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| O. S. D.M.

C | Cap 01 a 16|

|O Segredo do Meu Chefe| Capítulo 01 a 16|

Nota: Meninas, o livro está sem revisão, eu era bem crua na época que o conclui,
então, irão encontrar erros de ortografia e pontuação. Nada bizarro, mas contém
erros por causa da digitação rápida e por aí vai. Foquem apenas no enredo. Mas vai
dar para vocês matarem as saudades. Como o arquivo é grande e estava travando
para muitas, dividi em partes para não travar o aplicativo do Google Docs.
Disponibilizarei o link para vocês.

Boa leitura! Divirtam-se!

|Capítulo 01|

Isabela

Acordo com meu celular tocando, abro os olhos e ao mesmo tempo sinto o efeito
da ressaca da noite passada. Passo a mão em meus olhos para melhorar a visão,
pego o celular e vejo o nome embaçado. Só podia ser ela, Mila. Atendo.

— Oi. — digo sonolenta.

— Não acredito que você estava dormindo uma hora dessa?! —Mila diz em seu jeito
escandaloso. Ela deve ter esquecido que chegamos em casa quase cinco da
manhã.

Espreguiço dolorosamente. Meu corpo está dolorido, não tenho muito pique pra
acompanhar Mila nas baladas, ela tem me arrastado desde quando terminei o meu
relacionamento de sete anos com Mateus. E confesso que estou bem enferrujada,
mas não morta.

— Sabe que não tenho o costume de beber em excesso, Mila! — ainda em ligação,
respondo passando a mão na mesinha de cabeceira no intuito de achar chave e
abrir a porta.
—Estou morrendo, me ajude! — o drama aqui fala sempre alto e ouço ela dar risada.

—Irei te ajudar se você abrir a porta! — diz dando risada e em seguida ouço a
campainha tocar desesperadamente.

Ainda meio tonta me levanto, e tropeçando em meus próprios pés, vejo a bagunça
que está no meu quarto. Roupas, sapatos, bolsas espalhadas pelo chão e
maquiagens fora de ordem em cima da minha penteadeira agora fazem parte da
decoração. Tudo isso se deve ao resultado da correria de ontem a noite, após
receber um convite de Mila para ir a uma balada VIP.

Tropeçando nas sandálias e nos restantes dos móveis para procurar a bendita
chave, consigo chegar até a porta da sala.

—Oiii, Bela adormecida. Pardal que não tem família e nem responsabilidades, já
está de pé. — Mila fala animada entrando com um folheto nas mãos e também
trazendo com ela o cheiro do seu perfume amadeirado.

Ao sentir o cheiro do seu perfume, a minha dor agradeceu sutilmente, pois


realmente está doendo muito. E com as pontadas agudas, coloquei as mãos na
cabeça para pressioná-la.

— Fale baixo, por favor! — pedi.

— Deixa de ser mole, vamos para cozinha, farei um café forte e você vai tomar um
banho frio porque hoje mais uma vez teremos homens sarados dançando
arduamente sexy! É hoje que você sai dessa seca.

— Ah não, na mesma boate, Mila? Desse jeito vou estourar meu limite bancário e
quando meu pai perguntar? O que eu vou dizer?

— Relaxa, prima, te garanto que dessa vez você não irá se arrepender! — ela fala
abanando o rosto com um folheto com cores fortes e quentes. O olhar dela já diz
tudo: Luxúria total.

— Sua tarada,o que você tem em mãos, hein? — pergunto curiosa.

— Ué, você não estava com dor de cabeça? — pergunta escondendo o papel.
— Sim, ainda estou. Mas abro uma exceção, porque eu conheço esse seu olhar.
Vamos, deixe-me ver?! —tento pegar o panfleto de suas mãos.

— Primeiro um café forte, um banho gelado e depois irei puxar a cadeira pra você
se sentar! Porque tudo que tenho a te mostrar você precisa estar sentada… — diz
dando risada já colocando a água na chaleira e levando ao fogo.

Já tomada pela curiosidade extrema, sigo para o banheiro praticamente sendo


empurrada por Mila, ela sabe como aguçar minha curiosidade, sou assim por
natureza. Entro no banheiro e vejo o estrago que está o meu rosto, olhos borrados,
batom apagado e meus cabelos? Prefiro nem comentar.

Tomo meu banho rapidamente após limpar a pele, e em meu quarto , escolho um
vestido de menina inocente, branco de tecido leve e que contém algumas florzinhas
desenhadas. Presente de minha querida avó. Ela acha que ainda sou uma
menininha. Ah se ela soubesse o que a netinha dela anda fazendo nessas
madrugadas...

Me visto e quando saio do hall do quarto, eu já vejo a mesa montada na sacada que
tem visão para todo o Central Park e Mila toda sorridente. Está pra existir uma
amiga tão filha da mãe quanto ela. Semicerrei os olhos por causa da claridade e
com muito custo pego meu óculos escuros que está em cima de um aparador na
sala e prendo meus cabelos indo em direção a mesa.

—Sente-se aí! — diz com um sorriso mais depravado do mundo.

Na mesa, meu café já está na xícara, e o prato está com torradas com cream
cheese e frutas amontoadas, tudo feito pela chef Mila. E eu bem sei que alguma
coisa ela quer, já que está me agradando tanto. Ou aprontou alguma coisa.

— Coma primeiro! — ela pensa que manda e eu semicerrei os olhos. Estou


impaciente para ver este tal papel que ela segura como se fosse um tesouro muito
valioso.

Comi o mais rápido possível. E quando terminei, cuidadosamente colocou o papel


sob meu prato vazio. E o que vejo é apenas um anúncio de inauguração de uma
nova boate.
"Blue Devil no limite do seu prazer!"

É o que leio no papel de cores quentes.

—Não acredito que você fez todo esse suspense por causa da inauguração de uma
nova boate? —Bufo.

— Prima, acho que você não entendeu! — fala revirando os olhos. — Leia
novamente!

Com pouco caso volto a ler o papel, agora com mais atenção.

"Blue Devil no limite do seu prazer!"

"Com a presença inédita de Sr.Êxtase, o deus do sexo"

— Sim, um nome atrativo, mas o que têm ?

— ACORDE, ISABELA! — estala os dedos com desaforo na frente de meu rosto. —


Estamos falando do Sr.Êxtase,o deus do sexo, o dono do seu prazer,o dono do seu
fogo. O cara é uma lenda. E ele está de turnê aqui em Nova Iorque e nós vamos! —
diz em um sorriso arteiro.

—NÓS? — digo espantada. —Nós não, apenas você vai! — afirmo e vejo ela rir
sarcasticamente.

— Você vai sim! — debate, ousada que só ela sabe ser.

— Mas não vou mesmo, Mila, amanhã já é segunda-feira e é o meu primeiro dia no
meu emprego novo. E estou começando a achar que essas nossas noites de
baladas vão ter que diminuir. No dia da entrevista, a Beatriz dos recursos humanos
me informou que o Sr.Victor Ferrazzi é exigente ao extremo e com certeza nessas
primeira semanas eu terei que me adaptar à nova rotina do meu chefe.

— Ah, mas você vai e esse Victor Ferrazzi não tem nada a ver com nossas noitadas,
mesmo porque você não vai trabalhar nos finais de semana. E eu já comprei até os
ingressos, são limitados e não tem como vender para outra pessoa.Tem o seu
nome impresso, com seu número de identidade e já tem até o seu número de
sorteio.
Eu vejo nela nesse momento uma cara muito sacana o que me fez desconfiar que
ela está apenas de zoeira comigo. Fico fula da vida quando ela retira da sua
carteira o ingresso com meu nome e o código do sorteio e joga com desaforo em
cima da mesa.

— Aqui está, pra você ver que não tem volta! — diz arqueando uma sobrancelha.

— E esse sorteio concorre o quê? Não especifica nada no ingresso...

— O Sr.Êxtase por uma noite inteira! — responde entusiasmada..

— Você já foi sorteada?? — questiono.

— Não, infelizmente de todas as vezes que eu fui quando ele estava em uma turnê
em Londres nunca tive essa sorte. As mulheres simplesmente tira a calcinha
quando ele sobe no palco. Mas em compensação fui muito bem alimentada pelos
criados dele. Gozei muito, saí desidratada da boate.

— Nossa, ele é tudo isso de bom? Porque só de você falar o seu olhar está de puro
desejo! — falo rindo e muito curiosa.

— Espere pra ver Isabela! Espere pra ver!! Você ainda esta ingressando agora no
meu mundo e quando você menos perceber vai estar viciada, como eu!! — diz
enquanto morde uma maçã —Ou melhor você já está viciada, mas não o
suficiente… —isso ela tem razão, já estou viciada faz tempo.

— Vamos ver se esse tal "Sr. Êxtase" é tudo isso mesmo.

— Não o subestime. E leve calcinha extra, porque você vai precisar quando ele
dominar o palco e o seu prazer.

|Capítulo 02|

Se você não me conheceu nas primeiras horas da manhã,lamento te informar que


dificilmente me reconhecerá no pôr do sol. Em frente ao espelho me admiro, estou
surpreendentemente sexy. Simplesmente bela em um vestido preto que modela
minhas curvas naturalmente brasileiras,deixando partes de minha pele bronzeada
amostra, mas não totalmente, mas com aquele gosto de "deixe-me ver mais um
pouco". Sexy sem ser vulgar.

Bem diferente de alguns meses atrás,em que estava presa em um relacionamento


que hoje eu sei que era abusivo. Mateus foi meu primeiro namorado e meu primeiro
amor,para mim ele era um príncipe encantado, como eu disse ERA. Dois anos mais
velho, experiente, bonito e dizia palavras tão quentes que fazia qualquer menininha
cristã abrir as pernas em questão de segundos. Eu fui uma delas.

Mateus era bom na arte da sedução. E eu me vangloriava por ser dele e ele meu, eu
era dele, mas ele não era meu. Que mera ilusão eu vivia até o dia em que eu
cheguei em casa e da sala pude ouvir gemidos, que só de ouvi-los fez meu corpo
esquentar de uma tal forma que eu não sabia se era de raiva ou de tesão.

Com passos leves, fui até o quarto e olhei pela fresta da porta, e por alguns
segundos eu senti minha alma sair e voltar de meu corpo. Na mesma cama em que
me entreguei pela primeira vez onde ouvi juras de amor em meu ouvido e que eu
declarei o meu amor,Mateus estava transando com Helen com tanta fome,que por
um momento eu tive inveja que logo foi tomado pelo nojo e ódio. Terminei meu
relacionamento de sete anos com o playboy mais cobiçado do Rio de Janeiro. E
não me arrependo nem um pouco.

Eu te agradeço Mateus. Eu te agradeço Helen, pois foi através de vocês dois, que
eu descobri a mulher que existe dentro de mim. E eu estou amando ela cada dia
mais.

Retoco meu batom vermelho e coloco minha máscara sexy rendada que tem sido
minha segunda face nessas noitadas de prazer e luxúria desde da minha primeira
semana aqui em Nova Iorque. Não eu não sou uma depravada ao ar livre, embora
eu seja uma amante do sexo, sou discreta. Sou a clássica dama na sala e uma puta
no quarto.

Na minha bolsa eu dou minha última conferida, lubrificantes, camisinhas (caso


precise), algemas e um chicote. Estou pronta para mais uma noite onde as
mulheres mandam e os homens obedecem. Mandam por prazer e obedecem por
que gostam do prazer que lhe é oferecido.
Dou uma leve espirrada de meu perfume importado e sigo para o elevador, e de
cara encontro com meu vizinho tarado que me encara dos pés a cabeça, aos olhos
dele deve achar que estou indo a uma festa de alto nível, por ver minhas roupas
sofisticadas com um pitada de maldade.

Eu adoro olhar pelo canto de olho e ver ele babando em meu corpo. Acho que pra
ele, sou um mistério. E realmente sou, nunca deixo rastro por onde eu ando.

Já fazem quinze minutos que estou na recepção do prédio a espera de Mila. Estou
com as mãos geladas, sempre fico assim antes de iniciar uma noite de diversão.
Às vezes eu acho que um pouco daquela menininha inocente cristã, ainda habita.
Mas ela morre nos primeiros passos que dou dentro da boate. E lá sou somente
uma gata selvagem procurando pelo seu alimento perfeito.

Estou ansiosa para conhecer a boate" Blue Devil", e quero só ver se esse tal de
Sr.Êxtase é um delírio mesmo, como diz Mila. Mas fiz pesquisas sobre ele no
Google,não encontrei nada, nem videos, fotos,simplesmente nada!Isso só serviu
para ficar mais curiosa ,porque Mila e eu temos gostos diferentes por homens.As
vezes um tudo dela, é nada para mim. e vice e versa.

—Senhorita, sua prima já lhe aguarda na área de desembarque!— George, o porteiro


tem a bondade de me avisar ao me ver distraída.Ele sempre foi muito gentil quando
eu precisei.

—Obrigada George. — agradeço gentilmente e saio andando com classe em meus


saltos finos.

—Uau, só de ver você já fique com tesão!— Mila diz rindo assim que eu entro no
carro.

—Sim eu sei,estou gostosa mesmo!— gargalhei porque eu sou convencida mesmo.


Se eu não me amar, quem irá?

—Pegou a calcinha extra??— ela questiona ligando carro.

—Não! Nunca foi preciso tirar, Mila, e não vai ser dessa vez. Esqueceu que são eles
que tiram suas roupas pra mim?
—Te garanto que dessa vez, você não fica a ver navios e não sai reclamando como
ontem da boate.É verdade Bela que o rapaz não deu conta??

Bufo. —Sim, eu custo escolher um , quando escolho o cara não aguenta.

—Eu já saquei qual a sua, você é observadora, gosta de observar! —Mila diz rindo.

—Sou muito visual Mila, às vezes um homem pelado não me atrai tanto quanto um
homem de roupa. Tem homem que tem o dom de fazer a mulher gozar somente
com o despir de sua roupa.

—Sua voyeurista dominadora !— diz gargalhando. — Mas na Blue Devil você vai
mudar seus conceitos! Todas as mulheres ficam de quatro para o Sr.Êxtase.

—Como ele é ?— questiono,estou realmente muito curiosa.

—Inexplicável. Sem palavras, você precisa ver, talvez eu te falando não é a mesma
coisa.

Ela faz isso pra foder mais ainda com minha mente.

Ao longe eu já vejo as luzes dos refletores ,e a fila de carros na avenida principal


em que se localiza a boate é imensa, na maioria dos carros somente mulheres, o
destino de todas um só: Na Blue Devil.

Depois da dificuldade em encontrar uma vaga gratuita, tivemos que pagar o


estacionamento, o que foi bom , pelo menos pela nossa segurança. Paramos ao
lado de um carro extremamente luxuoso, embora que também o nosso não ficasse
para trás.

