? Na cama, há uma bandeja com água... é o seu tipo
favorito, não é, Ivy?

Ivy não responde, ela está absolutamente imóvel de frente para a


cama.

Não é a bandeja de água ao lado da cama que tem a atenção dela.

São as restrições.

Restrições finas e pretas estão anexadas nos dois cantos da


cabeceira.

E nos dois cantos ao pé da cama.

Cada uma tem um punho de couro grosso no final.

Um de nós ficará amarrado lá.

—Eu pensei que você estava com sede, Ivy.

A sede ganha e Ivy libera minha mão e caminha para a


cama. Inspeciona a oferta, mas não espera muito tempo e torce a tampa.

Ela toma um longo gole, parando para soltar gemidos. Sacia sua
sede enquanto meu corpo se enche de pavor.

Por que tenho a sensação de que nós vamos pagar caro por esta
água?

—Deus, isso é tão bom. — Ivy sussurra.

—Todos nós sabemos o quanto você é esnobe com


água. Afinal, você rejeitou a garrafa que Robert lhe ofereceu na
festa de Jamie há uma semana.

Meu corpo fica tenso.

—Como você sabe disso? — Ivy pergunta, seus olhos largos e


frenéticos. A garrafa cai da mão dela e derrama sobre seus pés. Cria
uma piscina como a que Anne tinha abaixo dos seus pés, só que de
sangue.

E em seguida eu entendo. Filha da puta.

—Você estava lá. — Não é uma pergunta e ela não a trata como
tal. Só ri.

—Ding. Ding. Ding. Nós temos um vencedor.


Quinze

Meu cérebro voa através de todos os rostos que eu me lembro de


ter visto naquela festa, mas é inútil. Primeiro, eu estou alto pra
caralho. E segundo lugar, não conhecia mais da metade das pessoas
lá. Como eu iria identificar exatamente quem estava nos espionando?

Uma coisa é certa, quem quer que fosse, estava perto o suficiente
para ouvir a conversa de Ivy com Robert.

Minha visão fica vermelha. Acho que nunca estive tão fora.

—Noah, sua vez. Beba.

Senso comum ainda existe em algum lugar dentro da neblina na


minha mente, e está me implorando. Me pedindo para parar de ficar
louco. Obedecer, por causa de Ivy pelo menos.

Mas eu estou alto, minhas emoções estão amarradas e meu


controle de impulsos está baleado. —Não.

Um baixo suspiro ecoa na sala. Um som que seria de pena, mas


ouço felicidade nele.

Maldita, ela quer que eu a desafie.

Como sempre.

—Você tem sorte que eu não posso machucá-lo fisicamente


sem pôr em perigo seus corações.

Ivy inala bruscamente e seus olhos assustados voam para


bloquear nos meus.

Instantaneamente estou andando até ela, meu coração acelerando


com o pavor nos seus olhos. Paro na frente dela. De sua posição sentada
na cama, ela tem que inclinar a cabeça para trás para olhar para
mim. Segurando seu rosto, eu me forço a mostrar uma calma que não
sinto. —Está tudo bem. Eu estou aqui.

Além disso, não dá para saber se nossa captora está mentindo ou


não. Talvez seja o que eu pensava inicialmente e fui drogado com uma
quantidade insana de MDMA1, ou algo quimicamente semelhante a ele.

Ou nossa captora quer que acreditemos a fim de foder ainda mais


com nossas mentes.

—Como você sabe que está tudo bem, Noah?

—Tudo bem. Vou beber a água. — Estalo, rezando para que minha
aquiescência vá fazê-la se calar. Ivy precisa focar em mim, não nas
merdas que essa puta continua vomitando. Liberando o rosto de Ivy,
inclino-me para pegar uma das garrafas de água.

Está gelada, uma gota de condensação do lado de fora apesar do


frio na sala.

Eu a destampo e inclino a cabeça para beber. Assim que o líquido


frio bate na minha língua, não posso segurar meu gemido.

1 A metilenodioximetanfetamina denominada popularmente ecstasy


Foda-se. Eu precisava disso. Mais do que eu sabia.

O baixo choramingo de Ivy me pega de surpresa. Meu pau se mexe


ao som. Lentamente abaixando a garrafa, deixo minha cabeça cair para
ver o que está errado.

Os olhos dela estão seguindo as trilhas de água caindo no meu


peito em direção a meu pau.

Meu pau ainda duro, dolorido.

Eu estava tão perdido na água que não senti ela derramando pelos
lados da minha boca enquanto eu bebia.

Engolindo nervosamente em seu olhar fixo, pergunto. —Baby?

Ela se move na cama, esfregando suas coxas juntas. Seus olhos


ainda na minha ereção. —Não sei quanto mais eu aguento, Noah.

Então a vibração é iniciada sob os nossos pés. Aquela que sinaliza


a parede deslizante sendo aberta.

Meu coração está acelerado.

Os olhos de Ivy já estão brilhando com lágrimas.

—Você transaria com ele agora se eu te dissesse, não é Ivy?

A vibração sob o piso aumenta, como da última vez.

Uma lágrima desliza para baixo na bochecha de Ivy. A pergunta


nos olhos dela se espalha dentro da minha cabeça.

Quem estaria por trás da parede de vidro agora?


Quem vão matar para garantir nossa obediência?

—P-pare. — Diz Ivy, sua voz trêmula. —Vamos fazer o que você
quiser. Só não mate mais ninguém.

Eu cerro meus dentes. Faremos qualquer coisa, ninguém mais que


nos interessa tem que morrer.

Somos ignorados, nenhum som saindo dos alto-


falantes. Inevitavelmente fica tudo em silêncio e eu sei que a parede está
aberta atrás de mim.

Eu não me movi, estou usando meu corpo para proteger Ivy da


visão. A água fica pesada no meu estômago. Ela fecha os olhos,
tremendo, e eu odeio isso.

Eu odeio toda esta merda.

Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, a líder da merda


deste jogo exala pelos alto-falantes. —O fato de que eu preciso dizer
para vocês virarem é bastante incômodo.

Bastante... incômodo.

Puta louca.

—Estou assumindo que ambos sabem o que vem a seguir. Não


me façam pedir. Vocês vão se arrepender.

Pego a mão de Ivy. —É sobre sobrevivência agora. — Eu sussurro,


embora tenha certeza que eles me ouviram. —Temos que fazer o que for
preciso.
Ela aperta a minha mão e eu vejo o momento em que ela decide
ser forte.

Por mim.

Por nós.

Sua mão pega a minha em um aperto mortal e ela ainda está


tremendo enquanto lentamente se levanta.

Eu me afasto, saindo do caminho de Ivy, meu coração acelerado


enquanto eu olho para dentro do quarto.

Desta vez está tudo preto. Todas as coisas. As luzes brancas


brilhantes no teto são a única razão pela qual eu posso ver os detalhes.

A mesa metálica com um braço de cada lado. As correias pretas


grossas sobre os braços e pernas.

E posso ver quem as correias estão restringindo.

—Não!!! — Um pequeno grito deixa Ivy, e pelo canto do meu olho


vejo ela entrar em colapso no chão, em lágrimas.

Estou ao lado dela em um instante, puxando ela contra mim,


mesmo que meu sangue bata em meus ouvidos.

