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- Qual é Larissa? - Beth disse batendo o copo na mesa do bar.

- Só
mais uma rodada! - Ela disse sua voz meio embargada pela sua
embriagues. - Não, não eu disse para minha tia onze horas e já são
onze e quarenta. - Murmuro desanimada pegando minha bolsa. - Qual é
Lari, arrumei uma brecha pra gente entrar aqui... E agora tu vai pular
fora? - Beth disse desanimada. - Sim, tenho que ser responsável senão
sem viagem de formatura para mim. - Eu digo e mostro a língua para
minha melhor amiga que revira os olhos. - Você vai ficar? – Pergunto
um pouco preocupada com o fato deixa - lá ficar sozinha bêbada neste
bar. - Não. - Ela diz e sorri para mim. - Eu vou embora com você, a
gente divide um taxi beleza? - Beleza. - Eu digo sorrindo de orelha a
orelha, nós pagamos o garçom.
Enquanto caminhamos em direção a saída, Beth para
abruptamente, mas antes que eu possa perguntar algo eu vejo se
aproximando o cara que tirou a virgindade dela á algumas semanas e
não deu noticia depois disso. Ele está com aquele maldito sorriso
confiante no rosto, eu sei que ela vai cair na dele se eu não tirar ela
daqui rapidamente. - Beth, vamos. - Eu digo e ela apenas assente
enquanto eu puxo minha melhor amiga para fora do bar. - Hey, espera!
- Eu escuto a voz grossa enquanto Beth me puxa na direção contrária
do ponto de taxi, e então eu vejo a mão do cara no braço dela. - O que
você quer? - Beth diz tentando parecer sóbria, mas sua tentativa foi
péssima. - Só quero conversar Beth, eu não te liguei porque eu tive que
ir pra casa do meu pai... Eu sinto muito. Vamos comigo ao lago, está
rolando uma festinha lá... E a gente vai poder conversar com mais
tranqüilidade. - Ele diz, eu não estou olhando para a cara desse
canalha, porém posso apostar que ele está fazendo cara de coitado
por que escuto Beth suspirar. - Se a Lari for, eu vou... Lari? - Ela
pergunta olhando nos meus olhos, eu percebo o quanto ela quer ir.
Eu entendo Beth, ela quer uma explicação ela não quer perceber
o óbvio que esse cara só queria e só quer entrar nas calças dela e
depois sair fora. - Ok,vamos. - Murmuro derrotada, teria que lidar com
minha tia mais tarde.
O canalha sorri para mim, maldito que enfie esse sorriso no cu
dele, não faço isso por ele e sim pela única pessoa que se importa
comigo.
Fomos para o lago no carro de Trevor, ele não esta bêbado então
é tranqüilo, durante o caminho eu percebo a mão dele na coxa de Beth
e posso jurar que ela esta pulando de alegria por dentro. Assim que
chegamos á festa
eles somem, como já é de costume, está cheio de garotos mais velhos
aqui, aqueles que estão na faculdade próxima da minha cidade, e eu
juro ter visto um casal transando no capo de um carro meio distante,
Beth vai me pagar.
Vou para a beirada do lago e me sento, pego meu celular e disco
o telefone de casa. - Oi Larissa. - Minha tia diz mal humorada,
obviamente eu havia acordado ela ou ela estava só transando com o
nojento do marido dela. - Oi tia, então eu vou me atrasar pra chegar
em casa... Tudo bem? É que acabei vindo para outra festa no lago. -
Murmuro esperando pela comprovação do mal humor. - Que se foda
Larissa, não quer seguir minhas regras pois terá que lidar com Paul
quando chegar. - Ela desliga o telefone.
Seguro o celular na minha frente com uma careta, mas então
percebo uma sombra próxima, eu encaro e percebo é um garoto, os
jeans rasgados os cabelos castanhos escuros, o cigarro nos lábios e
os olhos no lago, e então os olhos dele se fixam nos meus, e eu não
consigo desviar por alguns segundos, ficamos assim nos encarando e
sinto que aquela situação é tão estranha, finalmente desvio o olhar.
Eu só namorei uma vez na vida, e eu tinha 10 anos de idade na
época. A grande verdade é que garoto nenhum se interessou por mim
depois, Beth diz que sou muito calada, muito na minha e que por isso
não acho pretendentes.
