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Esta é uma obra de ficção.

Nomes, personagens, lugares e


acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora.
Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é
coincidência. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução no
todo ou em parte, por quaisquer meios, sem a autorização da autora.

Autor: mamy Chris

Nota da autora:
Este livro contém cenas de sexo explícito, práticas e linguagem
adulta e pode ser considerado ofensivo para alguns
leitores. Se você se sentir desconfortável, por favor, pare de ler,
não, insista em algo que não lhe faz bem. Gatilho emocional.

Agradecimentos:

A Deus e de onde vem a minha maior inspiração. Aos meus leitores


que mesmo sabendo que não sou uma escritora me apoiam. E a
você aí que está lendo e me ajudando a fazer dele um sucesso. A
minha família acreditando em mim e a minha filha Nayara que me
ajuda. OBRIGADO DEUS... Mamy Chris.

Era para ser apenas uma noite de bebedeira, uma transa casual
entre dois desconhecidos. Mas os planos de Enzo no dia seguinte
eram outros, uma proposta inesperada de casamento, mas não por
amor, por um contrato. Valentina, com sua personalidade
determinada, jamais se viu casada por contrato, mas os planos que a
vida tem para ela não são o que ela espera e se vê obrigada a
aceitar. O que ela não espera é que após se casar sua vida muda
ainda mais ao descobrir que ele é nada mais e nada menos que o
CEO da empresa que trabalha. Quando dois mundos distintos se
unem, o que vai prevalecer? Será que um simples contrato de
casamento vai arruinar todos os planos que Valentina tem para sua
vida ou vai mudá-la completamente e encontrar a felicidade que
nunca imaginou ter? E Enzo, será que seu mundo recluso vai se
quebrar e seu coração se renderá ao um verdadeiro amor ou será só
mais um negócio na vida do CEO com prazo de validade do
contrato? Uma coisa é certa, a vida tem mais cláusulas para
adicionar nesse contrato que eles nem imaginam…

Meus dias se resumem em trabalho e no final do dia o amor.


Pode até parecer clichê, mas hoje eu quero comemorar assistindo a
um filme romântico e dormir de conchinha. Quero que ele nunca
esqueça essa data.
Eu sempre esqueço de pegar a chave no fundo da bolsa. As mãos
cheia de pacotes, eu olho para todo lado e não tinha saída. Coloco
os pacotes no chão e virou a minha bolsa de cabeça para baixo, era
mais fácil e lá estava a pequena chave dourada. Eu a beijei
sorridente, eu ia fazer um jantar para o meu ursão. Quase caí de
cara catando as coisas jogadas e jogando de qualquer jeito na bolsa.
Por fim abro a porta.
Entro quase sem enxergar, deixando as sacolas no balcão e ainda
respiro e quando olho para a pequena sala eu não acredito. Vejo um
sutiã jogado e olho para a porta do quarto e a calcinha de renda. "Eu
não uso renda."
Eu caminhei pela sala indo ao encontro das peças jogadas ao chão e
chegou à porta do quarto e me assustou ao deparar com um som
estranho vindo de dentro.
Ouço gemidos e dou um empurrão na porta, não acredito no que
vejo, eu quase caio dura no chão vendo-o a cena. O homem que me
prometeu amor, cuida de mim. Eu ainda tento processar, mas só me
vem à cabeça o que eu abdicar por ele e o quanto eu me dediquei
para dar certo essa relação.
— Maldito! Eu podia sair correndo, mas eu quero me vingar, eu
quero fazê-lo saber o quanto me magoou e me machucou. Eu não
pensei em nada, apenas jogo o que consigo alcançar. Mando em sua
direção. — Eu fiz tudo por você, eu renuncia a mim por você e o que
me deu? Desgraçado. Eu jogo o vaso e vi a garota correndo, ainda vi
nua— Quero fora da minha vida, eu te odeio desgraçado. Já estou
chorando.
— Você me machucou, o que deu em você? Ele ainda ousa me
questionar.
— Eu te dei tudo e você fodeu a minha vida. Fora da minha casa e
da minha vida eu não quero te ver e se passar na minha frente eu
juro que me vingarei.
Ele ainda tenta se explicar e eu apenas olho para ele com ódio. Eu
queria arrancar aqueles cabelos negros e não consigo me controlar.
Eu desci o braço em seu rosto e ainda fecho os olhos, não acredito
em mim mesma. Eu bati em seu rosto e dos dois lados querendo
arrancar a pele dele.
— SOME DA MINHA VIDA! Grito já em lágrimas.
Chorando e desabafando toda lágrima que ainda restava em meu
corpo. Eu passo os dedos e o vejo indo. Era um adeus e mesmo ele
me traindo ainda estou sofrendo e chorando pelo maldito.
Jogada ao chão do quarto descabelada com a maquiagem borrada
de tanto chorar. "Não pode ser verdade, ele me traiu e eu ainda
estou sofrendo por ele. Como posso ser tão burra?" O celular jogado
ao chão e todos me ligando, eu ainda pego e vejo minha mãe e meu
chefe e outro desgraçado.
"Não podia estar acontecendo comigo."
Desabei, desesperei em pedaços, mas eu tinha que continuar. Mas
tira as forças de onde? Pegou o celular e não acredito que ainda
preciso trabalhar no fim de semana para fazer a apresentação.
— Nunca! Grito relendo a mensagem.
"Prepare a apresentação para segunda-feira, então faça o seu
melhor trabalho, mostre que você é a melhor, não se esqueça de
detalhar todos os detalhes da negociação. E lembre-se: eu não
aceito "Não".
Ele está de sacanagem comigo sério mesmo quando eu abri a
mensagem não acreditei estou com meu psicológico todo ferrado
ainda vou ter que fazer apresentação de trabalho na empresa não
acredito nisso. E tão mal-educado que nem diz "obrigado" que
maldito. Eu odeio os homens!
Eu perdi a cabeça, fui até as gavetas dele e pego suas cuecas e jogo
tudo pela janela. E me esquecendo do sapato e vejo que ele ainda
estava lá a espera do que eu não sei. Pegou o sapato e ainda jogou
em sua cabeça e ele gritava lá embaixo.
- Vamos conversar. Ele grita.
— Descarado. Eu pego o celular e deleto a mensagem que recebi e
grito. — Morra maldito!
Nem ferrando ele está de sacanagem comigo, eu não sou a única
funcionária daquela empresa. E como vou fazer isso? Eu acabei com
a minha casa, tinha vasos quebrados, roupas pelo chão, a casa é
uma bagunça assim como a minha vida que desmoronou.
— Apresentação e o caralho!
Eu ia jogar uma garrafa de vinho e me arrependo e abro e começo a
beber. Eu precisava esquecer, mas não conseguia. Meu coração
destruído, a única coisa que a minha cabeça me lembrava era que
fui traída. Me levanto e vou até o espelho e eu estava destruída
acabada, eu passo as mãos nos cabelos arrumando no lugar. E
respiro após chorar e perceber que joguei um ano da vida fora com
ele. Deixei de cuidar de mim e da minha vida profissional por ele. Eu
não estava acreditando.
— CORNA! A minha cabeça gritava e eu não ia chorar e muito
menos me culpa— A culpa é minha por acreditar no amor.
Mas não ia deixar barato, eu abro o meu pequeno closet e sai
catando tudo que era dele e joguei no lixo. As fotos e presentes dada
por ele. Após virar meia garrafa de vinho, eu criei coragem e peguei
a primeira roupa jogada ao chão. Eu precisava esquecer e saber
aonde foi que eu errei? Parei no primeiro bar que encontrei, eu
precisava ver gente por que nesse um ano eu me prendi somente em
"nós."
Eu ainda olho o lugar e sabia que beber sozinha não era bom. Mas
eu queria ficar sozinha e pensar em mim.
— O drinque mais forte para me derrubar. Por favor.
Entre um gole e outro, uma risada falsa e a vontade de chorar
arrancar do peito aquela dor, eu já estava amiga íntima do barman, o
gostosão com o corpo malhado e o sorriso malicioso. Ainda olhando
para seus olhos acastanhados e um rabo de cavalo, eu já estava
achando-o ele o próprio "George Clooney" galante e sorria fazendo
covinhas. Eu estava perdida em meus pensamentos e odiando
pensar no defunto do ex.
— Odeio os homens.
Eu murmurei e olho para o lado e a cabeça pirando e naquela altura
eu já estava entregue a bebida. A minha respiração já estava forte,
eu respirava com dificuldade e ele se sentou e eu odiando todos os
homens e inclusive ele que se sentou parecendo o dono do bar.
Os seus ombros eram largos, os cabelos castanhos e seus olhos,
estava escuro, não dava para ver nada. E quando me aproximo de
seu queixo arredondado com a barba cerrada e os lábios grandes e
meus olhos acompanham sua mão. Eram grandes ele põe no balcão
e eu respirei com dificuldade balançando a cabeça sendo totalmente
invadida pelo seu cheiro amadeirado forte e ele ainda mordeu o
canto do lábio. Está se oferecendo para mim? Não estou bêbada e
isso.
— Nossa, como você é cheiroso! Eu disse embaralhando a voz.
E perfeito ele colocou a garrafa de whisky no balcão e os pequenos
copinhos espalhados e se achando o dono do balcão e eu admirando
seus dedos e rir. Olhando os gestos de ir e vir da sua mão.
- Podemos afogar as mágoas juntos? Ele empurrou o pequeno
copinho para o meu lado e deu um sorriso perfeito, ele é muito
envolvente. E parecia saber que eu precisava naquele momento. Ele
levantou o copo de uísque e riu virando de uma vez que boca grande
eu rir.
Acabei aceitando ele fala pouco apenas o necessário, sua voz rouca
me chamando a atenção para sua boca. Colocou a mão sobre a sua
coxa e os meus olhos seguiam suas mãos e ainda apertou, era muito
gostoso e bem-vestido. E depois da terceira dose ele se soltou, se
aproximou de mim e começamos a conversar e eu murmurando
reclamando dos homens como se ele fosse uma mulher.
— É porque os homens não conseguem ficar com o pinto nas
calças?
— Porque vocês são maravilhosas e fomos feitos um para o outro.
Ele sorriu.
— Odeio todos os homens, odeio todos, acham que nós somos
frágeis, somos como cristais e são traidores.
Eu me entreguei ao momento, ele enchia o shot e viramos juntos. Na
terceira rodada ele segura a minha mão e eu sorri tirando. Não
acredito que ele queira algo comigo e perfeito demais. Parece um
deus grego.
— Não me diga que está sofrendo de dor de corno como eu? Eu rir e
ele já puxou a minha mão, apertou e parecia termos uma conexão,
eu senti minha mão molhar e ele apertou e riu. Aquela conexão de
bêbados era isso e olhei nos olhos dele e queria sair correndo dali. E
apenas um bêbado tentou me lembrar.
Entre copos e risadas ele já estava com intimidades comigo e nos
dois bêbados. Ele segura o meu joelho e aperta e eu olho em seu
rosto. Eu queria rir, mas apenas admirei sua beleza.
— Vamos para outro lugar, aqui, está chato demais.
— Não! Eu respondi em cima de sua fala cortando-o.
— O que eu fiz? Há um homem esperando por você? Ele vira a
bebida e me dá outra e puxa a minha mão— Você não conhece a
palavra sutileza, né? Eu apenas vou te levar para casa.
- Porque não é direto e pergunta se tenho namorado. Eu gosto de
ser direta e você fica fazendo perguntas demais.
— Então tem namorado? Ou é casada? Ele disse rindo.
— Claro que não e veja. Mostrei os dedos. — - Eu não tenho aliança.
— E amante? Ou um sexo casual com um amigo?
Não acredito ele quer saber da minha vida íntima eu me levanto do
banco e eu quase cair e ele me segurou a cintura sinto seus dedos
enfiar na carne do quadril. Eu não deixo de olhar para ele um minuto
se quer. Ele riu um pouco do meu desespero pela situação e agarrou
a minha cintura com o seu braço musculoso, intensificando a minha
cintura e sorriu malicioso.
— Está segura em meus braços.
Em fração de segundos ouço sua voz rouca chegar em meus
ouvidos, e voltando ao meu mundo real eu tiro seus braços na
tentativa de afastar essas sensações indesejadas e me deparo com
o seu olhar totalmente, confusos e trêmulos. As suas pupilas
estavam dilatadas e seu olhar completamente selvagem, chegava a
ser palpável o clima tenso entre nós. E uma adrenalina que
percorreu a minha espinha.
Mas ele não se deu por vencido que se aproxima do meu corpo e
deu para sentir ele quente e ofegante e ainda consigo sentir o seu
hálito mentolado de bebida atingindo meu rosto e o meu corpo inteiro
simplesmente se arrepia com esse atrevimento. Ele dedilha os seus
dedos de forma árdua por meus braços até chegar ao queixo e
desliza os dedos acariciando o formato do meu queixo e ambos
ficamos entregues a um desejo incontrolável, naquele momento eu
senti solta fagulhas dos nossos corpos. Tentando sair daquela tensão
sexual que nos consumia.
— Quer casar comigo?

Nem reparei nada, eu agi por um impulso e raiva de me guardar


um ano para ele e depois ser traída. Eu quero esquecer e ele me fez
esquecer tudo com seu sorriso. E eu nada tinha a perder. E quando
me vi estava de frente para ele e me deu água na boca. Observando
a distância entre os nossos corpos diminuindo. Quando nos
encostamos, ele arfou alto e soltou um gemido curto. Eu não queria
enrolação, já estava com muito desejo e pensamentos rodopiando a
minha mente já querendo ir para o finalmente.

— É melhor não dizermos nada. Eu disse sorrindo.


Os nossos olhares estão conectados, e à medida que aproximou os
nossos corpos um do outro, percebo o quanto a sua presença me
atrai e me faz tremer. Eu estou desejando um estranho.
Ele me ergueu em seus braços me esmagando com o seu corpo
sinto seu membro, forçando o meu corpo frágil contra a parede.
Devido à nossa proximidade, consigo sentir o seu coração e ele
estava batendo tão forte e rápido, e ele ofegante. Quando sinto sua
boca na minha me devorando como um vulcão, ele entrou com tudo
e eu cedi.
Ouço seus gemidos em meus lábios.
— Casa comigo?

Fecho os olhos, implorando sem falar, é muito melhor do que


imaginei e sinto a pegada forte de suas mãos, a boca macia,
persuasiva e eu não consigo resistir quando a língua pede passagem
em meus lábios. Quando me tomou completamente, eu esqueci de
tudo na boca dele. Gemo, os lábios entreabertos, ansiosa pela sua
boca. Sua mão vem para o meu quadril, apertando minha carne, e
me sinto entregue com apenas o toque. Ele abandonou meus lábios
e beijou o seu pescoço, roçando a barba áspera por toda a extensão
da minha pele arrepiada, descendo pacientemente pela garganta e
chegando ao colo dos meus seios.
Meu corpo inteiro formigar de desejo, que beijo devorador, molhado e
excitante, ele fodia meus lábios e eu respiro forte. Passei as minhas
mãos por dentro de sua camisa, arranhando a pele e entrando no
clima. Ele fez o mesmo, abrindo meu zíper querendo tirá-lo de mim.
Foi fácil o vestido cair e ele abocanhou meus seios, as duas mãos
grandes e quentes, cheias em mim, me apertando, puxando e me
colocando a boca.
Agarrei sua cabeça, fechando os dedos nos fios e me oferecendo
como podia, com o corpo todo preso ao dele e aquela sensação
queimava a minha pele. Mas ele se afastou do meu corpo e vi
quando se despia. O peitoral forte sem pelos, meus olhos descem
por seu abdômen, e tudo combinava perfeitamente com os seus
músculos bem definidos. Realmente, ele era tentador, era um
homem muito atraente e gostoso. Deslizo o meu olhar minucioso até
a entrada do pecado. E meu pai que homem perfeito! A ereção dele
pressiona a minha barriga. Arquejo ao sentir dedos por dentro da
calcinha pressionando dentro de mim. Primeiro um, depois dois. Ele
brinca comigo, acariciando e explorando enquanto eu tremo contra o
corpo dele.
Em menos de um segundo, ele está em cima de mim. Sua boca está
pressionando a minha, enquanto ele puxa o meu cabelo, a mão dele
desce o sinto puxar bruscamente tira a minha calcinha antes de seus
dedos mergulharem em mim de novo. Sua boca me tirando do ar.
Seus dedos começam a se mexer mais depressa, e eu mordo
levemente seu lábio, enquanto luto para controlar meus gemidos.
Agora o peito dele está sobre o meu corpo e ele não deixou de me
beijar. Enquanto os dedos dele continuam a se mexer, minha boca
vai para o pescoço dele, sentindo seu pulsar com a minha língua.
Quando o polegar dele escorregou para o meu clitóris, eu gemo de
novo e, desta vez, não consigo me controlar, ele abre as minhas
pernas e entra no meio com seu corpo forte e grande.
Sua mão forte vem para minha nuca, os dedos enroscando em meus
fios acastanhados e ele aperta e eu sinto a dor no couro. Ele é rápido
e duro em seu ataque, e eu gosto do seu jeito rude e dominador.

Eu rebolei, me esfregando e cada vez que deslizava seu pau arrastar


na minha boceta, geme alto. Agarrou meus peitos, revezando em
mamadas nos dois, mordendo os mamilos sensíveis.
Quando sinto ele me abrir ao meio com seu pau já encapado de
camisinha, ele gemeu em minha boca fazendo o movimento para se
encaixar.
— Hhahahaha… me sinto invadida por ele enorme a cabeça roliça
endurecida em meu sexo ardendo e ele gemendo, eu o sinto se
mover com força.
- Me mete com força, eu quero me atolar em você garota. Ele gemia
em minha boca e na medida que ele se atolava eu abro as pernas
colocando em sua cintura e sinto a força bater em meu corpo. —
Que delícia! E molhada.
Acariciei seu abdômen, as unhas arranhando de leve e ele rosnou de
tesão. Ele veio forte em meu corpo, a minha entrada pulsava e ele
me afundava naquela cama. Ele estava ofegante, mas não satisfeito,
eu ainda tonta pela bebida, eu apenas gemi recebendo-o todo em
meu corpo. Puxou-me com tudo e me virou na cama e eu fiz de
quatro a minha bunda em seu rosto e ouço seu gemido.
— Caralho que bunda linda!
Ele beijou e eu tranco já com medo do que ele queria fazer e nessa
hora sinto a bebida sair do meu corpo. Ele se atolou em mim em
metidas rápidas e barulhentas, sinto seu corpo bater ao meu. E a
cada metida eu me molhar eu estava gozando, a minha entrada
molhou e pulsava seu pau me rasgando ao meio em vai e vem. E ele
deslizando seus dedos pela minha bunda, eu me sinto no próprio
inferno quando o orgasmo me abateu as pernas moles.
— Não acabei deliciosa. Ele arfou em meios gemidos.
E eu caí na cama e ele me puxou de volta com força e fode rápido,
ficou em pé na cama e se afundou em minha boceta ardida e
encharcada e fodeu rápido e lento ao mesmo parecia saborear a
minha entrada. Ele parecia estar apenas começando, sinto seu pau
crescer, mas em mim ele está se atolando e ainda olha para ver os
movimentos e eu grito quando sinto seus dedos em meu clítoris e ele
puxa com força. Em metidas fortes e leves ele grita era seu orgasmo
e vejo seu corpo se pressionar ao meu quando ele me puxou o
orgasmo preenchendo a camisinha. Mas ele não parou, ele a
arrancou e enfiou outra e me jogou na cama e se afundou em mim
de novo.
— Vou te foder a noite toda deliciosa…
Ele levantou a minha perna e se afundou em mim em metidas
rápidas e saborosa, me grudou o, lábios e me mostrou o caminho do
inferno de novo em meias estocadas, eu agarrei seus cabelos e nos
dois gozamos juntos e grudados em meia sintonia do prazer eu me
entreguei ao estranho. E eu gostei.
Acorda pela manhã um sol batendo na janela, a manhã ensolarada,
quando tento abrir os meus olhos, a minha cabeça latejava, os meus
olhos queimavam, sinto o corpo doer e quando bato os braços sinto
que estou nua e que levantou o pequeno lençol eu estava
completamente nua. Respirei fundo e me assustei sentando-se na
cama quando olhei ter um homem desconhecido. Eu não entendi
nada, eu me entreguei ao misterioso a noite inteira de prazer por
uma desilusão amorosa. O que estava acontecendo comigo? Olho
para ele, ainda estava com o corpo estirado na cama, perfeito
musculoso, a bunda empinadinho, não tinha um pelo no corpo.
Quando olhei as unhas cuidadas, o cabelo bem-feito e não tinha
aliança no dedo.

" Quem é esse homem?"

Respiro aliviada.
Olhei a roupa dele jogada pela cadeira e o paletó exposto
perfeitamente e não acreditei que ele era rico, seu relógio Rolex
brilhava no pulso e a carteira de grife no criado mudo. Eu não
acredito que dormi com estranho! Eu nunca fiz isso, eu procurei a
minha calcinha e não encontrei e passo as mãos nos cabelos
nervosos.
Caminhos Cruzados, vidas e sentimentos opostos, acabei fazendo
loucura e tive a minha primeira transa casual. Mas agora estou
olhando o misterioso dormir. E me lembro de tudo que aconteceu, eu
balanço a cabeça indignada comigo.

"Perdi o juízo."

A minha pequena bolsa em cima da mesa e quando eu a pego para


sair nas pontas dos pés e eu fingi que nada aconteceu. Sua voz
grossa me assusta me trazendo de volta na noite que passei ao lado
dele e ainda respiro:
— Fujona? Ele rosnou.
- Tenho um compromisso. — Ele olhou no relógio. — A essa hora da
manhã em pleno sábado?
Eu ainda solto meus cabelos e eu queria me enfiar num buraco de
vergonha.
— Preciso ir, foi um prazer te conhecer.
Ele se levanta da cama ainda nu e eu vejo aquela perdição na frente
tão gostosa. Ali era o perigo, eu balançava a cabeça saindo daquele
êxtase.
Ele ainda deu uma risadinha quando me viu fechar os olhos e eu
estava morrendo de vergonha. Ele se aproxima.
— Eu tenho algo a te propor. Ainda respirei, olhei para ele lembrando
do que aconteceu a noite e eu lembro de algumas coisas. Foi
quando ele acendeu o cigarro, olhou o relógio novamente e com uma
das mãos no bolso.
— Case-se comigo?
Ele olhou para mim e parecia estar decidido, sério e convicto daquilo
que ele disse, eu vi a verdade em seus olhos e os seus lábios não
tremeram, foram firmes, ele parece ser um homem decidido.
— Claro que não, eu nem te conheço, eu nem sei quem é você,
como vou me casar com um estranho? Eu fiquei desconcertada com
aquilo e ainda olho para ele — Não mesmo.
O meu telefone não parava de tocar, eu já estava desesperada para
sair desse quarto e antes que eu aceitasse casar-se com o estranho
eu rir. E nem vi quando atendi e ficou na viva voz.
- Mãe, estou em uma reunião nesse momento. Posso te ligar depois?
Ele balançou a cabeça, deu um sorriso mais safado que eu já vi em
toda minha vida e ele continua colocando seu lindo terno italiano, eu
olhei novamente para ele de lado. E a minha mãe falava o tempo
todo e eu não conseguia prestar atenção, aquele homem não
deixava.
Ela estava estranha e procurava as palavras quando eu ouvi.

“Doente grave" e eu fiquei meio paralisada e eu grito:


— Calma, respira.
Ela ainda disse com todas as letras e me sento na beira da cama
desesperadamente ouvindo aquilo, eu estava longe, distante, eu não
sabia o que dizer. Quando sinto ele tocar, o meu joelho respirou
fundo e olhou dentro dos meus olhos.
— Eu providencio os melhores especialistas para sua mãe. Eu pago
tudo. Ele se levanta e me encara com as duas mãos nos bolsos. —
Mas preciso que se case comigo.
Era apenas para ser uma noite como todas as outras, beber e
achar uma garota e ir para casa. Mas o meu dia foi pesado depois da
pressão em família e ainda mais essa em minha vida. A minha
cabeça girava e eu estava a ponto de explodir. Não vou mentir.
Quando entrei naquele bar, eu queria uma boa transa e uma bebida
para esfriar minha cabeça e pensar em uma saída para minha vida.
O pior sentimento do ser humano é você se ver pressionado, eu
detesto ser pressionado, detesto ter que tomar decisões
precipitadas.
Virando a minha bebida e cansado de bater a mão na mesa e
olhando naquele bar para todos os lados e nada de bom e depois de
uma garrafa do meu melhor whisky, e olhando para o balcão eu vejo
uma silhueta e uma bundinha empinada e meus instintos acederam e
sinto meu pau latejar naquele momento. Escolhemos nossa presa,
foi o que pensei rindo e virou o resto da bebida. Ela estava de costas
no balcão sentada na pequena banqueta e vi seu corpo desenhado,
a bunda empinadinha no pequeno vestido e rir.
Ela falava bater com os braços e bebia pior bebida que tinha
enquanto eu com uma garrafa do melhor whisky, poderíamos dividir.
E à medida que me aproximei dela eu vi o corpo perfeito, o cabelo na
cintura acastanhado e mesmo sem ver o seu rosto eu me aproximei
e quando eu coloquei a garrafa no balcão ela me encara e vejo que
seu rosto era lindo ao natural. De onde saiu essa garota sem
maquiagem?
Seu pequeno lábio movia lentamente e ela passava a mão sobre
seus cabelos e eu hipnotizado e eu não prestei atenção em nada a
não ser nas suas mãos que batia no balcão as unhas finas e ela
soltou.
"Odeio os homens."
Quando ela disse isso vi estar desiludida com algo e entre copos de
bebidas e risos já estávamos entrosados no assunto. E eu a escolhi
porque ela era a garota perfeita.
Eu gostei dela, no primeiro olhar. Ela é verdadeira e temperamento
forte, contudo, decidida. Ela era perfeita, seu corpo desenhando por
um lápis e suas curvas pequenas deixavam meus olhos gulosinados
nele. Eu sinto a pele dela arrepiar, que bela garota.
— Casa comigo?
Ela não acreditou, achou que era coisa de bêbado e eu adorei ver o
rosto dela espantado e avermelhado.
Mas como sou um cara decidido, eu a convenci e a levei para minha
cama. Eu já tinha feito o pedido e agora era só mostrar o que sou
capaz e assim convencê-la de que será minha.
Eu decidi que seria ela e ia ser, eu vou mover o inferno e me casarei
com essa mulher.
A joguei naquela parede e queria mostrar o que sou de verdade. Mas
não podia e tive que pegar leve e estava muito difícil, me controlar,
eu queria me afundar nessa mulher e fazê-la gozar a noite
toda.
Desci meu corpo no sofá saindo do sexo bom que acabei de ter, meu
pau tão duro quanto a vi pela primeira vez. Sua pele brilhava de suor
ostentando marcas vermelhas dos meus dedos e chupões, minha
porra saiu tanto que me assustei. Pelo tanto que eu ainda a queria,
era como se não tivéssemos nos tocado. Em um ímpeto afastei-me e
passo as mãos pelos cabelos procurando resposta para mim. E
agora olhando ela assim na minha cama ela é mais bonita ainda, as
suas curvas, o seu deleite nessa cama preenchendo os lençóis eu
perdi a cabeça, sim, juízo eu nunca tive, é uma garota e tanto, mas
eu a escolhi lá no bar naquele momento eu senti que seria ela.
Apago o cigarro e volto para a cama.
Me deito ao seu lado e a puxo esfregando sua bunda em meu corpo,
beijei seu ombro e adormeci quebrando minhas próprias regras.
Acordar ao lado de uma mulher não era meus planos, sempre tem as
minhas transas casuais ou as minhas fixas e depois vou embora
para minha casa e ela para dela. Mas essa noite foi diferente depois
da bebedeira e de tudo o que aconteceu. E a "escolhida" e vi quando
ela acordou fazendo barulho e ela se arrumava para sair de fininho
querendo se esconder da verdade do que aconteceu, mas eu fui
mais rápido do que ela me levanta correndo. E mostrando para ela o
que estava perdendo, ela ainda deu uma olhada e viu quando seu
rosto mudou e mordeu os lábios, respirou profundamente e sentiu os
seus olhos encherem de excitação de luxúria. Ela poderia ter tudo
aquilo que estava na sua frente, sei que ela gostou e eu vi pela noite
que passamos juntos a explosão dos nossos corpos.
— Fujona? Eu me aproximo e ela dá dois passos atrás e eu rir.
— Tenho compromisso. Eu preciso ir.
Eu não ia deixá-la sair assim e muito menos depois de tudo que
aconteceu eu precisava dela.
— Case comigo? Eu refiz o pedido e ela riu da minha cara e ainda
debochando com seu corpo e se vira.
- E um desconhecido e eu jamais me casaria com você.
Ela estava nervosa e seu telefone tocava sem parar e vi querer dizer
algo por que voltou e com o telefone na mão e eu fico olhando-a
caminhar e rir quando ela procurava algo.
— Não posso falar agora, mamãe, por favor. Eu te ligo mais tarde.
Eu me trocava e ouvi quando a mãe disse tudo pelo telefone e ela se
sentia assustada tentando achar a explicação como se houvesse e
me aproximo era o meu momento de mostrar que precisamos um do
outro.
Nesse momento eu vi que tudo mudou e da mesma forma que eu
precisava de mim. Eu aperto seu joelho querendo confortá-la.
Olhando em seus lindos olhos azuis já lacrimejados de lágrimas, eu
vi tão de perto e sóbrio o quanto ela é linda.
- Por favor, a minha vida está um caos e eu não tenho tempo para
besteiras.
— Eu falo sério, eu posso te ajudar, eu coloco a sua disposição os
melhores tratamentos e ajuda para sua mãe.
Ela se levanta assustada e eu como um predador e dominador, eu
me aproximo de seu corpo e queria jogá-la na parede de novo. Mas
me contive e fui implacável nas palavras diretas. — Para isso, case-
se comigo.
Ela se assustou e grita:
— Não está falando sério? Eu achei que estivesse brincando comigo.
— Nunca falei tão sério em minha vida, precisamos um do outro.
- Me dê um motivo desconhecido e percebo que nem sei seu nome.
— Prazer, eu sou Enzo. Não quis dizer tudo para não a assustar. —
Mas preciso de você e coisas de família é um momento difícil. Eu
pago tudo que sua mãe precisar e será por pouco tempo.
Ela não parecia se convencer, ela olha o celular e vê que se
preocupava com a notícia. E eu ia ajudá-la. — Até eu conseguir um
amor de verdade.
Após explicar o porquê do casamento e das promessas que fiz. Ela
se assusta e me olha, não entendeu muita coisa e se levanta e me
encara determinada e direta.
— Sim... Eu deveria gritar e pular de alegria, mas apenas arrumei a
gravata e ela continuou. — Até conseguir o amor verdadeiro.
Não tínhamos motivos para comemorar, muito menos sorrir, era um
acordo de negócios, era um casamento acordado, eu ia pagar e ela
ia ser minha esposa por pouco tempo, era só isso, eu ainda passo a
mão molhada sobre os meus cabelos e ela caminhou na minha
frente eu a deixei em casa com poucas palavras. Eu apenas disse
para ela:
— Eu te ligo, e combinamos tudo.
E naquele momento foi como se uma sensação forte me
aproximasse dela, eu segurei em suas mãos e apertei e abrir a
palma da sua mão e beijei, ela balançou a cabeça sem entender.
Saindo em direção a minha casa já com decisão e eu tinha que fazer,
tinha que resolver a última coisa pendente em minha vida. Mesmo
com o coração apertado, com a incerteza de que eu não sei o que
vai ser amanhã, a única certeza que eu tinha era que eu precisava
desse casamento. Questão de honra. Quando cheguei em casa a
família toda reunida para o café da manhã e eu chegando da
esbórnia, era isso que eles estavam pensando, todos eles me
olharam e eu já vi os risos e meu pai balançando a cabeça.
— Chegando da farra. Enzo? Ele balançou a cabeça desnorteado e
eu balancei a cabeça olhando, beijei o rosto da avó que sorriu para
mim e a minha mãe me colocou o café na xícara e quando eu ia me
sentar eu desisto.
— Para alegria da nação eu vou me casar. Fui direto.
Eu apenas sorri para eles e fico em pé olhando cada um, o espanto
era visível nos rostos ali presente.
Todos os olhares assustados eram burburinhos e sorrisos falsos. Até
que a minha avó olhou para mim toda feliz e me abraçou. Eu sabia
que ela ia ficar feliz. A beijei,
e olhei novamente para eles sentados à mesa.
- Nem acredito que teremos um casamento. Ela disse sorridente—
Bisnetos correndo pela casa.
— Vai devagar com os pedidos. Eu rir e ia saindo, mas eu tinha que
ser sarcástico. - Vamos ter um casamento família!

Eu acordei a
cabeça girando a boca seca, eu sabia que eu tinha aprontado todas
que ódio, eu ainda passei as mãos nos cabelos e dei um sorriso. E
quando eu o olhei tinha me marcado o pescoço, que merda… Eu não
conseguir para de pensar nele, foi algo diferente e eu jamais imaginei
que eu teria coragem. Eu transei com um estranho, ou melhor, vou
me casar com estranho.

Eu andei de um lado ao outro, desesperada ou lembra que ia me


casar. E corro para o banheiro enjoada e recebo a ligação e me
assusto num número desconhecido.
Me sento ainda me recuperando do choque da minha noite e rir
de mim mesma.
— Olá! Sou o Chávez e ligo em nome do ver o nome do Moretti.
Eu quero saber se posso te enviar os papéis e te dizer que pode
levar sua mãe ao médico. Vou te passar o endereço.
Ele foi direto, não perguntou meu nada e descarregou tudo, foi
bem profissional mesmo. E eu apenas ouvi e ele continuou. É um
dos melhores hospitais.
— Sim, pode me mandar.
— Segue em anexo o endereço da igreja e a data. Ele estará à
sua espera. Ele ia desligar e eu ainda respiro bufando e ele
continuou. — E se tiver dúvidas envie o e-mail que ele te responde.
Puta que pariu, eu falarei com ele somente por e-mail agora. É
extremamente contrato mesmo. Achei estranho porque ele é tão
bonito que pode se casar com quem desejar. E por que me
escolheu?
Minha cabeça dava voltas, mas também estou sem saída.
Quando me sento de frente ao notebook, eu me assusto com o que li
e vi.
Eu não sei nem quem é você para fazer isso? O que deu em
mim?
Não posso desistir, a minha mãe precisa e eu corri contra o
tempo envie os documentos por e-mail e tomei um banho afinal é
amanhã o casamento. Entro na primeira loja e escolhi o vestido. E a
vendedora toda feliz e eu com ressaca e cara feia. Ela falava e eu
fingia entender que eu queria sair correndo.
Acabei de passar por uma desilusão e ela está falando de amor.
Que vida cruel…
Por que a chuva sempre nos traz tristeza e lembranças que não
queremos lembrar? Ou melhor, as lembranças mais dolorosas é essa
sensação que eu tenho. Quando eu olho para a chuva e vejo a
solidão. Talvez seja porque eu, seja solitário, respire fundo para
atravessar a enorme rua, mas eu não tinha coragem, estava com o
coração quebrado e chorando, a alma fria e quando eu abro os olhos
a única coisa que vejo. O escritório dele e eu volto para trás. Mas eu
tinha que comprar o vestido. Envie os dados do médico para a minha
mãe e me olho no enorme espelho e dentro do vestido e comecei a
chorar. Como sonhei com esse momento, mas com outra pessoa e
eu limpei as lágrimas e ia esquecer tudo. Isso é apenas um
negócio. Eu não tinha muitos convidados, eu chego em casa com a
caixa e jogo na cama e me entrego a solidão e vejo estar sem saída.
E me jogo na cama e me bateu uma tristeza e chorando eu tiro o
vestido da caixa e fiquei olhando.
Ainda esperando um milagre para desistir desse casamento. Eu
respirei fundo e não consegui dormir pensando em tudo. Meu
telefone ficou parado sem nenhuma ligação e eu ainda esperando
uma ligação do safado. Não acredito que sou tão boba assim.
Amanheceu e eu tive que criar coragem para chegar naquela
igreja. E quando pegou o celular a primeira mensagem que vejo.
— Não se atrase, eu odeio esperar.
— Bom dia para você. Mandei com cara de raiva.
Eu querendo desistir me olho no espelho e quase chorei, não
realizei muita coisa. Mas fiz tudo que ele mandou, afinal pelo que
vejo estava sendo tudo para família.
Quando cheguei à porta da igreja que fica no centro da cidade,
não acreditei ter até fotógrafo e uma multidão sorridente e eu achei
estranho. Eu estava arrasada por vários motivos e não conseguia
sorrir.
— Não se atrasou, as noivas sempre atrasam. Uma mulher de
uns trinta anos arruma o meu vestido. Ela falava em um fone e
brava. - Se aproxime do meio da igreja e depois ele vai te encontrar.
E boa sorte.
Ele pensou em tudo e quem serão essas pessoas? A minha
girava e vi que ele estava com um sorriso estranho. Eu tentei não
pensar em nada e apenas na minha mãe no hospital. E a música
tocando ao fundo e os flashes no rosto. Quando me aproximo como
foi mandado, ainda tento parar, mas meus joelhos ficam moles. E
todos sorrindo para mim e eu fingindo conhecer até dei um sorriso
sem graça.
E eu já fiquei esperando que aparecesse uma dúzia de mulher ali
para briga por ele e afinal ele é bonito demais para casar-se com
uma desconhecida. A igreja estava impecável com flores caras e
velas perfumadas com um enorme tapete vermelho. E quando olho a
família tradicional me encarando.
Ele se aproximou e me segurou a mão e sorrindo meio torto me
beijou as mãos e fomos até o pesadelo do altar. Sinto vontade de
chorar, mas apenas caminhei ao lado dele e vi que uma linda
senhora chorava e não sorriu. Eu apenas abaixei a cabeça e fomos
ao que interessa, eu estava louca querendo sair dali.
Ainda dei um sorriso olhando para trás com esperança de ser
salva.
— Valentina Tommaso aceita ser esposa do Enzo Adams Moretti?
Ele estava tão seco assim como o noivo e parece que ele estava
atuando e ainda deu uma risadinha. Eu balancei a cabeça e ainda
olho para ele que franziu a testa. — Sim?
— Sim! Eu disse baixo…
Ele já pulou para a parte dele e foi tão rápido e seco que ainda já
pegou as alianças e sorridente me puxa a mão.
— Enzo Adams Moretti aceita a linda Valentina Tommaso como
sua esposa?
— Sim!
Claro que sim, ele pagou por isso e estava fazendo um
casamento comprado. Eu ainda sinto a dor na boca do estômago e
ele me puxa e coloca a aliança em meu dedo. Ele pensou em tudo e
ainda por cima da aliança colocou um anel de brilhante. E quando eu
vi balancei a cabeça sem acreditar. E veio o momento mais
esperando pela família. "Pode beijar a noiva."
Ele me puxou pela cintura e grudou seus lábios e sinto me mole
em seus braços e eu sabia que aquele beijo era apenas um contrato.
E tento não dar passagem a boca dele, mas foi tarde, ele me arranca
suspiro, o maldito sabe beijar. Eu ainda olho sem graça quando
todos aplaudiam. Não sabia como agir, eu apenas dava sorrisos
forçados e tentava não pensar no depois. Me puxou pela cintura e
levou um solavanco e eu ainda cochichou.
— Vai me quebrar ao meio.
Ele sorriu e retrucou.
— Não reclamou na noite passada.
Tive vontade de mandá-lo se ferra, mas eu apenas dei um sorriso
quando vejo uma senhorinha me agarra a cintura.
— Minha querida, eu estou feliz…, mas você já está grávida para
casar-se assim tão rápido?
Eu olho para ele que sorriu, ele a abraçou e eu fico sem palavras.
— Não vovó. Não ligue ela e sempre direta.
Ela me abraça tão forte e eu me assusto, parecia que ela já me
conhecia. Fico tão sem graça no meio daquela gente, todos me
abraçando e rindo. E vi uns olhares tortos e claro comentários
maldosos.
Ele fingiu que ia me beijar e cochichou em meu ouvido e apertou
a minha cintura. Disfarço com um sorriso.
— Precisa sorrir, está fria demais.

Ele me puxou pela cintura e grudou seus lábios e sinto me mole em


seus braços e eu sabia que aquele beijo era apenas um contrato. E
tento não dar passagem a boca dele, mas foi tarde, ele me arranca
suspiro, o maldito sabe beijar. Eu ainda olho sem graça quando
todos aplaudiam. Não sabia como agir, eu apenas dava sorrisos
forçados e tentava não pensar no depois. Me puxou pela cintura e
levou um solavanco e eu ainda cochichou.
— Vai me quebrar ao meio.
Ele sorriu e retrucou.
— Não reclamou na noite passada.
Tive vontade de mandá-lo se ferra, mas eu apenas dei um sorriso
quando vejo uma senhorinha me agarra a cintura.
— Minha querida, eu estou feliz…, mas você já está grávida para
casar-se assim tão rápido?
Eu olho para ele que sorriu, ele a abraçou e eu fico sem palavras.
— Não vovó. Não ligue ela e sempre direta.
Ela me abraça tão forte e eu me assusto, parecia que ela já me
conhecia. Fico tão sem graça no meio daquela gente, todos me
abraçando e rindo. E vi uns olhares tortos e claro comentários
maldosos.
Ele fingiu que ia me beijar e cochichou em meu ouvido e apertou a
minha cintura. Disfarço com um sorriso.
— Precisa sorrir, está fria demais.
Eu beijei o rosto dele e passo as mãos em seus cabelos fingindo a
felicidade que não existe.
— E você parece que ensaio tudo. Está parecendo um boneco e
odeio quando dá essa enrugada na testa.
Ele ainda sorriu e me agarrou a cintura me esfregando em seu corpo
como se fossemos um casal apaixonados. E beija o meu cangote e
eu dei um sorriso quando veio um casal nos cumprimentar.
- Enzo, parabéns pela noiva até que enfim. Ele não deixava os
convidados conversarem muito tempo, ele parecia ter pensado em
tudo. E já me puxava pela cintura. — Vou marcar nossa reunião.
— Vai para o inferno maldito… Ele disse bravo. E ele deu um jeito de
acabar ali os abraços e a falsidade. Eu já não aguentava mais falar
com essas pessoas que nunca nem vi em minha vida.
Ele já dá um jeito de nos tirar daquele lugar, ele já não aguentava
mais e dava para ver em seu rosto. As mãos suavam e ele estava
trêmulo.
E quando aproximava a família dele apertava a minha cintura e
sorria. Mas eu nada disse, apenas sorria. Tudo muito estranho. Até o
toque não era o mesmo da noite que tivemos juntos.
Fomos para o hotel e quando chegamos a surpresa até a suíte ele se
preparou e confesso que achei que ia rolar algo. Inocente não e sim
safada. Mas não foi bem assim a surpresa ele já jogou o paletó do
terno no sofá e pegou uma bebida. E respirou fundo, parecia com
raiva de algo. E nem me encerrou parecia arrependido de tudo. E eu
ali como uma idiota achando que poderia dar certo.

— Pode se trocar lá no quarto. Eu te espero para conversarmos


sobre os detalhes do contrato.
Eu nem me lembrava do contrato e quase ri me trocando e pegou
apenas uma camisola com penhoar e voltei o mais rápido possível.
Eu voltei e peguei uma bebida e me sentei e ele falando e eu lendo
os papeis. Estávamos ensaiando um casamento e planejando como
íamos passar para todos que somos um casal apaixonados. Ele
planejou cada detalhe e eu assinando os papeis e tirando as
dúvidas.
— Eu já entendi, temos que ser apaixonados. Eu paro e viro a
bebida. — Vamos ser marido e mulher de verdade?
Que pergunta idiota eu acabei de fazer e sabia que ele ia dizer umas
grosserias e eu merecia, fui tão ingênua ao achar isso.
Ele andou pelo quarto e deu um sorriso malicioso e me puxa pela
cintura e olhando em meus olhos sorridente. Eu percebo ali que ele
ia acabar com a minha vida e todos os meus sonhos iam perder.

— O que você acha? Ele riu da minha cara, essa foi a verdade e eu
toda sem graça o empurro e ele tira meu corpo de volta. — Podemos
ser deseja tanto.

— Que ridículo! Eu grito.

Ele sorriu com a mão no rosto e se aproxima e eu tento me afastar


afinal se ele me beijar eu vou me abrir fácil para ele. — Perguntei por
que quero saber das regras.

— Eu vejo que adorou a nossa noite, mas se contente com apenas


aquela noite. Ele ia saindo e volta ao quarto com ar de macho
escroto. — Será a única noite.

— Graças a Deus! Soltei na hora.


“Vai sonhando gostoso.”

Me virei na cama e sinto ser tão gostosa, tão macia, ainda tento abrir
os olhos e respiro forte, sinto o gosto de álcool na boca e passo as
mãos nos cabelos e quando meus olhos por fim abrem vejo que
ainda estava na suíte do hotel.
Após tomar uma garrafa de champanhe e comer chocolate com
morango, eu só queria saber que hoje era feriado. Meu corpo doía e
eu sentia um calafrio pelo corpo. E quando meus olhos abrem de
uma vez, eu vejo a claridade entrando pela flecha da cortina.

— Que ressaca…

Olhando a janela e vejo ter que acordar. Eu só acordei com o susto


da claridade que bateu no meu rosto. Quando eu olhei. Estiquei o
meu corpo e dei uma espreguiçada quando olhei no pequeno relógio
em cima da cômoda e levei um susto, eu estava atrasada, corri, me
levantei, não conseguia nem tomar banho. Olhei novamente a hora.
Eu queria estar enganada de que eu estava atrasada, mas
infelizmente eu estava mega atrasada. Foi quando desci correndo
arrumando a roupa no corpo e eu saí para o elevador e ele já tinha
saído. Quando olho para fora do hotel vejo chover e muito e nessa
época do ano era comum. E quando eu saí na porta do hotel, a
chuva batia muito forte. Eu ainda balancei a cabeça, meio
desespero, olhei novamente o meu celular e, atrasada, eu estava
ferrada. Eu deveria ter colocado o celular para despertar, eu esqueci.
E nada do táxi parar, e eu dei com a mão, acenei e nada do táxi
parar, olhei novamente. Mais dois táxis e nenhum deles parou. Eu
estava desesperada, eu já não sabia mais o que fazer. Quando olhei
no meu celular duas ligações da minha amiga. Mas eu ia ter que
esperar, o táxi não tinha jeito. Quando o táxi por fim chegou, não deu
nem 5 minutos. Eu já estava na porta do escritório. Eu sabia que ia
ter encheção de saco de novo. Entro no elevador e solto os cabelos
arrumando no espelho do elevador.
— Atrasada de novo… Minha amiga já veio comigo me dando um
copo de café. — Caramba, ele está muito nervoso, muito bravo com
você. Eu já fiz de tudo, mentir, disse que você havia chegado, que
havia dado uma saída, mas ele sabe que não. Ela não parou de falar
e eu parei arrumando a saia-Ele está na porta te esperando, aí não
faz isso de novo.
— O que vou dizer dessa vez?

— É melhor você arrumar uma boa desculpa, porque ele está muito
nervoso. Ele está fuzilando por perder a reunião.
— Que merda.
Quando o elevador abriu, lá estava ele no seu terno azul-marinho,
com cara de bravo, os cabelos molhados para trás. O que ele tinha
de bonito. Ele tinha de ruim. Eu levantei o rosto, balancei os meus
cabelos e olhei nos olhos dele.
— Bom dia, Senhor Matarazzo.

— De novo, atrasada? Não acredito que perdeu a reunião.


Eu errei em me atrasar e ele tinha razão. Como eu podia se
embriagar de champanhe e ele falava e eu fiquei olhando os lábios
dele pareciam baterem um no outro de nervoso. E quando eu olho
para ele que eu ia dizer algo. O cheiro maravilhoso impregnou o
ambiente.
E eu levantei o rosto girando apenas os olhos, lá estava ele na porta.
Ele estava com os cabelos molhados, um terno preto, a barba
cerrada e a cara de bravo. Ele balançou a cabeça com uma das
mãos no bolso. E colocou o corpo um pouco para fora da sala e me
encara e todos o olham espantados. E não acreditei quando eu o vi
ali na minha frente com cara de mal.
Esse homem que entrou em minha vida em uma noite e hoje ele está
aqui na minha frente, eu respirei fundo e balançou a cabeça sem
entender.
— Na minha sala, senhorita Tommaso. E vocês voltem ao trabalho.

Eu olhei, balancei a cabeça sem intender muita coisa, mas sabia que
no momento ele estava me salvando do meu chefe, mas todos me
olharam. E pelo que eu vejo, ele,
e o novo chefe. Eu ainda dou minhas coisas, a minha amiga e sigo
para a sala dele e todos me olhando.
E todos iam ficar me perguntando e o que eu vou dizer agora para
eles? Não tenho muito o que dizer a não ser. Entrei na sala e estava
de costas olhando a janela e sua respiração estava forte.
Eu paro no meio da sala à espera de uma justificativa.
Nem eu sabia o porquê eu estava entrando naquela sala, me deixou
à espera, as pernas ficaram bambas. Ele se virou e bateu as duas
mãos em cima da mesa, olhou para mim, balançou a cabeça. Nada
gostou e eu achando que ele estava me ajudando.
Eu não sabia nem como me portar ou dizer quem é esse homem que
me confunde desse jeito.
— Eu espero que não aconteça de novo. Mas você está aqui para
trabalhar, ninguém pode saber sobre a nossa relação. Você
entendeu? Ele abria a boca tão mansamente e, ao mesmo tempo, a
voz saia grossa e forte. — Eu espero que você guarde segredo.
Porque eu não quero que meu nome fique por aí, todo mundo
falando. Você entendeu?
— Sim, eu entendi todas as regras, não precisa você ficar repetindo
o tempo todo, está tudo bem. Algo mais, senhor?
— Apenas faça seu trabalho.

" Quem é esse homem?"

Eu fiquei tão confusa, eu saio daquela sala cheia de perguntas e


claro ele jamais ia me responder. E por que eu? Não estava
acreditando que eu me casei com o CEO das joias e eu aqui
abobada pelo maldito homem. Eu trabalho aqui a anos e eu nunca o
vi nesses corredores e nem reunião. Eu estava confusa demais.
As horas passaram rápido demais entre reunião e ligações e eu
mantive o meu dia ocupado. E todos me olhando e eu fingindo que
não era comigo.

— O que ele queria, você não disse?

— Briga porque eu cheguei atrasada e disse que ia descontar.

— Ele é muito gostoso, Valentina e eu vi a cara que ele te olhou.

— Lembre-se e seu chefe.

Eu abaixo o rosto e se ela soubesse que eu me casei com ele. E


apenas um contrato, Valentina lembre-se disso.
Quando eu olhei eu
não conseguia ver o escritório dele, estava tudo escuro, ele abaixou
a persiana e eu a agarrei correndo. E vejo que meus cabelos
estavam fora do lugar.
— Vamos descansar, eu estou podre, cansada, a noite foi cruel
para mim.
— Ah, não, vamos dar uma volta lá na cidade, e depois dormir à
noite.
— Ah, não faz assim amiga, por favor. Olha lá a galera, está toda
relaxando, eu preciso desse momento. — E veja a minha pele.
Depois do que aconteceu, eu mereço Carol, por favor.
— Você ainda não me contou todos os detalhes.
Quando ela disse isso, eu me assusto com medo de ter ligado
para ela bêbada e eu tinha essa mania.
— Conta o que Carol?
— Do seu noivo, caramba, garota. Ele foi embora?
— Eu o joguei porta afora. Aquele maldito me traiu e por que os
homens são assim?
Eu cheguei na sala de descanso, e cada um de um lado e eu
acabei me sentando com Antunes meu amigo gay que demonstra ser
homem para não perder o emprego, ele acariciava meus cabelos. Eu
me estiquei em cima dos meus amigos e eles acariciavam os meus
cabelos e eu ia dormir. Eu estava acabada, podre, eu tomei muito
champanhe.
- Por que vocês metem Antunes? Eu digo triste.
— Por favor, Valentina, você merece coisa melhor. Aquele seu
noivo é um lixo.
O dia passou tão rápido e eu precisava apenas descansar a
mente. Quando eu olhei, lá estava ele, nem sequer. Eu tive tempo de
descansar, ele apenas fez um gesto e eu me levantei. Ai de novo,
quem diria que esse homem ia aparecer aqui do nada e agora ia ficar
mandando em mim.
Nem no meu intervalo eu tenho paz, esse homem vai ficar me
perseguindo pelo escritório? Não acredito.
— Aonde vai Valentina?
— Chefe chamou… me desejem sorte.
Eu saí em direção a sala dele e respirei fundo na porta e eu não
sabia o motivo e quando eu bato na porta ele grita:
— Entra… Eu nem fechei a porta e ele já soltou bravo, ele estava
irritado e já percebi que sua testa franziu e eu olho em seus olhos
claros estavam pulando. — Você não pode ficar se esfregando em
outro homem, muito menos no escritório. Você é uma mulher casada.
Onde fica a minha reputação?
- Você disse ser para manter segredo e agora que história é
essa? Me confunde.
— Quando todo mundo souber, vão falar que você vivia aí se
esfregando em outro homem. Então se coloque no lugar de uma
mulher casada.
— Nossa! Você é estranho…
— E eu tenho um monte de serviço para você. Então, você vai
fazer o seu serviço e não fica se esfregando em macho. Ele joga os
papéis na mesa bravo.
— Ah, quem você pensa que é? Porque eu assinei um contrato
com você de casamento não quer dizer que eu não possa viver a
minha vida. Eu vou continuar sendo o que eu sou e ele é apenas
meu amigo. E quanto a você, viva a sua vida que eu vivo a minha.
Assim que você disse, quando eu assinei o contrato, cada um faz
aquilo que quer, então pronto. Não venha colocar ordens.
— Ah, para mim chega Valentina e regras não você não me
expor.
— Agora só o que me faltava.
Colocando regras e mandar eu fazer aquilo que ele desejar. Não
mesmo. Eu olhei para ele com raiva, ele ainda puxou meu braço e
me jogou na parede. E ele ficou pressionando o meu corpo com dele.
Sinto seu cheiro e ainda tento tirar meu corpo, mas era em vão ele
me pressionava com seu corpo.
— Você tem que se comportar como uma mulher casada.

— E você tem que se comportar como um presidente de uma


empresa que ninguém nem sabia quem era você. Então, quer dizer
que o casamento é para isso. Então, todo-poderoso, seja você que
eu serei eu.

Os dias estavam passando rápido demais. O inverno trazia a chuva e


com ela o trânsito e falta de transporte. Olhei pela janela do
escritório, eu estava quase indo embora. Mas como eu ia embora
com aquele dilúvio. Eu saio estressada sabendo que ia chegar tarde
em casa.
Ainda olhei novamente, ele já tinha saído. Os nossos momentos já
eram mais tranquilos. Ele já não pegava tanto no meu pé e eu me
mantive trabalhando pensando apenas na minha mãe. Quando eu
olhei meus amigos, já tinham saído. Quando eu cheguei na porta do
escritório, eu vi que a chuva era muito forte. Eu ainda olhei. Eu ia ter
que sair assim mesmo. Eu estava atrasada, perdi o trem e o táxi com
esse tempo nunca para. A minha vida estava um caos.
Olhando para ver se o táxi se aproximava, mas nada eu ainda olhei
de novo e esqueci o meu guarda-chuva, então eu ia ter que
atravessar a rua para pegar um táxi do outro lado. Ainda olhei
novamente, criando coragem de me enfiar embaixo da chuva. Mas
eu ia ter que fazer isso. Foi quando eu atravessei correndo, e não
andei nem um quarteirão me escondendo da chuva. E eu ouvi a
buzina do carro. E eu não olho e o carro para e buzina de novo e eu
me assusto quando olho para ele no seu carrão e ainda abriu a porta
e sorriu.
— Venha, eu te levo em casa.
— Não, não precisa.
— Venha logo, Valentina, larga de frescuras.
Eu entrei no carro, a música alta, o cheiro do cigarro misturado com
um perfume amadeirado dele, as pernas grossas, eu virei o rosto, ele
deu um sorriso— Não precisava ter saído na chuva, porque você não
me ligou, assim eu lhe deixava em casa.
— Eu não… gaguejei. — Não quero atrapalhar, mas.
— É, está bem, eu posso te socorrer nesses casos e acima de tudo
somos amigos. E você mora longe demais, então é melhor você ficar
aqui no hotel. E vai tomar um banho quente e assim se cuidar.
Não acreditei, ele saiu do escritório e andou uns cinco minutos de
carro e já virou para entrar no hotel. Eu me assusto, ele já fez as
coisas do jeito dele mandão. Vejo que ele se escondia de algo, os
vidros do carro escuro e olhava assustado por todos os lados. Eu
observando cada gestos dele e balanço a cabeça voltando a nossa
noite no hotel. Ele e um baita de um gostoso, essa e a verdade.
— Não, não precisa. Depois que eu chego em casa. Eu faço isso.
Não se preocupe.

Eu não acredito que estou com medo de ficar sozinha com ele nesse
apartamento. Eu quase rir alto e ele se aproxima e eu estava carente
demais para ficar assim tão próxima, mas também eu estava com
ódio dele.

— Por que não me contou toda a verdade sobre você?

Ele me encarra com um sorriso no rosto e eu sabia que ele tinha


preparado tudo isso e eu caí em um golpe.

— Eu não minto e não me lembro de você pergunta nada sobre


mim.

Que filho da puta ele tinha razão, eu caio no papo dele e fui
enganada por mim mesma.

— Então tem mais alguma coisa que eu precise saber? Eu disse


brava.

— Que somos apenas chefe e funcionária. E chega desse papo


chato e se quisesse saber algo deveria ter perguntado antes e agora
assinou o contrato.

A chuva batia no carro e ele falava sem parar. Às vezes ele tem
uma mania de apertar os dedos, batia no volante, como se ele
estivesse insatisfeito. Ainda deu um sorriso, olhando pela janela. E
um trânsito terrível. Eu ia demorar a chegar em casa hoje eu moro
tão longe. Ele ainda continua a dizer. E enquanto ele falava eu
observava os gestos dele e vi estar irritado, mexia demais o corpo. E
ao balançar a cabeça por várias vezes ou era um toque, ou nervoso.
Sinto que nós dois estávamos nervosos e a tensão entre nossos,
corpo era grande.
— Fique no meu aparte hotel, pelo menos você não vai se atrasar
novamente, não é, Valentina?

Ele já parou o carro na garagem do hotel. E rindo ele é mandão e


possessivo dava para ver nas atitudes. Com seu jeito charmoso, ele
passa as mãos sobre os cabelos colocando no lugar e ainda me olha
de lado dando um sorriso safado.

— Se chegar mais uma vez atrasada, vou ter que te mandar


embora.

— Cheio de gracinha, né?

Ele ainda foi sarcástico comigo quando chegamos no hotel


luxuoso. Passamos pelo enorme elevador e entramos, ele ainda
arrumou o terno no seu corpo perfeito e subiu até a cobertura do
meu pai. Eu me assusto, ele estava no melhor hotel e a suíte mais
cara. A porta se abriu e eu fiquei assustada atrás do corpo dele
olhando-o caminhar.

E balançou a cabeça, e colocou o laptop na mesa e o celular já


foi em direção ao bar. Ele mal jogou o paletó no enorme sofá
aveludado na cor creme e virou a bebida e afrouxando a gravata ele
me encara e eu fico sem graça com a olhada que ele me deu.

Não posso negar que entre nós tem uma corrente de luxúria. Eu
me sinto invadida com seu olhar. Tento me manter calma e sei que
não vai rolar nada e apenas um, gentileza dele eu rir e caminhando
pela suíte eu ainda olho para trás e ele falava ao telefone. Esse
homem respira trabalho.

— Pode ficar à vontade ali no banheiro.

Parecia que ele estava ali a algum tempo, era tudo organizado e
se você reparar não parece um hotel e sim uma casa, tem até um,
porta retrato com foto dele. Eu caminhei ainda com a roupa molhada
e vi a enorme cama com lençóis claros. E a organização que ele tem
no escritório ele tem aqui. Tudo no lugar, essa é a verdade. Quando
eu olhei uma enorme cama King. Com os melhores Lençóis, olhei
ainda pela janela. Uma paisagem perfeita ficava apenas 5 minutos
do escritório. Assim, era mais fácil.

— Assim é mais fácil, não é? Era só você atravessar a rua sem


nem precisar ir de carro.

— Nem sempre é só atravessar a rua. Às vezes eu estou me


escondo de algo pelas ruas, pode ser isso. Mas odeio trânsito e
chegar atrasados nos meus compromissos.

