Você está na página 1de 257

Sorrio para mim mesma, meus olhos ainda fechados.

Posso
ouvir o pequeno tamborilar de pés minúsculos, o som de minha
filha Annie caminhando para o meu quarto como faz todas as
manhãs para pedir o café.

Abro meus olhos apenas um pouco para conseguir vê-la se


esgueirando para o quarto, o cobertor cobrindo minha boca, para
que ela não me veja sorrir.

Ela lentamente se aproxima, seu coelhinho debaixo do braço


enquanto veste sua camisola de sereia.

Seu rosto está bem na frente do meu neste momento. Meus


olhos estão fechados e ela não consegue ver que estou espiando.

— Mamãe, — ela sussurra tão fofa. Abro meus olhos, seus


olhinhos estão brilhando, e seu cabelinho está bagunçado por
causa do sono.

Deus, eu a amo tanto que nem acho possível. — Oi, garotinha.


— Estendo a mão e toco seu cabelo tentando não rir de como
bagunçado está.

— Estou com fome, — diz ela.


— Tudo bem, quer que eu prepare algo para você ou pegue um
lanche McDonald's no caminho para a casa de River? — Pergunto
a ela.

Seus olhos se iluminam. — McDonald's! — ela grita e bate


palmas. — Eu vou me vestir. — Ela sai correndo do quarto para o
dela.

Eu sorrio, deslizando para a beira da cama tentando não


pensar que uma vez pensei que minha doce filhinha tinha ido
embora. A sensação às vezes dói tanto que sinto a necessidade de
colocar minha mão sobre o coração para aliviar a dor.

As memórias vencem e eu fecho meus olhos afundando nelas.


Fiquei noiva aos treze anos, casei-me aos quatorze e tive minha
filha aos quinze. Fui criada em uma seita e não sabia que a vida
poderia ser diferente. Eu via pessoas na cidade e elas eram tão
diferentes. Deus, eu queria aquela vida, ser tão despreocupada.

Para viver uma vida onde eu fosse livre, uma vida onde eu não
tivesse que me preocupar em ser castigada por não ter cumprido
meus deveres de esposa corretamente.

Nunca fui de fazer completamente o que me mandavam, era


conhecida por ser uma rebelde. Eu me casei com uma das
principais famílias da seita e eles tentaram me controlar.

Adoeci com pneumonia quando tinha quinze anos, quase


fazendo dezesseis. Eu estava tão doente que não pensei que iria
sobreviver.
Minha sogra a tirou de mim para cuidar enquanto eu estava
doente, ou então pensei que era isso que ela estava fazendo.

Quando finalmente voltei a mim depois de uma semana muito


mal, eles me disseram que minha filha havia pego pneumonia
também, mas sucumbiu à doença.

Só me lembro de estar tão entorpecida. Acho que não saí da


cama por semanas e meu marido teve que me alimentar à força em
todas as refeições.

Eu não tinha nada pelo que viver.

Eles pensaram que com ela morta poderiam me controlar


melhor, mas ela era a única coisa com a qual eu me importava,
importava-me o suficiente para me comportar para que eu pudesse
protegê-la.

Mas não, era ela.

Qualquer coisa que eles fizessem comigo, para me dobrar, não


era nada comparado à morte da minha filhinha.

Mas ela não estava morta, eles mentiram para mim. Eles
fizeram isso para me causar dor. Pensaram que eu seria uma má
influência para minha filha e ela não teria sido criada
corretamente.

Eles a deram aos meus pais.

Minha irmã Bell veio anos depois e me salvou, tirou-me da


seita. Eu pensei que ela estava morta também. Foi o que me
disseram, mas era tudo mentira.
Minha irmã me disse que havia encontrado minha filha, ela a
tinha e estava segura.

Eu não podia acreditar que ela não estava morta.

Deixei aquele lugar; saí da cabana onde fui forçada a passar


os últimos três meses como punição.

Eu nunca olhei para trás. Consegui meus documentos e um


emprego, mas meu ex-marido Arthur foi visto alguns dias atrás.
Ele estava andando por aí mostrando minha foto para as pessoas
e indo para as escolas da região tentando encontrar minha filha.

Um membro do clube MC em que meu cunhado está correu


para casa e nos contou.

Deus, o medo que eu sentia era irreal. Não era medo por mim,
mas era o medo de algo acontecer com minha filha.

Eu me escondi, mas percebi que só precisava ir para outro


lugar e começar de novo onde ninguém me conhecesse, e ele não
pudesse me encontrar.

É por isso que estou me mudando a uma hora de distância


para uma pequena cidade onde minha sobrinha mora com o
marido, que também é presidente de um MC lá.

Eu encaro a parede, o medo enviando arrepios na minha


espinha. Quero esquecer essa parte da minha vida, mas preciso
protegê-la acima de tudo.

Eu me forço a ficar de pé, caminho até o meu armário e coloco


um par de leggings junto com um moletom, já que o ar está frio lá
fora. Meus olhos vagam pelas malas no chão, meu coração doendo
porque esta é minha primeira casa desde que deixei aquela vida.

Mas terei minha sobrinha River, então não estarei


completamente sozinha.

As garotas valem mais do que qualquer coisa na vida do culto.


Eu sei até onde eles iriam apenas para mantê-las.

— Mamãe, estou pronta! — Annie grita de seu quarto e eu


corro para vestir minhas roupas que havia escolhido.

— Estou indo, amor. — Escovo os dentes e guardo minha


escova, olhando ao redor do banheiro uma última vez para ter
certeza de que não esqueci nada.

Pego minha última mala que ainda não está no meu SUV.
Annie está sentada no corredor brincando com suas bonecas. Ela
olha para mim sorrindo, mostrando o dente da frente que falta.

Meu coração pula com o quanto ela é bonita. Eu a fiz e ela é a


melhor coisa que já fiz na minha vida. À noite, eu me pego olhando
para ela dormindo em segurança em sua cama. É difícil acreditar
que ela está aqui.

A porta da frente se abre e olho por cima da escada. Minha


irmã Bell e seu marido Maverick entram em casa.

Bell olha para mim e sorri, mas posso ver que ela está triste
com a minha partida. Eu sorrio de volta para ela. — Annie, Bell
está aqui. — Sua cabeça se levanta olhando por cima do corrimão.
Ela grita e desce as escadas correndo como se não os visse há
meses, não apenas ontem.

Eu rio e a sigo escada abaixo, puxando minha mala comigo.


Maverick me encontra no meio da escada, pegando-a de mim.

Bell me abraça. — Vai sempre me visitar? — sussurro para


ela, abraçando-a um pouco mais apertado.

Ela mudou minha vida; ela me deu uma vida e me ajudou no


momento mais sombrio da minha vida. Sem ela, não tenho certeza
de onde estaria.

Ela se afasta tocando minhas bochechas. — Você não poderia


me manter longe.

Ela pode ser minha irmã, mas assumiu o papel de minha mãe,
por ser muito mais velha do que eu.

Eu rio e me viro para Maverick, que está observando minha


irmã. Ele está tão apaixonado por ela e isso me deixa feliz demais
que ela o tenha.

Annie caminha até Maverick e levanta os braços para que ele


a pegue. Ele ri e a abraça com força. — É melhor você ser boazinha
para sua mãe, ok?

Ela ri e puxa as pontas do cabelo dele, e por sua vez ele faz
cócegas em seus lados enquanto ela cai na gargalhada.

— Você está pronta, minha menina? — Eu pergunto a ela.


Temos uma hora de carro até lá.
Ela abraça Maverick um pouco mais forte antes que ele a
incline para que ela possa abraçar Bell. — Estaremos lá para vê-la
na próxima semana. — Annie acena com a cabeça e enfia a boneca
debaixo do braço.

Maverick carrega minha mala para a garagem e sigo atrás dele


com minha bolsa no ombro, segurando a mão de Annie.

Abro a porta de trás e ajudo Annie a se sentar, certificando-


me de que ela está com o cinto de segurança corretamente.

Maverick fecha as costas, bufando. — Eu não gosto dessa


merda, você pode voltar a morar conosco, — ele aponta.

Eu rio. — Eu sei Maverick, mas quero que a vida dela seja o


mais normal possível.

Ele acena com a cabeça, mas não parece feliz. Bell abre a porta
e eu deslizo para o meu lugar, ligando o SUV.

Eles acenam quando saio da garagem. Sinto que estou indo


para a faculdade pela primeira vez e meus pais estão me
observando sair.

O portão se abre e dois prospectos estão esperando do lado de


fora do portão para me escoltar até os Grim Sinners Rebels.

Aperto o botão no volante para ligar para River, avisando que


estou a caminho.

Deixei escapar uma respiração profunda tentando acalmar


meus nervos. Olhando no espelho retrovisor para verificar Annie,
pergunto a ela: — Pronta para ir, querida?
Ela sorri.

Sim, tudo vai ficar bem.


River está correndo, enlouquecendo porque sua tia está se
mudando para a casa ao lado do clube.

Tento não rir quando a vejo tropeçar nas botas de um dos


caras, mas olho para baixo antes que ela perceba que estou
tentando não rir.

— Querida, vá devagar, tudo vai ficar bem, — Gage tenta


tranquilizá-la, mas não a perturba.

Ela finalmente suspira e se acomoda. Estou em meu escritório


preenchendo alguns dos prontuários que minha assistente decidiu
que queria parar de fazer antes de eu demiti-la. Sou o médico do
clube, mas também trabalho no hospital local fazendo cirurgias de
emergência sempre que tenho tempo.

Não sei nada sobre a tia de River além do fato de que ela está
vindo aqui para se esconder de um ex-marido com quem foi
forçada a se casar na seita.

É incrível que coisas assim aconteçam. Eu vi os efeitos dessa


vida nas mulheres, incluindo River, e é terrível.

Suspiro, recostando-me na cadeira, olhando para a tela na


parede que mostra os portões. River enfia a cabeça no meu
escritório. — Ela chegou. Traga sua bunda aqui para poder
conhecê-la.

Eu rio. Ela é a old lady do Presidente e foi feita para essa merda
com esse seu jeito. Já testemunhei seu lado ruim e daqueles que
sofreram por causa disso.

Olho para a tela na parede e vejo um SUV estacionando em


frente ao portão com dois prospectos atrás dele.

O SUV para na minha frente quando saio do clube. River está


pulando para cima e para baixo animadamente, abrindo a porta e
abraçando uma mulher lá dentro.

Terror sai do clube ao meu lado e os prospectos decolam no


segundo em que os portões são fechados quando ela se encontra
em segurança.

— Você precisa de mim para ajudar com as malas? — Pergunto


à River quando ela dá um passo para trás, deixando a tia sair.

Ela sai de trás da porta e quase caio morto no local, o ar


deixando meus pulmões quando seus lindos olhos se voltam para
olhar para mim.

Estou fodido.

Estou com os nervos em frangalhos durante todo o caminho


até aqui. Eu constantemente me pegava procurando meu ex-
marido Arthur, para ter certeza de que ele não havia nos seguido.
O rosto de todos por quem passei na estrada me fez prender a
respiração.

Minha filhinha está em seu próprio mundo no banco de trás,


comendo seu McDonald's e brincando com o brinquedo que veio
com ele.

Em pouco tempo, o portão do clube aparece, os nervos me


atingindo com força total, pois vou encontrar um monte de
estranhos.

A casa em que estou hospedada fica perto de River e atrás do


portão e da cerca, por isso é o lugar mais seguro.

Olho minha filha no banco de trás, seus olhos estão grudados


na janela olhando para tudo.

— Chegamos, — digo a ela e desligo o GPS esperando o portão


abrir. Os prospectos atrás de mim esperam que eu entre antes de
voltarem para a cidade.

Ok, aqui vamos nós.

Vejo alguns homens saindo da sede do clube e então meus


olhos atingem River, que está sorrindo de orelha a orelha.

Meu pânico diminui um pouco, mas minhas mãos ainda estão


tremendo, então eu seguro o volante para pará-las.
Eu tenho TEPT1. Sei que nem todo mundo é como os homens
com quem cresci e com quem me casei, mas esse medo está
profundamente enraizado em minha alma.

Velhos hábitos são difíceis de quebrar às vezes.

Paro o carro e River abre minha porta, puxando-me para um


abraço apertado. O medo diminui lentamente de mim e eu a abraço
de volta com força. Ela se afasta me olhando feliz. — Estou tão feliz
por você estar aqui.

Sou apenas um ano mais velha que ela, eu com vinte e dois
anos e ela com vinte e um.

— Eu também. — Deslizo para fora do carro esticando as


pernas. Gage abre a porta traseira e deixa Annie sair. Ela aperta a
perna dele com força; ela o ama tanto quanto Maverick.

Eu saio de trás da porta sorrindo para eles. Olho para a sede


do clube, é enorme, e depois para os homens que estão na frente.

Toda a minha respiração deixa meus pulmões ao ver o homem


parado diante de mim. Ele é lindo com os olhos mais intensos,
olhos direcionados de volta para mim.

Meu rosto queima com o poder de seu olhar em mim. Eu me


viro e tento não mostrar que apenas isso me afetou.

Annie sai correndo de trás do carro e vem até mim. — Mamãe,


Gage está aqui, — ela anuncia e aponta para ele como se eu não o

1
Estresse pós-traumático, é um distúrbio caracterizado pela dificuldade em se recuperar depois de
vivenciar ou testemunhar um acontecimento assustador.
visse. Confie em mim, ninguém perde Gage com o quão grande ele
é.

Gage levanta o braço e acena para as pessoas. Eu espio e vejo


o cara que é muito bonito para o seu próprio bem, encaminhando-
se para cá.

Ele para bem na minha frente; seu cabelo escuro, olhos azuis
brilhantes e a barba em seu rosto lhe dão uma aparência grosseira
e esfarrapada, complementando sua pele bronzeada pelo sol.

Olho para seu peito, incapaz de encontrar seus olhos.

Mais alguns caras saem da sede do clube. Eles são todos


bonitos, mas ninguém se compara ao que está na minha frente.

— Tudo bem, rapazes, esta é Daniella. Eu a mencionei na


última reunião que tivemos. Ela está se mudando para a casa ao
lado, — Gage anuncia a todos.

— Eu sou o Terror, — outro me diz e oferece sua mão para eu


apertar. Ele é menor do que o resto dos caras, mas vejo um fogo
em seus olhos que me permite saber exatamente por que ele
ganhou o nome de Terror.

O próximo é quase tão grande quanto Gage. — Andrei. — Ele


aperta minha mão e se afasta de mim, seus olhos são intensos,
olhando para tudo ao meu redor.

O próximo é o homem bonito.

Ele sorri para mim e depois para Annie, que sorri por ter sido
notada. — Eu sou Knight, o médico do clube. — Ele levanta a mão
para eu apertar e com as mãos trêmulas coloco minha mão na
dele.

Sua mão é quente, borboletas enxameiam meu estômago. —


Daniella.

O sorriso atinge seus olhos. Eu posso sentir River olhando


para mim e leva tudo em mim para me afastar dele e olhar para
ela.

O sorriso em seu rosto me permite saber que sou tão óbvio


quanto pensei que fosse. — Eu sou Annie, — minha bebê anuncia
a todos.

Os caras riem e Knight se abaixa até ficar no nível dela. — É


um prazer conhecê-la Annie, eu sou Knight.

Seus olhos ficam grandes e eu sei exatamente por que, ela é


obcecada por princesas. — Um cavaleiro2 de verdade?

Ele me olha rindo. — Eu sou.

Sua boca se abre. — Oh, meu Deus! Posso mostrar minhas


bonecas de princesa? — Ela pula para cima e para baixo olhando
para o SUV onde seus brinquedos estão guardados no banco de
trás ao lado dela.

— Quer que eu pegue para você? — ele pergunta e ela corre


para o banco de trás, abrindo e apontando para o contêiner.

2
Knight, em inglês, significa Cavaleiro.
— Posso levá-la até sua casa, Lady Annie? — ele diz em um
tom formal e meu coração parece que vai explodir.

River estende a mão e segura minha mão. — Garota, meus


ovários também podem estourar, — ela sussurra em meu ouvido e
segue ao meu lado enquanto seguimos atrás de Knight e Annie,
que estão falando muito sobre princesas.

Viramos a esquina do prédio e uma linda casa amarela


aparece. — É linda River, obrigada por nos deixar ficar aqui, —
digo a ela.

Ela aperta minha mão um pouco mais forte. — Estou feliz por
estarem aqui. Quero minha família perto e nada é mais perto do
que a casa ao lado, — ela brinca e eu sorrio para ela, grata por sua
despreocupação.

Olho para trás e vejo que Gage está no banco da frente do meu
SUV. — Bem, eu deveria ter vindo. — Estou envergonhada por ter
estacionado tão longe.

Knight abre a porta da casa e coloca a caixa dentro. — Vou


descarregar o resto das suas coisas e podemos brincar, que tal? —
ele afirma para Annie e ela olha para ele como se ele estivesse
alcançado a lua.

Knight olha para mim, eu olho para o chão e corro para o meu
SUV para ajudar a tirar minhas malas.

Antes que eu possa abrir a porta, Knight põe a mão na porta,


parando-me. — Eu vou pegar suas coisas, — ele oferece e eu não
quero que ele se sinta obrigado, mas o olhar suave em seu rosto
me faz concordar.

— Ok, obrigada.

Gage enfia a mão no banco de trás e pega algumas caixas. Eu


me sinto estranha por não fazer nada. — Posso fazer o jantar como
agradecimento? — Pergunto a eles, esfregando a parte de trás do
meu pescoço.

Gage sorri para mim. — Eu e River temos planos, mas


obrigado, Daniella.

Olho para Knight. — Estarei aqui.

Tento não desmaiar ao ouvi-lo concordar em vir para o jantar.


Deixo escapar um suspiro calmante tentando fingir que não é nada
demais.

Mas você já viu como esse homem é bonito? É uma grande


coisa.

River está no degrau da frente sentada com Annie falando


sobre livros para colorir. Annie está morrendo de vontade de
conhecer Penelope enquanto River fala sobre ela o tempo todo.
Estou feliz que ela tenha uma amiga com quem brincar. Eu preciso
de um trabalho enquanto ela estiver na escola.

Meu couro cabeludo está doendo por usar um coque alto por
tanto tempo, então eu me levanto e tiro meu cabelo da presilha e
passo meus dedos pelos fios indo até River e me sento ao lado dela,
deixando espaço suficiente para que os caras passem por nós
enquanto levam minhas coisas para dentro.

Posso sentir River me encarando e Knight, que estou tentando


ignorar, enquanto vejo Annie brincar. — Tenho tanta inveja de seu
cabelo, que quero arrancá-lo de sua cabeça.

Eu rio alto. — Você pode tentar, com certeza. — Sorrio para


ela e ela ri. — É melhor eu estar no meu melhor comportamento
então, hein? — Sorrio com a resposta dela enquanto continuamos
a assistir os caras trazerem minhas coisas.

Tento não observar a maneira como os braços de Knight se


flexionam quando ele levanta pesos. — Eu vejo você olhando para
ele, — River me fala.

Meu rosto fica vermelho imediatamente e olho para minhas


mãos. — Ele é muito bonito, — confesso, olhando para ele.

Ela sorri. — Ele é um homem muito bom. — Ela joga isso e


olho para ele enquanto ele está de costas para mim.

— É? — Eu repito.

Ela acena com a cabeça. — Um dos melhores.

Sorrio e olho para Annie, que está embalando seu bebê para
dormir. — Acho que preciso ir às compras antes de nos alojarmos.

— Já fizemos compras para você, está totalmente abastecida.

Eu balanço minha cabeça. — Você já fez muito por mim, River.


Ela ri e me abraça. — Claro que queria que sua estada aqui
fosse a melhor e espero que nunca vá embora. É à minha maneira
egoísta de garantir que isso aconteça.

Eu rio alto. — Você é louca, River.

Ela encolhe os ombros. — Acho que todos nós sabemos isso.

Uma vez que todas as minhas coisas estão dentro, eu me


levanto e sigo os caras. Annie está correndo na minha frente e
direto para o sofá, deixando-se cair. — Eu amei isso. — Ela suspira
dramaticamente e se deita.

Eu rio de seus dramas. — Obrigada por tudo isso, — digo a


todos, o peso dos olhos de Knight em mim é quase demais.

— A que horas você me quer aqui para jantar? — ele pergunta,


então acho que ele realmente estava falando sério.

— Sete? — Eu ofereço e ele acena.

— Estarei aqui. — Todos eles saem, e River me dá um olhar


malicioso, já que ela é a última a sair pela porta.

No segundo em que a porta se fecha, caio de costas no sofá,


tentando me acalmar. Eles já levaram minhas malas para cima e
digo à Annie: — Vou desfazer as malas, querida. — Ela balança a
cabeça, com os olhos grudados na TV.

Subo as escadas até onde ficam nossos quartos, esse lugar é


lindo. Tem uma decoração em estilo de fazenda campestre que o
faz parecer aconchegante e caloroso.
Sento-me no chão e abro minha mala olhando para todos os
meus pertences. Olho em volta do meu novo quarto, grata por ter
uma nova casa e por estarmos seguras.

Eu gostaria que meu ex me deixasse em paz. Faz mais de um


ano desde que parti e muito mais tempo do que antes que eu o via.

Eu o odiava, Deus, como o odiava. Ele era tão horrível para


mim. Fui usada como bode expiatório para o resto das mulheres.
Eu era a demonstração do que aconteceria se você desobedecesse.

Não quero cair nesses pensamentos, mas ouvir que ele está
procurando por mim traz de volta velhas lembranças que tentei
incansavelmente esquecer.

Desempacoto todas as minhas roupas e sigo para o quarto de


Annie para guardar suas coisas. Sorrio com a forma como River
decorou seu quarto para ela em princesas.

Pequenos passos estão subindo as escadas. Observo enquanto


ela entra em seu novo quarto, seus olhos brilhando com a visão.

— Uau, olhe para as bonecas. — Seus olhos estão grudados


em sua cama, que só agora percebi que está cheia de brinquedos
novos.

Ela está totalmente mimada.

— Acho que vamos gostar daqui, querida, — digo a ela e ela


sorri para mim.

— Eu acho que nós também, mamãe.


Sete horas chega rápido demais para o meu gosto. Eu me visto
bem ou apenas uso calça de moletom, casualmente?

Ugh, o estresse de tudo isso.

Fiz lasanha e pão de alho do princípio. No culto tínhamos que


fazer tudo do zero, e cozinhar era uma das coisas que mais
gostava. Isso me deu paz.

Eu o ouço antes de vê-lo; uma moto estaciona na frente da


casa, a luz brilhando na janela.

Vou até a porta, destrancando-a para ele. Ele desce de sua


moto, seu jeans esticado em torno de suas coxas e ele olha para
mim olhando para ele do topo da escada.

Nós não falamos até que ele esteja bem na minha frente. Dou
um passo para trás, permitindo que ele entre na casa. — Espero
que você tenha desempacotado tudo bem, — ele diz para mim, seus
olhos analisando meu rosto.

Eu sorrio. — Sim. Eu fiz lasanha, espero que esteja bem para


você? — Pergunto-lhe.
Seu rosto suaviza. — Isso parece ótimo, querida. — Minhas
costas endurecem com o nome que ele acabou de me chamar, e eu
olho para o chão tentando não mostrar meu sorriso.

— Annie, hora do jantar, querida, — eu a chamo da sala de


estar e ela sai correndo, indo imediatamente para a mesa da sala
de jantar.

— Só me deixe tirá-la do forno.

Uma mão me impede de ir em direção à cozinha. — Deixe-me


pegar para você, — ele me diz e desliza por mim para a cozinha.

Meus olhos o seguem até a cozinha, chocada por ele ter se


oferecido para pegar o jantar para mim. Sento-me ao lado de
Annie, nervosa. Esfrego minhas mãos nas minhas coxas.

Ele volta com duas luvas cor-de-rosa e segurando o prato de


lasanha, colocando-o à nossa frente no meio da mesa.

— Obrigada, Knight, — agradeço a ele e ele sorri, balançando


a cabeça. Pego seu prato antes que ele possa pegá-lo e encho com
uma porção grande e depois Annie, que não perde um segundo.

Pego minha comida e olho para Knight para ver se ele aprova,
mas ele está me observando. — Está tudo bem? — Pergunto.

— Só esperando você se servir, — ele me diz e eu luto contra o


sorriso com sua consideração.

Ele dá uma mordida e eu faço o mesmo, seus olhos se


arregalam olhando para mim com olhos selvagens. — Put... — Ele
para no meio da palavra e eu começo a rir.
— Annie foi cercada pelos Grim Sinners, acredite, ela ouviu
isso e coisas piores.

Ele ri também e olha para Annie e ela está rindo dele. — Sr.
Knight quase disse um palavrão, — ela o provoca.

Ele ri. — Tenho que ter mais cuidado, hein, — ele lhe diz e ela
ri ainda mais.

— Está tudo bem, os cavaleiros podem dizer palavrão, — ela


lhe responde e eu observo os dois, meu estômago revirando com a
interação deles.

Estou tão feliz que ela tenha percorrido um longo caminho.


Sou muito grata todos os dias por sua vida não ser como a minha,
ela pode ser uma criança e pode escolher ser o que quiser.

Ele ri, seu sorriso atingindo seus olhos enquanto ele olha para
ela.

— Acho que você gostou da comida? — Eu pergunto e ele


acena com a cabeça.

— Esta é a melhor coisa que já comi.

O jantar passa com Annie e Knight em seu próprio mundo, ela


tem um milhão de perguntas para ele.

Eu apenas encaro os dois, principalmente Knight, porque


apenas o jeito que ele olha quando seu garfo espeta sua comida faz
com que seus músculos se flexionem.
São cerca de sete e meia quando terminamos de comer. —
Knight, podemos jogar agora? — ela pergunta a ele.

— Deixe-me ajudar sua mãe a limpar e já vou lá. — Ela ri e


pega seu prato, correndo para a cozinha e depois para a sala onde
sei que ela está se preparando.

— Obrigada pela ajuda, — digo a ele agora que estamos


sozinhos.

— Eu deveria agradecer a comida incrível. — Ele pega meu


prato e o dele antes que eu possa agarrá-lo, então com a mão livre
carrega o prato de lasanha pesado.

O que me deixa sem nada para carregar enquanto sigo atrás


dele e ele coloca tudo no balcão.

Ele se vira de repente e eu recuo chocada, só agora percebendo


o quão perto estamos.

— Opa. — Eu rio.

Deslizo o prato em direção à pia sem prestar atenção, e tudo


acontece em câmera lenta. A faca que eu tinha no balcão onde
piquei alho e cebola para o molho cai no chão. Tento me afastar da
faca, mas ela desliza pela lateral da minha perna e aterrissa a
lâmina em direção ao meu pé.

— Ah, porra! — Knight grita e eu caio de bunda no chão. Eu


olho para minha perna, e tenho um corte profundo na lateral da
minha panturrilha, o corte tem pelo menos sete centímetros de
comprimento.
Knight pega um pano limpo e o pressiona na minha perna para
estancar o sangramento. — Ouch, — eu assobio com a pressão.

Essa sou eu, a azarada. Ele está de joelhos na minha frente,


com as sobrancelhas franzidas de preocupação.

— Posso olhar? — ele me pergunta.

Concordo com a cabeça e ele tira a toalha, olhando para a


ferida. — Você vai precisar de pontos com certeza, — ele me diz,
colocando a toalha de volta e amarrando-a em volta da minha
perna para não ter que segurá-la.

Eu bufo de aborrecimento. — Pode pegar minhas chaves para


que eu possa dirigir até o hospital? — Pergunto-lhe.

Ele olha para mim em estado de choque. — Foda-se não, eu


não posso. Vou levá-la, ou posso fazer isso sozinho em meu
consultório na sede do clube.

Minha boca se abre em choque. Eu realmente quero levar


Annie ao pronto-socorro esta noite? Eu limpo minha garganta
tentando ignorar o latejar na minha perna. — Você pode.

— Ok, então, você se importa se eu chamar River para que ela


possa cuidar de Annie enquanto eu levo você?

Concordo com a cabeça, enquanto ele pega o telefone e liga


para River, eu tento me levantar, mas é inútil. Isso puxa o corte e
posso sentir o sangue escorrendo pela minha perna.
Eu empurro o pano para a minha ferida com mais força.
Knight desliga o telefone e ouço Annie vindo pela casa em direção
à cozinha.

Olho para Knight em pânico porque ela vai ficar chateada


quando me vir. Ela para de repente ao me ver sentada no chão,
seus olhos indo para o sangue e minha perna. — Mamãe, você está
bem? — Ela corre para mim e eu aceno.

— Sim, querida, acabei de me cortar um pouco. Tenho que


levar alguns pontos e ficarei melhor.

Nem mesmo um minuto depois ouço um veículo parando no


quintal enquanto Annie está pairando sobre mim. — River está
aqui para cuidar de você enquanto eu recebo esses pontos, não
vou demorar muito ok? — Eu digo a ela e pego sua mãozinha.

Knight corre para a porta da frente e ouço River correndo pela


casa. Ela absorve a cena. — Droga, Daniella, quantos pontos isso
dá só este ano? — Ela ri quando vê que não é sério.

Eu rio e estremeço com o movimento repentino da minha


perna, esquecendo-me disso por um segundo. — Você pode me
ajudar a levantar? — Eu pergunto a ela, mas Knight para na frente
dela, curvando-se na minha frente. Eu o olho em choque quando
seus braços deslizam sob meu corpo me levantando do chão
facilmente.

— Eu posso andar, — digo a ele quando me carrega para fora


da cozinha. Coloco meu braço atrás de seu pescoço.
Ele olha para mim. — Eu sei que você pode, mas eu não teria
uma desculpa para segurá-la, não é?

Eu quase desmaio e não pela perda de sangue.

Eu sorrio. — Você está flertando comigo, Knight? — Eu rio e


ele ri.

— Você gostou disso? — ele pergunta.

Deixo escapar um suspiro profundo quando ele se aproxima


do meu carro e me muda para um braço para abrir a porta,
colocando-me dentro. — Gostei, — digo a ele, minha voz suave.

Seu rosto se suaviza e sua mão se estende suavemente


afastando meu cabelo do meu rosto. — Ótimo. — Ele se afasta
fechando a porta.

Puta merda.

Eu toco meu rosto em chamas. Ele entra no lado do motorista


e corre pela pequena trilha até a sede do clube. A porta está aberta
e vejo Terror segurando-a aberta.

Acho que se espalhou a notícia sobre minha falta de jeito.


Knight dá a volta e abre a porta, levantando-me de volta em seus
braços.

Dentro da sede do clube, os caras estão segurando a porta de


uma sala depois da área de estar. A sede do clube é igual à do meu
cunhado, os sofás são enormes e revestem o centro da sala com
uma enorme TV de tela plana.
Dentro do consultório, parece um consultório médico. Estou
sentada na cama com a perna apoiada. Knight atravessa a sala e
pega um pequeno frasco e uma agulha. Eu chupo meus lábios
sabendo que vou ter que tomar uma injeção.

Ele enche a agulha e vem até mim, puxa o pano e enxuga um


ponto próximo ao ferimento limpando-o. — Tudo bem, eu
realmente não quero te machucar, — ele resmunga, olhando para
mim.

— Tudo bem. — Viro a cabeça e estremeço ao sentir a agulha


deslizando pela minha pele.

Não passa muito tempo antes que eu fique entorpecida. Deixei


escapar uma respiração profunda me sentindo muito melhor. —
Melhor? — ele me pergunta, com a mão na minha canela abaixo
do corte.

Eu concordo. — Sim, obrigada Knight.

— Pronta? — ele pergunta e eu vejo o kit de sutura.

— Posso me deitar para não ter que assistir? — Eu pergunto.

Ele me ajuda a sentar, trazendo um cobertor de debaixo da


cama em uma gaveta e me cobre, deixando apenas minha perna
de fora.

— Qual sua comida favorita? — ele me pergunta.

Sinto uma pressão e suspiro, feliz por não estar sentindo nada.
— Italiana. A sua?
— Sua lasanha.

Eu rio. — Bem, você quer que eu lhe dê um pouco para levar


para casa mais tarde? — Eu pergunto.

— Obrigado, Deus.

Comecei a rir de novo, meus olhos lacrimejando de tanto rir.


— Fechado.

Alguns minutos depois, ele coloca um curativo sobre a ferida.


— Tudo feito? — Pergunto-lhe.

Ele pega minha mão e me ajuda a sentar. Olho para minha


perna e vejo que todo o sangue foi limpo. — Obrigada, — digo a
ele.

Ele se senta em sua cadeira ao meu lado, olhando para mim


meio sério, o que me faz pirar imediatamente.

Meu coração começa a acelerar. — Qual é o problema? — Eu


pergunto a ele, torcendo minhas mãos na minha frente.

Ele sorri. — Vá a um encontro comigo amanhã à noite.

Eu juro que toda a respiração do meu corpo me deixa, sem


esperar isso. Seus olhos procuram meu rosto, sei que ele está
esperando minha resposta.

— Encontro? — Eu pergunto estupidamente, meio chocada


que ele me convidou.

Ele ri. — Sim querida, em um encontro.


Penso nisso por um momento, penso na maneira como ele
cuidou de mim e sorrio levemente. — Sim, eu gostaria disso,
Knight.

É a verdade, a forma como ele está perto da minha filha e a


forma como cuidou de mim quando me machuquei é tudo. Eu seria
louca se não o fizesse.

O sorriso atinge seus olhos. — Ótimo. Pronta para voltar para


casa? — ele me pergunta, e estende a mão tocando meu antebraço
quando me mexo na cama.

— Sim.

Eu coloco meu pé no chão e assobio ao sentir os pontos


puxando minha ferida.

Knight não pergunta, apenas se abaixa e me levanta do chão


em seus braços, carregando-me mais uma vez. — Você não tem
que me carregar, — digo a ele.

Ele ri. — Confie em mim, tudo isso é puramente por motivos


egoístas.

Eu arqueio uma sobrancelha com suas palavras, confusa. —


O quê?

Ele para de andar e olha para mim completamente. —


Querida, eu vou pegar qualquer desculpa que conseguir para te
abraçar.
Meu rosto queima com suas palavras e resisto à vontade de
esconder meu rosto em seu pescoço. — Knight, — eu sussurro,
sorrindo. — Você é doce.

Ele mostra uma covinha. — Querida, esse deve ser o nosso


segredo agora.

Ele caminha pela sala principal; Terror corre para a porta


segurando-a aberta para nós novamente. — Obrigada, Terror.

Todos eles foram muito gentis comigo. Eu estendo a mão e


abro a porta do meu carro, então Knight não precisa, e ele me
coloca dentro gentilmente certificando-se de cuidar da minha
perna.

Minha casa fica literalmente ao lado, então não leva mais de


um minuto para voltar. Na sala, vejo River e Annie sentadas no
sofá assistindo TV.

Knight dá a volta e abre a porta para mim. Eu coloco minha


perna para fora e sei que realmente preciso caminhar porque tenho
que cuidar de Annie.

Ele pega minha mão e eu o uso para me levantar do assento,


cerrando os dentes com a sensação horrível dos pontos e a
dormência passando.

— Eu preciso tentar andar, — digo a ele e sua mandíbula se


flexiona. Eu sei que ele está querendo me carregar de novo, mas
ele não pode me carregar para todos os lugares a noite toda e
amanhã.
Ando lentamente e coloco toda a pressão no pé oposto. A dor
não é ruim quando pego o jeito de encontrar o jeito certo de andar.

— Você está bem? — ele me pergunta e abre a porta da frente


para mim. Os passos não eram divertidos. Posso dormir lá embaixo
no sofá esta noite para evitar subir.

— Sim, eu estou bem. Obrigada por perguntar. — Agradeço e


entro. Annie pula do sofá e corre para mim.

— Mamãe, você está bem?

Eu juro que ela me chamando de mamãe nunca cansa.


Lembro-me da primeira vez que ela me chamou de mamãe e jurei
que poderia ter desmaiado.

— Estou bem, querida, só um pouco dolorida. — Eu a puxo


para mim, dando-lhe um abraço. Não gosto de ver meu bebê
preocupado.

Ela pega minha mão e me leva até o sofá para que eu possa
me sentar. River está observando Knight e então se levanta. —
Bem, eu tenho que ir para casa para o meu homem. — Ela pisca
para mim e sai pela porta.

Knight tira um frasco de comprimidos do bolso. — Aqui estão


alguns analgésicos se você precisar deles esta noite. — Ele o coloca
na mesa de café na minha frente.

— Mamãe, podemos escolher minha roupa hoje à noite para


minha nova escola amanhã? — Annie me pergunta, empolgação
em seu rosto.
Eu sorrio. — Sim, querida, vamos depois do seu banho. — Eu
corro minha mão pela parte de trás de sua cabeça.

— Que horas você tem que sair para levá-la para a escola? —
Knight me pergunta.

— Sete e meia. — Vivemos a poucos minutos da escola.

— Vou deixar vocês, garotas, fazerem isso; vejo você amanhã.


— Ele me dá um olhar aguçado e sorri para Annie, que sorri com
a atenção.

Ele sai de casa e aponta para a fechadura da porta. Annie corre


e a tranca para nós.

— Pronta para se preparar para dormir? — Eu pergunto a ela.

Ela pula para cima e para baixo. Eu lentamente me levanto e


pego o frasco de comprimidos do balcão para colocá-lo no meu
quarto.

Ela corre na minha frente e subo bem devagar as escadas até


nossos quartos. Posso ouvir o chuveiro ligado assim que chego ao
topo da escada, suando.