Tudo está tão fodido que me vejo nadando através de uma miríade
de emoções contraditórias.

As mais prevalecem? Fúria. Horror.

Sim, sinto horror de vê-lo lá, amarrado com a cabeça inclinada


para o lado, assim ele pode nos ver, uma mordaça de bola preta
amarrada à sua boca. Ele está completamente nu.

—R-Robert. — A voz de Ivy quebra e seu corpo treme em meus


braços. —Não.

Seus olhos escuros estão largos, arregalados com medo. Seu corpo
treme mais do que o de Ivy, suor desce pela sua testa. As luzes de LED
destacam cada polegada encharcada de seu corpo.

Ao contrário de Anne, ele ainda está inteiro.

Ele não vai estar por muito tempo.

—Ele não parece muito feliz com a posição dos seus braços,
Noah.

Ela está cheia de merda. Aquele homem está muito longe em seu
terror primal para focar em ciúme. Nunca vi uma expressão como essa
em minha vida.

—Por favor. Por favor. — As unhas de Ivy cavam na minha


carne. —Deixe ele ir.

Meu maxilar aperta.

—Oh. Ah! O que foi isso? Alguém parece chateado. Incomoda


você que ela está implorando pela vida de Robert, Noah?

A cabeça da minha boneca voa em minha direção, seus olhos


arregalados, procurando minha expressão.

O que posso fazer? O que eu poderia dizer? Ambos nos sentimos


da mesma maneira um pelo outro, e a mente é uma filha da puta
complicada. Ivy estava com ciúme de Anne, mesmo no momento da sua
horrível morte.

Claro que não quero ela implorando pela vida de outro homem.
Tão insignificante quanto isso possa me fazer, é assim que me sinto.

—Sinto muito. — Minha mandíbula aperta novamente quando


olho nos olhos dela.

Os olhos de Ivy amolecem e sua mão, mesmo tremendo, sobe para


tocar minha bochecha. —Deus, não, Noah. Não se desculpe.

Deus me ajude, seu tom de voz...

Meu coração sangrando racha um pouco mais. Por vontade


própria meus braços apertam, trazendo seu corpo contra o meu
peito. Talvez seja o efeito das drogas, mas meus sentimentos por ela
parecem querer explodir no meu peito.

Palavras ficam presas na minha garganta.

—Agora é o Robert que está magoado. Pobre homem.

Com os olhos arregalados olho para o alto-falante bem em frente a


nós, meu sangue fervendo para colocar minhas mãos no pescoço dessa
cadela.

Um dia, prometo a mim mesmo. Um fodido dia.

Não faço ideia de como, mas eu e Ivy vamos sair daqui, e antes de
irmos, eu vou sentir a vida da nossa captora sendo drenada sob minhas
mãos.

Ivy desloca-se em meus braços olhando para o mesmo alto-falante


que eu estou encarando. —O que temos que fazer para você poupá-
lo? Por favor. Ele não merece estar aqui só porque...

—Só porque ele ainda te ama? Porque quer você de volta? Ah,
sim, eu sou uma boba. — A fodida ri histericamente. —É tudo porque
Noah não suporta o fato de que ele esteve com você, é porque ele
te perdeu e não vai parar de tentar convencê-la a voltar para ele.

Ela está escavando cada uma das minhas emoções mais


profundas, até as mais profundas que não fazem sentido. Aquelas que
me fazem questionar a minha maturidade. Porque, realmente, que
direito eu tenho de todos esses anos desprezá-lo por ter Ivy?

E foda-se. Se eu a perdesse, também iria querer ela de volta.

Robert está preso na maca de aço, uma mordaça na boca,


aguardando sua execução.

Tudo porque tenho ciúmes dele.

Rompe-se outro pedaço da minha alma.

De repente Ivy pula dos meus braços, praticamente rastejando


atrás de mim.

Seus olhos assustados estão focados no quarto escuro onde Robert


está.

Eu viro para identificar do que ela tem tanto medo.


Há um movimento sutil no canto da sala. O que parece ser uma
sombra separando-se da escuridão.

Lentamente a sombra vira e a cara branca entra em modo de


exibição.

Um rosto de látex branco. Sem os olhos. Sem furos para


respirar. Não tem boca.

Uma tira de pano branco abraça a testa da mulher. Luvas brancas


cobrem as mãos dela.

Instantaneamente, quando ela caminha lentamente para longe da


parede e as luzes de LED a destacam em relação a escuridão atrás dela,
eu reconheço o que ela está vestindo.

É o hábito de freira sangrenta.

A mulher se aproxima de Robert com passos lentos,


metódicos. Quase delicados. Do outro lado da sala ela faz uma pausa e
parece puxar algo em sua direção.

Uma bandeja. Uma bandeja preta coberta com um pano preto, que
mal posso distinguir devido a como se mistura com a escuridão da sala.

Tenho dúvidas do que está sob esse pano. Minha garganta


aperta. Eles vão fazer como fizeram com Anne. Vão cortar ele diante de
nós.

Ivy vai ser forçada a assistir.

A freira continua a caminhada lenta, como se ela tivesse todo o


tempo do mundo. Robert a viu agora, sua cabeça virou na direção
dela. Só vejo a parte traseira da sua cabeça, mas ele está praticamente
se sacudindo enquanto se esforça para quebrar suas restrições e
escapar.

—Agnes não é linda?

Agnes? Que tipo de coisa fodida é essa?

Agnes coloca a bandeja ao lado da maca com rodas. Sua cabeça


levanta e ela olha para frente.

Quase como se ela estivesse olhando para nós. Ela não se move
por um longo instante, permanecendo parada, mesmo que o esforço de
Robert para se soltar comece a agitar a maca.

Ouço os baixos soluços de Ivy. Instantaneamente eu afasto meu


olhar da imagem distorcida, minha cabeça virando na direção dela. Eu
me aproximo dela e ela se aconchega em mim. A expressão dela me
preocupa. As pupilas estão dilatadas também.

—Pare! — Eu grito, fazendo Ivy saltar e choramingar. —Ela não


aguenta ver isso. Ela não vai aguentar. — Ivy recua no meu peito, e eu
acaricio seus cabelos, tentando acalmá-la.

—Hmmm. E Noah, Ivy? — Ivy fica tensa, seus olhos se


arregalando com fúria repentina. —Você aguentaria ver Noah lá?

Em vez de responder, minha garota começa a chorar. Soluços altos


saem do seu peito. Quando eu a afasto para ver o que está errado, eu
vejo a enorme culpa brilhando em seus olhos.
Ela não quer ter que responder a isso. Ela não quer quebrar o
coração de Robert assim antes dele morrer.

Assim como eu tive que fazer com Anne.

—Não penso assim. Agora... — O som de um duplo aplauso me


assusta —Sejam uma boa audiência e aproveitem o show.

Sem nenhuma outra escolha, Ivy e eu voltamos a olhar para o


assassinato prestes a acontecer diante de nós.

Agnes está bem onde a deixamos. Não moveu um músculo.

Então do nada ela lentamente levanta seus braços para cima e


para o lado, a cabeça inclinando para trás em súplica aos céus. Uma
nova e igualmente distorcida voz começa a falar conosco através dos
alto falantes.

Não. Não para nós. Para Ivy.

