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Abril/2018
Damaged
The Voyeur Series, Part #4
Elena M. Reyes
N. Isabelle Blanco
Eu encontrei a saída.
Mas Ivy não sabe disso. Ainda não fui capaz de dizer a ela.
Noah
—É ela... é Valerie.
—É ela... é Valerie.
—É ela... é Valerie.
Deveria ser simples: ela sempre odiou Ivy.
Eles não estão prontos para nos ver morrer. Nós somos o
entretenimento, seu sujo e pequeno prazer, e eu não estou
descartando usar isso para o nosso benefício.
Vou ganhar tempo.
—Ninguém te perguntou...
Sangue fresco.
—Oh, Deus. Não. Não. Não. — Minha boneca grita e meu peito
aperta.
Nós dois pensamos a mesma coisa. Jaime.
Ele é o inimigo.
Seu rosto está pálido, suas mãos estão tremendo, seus olhos
vermelhos e um pouco fora de foco. Ela está tendo alguma reação das
drogas.
Ela não pode controlá-lo mais do que eu posso, mas o corpo dela
foi usado, e o seu emocional vai acelerar o efeito das drogas.
Esfregando minhas mãos juntas, ando até ficar atrás dela, meu
pau duro aninhado contra a parte inferior das suas costas. Da sua
raiz até as pontas, eu passo meus dedos através dos longos fios duas
vezes. Crio uma espuma espessa e me concentro em seu couro
cabeludo, massageando sua cabeça. Pressionando apenas o suficiente
para fazer ela gemer. E ela faz. Porra, o som é como música para os
meus ouvidos.
—Dói, mas está tudo bem. Eu estou bem, eu juro. — Com meu
olhar duvidoso, ela pega minha mão e aperta. —Eu não me arrependo,
Noah. Eu sou sua e queria isso tanto quanto você.
Ivy
Horários e datas.
—Eu sei.
Valerie novamente.
Esperamos mais alguns segundos para ver se ela iria dizer algo
mais, mas apenas o som da água corrente nos cumprimenta.
—Pegue uma toalha e saia. Agora, Ivy. — O tom dele me diz que
ele está na borda. Saindo do chuveiro, tropeço na direção de onde
estão as toalhas.
Sua cabeça cai para trás, outro gemido é arrancado dele. Uma
estocada. Outra. Seus eixo deslizando no seu punho.
—Tic-tac.
—Merda.
Sim, ok.
Ele termina sua própria bebida e pega o meu copo. —Com sede,
Ivy?
—Deus, sim.
Noah
Ela.
Não.
Está.
Porra.
Aqui.
Ela se foi.
SIMPLESMENTE SUMIU.
Mas não me preocupo com isso. Claro que não. Ivy é tudo que
importa.
Nada.
—Responda-me!
Essa puta pode parecer mais triste por esse fato? Ela quer minha
Ivy morta mais do que tudo.
Não há resposta.
Ainda não consigo ver o que está diante de mim, mas não posso
deixar isso me impedir. —Ivy... baby, eu estou chegando para você! —
Por favor deixe ela me ouvir. Deus por favor.
Nada ainda.
Sem janelas. Sem portas. Nada mais que o longo corredor diante
de mim.
—Ivy! Baby, onde quer que você esteja, estou indo para você! Não
vou deixar eles te machucarem! — Provavelmente é uma mentira,
Deus me ajude, eles provavelmente já a machucaram.
Eu corro mais rápido ainda, meus olhos saltando por todo o lado
a procura de uma porta. As luzes piscam repetidamente, talvez quatro
ou cinco vezes, me confundindo ainda mais. As drogas estão a todo
vapor, fazendo com que minha visão fique embaçada.
Ela.
Sem pensar duas vezes, vou atrás dela, mesmo quando tudo fica
escuro mais uma vez. —Venha aqui sua fodida puta! O que você fez
com a Ivy? Ivy! — No último grito, minha voz quebra, um eco perfeito
do meu medo frenético.
Eu corro pelo o que parece ser uma eternidade, em linha reta,
sem me importar o suficiente sobre isso para parar, mas espero não
bater em outra parede. Eventualmente meu coração começa a bater
muito rápido e não tenho nenhuma escolha além de fazer uma pausa
por alguns segundos, engolindo em bocados o ar. —Ivy! Por favor,
baby, onde você está?
Agnes ri baixinho.
Eu corro direto para ela, mas é claro, que assim que eu começo a
fazer isso as luzes apagam mais uma vez. Esses desgraçados estão
vendo isto em suas câmeras. Me usando como entretenimento.
Provavelmente rindo do meu estado emocional fora de controle.
O cabelo dela...
Jogo todo o meu peso no vidro, batendo nele até que minha pele
rompe e as minhas mãos começam a sangrar. —Pare de machucá-la
seu desgraçado de merda! Ivy! Oh Deus, querida, me desculpe!
O pau dele ainda está dentro dela quando ele se inclina e corta a
garganta dela com uma faca.
Que a mesma coisa que aconteceu com aquela mulher pode estar
acontecendo com ela.
Ivy
Nos observando.