—Não me deixe sozinha ,não hoje pelo menos,até eu me familiarizar com esse novo
ambiente! — falo ao sair do carro.

—Tudo bem , hoje eu serei sua aprendiz de voyeur!— diz rindo. —Mas acho que vai
ser bem difícil, os criados do Sr. Êxtases são generosamente incríveis.Não sei
como você consegue ficar somente olhando?!— fala enquanto seguimos para a
boate que tem a fachada toda preta.Apenas com o símbolo da Blue Devil, que ao
meu ver , não é tudo isso que a Mila tanto falou...
|Capítulo 03|

Engoli minhas próprias palavras assim que adentramos na boate. Aqui dentro é
totalmente incrível. O ambiente é o melhor de todos que eu já fui.

—Vamos para a frente do palco, daqui a pouco será quase impossível de nós nos
aproximarmos! —Mila diz me puxando pela mão enquanto eu estudo o ambiente e
de cara percebi que se trata não só de um ,mas vários ambientes, a fachada é
somente uma enganação, o próprio inferno fica aqui dentro. Cada canto que se
olha um garçom sexualmente bem vestido.

Meus olhos estão no paraíso! Falo enquanto pego um drinque de um garçom que
me encara sem pudor.Um drinque totalmente diferente de todos que eu já bebi,
trouxe logo de início um certo calor em meu corpo. Eu senti cada pelo de meus
braços se ouriçarem levemente.

—Que bebida é essa??

—Diabo Azul misturado com algum ingrediente que a casa não conta, mas relaxa
isso é somente um estimulante. —Mila diz rindo.

Não demora muito para o palco ser tomado por fumaça, e a música rola solto
enquanto homens perfeitamente sarados e lindos entram no palco em um estilo
como eu nunca vi.

—Eles são os criados do Sr.Êxtase.— ela aponta para eles e vejo que sua boca está
cheia d'água.

Os criados nos serviram por quase duas horas e eu já estava ficando entediada
pois já passava da meia noite e nada desse tal Êxtase aparecer.

—Quando que ele vai aparecer? Quando eu estiver bêbada??— questiono meio
nervosa.

—Ele sempre aparece na hora certa! Calma! Vai dar uma volta, conhecer os
ambientes e eu fico aqui.
Ouvi seu conselho e fui. Andando por vários ambientes percebo que aqui não é
somente uma boate comum, em um espaço mais privativo ao passar por uma porta
totalmente preta, percebo que além de boate é uma casa de Swing. O que mais me
atraiu foi o quarto aquário e pude ver com clareza um pau de pole dance. Nunca
dancei, mas eu pude me imaginar ali, enquanto todos me assistiam. E com esse
pensamento saio um riso meio que malicioso de meus lábios.

Voltei para a frente do palco em posse de mais uma bebida, me aproximei de Mila
que estava se deliciando no corpo de um boy , ele estava com um ereção
maravilhosa por baixo de sua calça de couro enquanto Mila deslizava sua língua no
abdome sarado do rapaz, que assim que me vê, morde os lábios e em um
movimento sexy com a língua me convida para seu corpo , a qual eu nego. Mesmo
porque o que mais me atraiu nele foi seus olhos que são castanhos claro, que ficou
bem mais marcado por causa da máscara preta que ele usa em seu rosto.

Eu já estou entediada , a boate está tão lotada que eu mau posso me locomover
decentemente. E meu corpo pegando fogo, eu estou a ponto de possuir o bombeiro
sexy que está andando no meio das mulheres. Olhei para o copo com a bebida azul
cintilante em minha mão e o deixei na mesa mais próxima que eu vi.

—Eu sabia que ia me arrepender!— falo olhando para o celular e é quase uma hora
da manhã.

Mau acabei de fechar a boca, a iluminação que já estava agradável ,quase cessou,
deixando somente as luzes azul claras do palco acesas enquanto vapores de
fumaça saíam a todo momento das laterais, fazendo um nevoeiro intenso.

Meus olhos se prenderam a luz que vinha do fundo do palco. E nem um momento
eu sinto eles piscarem, estou esperando para ver o que irá acontecer.

E não demorou muito, um sombra alta e máscula surge no meio do nevoeiro, os


ombros são fortes, ele vem andando lentamente por um momento eu achei que
estivesse tendo alguma alucinação por causa da bebida,esfreguei os olhos, e então
vejo que em seu rosto está coberto por uma máscara branca, o que diferenciava
dos criados que logo vinham atrás. Nesse momento a boate ficou em total silêncio.

Olho para os lados, as mulheres estão hipnotizadas,e os criados que estavam no


meio delas, simplesmente sumiram, tem os somente que estão no palco.
A cada passo que ele dá, a sombra vai se formando em carne e músculos ,é
impossível dizer se tem algum osso ali. Porque nesse momento meus olhos estão
presos ao V de sua barriga.

Ele esta no palco imóvel por alguns segundos enquanto seus criados o
reverenciam, mas para mim ele está analisando o ambiente . Da onde eu estou
olhando, me sinto como se estivesse parada embaixo de um monumento, o pacote
que se faz nas calças dele é um volume único,que transcende até o tecido jeans
surrado que ele está usando.

Eu sou incapaz de imaginar ver esse homem dançando com essa calça.

—Não lhe disse! —Mila fala ao meu ouvido.

—Ainda não mudou nada, Mila. — falo com os olhos fixos ao abdome que eu
gostaria de deslizar meu clitóris.—Ele ainda nem dançou e acho que nem irá, com
essa calça indecentemente apertada,acho muito difícil.

—É o que você pensa!— diz faceira.

—Essa eu pago pra ver!— tiro uma quantidade generosa de dinheiro e jogo aos pés
dos homem.

—Você é louca de fazer isso! —Mila diz horrorizada.— Nunca ninguém fez isso!—
exclama.

—Sempre tem a primeira vez. —respondo encarando o homem.

—Mas esse é o momento dele sua louca, faz isso de novo que eu tenho certeza que
os segurança nos tira fora daqui.Ele é o único que não se joga dinheiro em seus
pés, porque aqui ele é REI.

—Momento dele que nada, é nosso!

—Vamos, dance! — ordeno e sou capaz de lhe dizer que ele está lendo cada letra
que sai da minha boca.

Sorrio de lado. O meu modo menina má está ativado.


—Dance!— mexo apenas com meus lábios.

Acontece o inusitado, ele escolhe dois de seus criados e aponta para mim.

—Está vendo o que você fez!?— Mila diz chateada e logo percebo que isso é
realmente inusitado.

—Sr.Êxtase quer sua presença no palco!— dois deliciosos pedaços de chocolate


belga de voz forte para ao meu lado. E sem que eu responda algo, sou pega pela
cintura e colocada palco acima.

Estou descaradamente tão safada, que não me importo com a multidão de


mulheres que está assistindo,aliás eu nunca me importei. Eu encaro o pacote do
Sr.Êxtase sem pudor , nem tive curiosidade em olhar em seu rosto, seus olhos, o
volume dele me atrai toda atenção, o abdome cada gomo de músculos são
separados milimetricamente,posso dizer que é uma máquina de prazer, foi feito pra
fazer sexo forte, de uma forma bruta e selvagem.

Onde esse homem estava escondido que não o encontrei? Justo eu que sou
observadora ao extremo.

Ele toca meu queixo me fazendo olhar em seus olhos. Mas são teimosos descem
para seu peitoral forte. Sem que eu perceba ,estou sentando em uma cadeira,e ele
pega todo o dinheiro que joguei em seus pés e joga no meu colo. Ele está
sensualmente parado em minha frente quando a música começa a tocar.

—É dominador!— pensei enquanto ele me encarava, me vi aparentemente frágil e


indefesa na frente do paredão.

Bom é o que deixei ele pensar.

Mordo os meus lábios. Quando ele começa a dançar, e como dança bem! A calça
jeans embora justa ao seu corpo,não impede de fazer nenhum movimento. Ele faz
com maestria,com prazer e cada vez seu volume vai ficando mais generoso. E
quando está em um tamanho em que eu acho que não tem como ficar mais , ele se
aproxima e eu seguro no cós de sua calça e ele faz movimentos de vai e vem em
meu rosto,eu pude sentir a potência de seu corpo.Sorri e deixei minha babá molhar
a braguilha de sua calça.
—Eu sei qual é o seu jogo! Você está acostumado a ter calcinha aos seus pés, mas
a minha você não terá. Porque aqui eu mando. — falei a mim mesma, mas se ele
mergulhasse no meio de minhas pernas, iria encontrar uma inundação de desejo.

Fui engatinhando até seus pés,os seus criados quando foram a me deter, ele fez
sinal que não. E comecei o meu show,nunca tinha dançado para homem nenhum,eu
sempre tive homens dançando para mim, mas hoje eu farei com prazer.

Selvagemente eu o sentei na cadeira,e em posse de minha bolsa eu tiro meu


chicote, e estou disposta a fazer ele ter o momento mais louco da carreira artística
, eu vejo seu olhar surpreso. Sentei com vontade na sua ereção enquanto eu
dançava em cima do seu colo,e quando ele ia colocar as mãos em meu corpo, o
meu chicote estalava no chão. As mulheres foram ao delírio ao verem o famoso
Sr.Êxtase sob meu domínio,excitado,ofegante, teso.

Eu posso ver com clareza os seus criados se tocando e me olhando com desejo.
Mordi meus lábios sensualmente ,levantei do colo do sr.delírio com aplausos de
toda a mulherada ,enquanto ele ,retomou o palco praticamente transando com o
próprio corpo.

Desço do palco e nunca me senti tão molhada na minha vida.

—Belo Show! Arrasou! —Mila diz me entregando uma taça de drinque.

Eu estou ofegante, suada e extremamente excitada. Pego meu celular e são quase
02h30 da madrugada.

—Acho que por hoje já chega! Temos que trabalhar amanhã Mila.

—Já chega? Como assim?Ainda nem começou!! Esqueceu que ainda tem o
sorteio???

|Capítulo 04|

Com tudo que aconteceu a minutos atrás, até me esqueci do sorteio. Eu ainda
estou ofegante, e o cheiro delicioso da pele do Sr.Êxtase ainda está em meu rosto
desde do momento em que ele se esfregou em mim. Ele é gostoso, sabe o que
faz,seu jeito o mostra bastante experiente, nem consigo imaginar como ele deve
ser na cama, de todos os gogo boys que eu já vi, ele sim é o Rei, aquelas veias
descendo no pé de sua barriga ,faz minha boca até encher d'água.É uma perdição.

Sorri maliciosa ,e desperto quando recebo um cutucão de Mila minha costela,o


show dele já tinha terminado e quando olhei ele já estava se retirando do mesmo
jeito que entrou, em meio a fumaça. Seus lacaios a partir de agora tomaram conta
do palco que estava forrado de calcinhas nos agraciando com um show que agora,
está bem mais indecente. Eles estão excitados e suados. Realmente a Blue Devil ,é
única. Se eu fosse levar pela fachada discreta, nem passaria pela minha cabeça
entrar aqui!

—Bela, o sorteio é agora! —Mila diz com os olhos vidrados no telão do palco. —
Odeio que me chame de Bela. É meigo demais. — resmungo revirando os olhos e
deposito um pouco da minha atenção no telão que estava prestes a anunciar qual
número seria o premiado.

A boate toda está em um silêncio total, ouve -se agora somente alguns gemidos
vindo dos quartos dos Swing.

—0645 .— anuncia.—O número sorteio é o 0645!— a voz forte de uns dos criados
êxtase, acaba de anunciar. Olho para o lado todas olhando para seus pulsos, umas
decepcionadas e outras ansiosas, e eu sugando minha bebida no canudinho.

—Droga não sou eu! —Mila resmunga.

—0645.— ouço mais uma vez.

—Vê se não é seu número Bela! —Mila me parece bem apreensiva e de tão ansiosa
ela pega o meu pulso e grita eufórica.

—0645!!! Aqui, é ela!! —minha prima doidinha grita levantando o meu braço fazendo
todas as mulheres me olharem. —Que sorte essa sua amiga! Ahh infelizmente vou
ter que voltar sozinha! — faz beicinho.—Só que não, já escolhi meu boy!— diz
rindo,safadinha.

Por um momento entro em choque. Eu não esperava que iria ser logo de primeira.
Ou é muita sorte ou azar. Mila disse que ele é destruidor.
—Moça por favor me acompanhe.— um homem extremamente musculoso toca em
meu ombro.

—Não posso passar o sorteio para minha amiga!?— questiono pois eu sei que
Sr.Êxtase é o sonho de consumo dela.

—Não, é intransferível, deveria ter lido o regulamento pelo site ,moça! Me


acompanhe! — o homem mascarado fala forte.

Eu me calo e como não tem saída, a gente derruba esse gigante.

O homem com a pele bem bronzeada caminha na minha frente com passos fortes,
e eu vou seguindo , estudando seu corpo musculoso. Convenhamos não é
pessoal!? Estou em uma boate que praticamente é uma casa de orgia , eu não vou
ficar igual santinha, já venho mascarada para que ninguém saiba quem eu sou
mesmo, e então eu posso ser o que quiser e olhar pra onde bem entender. Quando
o sol nascer eu sou outra mulher. Acredite.

—Entre aqui e aguarde as instruções!

—Instruções do que?— penso comigo.

—Aguarde!— diz sério.

É impossível não parecer sarcástica agora! Que instruções são essas?? De como
fazer eles não gozarem com menos duas cavalgadas???

Entrei. A sala é toda de vidros escuros e tem um pau de pole dance, e eu sei que
estou sendo observada, eu sinto, e não gosto dessa sensação de jogo invertido. Me
nego a sentar na cadeira que está bem no centro da sala, me sinto a todo momento
que a porta que está a minha frente, irá se abrir e entrar um agente do FBI me
acusando de algum crime, pois eu me sinto na sala de interrogatórios.

—Pra que tanto mistério!? Pra vinte minuto no máximo de sexo!? — esbravejo
baixinho.
—Eu preciso mais do que vinte minutos! — já informo e agora em alto e bom som. —
Vinte minutos não vale meus oitocentos dólares ( cara de pau essa minha, ganhei o
ingresso de presente da Mila), se for menos do que isso quero meu dinheiro de
volta, porque é propaganda enganosa!— informo também em alto e bom som, pois
eu sei dos meus direitos de consumidor.

—Vire-se! — uma voz máscula que eu sei que está modificada , se ecoa na sala.

Reviro os olhos. Me viro.

—Agora feche os olhos.— eu fecho e ouço a porta se abrir.

Eu sinto o cheiro dele enquanto ele caminha para minha direção,é extremamente
agradável ,excitante. Cheiro de alfa que passa credibilidade, mas que ao mesmo
tempo de matador. Que faz gostoso,destrói. Eu seria capaz de me casar com esse
cheiro e ter orgasmos intensos.