—Ele deve sangrar pela sua salvação, Ivy. Como isso faz você
se sentir?
Dezesseis

—Ele deve sangrar pela sua salvação, Ivy. Como isso faz você
se sentir?

O corpo de Ivy está lentamente caindo aos pedaços. O estado


mental dela deslizando em uma planície desamparada onde pesadelos
dominam o subconsciente. Neste momento, posso ver a forma
imaginária de rachaduras se abrindo.

Ver Robert morrer irá assombrá-la.

Quebrá-la.

Pode nos separar.

Pegando seu rosto em minhas mãos, eu limpo suas lágrimas com


o meu polegar. —Não me deixe. Foque em mim. Em meu toque. — Eu
coloco minha testa contra a dela inspirando profundamente e tento dar
a ela coragem necessária para jogar este jogo doentio.

Lutar ao meu lado.

Não importa o quanto eu o odeie, eu vou fazer o que for preciso, eu


vou anular o meu ego para ajudar ela a salvá-lo. Se houver uma maneira
de poupar a sua vida...

Mas não haverá.


Ignorando a verdade, eu beijo a ponta do seu nariz e espero. Por
uma reação. Por qualquer coisa que sinalize sua fé que conseguiremos
passar por isso.

—Fiz uma pergunta, Ivy. Como isso faz você se sentir?

—Dói. — Ela sussurra, mas a freira ouve e acena a cabeça em


aceitação.

—A dor purifica a alma. — Agnes desliza a mão por baixo da


bandeja ainda coberta e pega algo. Não é uma faca, é algo sem brilho e
o item é maleável. Seus dedos suavizam.

Ela está ao lado de Robert com o rosto coberto por uma máscara,
inclinando-se em sua direção. Como se ela estivesse admirando ele.

—...santificado seja o Vosso nome. Venha a nós o Vosso Reino.


Seja feita a Vossa Vontade...

—Oh Deus, Noah. Ela está...

—Rezando por ele. — Termino por ela e a puxo mais perto de mim,
protegendo ela do horror do que esta mulher psicótica fará com ele.

No momento em que ela chora no meu peito, o crepitar familiar do


microfone da nossa captora ecoa através da sala. —Vocês estão
ofendendo meus convidados, animais de estimação. Virem-se para
o show ou terei meus guardas forçando vocês a assistirem. Ou
posso fazer com que levem Ivy para o quarto e ela ganhará de
presente um lugar na primeira fila para ver a morte do seu
amante.
—Por favor não deixe me levarem para lá. Eu não posso. — Ivy
grita, suas unhas cavando em meu peito. Cortando a minha pele. A
ligeira pontada de dor é bem-vinda, me ajuda a focar e me recompor por
ela.

Deslizando meus lábios sobre sua pele, eu sussurro meu apelo. —


De agora em diante faremos como é dito, Ivy. Precisamos fazer ou não
sobreviveremos a isso. — Ela acena, mas não faz nenhum movimento
para virar e encarar Robert. O medo é palpável. —Vire, amor.

Não adianta nem um pouco tentar manter a calma com as drogas


fodendo as nossas emoções. As elevações são brutais. A angústia deste
momento é ampliada dez vezes.

—Ok. — Lentamente, enquanto engasga com soluços e tremendo,


ela enfrenta Agnes mais uma vez. Ivy morde o lábio. Os olhos dela estão
frenéticos e com medo, mas ela continua enfrentando o quarto agora
visível.

Movendo-me para trás da minha menina, eu tomo o meu lugar e


puxo seu corpo para o meu. Deixo seu corpo se inclinar no meu. —Eu
tenho você. Não importa o que aconteça, não importa como dói, eu
estarei aqui para fazer o que você precisar. E eu prometo baby, no dia
em que sairmos daqui eu vou vingar nós dois.

—Faça eles sangrarem. — Ela sussurra de volta e eu aceno no topo


da sua cabeça. Se nossos captores nos ouviram, eles não fazem nenhum
movimento para reconhecer. Em vez disso, Agnes se dobra para baixo
na orelha de Robert e sussurra algo para ele.

O choque cessa e seus olhos pousam sobre nós. Oco. Quase vazio.
São olhos de um homem que perdeu tudo e sabe disso.

—Hoje deveria ser um dia feliz, querida Ivy. Você será


renascida e intocada pelos pecados da carne. Eu estou
concedendo a você o presente do meu perdão. — Com agilidade
rápida, a freira deixa cair o bisturi no peito de Robert, a borda afiada
acertando acima de seu umbigo. Imediatamente, sangue brota na
superfície. Um pequeno fluxo se sangue cai e então desliza ao longo do
seu lado. É com esse movimento que percebo o que ela tem guardado
em sua outra mão.

Contas de Rosário. Todas brancas e brilhantes.

A única diferença entre estas e as que você compra em uma loja é


o fato de que esta está aberta, quebrada no meio com as duas partes do
colar estendidas na metade.

Eu fiquei tão focado no item na sua mão que eu deixei de notar o


movimento da maca até Ivy suspirar.

Robert está inclinado, amarrado à cama, mas o seu corpo está


inclinado em direção a nós. Assim como Anne estava amarrada à
Cruz. Sua forma nua está em exposição, enquanto a mulher de máscara
branca pega um grampeador da bandeja.

Não um de qualquer tipo. Este é do tipo usado em canteiros. Em


serviços pesados.

Sua mão com luva branca traça a área entre os lábios e a


mordaça. O acalmando com ternura. —Eu vou fazer tudo ficar
melhor.
—Ahhhhhhh. — Robert grita ao redor da bola. Mas é tarde demais,
e na sua próxima inalação ela grampeia uma extremidade do Rosário ao
seu peito, bem no centro. Suas costas arqueiam, tentando como o
inferno se afastar e eu me envolvo protetoramente em torno de Ivy.

Minha garota está dura em meus braços. Seus músculos


enrolados apertados enquanto ela assiste a puta sádica grampear a
outra extremidade acima da sua virilha.

Agnes dá um passo para trás e inclina a cabeça para o lado,


admirando seu trabalho.

De repente ela bate palmas como se a visão diante dela lhe


agradasse, então se vira para ficar ao lado de Robert. —Podemos
prosseguir. — Ela diz para a sala, tocando as pequenas bolas brancas
do Rosário durante todo o tempo.

—Agradeçam a minha linda Agnes, animais de estimação.

Ela está brincando com esta merda? Não. Claro que não. Este
bando de sádicos se excitam com a nossa agonia.

Uma picada afiada no meu braço chama a minha atenção. Ivy está
silenciosamente implorando para eu não voltar atrás com minhas
próprias palavras.

Que faremos de tudo para sobreviver.

Mais uma picada e eu balanço a cabeça contra o topo da sua


cabeça enquanto faço com as pontas dos dedos as palavras ‘eu estou
aqui’ e ‘juntos’ sobre sua barriga.
—Obrigado, Agnes. — Nós respondemos em uníssono e quase
posso sentir sua felicidade no ar. Mas também sinto a amargura de dar
a eles esta pequena vitória.

—Me deixaram orgulhosa. — Nossa canção de ninar favorita


segue tocando e meus olhos digitalizam o quarto. Com medo do que está
por vir. Do que eles farão em seguida. —E porque eu estou me
sentindo generosa, vou oferecer a vocês a chance de salvar sua
vida.