Eu jogo o frasco na cama e vou até o quarto dela para pegar


seu pijama e algumas opções de roupa para ela amanhã.

Minha filha está na primeira série. É difícil acreditar que meu


bebê está ficando tão grande.

Sento-me na beira da cama enquanto ela sai do chuveiro e


entra no closet para colocar o pijama que escolhi.
— Você quer que eu faça uma trança francesa em seu cabelo?
— Eu pergunto a ela, pegando sua escova de cabelo do balcão onde
eu a desempacotei mais cedo.

— Sim, por favor. — Sento-me na cama e faço sinal para que


ela suba na minha frente.

— Você está animada para o seu primeiro dia amanhã? — Eu


pergunto a ela.

— Tenho medo de que eles não gostem de mim, — ela diz


suavemente.

Meu coração dói por ela ter qualquer medo. — Baby, eles são
loucos se não gostarem de você, você é incrível! — Eu digo a ela.

Ela olha para mim sorrindo. — Eu te amo mamãe.

Envolvo meus braços em torno dela, abraçando-a com força.


— Eu também te amo minha doce menina. — Eu escovo seus fios
e faço uma trança em seu cabelo. — Quer que eu leia um livro para
você?

Ela desliza para fora da cama e escolhe o que quer que eu leia.
— Cinderela, boa escolha. — Todos os seus livros são sobre
princesas.

Afasto o cobertor e ela entra; apago a luz e deixo apenas o


abajur ao lado da cama. Ela se aproxima até que sua cabeça esteja
apoiada em meu braço para conseguir olhar as fotos.

— Você gostou da sua nova casa? — Pergunto antes de


começar o livro.
Ela acena com a cabeça. — Sim, estou animada para ver
Penelope. — Ela ouviu falar sobre a garotinha que River cuida às
vezes.

— Talvez amanhã eu possa marcar um encontro para brincar?

Ela se senta e bate palmas com entusiasmo. — Oh, por favor.

Eu sorrio e afasto uma mecha de cabelo de seu rosto, ela se


acomoda e se aconchega em mim novamente. Levanto o cobertor
até seu ombro.

— Você sabe que a mamãe ama você? — Eu desistiria de tudo


por ela, faria o que fosse preciso para protegê-la. Eu só a quero
feliz, que tenha a vida que eu nunca tive.

Ela envolve o braço em volta do meu estômago me abraçando.


— Eu te amo mamãe.

Meu coração dói com suas palavras. Beijo o topo de sua cabeça
e fecho meus olhos por um segundo, aproveitando o momento. Eu
me viro para o livro e o leio em voz alta.

Ela ri em certos pontos e aponta para algumas das fotos.


Fecho o livro e o coloco na mesinha de cabeceira ao lado. Começo
a desejar-lhe boa noite quando vejo que ela está dormindo.

Ligo a babá eletrônica e apago a luz, certificando-me de que a


luz noturna está acesa do outro lado para que ela possa enxergar
se acordar.

Deixo a porta aberta enquanto saio bem devagar porque minha


panturrilha está começando a doer. Eu esfrego meus olhos e vou
para o chuveiro para me lavar. Eu me certifico de deixar minha
perna de fora, para que os pontos não molhem.

Estou prestes a desmaiar quando termino meu meticuloso


banho. Eu quase caio na cama, estendo a mão e pego meu telefone
da mesa de cabeceira.

Vejo uma mensagem de um número que não reconheço. Abro


a mensagem e não consigo evitar que o sorriso deslize em meus
lábios.

Ei, aqui é Knight, consegui seu número com River. Você


conseguiu subir bem?

Desligo a luz do criado-mudo, deixando-me no escuro com


meu telefone. Mando uma mensagem para ele de volta. Fui lenta,
mas consegui, e já na cama. Obrigada por tudo novamente.

Um segundo depois, a pequena bolha na parte inferior


aparece, informando que ele está digitando. Tenha cuidado ok, até
amanhã querida.

Oh, Deus me ajude, meu estômago revira com a perspectiva


de vê-lo amanhã.

Boa noite, Knight.


O alarme dispara e eu gemo, desligando-o no meu telefone.
Deslizo para fora da cama muito lentamente e vou até o meu closet,
colocando um par de leggings e um moletom, já que está dez graus
lá fora.

Espio Annie e ela ainda está dormindo. Desço as escadas.

Ligo a cafeteira e sento-me na bancada, mexendo no meu


telefone. Recebo uma mensagem de Knight, surpreendendo-me já
que era tão cedo.

Acordada?

Eu respondo: Sim, acabei de acordar.

Ele não responde e eu esfrego os olhos, sonada do analgésico


que tomei ontem à noite. De repente, uma luz dança pela cozinha.
Olho pela janela e vejo uma enorme caminhonete branca
estacionando atrás do meu SUV.

O medo me atinge, eu me levanto e espio pela janela. Minha


mão vai para minha garganta, esperando.

A porta se abre e vejo um pé calçado saindo e então ele


aparece.

Knight.
Deixei escapar uma respiração profunda, o medo diminuindo
de mim. Ele está carregando uma enorme sacola do McDonald's e
um café.

Oh, meu Deus. Ele nos trouxe o café da manhã?

Eu caminho até a porta, abro para ele e ele olha para mim
sorrindo. — Bom dia, trouxe café da manhã para você e a
princesinha.

Meu coração parece que poderia bater fora do meu peito. —


Knight, isso é tão legal da sua parte. — Meu nariz queima com a
ameaça das lágrimas.

Dou um passo para trás e o deixo entrar em casa. — Eu mal


podia esperar até esta noite para te ver, então... — Ele abre a
sacola na mesa da sala de jantar desempacotando tudo.

— Deixe-me ir acordar Annie, já volto. — Eu começo a subir


as escadas e me viro para olhar para ele. — Obrigada por isso,
Knight.

Como alguém que nunca teve muitas coisas boas acontecendo


com ela antes de eu deixar o culto, isso significa muito. Isso é tudo
porque ele pensou em mim e no meu bebê.

Abro a porta e, para minha surpresa, ela se vira para olhar


para mim quando espio para dentro. — Olá, meu docinho. Knight
trouxe o seu favorito.
Ela joga o cobertor de cima dela. — Espere, o que ele trouxe?
— ela pergunta animadamente. Pego a mão dela e ela praticamente
me arrasta escada abaixo.

Ela para de repente quando vê o banquete que ele comprou


para nós. — Oh, meu Deus! McDonald’s! — ela grita e eu rio de
suas travessuras.

Ele ri. — Acho que fiz a escolha certa.

Eu concordo. — Ah, sim, ela viveria do McDonald's se tivesse


escolha.

Ele puxa um assento para ela. — O que você quer, doce


menina? — ele lhe pergunta em um tom doce.

Eu cubro minha boca observando-o interagir com ela


enquanto ela aponta para as panquecas. Ele as desliza para ela e
lhe entrega um pouco de xarope que abre para ela. — Você quer
que eu corte para você?

Sento-me em frente a Annie, ela sorri e acena com a cabeça.


Ela pode cortar totalmente a comida, mas o observa feliz, amando
a atenção. Uma vez que ele corta a comida dela, ele se vira para
mim. — O que você quer? — ele me pergunta.

Aponto para o biscoito, linguiça e ovo. Ele entrega para mim e


um frapê de caramelo. — Como você sabia que eu gostava disso?
— Tomo um gole e suspiro com a grandeza que é o café.

Ele pisca para mim. — Eu tenho minhas fontes.


Ele se senta ao lado de Annie e lhe entrega um guardanapo
quando a calda escorre de seus dedos. Ele ri e se oferece para
ajudá-la a limpá-los.

Eu olho para o meu prato tentando fingir que isso não é a coisa
mais doce de todas. — Obrigada por isso, — eu digo e ele sorri para
nós duas.

— Vou subir e ajudá-la a se arrumar, — digo a ele assim que


terminamos de comer.

— Eu vou limpar tudo.

Eu hesito. — Eu posso fazer isso Knight, você já fez o


suficiente.

Ele olha para mim. — Garota, vá se arrumar e eu farei isso. —


Eu fico boquiaberta com ele e começo a rir. — Bem, sim senhor, —
eu zombo dele de volta.

— Annie, certifique-se de escovar os dentes, — eu grito para


ela e entro em seu quarto para tirar as roupas que ela escolheu
ontem à noite antes de dormir.

Ela queria usar um vestido florido e um enorme laço amarelo


no cabelo. Sai do banheiro limpando a boca com as costas do
braço. Ela pega suas roupas e se veste.

— Quer que eu prenda seu cabelo até a metade? — Eu


pergunto.

Ela balança a cabeça e se joga na cama na minha frente.


Escovo seu cabelo e deixo as ondas da trança caírem por suas
costas. — Você está linda, minha garota. — Finalizo o cabelo
adicionando o laço.

Ela se vira e toca as pontas do cabelo. — Obrigada, mamãe.

Eu a puxo para um abraço. — Pronta para ir?

— Sim! — Ela estende a mão e pega um ursinho de pelúcia de


sua cama, colocando-o debaixo do braço. — Posso levá-lo comigo
hoje?

— Claro, querida. — Pego sua mochila no chão e a carrego


escada abaixo para ela. — Vá pegar seu lanche na geladeira, — eu
digo e ela corre na frente.

Knight está parado ao pé da escada. — Uau, que linda princesa


você é, — ele diz.

Ela ri e esconde o rosto enquanto passa correndo e eu rio de


sua reação. Ele estende a mão e pega a mochila dela de mim.

Annie volta correndo com seu lanche e saímos de casa. —


Posso te levar para a escola esta manhã? — ele pergunta a Annie
que está caminhando ao lado dele.

— Oh, por favor, ele pode? — Ela se vira para mim, seus olhos
grandes e esperançosos. Eu toco sua pequena bochecha. — Sim,
ele pode nos levar, mas precisamos pegar seu assento.

Ele pega minha mão me impedindo de caminhar para o meu


SUV. — Eu tenho um assento para ela, Penelope é minha
passageira com frequência.
Ele abre a porta para ela. — Posso levantá-la para dentro,
princesa? — ele pergunta. Ela levanta os braços, ele a coloca
dentro e ela caminha até o assento elevatório.

— Certifique-se de apertar o cinto, baby. — Eu a observo para


ter certeza de que ela está afivelada.

Começo a abrir a porta do passageiro, mas ele faz isso por


mim. — Deixe-me ajudá-la a entrar? — ele pergunta.

Eu concordo. — Eu estava meio preocupada em como iria


entrar na sua caminhonete, — eu digo a ele rindo e ele coloca o
braço sob minhas pernas e me levantando no banco facilmente. —
Obrigada.

Eu posso sentir meu rosto queimando com seu toque. Ele


pisca e fecha a porta. Deus me ajude, a maneira como seu corpo
se move, flexiona e apenas respira é tão atraente.

Ele abre a porta e liga a caminhonete. — Vocês estão com frio?

— Estou, Knight, — Annie se intromete e ele chega no banco


de trás puxando um cobertor de princesa, cobrindo-a suavemente,
em seguida, liga o aquecedor.

Eu só quero abraçá-lo; ele é tão gentil conosco. Ele recua e


coloca a mão no encosto de cabeça atrás de mim, olhando pela
janela de trás.

Por que isso é tão atraente?

Eu posso sentir meu rosto ficando quente por tê-lo tão perto
de mim. Eu espio para ele e ele me pega.
Olho pela janela tentando não surtar enquanto meu estômago
revira. Ele ri e liga o rádio para preencher o silêncio. — Mamãe, —
Annie diz em um tom estranho.

Eu me viro no meu assento, olhando para ela. — Eu estou


assustada. E se eles forem maus comigo? — Sua pequena voz soa
tão lamentável.

Knight para na escola e em uma vaga de estacionamento,


então se vira para olhar para ela. — Eles vão te amar; você é doce
e gentil. — Seu rosto fica mais escuro. — Se eles forem maus com
você, me ligue e eu acertarei as contas com os pais deles.

Ela ri. — Você é um cavaleiro.

Eu cubro minha boca tentando não sorrir. Eu murmuro para


Knight. Obrigada. — Pronta para entrar, querida? — Eu pergunto
a ela.

Ela enfia seu ursinho de pelúcia debaixo do braço, dando-me


um pequeno aceno de cabeça. Knight dá a volta e me ajuda antes
de levantá-la. Ela pega minha mão e Knight carrega sua mochila
para ela.

Ela está de olho em todos os alunos. — Olha, lá está Penelope,


— Knight diz e aponta para um homem grande usando um colete
como Knight ao lado de uma garotinha. Os olhos da menina
brilham quando ela vê Knight.

— Oi, tio Knight.


— Oi, menina. Esta é Annie e é o primeiro dia dela, — ele
explica a ela e gesticula para Annie, que está sorrindo para
Penelope.

— Oi, Annie. Quer ser minha amiga? — ela pergunta à minha


filha e Annie floresce.

— Sim! — ela grita e pega a sua mão.

— Ela está na primeira série também? — Pergunto ao homem


que presumo ser seu pai.

Ele concorda. — Sim.

Knight põe a mão nas minhas costas, levando-me através da


multidão de pais para onde Penelope está nos levando.

A professora está na porta dando as boas-vindas a todas as


crianças e eu paro na frente dela. — Sra. James?

— Oi! Estou assumindo que esta é a Srta. Annie? É um prazer


conhecê-la. — Annie aperta sua mão. — Você pode guardar as
coisas dela, se quiser?

Penelope a tem no chão brincando. Aponto para o nome de


Annie nos cubinhos. Knight pendura suas coisas para ela. —
Annie, temos que ir, querida. Posso ganhar um abraço?

Ela corre até mim e eu me abaixo para poder abraçá-la com


força. — Vejo você em algumas horas. Penelope estará bem aqui
com você. — Ela acena com a cabeça e olha para Knight insegura
por alguns segundos antes de plantar o rosto em seu estômago.
Seu rosto mostra seu choque e depois o sorriso de pura
felicidade. — Me pegue mais tarde? — ela pergunta a ele.

— Você não poderia me impedir.

Ela o solta e vai brincar com Penelope. Nós saímos da sala de


aula e a professora fecha a porta atrás de nós, já que fomos os dois
últimos a entrar.

Nós dois espiamos pela pequena janela, ela se senta e olha ao


redor da sala. — Eu acho que ela vai ficar bem, — ele diz em voz
alta e sua mão roça no meu cabelo quando ele a coloca contra a
porta.

Eu me afasto da porta e saio do prédio. Eu sugo o ar fresco da


manhã. — Nunca fica mais fácil, — digo a ele.

Royal está do lado de fora da escola esperando por nós. — A


professora é boa, também não gostei de deixar Penny na primeira
vez, — ele me diz.

Eu sorrio agradecida. — Obrigada, Royal, isso significa muito.

Ele sorri de volta e Knight coloca a mão nas minhas costas. —


Eu vou para a sede do clube, vejo vocês mais tarde.

Knight abre minha porta para mim e me coloca dentro mais


uma vez. — Obrigada.

— Você se importa se eu olhar sua perna? — Ele olha para a


minha perna.

— Sim, tudo bem.


Ele gentilmente agarra minha perna e levanta minhas leggings
acima do meu corte. Ele puxa a compressa de gaze. — Parece bom,
mas aposto que está dolorido. — Ele gentilmente coloca a gaze de
volta e puxa minha legging de volta para baixo.

— Tudo bem.

Ele me estuda por um momento, balança a cabeça como se


não acreditasse. — Você sabe o quão bonita você é?

Meu corpo inteiro fica arrepiado, meu coração na garganta. Ele


estende a mão e toca o lado do meu rosto, seu polegar acariciando
minha bochecha.

Esse pequeno toque deixa todo o meu corpo no limite, posso


me sentir tremendo. — Knight, — eu sussurro, chocada e sem
saber o que mais dizer.

Ele sorri. — Você é... a maneira como cuida de Annie. Você é


a porra de um anjo. — Ele aperta a mão no meu rosto e eu mordo
meu lábio por causa de seu olhar intenso.

Ele se inclina sobre mim e afivela meu cinto de segurança.


Está tão perto que, se eu mexer um pouco o rosto, seria capaz de
beijá-lo.

Eu torço minhas mãos em minha camisa, tentando me impedir


de estender a mão e tocá-lo.

Ele se afasta e pisca, fechando a porta. Deixei escapar uma


respiração profunda tentando me controlar.

Acho que estou em apuros.


Chegamos em casa, ele me acompanha até a porta e se
certifica de que estou dentro com segurança antes de sair. Eu o
vejo sair, o que é muito divertido.

A primeira coisa que faço é ligar para Jessica e contar a ela


tudo o que aconteceu desde ontem. A menos que os planos tenham
mudado, tenho um encontro hoje à noite às sete. Meu estômago
revira com a ideia de ir a um encontro.

Eu nunca estive em um antes; nunca um homem me deu


atenção e ele está aparecendo tanto para mim quanto para Annie.

Foi simples, ele trazendo café da manhã para nós e levando-a


para a escola, mas significou muito. Eu sorrio pensando em como
Annie o abraçou em despedida antes de deixá-la.

Às duas e quarenta e cinco eu me preparo para sair para ir


buscar Annie quando vejo Knight estacionando na minha garagem
novamente.

Saio de casa e sorrio para ele. Ele sai e dá a volta na


caminhonete para me ajudar a entrar. — Fiz uma promessa a uma
garotinha especial. — Ele pisca para mim e eu aperto meu cinto de
segurança como se fosse minha tábua de salvação.
— Vista algo casual hoje à noite quando eu for buscá-la, ok?
— ele me diz.

Oh, garota, ele realmente quis dizer isso. — Ok. — Minhas


mãos estão tremendo um pouco, então eu as enfio debaixo das
minhas pernas para que ele não veja. Estou tão nervosa, mas estou
animada. Ele provou a mim que é confiável e sei que ficarei bem
com ele.

A fila de retirada da escola é uma loucura. Eu procuro na


minha bolsa e pego o cartão que lhes permite saber que estou
pegando Annie.

Quanto mais nos aproximamos da frente, posso vê-la parada


do lado de dentro das portas através do vidro.

Abro a janela para que ela possa me ver através das janelas
escuras. Ela está procurando por mim em todas as janelas. Assim
que finalmente me vê, seus olhos se iluminam. Meu coração dói,
eu a amo tanto.

— Oi, meu bebê, — eu a chamo quando paramos. Entrego meu


cartão para a professora e eles digitalizam para liberar Annie. Eu
saio e ela corre para mim me abraçando. — Eu senti tanto sua
falta. — Eu a esmago.

Ela ri e se vira para olhar para o meu lado. Knight está parado
ali. — Oi, querida, parece que você teve um bom dia.

Ela me solta e olha para Knight sem saber se deveria ir até ele.
Ele se abaixa e ela corre até ele, enfiando o rosto na curva do seu
pescoço.
Eu ponho minha mão no meu peito me emocionando ao ver
isso. Ele se levanta e a levanta com o braço sob sua bunda. —
Posso carregar a princesa até sua carruagem? — ele brinca e ela
sorri como se fosse a melhor coisa que já aconteceu com ela.

Deslizo a mochila de seus ombros e a coloco no assento ao


lado da cadeirinha. Ele a coloca dentro e eu me certifico de que ela
se encaixe corretamente antes de voltar com a ajuda de Knight.

— Eu tive o melhor dia, mamãe. Eu e Penelope somos as


melhores amigas! — ela grita e eu sorrio, tão feliz que aquela
preocupação acabou.

— Estou tão feliz por você, doce menina. — Eu me viro para


olhar para ela e coloco minha mão atrás do assento para que ela
possa segurar minha mão.

— O que você acha de eu levar vocês para comer fora?

— Sim! Eu estou faminta.

Knight olha para mim esperando minha resposta. Isso está se


movendo muito rápido? Isso é errado? Eu o estudo e desisto
porque quero passar um tempo com ele.

Eu gosto dele.

— Sim, — eu concordo e ele para em uma churrascaria que


fica na rua da escola.

Knight me dá um sorriso feliz, envia uma emoção através de


mim que eu coloquei isso lá. Meu estômago é um constante ajuste
de nós em torno dele.
Ele é tão atraente e tem sido tão gentil comigo e com minha
filhinha. Annie segura minha mão enquanto atravessa o
estacionamento até o restaurante.

Ela salta sobre as lombadas. Knight abre a porta para nós e


entramos sob seu braço. Ele diz à recepcionista na frente: — Três.

Vejo alguns caras na mesa usando coletes do Grim Sinners


Rebels. Knight bate em seus ombros a caminho de nossa mesa.

Deslizo para a cabine com Annie e Knight está à nossa frente.


— Posso tomar um suco de maçã, por favor? — Annie pergunta à
garçonete sem nem olhar o cardápio.

— Claro, querida. — Ela sorri para ela, e passo minha mão por
sua nuca.

— Uma água com limão, por favor? — Eu digo a ela e Knight


ordena a mesma coisa.

— O que você fez na escola hoje? — pergunto à Annie.

Ela chega mais perto e abre a página para colorir das crianças
com os pequenos gizes de cera. — Foi tão divertido. A professora
deixou Penny se sentar ao meu lado e nos divertimos muito
conversando. Até brincamos de boneca no parquinho.

Eu olho para Knight, feliz por elas serem amigas. — Estou tão
feliz, talvez ela possa vir para uma festa do pijama em breve.

Juro que você poderia tê-la empurrado com uma pena. — Oh,
por favor!
Eu rio e Knight se junta a mim. — Bem, Royal é meu amigo,
então acho que posso fazer isso acontecer.

Se havia alguma dúvida de que Annie não gostava de Knight,


desapareceu em uma fração de segundo quando ele disse isso a
ela.

— Oh! — Ela coloca as mãos na frente do corpo em um


movimento de súplica.

— Eu farei acontecer, — ele diz a ela e abre o menu. Eu faço o


mesmo olhando as opções.

— Posso comer um cheeseburguer? — ela me pergunta


educadamente e aponta para isso em seu pequeno menu para
crianças.

Antes que eu possa responder, Knight entra na conversa: —


Você pode ter o que quiser.

Eu sorrio e olho para o meu próprio cardápio, um hambúrguer


parece incrível. — Você pode jogar comigo? — Annie pergunta e
aponta para o jogo da velha.

Pego um giz de cera rosa e faço meu X. Ela mostra a linguinha


para fora, concentrando-se em onde colocar o O.
Ela não sabe que estou olhando para ela, mas não poderia
parar se quisesse. Ela é linda, tão bonita que dói.

A maneira como sua vida gira em torno de sua filha é incrível.


Essa garotinha é preciosa. Ambas são.

Eu quero estar na vida delas, quero fazer parte da vida delas.


Quero ver Daniella quando ela acordar pela manhã. Quero ver
como seus olhos brilham quando Annie a chama de mamãe.

Quero brincar de boneca com a Annie o dia todo.

Só se eu estiver lá.

A determinação me atinge com força total, estarei lá.

Ela está aqui porque alguém está atrás dela e de Annie. Eu


torço para que o filho da puta venha encontrá-la.

Eu torço para que eu possa fazê-lo sofrer mil vezes por colocar
aquele medo em seus olhos.

Torço pra caralho.


River chegou, aparentemente Knight ligou para ela antes que
eu pudesse lhe pedir para cuidar de Annie. Não vou admitir que
me emociona que ele pensou em se certificar de que Annie estava
segura.

Faltam cinco minutos para as sete e os nervos ameaçam me


fazer vomitar. Estou usando leggings, uma camisa branca e uma
jaqueta xadrez macia e felpuda por cima. Meu cabelo está caindo
pelas minhas costas em ondas por causa da trança que fiz durante
a noite. Eu uso maquiagem leve, apenas base e rímel.

Na sala, River está no sofá com Annie assistindo a um filme.


— O que vocês estão assistindo? — Eu pergunto e beijo o topo da
cabeça de Annie atrás do sofá.

— Frozen.

Eu estremeço internamente e River está me olhando como, por


favor, me ajude. — Tio Gage está vindo para assistir ao filme
conosco. — Ela está animada com toda a atenção que está
recebendo.

Eu rio. — Aposto que o tio Gage vai adorar isso.

As luzes se acendem do lado de fora e sinto que vou desmaiar.


— Talvez eu não devesse fazer isso, — digo à River.
Ela me olha. — Garota, você seria louca se não o fizesse.

Eu suspiro, ela está tão certa. Ele não tem sido nada além de
gentil comigo. Já está escuro lá fora, então vejo a luz do interior da
caminhonete acender quando ele abre a porta. A luz de dentro da
casa está brilhando pela janela, o brilho de dentro está cintilando
sobre ele.

Ando até a porta e a abro; meu estômago parece que nunca


vai se recuperar disso.

Ele sorri largamente para mim. — Pronta? — Ele levanta a mão


para eu pegar.

Levanto minha mão e ele enrola seus dedos em volta dos meus,
sua mão envolvendo a minha completamente. — Sim.

Ele me leva para fora de casa, olho para trás e vejo Annie
acenando para mim. Aceno de volta e ela volta para o filme.

Ele abre a porta e me ajuda a entrar. Consigo fazer a maior


parte sozinha, desta vez aprendendo a entrar sem puxar tanto os
pontos.

A porta se fecha me deixando dentro sozinha por um segundo


e eu sinto que não consigo respirar.

— Aonde estamos indo? — Eu pergunto a ele quando ele entra.

Ele pisca para mim. — Você verá.


Eu chupo meus lábios tentando parar o meu sorriso. Ele sai
da garagem e se move para ir mais longe na propriedade do clube,
passando por um monte de casas enormes.

Ele para em uma enorme casa de toras, mas passa pela casa
e vai para o quintal.

A visão diante de mim me deixa ofegante de admiração. Eu


olho para Knight em estado de choque e ele está sorrindo com a
minha reação.

No quintal, no meio de um campo, há uma enorme tela de


cinema inflável e há luzes de fada envolvendo o quintal para emitir
um brilho suave. Uma lareira está na frente de um sofá inflável.
Há uma mesinha ao lado do sofá que está cheia de pipoca e uma
tonelada de outros petiscos.

Eu aperto minha garganta meio emocionada por ele ter feito


tudo isso por mim. Ele pega minha mão. — Knight, isso é... — Eu
paro.

— Você gosta? — ele pergunta enquanto caminhamos para a


área do sofá.

Eu olho para ele, balançando a cabeça. — Eu amo isso! Esta


é a coisa mais atenciosa que alguém já fez por mim.

Ele estende a mão para me tocar, mas se detém como se não


tivesse certeza do que fazer. Eu jogo toda a cautela pela janela.
Divido a distância entre nós e o abraço. Todo o medo e estresse
deixam meu corpo quando seus braços me envolvem.
Ele respira fundo, relaxando em mim, sua cabeça se movendo
para descansar em cima da minha. Ficamos ali por alguns
minutos, sem falar e sem nos mover.

Finalmente me obrigo a me afastar dele. — Que tipo de filme


você planejou para nós?

Ele ri. — Ouvi dizer que você ama os filmes de terror antigos,
então trouxe um monte deles.

Meu coração incha que ele pensou em mim o suficiente para


perguntar. — É tão gentil da sua parte.

Ele me leva até o sofá que preparou com uma tonelada de


almofadas e cobertores para aliviar o frio da noite fria de outono.

Eu me sento e ele se senta ao meu lado, então eu me afasto


para ficar confortável. Ele junta o cobertor aos meus pés e me
cobre. Juro que quase chorei de novo que ele pensou em fazer isso.

Meu ex nunca fez nada assim por mim. Ele sempre foi cruel e
achava que era seu direito fazer o que quisesse comigo.

Knight? Ele é tão diferente.

Ele me entrega uma taça de vinho e eu pego para que ele possa
me servir um pouco. — Obrigada. Como você sabia que este é o
meu favorito? — Eu pergunto.

Ele me dá um sorriso Cheshire. — Eu tenho minhas conexões.


Eu rio e puxo o cobertor mais alto em minhas pernas. Ele liga
o filme e eu espero sua resposta. — Uh huh. — Tomo um gole do
meu vinho. — Você pensou muito nisso.

Ele sorri e olha para a tela. — Comecei a planejar assim que


te vi ontem.

Minha boca se abre em choque com sua admissão. — Foi?

Ele concorda. — Eu soube no segundo em que te vi; eu sabia


que queria persegui-la, querida. — Ele estende a mão e pega a
pequena bandeja de comida, colocando-a na frente de nós dois. —
Eu simplesmente sabia.

Eu sorrio para ele e posso sentir meu rosto queimando com


sua honestidade, mas estou feliz. — No segundo em que te vi,
gostei de você, — admito para ele.

Fui levada por ele imediatamente, nenhum cara me fez olhar


duas vezes antes. Minha vida é dedicada à minha filha e isso era
tudo que eu sabia que precisava. Os homens não estavam no radar
para mim.

Eu sei que acabei de conhecê-lo, mas ele é diferente, eu sei


disso sem dúvida.

Ele me dá um olhar feliz com a minha admissão. — Estou feliz,


querida. Parece que estamos na mesma página. Tenho plenas
intenções de ser seu homem algum dia em breve e aquela
garotinha estar em minha vida.
Isso me tira o fôlego. Minha mão congela com minha taça a
meio caminho da minha boca. Ele ri e enche novamente, voltando
para o filme e me deixando com meus pensamentos.

Eu sorrio para a minha taça e tomo um gole profundo.


Comemos pipoca e doces enquanto o filme passa. — Você tem
algum irmão? — Eu pergunto.

Ele balança a cabeça. — Eu não, meus pais não conseguiram


ter mais filhos.

Eu puxo minhas pernas debaixo de mim. — Eu não sabia que


tinha irmãos. Meus pais me disseram que minha irmã Bell estava
morta. Que ela havia morrido logo depois de se casar. Meus pais
me tiveram mais tarde na vida, trinta anos para o culto era tarde
na vida. — Eu rio, mas não é engraçado.

Ele chega mais perto de mim, estende a mão e pega a minha.


— Isso é fodido, — diz ele sem rodeios.

Eu comecei a rir e este é real. — Agora isso é verdade, toda


aquela vida foi fodida. Meninas sendo forçadas a se casar aos treze
e quatorze anos. Parece que nunca acaba e é como se todos os
anos eles inventassem novas regras.

Sua mandíbula aperta e ele olha para longe de mim. Eu sei


que ele está com raiva, e quer saber? Eu também. Deus, estou com
tanta raiva. Quero machucar o homem que me machucou, que fez
da minha vida um inferno.

— Estou tão feliz que Annie nunca terá que se preocupar com
isso, essa é minha única missão na vida.
Ele se vira para mim, e posso ver que ele está hesitando em
perguntar alguma coisa. — Quem está atrás de você e dela?

Tomo um grande gole do meu vinho e coloco a taça vazia na


bandeja, o filme agora há muito esquecido.

— Meu ex-marido.

Observo a raiva em seu rosto se transformar em raiva direta


com minhas palavras. — Não éramos tecnicamente casados; eu me
casei quando tinha quatorze anos e isso não é legal. Ele era muito
mais velho do que eu, na casa dos trinta.

Eu me viro para a TV afundando nas memórias. — Ele me


disse que minha filha estava morta. — Eu paro, a dor me atingindo
com força total. — Eu não era uma boa esposa aos olhos do culto,
então eles a tiraram de mim para tentar me quebrar, para que eu
os seguisse.

Eu olho para ele. — Isso me deixou com raiva; eles me


disseram que ela estava morta e era para ela que eu vivia. Depois
disso? Eu simplesmente não me importava. Lutei contra eles em
tudo. — Eu sorrio pensando na época em que deixei meu marido,
eu o machuquei.

— Bell encontrou minha filha, meus pais biológicos a estavam


criando e descobri que ela estava viva.

Knight está olhando para mim, eu sei que ele está chocado. É
honestamente difícil acreditar que esse tipo de vida exista até que
você veja em primeira mão, mas eu vivi.
Tantas mulheres sofrem. Fui abençoada por ter alguém do
lado de fora porque, sem isso, não tenho certeza do que teria
acontecido comigo.

— Eles me encontraram em uma cabana no meio do nada; eu


estava em confinamento solitário por mau comportamento. Saí de
lá e nunca mais olhei para trás. Até que ele foi visto na cidade em
que eu morava, passando a minha foto e a de Annie, tive que sair.
Não suporto a ideia de ele encontrá-la. — Suspiro, olhando para a
tela do cinema.

— Ele nem vai respirar a mesma porra de ar que você, eu


prometo. — Um dedo toca a ponta do meu queixo, ele vira meu
rosto para que eu o olhe. Meu coração parece que vai explodir com
sua expressão poderosa e intensa. Seus olhos estão escuros de
raiva. Sua mão é tão poderosa, mas quando sua mão desliza do
meu queixo para o meu rosto, é gentil, carinhosa e seu toque é
seguro. — Eu prometo com cada pedacinho do meu ser, você não
vai se machucar novamente.

Lágrimas se formam em meus olhos. — Knight, — eu digo


emocionada. Tenho tanto a dizer, mas as palavras não vêm.

Ele se inclina para frente até nossas testas se tocarem. Eu


aproveito o momento, é simples, mas é literalmente uma mudança
de vida.

Minha vida nunca mais será a mesma depois disso.

Ele sorri e passa a mão na minha bochecha, afastando meu


cabelo do rosto. — Você é tão linda, querida.
Eu sorrio amplamente, fechando os olhos, amando isso. —
Obrigada. — Minha voz está sem fôlego. Eu tremo com o vento frio
e a temperatura caindo.

— Posso te abraçar? — ele me pergunta e eu me inclino para


trás, pensando nisso por um momento. Ninguém me abraçou
antes.

— Eu adoraria isso.

Ele se recosta no encosto do sofá, pega minha mão e me puxa


gentilmente até que minha cabeça esteja apoiada em seu peito. Eu
descanso meu braço em seu estômago e posso sentir seu abdômen
através de sua camisa de flanela.

Ele levanta o cobertor, colocando-o sobre meu ombro. — Você


está quente agora? — ele me pergunta, passando a mão para cima
e para baixo no meu braço.

Eu concordo. — Estou. — Viro minha cabeça e olho para a tela


do cinema, outro filme está começando.

— Ótimo, querida.

Ele descansa a cabeça em cima da minha, aconchegando-se


mais perto. Este encontro foi melhor do que eu jamais imaginei.
Sua mão está correndo suavemente para cima e para baixo no meu
braço e eu espio para ele, querendo vê-lo.

Sorrio para ele e descanso minha testa em seu queixo. Eu


estou feliz.
Eu nunca sonhei que isso aconteceria. Algo aparece na tela e
me assusta. Eu começo a rir e Knight se junta a mim. — Aquilo
me assustou.

Sento-me e recuo, então minha cabeça está deitada em seu


ombro. Ele se inclina para a frente e acrescenta mais lenha ao fogo.
— Quer mais vinho? — ele me pergunta.

Concordo com a cabeça e ele me serve outra taça. — Sim.

Ele pega outra cerveja e toma um longo gole. — Você tem


filhos? — Pergunto.

Ele balança a cabeça. — Ainda não fui abençoado. Todos nós


ajudamos Royal a criar Penelope.

Eu sorrio pensando nela e em como ela fez minha garota feliz.


— Sei que Royal não me conhece, mas sei como é ser mãe solteira,
então, se ele precisar de ajuda, pode trazê-la a qualquer momento.

Knight me dá um olhar suave. — Você é apenas um maldito


anjo, não é?

Meu rosto queima com o elogio e ele ri ao ver minha reação.


Ele passa o dedo pela minha bochecha.

— Você fica tão fofa quando fica vermelha. — Tudo o que


consegue é me fazer corar ainda mais.

Meu telefone toca e isso me assusta. Eu pulo. Eu rio e vejo que


é River me chamando. — Alô, — eu respondo.
— Ei, Annie está com dor de barriga. Ela simplesmente
vomitou em todos os lugares.

Eu empurro o cobertor do meu colo. — Nós estaremos aí. —


Antes que River desligue, posso ouvi-la chorando.

— O que aconteceu? — Knight me pergunta.

— Annie vomitou; preciso chegar até ela, — digo a ele e coloco


o cobertor sobre o encosto do sofá.

Knight apaga o fogo com restos de água de nossas garrafas de


água. Ele corre e abre minha porta, embora eu estivesse bem à
frente dele.

Eu mordo meu lábio inferior, preocupada com ela. Knight


acelera pela estrada até onde fica minha casa. Estou grata por
estarmos perto.

Tenho certeza de que é apenas um mal-estar, mas quero estar


lá para cuidar do meu bebê. Quando paramos, Gage está parado
na entrada da minha casa.

Knight sai e eu saio do seu lado para que ele possa me ajudar
e subir correndo os degraus. — Como ela está?

— Enjoada, — ele diz simplesmente e eu entro pela porta.


Consigo ouvi-la vomitando no andar de cima e subo as escadas
correndo o mais rápido que posso.

Vejo River no banheiro de Annie parada atrás dela, que está


vomitando. — Minha doce menina, — eu digo suavemente e
caminho até ela. Pego um pano umedecido para poder limpar o
rosto dela.

— Mamãe, minha barriga dói, — ela chora e eu a pego,


colocando-a contra meu peito. — Sinto muito, anjo.

Sinto alguém parado acima de nós e olho para cima para ver
Knight. Ele se inclina e pega nós duas. — Eu vou cuidar delas
River, se você quiser ir para casa, — diz Knight e eu abro minha
boca em estado de choque.

Ela me dá um sorriso secreto e aceita a oferta dele. — Me ligue


se precisar de alguma coisa. — Ela dá um tapinha no ombro de
Knight enquanto sai.