—Shiiiu. — sussurra bem no pé do meu ouvido.E que sussurro..

Sinto colocar as vendas em meus olhos.

—Essa faixa ficará com você a noite inteira, nunca a retire ,entendeu ?— balanço a
cabeça concordando,porque sou obediente.

—Agora dance para mim! — fala no sussurro.

—De olhos vendados?

—Sim.

—Ô garoto estou com salto vinte, consegue entender o que causaria um torção no
pé??

Ele não me responde.

—Dance!— ordena. E eu sinto que estou pagando com a mesma moeda.


—Você não quer seu prêmio? Dance,e me encontre na sala, que eu serei seu por
uma noite, e ainda aos vinte minutos eu ainda estarei beijando essa sua boca!—
fala somente no sussurro.

—Dance!— exige mais uma vez.

—Mas do que vinte minutos??— questiono..

—Muito mais!

—Uma hora? Até minhas pernas adormecerem??

—Até você pedir pra parar e gritar pelo meu nome!

—Qual seu nome? — questiono.

—Seu desejo..—sussurra.

Merda, vou ter que dançar ,muito tentador e bom de lábia esse diabo! Mas ele vai
se arrepender.

Mordo meus lábios vagarosamente, e sinto ele se afastar de meu corpo. Mas o
cheiro dele, está sendo como um feromônio,eu consigo seguir qualquer movimento
que ele faça somente pelo seu cheiro.

Serei teu pior pesadelo essa noite! Sussurro.

Sensualmente eu ameaço de tirar meu vestido. A risadinha de menina inocente e


safada não pode faltar. Eu sinto seu cheiro.Delicioso e embriagador.

Me apodero do pole,e com movimentos sensuais eu o seguro como se fosse meu


único fôlego de vida.Com força ,desejo e vontade.

Deixo-me envolver pela música, transo com cada palavra ,descendo e deslizando...

—Me encontre!—ouço seu sussurro grave


Deslizo mais uma vez no pole e em cada vez vou ficando mais excitada e exibida.
Faço um vai e vem e posso dizer que o que sinto agora nem se fosse com meu
brinquedinho eu não estaria sentindo igual. É maravilhoso..

Me inclino de costas e rebolo vagarosamente aos poucos até sentir o chão em


meus joelhos e é nesse momento que eu vou de gatinho até ele. Mesmo com olhos
vendados eu sei muito bem onde encontra-lo.

" Eu sinto teu cheiro."

Ainda ajoelhada ao seus pés. Deslizo minhas mãos subindo lentamente pelo seu
corpo e sinto aquele volume , teso, duro, embaixo de sua calça jeans. Impossível
não babar nessa peça. Começo a conhecer seu corpo com as pontas de meus
dedos, sentindo cada veia grossa que eu sei bem o caminho que elas irão me levar.
A perdição ou então á uma cadeira de rodas.

"Eu quero tanto!"

Gosto da sensação de explorar o desconhecido, não enxergar o que eu tanto quero.


É quente, picante, sexy...

Por um momento ele respira fundo e sua respiração vai ficando cada vez mais
curta. Ofegante. Ele já não diz mais nada, e pelo que me parece está se entregando
facilmente.

Sinto algemas em meus pulsos e uma bufada e logo ouço dizer.

—Achou o que??Pensou que seria tão fácil,sua diaba?— rosna baixinho


praticamente.

—E você quem você pensa que é? Vinte minutos de prazer?

—Sua noite inteira!— diz e sou jogada em seus ombros, algemada e com olhos
vendados.

Ele me carrega em seus ombros como se eu fosse um papel, nem reluto , estou
gostando da sensação. O lugar que sinto que ele está me levanto há um cheiro
suave de morangos com champanhe, que se mistura com outras bebidas, está
vazio e posso ouvir somente seus passos rápidos e fortes.

Logo ouço um barulho de chave ,abrindo a maçaneta e sua voz logo dizendo.

—Hotel Four Seasons.— diz enquanto descemos alguns degraus .

—Sim senhor!— a pessoa responde e agora sei que é o motorista.

Eu sinto um frio na barriga. Tá, está bem, eu admito.. Estou com medo do estrago
que possa vir acontecer, eu trabalho no primeiro horário de segunda-feira. Mas ele
também sairá no prejuízo, ô se vai!

[...]

Não sei dizer por quais ruas passamos, e por qual entrada do Seasons que
entramos e muito menos sei dizer a qualidade do quarto. O tempo todo ele me
carregou no colo, e agora estou sentada em cima de uma cama confortável.
Enquanto ouço ele mexer em algumas coisas.

Ouço passos bem próximos a mim, até que toques suaves, que eu sei que são da
ponta de seus dedos deslizarem na minha panturrilha até chegar nas minhas
sandálias. E ele as tirou de uma forma cuidadosa, o que me surpreendeu. Me
lembro muito bem dos movimentos bruscos dele dançando no palco.

"Ixi deve ser do estilo romântico! Pensei...

Como disse, só pensei, até que após tirar minhas sandálias eu senti meu vestido se
partir em dois em somente em um puxão.

—O que você acha novinha?Achou que poderia chegar na minha boate e querer
foder com minha noite?— rosna enquanto eu sinto ele morder o tecido de minha
calcinha.

-Oh My God! — estremeço. Estou suada.. Que vergonha, ele é um selvagem.

—Não! Um banho! — aviso quando eu sinto que ele está prestes a me chupar. Ele
nem me ouve, a calcinha nesse momento vira em pedaços e antes que eu entenda
a situação eu sinto sua língua me invadir, de uma forma bruta, faminta, acho que a
qualquer momento ele irá tirar um pedaço.
Ele esta me comendo com a língua,e sem poder toca-lo,tento segurar em seus
cabelos,o que foi em vão, quanto mais mexo com minhas mãos mais as algemas
se apertam... Eu preciso contribuir, provocar impacto. Ele percebe e, nesse
momento, mesmo estando com a boca na minha intimidade, ergueu meus quadris
e chupa com ferocidade.

Com uma força bruta, que eu estou começando achar que esse cara realmente está
possuído, ele me vira me fazendo ficar de quatro e ouço quando ele tira o cinto de
sua calça. Ai meu Deus, é agora! Pensei e quase chorei ao mesmo tempo, não
pelos olhos é claro, um pouquinho mais pra baixo.

Ele alisa meu bumbum e quando menos espero,recebo uma espalmada e antes
que eu diga um" Ai", eu sinto ele prendendo minhas pernas com seu cinto. Laçou de
forma violenta, que eu sei que ficará marcas.

Por alguns segundos ele se afasta de meu corpo, e quando volta um líquido gelado
joga em minhas costas, o que me fez arquear mais minha coluna e
consequentemente empinar mais minha bunda como uma oferenda.

Ouço sua respiração forte, de macho dominador. E quando recebo uma leve
mordida em minha orelha, me viro o pegando de surpresa e laçando minhas pernas
no seu pescoço, ele me segura, suas mãos embora sejam fortes no aperto, o tato é
fino, leve e suave. Mau se sente.

O filho da mãe é uma máquina de foder.

—Quem manda! — ele sussurra.

—Eu mando.— e sou eu mesmo.

—Quem manda? —repete mais uma vez.

Sou eu .— respondo

— Eu paguei por você.Você irá fazer tudo que eu mandar!—minha voz saiu em um
gemido.
E por um momento ele se cala.Retira o cinto das minhas pernas e ouço ele tirando
sua calça. Logo dá pra se ouvir ele abrindo a embalagem do preservativo."É
AGORA!" Pensei,já sentindo um monstro deslizar no meio de minhas coxas,
babando, pulsando e não me parece nada calmo.

Suas mãos passeiam pelo meu corpo de um jeito como se ele quisesse explorar
cada canto, sua boca e mãos quando toca em meus seios, trabalham em um
conjunto perfeito. Que enquanto ele suga um , seus dedos brincam com o outro
apertando meus mamilos tesos. E no meu centro,com seu corpo ele faz pressões
leves. É excitante.

Tento passar a mão pelo seu rosto, mas sou impedida. Ele se acomoda no meio de
minhas pernas e sem que eu implore por misericórdia eu sou invadida de um jeito
violento , que doeu mas ao mesmo tempo foi prazeroso,meu corpo certamente não
está acostumado com algo tão grande e grosso.

Eu vou precisar de uma cadeira de rodas, certeza!!!

Sua respiração esta rápida, eu sinto seu corpo molhar o meu com o suor. Mil
sensações tenho em cada ponto de meu corpo. Me sinto indefesa estando
algemada, mas mesmo assim eu consigo um jeito que posso prender seu corpo
junto ao meu e assim ter um pouco de controle.

Sintoo as suas mãos me apertarem com força a todo momento, sua boca grudada
em meu pescoço ,mordendo, chupando e deslizando a língua.

—Deixe-me cavalgar em você.— minha voz sai em um sussurro.

Ele nada diz, somente se movimenta em um ritmo frenético me levando ao ápice


do meu orgasmo. Eu estava prestes a gozar quando que de uma forma brusca do
mesmo jeito que ele começou ele retira seu sexo do meu. Resmungo e sinto todos
meus músculos se contraírem. Mesmo com minhas mãos algemadas eu consigo
tocar minha intimidade de uma forma prazerosa. Até que sinto suas mãos
deslizarem em minhas pernas de uma forma suave, começando pela coxa até na
ponta de meus pés.Meu corpo que já estava arrepiado, se tornou mil vezes mais.
Arqueio minha coluna quando sentindo sua boca beijando cada centímetro
Rebolo meu quadril quase implorando para que ele me penetre
novamente.Ajoelhado ainda na cama, ergueu meu quadril segurando-me pela
cintura e ele impulsiona meu corpo junto ao seu , com toda a força. Grito de prazer,
nunca imaginei que um sexo às escuras seria maravilhoso.

Com uma mão enquanto ele segura , a outra ele faz movimento em meu clitóris,é
impossível uma pessoa ser tão bom de cama quanto ele. Com um impulso mesmo
algemada eu consigo sentar em seu colo e prender seu pescoço no meio de meus
braços e só assim eu consigo retomar o controle da situação.

Cavalgo de uma forma incontrolável, ele abraça meu corpo de uma forma
possessiva impulsionando-me contra seu membro, sinto sua respiração no meu
pescoço e ouço gemidos baixinhos.Meus gemidos nem mais controle consigo ter.
Me entrego ao prazer.

—Diaba!—sussurra dando tapas em meu bumbum.—Você é gostosa demais.— ouvir


isso me estimula e cavalgo em um ritmo muito rápido.

Vencida pelo cansaço, deito de bruços quando sinto ele se encaixar em meu corpo,
segura meus cabelos de um forma máscula ,mas sem dor. Ele respira como um ser
selvagem e descontrolado.

Mete em um ritmo alucinante, agarro os lençóis e levo até minha boca.Não quero
ter o desprazer de ter alguém ligando reclamando do barulho. Gozo
exageradamente, e logo em seguida em um urro gutural ,ele investe mais um pouco
e sinto que ele chegou no seu clímax.

Estou mole ,cansada e suada. Ele se levanta e quando volta, beija minhas costas
,mexe em meus cabelos e sinto limpar o suor de meu rosto.

—Isso é só o começo, uma leve amostra,bem vinda ao mundo do êxtase.!— ouço


sussurrar em meu ouvido e logo o cansaço me domina completamente.

|Capítulo 05|

Acordo extremamente dolorida,a claridade do sol que entra pela janela faz-me
perceber que meus olhos não estão mais vendados. E isso me causa um certo
desespero achando que minha mascara não esta em meu rosto,com pressa coloco
as minhas mãos,para um alivio está e bem presa. Respiro aliviada e olhe
diretamente ao travesseiro ao meu lado,me surpreendo está minhas algemas,
chicote, a venda e um botão de rosa azul.

Me levanto rapidamente, sento na cama sinto e vejo o estrago que foi feito no meu
corpo, lembro muito bem que por um momento eu fui vencida pelo sono e logo
depois eu acordei com Sr.Êxtase me possuindo mais uma vez de um jeito
selvagem, sexy e gostoso. De uma forma bruta mas sem dor. Somente me dando
prazer.

Mas agora sinto que como se estivesse jogado um vidro de pimenta mexicana em
minha partes íntimas. Abro as pernas e vejo que estou toda vermelha e inchada.
Dou risada, mesmo porque eu sei que ele também saiu com escoriações. Eu o usei
muito bem usado.Troca com troco,bateu levou.

Olho a extensão do quarto e vejo quão luxuoso ele é, eu sempre vive no conforto,
mas esse quarto que estou nem se compara ao hotéis a qual eu viajei com meus
pais. Me enrolo no lençol e vou até a sacada, a vista que eu tenho é privilegiada
para o Central Park. E eu achava que a vista do meu apartamento fosse boa.... Mas
por olhando esse angulo é espetacular.

Na sacada tem um mesa farta de café da manhã, um prato está servido e de cara
percebi que era o lugar onde Sr.Êxtase se sentou para se servir. Sento , me sirvo e
devoro. Estou faminta.

Satisfeita vou para o banho, o banheiro é todo de mármore e espelho por todo
lado,com visão também para toda Nova Iorque, me pergunto se ele dá esse
tratamento VIP a todas as suas premiadas. Posso ver meu corpo em todos os
ângulos, está todo marcado com chupadas,principalmente os seios que ele chupou
de uma forma gananciosa e prazerosa.

Tomo um banho revigorante e só ai que me lembro que ele partiu meu vestido em
dois, gelo. Pego um roupão que contém as inicias do hotel bordado em dourado e
me visto, já pegando meu celular pra ligar para Mila ,até que eu vejo uma caixa
preta com laços azuis em cima de uma poltrona e em cima um cartão.

"Desculpe-me pelo vestido,não tive paciência de tirar com carinho.


Pensei que Chanel branco ficaria perfeito em você!"

Com Tesão Sr.Êxtase

P:s Use sem calcinha é melhor..

Termino de ler o bilhete ,abro a caixa e fico surpresa com o belo tubinho branco,me
vesti e caiu perfeitamente em meu corpo. Me peguei com um sorriso nos lábios
quando me olhei no espelho,realmente ele tem razão, Chanel branco me cai muito
bem!

Passo a mão em minhas curvas, sento a cama e calço minhas sandálias. Visualizo
o cartão do quarto em cima do criado mudo ,pego-o e vou para a recepção com um
frio na barriga, se realmente o quarto está ou não pago. Quase roí minhas belas
unhas,enquanto o concierge acessa o sistema. Felizmente tudo pago, e para minha
surpresa até o motorista do hotel está disponível para me levar até minha casa.
Pelo menos o Sr.Êxtase, é com certeza um cavalheiro tudão da porra.