—Qualquer coisa! — Ivy se afasta e para em frente ao alto-falante


principal. —Eu vou fazer de tudo para salvá-lo.

—Amor, eu... — Eu paro quando um grito abafado preenche o


quarto. Robert está em agonia, tentando morder a mordaça enquanto a
freira faz pequenos cortes em seu abdômen. Cada buraco do tamanho
de cada conta do rosário.

A perfeição branca agora está marcada por vermelho escuro.

O sangue dele.

—Por favor, pare ela! — Ivy se afasta do alto-falante e caminha


para a parede de vidro. —Oh meu Deus. Não, não, não! — Os seus
punhos minúsculos batem contra a superfície inquebrável. Socos,
pontapés. Os gritos dela estão em um limite psicótico.

—Você prometeu uma barganha pela nossa cooperação! — Eu


grito, correndo para parar Ivy antes que ela se machuque.

—Eu fiz. — Agnes para com o acordo da nossa captora e fica ao


lado de um Robert em agonia. Há saliva em torno de sua mordaça que
escorre até o seu pescoço.

A freira balança a cabeça e então coloca as mãos juntas no sinal


universal de oração. Como se rezando por mais uma oportunidade para
desencadear o tormento dele.

—Obrigado. — Digo, abraçando uma Ivy chorosa. As mãos dela


estão machucadas, mas felizmente sem cortes ou quebrada em torno
dos nós dos dedos. Beijando cada um, ajudo ela a voltar para a cama e
pego uma garrafa de água que está aberta. Abrindo a tampa, estendo
para ela. —Beba.

—Não, obrigada. Meu estômago está uma bagunça. — E eu


entendo. Eu faço. Mas nas circunstâncias que estamos agora, a última
coisa que preciso é que ela fique desidratada.

—Ivy, beba isso. — Com um olhar duro meu, ela pega a garrafa da
minha mão e toma alguns goles. —Isso, querida. Apenas mais alguns
goles.

—Não consigo mais. — Ela implora ao empurrar a garrafa na


minha direção.

—Tão doce. — Nossa captora suspira e um murmúrio de acordo


a segue. —Quase uma pena machucar tanta beleza.

Eu expiro lentamente em um esforço para manter a calma. —Nós


estamos fazendo o que você quer. Não há necessidade de mais ameaças.

—Mais uma vez você está errado, Noah. Se vocês tivessem


seguido as ordens desde o início, Anne e Robert poderiam ter sido
poupados. Eles poderiam ter se aproximado pela perda de cada
um de vocês e se apaixonado ao longo do tempo. Beleza pode
nascer de dentro de um sofrimento agonizante.

—Nós ainda podemos poupar sua vida? — A voz de Ivy está


tímida. Frágil.

—Nós podemos...

Robert grita novamente e meus olhos se deslocam para ele. Agnes


está cutucando as feridas com a ponta de suas luvas brancas, tentando
empurrar uma pérola dentro de um dos buracos que ela fez.

Apertando as mãos, Ivy tenta controlar sua agitação. —O que você


precisa de nós? Nós vamos fazer qualquer coisa.

—Tudo bem. Então vamos jogar um jogo.

—Que tipo de jogo? — Pergunto e ao mesmo tempo coloco uma


mão sobre a boca de Ivy para calar ela. Eu entendi. Ela quer salvá-lo,
mas essa mulher é macabra.

Perigosa.

Procurando uma maneira de conseguir uma razão para machucá-


la. Porque através da dor da minha menina ela mata uma parte de
mim. Da humanidade que eu estou tentando tanto segurar.

Os meus instintos selvagens estão tentando se libertar. Minha


mente rapidamente está processando o resultado de conformidade sem
hesitação.
Robert vai sangrar para salvar Ivy, mas ela será forçada a ser a
minha salvação. Mesmo que ela me odeie mais tarde, eu tenho que
protegê-la. Não há outra escolha.

—Que tal minha versão de Eu digo?

Merda, é tudo sobre comandos novamente. O controle sobre


nossas ações. —Com uma condição. — Eu digo.

—Não seria você se não tentasse algo, Noah. — A voz soa, mas
não diz mais nada.

—Seguimos esse jogo doentio, mas ele vive.

—Concordo.

—E ninguém toma o seu lugar. — Minha boneca que tem estado


rígida contra meu corpo toma um firme fôlego com às minhas
exigências. Quase posso sentir a gratidão saindo dela em ondas.

Não tenho qualquer influência sobre a mulher por trás da voz, mas
tenho prestado atenção a suas peculiaridades. Um bom show agrada
seu público. Os mantém felizes, o que por sua vez facilita as coisas um
pouco para nós.

Mesmo que a recompensa dure algumas horas, é o suficiente para


tentar encontrar uma saída.

Ivy relaxa ainda mais quando eu libero a boca dela. —Obrigada.

—Confie em mim.

—Claramente sua puta concorda, então vamos começar?


Filha da puta. Seu desagrado com Ivy fica pesado na minha
mente. Soa como um tom de ciúme.

—Vamos acabar com isso. — Eu respondo por nós dois.

—Tão ansioso... — Nossa canção de ninar para de tocar e é


colocada uma batida mais sensual através do quarto. Baixo e
pesado. Hipnótico. Mais uma vez minha pele se arrepia e medo dispara
por minha espinha.

—Hora de brincar meus preciosos brinquedinhos. E eu


digo... Ivy, amarre ele na cama.
Dezessete

Não espero por Ivy se mover, com um beijo na sua testa deito na
cama. No centro e com meus braços abertos para fora. Um membro
apontando em cada direção.

—Faça.

—Ok. — Ela se ajoelha no colchão e coloca um tornozelo em cada


restrição de couro. Meu pau percebe a sua posição entre as minhas
pernas e endurece. É inevitável. É incontrolável quando você ainda está
montando as altas ondas de emoção que este tipo de droga cria, além
do desejo guardado nestes últimos anos.

Ela nunca foi e nunca será só uma amiga.

Para mim, Ivy é tudo.

—Não pare. Termine de restringir ele.

Esse comentário me faz olhar para Ivy. Ela tinha parado, seus
olhos vagando pelo meu corpo nu. Mais do que isso, ela está fixada em
minha ereção latejante.

Na pequena gota de pré-sêmen deslizando para baixo, sobre meu


piercing.

Meu pau pulsa e meus quadris arqueiam para fora da cama.


Um tremor desliza sobre o corpo dela. Seus olhos de súplica
pousam nos meus antes de se afastar, e sua luta para se controlar é
claramente óbvia. Estas últimas horas nos fizeram nos afastar da nossa
racionalidade.

Privação de sono. Ser forçado a ficar alto. Traumatizado. E com


muito tesão.

Não sei quanto mais nossa mente pode aguentar.

—Baby. Rápido, por favor. Me prenda. — Agora não é apenas sobre


os comandos. Se ela não conseguir me conter agora, eu vou puxar ela
sobre mim. Nunca estive tão perto de abraçar as tendências animais
como estou neste momento.

Estou engasgando com o desejo de transar. De foder. De reclamá-


la.

Espalhar suas pernas abertas e fazer ela me montar. Agarrar seus


quadris e a segurar firme enquanto eu afundo em sua boceta perfeita.