— Vou te dar um banho, querida, — digo à Annie e Knight


anda em torno de nós para ligar o chuveiro para ela.

— Quer que eu pegue um pijama para ela?

— Por favor, — eu afirmo e estendo a mão, pegando a mão dele


por um segundo. Quero que ele saiba o quanto sou grata por ele
estar aqui.

Ele fecha a porta e eu a ajudo a entrar no chuveiro, ela está


tremendo de frio. — Sinto muito que você esteja doente, querida.
— Eu espio para ver como ela está. Ouço uma batida na porta,
abro um pouco e Knight me entrega uma camisola de princesa.

— Obrigada. — Fecho a porta e volto para o banheiro. Ela


termina de limpar e eu desligo a água.
Ajudo a secá-la e coloco sua camisola. — Você quer dormir no
quarto da mamãe comigo? — Eu pergunto a ela.

Ela acena com a cabeça e eu coloco seu cabelo molhado atrás


da orelha. Abro a porta e Knight está do lado de fora. — Como está
a princesa? — ele pergunta a ela e seu lábio inferior treme, ele
parece horrorizado.

— Eu não me sinto muito bem, — ela diz e eu a levo para o


banheiro para que ela possa vomitar. Eu esfrego suas costas. Eu
odeio isso, odeio ser tão impotente.

— Eu escrevi uma receita para ela um prospecto está pegando


e um pouco de energético.

Eu poderia ter chorado com sua consideração. — Eu agradeço,


— eu expresso a ele. Limpo seu rosto e faço com que ela enxágue
a boca com antisséptico bucal.

— Quer que eu a leve para a cama? — ele pergunta.

Ela levanta os braços para ele e ele a pega enquanto ela


descansa a cabeça em seu ombro. — Vou colocá-la na minha cama
até que ela se sinta melhor. — Eu mostro o caminho e aponto para
o meu quarto.

Eu pego a lata de lixo do banheiro, caso ela passe mal e não


consiga chegar a tempo.

Ele a coloca na cama e eu pego seu cobertor certificando-me


de que ela está aconchegada. — Knight, você pode assistir a um
filme comigo? — ela pergunta a ele, seus lábios tremendo de frio.
Ele não hesita, sobe na cama ao seu lado e a aconchega com
mais força. — Vou aumentar o aquecimento, — digo a eles e
aumento o termostato do meu quarto alguns pontos.

— O que você quer assistir? — ele pergunta e ela deita a cabeça


no travesseiro.

— Posso assistir Halloweentown? — ela pergunta e eu sorrio.

— Sim, querida, o que você quiser.

Eu vejo a emoção em seus olhos, embora ela esteja tão doente.


Eu coloco a lata de lixo na mesa de cabeceira ao lado da cama e
deslizo do outro lado, tirando o cabelo do rosto.

Não suporto que ela esteja doente; você nunca se sente mais
desamparado como pai do que quando seu filho está doente. É o
pior.

Ele liga o filme e ela se levanta na cama, segurando a barriga.


Eu pego a lata de lixo e ela vomita.

Eu esfrego suas costas enquanto Knight entra no meu


banheiro e volta com uma toalha. Ele está aqui, embora esta seja
a pior parte de ter um filho em sua vida.

Mas ele está aqui.

Ele pega a lata de lixo quando ela termina e começa a ir ao


banheiro. — Eu posso fazer isso, — digo a ele.

Ele balança a cabeça, sorrindo. — Não, eu cuido disso. — Ele


vai até o banheiro e limpa a lata de lixo.
Annie cai em mim e eu a aconchego. A campainha toca e
Knight me entrega a lata e desce as escadas.

Mais ou menos um minuto depois, ele sobe escadas segurando


algumas sacolas. Ele me entrega a receita de Zofran, pílulas para
náusea que reconheço. — Obrigada por isso.

Ele sorri. — Querida, não há outro lugar que eu prefira estar


do que aqui com vocês duas. — Ele pega uma garrafa de Pedialyte
e um copo que deve ter pegado na cozinha.

Ela o pega com as mãos trêmulas; ele firma o copo e eu coloco


minha mão nas costas dela para ajudá-la. É preciso muito de você
quando você tem um problema estomacal.

Estendo a mão e pego os remédios para o estômago, abro o


frasco e tiro a quantidade certa de remédio. — Aqui, doce menina.
— Ela abre a boca e eu empurro o comprimido, faz uma careta com
o gosto.

Ela se acomoda na cama e eu coloco seu copo no criado-mudo.


— Obrigada, Knight. — Sou grata por ele estar aqui e pensar o
suficiente nela para conseguir as coisas de que ela precisa.

— Obrigada, Knight, pelo remédio, — Annie diz suavemente,


seus olhinhos ficando pesados.

Ele olha para mim como se ela estivesse partindo seu coração.
Ele puxa o cobertor mais para cima, aconchegando-a.

Suspiro e esfrego meu rosto quando percebo que sua


respiração está normalizada. — Ela está dormindo, — eu digo,
agradecida. — É tão difícil quando eles estão doentes, — eu
sussurro para Knight.

— Eu me senti impotente, — diz ele e olha para ela.

— Eu sei, — eu concordo. Olho para o relógio na parede. —


Você quer que eu arrume o quarto de hóspedes para você?

Ele concorda. — Eu gostaria disso.

Ando até o meu closet e pego um par de calças de moletom e


uma camiseta branca normal para ele. Tenho algumas roupas que
trouxe para o caso de Maverick e Bell virem ficar inesperadamente.
Faço sinal para ele me seguir até o quarto de hóspedes que fica ao
lado do meu e coloco as roupas na cama. — Aqui está, se precisar
de um cobertor extra, há alguns no armário.

Eu me viro, meus olhos se arregalam vendo o quão perto ele


está de mim. Eu recuo. — Ops, desculpe, não vi você aí. — Eu rio
disso.

Ele está me estudando, seus olhos são tão intensos. Ele


estende a mão lentamente, colocando uma mecha do meu cabelo
atrás da minha orelha. — Você me deixa maravilhado, estou quase
com medo de tocá-la.

Meus olhos se arregalam com sua admissão. — Por quê? — Eu


sussurro, chocada.

Ele rosna e me puxa para ele, descansando sua testa contra a


minha. — Porque você é a porra de um anjo e eu sou um pecador.
Minhas mãos tremem quando estendo a mão e toco seus lados.
— E então.

Ele sorri com a minha resposta. — É melhor você sair daqui,


a menos que queira que eu beije esses doces lábios.

Eu pulo para trás e rio, praticamente correndo para fora do


quarto e ele ri comigo. Eu espio minha cabeça pela porta. —
Knight, — eu sussurro.

Ele sai do quarto. — Eu me diverti esta noite, — digo a ele.

Seu rosto suaviza, olhando para mim. — Eu também, querida.

Sinto que estou a um sorriso de ter um ataque cardíaco por


causa dele. Entro no meu quarto e coloco uma camiseta e um
shorts.

Annie ainda está dormindo profundamente; espero que


continue assim. Afasto os cobertores e me acomodo ao lado dela.
Eu toco sua testa para verificar se ela está quente e, em seguida,
cuidadosamente me deito, sentindo-me um pouco melhor por ela
não estar com febre.
Duas horas depois.

Sento-me ereto na cama quando ouço Annie chorando. Corro


pelo corredor até o quarto de Daniella.

Ela está segurando Annie, que está inclinada sobre a lata de


lixo. — Ela está com febre, — ela me diz, tocando a testa.

— Ela pode estar com gripe. — Aproximo-me e toco a testa de


Annie, está quente. — Você tem um termômetro? — Eu pergunto.

— No armário do banheiro dela, — Daniella me diz e eu entro


no banheiro de Annie. Encontro o termômetro no armário de
remédios e pego o Tylenol infantil enquanto estou lá.

Daniella está no banheiro quando volto e Annie parece


completamente lamentável. — Oi menina, você está ruinzinha,
hein? — Pergunto a ela, sentando-me na beira da cama ao seu
lado.

— Minha barriga dói muito.

Meu coração se despedaça no meu peito. — Você se importa


se eu verificar sua temperatura?

Ela se aproxima de mim e pressiono o termômetro em sua


testa. Ele apita e eu verifico. — 38,8.

— Posso dar a ela um pouco de Tylenol? — pergunto à Daniela.

— Por favor.
Pego a dosagem e ela toma como uma campeã. Daniella coloca
um pano frio na testa e suspira. Ela está exausta.

Pego sua mão e a faço olhar para mim. — Você está bem?

Ela acena com a cabeça. — Eu simplesmente odeio quando ela


está doente. — Ela sorri levemente para mim; seu cabelo está todo
bagunçado e a coisa mais fofa que eu já vi.

— Knight, você pode segurar minha mão? — Annie me


pergunta.

Encontro uma cadeira no quarto e a arrasto para perto da


cama, pegando sua mãozinha na minha. Daniella sobe na cama ao
seu lado, passando os dedos pelos cabelos.

Logo Annie adormece com Daniella ao lado. Eu defino um


cronômetro no meu telefone, então eu sei quando lhe dar mais
remédios.

Levanto-me e puxo o cobertor sobre Daniella, que também


adormeceu.

Sentado aqui observando as duas dormirem, nunca quis


proteger duas pessoas tanto na minha vida quanto neste
momento.

Eu iria rasgar alguém em pedaços, destruí-los se ousassem


sequer olhar para essas garotas de maneira errada.

Aproximo minha cadeira e fecho os olhos, relaxando.


Adormeço ao som da respiração de Annie.
Meu telefone tocando horas depois me assusta pra caralho.
Daniella está sentada ereta, ofegante. Eu me sinto uma merda,
mas Annie precisa tomar seu remédio. Eu estremeço. — Desculpe,
ajustei um cronômetro para o remédio dela.

Daniella ri e Annie está esfregando os olhos. Estendo a mão e


toco sua testa e sinto muito mais frio. Coloco o termômetro contra
sua cabeça. — 38. — Daniella sorri e beija o topo de sua cabeça.

Eu puxo o remédio para seu estômago e febre. — Você quer


ver se ela consegue tomar um pouco de Pedialyte?

Ela estende a mão e pega o copo, entregando-o à Annie, que o


engole. — Minha barriga está um pouco melhor. — Ela sorri para
mim e para sua mãe.

Daniella sorri para ela. — Estou tão feliz bebê, mas não há
escola para você hoje. Teremos um dia de filme e sofá. Como isso
soa?

Seus olhos se arregalam de alegria. — Simmm, — ela expressa


em voz alta e se vira para mim. — Knight, você pode ficar?

Eu pego sua mãozinha. — Você não poderia me impedir se


quisesse, querida.
MAIS TARDE NAQUELE DIA

Quando digo que estou com problemas, estou falando sério. A


maneira como Knight cuidou de Annie na noite passada,
certificando-se de que ela estava bem e dormindo na cadeira ao
lado, meus ovários e coração estão prestes a explodir.

Uma parte de mim está tipo, como isso é real?

Tive um encontro incrível ontem à noite, em que ele se esforçou


tanto e era algo que ele sabia que eu adoraria.

Espio da cozinha para a sala de estar. Cubro minha boca e


tento não rir ao ver Knight sentado no chão na frente de Annie. —
Acho que precisamos de coroas iguais. — Ela coloca uma tiara na
cabeça dele e eu me viro antes que ela possa me pegar rindo.

Annie não passou mal o dia todo. Quando liguei para a escola,
disseram-me que um vírus estava circulando por lá.

O telefone de Knight toca e ele entra na cozinha comigo. — Já


vou.

Meu coração afunda um pouco, ele está indo embora. Ele


desliga o telefone e diz: — Parece que Penelope não está bem. Vou
ver como ela está e passar uma receita para ela.
— Ah, não, espero que ela melhore. Avise Royal que estarei lá
se ele precisar de ajuda.

Ele sorri para mim. — Você é perfeita pra caralho, — ele


exclama, balançando a cabeça como se não acreditasse.

Ele caminha até mim, pegando minha mão. — Voltarei mais


tarde. — Respiro fundo com a intensidade de seu olhar para mim.

Ele se aproxima de mim e eu paro de respirar, esperando o que


ele vai fazer. Fecho meus olhos, meu corpo inteiro relaxando no
segundo em que seus lábios tocam minha testa. Eu agarro seus
lados, afundando nele.

Ele se afasta e olho para ele. Eu sou um caso perdido.

Ele passa o polegar pela minha bochecha. Eu sorrio e ele se


afasta. — Tchau. — Ele acena e sai pela porta da frente. Eu tranco
atrás dele e verifico Annie, que está colada na TV.

Se a TV estiver ligada, você pode garantir que tudo ao seu


redor se desfaça.

Annie queria sopa de frango com macarrão para o jantar.


Arrumei a sopa em uma tigela e coloquei na mesa de café na sua
frente. É um dia preguiçoso e isso significa comer na frente da TV.
Eu sirvo minha própria tigela e me sento ao lado dela.

Annie se vira para olhar para mim, segurando a colher. –


Penelope também está doente? — ela me pergunta.

Eu concordo. — Ela está, parece que tem alguma coisa


acontecendo.
Ela parece triste. — Podemos levar um pouco de sopa para
ela? Aposto que vai fazê-la se sentir melhor. — Eu passo minha
mão na parte de trás de sua cabeça, ela é minha doce menina.

— Depois que você terminar sua comida, nós levaremos. —


Royal mora ao meu lado. Eu vi Knight caminhando até lá, e ele
deixou sua caminhonete.

Meu estômago revira, embora eu tenha passado as últimas


vinte e quatro horas com ele, vômito no meu cabelo, nas minhas
roupas e parecendo de cem maneiras rudes, ele ficou.

Entro na cozinha e adiciono a sopa a alguns pratos para levar


para eles. Annie está na porta esperando com seu casaco.

Pego sua mão e fazemos uma curta caminhada pelo pequeno


campo até a casa de Royal. Annie bate na porta suavemente;
podemos ver o interior da casa pelas enormes e luminosas janelas.

Royal olha para a porta onde nos vê, se aproxima e a abre.


Knight está sentado no sofá ao lado de Penelope, que está pálida.
— Oi, Annie disse que queria trazer uma sopa para Penny.

Annie pega as tigelas de mim e ela parece tão adorável em seu


pijama de princesa, com o cabelo preso em um coque. Ela coloca
as tigelas na mesa de centro. — Quer que eu alimente você? — ela
pergunta à Penny.

Eu sorrio e olho para Royal. — Ela não comeu nada o dia


inteiro, — ele diz para mim e se move para se sentar ao lado de
sua filha.
Knight vem até mim, sua mão indo para as minhas costas.
Ficamos parados e observamos enquanto meu bebê a alimenta e
derrama sobre ela ao mesmo tempo, mas Royal está ignorando
essa parte.

— Estou feliz que elas são amigas, — digo a Royal.

Ele sorri para mim. — Eu também.

— Eu queria perguntar se Penny poderia vir e passar a noite


em um fim de semana. Annie tem perguntado desde o segundo em
que ouviu falar dela.

— Oh, por favor, posso papai? — Penny pergunta


animadamente.

Ele ri. — Sim, menina, tudo bem.

Annie tenta alimentá-la novamente e a comida cai sobre ela,


encharcando a frente de sua camisa. Royal entrega a ela um pano
e Penny seca a camisa, rindo.

Há uma batida na porta da frente. Eu pulo e me viro olhando


pela janela.

Knight rosna e caminha até a porta. — Você pode não bater


tão alto, prospecto?

Eu chupo meus lábios tentando não gostar do quanto eu gostei


disso. Ele pega a sacola do prospecto e o encara antes de fechar a
porta.
— Isso deve ajudá-la muito e continuar tomando água, —
Knight explica a Royal e lhe entrega a sacola.

— Pronta para ir, querida? Eu diria que Penny precisa


descansar e você também. Você teve uma noite difícil ontem à
noite. — Ela corre e pega minha mão.

Knight segura a porta para nós, e saímos e atravessamos o


campo até minha casa. Annie corre para dentro e eu fico na
varanda me perguntando o que Knight vai fazer.

Fecho a porta e fico diante dele, arrepios percorrendo minha


pele, tanto pelo ar da noite quanto por Knight olhando para mim
do jeito que ele está.

— Eu não quero deixar você. — Ele toca meu queixo. — Mas


eu te vejo de manhã.

Eu aceno e sorrio. — Pela manhã.

Ele se aproxima de mim e se abaixa como se fosse me beijar.


Eu sinto que poderia desmaiar. Eu lambo meus lábios, meu
coração batendo tão forte, quanto mais perto ele fica.

Ele sorri, sua mão deslizando ao longo do meu lado, atrás de


mim e a porta é aberta atrás de mim.

Eu rio, ele me enganou. — Boa noite, Knight.

Eu recuo, sorrindo, fechando a porta na cara dele, depois a


tranco. Ele pisca para mim e então desce os degraus para sua
caminhonete.
— Você está feliz, mamãe, — Annie diz, quebrando o silêncio.

Eu olho para ela. — Eu estou feliz. Quem não ficaria feliz com
uma menina como você? — Eu ando até ela e a puxo para um
aconchego. Ela ri e me abraça de volta com força. — Vamos
preparar você para dormir. — Eu dou um tapinha em suas costas
para fazê-la subir as escadas.

Ela sai correndo; é incrível como as crianças podem se


recuperar de uma doença assim. Eu sei que ficaria debilitada por
um tempo.

A manhã seguinte

Estou sentada no meu balcão esfregando os olhos tentando


acordar, quando vejo um flash de luz pela janela. Olho para fora e
vejo Knight entrando no quintal.

Ele sai e está carregando o café da manhã mais uma vez.


Balanço minha cabeça e corro para a porta para encontrá-lo. —
Eu trouxe o café da manhã.

— Obrigada. — Sorrio para ele e ele me entrega um café gelado.


— Deus o abençoe, você é minha pessoa favorita. — Desta vez, ele
nos trouxe Starbucks. — Comprei um chocolate quente para a
menininha.

Falando nela, já está descendo as escadas vestida para a


escola. Ela para no final da escada. — Ohh, o que você me trouxe
esta manhã? — Ela corre, olhando a sacola. Seus olhos se
iluminam. — Ah, você é o cara. — Ela bate com o punho na mão
que segura a sacola e corre para a mesa com seu sanduíche de
café da manhã.

Ele me entrega uma sacola e eu coloco a mão dentro. —


Obrigada, você vai nos mimar, — eu digo e é a verdade. Ninguém
nunca fez nada remotamente parecido com isso por nós, a menos
que fosse da família.

Ele respira fundo, sua mão se movendo para a minha


bochecha. — Querida, estou apenas começando.

Ele deixa suas palavras no ar e vai até Annie ajudando-a a


abrir a comida. — Você está animada para a escola hoje? —
pergunta. Ele puxa uma cadeira para mim e eu me sento.

Minha mente vai para o que mais ele tem reservado para mim
enquanto escova meu cabelo sobre meu ombro suavemente e
facilmente, como se ele nem tivesse pensado duas vezes sobre isso.

Eu olho para o meu colo sorrindo. — Gostaria que Penny fosse


hoje, — ela diz com uma voz um pouco triste.

— Então, eu tenho algo para perguntar a vocês, meninas, —


diz Knight e nós duas nos viramos para olhar para ele. — O que
vocês acham de ir à plantação de abóboras no sábado?

Annie suspira dramaticamente. — Este é o melhor dia da


minha vida.

Eu rio de suas travessuras; ele fez dela uma garotinha feliz. —


Nós adoraríamos ir.
Ele passa a mão pela parte de trás da minha cabeça. — É um
encontro.

Annie ri e dá uma mordida em sua comida. — Podemos


esculpir abóboras e montar os pôneis?

— Você pode fazer o que quiser, — ele lhe diz e ela olha para
ele como se ele tivesse alcançado a lua.

— Isso é meu? — ela pergunta e entrego seu chocolate quente


para ela.

Eu olho para o relógio. — É hora de ir, — digo a ela e Knight


tira sua mochila do encosto da cadeira.

Ela corre na nossa frente e vai direto para a caminhonete de


Knight. Ele abre a porta para ela e a ajuda a entrar.

Sento-me e apenas observo; meus ovários poderiam


literalmente entrar em combustão. Não há nada mais atraente do
que um homem que é suave com uma criança, mas ela é minha
filha, então é dez vezes pior.

Dirigimos até a escola e estacionamos em frente. A professora


está na frente da escola. — Olá, meu docinho. Você está se
sentindo melhor? — pergunta quando vê Annie pela janela aberta.

— Muito melhor, mas estou triste que Penny não estará aqui
hoje, — ela responde e eu saio, ignorando o olhar de Knight quando
ele me vê fazendo isso.

Abro a porta e a ajudo a sair. — Quer que eu a acompanhe, já


que estou indo para lá? — a professora pergunta.
Olho para Annie para ver se é isso que ela está querendo. —
Posso, mamãe? — ela me pergunta.

Concordo com a cabeça e ela se vira para a professora,


pegando sua mão. — Estou emocionada por ela ter uma professora
tão boa, — digo a Knight, que está ao meu lado.

Eu as observo entrar e me viro para olhar para Knight, que


está olhando para mim como se eu estivesse com problemas.
Estendo a mão para a maçaneta da porta e ele afasta minha mão
gentilmente. — Sem chance. — Ele fecha a porta e abre para mim.

Lágrimas enchem meus olhos e eu começo a rir tentando


segurar o ridículo de tudo isso.

— Oh, meu Deus. — Eu seguro meu estômago, isso é hilário.


— Knight, você realmente fechou a porta e abriu de novo?

Seu rosto está completamente sério. — Com certeza eu fiz,


você não abre perto de mim. — Ele sorri.

O sorriso me atinge com força. Repito para mim mesma, eu


sou um caso perdido.
ALGUMAS HORAS DEPOIS

Knight foi chamado para uma cirurgia de emergência no


hospital, então ele me deixou em casa e vou passar o resto do dia
desfazendo as malas. Ainda tenho nossas roupas em algumas
caixas.

Sorrio ao ver uma foto de Annie de um ano atrás, ela cresceu


tanto desde então.

Deus, eu me lembro do medo quando a vi pela primeira vez em


anos. Mas nada se compara a descobrir que ela não estava morta.
Eu estava tão morta por dentro pensando que a tinha perdido para
sempre.

Eu daria tudo para punir aqueles que fizeram isso comigo,


todos os envolvidos.

Meus próprios pais, que me trataram como merda. Eu era o


sinal para subir na sociedade na vida do culto.

Eu era a saída deles e eles concordaram em levar minha filha.

Meu coração parece que vai quebrar em um milhão de pedaços


com o pensamento de nunca estar em sua vida, de não ter essa
chance com ela.
Eu quero que ela tenha a vida que eu não tive.

No chão da cozinha, vejo uma lancheira rosa. Eu me abaixo e


olho para o relógio, posso chegar bem a tempo do lanche dela.

Pego minhas chaves e saio correndo de casa o mais rápido que


posso com minha perna machucada. Não leva mais de dez minutos
para chegar à escola. Abro a porta do escritório da frente e entrego
para a senhora da recepção para que ela venha buscá-la.

Alguns minutos se passam e Annie chega à recepção. A


recepcionista entrega a lancheira para ela e aceno quando ela me
procura.

Ela sorri e acena de volta antes de sair correndo.

Eu rio ao ver suas tranças bonitinhas batendo em suas costas.

Abro a porta e o ar frio do outono corre sobre mim. Eu suspiro


e levanto minha cabeça em direção ao sol, apreciando isso; todas
as pequenas coisas são tão importantes, especialmente quando
toda a sua vida foi uma sentença de prisão.

Recebo uma mensagem de Knight avisando que saiu da


cirurgia e perguntando se quero encontrá-lo para almoçar.

Eu sorrio para o meu telefone, enviando uma mensagem para


ele.

Eu clico no chaveiro para destravar meu SUV quando vejo uma


caminhonete passando por mim lentamente enquanto fico na
frente no caminho para o lado do motorista.
A janela desce lentamente. Eu olho para cima e conecto os
olhos com o homem que eu temia, tinha pesadelos.

Meu ex-marido.

Todo o ar deixa meus pulmões, o medo congelando cada


pedaço do meu corpo. Então me ocorre, ele sabe onde Annie está.

Ele para com os pneus cantando.

Eu me viro e corro direto para a escola. Eu grito para as


senhoras me deixarem entrar, e elas correm para mim, abrindo a
porta.

Ele está subindo a passarela e entrando na parte da frente do


escritório que é aberta ao público; você deve ser escaneado para
poder entrar no resto da escola.

Ele está olhando para mim, a morte em seus olhos.

Ele bate no vidro e tenta puxar a porta para chegar até mim.
Consigo ouvir seus gritos e berros abafados enquanto ele bate na
porta.

As senhoras do escritório estão loucas atrás de mim, falando


com a segurança ao telefone. Não consigo me mexer, apenas
encaro o homem que é meu torturador.

Ele me machucou de todas as formas possíveis, é impensável


as coisas que ele fez comigo e com os outros também.

Ele é cruel.

Ele é o diabo encarnado.


Pego meu telefone e ligo para a única pessoa de que preciso
agora.

Eu sorrio com a mensagem que Daniella me enviou


concordando em almoçar. Fiz uma cirurgia de emergência de um
apêndice rompido.

Ela me liga e levo o telefone ao ouvido. — Ei, estarei aí em


alguns minutos, — digo a ela.

Ao fundo, ouço um homem gritando a plenos pulmões e ela


chorando. Todo o meu maldito corpo congela.

— Onde você está? — pergunto a ela.

Ela soluça quando há um som de um estrondo alto. — Estou


na escola de Annie. — Então ela desliga e eu piso no acelerador.

Um medo diferente de tudo que já senti antes dispara pelo meu


corpo.

Ele tem uma arma e está apontando para mim através do


vidro. Todos no escritório se protegem, seus olhos estão grudados
no telefone no meu ouvido.

Ele aponta para mim e murmura: — Estou indo até você.


Ele se afasta, observando-me o tempo todo até sumir de vista.
Eu caio no chão segurando minha cabeça em minhas mãos,
minhas pernas pressionadas contra a minha frente.

Todo o meu corpo está tremendo de medo, todas as mulheres


no escritório estão gritando e estou entorpecida.

Não tenho certeza de quanto tempo se passou; eu sei que sinto


algumas senhoras me tocando tentando fazer com que eu
responda a elas.

Mas eu não consigo.

Estou em choque e não sei o que fazer. Eu a trouxe aqui para


fugir, para recomeçar.

Nenhum lugar é seguro.

Não há nenhum lugar que eu possa ir, nada que eu possa


fazer.

A porta se abre na minha frente e vejo botas entre meus dedos,


então mãos tocam as minhas, tirando-as do meu rosto.

O rosto de Knight está na frente do meu. Começo a chorar e


ele me envolve em seus braços, levantando-me do chão em seu
colo.

— Alguém pode me explicar o que diabos está acontecendo e


por que minha mulher está chorando no chão? — ele rosna para
alguém, e eu afundo nele tentando entender tudo o que acabou de
acontecer.
— Havia um homem seguindo-a dentro da escola. Ele puxou
uma arma e queria que ela saísse. Não sabemos quem ele é, —
alguém lhe diz.

Eu posso sentir Knight tremendo enquanto ele me segura. Eu


me inclino para trás e seco meus olhos, o choque começando a
passar. — Foi ele, ele me encontrou. Ele estava fora da escola
passando quando me viu. Eu corri para dentro e ele me seguiu. —
Meu coração para. — Ele a encontrou, ele nos encontrou.

O medo me atinge novamente com o quão perto ele estava dela;


ele estava do lado de fora do prédio dela. — Foda-se, — ele rosna.
— Pegue Annie e traga-a aqui agora, — ele grita para as senhoras
na frente, e ele se levanta comigo em seus braços.

Uma das meninas sai correndo para dentro da escola, Knight


me vira até eu ficar de frente para ele. Ele segura meu rosto. —
Querida, olhe para mim. Eu vou protegê-la; ele não vai machucar
você ou Annie. Vou rasgá-lo em pedaços se ele ousar tocar em você.
Eu vou matá-lo por ousar respirar seu maldito ar, baby, eu
prometo a você.

Eu fecho meus olhos, suas palavras lavando sobre mim,


prometendo segurança e muito alívio. Eu agarro seu lado, sua
camisa torcendo em minhas mãos. — Eu me sinto segura com
você, sabia que você estaria aqui, — admito para ele.

Ele rosna e pressiona meu rosto contra seu peito. Procuro


minha filha pelo vidro e, quando a vejo, endireito-me e enxugo o
rosto para que ela não veja que eu estava chorando.
Eu sorrio para ela através do vidro. — Oi, doce menina, — eu
chamo para ela. — O que você acha de ter um dia das meninas?
— pergunto a ela.

Ela grita e corre para mim. Segura minha mão e a de Knight.


— Vamos explodir aquele carrinho de picolé.

Knight está me observando de perto. — Posso carregar você,


doce menina? — ele pergunta à Annie e ela levanta os braços para
que ele a carregue.

Com a outra mão, ele me aconchega ao seu lado. Assim que


saímos, olho em volta para ver se vejo alguém.

A caminhonete de Knight está estacionada ilegalmente bem na


frente da porta, então não precisamos andar muito.

Ele abre a porta para mim e me coloca dentro, então Annie,


certificando-se de que ela está com o cinto de segurança. No
segundo em que a porta é fechada, é como se eu pudesse respirar
pela primeira vez.

— Knight, e quanto ao meu SUV? — Eu pergunto. Olho para


ele e na lateral do SUV estão as letras PUTA riscadas.

Suas mãos apertam o volante. — Vou enviar um prospecto


para buscá-lo para você. — Ele estende a mão livre e pega a minha,
entrelaçando nossos dedos.

Seguro sua mão com força. Eu simplesmente não posso


acreditar que isso aconteceu. Como ele me encontrou tão
rapidamente?
Por que depois de todo esse tempo?

Ele nos leva para a sede do clube e River corre para fora como
se estivesse esperando por nós. — Você contou para ela? — Eu
sussurro o suficiente para que apenas ele ouça.

Ele concorda. — Sim, eu os avisei sobre o que aconteceu.

Ele estaciona bem na porta; River abre a porta e ajuda Annie


a sair. — Senti saudades da minha garota. — Ela beija sua
bochecha.

Knight me puxa para fora do seu lado e me deixa sentada na


beirada do assento enquanto sua mão se acomoda na parte
externa das minhas coxas. — Querida, fodidamente me mata ver
esse medo em seus olhos, — ele sussurra, passando as mãos para
cima e para baixo nas minhas pernas, acalmando-me.

Meus lábios tremem, meus nervos levando a melhor sobre


mim. Eu olho e vejo que River levou Annie para dentro do clube.

Minha cabeça cai para frente descansando em seu ombro. —


Fiquei com medo porque ele a encontrou, eu morreria se algo
acontecesse com meu bebê, — digo a ele meu maior medo.

Sua mão agarra minhas coxas com mais força, puxando-me


contra seu peito e, em seguida, seus braços me envolvem com
força.

Respiro fundo, seu calor e a segurança me envolvendo. Ele


está tremendo enquanto me segura. Eu posso dizer que ele está
chateado.
Estou aborrecida, mas aquele medo de vê-lo trouxe de volta
tantas lembranças antigas. Sento-me e olho para Knight, seus
olhos são duros, sua mandíbula cerrada. Suas mãos caem das
minhas costas e uma vai para o meu queixo, segurando-o com
força. — Eu vou matá-lo. — Sua voz é profunda, áspera e
inabalável.

Eu sei, sem dúvida, ele fará o que diz.

Ele se inclina para frente e beija o centro da minha testa, meus


olhos se fecham, afundando nele.

— Você me faz sentir segura, — eu admito a ele. Deslizo


minhas mãos sob sua camisa apenas sentindo levemente a pele
quente e aquecendo meus dedos frios.

Ele sorri e descansa sua testa contra a minha. — Deus, as


coisas que eu faria para proteger você e aquela garotinha. Isso
provavelmente te deixaria apavorada. — Meu coração sente como
se pudesse sair do meu peito por ele, incluindo Annie.

Seu tom é sombrio. Eu sei do que ele é capaz; sei do que sou
capaz para proteger minha filha daqueles que ousariam prejudicá-
la.

Eu sorrio. — Nada sobre você poderia me assustar, nada. —


Não repito, ninguém que tenha esse desejo feroz de me proteger
me assustaria.

Ele põe as mãos debaixo dos meus braços e me tira da


caminhonete. — Vamos encontrar nossa garota. — Ele pega minha
mão e entramos de mãos dadas.
A porta é aberta e todos lá dentro vão até nós, então olham
nossas mãos que estão entrelaçadas.

Gage sorri e aconchega River ao seu lado enquanto segura


Annie como se ela fosse um bebê. Terror pisca para mim e eu coro
olhando para os pés deles.

Uma mulher que eu ainda não conhecia entra na frente com


todos nós, usando um vestido de mangas compridas e seu cabelo
grisalho preso em um coque no alto da cabeça. — Meu nome é
Imogene e sou a babá residente, e cuido das crianças também, —
ela brinca e todos os caras riem dela praticamente chamando-os
de crianças.

Eu rio e Annie corre. — Esta é Annie. Se você quiser observá-


la um pouco, eu realmente aprecio isso.

Sei que todos aqui estão querendo saber o que aconteceu.


Reaper parece que mal está se controlando, as veias em seus
braços são enormes e Andrey está pairando ao lado da porta atrás
de nós.

O medo que eu tinha está derretendo e o que resta é raiva do


caralho.

Como alguém ousa fazer isso? O que dá o direito a alguém?


Quero ser feliz e viver minha vida.

— Você tem biscoitos? — Annie olha para a senhora e ela


acena com a cabeça. — Então eu irei com você, — Annie confirma
e eu rio de suas travessuras. Ela pega a mão da senhora e permite
que ela a leve até a cozinha.
No segundo em que ela está fora da minha vista, os nervos me
atingem. — Você acha que ela está bem? — Eu pergunto, lutando
contra o desejo de ir atrás dela.

Royal dá um passo à frente. — Eu confio em Imogene com


minha vida e com a de Penelope. Ela vai ficar bem, — ele me diz e
eu me sinto um pouco melhor sobre isso.

Deixei escapar um suspiro profundo. — Vamos, — Gage diz a


todos e nós o seguimos para uma sala enorme com uma grande
mesa. Gage vai para a cabeceira da mesa e River vai para uma
pequena mesa ao lado atrás de Gage.

Não tenho certeza de onde me sentar, mas Knight me leva para


o assento ao lado dele, do lado direito de Gage.

Todos os caras aqui estão olhando para mim e depois para


Gage, esperando que ele fale. Knight agarra o lado da minha
cadeira e me puxa até que eu esteja diretamente ao lado dele. Seu
braço vai para o encosto dela, a palma da mão descansando logo
abaixo do meu ombro.

Por que sinto que ele acabou de me reivindicar na frente de


todos?

Reaper, que não demonstra nenhuma emoção, pisca para mim


e tem um pequeno sorriso em seus lábios.

Eu sorrio timidamente, mas olho para baixo. Terror está rindo


e Andrey está apenas observando tudo acontecendo ao nosso
redor.
River pega um controle remoto e liga uma enorme TV de tela
plana montada na parede do outro lado da sala.

Prendo a respiração quando reconheço a imagem na tela. River


caminha até ficar atrás de mim, aperta o play e a cena se desenrola
para todos.

Você pode me ver parando no meio do caminho, o horror em


meu rosto e então a caminhonete parando.

Knight alcança debaixo da mesa e segura minha mão. Eu corro


para dentro da escola. Você pode ouvi-lo gritando e me xingando:
cadela, vagabunda e prostituta diabólica.

A câmera muda de mim correndo dentro da escola e então ele


correndo direto para a porta, gritando e berrando comigo,
enlouquecido.

— Puta merda, ele é louco, — River diz e eu concordo com a


cabeça.

— Só não entendo como ele me encontrou tão rápido. — Isso


é o que está confuso para mim. — Não entendo como ele me
encontrou duas vezes em uma semana.

Eu me inclino para a frente na mesa, colocando as mãos no


rosto frustrada. — Faz um ano, um ano inteiro desde que deixei o
culto e agora, de repente, ele está de volta?

Knight rosna. — Eu vou matar esse filho da puta. — Sua voz


é ameaçadora.
Eu me viro para olhar para ele, não acostumada com o tom de
sua voz, e seus olhos estão grudados na tela onde ela parou em
seu rosto.

Meu estômago revira e luto contra a vontade de vomitar.

Lembro-me da esperança que senti de que talvez pudesse ser


feliz, talvez pudesse passar a amá-lo.

Não, ele é puro mal.

Eu o vi fazer coisas para os outros que são impensáveis. Ele


foi cruel comigo, mas fez coisas ainda piores com os outros, e fez
isso na minha frente para mostrar o que aconteceria comigo se eu
não me endireitasse.

Nada funcionou, eu não me importei. Eu não tinha meu bebê


e isso era tudo que importava para mim; desejei a morte porque,
honestamente, era melhor do que a última.

— Acho que preciso me mudar de novo, — admito.

Knight rosna e bate a mão na mesa. — Não! Porra, não! — Ele


balança a cabeça. — Não. — Ele segura meu rosto com a mão. —
Você vai ficar comigo, ninguém nunca vai tocar em você. Rezo a
Deus para que ele tente para que eu possa colocar uma bala entre
seus olhos. — Ele olha ao redor da sala como se fosse anunciar
algo. — Ela é minha, porra! Vamos acabar com esse culto, — diz
ele a todos.
Todos os caras batem os pés e batem as mãos na mesa. Gage
acena com a cabeça. — Vamos acabar com isso de uma vez por
todas.