Saio do hotel dolorida e leve, chegando no edifício onde eu moro, quando dou meus
primeiros passos no saguão, meu celular toca. Pego e vejo que é meu pai.

—Oi pai, tudo bem?— falo animada e muito animada eu não poderia estar de outro
modo.

—Sim filha e você ?— ele pergunta do seu jeito sério.

—Ótima!— sorrio.

—Liguei ai na sua casa, você não atende, onde estava?

—Eu estava na missa papai,por isso que o senhor ligou e eu não atendi.

—Essa é minha garotinha!!— diz com orgulho mau sabe ele onde foi minha missa.

—E a mamãe como está ?

—Está bem, viajou para a casa da sua tia Judite no Paraná.

—Que bom, saudades do bolo da tia Judite.


—Você está namorando??— ele me surpreende com essa pergunta. O que deu nele
nunca perguntou?

—Paaaii, sabe que não!— fico nervosa.

—Calma, só te fiz uma pergunta! Mateus ainda pergunta muito de você.

—Pai eu não acredito que o senhor está pegando informação pro Mateus?! —
esbravejo.

—Ele mudou filha, se demostra muito arrependido do que fez com você.Ele é um
bom rapaz!

É porque você não sabe o jeito que ele fica quando fica bêbado... Pensei.

—Não quero mais saber dele pai, e pare com essa insistência de falar dele.

—Você se precipitou em larga-lo,ele é uma das família mais poderosas daqui do Rio
filha, você se tornaria uma mulher forte na sociedade.

—Como sempre não é pai?! Sempre pensando em elevar o nome Fortis, eu não
quero saber dele pai, entenda e respeite a minha decisão.—fico muito nervosa.

Logo meu pai mudou de assunto e quando não tinha mais o que dizer,encerramos a
ligação. Joguei o telefone em cima do sofá enfurecida lembrando do assunto bobo
do meu pai. Será que ele não lembra tudo que o Mateus fez a mim? Será que ele
não lembra que Helen e ele estavam transando na nossa cama de casal,da nossa
futura casa?? Inacreditável tudo isso que eu ouvi.

Segui para meu quarto e tirei com cuidado meu novo vestido, caminhei até meu
closet e pra refrescar a cabeça, tirei minha maquiagem, cuidei de minha pele, e
passei uma máscara hidratante em meus cabelos e uma argila verde no rosto.
Observo minhas unhas enquanto passo a argila em meu rosto e vejo o quanto que
já estou enjoada desse esmalte vermelho, então pego meu cestinho de esmalte e
escolho Nuvola Rosa da Chanel, um rosinha claro bem inocente.Pois é assim que
estarei no meu primeiro dia de assistente Ferrazi.
"Preciso estar bem apresentável amanhã para meu primeiro dia de assistente de
Victor Ferrazzi"

[...]

|Capítulo 06|

[...]

Então ,é segunda feira e é meu primeiro dia de assistente de Victor Ferrazi e estou
só o bagaço, isso é tudo que sobrou de Isabela...

Estou petrificada, e isso me faz sentir uma vítima da medusa. Mau consigo abrir a
boca, acho que não foi uma boa ideia dormir com a argila no meu rosto,só espero
não ter dado nenhuma reação alérgica pois não quero chegar no meu primeiro dia
na Ferrazzi parecendo o Smeargle o Gollum do filme "O Senhor dos Anéis."

Quanto aos meus cabelos, puf, prefiro nem comentar. Estou parecendo a medusa...

A única coisa que me lembro é que quando eu terminei de passar esmalte em


minhas unhas, bebi uma taça de vinho, e deitei de barriga pra cima com os braços
abertos com as mãos apoiada cada uma em cima de uma almofada para não
estragar minha obra de arte. Elas estão lindas, porém meu corpo está pela
misericórdia divina.

Agora que sinto as consequências do prazer intenso que tive com o deus do sexo.
Sinto que fui atropelada por um tourada. Levanto-me segurando minha barriga, me
sinto como se eu tivesse feito uma intensa sessão de abdominais ou talvez uma
cesariana,pois o jeito que estou andando agora, é o mesmo que eu vi minha tia
andar quando a Malu nasceu.

Vou para o banheiro praticamente no arrasto, fiz todas as orações para que meu
rosto estivesse normal após tirar a argila,felizmente estou com a pele igual de bebê
e coçando pra variar,sigo para um banho e travar uma batalha contra meu cabelo
que está só no embaraço. Isso vai levar um bom tempo. E ver a situação dele, me
faz bufar em frustração ,eu queria meus cachos no meu primeiro dia de Ferrazi,
eles são minha marca registrada.
Minha nossa senhora das virgens falsificadas! - falo olhando para o relógio de
parede assim que saio do banheiro,não foi uma boa ideia ter passado muito tempo
escovando os cabelos.

No desespero, rapidamente entrei para o closet, escolhi uma calcinha short para
não marcar o vestido tubinho preto que escolhi usar com um blazer da mesma cor
e para finalizar uma boa maquiagem somente para realçar os pontos mais fortes e
para disfarçar algumas imperfeições.Hoje é dia de se fazer de boa moça.

Me olho no espelho satisfeita com o resultado,até que meu celular toca sem parar.
Pego minha bolsa e o atendo.

—Cadê você sua louca?- a voz da Mila soa furiosa.—Esqueceu que combinamos de
irmos juntas, já que meu trabalho é próximo do seu ?!Eu não posso me atrasar e
muito menos você já que é seu primeiro dia!—me passa um sermão e logo em
seguida ouço ela dizer.—Que coisa boa hein "princeso", ô lá em casa.—ouço ela
dizer para alguém com a voz mais safada, com certeza deve estar mexendo com
algum morador do edifício.

—Bom dia George!!! —falo o suficiente para ele escutar e vejo ele sorrindo vendo
meu desespero tentar correr com saltos finos.

—Bom dia Bela! —saúda como sempre animado.

—Bom dia Mila!-—falei jogando minha bolsa no banco traseiro.-—Acredita dormi


feito uma estátua e por um fio não acordei atrasada!—gemo quando eu sento estou
dolorida.

—Percebi mesmo!—diz reparando minha roupa.—Parece que você não está se


sentando a vontade.—ela diz com um sorriso maléfico nascendo nos lábios.—E ai
como foi com o Sr.Êxtase?—questiona curiosa.

-Nossa, ele realmente é um cavalo na cama, que pegada, que pau gostoso...—digo
com a boca cheio d'água e ainda sentindo ele em mim.—Acho que irei senti-lo por
uma semana, foi a noite toda Mila, sabe o que você ser vencida pelo cansaço e
depois acordar com algo te invadindo violentamente...—falo e me vejo toda
arrepiada.
—Sei sim,foi isso que aconteceu comigo quando passei a noite com os lacaios do
Sr.Êxtase,mas então você viu o rosto dele pelo menos?-Mila questiona curiosa.

—Não ele não deixou nem ao menos tirar a venda de meu rosto, mas o corpo dele
em cima do meu foi surreal Mila, olha que eu seria capaz de patentear o pau dele, o
cheiro dele em meu nome. —falo rindo mas ao mesmo tempo sério.—E também
não tive interesse nem curiosidade ver o rosto, seria estranho esbarrar com ele na
rua.

—Nossa hein que quente, vi mesmo o jeito que você está andando,disfarce pelo
menos.Eu que fiz com dois não estou como você..—Mila fala sem nenhum pudor e
ainda zomba de minha cara.

—Com dois Mila ??—falo admirada.—Eu vi você saindo somente com um!!

—Sim, com dois.-afirma.-Eu estava saindo somente com um,mas quando eu passei
pela porta, vi um baita de um chocolate belga, não aguentei tive que levar junto,deu
trabalho mas dei conta..—diz rindo.—Mas estou com o pressentimento que você
perdeu a virgindade Isabela..-ela gargalha alto ao falar do meu jeito,dolorido.

—Olha, nem quando eu fiz pela primeira vez eu senti tanto como agora,estou
acabada ,destruída e horrorizada por gastar meu dinheiro assim....—dou risada
lembrando no momento em que senti a anaconda deslizando em minhas pernas.
Mila sorri.

—Sei, eu disse que você não ia se arrepender, nesse final de semana tem mais Blue
Devil,vamos??

—Vamos,quem sabe seja você dessa vez!—digo ajeitando meu blazer em meu
corpo.

—Quem sabe.-responde rindo como sempre.—Mas agora você nem parece aquela
mulher sexy dos finais de semana a qual eu estou acostumada, parece uma virgem
com essa maquiagem rosinha.—diz rindo e quando vê minha unhas o espanto é
grande.
—Meu Deus, você tirou o vermelhão.—ri bem alto.—Você leva a sério mesmo essa
história de assistente, está parecendo uma mulher de negócios, ainda mais com
esse óculos de grau que te fazer parecer uma nerd toda santinha.—dou risada, essa
é a impressão que quero passar e acho que é assim que deve ser no ambiente de
trabalho.—Quem não te conhece que te compre não é Isabela?

—E você não? Toda ai engomadinha,quem vê acha que é uma advogada super


séria! - falo olhando ela vestida toda de social.—Estou vestida a caráter para o
trabalho Mila, não pra putaria!—gargalho.

—Essa não sou eu Bela,um dia irei abandonar minha carreira jurídica e abrir minha
própria boate e vou parar de usar essas roupas que não combina comigo!—
gargalhamos alto enquanto o trânsito fluía na Central Park West, eu sempre fico
encantada ao passar por essa avenida. Mesmo morando aqui a quase nove meses,
faz muito tempo que não venho ao zoológico e também visitar a estátua do
cãozinho Balto,que foi meu desenho preferido quando criança. Sempre me
emociono quando assisto.

—Almoçamos juntas,tem um restaurante italiano perfeito aqui perto? —Mila diz


enquanto para o carro em frente ao prédio da Ferrazi.-Eu passo pra te pegar e já
compramos o ingresso do próximo final de semana!

—Sim,combinado.Eu te ligo!—digo saindo do carro e olhando para cima e vejo que o


prédio não tem nada a ver com o outro onde foi marcado minha entrevista.

Eu achei que fosse tipo,um galpão com vários caminhões, homens suados
carregando cargas, etc.Mas não, é bem diferente das transportadoras a qual eu
estou acostumada a frequentar quando eu visitava empresas com meu pai, eram
grandes galpões e a empresa ficava logo a frente, era dois andares onde se
dividiam em baias e a diretoria normalmente ficava no segundo andar. Esse
Ferrazzi é diferente mesmo...

—Tchau,Bela —ouço Mila me cumprimentar e logo em seguida sair ao trânsito a


fora.

Ok, ok, tudo bem. Eu odeio primeiro dia de trabalho.É como se fosse entrar no
primeiro dia do colegial, nunca se sabe como você vai se sair,quem será seu
parceiro, quem é a falsiane ... Respiro fundo, esse é meu primeiro emprego com
carteira assinada por outro empregador a não ser meu pai, antes eu trabalhava na
empresa da família.

Ajeitei meus cabelos,e pelo reflexo do vidro da porta conferi meu visual,ergui a
cabeça e entrei para o saguão que é muito mais do que eu esperava, me sinto
dentro de um shopping center. Vários olhares se voltaram para mim.

—Você deve ser Isabela!? —uma moça de sorriso fácil se aproxima de um jeito
extrovertido e me parece muito empolgada.

—Sim,sou.Como você sabe? —questiono sorrindo discretamente.

—Putz, me desculpe,a Beatriz do RH me pediu para te esperar aqui na recepção, te


reconheci pela sua foto do crachá, que ela pediu para lhe entregar.Prazer meu
nome é Bianca.E seremos parceiras de trabalho.

—O prazer é meu!! —digo pegando meu crachá de suas mãos e o colocando em


meu pescoço.

—Nossa você é linda!—diz reparando minhas roupas e meu cabelo.—Bem que


Beatriz comentou...

—Obrigada,você também ..—agradeço e fico pensativa tentando entender o porque


que fui assunto dessas duas.Mas Bianca me parece uma menina legal.

—Você está ansiosa? —me questiona empolgada.

—Quem não fica?—respondo a acompanhando para o elevador.

—Olha eu vou te orientar tudo que for preciso para trabalhar para o senhor Victor
Ferrazzi. Mas vou te avisando, não é nada fácil trabalhar pra ele, super exigente,
chato, perfeccionista e super mau humorado.A última moça que trabalhou para
ele,pediu as contas nas primeiras duas semanas.

—Nossa,então ele é meio rapadura então?

—Meio,ele é a rapadura toda!—afirma sem olhar para mim enquanto confere alguns
papéis em suas mãos.
—Ah,estou acostumada, meu pai era assim quando eu trabalhava para ele, então,
sei bem como lidar com "patrões"com esse perfil!—dou um leve sorriso olhando
para baixo já que o elevador é de vidro e temos a visão esplendorosa da arquitetura
moderna que é o prédio Ferrazzi.

—Chegamos!-Bianca diz sorridente assim que a porta do elevador se abre.-Vou te


mostrar todo o andar, estamos no mais alto de todos, amo trabalhar aqui sabia?É
silencioso, e ninguém torra sua paciência.

—Que bom!—respondi sorridente.

—Esta é a recepção Um. Aqui fica a Barbara e a Susan, ninguém sai ou entra sem
passar por elas. E tudo que for direcionado ao senhor Victor passará primeiro por
elas para depois chegar até você.

—Ok.—respondo prestando atenção em cada setor e instrução.

—Aqui é a sala da diretoria, trabalha aqui: Walter,Patrick,Nathan e Arthur o


problemático do nosso andar. E aqui é a baía dos estagiários, e atendentes de
telemarketing.

—Mas por que problemático?

—Ele se acha muito! —percebo um certo ranço nas palavras dela.

—Entendi.E onde iremos ficar? —questiono já que não vejo outra sala para nós, vejo
somente sala de espera, reunião, copa, e outras salas que Bianca ainda não me
apresentou.

Ela me olha e lança um sorriso e caminha para um hall de um sala que contém um
jardim de inverno na claraboia. O lugar é lindo,muito bem projetado,fico surpresa
quando começamos a subir uma escada de vidro que parece estar flutuando o que
nos fez ir para um segundo andar.

—Este é.. hum, digamos que é andar privativo do Victor Ferrazzi, aqui é todo o
espaço é dele,ele nunca anda no primeiro andar em que acabei de te apresentar, e
aquele elevador ali a sua esquerda é de uso exclusivo dele, nem eu e muito menos
você pode usar. Entendeu ?
—Entendi.—respondo admirada.

Estamos no último andar e o cara dividiu o andar em dois só pra ter um espaço
exclusivo pra ele ?? -pensei comigo.

—E ali é a nossa recepção!—diz apontando para "a recepção".

—Que chique. —falo sorrindo.