Meu coração bate em meus ouvidos. Jesus Cristo, como é possível


estar tão excitado? Não esqueci o que está ao nosso redor. O que está
acontecendo.

Quem está nos observando.

Mas neste momento, eu não poderia dar uma merda por tudo
isso. Nada pode dissipar a excitação que eu estou experimentando.

—Se Noah quebrar, se ele perder o controle...


Besteira, ambos sabemos que isso é o que eles querem.

Nosso fracasso. Mas eu não digo nada. Meu raciocínio não pode
lidar com qualquer coisa fora dos meus desejos.

Como minha menina está linda.

A pequena mão de Ivy envolve meu pulso, o posicionando. Ela


aperta o punho de couro em torno de um e então se move em torno da
cama para o outro.

Meus olhos famintos a seguem. Bebem ela. A curva de sua cintura


fina. A maneira sensual como seu quadril balança. De lado, seus seios
e bunda parecem magníficos. Eu sofro para pôr as mãos em torno de
sua bunda. Para cravar meus dentes em uma bochecha gostosa.

Pré-sêmen vaza da ponta do meu pau contra meu abdômen.

Ela anda e para a minha direita. De alguma forma, encontro força


de vontade para manter meus olhos focados na frente. Minha
mandíbula cerrada. Tremendo como um epilético sangrento nesta
cama.

O calor da sua mão na minha pele quase me domina. Não faço


ideia do que ela vai ser forçada a fazer agora que meu corpo está
amarrado, mas meu corpo está morrendo por isso. Minha mente é tão
fodida quando se trata dela, que ela poderia me machucar e isso
provavelmente iria me deixar mais ligado.

Os olhos dela devem pousar no meu pau, porque ela faz uma
pausa no meio do seu aperto.
Ainda totalmente ao meu lado, ela se esforça para controlar sua
respiração, e cada respiração forçada faz eu me contorcer.

Um pequeno som de tesão deixa o fundo de sua garganta e atinge


meus ouvidos. Amo esse som.

Meu pau dá um empurrão violento.

—Veja o quão faminta ela está, Noah.

Em vez de obedecer, aperto meus olhos fechados. Preciso de


alguns segundos. Algumas calmantes respirações antes que eu seja
forçado a cumprir esta ordem.

—Noah. — Desta vez eu reconheço a voz de Agnes me chamando.

Meus olhos voam abertos. Viro minha cabeça e olho para Ivy.

Ela está tão imóvel como antes. Congelada. Os olhos travados no


meu eixo duro.

Merda. Ela nem ouviu o som de Agnes falando. Engolindo duro,


consigo gemer. —Baby?

—Ajoelhe entre as pernas dele, Ivy. — Nossa captora retorna os


comandos.

E eu sei imediatamente o que ela tem em mente. O que ela vai


mandar Ivy fazer.

Minha cabeça cai e eu rosno. —Oh Deus. Eu não posso.

—Noah? — Ivy sussurra, soando com fome e medo ao mesmo


tempo. É uma mistura inebriante, e tão louco como isso possa parecer,
eu gosto. Esse conhecimento perverso de que faço isto com ela.

—Agora, Ivy. Ajoelhe-se.

Não tenho como reagir. Não respondo ao tom de questionamento


da minha boneca. Sou só eu, amarrado a esta cama, preso. Meu
coração acelerado. Meu pau latejante. Minhas bolas tão apertadas que
não consigo pensar direito.

Eu vou gozar antes que ela coloque seus lábios em mim.

Eu sinto Ivy levantar da cama. Cada segundo que ela leva para
andar para minha frente ecoa dentro de mim. Eu não estou olhando,
não posso, mas a cama se desloca em meus pés quando ela sobe entre
as minhas pernas abertas.

—Pare aí, Ivy. — Todo o movimento cessa mais uma vez. —Noah,
abra os olhos.

Claro que ela ordenaria isso quando preciso mantê-los


fechados. —Eu não posso. Não vou conseguir. — Eu jogo as palavras
para fora, odiando ela por me fazer admitir isto em voz alta. —Eu vou
gozar assim que olhar para ela.

Ela ri. —Interessante.

Ivy inala bruscamente. —Oh Deus.

—Ivy, incline-se para baixo entre suas pernas. Pare com os


lábios bem acima da ponta do pau dele.
Desta vez ela sussurra.

Com minhas coxas tremendo, eu pressiono meus pés em cima da


cama e arqueio para cima, buscando o calor de sua boca.

Não posso lutar contra isso. Necessito estar dentro dela quando eu
gozar.

—Noah, pare de se mexer. Ivy não pode se inclinar para baixo


com todo esse movimento que você está fazendo.

Estou sendo observado. Zombado.

E eu não dou a mínima. A única razão para eu conseguir me conter


é devido ao que está do outro lado daquela parede de vidro. O
conhecimento que nossa captora alegremente torturará Ivy, mesmo que
um pouco, para me manter sob controle.

—Filha da puta. — Com meus músculos esticando, eu enrolo


minhas mãos e continuo a ranger os dentes.

—Agora, Ivy. Faça. Deixe um pequeno espaço entre seus


lábios e ele.

A cama muda mais uma vez, e sua respiração quente e úmida beija
a parte de trás do meu pau.

—Jesus. — Eu assobio, meus dedos se fechando.

—É isso. Perfeito. Olhe para ela, Noah.

A visão do cabelo loiro de Ivy sobre os seus ombros, aqueles lábios


a meros centímetros do meu pau... —Beije, baby. — Porra, minha voz
está bestial. —Deixe-me sentir seus lábios.

—Não se mova, Ivy. Se ele quer a sua boca, ele vai ter que
ganhá-la.

—Como? — Eu não estou nem um pouco envergonhado com o


desespero no meu tom. Um pequeno movimento dos meus quadris e
meu comprimento vazando tocaria a sua boca. Filha da mãe. Eu mordo
meus lábios com força.

Eu tiro sangue de mim mesmo.

—Vocês estão prontos para jogar, animais de


estimação? Respondam com um aceno de cabeça. — Ela exige e eu
faço —Bom. — Alguém bate suas mãos. Não faço ideia se é Agnes ou a
vaca louca através dos alto falantes. —Vamos começar esta rodada
com uma pergunta para Ivy. Diga-me, querida. Como ele parece
tão perto de você? Como é o cheiro? Descreva Noah para mim.

Meus olhos pulam abertos por vontade própria e caem sobre os


seus com medo. Ela está tremendo bem em cima do meu
pau. Respirando com dificuldade, seu calor se infiltrando em minha
pele.

—Ele parece bem. — Ivy sussurra, engolindo duro. Seus olhos


arregalados e frenéticos estão nos meus, me implorando por ajuda. Para
fazer algo e salvá-la, mas é minha própria necessidade mórbida que me
obriga a ficar calado.

—Prossiga. Descreva seu Noah para mim.


—Por favor, não. Não estou pronta.

—Me negar não é uma opção, Ivy. Mas se você precisa de um


lembrete disso. Agnes, por favor...

—Ele cheira a pecado. — Ivy começa, o lábio dela mais uma vez
passando na fenda, na parte superior da cabeça do meu pau. Eu quero
que ela se mova mais para baixo. Leve-me entre aqueles lábios
deliciosos. —A couro. Um aroma quente de bosque está por todo seu
corpo. Noah nunca foi de usar muito perfume, ele não precisa
disso. Para mim ele é perfeito.