River sorri e estala os dedos. — Deixe-me começar essa merda.

Eu me sinto muito melhor e sei que Knight vai me proteger e


manter Annie segura. Eu confio nele e nunca pensei que confiaria
em um homem como este, mas ele tem minha total confiança nele.

Nunca sonhei que encontraria Knight.

Eu corro meus dedos pela parte interna de seu antebraço sem


pensar e corro meu dedo ao longo da veia que está ligeiramente
saliente acima da pele.

Eu quero ir para casa e simplesmente esquecer que isso


aconteceu. — Acho que preciso tirar Annie da escola por um
tempo, — afirmo, sem saber o que fazer.

Gage pensa nisso. — Se você quiser, podemos colocar


prospectos em todas as entradas da escola.

Não quero que a vida dela mude mais do que já mudou. Ela
está apenas começando a se acomodar.

— Acho melhor fingir que não está acontecendo nada, ela não
sabe o que está acontecendo e eu não quero que ela saiba.

Todos eles acenam com a cabeça. — Isso é o melhor, — Gage


concorda comigo.
River está digitando na pequena mesa no canto. — Vou
encontrá-lo, — ela me diz e sei que, sem dúvida, ela fará o que diz.

Quero que isso acabe para poder viver minha vida e não ter
medo. Não quero que Annie seja tocada por nada relacionado à
vida do culto.

Todos se levantam e saem da sala. Knight pega minha mão e


vamos procurar Annie.

Ela está sentada em uma mesa pequena na cozinha com um


copo alto de leite e migalhas de biscoito por todo o rosto. Comecei
a rir ao ver o chocolate espalhado por toda parte.

— Acho que os biscoitos estavam bons? — Eu pergunto e ela


acena com a cabeça.

— O melhor, — ela diz entre sua mastigação.

Knight ri. — O que vocês acham de comida mexicana para o


almoço? — Olho para o relógio e é apenas uma hora.

Eu me sinto uma mãe de merda quando percebo que ela pulou


o almoço. — Frango, arroz e queijo, por favor, — diz ela a Knight.
Enfio a mão no bolso para tirar meu cartão para que ele possa
pagar.

Ele me olha completamente horrorizado. — Mas que porra...


— ele para no meio do palavrão e olha para Annie que está em seu
próprio mundo, abraçando seu ursinho de pelúcia.

Ele me entrega o aplicativo que é de um restaurante mexicano.


Eu escolho o que quero comer e coloco as informações do meu
cartão sorrateiramente. Ele pega o telefone de mim e eu o vejo
apagar todas as informações do meu cartão. Ele me olha e depois
escolhe a comida que quer.

Eu rio e molho uma toalha de papel para poder limpar o rosto


e as mãos de Annie. — Pronta para ir para casa? — Eu me abaixo
e limpo a mesa.

— Você não precisa fazer isso. — Imogene volta para a cozinha.

— Eu limpo, — eu digo e termino de limpar a mesa.

— Knight, podemos ir ao parque? — Annie pergunta a Knight.

Eu congelo pensando nela sendo exposta em um lugar público


como aquele. — Na verdade, temos um enorme playground atrás
da sede do clube que construímos no ano passado.

— Ah, posso ver? — ela pergunta.

— Claro, a comida levará cerca de trinta minutos.

Eu o sigo pela porta dos fundos do clube e saio para uma das
maiores áreas de lazer que já vi. Sua boca se abre em choque ao
olhar para a área de recreação e ela grita, correndo direto para a
área de recreação do castelo.

Knight estende a mão e pega a minha. O vento está soprando,


as folhas caindo ao nosso redor, e eu sorrio com a beleza de tudo
isso.
Esta pode ter sido uma manhã tão ruim, mas é disso que mais
me lembrarei. O sorriso em seu rosto quando ela coloca a cabeça
para fora da pequena janela, acenando para nós.

Ela acena para que eu entre no castelo com ela, então abro a
portinha e a fecho. — Knight, seja um monstro, — ela diz a ele e ri
fechando a pequena janela.

Eu posso vê-la andando pelo pequeno prédio, batendo em


certas partes da casa fazendo-a gritar. Então a porta é
escancarada e ele grita. Ela grita e sai pela outra porta, correndo
para a outra área de recreação.

Eu sigo atrás dela rindo porque ele está logo atrás de mim me
perseguindo. Eu rio quando olho para trás para vê-lo a um braço
de distância de mim.

— Socorro, Annie, — eu chamo por ela e seus olhos se


arregalam quando ela vê que eu vou ser pega.

— Eu vou te salvar, mamãe! — ela chama e corre de volta para


mim. Ela levanta os bracinhos e dá de cara com Knight, rindo. —
Eu sou o monstro das cócegas! — Ela cava seus dedinhos em seus
lados.

Ele cai para trás dramaticamente como se ela o abordasse; ela


não para de fazer cócegas nele. — Ah, você quer brincar assim?

Ele a levanta no ar, e ela grita chutando as pernas, então fica


com ela por cima do ombro e corre com ela. Ela levanta os braços.
— Me ajude! — ela grita para mim com o maior sorriso no rosto.
Eu rio e os sigo; pego as mãos dela, a puxo dele e nós dois
saímos correndo. — Que tal eu encontrar você e Knight? — ela
sugere.

Knight pega minha mão e me leva a outra casinha que fica


meio escondida atrás do parquinho.

Ele abre a porta e nós dois entramos; estou praticamente


sentada em seu colo de quão apertado é para nós. Olhamos pela
janela e a vemos olhando em volta tentando nos encontrar.

Eu rio e me recosto para que ela não nos veja.

Eu me viro para olhar para Knight e vejo que ele está olhando
para mim; meu sorriso cai com a seriedade de seu rosto.

Ele estende a mão para cima, empurrando uma mecha do meu


cabelo suavemente atrás da minha orelha. — Linda, — diz ele
suavemente.

Eu sorrio e toco aquela pequena covinha em seu queixo. Meus


olhos derivam para seus lábios, eles são tão grossos e cheios.

Ele solta um suspiro profundo. — Eu vou te beijar.

Ele não perde um segundo, beijando-me, sua mão segurando


minha nuca me puxando para mais perto dele.

Eu suspiro, sentindo seus lábios nos meus pela primeira vez.

Eu me aproximo quando ele aprofunda o beijo. Estou


formigando da cabeça aos pés. Tudo ao meu redor derrete, somos
só eu e ele agora.
Seus dedos deslizam ao longo do meu pescoço, enterrando-se
em meu cabelo. Eu tremo com o leve puxão.

Nunca me senti tão segura em minha vida como neste exato


momento, em seus braços e completamente à sua mercê.

Eu posso ouvir alguém do lado de fora da casinha em que


estamos. Knight se afasta e eu sorrio. — Este é o meu primeiro
beijo verdadeiro, — confesso a ele.

Seu lábio arrasta ao longo do meu lábio inferior. Annie olha


pela pequena janela e de alguma forma, ela não nos vê. Ela sai
correndo e eu rio.

Ele vira a cabeça e percebo que está zangado com a informação


que lhe contei. Eu estendo a mão e toco seu rosto, trazendo-o de
volta para que ele esteja olhando para mim. — Não fique com raiva.

Ele rosna, suas mãos agarram meus quadris, me aproximando


ainda mais dele. — Eu não posso deixar de ficar com raiva daquele
filho da puta. Assim que ele estiver a um metro e oitenta do chão,
baby, eu me sentirei melhor.

Eu rio do ridículo de tudo isso. — Você é louco, — eu brinco.

Ele sorri sinistramente. — Querida, eu estou louco pra caralho


e mal posso esperar para acabar com ele.

Descanso minha testa na dele. — Acho que precisamos ajudar


Annie a nos encontrar, — digo a ele e ele ri. — Acho que sim.

Ele se levanta e me ajuda a levantar. Abro a porta e vejo Annie


parada com Reaper.
— Não consigo encontrá-los; pode me ajudar? — ela pede a ele
e pega sua mão como se ele não fosse assustador.

Nós nos esgueiramos para o lado do prédio e eu espio ao redor


para poder observá-los. Ele não responde, mas deixa que ela o leve
para onde quer que ele vá.

— Você pode me levantar bem alto para que eu possa ver


melhor? — ela pede e eu olho para Knight sorrindo e ele está
sorrindo comigo.

Reaper se abaixa e a levanta, colocando-a em seus ombros, ela


está sorrindo de orelha a orelha. — Esse é o Sr. Reaper. — Ela dá
um tapinha no topo de sua cabeça e eu cubro minha boca tentando
não rir de sua expressão. Ele então sorri e as cicatrizes em ambos
os lados de sua boca se repuxam, tornando-o menos ameaçador.

Annie tem o poder de tirar qualquer um de sua concha.

Reaper olha e me pega parada ali e eu me escondo atrás do


prédio. Ouço Annie rindo e olho para trás para vê-la correndo em
nossa direção. — Nós encontramos vocês! — Annie grita.

Saímos de trás do prédio e eu rio. — Ah, cara, você nos


encontrou.

Ela dá um tapinha na cabeça de Reaper. — Eu tive que trazer


o garotão aqui para me ajudar.

Ele a coloca no chão e meu coração se aquece com sua


expressão. Tenho a sensação de que ele tem alguns demônios
terríveis, a dor que vejo em seus olhos é a dor que conheço muito
bem.

Annie não larga a mão dele. — Você pode comer conosco? —


ela pergunta a ele, puxando seus dedos.

— Eu pedi um pouco a mais, — afirma Knight.

Reaper olha para ela e depois para nós e acena com a cabeça.
Falando em comida, um prospecto está andando atrás da sede do
clube até nós com uma sacola enorme.

Knight se aproxima e pega o dele. — Vá ficar de guarda ali, —


ele diz a ele e caminha até a esquina do prédio para observar.

Há uma mesa de piquenique ao lado do prédio para a qual nos


dirigimos e ajudo Knight a tirar toda a comida das sacolas.

Encontro a refeição extra e a coloco na frente de Reaper. Ele


acena para mim e Annie desliza ao lado dele. — Sr. Reaper, você
pode abrir isso? — Ela aponta para o garfo e a colher de plástico.

Ele abre para ela e lhe entrega. — Acho que Reaper está
tentando roubar minha garota, — diz Knight com raiva fingida.

Ela ri e cobre a boca enquanto olha para Reaper e Knight.

Knight chega debaixo da mesa, com a mão no meu joelho.


Posso sentir meu rosto esquentar enquanto dou uma mordida na
minha comida, tentando parecer tranquila quando, por outro lado,
não estou bem.
O beijo está se repetindo na minha cabeça e meu coração
parece que vai explodir.

Estou muito ciente de como ele é extremamente atraente e,


aparentemente, ele me quer, mas também eu o quero.

Homens nunca passaram pela minha cabeça. Eu estava tão


contente na vida com minha filha. Para criá-la e fazê-la viver uma
vida feliz, para quebrar o ciclo que minha família teve por muitas
gerações.

Minha irmã Bell foi casada por muitos anos e as coisas pelas
quais ela passou... Foi tão ruim, e eu gostaria de matá-lo
novamente pela maneira como ele a tratou se ele já não estivesse
morto.

Annie boceja, esfregando os olhos. — Podemos ir para casa?


— ela me pergunta, dando uma mordida em seu molho com
batatas fritas.

— Claro, doce menina.

Fico feliz que ela não tenha perguntado por que a tirei da
escola hoje. Não havia como deixá-la lá depois do que aconteceu e,
honestamente, estou com medo de que ela volte para lá.

Mas desenraizar sua vida novamente, essa não é a resposta.


Não quero que isso a perturbe nem a atinja. Recolho nosso lixo e
coloco tudo no saco para jogar fora.
Annie se move para ficar ao meu lado e eu passo minha mão
na parte de trás de sua cabeça, puxando-a para o meu lado e
dando-lhe um pequeno abraço.

— Mamãe, — ela diz e eu me inclino mais perto dela para que


eu possa ouvir melhor o que ela diz.

— Sim?

— Posso passar a noite toda com Bell e Maverick neste fim de


semana depois do canteiro de abóboras? — ela me pergunta.

— Claro. — Eu beijo sua testa e Knight a levanta no ar,


jogando-a e pegando-a. Eu pulo tentando estender a mão para
pegá-la e ela grita de tanto rir.

Ela envolve os braços em volta dele e o abraça com força, os


olhos dele estão fechados, abraçando-a de volta.

Ao que parece, alguém está apaixonado por minha filha, e ela


por ele. Com a mão livre dele, ele pega a minha e me puxa para o
seu lado.

Reaper acena para nós e volta para dentro do clube.

Caminhamos ao redor da sede do clube e entramos na


caminhonete de Knight. Meu telefone toca de dentro do carro. Eu
o pego e me abalo com a quantidade de mensagens de texto de um
número desconhecido.

Torço em meu assento para ter certeza de que Annie não pode
ver e com um aperto de mão, abro a mensagem de texto.
Você pode ter escapado hoje vadia, mas essa merda não
acabou. Você é minha esposa e vai voltar para casa.

Ou então.

As outras mensagens seguem a mesma linha, ameaçando a


mim e a Annie. Posso sentir Knight olhando para mim, então
estendo a mão e entrego meu telefone a ele.

Como ele conseguiu meu número? Eu não entendo. Eu não


entendo nada disso. Já se passou um ano, por que a repentina
atividade agressiva?

Outra mensagem aparece no meu telefone. Eu me inclino e


tento me controlar, não querendo que Annie veja.

Apenas me dê Annie antes de arruiná-la.

Eu olho para fora da janela, meus dentes cerrados. Estendo a


mão e pego meu telefone de sua mão, saio da parte de trás, tiro a
bateria, lutando contra o desejo de não o quebrar em um milhão
de pedaços.

River para ao nosso lado e nós dois saímos da caminhonete,


fechando a porta para que Annie não ouça.

River olha para nós. — Eu não gosto desse olhar em seu rosto.

Eu entrego a ela meu telefone e a bateria. — De alguma forma,


ele conseguiu meu número e tem me enviado mensagens na última
hora. Ele está fazendo ameaças.
Knight vira a cabeça para longe de mim, como se não quisesse
que eu visse o quão zangado ele está, mas se ele é um quarto bravo
quanto eu, então ele está furioso.

Ele não merece nem mencionar o nome dela. Mexer comigo é


uma coisa, mas minha filha é um campo de jogo totalmente
diferente.

Gage rosna: — Eu odeio aquele filho da puta.

— Oh, eu também, — Knight diz a Gage e eles se olham.

Esfrego o rosto, exausta.

River envolve seus braços em volta de mim com força. — Vou


descobrir como ele soube onde te encontrar e como conseguiu seu
número. — Eu aceno, agradecendo-a.

— Tenho medo de que algo aconteça e afete Annie. — Esse é o


meu pior medo.

Sou tirada dos braços de River para os de Knight. — Querida,


nada nem ninguém vai tocar em você e na Annie. Eu prometo,
porra, eu quero dizer isso, — ele me promete, sua voz sombria e
com raiva de tudo o que está acontecendo.

— Eu vou manter você informada. — River sorri para mim e


então puxa Gage para dentro do clube com ela.
MAIS TARDE NAQUELA NOITE

Fecho a porta de Annie, grata por ela estar dormindo porque


preciso de um tempo para mim. Coloco um shorts e uma camisa
de dormir.

Knight foi chamado em uma emergência no hospital. Subo na


cama e coloco o cobertor no ombro, ligando a TV.

Estou triste, muito triste que isso esteja acontecendo.

Eu sei que estou segura e tenho uma chance melhor do que


noventa e nove por cento das mulheres que escaparam dessa vida.

Foi um longo dia, a maneira como tudo aconteceu esta manhã


na escola, a arma e a maldade em seu rosto tornaram tudo real.

Ouvir que ele estava procurando por mim era uma coisa, mas
estar cara a cara com ele é totalmente diferente.

Viro-me de costas e olho para o teto. River vai contar a Bell o


que está acontecendo e por que não tenho meu telefone até
conseguir um novo.

Olho para o relógio no criado-mudo e vejo que são dez horas.


Annie teve uma explosão de energia mais cedo e queria falar sobre
tudo e qualquer coisa.
Sorrio pensando em seu lindo rosto quando ela mencionou o
canteiro de abóboras neste fim de semana, eu amo como ela é feliz
e despreocupada.

Minha vida teria sido tão diferente se essa fosse a minha vida,
se eu fosse realmente uma criança. Quando eu tinha a idade dela,
minhas aulas sobre como ser a esposa perfeita começaram.

Eles literalmente batiam em nós desde o segundo em que


tínhamos idade suficiente para compreender.

Antes de eu deixar o culto, a capacidade de casar-se foi


transferida de quatorze anos para quando as meninas tiveram
seus primeiros ciclos, elas eram consideradas mulheres naquele
momento.

Eu cubro meu rosto apavorada com a ideia de estarmos


naquela vida. Faz um ano que saí e os ajustes que tive que fazer
foram muitos.

Às vezes, quando acordo por um único segundo, esqueço e


penso que estou de volta lá, de volta à cabana ou de volta à casa
que tinha, se é que se pode chamar assim.

O som de passos vindos do corredor me faz sentar e antes que


eu possa entrar em pânico, Knight está na frente da porta do meu
quarto com uma bolsa e uma das minhas chaves sobressalentes
que eu tinha no bar.

— Knight, — eu sussurro, relaxando e então os nervos me


atingem porque estamos sozinhos.
Ele caminha até mim e segura meu queixo. — Não consegui
ficar longe. — Apoiei minha mão em seu antebraço.

— Eu não quero que você faça isso, — digo-lhe honestamente.

Ele sorri. — Eu só quero te abraçar, preciso ter certeza de que


vocês duas estão seguras, — ele admite para mim.

Eu me inclino para frente e coloco minha cabeça em seu peito,


precisando dele para me abraçar agora. Honestamente, a última
coisa que eu queria era ficar sozinha.

Eu suspiro e deslizo na minha cama abrindo espaço para ele.


— Eu estava esperando que você viesse.

Seu rosto se suaviza e ele deixa cair a bolsa no chão. Ele já


está de calça de moletom e camiseta branca. — Nada teria me
impedido de vir para estar com você. — Seu olhar vai do meu
maxilar até o centro da minha garganta, segurando apenas o
suficiente para chamar minha atenção. — Nada, — ele repete.

— Ótimo, — digo sem fôlego.

Ele está respirando com dificuldade, enquanto olha para mim.


Eu quero que ele me beije, só quero eu e ele agora.

Aproximo-me dele, minhas mãos torcendo na frente de sua


camisa. Luto contra o desejo de não dizer que quero aqueles lábios
em mim, para que ele fique mais perto.

Seus dedos afastam meu cabelo do meu rosto, colocando-o


atrás da minha orelha. — Você é tão linda, como a porra de um
anjo.
Sorrio com seu elogio. — Quer dormir comigo aqui esta noite
e podemos assistir a um filme? — Eu reúno coragem para
perguntar, não querendo que ele vá para o quarto de hóspedes.

Isso seria uma tortura.

Ele joga o cobertor para trás dramaticamente e eu rio,


correndo pela cama até o meio. Ele estende a mão e apaga a luz do
criado-mudo.

Estou me apoiando nos cotovelos, meus nervos chegando ao


auge. A bravura derretendo em mim agora que ele está diretamente
ao meu lado.

Isso é tão íntimo, e estou com medo, mas animada também.

Ele olha para mim e viro minha cabeça para a TV. Meu coração
parece que está a segundos de explodir.

Não sei onde colocar as mãos. Devo deitar-me? O que eu faço?

Posso senti-lo ainda olhando para mim e então ele ri. Olho
para ele e ele está balançando a cabeça, sorrindo para mim.

— O que foi? — Eu pergunto.

— Eu me sinto fodidamente sortudo por estar aqui com você


agora, — afirma, sua mão tocando suavemente minha bochecha.

Eu sorrio, amando o jeito que ele me toca. Posso sentir o poder


em suas mãos e seu corpo.
Eu sei que ele pode ser perigoso; sei das coisas que ele é capaz.
E as coisas que ele me disse que planeja fazer com meu ex-marido,
devem me aterrorizar. Mas a única coisa que sinto é segurança.

Só pelo jeito que ele cuida de mim, eu sei que ele está pronto
a qualquer momento para proteger a mim e a Annie.

Meu cérebro está tentando entender o fato de que isso está


acontecendo. Como minha vida virou de cabeça para baixo em
apenas um único segundo.

— Você é tão bom para mim. — Fecho meus olhos e me


aproximo, colocando meu rosto no centro de seu peito.

Todo o ar deixa meu corpo ao senti-lo me segurando. É como


se eu estivesse envolta em um banho quente depois de estar
congelada todo esse tempo.

— Deus, eu poderia ficar aqui para sempre, — eu sussurro.

Ele grunhe e de repente sou virada de costas com ele em cima


de mim, minhas pernas presas entre nós. Eu me mexo para que
ele fique entre minhas pernas sem pensar.

Meus olhos se arregalam quando sinto sua dureza


pressionada contra mim.

Seu nariz queima com o contato, seus grandes braços e mãos


estão plantados na cama em cada lado do meu rosto.

Engasgo quando ele se mexe um pouquinho e o prazer que


recebo do pequeno movimento é chocante.
Sexo é algo que nunca me interessou. No passado, era horrível
para mim e doloroso. Mas agora, sinto um desejo, e um desejo por
ele diferente de tudo que já senti.

Abro mais minhas pernas, minha perna direita se


acomodando na parte de trás de sua coxa, puxando-o para mais
perto.

Sua mão atira para baixo e agarra minha coxa me impedindo


de me aproximar. — Querida, este é um território perigoso, — ele
grunhe.

Eu sorrio com o grunhido porque posso senti-lo ficando mais


duro. — Talvez eu queira entrar neste território, — eu sussurro,
meu coração batendo tão forte que tenho certeza de que ele pode
sentir.

Seus olhos se arregalam e eu sei que ele não esperava que eu


dissesse isso. Ele se inclina para frente e descansa sua testa contra
a minha. — Eu quero tanto você, baby, mas eu não planejei que
isso acontecesse quando vim aqui esta noite.

Descanso minhas mãos em seu rosto, meus olhos olhando


diretamente para os dele e os dele para a minha alma. — Eu sei,
Knight. — Movo minhas mãos, meus polegares acariciando suas
maçãs do rosto. — Knight, eu querer você é algo que nunca
experimentei antes. — Decido ser sincera, o medo dele não me
querer mais é real, mas preciso contar a ele. — Eu nunca quis
estar com ninguém, nunca tive a escolha de escolher ou tive
vontade, — digo de uma forma que o deixa saber que fui forçada
contra minha vontade.
Eu nunca quis isso, mas agora eu o quero.

Ele fecha os olhos quando minhas palavras o atingem, eu


fecho os meus com medo da rejeição. Minhas mãos começam a
tremer esperando que ele diga alguma coisa, faça alguma coisa.

— Essa porra me mata, baby. Me mata que alguém não tenha


feito amor com você do jeito que você merece, cuidado de você. Do
jeito que vou matar aquele filho da puta? — Ele para grunhindo a
última parte, deixando suas palavras no ar no que ele vai fazer
com ele.

Meus olhos se abrem e eu encaro os dele. — Isso não importa


agora, Knight. Essa parte da minha vida acabou.

Ele concorda. — Com certeza, porra. — Ele beija minha testa,


puxando-me para ele, abraçando-me a ele.

Meus braços o envolvem com força, segurando-o como se ele


fosse minha única tábua de salvação. — Eu estava com medo de
dizer a você, que você não iria querer alguém que passou pelo que
eu passei.

Ele se recosta de repente, seu rosto mostrando choque com


minhas palavras. — Querida, no segundo em que vi você sair do
carro, soube que era minha. — Suas mãos envolvem a frente do
meu pescoço, puxando-me ligeiramente para ele, chamando toda
a minha atenção. — Você é minha, porra. — Ele rosna a palavra
minha, colocando ênfase na palavra.
Eu mordo meu lábio tentando parar o sorriso. — Gosto muito
disso, — admito para ele, adoro a ideia de ser dele. — Sua. —
Coloco minha mão em seu pulso, segurando com força.

É como se um peso tivesse sido tirado dos meus ombros.


Sendo abusada, você tem esse medo no fundo de sua mente de que
algo assim afetaria a maneira como alguém se sente em relação a
você.

— Minha, porra. — Sua voz é sombria, profunda e posso senti-


la até os dedos dos pés, a reivindicação de que sou dele.

Deus, é tudo.

Eu suspiro, as palavras cobrindo cada parte de mim. Todas as


preocupações e dúvidas se foram. Vivendo com o MC no ano
passado, sei o que significa ser reivindicada.

É o negócio real.

— Vou te beijar agora, — ele me diz.

Concordo com a cabeça, sua mão se movendo do meu pescoço,


enterrando em meu cabelo e puxando meu rosto para o dele, seus
lábios cobrindo os meus.

Um pequeno suspiro sai da minha boca ao senti-lo, estou


dolorida por ele. Eu quero que ele toque tudo de mim.

Eu só o quero.
Sua mão aperta meu cabelo, puxando-me para mais perto
enquanto ele gentilmente me pressiona de volta na minha cama,
beijando-me mais profundamente.

Eu suspiro, minhas mãos serpenteando na parte de trás de


sua camiseta, precisando tocá-lo. Suas costas se flexionam ao meu
toque. Seus lábios deixam os meus, seus olhos olhando nos meus
novamente. Eu posso ver a necessidade que ele tem de mim.

— Tem certeza? — ele me pergunta novamente.

Eu aceno sem hesitar. Eu não estou assustada. A necessidade


dele é avassaladora. Ele sorri e se senta, agarrando a barra da
camiseta, puxando-a sobre a cabeça.

Meus olhos vão para os músculos de seu peito, uma pequena


faixa de cabelo no centro.

Eu não posso resistir a estender a mão e tocá-lo. Meus dedos


deslizam lentamente e seu estômago se flexiona quando corro meu
dedo ao longo de seu abdômen.

Mordo meu lábio porque não posso acreditar que isso está
acontecendo agora.

Ele estende as mãos, puxando as pontas da minha camiseta e


eu levanto meus braços para que ele possa puxá-la sobre minha
cabeça.
Ele amaldiçoa, suas mãos agarrando o cobertor em ambos os
lados de mim. Eu não estou usando sutiã, então quando ele tirou
minha camiseta, fiquei exposta, exceto minha calcinha.

Seus olhos me admiram e eu juro que posso sentir o calor de


cada olhar. — Deus, eu sou um filho da puta sortudo, — ele diz.

Ele agarra meus lados e me levanta ainda mais na cama. Ele


olha para mim uma última vez antes de agarrar cada lado da
minha calcinha e arrancá-la do meu corpo.

Eu guincho levemente em choque por ele ter feito isso. Eu rio,


mas por dentro sinto que posso desmaiar a qualquer momento.

Ele morde o lábio inferior, seus olhos observando cada


centímetro meu. Seu olhar letal começa a me deixar constrangida.
Começo a me cobrir, mas suas mãos se abrem e as pegam antes
mesmo que eu possa me tocar.

— Querida, não faça isso. Você é linda, — ele me diz, sua voz
suave. Sua mão desliza do meu lado para o lado de fora da minha
coxa.

Arrepios irrompem em minha pele. — Knight, — eu sussurro,


descansando minhas mãos em seu estômago.

Ele bate sua boca de volta na minha, muda para um beijo


gentil e enrolado e eu posso sentir isso em cada parte do meu
corpo.

Minha respiração está pesada e estou tremendo em


antecipação ao que está por vir.
Eu quero tanto isso, mas tenho flashes no fundo da minha
mente que vai doer como eu lembrava? A dor era tão intensa às
vezes que eu sentia que ia morrer.

Eu sei que isso não é realista porque sei de todo o coração que
ele não me machucaria, mas talvez haja algo de errado comigo?

E se ele olhar para mim e decidir que não sou o que ele pensou
que eu fosse?

Sua mão segura o lado do meu rosto, virando-me para olhar


para ele. Eu nem sabia que tinha me distanciado, olhando para o
lado da parede.

— O que está em sua mente, doce menina? — ele pergunta


docemente.

Abro minha boca e depois a fecho, sem saber o que dizer a ele.
— Nada, só estou nervosa, — admito honestamente porque é
verdade.

Ele se senta, puxando-me para seu colo. — Você sabe que eu


ficaria bem se não fizermos sexo, certo? Eu ficaria bem deitado ao
seu lado e apenas dormindo.

Parte do medo desaparece com suas palavras, pois estou me


sentindo muito vulnerável agora. Eu o beijo, querendo colocar o
que estou sentindo nele.

O medo é real, mas meu desejo por ele é muito mais. Eu quero
estar conectada a ele neste nível.
— Eu quero você, Knight. Eu quero estar com você. Quero que
me mostre como deve ser, de alguém que se importa comigo. Me
faça sua. — As palavras saem de mim.

Ele suspira. — Eu prefiro morrer a te machucar de qualquer


maneira, baby.

Lágrimas enchem meus olhos com suas palavras, palavras que


eu não sabia que precisava. Eles são como um bálsamo para
minha alma.

Eu empurro meu cabelo sobre meu ombro, as mechas fazendo


cócegas no centro das minhas costas. — Apenas me ame, — eu
digo sem fôlego.

Ele pressiona sua testa contra a minha. — Querida, você me


destruiu. — Ele suspira profundamente.

Ele me beija forte, segurando minha nuca, puxando-me


apertado contra ele. Eu corro minhas mãos por seu estômago,
amando o aperto, o poder sob minhas mãos, a força.

Deus, ele é tão atraente.

Seus lábios derivam de meus lábios e ele puxa as pontas do


meu cabelo para que minha cabeça fique inclinada para o lado.
Seus lábios sugam, beijando ao longo do meu pescoço.

Eu agarro seus lados porque estou tremendo e tenho arrepios


por toda parte. Eu sei que estou encharcando seu colo pelo
pequeno toque que ele está fazendo agora.
Ele me acomoda de volta na cama com ele ainda entre as
minhas pernas.

Uma mão está segurando a minha, nossos dedos entrelaçados


e a outra está segurando minha coxa, levantando minha perna
mais alto.

Seus olhos encaram os meus, seus dedos esfregando


suavemente, vagando cada vez mais perto da parte que eu estou
morrendo de vontade de tocar.

Ele beija o caminho até o centro do meu peito, com as mãos


bem na borda de onde eu preciso dele.

Abro mais as pernas tentando fazer com que ele se aproxime.

Ele ri, sua cabeça bem acima do meu mamilo. Eu olho para
baixo assim que sua boca se fecha em torno dele, puxando
profundamente em sua boca.

Eu suspiro com a sensação.

— Oh, Deus, — eu gemo.

Ele se move para o outro lado, fazendo a mesma coisa e me


deixando louca. Ele levanta a cabeça para olhar para mim, sua
mão levantando-se da parte interna da minha coxa.

Ele observa cada expressão minha enquanto seu polegar


desliza pelos meus lábios. Eu sei que estou encharcando a mão
dele.
Eu mordo meu lábio, abrindo mais minhas pernas, dando o
sinal verde para fazer o que estou desejando.

Seu polegar desliza no meio, pressionando o polegar em meu


clitóris. Eu pressiono meu rosto em seu peito com o prazer
repentino. Ele beija o lado do meu pescoço, preguiçosamente. Seu
polegar se move em pequenos círculos.

Ele pressiona a junta contra a minha abertura, enquanto move


o polegar ao mesmo tempo.

Minhas pernas já estão tremendo e não vai demorar muito


para eu explodir. Eu já estava encharcada para ele antes mesmo
que ele me tocasse.

Ele remove o polegar e meus olhos se abrem quando ele o tira,


mas eu gemo profundamente quando ele afunda um dedo em mim
e depois outro.

Ele preguiçosamente e lentamente desliza o dedo dentro e fora


de mim, deixando-me louca.

— Oh, Deus. — Eu gemo quando ele esfrega meu clitóris e


acaricia seus dedos dentro de mim ao mesmo tempo.

Minhas pernas estão tremendo, meu corpo perseguindo o


orgasmo que deseja. — Deus, você é tão fodidamente apertada em
meus dedos.

Eu mordo seu ombro, tentando não falar alto. — Estou tão


perto.
Ele move os dedos mais rápido. — Eu posso sentir o quão perto
você está.

Ele remove as mãos de repente e eu suspiro, sentando-me


porque estava prestes a gozar. Ele remove o resto de sua roupa e
olha para mim.

Ele agarra meus pés e me puxa para a beira da cama e fica de


joelhos no chão. — O que você está fazendo? — Pergunto-lhe. Eu
me sinto quente por toda parte.

Ele joga minhas pernas sobre seus ombros, colocando seu


rosto bem acima da minha boceta. Ele lambe os lábios antes de
correr a língua ao longo dos meus lábios e me abrir para que possa
sugar meu clitóris em sua boca.

Meus dedos do pé enrolam e eu gozo instantaneamente. Eu


mordo minha mão e meus olhos reviram na minha cabeça com o
prazer insano.

Ele não para, seus dedos estão dentro de mim mais uma vez
enquanto sua língua tortura meu clitóris.

Eu agarro a roupa de cama, tentando entender a quantidade


de prazer que ele está me dando agora.

— Oh, Deus! Knight!

Em um segundo, estou morrendo de vontade de afastá-lo


porque é demais e no segundo seguinte estou tentando puxá-lo
para mais perto.
Em um segundo, estou perseguindo o alto e no segundo
seguinte estou caindo novamente. Meu corpo inteiro está
tremendo.

Eu me sento e o beijo com força. Consigo me provar em seus


lábios e isso só me excita ainda mais.

Estendo minha mão para a frente e o seguro por cima de sua


cueca. Eu puxo a borda, querendo arrastá-la para baixo por suas
pernas.

Ele se levanta e eu o ajudo a puxá-la para baixo. Eu chupo


uma respiração afiada ao vê-lo, minha boca salivando com o quão
grande ele é.

Corro meu dedo ao longo da ponta, amando o jeito que ele pula
com o contato repentino. — Faça amor comigo, — eu sussurro
emocionada.

Eu me arrasto para cima da cama e ele me segue, rastejando


até mim e minha cabeça descansa no travesseiro, luto contra o
desejo de não virar meu estômago e ficar na pose submissa que
me ensinaram no culto.

Mas eu quero que ele me ame, quero sentir isso com ele. Ele
agarra minha coxa, levantando-a para que fique apoiada em seu
quadril.

Eu suspiro sentindo-o pressionado contra mim, esfregando


seu pau ao longo do meu clitóris. Estou tão sensível que estremeço
com o prazer súbito e intenso.
Eu agarro suas costas e ele pressiona contra a minha
abertura. Eu relaxo enquanto ele junta minhas mãos e entrelaça
nossos dedos, levantando-os de cada lado do meu rosto. —
Preparada? — Ele pergunta, sua voz mais suave do que eu já ouvi
dele antes.

Eu concordo. — Preparada.

Eu levanto meus quadris e sua ponta desliza para dentro. Ele


agarra minhas mãos com força e lentamente se acomoda. Ele faz
pequenos empurrões e puxões a cada vez até que esteja totalmente
encaixado dentro de mim.

Seus olhos nunca deixam os meus o tempo todo para se


certificar de que estou bem. Nunca me senti mais segura e cuidada
em minha vida.

É um aperto, quase doloroso, mas a sensação de ser


preenchida por ele é tão inebriante que já estou viciada. — Deus,
estou tão cheia, — eu gemo.

Jogo minha cabeça para trás e ele beija minha garganta


exposta. — Eu poderia viver dentro de você, — ele sussurra em
meu ouvido. Eu gemo e levanto meus quadris e de alguma forma,
ele se move um pouco mais fundo dentro de mim.

Inclino-me para a frente e o beijo profundamente, com o


coração na garganta. Ele está me deixando ajustar por seu
tamanho.
Minhas mãos afundam em seu cabelo, puxando-o para mais
perto de mim, precisando de seus lábios. Ele se move suavemente
e eu me engasgo com a sensação.

Eu nunca esperei que fosse assim. Seus lábios beijam o


suspiro longe de mim e suas mãos agarram minha coxa,
levantando-a mais alto enquanto ele aumenta seu ritmo. O fogo
entre minhas pernas está crescendo a cada pequena carícia.

Seus olhos se conectam com os meus. Sorrio para ele, ele sorri
de volta e segura meu rosto gentilmente, com ternura. Acho que
estou me apaixonando por ele; eu posso sentir isso bem na minha
alma.

— Deus, nunca sonhei que te encontraria, mas aqui está você.


— Ele balança a cabeça e descansa sua testa contra a minha.

Palavras não são necessárias depois disso, estamos olho no


olho, nunca deixando um ao outro enquanto ele nos aproxima
cada vez mais do ápice.

A sensação dele se movendo dentro de mim, o peso de seu


corpo em cima do meu, é tudo. Eu aperto em torno dele, mordendo
meu lábio tentando não gemer alto.

Sinto que estou pegando fogo, cada parte de mim está no


limite, meus dedos estão enrolados. — Eu posso sentir o quão
perto você está, — ele geme em meu ouvido. — A sensação de você
ao meu redor... — Ele para, grunhindo.

Ele segura a cabeceira da cama e se move mais rápido, com


mais força. Prendo a respiração, revirando os olhos.
Eu aperto seus braços com força, minhas unhas cravando em
seus bíceps. Agarro o travesseiro ao meu lado, tentando abafar os
sons que me escapam, mas com muito pouco sucesso.