Não que não estamos sempre sob vigilância, mas isto é diferente
de alguma forma. Mais invasivo.
Um dedo estala.
Ao meu lado, Noah se desloca. Ele remove sua perna das minhas
coxas e deita de barriga para baixo. Perto o suficiente que eu posso
sentir cada exalação sua no meu pescoço, mas o homem desconhece
nosso entorno. Os monstros a meros passos de distância.
Eles estão mais ousados. Eles não estão mais nos dando a ilusão
de um limite entre nós.
Quase invejo que ele está dormindo, mas prefiro que seja eu do
que ele. Ele reagiria violentamente, como uma cobra encurralada
pronta para atacar qualquer coisa dentro de alguns pés de distância
de mim.
—Por favor, pare. — No meu apelo a mão faz uma pausa e retoma
seu lugar com a coleira e o punhal sobre a pele dela.
A outra mão vai até sua coxa. Ele sacode seus dedos duas vezes,
em seguida, aponta para cima. Ele quer minha atenção em seu rosto.
Deus nos ajude.
O que diabos eles nos deram para nos deixar inconscientes? Por
que eu reagi de uma forma diferente?
—Qualquer coisa? — Seu sorriso faz com que eu vacile, algo que
ela acha divertido e aplaude. —Você vai fazer como eu disser sem
qualquer luta? Se comportar como todas as boas crianças?
Oh Deus, meu pobre Noah. Ele vai ficar louco quando acordar e
eu não estiver aqui.
Quem é ele?
Ivy
Isso nunca foi apenas sobre nos sequestrar e nos matar. Não.
Sempre foi muito mais... e eu vejo isso agora. Eles precisam nos
separar completamente até que nosso estado mental esteja dilacerado.
Eu estou aqui! eu tento gritar, mas não adianta quando ele está
cobrindo mais da metade do meu rosto. Jesus, é difícil respirar... e
quanto mais eu me esforço mais apertado seu domínio se torna.
Eu sei o que está por vir. Eles vão machucar alguém que eu amo,
e mesmo com o quão egoísta isso pode me tornar, rezo que não seja
Noah.
O que diria o Sr. Racy sobre toda essa merda? Se ele a visse
agora, ele ficaria enojado. Eu disse a ele e ao meu pai que algo estava
errado com ela.
—Merda, baby. Onde você está, amor? — Ah, Deus. Ele está outra
vez no final de um corredor. É quase como se ele estivesse andando
em um círculo gigante.
A televisão muda para outra imagem do Noah. Ele corre pelo
corredor, banhado em uma luz vermelha. Sua cabeça se move para a
esquerda e para a direita enquanto olha em volta, seus olhos
enlouquecidos e o peito subindo rápido com cada respiração dura que
ele toma. Ele vira a direita e outra câmera capta o seu rosto
angustiado e desesperado, ele está vivendo um pesadelo sem saber
onde estou.
—Então o que mais você quer de mim? Como você disse, você me
tem.
—Ver você quebrada aos meus pés. Ver você perceber que
todos ao seu redor morreram por sua causa. Suas mortes estarão
em suas mãos. Cada. Uma. Delas. De Robert até seus pais.
Mãe.
Pai.
Valerie ri. Ela matou seu chefe e sua esposa, minha mãe e meu
pai! E ela está rindo disso. —Eles se foram, Ivy. É uma pena.
—Raoul e Clarice?
—Corra.
Trinta e três
Noah
Na metade ela faz uma pausa de costas para mim. Agnes inclina
a cabeça. Ela está ouvindo alguma coisa. Pelo menos isso é o que
parece ser.
—Onde ela está? Traga ela para mim. — Não me importando com
seu pedido para ficar onde estou, corro para a frente. Se necessário,
eu vou socar essa boceta sem um pingo de remorso.
—Tsk, tsk, Sr. Barker. Não force nossas mãos tão cedo no
jogo. — Assim que essas palavras passam dos seus lábios a lâmpada
acima dela apaga. Quebra em pequenos pedaços e eu sou banhado por
escuridão. Nenhum piscar de nenhuma. —Não queremos que a
pobre e pequena Ivy pague. Queremos? — Agnes ri, sua risada me
puxa para a frente alguns passos, mas depois a próxima risada vem de
trás de mim. Depois de algum lugar bem longe.
Um aviso.
—Ivy!
—Você está ficando mais frio. Muito frio. — Agnes diz isso e
as luzes piscam. Há quatro portas à minha frente e eu acho que elas
estão abertas. —Que tal um desafio para tornar isto interessante?
O que você diz, Noah?
Jesus.
Tomar a vida dela antes de Ivy estar segura é uma coisa que eu
não posso fazer. Eles matariam minha menina antes que eu a
encontrasse.
A próxima sala está vazia exceto por uma única caixa no centro.
Nada demais, é do tamanho de uma pequena lâmpada. Ela está
amarrada e tem uma etiqueta de envio branca na parte superior.
Faz horas que eles a levaram. Horas onde Deus sabe que tipo de
tormento eles tem infligido a ela.