- Com certeza é isso. Eu fiquei admirando o lugar.

Entro no banheiro e vejo o luxo do lugar, dava para dormi na


enorme banheira de acrílico. Tiro a minha roupa, ainda sacudo para
tirar o excesso da água e coloquei em um cabide que estava no
banheiro e olho os pertences dele na enorme pia de mármore
branca. E eu vi que realmente não existia uma mulher na vida dele. A
colônia pós-barba eu ainda levo ao meu nariz e rir. E eu ouço
música, e o cheiro da bebida vindo da sala e deixo a porta meio
aberta. Eu caminhei e nesse momento eu estava procurando uma
resposta para mim mesmo, como nós dois íamos fazer para esse
casamento do certo diante da família dele, nem eu sabia. Ainda não
nos sentamos para conversar essa parte. Conversamos tudo por alto
e ele quer apenas um tempo.

Embaixo do chuveiro, segurei as duas mãos na parede. A água


batia em minhas costas. Esquentava todo o meu sangue. Eu
precisava relaxar e sinto o meu corpo tremer, eu estava nervosa e
algo me incomodava e tenho certeza ele me deixava assim fora de
mim. Já penso milhões de coisas para fazer com aquele corpinho
sarado e eu rir. Respirei fundo quando ouvi a voz dele vindo da porta
do banheiro.

Ouvindo o barulho da voz dele de novo, eu acabei de sair de


dentro do boxe, os meus cabelos ainda molhados. O chão todo
molhado. Eu peguei a outra toalha que estava pendurada. Enrolei no
meu corpo e a porta se abriu e eu me assusto. Eu estava ainda
molhada. E meu corpo responde na hora ao corpo dele quase
desnudo a cueca boxe preta dando volume e eu pigarrei
timidamente.

“Não me reconheço. Que timidez é essa?"

— Vista isso para esquentar. Ele não queria me ver nua e por
pressa ele estende a não e eu me movi rápido para pegar o banheiro
molhado eu escorrego e desequilibrando o meu corpo eu seguro nele
para não cair. E era tarde, nós dois nos desequilibramos e caímos
um, no corpo do outro. E eu rir e ele tirou meus cabelos do rosto e
sinto sua ereção pulsante batendo na minha perna.

Era olho no olho e ainda sinto seus olhos queimarem a minha


pele e sinto meus lábios tremerem pelo contato rápido do nosso
corpo. E ele enfiou as duas, mão forte em meus cabelos e puxa forte.
Nossas respirações ofegantes e nossos, corpo querendo explodir o
desejo visível da pele e eu ainda tento me concentra em me levantar,
mas era tarde eu não consigo ele me toma toda a atenção.

Eu senti a boca dele tocar a minha, as duas mãos dele e ficou


embaixo dos meus cabelos e os lábios dele tocando os meus lábios
ainda molhados. E eu senti o meu corpo arrepiar e me entreguei as
carícias, da boca dele macia e cheirosa.

Foi algo mágico. Ele enfiou a sua língua sobre meus lábios. Eu
sentia minha língua dançar sobre a dele, uma entrega total dos dois
e ele ainda gemeu na minha boca. Os nossos corpos entregues às
nossas mãos grudadas, uma na outra. Ele me puxou para cima do
corpo dele.

E eu me senti arrepiada, o nó na garganta e eu deixei ele me


tocar por completo, sentindo a mão dele e reguei o meu corpo sobre
o dele. A toalha sendo puxada e os nossos lábios, tocados e
selados. Mas o barulho vindo de dentro do quarto eu fechei os meus
olhos. E o barulho estrondoso do telefone e eu sem ar e ele olha em
meus olhos. A boca na boca e entregues aquela sensação de luxúria
eu me rendo.
" Me perdi nos meus erros."

Eu estava perdendo o juízo e quase a fiz minha no chão do


banheiro, nos dois cedemos a tensão sexual que rola entre nós. Eu
ainda olho em seus olhos e vejo que o clima se quebrou.
— Preciso atender.
Ela saiu de cima do meu corpo e eu ainda saí todo eufórico do
banheiro. Ainda bati o braço novamente na sua, na quina do
aparador. E peguei o telefone. Eu esperava muito tempo, a, ligações
e eu não ia deixar nenhuma ligação perder, poderia ser ela. E
quando respirei fundo e eu disse:
— Alô. Atendi ofegante.
A voz, no fundo, a respiração forte, o coração acelerou quando eu
ouvi a voz, a tanto tempo esperei por isso e confesso que as pernas
ficaram moles. Eu ainda passo as mãos sobre meus cabelos e
respiro procurando coragem para continuar a conversa e que merda
de homem sou eu?
— Enzo sou eu...
Não acreditei quando ouvi a voz do outro lado. Era a mesma voz de
tanto tempo, de tantos anos. Sentir o meu corpo, arrepiar o medo,
bater no meu peito era como se algo me dissesse. " Não acredite,
não confie." Pode acontecer tudo de novo. Eu olhei para ela, saindo
do banho. Ela olhou para mim. E a única coisa que eu disse:
— E o que você quer dessa vez?
— Eu preciso conversar com você, e poderíamos jantar e assim
conversar sobre algumas coisas que ficou pendente entre nós, o que
acha?
Não acredito que depois de tantos anos. Ela voltou novamente, e
aqui estava na minha frente quase nua a Valentina e eu olho para ela
e fico sem ação. Ela balançou os, a cabeça e não acredito. Se
sentou em frente à janela, a chuva trazia um ventinho gostoso e
gelado. E eu só ouvindo a voz do meu passado.
— Eu acho que não precisamos de jantar para conversas e já foi dito
tudo.
Eu desliguei o telefone para não deixar que ela voltasse depois de
tanto tempo e me tirasse a paz.
Quando eu olhei para ela de novo, que ela se sentou, eu fiquei
pensando que eu não poderia deixar que ela achasse que era algo
mais e que eu trouxe aqui para a gente transar. Eu olhei para ela
novamente, respirei fundo. E já fui direto e grosso, meio rude com
ela. Tinha que ser assim.
— Há, não pense que o que aconteceu foi porque eu a trouxe aqui
para sexo e não foi nada sério e sim apenas um acidente. Ela está
calada e eu volto a falar se repetitivo, eu acho que eu estava
querendo me convencer das minhas próprias palavras. — Está, não
foi nada demais e não, não te trouxe aqui para a gente. Foi só
mesmo porque você caiu e nada foi de mais, tá? Foi apenas um
beijo, não leve para outro lado, porque vai que você fica pensando
que eu já trouxe você aqui para transar.
— Você é louco. Por que isso agora? É porque essa grosseria você
precisa ser tão seco assim comigo? Ela ficou irritada, já se levantou
e saiu para se trocar— Estava tudo bem, e você mudou, eu não
entendo. Às vezes você é amável, mas às vezes você é ordinário.
— Não estou dizendo por que vai que você pensa que eu trouxe aqui
para gente ficar junto para ter um relacionamento, não é nada disso,
continuamos no mesmo projeto.
Que merda eu falei demais, eu sempre estrago as coisas. E ainda sai
atrás dela que se trocava.
— Não vai a lugar nenhum. Fique.
— Vai se ferrar, Enzo, você é louco, porque você não vai procurar a
mulher de sua vida e vamos terminar com esse casamento, por para
mim ser sacrifício, vou ficar casado com você.
— Eu não disse nada demais. Eu só disse para você que não era
para confundir, porque você poderia pensar que eu te trouxe aqui.
Ela grita e me corta, não me deixa continuar.
— Poupe-me. Ela grita e eu entro na frente da porta do quarto. — Se
enxerga, você acha muita coisa.
— Eu não acho nada, eu apenas não quero magoá-la.
— Me faz um favor. Ela disse brava.
— Ache seu grande amor e acabamos com isso.
— Você é muito grossa, Valentina.
— E você é um otário Enzo.
— Não obrigado a aguentar seus desaforos.
Eu não aguentei aquilo. Eu saí batendo na porta e deixei ela para lá.
Eu não queria ouvir e não queria mais discutir. Eu estava cansado,
das brigas, daquelas discussões, e era difícil demais. Ela adora
brigar por tudo, ela retruca, ela tem as respostas na ponta da língua.
E mal sabia ela que eu já tinha encontrado o meu passado, mas eu
ainda não estava disposto a enfrentar tudo de novo.
"Sou um covarde no amor."
Eu fui ao bar e fui beber, encher a cara e esquecer. E agora só o que
me faltava. Outra querendo que eu vá jantar com ela, eu não posso,
eu não posso reencontrar agora. Nesse momento eu ainda tenho
muitas coisas para resolver da minha vida. O meu coração disparado
e eu com medo de encontrá-la novamente e voltar para o hotel e ter
que ver Valentina na minha cama e ter que resistir. Assim que
funcionava, a minha cabeça girava como um pião e vejo as duas na
minha frente. Eu estava a milhão entre goles e copos e outros com o
meu coração disparado. Eu sabia que eu tinha que voltar para casa,
mas eu não sabia nem onde eu estava, eu já tinha bebido demais e
querendo esquecer o passado e o presente. E como vou fugir dela?
Olhando o telefone estava turvo e eu ainda passo os dedos e foi
quando eu apertei no meu telefone e o último número eu apertei. E
quando ela atendeu ainda com a voz de sono e disse manhosa.
— Oi... o que aconteceu?
— Eu preciso voltar para casa. Mas se você tem que vir me buscar e
rápido.
— Só o que eu faltava agora é ir ao bar buscar bêbado. Ela
resmungou e ainda disse com raiva. — Eu estou indo.
Ela não demorou apareceu com o meu moletom e os cabelos
amarrados e entrou e quando se aproximou parou na minha frente e
vi o quanto ela é linda até de moletom.
- Amanhã você trabalha, sabia? Ela disse brava e eu rir, estava tudo
girando até o estômago. - Vamos logo antes que eu deixe você na
calçada.
Enquanto ela estava ali perto de mim, eu vi a forma que ela me
tocava, que ela agarrou a minha mão e ainda arrumou meus cabelos
no lugar.
— Você sabe que amanhã vamos trabalhar.
— Eu sei, e você sabia que eu sou o chefe, então eu quero que você
beba uma comigo. É a saideira.
Eu coloquei no copo dela e ela olhou para mim, balançou a cabeça.
— Agora são 2 horas da manhã, sabia? Enzo. Eu preciso levantar-
se cedo, porque se eu chegar atrasada, o meu chefe disse que vai
me mandar embora.
— Então vire de uma vez e assim nós saímos daqui. E ela me levou
para casa. Quando chegamos, ela me ajudou a arrancar toda a
minha roupa. E ela quase caiu, eu dei um Sorriso que ela me
segurou pela cintura e eu a pressionei na parede. Olhei nos olhos
dela.
Eu saí com ela e me segurando a cintura, ela ainda quase caiu cima
de mim no elevador e riu.
— Está podre de bebida.
— Como pode se entregar a bebida? Sim, o que aconteceu?
— A minha vida está toda errada. Eu fiz tudo errado. Eu joguei tudo
para um. Essa é a verdade.
Ela me olhou, deu um sorriso meio tímido, ela abaixou o rosto
quando tirou a minha calça. E ela me despiu todo, ainda olhando
dentro de meus olhos. Eu sabia o quanto ela é perfeita. Ela é linda, o
cheiro maravilhoso e faz amor com ninguém, isso que importava,
mas eu não poderia me envolver com ela porque eu tinha um
passado e esse passado ainda estava presente, batendo na minha
mente e me fazendo cobranças. E por mais que eu tentasse evitar,
eu teria que reencontrá-la. Essa era a verdade. Eu me afastei do
corpo dela e deixei que ela me ajudasse.
Foi lá no pequeno bar, trouxe uma água e 2 comprimidos e deu na
minha mão.
— Tome. Amanhã você vai amanhecer inteirinho. E agora tem que
dormir. Porque o senhor já aprontou muito por hoje, não acha?
— Não fiz nada. Minha voz saiu mole, meu corpo também molinho.
Eu só queria dormir, a puxei e disse:
— Vem dormir nos meus braços. Eu quero dormir agarrado em você
hoje de conchinha.
— De conchinha? Mas isso é para casal.
— Nós somos casados, você esqueceu que a minha esposa mesmo
me odiando, você é a minha esposa, entendeu? Então se deite nos
meus braços.
E ela se aconchegou nos meus braços, eu ainda puxei. Coloquei
uma das minhas pernas na cintura dela e a puxo cheirando os seus
cabelos e o cangote dela. E ela deu um sorriso malicioso.
— Durma Enzo, já aprontou demais.

Acordei pela manhã assustada com o celular embaixo do meu


corpo e ele vibrava tanto que ainda toco querendo dormir mais e
levou um susto quando eu o olhei não estava na cama e eu peguei o
celular correndo e vi ser o lembrete que hoje minha mãe é médico.
Corri, me levantei e fui para o banheiro para procurar minha roupa e
quando eu o vi estava sentado na mesa já de terno e gravata.
Maldito, ainda acordou antes de mim, não acreditei. E mesmo ele
me querendo a noite achei melhor não arisca afinal ele estava
bêbado e imagina ele acordando e olha na minha cara e diz:
“Eu estava bêbado.” Eu morreria ali parada, então deixei que ele
achasse que eu não o queria mesmo morrendo e desejo.

— Você está inteiro… Eu estou atrasada como sempre e agora vou


ter que ir vestindo a mesma roupa de ontem e vão pensar maldade.
Ele olhou para mim e deu um sorriso.
— É verdade, também acho.
Quando eu corri no banheiro ainda vestida na sua camiseta e não
achei a minha roupa e eu fiquei sem entender e tinha uma, a outra
no lugar.
Eu volto correndo e grito para ele.
— O que aconteceu?
— Eu mandei para a lavanderia e aí eles mandaram outra para
você e vamos dizer que essa é bem melhor.
— O que você está aprontando, Enzo?
— Assim você não vai precisar ir com a mesma roupa. Não era isso
que te incomodava?
Dei um sorriso e corri até o banheiro e começo a me trocar e ele
pagou uma fortuna e eu chego a sentar no vaso ao ver a marca. Eu
não acreditei, ele é completamente louco.
Ele pensou em tudo, as meias finas e camisa branca embaixo eu ri e
balancei a cabeça e sabia que ele estava fazendo de tudo para me
agradar. Depois do que ele falou na noite anterior, era justo ele fazer
isso. Afinal, ele achou que eu queria sexo com ele.
— Te vejo no escritório.
Quando eu saí, ele já tinha ido e balancei a cabeça. Quando eu
estava me trocando, ele achou melhor não me esperar e assim foi
melhor eu estava querendo distância dele após dormir de conchinha.
Achei tão ridículo aquilo, mas eu continuei a me arrumar e ele saiu.
Ainda olho novamente e ligo para minha mãe.
— Filhaaaa. Estou morrendo de saudades.
— Mãe, fique tranquila. A senhora está bem hoje?
— Sim, minha filha, eu estou ótima. Fiquei tranquila aqui e tudo
chique demais.
— Mais tarde a gente se vê no médico e vai dar tudo certo.
— Eu tenho certeza disso, minha filha, e obrigada por tudo.
— Imagina, mãe, você merece muito mais, mas eu te vejo mais
tarde, fica com Deus.
Eu cheguei no escritório e trabalhei a manhã toda e ainda olhei para
a sala dele e vi que ele estava em reunião. E eu precisava falar com
o meu chefe que ia sair e ele ia odiar.
Ele andava de um lado e do outro falando no telefone.
E o meu celular despertou novamente.
Faltava apenas uma hora para encontrar minha mãe no hospital. E
eu levei um susto quando ele bateu na minha porta. Ele olhou para
mim e eu fiquei sem entender o que estava acontecendo.
— Nós estamos atrasados.
Eu olho sem entender nada e ele sorri.
— Não vou a lugar algum, eu tenho compromisso e dia de ver a
minha mãe no hospital
— E isso eu também vou com você, afinal eu preciso ver se está
tudo certo.
— Não precisa Enzo e qual desculpas darei para você está comigo.
- Relaxa, eu já tenho tudo planejado e não vou deixar você ir
sozinha. Eu vou te levar e agora.
Ele estava mostrando ser uma pessoa boa, mesmo assim eu ainda
não confiava nele. Tinha algo que não batia. O porquê dessa
mulher?
Não acreditei quando eu chego ao carro ele falava sem parar ao
telefone e quase não conversamos. E eu simplesmente entrei e me
sentei e fiquei ouvindo-o falar. E ele gritava, gritava, falava, batia com
a mão no volante e colocou uma música. E saímos dali.
Eu tentei o máximo me esconder, não dizer a ninguém que nós
estávamos juntos.
Juntos que eu quero dizer, entre aspas, que a gente tinha um acordo.
Essa era a verdade.
Ele nem sequer falou nada, apenas dirigiu e falava ao telefone e
nada mais. E parecia estar nervoso demais e eu fiquei olhando a
estrada era apenas meia da cidade. E fecho os olhos pensando em
tudo que aconteceu e o safado do meu ex- noivo veio à minha
mente. Fiquei com tanta raiva que bati no carro.
— O que ouve?
Eu apenas balancei a cabeça negando e sorri. Quando eu olhei, era
um hospital enorme, muito bonito por fora, organizado. Ele
estacionou e nós subimos juntos.
E ele olhou para mim e disse, segurando a minha mão.
— Fique tranquila, vai dar tudo certo. Ela está ótima pela última vez
que fiquei sabendo dos médicos.
— Por que você anda controlando a vida da minha mãe também?
— Claro que sim, quero saber cada detalhe, afinal é sua mãe.
— Mãe, eu vi que você está sendo muito bem tratada nesse lugar.
É perfeito aqui, tranquilo, em um quarto só para senhora. Os exames
vão dar tudo certo, tenho certeza disso.
— Minha filha, você é maravilhosa. Eu quero que você... Se ache
na vida que você tenha de verdade um amor e que chegue de passar
tudo aquilo que você tem passado. Ela respirava com dificuldades.
— Eu não quero que você sofra como eu sofri. E você não sabe,
mas eu preciso dizer algo para você.
— Não diga, mãe, fique tranquila. É melhor a senhora descansar,
vai dar tudo certo. E eu confio que já deu tudo certo.
Eu achando que ela estava preocupada com as contas. — Eu já
paguei todas as despesas, já providenciei todas as despesas da sua
casa. Vai ficar tudo bem, não se preocupe com o dinheiro.
— Não é isso, minha querida. Na verdade, eu estou dizer isso há
muito tempo, mas eu fiquei com medo da sua reação. Eu não quero
que você pense mal e nem fique brava comigo.
— Mãe, você está me assustando. Fala logo o que aconteceu.
— O seu pai ainda está vivo.
Quando ela disse isso foi como uma bomba em minha cabeça,
passei anos achando que ele estava morto e agora ela vem com
essa novidade. Eu ainda respiro fundo e não ia brigar.
— E por que você nunca me disse nada? Para que essa novidade
agora? Deixe como está.
— Eu quero que você o procure. Eu quero que você converse com
ele e nessa vida, nós temos que perdoar todo mundo, minha querida.
— Não estou com cabeça para isso agora, mãe. Quero apenas
pensar na senhora e nada mais.
— Não é assim Valentina.
— Não vou mais falar desse assunto, depois resolvemos isso. Eu
volto amanhã.
Me despedi da minha mãe com o coração partido em vê-la assim no
hospital, mas sabia que estava sendo bem tratada quando eu saí, a
porta do hospital desanimada após saber que meu pai estava vivo
depois de tanto tempo. De tudo o que aconteceu? Passei a mão nos
cabelos e quando eu levantei o rosto, eu não acreditei que o homem
de terno escuro. Estava alimentando um gato na calçada. Eu não
acredito.

Olhei novamente para ver se era realmente era ele e quando eu


olhei, era o Enzo. Ele estava tratando do gato, ainda acariciou. Eu
não acredito que ele tem coração. Eu me aproximei e quando eu me
aproximei dele, ele levou um susto já.
— Já acabou a visitar o médico, achei que eu ia demorar mais.
— Me chateei com alguns assuntos, mas deixei para lá. Eu não
sabia que você gostava de animais.
Eu adoro, mas eu não posso ter um desse em casa. O pelo dele não
é bom para mim.
— Para você ou para os seus ternos?
— As duas coisas.
— Quero agradecer o que você fez por mim hoje, o que fez pela
minha mãe. Se você vir como ela está feliz, você não vai acreditar.
— Você não me deixou subir para conhecê-la, tá me escondendo por
quê?
— Porque ela vai ficar cheia de perguntas e cheia de expectativas.
Achando que você é um bom moço e você não tem nada de bom.
Enquanto eu, ele foi tomar um banho. Eu novamente estava na casa
dele, no apart-hotel de novo. Tirei o meu terninho, coloquei a sua
camiseta branca. E fui fazer um jantar. Eu vou caprichar no risoto de
camarão com frutos-do-mar. Comecei a tomar uma taça de vinho
animada. Aí ele fica todo animado, coloca a música. Eu vi que ele
olhava muito ao telefone. Eu fiquei observando. Ele se sentou,
estava cabisbaixo, passou a mão nos cabelos. Balançou a cabeça
novamente. Eu olhei o telefone. Eu daria tudo para saber o que tanto
olha o telefone? Estranho, às vezes, ele me olha de uma forma muito
esquisita.
Mas eu terminei mais rápido o jantar. Eu sabia que ele também
estava morrendo de fome, assim como eu. Ele me deu outra taça de
vinho. E ele começou a falar sobre o trabalho. E eu queria saber
mais sobre a família dele.
— Mas me diga, e a sua e a sua avó?
— Ela adora cozinhar. E adora paparicar os netos. A minha mãe é
um pouco mais enjoada, e não gosta de cozinhar. Minha avó é
animada, ela adora conversar, contar as coisas do passado, não ligar
para as coisas que ela vai dizer.
— Então, quando você me vai levar? Assim aprendo a cozinhar
com ela.
— Quando você quiser. Mas eu vou ver com ela. Eu acho melhor
você mudar para cá e não posso correr o risco dos meus pais
aparecer e não estar aqui.
— Tudo bem. Mas não quero atrapalhar sua vida de solteiro.
— Relaxa, eu não trago mulheres para a minha casa e assim tem
outro quarto. E ficará mais próxima do escritório,
— Por mim tudo bem. Mas é até você se resolver.
Sentamo-nos, ele me deu mais uma taça de vinho e olhava
desconfiado ao prato e experimentava me encarando. E ele
saboreando cada garfada. E sorridente e falava sem parar.
— Maravilhoso até que você conseguiu. Mas o risoto de que
mesmo?
— É risoto de frutos-do-mar e eu coloquei camarão.

— Não, você não fez isso, você não fez isso comigo, pelo amor de
Deus, eu não posso comer camarão. Eu preciso ir ao médico, pelo
amor de Deus, eu não posso ficar assim, eu vou ficar todo inchado.
Ele gritava desesperado.
Quando chegamos no hospital, ele olhou para mim, o olho já estava
pequenino e eu me assustei. O que era aquilo, meu Deus? Eu nunca
vi aquilo na minha vida. O homem estava inchando porque comeu
camarão. Quando eu cheguei no hospital, não acreditei. Ele foi
levado lá para dentro e eu esperando. Não consegui nenhuma
notícia sobre o que aconteceu e horas depois ele saiu, e eu corri e o
abracei, me segurou, abraçou no meu corpo e mal respirava.
— O que aconteceu? Eu estava desesperada aqui esperando
notícias e ninguém aparecia. O que aconteceu com você, pelo amor
de Deus, fala com uma coisa.
— Eu não posso comer frutos-do-mar, nem camarão acabou que tive
que fazer uma lavagem. E me deu uns medicamentos. Agora, veja
se você aprende que eu não posso comer frutos-do-mar nenhum.
— Eu não sabia. Se você tivesse falado quando eu estava
cozinhando, você viu e não falou nada.
— Eu não vi nada e você queria me matar.
— Envenenar, afinal você é ardiloso. Eu rir.

Aqueles dias eu passei


cuidando dele. Depois de tudo o que aconteceu, ele ficou um dia
sem ir ao escritório. E eu fui ao escritório e resolvi tudo que eu tinha
para fazer, e voltei correndo para ajudá-lo. Ele sabia que eu não era
culpada, mas de uma certa forma, ele me culpava e ele me olhava
com um olhar estranho, diferente, e quando eu ia dar qualquer coisa
para ele comer ele balançava a cabeça e eu não acreditava que ele
estava duvidando.
Que tentei matá-lo de verdade, não acredito.

— Você está de brincadeira comigo, não é? Você não está


falando sério. Você acha mesmo que eu seria capaz? De te matar,
sendo que eu nem sabia que você não podia comer camarão, nem
frutos-do-mar.

— Não entendo, você é estranho, bipolar.

— Eu só estou me precavendo porque você é meia louca, daqui a


pouco para você me dar um suco de camarão e rapidinho.

— Enzo, por favor.


Eu não disse, mas nada os dias passaram e eu seguir o meu
caminho e deixei que ele percebesse que eu jamais faria nenhuma
coisa para machucá-lo.

- Você está pronta?

Eu olho para ele jogada no sofá e vendo a chuva cai na imensa


cidade, a janela de vidro dava o ar de escritório e eu rir.

— Para quê?

— Eu vou levá-la na casa da minha avó, ela quer te ver.

Era dia de reencontro com a família, ou melhor, a avó dele,


porque os pais dele mesmo eu não os vi depois do casamento. Eu
corri para me trocar e eu estava animada e assim saber mais do
misterioso marido. E quando eu cheguei na enorme casa antiga,
estava muito bem decorada. Os móveis antigos, os cachorros
correndo pela enorme varanda e as árvores frutíferas na porta da
cozinha rindo. Ele deu um sorriso e entrou gritando:

— Vó? Eu cheguei, olha quem eu trouxe para você ensiná-la uns


truques. Ela vinha devagar sorridente, o piso de madeira antigo
brilhante e a enorme escada dando um charme na sala com uma
decoração de flores.

— A senhora está querendo tanto falar com ela, conversar, ela


está aqui, mas não vai ficar dizendo aquele monte de coisas do
passado, por favor, se não vai ela vai acabar me deixando.

— Mas que beleza, Valentina, minha querida. Achei que você não
ia vir. Achei que você está me evitando.

— Claro que não vó e que na realidade, nós trabalhamos muito e


passamos os dias naquele escritório cansada demais, mas eu estou
aqui.
— Então, vó a trouxe para aprender a cozinhar com a Senhora,
porque ela tentou me envenenar.

— Eu fiquei sabendo que você esteve no hospital, mas eu vejo


que você está bem, que você está com a língua bem afiada.

— É culpa da Valentina. Ela tentou me envenenar, mostre a ela o


que posso comer.

— Chega desse assunto, Enzo eu jamais faria isso. E chato


demais. Eu jamais faria uma coisa dessa. Você está muito sem
Graça Enzo. Eu olhei para ele sem graça e corei na hora ela viu que
eu não gostei. — Ele não me disse que não podia comer frutos-do-
mar.

- Deveria ter perguntado. Ele disse sarcástico.

- Tudo bem senhor da próxima à escrava pergunta. Eu disse rindo


querendo voar no pescoço dele depois que me fez passar. — Eu já
pedi desculpas...

— Valentina, minha filha, você fica aí, arrumando a massa que eu


vou dar uma conversa com meu filho. Um momento, e eu já volto.
Ela me beijou o rosto e sorriu. — Mas não vai deixar a massa
queimar e nem colocar o camarão, se não, você vai matar meu neto.

Ele ainda riu porque até ela gostou da brincadeira, mas para mim
parecia sério que ele estava mesmo acreditando que eu seria capaz
e a minha vontade era de cuspir na massa de tanta raiva.
Eu estava apenas brincando com ela e sei que ela não seria
capaz de fazer isso. Ou teria? Eu ainda olho para ela mexendo a
massa e sai para a varanda com a minha avó que andava
lentamente e sorridente. Estava feliz por me ver casado e já meus
pais não aprovaram.

Depois que passei mal com o camarão, tudo ficou mais difícil. Eu
já senti um pouco de falta de ar, dores de cabeça, um cansaço.
Fiquei um dia sem o escritório e isso atrapalhou tudo. O meu serviço,
mas também ela teve que me ajudar a organizar tudo novamente e
ela cuidou de mim, mas eu fiquei ressabiado com essa história. Não
gostei da atitude. Ela poderia ter me perguntado se eu gostava de
frutos-do-mar, assim ia saber. Eu fiquei com tanta raiva. Mas, ao
mesmo tempo, eu senti que ela estava sendo verdadeira, então
resolvi levar ela para conversar com a minha avó e quem sabe assim
ela aprende alguma coisa. Ela queria fazer parte da família porque
ela dava sorrisos. E a minha avó, a abraçava, beijava e a minha avó
cantava enquanto ela mexia nas panelas. Eu fiquei olhando aquilo
tudo estava me irritando, porque na realidade eu estava com a
cabeça em outro lugar. Eu estava com a cabeça no passado. E foi
quando meu telefone tocou novamente e eu vi ser ela. Eu achei
melhor não atender.

Eu olhei, balancei a cabeça, minha avó ficou me olhando.

Dessa vez, até a minha avó entrou no jogo na conversa do


camarão, ela me levou para a varanda. Eu fico olhando aquelas,
paisagem. Era outono e o vento batia jogando todas as flores ao
chão, o cachorro correndo pelo quintal e eu sentado de frente para o
quintal do interior, é maravilhoso cheiro de mato. E ela me abraçou,
segurou minhas mãos firmes e disse.

— Vejo que vocês não estão bem. O que está acontecendo com
você, Enzo? Ainda o passado te atormenta.

— Não é isso, vó, eu estou tentando, mas às vezes é muito difícil.


Eu e a Valentina somos muito diferentes. Essa é a realidade e eu
acho que me precipitei.
— Você precisa ter mais paciência com ela. E Vocês acabaram
de casar e é difícil adaptação para vocês. Tenha paciência, tente
fazer algo novo, viajar e ir ao teatro. A não ser, só trabalhar. Eu
aposto que vocês só têm trabalhado e passaram o final de semana
relendo os processos. Ela riu e eu abaixei os olhos. — Eu te
conheço, meu filho precisar ser diferente e dar uma chance a vocês.

— E mais ou menos isso. Vá, então faça algo novo, eu vou


conversar com ela também e assim ela vai fazer coisas novas para
você. Quem sabe ela faça uma bela surpresa.

— Que surpresa, hein dona sabe tudo? A Senhora tem a


cabecinha muito suja.

— Uma surpresa, porque eu quero ver um monte de bisnetinha


correndo pela casa, então ela vai fazer, sim, a surpresa e você a
engravidar. E assim fica todo mundo feliz para sempre. E você toma
juízo nessa cabeça, coloca um sorriso nesse rosto e esqueça o que
aconteceu no passado para frente, porque ela é uma menina
maravilhosa.

Ela falava e eu ainda olho ela toda animada na cozinha e rindo


para as panelas e eu sorri para a minha avó que me abraçou. — Ela
parece gostar de você. Eu vejo como ela te olha e cara de
apaixonada.

— Aí, vó, não invente essas coisas. A gente se gosta assim. A


gente se respeita acima de tudo, é isso é verdade.

— Não minta para mim, Enzo, eu te conheço, eu vejo nos seus


olhos que você gosta dela.

Enquanto as duas ficaram brincando de cozinhar, eu fui dar uma


volta. Pela estrada de chão e pensando na minha vida, que eu ia
fazer e o que eu ia decidir.

Porque eu já tinha várias ligações e mensagens do passado, e eu


queria esquecer todo o passado e recomeçar.
Deixando tudo para trás já que eu estava com Valentina, eu ia
tentar reconstruir-me e deixar o passado de lado, mas estava difícil.
E quando eu voltei, as duas, sorridente, o café pronto. Sentei-me e
fiquei olhando-a se divertirem. Minha avó parecia gostar bastante
dela.

— Precisamos voltar, eu tenho um compromisso.

“Eu estava fugindo daquela situação. Ela e perfeita demais."

Não dei satisfação de nada e voltei calado era melhor assim. Eu


acordei assustado, eu estava atrasado e a tanto tempo em minha
vida que eu não acordava atrasado. Agora, depois que Valentina
está aqui, eu sempre me atrasava. Eu acho que estou pegando a
mesma doença dela de atraso. E quando eu olhei, ela já tinha saído,
ela se foi e eu fiquei. Eu corri, me troquei quando eu cheguei. Eu a vi
na cantina com os outros, eles conversavam, riam alto e o bolo em
cima da mesa. Quando eu olhei, não acreditei ser o bolo que ela fez
com a minha avó e eu esperando uma surpresa.

E a Valentina fez uma surpresa para os amigos no trabalho. Não


acreditei naquilo e fiquei tão irritado. Eu fiquei tão irritado com a
situação quando eu vi que ela estava levando o bolo que ela fez para
mim, para os amigos no escritório. Eu olhei, balancei a cabeça e
passei direto no meu escritório, eu bati a porta, todos olharam. Eu
ainda olhei para ela, balancei a cabeça irritado.

Eu entrei no escritório e bati a porta com raiva de tudo aquilo, de


ver alegria dela, dividir o bolo com eles. Não estou sendo mesquinho.
Eu achei que a surpresa era para mim, afinal minha avó falou que ela
ia fazer algumas, uma surpresa para mim. E eu esperando a
surpresa que fez, foi para os amigos. Fiquei com raiva, sim, com ódio
de saber e quando tiro o telefone do bolso, coloco na mesa, ele
tocava sem parar. Eu não acreditei.

Olho para o telefone tocando e ela sorridente comendo o bolo e


ainda nem me chamou. E eu acabei me sentindo com raiva do que
acabei de ver.

— O Alô?

— Enzo. Não adianta fugir de mim, nós precisamos conversar,


vamos jantar e assim vamos colocar algumas coisas em dia que
estava faltando. Você me deve isso, você não acha?

— Eu não te devo nada, mas se você quer tanto jantar comigo,


então vamos jantar. Pode ter certeza de que irei.

— Então eu vou esperar. E eu espero que você não me deixe


esperando.

— Não pagarei com a mesma moeda, fica tranquila.

Percebi que ele ficou chateado e eu não sabia o motivo. E me


virando para olhar em sua sala eu vi o pedaço de bolo que guardei
para ele e balaço a cabeça não acreditando que seria por isso.
Ele era muito sentimental, qualquer coisa ele já mudava o humor
e era muito bipolar esse homem. Mas finge, não vê e trabalha
normalmente e eu olhei novamente para a sala dele e vi que ele
estava irritado. Passou o dia trancado naquele escritório e às vezes
entrava água, café e ele batia na mesa. Era o máximo que acontecia.
Eu quase fui falar com ele. Eu cheguei ainda na porta do escritório,
olhei para a minha amiga e ela balançou a cabeça que não e eu
doida para entrar para saber o que estava acontecendo com ele.
Mas achei melhor voltar à minha mesa. Voltei para a minha mesa e
fiquei observando de longe para ver o que tanto ele fez dentro
daquele escritório. Depois do que aconteceu na casa da avó dele,
nós permanecemos distantes, chegamos à noite, ele se
simplesmente se trancou no quarto, não quis conversar, não quis
falar nada. Eu também não puxei assunto. Então, pela manhã, achei
melhor vir sozinha, deixando-o em seu mundo.

Mas quando eu saí, ele ainda dormia e agora ele está irritado, ainda
olho no meu celular, nada de me chamar para ir ao seu escritório.
Então olhei novamente para a minha amiga e disse:

- Por favor, vamos beber algo antes de ir para casa, eu estou


precisando conversar. Eu ainda olho para o escritório e vejo que ele
andava de um lado ao outro e deu um sorriso malicioso. Que ódio eu
sabia que era outra mulher. — Mas em que ser hoje se não eu vou
enlouquecer, Carol.
— Demorou, vamos agora. Já finalizei o meu contrato e assim te
conto quem eu estou flertando.

Eu olho para a sala dele e eu queria ir lá gritar e dizer um monte de


coisas, mas eu não tinha esse direito, então junto as minhas coisas e
saio deixando os meus desenhos na mesa.

Quando chegamos ao bar do lado do escritório eu já sentei


cabisbaixa e ela sorridente e já soltou logo o que eu nem esperava.
— Está envolvida com o Enzo. Ela soltou de uma vez e eu me
assusto e virou a bebida e olho para ela. — Eu já percebi que anda
suspirando muito quando ele passa e quando ele te chama na sala
dele você vai como uma adolescente amiga e louca!
— Eu… gaguejei e precisei contar logo o que estava me sufocando
e ela é minha melhor amiga. — Eu me casei com ele, essa é a
verdade.
Ela virou o copo de bebida e se calou virando mais uma sem
acreditar e me bateu.
— Como assim, sua maluca? Está inventando isso por quê? Ela não
parou de falar e bebendo e eu olhando para todo lado. — Já
transaram?
— Carol, por favor… A minha está doente e precisava de tratamento
e ele de uma esposa para ser o novo gerente da empresa e aí
juntamos o útil ao agradável.
— Espera Valentina. Eu me assusto— Eu percebi que ele fazia
perguntas sobre você a um tempo e vi também que olhava diferente
para você há alguns meses. Ele planejou tudo isso.
Eu contei tudo para ela e vi que já estava na hora de volta para casa
e eu não queria ficar brigada com ele e sinto que ele mexia comigo.
— O maior problema é que estamos brigando muito e por pouca
coisa. Eu quero que dê certo, a minha mãe precisa do tratamento.
— Larga de ser safada e diga que gostou do gostosão.
— O que posso fazer, Carol, para agradá-lo?
— Um stripper pelado com gravata e dê a ele de presente.
Ela falava tantas ideias e eu ri me levantando. E ela me segura.
— Aonde vai?
— Fazer um jantar à luz de vela para ele. E assim paramos de
brigar.

— Boa sorte... Vai precisa.

Saí correndo para comprar os ingredientes, mas dessa vez eu não


vou comprar camarão. Eu corri providência fazer a melhor comida
para ele, como ele adorava, uma massa seria um macarrão e um
bom vinho e assim conversamos, eu não acredito que seja o bolo.

E ainda olhei a hora, mudei a minha roupa, soltei os meus cabelos,


coloquei um perfume, velas aromatizadas, flores novas, a música e o
vinho branco à espera dele que demorava e resolvi abrir o vinho
branco e ficar à espera dele. Que ele aparecesse, mais nada. Eu
liguei, mandei mensagem e ele também não atendeu. Achei
estranho, é porque ele fez isso e o que estava acontecendo?
Mandei a última mensagem: “Enzo, o que está acontecendo? Está
tudo bem.” E resolvi, apagar. E liguei novamente. E caiu na caixa de
mensagem. Simplesmente desliguei.
Eu queria esquecer o que eu estava sentindo por ele e sou tão
fraca assim? Mas é a carência por ser traída e já estou de novo me
envolvendo com outro macho safado. Ele deve estar com outra e eu
aqui querendo agradá-lo.

Ainda olho aquela mesa toda arrumada e a minha vontade era jogar
tudo ao chão, mas me controlei e olho de novo e bati uma foto e
mandou para a Carol e fui para o quarto. Eu deveria saber que ele ia
me deixar sozinha após me evitar o dia todo.
E eu fui para a minha cama deixando-o com outra mulher.

Eu apenas saio do escritório em direção ao restaurante e


confesso quase desistir ainda fiquei dentro carro olhando o celular e
relembrando da Valentina cozinhando com a minha avó e rir. Mas eu
precisava enfrentar o meu passado de uma vez e era isso que eu ia
fazer. E quando eu a entro já estava à minha espera e deu um lindo
sorriso. Foi um jantar amigável. Ela contava das viagens dela, Paris
à Grécia. A todos os lugares que ela esteve, onde ela deixou de ir,
onde ela pensou em mim e quando ela contava, eu fiquei o cada
gesto dela, o quanto era importante em minha vida, o quanto
vivemos juntos, como nossas férias, nossas viagens. E ela continua
tão bonita, tão sorridente,
— Achei que você não viesse, Enzo.
— Depois de tudo o que aconteceu, ainda tentamos manter contato,
mas você simplesmente sumiu.
— Eu achei melhor e sua família é muito difícil a sua mãe. Ela não
queria você solteiro.
— Ela não quer, ela não tem que querer. Mas eu vejo que você está
muito bem.
— Sim, eu estou realizada. Consegui realizar os meus projetos, mas
eu senti sua falta. Eu soube que você se casou. Eu sabia que ela ia
perguntar.
— Foi tão rápido, peguei a minha família de surpresa. Não era assim
que eles queriam que fosse uma surpresa.
— E como seus pais reagiram?
— Brigaram e se afastaram.
— É, eu vejo que vocês também estão gostando muito da vida de
casado, e você mudou muito.
Eu fico olhando para ela enquanto ela fala e percebi que ela voltou
muito rápido quando soube do casamento, achei estranho. Ainda
olhei novamente para ela e dei um sorriso meio sem graça. E
olhando o meu telefone, tinha várias ligações e mensagens da
Valentina. E a última foi em meia hora.

— Podíamos sair para dançar, o que você acha matar a saudade?


Quando nós nos perdemos nos barzinho e na balada, eu ia adorar.
Voltar naquele barzinho, onde é o nosso favorito, o que você acha?
Eu olhei novamente o celular. E vi ter mensagem, ligações dela, eu
não ia poder fazer isso. O balancei a cabeça novamente e, pela
primeira vez na minha vida, eu disse a ela, “Não” devido a outra
pessoa. Essa era a verdade. Eu olhei para ela novamente, disse:
— Eu não vou poder. Eu tenho um compromisso, mas outro dia
quem sabe?
Eu saí mais rápido, paguei a conta, e a deixei no hotel. E eu parti
novamente para casa. Eu tinha que chegar em casa o mais rápido
possível e ver o que aconteceu, Valentina, e, por que ela ia me ligar
tantas vezes? E mandar mensagem. Achei estranho. Algo aconteceu
com ela. Eu cheguei em casa, nervoso, irritado. E desesperado e
quando corri abri a porta e levou um susto.
Ela preparou tudo um jantar à luz de vela com flores e o melhor
vinho. Eu jamais imaginei que ela fizesse isso e ainda sai com raiva
dela a tarde. Eu sou um grosso mesmo.

Não acreditei, eu olho de novo e vejo o bolo na mesa como


sobremesa e ela preparou tudo com carinho. Me sentei sem acreditar
que ela tinha feito e ainda comi o pedaço do bolo e balançando a
cabeça sem acreditar que dei um fora na Cecília.
Eu comi o bolo e caminhei olhando a cidade e senti que eu
precisava me desculpar com ela e depois de tanto tempo e amizade.
Eu me preparei e me aconchego na cama dela a abraçou dizendo
que cheguei e agradecendo o jantar.

Acordei pela
manhã, ouvi o barulho na cozinha e quando ouvi meu celular
despertando, eu me mexi na cama. Eu percebi que ele dormiu
grudado em mim a noite inteira e quando eu olhei a cama toda
desarrumada do lado dele. Balancei a cabeça e sabia. Porque ele
cheguei bêbado e se deitou, eu fingi, não vê. E quando acordei pela
manhã, ouvi o barulho na cozinha, o cheiro de café e uma bagunça
danada.
Eu fui até o banheiro, fiz a minha higiene pessoal, cuidei de mim,
coloquei o meu terninho. Arrumei a minha saia lápis no corpo,
colocando a meia transparente e a blusa branca para combinar o
terninho vinho. Soltei os cabelos e sai do quarto sorridente. E fui em
direção a cozinha e parecia feliz, parecia realizado. Dei um sorriso,
quando me aproximei da porta, coloquei a mão na cintura e eu disse:
— Sério mesmo que você está fazendo bagunça na cozinha logo
cedo.
— Eu estou preparando um café da manhã para você e afinal preciso
retribuir o jantar. Se eu soubesse que você tinha preparado um
jantar, eu veio para casa.
— Eu te liguei, mandei mensagem, mas você não quis atender.
Achei que você estava em boas companhias.
— Mas eu não sabia da próxima vez que você me avisar que eu vou
comparecer.
— Não vai existir próxima vez, só para você saber. Enzo, eu fiz
porque eu percebi que você estava chateado, nada mais.
— Mas venha, eu espero que você goste, eu preparei para você
especial.
Eu me sentei, ele colocou uma xícara de café. E um copo de suco de
laranja e olho o bolo. Eu vi que ele já tinha comido bolo e eu sorri.
— O que você achou do sabor do bolo? Olhando para o bolo ele riu.
— Eu acho que você vai ter que fazer outro assim, eu vou
experimentar melhor, porque esse não deu para saborear, sabe se
estava saboroso, você entende, né?
— Eu entendo que você, guloso que você comeu a metade do bolo e
tem a coragem de dizer para mim que não deu para saber o sabor e
isto.
— Então você faz outro, eu vou ficar à espera.
Eu apenas sorri e ele estava tão lindo só cabelos molhados e eu amo
o cheiro que ele exala pela casa meu deus, eu não posso me
apaixonar por esse homem. Era a única coisa que eu pensava
naquele momento e eu rir e ele engoliu o último pedaço do bolo e
solta.
— O que eu fiz? Desconfiado.
— Eu preciso ir, não posso me atrasar, meu chefe e muito
reclamão… Eu me levanto da mesa e eu ainda olho para trás e grito:
— Deixe tudo aí que eu arrumo na hora do almoço.
— A empregada faz isso, afinal ela é paga para limpar.
Ele sempre queria ter a última palavra e ainda riu.
— Que grosserias Enzo…
- Vamos logo antes que eu desista de ir com você. Ele me puxa pelo
braço e o elevador chega e saímos rindo um do outro. — Sujou a
minha camisa.
Ele sempre queria ter a última palavra e ainda riu.
— Não sabe comer, né, Enzo?
Saímos rindo e ele falou da reunião que ia ter hoje. E eu entro com
ele no escritório e nem percebemos o que estávamos fazendo e eu
percebi em meio clima de romance e esbarra na mesa e tropeça na
cadeira e caiu deixando os papéis cair ao chão e ele se abaixa e a
ajuda sorridente. Eu ainda olho nos olhos dele, ficamos em meia
confusão de sentimentos e ele sorri.
- Você está bem?
— Sim… me desculpe, mas entramos juntos, esquecemos dos
outros.

“Nós olhamos ali parados e sem entender o porquê de tudo


isso, mas tínhamos uma conexão.”

Ele se foi em direção a sala dele todo vermelho depois do acontecido


e a Carol chegou me ajudando a me sentar, eu ainda estava em
êxtase depois da olhada que ele tinha me dado e eu toda abobada
rindo.
— O que foi Carol? Eu rir.
— Não vou dizer nada, mas olha para o lado que verá.
E eu olhei e todos olhavam para mim e alguns falavam algo e eu
ainda virei o computador e continuei.

— Vejo que a noite foi boa amiga.

— Nada ele não foi ao jantar se quer saber e digo mais eu dormi
sozinha sua boba.

— Vocês estão muito apaixonados, estão deixando transparecer e já


chegaram juntos.

— Chega Carol… Eu te proíbo de dizer qualquer coisa.

Horas depois eu estava com um monte de papéis na mesa e ainda


tinha que escolher cores para o mostruário, uma correria eu não tive
nem tempo de almoçar e olhando para a sala dele vi estar na sala. E
ainda vejo todos conversando e o Antunes me encarando e falando
com a Carol que correu até a minha mesa.
- Qual é a fofoca dessa vez, Carol?
— Já viu que tem uma mulher na sala dele? Amiga eu não queria
dizer mais estão rindo e toda hora ela gruda nele e quem é essa?
— Por favor, Carol. Eu me levanto e vejo que os dois falavam
pertinho e eu nunca vi essa mulher aqui. Eu tento disfarçar e ela me
puxa. — O que está fazendo?
- Vamos ao refeitório do outro lado dá para ver melhor.
— Claro que não. Por favor, um cliente.

Quando eu cheguei no refeitório eu me sentei e ela trouxe o café


e quando eu me viro eu vejo que todos me olhavam e cochichavam,
achei estranho. E fiquei ouvindo alguns comentários absurdos e olho
para a Carol que trouxe um pedaço de bolo e se sentou e tentou
ignorar.
— O que está acontecendo aqui? Eu pergunto olhando para ela
que abaixou a cabeça. — Vamos diga de uma vez eu acabei de
ouvir o Pietro dizer que sou descarado e ainda riu me encarando. Ela
levantou o rosto e engoliu o bolo. — Vamos Carol, o que está
acontecendo?
— Todos estão comentando da sua relação com o chefe e
acham que você está descaradamente dando mole para ele.
Eu não acreditei ainda, olho de novo para a mesa que estava o
Pietro e ele diz em tom alto para eu ouvir.
— E desgarrada é amante dele e se faz de santinha.
Não aguentei me levantei e fui até ele e me aproximo e a minha
vontade era de jogar o copo na cara dele. Mas olho para todos ali e
apenas corta a língua dele e da ruiva do lado que tornou a dizer.
- Todos sabem que você vive dando em cima do chefe e ele tem
um monte de mulheres.
— Descaradamente você esqueceu de dizer a Priscila.
— Olha aqui eu não preciso dar acima dele e até porque somos
apenas profissionais. Mas se eu quiser eu sou solteira e não é da
conta de vocês.
— Você é apenas mais uma e vê ele no escritório com outra. Me
poupe Valentina, ele jamais vai te querer. Fica se oferecendo.
Quando eu olho para o escritório, realmente ele parecia estar se
dando bem com a mulher misteriosa e eu fico mais nervosa ainda e a
Carol me segura e eu bato na mesa.
— Não preciso me oferecer para ninguém e quanto a vocês são
um bando de invejosos. E vão trabalhar antes que percam o
emprego por ser fofoqueiro.
A Carol saiu me puxando e eu ouvindo os comentários maliciosos
que raiva de mim e dele por esfregar uma mulher na minha cara e
tive vontade de gritar que saber eu sou casada com ele seus trouxas
que raiva de não pode dizer. Ainda saiu como uma corna senda
usada por ele.
— Você viu o que eles disseram que malditos?
- Tem dias que eles estão fazendo comentários sobre vocês dois
e não vão poder se esconder por muito tempo.
— Ninguém pode saber amiga. Por favor, que ódio eu estou
querendo sentar a mão na cara daquela vadia da Priscila. Eu
andava de um lado ao outro e quando a olho para a sala dele parecia
ser dá muito bem com a outra e eu sendo tachada de safada,
oferecida e uma amante.
— Que ódio!
— Relaxa amiga e tudo fofoca e sabe que eles iam falar eles te
odeiam no normal e imagina quando descobrirem que são casados?
— Não diga isso nunca. E quando descobrirem que ele diga e
não eu.

Eu estava com tanta raiva, sentir vontade de ir à sala dele e acabar


com a farra e eu me afundo na minha cadeira e a Carol do meu lado.
Eu respirei forte e o Antunes chegou e acariciou os meus cabelos.
— Relaxa, Valentina, a galera gosta de pegar no seu pé. Mas que é
estranho vocês chegarem juntos e depois ficarem conversinhas.
— Não, ele é meu chefe e por que não posso ser amiga dele? Por
que somos de classe diferente? Me poupe. E para terminar essa
conversa eu não sou amante dele e nem namorada.
Eu me levantei e fui para o banheiro com raiva do que aconteceu e
passo na porta do escritório e olho para ele com raiva do que estava
vendo.
— Isso não vai ficar assim eu juro...
Eu estava odiando tudo aquilo e agora eu sou a amante dele.
Não mesmo eu sou a esposa e mesmo que aquela merda de
contrato seja apenas um negócio ele me deve respeito. Eu ia acabar
com essa festa e chega de ser a amante. Eu me levanto para ir à
sala dele e quando eu olho eu vejo que algo estava em sintonia ali
entre eles.

Não acreditei. Ele estava tão eufórico com ela na sala, mas eu me
entreguei ao meu trabalho e fui fazer as coisas que eu tinha para
fazer e o deixei de lado e mesmo com raiva. Fui à sala do meu chefe
e falei com ele por alguns minutos e ele me deu uma tarefa. Ele dizia
tantas coisas e eu apenas me preocupando com o que ele
conversava com ela. E vi quando ela se sentou na ponta da mesa e
ele rindo todo derretido. Não acreditei no que vi, ele ainda acariciou a
mão dela, eu estava tão distante e sinto o meu chefe me tocar.
― Está tudo bem Valentina as cores?
― Mil desculpas, eu estava pensando na minha mãe que está
internada. Mas sim, senhor está decidido as cores e tamanhos e vou
mudar apenas o neon.
― Confio em seu talento e vai ser a melhor.
― Obrigado senhor Matarazzo.
Não ouvi o que ele me disse apenas estava pensando no que vi e da
sala dele dava para ver melhor e fico com tanta raiva.

― Você fez a escolha e está pagando por isso.

― O que disse?

― Nada apenas aceite que dói menos.

Eu olho para a sala do Enzo e vejo os sorrisos.


Antes de sair da sala e eu ainda olhei para a sala dele que ficava de
frente e não acreditei ele todo tímido e cheio de charme falando com
ela e eu respirei fundo e não me reconheci, eu estava com ciúmes do
Enzo? Não podia sair da sala atordoada e quase bati o rosto na
porta. Quando eu estava voltando, a Carol me segurou.

― Amiga, eu acho melhor a gente fazer aquele projeto juntos. O que


você acha? Vamos escolher os núcleos, eu te ajudo, e assim acaba
rápido.

Eu estava distante e ainda respirei e fiquei olhando para a porta da


saída e eu queria sair correndo. Eu acabo de percebe que entrei em
um barco furado e estou ema afogando. Eu volto ao mundo real.

― Sim, pode ser...


― Está distante o que ouve? Ele ficou de gracinhas de novo?

― Não estou pensando em como eu vou resolver uma confusão da


minha mente., mas o que disse antes?

― Vamos fazer o projeto juntas que você precisa para a


apresentação gata. Esqueceu?

― Então tudo bem, vou pegar um café e te encontro na minha mesa.


Mas não demora, porque é muita coisa que se decide.

Eu saí para a cantina, para buscar o café, e olhando novamente


para a sala dele, estava lá ainda com ela. Tão distante pensando em
tudo que vi e o que estava sentindo e me vi em uma furada. Eu fecho
os olhos e por um momento eu voltei ao passado quando eu fui
traída e por que isso agora? E me lembro que jurei a mim que eu
jamais me apaixonaria de novo e agora estou aqui querendo voar no
pescoço de uma desconhecida e eu rir.

E quando eu cheguei na cantina, olhei, ainda tinha algumas pessoas,


alguns fofoqueiros. Peguei 2 copinhos de café e quando eu me virei,
a mão empurrou com todo o café sobre mim. Eu não acredito.
Quando eu levantei o rosto era a mulher que veio para me infernizar
e tira a paz. Eu ainda olho diretamente em seu rosto e me afasto.

―Caramba, o que deu em você empurrou o café. Eu sacudi a mão


queimando. ― Olha o que você fez.
―Eu não fiz nada. Você está louca? Ela começou a gritar. ― Por que
você está me tratando assim? Eu não fiz nada com você.
Simplesmente você esbarrou em mim, e está mentindo.
Ela começou a dizer coisas horríveis e todo mundo me olhando, me
encarando e fazendo caretas. Eu olhei para ela e vi querer escândalo
e a bobona aqui caiu na dela e deu palco.
― Está louca, você jogou o café em mim.
― Eu nada fiz e está mentindo.
― Veio com tudo para cima de mim. Eu disse e todos olhavam e
faziam caras e bocas e eu me viro.

― Você foi culpa sua, você está louca? Você jogou café em cima de
mim que está se fazendo de coitada. Ela disse e ficou um jogo de
empurra. E ele chegou e já segurou a minha mão e viu que queimou.
― O que ouve aqui?
― Essa mulher, essa louca, jogou o café para cima.
― Mentira, ela veio para cima e eu me assustei.

Ela dizia coisas horríveis e seus lábios tremiam e ele apenas me


encerrou e balançando a cabeça e viu que eu estava machucada e
não ela. Mas parecia acreditar nas coisas que ela jogava.

―Valentina, por favor. Chega disso, por favor, ao escândalo. Aí todo


mundo olhava, eu olhei, ele olhou, eles balançam a cabeça, ele
balançou a cabeça e fez os gestos e eu o seguir. ― Vocês voltaram
ao trabalho e agora.

Eu saí atrás dele olhando e ouvi os comentários e ela veio atrás,


furiosa, que ódio que senti dela. Vontade era de jogar a cafeteira
toda na cabeça.
Ouvir os gritos atrás das minhas costas.
― Foi Valentina, a culpada. Ela que deixou o café cair.
A minha mão queimava e ele me levou para a sala dele. Quando ele
chegou na sala dele, correu na caixinha de primeiros socorros e
trouxe uma pequena pomada, ele cuidou da minha mão e eu fiquei
sentado na frente dele tocando a minha mão.
Colocou a minha mão sobre a coxa dele e eu respirava forte e eu
percebi que ele se preocupava comigo. E senti também um clima
estranho e quando ele tocou a minha mão eu tremi e ele apertou
meus dedos. Foi algo estranho e quando eu levanto o rosto olhando
em seus olhos claros e ele sorriu. Eu olhei bem para ele, eu tinha
uma dúvida, afinal ele tinha um monte de mulheres e, é porque eu?
― Por que você se preocupa tanto comigo? Porque você está
cuidando de uma ferida, sendo que eu poderia ir lá no primeiro
socorro?
― Porque eu não quero perder uma funcionária e isso é acidente de
trabalho.
― Não é isso que eu vejo. O porquê dessa mulher aqui agora?
Quais são os seus sentimentos por ela? Eu vejo que tem
sentimentos, porque ela jogou café em cima de mim. Por sua culpa.
Não deixei de falar e aproveitei. ― E eu vejo os olhares de vocês e
naquele momento ali eu vi que ela me odiou.
― Nós somos amigos. E chega desse assunto.

Ele passou a ponta dos dedos acariciando e colocando a pomada.


Estava sentado na minha frente, eu balancei a cabeça, fiquei sem
entender o porquê de tudo aquilo. Ele ainda acariciou a minha mão e
deu um sorriso.
― Relaxa, mas somos só amigos. E ela vai me ajudar em alguns
projetos. Mas eu vejo que agora está melhor a sua mão.
― Sim, não precisava disso tudo, mas já que você fez, obrigado.
Eu virei as costas, eu não queria mais ouvir nada e nem saber de
nada. Quando ela estava na porta da sala, eu saí.
Quando eu voltei à minha mesa. Ela ainda passou por mim, fez cara
feia, era brava, fuzilando e olhei. Adorei ver a cara dela por ele,
cuidar da minha mão e deixar ela para lá.
― Pelo menos eu ganhei um ponto. Você não acha, Carol?
― Com certeza um ponto altíssimo que ele a largou para lá para
cuidar de sua mão.
―, mas você viu como ela me odeia?
―Eu vi os olhos dela, estavam soltando fogos, parecia ser um,
diaba, aff e todo mundo falando que você jogou café.
― Claro que não. Ela veio para cima de mim com tudo e o café caiu
na minha mão. Eu ainda tentei segurar, mas eu não consegui. Que
ódio que senti dela. Eu estava furiosa com ela e já imaginava ser a
tal. ― Agora ela está lá, se esfregando nele.
― E todo mundo no refeitório disse que foi você que jogou café.
― Só para te avisar, amiga, jamais faria isso, mas eu queria jogar
cafeteira na cabeça dela, que lambisgoia oferecida.
― Vejo que a minha amiga está com ciúmes…
― Nunca. E o que mais eles disseram?

Depois do que ela disse, eu fiquei pensando e eu apenas queria ir


para casa e esquecer o que aconteceu. Mas meu coração estava
apertado e eu não posso me envolver com ele e apenas um contrato
eu preciso repetir isso todos os dias…
“Valentina é apenas um contrato.”
― Não quero colocar fogo, mas eles estão desconfiados dessa
relação de vocês porque ele está cuidando de você. E viu a cara dele
quando viu sua mão?

― Foi apenas cuidado do chefe.

― Me poupe Valentina… Chefe e nem sabíamos quem era ele até


ontem e agora ele está aí todo derretido. Então terá que arrumar
uma boa desculpa.
― Nem me fale nisso e agora mais essa amiga do inferno que
apareceu. Mas o que eles disseram?
Eu precisava saber para me defender do que iam me dizer e eu não
podia chegar no refeitório e dizer. Sim, eu sou a esposa dele. E ainda
precisava me manter casta sem pegar ninguém porque se alguém
me visse ia desabar tudo que merda. E eu numa carência.
― Que agora ficou claro que você é amante dele porque ele estava
muito preocupado com você. E que estava com ciúmes do amante e
por isso jogou o café na rival.
― Que bando de desocupado.