-Você sempre deve ficar aqui quando ele estiver na sala, para que quando ele
precisar de algo, você esteja por perto.Aqui tem tudo que você precisa,e tudo que
você precisar deve interfonar para Bárbara ou Susan,elas providenciará tudo que
você precisar.

—Nossa , então eu vou fazer o que ?

—Você irá acompanhar o senhor Ferrazzi em reuniões, inspeções,viagens,visitas a


outras filiais,conferir agendar, preparar documentos, etc.—ela diz sorri sorrindo.

—E você? —questiono pois parece que o serviço é só para mim.

—Eu sou secretária do Sr.Marcondes, primo do Sr.Victor Ferrazzi, ai ele é um gato! -


diz sorridente.Só pelo sorriso dela, eu já posso imaginar certas coisas que pode
rolar entre esses dois.

—Então os dois são donos daqui?—questiono curiosa.

—Não,a Ferrazzi transportes é somente do Sr.Victor,ele herdou de seu pai.

—Ata, entendi.—respondi pois já deu pra entender que Victor e Marcondes são
filhos de pai diferente.

—A sala Marcondes é aquele lá no final.-diz apontando. —E a do Senhor Victor é


esse de frente a recepção.Ah, já ia me esquecendo,quando ele não estiver aqui ,
você pode circular à vontade em outros setores, tem uns rapazes lindos que
trabalha aqui.—diz sorridente.
—Humm.—respondo séria mas sorrindo em pensamento. Não me envolvo com
homens no ambiente de trabalho.—E que horas o Sr.Victor Ferrazzi chega? Já são
quase 9:00 da manhã..-questiono olhando para o charmoso relógio na parede em
minha frente.

—Por milagre hoje ele está atrasado.Mas olha leve estas pastas para a mesa dele,já
ligue o climatizador, ele detesta encontrar a sala abafada.

—Tudo bem!—digo pegando as pastas e indo até a sala Ferrazzi.

—Isabela.—Bianca me chama com tom de voz baixo,olho para ela está mais
vermelha do que um pimentão.

—Sim..

—Sem querer ser indiscreta mas já sendo,acho que deveria passar uma maquiagem
nessa sua marca em seu pescoço.—fala com um sorriso super sem jeito.

Me olho no reflexo do vidro e vejo um belo chupão que me lembro muito bem e me
faz até sentir a boca do Sr.Êxtase devorando cada centímetro de minha pele. Mordo
meus lábios e mesmo que eu segure um sorriso safado nasce dos mesmos.

—Ah obrigada Bianca,nem percebi,acho que deve ser uma picada de inseto—falo na
maior cara de pau e ainda por cima bem séria.

Pego as pastas e sigo para o escritório do Sr. Ferrazzi, no momento em que eu abro
a porta o cheiro amadeirado vem ao meu encontro e então vejo que o cheiro bom,
vem de um vidro de aromatizador de ambientes.Tudo muito organizado, nas
prateleiras livro e uma escultura do rosto de Pitágoras,sei que é por causa que o
nome do colégio que eu estudava no Rio de Janeiro, chamava-se Colégio Pitágoras,
então esse rosto ficou marcado em minha memória aprontei muito na época que
estudava lá, sinto saudades..

Coloco as pastas em cima da mesa de madeira, o ambiente daqui se diferencia de


todos do prédio. Parece a sala do poderoso chefão. Mas o que chamou minha
atenção é um poltrona estilo cavalinho ao lado de uma escultura grega que eu não
sei qual é o nome.É incomum em um escritório,é luxuosa,mas eu usaria ela para
outros fins. Dei um sorriso malicioso imaginando quais seria esses outros "fins"que
só de pensar , já fico arrepiada.

Volto para a recepção e Bianca conversa com um homem,muito bem vestido com
um terno que só de ver nota-se que é de algum alfaiate famoso.Ele está de costas
a mim,e meus santos olhos contemplaram o volume de sua bunda por baixo
daquele tecido fino,se a parte traseira tem esse volume,eu já imagino como deve
ser na frente.. Bendito seja o terno feito sob medida. Respirei fundo sentindo o
cheiro do homem maravilhoso, que até então nunca senti cheiro igual e único. Claro
exceto o cheiro do Sr.Êxtase que é único como o dele. Sabe aquele tipo de homem
que só de você ver de costas, sente um calor no meio das pernas?? Pois é, a
sensação que estou tendo agora é essa.

"-Comporte-se Isabela!" —Repreendo a mim mesma.

—Será que é o Sr. Ferrazzi? —falo somente para mim enquanto caminho para ver
seu rosto e Bianca me olha com os olhos arregalados.Caminho sem olhar para o
homem e me aproximo de Bianca no meu modo profissional.

—Bianca ,já estão entregues o que mais devo fazer?

—É...Isabela esse é o Sr.Victor Ferrazzi...—ela diz juntando a boca de lado.

Olho para o rosto do chefe, é impossível não ter pensamentos maliciosos com esse
rosto completamente másculo com a barba por fazer. "Puta que pariu,castigo
demais trabalhar com um homem assim, sorte dele que é meu chefe.."

—Sr.Victor, essa é Isabela, sua nova assistente. Ela foi contratada no lugar da
Maraísa.

Ele me olha com seus olhos verdes penetrantes, e que logo ficam semicerrados
como se estivesse me analisando.E logo franziu a testa e balançou a cabeça em
protesto,como se eu fosse a coisa mais repugnante do mundo.Protesto do que?

Mesmo assim estendi a mão para cumprimenta-lo e ele nem se deu o prazer em
pegar, colocou as mãos no bolso e seguiu para sua sala.
—Ihh,parece que ele não foi com minha cara! —falei para Bianca assim que nós
duas já estava sozinha.

—Ele é assim mesmo,não liga não! Ele está te testando, ele sempre faz isso com as
suas novas assistentes.—Bianca diz sorrindo.

—A é.—respondi com desdém.—Estou nem aí, contando que ele pague meu salário
certinho,ele pode me testar a vontade—dou uma risadinha, mau sabe ela para que
fins vai meu salário.

—Aqui esta a agenda, você deve ir até a sala dele e revisar em todas as manhãs,
nunca espere ele mandar,entendeu?

—Sim,acho muito difícil ele lembrar qual é meu trabalho aqui.—dou uma risadinha já
pegando a agenda que está cravado na capa as inicias V.F. na cor dourada.

Peguei a agenda, ajeitei meus cabelos e o cheiro maravilhoso que se exalaram


deles se misturou com o ar gelado do ambiente. Dou uma leve batida na porta e
entro e o vejo sentado com cara de poucos, e quando ele me vê,apoiou um braço
no descanso da cadeira e me encarou sério.

—Com licença,Sr.Victor.—digo entrando e sentando com dificuldades, estou


destruída por baixo.— Hoje temos duas visitas, a primeira na filial no distrito do
Brooklyn e a outra em Jersey City e,....

O silêncio da sala me incomodou e parei de falar, olhei para seu rosto ele ainda me
encara sério sem ao menos dizer uma palavra. Minha boca secou
instantaneamente ao ver seu olhar autoritário,ele deve ter mais trinta anos,deve ser
casado já que usa uma aliança na sua mão esquerda, e por baixo desse terno com
certeza deve ter um corpo destruidor já que o porte físico dele é forte. Balancei a
cabeça em negação para tentar fugir desses pensamentos e engoli seco.

"Esquece Isabela, é seu chefe e nem pense ter pensamentos bizarros com ele, que
deve ser um nerd, enrustido,frígido, e deve transar com meias e no escuro." Prendi
meus cabelos com a caneta e vi o exato momento em que ele desceu seu olhar
para a marca em meu pescoço. Olhei para a cadeira sexy ao canto e imaginei mil
coisas com esse chefe frígido, nerd...
—Algum problema com minha poltrona senhorita Fortis?—a voz dele chama minha
atenção.

—Não,nenhum...—nego imaginando mil posições naquela cadeira.

—Não é o que me parece.—resmunga.—Olha Isabela, a última coisa que eu preciso


nessa empresa é de assistentes lerdas,se for o seu caso , o RH, fica no terceiro
andar.

—Está tirando conclusões precipitadas Sr. Ferrazzi, a assistente trabalha conforme


o ritmo do seu chefe,então sem querer lhe faltar com o respeito, se o senhor for
lento em suas decisões, certamente atrasará meu trabalho.Por isso estou
esperando o senhor assinar esses contratos para que possamos dar andamos nas
demais cargas que estão paradas no trecho.

—Certo.—diz com um sorriso sério e ao mesmo tempo irônico.

—Mas alguma coisa senhor?—questiono me dando por vencida.

—Vá ao banheiro e passe uma maquiagem em seu pescoço, teremos encontros


com clientes hoje após o almoço, e não quero que você seja o centro das
atenções.Só o nome da empresa que deve ficar em evidência senhorita Fortis,e não
marcas de suas noites amorosas com seu namorado.. —diz olhando em meu
pescoço. Ele parece que fica com raiva o tempo todo.

O encaro já com ranço do jeito irônico que ele está me olhando agora ,e isso me faz
prever que trabalhar na Ferrazzi testará todos os meus limites do meu mundo
pacífico. Eu levanto da poltrona confortável com a língua coçando para dar uma
resposta a altura,mas respiro fundo e mantenho a postura quando lembro que as
minhas economias estão se esgotando e elas estando cada vez mais baixa, não
tem boate, não tem aquelas imagens sexy, não tem calor no corpo, e
principalmente não têm Sr.Êxtase no palco.

Esse Victor Ferrazzi no mínimo deve sofrer de disfunção erétil, ejaculação


precoce,pau pequeno, ser traumatizado com o corpo,por isso que é tão revoltado.
Ou então a esposa dele não deve dar pra ele direto ,deve ser mau alimentado, e fica
descontando a amargura da vida dele nas outras pessoas, mas comigo ele não vai
mesmo. Não vai!!!
Ele pode me enlouquecer, testar todos os níveis de minha paciência, mas eu não
vou dar esse gosto a ele de me ver passando no RH. Não vou mesmo, ele vai ter
que me engolir, é meu prazer que está em jogo.

|Capítulo 07|

Após dar uma conferida rápida na maquiagem que eu fiz sobre a marca de meu
pescoço,ajeito meus cabelos em um coque alto bem estilo secretária,alinho meu
óculos de grau,e já me sinto preparada para travar mais uma guerra com Sr.Victor.

Tenho certeza que ele irá fazer dos meus dias um inferno.Ficou bem claro na
expressão do seu olhar. Ele nem me conhece e já não me suporta. Foi ranço a
primeira vista.

Saio do banheiro arrumando minha roupa discretamente e quando chego na


recepção vejo a porta da sala dele aberta. Bianca sai de uma saleta e vem ao meu
encontro já dizendo.

—Sr. Ferrazzi já saiu para o estacionamento. Esqueceu Isabela que tem que visitar
as filiais? Você tem que acompanhar a agenda!—diz nervosa.

—Não ,não esqueci, nem está na hora, está agendado para depois do almoço!-falo
surpresa e um pouco assustada.—Eu tenho certeza que está agendado para o
período da tarde.—afirmei mais uma vez.

— Olha,é muito difícil trabalhar para o Sr. Ferrazzi, então seja mais atenta, se você
quer continuar nesse emprego, esse é o conselho que ofereço, e aproveite é de
graça.

—Obrigada, mas o erro não foi erro meu...—falo mantendo minha defesa.

Bianca gentilmente me acompanha até térreo.Caminhamos até o elevador, e só aí


pude conhecer todos os funcionários, um mais lindo do que o outro, tanto homens
como mulheres,todos devidamente bem vestido.

Eu me sinto meio perdida, pois é a primeira vez que eu trabalho para uma pessoa
que não tem nenhum vínculo comigo, trabalhei para meu pai até o meu penúltimo
dia no Brasil. Eu estou ansiosa como uma virgem prestar a abrir as pernas pela
primeira vez.Isso é tudo novo para mim e de cara meu primeiro chefe é um casca
grossa que sofre com impotência sexual. É só essa explicação que eu tenho pelo
mau humor dele comigo.Logo eu que sou um "doce" de pessoa...

—Boa sorte! Aquele é o carro do Ferrazzi. —diz apontando para um Bentley e logo
vejo o motorista em pé ao lado da porta.

—Obrigada.—digo indo até o carro, será uma tortura fazer todos esses trajetos com
Ferrazzi.

Me aproximo do carro e motorista abre a porta com um sorriso profissional,entro e


sou recebida pelo cheiro do meu chefe. Cheiro maravilhoso.

—Achei que eu teria que partir sem a minha assistente.— diz com um tom de voz
bem mais animado. E eu o encaro com a cara tipo;"O que é, tu é bipolar ou o que?"

Olhei até para os lados para ver se era comigo mesmo, que ele estava falando, pois
o tom de voz era bem mais suave e não era grosseiro.

—Eu, estava...

Ele me interrompe de uma forma rápida.

—Sim, eu sei, que estava retocando a maquiagem,ficou ótimo assim não atrai olhar
de ninguém para si.—diz encarando meu pescoço.

—Obrigada, nada que uma boa maquiagem não dê conta.—falo sorrindo e pego ele
me encarando e quando percebeu que eu vi seu vacilo, se ajeitou no banco do carro
e pôs a ler alguns documentos.

Disfarcei e fingi que estava lendo a agenda, mas na verdade eu estava analisando
cada centímetro do corpo do meu chefe. E confesso que por algum momento tive
curiosidade de ver a monstruosidade que aqueles panos escondem.Sortuda da
esposa dele, pensei olhando a aliança em sua mão... grande.

Meu celular toca, e vejo que é Mila, fico sem jeito de atender, então discretamente
aperto o botão que silencia.

—Pode atender se quiser...—O chefe fala sem olhar em meu rosto.


— Com licença.— digo pegando e atendendo.

—Mila..—falo em um tom baixo, até parece que vai evitar dele ouvir.

-Eu consegui fechar um pacote azul para o mês todo! Teremos Sr.Êxtase por
durante um mês, e estaremos concorrendo todos os finais de semana os sorteios..
—Mila diz super empolgada.

Contenho um riso prazeroso, mas disfarço , estou perto do meu chefe carrancudo e
bipolar.

—Que maravilha Mila, por um mês!—falo ,mas lembrando da minha noite com
Sr.Êxtase.

—Sim!!!!—diz toda empolgada.-E como é o seu chefe? Tem um pacotão?—questiona


e eu abaixo o volume do celular.

—Ainda não teve jeito de analisar o documento Mila.— disfarço-Quando eu chegar


em casa, eu vejo.

—Ele está aí ?—questiona insistentemente.

—Uhum.— me nego a responder.

—Tem braços fortes, mãos e pés são grandes?Que tamanho é o dedo mindinho?
Será que ele toma suco de abacaxi??—fala em um sequência de pergunta e eu
desligo, já que o Ferrazzi está me olhando super sério.