Ele cobre minha boca, sorri para mim e, em seguida, com a


mão livre, ele alcança entre nós dois.

Seu polegar rola meu clitóris e isso é tudo o que preciso.

Ele me beija forte, silenciando os sons. Estou tremendo, todo


o meu corpo está gelatinoso. Ele ri contra meus lábios e sai de
mim, perplexa olho para ele.

Ele me vira até que eu esteja de bruços no travesseiro, suas


mãos grandes agarram meus quadris, levantando-me até que eu
esteja quadril com quadril com ele.

Ele desliza de volta para dentro de mim e eu começo a sentar,


gozando novamente do novo ângulo. Eu olho para trás para ele e
aperto em torno dele, vendo-o com a cabeça jogada para trás de
prazer.

Arqueio minhas costas, empurrando-me com mais força


contra ele. — Deus, — eu gemo, segurando o travesseiro debaixo
da minha mão.

— É melhor segurar, porra, quero que você me sinta. Eu não


quero que você esqueça de me sentir entre suas pernas.

Eu agarro a cabeceira, atiro meu cabelo para trás para que


fique espalhado sobre minhas costas, e olho para trás, vendo-o se
mover lentamente, seu pau escorregando para dentro e para fora
de mim.

Ele pisca bem antes de bater em mim, com força.

Eu ofego, apertando minhas mãos e isso é tudo que é preciso


para que ele golpeie como se este fosse seu último momento na
terra.

— Oh, Deus. — Eu murmuro a cada batida de sua pele contra


a minha, seu pau batendo no meu colo do útero a cada golpe.

Meu corpo não é meu neste momento, está à mercê de Knight.

Ele corre sua mão pelas minhas costas até que puxa meu
cabelo. Minha cabeça se estala para trás e ele bate sua boca na
minha com tanta força que tudo à minha volta fica preto.

O prazer é demais para mim. Eu cerro meus dentes e tudo o


que posso fazer é segurar.

Ele belisca meu clitóris e meu corpo inteiro se sacode antes


que minhas pernas se soltem e eu gozo, com força.

Meu corpo inteiro endurece e ele goza, gemendo. Sua frente


cai para as minhas costas enquanto ele goza comigo.

Respiro fundo e caio no travesseiro debaixo do pescoço. —


Acho que você me matou, — brinco, mas estou brincando?

Ele ri e desliza suavemente para fora de mim.

Ele fica quieto e eu olho para ele. — Eu machuquei você? —


pergunta, esfregando minhas costas.
— Você não me machucou, isso foi incrível, Knight. Eu não
sabia que poderia ser assim, — admito honestamente, o que senti
foi irreal.

E eu estou viciada.

Eu me viro e me aproximo dele, querendo tocá-lo. — Você


nunca me machucaria, Knight. — Eu pego seu rosto, adorando a
sensação dele sob a minha mão, qualquer parte dele, adoro tocá-
lo.

Ele fecha seus olhos. Ele fecha os olhos, eu o encosto e ele


descansa a cabeça no meu peito. Enterro minhas mãos em seus
cabelos, esfregando seu couro cabeludo.

— Querida, você me fodeu, — ele sussurra contra o meu peito.

— O mesmo, — eu brinco.

Ele se senta e olha para mim. — Eu sou se, baby. Eu também


sou seu, — ele admite para mim.

Meus olhos lacrimejam com a doçura dele. — Knight, — eu


sussurro.

Eu o beijo profundamente. — Vamos tomar banho, — ele me


diz e me levanta da cama, carregando-me. Eu envolvo minhas
pernas em volta de sua cintura.

Ele chega no chuveiro, abrindo a água. Envolvo meus braços


em volta do seu pescoço, colocando meu rosto na curva de seu
pescoço. — A maneira como você me faz sentir tão segura, nunca
tive isso antes de você. — Eu beijo sua bochecha.
Ele me senta no canto do balcão. — Eu morreria um milhão
de mortes antes de deixar alguém te machucar, baby. — Sua voz
é áspera e posso sentir a raiva.

Meus olhos ardem enquanto tento não chorar de novo. Eu


descanso minha cabeça em seu queixo. — Juro que às vezes sinto
como se estivesse sonhando, — digo a ele, minhas mãos correndo
por suas costas.

Ele inclina minha cabeça para trás. — Querida, — ele grunhe


e me beija. Eu o puxo para mais perto de mim, abrindo minhas
pernas. Então me atinge como uma tonelada de tijolos; eu sinto
que vou desmaiar. Eu o empurro para longe de mim, meus olhos
arregalados. — O que é? — ele me pergunta.

— Não usamos proteção. — Eu posso sentir o sêmen


escorrendo pela minha perna de onde ele gozou dentro de mim.

— Eu sei. — Ele me pega entrando no chuveiro comigo e me


coloca no chão. Ele vira o jato para que fique em nós dois.

— Knight, você não me entendeu? — Eu digo a ele novamente.

Ele ri. — Eu entendi. — Ele inclina minha cabeça para trás,


então a água está escorrendo pela parte de trás do meu cabelo e
pelas minhas costas.

Ele o alisa por cima do meu ombro, desfazendo um


emaranhado. Eu agarro seus braços e meio que o chacoalho como
olá, você está bem?
Ele ri. — Querida, eu sei que não, e sei que você não está
tomando anticoncepcional porque verifiquei se encontrava algum.

Minha boca se abre em choque. — Você está tentando me


engravidar? — Eu me afasto dele para que possa vê-lo
completamente, a água morna acariciando meus músculos.

Seus olhos brilham de felicidade. — Querida, claro que esse é


o plano.

Juro que poderia cair no chão com o que ele está jogando. —
O que você está dizendo? — Minha voz mal passa de um sussurro,
meu coração parece que pode parar.

Ele me apoia até que minhas costas estejam pressionadas


contra a parede, seus braços em cada lado do meu rosto, me
prendendo.

— Quando eu disse que você era minha, eu quis dizer isso.


Isso significa que quero meu anel em seu dedo, meu patch em suas
costas e um bebê na sua barriga. — Ele expõe tudo e é
completamente insano.

Mas por que eu gosto?

— Você é louco, — eu digo. Meu primeiro pensamento é se isso


me incomoda, considerando meu passado. Com o jeito que ele está
olhando para mim como se eu estivesse pendurada na lua, não
consigo me importar.
Ele sorri. — Sim, eu sou. — Ele beija minha bochecha, tirando
meu cabelo do rosto quando uma mecha molhada cai em meu
rosto.

— Mas você gosta disso. — Ele agarra meus quadris,


empurrando-me contra ele. Sua mão se move para minha garganta
e me puxa para ele, beijando-me profundamente, completamente
e toda a luta que tive sobre isso se foi pela janela.

Bem, ok então.
A MANHÃ SEGUINTE

Assim que meus olhos se abrem, eles vão para o lindo rosto de
Daniella, dormindo pacificamente. Minha mente vagueia para o
que aconteceu ontem à noite e como nosso relacionamento deu um
grande salto.

Eu sabia que ela era minha, mas ontem à noite foi o prego na
porra do caixão. A maneira como ela olhou sob mim, a sensação
dela gozando ao meu redor, eu nunca vou esquecer isso.

Ela é minha e eu pretendo fazê-la minha de todas as formas.


O desejo de protegê-la e destruir cada filho da puta, mesmo que só
olhe em sua direção, é forte.

Vou acabar com aqueles que a prejudicaram, sem dúvida.


Deslizo a parte de trás do meu dedo ao longo de sua bochecha e
ela se mexe em seu sono ao meu toque.

Eu rio baixinho com o choque em seu rosto quando descobriu


que eu planejava engravidá-la o mais rápido possível.

Olho para seu estômago e esfrego sua barriga vazia. Mal posso
esperar para vê-la grávida do meu bebê, mas, acima de tudo, Annie
seria a melhor irmã mais velha.
Viro de costas, lutando contra o desejo de puxá-la para cima
de mim e me enterrar até o fim dentro dela.

Mas sei que ela vai estar sensível com o que fizemos ontem.

Posso ouvir pequenos passos fora do quarto e sei que é Annie.


Eu sorrio e olho, esperando que ela entre.

A porta mal se abre e vejo seu rostinho. Eu sorrio por ela


tentando ficar quieta.

Seus olhos se arregalam em choque comigo na cama com sua


mãe. Levanto minha mão e aceno para ela entrar.

Ela corre silenciosamente, pega minha mão e eu a ajudo a


subir na cama. Ela rasteja entre nós, aconchegando-se sob as
cobertas.

— Você é o namorado da minha mãe? — Annie me pergunta,


olhando para mim.

Eu sorrio. — Sim, querida, estou namorando sua mãe. — Meu


estômago está cheio de nós com a ideia de ela não gostar disso.

Antes que eu possa entrar em pânico, ela sorri para mim, seus
olhos brilham. — Estou feliz, — diz e se move para se aconchegar
em meu peito.

Arrumo o cobertor sobre ela e a puxo para mais perto de mim.


— Querida, estou feliz que você esteja na minha vida também. Você
é minha garota. — Eu a abraço um pouco mais forte. Quero que
ela saiba que sim, estou com a mãe dela, mas também estou aqui
para ela.
— Promete? — ela pergunta com seus lindos olhos
arregalados.

— Eu prometo de todo o meu coração, — respondo.

Ela ri e vejo sua mãe se mexendo e seus lindos olhos abertos.


— Querida, quando você chegou aqui? — Acho que a cansei.

Annie me deixa e se vira para sua mãe, abraçando-a. — Bom


dia, mamãe.

Daniella fecha os olhos e sorri. — Penelope vai voltar para a


escola hoje e Royal queria saber se ela pode ir conosco. Ela tem
perguntado, — eu digo a ela.

Annie praticamente pula da cama de empolgação. — Oh, por


favor! Podemos pegar o McDonald's também?

Percebi que essa garotinha é obcecada pelo McDonald's e pode


comê-lo em todas as refeições. Olho para sua mãe para ter certeza
de que está tudo bem antes de acenar com a cabeça.

Ela grita e sai correndo do quarto dramaticamente; meu


palpite é se apressar e se preparar para a escola.

Daniella está me olhando com um olhar lindo e feliz em seu


rosto. — Você sabe que nunca conversamos sobre a noite passada
e a coisa sem proteção, — ela aponta.

Eu sorrio, meu peito esquentando com a porra do pensamento


dela carregando meu bebê. Então, eu simplesmente digo: — Eu
sei. — Sua boca se abre em choque. Ela está fingindo estar
chateada com isso, mas posso ver o brilho em seus olhos que me
permite saber que ela está tão fodida quanto eu. — Querida, você
sabe que quer carregar meu bebê, dê um irmão para Annie.

Sua boca se abre mais em estado de choque e ela olha para


mim. Deus, ela é tão fodidamente doce.

Eu sorrio e beijo aquele beicinho. A felicidade me atinge em


momentos aleatórios e levo um minuto para me ajustar a essa
merda, porque nunca senti nada nem perto do que sinto quando
estou com ela.

Ela suspira e cede, beijando-me de volta. Eu sorrio contra seus


lábios, meu coração quente pra caralho. — Estou tão fodidamente
feliz, — eu rosno, admitindo isso para ela.

Seus olhos se abrem e posso vê-los se enchendo de lágrimas


com minhas palavras, o que é um tiro na porra da minha alma,
porque qualquer quantidade de lágrimas, boas ou ruins, é horrível.

Ela respira fundo e eu a movo até que esteja sentada no meu


colo. Ela relaxa em mim enquanto eu a seguro com força.

Eu rezo pelo filho da puta que já tentou machucá-la.

Beijo sua têmpora e depois sua bochecha. — Estou feliz


também, Knight, — ela diz, e fecho meus olhos.
Assim que vejo a escola quando paramos, os nervos me
atingem com força. Eu vasculho o estacionamento apenas
esperando o momento de ele mostrar a cara.

Então começo a reconhecer as pessoas no estacionamento:


Gage, Terror, Andrey e Reaper. Reaper está parado na entrada da
escola, observando-nos entrar. Royal está atrás de nós em sua
moto.

Tento não chorar porque eles estão fazendo isso para garantir
que Annie possa entrar na escola com segurança.

Estendo a mão e toco a de Knight, oprimida. — Knight. — Eu


aceno com a cabeça na direção dos caras.

Ele parece muito bom em seu colete agora, seu cabelo está
levemente com gel para o lado e a lateral de seu cabelo é cortado
mais curto, e há barba em seu rosto desde que ele não se barbeou
esta manhã.

Senhor me ajude.

Ele segue meu olhar e sorri. — Quando digo que você é minha,
baby, isso significa que todos no clube vão proteger você e Annie
com suas vidas.

Knight para e, pela janela, vejo Royal caminhando para o lado


da caminhonete, abrindo a porta traseira para ajudar as meninas
a sair.
Knight me puxa para fora do seu lado e caminhamos de mãos
dadas pela frente da caminhonete, seu corpo tenso e ele está
olhando ao nosso redor. Eu sei que ele está procurando por Arthur.

Um arrepio percorre minha espinha com a possibilidade de


Annie ter um vislumbre dele.

Annie corre para Knight. Ele a pega e a puxa para a frente de


seu corpo como se estivesse tentando protegê-la, e Royal faz a
mesma coisa.

Knight me puxa para ele com o braço livre e entramos na


escola. A professora de Annie está do lado de fora da sala de aula,
ela sorri para outra garotinha entrando na sala e então se vira para
olhar para nós. — Oi, — eu digo a ela e seu sorriso cai me dando
um olhar de nojo antes de sorrir para mim novamente. Ela se
inclina para as meninas. — Bom dia, você teve um bom dia? —
Elas acenam com a cabeça e correm para dentro da sala.

Não entramos dentro da sala de aula. Aceno para Annie e ela


acena de volta antes de ir brincar com Penny.

Eu me pergunto se a professora está chateada com o que


aconteceu ontem.

— Muito obrigada por cuidar tão bem de Annie, ela adora a


escola, — digo.

Ela sorri para mim, mas não alcança seus olhos. — Obrigada,
adoro essas garotas.
Eu sorrio e olho para minha garota mais uma vez antes de
sairmos da escola. Ela abre um dos livros dentro da sala de aula
com Penny.

Reaper caminha conosco até a caminhonete esperando que


saiamos antes que ele mesmo o faça. Os prospectos vão para a
frente da escola para ficar de guarda.

Eu me sinto melhor sabendo que há segurança extra para ela.

Mas a professora agindo de forma estranha está me


incomodando. Sei que é minha culpa o Arthur ter vindo na escola,
mas não quero que ela desconte na Annie. Ela é tão inocente em
tudo isso.

Encaro a escola, lutando contra o desejo de correr de volta e


levá-la daqui.

Knight põe a mão na minha coxa. — Qual é o problema? — ele


me pergunta quando sai do estacionamento e entra na rodovia
principal.

— A professora estava estranha hoje; gostaria de saber se ela


estava chateada com o que aconteceu ontem? — Eu comento,
mordendo meu lábio inferior.

Não me importo se alguém está chateado comigo por algo


assim, mas sou protetora com minha filha. Não quero que ela se
sinta desconfortável.
Ele para em uma lanchonete porque pulamos o café da manhã
com as meninas para podermos comer depois. — O que você está
dizendo?

Eu esfrego meus olhos. — Eu poderia dizer que algo estava


errado com ela hoje, estou com más vibrações. Ela me deu um
olhar como se estivesse com nojo de mim. Não me importo se ela
tem problemas comigo, mas não quero que ela trate Annie de
maneira diferente.

Knight grunhe, puxando-me para seu colo. — Querida, essa


merda me irrita. Não é sua culpa que ele veio para a porra da
escola, nada disso é. Você não escolheu essa vida. Nunca se sinta
culpada pela merda que não é sua culpa.

Eu respiro fundo. — Eu sei, mas ficaria aborrecida se ela


tratasse Annie de maneira diferente. Eu não seria uma pessoa
legal, — confesso.

Ele ri. — Querida, ver a mamãe ursa dentro de você sair é a


coisa mais gostosa que eu já vi.

Eu relaxo e rio com ele. — Eu não sou alguém que é uma


lutadora ou ama um drama, mas todas as apostas estão fora
quando se trata dela.

— Deus, você é gostosa pra caralho, — ele geme e me beija


forte.

Eu o beijo de volta com tanta paixão, amando o jeito que ele


está me tocando tão livremente. Um carro buzina ao nosso redor,
fazendo-me pular e ele ri enquanto ajeita minha camisa por baixo
da qual ele estava enfiando a mão. — Vamos alimentá-la.

Sentamo-nos rapidamente e eu digo: — Eu meio que quero ir


almoçar com Annie na escola. — Eu sei que isso me faria sentir
melhor.

— Sim, podemos levar um almoço para ela e Penny, — ele


concorda. Fiz da minha missão de vida que a dela fosse cem por
cento diferente da minha. Eu quero que ela seja uma criança
normal, feliz e tenha todas as vantagens possíveis.

Quando eu tinha a idade dela, estava em treinamento para ser


uma futura dona de casa. Terminei a escola porque aprendi a ler,
e isso é tudo que as mulheres podiam aprender.

Porque nos foi ensinado que o nosso lugar era criar os filhos e
cuidar da casa, só isso.

É tão deprimente pensar que algumas pessoas ainda estão


nessa vida; algumas meninas estão sendo forçadas a se casar e
sofrendo.

Eu gostaria de poder levá-las todas embora de lá.

Knight para em frente ao shopping, pega minha mão e


caminhamos de mãos dadas.
Posso ver as mulheres olhando quando ele passa e não as
culpo, ele é lindo. Mas ele está aqui comigo. Eu levanto minha
cabeça um pouco mais alto, sorrindo para ele meio que me
vangloriando.

— Querida, posso comprar um trampolim para Annie? Eu a


ouvi mencionar que gosta, — afirma Knight e aponta para uma loja
de brinquedos.

Meu coração está explodindo que ele a ouviu e ouviu. —


Knight, como tivemos tanta sorte? — Eu sussurro, envolvendo
meus braços em torno dele, abraçando-o levemente.

Ele beija o topo da minha cabeça, antes de inclinar minha


cabeça para trás com um toque de seu dedo sob meu queixo. —
Eu sou o sortudo.

Ele sorri e me beija antes de entrarmos na loja e pegar um


carrinho. Tenho a sensação de que Annie está prestes a ser
mimada.

Uma hora depois com um carrinho cheio de uma tonelada de


brinquedos e um trampolim para entregar, eu estava certa.

— Eu sei que ela teve que deixar muitas coisas em sua antiga
casa, — ele me diz e eu começo a protestar quando ele desliza seu
cartão sem pensar duas vezes.

Ele me deixou uma bagunça. Eu pressiono meu rosto em suas


costas, abraçando-o e respiro fundo, seu cheiro é inebriante.
Ele deixa os itens para um prospecto pegar mais tarde e me
puxa para dentro da Victoria's Secret. Tento não rir sabendo
exatamente por que estamos aqui.

Vejo alguns caras sentados do lado de fora da loja neste


pequeno sofá, suponho que esperando por suas mulheres.

— Knight, por que estamos aqui? — Eu brinco e ele sorri.

— Eu tenho um sonho de ver você em algo assim. — Ele aponta


para um conjunto de lingerie vermelha.

Eu rio. — Quer que eu experimente agora para ver se serve?

Sua boca se abre. — Foda-se, sim, eu quero.

Ele literalmente pega um de tudo e me puxa para um camarim,


encostado na porta.

— Foda-se, — ele geme quando começo a tirar minhas roupas


tão lentamente, observando sua expressão.

No segundo em que estou completamente nua, ele dá um


passo em minha direção como se fosse me tocar, mas se detém no
último segundo.

Eu coloco um sutiã verde que é completamente transparente


com uma calcinha transparente combinando.

— Vire-se. — Ele mexe o dedo.

Eu lentamente me viro, certificando-me de que ele pode ver


cada parte de mim.
Antes que eu possa me virar, suas mãos estão em meus
quadris. Eu espio ao redor e seus olhos estão escuros de desejo.

— Você tem que ficar quieta, — ele murmura para mim. E


pressiona a mão contra a minha boca, coloca-me na cadeira,
puxando minha bunda para a beirada do assento.

Ele me beija e eu respiro fundo quando ele puxa seus lábios


dos meus, arrastando-os por todo o meu corpo, parando logo
acima da minha calcinha.

Ele sorri, apertando a mão na minha boca enquanto agarra a


calcinha e a arranca de mim.

Eu suspiro em sua mão em choque com sua força. — Deus,


eu poderia festejar com você para sempre, — ele sussurra para
mim antes de abaixar a cabeça, lambendo-me profundamente,
sugando meu clitóris profundamente em sua boca.

Meus olhos reviram, minhas pernas tremendo


instantaneamente. Minha perna direita cai no chão. — Não se
mova. — Ele levanta a cabeça e coloco minhas mãos sob minha
bunda, então não me mexo.

Seus olhos escurecem com o meu movimento. — Boa menina,


— ele sussurra com a voz rouca.

Eu mordo meu lábio em antecipação, mas a insegurança


começa a me incomodar quanto mais ele olha para mim. Minhas
estrias estão em plena exibição de onde tive Annie e ganhei peso.
Ele arrasta o nariz ao longo das laterais das minhas coxas,
respirando fundo. Eu aperto, esperando em antecipação.

Ele lambe os lábios e eu inclino minha cabeça para trás no


segundo em que sua boca me toca e deixo escapar um pequeno
suspiro.

Estou pegando fogo, tremendo até os dedos dos pés com a


sensação dele me dando prazer.

Não importa o quão bom seja a sensação de sua língua em


mim, nada se compara a ele me enchendo até a borda.

— Foda-me, — eu gemo no segundo em que seus dedos me


enchem, fazendo-me desejá-lo ainda mais.

Ele se levanta e eu estou inclinada sobre a cadeira, minha


bunda no ar.

— Me implore, — ele exige, agarrando a parte inferior do meu


cabelo, recebendo toda a minha atenção.

Eu mexo minha bunda esfregando seu pau através de suas


calças. Ele rosna e se afasta de mim.

Eu deveria ter medo dele, do jeito que ele está me dominando,


mas isso me deixa encharcada. — Por favor, — eu digo, sem fôlego.

Ouço alguém entrando no compartimento na cabine perto de


nós. Eu chupo meus lábios percebendo que podemos facilmente
ser pegos.
Eu o ouço desabotoar a calça e agarro o encosto da cadeira
com força. Eu o sinto esfregando contra meu clitóris antes de
penetrar em mim. — Não vai ser gentil, — ele resmunga em meu
ouvido.

Concordo com a cabeça e a deito no encosto da cadeira


enquanto ele entra. Minhas costas arqueiam. — Oh, Deus, — eu
digo em voz alta sem pensar.

Sua mão vem e bate na minha boca suavemente. — Silêncio,


eu odiaria matar um filho da puta por ouvir você gozar no meu
pau. É apenas para os meus ouvidos. — Ele beija minha bochecha
suavemente, tão diferente do jeito que seu pau está batendo dentro
de mim.

Deitei minha cabeça para trás, pressionando minha mão


contra meu braço cobrindo minha boca. Seu polegar se move e
toca meu clitóris, beliscando-o.

Eu pulo quase puxando-o para fora de mim. Ele me puxa de


volta para ele, sentindo-me gozar em seu pau, suas mãos tão
apertadas em meus quadris, tenho certeza de que vão causar
hematomas.

Eu o aperto e ele desmorona. Tento me sentar sem cair da


cadeira. Meu corpo atualmente não é meu.

Ele suspira e sai de dentro de mim. Respiro fundo e me viro


no assento. Ele ri ao me ver tão exausta. Ele encontra minha
calcinha rasgada, que ainda não foi paga, e me limpa. Ele arranca
a etiqueta e a enfia no bolso. — Não posso esquecer de pagar por
isso.

Eu rio e ele me ajuda a colocar minhas roupas, já que minhas


pernas ainda não estão funcionando. Ajeita meu cabelo, beijando
minha testa. — Você é linda pra caralho.

Ele caminha até a porta e a abre. — Vamos levar tudo isso. —


Ele pega as coisas, enfiando debaixo do braço. Eu rio e percebo os
olhares estranhos que as pessoas nos dão quando passamos.

No caixa, Knight entrega a ela a etiqueta da minha calcinha


rasgada que está em seu bolso. Ela dá a ele um olhar estranho. —
Onde está a calcinha?

Ele sorri. — Eu não acho que você queira ver, — ele diz para
ela e seu rosto fica vermelho, o meu também com sua admissão.

Eu enterro meu rosto nas suas costas, escondendo meu rosto


vermelho que é perceptível para todos ao nosso redor.

Quando ele termina de pagar, saio correndo do shopping e vejo


as garotas conversando atrás de nós.

Fomos pegos e eu rio.

— Bem, acho que adoro essas cabines, — ele afirma e eu rio


mais alto, não acredito que acabamos de fazer isso.
Pegamos o almoço das meninas em um drive-thru. Quando
chegamos à escola, mostro meu cartão e dou a eles minha
identidade e a de Knight também.

Estou muito animada para ver minha garota.

Entramos no refeitório e olho ao redor para ver se consigo


localizar Annie. Vejo Penny e ela parece muito triste.

Eu toco o braço de Knight, não gostando da expressão no rosto


daquela garotinha. Ela continua olhando para trás, para uma sala
ao lado do refeitório.

Vou até Penny. Eu me abaixo ao lado dela e ainda não vejo


Annie em lugar nenhum. — Ei, o que há de errado? — Eu
pergunto, tocando sua pequena mão.

Ela começa a chorar e bate o rosto no meu peito. Eu olho para


Knight nitidamente, não gostando disso. Ele já está no telefone e
acho que está ligando para Royal.

— Ela foi má com Annie. — Ela se recosta e funga.

— Quem? — Pergunto e afasto o cabelo molhado do rosto por


causa das lágrimas, secando seu rosto.

— Nossa professora, ela fez Annie se sentar sozinha naquela


sala. — Ela olha para a sala que estava olhando antes.

Eu sugo uma respiração afiada com isso. — Por quê?

Ela dá de ombros. — O dia todo ela foi má.


Falando na porra da professora, eu a vejo ao telefone no canto
da sala, sem olhar para os alunos. Posso dizer que ela está com
raiva.

Knight pega Penny, levantando-a do assento e colocando-a em


seus braços. Corro até a sala onde Annie deveria estar.

Meu coração literalmente cai no chão ao vê-la. Ela está


sentada em uma mesa com o rosto voltado para a parede, de costas
para a porta, sem comida à vista.

Oh, meu Deus.

— Doce menina, — eu a chamo e ela se vira chorando.

— Mamãe, — ela chora e corre para mim.

Eu a pego, colocando-a em mim. Estou furiosa. — Vamos sair


daqui, — digo a Knight. Ele também está chateado.

Volto para o refeitório, chocada com o que aconteceu. A


professora deixa cair o telefone olhando para nós.

Ela corre. — Qual o significado disso? — ela me pergunta, seu


tom é horrível. Annie se encolhe e fogo corre em minhas veias.

— Estamos de saída. Discutiremos isso mais tarde e não na


frente dessas crianças.

Seus olhos se arregalam. — Você não pode simplesmente levá-


las, — ela grita e começa a estender a mão para Annie e Penny.

Estendo a mão e pego a dela antes que ela possa segurá-las.


— Você não se atreva a tocá-las, — eu retruco.
Empurro sua mão de volta para si; Knight tirou Annie de mim
no segundo em que ela estendeu a mão para Annie.

Fico na frente das garotas, morrendo de vontade de que ela


tente outra coisa.

Nem um minuto depois a porta se abre, entra Royal e ele age,


tirando a filha de Knight.

— Vamos, — digo a eles. Knight me puxa para a sua frente,


para longe dela. Estou furiosa.

— Você não pode fazer isso, — ela grita e eu me viro.

— Eu posso e vou e ela não vai voltar. Você tem sorte de


estarmos na escola, — digo a última parte calmamente, nunca
estive tão brava na minha vida.

Ela fez isso para machucar minha filha. Sua boca se abre em
choque. — Você está me ameaçando?

Eu sorrio. — Não é uma ameaça querida, é uma promessa.


Alguém que trata bebês assim? É uma promessa. — Dou um
tapinha em sua mão e a deixo boquiaberta para nós.

— Eu não vou deixá-la voltar para esta escola, — digo a Royal


e Knight.

Gage entra. — Aquela vadia do caralho, — ele rosna e começo


a rir. Os olhos das meninas se arregalam em choque com o tom
dele.

— Desculpe meninas, — ele se desculpa.


— Acho que é hora de transformar uma parte do clube em uma
sala de aula e contratar uma professora, nada dessa merda é para
ser tolerado, — ele nos diz e deixo escapar um suspiro de alívio.

Lamento tê-la deixado aqui.

— Eu não tenho que voltar? — Annie pergunta.

Gage balança a cabeça. — Não, você não tem que voltar, — ele
diz a ela, sua voz suave, mas posso ver que ele está chateado.

Ele pode estar chateado, mas eu estou furiosa.

Estou enlouquecida.

Ela corre atrás de nós, e eu cerro os dentes tentando não fazer


uma cena na frente das meninas. — Você não pode fazer isso! —
ela grita alto e eu me viro para encará-la de frente.

Não entendo por que ela está agindo assim.

Olho para Knight e ele entrega Annie para Royal, que tira as
meninas da escola. Annie está olhando para mim por cima do
ombro, mas eu superei essa professora.

— Por que não? — Pergunto a ela, minhas mãos em meus


quadris.

Eu me viro mais uma vez para ter certeza de que as meninas


foram embora.

Seus olhos se arregalam olhando por cima do meu ombro


vendo que as meninas se foram. — Você simplesmente não pode,
— ela me diz, seus olhos se arregalam como se ela estivesse em
pânico.

Eu suspiro irritada com ela e Knight envolve seus braços em


volta da minha cintura me puxando para mais perto dele. — Bem,
por que não? — Eu repito.

Ela olha para o telefone e o deixa cair no chão, fazendo-o


quebrar. — Por favor, perdoe-me, — ela sussurra e olha para trás
horrorizada. — Ele me fez deixá-lo entrar, — ela me diz e foge.

Meu coração afunda. — O que ela quis dizer com ele a fez?

Eu corro atrás dela e agarro seu braço, segurando-a antes que


ela possa escapar de mim. Eu a jogo contra a parede, fazendo com
que sua cabeça bata levemente contra o tijolo. — O que você quis
dizer? — Eu exijo dela.

Lágrimas enchem seus olhos. — Por favor, eu não tive escolha,


ele me ameaçou, — ela me diz novamente e eu quero sacudi-la.

— QUEM? — Grito com ela, meu controle escorregando.

Ela olha por cima do meu ombro e eu me viro para ver quem
é, e quase caio no chão.

Arthur.

Meu ex-marido.

Ele está olhando para mim como se estivesse chocado por eu


estar aqui.
Knight me puxa da professora para trás de suas costas, sua
mão pressionando na parte inferior me empurrando com força
contra ele.

— Oh, meu Deus, por favor, não me mate, — ela implora a ele
e então sai correndo, direto para fora.

Tudo em mim morreu ao perceber o que ela havia planejado,


o que ele havia planejado.

Oh, meu Deus, ele estava aqui para levar minha filha. Se eu não
tivesse vindo para o almoço... O pensamento desaparece na minha
cabeça ao pensar em algo assim acontecendo.

Eu cubro minha boca, segurando a parte de trás da camisa de


Knight.

— Bem, acho que aquela puta é mais esperta do que eu


pensava, — diz Arthur. Eu não posso vê-lo.

Fecho meus olhos ao ouvir sua voz, tremendo. Não consigo


resistir à vontade de espiar pelo lado do braço de Knight.

A primeira coisa que vejo é ele parado na nossa frente,


carregando uma arma, apontando para Knight. Oh, meu Deus.

Knight não se mexe. — Aí está ela, minha adorável esposa, —


ele se vangloria e ri de mim. — Oh, as coisas que farei com você
quando voltar.

— Você quer dizer as coisas que eu vou fazer com você. —


Knight rosna, dando um passo adiante na minha frente. — Eu vou
te matar; vou fazer você sofrer cem vezes mais.
Knight se move para atacá-lo quando o sinal toca e o corredor
está cheio de alunos, e vejo Arthur desaparecer diante dos meus
olhos.

Knight me puxa para ele e corre comigo para fora da escola.


Estou entorpecida, minha cabeça não é capaz de entender o que
acabou de acontecer.

Ele só veio roubar minha filha e aquela maldita professora ia


ajudá-lo. Eu não me importo que ela tenha sido ameaçada, nada
vai me levar a colocar alguém em perigo, especialmente a porra de
um bebê.

Knight abre a porta e eu suspiro de alívio ao ver Annie na


traseira da caminhonete de Royal. Gage e Royal estão do lado de
fora. — Vá para a estrada, ele estava aqui para pegar Annie, —
Knight diz a eles e Royal pula dentro de sua caminhonete, voando
para fora do estacionamento, levando-a para fora daqui.

Eu poderia cair no chão de alívio, sabendo que ela está fugindo


desta escola. Knight me coloca na caminhonete, fica de lado e bate
à porta.

Ele bate as mãos no volante. — FODA-SE! — Ele bate no


volante uma última vez. — Eu quero destruí-lo, porra. Se não
estivéssemos perto de todas aquelas crianças... — ele grita e eu me
encolho sabendo que ele estava lá por Annie.

Estendo a mão e toco seu antebraço, impedindo-o de bater no


volante novamente. — Eu sei, baby. — Eu me inclino e descanso
minha cabeça em seu ombro enquanto ele liga a caminhonete. Ele
está tremendo tanto. — Eu sei, — repito querendo que ele saiba
que isso estava fora de seu controle. — Ele estava aqui por causa
de Annie, — eu sussurro, o horror e como me sinto mal. — Eu
sabia que algo estava errado com ela hoje, sabia que algo estava
errado. — Eu descanso minhas mãos no meu rosto, tão chateada.

— Eu quero machucar aquela maldita professora; deixei meu


bebê com ela para cuidar e ensiná-la. E ela faz isso?

A mandíbula de Knight está cerrada. — Quero fazê-la pagar.


— Estou louca como nunca. Meu rosto está completamente sério
e meu coração está na garganta com medo do que aconteceria.

Ele se vira para me olhar, como se estivesse me vendo diferente


e o que me choca é que ele sorri, não é um sorriso que é reservado.
— Você pode.

Meu coração se contorce com a escuridão de suas palavras. —


Eu vou encontrá-la. — Ficamos completamente em silêncio na
caminhonete.

Não é muito, mas vai valer a pena. Se ele tivesse levado minha
filha por causa dela? Eu teria acabado com ela. Eu teria tirado sua
vida sem pensar duas vezes.

Perdi Annie uma vez e serei amaldiçoada se isso acontecer de


novo.
HORAS MAIS TARDE

Penny e Annie estão rindo, brincando na sala de estar da


minha casa. Eu estava com medo de enfrentar Annie. Eu estava
com medo de como o incidente de hoje a afetaria.

Knight não se sentou desde que chegamos em casa, seus olhos


não deixando Annie por um segundo.

Eu sei que o que aconteceu o afetou e me afetou também, junto


com Royal porque tocou sua filha desde que ela estava por perto
quando tudo aconteceu.

Deus, aquela professora.

Eu sei que Arthur é mau, mas nunca sonhei que a professora


estaria envolvida. Ela disse que foi ameaçada. Mas pelo jeito que
ela olhou para mim esta manhã, não acho que ela foi tão ameaçada
assim.

Ele a ignorou totalmente e tenho certeza de que ela mandou


mensagens para ele o dia todo. Eu esfrego meus olhos frustrada
com tudo isso.

Lábios tocam o topo da minha cabeça. Abro os olhos e vejo


Knight que me olha preocupado.
River entra em casa e pisca para mim. Olho para Knight
sabendo exatamente o que vamos fazer.

Vamos rastrear aquela professora e obter todas as informações


que pudermos. Eu só quero que isso acabe, se eu tiver que
arrancar cada fio de cabelo da sua cabeça, eu arranco.

— Como vocês meninas se sentem sobre ter uma festa do


pijama na minha casa? — River pergunta e as meninas pulam,
animadas.

— Podemos ir agora? — Penny pergunta.

River acena para elas sorrindo. — Com certeza podemos.

Annie corre direto para mim, e eu a abraço com força e um


pouco mais do que o normal. Eu a amo tanto.

Beijo sua bochecha. — Mamãe te ama muito. Te verei de


manhã. — Eu a abraço uma última vez antes de soltá-la.

Ela se move para Knight, e ele a levanta do chão, jogando-a


um pouco antes de puxá-la para um abraço. — Seja uma garota
má para River.

Minha boca se abre e ela começa a rir. — Knight, você vai me


colocar em apuros, — ela o repreende.

Ele a coloca no chão e ri. — Bem, divirta-se.

Ela sorri e corre para Penny, segurando sua mão. River acena
para nós e olha para Knight antes de sair.
Deixando-me, Royal, Reaper, Terror, Andrey e Gage na sala.
— Vamos terminar essa merda, — Gage diz a todos.

Knight pega minha mão; ele nem queria que eu fosse, mas isso
é uma coisa que eu não vou deixar para lá.

Nós seguimos atrás dos caras, passando por sua caminhonete


até sua moto. Eu sorrio enquanto ele me ajuda na garupa. Ele abre
seu alforje, tirando uma jaqueta de couro e um capacete. Coloca a
jaqueta de couro em mim, fechando a fivela do capacete sob meu
queixo.