Depois do acontecido, eu tentei evitá-lo, fiquei na minha. Fui


sozinha para casa, cuidando dos meus assuntos e deixei que eles se
resolvessem. Eu não quero ser mais uma na vida de ninguém. Eu
quero ser única. Então me entreguei ao meu trabalho e ia visitar
minha mãe no hospital. Acordei pela manhã, fui para o escritório, fiz
o meu trabalho e me mantive longe e com raiva ao mesmo tempo, e
sei que ele também queria o espaço dele e nossos dias eram assim,
cada um cuidando da sua vida.
Mas eu levo um susto olhando os esboços em cima da mesa quando
ele enfia o rosto na beirada da porta e olha na minha sala. E
confesso não entendo certas atitudes dele, não quer contar a galera
que estamos juntos, mas vivi dando motivo para as fofocas.
― Ele por que você não me esperou? E preocupado, achei que você
ainda estava dormindo.
―Não, eu saí porque eu tinha algumas coisas para resolver. Hoje eu
terei o dia cheio. Eu me levanto e vou em direção a porta segurando
a bolsa. ― Vou visitar minha mãe, mas a gente se fala depois.
Eu já saí, não dei confiança para ele e eu simplesmente. Fui cuidar
de mim. Ia ser melhor a gente se afastar, afinal, ele ainda tem algo
para ser resolvido. E esse casamento é apenas um contrato, só saí
mais cedo do trabalho para visitar minha mãe no hospital e não
quero dar mais motivos para fofocas. Foi quando eu cheguei lá
estava ela toda sorridente.
E eu levei um susto ao ver o quarto com flores e até chocolate e ela
fez gestos com a mão.
―O que foi isso, mãe?
―Olha, as flores que recebi são lindas, não é?
― São mesmo mãe quem mandou as flores?
Eu sabia que era ele, afinal nesses meses ele andou vindo ao
hospital e visitava a minha mãe e conversavam como se fossem
família de verdade. Eu já não entendo o porquê de tudo aquilo ele é
muito bipolar.
― Aquele rapaz com quem você se envolver. Afinal, você não quis
falar sobre ele. O que está acontecendo entre vocês dois? Já é a
terceira vez que ele me manda flores. ― Mãe, não vamos falar desse
assunto, é algo muito complicado. É algo que eu ainda não tenho
respostas.
―, mas parece que ele tem, não é? Para tudo isso, eu levei um
susto.
Não entendi o que ela estava dizendo, e deu um sorriso. Quando eu
levantei o rosto, ele estava na porta todo sorridente. Eu não acredito
que ele estava quebrando várias regras. Eu disse para ele que eu
não queria que a minha mãe soubesse do nosso acordo e vejo que
ele estava disposto a jogar tudo no ventilador, o que eu ia dizer para
ela? Eu procurava respostas naquele momento para dizer a ela que
nem eu tinha. Ele deu um sorriso e ele entrou com outras flores na
mão e chocolates e todo sorridente.
― Eu acabei de perguntar, a minha filha também, qual é a relação de
vocês? Afinal, você tem vindo direto com ela, traz flores, manda
flores, traz presentes. Me leva para cá, me leva para lá, aí eu queria
saber por que você está parecendo mais genro?

― Eu sou o chefe da Valentina, é uma grande funcionária. Por isso


que eu me dedico aos meus funcionários, entendeu? Mas a Senhora
também é muito especial para mim, por isso que eu estou aqui. E eu
vejo que já está bem recuperada.
― Também com esse tratamento 5 estrelas que eu tenho aqui, eu
tenho que me recuperar mesmo, não é? Mas veja. Entrar, estava
falando com Valentina que você é um rapaz maravilhoso.
― Obrigado a Senhora que é maravilhosa. Sua filha também é
maravilhosa, mas eu vejo que logo vai sair daqui. Espero que assim,
vamos fazer uma viagem juntas, o que acha?
Eu olhei para ele assustada, eu não acreditei naquilo e minha mãe
ainda concordou balançou a cabeça, os dois conversavam como se
fosse amigos de infância. Achei muito estranho aquele dia e aquela
sensação, mas para ela fez muito bem a ela.

Saímos juntos do hospital e ele ficou calado apenas observando os


movimentos e eu procurando respostas para a atitude dele que
parecia estar querendo mesmo entrar na minha família. Enzo e do
tipo de homem que não sabe o que quer e fica ciscando em todas.

Mas eu quebrei o clima chegando em casa e vi que ele mesmo


percebeu que já tinha feito a merda e parecia arrependido.
― Não precisava fazer tudo aquilo, afinal você já está pagando todo
o tratamento.
― O que fiz por sua mãe, ela é uma pessoa maravilhosa, ela merece
e eu quero que ela se recupere de todo o meu coração. Ele parou no
meio do elevador e disse. ― Valentina não sou um homem tão mal
assim e tenho coração.
― Eu vejo que o coração de pedra está derretendo lentamente.
Entramos em casa e ele já saiu para o banho e sorriu na porta do
quarto dele e grita:
― Vamos tomar um vinho antes de dormir?
― Não posso, tenho um trabalho a fazer e te vejo amanhã.
Eu entrei no meu quarto e me troquei, coloquei meu pijama leve e
amarrei os cabelos e volta a sala e me sento de frente para a rua
olhando a cidade e olhando o meu projeto na mesa e rir ao lembrar
da cara da minha mãe toda feliz.

Eu quero ser o melhor, então eu tenho que fazer o melhor e prefiro


me afastar antes que eu saia machucada dessa relação, eu vejo que
ele tem me cercado. As pessoas não iam ficar comentando, fazendo
aqueles comentários tão sem graça. Eu já não sabia mais o que
dizer nem para mim mesmo. Eu estava confusa pelos sentimentos
estranhos no meu peito e eu sentia vontade de reprimir esse
momento. É engraçado que faz meses, e eu nem lembrava do meu
defunto, o ex. E hoje eu sentado aqui nessa mesa, ele veio na minha
mente do nada, coisa estranha. Respirei fundo e continuei o meu
trabalho, e eu estava distante enrolada nos papéis, levei um susto,
ele se aproximou com uma xícara de café, colocado ao lado e se
sentou.

―Sério mesmo. Você vai atrapalhar o meu trabalho?

― Claro que não. E aqui está errado. Eu acho melhor você tirar
essa parte e colocar essa parte aqui, vai ficar bem melhor.

Ele sabia que se tratava e que é muito importante para mim. Mas
ele estava mais empenhado do que eu.

― Sério mesmo, sim, olha que eu sou experiente nesses


projetos. Então, se eu fosse você, eu mudaria.
Eu sorri sem graça e ele ali do meu lado todo animado e se calou
e respirou fundo e como eu ia trabalhar com ele sem camisa na
minha frente e eu numa carência. ― Porque você tem se afastado
de mim, e anda distante?

― Achei melhor assim, não atrapalha. Afinal, a sua amiga voltou.

― Eu também estou cansada de as pessoas ficarem falando nas


minhas costas que eu quero me aproximar de você e aproveitar,
porque você é meu chefe, que eu dou em cima de você. Eu estou
cansada, sabia? Eu fiquei olhando, ele pegou a caneta e mudava. ―
E, eu preciso trabalhar de verdade, intendeu o chefe? Ele rabiscou o
papel todo. ― O que está fazendo?
― Senhora Valentina, mudando isso daqui também, que isso daqui
não está legal. E eu acho que está ficando ótimo esse seu projeto.
― Eu sou muito inteligente, não sou?
― Você é muito inteligente, isso eu tenho que dizer.
Ele me ajudava a mudar e dava as dicas e eu mudando tudo que era
apontado por ele me ajudando. Ele deu um sorriso e ele balançou a
cabeça ainda diz se achando.
― Não disse que ia ficar maravilhoso.
― Eu sou demais, eu sou demais. Eu me levantei da cadeira
pulando, que eu havia terminado. É claro que ele ajudou também,
mas eu terminei, ele sorriu e disse:
― Parabéns, ficou perfeito.
E eu pulei no pescoço dele e grudei e naquele momento de euforia,
eu beijei os lábios dele, os nossos lábios se encontraram, ele
segurou os meus cabelos tão fortes. Eu me senti entregue a ele
naquele homem enorme cheiroso ao meu lado e me fazia tão bem-
estar com ele. E foi um beijo apaixonado devorador, eu já senti as
mãos dele enfiar por debaixo da blusa do pijama. Meu corpo
respondeu ao seu toque sinto as pernas ficarem moles e meus
dedos enfiados sobre seus cabelos negros e o compasso de nossas
bocas entrelaçados uma na outra. Ele aperta o meu corpo no dele e
já me carregava para o quarto.
E eu respirei fundo quando eu senti que eu estava quase me
entregando a ele novamente. E dei conta de que não podia me
envolver com ele e nem dar falsas esperanças ao meu coração. Eu
respirei e afastei os meus lábios do dele e ainda sem forças os olhos
mareados e balancei a cabeça e não deixei acontecer. Eu corri para
o meu quarto.

Acordei
cansada, eu custei dormir e ainda olho a hora e estava adiantada.
Mas eu achei melhor depois do que fiz em beijá-lo. Dou um pulo da
cama e corro para o banho eufórica. Me olho no espelho e vejo as
olheiras, os olhos, inchado, com sono, mas animada eu precisava
me dar bem. E não queria encontrá-lo estava com vergonha do que
aconteceu.

Eu sabia que era um grande projeto e que trabalhei em cada núcleo


e eu sabia que ia conseguir alguma coisa. Poderia até não ser uma
promoção mais, algo que ia conseguir porque ficou perfeito, ainda
mais quando ele está ajudando.
O mundo da moda é um mundo competitivo e ninguém gosta de
ninguém ajudar. Enzo foi o único que me ajudou. Eu cheguei no
escritório já com os papéis nas mãos. Todo o projeto pronto, cores
sobre cores, luzes, até a propaganda pronta e quando eu entro na
sala já estava tudo pronto, café, água eu ia apresentar para os
amigos e o chefe, éramos três projeto, o melhor ia ser apresentado
aos grandes diretores. Eu estava tremendo, o coração pulsando com
medo. E a gera estava chegando e eu ali parada sem saber o que
fazer.

Eu quero ver o Enzo quando ele vir o projeto todo pronto por que
acabei mudando detalhes. E quando eles começaram a falar, um
apresenta daqui a outra apresentação e eu ali esperando a minha
vez.

― Relaxa, Valentina vai conseguir.

― Carol, eu nem dormi de tanto que trabalhei. Eles não vão encher o
meu e sabe que eles me odeiam.

― Pense positivo.

Eu comecei a observar, ver e ouvir todos eles e quando chegou a


minha vez eu fiquei bem na frente olhando para os meus coleguinhas
que alguns me odiavam.

― Bom dia… fiz um projeto moderno, e cores só momento que


nunca saem da moda. É muito importante para mim, mas eu espero
que vocês gostem dessas cores combinando perfeitamente em cada
detalhe esses aspectos dessas pilastras e percebendo que aqui é
um pouco mais fino e aqui mais grosso, então vamos colocar o
tecido maior. Enquanto eu falava a Carol fazia gestos e ria e eu
continuei já pensando em aplausos.
― Já pensei até na propaganda, vamos fazer com o luxo e claro as
cores do momento.

Falei firme e sem gaguejar, todo mundo ficou assim, abismado,


olhando. Todo mundo me olhando e claro a Carol foi a primeira a me
aplaudir e em seguida todos aplaudindo, e todo mundo admirando as
cores e os burburinhos.

―Arrebentou…

Eu fiquei toda vermelha sem graça e começaram a escolher, minhas


pernas tremiam e por pouco o meu foi escolhido.
Quando o meu chefe disse que o meu tinha sido escolhido e que o
meu estava perfeito, dava para ser apresentado aos gerentes. Eu
fiquei eufórica porque eu fiz com amor, com carinho. Eu passei a
noite inteira fazendo aquilo e eu sabia que ele ia gostar, porque
muitos detalhes, foi ele que escolheu o meu coração, disparou. Em
saber que ele ver o meu projeto e eu fiquei eufórica esperando as
respostas. Eu não vi quando ele chegou, não vi ele passar por mim.
Eu estava tão eufórica que eu nada percebi, apenas sorri para a
minha amiga que grudou em mim e ouço todos aplaudindo e olhando
para a sala dele e vi quando ele estava chegando.

Eu acordei
sem barulho na casa e às vezes ouço o barulho do secador. Foi tudo
tão quieto a noite anterior ela fugiu de mim, ela não quis ir até o final,
eu achei melhor assim, nós não íamos nos envolver tanto. Eu ainda
estava enrolado, envolvido com o meu passado. Mas eu me levantei
e corri para preparar um café da manhã.

Afinal, hoje é o grande dia. Ela ia apresentar o projeto dela, mas


quando eu me levantei, olhei no quarto dela, a porta aberta. Ela já
tinha ido, levei um susto, achei estranho. Ela não me esperou, e tem
me evitado. Ela faz as coisas dela sem mim, tem evitado ao máximo,
essa era a verdade. Respirei fundo, olhei para e fui trocar-me. Ela já
tinha ido. Ela está certa, precisa chegar primeiro antes do chefe e
assim mostrar trabalho. Essa é minha garota.

Quando cheguei ao escritório eu vi de longe a felicidade dela


apresentando o projeto e ela merece ficou perfeito. Ela estava muito
feliz. Pelo jeito, recebeu bastante elogio e todos olhavam o projeto
dela em cima da mesa e pelo que vejo foi o escolhido.

Realmente estava maravilhosamente bem escrito, bem-feito, cores


combinando os modelos também. Então estava tudo perfeitamente,
olhei novamente. Para ela, abaixou o rosto ao me ver depois de
algumas ligações e reclamações. Eu olho as mensagens e a minha
mãe avisando o fim de semana.
Horas depois eles já me esperavam na sala de reunião e todos já
falavam dos projetos e o dela em cima da mesa e olho para todos e
claro estava perfeita em um dos seus ternos que a deixava mais
sexy e abaixou os olhos. Eu quase ri ao ver o chefe dela na frente e
já falando.

― Pode começar… Eu tomo o café e ele fala sobre o projeto. Essa


aqui é como núcleos. ― Pode trocar qualquer coisa. E trocamos as
cores, mas essas cores são os núcleos do momento do verão. E
combina bastante com o projeto que vocês querem, e essa daqui à
gente pode estar mudando. Se vocês não gostarem essas cores,
podemos colocar outros núcleos. E outros modelos também.

Ela olhou para mim e ele estava sendo pelos outros sócios que
faziam perguntas e ele todo feliz sendo elogiado, ela balançou a
cabeça, não estava gostando nada e eu vi nos olhos dela que ela
ficou triste. Todos elogiavam o projeto e faziam questionamentos,
perguntas e ele balançava a cabeça, respondia sorridente,
recebendo todo o crédito. Como se o crédito fosse dele. E eu sabia
que era dela. Vi que ela não estava gostando, abaixou os olhos
tristes e eu entrei no meio, questionei:
―, mas quem fez o projeto foi você. O projeto é muito bem
elaborado, muito bem-feito. Como os núcleos combinam os modelos
também o tecido.

Vejo que foi usado também um grande tecido, um projeto


maravilhoso. Eu caminhei e olho para ele. ― Foi você que fez? Ele
olha e todos esperavam a resposta, afinal ele estava sendo
parabenizado por algo que não foi ele que fez e ficou calado.

― Não foi a Valentina. Eu apenas estou apresentando e ajudando a


finalizar.

― E, por que não disse no começo que era um projeto dela e


supervisionado por você?

― A desculpa eu não apresentei, foi Valentina. A minha assistente.


― Então quer dizer que foi você que fez um projeto?

― Sim, senhor…

― Então apresente o seu projeto e mostre os detalhes. Eu disse


olhando para todos.

Quando ela começou a falar e caminhar em volta e eu fiquei


admirando, ela era boa na apresentação e foi a melhor explicar.
Eram sorriso e aplausos e ela toda se achando e ficou corada na
hora quando eu olho em seus olhos. Eu estava orgulhoso dela. E Ela
foi aplaudida por todos os diretores e associados e o projeto dela foi
escolhido. Ela deu um sorriso. Ela foi profissional, não disse nada,
ela não passou por cima do seu chefe. Ela esperou que ele dissesse
alguma coisa.

O melhor sorriso que vi em toda a minha vida. Naquele momento, foi


aprovada por eles. O gerente geral disse sorrindo e olhando para ela
que estava radiante e eu não sei explicar, mas eu estava como ela
parecia que o projeto era meu.
― Escolhido projeto, então você acaba de ser promovida. Valentina
Tommaso.
Ela colocou a mão na boca assustada e mesmo e se segurou para
não pular em mim, essa era a verdade. Eu sabia que ela merecia. E
depois de todos os detalhes eu me aproximo e seguro sua mão e ela
sorriu.
― Eu consegui.
― Parabéns, Valentina… estava perfeito. Eu a puxei pelo braço e
cochichei em seu ouvido rindo. ― Me deve uma bebida pela ajuda.

" Perdi a cabeça e me convido a comemora com ela." "Não posso! "

Eu ouvir a palavra
“promovida” eu quase pulei nos braços dele e ainda olho vejo o seu
sorriso e estava tentando disfarçar a alegria. Eu sabia que eu tinha
conseguido, porque eu sou boa no que eu faço… não porque eu
estava com ele ou porque eu me casei com ele, ela deu um sorriso.
Eu saí da sala quando fui abraçado pelos meus amigos de verdade.
Antunes e a Carol. E nós fizemos a maior festa, nos abraçamos e
rimos juntos.
― Então, hoje nós vamos comemorar?
― Claro que sim. E tudo pela minha conta.
― Vamos encher a cara galera. Carol disse rindo e olhando para a
galera da enorme sala. ― Agora temos uma chefe de verdade.
Ele passou ao meu lado e olhou, deu um sorriso, entrou na sala
dele. Mas ele não se contentou. Eu sabia que ele queria falar alguma
coisa, mas eu não ia poder chamá-lo, mas eu vou. Mesmo assim, ao
entrar na sala, ele chegou na porta e disse:
― Valentina, por favor, podemos falar um minuto?
― Acabei de ser promovida e lá vem uma bronca. Eu disse, arrumei
a saia no lugar. Meu colete em cima da blusa e entrei na sala dele,
quando eu entrei, aí eu fechei a porta. Aí eu vi que ele não estava
com a cara ótima. ― Aconteceu alguma coisa.
― Você vai sair para comemorar, mas eu esqueci de te avisar que
amanhã temos uma viagem para a casa da minha avó. Infelizmente,
não vai ter como você não ir.
― Sério logo, amanhã? Eu balançar a cabeça e rir. ― Eu queria te
convidar para ir conosco beber, mas eu sei que seria impossível.
Mas fica aqui o convite, caso você queira aparecer para tomar uma
tequila com a sua nova chefe.
― Parabéns mereceu.
― Obrigado, Obrigado. Eu vejo então mais tarde.
Saí em direção à galera toda feliz. Eu sabia que ele não ia, mas eu
fiz o convite mesmo assim, quando chegamos no bar já estavam
animação total rodada para todo mundo é o balcão lotado com todas
as bebidas.
― Vocês são os únicos amigos que eu tenho. Obrigado.
― Você merecia Valentina, foi a melhor apresentação e olha que eu
sou seu concorrente, mas foi maravilhosa.
― Eu passei a noite inteira fazendo aquilo, eu precisava disso. Agora
quero ver todo mundo fica falando que é porque eu tô com chefe.
Tudo em cima do chefe, por isso que ganhei.
― Com certeza eles vão falar, sabe como eles são, eu sei, mas eu
ignoro.
― E pode apostar que vão falar. Ele disse me puxando.

Nós bebemos entre bebidas, sorrisos e dança. Eu saí para a pista


para dançar com Antunes e nós juntos e estamos entregando a
diversão à farra e eu queria que ele viesse no fundo, se ele viesse
aqui, seria tão diferente, não sei. Era como se ele tivesse me
apoiado, mas eu sei que ele não vai, mas foi apenas uma girada e eu
quase caí quando levantei o rosto.
Quando eu virei, ele estava na porta e ainda deu um sorriso, abaixou
o rosto e se sentou na ponta do balcão e sabia que ele tinha vindo
para a minha comemoração. E por que não chamar? Antunes já olha
e sorrindo disse:
― Agora que vão falar mesmo.
― Que se dane… Eu grito saindo. ― Que falem.
Eu me aproximo dele e já sinto estar tudo diferente entre nós, algo já
estava mudando e a felicidade que eu estava, eu queria que todos
soubessem que eu podia tudo hoje e, porque não ficar com o meu
chefe?
― Por acaso você não quer beber conosco? É tudo pela minha
conta hoje.
― Sério, quer dizer que você está gastando por conta?
―Sim, obrigado por vir e mesmo sabendo que amanhã seremos
notícias na empresa.
― Não posso ficar. Mas podemos beber uma dose juntos assim e
nossa comemoração pequena travessa. Nos calamos e ele virou a
bebida e sorriu. Ficou um clima descontraído entre conversas e risos,
ele acabou aceitando, ele foi maravilhosamente perfeito, todo
sorridente e viramos a bebida e percebi que ele não era tão frio
assim.
― Parabéns, você mereceu. Ele ia saindo e me encarra. ― Não
demora, viajamos cedo.
Eu esperava mais que isso e não vou mentir. Acho que estou
ficando mal-acostumada em ter esse homem por perto.

Quando eu cheguei, ele já tinha ido dormir, foi melhor assim eu


estava excitada e carente e depois eu ia me arrepender. Eu entrei e
eu mal tirei minha roupa e joguei na minha cama sem banho, sem
nada. Eu estava bêbada, cansada, mas em compensação, feliz. Eu
nem pensei em nada dormir grudada no travesseiro. Acordei pela
manhã com o celular vibrando no baixo do meu corpo, como todas
as manhãs respirei fundo, tirei debaixo de mim e eu olhei novamente
e já estava na hora de me levantar. Mas eu viro para o canto.
A respiração forte e eu louca para dormir novamente quando eu ouvi
os gritos dele e o que esse homem quer nessa hora em pleno
sábado? Abro a boca com cheiro de bebida e resmungo cobrindo a
cabeça.
― Valentina? Levanta-se…
― Que inferno…
― Você vai me atrasar. Até a casa da minha avó, tem muito chão.
― Você tem certeza disso? É melhor a gente ir mais tarde, eu vou
dormir mais.
― Agora, porque se a gente se atrasar, você não vai pegar o melhor
quarto agora. Agora, nesse momento.
Não acreditei tudo isso por um quarto? Me levantei de mau-humor
arrumando os cabelos no lugar. E a tequila em destruiu.
― Bom dia, beberrona...

― O que tem de bom? Estou acabada.

Eu estava de ressaca, de óculos escuro no rosto e querendo a minha


cama, mas entrei no carro e ele todo animado. Era dia de família e
imagina eu no meio dá toda poderosa família Moretti eu balanço a
cabeça e por mim eu ficava em casa. Mas fiz meu papel de esposa
assim como ele estava fazendo o dele com a minha mãe que já
estava adorando-o.
― Como você pode comer salgadinhos a essa hora? E ainda tomar
refrigerante. Eu fiquei enchendo a boca e olhando e enfiou o, na
boca dele e lambi os dedos. ― E sua saúde? Ele disse com a boca
cheia e riu jogando o salgadinho por todo lado. ― Acabou com meu
couro alemão. Olha…
Eu rir e enfiei na boca dele, que adorou rindo e cuspiu tudo em mim.
E parecíamos duas crianças. ― Olha o que você fez?
Eu aumentei a música e comecei a cantar e dançar e ele rindo da
bagunça e quando ele abaixou os olhos, viu que a camisa de linha
azul-marinho estava suja e reclamava sem parar.
― Quantos anos você tem Valentina?
― Suficiente para ser feliz.
Ele sorriu e parecia ser divertido e assim a viagem se tornou mais
leve e não demoramos chegar no enorme casarão da avó dele. E eu
sabia que ia ser difícil esses dias aqui com a família soberba.
― Chegamos e se prepare porque vão estar todos e se não quiser
dizer nada de mais dele pouco.
― Já sei somente o necessário.
E quando saímos do carro, conversamos e acabamos rindo sem
querer e dei de cara com a avó dele me encarando e ele correu para
abraçá-la. E eu a espera dela me chamar atenção e quando eu olho
a mãe dele com cara de brava e olha para ele.
― O que estava comendo sujou toda a camisa Enzo?
― Salgadinhos no café da manhã. Ela virá a cara e a avó dele me
abraça, me leva para dentro da casa e falava sem parar.
― Vó, o Henrique já chegou?
― Claro que não sabe que ele é sempre o último a chegar.
― Viu Valentina, por isso eu queria vir cedo e o quarto do casal é
meu. Ele correu como uma criança pela escada.
― Eles sempre brigam pelo quarto maior. Mas venha querida eu fiz
torta de banana e quero lhe mostrar algo que comprei para você.
Eu entrei com ela para a cozinha, mas a mãe dele nem quer ficar
conosco, ela é mais difícil de aceitar. O pai dele é pior acha que dei o
golpe nele e mal sabe o velho que ele que deu o golpe em mim.
Eu ajudei na cozinha e ela me contou que quando o Enzo era
pequeno e a mãe dele chegou arredia e se sentou.
― Enzo está lhe chamando. Foi seca.
― Obrigado vó, eu já volto para terminar a salada.
Eu saí e sabia que ela ia falar mal de mim pelas costas, era bem a
cara dela e eu ia subindo e o pai dele saiu do escritório ao celular e
gritava mal-educado. E eu apenas sorri e ele nem se quer dizer nada
e eu viro o rosto. E entro no quarto com a porra aberta o enorme
corredor com piso de madeira e ele estava na sacada e eu me
aproximo fazendo cócegas na cintura dele que gritou e saiu correndo
atrás de mim pelo quarto e nos dois caímos um em cima do outro e
caiu e não vi o que foi, mas o aparador caiu com tudo e o porta
retrato caiu cima e fez um barulho.

Nossos corpos colados e os olhares sendo invadido um pelo outro,


eu sinto a respiração falha e a vontade de gruda naquela boca. Eu
respiro fundo e ele sorri.
— Estamos quebrando tudo.

E eu tento me levantar e ele me segura e eu caí estávamos como


duas crianças e ele me encara e o clima no ar eu ainda respiro fundo
com o corpo dele colado ao meu e sinto sua mão apertando a minha
cintura e ele tira meus cabelos do rosto e respirando em meu rosto.
― Está tudo bem com vocês? Eu ouço a voz da avó dele e eu quase
rir. E ele fez gestos. ― Fiquem à vontade e vamos dar uma volta na
colheita.
Eu não acreditei nisso, eu quase morri de vergonha ele e caiu na
risada. Ele se levanta e me ajuda rindo da minha cara.
― Você está vermelha, eu não acredito em Valentina. O que foi?
― Que vergonha ela está achando estarmos transando? Como vou
encará-la?
― Chega Valentina, somos casados e venha ver e dá próxima ao me
faça cócegas.
― O que foi? Eu estava ajudando na salada.
Quando eu cheguei na varanda do quarto era um ninho de
passarinho e não acreditei. Era tão perfeito e ele estava nas minhas
costas e sinto o tão perto o cheiro nas minhas costas.
Sentindo o cheiro, o corpo dele, ele acabou me abraçando. Cheirou
os meus cabelos e disse:
― Eu cresci aqui. Era o motivo para correr, briga. Choro, machucar.
Era tudo tão perfeito.
―Como, como pode ser tão maravilhosa natureza? Olha só aquela
Campina como a perfeita. Olha as árvores e o cheiro de fruta que
vem do quintal. É maravilhoso, não é?
Eu vi que ele ficou na nostalgia. Afastou do meu corpo. Colocados
as duas mãos sobre a grade da sacada e eu olhei novamente para
ele e disse:
― Vocês foram muito felizes aqui. É um ótimo lugar para criar os
filhos.
― É verdade. Mas é melhor irmos. Elas podem estar achando coisas
pecaminosas de nós dois.
― Como eu vou encarar sua avó agora?
― Relaxa, é só sorrir e mudar de assunto? Sempre quando ela disse
alguma coisa, muda você de assunto e ela esquece. Ela tem tanta
coisa para pensar e agora ela quer apenas cozinhar.
― Meu irmão acabou de chegar.
― Você veio cedo, só devido ao quarto?
― Claro, olha esse quarto. E venha ver qual quarto que ia ficar. Ele
saiu carregando pelo corredor. E abriu uma pequena porta e mostrou
ser praticamente um sótão. ― Aqui que você ia ficar e dividir a cama
como aqui comigo, nessa cama de solteiro.
― Não… Você está certo. Isso eu tenho que dizer que acertou você
em vir mais cedo.
Descemos juntos. E ele, todo animado. Ele ia se sentar na sala, mas
resolveu ir até à cozinha pegar uma xícara de café, e elas
começaram a falar.
― E aí, como foi? Foi bom sexo para vocês.
― Vó o que você está falando? Assim você nos deixa
desconcertados.
― Você Enzo, que sempre trazia suas namoradinhas, para se
agarrar no sótão.
― Mentira ele trazia? Eu disse rindo.
― Sim, trazia todas as namoradinhas da rua para cá. E ainda tem a
coragem de ficar desconcertado? Ela riu. ―, mas eu vejo que foi
muito bom o sexo para vocês. Estão com outra carinha.
― Vó, por favor, vamos mudar de assunto. A Senhora tem que falar
é do Henrique, ele é o solteiro da casa, ele, sim, que agora traz as ―
Não me coloque em seus rolos e Enzo.
― Sempre atrasado Henrique… E está na hora de você casar e ter
filhos não é Valentina? Ele disse querer tirar o foco de nós e ri.
―, sim, precisa de uma esposa e assim arruma uns bisnetos porque
a vó está ansiosa.
― Essa eu deixo para o Enzo, estou fora de casa e filhos…

Eles falavam, e a mãe dele nada falava, só observava. E o pai na


sala, falando no telefone o tempo todinho. E ela se levantou e foi lá
para ficar junto dele e ele falando, e a vó dele te pegar no pé, falando
sobre sexo.
― Você sabia que rico tinha 3 namoradas de uma vez? Pois é, agora
ele fica aí com essa de que não pode falar sobre sexo. Era comigo
que você falava sobre sexo.
― Vó, o Henrique que precisa se casar e assim ficaremos
empatados. Ele precisa arrumar uma namorada em casa logo.
― Sim, com certeza, até na hora de casar-se e assim lhe dar os
bisnetos. Eu disse sem querer.

― Bisneto, já pensou? A avó dele disse rindo. ― Já quero os


bisnetos Valentina.
Na hora ele me encarra e vi que odiou o assunto e eu abaixo os
olhos. Eu sabia que seria impossível um filho já que nem praticamos.

Eu já não suportava mais o fim de semana e mesmo que


dormimos grudados um no outro, eu queria respirar sem ter que
representar um papel. Ele se manteve perfeito, conversava o tempo
todo e ainda me abraçava e os pais dele quase não dirigiam uma
palavra a minha pessoa. Eu apenas sorri e respondi o necessário.
Quando saímos da casa da avó dele, eu ainda respirei fundo e
ele riu.

―Não aguentava mais eles nos cobrando o tempo todo. E viu


seu irmão jogar indireta o tempo todo.

―Nossa, eu reparei que eles não acreditam no casamento. E


sabe o que a minha disse?

―Eu imagino Enzo que ela me odeia…

―Sabe que tudo isso é uma farsa. E ainda me disse até quando
vai durar isso?

Eu apenas olhei pela janela, estava cansada e o dia foi exaustivo


ter que me fazer de boa moça para a família. Eu ainda encosto a
cabeça na poltrona do carro e adormeci.
Eu não podia me esfregar e dizer vem Enzo, eu quero você. Não
mesmo e aonde fica meu orgulho ele não me quer e deixou claro
isso em suas atitudes. Eu sei que rola uma química mais e somente
isso.

“Ele estava fugindo de algo.”


Chegamos pela
madrugada e mal conversamos e acordei com o corpo doendo e
cheia de fome eu me levantei correndo. Como sempre atrasada, eu
corri e quando vi ele já tinha saído. Eu saí brava com ele por não me
acordar e quando chego lá estava ele com ela de novo. Fiquei com
muita raiva de saber que saiu cedo pela safada.
Eu nem olho para a sala de passe direto para a sala de reunião.
Eu passei tanto tempo na reunião com meu chefe organizando o
projeto que nem percebi que ele havia saído. Eu entro na minha e
vejo que a Carol deixou o lanche na mesa.
Fiquei pensando em tudo que ouvi no fim de semana e sabia que
essa mulher e tal que ele tanto espera.
Olho meu celular e nem uma mensagem dele e não sei porque
estou esperando algo dele.

Fecho os olhos e relaxo arqueado a cabeça e a Carol chegou


gritando e rindo.

―Acorda, Valentina não pode dormir no trabalho.

―Que louca! Eu grito assustada e tento não pensar que ele saiu
com ela. Mas, por que não me esperou para almoço?

―Porque eu não vou almoçar no fim de tarde. E depois eu tive


uma reunião e, por que está com essa cara de desânimo?

―Meu fim de semana foi cansativo. Me sento na ponta da mesa


e ela na minha frente e eu respeito forte. A família insuportável e a
dele.

―Vamos sair para beber, amiga e relaxar.


Não posso precisar organizar a agenda do meu chefe devido ao
projeto.

―Achei que fosse assim porque ele passou o dia grudado na


aguada.

―Por favor, eles merecem. Estão ainda falando mal de mim por
aí?

―Claro né amada, agora estão dizendo que foi promovida porque


é amante do chefe.

―Que raiva desse povo que não tem o que fazer. Ele é culpado.

Passamos horas conversando sobre o projeto e a minha vida


estava enrolada e ele não voltou para o escritório, então estava com
ela. Fiquei o máximo no escritório, assim eu ia chegar e dormir não ia
encontrar com ele e desço sozinha passo a catraca do prédio e ia
caminhar até o prédio. E ainda olho o celular e jogo na bolsa.
Andando pelas ruas interdita para atravessar e ouço o meu nome.

―Valentina? E eu sabia que era conhecida e respirei antes de me


virar e a sábia era a aguada mesmo. Preciso falar com você e será
rápido.

―Não posso. Eu me viro.

―Será rápido e podemos ir ali no café e prometo que será


apenas alguns minutos.

Eu acabei aceitando e o que ela tinha para me falar ou reclamar?


Eu sou casada com ele.
Entramos na cafeteira e ainda olho para ver se tinha alguém
conhecido e me sento de frente para a rua e ela toda arrogante.

―Não quero saber o que houve entre vocês e nem como


aconteceu. Eu não estava entendendo nada, coloquei a bolsa no
canto e olhei para ela.
―Não estou aqui para disputar o Enzo com você e até porque eu
sei de toda a sua vida.

―Não entendo nada onde você quer chegar. Vá direto ao


assunto. Eu fui direta porque parecia estar ali para disputar o
macho.
―E eu não estou disputando ninguém, até porque você sabe
quem eu sou.

―Sim, eu investiguei toda a sua vida. Ela joga um cheque na


mesa e empurra com a mão para o meu lado e eu não acreditei e na
hora toda a minha situação veio à minha mente. O tratamento da
minha mãe é caríssimo. E os termos do contrato que me explicam
toda a situação.
― Então pegue a grana e deixe-o em paz. Eu sei que quer
aproveitar dele até promovida.

Eu fiquei ouvindo tudo que ela tinha para dizer e olhando aquele
chefe ali eu sabia que era ela a tal amiga de infância que ele é
apaixonado. E nesse momento ela estava me mostrando que ela não
o merecia. Eu peguei o cheque e abri e ri.

―E pouco? Posso lhe dar mais para sumir da vida dele.

―Primeiro eu fui promovida porque sou boa funcionária, segundo


se ele quisesse que eu fosse embora ele mandaria. E terceiro pode
pegar tudo que sabe e dizer para quem quiser. Eu peguei o cheque e
rasguei ao meio e joguei em cima dela. Eu ia saindo e volto e ainda
olhando a cara da safada.
―E quem dorme com ele todas as noites sou eu.

Sai com raiva dela da cafeteira, queria bater na aguada, mas


andei rápido para chegar em casa e com raiva de tudo. E como ela
se atreveu a fazer isso? Será que ela ama o Enzo?

Eu chego em casa e ele não estava e me tranco no quarto, eu


precisava ficar sozinha e pensar em tudo que aconteceu. Eu me
peguei pensando em tudo e resolvi que ia evitá-lo porque senão eu
ia acabar contando tudo que aconteceu.
Os dias passaram rápido, eu o evitando e ele cheio de problemas
na empresa e tentei me manter no meu canto, visitei a minha mãe e
terminei o projeto e era o momento de comemorar. Eu estava de
saída tirei o blazer e deixo na bolsa e estava saindo quando e dou de
cara com ele na porta ele para o carro e eu me assusto e a porra se
abre.

― O que ouve? Entrando no carro ele estava nervoso. Enzo o


que ouve?

― Minha família está chegando em casa. Ele parecia assustado e


falava tudo embolado. Eles estão chegando e acabei de saber.

―Assim do nada? O porquê de tudo isso Enzo?

―Minha família está desconfiada, essa é a verdade, eu preciso


de você.

Eu olho para o celular e nesse momento eu ia ter que cancelar


minha comemoração, não acreditei que ia receber visita e do nada.

―Me desculpe, mas é estranho demais eles aparecerem assim.

Ele falava o tempo todo sobre a família dele. E eu fiquei pensando


em tudo o que aconteceu, eu fiquei pensando, se eu diria a ele o que
ela disse ou não, se eu contaria a verdade para ele. Que ela acabou
de querer me comprar, me mandar embora. Talvez isso tenha
acontecido com ela no passado. Eu não sei, a minha cabeça estava
dando um nó e eu olhei para ele desesperado, porque a família
chegou logo agora.

―Então, Valentina, como nós vamos fazer o que eu vou dizer? Onde
eu vou colocar a minha família?

―Calma Enzo, nós vamos dar um jeito. A gente resolve tudo isso.
Tem tantas coisas piores para a gente resolver.
― O que você tem em mente é que nós não podemos brigar e temos
que manter a calma, porque senão, como nós vamos passar por
eles?

―Calma, vai dar tudo certo.

Horas depois, a família dele já estava toda animada, olhando toda a


casa, a mãe dele caminhou por toda a sala, olhou, o aparador
reparou e balançou a cabeça e negatividade. Como ali não tinha
nenhuma porta retrato nosso, eu olhei para ele, que balançou a
cabeça.
Nenhuma foto do nosso casamento, nada na casa parecia ser de um
solteiro realmente, mas andou e olha novamente para a avó toda
animada, olhou na enorme sacada. Ela disse:

― é muito alto daqui. Como vocês conseguem morar nessas


alturas? Eu tenho medo.

― Vó, já me acostumei aqui, tem que ser tudo assim para ter
espaço. Mas vem avó, vou levá-la ao seu quarto. Assim a Senhora
pode ficar à vontade.

Olhando para ele eu me pergunto. É isso X da questão que quarto?


Eu ia ter que ceder o meu quarto essa era a verdade. Eu acabei
cedendo meu quarto para elas e fico no outro quarto dele e ia ter que
dividir a cama com ele. Essa era a verdade. Ele olhou para mim, deu
um sorriso e se aproximou e me beijou o rosto.
Eu preparei um jantar, não sabia fazer muita coisa, então a avó dele
já veio me ajudar, fizemos uma boa massa com vinho e saladas e
elas conversavam, falavam, riam e eu tentei ser amável, o máximo
que eu podia, mas não deixei de soltar algumas alfinetadas ao Enzo.
Essa era a verdade. Eu estava magoada com ele.

― Logo terei meus bisnetos, eu tenho certeza disso, porque vocês


dois parecem estar muito felizes.
―, mas para ter bisneto nós temos que praticar bastante, não é,
Vovó? E está difícil. Olhei para ele, ele balançou a cabeça e eu tento
consertar. ― Porque trabalhamos muito, na verdade.
Eu não tentei consertar. Ele não gostou muito e eu tomei mais
algumas taças de vinho porque eu estava irritada depois de tudo
aquilo que aconteceu comigo, eu ainda tinha que aturar a família
dele. Era difícil, a avó dele é um amor de pessoa, mas a mãe é uma
víbora. Ela ficou olhando para mim e novamente ela se levantou e
ficou olhando pela sacada. O pai dele não veio, somente a mãe e
avó. Elas ficaram nos observando. Essa era verdade e ele abraçou-
me segurando a minha cintura e beijou o meu rosto. Eu dei um
sorriso bem sem graça e afastei o meu corpo e fui à cozinha. Ele não
gostou disso e ele olhou novamente e eu dei uma desculpa, eu vou
até o quarto preparar as roupas de cama e já volto.
Ele caminhou até a mim para me ajudar e disse:

― Não podemos brigar, não podemos ficar soltando farpas.


Valentina, nós temos que nos manter unidos porque nós precisamos
passar por isso juntos. Você se esqueceu? Eu apenas balancei a
cabeça concordando. ― Então, sem brigas, por favor, e vamos fazer
o melhor possível para elas, ir embora logo e assim a gente se livra,
vai ficar bom para você e bom para mim, mas não vamos brigar, o
que você acha?

― Por mim tudo bem, eu vou deixar todas as nossas diferenças de


lado. E depois, falamos sobre elas.

―Eu não sabia que a gente estava com tanta indiferença assim. O
que está acontecendo com você está distante.

― Não quer falar do assunto agora. Eu não posso, Enzo, mas quem
sabe depois vai lá fazer companhia para elas.

Voltei à sala e o abracei beijando o pescoço dele e ela sorriu. Elas


estavam cansadas da viagem, não falaram o que vieram fazer na
cidade, mas também não questionei, não fiz perguntas. Eu
simplesmente peguei o que eu tinha para pegar no meu quarto e
voltei para o quarto dele.

Eu as ajudei e vi que nós dois fizemos tudo errado. E ela já percebeu


logo que tem algo errado e me questiona.
―Valentina, porque as suas coisas estão aqui nesse quarto, não
deveria estar com no quarto do Enzo?

A avó dele, me perguntou olhando para a mãe dele. E eu balancei a


cabeça e ele deu um sorriso.

― Já viu quanta coisa essa mulher tem vó? Tem um pouco aqui e
fora do meu quarto. Ela ocupa os dois. Daqui a pouco ela vai querer
ocupar a casa inteira.

― Os filhos que vão ocupar tudo. Você vai ver, vão ficar correndo,
aqui vai ser pequeno, você vai ter que comprar uma casa bem
grande, Enzo. Porque esse apartamento vai ser pequeno para as
crianças.

―Eu já disse isso para o Enzo, pode deixar que nós vamos
providenciar uma casa, não Enzo?

―Sim, meu amor, vamos providenciar. Então boa noite para vocês.
Se precisarem, é só bater na porta.

Eu entrei no quarto, ele respirou fundo e deu um sorriso e acabou me


abraçando. Quando eu vi, nós dois estávamos abraçados no meio do
quarto, eu não estava aguentando, eu precisava de um aconchego.
Naquela noite eu estava cansada, exausta e muito chateada,
querendo gritar e chorar de raiva de mim mesma. Por entrar nessas
enrascadas. Agora, o que eu vou fazer? O que eu vou dizer para
ele? Eu não tenho nem o que dizer.
Eu simplesmente me aconcheguei na cama, enrolei no lençol, eu
estava cansada, muito cansada e muito chateada, e quando eu vi
Enzo, estava em cima de mim. Pela manhã sinto ele me abraçar e
ainda se aconchegou em meu corpo, eu levei um susto pela quando
eu o senti totalmente no meu corpo e pior que gostei dessa
sensação.
Os dias se passaram, como todos os outros, mas foi mais
tranquilo depois do que aconteceu entre mim e a aguada. Ela
simplesmente me deixou em paz, mas não o deixou, vivi cercando-o,
andando atrás e ele todo sorridente. Deixei de lado e segui o meu
caminho e o meu trabalho, era isso que importava. A minha mãe
estava fazendo o tratamento dela e logo vou sair desse casamento,
eu tinha certeza, em breve tudo ia acabar.

Acordei pela manhã, eu vi que ele já tinha saído e eu me troquei


e passei primeiro no hospital para visitar minha mãe. Tinha dias que
eu não ia visitá-la. Depois que a família do Enzo foi embora, eu tive
tanta coisa para resolver, inclusive mandar colocar uns porta-retratos
na casa e mudar algumas roupas minhas para o quarto dele, para
não termos mais surpresa. Esse foi o trato. E quando eu cheguei no
hospital, minha mãe não estava muito bem. Ela estava tendo febre e
bem caidinha. Ainda que cheguei nos braços dela e fiquei por um
tempo.
Até que ela acordou. E ela sorriu para mim e disse:

― Você aqui e logo hoje. Eu olhei para ela, e sorri.

― Está bem lúcida sabendo que dia é hoje.

― Hoje é dia de jantar com o namorado, cadê seu namorado.

―Não sei nem se ele é meu namorado, mãe. Se estamos mais


enrolados do que tudo, não sei o que dizer sobre ele.

―Está na cara o que você sente por ele?


―Mãe, sentimentos é muito confuso. Eu não sei mais o que dizer
e nem o que falar. Eu, Enzo, nós temos uma relação meio
conturbada, é meio estranha. Eu vou dizer a verdade para a
Senhora. Temos um acordo, nós temos um contrato por
conveniência, essa é a verdade. Eu fiz isso porque ele precisava de
ajuda e eu também precisava pagar seu tratamento. Essa é a
verdade. A nossa relação é essa, mas com o tempo, tudo o que
aconteceu entre a gente nas idas e vindas, nossos momentos juntos,
viagens, brigas.
Eu acabei sentindo algo por ele. Essa é a verdade.

―, mas eu já sabia que você sentia desde a primeira vez que


vocês estiveram juntos aqui. Eu vi os seus olhos, Valentina, seus
olhos brilhavam quando ele falava e quando ele dava um sorriso
meloso para você. Chegue nele, diga logo de uma vez que você tem
sentimento por ele e que deseja que o contrato seja de verdade não
fique escondendo isso. Você merece minha filha ser feliz. Se você
quer esse homem, lute por ele.

―Eu tenho medo, mãe, de que ele diga que não, quer.

―Claro que ele vai querer. Eu vi como ele te olhava aqui, a


mesma coisa que você sente por ele. Você pode ter certeza de que
ele sente por você. Eu vi nos olhos dele. Ele também está envolvido
e tá vendo uma coisa que começou errada, tem que ser consertada
para dar certo. Pensa nisso, Valentina, para você ser feliz.

― Sim, mãe, eu vou conversar com ele. Eu vou tentar, eu


prometo, à Senhora, e quando sair, nós vamos fazer um jantar na
nossa casa. Assim a Senhora vai conhecer e vai ver o quanto ele é
maravilhoso.

―Ele é perfeito, ele é maravilhoso. Valentina, ele faz tão bem


para você. Se você soubesse, alegria dos seus olhos quando está
perto dele.

―Mãe, por favor, não me confunda mais que eu já estou


confundida, mas eu volto amanhã, eu prometo.
Me despedi da minha mãe e fui para o trabalho, meio
desanimada. Hoje era um dia triste para mim. Nem sempre tive os
melhores, Dia dos Namorados. Para mim, é um dia como qualquer
outro, a não ser lembrar de passado das coisas que a gente já viveu.

Minha mãe sempre dizia que depois da tempestade vem a


bonança, não é? Que vem as coisas boas, mas eu nunca vi essas
coisas boas depois dessa tempestade na minha vida. Primeiro, eu fui
traída e segundo, me envolvi num casamento que eu não sei como
sair dele, e agora eu estou presa a este casamento. E terceiro, estou
num trabalho no qual eu amo, mas sou infelizmente perseguida por
todos, e agora a família dele que me odeia. E, além de tudo, ainda
tem a suposta namoradinha. A mulher da vida dele, se ela é a mulher
da vida dele, é porque ele não já casa com ela? E acabar logo com
isso. E recomeçamos tudo de novo, cada um na sua vida, porque
esse é meu questionamento.

Olho para ele na sala e ele todo sorrindo, a felicidade


transbordando. Já era o momento, era apenas um ano, assim como
ele disse um ano. Faltava muito ainda para terminar esse um ano. Eu
não sei se eu ia suportar ficar do lado dele desse jeito. Eu já não
aguentava mais, estava numa carência emocional. Eu, olhando-o tão
perfeito assim, era difícil suportar. Mas nós mantemos distantes,
colocamos as nossas regras e assim foi melhor, tanto para mim
quanto para ele. E seguimos assim.

Estava um alvoroço danado, todo mundo corria de um lado, não


corria do outro, todo mundo reclamando, falando, comprando
presentes. E eu me sentei na minha enorme cadeira, olhando para a
janela. A chuva batia e eu lembrei do meu passado dele, por onde
ele andava, o que aconteceu com ele. O meu ex, aquele que não
deveria nem estar pensando nele. Mas infelizmente ainda sinto
sensações muito estranhas. Nunca mais ouvi falar dele, mas eu
adoraria saber se ele ainda contínua com a mulher com quem ele me
traía.
Eu aposto que sim. Aquele safado sem vergonha balancei a
cabeça dando uma risada e a Carol entrou.

― Caramba, você está aqui ainda. O que aconteceu?

― Você quer me matar de susto?

―Hoje é Dia dos Namorados, maluca, tá todo mundo indo


embora e você aqui se matando.

―Eu adoraria ir, mas olha a minha mesa.

― O que é isso?

― E pelo jeito, vai sobrar para mim e tenho que finalizar isso aqui
porque deu errado no projeto. Eu ainda olho para ver se Enzo havia
saído e vejo a sala grande toda vazia. ―Todo mundo já está saindo,
eu vou fazer o quê, Carol, vou ter que ficar.
― Eu metia o pé nessa porcaria. Palhaçada dele sabe que ele
quer pegar no seu pé.
― Relaxa amiga, aproveite sua noite e beije muito.
― Você também vê uns gatos bonitão.

Todo mundo já saía e eu ali parada, tentando organizar aquilo,


organizar aquele projeto, aquelas cores e nada dava certo. Passei a
mão sobre os meus cabelos e o meu chefe ainda chegou na porta.

― Está vendo o que dá ter relação com o chefe e ser a outra?


Porque agora você é amante dele e você pode ter certeza de que ele
está lá com a namoradinha e você está aí fazendo um trabalho para
ele. Eu não acreditei no que ele estava dizendo e eu queria jogar na
cara do maldito o que sou do Enzo. Mas me lembrei ser apenas um
contrato. ― Foi se relacionar com o chefe para ser promovido. Agora
aguenta.

Não tive nem reação para mandá-lo se ferra que ódio sentir de
tudo aquilo, mas me aproximei dele. ― Faça bom aproveito, divirta-
se bastante no seu projeto. Valentina.
Ele ia saindo e eu fico irritada e grito:

―Maldito desgraçado. Eu grito e ele volta. ― Vai se ferrar.

E eu continuei lá com raiva, e eu comecei a chorar por as pessoas


serem ambiciosas demais. Tudo tinha que ser assim, porque comigo
era tudo assim, as pessoas eram maldosas, me maltratava daquele
jeito por quê. Porque eu sou uma trouxa, eu sou uma idiota, eu tenho
que me ferrar, hoje já é um dia que eu fico depressiva.

É um Dia dos Namorados, sempre me ferrei no Dia dos Namorados,


quando eu tive meu primeiro namorado, ele simplesmente me
deixou. E foi jogar futebol com os amigos depois do meu terceiro
namorado, o segundo e o terceiro não foi diferente. Eles saíam para
a balada e eu ficava e meu último namorado me traía. Sempre. Na
época de dia dos n, ele viajava. Safado, sem vergonha. E agora
estou eu aqui num casamento por contrato e ainda tenho que fazer o
trabalho de todo mundo porque está tudo errado. Eu me fodo, é
sempre assim essa verdade.

Eu gritei e chutei a cadeira de raiva e não consigo me conter a


emoção e a lágrima desceu em meu rosto.
E para completar eu ainda grito:
― Não sou amante dele desgraçado.

E ouço a voz rouca e grossa da pessoa que eu menos queria ver


nesse momento.
― O que está acontecendo aqui?
Eu passo a mão no rosto limpando as lágrimas e não olho para ele.
― Eu fiz uma pergunta à Valentina.

― Nada me deixe em paz. Eu estou cansada de todos me


apontarem como sua amante fora da minha sala.

Eu achei que ele tinha ido embora, mas seu cheiro exalando na
minha sala e ele se aproxima e continua.
― Olhe para mim agora. Ele grita. ― Quem disse isso?
― Nessa história toda, com esse contrato, eu ganhei somente o
desprezo dos meus colegas, eles me odeiam por isso, porque todo
mundo na empresa acha que eu sou sua amante. Eles falam aos
quatro canto que eu sou sua amante e que eu só ganhei promoção
porque eu me envolvi com você.

―Quem disse isso? Ele me segura no meu braço e aperta e eu tento


achar uma resposta, não queria dizer que ela é o meu chefe. ― E,
por que está aqui até essa hora? E todos foram embora. Eu quero
que você me dê nomes agora,

Eu sabia que ele tinha que saber de tudo eu estava cansada de levar
nomes.
― Meu chefe disse que ganhei esse presente por dormir com você e
ganhar a promoção. Eu continuei a falar e respiro aliviada após
contar. ― Nós não temos nada a não ser um acordo.
E quando eu me viro ele já não estava mais ali e sim saiu e eu fiquei
com cara de boba olhando a sala vazia.

Há muito
tempo que eu estava ouvindo conversas fiadas de um lado para o
outro, todo mundo fazendo comentários, brincadeirinhas e eu estava
levando tudo numa boa, até porque se eu tomasse partido dela eles
iam ter a certeza de que somos amantes. Mas ela não merece isso e
agora chega, vou dar um basta nisso.

Quando eu cheguei no escritório dela, não gostei de ver que


chorou e ainda passou a mão no rosto e olhou para mim com toda a
raiva e o ódio que ela estava sentindo naquele momento. Agora é o
momento e vou começar por cima, assim eles vão se calar e não
dizer mais nada sobre nós.

― Enzo, eu estava de saída, tenho compromisso.


Eu ia ser implacável e direto com ele, afinal não merece nem
uma, desculpas ainda me encara com aquela cara de safado
trapaceiro.

― Você está despedido. A partir de hoje, você não faz mais parte
do meu grupo e eu quero que você passe no Rh e sai aquela porta,
nunca mais olhe para trás. Ele ficou me olhando e sem dizer uma
palavra, até porque eu não deixei. ― E falar qualquer coisa da
Valentina, eu te processo.

Eu saí com raiva e voltei na sala dela


que estava mexendo nos papéis e eu entro com tudo e empurro a
cadeira.

― Largue tudo aí e vamos embora. Quem quiser que faça, mas você
não vai fazer nada.

―Não posso, Enzo, eu tenho que terminar, e depois vão falar.

― Estou mandando, vamos embora, larga isso daí.

Ela foi contrariada e entramos no elevador juntos. Algumas pessoas


que ainda estavam lá ainda olharam e eu seguro na cintura dela a
empurrando para a frente e olho para trás para ver a cara deles.

Ela estava na minha frente e eu atrás dela, com raiva, do que eu


acabei de saber e ouvir. Quando entramos no carro, ela estava
calada e passou as mãos nos cabelos e eu sorri.
― Por que está rindo?

― A cara deles, quando eu te seguro pela cintura e vou dizer depois


do que aconteceu, ninguém vai comentar nada.

― Você é louco Enzo.


Chegamos ao apart-hotel e abrindo a porta do carro para ela que
sorriu e ainda pegou as flores e a entregou em seus braços, ela
sorriu.

― Obrigada, são lindas.

― Tire esse sorriso do rosto. Só estou fazendo o meu papel de


esposo. Afinal, hoje é Dia dos Namorados. Feliz Dia dos Namorados
para você.

― Nossas são lindas, Enzo.


Ela pulou em meu pescoço e eu grudei a cintura dela e ela olhando
em meus olhos disse: ― São perfeitas e eu amei mesmo sendo
apenas obrigação… Marido...

― Eu adoraria te levar para dançar, mas eu não posso vou viajar


cedo, então vamos ter que ficar em casa mesmo.

― Não, não precisa. Eu também estou cansada e farei algo para o


jantar.

― É melhor você pedir. Você pode fazer o pedido, assim eles


entregam.

― É melhor que você cozinhe rápido.

Ela foi para a cozinha, amarrou os cabelos, tirou o blazer e jogou em


cima da mesa. E saiu cantando e eu entrei no banho e fiquei
pensando em tudo que aconteceu e foi a melhor decisão, em alguns
minutos eu não ouço barulho e me sentei na beira da cama,
imaginando, pensando sobre a minha vida e sobre Valentina.

Ela se deu tão bem na minha família.

A minha avó a adora e ela se sobressaiu tanto naquela noite que a


minha família esteve aqui e fez de tudo para dar certo. Ela é uma
garota maravilhosa e não vou deixar que ninguém faça mal a ela.
Quando eu cheguei na sala, estava tudo escuro e a música no fundo.

― E cadê ela?

Eu pensava enquanto ando pela sala vendo o que ela fazia. Ela fez
de tudo para minha família quando esteve na minha casa. Ela deu
amor, ela deu carinho, ela foi atenciosa e nunca conheci uma pessoa
como a Valentina, ela é forte, decidida e sabia que eu estava
ferrando essa noite ao ver o que ela preparou.

Ainda olhei de novo a sala escura, a música no fundo, o forno, ela


fez uma massa, estava gratinada.
Caminhei até a varanda da mesa exposta, com a luz de vela e o
vinho, as taças, balancei a cabeça, dei um sorriso. Ela preparou um
jantar à luz de vela para nós dois, mesmo sabendo que não somos
namorados.

“Essa é a Valentina.”
Me surpreende a cada dia.

Abri o vinho, servi na minha taça. Quando eu olhei para trás, ela
estava vindo perfeita, linda, em um vestido de seda rosa. A primeira
coisa que percebi que estava sem sutiã. E toda sorridente caminhou
e me tomou a taça.

― Achei que você ainda estava tomando banho. Mas me diga,


como foi a sua reunião?

Ela olhou para mim, sorridente, esperando a resposta. Mas eu


fiquei tão maravilhado com a beleza dela ali na minha frente. E a
única coisa que passou na minha cabeça é que hoje eu estava
fodido. E não sei nem como eu ia sair desse laço.
― Não vamos falar de trabalho e sim dessa noite.

Enquanto ela falava e servia o jantar, eu fiquei ali admirando.


Como ela é linda, como ela era perfeita.

Ela sorriu e se sentou à mesa e disse:


―Vai, senta-se, vai ficar com cerimônia.

Eu dei um sorriso e não acreditei estar me envolvendo demais,


me laçou de um jeito que eu não estava conseguindo sair. Depois da
meia garrafa de vinho, sorrisos. E comer toda a travessa de
macarrão nós dois juntos.

― Desse jeito você vai acabar comigo e vou engordar demais.

― Imagina, é só uma massa.

Fui ajudar ela a tirar a mesa da varanda e colocando tudo para


dentro.

Nós dois tomando vinho e a música tocando. E eu a puxei para


dançar.

― Como hoje é Dia dos Namorados, vamos dançar uma música


só nós dois.

― Sério mesmo que você está levando isso a sério? E um dia


comum.

Quando ela disse isso eu não aguentei o cheiro dela exalando em


minhas narinas e minha boca louca para lambe sua pele. E me
joguei de cabeça nessa mulher esquecendo o contrato e acordos.

Aconcheguei ela em meus braços, sentindo o seu cheiro. Enfiei a


minha mão embaixo dos seus cabelos e a segurei na sua pequena
cintura. E a embalei em meus braços.

Quando eu me vi, eu estava perdidamente nos lábios dela que


tocou a minha tão levemente. Ela ficou na ponta dos pés, entrelaçou
seus braços sobre o meu pescoço.
E eu me entreguei.

Valentina é perfeita, é maravilhosa. E por que não? Temos um


contrato, sim, mas acima de tudo, temos um envolvimento muito
forte. E eu me deixei levar pelas carícias da boca dela, e a tomei em
meus braços. E quando eu percebi, eu já estava em cima do corpo
dela, ali mesmo na sala, no sofá e beijei seus lábios mordendo, e
levantando seus braços arrancando seu vestido, joguei longe e
acariciei todo o seu corpo com a minha boca.

A minha língua deslizou por cada parte da pele dela, tomando


toda a extensão e vejo o quanto ela é perfeita. Ela arqueou o
pescoço e deixou-se levar. E eu a tomei para mim, para o meu corpo,
sobre nossas peles grudando o suor descendo.

E ela cruzou suas pernas e minha cintura e a levei para a cama, a


deitei e deslizei a minha língua, mordendo, dando leves mordidas,
acariciando, ouvindo os gemidos e sua pele arrepiando.