Percebo o garoto se sentar poucos metros de mim. - Nunca vi
nenhuma garota da faculdade ligar para os pais para avisar que irá
chegar tarde. - O garoto disse, sua voz era grave e eu percebi o
deboche.
Revirei os olhos, e não pretendia responder, mas algo falou mais forte
dentro de mim. - Talvez você nunca tenha conhecido uma garota
responsável. - Digo sem olhar para ele, e sem me estender no assunto
meus pais são um assunto delicado.
Ele começa a rir, reviro os olhos e me levanto quero sair dali, um
garoto mais velho rindo de mim, devo ser patética. O garoto se levanta
rapidamente comigo. Eu o encaro. - Eu nunca te vi na faculdade. - Ele
diz, ele da um passo para perto e eu dou um passo para trás. - Estou
no colégio ainda. - Murmuro, e depois me pergunto por que eu o
respondi. - E o que você está fazendo aqui se não é da faculdade? - Ele
pergunta tombando um pouco o rosto para o lado, parecia confuso. -
Estou me perguntando a mesma coisa, alias, vou para casa. Tchau. -
Digo indo em direção a fogueira com passos confiantes.
Assim que estou passando por lá percebo Beth no colo de Trevor.
- Beth estou indo embora, Tchau. - Digo, mas acredito que ela nem ao
menos escutou.
Foda-se, minha casa fica a vinte minutos daqui a pé. Enquanto passo
pelo estacionamento onde está os carros dos universitários. Sinto algo
me puxar, e pressionar os lábios contra os meus, o cheiro é de álcool,
eu tento empurrar o corpo da pessoa mas não consigo, quando eu
penso em chutar as bolas dele eu sinto meu corpo bater com muita
força na parede e novamente ele está pressionado em mim,
rapidamente eu
mordo a boca dele e solto um grito. Ele arregala os olhos ao se separar
um pouco de mim, leva as mãos diretamente aos lábios. - Sua
vagabundinha! - Ele diz enquanto encara o sangue no seu dedo, eu sei
que deveria correr porem meus pés estão travados. Ele me encara eu
percebo o ódio nos olhos dele, mas por quê? O que eu fiz? Quando
finalmente consigo mover meus pés para fugir, tento correr porem ele
me puxa pelo cabelo e me joga no chão, com a queda ralei meu joelho,
quando eu me virei para tentar levantar eu vi aquele garoto em pé a
minha frente, ele estava tão bêbado que estava com dificuldade para
abrir a calça. Aproveitei enquanto ele estava distraído e me levantei,
fui tentar correr porem acho que torci meu pé na queda e estava
conseguindo somente que mancar em direção a estrada, e então senti
o me puxar pelo cabelo de novo. - ME SOLTA! SOCORRO! SOCORRO! -
Comecei a gritar, enquanto ele me puxava pelo cabelo por trás, mas
de repente eu senti minha visão ficar em tons vermelhos, senti algum
sentimento muito poderoso, ódio, raiva, daquele sujeito, e me imaginei
por um segundo esganando ele, imaginei as veias dele ficando
saltadas em seu rosto, imaginei seus olhos ficando vermelhos e as
pupilas se dilatando, e então subitamente ele me soltou.
Surpreendentemente eu estava escutando outras coisas fora o
silêncio assustador daquele estacionamento, eu conseguia ouvir as
pessoas na praia não ao longe e sim como se eu estivesse ali no meio
daquele lual e não a cem metros de lá , consegui a ouvir o barulho do
mar, como um tranqüilizante mas também ouvia uma pessoa
engasgada, logo atrás de mim, ouvia a luta da pessoa em tentar
respirar, me virei para ver da onde surgiu aquele som.
E lá estava ele, toda aquela pose de perigoso e aquela forma de
tentar me machucar havia ido embora, suas mãos estavam presas ao
redor de seu próprio pescoço ... Como se ele tentasse tirar algo de lá,
e agora no seu olhar eu percebia o medo, mas meu ódio não diminuiu
ele apenas aumentou, eu imaginei seu corpo frágil batendo contra o
seu próprio carro tão querido. E de repente foi isso o que houve com
uma velocidade descomunal o corpo daquele garoto foi em direção ao
próprio carro e colidiu com ele em tal força que amassou a lataria, e
então a tontura começou, minhas pernas fraquejaram e minha visão
voltou ao normal.