Ele ri. — Querida, você é tão fofa. — Ele beija minha bochecha
mal exposta, balançando a perna para se sentar na minha frente.

Reaper acena para mim. Ele ficou chateado quando descobriu


o que aconteceu hoje. Ele gostou de Annie quando ela o fez brincar
com ela.

Gage levanta a mão e todos saem atrás dele. Na estrada aberta,


percebo que somos colocados no meio com outros andando na
frente, ao lado e atrás de nós.

Eles estão nos protegendo.

Eu deixo cair o topo da minha cabeça, inclinando-a em suas


costas. Sua mão agarra minha panturrilha e me puxa para mais
perto quando eles aceleram e entram no trânsito da cidade.

A professora mora do outro lado da cidade, um pouco na


periferia. Espero que esteja em casa.
Não leva mais de quinze minutos para chegarmos até sua
casinha. É fofa, devo lhe dar esse crédito.

Na frente da casa, posso ver duas figuras de pé dentro da casa.


Há uma caminhonete e um carro estacionados em frente.

Andrey sai na frente de todos e corre para os fundos, caso ela


saia correndo por lá.

Não importa o quão brava eu esteja com ela, eu não quero


machucá-la. Eu só quero saber o que ela sabe para que possamos
de alguma forma, fazer isso acabar.

Knight tira meu capacete. Ele pega minha mão e eu ando até
a porta da frente com ele, certificando-me de ficar um pouco atrás.

Amo como ele é protetor.

Do lado de fora da casa, posso ouvir duas pessoas discutindo


lá dentro. Uma voz que conheço sem dúvida porque está nos meus
pesadelos.

— Arthur está aqui, — eu sussurro para Knight; meu coração


está na garganta sabendo que ele está do outro lado da porta.

Os olhos de Knight brilham de raiva e ele dá dois passos para


trás, levantando a perna e chutando a porta.

Seus olhos viram para nós do lado de fora da porta. Ela grita
e Arthur fica chocado por estarmos aqui.

Knight passa pela porta em uma fração de segundo, os outros


passando por mim para segui-lo, deixando-me parada na porta,
em estado de choque por isso estar acontecendo, por ele estar do
outro lado da sala.

Arthur tenta recuar, erguendo as mãos à sua frente, tentando


deter Knight, olhando em volta para ver se há uma saída.

Mas não há como parar Knight.

Eu paro de respirar quando Knight derruba Arthur no chão.


Ele cai de volta na mesa de centro que é de vidro e ela se quebra
ao seu redor.

Sangue está escorrendo de suas costas e braços. O rosto de


Arthur fica horrorizado, ele levanta as mãos para cobrir o rosto e
usa os pés, tentando se afastar de Knight.

Mas não adianta.

Knight agarra seus pés, arrastando-o para baixo, o vidro


quebrando e arranhando suas costas e braços.

Arthur grita, com o rosto vermelho de dor. Seus olhos


selvagens se voltam para mim, como se ele estivesse implorando
para que eu ajudasse. Ele levanta a mão para mim, como se
estivesse me alcançando. Dou um passo para trás, mais para a
varanda, não gostando dele olhando para mim e meu estômago
revira com enjoo.

Knight rosna e olha para mim, seu rosto sombrio, mostrando


sua raiva, então de volta para Arthur, que está tentando murmurar
algo para mim.
Knight agarra a mão que está se estendendo para mim e
lentamente a quebra, até que ela esteja completamente apoiada
nas costas de sua mão. — Você não olha para ela, nem mesmo fala
com ela, seu pedaço de merda inútil, — Knight grita para ele,
puxando seu pulso, causando-lhe mais dor, puxando seu rosto
para longe de mim.

A professora está gritando a plenos pulmões, observando a


cena se desenrolar. Meus olhos se arregalam, mas não consigo me
mexer, não consigo fazer nada além de assistir tudo acontecer.

— Ela é uma puta do caralho, aproveite meus restos. Mesmo


que você me mate, não acabou, nunca vai acabar, — Arthur diz a
Knight.

Eu quero vomitar com suas palavras nojentas. Cubro minha


boca, lágrimas enchendo meus olhos com a maneira como ele falou
sobre mim para Knight.

Knight enrijece e o soca direto na boca. Arthur olha para


Knight em estado de choque, como se não pudesse acreditar que
acabou de fazer isso.

Ele olha para mim. — Você vai pagar por isso, sua puta
miserável, — ele cospe em minha direção, tentando empurrar
Knight para longe dele para chegar até mim.

Estou tremendo tanto, tentando lutar contra todas as


lembranças horríveis que a voz e o rosto dele me trazem.
Knight ruge em seu rosto. — Você está morto, seu pedaço de
merda. — Ele o agarra pelos cabelos, arrastando-o até que ele saia
do meu campo de visão.

Posso ver o rosto de Knight, porém, se eu não o conhecesse,


estaria com muito medo dele.

Knight monta em Arthur, levantando seu braço e o socando


repetidamente no rosto. Arthur grita, o sangue em sua garganta
fazendo-o soar como se estivesse se afogando.

Arthur tenta revidar, empurrá-lo, mas Knight é muito


poderoso. Ele tosse, sangue jorrando de sua boca, engasgando-se
com isso.

Sua cabeça bate no chão com um baque terrível, seus olhos


rolando para trás de sua cabeça.

Mas tudo o que ouço é a voz dela gritando cada vez mais alto
a cada golpe.

A mão dele bate contra Knight, a cada golpe, os movimentos


ficam cada vez mais fracos até que ele não esteja se movendo.

Ele não teve chance.

Knight não para, ele bate e bate sem parar.

Sangue está escorrendo de seu rosto, dentes estão caindo de


onde Knight os derrubou, e ele está se afogando no sangue que
está saindo de seu nariz e descendo pelo fundo de sua garganta.
Eu saio do meu choque, entrando na casa. A professora está
olhando para Knight e então ela se vira para olhar para mim.

Seu rosto se transforma em medo enquanto ela tenta correr


pelo corredor até os fundos da casa. Estendo a mão e agarro seu
cabelo antes que possa sair. Puxo com toda a minha força,
arrastando-a para o chão. — Acho que não, — digo de pé sobre ela
para que não se levante. Ela bate na minha perna tentando se
libertar.

Reaper se aproxima de mim. — Melhor não fazer isso, — ele


diz a ela e ela para, seu rosto empalidecendo de medo.

Knight está gritando, seu corpo tremendo de raiva. — Como


você se sente, seu merda? — ele ruge na cara de Arthur,
desafiando-o a dizer alguma coisa, a se mover, qualquer coisa.

Mas ele não diz.

Eu olho seu peito esperando que ele se mova, para fazer


qualquer coisa, mas isso não acontece. Knight estende a mão para
um enorme pedaço de vidro ao seu lado, ele olha para mim. —
Vire-se, baby, — me diz, sua voz suave e terna, tão diferente do
que era um segundo atrás para Arthur.

Eu me viro e ouço um som horrível. Espio ao redor e vejo que


Knight o esfaqueou bem no olho com um enorme pedaço de vidro.

Ele está morto.

Encaro seu peito esperando o movimento, esperando-o pular


e dizer “você não pode me matar, vadia”.
Mas ele não fala.

Eu solto a professora, o choque preenchendo cada parte de


mim. Caio no chão, minhas pernas falhando. — Acabou, — eu
sussurro.

“Acabou.” Essas palavras se repetem na minha cabeça; ela


nunca vai ter que enfrentá-lo, os pesadelos, o medo dele me
machucar de novo, nada.

Está tudo acabado.

Botas aparecem na minha frente. Antes que eu possa olhar


para cima para ver quem é, Knight se abaixa, suas mãos estão
ensanguentadas, os nós dos dedos esfolados, sangrando por causa
da surra em Arthur.

Sua frente inteira está coberta de sangue, até mesmo na frente


de seu corte de couro. Eu olho da frente de sua camisa para
Arthur; seu peito ainda não está se movendo.

— Ele está morto, — digo em voz alta para Knight, a percepção


começando a me atingir.

Ele acena com a cabeça e estende a mão para me tocar, mas


para antes que possa, como se estivesse com medo. — Acabou, —
repito, sem fôlego.

Ele acena com a cabeça novamente, seus olhos procurando


meu rosto como se não tivesse certeza do que vou dizer. — Você
nos salvou, — digo a ele emocionalmente. Este homem me torturou
desde que eu tinha quatorze anos, tirou minha filha de mim e disse
que ela estava morta, colocou-me em um inferno absoluto.

Ele tirou tanto da minha vida de mim e agora não pode fazer
nada disso novamente. — Annie nunca terá que se preocupar, —
eu digo a ele, com lágrimas caindo dos meus olhos.

O fardo que carreguei por tanto tempo em meus ombros se foi.


Ela nunca terá que ter medo de que ele apareça, ter medo de que
ele a machuque, ela nunca será forçada a se casar.

Acabou.

Ele balança a cabeça. — Nunca. — Eu sorrio e abaixo minha


cabeça, as lágrimas finalmente rolando pelo meu rosto.

Ele finalmente me toca, levantando-me do chão e me


colocando em seus braços. Eu me envolvo em torno dele com força,
ignorando os gritos da professora atrás de mim, segurando seu
rosto, olhando para Arthur.

— Eu disse a você que iria matá-lo, — ele me diz.

Eu concordo. — Você disse. — Ele manteve sua palavra para


mim.

Ele beija o topo da minha cabeça. A professora grita de novo,


e eu me viro para vê-la rastejando na direção de Arthur.

Meu primeiro instinto é que ela vai machucá-lo por ameaçá-


la, mas não, ela o está segurando como se ele fosse o amor de sua
vida.
Meus olhos se arregalam em choque com o que estou vendo.
— Você o matou! — ela grita a plenos pulmões, chorando.

O que está acontecendo?

— O que você está falando? Achei que ele havia ameaçado


você! — Eu digo e ela ri.

— Vadia, você é burra pra caralho. Ele veio até mim, disse que
poderíamos criar Annie juntos! Ele me prometeu que poderíamos
ser uma família; ele veio até mim depois que veio para a escola
naquele dia. Eu estava na lista negra da igreja, mas se eu a
entregasse a ele, estaria de volta à vida da minha família para me
livrar dessa vida de pecados que estou vivendo.

Estou chocada, atônita.

Knight está tão chocado quanto eu com isso. — Espere, o quê?


— Estou tão confusa.

Cubro minha boca, olhando para a mulher e meio que


sentindo pena por ela estar tão obscura em sua vida que estaria
disposta a fazer algo assim.

— Escute, esse homem era uma pessoa horrível. Ele estava


apenas usando você, — digo a ela suavemente. Eu me aproximo,
querendo ajudá-la de alguma forma.

Ela grita bem na minha cara, os olhos arregalados e percebo


que ela está perdida, não há esperança para ela.

Eu me abaixo ao nível dela. — Escute, você é uma professora,


você saiu da igreja. Você tem uma chance que tantas garotas
gostariam de ter, — digo a ela suavemente. — Você quer que eu te
leve a algum lugar? Para um lugar onde você possa obter ajuda?

Ela olha para Arthur, onde ela estava segurando a frente de


sua camisa e depois de volta para mim. Ela engole em seco, sua
voz áspera enquanto fala comigo. — Você não pode me ajudar. —
Ela olha para mim. — Você arruinou tudo! — Ela grita e me
empurra.

Knight a pega e a afasta de mim, e a carrega gritando para fora


de sua casa, literalmente jogando-a para fora. — Ela tem sorte de
eu não bater em mulheres, — ele rosna e me ajuda a levantar do
chão.

Olho para Arthur uma última vez. — Descanse no inferno,


filho da puta, — eu digo, minha voz vazia de todas as emoções.

Knight pega minha mão enquanto olho para trás uma última
vez. — Tenho alguns prospectos a caminho para cuidar disso, —
diz Gage.

Knight olha para suas mãos e eu as pego nas minhas, olhando


para os cortes nas costas delas. — Você está machucado? —
Pergunto a ele, virando-as.

Ele ri. — Não, mas não posso dizer o mesmo dele.

Nunca imaginei que quando chegássemos ele estaria aqui. Eu


desejei que ele morresse por tanto tempo, tanto tempo e finalmente
aconteceu.

— Pronto para ir para casa? — Pergunto-lhe.


Seu nariz queima com a menção de irmos para casa. — Sim.
— Sua voz é profunda e sei que minhas palavras o afetaram.

Reaper toca meu ombro. Eu me viro e abraço todos os caras


porque eles cuidaram tão bem de mim, eles estavam prontos para
lutar por mim.

A porta é aberta e na frente da casa, ela está deitada no chão,


de costas olhando para o céu, chorando.

Olho de soslaio para os caras, ela realmente perdeu a cabeça.

Passamos por ela e ela grita quando nos vê. Estende a mão e
tenta agarrar minha perna, tentando me impedir.

Knight chuta a mão para longe de mim. Ela sussurra e leva as


mãos ao peito. Seus olhos estão cheios de maldade e eu suspiro.

Knight a olha como se estivesse morrendo de vontade de que


ela tentasse alguma coisa. Eu vim aqui achando que ia lhe dar
uma lição, mas vendo como ela só está confusa da cabeça, acho
que vai sofrer a cada dia.

Ela nos observa sair, os prospectos parando atrás de nós,


ocupando nossa vaga de estacionamento de onde acabamos de
sair.

Sinto o olhar dela em nós muito depois de sairmos.

Fecho os olhos e penso em tudo o que aconteceu na última


hora. Eu nunca imaginei que isso teria acontecido.
Logo a sede do clube aparece com suas luzes brilhantes. Estou
feliz que minha filha esteja na casa de Royal, considerando a
aparência de Knight agora.

Eu aceno para os caras quando todos nos separamos. Knight


desliga a moto, estamos rodeados de silêncio.

Ele está olhando para mim.

— Acabou mesmo, — repito mais uma vez, apenas esperando


que afunde completamente.

Eu o puxo comigo para o chuveiro, ligando-o. Ele está em


silêncio, apenas me observando, sem me tocar.

É como se ele tivesse medo.

Ele fez isso por mim. Se eu tinha alguma dúvida sobre o que
ele sentia por mim, ela se foi; ele matou por mim e por Annie.

Eu agarro seu colete, puxando-o lentamente para baixo de


seus braços, jogando-o no chão. Puxo sua camiseta sobre sua
cabeça, arrastando minhas mãos por seu peito enorme, até seu
abdômen que desce por seu estômago.

Eu mordo meu lábio, amando a sensação dele sob minhas


mãos.
Ele suga uma respiração afiada quando eu toco o topo de suas
calças. Lambo meus lábios e as desabotoo, arrastando-as por suas
pernas e para o chão.

Eu me curvo até ficar de joelhos na sua frente. Olho para ele,


meus olhos conectados com os dele e o pego em minhas mãos.

Ele sibila e se apoia na bancada para se segurar. — Hmm, —


eu gemo, tomando-o em minha boca lentamente, lambendo
suavemente ao redor da ponta.

Sua mão se fecha na borda, sua cabeça jogada para trás.


Estou encharcada imediatamente do jeito que ele está se
desfazendo apenas comigo mal o tocando.

Eu o tomo o mais fundo que posso, engasgando um pouco


quando ele toca a parte de trás da minha garganta, mas isso não
me impede de chupá-lo ainda mais fundo.

— Maldição, — ele geme.

Apoio minha mão em sua coxa, gemendo, quando enfio a mão


na minha calcinha, sentindo como estou molhada para ele.

Sua cabeça se inclina para baixo, olhando para mim com seu
pau na minha boca e minha mão dentro da minha calcinha.

Ele sai da minha boca, levantando-me do chão e me curvando


sobre a bancada. Nossos olhos se conectando no espelho, ele
agarra a parte de cima da minha camiseta e puxa, rasgando-a pelo
meu corpo.
— Hum. — Ele beija o lado do meu pescoço, o sangue de
Arthur ainda está nele, mas eu não me importo.

Eu preciso dele.

Eu tiro meu sutiã e me inclino ainda mais sobre o balcão. —


Foda-me, — imploro a ele, meus olhos nunca se desviando dele no
espelho.

— Nada poderia me deter.

Ele desliza para dentro de mim com um único empurrão. Eu


arqueio minhas costas, querendo-o mais fundo. — Deus, — eu
gemo, colocando minhas mãos no espelho na minha frente.

Já estou pronta para gozar.

A visão dele atrás de mim, a diferença de tamanho entre nós e


eu estando completamente à sua mercê, deixa-me louca.

Engasgo quando ele me dá um tapa na bunda com a mão e


inundo seu pau. — Deus, você é tão fodidamente apertada, — ele
geme e então me solta, batendo em mim uma e outra vez,
arrastando-me pelo balcão com cada empurrão e puxão.

Prendo a respiração, meu orgasmo me deixa no limite. — Foda-


se, — eu cerro entre os dentes, meus olhos rolando na parte de
trás da minha cabeça e aperto com força sobre ele.

Seu dedo pressiona contra minha bunda e meus olhos se


abrem com a repentina sensação diferente e o prazer. Eu grito,
gozando forte em torno dele e ele se junta a mim, gemendo.
Todo o meu corpo está tremendo, contraindo-se. Ele sai de
mim e gentilmente me vira para que eu fique de frente. Ele me
puxa para o chuveiro, o sangue escorrendo por seu corpo e no chão
branco do chuveiro. Olho para o sangue que desce pelo ralo.

Todo o seu comportamento se tornando mais suave, ele segura


meu rosto, desviando meus olhos do sangue. — Querida, você está
bem? — ele me pergunta.

Eu concordo. — Estou mais do que bem. — Suspiro e descanso


minha cabeça em seu ombro. — Eu simplesmente não posso
acreditar que acabou.

Ele me abraça e eu o abraço de volta o mais forte que posso.


— Tenho medo há tanto tempo, medo de que ele levasse Annie para
longe de mim. — Quase engasgo com a última parte; isso é um
pesadelo vivo.

Levanto minha cabeça para que possa olhar para ele. — Nunca
mais. — Eu sei que assassinato não é bom, entendo isso, mas não
tenho um pingo de remorso em meu corpo que ele o matou.

Eu estou tão feliz.

— Você prometeu nos manter seguras e você fez isso.

Ele rosna, segurando meu rosto com força. — Eu gostaria de


poder trazê-lo de volta para fazer isso de novo e de novo.

Fecho os olhos, sorrindo. — Beije-me, — peço-lhe baixinho,


precisando dessa conexão.
Ele sorri e me beija tão suavemente, profundamente, que meus
dedos dos pés se curvam.

A vida está apenas começando.


UM MÊS DEPOIS

— Shh, — Eu digo à Annie, tentando fazer com que ela fique


quieta quando deixa cair a frigideira pela quinta vez.

É aniversário de Knight e ele ainda está dormindo. Ele não


chegou em casa antes do final da manhã de uma cirurgia de
emergência no hospital.

Annie racha os ovos dentro da frigideira para algumas


torradas francesas, cascas de ovos pousando dentro.

Assim que ela se afasta, eu os pego com um garfo. Dou a ela a


baunilha, ajudando-a a despejar um pouco para dentro do prato.

— Mamãe, você acha que ele vai gostar? — ela me pergunta.

Eu beijo o topo de sua cabeça. — Querida, ele vai adorar, —


digo a ela, entregando-lhe um batedor para que ela possa misturar
a massa.

Este último mês foi o melhor. Knight praticamente se mudou


conosco e Annie adora que ele esteja aqui. Eu não vou negar que
amo que ele está aqui também.

Eu o amo. Não disse isso a ele ainda.


Todos os dias eu me apaixono por ele. O jeito que ele me cobre
à noite quando adormeço, o doce beijo que ele planta na minha
testa.

A maneira como ele carrega Annie para a cama quando ela


adormece no sofá, a maneira como ele desce ao nível dela e brinca
com ela.

Terminamos o café da manhã e arrumei tudo em uma bandeja,


o suficiente para todos comermos com ele.

Ela começa a rir quando chegamos ao topo da escada. Eu


sorrio e espio pela porta do quarto; ele abre um olho e depois o
fecha.

Ele nos pegou totalmente.

Annie caminha na minha frente, segurando uma xícara de café


para ele. Ela o coloca na mesa de cabeceira ao lado dele.

Prendo a respiração, imaginando como ela vai acordá-lo.

Ela olha para mim, com olhos felizes e um sorriso satisfeito no


rosto. Ela beija sua bochecha e depois dá um tapinha no topo de
sua cabeça. — Knight, acorde, — sussurra em seu ouvido e seus
olhos se abrem.

— Bom dia, baby.

Seu braço a envolve e a abraça. — Bom dia, Knight. — Ela ri e


o abraça de volta. — Sente-se, temos uma surpresa para você, —
ela lhe diz.
Ele corre para cima da cama e meus olhos vão para seu peito.
Ele está sem camisa e com um par de calças de moletom.

Senhor, me ajude.

Minha necessidade por ele não diminuiu, pelo contrário, ficou


cada vez mais poderosa. Acho que nunca ficaria satisfeita até que
pudesse rastejar para dentro de seu corpo.

— Uau, isso é para mim? — ele pergunta a ela.

Ela acena com a cabeça. — Fizemos o café da manhã para


você. Feliz aniversário! — ela diz e eu sorrio observando-os juntos.

Ele sorri e então olha para mim e de volta para ela, seus olhos
suaves. Knight nunca teve família; ele cresceu em um orfanato,
nunca teve uma festa de aniversário antes.

Isso parte meu coração porque ele merece tudo isso e muito
mais. Eu ando e coloco a bandeja na cama ao seu lado.

Ele me puxa para si, abraçando-me. Eu beijo sua bochecha.


— Feliz aniversário, meu amor, — digo a ele, sorrindo.

Seus olhos ficam suaves e ele toca minha bochecha. —


Obrigado, baby.

Eu sorrio e ajudo Annie a subir na cama. Eu entro do outro


lado, ele puxa o cobertor sobre minhas pernas e entrega à Annie
um cobertor, já que ela está sentada em cima do cobertor.

Ele não começa a comer sozinho, mas nos entrega um prato e


faz os nossos antes de fazer o seu, mesmo em seu aniversário.
— Precisa que eu corte para você? — ele pergunta a ela.

Eu cubro minha boca tentando não sorrir. Ela é totalmente


capaz e consegue cortar sua própria comida há anos, mas adora a
atenção dele. — Claro, estou cansada, — ela diz, soprando a franja
do rosto dramaticamente.

Eu rio e ele faz questão de cortar a torrada francesa em


pedacinhos adequados para uma criança e ela apenas sorri.

— Pronto, — diz para ela, devolvendo o prato. — Ela não se


engasga com morangos, certo? — Percebo que ela tem um pouco
no prato. Ela é obcecada por eles e os comerá em todas as refeições
que puder.

Ela balança a cabeça. — Estou bem, — diz a ele que a observa


dar uma mordida, então estende a mão e os corta ao meio com
uma faca de manteiga.

Eu bufo, o riso saindo de mim. Ela ri, mas continua a comer


sua comida. Ele faz isso com cada refeição, certificando-se de que
nada aconteça.

Ele não se incomoda com ela e eu rindo, ele apenas come a


comida que fizemos. Ele tem o olhar mais contente e feliz em seu
rosto, deixa-me afortunada por ter participado disso de alguma
forma.

Felicidade é o que é estar com ele, felicidade total.

Nunca sonhei que teria isso; nunca sonhei que esta seria
minha vida e que seria tão feliz com alguém.
Ele realmente tomou conta da minha vida da melhor maneira
possível e para Annie também.

Não sabia para onde minha vida teria ido. Eu estava bem
somente eu e Annie, mas agora que eu o tenho, nada é melhor do
que isto.

Eu tenho uma família, uma família com a qual sonhei, mas


que nunca pensei que fosse realizável.

Mas Knight, ele acabou de se mudar e não saiu mais desde


então. Não tenho tido um pesadelo desde que Knight matou
Arthur.

É como se pela primeira vez eu pudesse respirar e não sentisse


que estava me afogando debaixo d'água. Descansei minha cabeça
no ombro dele, ouvindo-o e Annie falar sobre Barbies que ela está
querendo para o Natal.

O Dia de Ação de Graças é na próxima semana. Knight e eu


fizemos planos de ir às compras da "Black Friday" para ela que tem
os olhos na "Barbie Dreamhouse".

Estou animada para passar o Natal com Knight este ano. O


ano passado foi o melhor porque consegui passá-lo com Annie pela
primeira vez.

Lembro-me dos anos em que me sentei sozinha no meu


quarto, dividida em pedaços porque pensei que ela havia partido.

A raiva me atinge como uma onda de violência e, mais uma


vez, estou tão feliz que aquele desgraçado está morto. — Eu e
Penny queremos Dreamhouse iguais. — Ela suspira e vejo que está
sonhando acordada com os dias em que poderão brincar juntas.

Eu rio e bagunço seu cabelo, ela olha para mim e afasta minha
mão. Nós terminamos nossa comida e eu empilho os pratos na
bandeja para que possa levá-los para baixo e lavá-los mais tarde.
— Posso ir buscá-los agora? — Annie me pergunta.

Eu concordo.

Ela sai correndo e pega os presentes que escolhemos para ele.


— Vocês, garotas, estão fazendo demais, — ele diz, puxando-me
para si e me beijando profundamente antes de Annie voltar.

Balanço a cabeça, quebrando o beijo. — Isso é impossível, você


faz tanto por nós, Knight.

Ele revira os olhos. — Querida, — ele rosna, sabendo que


vamos começar a discutir mais uma vez sobre ele pagar todas as
contas.

— O quê? — Eu pergunto.

Annie volta correndo, segurando as sacolas com os presentes.


Ele se senta e a ajuda a colocá-los na cama, depois a ajuda a se
levantar.

Ela está tão animada; entrega o menor presente primeiro.


Sento-me e sorrio, observando seu rosto para ver sua reação.

Ele abre a bolsinha, tirando um pedaço de papel branco. Ele


olha por trás antes de abri-lo lentamente.
Baile do Pai e filha - está em letras grandes no topo.

Ofereci-me para levá-la, mas ela insistiu em pedir a Knight que


a levasse. Isso significa que ela está começando a vê-lo nesse papel
em sua vida, que ele tem um lugar em sua vida.

Ele engole em seco, lendo as palavras várias vezes, então olha


para mim e depois para ela. — Annie, o que você está me pedindo?
— Eu sei que ele não vai ter muitas esperanças.

Espero que Annie pergunte a ele. O baile é hoje à noite, ela


manteve escondido até ontem à noite porque estava com medo de
convidá-lo.

— Você vai me levar para o baile hoje à noite? — ela pergunta


a ele, sua vozinha sem saber o que ele vai dizer.

Seus olhos estão nublados, posso ver que ele está tentando
conter as emoções. — Eu adoraria nada mais do que levá-la, doce
menina.

Ela sorri tão lindamente e pula direto para os braços dele,


abraçando-o com tanta força. — Estou tão animada! — ela
exclama.

Ele olha para mim e eu beijo sua bochecha, amando o quão


feliz ele está por ela ter pedido. — Eu também.

Eu sorrio, observando-os, ela se senta e lhe entrega outro


presente que é meu. É uma tag que tem uma foto de nós três juntos
para que ele possa usá-la. — Esse é o melhor. — Ele beija minha
bochecha, depois a dela.
Ela ri e esfrega a bochecha onde ele a beijou.

Ele ri da sua reação e eu entrego a ele o último presente: é um


fim de semana na praia para nós dois nas férias de Natal.

— Obrigado pelos presentes, gostei muito de todos eles, — ele


nos diz e nos abraça mais uma vez.

Há uma batida forte na porta da frente. Eu olho para Knight,


confusa sobre quem poderia ser às dez da manhã.

Ele sai da cama. — Baby, vá se vestir para que possamos ir às


compras. — Annie pula da cama, correndo para seu quarto.

Já estou vestida para o dia, pois fiquei acordada por horas


desde que ouvi Annie lá embaixo na cozinha jogando panelas e
frigideiras.

Sigo Knight escada abaixo para ver quem é. Paro no meio do


caminho para ver Reaper parado na porta, segurando uma mulher
por cima do ombro que está tentando se soltar.

Eu olho para Knight, perplexa com o que está acontecendo.

Ele corre até a porta, abrindo-a. Reaper entra e rosna,


colocando-a no sofá.

Ela tenta se levantar, mas ele a empurra de volta com muita


delicadeza pelo topo de sua cabeça. Ela está olhando para mim e
para Knight como se estivesse chocada, honestamente, eu
também.
— O que está acontecendo? — Eu pergunto. Knight está
olhando para Reaper como se ele tivesse perdido a cabeça.

— Ele me sequestrou de uma mercearia. — Ela aponta para


Reaper.

Eu olho para ele. — O QUÊ? — Eu pergunto.

Ele suspira. — A mãe dela era má com ela, eu não ia deixá-la


voltar com eles, — explica ele, dizendo mais palavras do que eu já
ouvi dele antes.

— Então, você simplesmente a pegou? — Ele me olha


estranho.

— Claro que sim. — Ele diz isso em um tom como se fosse a


coisa mais normal do mundo.

Ela levanta a mão, como uhm olá viu.

Eu chupo meus lábios. — Quero que vocês digam a ela que


não vou machucá-la, — diz Reaper.

Sento-me no sofá ao lado dela. — Comece do começo, — eu


peço.

Ela olha para Reaper como se estivesse esperando que ele a


agarre novamente. — Sou a cuidadora de minha mãe e, sim, ela é
uma mulher má e horrível. Ela me bateu, me xingou. — Ela olha
para Reaper. — Ele literalmente apenas me pegou, deixou-a lá na
cadeira de rodas e me carregou para fora da loja.
Eu posso apenas imaginá-la parada lá e sendo arrebatada do
chão por Reaper.

Se eu não o conhecesse, também teria ficado apavorada. —


Em primeiro lugar, eu não acho que ele queria assustá-la. Reaper
é apenas Reaper, — digo simplesmente e ele concorda com a
cabeça. — Reaper só queria mantê-la segura, — eu paro, olhando
para Reaper para confirmação, ele acena com a cabeça novamente.

— Então, ele me sequestrou, — ela afirma e olha para Reaper.


Ele acena com a cabeça, sorrindo.

Ela balança a cabeça e depois olha para mim, depois para


Knight e depois de volta para Reaper. — Por quê?

— Porque ninguém deve ser mau com você.

Eu sei por quê. Ela é linda, de tirar o fôlego, simplesmente


linda. Tem cabelos loiros, olhos verdes, olhos tão grandes que
parece tão inocente e doce.

Annie desce as escadas correndo e fica animada ao ver Reaper.


— Tio Reaper. — Ele a pega e ela se aconchega em seu peito.

Seus olhos se arregalam, absorvendo a cena. — Ele não é um


cara mau, ele é igual ao meu homem, praticamente um homem
das cavernas, — aponto para ela e ela ri. A cabeça de Reaper acena
e olha para ela.

Eu mordo meu lábio.


— Bem, vamos para casa. — Ele coloca Annie no chão por
Knight, que a pega, ele fica em silêncio o tempo todo apenas
observando tudo.

— Espere, — ela diz, mas ele não escuta. Ele pisca para mim
e a pega, jogando-a por cima do ombro e levando-a para fora de
casa.

Desta vez ela não está lutando, mas sim sorrindo para nós.

Eu não acho que você pode sequestrar alguém simplesmente.

Knight os segue até a porta, observando-o colocá-la na garupa


de sua moto e partir.

— Bem, isso é diferente, — eu indico, rindo.

Knight balança a cabeça. — Vocês duas estão lindas.

— Precisamos de roupas para o baile hoje à noite, — ela diz a


ele e o abraça uma última vez antes de correr para mim. — Vou
trazer o almoço de volta para todos nós.

Knight não sabe, mas amanhã teremos um jantar surpresa de


aniversário em seu restaurante favorito. Mal posso esperar para
ver a cara dele quando todos gritarem “Surpresa.”

Ele é uma parte tão importante da vida de todos, e eles


estavam mais do que dispostos a dirigir uma hora até o
restaurante para passar um tempo com ele.

Mas esta noite mal posso esperar para ver as fotos deles no
baile. Ela teve um baile em sua última escola e Maverick a levou.
Ela estava feliz em ir, mas desta vez ela pedindo a Knight, eu
poderia dizer que significava muito para ela.

Knight caminha até mim, beijando-me. — Tenha cuidado, —


ele sussurra para mim, antes de beijar minha têmpora e me deixar
ir.

Fecho a porta atrás de mim, olhando para trás uma última


vez. Não tenho mais medo de me afastar, já que Arthur está morto,
mas Knight insiste que eu leve um prospecto conosco para o caso
de algo acontecer.

Dirigindo pela sede do clube, vejo um prospecto e aceno para


que ele me siga. Ele pula em sua moto e acelera para alcançá-lo.

— Que cor de vestido você quer? — Pergunto a ela quando


chegamos na estrada.

Eu as observo partir, com toda a porra do meu coração indo


com elas. O rosto de Annie quando ela estava me pedindo para
levá-la ao baile de Pai e Filha, o medo de eu rejeitá-la, isso quase
me destruiu.

Eu simplesmente amo que ela pensou em mim o suficiente


para me perguntar. Eu sorrio e me visto para o dia; preciso ir
comprar roupas para mim mesmo.

Faço um desvio para ver se Reaper ainda está vivo depois que
ele sequestrou aquela garota. Ele está sentado na varanda
bebendo uma cerveja enquanto ela está dentro de casa em frente
à porta de vidro.

Eu rio enquanto ela corre para fora e tenta passar por ele, mas
ele pega sua mão, puxando-a para o assento ao lado dele para que
não possa fugir.

Mas no final ela quer estar lá porque poderia ter fugido, e eu a


teria levado se ela estivesse realmente apavorada.

Reaper acena para mim quando passo e ela acena para mim,
então para como se tivesse se pego quebrando o personagem.

Eu me viro balançando a cabeça, no final ela pode ser tão


louca quanto Reaper. Ele precisa disso, sua vida tem sido uma
merda absoluta. Sua família era tão abusiva com ele; ele era um
sem-teto quando tinha doze anos e, de alguma forma, manteve-se
vivo até se juntar ao exército aos dezoito anos.

Comecei a rir de novo com a hilaridade disso.

Dei os retoques finais no cabelo de Annie, ela me pediu para


os cachear. Ela está com um vestido tipo princesa azul claro que
lembra a Cinderela.

Depois do que aconteceu com a professora, ela foi demitida e


outra professora incrível tomou seu lugar, Annie a ama.
Eu estava com medo de deixá-la voltar para a escola, mas
estou feliz por ter feito isso. Eu me senti muito melhor quando
conheci sua nova professora.

A antiga professora sumiu da face da Terra; não sabemos para


onde foi, ela arrumou todas as suas coisas e simplesmente sumiu.

Eu ia ver se ela queria fazer terapia para lidar com tudo isso;
eu sei que se você está envolvido com o culto/igreja, nada de bom
sai disso.

Mas está fora do meu alcance. Ainda estou chateada com o


tratamento que ela deu à Annie, mas meio que senti pena da
mulher. Sinto-me horrível ao pensar naquelas que ainda estão no
culto, forçadas a entrar nessa vida.

Algumas das mensagens que os pastores nos contaram, como


a vida lá fora é apenas pecado, que todos vão morrer nas
profundezas do inferno, nós somos os únicos que vamos salvar o
mundo com nossa pureza, nossa vida sem pecado.

Mas assim que saí e me sentei para ler a Bíblia, percebi que
eles pegaram pequenas partes da Bíblia e a distorceram para seu
benefício, nada sobre eles é honesto.

Eles são os pecadores, os abusadores, são eles que vão sofrer


nas profundezas do inferno. Eu sei que Etta, ela está com um
membro dos Grim Sinners Originals, eles fizeram um grande
estrago no culto, causando problemas e ela tem uma recompensa
por sua cabeça até hoje. Lembro que quando eu estava na seita,
ainda falavam dela o tempo todo.
Eu gostaria de poder ajudar de alguma forma a acabar com
isso, mas é tão grande. Está em todos os estados dos EUA e eles
se misturam como pessoas normais, nunca acaba.

Com o trabalho de Etta, eu adoraria acolher algumas crianças


até que elas tenham seu lar para sempre ou adolescentes para
ajudá-las a se preparar para o mundo.

Eu poderia perguntar à Etta sobre isso.

Quando saí do culto pela primeira vez, o mundo era tão


estranho e diferente do que eu pensava que seria. A liberdade de
ir literalmente buscar comida a qualquer hora que se quisesse era
uma loucura, de ir às compras e comprar coisas que precisávamos,
tudo isso me atrapalhava a mente.

As mulheres do culto não podem ter dinheiro caso o usem para


fugir, não podem ler a maior parte do tempo, a decisão é do marido
se suas esposas podem ter qualquer tipo de educação.

Nossos compromissos tendem a ser estabelecidos quando


somos muito pequenas e os homens tendem a ser muito mais
velhos. Somos preparadas, somos forçadas a viver uma vida que
realmente não é nossa, ou seja, para satisfazer os homens doentes
que querem que sejamos escravas.

— Mamãe, eu estou tão linda, — Annie diz e eu saio de meus


pensamentos depressivos. É apenas algo que não posso mudar,
não importa o quanto eu queira, é por isso que tenho simpatia por
ela.
— Nossa, meu anjo, você está linda. — Eu a coloco de volta e
a faço girar para mim. Ela sorri com o elogio. — Você sabe o quanto
a mamãe te ama? — Pergunto a ela, pegando sua mão na minha
com mais força.