Quando ela passou suas mãos sobre os meus cabelos,


entrelaçando, ela gemeu o meu nome.

― Enzooooo…

Eu a calei com meus lábios não queria que ela desistisse, eu


estava pegando fogo e precisava dela. E eu me entreguei assim
como ela se entregou.

Lambuzei todos os meus lados sobre a pele dela, sobre as suas


estradas molhadas deslizei a língua em sua abertura arrancando a
calcinha e enfiando a língua e o dedo em seu clitóris durinho ela grita
e eu enfio o dedo junto o gosto da Valentina e maravilhoso e eu
suguei a bocetinha apertada e molhada e ela segura meus cabelos.
E a tomei para mim nessa noite, me enfiando e se deliciando,
fazendo ela gemer e gritar o meu nome. Eram gemidos e gritos e
batido de corpos. Me lambuzei, toda de sua espessura, do seu sabor,
e fiz ela gemer debaixo do meu corpo. A abertura molhada e quente
eu entrei sem pensar em nada e cada estocadas fortes e ouvi seus
gritos embaixo de mim era magico. Sinto que sua abertura me
apertava e eu a viro na cama eu queria sentir o meu pau
arregaçando sua entrada e ela gemeu segurando a cabeceira da
cama. E eu fodi gostoso como um animal e cada estocada e gritos
eu puxo seu corpo para o meu e ainda rebolo eu queria marcar o
meu território e essa bocetinha já era minha. Fizemos amor a noite
toda nos meus braços por várias vezes. Era madrugada quando
paramos de fazer amor e aconchegados um, no braço do outro. E
não foi como antes e sim dez vezes melhor.

“Nós entregamos ao prazer e sentir que o coração foi junto.”

Acordei pela
manhã com um cheiro diferente na cama. Quando eu coloquei a
minha mão ele já não estava mais, ele já tinha saído.

Passei a mão nos cabelos, olhei para o lado e lembrei ser dia
dele viajar, que ele disse na noite anterior.
E quando eu o vi colocou uma das rosas que ele me deu em cima
da cama. Eu ainda sorri, peguei a rosa, dei um beijo e me levantei.
Eu tinha que trabalhar e ter um dia cheio, era um dia de reuniões e
decisões.
Corri para o escritório, toda feliz, o sorriso lado a lado. Eu sabia
que hoje ia ser um novo dia e quando eu cheguei já tive a surpresa.
Todo mundo estava alvoroçado, todo mundo me olhava, e outros
cochichavam. Já passei e olho para a minha amiga e eu precisava
saber o que estava acontecendo ali.
― Você soube o que aconteceu?
― Eu não soube, mas o que aconteceu, gente?
O que está acontecendo, essa bagunça toda, esse rebuliço, todo
mundo me encarando, todo mundo falando ao mesmo tempo. O que
houve?
― O Matarazzo foi mandado embora. Ontem, você não soube
disso?
― Me conta essa história, o que ouve?
― Disse que Enzo estava bravo com ele, os dois discutiam, o
chefe bateu na mesa e disse para ele com todas as letras que ele
não fazia mais parte do escritório. Ela falava fofoca e eu me
lembrava que Enzo foi até a sala dele. ― E ele saiu falando para
todo mundo que foi por sua culpa.
― Eu não sabia, e eu nada fiz, ele que foi um estúpido comigo.
Ontem, quando eu saí daqui o Enzo foi para sala dele e discutiram,
mas ele não falou nada.
― E cadê ele? Cara, tá todo mundo comentando que ele o
mandou embora porque ele deu em cima de você.
― Como assim? Nada foi disso que aconteceu, e ele foi na minha
sala dizer ser para mim, ficar porque eu dei o golpe ficando com o
Enzo para poder ser promovida. Foi isso que ele fez, ele não deu em
cima de mim.
― Quem falou isso?
― A galera toda tá falando. E que o Enzo ficou com ciúmes que
estavam enciumados devido a você e mandou ele embora.
― Nossa, que loucura! Esse povo é louco, esse povo inventa
demais. Mas se ele foi mandado embora, ele mereceu porque ele é
um filho da puta.
Eu passei o dia inteiro trabalhando no projeto, terminei e quando
eu cheguei em casa à noite, ele ainda não havia chegado, ele me
mandou uma mensagem que só viria no outro dia, porque ele ainda
estava enrolado nas reuniões.
E eu fiquei pensando na noite que estivemos juntos, em nós dois.
Foi tão diferente, foi maravilhoso, senti ele em meu corpo
novamente depois de tudo que aconteceu, foi como se existisse
sentimento.
Ele me enviou uma mensagem e eu dei um sorriso ao ver.
“Eu não vou hoje, amanhã, não se esqueça que nós temos
prova do vestido e não se atrase porque a minha família odeia
atrasos.
Boa noite, minha flor.”
Quando chego a empresa eu sabia que ia ter que enfrentar de
novo os olhares e entro no escritório e passo o dia em reunião com o
novo chefe, ele dava as novas ordens e vi que meu telefone não
parava de tocar e dei um sorriso.
―Está tudo bem, Valentina?
―, sim, senhor…
Vi quando ele chegou da viagem e veio direto e passou na porta
da reunião e meu coração acelerou e a Carol me contou. Acabamos
de ir a uma balada e curtir.
― Não posso viajar, o primo dele vai se casar e preciso ver o
vestido.
― Nossa está atrasada, deveria ter comprado antes.
― Foi escolhido a loja pela noiva e eu estou odiando tudo. Mas
sigo firme, minha vontade era de corre para os braços dele, mas me
contive, afinal foi apenas um sexo casual.
― Você está radiante, Valentina viu um passarinho chamado
Enzo safada.
― Não vou mentir para você que estou feliz sim. Mas não é nada
foi apenas sexo casual amiga.
― Mentira que rolou? Ela grita sorridente e já me agarra.
Poderíamos sair nesse fim de semana.
― Não posso e preciso ir viajar o casamento esse fim de
semana. Mas marcamos depois.
Meu telefone tocava sem parar e era ele e eu dei um sorriso e ela
saiu. ― Nos falamos depois.
Eu providenciei tudo, deixei tudo arrumado para o final de
semana, que íamos passar distante da cidade. Visitei a minha mãe
pela manhã e corri para a garagem.
Quando cheguei, ele estava ouvindo música e falando ao celular.
Quando ele me viu, dei um sorriso e senti vontade de beijá-lo, mas
apenas passei a mão no rosto dele.
― Como foi a viagem, deu tudo certo?
― Sim, deu tudo certo, graças a Deus.
Consegui tudo o que eu precisava.
Mas já deixei tudo reservado na loja e deixei também o hotel
reservado.
―Não vamos ficar na casa dos seus pais, dessa vez não.
― Dessa vez vamos ficar no hotel, porque vai ser mais próxima à
festa.
E assim, voltamos antes, porque eu estou muito cansado.
E quase não conversamos, parecia que nós dois tentamos nos
evitar. Mas eu fiquei com a sensação de que faltava algo. Eu queria
acariciar o rosto dele, os cabelos, sentir o cheiro, essa era a verdade.
Mas me afastei e deixei acontecer novamente, natural.
― Você está distante, o que aconteceu? Está tudo bem com
você?
― Só estou um pouco cansada, trabalhei muito essa semana e
sem o chefe da empresa, que estava distante, foi complicado. Mas
deu tudo certo.
― Os supervisores disseram que foi um sucesso o projeto.
― E por que você não me disse que mandou o Matarazzo
embora? Escondeu-me.
―Não, eu escondi, simplesmente não achei necessário dizer e ia
acabar descobrindo na empresa mesmo e lá comentam demais,
então você ia acabar sabendo. Ele abaixa o som do carro e joga o
celular no repartimento. ― Eu o mandei embora porque era o
momento de ser mandado.
Porque um chefe que ganha os elogios e os créditos e do seu
próprio funcionário, isso não é um chefe bom.
― E, por que experimentar a roupa toda no mesmo lugar?
― Essas noivas são difíceis demais.
Senti que ele estava meio irritado, ele não queria conversar,
então eu achei melhor me calar, deixá-lo dirigir e horas depois já
estávamos no interior, ele estava bem desanimado, o rosto cansado
e quando entramos na loja ele já sentou e ficou olhando os vestidos.
― Temos esses três modelos porque a cor vocês já sabem né, as
cores são essas. Uma das vendedoras disse sorridente e olhando
para ele.
Entrei na cabine para trocar a roupa e quando eu saí ele
balançou a cabeça que não, era um vestido todo em tafetá vermelho
puxando para o vinho e ele balançou a cabeça que não, aí vestiu o
segundo ele também disse que não e quando eu me vesti o terceiro
ele balançou a cabeça que sim.
― Esse está perfeito, esse ficou lindo.
Eu ainda desfilei para ele ver o vestido e as atendentes e outros
clientes que estavam lá ficaram admirando e dizendo:
― Ficou linda nesse vestido nosso, a cor combinou.
― É linda de qualquer jeito. Uma senhora disse rindo.
Ele apenas sorriu e entrei na cabine para trocar o vestido e
quando eu entrei eu não conseguia tirar, eu fiquei desesperada e eu
olhei pela frestinha da cortina e gritei:
― Enzo… Enzo me ajuda aqui, o vestido emperrou?

Ele deu um sorriso e se aproximou, balançou a cabeça e ele abriu


o vestido até embaixo e sinto seus dedos em minha pele e eu olhei o
seu sorriso, seus olhos estava tão lindo perto de mim, o seu cheiro e
eu não resisti. E beijei estava morrendo de saudade de vontade de
fazer isso desde a hora que ele entrou na empresa e na hora que a
gente estava várias vezes no carro eu senti vontade de fazer e
acabei não fazendo então eu grudei os seus lábios, enfiei as minhas
mãos sobre os seus cabelos acaricio seus cabelos sedosos e puxei
os seus lábios com os meus e eu beijei arrancando todo o fôlego
dele, todo o ar que ele tinha e ele revidou o beijo, segurou a minha
cintura, acariciou os meus cabelos e deu um sorriso:
― Se continuarmos aqui nós vamos ser expulsos.
Me ajudou a tirar o vestido e saímos eu toda sem graça vermelha
porque a uma vendedora viu ele saindo de dentro da cabine comigo.
― é que meu vestido emperrou, ele estava me ajudando.
Ele balançou a cabeça negando o que eu havia feito todo sem
graça e saiu da loja e eu dei um sorriso. ― Obrigado, eu vou ficar
com esse.
Ela preparou tudo, eu peguei o vestido, nós saímos juntos e tudo
sem graça e ele aperta a minha mão. E quando chegamos ao hotel
ele tomou banho e quando eu terminei eu voltei ao quarto, ele estava
dormindo.
Descansamos no hotel e eu estava pronta esperando-o terminar
ao dormir o resto da tarde e para não atrasar eu me arrumei e fiquei
na sala à espera dele. Que riu quando me viu sentada no sofá à
espera dele.
― Está linda!
― Você também está um gato…
O casamento foi no salão no centro da cidade, organização
impecável. Era tudo dividido por cores e mal falamos com a família
dele e senti estar distante e não vi a avó dele. Então fui caminhar
pelo lugar e ver a decoração e quando eu me viro eu vejo a aguada
conversando toda sorridente. Eu já não aguentava a festa e os
convidados e ele falando da infância e trabalho. Eu me afasto e fico
olhando de longe e tomando o champanhe e rindo. E eu fiquei
olhando, ela passou a mão nos cabelos dele e riu, mas vi que ele se
afastou. E a sogra grudada nela e duas falsas.
― Está perdida por aqui Valentina? Ouço a voz dela, nas minhas
costas e me viro rápido e vejo que ela deu um sorriso malicioso. ―
Vejo que está mais perdida do que tudo, ainda não encontrou seu
lugar na família.
― Não preciso, querida, eu já tenho o meu lugar na vida do Enzo
e isso me basta.
― Se achar muita coisa, garota, mas vai ter o que merece.
― Vai fazer o que oferecida?
Ela me empurra e puxei a série echarpe e caímos juntas
grudados uma na outra.
Quando eu me vi na água e por que não aproveitar a situação, eu
finjo o desmaio e ouço os gritos:
― Ela desmaiou… Eu estava ouvindo tudo e ouço a voz dele.
― Valentina?
Eu quase rir e sinto as mãos dele me grudar no corpo e ele me
tirou da água e eu finjo estar desmaiada e sinto a boca dele, na
minha. Ele ainda gritava o meu nome e eu volto após receber a
massagem na minha boca e olho nos olhos dele.
― Enzooooo… falei manhosa.

Ela acha que


podia me vencer, ela está muito enganada, ela não me conhece, não
sabe que eu sou capaz de tudo por esse homem. Eu vou até às
últimas consequências para arrancar ele das garras dessa
interesseira e já que ela não aceitou o dinheiro e, porque ela quer
mais. Agora eu vou para cima dela com toda e com violência.
Mas Enzo será meu. Eu juro. Ou eu não me chamo colocar Cecília.
“Maldita desgraçada.”
Eu a empurrei com toda força dentro daquela água. Eu queria que
ela morresse afogada, mas quando ela puxou o meu, echarpe que
caí em cima dela eu soquei a mão na cabeça dela, mas eu tenho
certeza que ela está fingindo desmaio e eu tinha que bolar um plano
para que ela ele percebesse que ela foi a culpada e não eu e quando
eu vi que ele pulou na água ele atirou de dentro da água com tudo e
nem sequer se preocupou comigo, nem sequer olhou para minha
cara e aí vi que as coisas estavam ficando séria.
Eu odiei naquele momento. Mas, ao mesmo tempo, eu queria me
vingar. E eu já saí da água gritando.
— Foi maldita, ela me empurrou.
— Ela é louca! Ela ficou com ciúme de você, Enzo. E ela me
empurrou e sabe que ela me disse? Eu não a deixo falar e eu
gritava. — Que ela ia arrancar os meus cabelos que ela ia acabar
comigo porque você é dela Enzo.
Eu já tinha tudo combinado e a mãe do Enzo, ela já veio para cima
da bagunça e veio me ajudar. Ela olhou para aquela maldita lá no
chão e ele tentando ajudar ela e olhou para nós duas com todo ódio,
balançou a cabeça e ela gritou:
— Eu não fiz nada mentira ela que me empurrou, ela me puxou, ela
me empurrou e disse que você é dela que era para mim, sair do
caminho dela e me ofereceu dinheiro Enzo para largar você. Enzo.
Essa foi a verdade.
— Ela está armando tudo isso. Quando eu a vi, ela se aproximou e
disse: — Vi que foi você, Valentina. Você a puxou com tudo pelo
vestido e quem começou ir você, a empurrou, fez que vocês duas
caíssem na piscina.
— A senhora é louca? Eu não fiz nada, a nem estava aqui. Eu nada
fiz Enzo. E ela gritava e dizia que ela não havia feito nada. E eu fui
para cima dela.
— Você me puxou com tudo. Você estragou a festa. Olha o
escândalo que você está fazendo. Esse é o tipo de mulher que você
quer para você baixa que ela faz essas coisas porque ela está com
ciúmes de você.

Não acreditei que ele estava acreditando nela. Quando ela olhou
para mim novamente e eu tinha que acabar com ela de uma vez ou
eu ia sair por baixo.
— Você é baixa, uma dissimulada. Você me puxou. Você me puxou
e eu caí com tudo para cima de você e para gente não cair no chão
nós caímos na piscina. Fala a verdade, Valentina descarada,
mentirosa.
— Chega Cecília. Ele grita.
— Eu não fiz nada disso, Enzo, eu juro. Elas estão mentindo. —
Então pega as câmeras, traz as câmeras. Deve ter câmera nesse
lugar, não é possível. E você vai ver que eu não fiz nada. E eu quero
que você prove isso. Ele parecia acreditar nela e eu tentando culpá-
la e ainda outras pessoas disseram que foi ela e parecia bravo.
— Você é uma maldita, você vai ter que provar porque senão eu vou
arrastar a sua cara no asfalto.
— Aí, está vendo como ela é agressiva Enzo? Eu disse para você
que ela é agressiva, mal-educada. Como você pode querer uma
mulher dessa? Maldita.
E eu fui para cima dela com tudo e ela veio para cima de mim e ele
nos separou e ela saiu andando.
— Cadê os seguranças? Traz as câmeras aqui. Eu quero agora
quero prove.
— Chega Valentina. Ele disse a puxando-a.

Ah, eu fui até o fundo do poço. Me deixei levar pelo momento


com ele dentro daquela piscina. Senti o corpo dele, no meu. Mas era
isso que eu precisava. Eu ignorava eu queria muito esse homem,
mas eu não ia jogar baixo como ela desse jeito ela só fez destruir
tudo que ele sente por ela porque eu não vou deixar barato quando
ele me colocou em cima que senti os lábios dele, nos meus nossos,
boca entrelaçaram e ela gritando quando ela viu aquilo eu sabia que
ela ia revidar. Então na hora eu já me levantei olhei para ele aquele
lindo sorriso na minha frente ele passou a mão no meu rosto tirando
a água que ainda estava e eu gritei:

— Maldita você me empurrou, foi você que me empurrou, você


maliciosa, você disse com todas as letras que ia me tirar do caminho
do Enzo. É isso que ela fez Enzo. Ela me empurrou por maldade.
Agora se você está duvidando de mim, pede as câmeras. Eu quero
agora. Que deu esse segurança em Enzo eu quero as, câmera
mostra que essa safada me empurrou e quando a mãe dele ficou do
lado dela dizendo aquelas coisas horríveis. Ah, eu não deixei por
menos não.
— Fernanda, você nem estava aqui, a senhora estava bebendo e
dançando lá do outro lado como tem a coragem de se meter no
meio, sendo que nem presenciou.

— Eu vi Valentina. Você a empurrou.

— Não diga aquilo que você não sabe.


Eu fiquei com raiva dela e dos outros convidados que estão do lado
dela.
— Eu quero a câmera agora. Já que vocês estão duvidando da
minha palavra.

— Chega Valentina. Ele grita.

— Agora eu quero provar que não fiz nada. Enzo.

Enzo pediu as câmeras e eu fiquei ali sendo causada não só por


ela, mas pelos convidados que a conheciam. O segurança trouxe as
câmeras e mostrou pelo celular o que aconteceu, eu olhei para todos
que ali estavam me acusando e a querida sogra ficou ali na frente.
— Você é mentirosa, você é dissimulada. E quando o vídeo começou
a rodar ela ficou desesperada. — Está aí a prova. Você me
empurrou, maldita desgraçada.
Ele se me segurando e quando eu a vi correu para cima da grama e
ela sumiu no meio da multidão e ele me puxou. E ele me abraçou e
disse:
— Calma, Valentina chega.

Não acreditei que raiva eu ainda passei por mentirosa, eu era


mentirosa e ela era certinha, mas isso não ia ficar assim, ela ia ter
uma concorrente de peso porque eu ia lutar contra ela de todas as
formas, foi quando chegamos no hotel.
Entrei no banho e eu acabei chorando de raiva de tudo que
aconteceu porque fiquei como mal e barraqueira perante a família
dele e quando eu saí do banho ele me ajudou a secar os cabelos ele
me abraçou forte e disse:
— Relaxa Valentina e já se resolveu.
— A sua mãe ainda ficou do lado dela, Enzo. Essa é a minha raiva
poxa e sua mãe.
— Já passou. Esquece isso. Proponho tomarmos um vinho e dormir
um boa noite de sono porque amanhã cedo nós partimos para casa.
E deixo o almoço em família para outro dia.
— Então vamos embora hoje e não quero ficar.
— Calma, Valentina, não fica assim.
Horas depois nós já estávamos voltando. Eu estava cansado de tudo
aquilo, eu não queria olhar na cara de ninguém, muito menos da
família dele.
Acabou o almoço em família, acabou o bate-papo, nós voltamos para
casa, chegamos tarde e eu entrei no meu quarto e eu fechei a porta,
não queria falar com ninguém, muito menos com ele, adormeci em
meus lençóis e quando acordei pela manhã levei um susto com meu
telefone uma ligação de número desconhecido. Olhei novamente e
quando vi a pessoa ligou cinco vezes e eu não percebeu. E eu me
sentei na cama e criei coragem.

— Alô!
— Oi, Valentina sou eu o seu pai, precisamos nos encontrar.
Ele foi direto ao assunto e não perdeu tempo e eu sem entender
nada até ontem estava morto e agora está aqui querendo conversar.
— O quê? Não estou entendendo nada. Quem é?
— Sou eu, o seu pai. Precisamos nos encontrar. E tem que ser
urgente. Preciso falar com você.
Aquilo ficou batendo na minha cabeça. E eu ia ter que rever o
meu pai depois de tantos anos. O que ele quer é comigo agora?

Eu sabia que ia ter que enfrentar meus fantasmas só passado ele


nunca foi presente e agora quer me ver. Algo estava errado e eu ia
descobrir eu só pensava nisso até me esqueci da briga no
casamento.
— Bom dia, como você está hoje? E
- Estou bem Enzo e desculpas por ontem.
- Você vai sair? Ele me encara.
— Eu vou precisar ver a minha mãe. Eu tenho um compromisso
com uma amiga. Mas a gente se vê mais tarde.
Eu dei um beijo no rosto dele e eu saí, não falei mais nada, não
falei sobre o assunto, não falei sobre ter voltado antes, não disse
nada, eu simplesmente fui para o encontro com meu pai, o meu
coração apertado depois de tantos anos ele voltar e por que disso
tudo agora? Ele marcou um restaurante próximo ao hospital da
minha mãe, então ele já sabe da minha mãe, sabe de tudo, essa é a
verdade porque ele está aqui agora?
Quando eu o cheguei já estava lá malvestido, os cabelos mal
penteado, a barba grande, eu balancei a cabeça, não acreditei
quando eu cheguei e me sentei, eu não tive nem coragem de olhar
para ele com a cabeça baixa, eu continuei colocar as minhas mãos
sobre a mesa e ele tentou segurar minha mão e eu tirei.
— O porquê disso tudo agora? Por que você apareceu?
— Valentina vamos conversar. Eu preciso falar com você.
— Não é assim. Você some e nos abandonou. Por que você nos
deixou? Por que você nos abandonou?
Eu ainda magoada com ele por tudo que ouvi em minha vida por
culpa dele, respirei fundo. A minha vontade era sair correndo dali. Eu
segurei as lágrimas, eu não ia chorar. Eu olhei para ele e segurou a
minha mão e tirei.
— Você simplesmente sumiu, nos abandonou e agora você volta
com essa cara lambida no que você quer? Desembucha, solta tudo
de uma vez porque eu não tenho tempo a perder.
— Você não me dá outra saída, Valentina. Ele abaixou a cabeça
e respirou fundo e parecia sem coragem e solta: — Mas eu preciso
de dinheiro. É por isso que eu estou aqui.

— Descarado...
Depois de todos esses anos que ele nos abandonou ele agora volta
e quer dinheiro com certeza é para bebida. E, porque ele fez isso
conosco, a única coisa que ele sabe fazer e soube fazer nos magoar,
nos machucar. Olha como a minha mãe está. Ele nem sequer
perguntou dela. Ele nem sequer quis saber como eu estou. E já veio
me pedindo dinheiro. São carmas que a gente carrega na vida e vejo
que para o resto da vida essa é a verdade, eu olhei para ele, quase
chorei, mas eu segurei as lágrimas.

— Você veio até aqui pedir dinheiro, você nem sequer perguntou da
minha mãe, nem como eu estou, você faz isso por quê? Para usar
bebidas e olha como você está, que pai é você?
Balançou a cabeça e disse:
— Estou aqui e o que importa é quero dinheiro, não quero saber de
nada nem de ninguém. Se você não me der eu não sei o que fazer,
preciso desse dinheiro, Valentina e tem que ser agora porque senão
eu não vou conseguir andar nas ruas. Eu fiquei com dó dele. Olhei
novamente e tirei o que eu tinha dentro da minha carteira. E coloquei
na mesa e saí. Não olhei para trás. Eu não podia, não aguentava,
fiquei perto do restaurante e chorei tanto quando eu o vi saindo. Eu o
segui, eu queria saber onde ele vivia, o que ele estava fazendo e
porquê de volta agora. Após sumir sem ao menos se despedir de nós
e quando eu me aproximei ele dobrou a esquina e ele foi para o lado
debaixo da ponte central e eu fui junto, fiquei olhando.
E eu não suportei ver aquilo. Meu Deus! Ele estava comprando
drogas. Um rapaz todo tatuado, estranho. Ainda olhou e eu me
escondi e ele comprou e saiu de lá todo feliz com aquilo na mão. Eu
não acreditei nisso. Ele está vivendo embaixo das da ponte. E ainda
usa drogas. Meu Deus, esse é o meu pai?
Não acreditei. Dois caras mal-encarados me seguem ao me ver ali
próximo e eu me escondo e sem forças eu sair correndo. Eu ainda
consegui sair daquele lugar horroroso. Aqueles homens mal-
encarados. Quando eu cheguei em casa eu não suportei a dor. Eu
comecei a beber e a chorar. A chorar sem parar. Ainda bem que
Enzo não estava em casa, assim eu não tinha que dar satisfação.
Mas eu chorei tanto e eu bebi. Eu olhava a foto dele e não acreditava
que aquele homem era esse? É um estranho para mim e agora ele
estava me magoando mais uma vez quando ouço a porta se abrir ele
chegou e me viu ali cabisbaixa e bebendo ele olhou para mim e
questionou:

— O que aconteceu, Valentina?


— Não me pergunte nada, por favor só me abrace.
Eu pulei no pescoço dele e abracei e eu chorei sem parar sem e ele
me acariciou os cabelos e me aconchegou em seu peito.

Quando ela chegou


em casa cansado o dia pesado e ela estava chorando e bebendo
sozinha e chorava e não quis dizer o que era eu simplesmente
abracei e a coloquei em meus braços e fiquei com ela até que ela se
acalmasse. Ela adormeceu depois de alguns copos de uísque e
chorar. Mas eu não poderia deixar de saber o que estava
acontecendo com ela. Mesmo ela não me contando, eu ia descobrir
e foi o que fiz. Quando eu cheguei no escritório no outro dia, a
primeira coisa que fiz foi procurar respostas pelo que vi em casa.

— Palhares, eu preciso dos seus serviços e tem que ser urgente que
seja agora de preferência.
— Sim, senhor Enzo. O que precisa?
— Quero que investigue algo para mim, ou melhor, uma pessoa e
me traga a resposta urgente. E eu andava na sala e vi que ela estava
triste em sua mesa, quase não falou essa manhã. — Você não
enrola. É questão de vida ou morte.

E eu fiquei pensando naquilo. Depois de tudo que aconteceu. Fiquei


pensando nela. E o que aconteceu que a deixou tão abalada e
abatida assim? Ela não quis dizer, os dias se passaram, as horas e
eu fiquei louco imaginando que ela ia chegar e ia me contar. Mas ela
não disse nada. Ela simplesmente se calou. E quando eu chego no
escritório e que eu entro na minha sala, lá estava o, Palhares a
minha espera. Eu não acreditei. Andei de um lado ao outro E ele
falando e me contando sobre a vida dela e sobre os pais dela. Eu
não acreditei naquilo. Ela é uma garota sofrida que precisa de
atenção e de uma vida de verdade.
— Que vida e essa coitada. Eu fiquei assustado com o que ele me
disse e olhou para ela em sua sala.
— Quer dizer que ela foi criada somente pela mãe e o pai a
abandonou. Como ele pôde fazer isso?

— O pai dela é um viciado e vive por aí nas ruas. E por isso ele as
deixou.
— Não acredito! Eu digo assustado e me sento, passo as mãos nos
cabelos imaginando o que ela passou. — O que mais?
— Não é por outra mulher, nem nada disso. Ele até tentou, mas ele
não conseguiu. A garota foi criada sozinha, a mãe trabalhava muito e
vivia doente e soube que ela pegava restos na feira.
— Não pode ser? O que fizeram com ela?

— E agora ele vive embaixo da ponte central. Com outros usuários.


E o que faço agora?

— Então morre o assunto aqui, não diga nada a ninguém.


E fique de olho para mim, no pai dela. Qualquer coisa você me fala.

Eu fiquei com aquilo na cabeça pensando em tudo que ele me disse.


E eu senti muita pena dela e eu que tive uma vida cheia de emoções.

Uma mulher maravilhosa, forte. E ela tem segurado essa barra


sozinha. Eu preciso fazer algo para ajudá-la.
Eu passei a noite inteira pensando em algo para fazermos, e procurei
respostas em tantas coisas que gostaria de fazer. E uma delas eu
tenho certeza o que seria, já que ela teve uma vida tão privada como
foi me dito.
“Coitada da Valentina.”

Quando acordamos pela manhã, ela já estava pronta para ir para o


escritório e parecia estar melhor e deu um sorriso e eu a abracei e eu
queria fazer isso a dias. Mas ela se afastou.

— Bom dia! Nossa, hoje você não vai trabalhar? Ela sorriu e me
tomou xícara de café. — Só porque a chefe acha que pode?

— Hoje nós não vamos trabalhar.

— Como assim?

— Porque nós vamos para o interior. Quero te levar em um lugar


especial para mim.

— Não, eu não posso. Eu tenho uma reunião com o meu chefe hoje.
Ela ficou me olhando e viu que eu rir. — Você se esqueceu?

— Não esqueci e eu mando naquela empresa. Então obedeça a


Valentina.
— Não posso me dar ao luxo de faltar, Enzo.

— Hoje você não vai trabalhar. E nós vamos em um lugar especial.


Ela ainda resistiu um pouco, mas eu a dobrei. Eu a segurei pela
cintura e a levei de volta ao quarto e ela começou a se trocar e eu
ainda gritei.
- Colocar roupas leves, viu? E tênis também. Como se você fosse
caminhar, não vem com roupa pesada.

— Você está exigindo demais, você não acha não, Enzo? O que
você está aprontando?
— Alguma coisa. Então, não demore. Não demorou e ela voltou de
conjunto de moletom e de tênis. Eu balancei a cabeça e rindo—
faltou amarrar os cabelos.
— Ó, precisa disso também? Não acredito. Eu dei um sorriso e a
gente desceu juntos. E ela estava conversando, falou um pouco
mais, mas ainda estava com um ar de tristeza nos olhos.

— E hoje nós vamos fazer algo especial. Colocar uma música para
gente daquelas que tira toda a tristeza não me coloca música de
corno, não pelo amor de Deus.

— Corno não, eu já sou uma corna na vida, ainda tem que ouvir
música de corno! Enzo por favor.

Ela cantava e me encarava dando um leve sorriso, mas a tristeza e a


preocupação ainda estavam ali. E não demorou, nós já estávamos
chegando no passeio. Foi questão de quarenta minutos. Ela
cantando e ela ainda contava do projeto dela, quando nós
chegamos.
— Feche os olhos é uma surpresa.
— O que está aprontando Enzo?

— Você só vai abrir os olhos quando eu mandar. Até lá você


permanece de olhos fechados, senão não vai valer a surpresa.
— O que você está aprontando Enzo?
— Algo que você vai adorar. E tem muito tempo que não faço isso.
Agora venha e de olhos fechados e caminhe comigo. E aí quando
chegamos na porta do parque eu disse para ela,
- Pare aqui e respire. Ela riu e tenta me bater— Pode abrir agora.
Ela se assustou, ficou admirando sem entender e rindo como uma
criança e eu amando ver os olhos dela brilhando de novo. E por um
momento parecia esquecer a vida ruim.
— Não acredito! Meu Deus! Ela coloca a mão sobre a boca e me
abraça forte rindo. — Você acredita que eu nunca tive oportunidade
de ir a um parque de diversão?

— Mas por que você nunca foi?


— Eu nunca tive tempo, eu trabalhava demais e quando eu era uma
criança a minha mãe não tinha condições e nem tempo para me
levar. Que lindo!
— Gostou da surpresa? Nos dois ali parados olhando os brinquedos
em movimento e ela grudou em meu pescoço.
— Não precisa Enzo…
— Só de ver esse sorriso eu vejo precisar sim. Então vamos brincar
de ser crianças?
Ela me deu a mão sorridente e não tinha preço ver aquela felicidade
estampada em seu rosto.
— Obrigado, Enzo…

Ela estava tão feliz, sorridente, estava adorando cada parte do


parque e era isso que eu queria, que ela se sentisse bem,
esquecesse o que estava passando eu imagino como está a cabeça
dela e não quis falar sobre o assunto.

— Meu Deus, é tudo tão lindo, né? Nossa, é enorme, nós não vamos
conseguir andar nesses brinquedos todos?
— Por que você vai querer andar em todos?
— Ah, já que eu estou aqui, né? Vou passar o dia aqui com você, ter
que te aturar, então é melhor eu passar em todos os brinquedos.
— Mas primeiramente nós vamos comer cachorro-quente, vamos
comer pipoca, algodão-doce.
— Maçã do amor. Ela disse deu um sorriso— Vamos jogar lá no tira o
alvo porque eu vou ganhar um ursinho para você enfeitar a casa que
esses ursinhos são ridículos, mas tudo bem.
— Não acredito! Você está muito romântico e o que está
acontecendo com você?
— Só quero me divertir é isso. Estou cansado de trabalhar e preciso
me divertir.
— Então vamos andar de cavalinho. Aí eu vou adorar andar de
cavalinho.
— Imagina eu andando no carrossel. Valentina? Eu parei e ela
me puxava. — Imagina se eu saio na revista de moda andando de
carrossel? Eu rir e ela ficou me esperando. — “CEO da moda
andando de carrossel".

E segurando a minha mão nós passeamos e fomos ao tiro ao alvo e


eu acertei um bichinho para ela e olhou para mim, e me entrega o
urso.
— Eu não acredito que eu vou sair carregando isso pelo parque.
— Não mandei você ganhar, eu disse para você que íamos no final,
agora ainda tem um monte de brinquedo para gente ir.
— Não acredito que você vai querer andar nisso tudo, eu já estou
acabado.
— Mas eu nem fui à roda gigante.
— Então a última roda gigante, por favor, eu preciso de um banho e
dormir, eu estou exausto.

— Nossa, mas a gente acabou de chegar.


— Então vamos, mas me diga, você está melhor?
— Sim, eu estou, eu não queria falar sobre esse assunto porque eu
não quero te chatear, não quero contar essas coisas ruins para você.
Ela ficou triste e me encara. — Já temos passado coisas tão difíceis,
mas depois de tudo eu só tenho você, me desculpa por não ter me
falado.
— Você fala quando você quiser, vamos à roda gigante.
Quando parou, nós entramos, ela deu um sorriso, estava toda
empolgada com algodão-doce na mão, e ela estava tão feliz,
sorridente, eu segurei a mão dela e confesso que há muito tempo eu
não andava naquilo. E estou me superando, eu tenho pavor de
altura.
- Você sabia que o meu sonho sempre foi andar de roda gigante?
Um dia eu saí do trabalho mais cedo e eu parei na frente do parque
para andar na roda gigante, mas eu não tive coragem, eu acabei
desistindo.
— Por que você não teve coragem?
— Ah, não sei, andar na roda gigante sozinha é tão ruim, é, eu
abracei e ela continuou a dizer sobre o pai dela. — Me desculpa não
ter dividido com você porque eu estava chateada, mas o meu pai me
abandonou e minha mãe e acabou que a minha mãe me criou
sozinha, ele nos deixou e isso nos magoou muito, nos chateou e eu
acredito que a minha mãe ficou doente por causa disso.

— Mas não fica assim e eu vou estar sempre ao seu lado,


independentemente de qualquer coisa Valentina, mas você esteve
com ele?
— Sim, eu estive me abandonou e depois do que vi e descobri
dele, foi o que me deixou mais triste muito mais do que ele ter me
abandonado.

— A verdade é que me magoou muito e hoje ele me procura por


dinheiro, mas agora eu não entendo como ele descobriu onde eu
estou.
— Não vamos pensar nisso, eu não quero te ver triste, depois
resolvemos.
Eu a segurei, e a abracei e ela sorriu balançando a cadeira para
provocá-la e grito:
— Não balança pelo amor de Deus, eu morro de medo você.
— Nunca andou e agora está com medo?
— Sim, eu tenho medo.
Quando ela disse isso, eu a beijei e senti seus lábios ao meu e ela se
aconchegar em meu corpo e nossos lábios colados e vivendo aquele
momento. Éramos um do outro naquele momento. Esquecemos tudo
e todos. E aquela sintonia da roda gigante, o romantismo. Não quero
que esse momento acabe, quero apenas que ele se prolongue. Ela
acariciou os meus cabelos e deu um sorriso.

— Chegamos.
— Foi tudo tão rápido. Nem percebemos. Eu disse ainda em
êxtase pelo beijo.
Eu não fiz tudo isso para levá-la para a minha cama, mas confesso
que eu queria muito e ando numa carência. E quando entramos do
apartamento eu sou surpreendido pela boca dela que grudou a
minha e já começamos ali mesmo. Aproximo-me, disposto a fazer
com que ela se entregue, e ela se entregou assim como eu estava
loucos por esse momento.
Tranca as pernas à minha volta e eu seguro seu pescoço,
colando a boca na pele macia que se encontra com o ombro. Mordo
e sugo. Ela geme, me dando um pouco daquilo que se tornou minha
droga favorita: seus lamentos de tesão.

Saio andando com ela em minha cintura indo em direção ao


quarto, o pau completamente ereto. A cada passo, roço em sua
abertura e nós dois gememos.

— Valentina? Eu sussurro em seu, lábios e ela morde meu lábio


superior e suspira.

— Não diga nada...

Belisco seu clitóris e ela joga a cabeça para trás, choramingando.


Chego até a cama e afasto o meu corpo do dela, debruçando-a nela,
a bunda empinada exposta para mim. Escorrego a mão entre suas
coxas e está muito molhada. Arranco sua calcinha com a calça e
deslizo meu rosto sobre sua abertura e lambi e ela segura meus
cabelos e eu me afundo e sugo como uma fruta cítrica eu lambi.

— Não aguento mais espera.

Digo em seus lábios. Entro devagar, saboreando cada pedaço


que lhe tomo até que todo meu pau esteja pulsando em sua boceta
apertada. Belisco seus mamilos e ela empurra para trás, gemendo.
— Você adora isso, gostosa? Oh, Deus! Grito e agarro sua
bunda e meto fundo, mas não é suficiente. Dou outro impulso mais
duro do que o anterior, em uma batida selvagem. — E apertada
demais rebola.

— Não pare... Mais forte...

Ela tenta empurrar e eu seguro seus quadris para controlá-la e


ela rebola, safada. Estapeio sua bunda. Choraminga, meto mais,
martelando com força. Saio e volto para seu calor apertado e ergo
uma de suas coxas para ir mais fundo. Está em pé agora e nossas
línguas se devoram enquanto a como. Acaricio tudo o que alcanço.
Queria ter várias mãos para não deixar lugar algum sem ser tocado.
Clitóris, peitos, abdômen, a boca gulosa. Eu não sei por quanto
tempo nos perdemos um no outro. É como se, quando estou nela,
abrisse um vácuo onde horas e minutos não, têm qualquer
importância. Aumento a velocidade com que toco seu clitóris porque
sei que não vou durar. — Goze comigo. Eu rebolo e comando,
mordendo sua orelha. Ela rebola, como que me desafiando, mas
sinto seu sexo contrair e sei que está muito perto do orgasmo. Fodo-
a alternando golpes longos agora. Ela me devolve cada investida,
mas por fim estremece, me encharcando com sua néctar. — Que
deliciaaaaa...

Eu a puxo para sentar-se em meu membro ainda molhado do


primeiro orgasmo e ela cavalgava rápido e lento ao mesmo tempo,
fazendo o meu membro crescer dentro dela e gritando.
Ela segura a minha coxa e rebolava para baixo e para cima e grita:

— Eu vou gozarrrr... Mete!

Eu meti gostoso fodendo até o talo e sinto ela estremecer em meu


colo e eu segurando sua pequena cintura eu explodo de novo
rebolando enquanto ela gritava e suspirava em meus lábios.

— Perdemos o juízo...
Eu não ia deixar barato sei tudo sobre a vida dela.

E eu vou usar de todas as formas para destruir essa maldita mulher


que apareceu na vida dele. E ele está completamente apaixonado
por ela. Eu vejo isso na forma dele olhar para ela, na forma que ele a
defende.
Mas eu não vou deixar, porque Enzo é meu.
E eu vou acabar com ela. E foi isso que fiz quando eu cheguei na
ponte central.
Eu parei o carro e fiquei olhando de longe e chamei o moleque. Ele
estava usando drogas ali, todo sujo, o cheiro insuportável.
— Te dou esse dinheiro se você chamar aquele homem lá para mim.
Diga que eu tenho algo para dar a ele, mas não demore.
Eu me afastei e fiquei na porta do bar à espera dele. E ele chegou
todo suado, descabelado, a barba grande, estava horrível, parecia
um mendigo.
Ainda veio me tocar e eu falei como se me conhecesse.
— Não colocar mãos em mim. Eu não te conheço. Eu o empurro e
ele todo estranho drogadão. — Eu só estou aqui porque eu preciso
fazer isso, porque senão eu não estaria. Eu sinto nojo de ver aquele
lugar. — Fique afastado e pegue esse dinheiro. Ele ia sair correndo e
grito: — Não, volta aqui e eu te dou muito mais. É só ir aonde a sua
esposa está no hospital, aqui próximo.
— Do que está falando eu não sei delas.

— Ela está no hospital aqui perto. E a sua filha, ela está casada com
um homem cheio de dinheiro. Porque você não aproveita e aparece
lá e pede sua parte.
— Elas não querem saber de mim.
— E daí e seu direito pega o dinheiro que ele dá para filha. E vai lá
no hospital, porque a velha está entre a vida e a morte.
E se ela morrer, você não vai ter mais de onde tirar dinheiro. Eu
quase rir e me afasto, ele fedia. — Porque eu sei que você tirava
dinheiro dela para você não se aproximar daquela filha horrorosa.

Eu quero ver se ele vai continuar com ela, a família dele vai aceitar
ela com o pai viciado, é uma vagabunda que tem vários homens,
isso não vai ficar assim.
Enzo você pode até tentar me dispensar, mas você não vai
conseguir porque eu voltei. E você vai ser meu.

Não acreditei
que ele estava tudo tão perfeito, maravilhoso. Ele estava todo
sorridente, carinhoso. E essa noite estava diferente nos entregamos
de verdade e sei que o foi o momento do parque que me fez ceder.
Eu estava realizando sonhos.

Ele beijou os meus lábios e sorrindo me puxa para seu corpo e eu


sabia irmos continuar a farra afinal ainda tinha muito que gozar.

— Continuação, Enzo?

— Amanhã nós vamos trabalhar e, porque hoje o meu chefe resolveu


tirar a folga por conta própria. Ele acha que eu estou podendo.
— Ele tem certeza e ainda estou com sede.

Me puxou para os braços e beijou os meus lábios ia rolar novamente


e depois de tudo que aconteceu eu sabia que eu precisava disso de
um carinho e foi isso que aconteceu ele já estava em meu corpo de
novo e beijando os meus lábios e eu o senti tocar os meus lábios
furiosamente com toda força
lambendo o s, lábios sugando a minha língua, eu sinto ele me tocar
meu corpo e descendo para a minha abertura eu gemi.
E sinto sua língua me tocar e ouço o barulho do telefone e ele sorri e
eu balanço a cabeça que não.

Ele ainda olha para mim e dá um sorriso. E nós continuamos, ele


beijou os meus lábios nos dois entregues as carícias e ouço telefone
da casa tocando sem parar. E nossos corpos colados ouço a
mensagem de voz:

“O senhor Moretti compareça ao hospital Bernats no centro e


urgente. Obrigada a direção.”
Ele olhou para mim, eu olhei para ele, balançou a cabeça e nós nos
levantamos correndo da cama às roupas, que estava jogada ao
chão, nós saímos catando e vestindo e ele já pegou a chave do carro
e disse:

— Vamos logo que chegamos a meia hora.


Eu estava sem ar e naquele momento eu não pensava em nada
somente na minha mãe. Corremos o máximo que podíamos. Eu não
conseguia nem pensar em nada a não ser no que havia acontecido e
quando chega ao hospital em meio desesperos, aflita, ele olhou para
mim e disse:
— Calma, eu estou aqui.

Fui correndo até o quarto dela e cheguei lá ela estava sendo


atendida pelos médicos e eu me joguei no pé da cama dela e
gritando desesperadamente.
— Mãe… eu estou aqui. Eu estou aqui mãe. Vai ficar tudo bem.
— Por favor, fique calma. Ele me ajuda a levantar do chão.
— Eu estou aqui, mãe respira vai dar tudo certo, mamãe eu estou
aqui.

— Valentina? Ela falava bem baixinho, mal respirava e eles


aplicando remédio nela e eu assegurei pelo rosto e beijei as suas
mãos e ela disse: — Ele esteve aqui, ele esteve aqui, Valentina.
— Ele quem mãe? Calma mãe, calma.
O médico me encarrou e balançou a cabeça e disse:
— Ela não pode ter fortes emoções e ela teve fortes emoções.
Apareceu um senhor aqui e os dois discutiram e acabou que ela
ficou assim.
— O que ele queria?
— Não sabemos. Mas ele disse ser esposo. O coração dela não vai
aguentar, então é melhor você restringir as visitas a partir de hoje.
— Sim, claro que sim.
Quando eu voltei ao quarto que segurei na mão dela e beijei o seu
rosto e ela me disse ainda choramingando sem forças ela segurou
minha mão.
— Eu vou resolver isso mãe. Eu juro.

Quando eu ouvi aquilo, não acreditei que meu pai tinha feito isso. E
por quê? Ele nunca se importou conosco e olhando a minha mãe
assim tão debilitada eu perco a cabeça. Eu saí do quarto e aflita. Não
podia perder a minha mãe e só tínhamos uma à outra nessa vida
toda ela esteve ao meu lado. Eu ainda respiro querendo desabar,
mas precisava ser forte.

— Eu preciso encontrá-lo. Eu já saí do quarto e Enzo me segura. —


Isso não vai ficar assim.
— Calma, nós vamos juntos.

Nós saímos pelas ruas à procura dele. Passamos três vezes perto da
ponte central e ele não estava, o Enzo chamou um dos garotos que
estavam por ali e ele chegou com a mão no bolso, levou um susto e
disse:
— O que quer tio? Qual vai ser a fita de hoje?
— Nenhuma eu quero uma informação e se você me der eu pago
muito bem. E dá para não me chamar de tio?
— O que o tio precisa?
Ele balança a cabeça e ri e contínua a conversa com o garoto até
bem-vestido, mas muito mal-encarado.
- Procuro um homem que fica sempre aqui barbudo, cabelos
castanhos.
— Aqui Enzo. Eu passo a foto que tirei no restaurante e eles
conversam.
— Ah! O Toninho eu sei quem é ele está com uma cicatriz no rosto.
Ele fica lá na rua da esquerda. Você vai embora reto lá no final da
rua, você vira à esquerda. Lá tem outro ponto. É ali que ele fica.
Enzo pagou e nós saímos dirigindo bem preocupados e olhando para
todo lado por o carro ser um carrão bem-vestido, eu já fiquei com
medo logo. Ele olhou para mim, segurou minha mão e disse:
— Fique tranquila, vai dar tudo certo.
Deixamos o carro e entramos e saímos andando pelas esquinas e
pela viela daquele lugar horrível, sujo, fedendo, a fezes, fedendo, a
estrume, coisas, horrível, a urina, quando eu o olhei olhou e a minha
mão e veio um garotinho e ele chama-o.
— Preciso de uma informação se você me der eu pago bem. O
garoto olhou para nós dois, balançou a cabeça.
— Então dá-lhe o tio.
— Eu procuro esse homem. E me disseram que ele fica aqui.
— Ah… Sempre está lá no final da rua e onde está aquela barraca
azul. Não sei se ele vai estar agora, mas ele fica lá nessa hora.
Chegamos lá ele não estava e nós olhamos e eu já estava com
medo do lugar. Ele ofereceu dinheiro para mais um garoto e nos
levou onde ele estava. Quando nós o chegamos estava sentado com
uma lata na mão, todo sujo, ele me viu e já ia se levantar para sair
correndo, mas o Enzo o segurou e sem forças para olhar para ele
daquele jeito e respirei fundo.
— Por que você foi lá? Fazer maldade com a minha mãe porque
você foi lá ela piorar. Eu só tinha questionamentos e raiva do que
ouve. — Você nos abandonou, nos deixou. E agora você quer matar
a minha mãe. Por que você fez isso, pai? Ele estava assustado e eu
enchendo-o de perguntas. — Era só me pedir que eu lhe dado mais
dinheiro. Não precisava ter ido lá falar com ela.
— Me solta, me solta. Estava desesperadamente e eu comecei a
chorar e o Enzo soltou e ele olhou para mim e ele sem dó sem nada
era como se ele tivesse raiva de mim naquele momento ele olhou
novamente e disse: — A moça me pagou. Ela me deu o dinheiro e
mandou eu ir lá falar com a sua mãe. E eu fui.
— Que moça é essa? E do que está falando?
— É uma moça bonita, achei que fosse sua amiga, ela disse que sua
mãe estava lá entre a vida e a morte e que ela tinha muito dinheiro
que o moço aí está levando para ela, então eu fui lá buscar minha
parte ou eu não tenho direito?
— Você não tem direito a nada. Você me abandonou. Você me
deixou e minha mãe. Nós passamos fome, moramos debaixo da
ponte por sua culpa. E olha o que você fez com ela. Eu jamais vou te
perdoar se ela morrer.
Enzo me abraça e me faz calar, eu já estava soltando coisas ruins
demais. Eu limpo o rosto e ele fica cabisbaixo.
— Ela é morena com os cabelos aqui assim no ombro, deu uns olhos
cor de mel, bem-vestida e num carro preto e muito mal-educada,
ruim, tem um coração de pedra ali. Ela mandou e eu fui. Ele se
afasta e joga a lata longe. — Me perdoa, Valentina, me perdoa. Eu
não queria fazer mal para vocês, eu só queria o dinheiro. Me perdoa.
Eu não tenho culpa de ser doente, não tenho culpa de estar assim
Valentina, me perdoa. Eu já tentei, mas eu não consegui largar
minha filha. Do nada ele mudou o repertório e já parecia arrependido
e tentando me consolar. — Não chora Tina, não chora. Ele veio para
me abraçar e o Enzo do lado olhando.
— Senhor, nós podemos te ajudar. E o que você acha de ir para
longe e assim se cuida. O que acha Valentina?
Enzo me abraça e eu apenas balancei a cabeça com medo de tudo
aquilo, medo da de perder a minha mãe e eu não tinha nem
condições de querer nada e nem pedi, nem pedir nada. Eu só
balancei a cabeça aqui sim.

— Eu quero ir agora falar com ela.


— Você não precisa disso. Ele tenta me convencer.
— Eu vou agora falar com ela. Eu quero olhar no olho dela e saber
por que ela me odeia tanto.
— Calma, Valentina. Calma… Nós vamos, sim, calma. Eu vou te
levar lá. Ele me abraça forte. — - Olha para mim, calma, respira e
assim você só vai piorar as coisas.
Enquanto Enzo cuida para meu pai sair das ruas com seu advogado,
eu fiquei tentando entender por que de tudo isso e olhando para o
meu pai ali todo ferrado. Eu não entendo o porquê dessa maldade da
Cecília. Horas depois ele já tinha resolvido tudo e meu pai se
alimentado na lanchonete e o advogado chegou para buscá-lo. E
olho para Enzo e não esqueci o que íamos fazer.
— Vamos, eu quero olhar na cara dá biscate.
— Calma e não precisa de agressão, por favor.
— Me poupe Enzo…
Eu tinha que olhar nos olhos dela e perguntar: por que ela fez isso?
E para que me odeia tanto eu já sabia a resposta, mas eu queria
falar com ela novamente nem que fosse pela última vez e nós
andamos pelas ruas, chique da cidade e quando chegamos e nós
olhamos e disse pela milésima vez:
— Tenha calma, sem escândalo, e vamos conversar e depois a
gente resolve o resto.
— Eu vou confiar em você, mas se ela ficar de graça eu perco a
cabeça.
Ficamos ali no carro debatendo o certo e errado.
Ele tinha princípios demais para meu gosto e eu querendo me vingar
dela e assim desmascarar a sonsa que se faz de boazinha.

— Por favor, eu sei que a sua família, que a sua vida (tá) em jogo,
mas também precisamos pensar no depois, nos prós, entendeu?
Não podemos fazer as coisas com a cabeça quente do jeito que
estamos.
— Então vamos... Eu disse saindo do carro.
Ele foi lá e eu fiquei perto do carro. E quando eu a vi vindo que ela
abriu a porta eu desci do carro e eu já fui para cima dela gritando e aí
empurrei.
— Por que você fez isso? Por que você o mandou lá na para visitar
a minha mãe? A minha mãe está morrendo por culpa dela. Ele me
segura e eu fico furiosa me debatendo nos braços dele. — Por que
você me odeia tanto?
— Eu não fiz nada para você, eu nem te conheço. Você é louca? Ela
ficou furiosa e vermelha e veio para cima. Você também, Enzo? Você
está apoiando essa agressividade? O que está acontecendo com
você?
— Por favor, Cecília… por mandar o pai dela ir ao hospital sabendo
que a mãe dela está muito doente. Por que você fez isso? Estava
bravo e a segurou pelo braço— Por que dessa maldade Cecília?
Olha para mim e diga eu não estou te reconhecendo.
Ele estava como eu cheio de perguntas e pior que já sabíamos da
resposta. — Você tem que me dar um motivo para você ter feito isso.
Eu jamais vou te perdoar.
— Porque eu te amo, Enzo, te amo, o que sinto por você é amor de
verdade e não quero te perder. É por isso que fiz tudo isso para tirar
ela dá sua vida e te mostrar que ela não serve para você.
— Não te reconheço, Cecília.
— Eu odeio Valentina e tudo sua culpa… Eu tento respirar e me
segura porque eu queria partir para cima dela e ele com o corpo na
frente— Odeio desde o dia que eu te vi pela primeira vez, eu odeio
tudo que envolve essa mulher. E, porque você é meu Enzo, eu te
amo e eu tentei matá-la e eu vou matá-la e destruí-la.

Não acreditei quando ela disse na minha cara tudo aquilo. Ela me
odeia e ainda quer me matar e o Enzo ficou em choque me olhando
e eu parto para cima dela com tudo.

Depois de tudo que ouvi e presenciei, era um momento de acabar


ali o que um dia eu vivi com essa mulher. Ela é maldosa, tem um
coração de pedra e eu jamais vou deixar que ela faça mal a
Valentina e foi isso que fiz.
— Chega Valentina, vá para o carro, me espere que eu vou ter uma
conversa com ela.
Valentina desceu para próximo ao carro e eu tive que conversar com
a Cecilia e dar um fim.
E ela já estava entrando, eu a seguro e olhando em seu rosto e eu
tinha que acabar com qualquer chance de ela pensar em nós. Antes
que ela fizesse algo pior.
— O que existiu entre nós fomos no passado, acabou. Hoje o que eu
sinto pela Valentina é diferente que senti por você. Eu quero que
você esqueça tudo que um dia nós vivemos, até porque não foi essa
mulher que está na minha frente que um dia eu tive sentimentos.
Você é maldosa, maliciosa. O que sinto por ela é forte e único, então
acabou aqui, eu quero que você viva a sua vida e me deixe em paz,
não seremos, nem amigos, essa é a verdade depois de tudo que
aconteceu aqui.
Quando eu disse isso, ela começou a chorar e grudou em meu
pescoço e não me deixava ir embora. Eu tento tirar os braços dela.
— Cecilia o que fez é imperdoável. Ela me encarou e começou a
chorar e gritar, desesperada e ela batia em meu peito e eu assegurei,
olhei bem para ela e disse: — Chega. Eu não quero mais saber de
você.

Ainda em lágrimas ela me encara com raiva e olho vejo que


Valentina ainda estava me esperando. Eu me viro para sair e olho
para ela que estava bem próxima à calçada e eu desci da porta da
casa dela, eu abracei a Valentina, ela estava chorando, eu olhei para
ela e disse:
— Acabou… Fica calma, vai tudo se resolver. Eu a abracei e nós
atravessamos a rua para entrar no carro ela vem com tudo de dentro
da garagem, eu ainda puxei a Valentina com tudo e ela veio para
cima com o carro. E não conseguir ver muita coisa e nem pensar e
eu sabia que era capaz de tudo e veio para cima de nós dois e eu
empurrei a Valentina e caiu e eu entrei na frente do carro. E eu não
consegui sair a tempo e sinto a batida me jogando longe. E a última
coisa que ouço e a voz da Valentina:
— Enzoooooo?
Depois de
tudo que ela fez e agora ela foi longe demais eu vi Enzo jogado ao
chão e ensanguentado, eu corri para cima e ela não parou.
E eu já caí ao lado do corpo dele e desesperadamente — Enzo por
favor fala comigo…
Eu não vi mais para onde ela foi. Fiquei desesperadamente gritando
e implorando por socorro. Quando chegou alguém eu peguei meu
telefone e eu ligava e eu não podia tocá-lo, ele estava desacordado e
vi respirava, olhei novamente para ele e eu pedi socorro.
Demorou eu saio ligando para todo mundo para família e
desesperadamente eu não sabia o que fazer com o coração na mão
acelerado e o desespero de ver o Enzo jogado eu não aguentei e
chorei e aos gritos em cima do corpo dele.
O resgate chegou, nós fomos levados juntos, eu larguei tudo para lá,
o carro dele, tudo e quando nós o chegamos já foi levado, ele estava
muito ruim, todo ensanguentado ele bateu a cabeça e essa era
verdade, eu andava de um lado para outro.
Uma dor no estômago e nem conseguia tomar água embrulhado de
nervoso de ver aquela cena.

Ali naquele corredor a espera de notícias e a família dele que não


chega e conseguir um café e não aguentei tomar e jogo fora quando
eu vejo o médico e a mãe dele chegou gritando pelo corredor.

— Meu filho? Meu deus, o que houve com ele?


— Ele bateu a cabeça e sofreu um trauma, terá que esperar, mas ele
está em coma e achamos que seria melhor para não danificar o
cérebro.
— Mas por favor ele vai sobreviver? O pai dele disse e eu ali em
choque sentando-se sem forças nas pernas. E olho para eles sem
entender nada.
— O que ouve Valentina? Minha ele disse.
- Cecilia tentou me atropelar e Enzo entrou na frente.
— Sempre você é insuportável.
— Eu não tive culpa foi ela aquela maldita e eu gritava, eu chorava,
eu esperneava e eu saí de perto dela e veio para cima de mim com
tudo e a avó dele me abraçou e me abraçou passou a mão nos meus
cabelos e disse calma.

— Valentina calma vai dar tudo certo você precisa ter fé minha filha
que vai dar tudo certo Enzo vai sair dessa, mas por que ela fez isso?

— Por ciúmes ela estava com ciúmes do Enzo e ela jurou que ia me
matar. Não foi culpa minha por favor não foi culpa minha.

— Calma, vai dar tudo certo.


Não acreditei, ela ainda acha que eu sou a culpada e a vaca que
tentou matar e a santa. Eu apenas saí de perto deles e fui ver o Enzo
pela parede de vidro.

Dias ali cuidando do Enzo, a família, que se dizia se importa, saiu e o


deixou por conta dos médicos e enfermeiros e eu não o deixei
sozinho. Eu estava ali a todo momento e não estava conseguindo ir
trabalhar e fui direto ao diretor da empresa e disse tudo sobre Enzo e
ele me deixou ficar cuidando dele. Eu quase não dormia e nem
comia de tanta preocupação, ele foi levado para o quarto saindo da
UTI e eu passei o tempo todo ao lado dele.
E já era tarde quando a avó dele chegou e me abraçou e ali parada
desanimada.

— Valentina, vai ficar tudo bem-querida.


Eu a abracei e chorei em meio desespero quando o médico chegou
em minha direção e o médico olhou para gente e disse:

— Nós fizemos tudo que podia ser feito, mas infelizmente agora só
depende dele. A única coisa que podemos fazer é rezar.

Nós olhamos e nos abraçamos e eu chorei desesperadamente e sem


comer a dias apenas bebendo água, o estômago nada parava e uma
dor de cabeça que me matava. Eu já não tinha cabeça para nada
apenas pensar em Enzo e em tudo que aconteceu e os pais dele me
culpando por tudo eles me odeiam.

— Você precisa comer alguma coisa, está pálida. Ele vai precisar de
você inteira.
— Eu não estou conseguindo comer nada. Desde ontem estou sem
conseguir comer. Na verdade, a única que tomei um cafezinho. Não
sinto fome.
— Ele vai sair dessa e precisa pensar positivo. Você precisa comer
alguma coisa na Valentina. Você está cuidando dele e esquece de
você.