Suco de abacaxi?? Pensei comigo, mas por que suco de abacaxi?? Mila deve estar
ficando louca..

—Você quer que eu diminua a temperatura do ar?—questiona descendo o olhar e


vejo que meus mamilos estão tesos.

— Oh não.—digo ajeitando o blazer em meu corpo e virando meu rosto para olhar o
trânsito,não gostei de saber que ele estava me analisando o tempo todo, a ponto de
ver que eu fiquei meio excitada só do fato de estar falando do Sr.Êxtase por
telefone com Mila. Fechei a cara.
—Chegamos. —diz já descendo do carro.

Olhei para o caminho que iríamos percorrer, meu deu vontade de chorar, todo de
pedra brita e eu com saltos finos, não fui informada que faria esse tipo de trajeto.

O motorista abriu a porta para mim e desci do carro com meu salto afundando
entre as pedrinhas, e caminhei sob o olhar duro do Sr.Victor que toda vez que meus
pés torciam ele meneava a cabeça.

—Deveria ter vindo trabalhar com outro tipo de calçado. —diz oferecendo um braço
para meu apoio. Que milagre!

—Sim ,deveria se tivessem me informado que faria esse tipo de trecho todos os
dias com meu chefe.—falei aborrecida pois iria danificar muito a minha sandália.

Pendurada em seu braço eu caminhei com ele até os galpões, e em posse de uma
caneta fui anotando cada bag que ele apontava.Para um primeiro dia de assistente
estava sendo bem agitado.

—Está vindo comigo aqui, para que quando eu estiver fora, você faça minha parte,
Isabela.

—Mas, e o Sr.Marcondes?—questiono duvidosa.—Não é a função dele??

—Bianca sempre faz a parte dele,quando precisa..—responde sem mais entrar em


detalhes e eu fico sem entender nada pois estou com os olhos presos aos
brutamontes carregando grandes caixas e enchendo um caminhão.Uma variedade
de homem que se pode escolher a dedo.

Meneei a cabeça, inconformada de estar apreciando aquilo tudo sozinha, ainda


mais durante meu expediente de trabalho. Se Mila estivesse aqui estaria no
paraíso.

Sorri...

—Isabela! —desperto com as mãos do meu chefe passando em frente ao meu


rosto.
—Vamos ficar aqui no pátio? —questiono olhando ainda para os homens, que
parecem que foram selecionados a dedos.

"Como pode uma injustiça dessa ? Eu aqui, eles lá??" — falei em meus
pensamentos.

—Não! —responde grosso.—Anotou o que eu acabei de dizer?—questiona nervoso.

—Sim!-respondo já pegando a caneta e anotando,e agradecendo a Deus por ter a


memória tão boa.

—Espero!—resmunga.

Entramos para os escritórios, e os olhares se direcionaram para nós dois. Como se


fosse algo bizarro ver o chefe com a assistente. Por onde Sr. Ferrazzi anda impõe
respeito. Sempre observando como está o desenvolvimento da empresa e o foco
dele era no telão que mostrava a localização onde estaria cada frota de caminhão.

—Ferrazzi?Você por aqui primo???— Um homem de cabelos estilo super-homem


cumprimenta-o.

—Inspeção, Marcondes. Preciso ver como está as filiais da região..— responde


sério ainda olhando para o telão.

—Que milagre é esse vir acompanhado com sua assistente, ainda mais novata.—
Marcondes diz se virando para mim e me avaliando dos pés a cabeça.

—Prazer Marcondes.—diz com um sorriso cafajeste.

—Isabela.

—Nome lindo Bela.

—Isabela, por favor.—imponho respeito, odeio que me chame de Bela.

Ele apenas balança cabeça mas o olhar safado e crítico, se mantém o tempo
enquanto Ferrazzi e ele conversava sobre alguns assuntos pessoais. Que me
recusei ouvir.
Depois de um período entediante esperando meu chefe bipolar terminar seu papo
com seu primo. Fico surpresa quando Sr. Ferrazzi, tira do bolso interno do seu
paletó uma agendinha pequena com capa de couro preta com as iniciais do seu
nome em cor dourada e vejo ele anotando algumas informações que o
Sr.Marcondes diz a ele enquanto lê algo pelo celular.

Fiquei observando-o, e fico tentando entender o porque que ele não pede
transferência de arquivo de um celular para o outro ao invés de ficar anotando
tudo?? Chega ser agoniante ver ele aproximando o caderninho perto de seu rosto, e
anotando rapidamente tudo que lhe é dito.

Meneei a cabeça, sem entender nada e comparando os dois, um é despojado


demais e o outro parece mais um chefe a moda antiga.

Prefiro nem entender já me basta ter que conviver com esse bipolar a semana toda
e pelo jeito esse Marcondes é daqueles que se acha o gostosão em tudo.O playboy
convencido. Enquanto Sr. Ferrazzi embora seu nome soa forte e com respeito e seu
jeito porte físico demonstra força bruta, não duvido nada que ele ainda bebe leite
quente antes de dormir e agarra seu ursinho.

—Foi um prazer Bela! —Sr.Marcondes diz enquanto caminha para uma sala.

—O prazer é meu,e por favor Sr. Marcondes caso não se incomode é Isabela!—
respondo sem olhar em seu rosto e me levanto indo até a porta.

—Tudo bem Bela,não me incomodo..—diz rindo com deboche já me deixando


enervada.

"Dai-me paciência Senhor, ou adiante o final de semana,pensando bem adiante uns


três meses...!"

Saio do meu campo de inércia após respirar umas quinhentas vezes para se
comportar de boa moça e não responder mal o primo do chefe, sou desperta com a
voz do Sr. Ferrazzi dizendo:

—Isabela, ligue para a filial de Jersey City e mude a reunião para amanhã a tarde.
Surgiu um problema e tenho que resolvê-lo,após seu almoço pode encerrar seu
expediente e ir pra casa, eu já não estarei mais na empresa então seus serviços
serão desnecessários.—Ele praticamente manda.

Faço o que ele pede depois de procurar o número na agenda que Bianca me
entregou,feito o que ele pediu, saio pelo barracão a sua procura, e o vejo entre os
homens conversando sobre algo, ele está no meio da roda, enquanto alguns
homens com suas camisas de cor cinza estão grudados de suor ao corpo prestam
atenção em tudo que ele diz.

"Sr. Ferrazzi parece um lobo liderando sua matilha." —penso ao ver ele gesticulando
com gestos brutos no meio da roda e em seguida entregando um cartão em que
todos ao mesmo tempo, coloca em seus bolsos como se fosse uma folha de
pagamento.

Coisa estranha, esse comportamento não é típico de uma empresa logística de


grande porte, porque só aquele pequeno grupo de dez homens estão a cumprir seja
lá qual for a ordem que Ferrazzi está passando.Pela ficha eu vi que aqui trabalham
quase dois mil homens contando com os que estão fazendo trecho, por que só dez
estão sendo ordenados pelo chefe?

Esse Ferrazzi é bem estranho mesmo,é a primeira vez que eu vejo um CEO como
ele passar ordem direta para funcionários da fábrica, sendo que tem inspetores,
encarregados ,etc.Que possam fazer este serviço pra ele.

Vai entender...

Ele para de falar e vejo a roda de homens se desmanchar em questões de segundo,


e todos que estavam participando da roda, sem conversar um com outro e creio
que eles nem são bobos de terem conversas paralelas perto do chefe, um por um
sai pegando caixas e empilhando, enquanto outros fazem outros trabalhos com
empilhadeira.

Sr. Ferrazzi assim que me vê dá alguns passos em minha direção quando de


repente para de caminhar e me encara muito sério. Pensativo,coloca a mão em seu
queixo e isso me faz pensar que ele está tramando algo, até que mais uma vez com
descaso ele meneia a cabeça ,se vira já se direcionando para uma salinha no fundo
do galpão.
O filha da mãe sabe mexer com minha curiosidade,eu queria ser uma mosca
varejeira só pra tirar a paz dele agora.

Uma pequena janela se abre e vejo ele conversando com alguém, quando ele fala
algo e a pessoa que está dentro da salinha olha em minha direção.

Sim ele está tramando algo..

A pessoa que está dentro da sala, anota algo em um papel e vejo apenas o vulto
entre uma prateleira logo a frente, e não demora muito entrega um saco preto para
Sr.Victor, que se vira e me olha com um sorriso meio que sei lá, não sei se está
feliz, com raiva ou ...com vontade de me matar??

Franzo o cenho com esse pensamento.

Ele volta com passos firmes, se aproxima e logo vai dizendo com um tom
autoritário.

—Aqui está seu uniforme novo, ele está completo, amanhã esteja decentemente
para mais um dia de trabalho.— diz me entregando o saco preto e fico horrorizada
com o que vejo. Prefiro a morte do que usar isso.

Uma botina preta, e fico por entender como que ele sabe meu número,uma camisa
baby look cinza, e uma calça jeans sem detalhe algum e provavelmente ficará larga
em meu corpo.

—Eu não vou usar isso!!—falo em um estouro.

—Como é que é?—ele diz se virando para mim.—Eu ouvi bem? Está desacatando
uma ordem minha?

—Estou sim.—respondo.—No dia da entrevista a Beatriz disse que nós assistentes


só usamos roupas sociais, todas da empresa usam, eu não vou ser diferente.Eu
não vou andar com botina dentro da matriz não vou mesmo!—digo cruzando os
braços e jogando o saco no chão.—Lá não é nem necessário.Estou bem decente
para exercer minha profissão Sr.Victor, não piore as coisas!
—Você falou bem.—ele responde.—Todas as assistentes usam roupas sociais,
menos a minha.Se não está satisfeita, volto a lhe dizer senhorita Fortis, que o RH
fica no terceiro andar. Eu não vou visitar empresas com você pendurada em meu
braço, eu não sou seu babá Isabela, que cuida de você para não torcer seu delicado
pé..—diz irônico.

Pelo menos observou meu pé...

—Eu não vou usar e me nego de sua ajuda,quero apenas meu salário, se quiser me
demitir agora, demita, porque isso ai está fora de cogitação, eu não uso!—digo
passando em sua frente com passos largos,nem ligando que estou desacatando
uma ordem de Victor Ferrazzi.

Cega de raiva desço uma pequena sequência de degraus de uma escada de ferro
saindo do pátio de carga e que dá início ao pátio de pedras britas que leva até o
portão de saída de cargas, onde o motorista nos espera.

Dominada pela vontade de esfregar a botina na cara do Sr. Ferrazzi, aperto meus
passos sem ao menos lembrar que estou de saltos médios finos e caminho sobre
pedra brita. Até que em um passo em falso, meu salto do pé esquerdo se afunda de
uma só vez, me fazendo levar um belo torção em meu pé, que me faz desequilibrar
e perder as forças de uma perna por causa da dor. Sem equilíbrio caio de lado feito
uma Lady deitada nas pedras sob o sol do meio dia.

—Isabela! —a voz do Sr.Victor esbraveja vindo ao meu encontro.

—Moça... !— o motorista também se assusta e vem praticamente correndo.

Abano a mão para o motorista para que ele apresse seus passos, não quero ajuda
desse ogro bipolar que é meu chefe, fixo meu olhar no motorista que vem correndo
até que uma sombra paira sobre mim.

Junto a boca de raiva e me nego olhar pra cima e dar de encontro com os olhos
verdes do ranço em pessoa.

—Pode deixar, James.— Ferrazzi ,como sempre manda! Homem irritante dos
infernos.
Ele se abaixa e estende uma mão, eu olho e me nego a segurar. Tento levantar
sozinha, mas o pé já está com um leve inchaço.

—Não preciso de sua ajuda.—dou um leve tapa em sua mão, deixando-a longe de
mim.

Ele se levanta,cruza os braços e fica me observando a minha sofrência para


levantar,já que apoio meu pé com dificuldade enquanto o outro tento equilibrar
sobre as pedras.Até que ele resmunga algo e ouço ele dizer, já me vendo em seus
braços.

—Você é teimosa e pirracenta, e aqui não é creche, menina! — caminha comigo em


seu colo até o carro.

Nem olho em seu rosto, mas me sinto uma pena em seus braços quando percebo
que ele me pega com uma facilidade então percebo que por baixo desse terno
sufocante deve ter muitos músculos.

O motorista abre a porta traseira e sou colocada com extremo cuidado , agradeço e
quando me ajeito para fechar a porta e colocar o cinto, Sr.Victor se abaixa em
minha frente e com cuidado olha meu pé, desliza suavemente a sua mão fina em
minha panturrilha e quando chega em meus pés, ele destrói minhas sandálias.

—Problema resolvido.— diz quebrando meu salto como se fosse um isopor.

— Isso é um Louboutin!— Sabe quanto vale um desses?—digo furiosa enquanto ele


pacientemente abre o saco preto com um sorriso maléfico querendo brotar em
seus lábios.

—Não,não, eu não vou usar isso!—digo colocando meus pés pra dentro do carro
quando o vejo tirando a botina de dentro do saco.— Não combina com minha roupa,
vou ficar parecendo a Alice A Grande do desenho do popeye.

— Você ainda assiste desenhos??— diz irônico, sério ao mesmo tempo batendo a
botina não para ver se tem algo e se preparando para colocar em meus pés.

— Eu não vou usar isso!Se colocar eu tiro e jogo fora!


—O que prefere? Chegar descalço na matriz, manca e com a sandália faltando um
salto,ou então calçada com um equipamento de segurança? Você escolhe
senhorita Fortis e decida logo, eu tenho pendências pra resolver.

Respiro fundo olhando pro céu. Eu não mereço isso Pai, estou trabalhando pra
sustentar meu vício,não estou roubando nem nada, por que esse castigo??

"Talvez, porque você mente dizendo que vai as missas??"

— Está bem, por agora eu uso...

No carro seguimos em silêncio, sem dizer ao menos uma palavras, fiquei olhando
para fora enquanto de vez em outra meu olhar se dava de encontro com o olhar do
motorista, que estava com um ar de riso, enquanto Sr.Victor grunhe um música
estranha.Vontade de socar essa botina na boca dele.Me controlei durante os quase
quarenta minutos de caminho e quando chegamos na frente da matriz, olhei no
relógio quase 12:30, respiro aliviada quando vejo o carro da Mila parado na área de
embarque e consequentemente meu celular toca. Com certeza deve ser ela me
ligando para dizer que já está a minha espera.

— Nos vemos amanhã, senhorita Fortis!—Ferrazzi diz sarcasticamente animado


quando abre a porta para mim.

"Vá chupar ovo!"—Pensei e nem fiz questão de respondê-lo.

Segui para o carro da Mila quase chorando quando os olhares se direcionam para
meu pé. EU ODEIO MEU CHEFE!!