—Boa garota. Agora me diga, como ele parece sob as pontas


dos seus dedos? A sua mercê.

—Melhor do que devia. Não é certo eu querer o meu melhor amigo,


mas eu faço.

—E você, Noah? A resposta dela agrada você?

—Você sabe a resposta para isso. — Eu rosno entre meus dentes


cerrados. —Você sabe de tudo.

Ela ri, o som altivo. —Tem sido meu trabalho fazer


isso. Assistir alguém tempo suficiente até que se tornem
previsíveis. Características fáceis de seguir. Sua maneira de
pensar... seus desejos. Vocês dois se tornaram uma obsessão e
meus clientes apreciam desfrutar.

Suas palavras que eram para chocar têm pouco ou nenhum efeito
sobre mim. Desde que ela nunca escondeu o fato de que há outros
assistindo. Aproveitando a nossa crise mental.

Ivy se move, seu cabelo cai e acaricia a parte interna das minhas
coxas.

—Há quanto tempo você está assistindo? Por que nós? — Ivy
pergunta.

—Simples. Porque eu posso. Neste lugar, eu sou Deus.


— Boceta egoísta. —E esse Deus aqui é curioso. Isso me anima, Ivy.

—E se eu fizer o que você quer, a tortura vai acabar?

—Não. Não até que vocês estejam totalmente quebrados. — O


tilintar dos copos é ouvido no fundo. Estão comemorando nossa
morte. —Mas você poderia ganhar outra recompensa...

Ivy acena e a ponta do cabelo dela escova a cabeça do meu pau


dolorido.

—Boa garota. Agora me diga se você se atreve a matar minha


curiosidade mórbida.

—O que você quer saber? — Ivy diz, abaixando um pouquinho a


cabeça dela. Estamos pele com pele.

—Quem tem o melhor pau? Robert ou Noah. Quem você


prefere? Robert ou Noah?

Cristo.

Essa vadia me deixou sem palavras. Curioso. Quase me sentindo


mal por Ivy.
—Não posso fazer isso.

—Nós duas sabemos que isso é uma mentira.

E então minha menina faz algo que não foi dada permissão para
fazer. Toma a iniciativa e me roça com os lábios.

O pré-sêmen da ponta agora está em seus lábios, tornando-os


brilhantes. Tornando-me incrivelmente mais duro. Minha mente já não
se preocupa com a possível resposta a essa pergunta.

Não quando eu marquei a sua carne com minha essência.

—Abra a boca, boneca. Leve-me. — Falo em um gemido de


dor. Agonia. Desespero. —Por favor.

—Eu sinto o cheiro da sua doçura salgada, Noah. — Sua língua


espreita para fora entre seus lábios e sigo a ação. Gravando em minhas
memórias o momento em que sua língua toca o meu pau. Gravando
como suas pupilas se dilatam, como ficam escuras e como seu corpo
treme.

—Foda-se, querida. Pare de me torturar.

—Me desculpe. — Os olhos encapuzados da minha boneca se


fecham nos meus quando ela abre a boca e esfrega os lábios no meu
comprimento.

Com meus quadris levantando da cama, eu pergunto. —Pelo quê?

O quarto está em silêncio. Sem música. Sem qualquer tipo de


barulho e eu tenho medo de olhar para a sala. Com medo do que eu
poderia encontrar.

Em vez disso eu cedo a minha luxúria. Arqueando meu corpo para


ela.

—Porque eu não tenho auto-controle quando se trata de você. — E


então ela me lambe da base à ponta. Rodando a língua na cabeça
perfurada e me chupa entre os lábios.

Minha reação é volátil. Incontrolável. Uma filha da puta dolorosa.

Gozo para ela. Sobre seus lábios e queixo. —Foda-se. Foda-se,


baby. — Meu corpo se contorce, meu abdômen esticando.

Ela me chupa mais fundo, gemendo em volta do meu pau.

—Maldito inferno, Ivy. — Eu rosno. Com


raiva. Desesperado. Longe de saciado. —Me liberte, porra.

Nesse ponto, não ligo para nossa captora, para os seus guardas ou
para o seu público. Eu quero ela. Minha Ivy.

Foda-se as consequências. Que se fodam todos.

Eles queriam um animal? Estou bem aqui. E esta besta quer sua
companheira.
Dezoito

—Não.

Meus olhos se estreitam, uma ameaça silenciosa. —Não brinque


comigo, amor.

E mesmo que essas palavras deixem meus lábios, eu sei que Ivy
não está mais reagindo ao perigo que nos rodeia. Ela está perdida em
sua própria cabeça, seus instintos básicos não estão funcionando mais.

Ela está me olhando como se eu fosse a sua presa.

—Por muito tempo eu me privei. — Ivy choraminga enquanto a


mão dela toca o meu pau. Ela desliza o seu polegar na cabeça lisa,
provocando o piercing coberto com minha porra. —Não posso mais...

Seus olhos enlouquecidos seguem o movimento da mão dela, e um


pequeno sorriso surge em seus lábios enquanto ela segue a ação. Vendo
o quão duro eu ainda estou para ela.

—Me solte. — Eu digo com fome. Meu tom está cheio com cada
gota de necessidade que queima através do meu sangue.

—Não. — Ela diz e tira as mãos do meu pau e sobe no meu corpo.
Colocando uma coxa em cada lado dos meus quadris e se instala sobre
mim.
Umidade escorre entre suas coxas meladas e param na minha
pele. Porra, sua boceta rosada está bem ali. Por cima de mim. Quente e
necessitada.

Não posso falar.

O azul bonito dos olhos dela quase sumiu. As pupilas estão


dilatadas. Escuras como breu. Me dizendo que ela vai levar o que é dela.

Levantando os olhos dos meus, ela olha em direção ao maior alto


falante na sala. —Nós terminamos de jogar? Posso ter minha
recompensa?

—Ele é sua escolha final? — Nossa captora pergunta. Sua


respiração está pesada, ela está excitada com essa merda. —Você
escolhe Noah?

—Oh, Deus. — Ivy grita quando meus quadris levantam e a cabeça


do meu pau desliza dentro da sua entrada apertada.

—Diga.

—Sim. Droga, sim. Sempre foi Noah.

—Desfrute de sua escolha, animal de estimação.

Um rolar rápido de seus quadris e Ivy se abaixa em mim.

—Fodido inferno. — Eu rosno, minhas mãos puxando minha


contenção. Firme, meu corpo tenso.

A sensação de estar dentro dela. A pura depravação da situação


em que estamos está me tornando selvagem.
Sua boceta sedosa e molhada me suga mais profundo.

Com minha mente perdida, eu bato nela, todos os músculos do


meu corpo se enrijecendo.

—Oh... Oh, Deus. — Com suas unhas cavando em meu peito, Ivy
gira os quadris dela, todo o seu corpo tremendo. —Noah. — Seus olhos
cheios de lágrimas de prazer bloqueiam nos meus. —É tão bom. É
incrivelmente bom.

Com meus dentes cerrados eu puxo minhas restrições, meus


quadris batendo nela. —Me solte.