— E eu estou bem vó. Eu não consigo comer nada, não para nada
no meu estômago. Acho que eu estou muito nervosa pelo que
aconteceu. Essa é a verdade. Mas depois eu como alguma coisa.

Ficamos ali horas conversando e ela me abraçou indo para casa e


eu fiquei do lado dele, mas estava péssima, a cabeça girando e sinto
o ar falta em meu peito e a enfermeira chegou e me viu ali passando
mal.

- Você está passando mal? Está branca moça.

- Não sei, acho que é pressão, estou fraca demais.

Eu não vi mais nada e acabei desmaiando na beira da cama do


Enzo. Horas depois eu estava ainda tonta, a cabeça doendo e passo
a mão sobre os cabelos e olho para o lado a procura do Enzo e não
acho, eu vejo apenas eu deitada em uma maca e me assusto. E me
desespero ao lembra do que aconteceu.

“O que faço aqui?”

Eu tento me levantar e vejo que estou no soro e me assusto e aperto


o botão eu precisava voltar ao quarto e ver o Enzo. Meu coração
disparado e por que eu estava aqui? Passava mil questionamentos e
eu só querendo sair correndo. A enfermeira chegou assustada e me
ajudou e eu sem força.
— O que eu faço aqui? Eu não me lembro que houve.

— Você desmaiou no quarto do paciente e a trouxemos, mas estava


muito fraca.

— A minha cabeça dói muito, eu preciso de um remédio e volto ao


quarto para ver o Enzo.

— Ele está bem ainda em coma, mas precisa ter cuidado e pensar
que o bebê está muito fraco. Estava com a glicose baixa demais e
faz mal ao bebê. Eu fiquei olhando para ela e tentando entender o
que ela estava falando e ainda respiro olhando para a pequena
enfermeira de uns cinquenta anos ali na minha frente ela repete. —
Está fraca demais e precisa do soro e se não for por você pense
nesse bebê que não tem culpa de nada.
“O que ela estava falando?” Penso ainda passando a mão
sobre os cabelos.
— Bebê? O que está falando?
— Que está gravidíssima…
Depois de algum tempo em outro mundo vivendo inconsciente,
eu não sabia nem onde eu estava com os meus olhos, ardia a minha
boca amarga, meus olhos queimavam e pisquei várias vezes quando
respiro forte o ar volta ao meu pulmão e abro os olhos. Tento ver
todos ali presente, mas vejo somente a minha vó ali me olhando.
Ela ainda passou a mão no meu rosto e deu um sorriso. E eu segurei
a sua mão naquele momento, eu percebi que eu estava vivo, que o
meu coração ainda batia e que eu ainda tinha esperança de algo na
minha vida que estava no passado. E pensei nela. O meu coração
estava doendo, uma dor estranha, uma amargura. Eu olhei para ela
e gritou de emoção.
Quando eu olho, a minha mãe veio para cima de mim, chorando e
gritando.
— Enzo, meu filho, você acordou que bom meu filho, que
saudades…
Todos ali falando, sorrisos, abraços e todo mundo falando ao mesmo
tempo, a minha cabeça girando, a minha cabeça doía, eu ainda olhei
para minha mãe, tudo estava estranho, o gosto da minha boca e
disse:
- Cecília? Eu quero vê-la. Eu respiro e ela me olha cheios de
lágrimas. — Eu quero vê-la.
— Você está sentindo alguma dor?
Eu balanço a cabeça que não tento me mover e todos me olhando e
chocando e eu confuso. Dores pelo corpo e fome.
— Mas eu quero falar com a Cecília.
— Ela esteve aqui, mas foi embora.
Minha mãe disse me beijando.

— Mas você é casado com Valentina. Minha avó disse arrumando


meus cabelos.
— Quem é Valentina? Eu gaguejei.
— Sua esposa, meu filho.
— Quem é casado? E eu não me lembro de ter casado com
ninguém, como assim? Não, vocês estão loucos, avó, é mentira.
- Vocês estão juntos há algum tempo, você não lembra dela? Você a
levou na minha casa e eu a ensinei a cozinhar.
— Não me lembro de nada disso. Quem é essa garota? Eu estava
cheio de perguntas e, por que não me lembro dela? — Onde eu
conheci essa garota?
— Ela trabalha com você.
— Não, eu não quero saber dela, eu não quero saber de outra
mulher, eu quero me divorciar dela e chame a Cecília. Eu parecia um
garoto pirracento querendo ver a namoradinha. — Eu quero ver a
Cecilia e eu não quero saber de outra mulher e agora que encontrei
o amor da vida que vamos poder estar juntos.
— E a Valentina? Minha vó disse triste. — Ela é sua esposa e teve
todo tempo com você.
— Não, eu não acredito nisso, vocês estão mentindo para mim,
digam a verdade.
Esperei a ouvir aquilo, eu esperei tantos anos a Cecilia para gente
ter uma vida juntos e hoje eles vêm falar que eu estou casada com
uma mulher estranha.

— Não, Enzo, você não pode fazer isso com ela, esteve o tempo
todo com você e não te deixou um minuto, você não vai fazer isso
com a Valentina.
Todos falavam ao mesmo tempo, da minha mãe gritando em cima
da minha avó.
— Ela não vale nada, eu nunca gostei dela. Ela é muito sonsa. Eu
já liguei para Cecilia e ela já está vindo. Elas brigavam e eu tentando
entender por que não me lembro de nada da tal moça. — E você
mãe, não diga nada. Porque aquela garota entrou na vida dele para
destruir ele e está aqui por causa dela. Eu não suporto aquela
garota.
— Por favor, gente sem brigar. Meu pai grita.
— Já está decidido. Eu vou me separar dela. Eu quero o divórcio
porque eu vou me casar com a Cecília. Eu esperei esse momento a
vida inteira e agora eu quero estar com ela. E mesmo sem nem ver a
garota, eu já tinha decidido porque o meu coração estava mandando.
— Eu quero o divórcio.
Depois do
exame eu fiquei em choque ao saber que estava grávida. E pedi que
não dissesse a ninguém por enquanto queria que fosse sigilo.
Os dias se passaram e ele esteve internado e ainda em coma e eu
cuidando de tudo.
Eu ia à empresa e depois a avó dele ia embora para casa, eu
passava o resto da tarde e à noite com ele.
Era assim os meus dias, eu estava dividindo entre ir lá na empresa e
cuidar do Enzo.
Eu e a avó dele, nos dividimos, cada um ficava um pouco com ele,
assim eu resolvia as minhas coisas e ela me ajudava.
Quando eu cheguei em casa estava cansada, com dor de cabeça, o
dia foi cansativo, puxado.
Após ir à empresa com duas reuniões eu ainda fui para clínica cuidar
dele. Eu contava o meu dia no escritório e contava sobre o bebê.
Quando eu cheguei em casa ela tinha razão, eu precisava me cuidar.

Depois disso o meu coração não se acalmou, ao contrário, eu fiquei


com medo, apreensiva.
Eu sabia que ia ter que enfrentar uma barra e com o Enzo no
hospital estava mais difícil e ainda tinha o bebê. Depois do banho,
cansada, me sento numa enorme sala sozinha e acabo chorando ali
sem ele. Passei a mão em meu ventre e pensando em tudo aquilo
que a enfermeira disse, eu estava me cuidando e Enzo ia precisar de
mim depois que acordasse.
Fui até a cozinha e voltei tomando um danone e fiquei olhando a
chuva estava tão forte e a noite fria. Passei a mão no ventre e
lembrei que aqui dentro tinha um serzinho que fazia parte de mim e
dele. Hoje eu passei mal o dia todo e resolvi ficar em casa para
cuidar das coisas do Enzo, e a mãe dele ia estar com ele, eu estava
a evitando ao máximo.
Eu queria tanto dividir com ele que nós íamos ter um bebê, e só
nosso…
Enxugo as lágrimas e engoli aquele danone e corri para pegar o meu
telefone tocava sem parar e quando olho a tela era do hospital e eu
me assusto.

— Senhora Moretti e do hospital estou ligando para avisar que o


Senhor Moretti acordou.
Eu me sento no sofá assustada com o que ela disse e por que ela
ligou e não a família, eu ainda tento me levantar e não consigo.
— E o médico pediu para avisá-la.
— Nossa! Desculpas, eu estou em choque e estou indo e muito
obrigado por me avisar.
— Imagina

Eu corri, me troquei tentando me levantar.


Olhei novamente o relógio e era uma hora da manhã. Eu corri, me
troquei e fui em direção ao hospital toda feliz, com o coração
transbordando de felicidade. E eu ia contar para o Enzo que a gente
ia ter um bebê. O nosso filho estava em meu ventre.
Passei a mão ainda em meu ventre e dentro do carro toda sorridente
a chuva forte e essa noite ia ficar para a história ele estava
renascendo e íamos ter um bebê. E não entendi por que a família
não me ligou e nem a avó dele. Ainda na estrada e toda feliz, eu
sabia que ia ser difícil, mas íamos conseguir.
Quando eu cheguei, abri a porta e lá estava ele e eu senti-me viva de
novo vendo o meu Enzo vivo e respirei na porta do quarto. Eu corri
para a cama e o abracei sentindo o corpo dele, no meu de novo e eu
sorri.

E chorando eu enchi de beijos e assustada, a avó olhou para mim.


Eu queria matar a saudade dele e em saber que ele estava de volta.

— Calma, Valentina, calma. Avó dele disse.


Ele me encarou com um olhar distante e estava tão distante, achei
frio. A avó me olhou e ele… nem sequer olhou na minha cara, foi
como se eu nem estivesse ali.
Me sinto uma pessoa estranha para ele, foi essa sensação que tive.
— Enzo! Você está bem, Enzo, meu amor? Ainda bem que você
voltou, Enzo.
Eu segurei a mão dele e apertei e ele tirou a mão.
Me assustei e a avó me olhou e balançou a cabeça. Como se nem
ela estivesse entendendo aquilo.
— Você está bem, Enzo? Eu estava tão feliz que não me importei,
apenas queria comemorar que ele estava de volta— Meu Deus, eu
não acredito que você voltou.
Ela coloca a mão em meu ombro e eu entendo naquele momento o
que estava se passando.
— Ele ainda não se lembra de muita coisa, Valentina. Ela disse
tentando me confortar.
Eu custei entender e percebi que ele perdeu a memória e naquele
momento eu olhei para ela novamente ela balançou a cabeça em
negação e me levantei e olhei para ele que não me olhou um só
momento e vi que ele tinha me esquecido. E que eu era a estranha
ali e será que ele esqueceu todo mundo?
Eu não suporto a pressão e sai do quarto chorando e indignada
respirei fundo, passei a mão no meu ventre naquele corredor gelado
e quando eu a vi estava vindo.
Eu não acreditei no que ela fazia aqui depois de tudo que aconteceu
e eu fui para cima dela.
— O que você faz aqui maldita?
Eu a empurrei ainda com o rosto molhado de chora.
— Ele mandou me chamar e não sabia rameira? Que chato!
Não acredito que ele jamais faria isso comigo e vi que entrou no
quarto com tudo e eu vi a cena.
Eles se olharam e ele abriu um sorriso e vi os olhos brilhando, eu
fiquei olhando aquela cena. Era como se ele tivesse me dado um
tapa na minha cara. Eu não acreditei. O meu coração acelerou e eu
tive medo, desespero. Com a minha mão e meu ventre eu vi quando
ele olhou para ela com um olhar apaixonado e disse:
— Que bom que você está aqui, Cecília, eu estava morrendo de
saudade de você.
— O que é isso, Enzo?
Ele não me respondeu e ela ainda deu um sorriso malicioso e eu
fiquei furiosa. E olha para a avó e ela saiu me carregando para o
corredor.

Não acreditei, ele tratando-a com carinho, acariciou os cabelos dela


e passou a mão no rosto.
— O que aconteceu vó?
— Calma Valentina, mas ele perdeu a memória, você não percebeu
que ele nem sequer reconheceu quem é você?
— Não acredito que ele está tratando-a com maior carinho e amor
depois de tudo que ela me fez e ela é a culpada por ele estar aqui
nessa cama.
— Ele está em negação e não se lembra de nada de vocês e minha
filha precisa ter paciência. Ele perdeu a memória e precisa de tempo
para voltar a lembrar de tudo.
Ainda olho no quarto pela última vez e vi que os dois falavam
sorridentes e eu saí chorando desesperada, as lágrimas rolando em
meu rosto e lembrando da cena.

Quando eu vi aquilo o meu coração amargurado eu saí triste


desnorteada, sem caminho, sem destino eu saí pelas ruas. Eu
larguei tudo para trás chorando e dói muito. Ele simplesmente me
esqueceu, me apagou de sua memória. Eu não existo para ele. E o
que eu vou fazer agora com o meu pequeno bebê?
Saí pelas ruas com a mão no ventre e embaixo da chuva me
sentei na praça abracei o meu corpo e a água batia em meu rosto
bati em meus cabelos a chuva ela veio tão forte assim como a notícia
de que ele me esqueceu.
Todos passavam e me olhavam e eu me sentava naquele banco,
na chuva. Quando eu respirei forte, levantei o rosto e gritei.
— Eu te amo, Enzo! E a chuva bateu em meu rosto e quando eu
percebi eu estava no chão eu não vi mais nada, apenas gritos e rosto
em cima e todos falando.
Eu abri os meus olhos e ainda com a dor no abdômen eu passei
a mão em meu rosto e eu olhei ainda murmurando em meios
gemidos de dor.
— Moça, você está bem? E olhe para mim moça. Você desmaiou
do nada e quando eu passei eu vi que você estava desmaiada qual o
seu nome? Por favor, olhe para mim.
Eu não conseguia entender nada e só pensava no meu bebê que
ainda apertava a barriga.
— O meu bebê… o meu bebê? Eu coloquei a mão e o meu ventre.
— Vem, moça, moça, por favor.
— O meu bebê?
— Então levante-se. É melhor você ir para casa. Está chovendo
muito. O seu bebê corre risco nessa chuva. Pense no seu bebê e vá
para casa.
Respirei fundo ainda atordoada com o impacto. Foi quando ele
segurou na minha mão e eu me levantei. É vi o quanto aquele
homem e tão bonito, tão perfeito, os olhos negros, os cabelos pretos
ele era forte, ele deu um sorriso e me ajudou.
Eu apenas abraço meu ventre e choro.

Ele olhou para mim e me tirou da chuva. Colocou-me sentada perto


da loja, no banco e eu fiquei olhando para ele assim admirando o
quanto ele era perfeito.
Após tomar toda aquela chuva, chorar e olhar para aquele homem
tão perfeito, tão lindo, ele chamou um táxi e eu na porta do táxi, toda
molhada, olhei para ele e abracei forte e agradeci.
— Obrigada por tudo, obrigada por me salvar e salvar o meu bebê.
Eu não sei nem o que seria de mim se não fosse você.
— Imagina, vá direto para casa e se cuide. Moça, vai ser melhor.
Olhei meu telefone novamente e vi ser avó e respirei fundo e olhei
para ele e agradeci novamente.
— Mas muito obrigado. Eu te agradeço de todo o meu coração por
me ajudar, mas eu preciso ir para casa… muito obrigado.
Eu entrei no táxi, toda molhada, e vi as ligações da vó e eu não liguei
e não atendi nenhuma.
Eu apenas mandei uma mensagem para ela.
“Oi, vó, sou eu, Valentina.
Eu estou bem, eu já estou em casa.
Agora eu vou me cuidar e vou me distanciar um pouco, mas
qualquer coisa me manda mensagem.
Eu te agradeço por tudo.
Obrigada, Valentina.”

Mas eu tinha que voltar para casa, eu tinha que retomar a minha vida
e podia deixar que aquilo me abalasse daquela forma. E foi isso que
fiz. Quando cheguei em casa, eu não chorei. Eu entrei embaixo do
chuveiro e tomei um banho quente e pensando no meu bebê, passei
a mão em meu ventre e só pensava nele, naquele momento. Ao
lembrar do que ouvir no hospital.

“Ele não se lembra de mim, me esqueceu.”


E o que eu vou fazer agora da minha vida? Passei a mão em meu
ventre chorando e lembrando dele.
Olhei novamente as nossas fotos em cima do criado mudo e chorei.
Eu não aguentei deixar de não chorar e não deixei de pensar nele.
Essa foi a verdade.
Acordei pela manhã com dor de cabeça, mas eu não conseguia
trabalhar.
Então, avisei ao trabalho, pedi a Carol que avisasse que eu não ia
trabalhar.
E eu fui cuidar de mim e foi isso que fiz.
Andar pela cidade e pensar em tudo, pensar em mim. Os dias se
passam tão rápido, e mesmo assim eu não deixei de pensar nele, em
saber como ele estava.
A avó todos os dias mandava mensagem dizendo como estava. E
ainda bem que era o final de semana, eu ia poder ficar distante de
tudo aquilo, do trabalho, das pessoas perguntando dele. Mas eu
sabia que eu ia ter que voltar ao trabalho e como ia ser nós dois ali?
E quando eu cheguei no trabalho, a primeira coisa que me
perguntaram era como ele estava.
E eu ia dizer o quê? Que ele está ótimo e está com outra?
Eu apenas balancei a cabeça e disse: E ela entrou com o café e
contando as fofocas do escritório.
— Carol, quero esquecer tudo e recomeçar a minha vida.
Não acreditei, cansada, exausta, entrei na minha sala, continuei
fazendo o meu trabalho.
Quando eu vi, ele chegou com ela, todo sorridente, já conversando,
passou a mão nos cabelos, estava com o cabelo mais curto, sem
barba, em um terno escuro.
Ainda nem sequer olhei para a minha sala, e, porque ele olharia não
se lembraria de mim, essa é a verdade.
Eu estava na minha sala e ele na dele com ela e vi que os dois
estavam sorrindo, felizes e eu fiquei ali amargurada, olhando e vendo
aquela situação.
- Amiga, você viu, ela voltou ao escritório e não entendi nada.
— Não queira entender amiga e vamos trabalhar.
Ela saiu e foi buscar os papéis do projeto novo e eu não podia
aceitar aquilo, mas eu ia ser indiferente a ele, não ia nem olhar na
cara dele.
A Carol já chegou me abraçando, me beijando e gritou:
— À noite nós temos comemorações, só para te avisar, sem
desculpas, sabe por quê? Fiquei olhando para ela e se soubesse que
eu estava grávida ia querer bater nele. — Porque é aniversário do
nosso amigo favorito Antunes.
E ela rebolava e dançava e me pulava e me abraçava e eu vi que ele
olhou para a minha sala e eu pulei com ela, indiferente a ele.
Eu não ia dar a mínima.
— Isso aí, Carol, hoje nós vamos nos divertir e eu vou dançar até
tarde, não quero nem saber.
— Ah, e hoje eu quero saber não amiga, hoje eu quero me divertir
muito, nós vamos curtir.
— Então demorou, a noite é nossa.
Estava decidida a tomar um rumo na minha vida, não ia ficar
chorando por ele. Se ele quer ficar com ela, o problema dele chega.
Nenhum homem merece que eu seja humilhada, escorraçada como
eu fui. Agora é hora da vingança.
Eu comecei a não olhar para ele e nem ver que ele existia. Fui até a
cantina pegar um café e me sentei no pequeno banco e comi um
pedaço de um bolo que tinha e tomei um café e quando me virei,
para me levantar, eu quase caí no meu corpo foi empurrado.
E ele me puxou com tudo e eu quase caí ao chão quando ele
segurou a minha mão e eu gritei:
— Maldita, por que você me empurrou?
— Você está louca?
Na hora ele puxou minhas mãos e eu olhei dentro dos meus olhos e
ela ficou me encarando
e me senti invadida pelos seus olhos e respiro fundo e tive vontade
de chorar.

Os dias passaram
tão rápido e eu estava de volta ao trabalho. Eu não consegui ficar em
casa, eu não consegui ficar parada, era como se me faltasse algo, eu
não sabia o que era.
Eu estava me sentindo como um peixe fora d'água, essa é a verdade
na casa dos meus pais.
Eu olhei novamente, era como se eu não morasse ali, como se ali
não fosse o meu lar.
E eu entrei no meu carro e passei para pegar a Cecilia e nós íamos
fazer junto um novo projeto. Ela me apresentou um projeto
maravilhoso e nós íamos fazer juntos.
Ela ia me ajudar a voltar ao mundo real, essa era a verdade.
Porque muitas coisas eu ainda não me lembro, principalmente coisas
mais novas, agora as antigas do passado, eu lembro de cada
detalhe, que coisa estranha.
Peguei a Cecilia e nós chegamos na empresa e nós dois sorridentes
conversando e ela contando de quando nós fomos ao casamento do
meu primo, nós rimos e ela me abraçou no meio do corredor e eu vi
a garota distante, ela conversava e pulava e parecia feliz, parecia
alegre e todos me olharam no corredor e ouço os cochichos.
Eu entrei na minha sala e estava me incomodando, quando eu olhei
eu vi alguns retratos, mas não tinha foto dela, na minha sala. E como
ela era minha esposa? E olhei novamente para a sala dela e estava
abraçada com outra pessoa e pulando, ela estava feliz, então vai ver,
está satisfeita pelo divórcio.
Eu não me importei, continuei o meu trabalho, sorrindo e
conversando com a Cecilia e ela me disse:
— Podíamos sair hoje à noite, o que você acha? E assim vamos nos
lugares que sempre íamos.
- Vamos, eu preciso me distrair. E chega em casa e encontrar os
meus pais discutindo é muito para minha cabeça, eu preciso
urgentemente arrumar um apartamento porque fica na casa dos
meus pais. Já não tenho mais idade para isso.
— Ah! Você tem uma parte hotel que vai ficar nele.
— Ah! é verdade. Isso mesmo. É, eu vou para o meu Apart Hotel.
Ainda bem que você me lembrou dele.

— Então eu vou buscar um café para gente. Você quer com a sem
açúcar né?
— Claro.
Eu dei um sorriso e ela saiu para buscar o café,
e eu estava cabisbaixo, olhei novamente para sala dela e não a vi. E
eu vi um burburinho, uma bagunça pelo corredor. E eu fui à sala do
presidente da empresa e dei de cara com ela na cantina e ela
escorregou e a seguro pela cintura, apertei e puxo seu braço. Mas vi
que ela pressionava Cecilia e ela discutia e a puxava olhando em
seus olhos.
— Não quero ver você com provocações a minha noiva e se afaste
dela é melhor para você. Ela me olha assustada e me empurra e tira
minha mão. — E larga de ser inconveniente e ficar fazendo essas
coisas, isso é coisa de criança. Seja mulher e assume os seus erros,
garota.
— Eu não sou garota. Meu nome é Valentina
Moretti só para você saber.
Ela fez questão de jogar na minha cara que ela era minha esposa.
Maldita garota. Quem ela pensa que é? E eu a empurrei e ainda
olhei novamente para ela.
— Eu já te dei o recado, não se aproxime mais da minha noiva.
Certeza que ela fez de propósito e aquilo ficou na minha cabeça. Eu
vi a cara dela de raiva, de ódio, de deboche e ela ainda saiu rindo,
rebolando. Ah, garota, pensa que pode comigo, você não pode. Isso
não vai ficar assim, eu voltei para minha sala com a Cecilia e ela
irritada falando e questionando e eu sabia que eu ia ter que mandar
essa garota embora. Essa é a verdade e balancei a cabeça
novamente e ela disse:
— Vamos beber um pouco assim a gente esquece tudo isso. É
estressante trabalhar com essa garota aqui. Você não acha?
— Sim, ela é insuportável.

Eu e a Cecilia saímos juntos e sorrimos pelos corredores e ainda


beija os meus lábios na porta do elevador. E entramos no bar e
quando eu entrei no bar para minha surpresa eu assustei estava uma
bagunça danada há muito tempo eu não ia a um bar. Essa foi a
minha sensação.
Eu estava muito confuso, muito distante, tudo me irritava, muita dor
de cabeça e a presença dela me irritava mais ainda e eu senti raiva e
após dançar um pouco com a Cecilia ela me abraça e sorri.
— Vou buscar bebidas e já volto.

Fui até o balcão eu me deparei com a bunda empinada em cima do


balcão e eu levei um susto balancei a cabeça e quando ela desceu
do balcão
era ela Valentina estava tão linda tão gostosa no vestido, eu ainda
balancei a cabeça e olhei com cara feia para ela e falei com o
garçom.
— Por favor, uma água e um whisky.
Ela continuou e virou o rosto para mim e foi para pista dançar. E eu
voltei. E aquela imagem ficou me perturbando a cabeça. Eu fiquei
pensando nela e me virei olhando para a pista de dança, ela
rebolava até o chão rebolar e ainda passava a mão levantou jogando
os cabelos. Ela estava sensualizando, era isso mesmo? Não
acreditei. Eu ainda fiquei excitada em ver a garota dançando. Que
merda era essa balancei a cabeça e virei uísque com tudo e queria
sair correndo.
— Vamos embora, Cecília.
Não consigo dormir e acordo de mau-humor e tinha reunião cedo e
isso ia ser ruim, rolei na cama pensando em tudo que aconteceu e
nela.
Eu chego à empresa de mau-humor e dor de cabeça, vou para
minha sala e me tranco, eu queria esquecer tudo. E vi quando ela
saiu conversando com a amiga para a cantina e eu ainda fico de
costas e meu telefone toca sem parar e sou chamado na sala do
diretor e sai com uma, na mão no bolso e cabisbaixo. E me deparo
com a cena bizarra, ela estava com a cabeça na lata de lixo enfiada
lá e ela estava vomitando e o traseiro para cima.

— Você está grávida. Mas quem é o pai do seu bebê?

— Não é da sua conta e vê se me erra. Maldito.


Ela respirou fundo e eu respirei mais fundo ainda quando vi o traseiro
e lembrei dela
sensualizando no meio da pista rebolando. É aquele vestido tão
perfeito vermelho no corpo. Eu balancei a cabeça e perdi totalmente
o juízo. Eu fiquei excitado com o traseiro dela. Essa foi a verdade.
— Garota estranha, mas eu te digo uma coisa: você estava tão
gostosa ontem naquele vestido vermelho rebolando até o chão que
chegou até demonstrar que realmente nós tínhamos algo porque
você me deixou excitado. Rebolando como uma puta. E na hora que
eu disse isso ela virou a mão na minha cara.
— Não me confunda desgraçado.

Eu fiquei enfurecido com o que aconteceu e ela se atreveu a me


bater. Eu ia revidar, mas me controlei para não ficar com má fama na
empresa. Irritado com a situação e com aquilo eu voltei para casa,
mas eu quase não consegui dormir porque eu todas as noites eu
sonhava, era um sonho diferente e por incrível que pareça essa noite
eu sonhei com ela.
Acordei banhado de suor e irritado, mais ainda maldita garota invadiu
até os meus sonhos, ela eu tomei um banho gelado para arrancar
aquela dor no corpo e a excitação que eu estava sentindo pelo sonho
que acabei de ter com a garota estranha.
E quando eu cheguei na empresa eu respirei fundo e passei reto,
mas eu não olhei para sala dela, estava com ódio.

Depois do que aconteceu a minha vontade era de mandá-la ir


embora, mas eu me afastei porque Chávez me disse que não era
para mim, arrumar encrenca com ela até porque eu ainda não
assinei o divórcio e ela estava grávida. E por que não disse estar
grávida?
Eu não podia dispensá-la, mas eu ia acertar as contas com essa
garota atrevida e foi isso que fiz, ele chegou no meu escritório todo
desconfiado com o divórcio prontinho. Eu pedi para acelerar, eu já
não aguentava mais.

— Está aí. Eu espero que ela aceite assinar. Agora você não vai
poder dispensá-la. É melhor aguardar mais um tempo para ter a
certeza de que realmente ela está grávida. E aí, sim, depois você
pode se decidir. Até lá você não vai poder fazer nada.
— Eu já imaginava, já sabia que ia ter que esperar. Então eu vou dar
bastante serviço para ela, ficar distante de mim. Porque eu não
quero assunto com essa garota atrevida. Teve a descarado de bater
em mim.
Eu estava irritado e não olhei mais em direção a sua sala.
— No meio do escritório? E você também não é fácil. Ele ainda me
culpava, eu não acreditei. — Aposto que deve ter feito alguma coisa.
— Nada demais e sabe que ela ainda me disse? Que vai me
processar por assédio sexual. Não é minha esposa, porra?
Ele riu, balançou a cabeça em negação e eu perguntei:
— O que foi? Por que riu?
— Agora você lembrou que ela e sua esposa por dizer que ela te
processaria, mas você sabe que dá processo né? Então é melhor
você ficar distante dela, uma mulher quando está magoada e ferida é
capaz de tudo. E isso eu aprendi há muitos anos com o meu próprio
divórcio.
— Sim, mas eu vou assinar essa merda de uma vez. Olhando aquele
papel novamente
e assinei e jogo a caneta, eu estava com raiva dela. — Maldita
garota.
— Mande-a assinar, manda tudo por e-mail, e assim você se livra
mais rápido possível.
O meu telefone não parava de tocar. E quando eu olhei, a minha
secretária bateu na porta para você na linha três.
— É senhor Maldivan. Ela ainda ia saindo e eu gritei.
— Mandei a Valentina vim à minha sala.
Ela saiu e eu respiro fundo e atendo a ligação e ele estava bravo.
— E aí achei que você já tinha se resolvido, eu estou tentando falar
com você há horas.
— Mas me diga o que aconteceu? Estava em uma reunião.
— Eu preciso que você venha ao interior para fazer aquele projeto
com designer de noivas. E traga a sua esposa porque cada um vai
levar a sua esposa. É um evento muito importante. Não deixe de
comparecer. E depois conversamos finalização.
Eu me sento com o pedido dele e sabia que não ia conseguir e agora
que estou pedindo o divórcio? Ainda olho os papéis na mesa e ela
falava sem parar sobre o projeto e eu pensando em como ia fazer.
Ele desligou e eu corri para resolver as coisas antes que ela
aparecesse.

— Sabrina chame o Marcelo e agora.


Eu andava de um lado ao outro e quando ele entra eu vejo que ela
não estava na sala dela e eu corri e tranco a minha porta. — Está
tudo pronto naquele projeto que eu te pedi porque nós vamos ter que
antecipar no final de semana. Eu estava apreensivo e olho para
ele. — Agora ferrou-se tudo, eu ainda tenho que levar Valentina. E o
que eu vou fazer?
— E só para te lembrar senhor Moretti esse projeto aí é aquele lá na
qual ele vai escolher o design dos vestidos de noiva e ele vai dar
preferência para quem é casado. Ele é muito detalhista.

— Como sabe disso?


— Entre conversas no refeitório eu ouvi sair isso da boca da
secretária dele e como vocês são sócios você sabe como funciona,
ele é rígido com as regras e quer te pegar de surpresa.
— Eu não vou ter saída.
Não acreditei quando ele disse e morrendo naquela mesa de raiva,
de ódio, de saber que eu estava nas mãos dela. E que eu ia ter que,
falar com ela antes de tudo. Fiquei com tanta raiva que bati na mesa
com tudo e grito de raiva.
— Droga…
Ela entra toda sorridente e eu com raiva e dor na minha mão por
bater na mesa. Era a última coisa que eu queria e chegou toda
debochada, abriu a porta, olhou bem para mim e deu um deboche.
— Está precisando de mim, chefe?
Não acreditei, olhei na cara dela de deboche e eu engoli o meu
orgulho, a minha raiva, eu olhei para ela e disse:
— Sabe do projeto do vestido de noivas e quanto é importante para
mim e para a empresa eu estar de frente.
Ela me encerrou e olha novamente e deu um sorrisinho e me
pergunta com cara de brava.
— E o que tenho a ver com isso?
— Que preciso que vá comigo até o evento, afinal estamos casados.
— O que você está falando? Eu num evento com você como sua
esposa? Ah... Sem chance.
— Valentina, eu preciso de sua ajuda. E se é minha esposa é a hora
de mostrar e pensar em primeiro lugar na empresa.

— Não, Enzo, você está enganado. Eu em primeiro lugar. E vai


depender muito se eu estiver bem, eu posso até ir com você. Mas
até lá a resposta é não.

Ela saiu batendo a porta e nem sequer me ouviu e não falou mais
nada. Maldita. Eu bato na mesa e olho para ela que andava de um
lado a outro em sua sala.
Eu sabia que ela ia fazer isso, eu sabia que ela ia aproveitar para se
vingar de mim.

Não acreditei que eu estava ferrado. Ela queria me ferrar e ela ia


conseguir. Depois de tudo que fiz na minha vida por esses projetos,
por essa empresa eu ia perder devido a uma porra de uma mulher.
Com o ego ferido de rejeitada, isso não ia ficar assim.
Andei de um lado ao outro à procura de respostas e não tinha
outra saída e pego o meu telefone e ligo.
— Caramba, Henrique não atende esse telefone? Preciso de
você agora. Eu grito. — Me encontre no bar próximo à empresa,
preciso falar com você e vê se não atrasa, seja responsável pelo
menos uma vez na vida.
— Vai se ferrar, Enzo é muito arrogante.
Eu saí do escritório o mais rápido que pude e estava pensando
em como sair desse enrosco e depois de alguns copos de bebidas
eu queria ir ao apart-hotel brigar com ela.
Ela não deu a resposta que eu precisava e me ignorou
totalmente. E ele chegou todo sorridente e já chegou, pegou o meu
copo de uísque.
— Quem você matou? Para me chamar aqui,
algo muito grave aconteceu.
— Eu preciso da sua ajuda. Eu preciso de você. Eu não sei o que
eu vou fazer cara. Eu viro a bebida e ele ainda dá risada. — Por que
rir? Eu preciso da Valentina no final de semana e ela não quer me
ajudar. Ela está com raiva de mim e disse que não vai.
— Ah! Essa foi boa. Ele caiu na risada. Ele deu risada e bateu na
minha mão. — Bem-feito para você. Sabe por quê? Você não
merece o amor daquela mulher. E você é um mal-agradecido.
— Está igual a ela que disse que se tiver de bom humor ela vai
comigo. E eu que me ferre, Enzo estou falando sério.
— Depois do que fez com ela, acha que o ajudaria em algo?
Nunca…
— Então me ajuda, faça alguma coisa. O que eu posso fazer?
— Eu não sei cara, mas eu vou te dizer uma coisa. Você deu um
tiro no seu próprio pé.
Valentina é uma mulher maravilhosa e ela gosta demais de você.
E eu vi o quanto vocês estavam apaixonados na última vez que
vocês estiveram na casa da vovó e agora do nada aconteceu tudo
isso.
— Eu não lembro, porra. Eu não tive culpa. Eu vou me casar com
a Cecília.
— Você é um trouxa mesmo. Mas vou pensar em algo para lhe
ajudar. Ele fica próximo à mesa e me encarra. — Mesmo você não
merecendo. Caro irmão.
Eu estava na
missão salvar o casamento do meu irmão então vamos ao plano A e
depois a gente parte para o plano B, quando eu cheguei na empresa
que eu já dei de cara com a Valentina, estava toda sorridente
conversando na sala e parecia apresentar um projeto. Eu apenas
acenei com a mão e fui para o escritório do Enzo e lá estava ele o
mau-humor danado. Depois do acidente parece que ele ficou pior.
Ele vivia gritando, falando, reclamando. Cheio de reclamações e ele
disse:

— Sério mesmo. O que você faz por aqui?


— Ué, você não acabou de pedir a minha ajuda? Resolve o seu
pequeno problema chamado Valentina.
Eu rir e o abracei e ele apenas balança a cabeça. — Então estou
aqui... Você é muito mal-agradecido, Enzo.

— Enzo, por favor. Faça o seu trabalho. E me deixe em paz. E vai


fazer o que para me ajudar?

— Claro que tenho e deixe por minha conta.


Se você não voltar com essa memória eu não me chamo Henrique.

Eu olho para a sala dele e sai para falar com a Valentina, me


abraçou, me beijou e conversamos um bom tempo e claro o assunto
do momento “memórias de Enzo”.

- Está difícil, né? Cunhada relaxa e vamos conseguir. Ela me deu o


café e eu me sentei olhando a porta retrato da mesa dela e rir. —
Você só precisa ter um pouco mais de paciência e nós vamos
conseguir resolver.

— O que você está planejando Enzo? Ela deu um lindo sorriso.


— Eu tenho um plano, mas me diga o que você vai fazer essa noite
para podermos jantar? E assim já começa o plano o que acha?
— Claro que sim. Eu vou amar.

Eu sorri e uma linda morena entra na sala sorridente e já me dá uma


olhada. E gostei.

— Carol, esse é o meu cunhado, essa é sua amiga?

— Olha mais um Moretti?

— Muito prazer, Carol, então poderíamos tomar um café Carol?


Assim conversamos um pouco, o que você acha?

- Enzo, você é muito rápido. Ela disse rindo. — Veio dar em cima da
minha amiga no escritório?

— Só vou conversar, bater um papo, não é mesmo Carol? — Vai ser


um prazer. E vi que ela percebeu o que eu queria.
Saímos para a cantina e ela sorridente me mostrando as salas e eu
vi cada parte daquele lugar e fazia muitos anos que eu não pisava
ali.
— Mas me diga você e a Valentina são amigas há muitos anos?

— Sim, desde quando começou a trabalhar aqui, mas o que você


quer? Eu sei que você não está dando em cima de mim.

— Claro que não. Me desculpe e não que você não seja linda. Que
merda eu falei demais e fico sem graça. — Eu nunca venho nessa
empresa e quando eu vou dar em cima de uma funcionária, eu não
posso, o meu irmão me mataria, olha a cara dele. Eu rir e ela olha
vendo ele olha da enorme sala. — Ah! Com certeza ele já vai querer
me matar, mas tudo bem. Me diga eu preciso da tua ajuda. Eu tenho
um plano para ajudar o Enzo a recuperar a memória.

Ela sorriu e agora entendeu o que eu queria e começamos a


conversar todo o plano.

— Quem sabe dar certo, mas o que você tem em mente?


— Podemos levá-lo aos lugares que eles tiveram, de repente ele
pode recuperar a memória, você não acha?

— Bem, se ele não recuperar a memória, eles podem se apaixonar


novamente. Ele disse rindo.

— OH, não seria tão fácil assim, ele é um homem complicado, mas
o que você acha?

— Bem eles iam muito visitar a mãe dela no hospital eles foram num
parque de diversão eles iam
cinema essas coisas não ou no bar aqui ao lado é o máximo.
Ou com sua família era somente isso.

— Minha família esquece. Vamos colocar o nosso plano em ação e


fazer com que ele volte a recuperar a memória.

— Vou convencer a Valentina. E te vejo mais tarde.


Ela saiu sorridente e eu voltei a sala dele que falava ao telefone e
quando me viu desligou.

— Vamos começar o plano e levar flores para a sogra assim já que


faz isso direto.
- Sério? Que programinha chato!

— Para começar, leve flores para Valentina hoje à noite. E não


esqueça de elogiá-la.

- Vai me ensinar Henrique?

— Está precisando, maninho.

Outro dia pela manhã já estávamos prontos para colocar o plano em


ação e foi isso que fizemos quando os dois chegaram, os dois com
cara feio, mau-humor e querendo desistir, mas eu não deixei.

— Melhora essa cara, Enzo. Plano número um você vai com a


Valentina visitar a sua sogra certo. Então primeiro você compra as
flores e vocês vão juntos. Ele bufou e ela ficou olhando. - Nós vamos
estar com vocês para ir arrumando o que falta.

Mesmo contrariado, ele foi com ela e comprou flores com a


Valentina. E os dois não disseram uma só palavra. Ao contrário. Os
dois estavam emburrados e entraram no hospital e eu e a Carol
ficamos lá embaixo esperando que eles voltassem.

— Está difícil aquele casal.


— Eles pareciam tão apaixonados e agora essa desgraça.

Nem começamos a conversar, eu olho para trás, os dois descendo


emburrados e ela grita:

— O que aconteceu dessa vez?

— Enzo é difícil, ele se acha demais e fingido.

— Por favor, não vamos brigar.

— Eu não tenho culpa, a mãe dela me adora e ela ficou putinha


porque a mãe dela disse que ela é difícil de lidar. E agora eu sou o
falso.

— Vamos para o passo dois é o parque de diversão. Então vocês


dois precisam parar de brigar.

— Por mim eu já desisti. Enzo disse bravo.


— Mas não quer a memória de volta?

— Sim, claro que eu quero. Então bora lá. Vamos para o parque de
diversão.
Eu falava sem parar e contava como eles tinham que fazer no
parque e eu e a Carol rirmos.

— Caralho! Henrique tu falas para caralho viu? Vai encher o saco de


outro…
Os dois calados e eu e a Carol conversando estávamos interagindo
entre nós
estava numa sintonia. A Valentina é uma pessoa maravilhosa, mas
ela é bem difícil. Enzo não fica atrás. Vejo os dois distantes como se
fossem estranhos.

— Olha só. Ele nem sequer coloca a mão nela. Eu mostro a Carol
que riu e segurou na minha mão rindo. — Precisa mudar essas
atitudes dele. Ele não era assim.

— É porque ele perdeu a memória. Eles estão chateados um com o


outro. Essa é a verdade.
Eles foram à roda gigante e eu também abracei a Carol e que clima
de romance é esse? Eu rir.
Fiquei olhando, os dois nem se olharam.

— Tudo bem, vocês dois vão ficar brigando discutindo, podem


discutir à vontade, mas Enzo você está na hora de voltar para o seu
Apart -Hotel onde você vive com a Valentina.

— Mas não acho necessário.

— Vai ser mais fácil para você recuperar a memória e assim também
não serão pegos de surpresa pelos sócios e sabe que eles são bem
chatos.
Os dois se olharam e acabaram aceitando a volta e um bom começo.

— Para o Enzo não deu certo. Mas em compensação vocês dois


estão muito envolvidos, não acha não?

— Ah, vai se ferrar a Valentina.


Vê se me erra e vocês dois fazem o dever de casa.

Não foi fácil a volta ao parque e muito menos fazer tudo aquilo que
fizemos juntos. Ele nem sequer conversou comigo, estava distante e
toda hora olhava o celular. Eu queria me esconder e para piorar as
coisas a avó dele chegou de surpresa e ele ainda não voltou de vez.
Ele tentou arrumar outro plano.
Ela me ajuda na cozinha e conversamos sobre o bebê e
planeávamos.

— Enzo está demorando. Ela disse.


— Vou ligar para avisá-lo que a senhora chegou.
— Não precisa, querida.

Estamos magoados um com outro e eu mais chateada pelas coisas


que ele me disse eu chego em meu quarto e queria chorar mais ouço
ele chegar e eu percebi que ele não recuperou a memória e parecia
não querer, na verdade.

Ele voltou para casa e eu sabia que ia ser difícil para a gente
recomeçar ainda mais com ela no meio de nós dois. E eu resolvi
seguir. Mas eu não podia deixar continuar assim. Ele entrou, olhou
para mim e disse:

— Vamos ter que nos aturar um ao outro e afinal pelo que eu estou
vendo isso daqui não foi nenhum casamento, isso foi um acordo.

Eu fiz gestos para ele e riu quando viu a avó ali de surpresa e a
abraçou e eu ia para sair e ela me segurou pelo braço.

— Vou para o quarto assim vocês conversam.

Ele me encerrou e eu sabia que não ia poder deixar para depois e foi
isso que fiz. Ela se foi e eu aproveitei e soltei tudo.

— Sim, foi um acordo e eu vou te dar um divórcio.


Você pode ficar tranquilo que eu assinarei, é só você me dar os
papéis que eu vou assinar o divórcio. Mas eu quero relembrar você
Enzo do nosso trato e eu espero que você cumpra o seu assim como
eu vou cumprir o meu.
Ele se sentou no pequeno sofá e começou a falar.

— Vejo que isso daqui é muito mais do que um casamento, isso aqui
é um acordo comercial e te propõe a levar até o final e cumprir com a
sua parte. E vou lhe recompensar com certeza.
— Sim. Então vamos fazer dar certo até finalizar tudo isso. E eu vou
com você ao tal evento. Eu vou apenas esperar a minha mãe
melhorar e aí divorciamos e eu sigo a minha vida. Eu apenas passo
as mãos no rosto e digo alto. — Vou lhe dar o divórcio.

Eu fui para o meu quarto e chorando eu sabia que aquilo ali não era
o que eu queria, abri a minha gaveta e lá estava a lembrança dos
nossos momentos juntos. Fechei os meus olhos e voltei ao nosso dia
no parque. Aquele dia no qual estava destruída na qual estava
quebrada
e ele me levou para me divertir para que eu pudesse ver uma nova
vida. Não estava acreditando. Eu sinto seus lábios e o quanto
estávamos apaixonados. Passei a mão em meu ventre e chorando
em minhas lágrimas em meios sussurros eu disse ao meu bebê:

— Me perdoa meu amor por não conseguir dar uma família a você e
não ter um pai de verdade por não estarmos juntos, me perdoa. Mas
eu vou ser o seu tudo, a sua mãe e o seu pai, eu prometo o meu
bebê, meu amor, é por você que eu estou aqui. Não é só por mim e
nem por acordos, mas por você.

— Valentina não pode dar o divórcio a ele, pense no bebê. Ela me


abraçou— Não pode deixá-lo para aquela garota fútil e a minha neta
e não quero que vá embora.

Não ia
retroceder após ser humilhada e ele dizer com todas as letras que
ela que ama. Eu fiz de tudo, passei por cima do meu orgulho para
ajudá-lo e mesmo sofrendo e sabendo que ia ser difícil. Eu tomei a
decisão.
Eu chorei nos braços da minha avó, eu estava péssima e depois
de tudo que ouve ainda tinha meu bebê. Mas eu estava pensando
nele, a verdade é essa.
— Ele quer se casar com ela e deixou claro que a ama.
— Eu não quero que você faça nenhuma coisa errada, minha
filha. Você precisa pensar, não só em você, mas no bebê e no Enzo.
Ele perdeu a memória agora, mas daqui a pouco ele vai
recuperar, você vai ver.
Ela falava o tempo todo. — Você não pode jogar seu casamento
fora, Valentina.
Pense nisso.
— Vó, eu quero que você entenda.
Ele não se lembra mais de mim e ama ela e diz a todas as
pessoas que ele ama.
— Calma Valentina.
— Então se ele ama ela, agora que ele perdeu a memória, é
porque ela ainda está no coração dele. Em meia a lágrima da
angústia. — Não sou eu a dona do coração dele.
Essa é a verdade.
Eu vou seguir a minha vida. Eu já decidi que vou dar o divórcio
para ele e eu vou seguir o meu caminho. Ela se afastou e percebeu
que eu estava decidida. — Eu vou embora para o interior e minha
mãe, e vou viver minha vida. E assim não vamos ter mais problemas
e quero que a senhora entenda.
— Minha filha, você sabe o quanto você é importante para mim.
Eu já tenho você como uma neta. E quando você quiser e
precisar, eu sempre vou estar à sua disposição.
— Eu agradeço, vó, por tudo que tem feito por mim.
Eu tinha que seguir e deixá-lo e mesmo que me machucasse era
o momento de ir. Eu mal consigo dormir e quando eu acordo eu vejo
que a avó já tinha ido e ele estava sentado na sala com cara de
bravo.
— O que ouve? Eu ainda o vejo assustada.
— Ela se foi e disse que te ligaria depois. Ele se levanta e me
olha bravo— Foi melhor assim. Ele ia saindo e volta eu me sento na
mesa para tomar café— Saímos em uma hora e não se atrase.
— Sim, senhor.
Eu disse debochando dele e estava decidida a ser a esposa e sim
pela minha mãe, ainda olho a enorme janela e respirou vendo que o
dia ia ser quente. Eu volto ao quarto e me troco e choro novamente.

Não me manterei
casado com ela, eu não consigo ser amável e nem a tocar. Eu
preciso da minha vida de volta, eu quero ser feliz com a Cecilia após
anos a espera dela eu não ia estragar tudo agora.
Ela não gostou, mas aceitou o que eu ia fazer.
Minha avó ficou brava e disse um monte de coisas e eu fiquei
com dores. Eu apenas ouvi e deixei que ela se decidisse e se quer
assim para mim seria a melhor decisão. E ela foi embora no outro dia
e nem se despediu.
Fizemos um acordo de estarmos juntos, porque eu precisava dela
também.
Viajamos calados o tempo todo e apenas a música que tocava no
rádio. Eu ainda a olhava de lado e vi estar triste, os olhos inchados e
fiquei pensando em como eu me meti nesse enrosco. Eu sempre
esperei a Cecilia e o que eu me lembre a última vez ela me prometeu
que voltaria em um ano. Eu respiro olhando a estrada e ela suspirou
do lado e passou a mão na barriga e aí tirou a minha atenção.
E agora ainda tem o bebê e quem será o pai? Ela não toca no
assunto e eu ali olhando os detalhes do corpo dela que safado eu me
tornei. Eu sabia que ia ter quer ser um grande ator no fim de semana
e ainda olho vejo que adormeceu, ela é linda e parece ser uma boa
pessoa. Eu fico com aquilo na cabeça e pensando em como dizer a
Cecilia que não dei entrada no divórcio. Eu me perco em meus
pensamentos e chegamos à cidade e coloco a mão em seu braço
para acordá-la.
— Chegamos e vejo que estamos atrasados.
— Eu me troco em um minuto.
Subimos ao hotel e não demorou eu já estava na sala a espera
dela e confesso que valeu a pena a espera ela saiu do quarto
perfeita. Os cabelos castanhos ondulados na cintura, o vestido
tomara que caia deixando os ombros de fora. E o tubinho marcando
o corpo e nada vulgar, eu ainda respirei e sabia que ela ia chamar
atenção. E para cortar o clima que ficou eu apenas balanço a cabeça
e grito:
— Demorou demais.
E quando chegamos ao banquete, ela toda sorridente segurou a
minha mão e eu apertei a cintura dela. Fizemos o papel de um casal
perfeito, de um casal feliz, mas, no fundo, cada um queria ir ali, sair
correndo e viver a sua vida. Os olhares eram todos dela que marcou
a presença ao chegar e o sorriso leve deu o ar mais sexy. E os
homens ficaram vidrados ao ombro de fora aveludado.
Cecilia não sabe da metade da história. Achei melhor não dizer
nada e por que estou pensando nisso agora?
Entre sorrisos e conversas, abraços, e ela segurou em meu rosto,
fez o papel da esposa carinhosa. E todos na festa o elogiaram e eu
vi os olhares e suspiros do macho em volta dela.
— Mas me diga, Gonçalves, o que você tem em mente?
— Eu quero todas as minhas lojas feitas para os vestidos de um
casal apaixonado, de um casal que se ama de verdade.
Essa é a verdade.
Eu tinha que jogar pesado e fazer de tudo para pegar o projeto.
— Eu e Valentina vamos nos casar novamente.
Não é mesmo, Valentina?
— Sim, é verdade.
Enzo tem em mente fazer uma megafesta, já que nós não
fizemos o nosso primeiro casamento.
— Então vamos fazer assim.
Eu gostei desses modelos que você me mostrou.
Eu adorei o projeto, os tecidos, gostei demais. E assim as minhas
noivas vão ficar muito felizes vestindo uma coleção da sua empresa.
Eu abri o sorriso olhando para ela que apenas afixou o rosto. — Você
ganhou a minha confiança, Enzo.
E eu vou dizer para você, eu estou ansiosa pelo casamento de
vocês.
— Vai ser um prazer.
Você será o padrinho, é claro.
— Com certeza vai ser um prazer para mim.
Eu balancei a cabeça e sabia que estava fazendo a pior merda da
minha vida, mas o projeto era meu. Ela se comportou como uma
esposa de verdade, dava sorrisos e era carinhosa. E me ajudava nas
opiniões e concordava com tudo.
Apertei sua cintura e vi que estava muito brava comigo e eu fui
atrás dela e não deixa ela ter esperanças. Ela parou porque foi
segurada por uma das nossas clientes e sorriu sem graça.
Ela olhou para mim e saiu bufando para o canto entre os sorrisos
e cumprimentos. E vi estar com um sorrisinho no rosto e eu tinha que
cortar antes que ela ache que tudo era verdade. E eu tinha que
desmentir e acabar com as dúvidas dela e fui atrás dela.
Vi que eu estava tomando água e eu a segurei pela cintura e
olhando seus olhos eu acabei ali com suas dúvidas.
— Não pense você que o que eu disse agora ao cliente é
verdade. Eu dei um sorriso fingindo estar apenas conversando. —
Eu apenas disse por que quero o projeto e você não é digna de usar
o vestido, apenas uma pessoa pode usá-lo e minha noiva.
— Olha Enzo, pouco me importa o que você pense e queira. E
nada do que disse é o que quero para mim. Ela riu e ainda passou a
mão em meu rosto. — Eu desejo toda felicidade do mundo a vocês
dois vivam a vida de vocês e eu e a minha e eu quero que você vá
para o inferno, faça bom aproveito da sua festa.
— Não seja cínica, eu vejo em seus olhos que adorou tudo que
eu disse.
— Se acha muito Moretti e seja feliz vocês merecem. Ela ia
saindo e eu a seguro e não deixo. — Me solte e não tem esse
direito.
— Esqueceu que ainda estamos na festa? E minha esposa
querida.
— E um canalha, Enzo. E vai se arrepender por isso.
— De um sorriso querida. E está me ameaçando? Eu apenas
digo a verdade.
— Então viva a realidade e não essa farsa que você montou. E
quem não te quer sou eu Enzo Moretti.
Arrancando a minha mão de sua cintura ela saiu batendo o pé
ainda olhou para trás e eu vi que ela saiu na direção da saída do
clube eu fiquei muito puto com aquilo eu estava mega chateado com
raiva com ódio, mas eu mesmo não sei o porquê eu estava sentindo
aquilo e fiquei muito chateado. Odiei a situação um sentimento de
perda, uma desilusão, não sei explicar passei a mão nos meus
cabelos e eu estava chateado porque ela foi embora essa era a
verdade. Mas o porquê desse sentimento?

Estava desconfiada há algum tempo que ele estava mentindo


para mim. E fiquei vigiando e vi que ela saiu antes, então eu fui atrás
dela.
E não acredito entrou em um hospital e subiu toda apressadinha e eu
a segui até o lugar. Eu me escondo na porta e vejo que entrou em
um centro obstétrico?
Não pode ser, o que ela faz ali?
Eu tremia de raiva e a espera dela sair e com tanta raiva que perdi a
cabeça eu tinha que descobrir o que essa vadia estava fazendo.
E ela demorou na sala e saiu toda sorridente e ainda passou a mão
em seu ventre.
Eu bato na parede:
“Ela está grávida."
Quando ela saiu, eu entrei.
E eu fui falar com a enfermeira. Ela olhou para mim assustada.

— Posso te ajudar, senhorita?

— É que a minha amiga acabou de sair daqui. Mas você sabe me


dizer se está tudo bem com o bebê?

— Sim, ela e o bebê estão bem.

Não acreditei quando ouvir aquilo. Eu saio zonza daquele hospital.


Ela está grávida. Ela está esperando o filho dele. Não acreditei que
raiva eu senti e eu queria sair correndo e gritar, xingar, largar e matá-
la.
Mas eu ia resolver isso de uma vez por todas e eu fiz algumas
ligações.
— Preciso dos seus serviços e quero que encontre uma pessoa
urgente.
— Quem é essa pessoa e o que ouve?
— Pai da minha amiga está sumido e somente você afinal é um
policial.

— Vai me pagar com juros. E sabe o que quero.

— Pago o que você quiser, Richard. Eu ainda grito. — Eu preciso


saber por onde ele anda e com quem é tem que ser rápido.

Horas depois eu estava andando tentando me acalmar, mas eu não


conseguia parar de pensar que ela estava grávida.
Ela estragou todos os meus planos e agora que ele não vai se
separar daquela maldita.

"Não vai ter esse bebê, eu juro."

Eu ia agir antes que fosse tarde demais e entrei no carro com o


coração disparado e resolvi ter que ser hoje e fui ao escritório que eu
tinha que falar com o Enzo, olhar nos olhos dele e ver o que ele tinha
para me dizer.
Mas eu não podia dizer também sobre o bebê. Essa é a verdade.
Entrei ao escritório dele e se assustou quando me viu e veio ao meu
encontro e o beijei ainda procurando as palavras certas.

— Achei que você não ia aparecer hoje no escritório.

— Eu fui resolver umas coisas e resolvi vim te ver e assim jantamos.

— Claro que sim. Ele me abraçou e descemos juntos e ainda olho


para a sala dela e vejo que não estava e fiquei mais furiosa.
E aquela pequena palavrinha ao sair da minha mente.
" Bebê".
Eu entro no carro e coloco a música e eu fiquei calada querendo
saber de tudo de uma vez, mas ele ia mentir.
— Está tão distante o que ouve Cecília?

— Estou cansada, eu tive uma reunião chata. Mas me diga você. E


como anda o divórcio?

Na hora ele se calou e eu me afastei esperando a resposta é quando


olho e meio que gaguejou e sorriu sem graça. Ele foi muito vago com
a resposta.

— Eu prometo que vou me divorciar e já pedi os papéis.

Eu não gostei de ouvir sentir que estava mentindo para mim. Eu


respiro fundo e ele segura a minha mão.

— Enzo eu vou para casa, estou cansada e amanhã jantamos.


— O que ouve Cecília? Eu já mandei a entrada.

Não vou deixá-lo sair impune dessa e se me quer terá que provar.
Ela está em vantagens, afinal além de ser esposa está grávida.
Eu ainda passo as mãos sobre meus cabelos e grito batendo no
volante que maldito. Ele não deu entrada no divórcio, eu vi em seus
olhos que não.

— Sabe o que parece? Que você não quer se divorciar e está


mentindo para mim. Eu não sou boba Enzo.
— Para brigar eu prometi que vou me divorciar e vou. Olha para
mim, Cecília.
— Desce do carro agora. Ele me encara e eu grito. — Desce e pede
um táxi, eu não sou obrigada a aturar isso.

— Por favor, largue de ser criança.


— Larga de ser safado, quer foder as duas.

Minha noite acabou e


após achar que ia ter uma noite com ela, eu tive que voltar de táxi
para casa. Eu não acredito.
Depois da palhaçada da Cecilia eu fiquei com aquilo na minha
cabeça.
Eu confesso que tudo aquilo estava mexendo demais, eu estava
confuso, com sentimentos estranhos, dores de cabeça. Tomei alguns
goles de uísques e me joguei na cama com esperança de que ia
adormecer e acordar bem. A minha vida estava totalmente sem
controle e eu aflito.
Não consegui dormir direito e quando eu dormi olhei para o teto.

Respirei fundo e eu queria apenas descansar a minha alma naquele


momento. E nem percebo que adormeci com os olhos ainda se
tentando ficar abertos.

“Meu amor, você está linda.


Parabéns, Enzo, pelo noivado. Que vocês sejam muito felizes.
Que tudo entre vocês seja apenas felicidade.
E que os bebês venham com muita saúde.
Obrigada, vovó.”
“Sabe o quanto eu adoro vocês, o quanto vocês são
importantes para mim.
Nós vamos ser muito felizes, não vamos, meu amor?"
Quando eu beijei os lábios dela, que eu abri os meus olhos, era
Valentina.
Ela segurou meu rosto e deu um sorriso.
Parabéns pelo noivado, “Enzo e Valentina."

Eu acordei assustado, banhado de suor.


Ainda olhei novamente o relógio, ainda estava cedo para ir para o
escritório. O meu coração acelerado. Que loucura eu sonhei que ela
era a minha noiva. Mas onde entra a Cecília?

Eu estava ficando louco e essa história de esposa eu não consigo


entender. Eu ainda me viro na cama e não consigo para de pensar
no que ouve. E por quê? Achei que teria aqueles flashes que nos
filmes diz quando se perde a memória. Mas parecia que tudo tinha
se apagado e que a minha vida e uma mentira.

Entrei no banho e fiquei por algum tempo para esquecer tudo aquilo
que acabei de sonhar. Eu não acredito que eu estava sonhando estar
noivo da Valentina e não da Cecília.
Fui para escritório, eu fiquei lembrando de tudo que aconteceu, dos
meus sonhos, e lembrando dela de novo.
Eu só não estava entendendo por que eu estava lembrando dela,
sendo que ela não era nada para mim. Ela não fazia o meu tipo, não
é o tipo de mulher que eu quero para a minha vida. Eu estava
distante.

— Aposto que está pensando em Valentina?


- Chávez por favor. Ela não faz o meu tipo e tem uma vida muito
promíscua, e mulheres como ela são temperamentais sem regras.
— Seus olhos dizem outra coisa, meu caro Moretti. Mas eu trouxe
esses documentos e assim você assina.
- Obrigado… Chavez.