Eu me belisquei uma ou duas vezes para checar se não era
mesmo um pesadelo e não era, respirei pausadamente, fui eu que fiz
isso? Olhei em volta procurando quaisquer tipo de explicações
coerentes e lógicas mas não encontrei nada. Meu coração estava
disparado e minha mãos suavam, o medo que me habitava por culpa
do garoto, agora era por minha culpa. Eu senti algo quente escorrendo
em meu nariz, coloquei a mão e retirei analisando o sangue que ali
estava. Eu já não ouvia as coisas bem como a poucos segundos, eu já
não estava com tanto ódio ou segura de mim, fechei os olhos e contei
até dez bem devagar, abri os olhos mas aquele garoto continuava ali e
agora ele começava a se mexer, foi naquele instante que percebi que
estava hora de correr.
Correr foi a parte mais complicada no trajeto de volta para casa,
escalar a trepadeira até a janela aberta do meu cubículo também.
Assim que entrei me joguei na cama, meu cérebro estava tão confuso,
o que houve hoje a noite? Era tudo o que eu me perguntava, minha
mãos ainda tremiam. Fui eu a
responsável por aquilo? Escuto escancararem a porta do meu quarto
com força, eu olho pela lateral... Paul. - Qual é a porra de regra que
temos nesta casa? - Ele diz, ele está só de calção devia estar trepando
quando me ouviu chegar. - Deve usar a porta, deve obedecer... - Ele
diz, se aproximando da minha cama, eu percebo o volume no calção
dele e sinto muito nojo. Me viro para a parede, e puxo os cobertores
até cobrir a cabeça. - Ok, desculpe Paul. Boa noite. - Murmuro
torcendo pra que ele desista logo e vá trepar com minha tia. - Boa
noite. - Ele resmunga saindo e batendo a porta com toda força.
Desde que minha mãe morreu eu fui obrigada a morar com a
minha tia, única parente viva.
Pela minha tia sempre fui negligenciada, ela nunca foi as minhas
reuniões escolares, ou preparou meu almoço ou janta. Eu já morava
aqui a dois anos quando Paul apareceu, ela e ele haviam se conhecido
em um bar e foi amor a primeira vista. Nenhum dos dois dão a mínima
para minha segurança, mas mesmo assim querem dar a entender que
dão. Já peguei eles transando na sala, na bancada da cozinha, e até
mesmo uma vez na minha própria cama. Eu ando como um fantasma
por essa casa, normalmente saio calada e entro calada e gosto assim,
tenho medo de que se manter muitas conversas com algum dos dois
eu me torne como eles.
A grande verdade é que eles acham que me desprezam, mas não
imaginam o quanto eu adoro que eles me desprezem e não tentem se
aproximar.
Não é como se eles fossem más pessoas, eles simplesmente não
se importam. Minha tia, mesmo quando minha mãe ainda era viva
dificilmente aparecia para nos ver.
De repente me sinto realmente cansada e não só meu corpo mas
minha mente parece que levei uma pedrada na cabeça, fecho os olhos
e me concentro em tentar dormir e com sorte eu adormeço minutos
depois.
Eu odeio as segundas feiras, principalmente depois da noite de
domingo que eu tive. Beth não para de falar de Trevor e isso está me
deixando um pouco incomodada, não só pelo fato de que Trevor
apenas a usa como brinquedo sexual, mas também por que estou com
muita dor de cabeça, eu já acordei assim e ainda por cima a claridade
está irritando muito meus olhos então tive que vir para aula com
óculos como uma completa retardada.
Estou realmente em um péssimo dia e sofrendo de um péssimo
humor, mas por sorte sou do tipo de pessoa invisível que não atrai
nenhum tipo de interação social nem mesmo para sofrer bullying.
Silenciosamente eu entro para minha ultima aula, me sento no meu
lugar de sempre, mas algo está errado, um garoto popular se senta ao
meu lado, ele suspira bem alto e se afunda na cadeira ainda mais
quando uma loira platinada entra na nossa sala e vai diretamente até
ele, trata-se da sua namorada. Por que eu sei? Bom apesar de ser uma
anti-social, todos sabem que populares namoram populares, e também
eles adoram se amassar na frente de todos. - Amor, não vai se sentar
ao meu lado hoje? - Ela disse sorrindo, ela é tão previsível aquele
decote dela é previsível, aquela voz irritante ainda mais previsível.
- Angel, não to afim de trocar idéia com você não... Na boa depois a
gente conversa. - O garoto diz encarando o quadro negro e ignorando
completamente a tentativa da garota de convencê-lo, agora que se
curvou para que ele visualizar mais ainda seu decote.