— Que porra é essa no seu pé!? —Mila diz assim que me vê .

— Nem te conto!!—digo furiosa entrando bufando no carro.

—E quem você matou por estar com esse saco preto nas mãos!?—da uma
gargalhada ao me perguntar.—Já aviso eu não sou criminalista, sou advogada
tributária.

— Se você não calar essa sua boca, será você Mila.Vamos até lá em casa, preciso
trocar essa merda.
—De modo algum, estou faminta e tenho uma audiência agora as 14:00,vai assim
mesmo, quem sabe não é a nova tendência da moda!

— Está linda Bela!! — diz rindo.

— Não me chame de BELA!— grito de raiva quase chorando.

Trabalhar ao lado desse Victor Ferrazzi será um inferno...

|Capítulo 08|

Restaurante Bocca di Bacco

Eu juro, relutei fiz todas as propostas a Mila, para me deixar em casa, mas foi sem
sucesso,me arrastou para este restaurante italiano alegando que minhas "lindas"
botinas rústicas,se mesclaria com o ambiente rústico da decoração do mesmo,que
lembra as vinícolas italianas de Toscana. Em partes ela tem razão, mas a única de
botina e tubinho aqui, sou eu. Não chego nem perto de uma camponesa italiana,
infelizmente.

Escolhemos uma mesa de quatro lugares,mas também não tínhamos outra opção,
era uma das últimas, o restaurante está lotado. O garçom prontamente veio até nós
com o cardápio em mãos, escolho o tradicional espaguete a bolonhesa e Mila
escolheu penne sorrentina e ficamos a espera com a barriga roncando e eu
tentando tirar a vontade de voltar lá na empresa e enfiar os saltos de minhas
sandálias garganta abaixo de Victor Ferrazzi.

A vantagem desse restaurante é que o atendimento é rápido,não demorou muito


nossa refeição está deliciosamente a nossa frente. E isso fez metade minha raiva
passar de imediato.

—Eu sabia que um pouco desse seu mau humor, era fome!—Mila diz quando me vê
sorrindo para o prato.

—Então, você irá me contar o que aconteceu para ter ganho essas botinas?—Mila
diz se tentando se fazer de séria.—E o que tem naquele saco preto??
—Não aconteceu nada, eu juro!—exclamei um pouco nervosa.—Simplesmente
Victor Ferrazzi não foi com minha cara no primeiro segundo que olhou pra mim,e de
uma hora pra outra lá na filial do Brooklyn,ele foi até o almoxarifado e disse que eu
como assistente dele devo usar aquele breguice de uniforme que ele fez questão
de me entregar dentro de um saco preto. Nunca Mila, nunca irei usar aquilo!— falo
bem exaltada, e não vou mesmo.

—Calma Isabela, ficar aí se matando de raiva e quase se esperneando não irá


resolver nada,isso só irá te trazer rugas.—Mas você foi informada que teria que
usar isso?Normalmente passam as normas da empresa no dia da entrevista...—diz
pensativa.— Exemplo a empresa do tio Antônio, seu pai.

—Não, até perguntei pra moça do RH como era o uniforme,então ela disse com
todas as letras,que a exigência era usar roupa social, e ninguém lá na matriz Mila
usa esse uniforme , todos usam social tanto homens como mulheres,e de uma hora
pra outra Ferrazzi vem com esse papo dizendo que devo comparecer amanhã
uniformizada com essa marmota, pois ele não quer seu meu babá,só porque tive
dificuldades de andar de salto nas pedras britas...—digo inconformada.—Nem se eu
fosse a mulher maravilha não teria como andar normalmente com salto fino em
pedras britas, simplesmente.

—Estranho..—Mila diz pensativa enquanto leva o garfo a boca.—E essa filial não
tem entrada principal, onde os "grandes"entram?? Presta atenção Isabela, algum
motivo levou esse Ferrazzi de te punir dessa forma! Por que não esse
comportamento dele não tem outra explicação, eu nunca vi um CEO , como ele
entrar pela entrada de serviços,porque ele faria uma entrada de pedras britas para
os seus clientes passarem? Pensa bem, esse teu nervoso não está deixando você
ser a Isabela que eu conheço,que é centrada e observadora.Eu tenho por mim que
ele estava era te punindo, mas do que?? Tem certeza que ele não é alguns desses
carinhas que você andou dando fora nas nossas noitadas?

—Tenho certeza absoluta que nunca o vi em nenhum lugar, o rosto dele é


inconfundível ,e acredite ele não tem perfil de quem frequenta balada Mila, o cara
tem a estátua de Pitágoras nas sala dele, ele é um nerd revoltado e que sofre de
ejaculação precoce.Ele é todo estranho Mila, o dia que você ver ele irá me dar
razão!E o pior que ele fez dos saltos da minha sandália em dois porque depois que
eu caí e ele foi praticamente obrigado a me carregar no colo até o carro.
—Que onda de azar essa sua Isabela!—ela sorri, mas vejo que está segurando uma
gargalhada.

Nem falo nada, me delicio do espaguete, e não vai ser esse momento que Ferrazzi
irá tirar de mim,aliás eu serei o calo no pé dele,que faz o pé latejar quando calça um
calçado fechado e que a todo momento ele irá se lembrar de mim toda vez que
fechar seus olhos. É impossível não gargalhar mentalmente com essa minha
maldade no pensamento.

—Mila se eu modificar o uniforme, sendo que eu sou a única que irei usar na matriz,
pode acarretar algum problema a mim ? —questiono pois eu vejo uma luz no fim do
túnel.

—Tecnicamente não, mesmo porque você seria a primeira funcionária uniformizada


a este estilo, não estaria quebrando nenhuma regra, somente adaptando o útil ao
agradável. Vem cá ,como é esse Victor Ferrazzi?—Mila pergunta curiosa.—É velho
por acaso??

—Além de insuportável,nerd, frígido e casado?...Deve ter trinta e pouco,é lindo,tem


um rosto másculo,olhos verdes penetrantes e cheira muito bem.—falo rindo
olhando para o prato.

—Nossa deve ser gostoso,experiente.Não tem nada melhor do que um homem


cheiroso.—Mila fala e nesse momento eu olho pra ela, e por estar sentada de frente
para a porta, eu vejo quem eu menos esperava encontrar aqui e é só pra estragar
meu almoço.

—E falando no diabo,olha ele entrando!—falo já observando o número de mesas


vagas e por sorte um casal está já se retirando deixando uma mesa vaga.

—Não diga que é Victor Ferrazzi?—Mila diz se contendo para não se virar para trás.

—Sim.—respondo.—Ainda bem que acabou de liberar uma mesa, eu não suportaria


dividir meu espaço na mesa com ele.

—Esse teu chefe conseguiu te tirar do sério mesmo, não é Isabela..—Mila diz rindo.
—Eu preciso ver esse homem.—diz impaciente e dá um giro de 360° no pescoço.
—Disfarce pelo menos Mila,o Ferrazzi é o que usa óculos, e o outro é o primo.. —
falo baixinho.

—Meus Deus,Isabela.—diz admirada.—Aquilo não é só um homem, é um exército


todo.Lindo.Mas o primo que tem a cara do crime é mais.—diz olhando para o
Marcondes que coincidentemente a encara também.

Quanto ao meu "querido"chefe, quando me viu, ele resmungou alguma coisa,


sentou-se e não olhou nem um segundo sequer para ninguém do restaurante, se
manteve imóvel enquanto anotava algumas coisas no seu caderninho,e mais uma
vez Marcondes lia algo em seu celular.

—Pelo jeito ele é o primeiro homem que você não tem aos seus pés Isabela! Me
parece um turrão a moda antiga, não vê como ele abotoa até o último botão da sua
camisa?—Mila diz rindo.

—Eu vi. Mas se ele está pensando que eu vou pedir conta na minha primeira
semana como as suas outras assistentes fizeram, ele está enganado. Ele terá que
me engolir.

—Então se prepare pra guerra, pois eu tenho certeza que ele não é do tipo
perdedor,e só de ver o jeito que ele te olhou, mostra que ele te quer ver bem longe
dele. Não tenha dúvidas que ele fará da tua vida um inferno Bela.

—Então serei obrigada a apresentar o inferno a ele!—Falo bebendo meu último gole
de suco.

Estávamos terminando o almoço, quando o garçom com um gesto discreto me


entrega um bilhete enquanto Mila e eu distraída falávamos sobre o Sr.Êxtase e da
noite que ela teve com os criados dele.

Pego o bilhete que é algo comum acontecer e leio.

"Bela,suas botinas estão graciosamente lindas! Bem que Victor disse que ficariam
perfeitas em seus pequenos e delicados pés!"
Sinto minha língua adormecer,mostro o bilhete para Mila que se faz de séria mas
mesmo assim deixa escapar uma risada. Possessa, me preparo para levantar e ir
até a mesa e soltar o verbo.

—O que vai fazer sua louca?—Mila segura minha mão.

—O que você acha? Vou fazer Marcondes e Victor engolir esse papel...

—Sua boba, sente-se aí agora.—fala super baixo e mandando.—Não percebeu que é


isso mesmo que eles querem?!Preste atenção prima, a raiva não está deixando
você pensar,se você for até lá agora, irá perder sua razão e aí sim sua demissão
estará já assinada no primeiro horário da manhã! E lembre-se , sem emprego não
tem Êxtase, não tem boate, não tem nada...

Fico calada e ela continua.

—Entre no jogo. E entre nessa guerra como uma Fortis. Você não é assim porra!!Se
ele te trata assim, é porque você deve ser uma ameaça para ele,lembra do ditado
que vovó sempre nos diz, que quem desdenha quer comprar?!

—Sim, mas eu não tenho sangue de barata não. E te garanto que ele não quer me
comprar, ele quer é me ver longe.

—Pois é aí que você deve ficar perto e descobrir o ponto fraco dele..—Mila fala
arqueando uma sobrancelha com um jeito muito maléfico, que me lembra "O
Grinch".

—Isa, se você descobrir o porque que ele te trata assim, você têm esse homem
pelas bolas.Porque não faz sentido uma pessoa que nunca se viram se odiarem
tanto,porque o jeito que ele te olha agora , só pode ser raiva, não tem outra
explicação.

—Você tem até razão Mila, mas eu não quero as bolas dele ,mesmo porque ele é
casado,eu quero apenas meu salário e a cadeira cavalinho do escritório dele..—digo
com um sorriso duplex de Grinch.
—O cara tem uma cadeira cavalinho no escritório?? —questiona espantada na
maldade.— Bela, uma coisa eu te digo,casado ele não é, se for, porque uma cadeira
dessa no escritório,se ele fosse meu marido eu ia todo dia lá montar.—diz na
gargalhada.— Você tem que descobrir quem é essa senhora Ferrazzi..

—Eu irei sim!—digo com convicção e Mila me olha arteira.

—Guerra é guerra—falamos juntas.

Terminamos o almoço, e fui pra casa com barriga cheia mas ainda muito fula da
vida com as minhas botinas e de quebra carregando meu saco preto. Sucesso foi
chegar na recepção do edifício onde eu moro,e ver o olhar confuso do porteiro que
olha para meus pés sem entender nada, e pior ainda foi encontrar com as minhas
vizinhas do andar de baixo dando umas risadinhas ao olhar para meu pé.

No apartamento as botinas entraram primeiro do que eu, juntamente com o saco


preto, que assim que eu destranquei a porta, a escancarei e joguei meus novos
pertences com tudo apartamento adentro.

Como sempre ao chegar em casa,aperto o botão do telefone que se ouve os


recados pela secretária eletrônica há apenas recados de minha mãe e duas que
não falaram nada ,somente tinha barulhos de carros e buzinas.

Fui para meu quarto me trocar,escolher alguma roupa leve e estudar o que posso
fazer com essa aberração de uniforme.

Sentei-me no chão da sala ,e as idéias começaram a surgir, lembrei que no meu


closet tem uma calça jeans skinny que a muito tempo eu não uso,e é da mesma cor
escura do uniforme. Corri para o closet e procurei por ela, voltei pra sala e coloquei
ao lado da peça agonizante.

—Perfeito!!—digo a mim mesma, enquanto pego a tesoura me preparando para


picar a calça ridícula em dez pedaços.

Coloquei a calça escolhida por mim junto com a baby look,ficou melhor do que
antes, calça escura combinou muito bem a com blusa baby look da cor cinza
claro.Olhei para as botinas no chão, e foi inevitável não dar uma risada da maldade
quando lembrei que tenho bota coturno de cano curto e salto médio grosso e
tratorada. Volto para o closet e termino de montar meu look,ficou perfeito. Quero só
ver a cara de Victor Ferrazzi, quando me ver uniformizada para o trabalho.

Com tudo pronto e olhando com satisfação para minha roupa,vou para a sala ligo a
TV com o objetivo de passar a tarde estudando sobre a empresa Ferrazzi. Gosto de
desafios,e mesmo sabendo que minha vida será um inferno, eu estou disposto a
derrubar mais esse gigante. Tudo em nome do prazer.

Graças a agenda que ficou comigo, pude conhecer cada cliente que meu chefe terá
encontros essa semana,mas uma em especial chamou minha atenção por causa
do nome, —"Brittany Murphy que está escrito em vermelho indicando alerta"—, fora
isso aproveitei e tirei lucros de algumas informações importantes que irá me ajudar
muito sobre as filiais, pelo menos isso me dá uma certa vantagem de conhecer
meu chefe turrão um pouco a mais e quem sabe ele coloque de vez naquela cabeça
dele, que não passarei no RH tão cedo e que eu não serei como as outras que
passaram por lá, que não aguentou uma semana, eu serei a única, a única
assistente que fará ele perder o sono, mas de raiva.

Enquanto isso deixarei ele sonhar que a qualquer momento eu irei passar no RH e
pedir minha demissão,enquanto isso eu estarei sonhando com um palco com um
denso nevoeiro e com Êxtase saindo do meio dançando furioso de desejo, pois é
assim que o deus do sexo faz.

"Victor Ferrazzi, você terá uma graciosa surpresa nas primeiras horas da manhã!"

|Capítulo 09|

A cada dia que passa estou convencida que eu estou fora de forma,já fazem
praticamente três dias que fui pega pelo Sr.Êxtase levei e dei uma surra, e ainda
estou com o corpo dolorido. E isso só pode ser sedentarismo sexual,acho que
nenhum homem me comeu com tanta vontade e força do jeito que ele fez. E essa
dor no meu corpo, me faz dar força pra se levantar e ir para o banho e vestir minha
armadura para travar mais um dia de guerra com o Ferrazzi. Uma busca justa pelo
meu salário e sustentar meu vício.
Me arrumei tão rápido que talvez se eu levantasse três horas antes para mexer em
meus cabelos,meus cachos não ficariam tão perfeitos como estão agora. Está um
arraso muito bem definido.