Ele saiu e eu balancei a cabeça ao perceber que olhei várias vezes


para a sala dela.

Eu odiei quando eu levantei várias vezes o pescoço para olhar para


a sala dela e ainda me lembrar do que ele falou que eu estava
perdido.
Não pode ser?
Eu estou apaixonadíssima pela Cecília, é com ela que eu vou me
casar, não com uma mulher como essa garota.
Ela não faz o meu tipo.
Eu ainda respirei novamente, olhando pela enorme vidraça da janela,
eu vi que ela estava na sala dela, e batia o cabelo, e eu vi o seu
corpo empinado dentro daquele terninho social azul bebê deixou as
curvas aparecendo o traseiro empinada era sexy.
Eu balancei a cabeça, e me sentei correndo, passei a mão no meu
corpo, na minha pele, e senti algo que eu já não sentia há muito
tempo.

Uma coisa tenho que dizer, a filha da puta é muito gostosa. Essa é a
verdade, mas ela não faz o meu tipo, e eu amo a Cecília. Eu repetia.

Eu já não suportava mais as dúvidas e os sonhos e agora essa


palhaçada da Cecilia eu liguei o dia todo e ela me ignorou. E ela
tinha razão que não dei entrada no divórcio, mas não posso agora.
E o que eu mais tenho feito ultimamente é duvidar dos meus
sentimentos e do meu passado.

Quando desci do escritório cabisbaixo pensando em como dizer a ela


que não posso. Eu saí pela porta do escritório para ir para casa,
respirei fundo e fico olhando. Aquela cena.

Me fez voltar a algo que estava perdido em minha mente e em


sentimentos dentro de mim.
O buquê de flores nas mãos e quando eu olhei a Carol estava
descendo e toda sorridente balancei a cabeça e fechei os meus
olhos e vi a cena em minha mente, as luzes do momento e eu fiquei
tonto e quando eu abri os meus olhos, não era a Cecilia e respirando
fundo meu coração acelerou e vejo a Valentina e ela pegando as
flores.

O porquê desses sentimentos agora e o porquê desse passado


estranho algo está errado comigo eu preciso descobrir.

Depois do que
aconteceu e eu achei melhor fica no meu canto, deixei que ele fosse
viver a vida com ela. Até incentivei, mas estava doendo dentro do
meu peito. Eu estava amargurada, chateada e eu sabia que ia ter
que ser assim. Não só por ele, mas por mim também.
Chega de me humilhar, de correr atrás. Se ele quer assim, será. E
depois do que ele disse no evento ele tinha as razões dele. Ela é a
mulher certa para ele e não eu, então eu fui para o meu trabalho,
passei a semana inteira cuidando de mim, cuidando do bebê, fui ao
trabalho, fiz tudo o que eu tinha para fazer e voltava para casa, mas
eu estava tão cansada e com tanta raiva de tudo que estava
acontecendo deitada naquele sofá olhando as estrelas a escuridão
eu vejo que eu estava sozinha, e que não tinha ninguém. Eu não o
tinha, não tinha a minha mãe, o meu pai estava longe. E naquele
momento eu estava totalmente sozinha com uma criança que ainda
estava para vir ao mundo. Eu não suportava mais tudo aquilo. Eu
olhei novamente para o celular e vi que já era tarde e ele não
chegou. Ele nem sequer perguntou como está o bebê e nem como
eu estou
eu fui até o quarto, olhei novamente as coisas jogadas em cima da
cama e eu respirei fundo e eu queria conversar com ele, dizer a
verdade e acabar logo com tudo isso, não ia suportar ficar esperando
e ficar nessa casa do jeito que estava. E sabendo que uma hora
dessa ele estava com ela e não comigo, olhei novamente o celular e
eu estava decidida quando ele entrar aquela porta eu
eu vou acabar tudo, vou dizer que não vou conseguir que tudo se
resolva e eu quero acabar com tudo logo de uma vez e que seja
hoje. E cada um vai viver a sua vida
olhei para a porta e nada dele chegar, eu liguei para a Carol.

— Carol e aí? O Enzo está tão atarefado assim que até agora não
veio para casa?

— Ele não está por aqui.


Eu vi que ele tinha saído faz tempo. Ele perguntou ainda de você, eu
disse que você estava com dores de cabeça e foi embora para casa.
O que está acontecendo com você?

— Nada. Eu só queria conversar com ele, mas eu vejo que ele deve
ter ido encontrar com ela com certeza.
— Deve ter ido porque ela ligou hoje umas cinco vezes e eu vi assim
de longe os dois discutindo.

— Então ele foi vê-la. É não vai ter jeito mesmo. Eu passo a mão em
meu ventre e vi que já não ia se resolver mesmo. — Mas eu já
imaginava, a gente se fala amanhã... Obrigada por tudo.

Era de se espera que fosse ver a lambisgoia ela não dá espaço para
ele. Eu fiquei naquele sofá magoado e chorei novamente. Ao saber
que ele tinha ido vê-la e que eu estava ali novamente sozinha entre
lágrimas e desesperos, eu tinha que acabar com tudo isso e ir
embora de uma vez. Eu fico na sala a espera dele e ia dizer umas
verdades e acabar com isso e ainda ia dizer que esse filho é dele.
Deitado ao divã
voltando ao passado e falando dos medos e das angústias que
afligiam ao meu peito. Ela não veio na minha memória, não estava
dentro da minha cabeça ao contrário. Nem sequer consegue lembrar,
nem do cheiro dela. Aquela luz batia no meu rosto. Refletia sobre a
minha pele. Eu fechei os olhos. Eu quase adormeci. Mas ela nem
sequer voltou à minha memória. Nem um toque ao contrário, a única
coisa que vinha na minha mente era Cecilia nos nossos momentos,
as nossas brigas, às despedidas e, porque eu lembrei daquelas
rosas e daquele momento, não acreditei, respirei fundo.
— Já pensou que você não queira lembrar? Ele disse me encarando
e eu me levantei rápido e bravo.
— Acha que quero passar por tudo isso que estou passando? Que
profissional é você?
- Senhor Moretti. Eu vejo que está bloqueado as memórias dela e
virá lentamente.

- Psiquiatra de merda.

Depois do acidente eu me sinto o pior dos homens, inseguro, com


medos e sem sentimentos em uma ocasião. Me vendo ali saindo do
consultório, eu tinha que tomar decisões sobre a Valentina e eu não
podia viver ao lado dela assim. E ainda preciso pensar que posso
perder a Cecilia e logo agora que ela voltou e está sendo tão
compreensiva comigo. Não me cobrou o porquê me casei com
Valentina e isso achei estranho.

Saí com raiva daquele lugar e fui para o escritório, eu me refugiava


na minha sala e ficava tentando achar a saída. Eu não aguentava
mais viver assim com essas dúvidas.
— Cadê a Valentina? Eu olho para a Carol que deu um sorriso.
— Ela não passou bem e foi para casa. Mas posso te ajudar?
— Não… Eu ia entrar na sala e volto e ela ali parada me encarando.
— O que ela tem?

— Dores de cabeça. Mas está tudo bem?

Eu não respondo e saio para o escritório, eu não estava conseguindo


ficar parado e eu tinha que conversar com ela e esse é o momento.

Eu estava decidido, eu ia discutir o divórcio com a Valentina. Eu


precisava me divorciar e já ensaiando as palavras. Eu precisava
deixar aquele momento que eu estava vivendo com ela para trás. E
recomeçar uma nova vida ou eu ia perder a Cecilia de vez. Eu não
queria mais aquilo para mim. Eu não conseguia lembrar nenhum
momento dela, na minha mente e quando eu cheguei, respirei fundo,
a casa estava toda escura e eu saí procurando e vi estar adormecida
no sofá. Eu me sentei no enorme sofá e fiquei olhando e vi o quanto
ela é linda. E passou tantas coisas em minha mente e uma delas que
eu me casei porque eu quis. Eu fiquei com pena dele, olhando assim
parece indefesa e sozinha.
Me aproximei e tentei sentir o seu cheiro e fechando os olhos para
voltar ao passado. Quem sabe assim eu me lembrava de algo, de
nós dois e vi que foi em vão, apenas tive sensações de excitação. E
ela me deixava estranha. Fiquei olhando para ela e queria dizer tudo
para ela.
Mas eu desistir ao encontrá-la ali sozinha e a seguro em meus
braços com cuidado e levei para a cama, coloquei na cama, ela
ainda resmungou e a única coisa que fiz foi olhar para ela de novo e,
é porque tenho sentimentos misturados quanto a ela?

Como eu ia terminar com ela vendo-a assim adormecida, tão frágil,


tão sozinha, eu não podia fazer isso com ela, é uma boa garota eu
que precisava recuperar a minha memória, mas eu não estava
conseguindo respirar fundo e saí para o bar. Eu precisava beber e
esquecer toda aquela dor que eu estava sentindo. E foi isso que fiz
enchi a cara.
— Me deixe a garrafa aqui, por favor.
Eu deixei que a vida me trouxesse de volta para o passado algo
sobre ela. Mas onde ela está dentro da minha memória? Eu estava
cheio de questionamentos e se ela estava sofrendo eu também.

Eu estava em uma encruzilhada, eu não conseguia me lembrar dela


e nem tirar ela da minha cabeça. Eu cheguei em casa bêbado.
Derrubei os porta-retratos e me joguei na minha cama.

Respirei fundo e olho teto, estava tudo preto, estranho e eu ri


sozinho. E a única coisa que me veio à cabeça foi que ela arranca a
camisa e olhou para o teto. — Para de roda porra.

Quando eu fechei os meus e respirando com dificuldade, ainda


passo a mão no rosto.

“Ela se vestia em minha frente, o corpo torneado aveludado e eu


sorrindo com cara de safado me aproximo e ela sorriu.”
“O que foi agora estranho?”

“Aceita se casar comigo?”


“Ela riu da minha cara e eu repeti. Aceita se casar comigo? Ser
minha esposa? Respirei fundo.”

“Você está falando sério?”


“Sim? Aceita se casar comigo, ser minha esposa?”

Me viro na cama e quase cai, eu respiro fundo.


“Eu tenho algo a te propor. Ainda respirei, olhei para ela
lembrando do que aconteceu a noite e eu lembro de algumas
coisas. Foi quando eu acendo o cigarro, olhou o relógio
novamente e com uma das mãos no bolso.
— Case-se comigo?”
Eu me aproximo da mulher e segurando a mão dela eu sorri e sinto a
respiração o cheiro que ela exalava de flores e lavanda. E balanço a
cabeça e vejo o sorriso da “Valentina.”

Eu não acreditei. Quando abri os meus olhos e vi ser ela a


Valentina, me sentei na cama correndo como se fosse ao vivo e em
cores. Eu a vi em minha frente. E eu a pedi em casamento. Passei a
mão no meu peito. E tudo vem na minha memória, na minha mente.
Os meus olhos ardiam e vi o pedido de casamento vindo a minha
cabeça, ela estava dentro do meu peito esse tempo todo. Escondida.

Me desperto em minha cama e tento mexe a cabeça e passo a


mão sobre os cabelos suados e os olhos querendo ficar fechados e
respiro a dor de cabeça lactante, boca amarga, seca. Ainda passei a
mão no rosto tentando acordar, não conseguia. Olhei para o teto,
olhei para o lado, sozinho na cama enorme. Respirei fundo e me
levantei para criar coragem para ir para o trabalho, mas eu não
conseguia.
— Caramba, que sono pesado foi esse.
Eu tomei um copo de água gelada, não consegui comer nada, fui até
a empresa. Eu tinha que trabalhar, eu tinha que fazer alguma coisa,
mas a minha cabeça latejava. Eu não estava suportando. Respirei
fundo, quando eu me sentei na minha cadeira, o meu corpo doía.
Passei a mão na testa e percebi que eu esqueci alguma coisa, mas
eu não sabia o que era.
— Bom dia Senhor Moretti?
— Bom dia, Sabrina, mas já vou voltar para casa, esqueci algo e não
me lembro o que seja.

Algo estava me incomodando e eu não sabia o que foi que esqueci.


Ainda olhei novamente para o meu celular, olhei para a minha mão e
nada. Eu estava com aquela sensação de que algo ficou para trás,
mas eu não sabia o que era. Respirei fundo e voltei em casa. Eu
tinha que voltar, eu estava péssimo e já cheguei me enfiando na
geladeira e matando a seca que eu estou.
Respirei fundo e quando eu estava virando a água eu olho para a
mesa e ela estava tomando café da manhã e com cara de
assustada.
— Está tudo bem Enzo?
— Não vai acreditar, eu fui à empresa e voltei aqui e estou com uma
sensação de que esqueci algo e não consigo lembrar o que seja.

— Ressaca eu vi que chegou tarde ontem.


— Claro que não, eu cheguei e estava dormindo no sofá, mas você
está bem?
- Eu estava com dor de cabeça. Eu preciso ir, estou atrasada.
— Me espera e vamos juntos. Minha cabeça dói demais e já bebi
muita água, que merda de uísque foi esse que bebi.
Descemos juntos e ela, calada, não disse uma só palavra. E quando
ela entrou no carro, era como se aquela situação já tivesse
acontecido. Ela colocou a música e eu ficava olhando pela janela. A
respiração forte, o cheiro no carro. Eu puxei assunto com ela e eu rir
quando ela disse:
— O que você disse Enzo? Eu olho para ela estranha demais.
— Eu não disse nada. Mas eu ia dizer quando você me interrompeu.
Ela riu e gritou:
— Meu deus, um acidente.

Não tínhamos nem virado a primeira esquina, o carro desgovernou e


perdeu o controle, se enfiando em uma árvore. Eu não acreditei, eu
estava em choque com a cena enquanto ela gritava sem parar. —
Vamos parar e ajudar. Encosta.

— É melhor a gente ir embora e vai juntar curiosos daqui a um


pouquinho, isso aqui vai ser um inferno para sair daqui.

— Vamos ajuda, por favor.


— Não, eu vou chamar o resgate.

— Não, é melhor a gente ir lá ver o que aconteceu. Não podemos


deixar eles morrerem lá imprensados naquela árvore. Seja bom,
Enzo. Ela saiu do carro com tudo e correu na direção do acidente. Eu
tentando segurá-la. — Ajude aqui, Enzo.

Ela começou a tirar as ferragens que estavam em cima e já


conversava com a mulher que chorava.
- Oi! Eu vou te ajudar. Ela segura na mão da mulher e começa a
conversar com ela— Calma, fica tranquila, não chore. Não fique
assim desesperada, vai dar tudo certo.
Ela me encarou olhando para o homem que estava preso.
— Ajude aqui, levanta-se aqui, Enzo, para tirá-los de dentro do carro.
Ela ficou desesperada, parecia ser da família dela, e nós tentamos
ajudar, e eu chamando o resgate. — Chama o resgate, Enzo, chama
o resgate.
Eu chamando o resgate. E ela ficou conversando, a mulher, segurou
a mão dela e disse:
— Fica tranquila, vai dar tudo certo. Mas o que aconteceu?
— Nós estávamos discutindo e sem querer, eu bati a mão no braço
dele, e ele acabou ficando nervoso e perdeu o controle do carro.
— Calma, vai dar tudo certo. O resgate já está chegando, e vocês
vão ficar bem.
Eu olhei para ela e vi que ela estava desesperada para salvar o
casal. Ela é uma boa pessoa, com um coração imenso. Eu balancei
a cabeça e ajudei a se levantar.
E a abracei forte e ela quase chorou ao ver a cena. O resgate
chegou e saímos do local bem tristes com o que aconteceu e não
dissemos uma só palavra. Ela parecia assustada, mas percebi que
ela é uma pessoa de coração muito bom e viajando em meus
pensamentos e balancei a cabeça saindo dos meus pensamentos e
eu não conseguia lembrar nada, a não ser o que tomei no café da
manhã. A minha cabeça estava girando, eu estava com dor de
cabeça e depois do que vi eu fiquei pior.
Ela ainda me olha nos olhos e entramos e eu disse:
— Eles vão ficar bem, Valentina.
— Depois eu vou ligar para saber se estão bem.
Ela deu um sorriso e entramos juntos e ela está parada e toda
sorridente.
— O que ouve? Está tudo bem Paulo?
— Valentina, eu estava te esperando, preciso da tua ajuda.
— Mas o que aconteceu?
— Preciso que você nos ajude com as cores e ainda não decidimos
o tecido. Será que você poderia nos ajudar?
— Claro que sim. Vamos lá na sua sala que já resolvemos isso.
Ela saiu e eu fui para minha sala e fiquei pensando tudo aquilo que
aconteceu. Como pode a vida da gente mudar da noite para o dia.
Alguma coisa tinha acontecido comigo e eu ainda não sabia o que
era.
Sentando olhando a mesa lotada de papéis e um projeto para
finalizar. Eu fico aflito e o meu telefone não parava de tocar e eu
cheguei de documento em cima da mesa, tinha que analisar, decidir
as cores e essa cliente é insuportável. E a minha cabeça latejando
eu respiro fundo e grito:
— Que porraaaaaa… Está de sacanagem? A água caiu ao chão e eu
me levantei e vejo que ela estava entrando na sala e riu.

— O que houve aqui, Enzo?


— Eu estou me afogando em tudo isso hoje. Eu me perdi aqui. Eu
mostrei o telefone e ela riu.

— Tudo bem, pode deixar que eu resolva tudo para você, mas eu
não vou poder falar com você agora. Eu falava com a cliente Soares.
— Eu tô com outra cliente na linha, depois a gente se fala.
— O que aconteceu?
— Eu estou cheio de coisas para resolver e ainda não consigo
convencer a cliente a aceitar o projeto que mandei. E ainda de
ressaca. Não sei mais nem o que fazer e eu não conseguir mandar o
projeto de noiva. Tudo resolveu cair em cima de mim hoje.
— Calma, deixa eu falar com a cliente. Mas é sobre o quê?
— É sobre os vestidos de noiva.
— Fique tranquilo que eu vou resolver isso. Ela respirou fundo e
riu. - Sim, senhor Ramírez, eu vou mandar agora e tem preferência
em mudanças e cores? Ela fazia gestos e ria— Sim, mas o que o
senhor não gostou? Eu vou mandar agora está tudo pronto e assim
me diz o que não quer. Moretti teve que ir à reunião, mas fica
tranquilo que eu mesma vou pessoalmente e mostro o projeto. Posso
levar uma modelo e assim ela veste o modelo e pode verificar os
modelos. Se eu posso ir amanhã? Eu balancei a cabeça afirmando e
ela riu. — Eu sempre estarei à sua disposição. Eu te vejo em breve.
Eu fiquei olhando para ela e vendo o quanto ela era profissional.
Eu não pude mentir, ela era eficaz demais em seu trabalho, dona de
um coração imenso, muito profissional.
Enquanto ela resolvia tudo aquilo ali, eu fiquei observando quanto
ela era profissional, o oposto do que eu imaginava dela. Eu acho que
foi aquele vestido vermelho que a deixou muito vulgar e aquilo eu
odiei, mas ela é totalmente profissional, diferente do que pensei. Eu
acho que nós dois sermos casados, merecemos pelo menos ser
amigos, essa é a verdade. Enquanto ela falava eu fiquei observando
cada passo, cada gesto dela. Ela é delicada, ela é profissional, forte,
decidida. Ela tomou a frente do meu negócio e ela decidiu tudo em
questão de segundos enquanto eu estava desesperado. Eu fiquei ali
viajando em cada gesto que ela falava e ela deu um sorriso.
— Pronto Enzo, tá vendo? Foi tudo resolvido. Você é muito
exagerado.

Eu estava tão área e o telefone tocando e ainda ali olhando para


ela rir. Quando eu olhei eu vi ser a Cecília. Como eu ia dizer a ela
que eu não poderia me separar agora? E que eu ia ter que
permanecer com ela? Eu fiquei pensando aquilo, olhando,
observando e ela disse:
— Enzo, seu telefone não vai atender?

— Cecília. Eu não consegui te atender, eu tô enrolado na


empresa, eu tenho um monte de coisa para fazer.

— Você nunca tem tempo Enzo para mim. Eu preciso te ver.

— Não, eu não posso e não tenho como sair agora. Eu olho para
ela que mexia nos papéis. — Vamos ter que deixar para outra hora.
Eu te ligo assim que resolver tudo aqui.

— Chega de desculpas Enzo.

— Não adianta gritar. Enquanto a Cecilia gritava ela se levanta e


me encarar. — Não posso sair.
Depois de tudo
que aconteceu com o acidente, com os imprevistos, com a espera e
com os sentimentos, que estava guardado dentro do meu coração,
eu olhei para ele, estava tão sorridente, diferente, parecia estar
cansado, mas pensativo ele parecia estar tentando voltar a ser o
Enzo de antes, mas ele não estava conseguindo, mas o que mais me
magoa são as atitudes grosseiras que ele tem repentinos.

Mas vejo que seja como se fosse uma defesa. Continue fazendo o
meu trabalho e olhando para ele que discutia com a sua namorada e
os dois pareciam estar brigando feio. Eu balancei a cabeça e
continuei e ainda olho para ele e digo:

— Se você quiser, eu posso sair.

Aí ele balançou a cabeça que não. E eu continuei a fazer o trabalho


e fiquei pensando naquela mulher naquele casal. Dentro daquele
carro prensado na árvore como que a vida é curta e devido a uma
discussão a gente acaba perdendo a vida. Eu não acreditei. Olhei no
meu celular e eu estava doida para saber notícias do casal. Aí ele
balança a cabeça irritado e grita.

— Eu não posso sair hoje. Eu já disse para você eu estou cheio de


projeto, cheio de coisas atrasadas e fora isso ainda vou ter uma
reunião no final do dia, a gente se vê amanhã, e prometo que nós
vamos sair para jantar.
Ele discutia e dava para ouvir a voz dela, sentada na frente dele e
olhei e disse:
— E melhor você ir porque senão você sabe como é uma mulher
vingativa.
— Não posso e você viu quanta coisa eu tenho para fazer hoje?
Ela precisa ter paciência porque vocês são muito exigentes? Quando
vocês cismam com algo, vocês querem que seja naquele momento.
— Somos assim, mas tente entendê-la, você trabalha muito.
— Não! Está defendendo? Sério mesmo? O que está acontecendo
com você? Ele foi e colocou a mão na minha testa e disse: — Está
com febre.
— Simplesmente acho que foi o acidente. Eu comecei a ver e
enxergar as coisas, diferente,
a gente tem tão pouco tempo para viver, e respirar que a gente
acaba jogando fora com essas brigas, essas coisas tão bobas. — É
melhor você ir lá e assim você já consegue se resolver com ela, vai
ser melhor para vocês dois.
Ele deu um monte de desculpas para não ir, é muito orgulhoso, eu
balancei a cabeça e continuei e mostrava para ele onde estava os
erros, o que era para ser mudado, o que eu achava, né? Porque ele
é o chefe e ele estava preocupado. Ele passava a mão no queixo,
ficou olhando e ele olhou para mim e disse:
— Puta que pariu viu! Ele grita com o telefone na mão.

Ela estava marcando cerrado, estava com medo. E depois de tudo


ela ainda ia atacar novamente. Eu conheço aquela víbora. Esse tipo
de mulher é malicioso e ela vai virar com tudo para cima. Mas eu
estou preparada, assim como estou preparada para ele também. Eu
já tomei a decisão. E eu vou seguir a minha vida com ou sem ele.
Mas eu ainda estou de pé, se tem uma coisa que aprendi na minha
vida é ser forte e enfrentar as lutas de frente.
Eu estou vendo
em Valentina algo que eu não vi antes. Uma mulher forte e diferente
do que eu estava acostumado e eu a julguei tão mal que eu sinto
vergonha. Ela sorriu e me tomou os papéis da minha mão.
— Pode ir Enzo, eu termino o projeto. Eu fiquei olhando ela dizer e
sorri. — E vejo que sua noiva está brava com você por não dar
atenção a ela.
— Claro que não Valentina. Eu faço depois.
— Não eu termino e depois você só assina.
— Claro que não é minha obrigação e os encontros não são
importantes quanto a empresa.
Ela sorriu e balançou a cabeça e senta verificando os papéis e eu
fiquei olhando, ela estava sendo tão prestativa e eu tão filha da puta
por agir assim com ela. Eu ligo:
- Sabrina nos traga água e café, por favor.
— Está louco? Vai ao encontro dela e não dá uma hora para ela
entrar gritando aqui.
— Não posso deixá-la fazer o meu trabalho e ir me divertir.
— Eu vou para a minha sala e refaço. Ela balança a cabeça. — Isso
daqui está horrível. Rindo.

Eu não acreditei no que ela estava fazendo me ajudando e ainda me


mandou ir ao encontro com outra e que tipo de garota era essa? Não
estava acreditando em suas atitudes e vejo que eu estava errado e
ela ainda se fazendo de minha amiga.
“Larga de ser malicioso, Enzo.”
​Mas quando olho o telefone de novo disparado e agora eu respiro e
vejo que não conseguia trabalhar e olho para ela que riu.
— Larga de orgulho e vai logo.
— Não vai ter jeito mesmo, eu te vejo mais tarde e qualquer
dúvida me ligue.
Sai com outra cabeça pensando no que ouve e vendo a Valentina
com outros olhos ainda dei um sorriso lembrando dela me dando
ordens. E quando eu a chego já estava com cara de brava e eu a
beijei e me sento vendo a decoração diferente do lugar.
— Você demorou, está tudo bem?
- Sim, está, mas achei que não queria mais me ver após me deixar
de táxi.
— Eu fiquei com raiva de você nunca ter tempo para mim. E sei que
você não deu entrada no divórcio.
— Calma Cecília, eu já pedi aos advogados, mas não é assim que
funciona. E detesto cena.
— Mas não vamos brigar e estou pensando em quando nos
casarmos vamos morar onde? Ela me abraça e sorri deslizando a
mão sobre a minha coxa. — É por que não moramos próxima à casa
dos meus pais? Será melhor para nossos filhos.
Eu estava distante demais pensando em outras coisas e não vou
mentir em tudo que vi na minha sala com ela. Eu ainda acabei
soltando um sorriso. E não prestei atenção nela que me bateu na
coxa.
— Eu estou falando com você e parece distante demais. Ela arrumar
meus cabelos. — O que está acontecendo Enzo?
- Nada, estou cansado e você é tão desconfiada.
— Estava falando dos nossos filhos.
— Filhos? Mas já está pensando nisso?
Ela me puxou e me beijou nos lábios e sorridente quase se senta em
meu colo e eu me assusto quando vejo a chuva. Me bateu um
desespero e eu olho para ela e para a janela que batia a chuva e eu
respiro e fico aflito.
— Nossa está chovendo forte e quero que saiba que não vou deixar
você sozinho na empresa, então decidi que vou trabalhar com você.
— Mas para que isso? Eu fico olhando a janela e os trovões.
Viro o uísque e não suportei ficar ali. Eu me levanto e olho para ela
que se assusta. Foi mais forte do que eu a vontade de voltar ao
escritório e não vou mentir, eu tinha que estar com ela. O que eu ia
dizer para entender?
— Preciso ir embora. Mas eu te ligo.
— Espera Enzo. O que ouve?
— Preciso ir e te vejo depois.
E sai correndo eu tinha que pegar a Valentina e algo que me
controlava raiva no fundo, e entro no carro sorrindo e a música
tocando no fundo, a chuva batendo no vidro e eu sinto a nostalgia e
uma felicidade de ir buscá-la. E não entendi e na altura do momento
eu nem queria explicação, apenas ir e ajudá-la a voltar para casa.
Eu ligo para ela, a chuva estava forte demais e ouço a voz distante.
— Estou chegando aí para te buscar, me espera na portaria.
— Não precisa ir de táxi.
— Já estou chegando e desce logo, porque está chovendo muito e
não quero me afogar na enxurrada.

Eu não
acreditei quando ele simplesmente saiu e me deixou sozinha e saiu
sem dizer nada. Mas, por quê? Me levantei correndo e ainda paguei
a conta e quando pego o meu carro eu saí naquela chuva.
E apenas me lembrando da cara dele enquanto eu falava do
nosso futuro, ele sorridente e estava distante. E aquela vadia.
Não pode ser? Além dela está grávida agora ele está correndo
atrás.
Eu dirigia tão rápido e pensando que ia acabar com tudo isso. E
fui direto para o escritório e a essa hora ela estaria, então eu ia vigiá-
la já que não sabia ao de onde ela estava.
E quando eu chego na porta do prédio eu parei e respirando com
ar de ódio e abaixo o rosto para olhar. A chuva tomou conta da
cidade, estava um dilúvio e esperei e olhando no relógio do carro eu
me assusto ao ver a cena.
Enzo estava abrindo a porra do carro para ela e ainda a tocou na
cintura dela todo sorridente. Eu quase desmaio ao ver a cena e ela
rindo toda derretida. E quando ela ia entrar ele acariciou a mão dela
e eu grito:
“Desgraçado eu vou matar essa vadia e aí verá quem é sua
mulher.”
Ali parada vendo a cena eu já tomei a primeira providência e seria
o momento certo, assim eu acabaria com os dois de uma vez. Ela e
o bastardo.
— Richard, eu preciso de você e não me venha com desculpas.
— Calma Cecilia e já conversamos sobre suas grosserias.
— E o que me diz do velho que mandei achar? E depois me diz
que sou grossa e que esses serviços me sairão caro.
— Eu já achei e fica calma. Eu sei das minhas obrigações está
precisando transar. Ele ainda rir acha que estou brincando. — Qual o
serviço sujo dessa vez?
- Quero eliminar minha inimiga.

Alguma coisa
estava mudando em Enzo, eu via seus olhares para mim e eu ficava
sem graça. Eu cheguei antes dele e vi quando entrou correndo a
chuva forte e estava com os cabelos molhados e eu rir. Depois que
me buscou no serviço ele mudou do nada, estava irritado e ficou
calado. Eu me assustei quando eu o vi na minha frente e a minha
espera e quando abriu a porta do carro eu fiquei sem ação. Não
entendi nada.
Mas sei que largou ela para me buscar. Deve estar uma fera com ele
e comigo, mas eu estava feliz de saber que ele se lembrou de mim.

— Nossa, que chuva!

— Veio a pé? Eu rir e ele simplesmente entrou no carro e fomos


juntos para casa e calados.
Ele mudava de humor rápido demais e ali olhando a chuva eu
estava tentando entender as atitudes e quando eu olho para ele vejo
que nem ele entendia. Parecia confuso. Passamos a semana inteira
trabalhando e ele me evitando e eu fazendo a mesma coisa. E, na
verdade, moramos na mesma casa e só tínhamos encontros casuais
e frios. Assim nós estávamos passando os dias, um evitando o outro.
Eu percebia que ele chegava tarde para não me encontrar e eu vinha
para casa cedo para não encontrar com ele. Mas no final de semana
era dia de encontrar a família dele e como ele ainda não anunciou o
divórcio, era um momento crítico. Eu não sabia nem como me
comportar e como agir diante da família dele e ainda mais agora que
ele me apagou de sua memória.

Já no carro me sentindo zonza e com medo desse fim de


semana, eu sabia que ia ser difícil e eu olho para ele e não aguento,
digo logo.

— Não sei nem como agir diante da sua família, Enzo. Ele
balançou a cabeça e me encara de novo como se pensasse em
algo. — Estou falando sério, eles vão ficar fazendo um monte de
perguntas.

Ele olhou para mim e disse:

— Relaxa Valentina, vamos ser amigos e esqueceu que nós nos


comprometemos em que fazer dar certo.

— Sim, eu sei disso, mas tudo bem. Não é isso. E se ela


aparecer lá?

— Não, ela não vai aparecer. É um final de semana com a minha


família e você sabe que a minha avó quer que você vá. E para os
negócios, é melhor você estar presente e não se importar com nada.
Nós fizemos um acordo e nós vamos cumprir.

— Eu farei a minha parte, e tentarei ser amigável.

Não demorou muito chegamos e eu irritada, mas abrir o sorriso


quando vi toda a família sorridente nos esperando e a avó já chegou,
me abraçou, me beijou, toda sorridente, passando amor na minha
barriga. E quando levanto o rosto ela atrás dos pais dele sorridente e
eu olho para o Enzo. E a mãe dele virou o rosto e saiu para piscina
chamando a maldita e não acreditei.

Olhei para o Enzo e balancei a cabeça, sem acreditar que ela ia


estar ali e eu ainda em negação querendo matar os dois que riam e
se abraçavam o tempo todo e eu viro o rosto.

Hoje ia ser um dia difícil, mas se ela me fizesse raiva, eu ia pegar


minhas coisas e ia vir embora. Mas eu não ia ficar, não acredito que
eles estão agindo como casal, eu estava péssima e fiquei com tanta
raiva. Saí cumprimentando todo mundo e já fui para a cozinha,
estava faminta e ainda respirei enchendo a boca de torta de frango.
E me assusto quando a vejo na minha frente e eu deixo o pequeno
prato na mesa de ferro do jardim e olho para a piscina.

— Aí, você aqui? Não achei que você fosse convidada.

— Como não? Eu sou a esposa dele, só para te avisar.

— E eu sou a noiva dele e vou me casar. Muito prazer, ridícula


sua atitude Valentina de ficar correndo atrás de macho.

Ainda dei risada na cara dela, cansada de olhar na cara dessa


garota. Eu simplesmente a ignorei e sai deixando-a sozinha. Me
sentei de costa para a piscina e fiquei conversando com Enzo que
me contava sobre a Carol. E eles estavam superanimados.

— Mas quando você vai apresentar ela à família, não diga que
ela é minha amiga, porque se você disser, eles vão odiá-la. Assim
como a sua mãe me odeia.

— Minha mãe não te odeia, ela só fica com ciúmes, porque ela
acha que a Cecilia é a melhor opção para o filho querido. Essa é a
verdade.

— Sim. E por que ele não se casou com ela antes?


— Nem eu sei direito. Eu queria entender os dois, mas é
complicada a relação desses dois. Mas me diga como vocês estão.

— Estamos indo, fizemos um acordo, agora a gente não vai


brigar e nem se separar agora. Temos algumas coisas em comum
para resolver e depois nós vamos assinar o divórcio.

— E eu já disse para ela, que não dê o divórcio a ele. Avó chega


me abraçando e ele riu. — Não assine e o obrigue a te aturar.

— Deveriam os dois tentar se entender, né? Ele disse rindo.

— Valentina é cabeça dura.

— Já viu o que eu tenho que aturar? Ela está aí, se fazendo de


noiva dele, que vai casar e ele todo lambendo ela. Então, não tem
mais jeito e já está decidido.

— Tenha paciência querida. Ela vai cair por terra logo. Porque eu
tenho certeza de que o Enzo te ama. E não fique pensando essas
coisas não fazem bem para você.

Eu olhei novamente, eles estavam lá, os dois conversavam e


riam. Eu fiquei com tanta raiva e fui para cozinha. Eu estava doida
para comer um pedaço do bolo de chocolate. E quando eu cheguei,
ela veio e me cercou e com o pratinho na mão. E ela disse coisas
horríveis. E eu tentei sair e ela não deixou colocando o corpo na
frente.

- Acha páreo para mim? O pai viciado, mãe prostituta e a filha se


vendem por uns trocados. Quando ela disse aquilo eu não suportei,
eu voei no pescoço dela com tudo e ela tentava soltar e ela gritava:

— Me solta, me solta, está me machucando.

Fazendo escândalo para ele olhar. E eu simplesmente virei a cara


e a empurrei novamente e ela me grudou e nós duas caímos na
piscina. E eu tentei me debater e tentei sair e ela me segurava com a
perna embaixo da água. E eu estava me afogando e eu respirando
sem força e vi que ele pulou na piscina. Não acreditei que ele a
salvou. Balancei a cabeça quando eu vi o Henrique me tirando da
piscina com tudo. E olhou para mim e disse e ainda fez cara feia com
cara de negação. E pelo que vejo ele me culpava por isso.

— Está tudo bem? Henrique disse.

Eu balanço a cabeça que sim e a vó já me dá uma toalha e ela


ainda gritando e contando as mentiras dela.

Maldito, que ódio que fiquei dele o odiei desesperadamente e eu


sabia que eu não podia mais contar com o Enzo para nada.

— Ela me empurrou, Enzo. Ela disse ser a sua esposa e que eu


era uma intrusa, que eu tinha que ir embora. Ela me empurrou, ela
fez isso de propósito, você viu que foi ela que me cercou, não foi, eu.
E ela gritava e falava, eu balancei a cabeça e fiquei olhando, ele
olhou para mim.

— O que aconteceu? Estou desapontada com você Valentina.

Eu simplesmente virei a cara e olhei para ele, balancei a cabeça


em negação e saí com raiva. E a avó veio comigo, segurou minha
mão e disse.

— Calma Valentina, vai dar tudo certo, minha filha, vamos subir.

Ela subiu comigo, quando eu cheguei no quarto eu chorei


desesperadamente de raiva daquilo que aconteceu. Eu estava
magoada com as palavras dela e as atitudes do Enzo para comigo.

— Ela disse que eu me vendi para ele por uns trocados, ela não
sabe a metade da minha vida, avó. E ela disse essas coisas.

— O que ela disse, na verdade, querida?

— Ela disse que o meu pai era um viciado, à minha mãe uma
prostituta e eu me vendi por uns trocados. Ela me provoca o tempo
todo, ela fala coisas horríveis para mim e eu ainda tenho que ficar
aceitando? Eu não acredito nisso, ela é uma maldita, ela é ruim.

— Eu sei disso, minha filha. Eu conheço essa garota há muito


tempo, eu sempre disse para Enzo que ela não valia nada. Mas é
cego, você sabe como os homens são cegos, mas não liga, a gente
vai dar um jeito nisso e você não vai embora.

— Eu quero ir embora, vó, eu tenho vontade de juntar minhas


coisas e ir embora, sumir daqui eu não aguento mais isso. Você viu,
ele tá lá lambendo ela enquanto eu tô aqui sendo humilhada.

Estava tudo certo,


perfeito, estava indo para casa dos meus pais, ia passar um dia
tranquilo, mas tudo tinha que dar errado, tinha que ser assim, porque
a Valentina tem que arrumar confusão? Ela cismou com a Cecília, eu
não sei nem mais o que pensar. Olho para ela e vejo uma menina tão
doce, tão boa e do nada a menina se tornou agressiva, se tornou
briguenta, e eu não sei por que, não sei mais o que fazer. Eu tento
acalmar a Cecília, mas ela também quando cisma com uma coisa
não tem jeito. E sinto vontade de ir falar com Valentina, mas naquele
momento ali eu me sinto inseguro e acabo ficando com a Cecília.

— Eu disse para você, entrar com os papéis, porque ela não


precisava nem estar aqui, eu sou sua noiva, nós estamos juntos ou
você está com ela? Eu não acredito que você a deixou fazer isso
comigo?
— Cecilia chega, você está fazendo escândalo demais, para
nada. Vamos tentar manter pelo menos a calma, olha para mim,
pensa comigo, não vamos arrumar confusão. Ela me tira a mão e rir.
— A Valentina está me ajudando, está passando por um momento
difícil, então você precisa ter paciência.

— Paciência nada, você que deveria saber que ela é uma


vagabunda, e fica dando em cima de todo mundo, e eu não quero
nem saber, eu disse para você cancelar esse casamento e você
nada. Ela andava de um lado ao outro falando e eu ali ouvindo e
tentando achar o meu erro. — O que você fez? Você simplesmente,
está aí enrolando para não pedir esse divórcio, você não me quer,
você vive falando que me ama e que eu sou a mulher da sua vida,
mas você está casado com ela.

— Já disse, eu já dei entrada, olha para mim, você é a mulher


que eu quero, para que ficar brigando? Deixe para lá, eu vou
conversar com a Valentina depois, vamos passar um dia tranquilo em
família. Caramba, eu disse para você não vir, que ia ser algo para a
família e ela ia vir. Eu sabia que você ia arrumar confusão com ela.

— Quer dizer que você está preferindo-a do que eu? Você está
ouvindo o que você acabou de dizer, Enzo? Não acredito que você
fez, está falando isso para mim. Você está acabando de dizer que
preferia que ela viesse do que eu.

— Não, Cecília, vê se você consegue me entender, não é isso


que eu quis dizer. E tudo pela minha avó que faz questão de ela vir,
então é melhor não arrumar confusão, por favor. Tente compreender,
é a minha família, porra.

— Você dá muita consideração para essa família que ignora para


você. Ela já começou a sair e eu olhando.

— Onde você vai, Cecília?

— Eu vou embora, já que você a prefere. Fique com ela, faça


bom, aproveite.
— Cecília, por favor, fique.

Ela saiu e eu fiquei sem saber o que fazer, porque Valentina é a


minha esposa no papel. Mas Cecilia é a mulher que eu amo. E por
que eu estou me sentindo tão mal em ter salvado a Cecília? E não
Valentina, não sei entender. O dia passou e eu já não conseguia
mais me divertir, nem conversar com ninguém. E a única coisa que
eu queria era deitar e esquecer que aquilo tudo aconteceu. Valentina
se trancou no quarto e não desceu mais. Não quis falar com
ninguém, não quis conversar. Eu ainda tentei conversar com ela,
mas ela não quis. E a Cecilia foi embora. E eu fiquei novamente
sozinha. Peguei a minha garrafa de whisky e entrei para o quarto e
fiquei conversando, entre conversas com o copo e a bebida. E
pensando no que eu ia fazer. Mas eu não tinha para onde correr. Eu
não tinha de onde começar. A única coisa que eu precisava era
recuperar a minha memória. Mas como eu ia fazer isso? Eu
adormeci em meus pensamentos.

Ouço vozes e o fundo escuro e todos gritam e eu entro em


desespero quando a vejo na água. Respirei fundo, e pulou na
piscina. E eu já estava com ela em meus braços, ainda olho em seus
olhos e ela mal respirava e eu fiquei desesperado.

― Valentina?

Eu não pensei em nada a tirei da piscina e ela ainda desmaiou e


eu fiz respiração em seus lábios e me sinto macio e confesso que
queria ficar ali grudado em seus lábios. E ouço sua voz.

― Enzooooo…

Acordo assusta com a imagem dela em meus braços. E quando


eu olhei, as minhas mãos suavam, tremiam. Eu passei a mão no
rosto e vi que eu estava todo suado e eu estava me lembrando do
sonho e eu salvei a Valentina e não a Cecília.

“Eu preciso da minha memória de volta”


Depois do fim de semana eu tinha que procurar respostas e não
aguentava mais esperar que viesse do céu. Eu saí correndo do
trabalho depois de um dia difícil e chego ao consultório cabisbaixo e
lembrando do que sonhei. Eu não conseguia entender se era sonho
ou minha mente gritando me contando os fatos.
— O que ouve dessa vez senhor Moretti?
— Eu não sei se sonhei ou a minha mente estava me contando um
fato que aconteceu no passado e eu vi nítido em minha frente.
- Isso é natural e lentamente verá na sua frente.
— Quero fazer a hipnose de novo.
— Não vamos poder continuar com a hipnose e pode danificar o seu
cérebro.
— Por quê?
— Porque você está com bloqueio. Esse bloqueio ele vem
automaticamente, entendeu? Lentamente. Então você tem que ter
paciência. Respirar fundo e deixar que aconteça lentamente. Não
pode pensar que você vai conseguir recuperar sua memória da noite
pro dia. Ele falava e a minha vontade era de arrancar a língua dele
que não me servia para nada. — É algo que vem lentamente. É igual
dor de cabeça. Você não toma remédio para dor de cabeça e ela vai
passar lentamente. Então é assim que acontece. Entendeu?
Fiquei ali sentado ouvindo-o falar e dizer que me danificaria, que
prejudicaria, que eu não ia conseguir. Aquilo bateu na minha mente.
Como assim eu não ia conseguir? Eu ia conseguir sim. Eu não ia
ficar parado sem memória. Eu tinha certeza disso. Olhei novamente
para ele, balancei a cabeça e disse:
— Eu vou conseguir. Pode demorar um ano, dois anos, mas eu vou
conseguir.
— Volte aos lugares, que está acostumado a ir e deixe acontecer.
— Eu sou um Moretti e jamais desisto.

Eu saí do consultório e fiquei pensativo e eu ia conseguir sim.


Passando pelo escritório, eu fui para casa e eu queria me jogar na
minha cama e esquecer o que ouvi. Mas aquele fim de semana deu
um pontapé em minhas vontades e eu quero muito a minha vida de
volta. E quando eu chego em casa eu vejo que ela não estava e me
sento tomando suco e vi ter um bolo na pequena mesa e me sento
do lado e começo a comer e rir.
— Ela deve ter comprado porque não sabe fazer bolo. Me bateu uma
tristeza saber que eu não tinha caminho a seguir. — Eu estou
sozinho nessa.

Foi o pior
final de semana da minha vida. Eu passei trancada no quarto todo o
tempo. Não queria encontrar com ela e nem discutir com ninguém,
muito menos olhar na cara do Enzo. Eu mal me alimentei. Eu mal
conversei como todos eles.

E quando nós voltamos para casa eu vim calada. Eu nem sequer


falei uma só palavra. E quando ele falava eu apenas balançava a
cabeça ou dava um sorriso.
— Preciso pergunta a você se o acontecimento de ontem já tinha
acontecido antes? Eu balanço a cabeça que sim. — Eu vi em um
sonho e achei estranho. Mas eu não conversei com ele, estava
magoada demais. Eu não queria mais ficar discutindo e nem
brigando. E para que falar sobre o que aconteceu? Ele não ia
acreditar. Ele ia simplesmente achar que ela está certa. Estou
errada. Pois ele pulou na água e salvou ela e não a mim.
Mas tudo bem, coloquei a mão em meu ventre e respirei fundo,
lembrando de cada momento que vivi bom com ele e de todas às
vezes que brigamos, de todas às vezes que prometemos que ia
tentar fazer dar certo.

Com certeza hoje eu estou aqui novamente procurando respostas e


procurando uma saída para que eu possa sair desse casamento e eu
não consigo, eu vivo dizendo que quero sair, mas parece que algo
me prende. Eu sei que é o amor que eu sinto pelo Enzo, mas eu não
posso deixar que esse amor me destrua, que me faça pensar
somente nele.
Eu preciso pensar no meu bebê. Foi quando eu tomei essa decisão e
eu tive que conversar com a minha mãe. Era o nosso momento.
Depois de todo o final de semana desastroso, eu chego ao hospital
para visitar a minha mãe e eu precisava tanto de um abraço, de uma
conversa ou um carinho que eu estava cansada de ficar conversando
com pessoas que só diz.

“Tenta entender e faça de tudo para dar certo, você precisa dele, ele
precisa de você, ele perdeu a memória.”

Quero alguém que me ame de verdade. Essa é a real.

Eu chego e a abraço e ela sorri segurando a minha mão estava com


a respiração fraca e eu me sento do lado dela e pensando o quanto
ela estava sofrendo com essa maldita doença.
— Mas minha filha está vendo que você está muito abatida. O que
aconteceu?
— Aí, mamãe eu estou tão desanimada. Ai não sei mais o que fazer.
Enzo cada dia está diferente e me faz mal ver ele assim. Está tão
difícil para gente o relacionamento.
— Mas como assim filha? Depois de tudo que vocês passaram e
agora precisa ver o que é melhor para você.
— E sabe o que me deixa mais triste? É a indiferença dele. Ah!
quanto a minha pessoa. Tudo bem que ele me esqueceu. Mas ele é
tão frio comigo, eu tento levar ao casamento, mas está tão difícil,
está tão complicada a nossa relação.
— Mas vocês já sentaram e conversaram e tem que pressioná-lo e
acabar com esse sofrimento.
— Já conversamos sobre isso, já falamos e nós vamos nos
divorciar, depois que a senhora sair daqui eu quero ter uma nova
vida, sabe? Eu quero recomeçar, cuidar de mim e deixar que ele viva
a vida dele. Ele escolheu isso. Ela passa as mãos em meus cabelos
e aperta a minha mão. — Eu não posso obrigá-lo a gostar de mim.
— Não, filha, calma. Você tem razão. Você precisa ter a sua vida e
não pode ficar vivendo a vida de ninguém. Ela começou a dizer e vi
estar triste. — Você precisa pensar em você. Seja egoísta nesse
momento. Respiro e disse tudo e eu fiquei olhando o quanto ela
estava magoada. — Eu pensei muito no homem e eu só me ferrei.
Seja diferente e não quero que você, seja como eu.
— É mamãe, é isso que eu vou fazer. Vou esperar a senhora sair
daqui e nós vamos embora para o interior. Eu vou recomeçar a
minha vida longe de tudo isso daqui. Longe do Enzo dos problemas.
Eu estou muito cansada de tudo isso.
— Sim, minha filha. E você merece ser feliz. Porque é uma menina
doce e batalhadora e isso minha querida pense positivo. Você tem
que fazer o melhor para você. E não ficar pensando nele nem
ninguém não. Pense em você. E lembre-se: Seja egoísta quando se
trata da sua felicidade.
- Sim, mamãe…
— Entendeu se você não está feliz, não está satisfeita do jeito que
está vivendo, então não fique e eu estarei do seu lado, nós vamos
juntas para o interior e recomeçar.
— Eu preciso ir embora porque hoje eu peguei o dia de folga, mas
amanhã eu vou ter um dia cansativo e eu vou resolver algumas
coisas. E fique boa logo.
— Vai com Deus, querida.
Saindo do hospital após despedi da minha mãe pensando em tudo
que aconteceu e que eu já tinha acabado de decidir e quando eu
atravessei a rua eu vi que um homem me seguia, olhei novamente e
ele ficou parado no ponto como se ele estivesse esperando o ônibus.
Mas eu tenho certeza que não. Ele estava atrás de mim. Acho que
eu estou vendo coisa. Eu devo estar meio aflita e deve ser isso.
Olhei novamente e ele ainda contínua no ponto de ônibus.

Eu segui o meu caminho. E ele não veio atrás. Pelo menos eu não vi
mais entrei na loja de bebê e comecei comprar umas coisas e assim
também eu pensava em outra coisa, não ficava pensando no Enzo
nem naquela vagabunda da Cecilia e eu ia pensar somente em mim,
passei a mão em meu ventre e comprei algumas coisas ainda tendo
celular e vendo que ia começar a chover.

— Caramba, Carol, achei que você não ia me ligar hoje. Eu caminhei


devagar.
— Caramba, amiga, está uma loucura essa empresa. Ainda bem que
você está de folga. Porque isso aqui está muito louco. Você não tem
noção. Olha os clientes reclamando, os projetos sendo rejeitado, o
Enzo Bravo já gritou na sala e te chamou umas três vezes, eu disse
que você estava de folga, ele balançou a cabeça e aí ficou com
aquela cara de bunda.
— Ele é assim mesmo. Mas me diga se deu tudo certo? Sim, o que
aconteceu, eu quero ver se você não quer ir jantar comigo. Assim eu
não chego muito cedo em casa. Estou tão cansada e eu não quero
ficar sozinha.
— Claro que sim, amiga. Eu vou deixar as minhas compras em casa
e aí a gente se encontra. Pode ser?
— Sim. Aí a gente sai para o jantar, conversa, você me conta o que
aconteceu no final de semana para o Enzo está nesse mau-humor.
— Não quero nem pensar no Enzo, mas a gente se fala.
Eu peguei as minhas compras e eu estava saindo quando eu abaixei
o rosto para colocar o celular dentro da minha bolsa que levantei e
eu dei de cara com dois homens.
Eu fiquei olhando para eles e sem entender nada ali com as pernas
bambas e os queimando as lágrimas querendo rolar. Eu olho
novamente e estou procurando uma saída.
Olhando os dois homens assim me encarando mal-encarado, eu
ainda respiro fundo e olhando nos olhos deles novamente. Não
entendi muita coisa, é porque eles estavam me cercando? Eu tremi e
tive apenas um impulso.

A malvadeza reinava no rosto deles. Eu joguei todos os pacotes do


meu bebê em cima dele. E eu saí correndo e olhando para trás e
corri tanto. Eu não entendi muita coisa e fiquei procurando respostas,
mas só tive pernas para correr e mesmo sem força.
Olho novamente para trás tentando ver se ele estava vindo em
minha direção, respirei fundo e corri o mais rápido que pude correr e
todo mundo me olhando, eu segurando a pequena bolsa na mão, foi
quando eu ia me esconder em
uma loja e eles atrás de mim e fui parada por um braço forte me
segurou me abraçando como se ele me conhecesse como se ele
quisesse me proteger de tudo aquilo, ali olhou dentro dos meus olhos
e vi seus olhos claros brilhantes e sorriu.
Os braços fortes e o peitoral definido, respirou fundo e eu perdida ali
quando tento voltar ao mundo real ouço sua voz grossa rouca em
meu rosto.

— Está tudo bem moça? Respire.


Ele me abraçou forte e olho para trás vejo que os homens já não
estavam e eu me sinto segura e ele diz novamente. — Calma já
passou.
- Fui perseguida por dois homens e não sei quem são.
— Calma, eles já foram e eu vi que eles corriam atrás de você. Ele
passou a mão em meus cabelos e disse: — Calma que já passou. Eu
vou te ajudar. Eu sou o Noah, mas me chamo de Noah.
— Sou Valentina.
— Sente aqui e se acalme e me conte tudo. Mas venha você está
muito nervosa, está tremendo.
— Eles queriam me roubar, fazer alguma coisa comigo. Eu joguei
todas as minhas coisas em cima dele e eu corri tanto. Eu tremia e
sentia vontade de mijar pelas pernas de tanto medo e quando me
sentei eu rir de nervoso. — Eu estou com as pernas bamba, eu
quase caio.
— Calma, respira, respira, venha. Vamos sentar-nos aqui neste café
e assim nós conversamos, respira e olho para mim, eu estou aqui.
Eu vou te ajudar.
Ele é muito carinhoso e amável, se preocupando comigo sem me
conhecer.
— Por favor, dois cafés e duas águas. Então me diga o que
aconteceu? É natural que você esteja assim até eu me assustei.
— Não sei. Eu tenho uma vida totalmente destruída. Tudo na minha
vida dá errado. Estou em um momento difícil demais.
— Como aconteceu e fica calma que passou.
— Eu estava vindo com os pacotes as coisas que comprei para o
meu bebê e eu levei um susto quando eles pararam na minha frente.
E eu não esperei, joguei tudo em cima deles de medo.
— Alguém mandou fazer isso com certeza porque se fosse assalto
ele teria tomado sua bolsa.
- Estou com medo de voltar para casa e acontecer de novo.

— Eu vou te levar para casa. E assim ficará segura e me conta onde


mora.

— Eu estou com a minha vida toda amarrada. Eu não sei nem o que
fazer, tenho o que falar. A única coisa que eu tenho feito ultimamente
é chorar.

Parecíamos que nos conhecíamos a tanto tempo, ele tem um papo


diferente de todos os homens que conheci e o melhor que ele nem
perguntou da minha vida particular. Eu, que sou carente demais, já
sai contando tudo e ainda fico olhando para ele com um olhar
oferecido. Saímos nós dois conversando pelas ruas e fomos a pé até
o apart-hotel e ele me fazia rir e me contava do trabalho dele e eu
olhando o quanto ele era gentil e bonito.
Chegamos na porta do prédio e eu fiquei sem graça porque não
queria que ninguém visse com ele devido ao Enzo. E eu paro e ele
sorri.
— Você foi maravilhoso comigo, Noah. Mas você está sempre por
aqui.
— Eu trabalho na rua de trás.
— Sério? Eu moro aqui e quando você passa de novo por aqui
tomamos outro café.
— E assim você me agradece com mais calma. Eu tento esconder
a surpresa pelo convite. — O que você acha?
— Claro que sim e foi um prazer.

— Você se importa se eu pegar o número do seu telefone para saber


se está tudo bem com você?
— Claro que sim. Ele me deu o número dele e deu um lindo sorriso
no meio da calçada. E ele me abraçou e me aperta. E me sinto
segura com ele e dei um sorriso e surpreendentemente ele acaricia
os meus cabelos sorrindo e vou dizer que sorriso lindo.

Hoje o meu dia


foi difícil, complicado, nada deu certo, um caos. Começando pelo
meu psicólogo e depois dos clientes eles estavam me tirando do
sério, me deixando enlouquecidos, um reclamando, o outro querendo
trocar, o outro querendo dobrar e assim tive um dia complicado,
cansado, exaustivo. Com os olhos fechados tentando achar uma
saída para a minha vida e ouço a porta se abrir e a Sabrina entra e
diz timidamente.

— Sr. Moretti suas correspondências e tem mais duas reuniões.

— De quem essa em sua mão? Eu havia visto ser da Valentina e ela


leu o nome e se calou. — Fala Sabrina.
— E da Valentina eu vou deixar na sala dela e vou ao ateliê dois.

— Deixe que eu entrego e assim pego a minha pasta que ficou com
ela. E obrigado.

Eu fiquei olhando e vi ser do hospital e não ia aguentar deixa de dar


uma olhada. Eu olho para ele várias vezes e abrir sentando-se ali
escondendo para que ninguém visse, eu li e fico sem ar e jogo os
papeis na mesa quando leio.

— Ela não pode ter esse bebê? Eu respiro fundo ainda em choque
lendo aquilo e com todas as letras ele deixa claro que ela não pode
ter o bebê porque é arriscado a saúde dela. — Que merda!

Quando eu li o exame eu sentir meu mundo desabar, imagine ela


vai chorar por anos. Eu fiquei com pena dela quer tanto o bebê. Mas
ela não terá esse bebê e pela saúde dela eu respiro desesperado
pensando nela e faço a merda de ligar para ela.

- Atende Valentina! Que droga nunca atende as ligações.

Ela jamais vai abdicar do bebê, eu a conheço, eu me levanto e fico


desesperado andando de um lado ao outro com aquilo na mão e
definitivamente eu tive a certeza de que o meu dia foi o pior. Ela não
pode ter o bebê e vai ficar em choque.
Eu sentir pena dela e mesmo com dúvidas da paternidade eu ainda
me sinto triste, mas por ela. Não ia aguentar ficar no escritório depois
da bomba que eu descobrir e jogo o envelope na gaveta e ia saindo
do escritório e estava atordoado e passo pela Carol e nem olho para
ela entro no elevador pensando naquele exame e aflito.

Eu só queria chegar em casa e abraçá-la e confortá-la e mesmo sem


ela saber. E quando eu estava no carro que eu ia chegando no
apartamento
a minha secretária me ligou:

— O que aconteceu dessa vez, Sabrina?


— Sr. Moretti a cliente quer falar sobre o tecido, eu já tentei de tudo,
mas ela não quer falar comigo e já fiz de tudo.
— Então passa para ela que eu vou resolver de uma vez. E assim
não passa mais ninguém hoje. Eu respiro irritado. — Bom descanso
para você pode ir para casa.

Quando eu estava na porta do prédio a


a cliente falando na minha cabeça e quando eu olho não acreditei.
Valentina em um homem estranho. E quem é aquele homem?
Balanceia a cabeça e eu não estava entendendo nada que o cliente
estava falando porque naquele momento eu estava somente
prestando atenção na Valentina e no estranho e desligo o telefone e
abaixo o vidro do carro e olho bem na cara dela e demonstrando que
eu estava vendo aquela cena. Eu não acreditei no que vi, eu ainda
desci do carro sem rumo lembrando da cena da Valentina com o
estranho e que merda de sentimento é essa? Porra eu estou com
ciúmes?

Eu não acreditei e entro elevador bravo queria ir à portaria e acabo


apertando o número e vou chamar atenção dela afinal é uma mulher
casada. Mas quando chega ao andar eu desisto balançando a
cabeça sem entender a minha atitude de homem ciumento. E aperto
o meu andar e quando eu entro em casa vou direto no copo de
uísque e respira fundo com raiva de mim, pelos sentimentos
confusos e por estar chateado. E meu telefone tocava sem parar e
olho na tela e vejo ser a Cecília, eu respiro fundo e o ódio estava
gritante em minha voz e ela falando sem parar do outro lado e eu
pensando na cena que acabei de ver. Ela estava com outro homem.
Então o que falam e verdade?

- Enzo, você tem certeza de que vamos nos casar? Porque me


deixa insegura com suas atitudes. Está vendo você nem presta
atenção no que eu estou falando, isso me cansa.

Eu estava distante querendo encontrar a verdade na cena que vi e


não vou mentir, eu fiquei morrendo de ciúmes dela, então tenho
sentimentos por ela, essa e a verdade.

Eu ainda olho o gelo no copo e fico distante e a respiração forte e os


meus dedos apertando o copo e sinto vontade de jogar ele na
parede. E eu acabo respondendo quando a porta se abre e fico cara
a cara.

- Sim, nós vamos nos casar em breve.