O interessante de se estar de óculos é que ninguém percebe que você
está encarando ela se seu rosto está virado para outra direção e eu
estou amando isso. - Vai ficar com essa esquisita mesmo? - Ela diz
com uma voz manhosa ainda mais irritante e dirigindo um olhar nada
amigável para mim. - Angel, por favor me deixe assistir a aula em paz. -
Ele murmura e soa completamente exausto de tudo aquilo, a garota
finalmente se rende.
Acredito que aquele garoto me fez ficar visível, mas me fez aparecer
para uma pessoa que estava muito cômoda ao não me ver. Ângela,
desde que se sentou na sua carteira (ao lado da minha a propósito, o
que é terrivelmente estranho já que ela só se senta no fundo) não para
de fazer piadinhas para as amigas dela sobre mim. Ela finge estar
sussurrando mas ela sabe que todos estão ouvindo. - Olha aquele
óculos... - Ela murmura. - Hello querida, nem sol está fazendo hoje...
Esta parcialmente nublado. - Suas amiguinhas riem. - Eu soube que a
mãe dela era drogada e morreu de overdose... - Uma ruiva amiga da
loira murmura, e eu aperto a caneta na minha mão.
O garoto ao meu lado se encostou na mesa se virando para as
garotas naquele instante. - Deixem a garota em paz. - Ele disse, eu
revirei os olhos eu sabia que aquilo só ia fazer as coisas piorarem. - Ah
agora você está defendendo ela Chad? Inacreditável. - Ângela disse,
baixinho para que a professora não escutasse. - Ficar bravo comigo
tudo bem, agora andar com a filha de uma drogada... - Ela murmurou.
Minha mãe acreditava no melhor das pessoas, pra que? Agora
sua memória estava sendo manchada por palavras de uma garota que
já deu para todo o time de futebol da escola. Apertei mais ainda a
caneta na minha mão, minha visão começou a ficar nublada, eu sentia
lentamente a raiva tomando conta de mim de novo. Eu respirei fundo
eu não podia perder a calma, acredito que as garotas tenham
percebido por todas riram juntas. - A filha da drogada está ficando
bravinha... - Ângela murmurou e ai então eu já enxergava tudo em tons
vermelhos.
Pensei em minha mãe, e de repente pensei que talvez eu não
precisasse imaginar para mover as coisas ou pessoas, foquei no
apagador, e pensei nele se movendo para cima e para baixo
lentamente, todos da sala estava prestando atenção nas palavras que
as najas cuspiam para mim, no veneno em que disparavam contra
mim, todos se divertiam com aquilo. Finalmente alguém interveio, mas
era o grande culpado por tudo aquilo. - Porque vocês não calam essas
malditas bocas? - Ele disse alto, batendo a mão na carteira gerando
um baque.
Virei meu rosto em direção a Ângela, pela primeira vez a encarei
olhos nos olhos, em tons vermelhos só mostrava mais o quanto ela era
artificial, havia algo dentro de mim, havia uma coragem, havia raiva,
ódio, ela estava de boca aberta ainda com a resposta do tal Chad
quando eu sorri para ela, e pensei no apagador acertando em cheio
aquele rosto coberto de maquiagem, e em dois poucos segundos eu
pude assistir o apagador vir com toda a força em direção ao rosto dela
e acertá-la, e eu gostei, eu gostei de ouvir o grito dela de
dor. Virei um pouco meu rosto e olhei diretamente para ruiva que
agora me encarava, eu não tirei o sorriso do rosto, e ela me encarava,
nos olhos somente o medo e foi ai então que a minha visão foi ficando
normal novamente. A minha cabeça já começou a pulsar, e eu senti a
umidade no meu nariz, vários alunos já estavam junto a mesa de
Ângela tentando auxiliá-la, passei minha mão debaixo do meu nariz e
afastei meus dedos e novamente o que eu vi foi sangue. - Meu Deus
você está sangrando. - Chad, o garoto popular murmurou surpreso.
Havia me esquecido dele, pensei que estaria verificando a
namoradinha dele e não aqui parado me olhando sangrar. Respirei
fundo e recolhi meu material todo as pressas, e assim sai da sala em
direção ao banheiro.