Ela acena com a cabeça. — Até a Lua e de volta.

Eu sorrio. — Até a lua e de volta de novo e de novo. — Faço


cócegas em sua barriga e ela ri. — Você está pronta para a dança?
— Pergunto a ela.

Ela acena com a cabeça. — Estou tão animada. — Ela junta


as mãos à sua frente.

Ouvimos uma batida na porta da frente e descemos as


escadas. Do lado de fora da porta está Knight, segurando flores.

Meus olhos se enchem de lágrimas instantaneamente. Ela se


engasga em estado de choque e corre para a porta, abrindo-a. —
Knight, você parece um cavaleiro! — Ele está de terno e muito
bonito.

— Você parece uma princesa, — ele diz e se abaixa na sua


frente. Ele lhe entrega flores e um pequeno ursinho de pelúcia. —
Para a princesa. — Ela o abraça forte, antes de cheirar as flores.

— São lindas, — ela diz e eu os pego dela.

— Posso tirar uma foto? — Pergunto, pegando meu telefone.

Ele a pega e a coloca no colo, os dois sorrindo para a câmera.


— Lindos. — Minha voz está falhando com todas as emoções que
estou sentindo.
Eu me movo até eles e os abraço com força. — Divirtam-se. —
Knight com o braço livre me puxa para ele, para que possa me
beijar profundamente.

— Ligarei para você quando estivermos voltando para casa.

Casa.

Deus, ele chamando isso de nossa casa é uma loucura para


mim, é a melhor sensação.

Ele pode chamar este lugar de nosso lar, mas ele é o nosso lar.
Este lugar era novo para nós, estávamos começando de novo, mas
ele apareceu e fez deste local uma casa para nós.

Ele mudou nossas vidas em tão pouco tempo.

— Ok, — digo suavemente. Eu sorrio e observo enquanto eles


saem pela porta, ele a coloca no banco de trás e espera até que ela
coloque o cinto antes de acenar para mim e sair da garagem.

Royal para atrás dele e o segue enquanto está levando Penny.

Fecho a porta e a tranco, observando seus faróis


desaparecerem.

Começo a preparar o jantar, uma das refeições favoritas de


Knight: bife com batatas, e tenho o primeiro dos dois bolos
escondido na geladeira da garagem.

Eu começo, contando os minutos até eles chegarem em casa.


Fiz Royal prometer tirar fotos deles esta noite.
Penny e Annie estão dançando no meio da pista. Eu e Royal
choramos por causa dos movimentos de dança dessas crianças.

— Reaper realmente sequestrou aquela garota? — Royal me


pergunta, rindo.

— Foda-se, sim, ele saiu do Walmart, e apenas a carregou. —


Eu rio só de imaginar o rosto dela, e Royal ri comigo. — Talvez seja
isso que você precisa fazer, Royal, — eu brinco com ele.

Ele ri. — Sim, acho que é isso que eu preciso fazer, — ele
brinca comigo, mas o que eu sei talvez ele não esteja brincando.

O DJ muda a música. — Tudo bem, pais, juntem-se às suas


filhas! — ele diz pelo microfone.

Meu coração parece que vai explodir no meu peito. Nenhum


dos pais hesita e pega suas filhas.

Penny corre para Royal e o puxa para o chão.

Annie parece insegura para mim; levanto minha mão para ela
e ela sorri. Eu a pego e beijo sua bochecha, ela sorri e me abraça
forte enquanto me movo de um lado para o outro, ela não se mexe
a música inteira.

Eu quero ser o pai dela, quero que seja legal no papel, ela é
minha filhinha. Ela é minha desde o segundo em que me pediu
para brincar de boneca.
— Sabe, Annie, eu te amo, — digo a ela. Faz muito tempo que
quero contar a ela.

Ela se recosta com lágrimas nos olhos. — Você me ama? — ela


questiona.

Eu concordo. — Claro que sim, garotinha.

— Eu também te amo. — Ela me abraça novamente tão forte e


eu fecho meus olhos. Ela também me ama, um medo que eu nem
imaginava que tinha, desaparece.

Ela se recosta e olha para mim. — Posso não ser seu pai
biológico, baby, mas quero ser seu pai, ser esse papel para você
em sua vida, se você quiser.

Eu mencionei isso à Daniella, que quero assumir esse papel


em sua vida. Isso tem ocupado em minha mente.

Ela começa a chorar e o pânico me atinge com força. — Qual


é o problema? — Pergunto, com medo de que ela esteja chateada
por eu ter mencionado isso.

Eu a carrego para o canto do salão, sentando-a em uma


cadeira comigo ajoelhado na sua frente, para que eu possa falar
com ela.

Ela funga e eu seco as lágrimas de seu rosto. — Eu quero que


você seja meu pai, Knight. — Sua vozinha está tremendo quando
fala.
Meu coração parece que vai cair do meu peito com sua
admissão. Eu a abraço. — Estou feliz, querida, este é o melhor
aniversário que eu já tive.

Ela me abraça de volta com a mesma força; este é um


momento que está mudando minha vida para sempre. Sei que não
a conheço há muito tempo, mas não importa, ela é minha filha. Eu
sabia que ela era minha desde o momento em que a conheci.

Ela sorri para mim, afastando-se. Eu termino de enxugar as


lágrimas de seu rosto, ela ri e me cutuca no peito. — Aposto que
consigo dançar com você, Knight.

Ela sai correndo e eu a sigo, rindo.


Olho para a foto que Royal me enviou de Knight e Annie pela
décima vez na última hora. É uma foto de Knight e Annie
dançando; vou emoldurar.

Knight e Annie estão voltando para casa.

Coloco tudo na mesa da sala de jantar, para que eles possam


entrar e comer.

Ando até a porta e a mantenho aberta esperando por eles.


Annie acena para mim da traseira da caminhonete, de onde a luz
está brilhando sobre ela.

Knight sorri e a ajuda, onde ela corre direto para mim. Eu me


abaixo e a abraço. — Vocês se divertiram? — Pergunto a ela,
arrumando seu cabelo bagunçado. Acho que dançou demais.

Ela acena com entusiasmo. — Knight me disse que queria ser


meu pai e eu disse que sim! — ela diz alto e orgulhosa.

Olho para Knight, que parece uma grande bagunça. Eu sabia


que ele queria falar com ela sobre isso.

Ele assumiu o papel sem pensar duas vezes, e eu sabia que


isso aconteceria quando ele mencionou para mim.

Ele se tornou uma grande parte de nossas vidas.


— Mesmo? Você está feliz? — Eu pergunto a ela, querendo ter
certeza de que ela está bem com ele.

— Sim. — Ela corre de volta para abraçar Knight uma última


vez.

— Eu estou feliz então, baby.

Ela sorri e o deixa ir. — Sinto cheiro de comida, — diz ela.

— O jantar está na mesa, — digo e ela passa correndo por nós


para dentro de casa, na direção da comida.

Eu me afasto e espero que Knight fique diante de mim. — Acho


que você fez aquela garotinha feliz.

Ele beija minha testa, puxando-me para um abraço. — Ela me


fez feliz pra caralho. Eu a amo muito, ela é meu coração. — Eu
sorrio amando que ele a ame assim.

Eu também o amo.

Ele se afasta, olhando para mim, seu rosto completamente


sério. — Você sabe que eu também te amo, certo? — ele sussurra
para mim e segura meu rosto em suas mãos. — Eu te amo tanto
que acho que às vezes me dói passar anos sem você na minha vida.

Eu suspiro em choque com sua admissão. — Amor, eu


também te amo. — Eu pulo e o beijo, minhas pernas passando por
sua cintura querendo estar o mais perto possível dele.

Eu o amo. Nunca acreditei em amor à primeira vista até


conhecê-lo. Fiquei encantada com ele desde o primeiro momento
em que o vi. Ele é minha pessoa, ele é a pessoa com quem devo
estar. Eu não tenho nenhuma dúvida sobre isso.

Ele me beija de volta com a mesma paixão. Consigo sentir o


beijo até os dedos dos pés; este é um momento que nunca vou
esquecer.

— Feliz aniversário, — eu sussurro contra seus lábios,


abraçando-o uma última vez antes que ele me coloque no chão, o
ar fresco da noite me fazendo tremer. Ele me puxa para dentro de
casa e para fora do frio. — Pronto para comer? — Eu pergunto,
fazendo com que ele me siga até a sala de jantar.

Ele para diante da refeição que preparei. — Já era hora, — diz


Annie e rimos de seu tom impaciente. — A dança me deixou
morrendo de fome. — Ela suspira e olha para o bife.

Knight ri. — Esta garotinha sabe dançar; ela e Penny


dançaram o tempo todo. — Ele enfia a mão no bolso e pega o
telefone, mostrando-me um vídeo dela e Penny dançando.

— Mamãe, posso entrar na aula de dança da escola? — ela


pergunta.

— Quando começam as aulas? — Pergunto a ela e coloco a


salada em seu prato.

— Na próxima semana, — ela me diz e eu sorrio.

— Claro. Você precisa que eu assine alguma coisa?

Ela balança a cabeça. — Acho que você preenche na recepção.


Observo os passos de dança que ela faz diante da câmera e
tento não rir. É fofo demais com os braços voando para todo lado,
os chutes. Knight está assistindo ao vídeo, sorrindo. — Acho que
Penny vai fazer as aulas também.

Eu adoro o quão próximas elas são, ter uma amiga de quem


ela é tão próxima e com quem crescesse.

— Vamos comer, — encorajo a todos e todos comem.

— Quer que eu corte seu bife, Annie? — ele pergunta e ela olha
para mim e depois para ele. Ela leva o prato para ele que o corta
em pedacinhos.

Ela observa com uma expressão feliz e eu balanço minha


cabeça. Eu não tento avisá-lo que ela pode fazer isso sozinha, ela
está gostando da atenção dele.

— Pronto. — Ele empurra o prato de volta e ela agradece. —


Obrigada, Knight. — Ela piscou os olhos para ele alegremente.

Tento não rir de novo, ela então o tem enrolado em seu dedo.
— Obrigada pelo jantar, — Knight me agradece, beijando-me na
bochecha.

Eu sorrio e descanso minha cabeça em seu ombro por um


segundo. — Há uma última coisa. — Vou até a garagem e pego o
bolo de aniversário. Eu o carrego de volta e pego as velas no
caminho.

Começo a cantar parabéns para ele.


Ele sorri amplamente quando coloco o bolo na sua frente com
as velas. Eu as acendo e me afasto. — Faça um desejo, — digo a
ele.

Ele levanta minha mão, beijando-a. — Meu desejo já se tornou


realidade, — ele nos diz e tento não chorar com o quão
incrivelmente doce isso é.

Annie corre. — Apague-as, — ela diz a ele.

Ele obedece e nós duas batemos palmas, e ele me puxa para


seu colo. — De que tamanho você quer? — Eu pergunto, pegando
uma faca para cortá-lo.

Ele aponta para o tamanho da peça que deseja. — Quer ir


assistir a um filme e comer bolo? — ele pergunta.

Annie sai correndo, você nunca precisa falar duas vezes com
ela sobre assistir TV, é um vício.

Assim que ela está fora do alcance da voz, ele diz: — Guarde o
resto. Quero ver se esse glacê fica igualmente bom em você.

Ele pega seu bolo com um sorriso malicioso, deixando-me na


sala de jantar sozinha com meus pensamentos muito perversos.

Pego um pedaço com mais glacê e coloco de lado, acho que


vamos descobrir.

Annie está no sofá de um lado de Knight e eu ocupo o outro


lugar, e ele puxa o cobertor sobre nossas pernas.
Eu aproveito o momento, este é um que você não vai esquecer;
é simples, fácil e é tudo o que você poderia pedir.

Ele beija minha testa e eu deito minha cabeça em seu ombro,


e quando ele liga um filme infantil, ela se levanta vendo que ele
colocou Mulan.

Por mais que Knight e eu finjamos que não gostamos de


programas e filmes infantis, ambos acabamos não conseguindo
desviar o olhar.

Percebo que os olhos de Annie estão ficando pesados. —


Vamos, querida, vamos te limpar e colocar na cama. — Digo, e ela
corre na minha frente para o banheiro para tomar banho.

Knight me segue até as escadas e vai para o nosso quarto para


tomar banho. Tento não pensar na água morna que escorre por
seu corpo musculoso.

Eu mordo meu lábio e tento limpar minha mente.

— Mamãe, você pode me pegar uma toalha? Eu esqueci! —


Pego uma toalha no armário e a coloco na prateleira ao lado do
chuveiro para ela.

Pego seu pijama e o coloco no balcão para ela. Sua escova de


cabelo está na penteadeira com seu creme.

Eu saio furtivamente de seu quarto e entro no meu e no de


Knight. Abro a porta e espio para dentro para vê-lo nu em frente
ao chuveiro. Senhor, me ajude.
Ele se vira me pegando e eu saio correndo, rindo. Ele põe a
cabeça para fora da porta. — Eu peguei você, — ele grita e eu me
escondo no quarto de Annie. Escolho um livro para ler para ela.

Alguns minutos depois ela sai do banheiro com sua camisola


da Cinderela, ela tem uma de cada personagem agora.

— Como você quer seu cabelo? — pergunto a ela.

Ela me estuda por um momento. — Você acha que Knight pode


trançar meu cabelo? — ela pergunta.

— Claro, quer que eu pergunte a ele? — digo a ela.

Ela balança a cabeça e pula na cama, puxando os cobertores


sobre as pernas. — Knight, Annie quer saber se você pode trançar
o cabelo dela?

Ele se apressa para colocar suas roupas, e eu sorrio com sua


reação. Subo até a ponta da cama e pego seu livro; posso ler para
ela enquanto ele arruma seu cabelo.

Ele se senta e ela rasteja na frente dele. Ele sorri para mim por
cima do ombro e passa a escova pelos fios dela.

— Você quer uma trança simples ou dupla? — ele pergunta.

Ela pensa nisso por um momento. — Acho que quero dupla.

Ele gentilmente escova o cabelo dela para desembaraçá-lo,


borrifando o desembaraçador. — Seu cabelo está ficando
comprido, — eu digo e ela se aproxima e toca a parte inferior de
seu cabelo.
Começo com o livro, este é a Bela e a Fera.

Depois que ele termina o cabelo dela, espero que ela apenas se
deite, mas não o faz, ela se vira e se aconchega em Knight,
querendo que ele a abrace.

Eu abaixo minha cabeça e continuo lendo o livro. Knight


parece que está flutuando no topo do mundo que ela fez isso sem
perguntar.

Lembro-me da primeira vez que ela estendeu a mão para mim


e não para Bell.

Sou eternamente grata por Bell a ter acolhido e depois me


encontrado.

Demorou muito para Annie entender que eu era sua mãe e ela
foi tirada de mim. A dor que senti quando pensei que ela estava
morta, todos esses anos ainda me assombram.

Agradeço a Deus todos os dias por ela estar aqui comigo, ela
estar segura, saudável e acima de tudo feliz.

Do jeito que as crianças deveriam ser. Minha infância não foi


nem perto da dela. Eu não podia fazer nada; estava muito ocupada
na cozinha aprendendo a ser uma esposa.

Mas estamos quebrando esse ciclo, ela vai ter a melhor vida e
vou me certificar disso, vá para o inferno ou morra tentando.

À medida que envelheço, menos simpatizo com aqueles que


deixam seus filhos serem levados em casamento quando são
crianças.
Tenho um bebê; eu teria literalmente feito qualquer coisa para
mudar o destino deles.

Honestamente, ninguém quer ser forçado a se casar, nunca


falei pessoalmente com ninguém que tenha sido feliz em seu
casamento. Quem diabos quer se casar com alguém da idade dos
avós?

Sim, ninguém.

Levanto os olhos da minha leitura e vejo que os dois estão


dormindo.

Meu coração parece que pode explodir. Pego meu telefone e


tiro uma foto, tornando-a minha tela inicial.

Eu puxo o dedo do pé de Knight, acordando-o. Seus olhos se


abrem lentamente e ele olha para Annie.

Sua expressão é de pura felicidade.

Ele gentilmente a deita na cama, aconchegando-a. Coloco o


livro em sua estante, fechando a porta atrás de nós.

— Onde está aquele glacê? — ele me pergunta.

— Na geladeira.

Seu nariz se inflama. — Eu quero sua bunda nua quando eu


voltar da cozinha. — Ele começa a descer as escadas, sem deixar
espaço para discussão.

Oh, inferno, sim.


Corro para o meu quarto, despindo-me completamente e me
deitando de bruços com as mãos empoleiradas sob o rosto,
esperando por ele.

Está completamente silencioso, então no segundo que ouço


seus passos subindo as escadas, tento jogar com calma. Mas estou
tudo, menos calma. As promessas que ele fez estão girando em
minha mente.

A porta é aberta e eu olho para a tigela em sua mão. — Acabei


de pegar a cobertura, já que você é o bolo. — Ele pisca para mim,
fechando e trancando a porta atrás de si.

Oh, garoto.

Como no mundo eu tive tanta sorte de chamar esse homem de


meu?

Ele sorri quando percebe que estou totalmente olhando para


ele sem vergonha.

— Vê algo que gosta?

Eu aceno como uma louca. — Oh, você sabe que eu gosto do


que vejo. — Sento-me e deixo-o ver exatamente como me sinto ao
vê-lo nu entre as minhas pernas.

Ele sibila, seus olhos escurecendo, observando-me.

Nunca pensei que ficaria tão confortável com alguém do jeito


que estou com ele agora.
Ele é a minha pessoa, quando você encontra a sua pessoa,
todas as apostas são canceladas.

Ele rasteja na cama, carregando a tigela e mergulha o dedo


nela, arrastando-o ao longo da minha perna.

Ele inclina a cabeça. Meus olhos se fecham com a sensação de


sua língua arrastando ao longo da minha canela.

Colocando beijos até o meu joelho, respiro fundo quando ele


adiciona a cobertura logo acima do meu joelho, na parte interna
da minha coxa.

Eu apoio minha cabeça no travesseiro, meus olhos grudados


nele.

Ele olha para cima. — Não se mova, apenas sinta. — Meus


olhos se fecham, afundando na cama e relaxando todo o meu
corpo.

Agarro os lençóis para não me mexer. — Deus, eu poderia


adorar você a cada segundo, todos os dias, — ele diz, abrindo
minha coxa, lambendo do meu joelho até a minha boceta.

Oh, Deus.

Eu tento não mover meus quadris, porque estou louca para


que ele esteja lá.

Abro os olhos, assim que ele enterra a cabeça entre as minhas


coxas.
Ele agarra minhas pernas, jogando-as sobre seus ombros e
seus braços passam por baixo delas, segurando minhas coxas,
basicamente me impedindo de me mover.

— Eu também quero tocar em você, — digo a ele, mas ele me


ignora, contente em me enlouquecer de desejo.

Não leva mais de um minuto para eu gozar, e gozar forte.

Mordo meu lábio para não gritar.

Respiro fundo pelo nariz e todo o meu corpo treme.

Ele me vira de bruços, meu rosto empurrado para baixo e


minha bunda no ar.

Uma picada aguda na minha bunda me faz sibilar, e eu me


viro e vejo que ele me mordeu.

— Ai, — digo, brincando.

Ele ri e morde a outra bochecha. Ele se senta e meus olhos vão


para seu pau magnífico.

Deus, como eu amo essa coisa.

Ele se move até ficar escarranchado sobre minhas coxas,


segura seu pau e afunda lentamente em mim.

— Puta merda. — Eu gemo, ele é tão profundo.

Eu o sinto pressionar contra a minha bunda, ele totalmente


encaixado dentro de mim.
— Porra. — Ele geme profundamente, sem se mover, apenas
me deixando ajustar.

Jogo minha cabeça para trás e olho para Knight, amando que
eu possa fazê-lo assim.

Ele puxa todo o caminho até que sua ponta esteja apenas
encaixada, então bate de volta, a cabeceira batendo na parede.

Ele pega um travesseiro e coloca atrás da cabeceira para não


fazer tanto barulho.

Fecho meus olhos e apenas aproveito a porra do passeio; cada


estocada é mais profunda, mais rápida, mais forte.

Não posso nem me mover, meu corpo não é meu agora. Não, é
de Knight.

Smack! Sua mão pousa na minha bunda, meus olhos reviram


e eu o aperto com força, gozando.

Ele empurra meu rosto na cama para abafar os gritos que


escapam de mim.

Ele goza comigo, caindo de costas.

Viro minha cabeça para o lado e respiro fundo, meu corpo


inteiro está queimando.

— Eu acho que é sua missão me matar. — Eu gemo quando


ele sai de mim, sem usar proteção novamente.

Honestamente, eu poderia estar grávida agora; esse


pensamento me atinge com força.
Comprei alguns testes outro dia, mesmo se estiver grávida não
estou muito adiantada.

Já faz mais de um mês desde que começamos a fazer sexo


desprotegido.

Ele quer um bebê; ele me disse isso e eu estaria mentindo se


não quisesse ter um bebê com seus lindos olhos. Annie ficaria tão
obcecada com o bebê.

Knight sai da cama e vai para o banheiro.

Eu faço um teste? É muito cedo, não é? Ele enfia a mão no


armário e eu congelo sabendo que ele vai ver as caixas.

Não ouço a água por muito tempo, é uma tortura completa e


absoluta.

Ele sai do banheiro e me encara por um momento antes de


pegar um teste de gravidez.

— O que é isso?

Eu rio. — Não estamos fazendo sexo protegido e se você


continuar me fodendo do jeito que tem feito, isso vai acontecer.

Ele agarra meu pé me puxando para o pé da cama, abrindo


minhas pernas e me limpando.

— Eu espero que você esteja, — ele admite com um sorriso. —


Eu não dou a mínima se as pessoas pensam que é muito cedo. Eu
quero que você tenha uma barriga grande, na minha cozinha.
Eu rio da imagem que ele colocou na minha cabeça. — Bem,
como eu disse, se você continuar, isso vai acontecer. — Eu me
inclino e o beijo suavemente.

Mas eu também não me importo. Eu não me importo se é


muito cedo ou algo assim.

Se você sabe, você sabe.

— Quer ir fazer um teste? — ele me pergunta e o medo me


atinge porque pode ser negativo.

Concordo com a cabeça e ele pega minha mão, abre o teste e


o prepara para mim. Sento-me para fazer xixi e ele fica parado,
olhando-me.

— Uhhh... — Olho para a porta e ele revira os olhos. — Eu


estava de cara na sua boceta, acredite em mim quando digo que
não dou a mínima se vejo você fazer xixi ou não.

Balanço a cabeça e cubro o rosto. — Knight. — Eu gemo e ele


levanta as mãos para fora da porta.

Eu faço xixi no palito e o coloco no balcão, colocando a tampa


de volta no teste de gravidez.

Ele volta para o banheiro enquanto fecho a tampa do vaso


sanitário e me sento, esperando.

Ele me traz uma camiseta e eu deslizo meus braços me


vestindo e então ele me entrega um short.
Sorrio e o pego dele, meu coração pesado por ele ser tão
atencioso e carinhoso, ele cuida tão bem de mim.

Ele faz as coisas sem pensar; ele é o melhor. — Eu te amo, —


eu sussurro para ele, levantando minha cabeça para trás. Ele
sorri, antes de se abaixar para me beijar.

Eu descanso meu rosto em seu estômago, sua mão na parte


de trás da minha cabeça, contando os minutos até que o teste
mostre se estou grávida ou não.

A espera é uma tortura.

Alguns minutos se passam com ele parado na minha frente,


esfregando minhas costas, segurando-me.

— Eu acho que é hora de olhar, — digo e ele pega o teste e


olha. Prendo a respiração.

— Espere, — diz e vira o teste para a luz.

Fico na ponta dos pés e olho para ver alguma coisa.

Eu suspiro quando vejo isso. É muito fraco, mas está lá. —


Oh, meu Deus, isso é uma linha, Knight? — Pergunto a ele,
olhando mais de perto.

Ele joga o teste na pia e me levanta do chão. Envolvo minhas


pernas em torno dele. — Foda-se, sim, é! — Eu rio e o abraço.

— Nós vamos ter um bebê, — eu sussurro quando me atinge.

Ele ri, descansando sua testa contra a minha. — Annie será


uma irmã mais velha.
— Amanhã vou fazer um exame de sangue, se estiver tudo
bem, para ter certeza?

— Podemos começar com vitaminas pré-natais. — Eu aceno e


olho em seus olhos. Eu não posso acreditar, um bebê.
Honestamente, no fundo da minha mente, pensei que levaria
muito tempo, mas acho que a maneira como Knight tem me fodido
em todas as superfícies da casa estava prestes a acontecer.

— Ok, — eu digo sem fôlego.

Está acontecendo, está realmente acontecendo.


Knight não tem a menor ideia do fato de que temos uma
surpresa planejada para ele. Se não fosse por River e Bell, seria
impossível de conseguir. Elas carregaram tudo para o restaurante
para que fosse montado para mim.

Ele, ou está completamente alheio a pistas, ou é um grande


farsante. Consegui que Annie lhe dissesse que ela desejava seu
restaurante favorito e perguntasse se ele a levaria. Ela o fez com
uma cara completamente séria.

Estamos agora a dois minutos do restaurante. River me


mandou uma mensagem e me avisou que todos estão lá. Eu me
certifiquei de que eles escondessem seus veículos para que Knight
não percebesse.

Ele cuida de todos; se algo está errado, ele é a primeira pessoa


para quem todos correm e eu queria fazer algo especial por ele.

Chego até ele e pego sua mão na minha. Espreito atrás de mim
para Annie, que está tentando agir calmamente. Ela cobre a boca,
escondendo suas risadas.

Ele está incrível em sua camisa de flanela, enrolada até os


antebraços, mostrando suas brilhantes e belas tatuagens.
Ele entra na frente do restaurante e Annie destrava seu
assento, subindo para o banco da frente na emoção. Ela está
segurando a orelha de seu coelhinho, colocando-o debaixo do
braço.

— Qual é a pressa, menina? — Ele ri e a levanta para fora da


caminhonete, pegando sua mão. Ela está linda usando um vestido
florido branco e azul claro. Ela olha para mim com os olhos
arregalados.

— Só com fome.

Começo a sair da caminhonete, mas Knight se aproxima e me


ajuda. Seus olhos vão para o meu estômago por um momento
antes de me mostrar aquele sorriso deslumbrante.

Eu sei que o teste mostrou uma linha muito tênue ontem à


noite, mas estou tentando não ter muitas esperanças de que
realmente estou grávida.

Eu toco seu rosto por um momento, puxando-o do meu


estômago. Até termos cem por cento de certeza, não vamos contar
a ninguém.

Pego a outra mão de Annie e entramos de mãos dadas no


restaurante. Knight diz à senhora da frente que precisamos de
uma mesa para três.

Tento não sorrir porque ele não sabe de nada.


Ela nos leva até a parte de trás do restaurante, parando do
lado de fora da porta da sala particular deles, e está
completamente escuro lá dentro.

Eu me aproximo, puxando-o para mais perto da porta e ao


mesmo tempo a anfitriã acende a luz: — SURPRESA!

Knight pula para trás em estado de choque, seus olhos


arregalados observando todos com quem ele se importa aqui por
ele. Há uma placa no fundo da sala que diz:

PARABÉNS, KNIGHT.

Ele olha para mim, como se não acreditasse que planejei isso.

— Feliz aniversário, baby. — Eu me inclino e o beijo na


bochecha. Ele puxa Annie e eu para um abraço. Eu o puxo para a
sala onde todos vêm para abraçá-lo e desejar-lhe feliz aniversário.

Eu me afasto e deixo todos virem até ele. Annie está correndo


direto para Penny, que a abraça. — Feliz aniversário, tio Knight, —
Penny grita para ele, escorregando de Annie para abraçá-lo.

Eu me afasto e observo como ele está feliz.

River se aproxima e me abraça; eu sorrio e a abraço de volta.


— Você fez um trabalho e tanto, muito obrigada, — agradeço a ela.

Ela se afasta e me estuda. — A felicidade em você é linda.


Knight é um homem de sorte.

Lágrimas enchem meus olhos e eu a abraço mais forte, ela me


viu no meu pior. Para ela, ver como estou feliz, como ele me deixou
feliz e até mesmo a Annie, significa muito. Annie realmente
floresceu desde que nos mudamos para cá.

— Você planejou isso? — Knight se aproxima e me pergunta.


Eu solto River, puxando-o para mim.

— Sim, eu fiz. — Eu sorrio amando que eu consegui.

Ele ri. — Você é sorrateira. — Ele se abaixa e beija minha


bochecha. Eu sorrio e o abraço, passando minhas mãos em suas
costas, ele parece tão bem esta noite.

Se por acaso eu não estiver grávida, com certeza estarei depois


desta noite com os planos que tenho para ele e a roupa especial
que sei que ele vai morrer.

Bato levemente na sua bunda. — Agora, vá se divertir com


seus irmãos, — eu o encorajo a passar um tempo com eles.

A porta se abre e entra Reaper e a garota que ele sequestrou.


Ele está segurando sua mão e ela acena para mim quando me vê.

Acho que ela está gostando da vida de sequestrada; eu tento


não rir e caminho até eles. — Oi, bem-vinda. — Estendo a mão
para abraçá-la e ela me abraça de volta.

Ela realmente é o oposto de Reaper; ele é sombrio e


ameaçador. Ela é uma pequena fada de cabelos loiros.

Reaper está nos observando. — Acho que precisamos de uma


noite de garotas, — digo a ela e ela acena com a cabeça.
— Por favor, vamos fazer no próximo fim de semana? — ela me
pergunta.

— Combinado! — Aperto sua mão e os deixo vagar pela sala


para que ele possa apresentá-la aos outros.

Este é o Reaper mais à vontade que já vi, geralmente a


escuridão está na vanguarda de sua mente, você pode ver isso em
todo o rosto.

Mas agora está determinado, está tranquilo.

Knight se encaminha para mim, puxando-me para o seu lado.


— Ele parece feliz, — ele me diz.

Eu concordo. — Ele parece estar.

Ele beija o topo da minha cabeça e eu descanso em seu peito.


Olho para Annie que está sendo segurada em um quadril enquanto
Penny está do outro lado de Gage.

Elas estão muito mimadas; elas têm todos esses homens


completamente envolvidos em seus dedos.

Terror leva Annie de Gage e eles apenas ficam lá, todos


conversando com as garotas apenas sorrindo contentes.

Amo a família que construímos aqui. Nunca sonhei que,


quando deixasse minha outra cidade e viesse para cá, encontraria
meu lar, meu verdadeiro lar onde conheço meu lugar total,
completamente.
Algumas horas depois, estou ajudando Knight a colocar todos
os seus presentes de aniversário no banco de trás da caminhonete.

Annie está dormindo em pé. Knight a coloca na caminhonete


e a coloca em seu assento.

Ela boceja feliz e olha ao redor da caminhonete. — Vamos para


casa? — ela pergunta.

— Nós vamos.

Aceno para os outros que passam por nós, voltando para casa.

Reaper passa com sua namorada, Julia. Ela acena para mim
e eu aceno de volta. Ela descansa a cabeça nas costas de Reaper,
já que está muito frio lá fora, aconchegando-se perto dele.

Entro na caminhonete, aumentando o aquecedor, já que está


frio. — Knight, esqueci meu coelho. — Annie grita e ele a tira do
carro, de onde ela estava prestes a pular.

— Vou levá-la para dentro, — diz ele e eu aceno.

Sento-me no banco, observando-os entrar. Annie está falando


loucamente para Knight, que está apenas sorrindo e ouvindo-a.

Eles deslizam para dentro do restaurante, as luzes dentro


apagando porque está perto da hora de fechar.

Eu esperava que Bell e Maverick tivessem vindo esta noite,


mas eles estão em um cruzeiro agora.

Annie sente muita falta deles; eles cuidarão dela quando


Knight e eu sairmos de férias que reservei para nós.
Eu olho para o meu telefone vendo as mensagens que recebi e
a professora de Annie perguntando se podemos trazer lanches
para um filme que eles planejaram para segunda-feira de manhã.

De repente, minha porta é aberta e me viro para ver se é Knight


tentando me assustar.

Mas não, é uma arma apontada bem na minha cara.


Eu suspiro em choque; é meu cunhado. Ele está olhando para
mim, como se eu fosse o diabo em carne e osso.

— Dá o fora da caminhonete, vadia! — ele grita comigo, mas


eu não me mexo, estou completamente paralisada de medo e
choque.

— O que você está fazendo aqui, Ryan? — Pergunto a ele,


agarrando o assento como se ele fosse me puxar para fora da
caminhonete.

— Você sabe exatamente o porquê, você matou meu irmão, —


ele sussurra e enfia a mão dentro da caminhonete, agarrando meu
cabelo em seu punho.

Eu grito e o seguro. — Pare! Eu não o matei! — Tecnicamente


não é mentira.

Ele ri na minha cara. — Ouça vadia, temos uma testemunha


ocular. Ou você vem comigo ou eu vou matar aquele seu doce
anjinho. — Então ele sorri. — Na verdade, posso pensar em outras
coisas que posso fazer com ela que não envolvam matá-la.

Eu sinto que morro na hora com ele ameaçando Annie.


Lágrimas enchem meus olhos e rolam pelo meu rosto sabendo o
que tenho que fazer para mantê-la segura.

— Ok. — Minha voz falha enquanto murmuro a simples


palavra que quebra meu coração em um milhão de pedaços.
Uma van para e eu entro, a arma ainda apontada para mim o
tempo todo.

Ryan está olhando para mim, exultante, emocionado por me


ter sob sua custódia.

Ryan sempre me assustou. Sua esposa morreu por ele


espancá-la até a morte. Ela viveu um pesadelo real. Fui ao funeral
dela e ele estava rindo, tentando encontrar sua próxima esposa,
que tinha doze anos.

Agradeci a Deus todos os dias por não ter sido forçada a me


casar com ele. Arthur também era horrível, mas não era nada
comparado a Ryan.

Ryan é apenas mau, puro mal.

Ele não tem alma.

— Qual é a sentença por matar seu marido? — ele me


pergunta, como se estivesse emocionado com a perspectiva do que
tenho a dizer a ele.

Uma parte de mim quer ignorá-lo e não responder, mas outra


parte sabe o que pode acontecer se eu não o fizer. Eu respiro fundo,
o medo balançando meu núcleo.

— Morte por mil chibatadas, — digo, incapaz de parar o tremor


em minha voz.

Ele ri sombriamente. — DING, DING, DING! — ele diz,


dramaticamente.
Demorou um pouco, mas finalmente conseguimos encontrar o
coelhinho da Annie; estava debaixo da mesa onde ela e Penny
fizeram um forte para elas usando as toalhas de mesa.

Eles trancam a porta atrás de nós, já que é hora de fechar.

Fiquei chocado que Daniella fez tudo isso por mim. Estou tão
apaixonado por ela e por essa garotinha, que está segurando
minha mão e confiando em mim.

Olho para a caminhonete e vejo que a porta do passageiro está


escancarada, com a luz acesa. Ela deve estar lá atrás mexendo nos
presentes; tudo mal cabia na parte de trás.

Quanto mais perto chego, uma sensação horrível afunda na


porra do meu estômago.

Pego Annie e me aproximo da caminhonete, espiando no banco


de trás e depois no da frente, ela não está em lugar nenhum.

— Onde está a mamãe? — Annie pergunta e cada parte de mim


congela de medo, meu coração afundando até a porra do chão.

Sento-a no banco da frente, fechando a porta. — Daniella! —


Eu grito para o estacionamento escuro como se estivesse tentando
encontrar esperança de que ela está apenas se escondendo de nós,
tentando afastar o medo.

Mas ela não responde de volta.


Agarro a traseira da caminhonete; eu não consigo respirar.
Alguém a levou. Faço a única coisa que posso fazer, pego meu
telefone e aperto SOS, avisando todos os meus irmãos que preciso
deles o mais rápido possível.

O rostinho de Annie está pressionado contra a janela, posso


dizer que ela está apavorada. Abro a porta, tomando-a em meus
braços. — Onde está a mamãe?

O que eu digo, porra? Eu não digo nada, eu fico lá. Não posso
deixar Annie ir procurá-la, ela precisa ser levada para algum lugar
seguro para que eu encontre sua mãe.

Não leva mais de alguns minutos quando eu os ouço. Reaper


entra rugindo no estacionamento, parando na minha frente.
Coloco Annie dentro da minha caminhonete e fecho a porta para
que ela não ouça o que está acontecendo.

Posso senti-la olhando para mim.

— Ela se foi, porra! Entrei para encontrar o coelho de Annie


com ela e voltei, porra! — Eu saio correndo em pânico; sinto que
meu corpo está queimando vivo de medo.

Reaper rosna e agarra Julia. — Você pode ficar com ela? —


Pergunto à Julia e ela acena com a cabeça e se senta no banco do
passageiro, segurando Annie.

— Quem iria levá-la, porra? — Esfrego o rosto pensando nisso


e avisto uma câmera em todos os cantos do restaurante. —
Câmeras! — Digo a Reaper e saímos correndo para a porta da
frente.
Reaper bate com o punho na porta de vidro e um dos rostos
assustados da garçonete olha para nós antes de nos deixar entrar.

Eu ouço os outros chegando e sei que eles vão entrar. Corro


pelas portas até onde fica o escritório, perto dos banheiros. Eu já
o vi lá antes, então sei onde está.

— O que está acontecendo? — um dos trabalhadores me


pergunta, levando-nos para dentro.

— Minha mulher foi raptada; eu preciso ver a porra do feed da


câmera, — eu digo e ele sai do caminho nos deixando passar. Eu
o teria matado se ele não se movesse em outro segundo.