Quando eu cheguei ele me olhou com uma cara de ódio estava


com muita raiva estava falando de casamento então com certeza é
ela a bruxa, mas eu não vou dar o braço a torcer depois de tudo que
passei hoje.

Eu só quero tomar banho na cama e nem olhar na cara do Enzo,


muito menos saber daquela bruxa. Eu estava entrando e ele
continuou a falar.

— Sim Cecília, com certeza vou me casar com você. Só estou


esperando o divórcio sair.

Eu fingi que não era comigo e não ia me estressar ainda mais


nesse momento depois de tudo que passei eu entrei no meu quarto e
bati a porta fingi estar bem.

Deu meia hora depois eu estou deitada na minha cama passando


a mão no meu ventre olhando a barriguinha estava começando a
crescer passei a pontinha dos dedos e sentia aquele arrepio o toque
era maravilhoso. Eu estava adorando ser mãe. E ouço a batida na
porta e ele não entrou e gritou:

— Não se esqueça que nós temos almoço em família.


— Não esqueci que pode ficar tranquilo. Boa noite para você
Enzo.

Ele não estava satisfeito, ele queria brigar, queria discutir. Mas
não comigo porque hoje eu estava cansada e ele nem sequer
perguntou o que aconteceu, porque eu sumi e ignora. Se eu tivesse
morrido uma hora dessa ele ia estar agradecendo porque ele ia estar
divorciado para se casar com ela.

Mesmo fazendo o meu papel eu fiquei muito triste e chateada


porque eu queria chegar nesse momento agora e dividir com ele o
que aconteceu e chora em seus braços. Mas chega de me lamentar.

Eu olhei novamente, me sentei na beira da cama e não, não


acredito que seja. Se fosse devido ao Noah, ele ia dizer alguma
coisa,

isso aí Valentina larga de ser boba, ele vai ter ciúmes de você?
Claro que não ele ama a bruxa, eu custei, mas adormeci com os
meus pensamentos. Acordei indisposta demais, muito enjoo, a boca
seca e quando eu ouvi o barulho ele já estava lá na cozinha. Me
preparei com roupas leves e amarrei os cabelos e chego à cozinha
toda desanimada e ele nem me olhou e se levantou e quando olho
para o bolo ele comeu quase todo bolo e eu puxei assunto.

— O bolo estava gostoso Enzo?

— Estava maravilhoso onde você está comprando esse bolo?


Mas o de abacaxi que tinha estava mais gostoso.

— Eu que fiz.

— Não sabia que você sabia fazer bolo.

— Pois é, eu aprendi com a sua avó. Podemos ir. Eu disse


pegando apenas a maçã, meu estômago estava doendo. — Vamos
porque eu não quero chegar atrasada no almoço da sua família.
— Está muito apressadinha, Valentina.

— Não sou eu que quero divorciar para casar-se de novo.

- Será que não Valentina?

— Aí, poupe-me, Enzo, eu não tenho tempo para suas grosserias


e se você quer saber hoje, eu não quero discutir porque eu não estou
bem.

Entrei no carro, inclinei o banco e não disse uma palavra e fiquei


pensando em tudo que aconteceu e não vou dizer mesmo sobre o
que ouvi ontem. Coloquei o óculos escuro e fiquei ouvindo a minha
música favorita e fingi estar tudo bem, tudo perfeitamente eu não
queria discutir e depois do que passei eu não queria muito menos
chorar, eu estava cansada de chorar. Ele também não disse nada,
uma só palavra. Apenas ouvi a música e falava no celular com a
Cecília. Era o tempo todo, assim somos dois estranhos, essa é a
verdade.

Passei a mão em meu ventre, coloquei uma perna em cima da


outra, estava sentindo um pouco de dor, enjoos e dor de cabeça

tomei alguns medicamentos e fiquei quietinha e ele perguntou


para mim:

— Está tudo bem, Valentina?

— Sim, eu estou bem e você está bem?

— Você está tão distante? Não quis conversar nem falar nada.

- Falamos sobre o divórcio? Já falamos tudo. Fala sobre a


empresa, já falamos tudo. O que mais você quer falar? E pelo jeito
nada né, Enzo?

— E não vai me apresentar o seu amigo.


— Do que você está falando?

— O que você estava conversando na porta do prédio quando eu


cheguei.

— Ah! Aquele que você fez cena até abaixou o vidro do carro
para ver. Não é meu amigo. Ele apenas me salvou de uma situação,

mas ele é o Noah. E eu não quero falar desse assunto se você


quer saber. Eu já tenho problemas demais na minha vida.

— Mas deveríamos falar sim.

— Eu já disse para você que eu não quero falar desse assunto e


não tem direito de me questionar.

Ele estava muito irritado e batia no volante. E parecia estressado


demais. Me olhava com um olhar muito ruim. Eu não gostei desse
olhar que ele estava me olhando. Achei estranho o frio e não
demorou nós chegamos na casa da vó. Eu olhei para ele e balancei
a cabeça quando ela veio toda sorridente e me abraçou, beijou o
meu rosto e disse:

— Minha filha estava morrendo de saudade de você, nossa


preparei uma receita muito boa para você fazer para o Enzo.

Me olhou balançou a cabeça, tipo assim irritado e saiu para sala


sem dizer uma palavra. Aí ela me olhou e disse: — Esse daí vive
irritado.

— E aqui ele está com pressa de casar-se com a outra. Essa é a


verdade.

— É e vai ficar com mais pressa ainda porque ela está marcando
cerrado e queria vir e eu disse que não.
— Mas vó você não pode ficar brigando com ela porque é a
mulher com quem ele vai se casar.

— E daí? Ele pode até casar-se com ela, mas você que vai ser
sempre a minha favorita,

Venha que eu vou te mostrar o que fiz para você e eu fiz um


sapatinho pro bebê.

— Mentira? Ela me entrega e eu quase chorei era verde-claro e


eu sorri e ela me abraçou. — Obrigada vó pelo amor e pelo carinho
que você tem tido comigo.

— Ah! minha filha, você é da família e não ligue para as coisas


que Enzo fala. Eu sorri. — Logo ele vai se lembrar que ele vai te
implorar te pedindo perdão.

Horas conversando e ela me mostrando, as coisas que preparou


e o almoço já foi servido. Estavam todos sorridentes. A mãe dele
nem olhou na minha cara. Ela sempre me ignorava. Já o pai dele
pela primeira vez falou comigo e ainda sorriu.

- Valentina faz um grande trabalho na campanha nova e vejo ser


bem ágil.

— Eu só faço o que amo.

Enzo ele abaixou a cabeça e ele estava irritado e parecia que


tinha bebido alguns copos a mais de uísque e a mãe dele já tinha
percebido.
— Anda bebendo demais Enzo.

— Estou bem grandinho e vai ficar pegando no meu pé agora


também só porque eu perdi a memória, você acha que virei criança?
Poupe-me.

— Ando agressivo demais, Enzo. O pai dele disse encarando-o.

— E quanto a você Valentina? Vê se você se comporta como


uma mulher casada. Não fique se comportando como uma mulher
solteira.

— O que deu em você? O que você está falando Enzo?

— Sínica… fica andando para baixo e para cima com o outro


cara. Você acha que isso é papel de mulher casada? Então
comporte-se porque eu não quero ninguém falando de mim pelas
minhas costas.

— Se quer saber, não tem o direito de me cobrar nada, anda


grudado na Cecília.
— Eu ainda sou o seu esposo. Eu já dei o meu recado.

Ele se levantou e saiu e fui para sala e eu comecei a chorar e a


avó me abraçou. Passou a mão em meus cabelos e disse:

— Calma querida, vai dar tudo certo. Eu estou ansiosa pela


chegada do meu netinho. Ela segurou a minha mão e sorriu. — Não
vejo a hora de ver o rostinho dele. Tomara que ele pareça com você
uma menina doce, gentil.

— Obrigada, vó. Mas está tão difícil essa situação.

— Fica calma. Já deu tudo certo, eu tenho certeza de que logo o


Enzo vai mudar e ele vai querer muito esse bebê.

Ela me abraçou forte e ficamos e eu chorei nos braços dela.


Eu fiquei muito puto com ela eu saí daquela mesa e fui para o bar
eu estava cansado exausto de ficar ouvindo aquela ladainha e
aquela cena de ver com aquele cara me deixou mais mexido ainda
quando eu cheguei no bar dou de cara com um amigo meu de
infância.

— Pedro o que faz por aqui.

— Eu que digo eu moro nessa cidade e vejo que você é o intruso


é um prazer cara te rever.

— Quando vai à cidade? Me deve uma rodada de jogos.

— Tenho trabalhado muito eu soube que você se casou e


parabéns.

— Nem me fala em casamento está difícil a minha situação. Eu


não sei nem mais o que fazer, o que pensar. Você sabe que a Cecilia
também voltou, né?

— Sim, eu soube. E agora você está entre a cruz e a espada.

— Está complicado demais. E ando com o sentimento muito


louco e depois do acidente está mais difícil.

— Mas me conta o que ouve?

— Na real eu estou chateado porque


Eu a vi conversando com outro homem e isso acabou mexendo
muito comigo. Eu fiquei mexido, sabe? Não sei por quê.

— Claro que você sabe, você a ama. Você está aí falando horas
e só fala dessa mulher.

Eu já tinha problema demais e quando eu olhei uma linda morena


ela deu um sorriso os seios fartos a boca carnuda o Pedrinho ainda
olhou para mim e disse eu sou sussurrando:

- Eita... ela gostou de você. Eu só não vou dizer para você cair
matando porque eu sei que você está aí sofrendo por outra.

— Aí nem me fala. Eu não quero saber de mulher. Ela me encara


e ainda deu um sorriso e eu virei o rosto dando um corte. — Eu já
tenho problemas demais.

Eu pego o copo de uísque e mostro para ela a aliança no dedo e


o Pedro ainda olhou para mim e sorriu.

— Puta que pariu o que deu em mim estou dispensando


mulheres?

— Você está apaixonada cara volte lá e pede perdão para ela e


diz que você a ama e que você quer tentar uma vida com ela. Você
vai jogar um casamento fora devido a orgulho, de bobagem? Faça
diferente Enzo e não faça como aconteceu com a Cecília.

Eu mal me despedi dele e o abracei e sair correndo para falar


com ela e fui até em casa, eu cheguei, já estava bêbado
cambaleando as pernas meias tortas e não vi ninguém pela casa.
Entrei até o quarto e lá estava ela dormindo. Estava tão linda,
perfeita. Sentiu o seu cheiro. Me ajoelhei diante dela sentir o seu
cheiro, a sua pele. E eu beijei a sua mão sentindo o seu cheiro e ela
se assustou. Respirou fundo e ainda meio que dormindo disse:

— Enzo, onde você estava?


— Eu não vou mentir para você eu estou completamente apaixonado
por você, enlouquecido garota como nunca estive por uma mulher.
Eu segurei a mão dela. Beijei a mão dela. E ela ficou assustada me
olhando. — Eu estou completamente apaixonada por você. Eu quero
ficar com você. Mas você precisa abortar esse bebê. Você não pode
ter esse bebê Valentina. Ele não pode vir ao mundo. Isso tudo é
porque eu te amo.

- Eu sempre soube que não queria o bebê, mas chegar ao ponto


de dizer que isso? E me manda abortar o meu bebê e muito para
minha cabeça.

Eu peguei os exames e coloco perto dela e abaixou a cabeça, eu


não queria magoá-la.

— Você não pode ter esse bebê. Você corre risco de vida,
Valentina. Ele entre o bebê e você. Eu estou escolhendo você. Eu
estava aflito e ela calada ouvindo aquilo e olhando os papéis e me
encarando de novo. — Eu não quero esse bebê. Então você tem que
tirar esse bebê. Não por mim, mas por você. Pela sua vida, pela sua
saúde.

Ela rasgou os papéis e jogou em meu rosto e começou a gritar e


me bater era tapas para todo lado.

— Maldito, você não vale nada, você não tem coração. Como
você se atreve a achar que eu tenho que tirar o meu filho? Nunca
mais me toque, nunca mais fale comigo. Some da minha vida, Enzo,
eu te odeio por isso.

Ela virou a mão em rosto novamente e

desesperadamente chorando e gritando. E me expulsa do quarto


e eu fico na porta meio aberta ouvindo-a chorando e louco para abri-
la. E ouço ela dizer agarrada em um par de sapatinhos e me sento
no chão em conflitos.

— Mesmo ele não te querendo, eu estou ansiosa pela sua


chegada, meu filho e vou te amar incondicionalmente.
Depois do que eu disse, eu fiquei arrasado, eu tentei protegê-la,
tentei dizer para ela, mas não acreditou em nada que eu disse, está
com o coração partido porque eu não quero fazer mal a ela, muito
menos ou o bebê.
Sei que está me odiando nesse momento eu me odiaria.

Acordei antes dela e queria me redimir e já corri para tomar café da


manhã com ela. E foi isso que fiz, corri, me levantei antes dela para
que assim eu conversasse antes com a minha avó e depois o que eu
ia fazer com para pedir desculpa, estava me sentindo super mal, o
coração apertado, eu não queria fazer nenhum mal a, mas eu acho
que eu me expressei mal fui muito cafajeste.
Chego à cozinha cabisbaixo e dou de cara com a minha avó. Eu
passei a mão na cabeça e sabia que ia brigar comigo por vários
motivos idiotas.

— O que aconteceu, Enzo?

— Fiz a maior merda da minha vida essa noite porque eu cheguei


em casa de madrugada, estava bêbado e eu me declarei para
Valentina.

— Nossa! Ela sorriu. — Que bom meu filho, vocês se amam e tem
que pensar no bebê. E por que você acha que isso foi merda que
você fez?

— Porque eu acabei dizendo que não podia ter o bebê porque eu


recebi alguns dias um relatório médico dela e não podia ter o bebê
porque ela corria o risco de vida e entre ela, o bebê eu a escolhi.

— Você é muito idiota. Ela já começou sem dizer o que se pensa


sem receio— Como você falou uma coisa dessa para uma mulher
que vai ser mãe? Ela já começou a me bater e eu acabei rindo, ela
estava tão brava comigo. — A família tem muito dinheiro, você sabe
disso que podemos pagar os melhores tratamentos bebê.
A minha mãe já desceu e olhando para nós dois e eu sem graça.

— O que ouve aqui?

— Nada estou dando educação a seu filho malcriado.

Quando eu levantei o rosto, ela chegou já com a bolsa para ir


embora.
— Bom diaaaa… Ela diz olhando para a minha avó e a beija.
— Vamos tomar café e aí depois nós vamos embora. Eu já puxei
assunto.

— Preciso ir embora porque eu tenho que trabalhar


eu tenho um monte de coisa para fazer. Vó muito obrigada por tudo e
até a próxima.

Ela estava com o olho inchado e muito chateada. Ela nem quis ficar
para o café. Ela não quis nem conversar. E eu ia dizer o quê? Tenho
que mudar, eu tenho que parar de ser impulsivo, e grosseiro desse
jeito. Eu senti medo de perdê-la. Essa foi a verdade. Por isso eu agi
dessa forma, eu olhei para ela se despedindo de todo mundo e vi o
quanto eu errei com ela.

— Valentina me perdoa pelo que aconteceu, eu fui muito escroto


com você.

— Enzo eu não quero falar desse assunto, vê se me deixa em paz


e não se atreva a falar do meu filho.

Eu me calei e voltamos para casa, ela calada e eu tentava puxar


assunto com ela e nem sequer respondia. E às vezes apenas
balançava a cabeça. Eu a magoei, foi grosseiro demais.
— Mas eu não menti dos exames só para você saber a verdade e se
dúvida volte ao médico.
Posso estar errado, mas eu não ia deixar de dizer o que eu pensava.
Mas sei que tem outras formas de dizer essa notícia. Chegamos e
ela simplesmente se trancou no quarto e foi fazer o trabalho dela e
não quis conversar, não quis falar nada e ela se guardou no mundo
dela e eu fui para banho, mas a minha cabeça ficou girando e eu me
sento na cama e algo estava me incomodando.
Ela me contou de como nos apaixonamos e como começou e porque
não estamos casados? Tem algo que não se encaixa.

Fechei os meus olhos e lembrei de como a Cecilia disse que a gente


se apaixonou e como a gente estava antes do acidente aquilo ficou
batendo na minha cabeça, eu queria lembrar, mas eu não conseguia.
Eu saí e fui até a casa dela, tinha algumas perguntas e eu fui
ensaiando e planejando o que eu ia perguntar. Eu não quis ligar,
quero que seja surpresa. Quando eu cheguei na casa dela ela me
olhou assustada e eu entro sem ela me convidar e já olhando para
ela sem deixar o clima esfriar eu poderia esquecer.
— Enzo! Ai que saudades! Achei que você ia ficar mais o fim de
semana na casa dos seus pais.
— Achei melhor eu voltar antes, eu tinha um monte de coisa para
fazer, mas eu queria te fazer uma pergunta.
— Claro que sim, diga. Eu estou um pouco atarefada, mas pode
dizer.
— Diga-me como foi que a gente se conheceu e como a gente
estava antes do acidente que você me contou aquele dia quando eu
acordei, eu quero que você repita para mim Cecília, por favor.

Ela ficou me encarando e não dizia uma só palavra e eu repito que


eu estava ansioso para que aquelas memórias voltassem.
— Me diga como foi que a gente se apaixonou e no dia do acidente
como nós estávamos, é isso que eu preciso saber de você, Cecília.
Eu estou muito confuso. Eu preciso de saber isso e você é a pessoa
que eu mais confio. Eu olhei para ela, respirou, deu uma gaguejada e
disse:
— Eu estou com muita dor de cabeça. Mas a gente se fala, eu
conto para você que eu nem estou me lembrando muito bem, Enzo.
- Sério mesmo?
— Está doendo tanto que não consigo pensar em nada, eu quero
apenas cama.

Eu olhei para ela, eu vi que ela estava mentindo, eu vi que algo


estava errado, mas eu balancei a cabeça e fiquei tentando ingerir
aquilo que ela acabou de dizer e eu sabia que ela estava mentindo
para mim. Mas eu vou tirar isso a limpo. E eu vou ter provas disso.
Porque algo está errado na minha relação e da Cecilia eu tenho
certeza.

Depois do
que aconteceu eu me afastei totalmente do Enzo. Fiquei no meu
canto chorando e triste e tudo que ele disse bateu na minha cabeça
e como ele se atrevia a dizer isso do meu bebê.
Quando eu chego na empresa eu me tranco na minha sala e vi que
ele não chegou, então deve estar com a bruxa. Eu fiquei cabisbaixa
pensando no que ele disse.
— Valentina, eu esperei você ontem e nada
— O que ouve Carol? Está com cara de assustada.

— Um homem estranho veio te procurar e disse ser seu pai.

Eu olho para ela e me assusto e não acreditei, afinal ele estava em


uma clínica. E agora essa novidade.
— Mas o que ele disse?
— Que é para você o procura e você sabe.
Fiquei pensando no que ela disse e vi que ele não chegou. E agora
ele mentiu para mim de novo.
E ainda mais depois que o meu pai esteve na empresa e ele mentiu
para mim, ele é sabia que meu pai não tinha ficado no tratamento e
simplesmente escondeu isso de mim. Ele não me contou a verdade e
meu pai não estava no tratamento, ele simplesmente abandonou
tudo e voltou para as ruas. Eu não acredito nisso!
Passo a mão na cabeça e olho a mesa cheia de serviço e não
consigo realizar nada. Estou com muita raiva dele por vários motivos
e vejo que tenho que seguir sozinha.
Passei a mão em meu ventre e quando cheguei na empresa
trabalhei o dia inteiro angustiada com enjoos, passando mal e vi
quando ele chegou deu um sorriso para mim em minha direção e eu
virei o rosto, não queria nem olhar, nem falar com ele, eu estava
cansada.
Sentada eu continuei com o meu trabalho, hoje eu tive um dia
cansativo, muitas reuniões quando o meu telefone tocou. Era a
mensagem do Noah.

— Bom fim de tarde… estou pensando muito em você.

Eu mandei um coração para ele e rir respondi dando um sorriso e vi


quando o Enzo estava olhando para minha sala e girei a cadeira e
olhei para janela, eu não queria nem olhar na cara dele, estava mega
chateada com ele pelas atitudes de um homem fraco.

— Onde você pensa que vai dona Valentina?

— Ai, Carol, que susto eu estou indo embora. Eu estou péssima


com dor de cabeça, enjoada. Hoje eu não estou bem.

— Você precisa se cuidar minha amiga. Você está pálida, magra.

— Eu também achei que emagreci muito.

— Mas você já avisou o chefe que você está fugindo? Porque você
anda no mau-humor danada.

— Eu estou cagando e andando para ele. Eu preciso resolver umas


coisas minhas e digo na mensagem.

— Mentira que você vai fazer isso. Você é audaciosa, minha amiga.
— Não. Não sou audaciosa. Eu estou é cansada,
é a verdade.

Eu dei um sorriso e eu desci no elevador balançando a cabeça e


pensando no que ela acabou de me dizer. E quando eu cheguei na
portaria o táxi ainda não chegou e eu balancei a cabeça e olhei
novamente o celular e levei um susto quando fui segurada e puxada
pelo braço.

— Me solta me larga. Eu grito e já pensei naquele momento que


fosse os caras que queriam,
me assaltar. E quando eu olhei era o meu pai. — O que você
faz aqui? Era para estar na clínica.

— Eu vim atrás de você. Você pensa que eu sou bobo? Você


simplesmente nunca mais apareceu e me jogou naquele lugar
horrível.

— Mas que eu ia te ajudar se você continuasse o seu tratamento na


clínica. Como você não quis? Eu não vou te dar um centavo.

— Não, você não pode fazer isso comigo. Eu preciso desse dinheiro.

— Então vá fazer qualquer coisa que você quiser. Rouba, mata, faz o
que você quiser. Mas eu não vou te dar um dólar e me solte. Eu
empurrei e ele me segurou forte, olhou dentro dos meus olhos,
e ouço o grito:

— Solte agora… Ou então você vai se ver com a polícia. Eu olho


para ele e vejo ser o Noah e me tirou do susto e o fez correr, ele
gritou. E eu abracei. Ele passou as mãos nos meus cabelos, estava
me acalmando e dizendo: — Calma, eu estou aqui. Pelo jeito eu vou
ter que ser contratado como seu segurança particular, hein garota?

— Aí nesse momento eu estava precisando de um segurança


mesmo. Obrigada novamente Noah. E não tem nem como te
agradecer.
— Foi um prazer mais uma vez te salvar.
Mas agora coloca esse sorriso no rosto porque eu não quero ver
você triste. Ele dá um lindo sorriso e aperta a minha mão— E você é
uma garota maravilhosa para ter esse olhar tão triste. Obrigada
novamente.
Eu conversava com ele sorridente e ele segurou minha mão e
apertou. Eu não acreditei que eu estava tendo um momento de paz
naquele momento com ele. Ele trazia confiança e segurança para
mim. Essa era a verdade. Quando eu sinto o meu braço ser puxado
com tudo e ele olha para mim e olha para ele e balança a cabeça e
me puxa me puxando para o lado dele e seguro a minha cintura, eu
olho para os dois e fico sem entender o que o Enzo estava fazendo
com tanta, grosserias.

Eu fiquei com
raiva de saber que ele estava rondando a Valentina e já o coloquei
em seu lugar, afinal ela ainda é minha esposa. E eu a segurei pela
cintura e apertou e olho para ele de homem para homem.

— Solte-a é minha esposa. E eu posso saber o que você está


fazendo por aqui? Eu questiono e ele simplesmente virá o rosto e
olha para ela. —
Vamos embora, Valentina.

Ele olhou para ela, ainda com ar sarcástico.


Deu uma risadinha e disse:

— Eu te vejo em breve, Valentina. Se você precisar falar comigo,


você sabe onde me encontrar. E quanto a você, não te devo
satisfação.

Ele saiu e eu fiquei com ódio, de saber que ele estava rondando o
escritório e não ia ficar assim.
- Venha, precisamos conversar.

E quando ele saiu puxando para dentro do escritório, ela tirou a mão
e disse:

— O que deu em você? Me solta!

— No escritório a gente conversa, Valentina. Eu faço gestos para ela


que todos olhavam e entro na sala com tudo e ela entra atrás brava
comigo.

— Para que essa cena, Enzo? Foi grosseiro demais.

— Mas aquele maldito, é filho do antigo sócio. Eu os coloquei para


correr. E já vou te avisando, Valentina, ele não vale nada. Eu
comecei a dizer um monte sobre ele e eu queria contar que ele é um
ladrão. — Ele não presta, não caia na ideia dele. E não fique de
conversar com ele porque ele está querendo ficar perto de você para
me atingir. Essa é a verdade.
— Se enxerga, Enzo, tudo você acha que o mundo gira em torno de
você? Que as pessoas só se aproximam de mim devido a você? Ela
grita e eu fechei a janela, estava brava demais.
— Quem você pensa que é o dono do mundo? — Estou falando
para seu bem e, porque logo ele vai estar aqui atrás de você?

— Ele me ajudou, ele me salvou duas vezes.


E como ele vai saber que eu era a sua esposa, sendo que ele me
tirou das mãos de dois bandidos dias atrás e você pouco se importou
comigo? Eu tento me explicar e ela não deixa. — Faz favor, viva a
sua vida e me deixe em paz. E agora eu só vou que me faltava você
falar com quem eu devo falar ou não. Ela ficou possuída que nada
deixou para depois. — E você, que cadê sua namoradinha, vai cuidar
da vida dela e não da minha, me deixe em paz. Eu estou cansada
das pessoas me derem ordem.

— Chega Valentina, eu disse para seu bem.

— E só para a sua informação, no meu contrato não estava escrito


que você tinha o direito de mandar nas minhas amizades.
Eu não acreditei que ela ainda queria ter amizade com ele. Estava
defendendo o estranho e brigando comigo. Fiquei com tanta raiva
que saí da empresa e larguei tudo para lá.

O pisca vermelho do carro começou a acender e me assusto, eu


esqueci completamente de mandar um dos funcionários levar. Eu
ainda bato no volante.

“Se não bastasse o meu dia agora isso.”

- Augusto? Eu ligo para o assistente que resolve tudo. — Onde que


deixou o carro para revisar o óleo?

— Senhor Moretti na rua da esquina com doze no 3567 e fala com


Alexandre, ele já está ciente.
— E, por que não fez isso antes? Esperava por mim?
— Eu ia mandar, mas disse que ia usar o carro no fim de semana,
senhor Moretti.

Eu não ouço mais nada e desligo na cara dele e bravo, jogo o celular
no banco do carro e fico com raiva de tudo isso e agora eu tenho que
levar o carro para trocar o óleo. Inaceitável essa situação. Se já
bastasse o que tenho eu aturo da Valentina e aquele maldito eu vou
acabar com ele de uma vez.

E a primeira coisa que fiz foi deixar o carro para manutenção. Ele já
estava gritando assim como eu.

Assim como a minha memória foi embora, o óleo dele também


estava, deixei o carro e entrei no café.
Eu precisava relaxar, esquecer tudo aquilo. Mas estava difícil, aquilo
ficava na minha mente.

— E por que ele estava andando atrás dela? Alguma coisa ele
queria e sem me atingir.

Eu tomei o café enquanto o carro estava em manutenção e assim eu


aproveitava e tirava todo aquele estresse, aquele nervoso. Eu só
faço merda.
— Por que eu sou tão temperamental assim?

Às vezes eu queria ser diferente, mas eu acabo fazendo merda.


Recebi a mensagem avisando que o carro estava pronto e sai pela
rua e ia cortar o caminho, eu estava olhando o celular e mandando
mensagem para a Cecilia e ri. Caminhei mandando mensagens e
passo pela esquina e virei no beco da amizade e rir colocando o
celular no bolso e quando levanto o rosto eu dou de cara com dois
homens me encarando e um chegou a estufar o peito e vai ser um
assalto.

— Relaxem, eu tenho o dinheiro, está aqui, tirei o dinheiro do bolso.


Vocês querem o que é mais o relógio, tudo bem, todo o dinheiro está
aqui. Eu ainda deixo o celular no bolso de trás. — Mas vão embora,
vai ser melhor para todos nós. E eu não gosto de briga.
— Você está louco, meu? Você está querendo me comprar?

— Não, eu estou querendo negociar a minha liberdade, nada mais.


Está aqui, tudo está aqui.
Ainda fiquei mostrando a eles que riram da minha cara e estendo a
mão para dar a eles. E vi que um deles queria e estendeu a mão
para pegar, eu levei um susto outro homem todo sujo parecendo um
mendigo saiu de trás deles e riu. Ele bateu na minha mão, o dinheiro
caiu e ele riu.

Eu não sabia quem era aquele homem, mas o rosto não parecia
estranho e ele também parece que me conhece bem e já se
aproximou e rindo.

— Agora o doutorzinho acha mandando em mim? Sonha… você


está pensando o quê? Que você vem na minha área e vai ficar
comprando os meus amigos? Ele já me empurrou. — Você está
enganado e você pensa que esqueci que você me mandou para
aquela clínica nojenta? Eu estava olhando para os dois homens
porque ele estava bêbado e seria fácil mobilizar. E não entendi nada
e tento me afasta o cheiro de bebida forte. —Não mesmo, você e
aquele seu maldito advogado vão me pagar caro. Ele falava e
cuspia em mim. — E aquela garota que acha que porque é minha
filha eu vou ter piedade. Eu não aceito isso, vocês se meterem na
minha vida. Diga a Valentina que não quero saber dela.

- Eu não quero confusão, eu não sou de briga, é melhor vocês irem


embora. E ele disse à filha então ele seria o pai dela.

— Você está pensando o quê? Você não gosta de briga, mas eu


adoro. Ele já veio para cima e o segurei pelo pescoço e dei uma
gravata. —E eu vou quebrar sua cara, seu verme.
Eu o jogo no chão e pisou no pescoço dele e eu fui para cima dele
com tudo.
Quando eu olhei, os amiguinhos dele saíram correndo e eu perdi a
cabeça e bati nele com tudo, eu tinha que dar uma surra nele para
aprender a ficar longe da Valentina.
O tiro do chão e o jogo na parede pressionando e ele tentando me
bater.
— É melhor você vazar, porque seus amigos já se mandaram. E
nunca mais se aproxima de mim e nem da Valentina. Eu esfrego a
cara dele na parede. - Porque senão, da próxima vez eu não te
mando para uma clínica, e sim para uma polícia. — Maldito.

— Me dê um dinheiro que eu sumo.

— Vaza maldito, eu vou te cobrir na porrada.

Ele respirou fundo e se mandou. Ele ainda teve,


audácia de me pedir dinheiro, maldito. Quando ele estava saindo,
todo machucado, a minha cabeça girou, senti uma tontura e vi
aquela cena novamente na minha cabeça.

“A minha cabeça.”

Me encosto na parede e fecho os olhos.


Eu estava num lugar diferente, no meio de um beco, eu e Valentina,
e ela chorando, gritando, e ele do lado, todo sujo, todo drogado, e eu
não acreditei que aquela visão
veio na minha mente. Eu balancei a,
cabeça, ainda me encostei na parede, tentando recuperar o ar que
me faltava. Olhei novamente no meu celular e lembrei que nós
havíamos ido ao meio dos,
viciados buscar ele. A sujeira e esse homem na minha frente e a
mesmas risadas e ela chorando em meus braços. E ele o pai dela e
não acredito que já nos conhecíamos.
Agora eu estava me lembrando disso e não foi a primeira vez. Ele vai
fazer mal a ela, eu não posso deixar. Eu corri e saí o mais rápido
possível, voltei no centro automotivo, cheguei lá desesperado.

— Eu preciso do meu carro, preciso ir embora.

Eu mal paguei desesperadamente, e quando eu estava no meio do


caminho, trânsito infernal, nada me deixava passar. O coração
apertado e o meu em meu rosto as mãos trêmulas tenho medo por
ela ser muito covarde e ela está grávida. Eu tenho que chegar no
escritório e avisá-la que ele voltou às ruas. Ela vai querer me matar
quando souber que escondi dela que ele tinha fugido da clínica.

— Me deixem passar, eu preciso. Eu bato no volante.


Nesse momento eu queria ter asas para voar, desesperado, eu não
conseguia falar com ela, ela não me atendia.
— E se ele fizer algo com ela? É um bandido.

Olhei novamente para o celular e nada dela atender, eu tinha que


avisá-la.
— Atende Valentina!

Eu já
estava decidida, eu tinha que acabar com ela de uma vez por todas.
Ou era ela, ou eu, eu já não aguentava mais ter que ficar dividindo a
atenção. Ela é uma vagabunda, o pai dela é um viciado e a mãe é
uma prostituta. O que ela pensa que ela é?
— Que ela é páreo para mim?
Nunca… então aproveitei que o Enzo não estava na empresa, ia
ser agora. Eu ia acabar com essa farsa, acabar com esse
relacionamento, com esse amor de merda que eles estão tendo. Eu
estava furiosa, eu bati no volante do carro e quando eu me dirigi até
lá. Eu mal parei na porta do prédio e disse, furiosa.
— Vê se guarda direito e sem nenhum arranhão. Porque senão
eu vou mandar descontar do seu salário, serviçais que não servem
nem para guardar um carro.
Eu estava furiosa quando eu subi, eu estava com sangue nos
olhos E quando eu passei pelo corredor eu vi a oportunidade e eu
olhei, um dos funcionários. Eu olhei para ele e disse:
— Diga à Valentina que a noiva do Enzo está na sala esperando-
a agora.
— Ela não está aqui, ela subiu lá no depósito, se você quiser eu
posso estar avisando quando ela
chegar.
— Isso, então não demore.
Eu fiquei andando de um lado para o outro à espera dela e nada
dela aparecer.
“Maldita garota, quem ela pensa que é?”
Eu estava furiosa, odiando tudo aquilo ali. Como se não bastasse
ter que dividir ela com o Enzo, ela tem que ser o centro das atenções
da família. Que raiva, na mesma hora o interfone da sala do Enzo
tocou. E ele disse:
— Ela está indo para o corredor…, mas não demore, ela está
descendo agora, nesse exato momento.
Foi quando eu corri para o corredor e nem agradeci a ele, eu
tinha que ir em encontro era o meu momento. E eu queria que fosse
diante de todo mundo e não escondido.
— Vou acabar com você, vadia…
Eu tive um dia
difícil, a minha vida estava complicada, além de ter que aturar o meu
pai, com todas aquelas crises dele. Por que agora ele foi aparecer,
depois de tudo que o Enzo fez por ele, ele ainda agora cismou que
eu tenho que dar dinheiro para ele. Eu tenho medo dele ir ao hospital
fazer ameaças para minha mãe, eu tinha que proibir a entrada dele.
Essa é a verdade, porque senão ele poderia matar minha mãe de
desgosto. Eu balancei os ombros, estava tudo doendo, as costas
queimando e eu subi ao depósito, tinha um monte de coisas para
resolver. E quando eu chego lá, estava tudo fora de ordem, as cores,
os modelos e eu comecei a arrumar, mas nada estava dando certo
Enzo sumiu o dia todo, ele nem sequer me mandou uma mensagem,
também depois do que aconteceu.
- Está tudo fora do lugar, Maria.
— Sim eu disse ao senhor Moretti.
A chuva começou a cair e eu vi que o trânsito estava infernal,
olhei novamente para a pequena televisão que passava as notícias.
Os funcionários estavam trabalhando e vi que estava
engarrafamento. Um deles gritou:
— Com essa chuva vai ficar tudo parado mesmo, com certeza.
Eu ainda olhei a chuva e tinha que voltar ao meu escritório e
ainda tinha que mandar o e-mail à fábrica.
— Eu vou para o escritório, qualquer coisa, vocês me interfonam
que eu volto novamente. Mas eu acho que agora vai ficar tudo
correto, essas cores, mas não façam nada sem antes eu verificar as
cores corretas e o modelo. Porque senão a gente vai ter que refazer
todo o trabalho.
— Sim, senhora, eu ligo.
— Obrigada por tudo.
Quando eu desci, eu estava cabisbaixa, olhando no meu celular
para ver se tinha alguma mensagem do Enzo simplesmente sumiu e
eu tinha uma mensagem do Noah e ele me disse:
“Desculpa pelo acontecido da manhã, eu prometo que nunca
mais vai acontecer, beijos Noah.”
Eu respondi com um sorriso e um coração.
Quando eu estava passando pelo corredor, cabeça baixa, eu
ainda balancei a cabeça dando um sorriso.
Eu sou esbarrada, eu quase caio, meu corpo ainda bateu na
parede e eu olhei, era ela, maliciosa, ela olhou para mim, balançou a
cabeça e disse:
— Não olha para onde anda?
— Você que me empurrou de propósito, você pensa que eu não
conheço o seu veneno, Cecília, mas eu acho que você deve estar no
lugar errado, porque o Enzo não está aqui.
— Eu estou no lugar certo e eu acho que quem está no lugar
errado é você, mas é assim mesmo, adora ser enganada, pela
família, pelo pai, drogado, pela mãe prostituta e agora pelo
namoradinho, que acha que ele gosta de você, que ele está nem um
pouco se importando com você, sabe por quê?
— Vai e uma vadia. Eu a empurro tentando sair da parede.
— Sério mesmo, você não tem o que fazer não, Cecília. Eu estou
trabalhando, você está me incomodando. Você veio aqui, me
empurrou e agora você está falando que eu te empurrei?
— Me poupe. Você é muito maliciosa.
— Você que é. Não vale nada e pensa que eu não sei que você
está aqui interessada no dinheiro do Enzo?
— Se fosse dinheiro do Enzo, eu teria aceitado o dinheiro que
você queria me dar. Você não acha? Eu comecei a gritar e dizer um
monte e quando eu vi tinha várias pessoas olhando. — Me poupe
das suas mentiras, das suas maldades.
Eu não quero saber de você. Por que você não fica com ele para
você? Eu não quero esse homem e eu não quero saber de você. Eu
só quero viver minha vida.
— Que vida? Essa vida que você tem?
Ela começou a me maltratar, a dizer coisas horríveis e ela tentava
me puxar e cada vez mais ela ia me empurrando com o corpo e eu
olhando para trás quando eu tentava me esquivar da escada e ela
me puxou novamente e quando eu vi nós estávamos próximo da
escada e ela disse você não presta sua maldita.
Ela disse bem no meu rosto, quase que cuspiu em mim.
— Você vai pagar maldita.
Enquanto ela falava, ela me empurrava e eu estava tentando tirar
o meu corpo para que ela não me empurrasse e machucasse o meu
ventre, coloquei a minha mão ainda em meu ventre para que ela não
fizesse nenhuma loucura, medo, vai que ela sabe que eu estou
grávida. E ela olhou dentro dos meus olhos e ela continua a dizer
barbaridades para mim e ela me empurrando cada vez mais e ela
olhou novamente, deu uma rodadinha de víbora, aquelas bem de
bruxa e ela disse:
— E você não sabe da maior, sua trouxa, ele não perdeu a
memória, sabe por que ele está fazendo tudo isso? Porque ele não
quer ficar com você, ele quer se separar, mas aí você não quer dar o
divórcio para ele, mas ele não perdeu a memória, burra.
Eu olhei para ela assustada, e tentou tirar meu corpo e ela me
segurava pela blusa e sinto a dor na carne a unha grande me
machucou.
— Você é mentirosa, você é louca.
— Você é que não vale nada, você está aqui vivendo de favores,
ele está louco para separar de você, sua vagabunda.
— Vagabunda é você, quem você pensa que é?
— Quem você pensa que é?
Quando eu senti ela me empurrou, com tudo e eu a segurei com
tudo para que eu não caísse e nós duas saímos rolando a escada,
eu grito desesperadamente e chorando pela dor.
— Nãoooooo…
— Maluca, você é louca, você tentou me matar.
Ela gritava desesperadamente e quando eu tentei me levantar,
olhei para o meu corpo, eu estava sangrando, estava correndo em
minhas pernas, eu levei um susto e eu caí sentada gritando e todo
mundo me olhando dizendo que eu havia sido culpada, eu me
desesperei e comecei a chorar.
— Você me empurrou sua invejosa. Ela grita.
Eu estava chorando desesperadamente, eu não sabia o que
fazer, eu estava sangrando, as minhas pernas todas jorradas de
sangue e ela caída lá e gritando dizendo que foi o que fiz.
— Você que me empurrou, sua maldita.
— Me ajude, socorro, meu bebê, meu bebê.
Quando eu disse isso, eu olhei, o Enzo estava chegando, ele
olhou assustado para nós duas, ele não sabia o que fazer e ele
disse:
— O que aconteceu aqui, pelo amor de Deus?
Valentina, Valentina, por favor, Valentina, o que é isso, o que
aconteceu?
— Façam alguma coisa, chamem uma ambulância, ela precisa ir
para o pronto-socorro.
Todo mundo falava, todo mundo gritava ao mesmo tempo, e eu já
não aguentava mais a dor insuportável e o sangue jorrando pelas
minhas pernas e ele falou no telefone e eu olhei para ele e disse:
— Você está bem respira, respira Valentina, vai dar tudo certo,
você está bem Cecília, calma, calma que vai dar tudo certo.
Não demorou, foi questão de segundos, eu senti o meu corpo ser
levantado e eu fui para o hospital com a mão em meu ventre.

Ainda olho com


dificuldade e vejo que a ambulância chegou e ele lá desesperado em
cima dela, tentando tirá-la do chão e pedindo e implorando para todo
mundo socorrê-la.
— Cuidado com ela, cuidado, eu não acreditei. Ele nem sequer olhou
para mim, ele nem sequer me ajudou, ele nem sequer me levantou
do chão. Ao contrário, ele saiu correndo atrás da maca igual ao
cachorrinho corre atrás do seu dono. É isso que ele fez.
“Maldito!” Eu vou te odiar para sempre, ele ainda teve a descarado
de olhar para mim. E mostrei para ele que eu estava com raiva, com
ódio. Ele olhou ainda para trás, eu fechei a cara e mostrei que eu
estava com cara de raiva, de ódio. Maldito, desgraçado, ele vai me
pagar. Ele está totalmente apaixonado por ela, envolvido. Eu me
levantei com a ajuda de outras pessoas e eu sabia que isso não ia
ficar assim. Olhei novamente e eu disse para mim mesma, eu vou
acabar com os dois, eu vou matar os dois.

Eu fui para o hospital sozinha, mas isso não vai ficar assim. Eu vou
acabar logo com isso.
— Por que não atende essa merda? Eu preciso de você urgente.
— Pare de ficar me cobrando, nem me pagou o que me deve.
— Vai começar com essa ladainha que eu estou te devendo? Eu sei
que eu estou te devendo. E eu disse que você pode cobrar o preço
que for. Então pronto, já está decidido. Eu grito. — Eu quero que
você mate uma pessoa.
— Matar uma pessoa?
— Está questionando? Você já matou tantos, se matar mais um não
vai te fazer diferença nenhuma. Eu vou te mandar a foto, o endereço
e o nome dela. Eu estava irritada demais e com raiva e queria matar
ele também. — Quero ela morta, você entendeu? Porque senão eu
não vou te dar um centavo e não vou sair com você. Você decide.
Estou cansada de te pedir as coisas e você não fazer. Você já achou
o pai dela? Não achou, né? Só que ele já está andando aqui pela
cidade.
— Eu falei para você que ele estava na cidade. Você não prestou
atenção.
— Você me falou? Não me lembra disso não.
— Claro que você não vai se lembrar. Porque você quer ficar
andando atrás do seu ex-namoradinho. Mal sabe ele o que você faz
por trás. Não é mesmo, Cecília?
— Vai se ferrar. Faz o seu serviço, eu faço o meu.

Me despertei
ainda, sonolenta, passei a mão sobre o meu ventre, apertei, respirei
fundo e eu tentei abrir os olhos, eu não conseguia, parecia que eu
tinha sido sedada forte, respirei fundo novamente, quando eu olho
para o lado, lá estava ele se sentando, adormecido no banco.
Eu olhei e eu gemi na cama, com uma dor imensa nas costas, a
perna e dentro de mim, olhei novamente e resmunguei comigo
mesmo, e tento me mover, mas eu não conseguia, tentei me mover
novamente e quando olhei na janela a chuva batia forte, trovões e eu
resmunguei para que ele acordasse.
Porque eu senti uma dor no meu abdômen e ele se assustou e
gritou:
— Valentina, você está bem? Ele ficou me olhando e eu ia dizer o
quê?
— Mas o que aconteceu? Parece que dormi um ano da minha vida, o
meu corpo todo dói, não consigo nem respirar direito, o que
aconteceu? Enzo, como está o meu bebê? Me desesperei ao ver que
ele se calou. — Meu bebê está bem por Deus diga?
Eu comecei a gritar, comecei a falar com ele e começou a ficar
falando coisas que eu odiava e misturava, todo gaguejando.
— Calma, Valentina, por favor, calma, você precisa ser forte, você
precisa entender, não pode ficar assim. Não entendi muita coisa,
mas o que ele queria dizer não saia. — Você ainda é nova. E quando
ele começou a falar aquela manteigueira de bebês, olhei novamente
para ele e disse:
— Fala logo Enzo, eu quero ouvir, falar não me esconda nada.
— Infelizmente o bebê não conseguiu resistir, mas não fica assim,
fica calma, você poderá ter muitos bebês e nós poderemos ter. Ele
gaguejou e novamente segurou minha mão e meio que dando uma
raspada na garganta, ele acabou soltando. — Nós podemos ter mais
no futuro, não fica assim, eu não quero que você tenha ficado
chateada.

Quando ele disse isso, a minha vontade era de voar no pescoço


dele. Como ele se atrevia em dizer para mim que a gente teria outro
no futuro, sendo que ele não queria nem esse, ele é um descarado,
maldito. Que ódio que senti, e naquele momento eu fiquei irritada. Eu
senti a minha pele queimar, o ódio subir, e eu já gritei com ele.
— Como você se atreve a dizer uma coisa dessa? Você não queria
nem esse! E fiquei olhando a cara do safado e ele se levanta. —
Você não queria nem esse, mandou eu tirar o bebê, falou para mim
que eu tinha que tirar. Inventou uma merda de uma doença, e agora
vem falar isso para mim? Some daqui eu não quero ver você, eu não
quero ouvir você, eu não quero falar com você. Eu sou capaz Enzo
de arrancar a sua pele na minha unha. Então some daqui, não quero
falar com você, me deixe em paz.
Eu comecei a chorar desesperadamente, e eu cheguei a soluçar. E
ele ainda recuou, balançou a cabeça e disse:
— Inacreditável…
— Inacreditável, digo eu.
Eu chorei, me desabei naquele momento, sozinha, carente, triste, em
saber que o meu bebê se foi, em saber que eu não ia ter mais o meu
bebê, o meu pequeno amor. Essa foi a pior notícia da minha vida em
todos os tempos. Sofri, chorei, amargurada, quando eu ouço a porta
se abrir, ainda tampei o rosto. Quando eu vi, era a avó, ela correu,
me abraçou e me beijou, me disse:
— Eu estou aqui, eu vim por você, assim que eu soube, minha filha,
fique calma, vai dar tudo certo, não fique nervosa, acontece. E são
coisas que acontecem na vida da gente, mas eu tenho certeza de
que você logo vai ter outro bebê.
— Vó, por favor, como dói, eu não sabia que era tão ruim assim, vó,
é uma dor tão grande no meu coração, uma tristeza, por que tinha
que acontecer isso comigo? Eu chorei de soluçar a dor no peito. —
Foi ela que fez isso, ela me empurrou, para perder o bebê, ela sabia
do bebê, vó, eu tenho certeza de que ela sabia, por que ela fez essa
maldade comigo? Eu me questionava a dor e a pior que já senti—
Porque de tudo isso, vó.
— Fica calma, minha filha, eu sei que ela fez isso, porque ela é
maldosa, ela é muito maldosa.
— Eu estava saindo do depósito, ela me cercou e ela disse coisas
horríveis, ela disse que o Enzo não perdeu a memória e que estava
querendo se livrar de mim, por isso que ele estava fazendo tudo isso,
dizendo que perdeu a memória. Por que, vó, ela fez isso? Eu não
consigo aceitar essa situação, vó, ela é muito ruim, tem um coração
ruim demais,
— Sei que ela tem, eu sempre disse para o Enzo, mas eu vou estar
sempre do seu lado e isso não vai ficar assim, nós vamos derrubar
aquela maliciosa.

Ela ficou comigo, me consolou, me contou algumas histórias do


passado dela. Ainda contou também sobre a Cecília. E eu já estava
melhor nos braços dela. E quando ela estava saindo ela disse:
— Fique tranquilo. Eu sempre vou estar do seu lado. E terá mais
netinho em breve. E eu tenho certeza de que o Enzo já está vendo
quem ela é, na verdade.
— Obrigada vó por tudo.
Quando ela saiu à porta eu fiquei ouvindo. Ele estava do lado de fora
e eu achei que ele tinha ido embora. Mas ele estava ali. E ela
começou a discutir com ele e ouvir,
a discussão.

— Como você pode deixar isso acontecer Enzo?

— O bebê se foi por culpa dela. Ela é muito maldosa. Você ainda
acredita nas coisas que ela diz que é uma mentirosa.

— Quem não sabe é você que além de perder uma memória, perdeu
a vergonha na cara. Ou você deveria colocar aquela Cecilia no lugar
dela. Ela fez a Valentina, ela perdeu o seu filho. E agora você vem
com essa cara descarada de dizer que a cobra está certa.

— Ela mente demais. Ele disse.

— Larga de ser ridículo Enzo ela empurra Valentina atrás da


Valentina para arrumar confusão e foi ela que começou a discussão
no meio do corredor e ela empurra a Valentina para a beirada da
escada. E foi isso que aconteceu você é tão inocente meu filho o que
está acontecendo com você?
— Não foi bem assim. Ela foi a culpada pela Cecilia ter caído e ela
empurrar a Cecília. Agora a senhora veio me falar isso? Claro que
não vou. A Cecilia jamais ia fazer uma coisa dessa. E a Valentina ela
anda numa implicância com a Cecília.

— Ela a empurrou de proposito e você e cego demais.

— Vó, eu não acredito em nada disso. E só passando a informação


eu vou trazer a Cecilia e ela também será tratada aqui num hospital
bom como esse.

— Larga de ser trouxa... Eles gritavam e ela estava nervosa e ouvi


ele questionar.
— Valentina teve o que mereceu.
Quando ele disse isso eu ouvi o barulho ela estapeou ele e tento
ouvir e ele grita. — Bate, mas é verdade. E ela grita.
— Calado seu infeliz.
Ela estava brava demais e gritava sem parar.

— Faça o que você quiser porque você além de perder a memória


perdeu a visão.
— Ela merece vó se recuperar, ela se machucou na minha empresa,
eu não posso deixá-la nesse momento.
— Faça o que você quiser. Mas eu já estou dizendo para você que
eu não quero saber dela perto da Valentina e eu jamais vou perdoá-
la pelo que ela fez.

Ela saiu e ele ainda quer trazer ela para cá que ódio. O porquê de
tudo isso? Ele ainda ama e ainda tem a coragem de dizer para mim
que vamos ter outro filho no futuro. Filha da puta que ódio de mim
que ódio de tudo isso e agora eu perdi o meu bebê o meu coração
chorava e as lágrimas rolam desesperadamente me sinto a pior das
piores mulheres. Fiquei calada ali chorando em meio a lágrimas, em
meio ao desespero, vendo tudo aquilo. Por que de tudo aquilo? Meu
Deus, como ele é malicioso e ele ainda acredita nela.
o amor é cego
Eu dormi após o sedativo, eu ainda sentia muita dor pelo corpo,
dor no abdômen, a minha pele parecia estar sendo esticada, de tanta
dor que eu sentia as minhas costas queimavam. Eu passei a pior
noite de toda a minha vida. Quando eu acordei, o dia estava
chuvoso, ainda tentei me levantar com maior dificuldade quando
ouço meu telefone tocar. Corri e atendi já com o coração na mão e
respirei fundo.

Quando vi escrito na tela: hospital, mãe.

Eu já fiquei desesperada, tentei sentar-se no pequeno sofá e eu


não conseguia sentar-se. Então voltei novamente para encostar na
cama enquanto atendi o telefone.

— Alô, doutor Gustavo!

— Sim, Valentina, é que tentei falar com você ontem, mas eu não
consegui. E aí acabou que liguei lá na empresa onde você trabalha,
também não consegui falar com você, falaram que você sofreu um
acidente. Você está bem?

— Sim, eu estou bem, mas o que aconteceu?

— É melhor você vir no hospital, a sua mãe não está nada bem e
é melhor você vir o mais rápido possível.

— Tudo bem, eu estou indo, obrigada.

Eu olhei novamente, a chuva estava forte e como eu pude sair


daqui, fui até o pequeno armário no canto do quarto, a minha roupa
estava lá, meia suja de sangue, ainda vestia- me. Peguei a roupa do
hospital e joguei no banheiro, peguei o celular e chamei o táxi e
tentei sair sem ninguém me ver, mas quando eu estava saindo, um
enfermeiro estava entrando no quarto, na frente do meu eu voltei
novamente.

E respirei fundo e entrei na escada, abri a porta correndo e entrei


pela porta da escada, desci com maior dificuldade, sem conseguir
andar direito, uma dor insuportável, até o próximo andar, respirei
fundo e entrei no canto como se nada tivesse acontecido. Arranquei
a pulseira, joguei no lixo pelos corredores da escada, entrei em um
táxi, a chuva estava fortíssima, ainda me molhei, a dificuldade para
sentar-se era muito grande, ainda sentia dor no corpo, dor na perna
e o abdômen, passei a mão no meu abdômen, respirei fundo e saí do
hospital.

Quando o táxi me deixou na porta do hospital eu subi


desesperadamente, o corpo ainda todo doía, as pernas mal se
mexiam e o elevador demorava chegar, eu não ia aguentar subir as
escadas, ainda estava fraca quando entro no elevador eu me
encosto e respiro fundo e eu tremia.

— Me ajude…

Eu vou até o quarto andar e quando desço já sou parada na porta


calma pela enfermeira.

— Calma senhora Valentina, calma…

— Doutor Ferraz quer falar com a senhora primeiro. Ele disse


para ir ao consultório. — Não, eu preciso ver minha mãe. Eu preciso
falar com a minha mãe, por favor, eu preciso ver minha mãe.

— É melhor falar com ele primeiro.

— Eu não quero ver ele, eu quero ver a minha mãe.

Eu corri no quarto dela e quando eu cheguei já não tinha mais


nada. Nem as coisas dela estava lá e eu fui segurada e ele chegou e
disse:
— Venha comigo. E eu comecei a chorar e saímos pelo corredor
e ele olhou para mim e disse: — Precisa ser forte, Valentina,
acontece as coisas na vida, o ser humano é assim, às vezes você
está bem, mas do nada você acaba perdendo.

— O que o senhor quer dizer com isso, doutor?

Caminhamos até o outro quarto da UTI. Ele empurrou a porta e


eu corri ao pé da cama dela já chorando e não acreditei.

— Mamãe… mamãe, por favor, mamãe. Eu estou aqui.

— Valentina. Infelizmente. Ela não,

aguentou a dor e eu estou para te ajudar.

— Não, claro que não. Mamãe pelo amor de Deus não me deixa
eu preciso de você nesse momento e não faça isso comigo por favor
não me abandone. Eu chorei ali desesperadamente e sinto o meu
corpo mole e a dor no peito e cai.

Quando eu vi desmaiei, não suportei a dor, a angústia, o medo, a


insegurança.

Horas depois, quando eu acordei, eu ouço as vozes, a minha


cabeça doía, o meu corpo todo estava doendo. Quando ele tocou a
minha mão, eu respirei fundo, olhei novamente, e lembrei de tudo
que aconteceu.

— Por favor diga que é mentira

Eu não aguentava nem falar.

— Eu vi que você passou por um momento muito difícil. Você


estava internado em outro hospital e veio para cá Valentina. Você
precisa se cuidar, mas infelizmente ela não suportou a dor e o baque.

— Mas estava tudo tão bem, ela disse que ia fazer alguns
exames, você mesmo me disse isso doutor e depois você ia liberá-la
e terminar o tratamento em casa.

— Sim, mas depois que ela recebeu uma visita que ela ficou
assim.

— Que visita que você está falando não entendi?

— Um senhor veio visitá-la com uma moça.

Quando ele disse isso, eu me sentei de novo e olho para ele


tentando entender e grito:

— E meu pai… E tem como eu ver quem são essas pessoas? Eu


preciso saber. Porque se eu for quem eu estou pensando eles vão
pagar caríssimo.

— Então eles vieram juntos e eles foram visitá-la no quarto,


ficaram lá nem dois minutos e saíram, e começou a ter uma crise
fortíssima. Ela chorava e gritava desesperadamente.

— Eu preciso ver essas câmeras agora, por favor.

Mesmo sem forças. Eu subi com ele. E quando nós chegamos ele
disse:

— Fica calma que nós vamos conseguir. Minutos depois, quando


ele puxou as câmeras do dia. Eu caí sentada na poltrona e não
acreditei que lá estava os dois que me odeiam.

— E o meu pai.

Era o meu pai e a Cecília. Eles iam me pagar caríssimo. Eu ia me


vingar dos dois. Isso não ia ficar assim, os dois merecem morrer
malditos, maliciosos. Eu chorei, eu caí sentada chorando
desesperadamente ao saber que meu próprio pai ajudou matar
minha mãe.

- Isso não vai ficar assim Cecília.


Eu saí o mais rápido que pude e quando eu chego eu percebi que
tudo ali não fazia sentido para mim. Eu chorei de novo ao lembrar
que a minha mãe já não estava mais aqui. Fui até o meu quarto e
tirei a roupa suja e coloquei um moletom. Peguei o que eu tinha de
valor e sai sem olhar para trás.

E eu voltei novamente, eu tinha que resolver isso, mas eu ia


resolver do meu jeito não do jeito deles. Fiquei com tanta
raiva quando eu passei em frente onde ficavam os viciados onde ele
sempre ficava eu olhei um rapaz até bem me aperfeiçoava, mas
estava todo sujo cheirava a bebida ele olhou para mim e disse:

— O que a moça está querendo por aqui?

Eu me assusto e vou direto no que quero. Eu não ia mais perder


tempo.

— Quanto você quer? Para trazer um homem até aqui e segurá-


lo para mim? É só falar que eu te pago.

— E quem é esse rapaz?

— Fique tranquilo porque não vai rolar nada para você. Mas eu
preciso dar um corretivo nele. Quanto você quer para me ajudar?

— O que você quiser, moça.

— Você me traz ele aqui e eu vou te recompensar muito bem,


então eu vou ficar esperando.

Mostrei a foto para ele e se foi e eu fiquei esperando, eu andava


de um lado ao outro, nervosa, com raiva de saber que ele tinha ido
falar com a minha mãe e a fez piorar a saúde. Eu começo a chorar e
vejo que ele voltou rápido puxando ele pelo braço que tentou se
esquivar e correr e ele bateu nele.

— Tá aí o doido.
— Segura firme porque você matou a minha mãe seu doente. Ela
morreu por sua culpa.

Ele o segurou pelas duas mãos. E eu já cheguei chutando-o com


tudo e foi um só chute.

— Você é louca. Eu dei mais um e ele caiu com o joelho no chão


e disse: — Você quebrou minha perna, sua maluca, você é doida,
você é louca.

Eu virei a mão na cara dele de novo e chutei com força e o cara o


jogou no chão e eu dou o dinheiro ao rapaz. Não podia deixar que
ele entrasse na minha vida de novo, eu estava cansada e com tanta
dor pelo corpo e ainda tinha que cuidar do enterro da minha mãe.

— Da próxima vez eu vou te matar, vou arrancar a sua própria


vida. Para você nunca mais se aproximar de mim. Nunca mais você
chegar perto de mim. Foi lá no hospital, você matou a minha mãe,
acabou com a vida da minha mãe. Mas isso não vai ficar assim. Eu
juro para você. Maldito…

Eu entrei no carro e chorei sem parar e pensando em tudo e


agora seria o pior momento da minha vida. Sem o meu bebê e sem a
minha mãe e ainda machuquei o meu pai e o que mais ia acontecer
comigo hoje? Eu bati no banco do táxi e chorei sem para e não
conseguia para ao lembra da minha vida.

— O que mais falta acontecer para me destruir de vez? Não


aguento mais.

Eu passo a mão no rosto e me lembro que ainda falta a Cecilia e


com ela eu ia fazer pior porque a cobra que armou tudo isso sabendo
que o pai é um doente. Eu já estava planejando o que vou fazer com
ela, mas eu juro que vou.

“Me aguarde bruxa.”