Ela se move mais rápido em cima de mim. Suas unhas deixando


vergões vermelhos no meu peito. —É perfeito, Noah. — Jogando seu
cabelo por cima do ombro, ela coloca as mãos no meu peito. Mordendo
o lábio inferior de uma forma absolutamente sexy. Ela levanta e depois
bate de volta para baixo, me levando profundamente.

Meu coração acelera em meu peito. —Ivy, por favor.

Ela me ignora novamente, se perdendo em seu próprio prazer.

Seus seios perfeitos saltam com cada impulso.

Sua boceta está tão molhada que está deixando meu pau
ensopado.

Deixando minha cabeça cair para trás, eu gemo. Não consigo olhar
para ela. Mas ao mesmo tempo, com a perda da sua visão, estou
submetido à uma sensação ampliada dela. —Eu sabia que sua boceta
ia ser perfeita, Ivy. Eu sabia.
Ela faz uma pausa momentânea, sua boceta pulsando
descontroladamente. E quando ela choraminga o meu nome, com
admiração, eu estou impotente contra ela. Abrindo meus olhos, vejo que
ela está olhando para mim, o espaço entre as sobrancelhas franzido.

É um olhar de agonia.

De confusão.

De espanto.

É o amor que vejo que me afasta da última ligação que tenho com
minha humanidade.

Eu bombeio duro dentro dela até que ela está saltando sobre
mim. —Admita, Ivy. Diga isso.

As unhas dela estão em minha pele, tirando sangue.

Eu quero isso.

Eu quero que ela me marque.

Quero que me deixe uma cicatriz.

Quero que fique permanentemente gravado em mim, da mesma


forma que ela está marcada em meu coração.

Mordendo meu lábio, eu puxo as restrições novamente, meus


ombros estalando com o esforço. O tempo todo eu fodo o que é meu,
batendo nela cada vez mais profundo com meu pau.

Ivy cai sobre mim, o rosto dela finalmente ao meu alcance. Os


lábios dela pousam nos meus e ela os suga, deslizando a língua dela em
mim.

Fodendo a minha boca como eu fodo sua boceta.

Outro som desumano me deixa. A realidade parece


desaparecer. Não existe nada além dela, da sucção molhada no meu
pau, da sua língua possuindo a minha.

A dor desaparece completamente.

Gemendo, puxo primeiro um braço. Vagamente ouço um


barulho de estalo. Outro puxão no meu braço esquerdo. Mais uma vez
o som de estalo enche o ar.

Quando eu tenho minhas mãos no cabelo dela que eu percebo.


Estou livre.

Meus braços estão pelo menos.

Leva apenas uma fração de segundo para eu me sentar. Ivy desliza


seus braços em volta do meu pescoço. Ela está ofegante.

Eu toco o colar de couro em volta do meu pescoço.

Os olhos de Ivy se alargam com choque quando eu puxo o colar


sobre a minha cabeça.

Me inclino e pego a alça de couro ao redor do meu tornozelo


direito. Meus olhos estão fechados com os dela, meu pau ainda perdido
em seu corpo, eu puxo ela também, até partir.

Ela suspira novamente, realização afundando.


Quando ela está totalmente ciente do que está acontecendo, eu já
me abaixei e arrebentei a alça final.

—No-Noah?

Levanto-a de mim, mas mantenho nossos rostos juntos. —Agora


você é minha, amor.

Ela sussurra meu nome novamente, incerta sobre o que eu acabei


de dizer.

Ela deve estar.

Nos levantando, eu a jogo de volta na cama, apoiada em seus


joelhos. Toco o seu pescoço, forçando minha boneca a se curvar, seu
peito apoiado na cama.

Sua bela bunda no ar.

Foi-se o homem que respira para mantê-la segura e fora de perigo.

Não sou ele. Neste momento sou uma fodida besta tomando sua
fêmea.

—Sinto muito. — Ouço minha voz, mas não estou totalmente


ciente de tudo o que acontece ao meu redor. Minha voz soa mais
profunda, mais áspera. —Não tenho controle. Você fez isso comigo.

—Por favor. Eu preciso de você. — Há aquele pequeno gemido que


meu amor usa quando ela precisa de algo. A pequena coisa impaciente
sabe que adoro esse gemido. Ela nunca foi tímida para usá-lo comigo ao
longo dos anos.
Deslizando meus lábios na parte de trás do pescoço dela, eu
falo. —Diga o que você precisa, amor.

Levantando sua bunda, Ivy empurra contra mim. Pressiona a


ponta do meu pau em sua entrada e geme. —Você. Só preciso de você.

—Minha. — Com seu corpo preso debaixo do meu, eu bato com


força suficiente para empurrar o seu pequeno corpo na cama. Ivy grita
com a intromissão, seus joelhos cedendo e fazendo com que ela se deite
no colchão debaixo de nós. Suas paredes imediatamente apertam em
espasmos, vibrando tanto no meu pau que meus olhos reviram.

Jesus, ela está muito mais apertada assim. E indefesa. Sou


incapaz de me parar de abusar da carne rosa entre as suas coxas
separadas.

Seus sucos nos revestem. O cheiro de sexo dentro do quarto é uma


mistura inebriante.

Suas paredes pulsantes apertam quase ao ponto de dor enquanto


ela se contorce. Tomando o que é dela. Usando-me para seu prazer.

—Mova-se porra. — Ivy continua girando os quadris, me fodendo


da única forma que ela pode. Maldita seja. Se eu quisesse, eu poderia
simplesmente ficar quieto e minha pequena puta tiraria o meu prazer
para fora de mim. —Me arruíne. Me quebre. Eu não me
importo. Mas foda-me, Noah.

—Sempre. — Tirando seus dedos do meu cabelo, eu os estiro e os


coloco acima da sua linha de visão. —Mantenha-os lá. Você se move e
eu paro. Você se move e eu vou me afastar enquanto você fica parada
no lugar e cubro essa bunda gostosa com meu esperma.

Ela sussurra e sua boceta aperta em volta de mim.

Sim. Ela gosta disso.

Levantando uma perna, eu coloco o meu pé sobre a cama, me


preparando.

As mãos de Ivy apertam em punhos, os pequenos músculos dela


flexionando.

Com minhas mãos segurando sua cintura pequena, fico quieto,


esperando...

O primeiro impulso rasga um grito da sua garganta.

Assim como o segundo.

No terceiro, ela é uma bagunça incoerente. —Mais! Oh, por


favor. Por favor.

Eu ouço minha própria voz nos meus ouvidos. Eu estou


rosnando. Seu mel encharca meu pau, posso vê-lo brilhar com cada
retirada e estocada dentro dela. Ainda assim, trabalho sua boceta.
Dando estocadas duras e profundas que a balançam. —Esta é minha
boceta, Ivy. Minha.

Sua voz quebra. Seu corpo inteiro aperta.

Um grito baixo e agudo a deixa. E Ivy arqueia, vindo violentamente


por todo o meu pau.
A perda de ar é instantânea. Prazer faz seu caminho na minha
espinha. Com minhas bolas apertadas, perco a coordenação dos meus
quadris. —É seu baby. Tudo para você. Tome tudo. Leve toda essa
porra.

—Noah! — Ela grita, suas paredes me ordenhando. —Me dê, baby.


Eu quero isso.