Assim que entrei no banheiro lavei meu nariz, e retirei os óculos,
maldita claridade pisquei algumas vezes até me acostumar e respirei
fundo me encarando. Rosto pálido, olhos castanhos escuros
arregalados, cabelo com uma trança de lado, eu estava normal... O que
havia de errado comigo? Será que eu conseguia fazer mesmo aquelas
coisas? Respirei fundo e olhei para a torneira ao lado, tentei abri-la
com meus pensamentos, tentei me imaginar abrindo elas novamente
mas nada... Respirei mais aliviada porém me lembrei de que minha
visão muda, meus sentimentos mudam, eu não podia continuar
machucando as pessoas e era tão divertido quando minha visão ficava
daquela forma.
Fechei os olhos, sempre que eu sentia raiva isso acontecia.
Pensei naquelas malditas garotas falando na minha mãe, pensei em
como eu era invisível e em como ninguém dava a mínima para mim. E
eu senti a coragem voltar, eu senti a raiva voltar, eu senti a força que
aquilo tinha, lentamente eu abri meus olhos, os tons vermelhos
estavam lá, olhei o reflexo de uma garota parecida comigo, menos os
olhos, os olhos daquilo eram negros, totalmente negros e
assustadores como um demônio, tombei meu rosto um pouco e
encarei aquilo, eu precisava controlar aquela raiva responsável pelas
aquelas ações. Eu precisava passar um dia todo em tons vermelhos.
Coloquei meu óculos escuro, respirei fundo e sai do banheiro. Logo
que sai de lá encontrei Chad sentado de frente para o banheiro com as
costas encostadas na parede. - Eu vim ver se você está melhor... - Ele
disse casualmente, mas ele olhava nos meus olhos mesmo que eu
estivesse com o óculos escuros.
Eu tentei me concentrar nele porém eu estava ocupada ouvindo
as vozes que vinham da sala aonde estava Ângela e sua amiguinha
esperando a enfermeira voltar para atende-la. - Ângela estou te
dizendo aquela garota tem algo a ver com isso! Depois que você foi
atingida ela olhou para mim, quer dizer eu não podia ter certeza por
causa daquele óculos escuro... Mas quando ela sorriu, meu Deus, eu
quase me mijei foi tão sinistro. - A garota ruiva murmurou, eu ouvi
Ângela suspirar. - Eu também me assustei pela forma como ela sorriu
para mim, e foi tão estranho logo que ela sorriu aquele apagador voou
em minha direção. E o Chad ainda ficou preocupado com ela e não
comigo! - Ângela disse dando um gritinho de raiva. - Mas seja lá quem
for essa menina, se ela for no meu caminho eu descubro o que ela é. -
Ela disse decidida. - É bem que eu queria saber o que sou. - Eu
murmurei e só depois lembrei que Chad estava por perto, por que ele
me olhou como se eu fosse completamente maluca. - Estou bem,
espero que sua namorada também. - MENTIRA! - Loucura aquele
apagador não é ? - Eu disse já caminhando em direção a
saida, querendo muito ficar sozinha, aliás eu precisava ficar sozinha,
eu tenho medo, medo de ser má, mas aquele maldito me seguiu. - Eu
não estou com ela, na verdade eu estou meio cheio delas. - Ele disse
andando ao meu lado, e então eu aumentei a velocidade do passo.
Ele ficou na minha frente, respirei fundo. - Lari... é Larissa seu
nome não é? - Ele disse, ele sabia meu nome... Que estranho. Ele
sorriu e tirou rapidamente meu óculos, por um segundo eu notei a
surpresa nos olhos dele e depois eu fechei meus olhos, tentei me
acalmar até sentir a coragem ir embora, até sentir a raiva se
desvanecer. Quando percebi perto de quem estava e meu medo
chegou com tudo eu abri meus olhos. - Sim. - Murmurei encarando o
rosto dele. - Você fica melhor sem óculos. - Ele disse dando um sorriso
fofo, mas ainda parecia assustado. - Desculpa é que eu tive impressão
que seus olhos estavam... Escuros, negros... Sei lá... - Ele então deu
uma risadinha sem graça. - Desculpe só queria mesmo é falar que
aquelas meninas não sabem o que dizem, e que só estavam te
enchendo para me atingir. - É eu sei. - Eu disse, e realmente não sei da
onde eu tirei coragem para falar com esse garoto. - Acho que tudo
bem. Espero que você e ela se acertem e que ela e você se esqueçam
que eu existo. - Digo dando um passo para o lado e saindo de perto
desse garoto problema.

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