Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
IRMÃ, IRMÃ
Conto
ROXIE RIVERA
Sinopse
Desde que Ivan entrou em minha vida, tem me incentivado a agir realmente
como uma irmã mais velha. Onde outros falharam, ele finalmente conseguiu ter
sucesso. Deixar Ruby ir para a cadeia por seus crimes tinha sido a coisa mais difícil do
mundo para mim, mas entendi que tinha que parar de acobertá-la. Já que ela tinha
alguma chance de conseguir arrumar sua vida, eu tinha que parar de limpar suas
merdas poupando-lhe das consequências.
01/2015
Tradução: Selene
Revisão :Selene
Revisão final:Persefone
Formatação: Afrodite
Disponibilização: Afrodite
Grupo Rhealeza Traduções
Irmã, irmã
Ele disse isso com tanta convicção que todos teriam acreditado
nele, mas eu o conhecia bem. Ele absolutamente se importava. Prisões e
delegacias de polícia estavam no topo da lista de lugares que Ivan evitaria
a todo o custo. Elas traziam lembranças feias do passado criminoso do
qual ele finalmente escapou. Mas ele suportaria o desconforto constante
e agitação por mim.
—De que outra maneira você descreveria o jeito que ela gritou com
você no hospital e jogou as coisas em você? Ou todas as maneiras que ela
te manipulou para lidar com suas dívidas de drogas?
—Bem...
Sua mão grande e forte deslizou para a minha nuca. Ivan inclinou
suavemente minha cabeça para que eu não pudesse evitar seu olhar
intenso.
—Você merece ser tratada com respeito. Por todos. Incluindo sua
irmã.
—Eu te aborreci?
—Eu estou lhe dando algo para pensar para mais tarde. — Disse ele
com um sorriso travesso.
Ele riu baixinho. Mais sério agora, ele acariciou minha perna.
—Oh. Hey!
Eu balancei a cabeça.
—Ah.
Havia mesas redondas com bancos de metal fixos. Presumi que eles
não deixavam as cadeiras soltas, porque elas poderiam ser usadas como
armas.
Mas, não fui eu que tinha usado drogas. Não fui eu que tinha
roubado de duas gangues de rua ferozes e que quase começado uma
guerra. Não tinha sido eu que havia escapado de um hospital e invadido
uma farmácia desesperada por uma dose.
—Você deve sentir mesmo. Ela soltou as mãos das minhas. —Eu não
pertenço a esse lugar. Essas mulheres são animais.
—Eu não gosto que você tenha que estar aqui. Eu me preocupo com
você. Mas, eu não a coloquei aqui.
Irritada eu disse:
—Que bom. —Disse ela, com a voz rouca de repente. Uma única
lágrima escorria pelo seu rosto.
—Eu realmente sinto muito por você ter perdido Andrei. Eu não
posso nem imaginar o que você deve estar sentindo.
Eu não queria nem pensar em perder Ivan da forma como ela tinha
perdido seu namorado. Sim, Andrei tinha sido um drogado e ladrão e, ele
a arrastou em uma confusão que eu não entendia, mas em sua própria
maneira louca, eles se amavam.
—A culpa foi minha. Sua voz era pouco mais que um sussurro. —Ele
queria me dar coisas mais agradáveis, uma vida melhor. Ele não sabia
qualquer outra maneira de fazer isso. Ela limpou o rosto. —Você não
percebe o quão estúpidos e ilusórios seus sonhos são quando você está
tendo sua mente bombardeada por drogas.
—Ela vai para uma conta bancária para esperar por você até poder
voltar para casa.
—Não vamos iludir uns aos outros, Erin. Não há nenhuma maneira
de Ivan me deixar entrar em sua casa.
—É?
Eu balancei a cabeça.
—Sua pele está corada, você não está mais pálida como giz. Eu
posso ver a diferença.
Eu balancei a cabeça.
—Ele está pagando por isso? — Ela nem sequer tentou manter o
desprezo em sua voz.
Mordi a língua. A visita tinha ido muito bem até agora e eu não ia
morder a isca. Eu não queria brigar com ela. Mudando de assunto, eu
perguntei.
—Obrigada.
Eu não podia acreditar que já estava na hora de ir. Nós duas nos
abraçamos. Eu não tinha certeza de quanto tempo ela ainda estaria na
desintoxicação e no programa de reabilitação. Quando eles a mudassem
para outro setor, ela ficaria restrita às visitas sem contato. Eu não queria
nem pensar em ter um painel de vidro entre nós, então a segurei firme,
apenas no caso de esta ser a última vez que iríamos nos tocar por meses.
—Eu te conheço?
Eu ignorei a voz rouca masculina no início, pensando que ele estava
falando com alguém.
—Hey! Você é a irmã da ladra drogada, não é? A que fez com que
Andrei fosse morto.
—Sim, claro. —Disse ele com uma risada áspera. —Você realmente
vai ficar aí e me dizer que você não se lembra da casa de crack, onde sua
irmã estava se fazendo truques para Andrei sustentar seu vício? Você vai
ficar aí e me dizer que não sabe de nada sobre drogas e dinheiro que sua
irmã roubou de nós?
Falando em uma língua que eu assumi que era albanês, Ivan disse
algo que fez o outro homem endurecer e ficar pálido. O membro da
gangue levantou as duas mãos e tentou se afastar, mas Ivan agarrou a
frente de sua camisa para mantê-lo no lugar. Ele resmungou alguma coisa,
mas só fui capaz de entender Besian, o nome do chefe da máfia albanesa
que tinha poupado a minha vida e a de Ruby após Ivan fazer um acordo
que ele não pôde recusar.
Enquanto o cara corria para seu carro, Ivan virou o rosto para mim.
No mesmo instante, a raiva de sua expressão desapareceu. Ele segurou
minha mão e me puxou para perto. Colocando a mão na parte de trás do
meu pescoço, ele olhou para mim com preocupação.
—Eu pensei que você iria gostar, mas não estava absolutamente
certo. Ele inclinou meu queixo e me beijou com ternura. —Eu sei como
você fica abalada depois de visitar sua irmã. Achei que seria agradável
sentar em algum lugar tranquilo e desfrutar da tarde.
—Ivan… —Eu sussurrei quase sem fôlego. Quando fazia coisas doces
como está, ele me deixava nocauteada. —Eu te amo, de verdade.
Ele sorriu.
Fiquei na ponta dos pés para beijá-lo, mas eu ainda não era alta o
suficiente. Ele entendeu a dica e se abaixou para me dar o beijo que eu
queria tanto. Nossos lábios brincaram juntos brevemente, mas ele
começou a recuar antes que eu estivesse pronta para acabar com o beijo.
—Onde?
—Da.
Eu olhei para o seu sorriso ridiculamente sexy e fiz com que ele
percebesse que eu não estava pensando nesse delicioso piquenique ele
tinha preparado.
FIM