Com meus olhos trancados em sua bunda espalhada, assisto sua


boceta estendendo-se ao meu redor. Também posso ver seu buraco
apertado e enrugado. —Estou gozando, baby. Porra... — Tudo
desaparece. Há um milésimo de segundo antes que eu goze.

Meus quadris estalam para frente, enterrando meu pau tão


profundo quanto posso. Tudo explode para fora de mim. Onda após
onda de puro prazer.

Inclinando a cabeça para trás, eu grito para o teto, bombeando


meu esperma profundamente em minha menina.

Há um incêndio doente se espalhando em minhas veias. Eu puxo


seu cabelo, transando com ela, as ondas de prazer balançando meu
corpo inteiro. —Eu te amo. — Eu rosno, as palavras derramam contra
a minha vontade. —Amo você, Ivy.

Ivy derrete abaixo de mim, suas pernas tremendo.

—Bravo! — Isso vem dos alto-falantes.

Parece que nossa captora está satisfeita com nosso desempenho.

Aplausos seguem a aprovação dela, as pessoas que assistiram


nossa destruição estão nos dando uma ovação.

É barulhento. Quase ensurdecedor.

Jesus. Quantas fodidas pessoas estão assistindo?

Ivy fica tensa, mas não se apressa para me afastar. Em vez disso,
ela enterra o rosto nos lençóis. —Eu sinto muito.

—Gostou da sua recompensa, Ivy? Valeu o preço que você


pagará? — Minha garota não responde. Ambos sabemos que ela está
apenas querendo provocar medo nela, e eu sei o motivo. —Ele era sua
escolha, afinal...

Eu saio de Ivy e a ajudo a se virar. A devastação nos olhos dela é


como uma porrada em mim.

Finalmente aconteceu. Finalmente a tenho.

E ela está com o coração partido por isso.

Tudo porque este grupo de doentes de merda paga para ver as


pessoas fazendo sexo e outros morrendo. Minha fé na humanidade é
esmagada com esse pensamento. Até onde funciona esta
operação? Conhecemos alguém que é parte deste grupo psicótico?

—Porque a escolha dela é tão importante? Por que você está


insistindo nisso? — Eu rosno enquanto minha garota choraminga. Isso
está atingindo ela. Ela vai ter que pagar o preço.

—Desde o início dos tempos, a ganância foi a queda de


muitas grandes civilizações. Nós, como seres humanos, queremos
ter tudo. Possuir tudo o que vemos. — A puta hipócrita faz uma pausa
por um segundo e toma um detestável gole de sua bebida. —Dei a Ivy
a oportunidade de salvar Robert, e ainda assim ela escolheu você,
novamente. Você vai viver, mas ele...

—Não! — Ivy grita.

É tarde demais. Antes de eu me virar para olhar, já sei que Agnes


está em movimento novamente.

Quando eu viro, é exatamente como eu previ.

A freira acionou a alavanca novamente para inclinar Robert ainda


mais em posição vertical. Os buracos em seu corpo continuam vazando
pequenos rios de sangue. Seu corpo está tremendo quando o medo se
apodera dele novamente.

Um olhar em seus olhos e o horror de meus próprios pensamentos


anteriores afunda.

Eu não me importei. Acho que em algum lugar, no fundo da minha


mente, eu sabia que podia chegar a isto.

E enquanto tive Ivy, eu não me importei com esse momento.

Eu queria que ela me escolhesse acima dele.

—N-não. Não. Você prometeu. Por favor. — Ivy soa infantil, sua voz
tão diferente da sua normal que eu imediatamente viro para verificar.

Ela está de joelhos na cama. Seus olhos escorrendo lágrimas e


trancados no alto-falante. Suas mãos em súplica. —Por favor. Não faça
isso. Ele não merece morrer por isso.

—Sim, ele merece. Certo, Noah? Ele merece morrer por se


atrever a cobiçar o que é seu? — Agnes me pergunta, lentamente
andando até Robert.

Não, por favor. Se esse pobre sujeito tem que morrer, por favor,
não me obrigue a dizer isso a ele.

Mas eu sei que na parte mais profunda e escura de mim, uma


parte de mim o imaginou morto por ainda querer Ivy.

—Responda, Noah. Admita o que ambos sabemos.

Os olhos de Ivy procuram os meus. Há um vazio no olhar dela. —


Ele nunca desejaria alguém morto. Ele não é assim.

Eu não concordo ou discordo. Não posso.

—Eu nunca vou jogar de juiz e executor por você. A morte dele não
está em minhas mãos, e sim nas suas.

—Mentiroso. — Agnes diz. Ela toca o rosto de Robert. Um


pequeno acariciar enquanto a outra mão puxa o rosário grampeado de
seu corpo. As duas extremidades surgem, um pedaço de sua carne é
arrancada no processo. O sangue brota da ferida, e pura agonia cobre o
rosto de Robert.

Ele está gritando. Posso dizer pelo jeito que sua garganta se move
com a ação, mas a mordaça nos impede de ouvir. Algo que a freira
percebe e corrige.
Ela pega o bisturi na bandeja ao lado da maca e corta as
correias. —Últimas palavras, meu filho. Qualquer pecado que você
precisa ser perdoado?

Robert lambe seus lábios secos antes de falar. —Por favor, não me
mate. — Ele implora, mas o pedido cai em ouvidos surdos.

Agnes empurra um dos seus dedos dentro do buraco perto do


pescoço. Fazendo ele gritar.

Bile sobe em minha garganta.

—Pare ela! Por favor. Pare, não faça isso. Ele não merece morrer
pelos meus pecados.

Com as palavras de Ivy, Agnes faz uma pausa, seu rosto


mascarado branco inclinando-se para o lado. —Você está errada,
senhorita Ivy. Este homem vai ser a salvação do seu amado. Seu
sangue vai purificar os dois.

De repente, a mão dela sobe. Vejo o brilho da luz contra o bisturi.

Ela o afunda no lado mais distante do seu pescoço como se fosse


manteiga.

Seus olhos se arregalam. Eu posso ver fisicamente o seu grito se


construindo.

Agnes tira o bisturi do pescoço dele, deixando a carne em uma


ferida aberta.

Sangue jorra do seu pescoço.


O desespero de um homem morrendo pisca nos olhos de Robert.

Sua traqueia está exposta.

Em poucos segundos a vida é drenada dele.

Eu não posso fazer nada além de assistir, minha mente se


perdendo em mim.

Primeiro Anne. Agora ele.

Agnes permanece passivamente e vê as últimas contrações


atravessando seu corpo.

A cabeça dele cai para frente e acabou.

O corpo está mole.

Sem vida.

Ele se foi.

Agnes bate palmas alegremente e dá uma pequena volta, sua


cabeça jogada para trás em uma demonstração de gratidão em direção
aos céus. —É isso. Mais um dia de salvação entregue a Você pelo
sangue dele.

A bile sobe novamente.

De repente Ivy abre a boca, e o grito mais ensurdecedor que já ouvi


na minha vida preenche a sala.

E eu sei.
Eu reconheci no som.

Colocando minhas mãos nos meus ouvidos, eu viro para confortá-


la.

Um olhar em seus olhos e minhas suspeitas são confirmadas.

Ivy também se foi.

Minha menina está finalmente quebrada.

Continua...

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