Eu
voltei para casa depois da Cecilia receber alta e a trouxe para minha
casa. Eu não podia deixá-la sozinha nesse momento. Ela se
machucou na minha empresa. Eu tinha que ajudá-la. Conversa com
ela a cuidar e ainda bem que Valentina estava no hospital. Eu ia
deixar que ela ficasse aqui comigo. Assim eu cuidaria dela. E
começamos a conversar sobre tudo que aconteceu, eu fui até a
cozinha, fiz um café e dei a ela que chorava sentada no sofá
contando tudo que havia acontecido na empresa. E eu fiquei
pensando naquilo há momentos que a gente acaba se enrolando em
algumas frases e eu vejo que a Cecilia estava se enrolando demais.
Ela contou de um jeito e agora está contando de outro, mas pode ser
nervoso. Quando a porta se abre com tudo. E eu levo um susto,

Valentina já com moletom. Com cara de choro e eu corro as mãos


trêmulas, eu fiquei olhando.

— O que está fazendo aqui? Era para você estar no hospital.

— Me deixa em paz maldito.


Ela ia saindo quando a Cecilia veio em minha direção e já voou nela
a arrastando pelos cabelos e eu tentando tirar.

— O que você está fazendo aqui, sua maldita desgraçada? Ela já


pulou nos cabelos da Cecilia e saiu arrastando a Cecilia na casa e
batendo e gritando e ela dizia coisas horríveis e eu tentando tirar. —
Acabou com a minha vida, sua bruxa matou a minha mãe e o meu
filho.

— Por favor, Valentina solte-a, você está machucando-a.


— Ela matou a minha mãe, ela matou o meu bebê, ela foi no hospital
com meu pai, ela matou a minha mãe, você acha que eu estou aqui
por quê? E ela bateu na Cecilia e ela chutava e vi que ela não estava
bem, que ela tentava se segurar, fazia caras de dor e ela puxou a
Cecilia com tudo, a Cecilia bateu a cabeça na mesa e eu a puxei da
mão dela.
— Chega, Valentina!

Eu gritei, a soltei, ela chorando, desesperadamente e ela gritando, e


eu fico com dó dela, mas eu tinha que pensar na Cecilia também.

— Ela foi com meu pai ao hospital. Ela fez a situação da minha mãe
piorar. Você não sabe da metade do que ela é capaz.

— Eu não fiz nada, Enzo. Eu juro para você que eu não fiz nada. Eu
sou uma vítima e veja como ela é violenta e está com ciúmes de
você rico. Essa é a verdade. Cecilia chorava e contava a versão
dela. — Ela me empurrou e me jogou
da escada e agora está dizendo que fui lá. Eu não fui em lugar
nenhum. E fora que você estava no hospital comigo. Você sabe que
eu não seria capaz disso.

Eu me assustei com tudo aquilo que a Valentina estava dizendo e ela


não seria capaz de fazer uma coisa dessa. Eu coloco a mão no
queixo e fico olhando. E ela gritou.

— Ela está inventando Enzo, você sabe muito bem do que ela é
capaz. Ela me empurrou da escada e agora está inventando isso. Ela
é louca. Essa mulher é capaz de tudo. Estava transtornada e
chorando com a mão na barriga. — Você que é mentirosa. Você
matou a minha mãe Cecília você foi capaz de tirar a vida de pessoas
inocentes como o meu bebê e minha mãe. Eu perdi o meu bebê, eu
perdi a minha mãe, tudo por sua culpa e você tem que pagar por
isso.

Enquanto a Valentina falava tudo daquelas coisas, eu percebi que


algo estava errado ali, eu estava assustado com tudo aquilo. Cecilia
não seria capaz disso?
Elas ficaram ali se acusando e eu olhando para cada uma delas, é
muita coincidência, essas coisas, é estranho demais. E ouvir ela
novamente dizer com todas as letras que ela a empurrou e ainda
com ricos detalhes.

— Ela me pressionou na escada da empresa e ela me disse


coisas horríveis e ainda disse que você estava mentindo para mim e
que queria o divórcio, mas eu não lhe dava. Ela estava sofrendo e
vejo sentir dor. E andava de um lado ao outro e a Cecilia fazendo
caretas e gritava em cima. — Minha mãe morreu. E você foi ao
hospital brigar com ela e muito cínica.
Eu fiquei ouvindo Valentina dizer aquelas coisas. E eu não acreditei
enquanto a Cecilia dizia o oposto. As duas debatiam a mesma
história, mas em versões diferentes. Eu fiquei muito desconfiado de
que alguma coisa ali não batia. As duas uma das duas estava
mentindo, essa é a verdade. Eu olhei novamente para Valentina,
balancei a cabeça e não estava acreditando. Tinha pontos
mentirosos ali na versão da Cecilia sim. Tinha coisas que não batia
com as coisas que a Valentina dizia.
Eu olhei para a Valentina e fiquei assustado com o que ela estava
dizendo, mas não podia agir por impulso e tomar as rédeas da briga.

— Eu quero provas, Valentina. Assim eu acredito em você. Me dê


provas. E assim eu vou acreditar em tudo que você está dizendo. Até
lá. Tudo isso não passa de uma invenção da sua cabeça.

Eu saio
daquele lugar sujo arrasada, eu não queria machucar ninguém e
muito menos o meu pai, eu estava arrasada ao saber do que ouve
com a minha mãe e quando eu chego em casa e vejo que ele estava
com ela tudo desabou.

E vi ser o momento, o meu momento de arrancar todo o sangue do


corpo dela era essa verdade, era isso que eu queria fazer, mas ele a
arrancou das minhas mãos
e além de tudo ele estava do lado dela. Era isso que eu estava
ganhando. O desprezo, o ódio do homem que eu amo. Mas ele
também não me ama. Ele a ama. Ele quer estar com ela,
eu acabei de perder o meu bebê, eu perdi a minha mãe, eu perdi o
homem que eu amo, eu perdi tudo, eu não tenho nada eu sou
apenas uma mulher com marcas da dor e tentando sobreviver
e depois de tudo que eu disse para ele ainda não acreditou.

- Provas? Eu rir da cara dele ou da minha por ser idiota. — Agora


você quer provas para acreditar que a sua namorada foi até o
hospital e matou a minha mãe, que a sua namorada me empurrou e
eu perdi o bebê e você está pedindo prova para mim. Está de
sacanagem com a minha cara, hein Enzo? Eu fico indignada e
começo a gritar de novo. — Quem é você? Que homem você se
transformou? Não foi com esse homem que eu me casei. Passo a
mão no rosto atordoada. — Mas você tem razão, você precisa de
provas. Então você fica com as suas provas que é a palavra dela.

Fiquei indignada ao ver que ele acreditou nela e não em mim. Eu


andei ainda até a porta, olhei novamente, balancei a cabeça com
meu celular na mão. E extraordinariamente naquele momento, Enzo
demonstrou que ele estava do lado dela e confiava nela.

— Eu perdi tudo, Enzo, mas eu ganhei respostas para minha vida.


Se você acredita na mentira, que você viva no escuro. Eu jamais vou
te perdoar por isso.

Eu saí indignada da casa sem olhar para trás e ele ainda gritou.

— Não, Valentina, volte aqui, Valentina, não terminamos.


Ele ainda queria falar algo mais, me humilhar, rir da minha cara como
ele fez, zombar de mim. Entrei no elevador chorando
desesperadamente, o meu telefone ainda tocou.

— Noah, eu não posso falar agora, eu não estou bem, eu perdi tudo.

— Valentina, eu preciso falar com você, onde você está?

— Eu estou saindo de casa agora, eu não quero saber de nada, eu


só quero morrer, eu só quero morrer. E nunca mais lembrar de nada
disso e nem sentir essa dor que eu estou sentindo.

— Por favor, Valentina, calma, me espera, eu estou indo aí.

— Não, eu quero ficar sozinha, me deixe em paz.

Eu desci e quando sai a porta do prédio eu vi que chovia sem parar e


eu não queria saber de nada, apenas sai dali e me esconde eu saí
andando pelas ruas, eu saí chorando desesperada, pensando em
tudo que aconteceu.

Eu vi cada gesto deles, cada gesto que ele fazia e que ela ainda ria,
debochando de mim. A minha mãe se foi, eu estou sozinha,
caminhando pela chuva.

A água batia em meu corpo, eu olhei para o céu e gritei em


desespero.

— Por que, Senhor? Porque tudo isso tinha que acontecer.

Eu não suportei a dor, eu não suportei a angústia. Eu quase caio


com a chuva em meu corpo e choro com a alma dilacerada. Eu
estava cambaleando o meu corpo doendo e sinto as, pontada no
meu ventre eu passo a mão a chuva me deixou sem força. Eu tento
respirar com a água em meu rosto e olho para a rua e não acho uma
saída. Quando eu sou segurada pela cintura, vejo seu rosto e respiro
sem força.
— Noah?
Ele abraçou o meu corpo e eu ainda o ouço dizer:
— Eu vou te levar para casa, Valentina fique calma vou te levar
para casa. Ele me levou pelas ruas e vejo que não era a minha
casa, mas eu estava fraca e ele me segurava a cintura. Eu desmaiei
nos braços dele.

Sinto um cheiro diferente. Tento levantar a cabeça, mas tudo


doía. O meu ventre ainda latejava, o meu corpo, a cabeça
estourando. Tentei levantar-me, não consegui. Respirei fundo.
Quando abri os meus olhos, eu vi que não era a minha cama e muito
menos o hospital. Um cheiro de flores misturado com cítricos.

Ainda olhei novamente o quarto, todo escuro, com guarda-roupa no


tom preto.

A cama enorme. Quando eu vi a janela com cortinas finas e escura,


só poderia ser uma pessoa gótica para ser tudo tão escuro assim.

Olhei novamente e vi uma foto enorme do Noah na parede. Ele


estava todo vestido de preto, montado em um cavalo preto, com um
sorriso no rosto.

E percebi que eu estava no quarto dele.

Ainda me assustei, tentando me sentar na cama, quando eu ouço a


porta se abrir e ele entrou com a bandeja de café da manhã.

E eu, ainda que meio acordando, olhei para ele com o corpo ainda
todo dolorido e disse em meios gemidos:

— O que aconteceu, Noah, passou um caminhão em cima de mim.


— Valentina, vejo que agora você está bem melhor. Você desmaiou e
eu achei melhor trazer você para minha casa, porque eu não ia levar
você para a casa do Enzo, para ele brigar novamente por coisas tão
pequenas. Ele se preocupava comigo e eu olhando ele joga o
danone nas frutas. — Mas você precisa se cuidar, você tem estado
muito vulnerável e a saúde tem que vir em primeiro lugar.
Eu dei um sorriso e ele me deu o suco e sinto vontade de chorar de
novo e me seguro.
— Você precisa se alimentar, Valentina.

— Eu não consigo comer nada. Noah, eu perdi toda a minha vida.


Comecei a chorar ao lembra de tudo e as coisas horríveis que ouvir.
— Eu perdi a minha mãe, eu perdi o meu bebê e não sabe como dói.

Ele me abraçou e ele quase chora comigo. Abraçou-me em seus


braços, olhou em meus olhos e disse:

— Eu sei o que você está passando. Já passei por algo assim. Mas
tente não pensar nisso. E todas às vezes que você lembrar, você vai
chorar. É natural. Ele perdeu alguém, mas não quis me dizer e eu
fiquei olhando— Quando a dor da perda é uma das mais difíceis de
você esquecer e passar não tão fácil. E as pessoas sempre dizem
para gente, você vai esquecer, você precisa esquecer, mas não é
fácil. E eu vou estar aqui do seu lado sempre que você precisar.
Segurou a minha mão e me colocando a fruta na boca e riu. — E
você pode ficar aqui em casa o tempo que for necessário para você
se curar e para você esquecer tudo que você está passando. Mas
agora você vai comer e nós vamos conversar sobre trabalho.

— Eu te agradeço por tudo que tem feito por mim. E não tem como
agradecer.

Eu o abraço forte e me sinto segura. Mas eu precisava criar coragem


e ir até o hospital para arrumar tudo para o enterro da minha mãe.
— Eu preciso terminar logo com isso Noah ela precisa descansar.

— Eu já arrumei tudo para você. E vamos juntos.


Depois de uma semana, estava eu lá resolvendo todas as
pendências da minha mãe. Eu não tive coragem de despedir-se
antes de ir para o necrotério. Quando eu cheguei, eu estava com o
coração apertado, triste, e depois da perda, não só da minha mãe,
mas do meu bebê, tudo mudou dentro de mim.

Eu estava mais seca, mais grossa, desanimada, e nada me abalava.


Eu fui com ele ainda sofrendo por tudo que aconteceu agora sem
dores pelo corpo, somente a alma em pedaços. E me aproximei do
caixão dela e vi o seu rosto e eu chorei desesperadamente.

— Me perdoe, mãe, por eu deixar passar esse tempo todo, por eu


não ter tido coragem de cuidar para a senhora descansar em paz. Mil
perdões, mil desculpas por deixar com que ele se aproximasse da
senhora novamente e fizesse mal. Eu desesperei olhando em seu
rosto e passando a mão ele me segura. — Eu deveria ter te
protegido, mas me desculpa, me perdoa. E com a senhora, levou
toda a esperança, todo o amor que um dia eu tive. Eu te perdi, eu
perdi o meu bebê até a vontade de viver. Mas eu quero que a
senhora saiba que eu vou te amar para o resto da minha vida. Ele
me abraça. — Obrigada, mãe, por tudo. E mil desculpas por ser
negligente com a senhora e não fazer as coisas certas.

Tinha dias que


ela não aparecia. Eu já procurei em todos os lugares, falei com
todos.

Carol disse que ela estava muito bem, que ela não queria falar
comigo, que ela nem queria ouvir falar o meu nome. E eu fiquei
preocupada com ela, desesperado, sem saber por onde ela andava.
Ela simplesmente saiu, sem dizer adeus.
E quando chego na empresa, eu ouço a Carol dizer sobre o enterro
da mãe dela e não acreditei, ela deixou passar todo esse tempo.

— E amanhã Sandra e ela está bem vai ser no cemitério são Luiz.
Elas conversavam e eu corro para o escritório e encomendo uma
coroa de flores e eu sabia que tinha que ir, algo me cobrava. Eu não
ia conseguir ir sozinho. E quando eu cheguei, eu dei de cara com
ele. Eu ainda o vejo de novo e vi que ele chorava nos braços dele e
acariciando os cabelos dela. Então ela estava com ele esse tempo
todinho.

Eu senti raiva da cena que vi, senti vontade de voar no pescoço dele
e acabar com aquela palhaçada.

Mas eu não podia, afinal ela escolheu, ela quis assim, ela quis estar
com ele e não comigo. Eu cheguei, me aproximei e olhei bem nos
olhos dela, com toda raiva, com toda aflição que eu estava sentindo.

— O que ele faz aqui?

— Sério mesmo? Ela olhou bem para mim e respondeu. — Qual é a


sua, Enzo?

— Eu só vim ajudar a Valentina com os preparativos do enterro da


mãe dela.

— Não faço questão de brigar com você, hoje. Eu disse com raiva.

— Quem é você, Enzo, para falar com qualquer coisa? E o que a sua
namoradinha faz aqui? Você deveria ter vergonha.
— Porque eu não me lembro de ter convidado vocês.

— E eu também só estou aqui, Valentina, porque eu vim prestar


solidariedade à tua mãe. Cecilia disse tentando mostrar sentimentos
e ela ficou brava com ódio. — Mas se você não gostou, já estou indo
embora.
— Qual é, Valentina, o porquê dessa discussão toda? Eu achei que
você precisasse de mim, mas estou vendo que não, nem um pouco.

— Então é melhor vocês irem embora e sumirem da minha frente.


Porque eu não quero ouvir a sua voz.

Eu fiquei tão irritado quando ela disse aquilo. Ela simplesmente me


chutou de lá. E eu, com toda a raiva, com todo o ódio que eu estava,
olhei novamente para ela.

— Faça bom proveito com seu novo amigo.

Eu fiquei com raiva, ao mesmo tempo, enciumado, ela estava com


ele, que está se achando o dono dela, se achando o novo homem
dela.

E eu ainda bati no volante e a Cecilia disse:


— Calma, Enzo não fizemos nada e nem você viu que fui apenas me
solidarizar pela mãe dela e você viu que agi naturalmente, eu não fiz
nada, mas ela é agressiva demais. Eu queria voltar lá e dar na cara
dele e levar para casa. — Ela é tão grosseira, como ela pode ser tão
grosseira e estúpida assim?

— Então ligue, Cecília.

Eu saí sem olhar para trás, mas com muita raiva do que vi.

Eu estive do lado
dela o tempo todo e uma boa garota e depois do que passou ela
precisava de um ombro amigo. Eu vi quando ele chegou e para
provocá-lo eu abracei mesmo a Valentina, ele merecia passar raiva
pelas coisas que fez com ela. E se depender de mim ela ficará
comigo.

Enzo é um autoritário e muito orgulhoso, acha que pode mais e nos


acusou de coisas horríveis sem provas para ficar com a parte na
empresa.
— Ficará em minha casa até se recuperar e depois eu te ajudo a
arrumar um apartamento, o que acha?

- Noah, você não existe. Mas eu vou aceitar, não quero ficar sozinha.

— Fique nesse quarto e vou deixar a Meire a sua disposição, ela


cuida de tudo aqui, eu vou ligar para o meu pai e te vejo mais tarde.
Eu desci até o escritório e sabia que tinha que me meter nesse
assunto e eu jurei ao meu pai que não ia. Mas ele merece sofre
aquele maldito.

— Pai? Eu digo apreensivo.


— O que ouviu Noah você sumiu?
— Estou resolvendo umas coisas da minha vida particular, mas
estive pensando sobre o Moretti.
— O que tem ele dessa vez?

Eu não queria que parecesse vingança, mas ele está sendo o pior
dos homens com ela e eu me levanto indo até à porta, eu não queria
que ela ouvisse.
— Mas não acho que ele merece um empreendimento como esse e
acho que devemos pensar.

— Mas o que descobriu sobre ele?


— Um desalmado e egoísta. Mas acho que deve repensar na
corporação e ver se vale a pena ter um, pessoa como ele no
empreendimento. Vamos reavaliar.
Depois
de tudo que ouve, decidi que eu tinha que enfrentar os meus
problemas de frente e não ia adiantar. Ficar deixando para depois.
Então resolvi voltar em casa e pegar algumas coisas que eu
necessitava e tomar a decisão certa. Olhar no rosto dele e dizer a
verdade e acabarmos logo com isso. E quando eu cheguei, eu entrei
no meu quarto e olhando as minhas coisas, olhando o meu pequeno
pingente que eu trouxe, quando nós fomos ao parque, o urso jogado
ao chão, as minhas roupas, a joia que ele me deu e a aliança no meu
dedo. Eu tinha tanta coisa para fazer, mas naquele momento eu não
queria dizer nada, apenas tomar as decisões e acabar logo com isso.
Eu já não aguentava mais, eu estava cansada, exausta de tudo
aquilo, de ver tudo aquilo e ter que continuar a brigar. Cansei de ser
boazinha e cansei de esperar que tudo se resolva. É a minha vez de
tomar as decisões. Peguei o meu contrato que eu tenho com ele,
sentei-me na cama e fiquei lendo enquanto eu pensava nas decisões
que eu já tinha tomado e que só faltava conversar com ele e após
analisar cada detalhe, cada parte, cada cláusula, todas as que
aceitei, eu vejo ser o momento de dizer adeus e acabar logo com
isso e eu ia aceitar tudo aquilo.
Eu ainda olho os papéis do divórcio e leio e assino de uma vez e
para mim chega. Andei pelos corredores olhando cada parte, ainda vi
as nossas fotos que acabamos colocando devido à família dele e vi
que ele estava acompanhado, afinal tinha até taça de vinho na pia,
voltei novamente e estava com uma pequena mala pronta quando a
porta se abriu e lá estava ele.
Quando ele me viu se assustou e ficou parado, ele levou um susto e
disse: —Valentina, você está bem?
— Eu estou ótima, mas podemos conversar já que você chegou. Eu
esperei muito tempo por esse momento, Enzo. É o momento da
gente se decidir e acabar logo com tudo isso, porque vai ser melhor
para nós dois. Eu comecei a falar sem para e sem gritar. — Estive
pensando e chega de brincar, de ser feliz, de brincar de casamento.
E eu quero seguir a minha vida, assim como você quer seguir a sua.
Eu acho que não precisamos mais disso. E eu quero o divórcio. Eu já
assinei, está tudo aqui os papéis. E eu espero que você assine
também, porque não ajuda mais ficar lutando contra isso. Ele já
jogou a bolsa no chão e veio em minha direção, tirou o paletó. — E
você não precisa mais de mim.

— O que deu em você, eu não aceito, eu não quero saber. Eu não


quero o divórcio. Eu não vou assinar o divórcio nenhum. Ele tomou o
papel da minha mão, ele rasgou em pedacinhos, jogou no chão. —
Acabou, não vai ter divórcio.
— Faça o que você quiser. Mas eu tenho várias cópias desses daí.
Eu vou assinar e se for preciso, eu vou entrar com litigioso. Mas
pode rasgar, fica à vontade. Eu já tenho outras cópias. Esse aí não é
o único.

— Você está louca, você não pode fazer isso. Olha para mim,
Valentina, vamos conversar. Ele tenta me segurar o braço. — Olha
para mim, volta para casa, chega disso, vamos conversar. Nós dois,
de frente a frente.

— Nós já estamos de frente a frente. Você quer que eu diga o quê?


Eu quero o divórcio. E vou assinar novamente, vou mandar para
você. E aí você resolve. Ele ficou nervoso, ele andava de um lado
para o outro, e bateu na mesa gritando.
— Não tem divórcio, você está pensando o quê? Eu não vou aceitar.

— Eu não quero mais saber de nada, eu não quero mais lembrar que
um dia eu estive casada com você. Quando eu disse isso, eu saí
para o quarto e vi que ele me puxou com toda força. Arrancou a
gravata dele e me puxou, me levando para o canto do quarto.

— Me solta, Enzo, você está me machucando, chega. Ele me puxou


com tudo e vejo que ele está perdendo a cabeça e fico assustada. —
Eu quero o divórcio, eu já assinei, eu vou assinar as outras folhas
novamente. Faço quantas vezes for preciso. Eu grito.
— Olhar para mim. Ele diz bravo.

— Não! Ele me puxou com toda força pela cintura e me sentou


naquela cadeira. E eu fiquei assustada com a atitude dele, olhei
novamente para ele sem entender nada. — O que você está
fazendo?
— Você não vai sair daqui você não vai sair daqui enquanto a gente
não conversar. Enquanto a gente não se entender, você não sai.
— Não adianta mais, Enzo.

Ele puxou a gravata do pescoço com tudo e colocou os meus dois


braços para trás puxando com força. E amarrou as minhas mãos
uma na outra e me prendeu. E por mais que eu fizesse força, ele era
mais forte do eu e não estávamos querendo fazer força naquele
momento. Eu já estava com tanta dor pelo corpo que não adiantava
mais lutar contra nada. Ele me amarrou na cadeira e olhou dentro
dos meus olhos e eu vi que ele estava aflito, angustiado.
— Você nunca me amou? Olhe para mim e diga que você nunca me
amou, que tudo isso foi uma farsa.
— Você está cansada de saber que tudo isso foi uma encenação,
que nós fizemos um acordo e era para ser assim. Faz parte do show,
querido.
Ele olhou para mim assustado, me questionando. Como se para ele
fosse de verdade isso tudo aqui. — Isso aqui foi tudo uma
brincadeira. E nós fizemos um acordo e hoje esse acordo já foi
quebrado.
— Por que motivo você está dizendo isso?
— Porque eu não preciso mais do seu dinheiro para ajudar minha
mãe, ela se foi. E segundo, porque você já encontrou o grande amor
da sua vida, ela já voltou. Então eu acho que agora aqui é um ponto
final para nós dois. Então é contrato encerrado.

Ela começou a
dizer aquelas barbaridades, jogando tudo na minha cara, como se eu
fosse um nada para ela, como se eu nunca tivesse existido e que eu
tivesse sido apenas uma conta bancária para pagar suas dívidas, as
suas contas, era isso. Me senti um lixo naquele momento, quando
ela olhou dentro dos meus olhos, sem gaguejar, e disse que não
tinha sentimentos por mim. Eu não acredito. Depois de tudo isso que
vivemos dos nossos momentos juntos, eu não acredito que não teve
sentimentos. Quando eu a toco, é como se eu sentisse a pele dela
queimar, eu vejo os olhos dela lacrimejar, eu sinto o amor vim da
pele sair pelos poros, e agora ela vem com essa história, não
acredito. Ela ali sentada na minha frente, amarrada, e eu disse
novamente.
— Você nunca me amou, essa foi a verdade.
— Nunca foi amor, Enzo, e sim um contrato.

Quando ela disse isso, eu queria tirar a prova e ver se era verdade,
porque se ela não me amou, ela não vai sentir nada. Eu me
aproximei dela, passei a mão em seus cabelos, os meus olhos
lacrimejados de lágrimas, eu quase chorando, e eu senti que eu ia
morrer ali naquele momento. Eu estava em pedaços, como se eu
estivesse perdendo a minha própria vida, e eu a beijei, sugando
todos os lábios, e todo o ar do seu pulmão, sentindo o gosto da sua
boca.

Eu senti os seus lábios no meu naquele momento, foi como se eu


estivesse num paraíso flutuando. Sentia o gosto da tua boca depois
de tanto tempo, eu precisava daquele beijo, daquele toque. Quando
eu senti que ela tentava me empurrar com seus lábios, e eu sinto
quando ela passou o dente com tudo e me mordeu. Eu senti o gosto
do sangue vindo nos meus lábios e eu me afastei. Passei a ponta do
dedo nos lábios e vi que machucou. E ela balançou a cabeça com
raiva.

— Acabou mesmo Valentina?


Ela olhou para mim com raiva e disse:
— Nunca ouvi nada, foi apenas um acordo. E eu com tanta raiva,
com tanto ódio, com tanta angústia, com tanta tristeza na alma, eu a
desamarrei e olhei novamente para ela sem entender o que estava
acontecendo. E deixei que ela fosse. Ela ainda parou na porta do
quarto e disse:

— Não me faça odiar mais ainda Enzo.

E ela saiu e eu fiquei angustiada e eu ainda soquei o aparador com


tudo. Eu ainda fiquei andando de um lado ao outro, olhando as
coisas dela, que ainda estava em cima da cama, olhando as portas,
retrato, e não acreditei, eu joguei tudo no chão. Eu quebrei tudo ali, e
quando vi os papéis, que era minha cópia, eu assinei e sem pensar
duas vezes. E a única coisa que eu queria era abrir um buraco e
entrar. Era como se eu estivesse morto. Eu não sei o que estava
acontecendo comigo. Eu tenho me sentido bipolar demais, na
mesma hora que eu quero algo, eu já não quero mais. Eu não sei
mais nem como pensar, nem como agir. Tenho tido momentos de
frustrações, de medo, de angústia, de desespero. Eu passo a mão
nos meus cabelos e olho aquelas roupas jogadas, ainda sinto o
cheiro dela.

— Não consigo. Eu não podia deixar ela sair sem tentar a última
carta que eu tinha.
Eu corri e falei com a minha avó. Ela ainda sabia de tudo que estava
se passando e não ia deixá-la sair sem antes dizer tudo. — Ela
acabou de assinar o divórcio, vó.

— Eu quero falar com ela.


E foi isso que fiz e corri até o quarto de hóspede. E antes que ela
saísse e fosse embora, ela estava pegando umas coisas no quarto
de hóspede.
— A minha avó quer falar com você.
— Por favor, Enzo, não use as pessoas para os nossos problemas.
— Eu não estou usando ninguém.

E ela simplesmente balançava a cabeça de negação. E dizia que não


andava de um lado para o outro.
Eu a ouço ouvir com todas as letras quando estou com o copo de
whisky na mão. Eu ainda continuo virado de costas para ela.
— Não vó acabou… E não temos mais o que tentar. Ouvindo tuas
palavras duras e vi que ela não queria voltar.
— Eu não aceito mais nada disso para mim. É um adeus a tudo isso.
E muito obrigada, senhora, por tudo que fez por mim. E eu estou
dizendo adeus à família Moretti.

Eu vi nos olhos dela, quando ela disse adeus à minha vó, que ela
quase chorou, ela segurou as lágrimas. Eu sei o quanto ela está
sofrendo, mas eu também sei o quanto eu estou sofrendo. Eu sou
muito egoísta, mas eu não quero perdê-la. Ela simplesmente
balançou a cabeça e disse:
— Adeus vó, obrigada por tudo. Ela jogou o telefone em cima do sofá
e ela saiu. Quando ela saiu, eu não suportei, eu não suportei saber
que ela estava indo e eu corri até o elevador e ela já tinha descido,
eu corri atrás dela. Eu queria impedi-la de me dizer adeus, eu queria
estar com ela e eu ia implorar e dizer o quanto eu a quero na minha
vida. E quando eu chego na portaria, eu a vejo abraçando-o e entra
no carro e eu fiquei ali parado, destruído olhando que ela me deixou
e foi embora com ele.
Eu saí de lá
arrasada, com o coração explodindo, infeliz, triste, porque eu sabia o
que eu estava fazendo. Não eram coisas que eu queria fazer, mas a
minha mente me fez fazer, porque seria o melhor para mim. Enzo só
me trouxe infelicidade, eu fui infeliz com ele. Aconteceu coisas
horríveis em minha vida, eu perdi o meu filho, a minha mãe, eu perdi
a dignidade, eu fui humilhada. E agora eu preciso me recuperar, eu
preciso me achar novamente. Eu olho para o Noah do meu lado, ele
é um grande homem, mas não é o homem que eu quero. Eu quero
ficar sozinha, eu preciso de mim. Ele segurou a minha mão e sorriu.
— Eu estou aqui, para o que der e vier. Isso tudo vai passar e
quando você olhar para trás, você vai dar um grande sorriso e vai
dizer para mim, tinha razão, Noah, entendeu? Ele era carinhoso e
me fazia bem. — Então, olhe para frente e eu vou te ajudar.
— Eu quero recomeçar a minha vida, eu quero recomeçar do nada.
Eu não quero te magoar, eu gosto muito de você, mas eu não posso
me envolver com ninguém nesse momento. E eu sei que você está
me ajudando com segundas intenções.
— Por que você acha isso?
— Porque Enzo disse que você não vale nada e que ele desfez a
sociedade com vocês, porque estavam trapaceando.
— Não foi bem assim, Valentina, o que aconteceu. As coisas entre
nós é muito mais do que isso, mas ele preferiu ficar com a empresa
da família da Cecília, essa foi a verdade. Ele não quer dizer isso,
mas essa foi a verdade. Mas a gente já tem projetos novos e quanto
aos projetos que ele tem, nós temos outros. Você sabia que a ideia
de implantar os modelos de vestido de noivas e moda com as joias
foi da minha família, da nossa empresa? Ele começou a contar tudo
de outro jeito. — Eles roubaram a nossa ideia, mas eu também não
vou brigar por isso. O meu pai simplesmente tirou as nossas joias lá
da empresa dele e nós recomeçamos a nossa, sem eles. Realmente,
nós tivemos um prejuízo muito grande quando a gente desfez a
sociedade com eles, mas nós recomeçamos. E hoje nós estamos
num segmento diferente, nós estamos fabricando nossas joias, e
eles não apenas desenham. Eu fiquei olhando e percebi ter muita
coisa que eu não sabia. — Já o Enzo mexe com roupas e outros
segmentos e misturou a joia.
— Ele tem ótimos projetos, ele entende bem as cores e foi assim que
comecei a trabalhar lá e eles me tiraram dos desenhos para ficar nas
cores e paletas de tecidos.
— Mas eu sei que você tem um portfólio de joias, e maravilhoso.
— Como você sabe. Porque foi apresentado uma vez na reunião e
ele não aceitou.
Quando ele disse isso, não acreditei e fiquei me lembrando da
conversa com o meu chefe depois dessa reunião.
— Meu pai adorou o seu portfólio. Podemos acrescentar no nosso
portfólio e fazemos uma grande equipe, o que você acha? E assim
você recomeça a sua vida. E outra coisa, eu vou te ajudar a arrumar
um apartamento e terá sua própria vida. E assim você não vai
depender de homem nenhum e eu não vou ficar te atrapalhando. E
quantas segundas intenções. Ele sorriu. — Realmente eu tenho
segundas intenções. Quem não teria? Você é uma mulher
maravilhosa.
— Mentiroso, você é especial em minha vida.
— Então vamos jantar e assim a gente conversa sobre o trabalho. E
posso te pedir um favor? Ele disse sorrindo.
— Sim. E todos os favores.
— Então não chore mais. Tente deixar o Enzo lá atrás e recomeçar.
— Eu prometo que farei o possível. Mas vou viajar e depois vamos
trabalhar juntos. Eu preciso colocar as minhas ideias em ordem e
fazer com que todo o meu passado não venha me magoar.
— Você merece esse tempo sozinha, Valentina. E eu estarei aqui à
sua espera.
E um adeus Enzo, eu quero a minha vida de volta.
Ela se foi com ele
e não vou mentir, eu estou arrasado em ver que se foi com outro e
um sentimento de perda. E, por que deixei acontecer?

Ele já tem planos prontos e um deles era tirá-la de mim não só, da
minha vida, mas do trabalho também. Eu sabia o que ele queria. E
ele estava conseguindo porque eu sou um grande idiota. Eu deixei-
me levar por tudo isso. E mesmo sem lembrar de cada palavra do
passado, de tudo que aconteceu entre nós dois, eu tenho grandes
recordações dos nossos momentos. Dos momentos que fomos ao
parque, e tentou me fazer lembrar, me lembrar de que ela é o amor
da minha vida. Quando ela segurou a minha mão embaixo da chuva,
nós dois ali esperando o táxi, ela balançou a cabeça e disse:
" Você sabia que isso já tinha acontecido?”
É porque eu não consegui lembrar de tudo aquilo? E quando eu
estive doente, ela esteve ao meu lado me apoiou no
empreendimento das noivas. Ela me ajudou a escolher cada cor,
cada pedra para cada vestido, para cada noiva. E eu deixei que tudo
isso acabasse. Por quê? Porque eu sou um grande idiota.

- Eu te quero de volta, Valentina.


Bebendo o meu melhor uísque e relembrando cada detalhe da minha
Valentina. Eu estava sofrendo, amargurado e sentia uma tristeza
bater no meu peito. Eu precisava dela. Mas ela não queria e eu a
deixei partir. Eu preferi acreditar em mentiras e ser orgulhoso.
Fechei meus olhos sentando-se na poltrona enchendo a cara e com
dor de rejeitado.
E quando ela chegou toda molhada, ela adorava tomar banho na
chuva e eu vivia dizendo:
“Você não pode ficar tomando banho de chuva, você vai ficar
doente.” Ela dizia com a cara mais sapeca e eu já estava
apaixonado e não sabia.
“é maravilhoso lavar a alma embaixo da chuva, você esquece
tudo.”

Os nossos jantares nessa mesa, as nossas conversas, as nossas


brigas, tudo isso me faz lembrar de momentos que vivemos e como
eu queria lembrar dos momentos que foram esquecidos. Mas esses
momentos já me fazem perceber que ela é a mulher que eu amo. A
campainha tocou, eu me levantei cabisbaixo, sem camisa, a calça
meio aberta, o copo de uísque na mão e, no fundo, eu tinha
esperança de que fosse ela para buscar alguma coisa e se fosse eu
não ia deixá-la partir. Eu perdi totalmente a cabeça. Quando eu abri a
porta, era a Cecília, não acreditei.

— Sério mesmo Cecília, o que você quer por aqui?


— Enzo, eu sabia que você estava fazendo alguma loucura, eu te
liguei e você não me atende, o que está acontecendo? Ela já entra
com tudo.
— Eu quero ficar sozinho, é melhor você ir embora.

— Não, Enzo, por favor, deixa eu me ficar, eu fico quietinha do seu


lado, eu prometo que eu não vou fazer nenhum barulho. Mas me
deixa ficar.
— Eu não quero conversar, eu quero que você vá embora. Eu quero
que você some daqui, Cecília, some daqui. Eu saí empurrando-a
pela porta fora, empurrei ela para fora do meu apartamento e eu bati
a porta, fiquei atrás da porta. — Me deixe em paz.

O meu corpo caiu ao chão e eu chorei, angustiado, eu não sabia o


que fazer. Peguei a garrafa de uísque na mão, o copo virei e quando
eu passo na porta da sala para ir para o corredor indo para os
quartos eu escorrego em algum líquido e ouço o barulho do vidro ao
chão e meu corpo estirado.

Eu passo a mão na cabeça, doía o celular, ainda caído do meu lado,


passei a mão, apertei o primeiro número que apareceu e eu já não vi
mais nada.

Horas depois, eu acordei no hospital, com uma dor de cabeça


tremenda, eu passo a mão na minha testa, passo a mão nos meus
cabelos, eu respiro o fundo, olhando para todo lado. Meus olhos
abrem, sinto ardência e vejo que eu estava no hospital.
E quando eu abro os meus olhos eu vejo a minha avó, a minha mãe
do outro lado chorando. Eu respirei fundo, ainda atordoado com tudo
e só penso nela.

— Cadê a Valentina? Suspirando com dor. — Cadê a Valentina, avó?


Eu quero ver a Valentina e por que ela não está aqui, avó?

Ela passou a mão nos meus cabelos e disse, assustada ao me ver


naquela cama e eu tentando entender o que aconteceu.

— Calma meu filho, mas você me ligou e não disse nada e eu


mandei a polícia no seu apartamento. Como pode encher a cara e
desmaiar assim?
— Eu quero ver a Valentina.
— Mas você se separou dela, vocês se divorciaram, você se
esqueceu?
— Não, vó, não, eu não fiz isso, não. É mentira, me diga que é
mentira. Eu estava em negação, eu tento me levantar e a cabeça
zonza e eu caio de novo na cama. — Não, eu não fiz isso, eu perdi o
juízo.
— Você se divorciou dela há alguns dias. Você se esqueceu?

— Chame a Valentina, eu preciso conversar com ela.

— Calma, meu filho, não pode ficar assim.

Eu tomei mais um sedativo após acordar assustado com tudo e


ainda as novidades me deixou mais nervoso. Não sei nem por
quanto tempo eu adormeci. Mas quando eu acordei, não tinha
ninguém no meu quarto e olhei novamente para a janela e a chuva
batia e eu me lembrei da Valentina.
O rosto sorridente me dizer que ela adorava a chuva. E que a
chuva fazia com que ela trouxesse coisas boas. Olhei na cabeceira
da cama o meu celular e ainda respirei fundo. Me sentei e eu tinha
que falar com ela, mas ele começou a tocar sem parar e eu olho e
respira fundo.

E criando coragem para atender e vi aquele número, eu sabia


que alguma coisa tinha acontecido. E quando eu atendi, ele disse:

— Enzo, que bom que você já acordou e fiquei sabendo que você
já recuperou a sua memória e que agora você é o antigo Enzo. E
cheio de graça meu sócio se acha. — Parabéns e seja bem-vindo a
realidade.

— Assim que eu receber alta, podemos marcar a reunião.

— Eu estou ligando porque eu quero encerrar o contrato com


você. Eu não quero continuar com a parceria.

— Como assim? Não entendi.

— Estou desfazendo a parceria.

Eu estava todo ferrado, o corpo todo doendo, a cabeça


explodindo, e agora mais essa perdi a sociedade, eu passo a mão na
cabeça e tento me levantar. Tudo está dando errado, eu perdi a
sociedade, a Valentina, divorciada, ferrada e amargurada, não
acreditei. Cheia de dúvidas e medos do que eu vou fazer a partir de
agora. Eu fico procurando respostas para conversar com Valentina e
vejo que eu estava ferrado e sozinho. Quando meu telefone tocou
novamente e não acredito no que eu estava vendo-o de novo e achei
que não teria mais preocupação por hoje. Me sento na cama.
— Eu tive que desligar ouve um imprevisto. Ele parecia estar
nervoso. — Mas eu quero deixar bem claro para você Enzo, que eu
já sabia do seu casamento, que você contratou a Valentina para ser
sua esposa, para você ganhar a vaga de seu que faltava na
empresa, eu sei de tudo isso. Mas sabe o que achei mais absurdo?
A sua desrespeito para com ela, levando a sua amiga para dentro da
empresa, esfregando-a na cara da Valentina e não contando para
todo mundo que ela era sua esposa. Ele começou a dizer um monte
e sem deixar eu responder. — Foi aí que desconfiei que algo estava
errado no seu casamento, porque se você estivesse mesmo casado
com ela com amor e ela havia sido escolhida para ser sua mulher de
verdade, você a apresentou ao mundo e você simplesmente se
calou, você demonstrou ser um péssimo homem. E me diga como
um péssimo homem vai ser um grande empresário? Ele me
esculachou.

— Impossível você não achar? Foi por isso que descobri toda a
verdade, mas eu te desejo boa sorte Enzo Moretti.

Não acreditei, eu fiquei ali parado ouvindo tudo aquilo e sem


entender nada e aceitando que perdi. E o pior, ele desligou na minha
cara sem me deixar explicar tudo. Mas ele tinha razão…, mas tudo
aquilo me deixou irritado, bravo comigo por ser um burro, com tudo
que estava me acontecendo quando a porta se abre. Eu cheio de,
esperança, achando que era a Valentina, e era a Cecilia e balancei a
cabeça com raiva, sentado na cama, olhando ainda o celular, após
saber a péssima notícia. Ela disse:

- Enzo, meu amor, eu estava preocupada com você, não acredito, o


que aconteceu? Nossa, meu Deus, se eu soubesse, eu teria ficado
com você ontem. Olha para mim, Enzo, você está bem? Deixa-me
ver como você está.
Ela passou a mão nos meus cabelos e eu disse, tirando suas mãos.

— Tira as mãos de mim, eu não quero que você me toque, e nem te


ouvir. Você pensa que eu não sei, Cecília, o que você fez? Eu a
empurro para ela sair. — Eu quero que você some daqui eu não
quero mais olhar para você, nem falar com você. Eu sei de tudo que
você fez.

— Não, Enzo, nós somos namorados, você esqueceu, você largou


tudo para ficar comigo.

— Você disse bem, eu larguei tudo para ficar com as suas mentiras e
não com você, porque você mentiu para mim desde o primeiro
momento. Você deveria ter dito a verdade fora daqui, Cecília.

Ela ficou indignada como eu fosse o errado e ela a certa. Fiquei


olhando na cara dela de assustada e eu queria bater nela eu chego a
fechar a mão de ódio. A porta se abre e a minha mãe chega com a
minha avó e elas ficam assustadas olhando e eu já começo a gritar.

— Que bom que vocês chegaram. Assim vocês veem quem é essa
Cecília, a Nora que você tanto adora mamãe. Eu não parei estava
irritado com tudo e depois que a minha memória voltou as dores
estavam piores. — Ela me atropelou, ela armou tudo para me
separar da Valentina, ela fez tudo isso, ela empurrou a Valentina, ela
fez toda a maldade. Essa é a Nora que você quer para você, não é
mesmo mamãe? Eu andei me segurando naquela cama irritado com
ela. — É vovó, você tinha razão, ela era uma serpente. Eu não quero
ouvir você, Cecília, não quero falar com você.

— Não, Enzo, eu não fiz nada disso, você está confuso.

— Não. A minha avó começou a gritar. — Você é


uma víbora, nós sabemos de tudo. Eu sei de tudo que você fez
contra Valentina, ou tudo que você fez contra o Enzo. Eu não
acredito como você pode ser maldosa, como você pode ser
maliciosa. Você não vale nada, Cecilia e some,
daqui.

— Olha Cecília, eu quero que você saia daquela porta e nunca mais
olhe para mim, mas por tudo que a sua família
representa a minha família, eu vou deixar esse assunto quieto, mas
nunca mais se aproxime de mim, porque eu não quero mais falar
com você, nem ouvir a sua voz. Essa é a verdade, então fora da
minha vida, fora.

— Não, Enzo, por favor, não faça isso. Eu não me lembro de nada
disso. Nada disso aconteceu, não é possível.

— Ah, não se faça de cínica, Cecília. É tudo verdade, você é uma


cínica. A minha avó dizia e a minha mãe calada ouvindo tudo e
tentando aceitar que foi enganada por ela. Minha avó entrou no meio
e disse para ela. — Você acha que nós somos bobo, idiota? Agora
vem com essa de esquecimento? É bem a sua cara dissimulada de
esquecer.

— Não, vó, não é nada disso. Ela disse tentando tocar a minha avó
que tirou a mão dela e a empurra. — Avó é uma merda, eu não sou
sua avó, nem nunca fui. Eu nunca gostei de você. É melhor você sair
à porta fora e sumir daqui, porque senão você vai sair no tapa. Eu
vou te dar uma surra.

— Chega, deixa ela para lá. É melhor você ir embora, Cecilia e


acabou não quero mais ouvir você, não quero mais falar com você.
Acabou tudo isso. Chega disso, desse assunto, eu não quero mais
discutir. — Eu não fiz nada, Enzo. Não foi bem assim que
aconteceu. Não é assim. Você não pode fazer isso comigo depois de
tudo que a gente viveu.

— O que a gente viveu, Cecília, foi passado. E eu lembrei de tudo. E


eu não vou me esquecer de cada palavra que você me disse, de
cada coisa que você me fez passar, eu e Valentina. Então é melhor
você ir embora.
Ela saiu e bateu à porta, não disse mais nada. Como se ela ainda
estivesse certa e eu fosse o errado. Foi isso que vi nos olhos dela,
mas eu não queria mais saber. Eu só queria achar a Valentina eu
tinha que me encontrar com ela cara a cara e acabar com isso.
— Chega, acabou… agora é o recomeço de uma nova vida.

E mesmo assim angustiado, à espera de respostas e de notícias da


Valentina. Naquele momento eu fechei os meus olhos e eu lembrei
de tudo que passamos juntos, os nossos momentos, o nosso
casamento, a nossa primeira noite, o beijo, o parque de diversão. E
eu tentei falar com ela, eu peguei meu telefone, eu tentava falar com
ela, não conseguia, ela não atendia, só dava a caixa de mensagem,
o telefone estava desligado. Eu fiquei desesperado, a minha avó do
meu lado, e ela disse:

— Calma Enzo, você precisa conversar com ela, vocês têm que se
entender.

— Eu não sei mais o que eu vou fazer, ela não me atende, não quer
falar comigo, eu preciso ver se eu preciso dela. Eu
fecho os olhos e me lembro do que eu disse para ela, a minha
cabeça latejava.

“Não é digna de usar nada desenhado por mim e


somente a Cecília."

Eu passo as mãos nos cabelos e tento esquecer e


estava tudo voltando como um vulcão.

“Não sei quem é você e se eu te esqueci e, porque


não significa nada para mim.”

“Ela é a mulher que eu amo e esperei a minha vida toda.”

Fico em meio desespero lembrando de tudo que falei para Valentina


e ainda levei a Cecilia para a empresa e esfreguei na cara dela. Meu
socio tinha razão eu fui um idiota em não a apresentar como minha
esposa eu sou um tremendo babaca.

— Não posso perdê-la. Eu pego o telefone e ligo,


para o meu irmão, era a única coisa que eu podia fazer. —
Henrique, pelo amor de Deus, vê se você consegue falar com a
Valentina, eu não consigo falar com ela, eu não consigo ter notícias
dela, faça alguma coisa, porra!

— Ela não quer mais saber, Enzo e a Carol disse


que ela está vivendo a vida dela.
— Fala com a tua namorada, você não está namorando a Carol? Eu
sei que você está pegando a Carol.

— Por favor, Enzo não me meta em seus rolos.

— Pelo amor de Deus, tente falar com a Valentina, procure, eu


preciso dela de volta.

— Vou ver o que eu posso fazer, eu vou


falar com a Carol, mas eu não sei se ela vai querer falar com você.
Ele falava sem para e ainda ria da minha cara. — Voltou ser o Enzo
mandão.

— Eu preciso da Valentina de volta em minha vida.

Eu já não suportava mais esse lugar, tudo estava me irritando


cansado de ficar deitado na cama olhando a parede ou olhando o
meu iPod e vendo as notícias eu tinha que correr atrás da Valentina
já que Henrique não trouxe nenhuma novidade.

Enquanto eu me trocava o meu celular despertava o tempo todo em


cima da cama quando eu olhei era a Cecilia o joguei novamente e a
porta se abre e lá estava o Henrique e ele entrou todo animado,
sorridente e ainda quase me jogou ao chão me dando um tapa nas
costas.
— Quer me matar? Eu nem me recuperei ainda, você já está
querendo me matar novamente.

— Nossa, você é muito dramático, meu irmãozinho. Mas vamos ao


que interessa,
Infelizmente a Carol disse que não sabe onde ela está, ela
simplesmente sumiu, mas eu acho que você tem que voltar a sua
vida normal e ver o que dá para fazer.

— Eu já percebi que não tem jeito mesmo, eu vou ter que eu andar
atrás da Valentina porque nem para buscar uma notícia dela você
prestou.
— Nossa, você voltou com toda a arrogância, esse é o meu irmão.
Seja bem-vindo ao mundo.
— Mas vamos ao que interessa ir embora. Me tire daqui que eu não
suporto esse cheiro.

Horas após discutir com ele que eu tinha que ficar em casa olhando
a parede, ele se foi depois de eu o convencer a me deixar no
escritório e eu fiquei aqui olhando a chuva. Sentado ali na minha
sala, olhei e me sinto sozinho, fechei os meus olhos, voltei naquele
final de tarde que eu a vi sorridente e eu aposto que foi quando ela
descobriu estar grávida ela pulava de alegria e eu olhava para mim
com olhar tão ingênuo, tão inocente. Quando a Cecilia chegou e
grudou em meu pescoço e beijou os meus lábios sorridentes e eu
olhei novamente ela simplesmente balançou a cabeça, é a amargura.
Que me corrói, mas é a culpa, a de saber que ela foi embora por
minha culpa.
Eu deixei isso tudo acontecer.

“Não me toque Cecília, não posso agora e todos estão olhando.”

Eu precisava saber logo de tudo e eu fui para a cantina e sabia que


alguém ia me contar algo.

Eu percebi que algumas coisas já estavam mudadas já que agora eu


não sou mais um dos presidentes
eles já mudaram algumas coisas inclusive a minha sala ficou menor
e eu ouvi o, reboliços pelos corredores todo mundo me olhando de
lado e eu cerquei a Carol.

— Quer dizer que você não sabe onde ela está? Carol.
— Não, não sei e eu já disse ao Henrique.
— Eu vou descobrir e não adianta esconder. Então volte aos seus,
trabalho. E ela continuou ali me encarando. — E o que você continua
me olhando?

— Enzo? Ela disse e eu gritei.


— Senhor Moretti. Simplesmente estou mandando você voltar ao seu
trabalho.
Eu fui até a sala do Antunes e eu ia descobrir algo e tinha quase um
mês sem notícias dela.
- Antunes sabe da Valentina, eu preciso de notícias.
— Eu não falo com ele há muito tempo e pelo que eu soube não quer
ser encontrada. E não leve a mal, deixe em paz. Eu ia brigar com
ele, mas eu ia saindo. — Já fez mal demais a ela.

Eu ia saindo e olho para ele e


não quis dizer nada, mas eu sabia que alguém diria quando eu ia
saindo da sala dele desesperado por saber dela.
— Senhor Moretti… me desculpa, eu posso ajudá-lo?

— Eu só estava procurando a Valentina e isso.


— Ela pediu as contas, e saiu da empresa, ela não faz mais parte da
empresa.
— Como assim? Eu disse assustado, eu chego encosta na parede
assustado.

— Ela pediu tem dois dias isso


— O senhor não sabia? E os amigos dela com certeza sabem disso
que tem alguns dias que foi embora.

— Eu preciso ir, mas obrigado.

Eu saí, bati a porta, quando eu entrei na minha sala eu joguei tudo


que tinha em cima da minha mesa no chão, com raiva. Ela pediu as
contas e nesse exato momento eu estou como? Sofrendo,
amargurado e pensando onde ela está. Com medo de seguir o meu
caminho e eu sabia que ela estava fugindo de mim.
Depois de tudo que fiz ela tem razão.

Quando eu cheguei em casa, eu já fui procurar o que ela levou e


alguma pista do que me deixou. Olhei por todos os lados, todas as
coisas dela estava no quarto, ainda acaricia e os vestidos, sentindo o
cheiro. Quando eu vou até o closet eu percebo que a única coisa que
estava faltando ali eram pequenas coisas dela particular, olhei a
pequena caixinha de joias mexida e as joias ainda estavam todas ali.
Mas o pingente não estava. O pingente que dei para ela em formato
de coração ela levou. E corro até a caixa que ela guardava as coisas
do bebê e vi que os sapatinhos não estavam ali.
Então ela levou somente aquilo que importava para ela. E o restante
ficou. Onde será que ela está? Eu preciso saber.
Eu não estava conseguindo manter a minha mente ocupada. Eu não
estava conseguindo prestar atenção. E nada daquilo que estava se
passando ali naquele momento. Eu só estava querendo saber dela.
E por onde ela estava andando e meu telefone tocou e eu joguei em
cima da cama, não queria falar com ninguém. Quando a campainha
toca eu corro para atender à espera que fosse ela, mas quando eu
abro era o Henrique.

— Sério mesmo Henrique? Não estou a fim. Você veio aqui para
falar na minha cabeça. Eu não estou a fim de conversar e quero ficar
sozinho.

— Eu sei que você quer ficar sozinho. Mas você não pode se
entregar à solidão. Você sabia que a depressão mata.

— Mas eu não estou deprimido, eu só quero ficar sozinho, eu só


quero pensar na minha vida, em tudo aquilo que fiz e que deixei de
fazer.
— Porque não viajamos para praia e a Carol vai conosco.
— Não, por favor, eu não quero falar com ninguém, eu quero ficar na
minha, eu vou voltar ao meu trabalho amanhã e assim vai ficar tudo
bem.

Ele foi até a sala, pegou a garrafa de whisky e se sentou no chão


perto da minha cama e ficou falando da viagem dele com a Carol. E
eu fiquei olhando e prestando atenção. Mas lembrando dela a
saudade estava me matando eu precisava falar com ela ver sentir o
cheiro eu adormeci,
enquanto ele estava ali falando. Nem vi a hora que ele foi embora.
Quando acordei pela manhã ele deixou um bilhete.

“Eu volto a noite e vamos sair para beber.”


Mas eu simplesmente não respondi e nem quero saber, me entreguei
ao meu trabalho e a minha vida. Voltei ao trabalho. Eu trabalhava dia
e noite para esquecer tudo aquilo para esquecê-la. Me entreguei a
reuniões a projetos novos. Não fui brigar. Por perder o cargo. Ao
contrário.

— Vó, por favor, eu estou bem e tenho trabalhado muito.

— Eu conheço Enzo, mas vem no fim de semana conversamos.

— Não vou poder vovó e dizer para a mamãe que eu a amo, mas
não posso ir.

Eu me entreguei ao meu trabalho para deixá-la viver a vida dela era


tarde da noite quando eu estava saindo do meu escritório eu levo um
esbarrão, eu levei um susto quando eu olhei e não acreditei.
— Você por aqui nossa, Enzo faz tempo que a gente não se vê.
— Eu ia te procurar para conversar sobre os projetos, mas eu fiquei
sabendo que foi passado para outra pessoa.

— Sim, nossa é uma pena vocês perderem a Valentina, ela é


maravilhosa, eu amei as ideias dela e agora a gente está tentando
colocar em prática, mas está difícil.

— Sim ela saiu da empresa, ela foi trabalhar em outro lugar. Mas
temos grandes profissionais aqui.

— É uma pena. Eu queria muito trabalhar com ela porque eu amei a


forma dela trabalhar. Ela é prática, rápida e eu espero que um dia
você descubra o significado verdadeiro do amor meu companheiro
porque assim você vai saber lidar com uma noiva com um colar de
noiva porque isso tudo tem que vir do sentimento entendeu.

Eu apenas balancei a cabeça e fiquei ouvindo-o falar tudo e sabia


que eu era o maior culpado da minha vida desmoronando.

— Eu lamento muito por tudo. É mil desculpas pelos acontecidos,


mas eu tenho certeza de que com quem você estiver vai fazer um
grande trabalho.
— Eu desejo boa sorte para você, viu Enzo? Que você consiga
entender o amor verdadeiramente.
— Tudo bem e muito obrigado.

Balancei a cabeça e ele saiu. Eu ia dizer o quê? Que eu não soube


dar valor nela. Ele tinha razão. Eu errei, eu fui um bobo. Mas eu
estou pagando pelos meus erros. Eu voltei para casa com a
esperança de que ela aparecesse. Mas simplesmente os dias, as
noites. Todos os momentos eu vivi pensando nela. Eu me entreguei
totalmente ao trabalho. Esqueci da minha vida particular vida e que
eu tinha que me divertir. Nem nos jantares em família eu ia, era um
dia após dia eu ali trabalhando e procurando aquilo que perdi.

— Henrique aconteceu alguma coisa? Eu achei que estivesse


viajando com a Carol?

— Eu vou preciso lhe dizer algo, mas não conte que foi, eu por
favor. Ele ainda andou de um lado ao outro e me puxa. — Ela está
indo embora e o voo e hoje à noite.

— Que horas?

— As nove da noite e a Carol vai com ela, mas não diga que foi,
eu.
Quando ele disse isso eu olho no relógio e vejo que faltava pouco eu
desligo o telefone e corro o mais rápido que eu podia. Sai
atropelando todo mundo.

— Por favor desculpe!

Eu corri o máximo que pude e chego no aeroporto sem ar e sai


correndo eixei o carro aberto e corro tanto que esqueço de pegar o
celular e quando chego no local de embarque eu fico ali desesperado
a procura dela.
Onde você está Valentina? Eu corro até o salão principal e tinha que
fazer uma loucura e fiz eu me jogo na frente dos carrinhos e entro na
frente da fila de embarque.
— Desculpa moça, mas é caso de vida ou morte. E grito no
microfone. — Valentina meu amor me perdoa eu te amo e nãos ei
viver sem você por favor. Eu abaixo a cabeça e todos gritando e
rindo. — Valentina?
Eu abro os olhos e vejo a Carol balançando a cabeça brava e saiu
sem dizer nada e eu fico ali as lagrimas rolam em meu rosto e vejo
que a perdi. Ela se foi e me deixou sozinho.

Valentina foi embora e me deixou sozinho e eu a procura dela por


todos os lugares eu passei dias e noites andando atrás dela e não
conseguir achá-la.
Não sei se um dia nos veremos de novo, mas eu sigo aqui a espera
dela.

— Não me deixa por favor... Eu grito chorando: — Eu te amo


Valentina e vou te esperar.

CONTINUAAA... Próximo livro.

Casamento de Mentira livro 2


A redenção do CEO

Quando eu passei o dedo, eu senti a minha aliança. Eu ainda


estava com ela. E, por que eu não havia tirado? É porque ela ainda
estava no meu dedo? Balancei a cabeça e olhando para o chão
respirei fundo e lembrei dela do sorriso. Quando ela vinha toda
espoleta e a festa me fez lembrar do gosto dela, amava aquela
decoração com flores, os arranjos impecáveis. E quando me viro eu
vejo uma multidão sorridentes e bonitas. As modelos uma mais linda
do que a outra carregando em seu pescoço as joias mais perfeitas
desenhada por grandes estilistas quando eu levantei o meu rosto
que eu me deparei com a visão do arco-íris ou anjo que caiu do céu.
Tão perfeita que fiquei intacto sem conseguir respirar, ela estava com
um vestido preto com tule em pedras e aposto que é brilhante, os
ombros de fora e a silhueta marcante. Eu tento me mover e não
consigo os cabelos acastanhados na cintura e um lindo sorriso e ela
ainda fez gesto com a mão quando ela colocou a mão no ombro do
homem e eu vejo o Noah e ele sorriu para ela todo apaixonado. E a
minha “Valentina.”

LINHAS REDES SOCIAIS

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mamychrisrbd@gmail.com

TRILOGIA - LUNA- A SUBMISSA PERFEITA(BDSM)


Emma tem sua vida toda planejada, seus sonhos estão prestes se
realizar, mas fatalmente tudo muda e a doce e ingênua Emma se vê
tendo que fazer uma grande escolha, e assim nasce a Luna. A
mulher mais fria, obscura, que guarda um grande segredo. Nesse
novo mundo surge um amor, o mais inesperado e relutante.
Será Emma, ou melhor, Luna, capaz de amar na sua nova vida? E
esse amor, será capaz de sobreviver diante do seu grande segredo?
Venha descobrir a realidade por detrás da vida de uma prostituta que
se torna uma submissa.

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