Abro a porta e chamo o funcionário. — Porra, libere, — digo a


ele e ele corre, executando o feedback. — Cerca de vinte minutos
atrás, — ordeno.

Eu posso ver que Daniella está no carro, então um homem


literalmente abre a porra da minha porta com uma arma apontada
para a cabeça da minha mulher.

Porra.

Eu corro minhas mãos pelo meu cabelo. Quem diabos é esse?

A porta é aberta e River está aqui. — O que diabos aconteceu?

Explico o que aconteceu e ela assume o feed. — Porra! Ela tem


um GPS no celular, aposto que ainda está ligado.
Eu sinto a porra da esperança pela primeira vez desde que
tudo isso aconteceu. — Não é sua culpa, — River me diz, tentando
me ajudar a me sentir melhor.

Mas isso não faz merda nenhuma para mim.

Sinto pena da pessoa que ousou tomá-la, machucá-la, do jeito


que ele a puxou para fora da caminhonete pelos cabelos.

A porra da dor que essa pessoa vai sofrer vai ser inimaginável,
mal posso esperar.

River pula do assento. — Foda-se, ela ainda está se movendo,


— ela me diz e me mostra um GPS que está saindo da cidade no
meio do nada.

Eu pego seu telefone e saio correndo do prédio. — Eu vou


cuidar de Annie, — River me diz e eu aceno, grata por ela estar
aqui e proteger minha filha.

Gage está parado na frente da minha caminhonete; eu sei que


ele está protegendo minha garota. — Precisamos ir, — digo a ele e
ele corre para sua caminhonete. Sento-me no banco do passageiro
deixando minha caminhonete para River e Julia.

Eu não posso nem olhar para Annie agora. Vou desmoronar


se vir o medo dela.

Coloco o telefone no coldre, Gage olha para ele e ruge para fora
do estacionamento em direção à Daniella.
Estamos a caminho querida; nós estamos chegando. A viagem
até lá é uma tortura literal; tudo o que posso fazer é rezar para que
ninguém a machuque.

Tiro minha arma da parte de trás da calça, verificando se está


carregada. — Vamos fazer essa merda, eu tenho alguns filhos da
puta para matar.

A raiva está preenchida em cada pedaço de mim, estou indo,


baby.

Eu os destruirei.

A cada minuto nesta van, eu gostaria que estivéssemos a horas


de nossa casa, porque quanto mais perto chegarmos, mais cedo
eles vão me chicotear até a morte.

Eu testemunhei uma vez uma mulher sendo chicoteada, foi a


pior coisa que já vi.

Ela disse que seu marido morreu durante o sono, mas eles
alegaram que ela o envenenou e a mataram por isso.

Logo o veículo para e eu choro por dentro. Não vou dar a eles
a satisfação de me ver quebrar.

Ele me agarra pelos cabelos mais uma vez e me arrasta para


fora da caminhonete. Eu assobio com a dor no meu couro
cabeludo, a reação saindo antes que eu pudesse impedir.
Ele ri e me puxa pelo cascalho, amando cada segundo de me
causar dor.

Há uma cruz no meio do campo e avisto os rostos dos homens


que são os presbíteros da igreja. Estão todos aqui, todos eles.

Porra.

Isto não é bom.

Eles estão vestidos de branco, a mesma roupa que usam para


um funeral e hoje esse funeral é meu.

Meu pobre anjo Annie e o bebê que pode estar na minha


barriga, isso me dói, destrói-me pra caralho pensar neles.

Não quero que Annie fique perturbada com isso, não quero que
ela saiba a verdade sobre minha morte. Ela passou por tanta coisa
em sua pequena vida, eu só quero que ela tenha uma boa vida.

Oh, Deus, Knight. Isso vai matá-lo porque ele é muito protetor.
Meu coração se parte por Annie e Knight porque eu os amo mais
no mundo.

Eu nunca vou ver Annie se apaixonar, conhecer sua pessoa e


vê-la caminhar até o altar.

Nunca vou conseguir ver Knight segurando nosso bebê recém-


nascido, ver o rosto animado de Annie por ter um irmão pela
primeira vez.

Todas as esperanças e sonhos que tenho estão desmoronando


ao meu redor.
Eles me levam até a cruz, meu rosto está pressionado na
madeira, meus braços amarrados à minha frente, deixando-me
abraçado à madeira.

Olho para trás e vejo que todos os homens estão me


observando intensamente. Estes são os homens responsáveis pelo
inferno pelo qual tantas pessoas passaram, os que começaram
tudo isso.

Quem diabos deu a esses homens todo esse poder? A raiva me


enche, fortalece-me, e eu enrijeço minhas costas. Não vou dar a
eles a satisfação de me ver assustada.

Mesmo que meu coração esteja totalmente partido.

Há um grito atrás de mim, parece uma mulher. Eu tento ver


quem é, mas não consigo olhar além de apenas por cima do meu
ombro.

— Por favor, não faça isso! Eu ajudei você, — ela chora e a


percepção de quem a voz pertence, atinge-me quando a vejo.

A porra da professora.

Ela é a causa disso? Eles a colocaram ao meu lado na outra


cruz. — Por que você está fazendo isso? — ela soluça e descansa a
cabeça contra a madeira.

Não consigo sentir pena.

Ryan caminha até ela e fico tensa, apenas esperando para ver
o que ele vai fazer com ela. — Porque você não impediu que ele
fosse assassinado, você é tão culpada, — ele lhe explica e se afasta.
Ele olha para nós duas, alegre, vendo-nos amarradas e
completamente à mercê deles. Ela está olhando para mim. Isso é
tudo sua culpa, ela fez isso, ela correu para essas pessoas e abriu
a boca.

Agora veja o que está acontecendo.

Estou fodidamente amarga por causa dela. Nunca vou


conseguir ver minha filha crescer porque ela quer voltar ao culto.

Eu me afasto dela. — Por favor, não me machuque, farei


qualquer coisa, eu me casarei com você! — ela implora a Ryan.
Estou enojada que alguém se ofereça a ele.

Ele começa a rir e todos os anciãos se juntam a ele. Eu me viro


para ela e vejo que seu rosto está vermelho de vergonha.

Prefiro morrer a me casar com aquele filho da puta horrível.

Ele se inclina depois de terminar de rir. — Você acha que eu


me casaria com alguém como você? Você não pode ter filhos e é
por isso que você foi forçada a sair em primeiro lugar, moça.

Fecho os olhos ao perceber que ela era casada e não podia ter
filhos. Então, eles não tinham mais utilidade para ela, mas em
seus cérebros ignorantes eles não entendem que o homem também
pode ser o problema.

Eu fico em silêncio. Esta não é minha batalha; eu não posso


ajudá-la, não importa se eu tentei. Ryan olha para mim. — Ao
contrário dessa vadia aqui, ela pode ter filhos. — Ele se aproxima
e passa a mão na parte de trás da minha cabeça.
Eu luto contra a vontade de vomitar porque suas mãos estão
em mim.

Mas não faço barulho, não me mexo, apenas me calo. Ryan


bate no topo da minha cabeça e caminha de volta para ela. —
Então, como devemos matá-la? — ele pergunta a ela e seus olhos
se arregalam de horror, está afundando que não há saída para ela.

Aperto os lábios, este é o meu fim também e duvido que a


morte dela seja pior do que a minha, uma morte de mil chicotadas.

Ninguém nunca chega ao fim, mas você acha que eles param
até não sobrar absolutamente nada de você?

Lembro-me do silêncio quando tive que testemunhar isso


quando era mais jovem. As mulheres estavam quietas, mas os
homens comemoravam a cada chicotada.

Nós nunca dissemos uma palavra, apenas rezamos para que


isso não acontecesse conosco. Agora que estou aqui, vai acontecer
comigo. Minhas entranhas estão tremendo de medo, a antecipação
do que está por vir.

Ryan levanta sua arma. — Honestamente, eu nem acho que


você vale esta bala, — ele lhe diz.

Ela começa a gritar a plenos pulmões, tentando se libertar das


amarras. Com espanto, noto que suas cordas estão começando a
se soltar. Prendo a respiração esperando para ver o que acontece
com ela.
Ele coloca a arma bem atrás da sua cabeça e ela para de se
mover, acabou seu tempo. Ela olha para mim e, neste momento,
eu a encaro de volta. Vejo a resignação em seus olhos.

Deixei escapar um suspiro profundo. Não quero que sua morte


chegue enquanto ela olha nos olhos dos homens que fizeram isso
com ela.

Eles a fizeram ficar assim; o culto está destruindo a vida das


pessoas, arruinando-as. Decido dar-lhe paz, embora no final ela
não mereça. Mas ela é humana, cada um merece a paz à sua
maneira.

Eu murmuro para ela, eu te perdoo. Não quero morrer e me


apegar à raiva que sinto por ela.

Ela afunda na madeira da cruz. Eu aceno para ela, e ela me


dá um breve sorriso antes de a arma disparar, a bala afundando
na parte de trás de sua cabeça.

Eu observo como a vida deixa seus olhos. Tento não vomitar,


o horror do que acabei de testemunhar me faz entrar em um
ataque de pânico.

Deixo minha cabeça cair, enquanto eles começavam a rir dela.


— Merda, ela nem se mexeu como quando um animal morre, —
diz um dos homens. — Eu me pergunto se alguém já fodeu um
cadáver antes? — outra pergunta.

Eu tento não vomitar com o que eles estão sugerindo, esses


homens são maus. Eles não devem ter um único pensamento bom
em toda a cabeça.
— Merda, devemos tentar? — outra voz pergunta e eu não ouso
olhar.

Uma mão envolve meu rosto, puxando-o para que eu veja o


que eles estão fazendo. Um dos anciãos está atrás de mim, agarra
a parte de trás de sua cabeça para que ela seja forçada a olhar
para ele, então ele à solta e sua cabeça gira. Todos riem dela;
espero que ela possa ter paz na vida após a morte, algo que ela não
teve aqui.

A vida dela simplesmente se foi, simples assim.

Lágrimas rolam pelo meu rosto com isso, isso é tão terrível.

Eles estão todos rindo como se não tivessem tirado sua vida
porque ela não impediu Knight de matar Arthur.

— Ah, parece que ela está triste, — Ryan diz e eu o sinto se


aproximando de mim. Eu não me movo nem falo.

Ele agarra a parte de trás do meu cabelo, puxando minha


cabeça para trás com força, fazendo-me estremecer internamente
com a dor que ele acabou de me causar.

Ele me dá um olhar amuado. — O quê? Você não está se


divertindo? — ele me pergunta.

Eu não respondo.

Seus olhos começam a se estreitar em mim. Uma coisa que


terei no final disso é minha dignidade. Não há nenhuma maneira
de eu ceder a ele de qualquer maneira. Ele não vale o esforço.
Uma mão bate na madeira diretamente acima da minha
cabeça e eu apenas o encaro. — Me responda cadela ou eu juro
por Deus que vou fazer seu sofrimento dez vezes pior.

Eu realmente não sei como mil chicotadas poderiam ser


superadas, então eu não falo, meio que gostando do jeito que ele
está ficando desequilibrado.

Sua mão ataca de repente, dando-me um tapa forte na


bochecha. Minha cabeça bate na lateral da madeira com o
impacto.

Ryan ri. — Não tão durona agora, hein. — Ele agarra meu rosto
com força, puxando-me para ele, embora eu não possa me mover,
já que estou amarrada ao poste.

— Se você diz, Ryan, — falo inexpressiva, minha voz vazia de


qualquer emoção.

Neste ponto eu não me importo. Se vou morrer, apenas acabe


com isso porque a tortura de saber que minha filha e Knight teriam
que viver uma vida sem mim está doendo mais do que qualquer
coisa que ele possa fazer para mim.

— Vadia do caralho! — ele grita e me coloca de pé, corta minha


jaqueta e joga aos meus pés. Ele agarra a parte de trás onde está
minha gola, pega a faca, arrastando-a para baixo da minha
camisa, expondo minhas costas, mas a camisa ainda cobrindo
minha frente.
— Oh, olha, eu não vou conseguir cortar isso, — Ryan se
vangloria e então eu o sinto tocando a parte de trás da alça do meu
sutiã, abrindo-a, deixando minhas costas totalmente expostas.

— Pena que ela está virada para o lado errado, hein, — diz um
dos homens atrás de mim.

Fecho os olhos e rezo a Deus para que não me estuprem.

Eu posso ouvir o movimento atrás de mim. Espio ao redor e


vejo que Ryan está segurando um chicote na mão.

Ele sorri para mim, pegando-me olhando. Tento não


demonstrar o medo que sinto. Anos atrás, fui atingida por um
chicote no quadril e foi horrível.

Ele estica o braço e o deixa bater no chão ao meu lado. Eu me


encolho com o estalo do chicote.

Eles começaram a rir, percebendo isso.

— Eu acho que ela está realmente com medo, Ryan. Você acha
que devemos parar? — um deles afirma divertido.

— Espere, você acha que devemos começar com a frente para


que possamos ter pele extra para trabalhar? — outro cara sugere
e todos murmuram em concordância.

Ryan corta a corda e me vira. Agora estou enfrentando os


homens que me condenaram à morte porque eu queria viver uma
vida normal com aqueles de quem gosto.
Esses homens nunca sentiram um pingo de felicidade em suas
vidas; eles são pedaços de merda miseráveis que merecem sofrer.

Observo os rostos de cada homem aqui. Conheço os crimes de


cada um deles.

Eles são horríveis, as coisas que fizeram e foram autorizados


a se safar são horríveis.

Eles mataram, estupraram, torturaram e não pensaram duas


vezes sobre isso. Quem lhes dá o direito de brincar de Deus e decidir
o que deve ser a justiça?

Ao longe, vejo uma pequena luz, como a lanterna do telefone


de alguém.

Sei, sem sombra de dúvida, que ele me encontrou.

Ryan agarra a frente da minha camisa. Usando a mesma faca,


ele corta meu corpo e corta minha pele no processo. Estou
completamente sem camisa na frente deles, meus seios expostos
sob seus olhos nojentos e maliciosos.

Eu vejo o calor em sua expressão. Eu tento segurar as


lágrimas que sinto agora, a humilhação que eles estão tentando
me quebrar antes de me matar.

Ryan ri. — Bem, merda, eu posso ver duas razões pelas quais
Arthur lutou tanto para ter você de volta.

Eu tento não vomitar com o olhar excitado em seu rosto. Vejo


a luz novamente e está muito mais perto. Eles não podem ver a luz
porque estão de frente para mim. A única luz neste campo agora é
o fogo diretamente na minha frente e as lanternas penduradas
acima da minha cabeça.

Está completamente escuro ao nosso redor.

Ryan estala o chicote novamente, mas desta vez não vacilo.


Seu sorriso desaparece quando ele não vê que estou apavorada.

Uma resolução tomou conta de mim, aceitei meu destino.

— Eu só quero que vocês saibam, — digo a todos eles. Eles se


olham rindo de mim, como se fosse hilário eu estar falando pela
primeira vez.

Ryan cruza os braços segurando o chicote na mão, a ponta


principal descansando bem na frente do meu pé.

Eles estão olhando para os meus seios, mas neste momento,


eu não me importo. Eu flexiono meus braços atrás de mim para
ver se há algo.

— Sim? — Ryan diz em um tom condescendente.

Eu sorrio, e quando vejo movimento atrás deles, mantenho


meus olhos em Ryan. — Vocês assinaram suas sentenças de
morte; vocês podem acabar me matando, mas suas mortes virão.
Eu sou uma old lady dos Grim Sinners Rebels e eles não gostam
de alguém sequestrando suas mulheres, — digo a eles.

Eles começaram a rir. — Ah, sim, saiam então, filhos da puta.


— Ryan se vira e olha em volta dramaticamente como se estivesse
procurando por eles.
— Oh, espere, porque eles não estão aqui, — Ryan se vangloria
e estala o chicote novamente, ainda não me acertando.

A raiva me preenche. Ele acha que pode me intimidar,


assustar, mas não está acontecendo. — Apenas foda-se com isso
então. Você está com medo, Ryan? — Eu pergunto em um tom de
sorriso, amando a forma como seu rosto se contorce de raiva. —
Você precisa desses homens atrás de você para apoiá-lo, para
ajudá-lo a chicotear uma mulher inocente?

Ele grita comigo e eu sorrio amplamente. Knight sai da


escuridão e seus irmãos o seguem com armas nas mãos.

— Sim, faça isso, filho da puta, — Knight diz sombriamente,


pressionando a arma em sua cabeça.
Eu arqueio uma sobrancelha para a expressão assustada de
Ryan. — Qual é o problema Ryan, com medo? — Eu me regozijo.

Knight olha por cima do ombro para Gage, que toma seu lugar,
puxando a arma da parte de trás da calça de Ryan.

Eu quase não o reconheço com a aparência dele agora. Ele


puxa o colete e tira a flanela de manga comprida.

Ele me desamarra, seus olhos nunca deixando os meus. Eu


sei que ele está tentando me respeitar depois de tudo o que
aconteceu.

Ele desliza meus braços pelas mangas, com tanta delicadeza e


ternura, diferença dia e noite entre aqueles homens e Knight. —
Annie? — Eu pergunto.

Ele solta um suspiro profundo. — Ela está bem. Ela não sabe
o que aconteceu. Ela acha que você pode estar pregando uma peça
nela.

Eu fecho meus olhos com isso, afundando em seus braços e


deixo ele me abraçar por um minuto. Deixando-me sentir a
segurança por apenas um momento, ele beija o topo da minha
cabeça e inclina meu rosto para trás, olhando para o meu rosto.

Eu posso sentir o inchaço e hematomas no meu rosto. Ele me


acertou no rosto com uma arma, a ferida está latejando na minha
têmpora de onde me acertou e o tapa no meu rosto.
Não resisto a olhar para a professora. Ela era horrível e me
traiu, mas ela não precisava morrer por isso.

Knight fica para trás e estou enfrentando os homens


novamente, mas desta vez sou eu quem está no controle.

Eles estão olhando para mim e um para o outro em estado de


choque, eles não esperavam que isso acontecesse. Que eu saiba,
esta é a primeira vez que todos eles estão juntos em um só lugar.

Um dos homens olha para Ryan acusadoramente. — Que


porra é essa, Ryan? Você disse que ninguém iria procurá-la. É só
ela e sua noiva.

Eu juro que quase desmaiei. — Quem é a noiva? — Quase não


reconheço a voz que sai de mim.

— Annie, — ele diz, como se fosse a coisa mais normal do


mundo.

Comecei a rir em choque que isso está acontecendo agora. Eles


são tão insanos e então a raiva me atinge. Eu marcho até Ryan.
Deus, eu o odeio pra caralho.

— Você é um pedaço de merda nojento. Você não vai sair daqui


hoje vivo e nunca vai tocar no meu bebê, isso é fato. — Ergo meu
punho para trás, socando-o com força, bem no rosto.

Sua cabeça voa para trás e ele se vira para olhar para mim,
ódio em seus olhos. — Não olhe para ela desse jeito! — Knight ruge
e empurra o rosto para baixo, então ele está olhando para o chão.
Ele não faz o que Knight ordenou. Neste ponto, quero ver todos
eles sofrerem, sentir a dor que causaram a tantas pessoas. Eles
são a razão, todos esses homens aqui, do sofrimento de tantos.

— Segure o rosto dele, irmão, — Knight diz a Gage, que aponta


o rosto para nós. Knight olha para mim e sem usar palavras, pede
que eu me vire.

Mas eu não.

Knight considera isso minha resposta quando não me viro.


Knight mantém as pálpebras abertas e enfia os dedos nas órbitas.
Ele grita, debate-se e tenta fugir com todas as suas forças, mas é
inútil.

Knight arranca o olho do crânio e o joga direto no campo como


se tivesse acabado de jogar uma bola quicando.

Eu olho em choque para o buraco em seu rosto. Knight faz


exatamente a mesma coisa com o outro olho, deixando-o
completamente cego.

Gage o deixa cair no chão, segurando seu rosto e onde faltam


seus olhos, o olho rolando na frente de seu pé.

Os mais velhos estão gritando e tentando fugir, mas os caras


os empurram de volta para dentro do círculo para que não possam
sair.

Knight pega minha mão e entrelaço nossos dedos. — Eu te


amo. Lamento que isso esteja acontecendo. Eu odeio que tudo isso
esteja acontecendo por minha causa, eu nunca quis que isso
acontecesse.

Ele parece chocado por eu ter me desculpado. — Não se


desculpe, baby, — diz-me, e eu aceno. — Eu te amo, mas nada
disso é sua culpa. É deles. — Ele rosna a última palavra, olhando
para os anciãos.

— Quantas mulheres você matou? — Olho para o primeiro


homem, seu rosto empalidece e ele olha para os outros como se
quisesse que eles o ajudassem. — Agora! — Eu exijo, chateado.

— Trinta, — ele sussurra e os caras fecham os olhos ao meu


redor. Ninguém realmente sabe o quanto é ruim na igreja até que
você esteja nela e seja uma mulher.

Um por um, pergunto a cada ancião, os números crescendo


cada vez mais com cada pessoa.

Somos vistos literalmente como ninguém por esses homens.

Eu balanço minha cabeça; eu sabia que era ruim, mas isso


está além do que eu pensava que sabia e então paramos em Ryan,
que ainda está chorando por causa de seus olhos.

Knight para na minha frente. — Cada um de vocês vai morrer


hoje. — Ele olha para cada um deles, sua voz firme, não deixando
espaço para discussão.

— Você expôs minha mulher. — Sua mão aperta. — Você


queria humilhá-la, porra, você queria chicoteá-la até a morte,
torturá-la. A morte é o que você vai desejar, porra, — ele para sua
mandíbula apertada, ele respira fundo.

Ele olha para Gage, que assente. — A sentença é mais do que


apenas a morte; estou tirando seus olhos, por ousar olhar para
minha mulher e você está condenado ao mesmo destino que minha
old lady teve. Chicotadas.

Todos eles suspiram em choque que Knight disse isso a eles.

Um prospecto vem da parte de trás do grupo. — Querida, você


não precisa estar aqui para isso. Quer ir até a caminhonete e ligar
para Annie? — ele pergunta. Eu concordo. Não quero ver isso, e
sei que depois de hoje, todos esses homens estarão mortos e que o
culto será completamente acabado. Este é o fim.

Ele beija minha testa. — Você não a deixa sair da porra da sua
vista. Fique do lado de fora da porta dela e não se mexa. — Ele
aponta para o prospecto.

Ele pressiona sua testa contra a minha uma última vez antes
de eu seguir o prospecto pelo campo. Eu olho para trás uma última
vez. — Você precisa que eu te carregue? Você está machucada? —
ele me pergunta e eu balanço a cabeça negativamente.

Fui atingida, mas não estou ferida; poderia ter sido muito pior
se Knight e os caras não aparecessem naquele momento.

Ele abre a porta da caminhonete para mim e pouco antes de


eu entrar, gritos ecoam pelas montanhas, fazendo com que os
cabelos se arrepiem por todo o meu corpo.
Fecho a porta, bloqueando tudo e ligo para Annie. Ela traz um
sorriso ao meu rosto.

Vai ficar tudo bem, este é o fim do culto, e eu teria passado


por tudo de novo se isso significasse que acabou.

Está tudo acabado.

Esperei até que ela estivesse na caminhonete antes de começar


o que estava louco para fazer. Eu e meus irmãos os colocamos
todos em fila, de joelhos.

Reaper está ao meu lado com uma faca.

Um a um, começamos com seus olhos, tirando-os deles.


Nenhum homem vivo que viu minha mulher exposta sem a sua
permissão verá outro dia.

Os gritos deles estão alimentando a porra da minha alma. Eu


fiz uma promessa a mim mesmo que todo filho da puta que
ousasse machucá-la morreria por minhas mãos.

A porra da visão dela parada ali na frente desses homens, nua,


enquanto eles olhavam para ela e então se preparavam para
açoitá-la até a morte, foi minha ruína.

Essa merda vai me assombrar pelo resto da minha vida.


O arrependimento por não a ter protegido disso, o medo em
seus olhos e então o alívio quando ela viu que eu estava ali me
esmagou.

Ryan, reconheço o filho da puta como o homem que a tirou do


estacionamento do restaurante.

Ele ainda está chorando, em uma porra de posição fetal. —


Não é tão durão agora, não é? — Eu me regozijo e o chuto com a
coronha da minha arma, empurrando-o de cara no chão. Ele se
senta e a sujeira está cobrindo todo o seu rosto por causa do
sangue que o cobriu.

Ele estende a mão e toca seu rosto horrorizado.

Mas não tenho um pingo de arrependimento. Ele ia machucá-


la e torturá-la, ele não merece um pingo de misericórdia.

Eu olho para todos esses filhos da puta, eles mataram e


machucaram tantas pessoas em suas vidas, é hora de acabar com
esse culto.

— Merda, que bela vista, — eu me regozijo para Gage, que ri.


Eu vi em primeira mão o que ele faria para garantir que River
estivesse bem; todos faríamos isso para nos vingar de nossas
mulheres.

Eu me viro para os caras que estão esperando por mim. —


Daniella pode estar grávida, — digo a eles, aumentando a
magnitude do que os filhos da puta teriam tirado de nós, dela.

— Foda-se, — Gage sibila.


Reaper rosna e empurra um dos anciãos para o chão quando
ele tenta se levantar.

Pego o chicote do chão. Eu o seguro em minha mão e o encaro.


Eles iam usar isso na minha Daniella. Minha mulher.

Eu cerro os dentes. — Alinhem-nos, — digo aos meus irmãos


e eles fazem todos se ajoelharem.

Pego o chicote e bato no chão, e um deles grita ao perceber o


que vai acontecer.

— Aposto que não vão passar dos vinte. — Terror ri,


recostando-se contra a cruz onde haviam amarrado Daniella.

Eu olho para a professora; ela era uma merda por entregar


Daniella, mas não merecia morrer.

— Por favor, podemos dar o que você quiser, — Ryan implora


comigo, segurando seus olhos.

Eu rio. Rio da porra da audácia dele. — Você acha que eu


aceitaria tudo o que você pateticamente pode me dar?

Ryan amaldiçoa. — Todas as mulheres que você quiser, elas


podem ser suas. — Ele tenta me subornar com algo que eu nem
quero.

Agora me sinto fodidamente insultado. Eu me movo para ficar


diretamente na frente dele. — Você acha que alguém se compara
à minha Daniella? Ela é tudo. Você irá morrer. Não importa o que
você diga, isso não vai mudar o fato de que você vai morrer, todos
vocês vão morrer, porra.
Ele não diz mais uma palavra, mas agora tem uma expressão
apavorada no rosto. Eu rio e toco seu rosto, empurrando-o para
longe de mim.

Volto para o meu lugar e desta vez eu nem os provoco.

Bato o chicote em suas costas, ele grita e flexiona as costas


como se estivesse tentando fugir disso.

Eu saio da zona e bato nele repetidamente, seus gritos me


fazendo rir pra caralho.

Crack!

Crack!

Crack!

Estamos a quarenta centímetros de profundidade quando ele


desmaia no chão, suas costas parecem um moedor de carne.

Eu tiro minha arma e atiro na porra da cabeça dele pronto


para que esta merda acabe e posso chegar à minha mulher.

Reaper tira o chicote de mim; ele pega sua seleção de anciãos.


Um a um, meus irmãos escolhem suas vítimas, fazendo-as sofrer.

Um a um, plantamos a bala em seus cérebros, acabando com


a porra da destruição deles. — Vou enviar um dos prospectos para
levá-la a uma funerária, ela merece ser enterrada, — Gage me diz
e estou feliz com isso.
— Vamos dar o fora daqui. Deixe esses filhos da puta para os
membros do culto encontrarem; eu quero que eles vejam o que
acontece se eles começarem essa merda de novo.

Eu não volto; atravesso o campo até onde estacionamos


nossos veículos. Foi a porra da viagem mais longa da minha vida,
o medo do que poderia estar acontecendo com ela foi a pior
sensação que já tive.

O medo de perdê-la é algo que eu não sobreviveria; ela é minha


vida, ela e Annie são meu mundo inteiro.

Ela abre a porta quando nos vê caminhando em direção aos


veículos e motos. Ela corre direto para mim, e eu a levanto do chão
segurando-a com tanta força que tenho medo de machucá-la.

Ela me beija forte, lágrimas se misturando com o nosso beijo


me quebrando até a porra da minha alma.

Fecho meus olhos e apenas a beijo como se fosse a última vez


que eu poderia tocá-la. Tive um vislumbre de como seria se a
perdesse e nunca mais quero sentir isso.

Enxugo as lágrimas de seu rosto, odiando vê-las. — Lamento


que isso tenha acontecido com você, — eu sussurro para ela, meu
coração quebrando pra caralho.

Ela balança a cabeça. — De certa forma, estou feliz que tenha


acontecido porque acabou. Todas aquelas mulheres e crianças que
sofreram conseguiram justiça. — Ela olha para o campo escuro
onde a única luz é o fogo no meio de todos os cadáveres, você mal
consegue vê-los caídos ali.
— Baby. — Não sei o que dizer, apenas a abraço com mais
força. — Eu te amo tanto, eu poderia bater em sua bunda por me
assustar assim, — eu brinco e ela começa a rir, as últimas lágrimas
caindo em seu rosto.

Todos os caras estão nos olhando sorrindo. — Obrigado,


irmãos. — Agradeço e todos se aproximam de mim, colocando as
mãos nas costas de Daniella e nas minhas.

— Ela é sua e isso significa que ela é nossa, irmão, — afirma


Gage simplesmente.

Eu amo meus irmãos; eles são a família que eu não tive e que
às vezes sinto que não mereço.

Terror diz aos prospectos o que eles precisam fazer enquanto


caminham pelo campo. — Vamos dar a ela um enterro adequado,
— Knight me diz quando olho para ela, ainda pendurada na cruz.

— Obrigada, — agradeço a ele e a todos os caras.

Eles são minha família. Estendo a mão e seguro a mão de


Gage, ainda nos braços de Knight. — Obrigada a todos.

Reaper sorri para mim e é a primeira vez que o vejo sorrir. Ele
caminha até a caminhonete de Gage e abre a porta para nós.
Knight sobe comigo ainda em seus braços, grata pelo calor que nos
lava.
Descanso minha cabeça em seu ombro precisando disso
agora. — Eu te amo, — eu sussurro para ele, o choque de tudo
começando a me desgastar.

— Eu disse à Annie que me perdi acidentalmente quando vi


um animal ferido na floresta, — digo a ele. É obviamente uma
mentira e não gosto de mentir para ela, mas se isso a protege da
verdade real, eu mentiria centenas de vezes.

Ele balança a cabeça, puxando-me impossivelmente para mais


perto. Sinto algo frio em meu dedo, levanto minha mão esquerda e
olho em choque para o enorme anel de diamante.

— O que é isso? — Eu pergunto em choque.

Ele ri, levanta minha mão e a beija, logo abaixo do anel. — Nós
vamos nos casar, — ele me diz e eu começo a rir.

— Nem vai me pedir?

Ele balança a cabeça. — Porra, não, você é minha.

E eu sou, tudo de mim.


Meses depois.

Acordo com o doce som de Annie cantando. Eu sorrio e olho


para a cama ao meu lado. Ela está segurando nosso doce anjo,
Kaitlin. — Bom dia minhas meninas, — digo a elas e esfrego a parte
de trás da doce cabeça de bebê de Kaitlin.

Knight está sentado do outro lado, observando, para ter


certeza de que Annie pegou o jeito, enquanto segurava Evan.

Você adivinhou, eu tive gêmeos.

O choque que sentimos quando o técnico de ultrassom nos


mostrou dois doces anjos foi o suficiente para abalar nosso mundo.

Eu tive que fazer uma cesariana depois que o trabalho de parto


durou dias. Lutei contra isso, mas os bebês estavam começando a
ficar em sofrimento.

— Bom dia, mamãe. — Annie sorri. Ela decidiu que os gêmeos


são realmente seus bebês e eu apenas os carreguei para ela; ela é
incrível com eles.

Eu estava com medo de que ela ficasse com ciúmes, mas ela
estava animada desde o início. Ela e Penny planejaram
praticamente todo o berçário. Eu as peguei antes de sair para o
hospital fazendo um cronograma de quando elas seriam babás.

Julia ficou com Annie para mim enquanto eu estava no


hospital, ela está grávida de um pequeno Reaper.

O sequestro foi a melhor coisa que já lhes aconteceu. River


teve seu bebê um mês antes de mim. Atualmente, a sede do clube
é um berçário e amo isso. Adoro ver os caras que são mais
assustadores do que o pecado caírem em uma bagunça ao ver um
bebê.

— Bom dia, mamãe. — Knight anda ao redor da cama,


beijando-me na bochecha e me ajuda a sentar. Eu tento não
estremecer de dor.

Ele vira a cabeça para o lado, percebendo minha dor. Ele odeia
me ver com dor, mas não vou tomar nada porque estou
amamentando e não quero nenhum analgésico afetando os bebês.

Ele gentilmente me entrega nosso filho, e eu sorrio para seu


precioso rostinho. Evan se parece com seu pai e Kaitlin é uma
mistura de nós dois.

— Quando eles acordaram? — Eu pergunto, bocejando. Eu


tirei leite o suficiente para que ele pudesse dar mamadeira e eu
pudesse descansar.

— Apenas alguns minutos atrás. Annie correu para a sala no


segundo em que ouviu os gritos. — Eu rio disso, ela ama seus
bebês.
Nunca esquecerei o amor puro em seu rosto no segundo em
que os viu pela primeira vez. Eu beijo Annie em sua bochecha,
puxando-a para mais perto de mim para um aconchego.

Eu me afasto e olho para a porra do meu mundo bem na minha


frente, o anel em seu dedo está brilhando no abajur no criado-
mudo.

Ela nunca esteve mais bonita do que neste momento.


Impressionou-me o que ela passou para dar à luz nossos bebês.

Mas ela nunca reclamou.

Estendo a mão e toco sua bochecha, inclinando sua cabeça


para trás para que eu possa beijá-la. Ela olha para mim com puro
amor.

Às vezes eu não sinto que mereço amor.

Mas eu a amo, eu a amo com cada parte de mim, até a porra


da minha alma e essas crianças também. — Eu te amo tanto, —
digo a ela.

Ela toca minha mão em sua bochecha. É difícil acreditar que


há um ano ela acabou de se mudar para cá.

Mal sabia eu que ela viraria meu mundo de cabeça para baixo.
Eu conheci o meu para sempre e agradeço a Deus todos os dias,
porra, pela minha família.
Sim, essa merda é a melhor.
Olho pela minha janela, sorrindo quando vejo Penny abaixo.
— Apresse-se vadia antes que nossos pais descubram.

Eu rio e começo a me empurrar para fora da janela quando


minha porta se abre mostrando a cara de raiva de Evan.

Eu bufo. — Nem uma palavra a ninguém sobre isso, garoto.

Ele se parece demais com o pai. Está olhando para mim do


jeito que ele faz e me fazendo sentir um pouco culpada por ter me
pegado fugindo.

— Onde você está indo? — ele pergunta, olhando para mim e


então passa por mim para espiar e ver quem está lá embaixo.

Penny vê o rosto de Evan e sai correndo, escondendo-se atrás


de uma árvore. — É tarde demais vadia, fomos pegas.

Ela sai de trás da árvore e chuta o pé. — Sério, Evan. Você


pode ser legal por apenas um segundo? — ela geme.

Ele ri sorrindo para ela. — Bem, se não é a minha futura old


lady, — ele se vangloria e eu reviro os olhos.

Meu irmão está apaixonado por Penny desde que ele tinha
idade suficiente para entender o que significa uma old lady.
Ele tem doze anos e nós dezessete, mas isso não o impede. —
Bostinha, vá para dentro e durma. Estamos apenas nos
encontrando com os outros garotos do MC.

Os outros garotos do MC são os Grim Sinners e os Devil Souls;


vamos nos encontrar em uma cidade que não nos pertence e
levantamos o inferno. Nossos pais têm essas cidades em
confinamento.

Minha porta é aberta novamente e Kaitlin entra com um


sorriso. — Estou pronta para ir, — eu gemo e sei que isso vai
detonar Evan.

Ele pode ter doze anos, mas tudo o que faz é reclamar como
um velho sobre como é sua responsabilidade cuidar de nós,
meninas.

Vejo uma sombra atrás de Penny e seu irmão Donavan, que é


meio-irmão dela, mas eles tinham a mesma idade quando Royal
conheceu sua mãe. — Você realmente escapou, Pen? — ele rosna.
— Se você quiser fugir, pelo menos diga a nós, rapazes, para que
possamos garantir que você não tropece e morra.

Ele olha para cima, me vê e sorri. — Todos nós sabemos o que


aconteceu.

Eu olho. — Eu caí uma vez, — eu indico.

— Direto de um penhasco na água. Eu tive que pescar sua


bunda para fora.
Eu rosno e fecho minha janela. Imbecis, todos eles. Evan puxa
sua irmã gêmea para fora do quarto antes que eu exploda. Olho
para trás pela janela para ver Penny se afastando, mas Donovan
ainda está olhando para a minha janela.

Eu abro o suficiente para colocar minha cabeça para fora. —


O quê? — Eu pergunto.

— Nada, querida. — Ele pisca e se afasta me causando um


ataque cardíaco. Donavan e eu temos essa atração louca um pelo
outro no ano passado e estou evitando isso como uma praga.

Até que eu não consiga.

Você também pode gostar