Algo na minha intuição me diz que ela estava aqui. Esta é a sala
onde eles... não. Não pense isso.
Minha Ivy.
Meu nome está escrito com o líquido vermelho escuro com uma
seta apontando para fora.
Trinta e quatro
Ivy
Ouço vozes longe, o que parece ser uma mulher. Também, com
certeza, ouço a voz do Noah. Mas as vozes estão distorcidas pela
distância, é quase impossível de entender. Minha visão embaça com
cada batida do meu coração.
Jacques.
—Ivy!
A angústia em seu tom traz lágrimas aos meus olhos. Elas vazam
em torrentes quentes. Me afastando para longe da parede, eu limpo o
meu rosto com minhas mãos trêmulas, olhando para a esquerda e
para a direita.
—Ivy. — Meu nome parece ser rasgado para fora dele por pura
força. Um som de anseio, dor. Ele balança a cabeça, como se
esperasse que eu desaparecesse. Quando ele percebe que ainda estou
aqui, que ainda sou eu, ele grunhe e corre direto para mim.
Sinto a pele das minhas costas arderem quando ele desliza para
dentro de mim com seu pau.
Profundo.
Duro.
Rápido.
Sinto o quão molhado o pau dele está com minha umidade, ouço
a cada mudança de seus quadris.
Seu sotaque.
Sua cabeça cai, sua testa está apoiada contra meu pescoço
exposto, gemendo de angústia. Ele finalmente perde um pouco do seu
controle, seus quadris movendo-se em golpes pequenos, mas rápidos.
—Porra, querida. O que você sente no meu pau. Puta merda, Ivy. Isso
é tão bom, baby. Tão. Foda-se. Bom.
—Eu pensei que tinha perdido você, Ivy. — Sua voz treme nas
últimas palavras, e tudo o que eu quero fazer é rugir com a injustiça
da nossa situação.
Ele afasta seu rosto de mim, mesmo que não possamos ver um
ao outro nesta escuridão. A tensão nele não pode ser confundida. O
coração dele já está quebrando, querendo saber quem morreu por este
pequeno jogo desta vez. —Quem, Ivy?
Não sei quanto tempo passa com a gente assim, abraçados. Nós
somos tudo que temos neste momento. As únicas âncoras nos
mantendo no lugar. Eventualmente, as minhas lágrimas diminuem o
bastante para eu me perder no perfume de sua pele novamente.
É Raoul.
Noah
Ele começa a vir em nossa direção. Eu não tenho que ver o rosto
desse fodido para saber que ele está focado em Ivy. Que ele a quer.
Ele puxa o cabelo dela, levando minha boneca para longe de mim
com um puxão forte.
—IVY!
Uma máscara.
Ivy grita meu nome novamente, Jacques arrasta ela sem piedade
no corredor. Seu corpo nu está coberto com manchas secas de sangue.
Eu não sei se é todo é dela.
Não! IVY!!! Minha mente grita por ela. Minha alma. Não. Não. Ele
vai tirar ela de mim. Ele está morrendo para machucá-la. Matá-la.
Uma explosão final de pânico bate em meu coração.
Com raiva, eu rujo por trás do pano, tentando chegar até ela. Me
esforçando.
Valerie.
Uma das telas pisca com estática antes de mudar para um local
diferente.
Mais ódio ferve, crescendo cada vez mais poderoso. Mais escuro.
—Bom garoto.
Atrás de mim, eu ouço uma porta ser aberta. Não demora muito
para um grupo de homens em pé com duas bandejas com rodas, e o
que parece ser um armário portátil, surgir. Os homens estão todos
adequados como os guardas de antes. Uniforme preto. Capacetes
pretos que cobrem seus rostos.
Não há como adivinhar as suas identidades.
Não faço ideia de como vou pegar uma arma, mas eu vou. Antes
deles me liberarem no meio da multidão com fome, eu vou ter certeza
de encontrar algo, qualquer coisa, que eu possa usar.
Ele os deixa dobrado aos meus pés. Então, ele também vai
embora, empurrando para fora o armário portátil.
Silêncio me rodeia.
Vazio.
Ivy
Meus pais.
E Noah...
De todos os ângulos.
Minha rocha.
Se recomponha. Mantenha a calma e encontre uma maneira de
sair.
Eu vou fazer você pagar, puta. Um dia eu vou fazer você pagar. Eu
não sou tola. Eu sei o que quer dizer estes pensamentos que estou
tendo.
Retribuição.
Vingança.
Sabia que era uma questão de tempo. Claro que ela viria para me
provocar.
—Me ignorando?
—Ok.
Marcas de perfurações.
Não posso ver o topo do seu rosto, só vejo do queixo para baixo,
mas é inconfundível como seus lábios estão separados enquanto ele
luta para respirar. Seu peito convulsiona e eu quase vomito na
percepção de que os pulmões estão em colapso.
Acho que ela está me infectando com essa loucura. Posso sentir o
desejo de ferir, matar, se espalhando como lodo negro dentro do meu
peito.
—Responda-me. Eu dei?
Uma voz.
Um sussurro.
Continua