Talvez a ansiedade com a gota da maldade me impulsionou a ser ágil, e me fez


estar as sete da manhã em ponto aqui na calçada esperando por Mila. Mesmo
estando muito bem vestida, eu sei que meu visual irá chamar atenção de todos da
matriz e das filias e com certeza do meu lindo ogro chefe.

Agora sim irei ficar conhecida como a assistente Ferrazzi,pois serei diferente de
todos.

—Uau, se o teu chefe queria que você fosse discreta, ele deveria ter te deixado com
aquelas roupas sociais!—Mila diz quando me vê.

—Gostou do meu novo uniforme?—questiono com um sorriso maquiavélico no


rosto.

—Amei, não fugiu dos padrões daquele horrível que você me mostrou,e essa bota
está um sucesso!Me empresta?—Mila fala de seu jeito extrovertido.

Mila no seu modo advogada é extremamente séria, é bem diferente da doida


depravada que conheço nas noitadas dos finais de semana. E é por isso que nos
damos bem.

—Andei pesquisando sobre esse teu chefe.—diz serena.

—E o que você descobriu??—questiono curiosa.

—Ainda bem que você está sentada, pois cairá na sua cabeça como uma bomba!—
faz suspense como sempre, Mila sabe como foder com minha curiosidade, e sem
lubrificantes.

—Mas que merda Mila, diga logo!—esbravejo colocando meu óculos escuros.

—Victor Ferrazzi, nunca foi casado!!

— Como não ??—falo espantada e não contenho uma gargalhada.—Tem certeza


disso, Mila? O cara usa uma aliança enorme no dedo...
—Absoluta, procurei nos registros do cartório,você sabe que eu tenho acesso a
tudo nessa cidade,ele nunca foi casado isso eu te garanto.Nem contrato de união
estável ele têm.

—Que estranho!—digo pensativa.

—Será que ele é gay?— Mila me olha espantada.

—Será? Impossível..—falo e logo lembro quando eu o vi no meio daqueles homens


suados, musculosos e gostosos.

—Você vai ter que fazer um teste Isabela!—Diz com um sorriso triplex de maldade.

—Eu não!! Dar em cima do meu patrão? Isso foge dos meus conceitos Mila. Eu
prefiro observá-lo, faz apenas dois dias que eu trabalho pra ele então é pouco
tempo.Jamais faria isso.

—É,você tem razão! Nem pega bem mesmo..—fala já desanimada.—Mas você não
precisa ser depravada, nós mulheres temos nossos encantos naturais, então se
usarmos bem os nossos dons, conseguimos o que queremos.

—Não sei Mila. Ferrazzi ele tem muita influência no mercado de trabalho, então
seria muito arriscado eu me atirar pra cima dele e depois ele me mandar embora e
ainda sujar o meu nome..

—Não se você for discreta, não precisa ser vulgar, ah você sabe muito bem o que
estou querendo dizer. Me admira você dizer isso, logo você que é discreta em tudo,
as vezes até eu acho que você realmente é uma santa. Sorte minha que eu sei
quem é essa verdadeira Isabela..

Dou risada, minha cara convence qualquer um. O problema é em quatro paredes e
atrás de uma máscara.

—Vai prima, eu mal dormi a noite por causa disso, veja estou até com olheiras.—diz
levantando o óculos escuros e realmente ela está.—Por favor, Isabela até eu
comprei a sua briga com esse Ferrazzi, você precisa descobrir o ponto fraco dele, o
porque ele quer te ver longe.Não faz sentido, se ele trata as outras funcionárias
bem é porque elas não significa nada pra ele, simplesmente ele não vê como
ameaça, mas tem algo em você que consegue tirar ele do sério...

Mila tenta me convencer, e ela tem um poder de persuasão incrível que as vezes
acho que ela é até a cobra que fez Eva comer a metade da maçã,o fruto proibido.

—Tudo bem—falo me rendendo.—Mas se eu perder meu emprego por ir na sua


ideia,você vai me bancar ,nas baladas, vai pagar todos os meus drinques, comprar
meus brinquedinhos e vai me dar uma cadeira cavalinho.

—Tudo bem eu banco, mas a cadeira você terá a do Ferrazzi. Use seu olho clínico e
faz a análise completa.—diz enquanto estaciona o carro para me deixar em frente a
empresa.

—Almoçamos hoje??—ela questiona.

—Acho que não, tenho uma visita a uma filial logo após o almoço! —falo descendo
do carro e vejo meu reflexo no vidro da porta prédio.

Mila sai cantando pneu, como sempre. Tiro meu óculos escuros, coloco na minha
bolsa, organizo o volume dos meus cachos e entro de cabeça erguida.

—Isabela!—ouço me chamar e pelo o ambiente sem amplo e alto ,fez o som se


expandir em eco, mas que não atraiu atenção de ninguém,pois todos já estavam
me olhando.

Parei de caminhar e olhei em direção ao som, vejo Bianca na máquina de café,


juntamente com três rapazes e duas moças, que eu sei que trabalham no mesmo
andar do que o meu, conheço somente de vista.

Caminho com meus passos elegantes com a minha bota tratorada e as meninas
ficam boquiabertas.

—Para tudo! Onde você comprou essa beleza? E esta louca de vir vestida assim ? —
Bianca questiona rindo e preocupada.
—Foi o uniforme que ganhei ontem do Sr. Ferrazzi, ele disse que é por questão de
segurança já que irei fazer trecho com ele.E essa bota eu já tinha guardada a muito
tempo..—paro de falar pois ouço um raspar de garganta e olho.

—Prazer Isabela, meu nome é Arthur, nossa esse uniforme ficou bem melhor em
você do que aquela roupa social em que você estava ontem..—Arthur diz olhando
meu corpo sem pudor, e de imediato lembro que ele é o problemático do andar,
agora entendo o porquê da definição de problemático. Ele até que é bonitinho mas
atirado demais, não gosto de presa fácil.

—Que bom que gostou , quer emprestado? —corto o barato já sorrindo e todos
tiram uma com a cara dele.

—Acho que você deve ser Bárbara e Susan..—digo cumprimentando-as.

—Sim!! Eu sou Susan.—uma loirinha diz sorridente. —Nossa eu me invejo de você,


todas aqui sonham em ser assistente de Victor Ferrazzi inclusive a Bárbara que
sonha com ele, mas ele nunca promove ninguém aqui de dentro como assistente, é
sempre meninas de fora. Deve ser o máximo viajar com aquele homem...—diz
suspirando e logo vejo que é daquelas que se apaixonam pelos seus chefe.—Aí ele
é tão educado,um verdadeiro cavalheiro e a suavidade na voz dele...—diz levando o
copinho de café a boca e isso me fez nem pegar, vai que o café está batizado.

Fico calada ouvindo, o problema dele é comigo mesmo.

—Ele é com você? Porque com a gente nossa,sem palavras é o melhor chefe que eu
já tive.Não é mana.—Susan pergunta para Bianca que somente confirma com a
cabeça e que logo diz que são irmãs.

—Uhh, ele é doce comigo, não vê se preocupa até com minha segurança, me deu
até uniforme novo!—falo na falsidade e o vejo aos poucos todos que estão na roda
disfarçarem e jogarem seus copinhos de café fora.

—Falando no chefe..—Barbara diz baixo.

Me viro e dou de cara com Ferrazzi que já me fuzila pelo olhar, e eu encaro serena,
pois estou devidamente vestida com meu uniforme customizado. Ahh o gosto da
vingança é maravilhoso.
—A esposa dele é uma sortuda..—jogo o verde para Bianca enquanto caminhamos
para o elevador.

—Não conhecemos ainda, ele chegou de viagem já com essa aliança no


dedo.Estamos curiosas para saber quem é a sortuda que conseguiu domar esse
homem.—Bianca vomita tudo que eu queria saber, então concluo que ele usa essa
aliança a pouco tempo, mas por que?

—Nossa vou parar de falar no nosso chefe pra você,vai achar que eu sou uma
tarada pervertida.—Bianca diz rindo mas mau sabe ela o que se passa na minha
cabeça. —Você viu a cadeira no escritório dele??—ela continua a falar e eu dou uma
de santinha

—Não vi não! Vi uma poltrona lá muito linda.—falo inocente .

—Aquela cadeira me faz ter alucinações, não com Ferrazzi é claro, ele é lindo, mas
meu coração é bandido ,gosta de cafajeste,mas quem rouba meus pensamentos é
o Sr.Marcondes!— Bianca fala em um tom baixo.

—Nossa eu não sabia que aquela poltrona é para esses fins sexuais!—respondo.

—Você ainda não viu nada.—diz enquanto nós nos acomodamos na recepção já no
nosso andar.

"Acredite eu já vi de tudo". Penso ao pegar a agenda e ir pra sala do meu "querido"


chefe. Mas antes pego meu batom vou ao banheiro e retoco meus lábios dando
mais volume, adoro o efeito matte e dou uma leve espirrada do meu perfume de
bolsa, que é bem suave, cheira inocência mas se aspirar mais perto, sentirá o
cheiro da maldade.

—Bom dia Sr. Ferrazzi..—digo entrando e o vejo escrevendo e quando me vê amassa


o papel com raiva.

—Bom dia! Pelo que eu saiba esse não é o uniforme que eu lhe dei e ainda usa
salto..—diz com raiva.
—Sim é sim, Sr. Ferrazzi. Não vê estou com a blusa ,e com a calça de acordo com a
cor que me foi dada, estou de botas, então creio e tenho certeza que o senhor sabe
que eu não quebrei nenhuma regra da empresa, já que eu sou a única a usar esse
traje.—falo certa mas no fundo estou agradecendo a Deus por ter uma advogada na
família.

Ele junta a boca de raiva.

—Mas precisa ser tão justa a calça? Assim todos vão olhar pra sua...— ele para de
falar e resmunga algo.

"Ele repara a minha bunda?? " penso comigo.

—Quer dizer, eu não quero enfrentar problemas com meus funcionários do setor de
carga, dando em cima de alguma funcionária , aqui na empresa é proibido qualquer
tipo de assédio.—ele tenta argumentar.—Não fique se oferecendo senhorita Fortis, é
uma mulher compromissada e a marca do seu pescoço ainda é bem visível, deve
retocar a maquiagem e repito mais uma vez que não quero que seja o centro das
atenções dos meus clientes.— ele diz confiante que eu tenho relacionamento sério,
e ainda pensa que manda.

—Sem querer lhe ofender caro Sr. Ferrazzi, está pra nascer um homem que mande
em mim, ainda te dou esse privilégio porque é meu patrão,e eu não preciso me
oferecer, tudo que eu quero vem aqui!—falo mostrando a palma da minha mão.—E
não estou aqui pra falar da minha vida pessoal, que por sinal está ótima, estou aqui
pra falar da sua agenda, então se permite deixe-me fazer o meu trabalho.

—Bem que seu pai me falou que você é difícil..—Ele diz assinando alguns
documentos.

—Então suponho que deve ter procurado saber de minhas referências, mas tenho
certeza que meu pai deve ter lhe falado que eu sou a melhor e fui a melhor na
empresa dele.—falo sentando e já abrindo a agenda e dessa vez olho para a
poltrona cavalinho e vejo um par de algemas como decoração perto de um quadro
logo acima da poltrona,e eu tenho certeza que ontem era uma parede lisa.
Fico parada tentando entender que imagens são aquelas, então coloco meu óculos
e vejo que é um quadro bem, bem quente e parece uma manual de como usar a
poltrona cavalinho.

—O gato comeu sua língua respondona? —ele diz sério.—Já disse que se você for
lerda ,terá problemas comigo.

—Owoff..—bufo soltando o ar impactada com o que eu vejo, isso me desequilibra


totalmente.Essas posições, nessa poltrona....a posição número seis é a minha
favorita,mas é a nove que vai bem fundo..babo em pensamentos.

"Pega o foco Isabela,não deixe o mal te dominar..".. "SAI PUTA". penso me


controlando.

—Perdão, é que eu lembrei que tenho um compromisso importante no final de


semana e eu esqueci de transferir um valor para conta de minha prima.—falo e ele
continua me encarando.

—Sabe como é ,nós fazemos doações para instituições de caridade,e também tem
uma em especial, que é " Acolhimento para homens com disfunção erétil e
ejaculação precoce", caso o senhor conhece alguém me fale que eu faço a
inscrição.Nós mulheres não participamos, sabe como é o assédio.Mas tem
homens especializados em manusear, se é que me entende?!—falo anotando na
agenda e escrevendo um endereço qualquer e entregando para ele que me olha dez
vezes mais sério com o olhar cerrado.

Paro de falar, pois eu sei que já passei dos limites e começo a dizer o que está na
agenda. Ferrazzi se manteve calado o tempo todo e quando me levanto pra sair,
enfio o último alfinete. Se ele não me mandar embora agora, não me manda mais.
Sorte que a Mila irá me bancar, ô se vai.

—Ah senhor Ferrazzi, já ia me esquecendo, tem também , uma instituição que é


especializada para quem quer sair do armário,caso o senhor tenha interesse ou
saiba de alguém , pode vir falar comigo.

Ele nesse momento sorri de lado de um jeito maligno cerra os olhos retira sua
agendinha de seu bolso e anota algo, ver isso me deu um puta calafrio na espinha.
Saio da sala vitoriosa em partes,mas no fundo fico já preparada por alguma
punição.

—Isabela, me faz um favor rapidinho?—Bianca diz me entregando alguns papéis.

—Sim, diga. —respondo meio desorientada aquele quadro vai foder com meu dia.

—Leve esses papéis a sala do Sr.Marcondes, que eu preciso descer até o segundo
andar e pedir a assinatura do Sr. Ferris para autorizar um despacho.

—Levo sim!—falo já caminhando para a sala Marcondes.

Bato levemente na porta e esta somente cerrada e isso faz ele abrir. Entro e meu
queixo cai,a sala totalmente diferente, bem despojada. Mas também o estilo dele
não esperava menos do que isso. E no meio da sala tem um barra de ferro que me
fez lembrar a sala aquário da boate Blue Devil. O pau de pole dance.

—Vejo que se encantou pela minha sala, e acredite essas botas estão bem melhor
do que as que você usava ontem!—Marcondes sai de um canto que não sei lhe
dizer onde ele estava ,porque pela porta principal não foi que ele entrou,eu o veria
pelo reflexo do espelho que fica atrás de sua mesa.

—Sim, bom dia Sr.Marcondes sim sua sala é bem diferente do meu chefe. E pelo
que eu me lembre Sr.Marcondes,o senhor gostou bem das minhas botinhas ontem,
não foi? Até me mandou o bilhete...

—Eu ???Eu não....—diz espantado mas logo ele desconversa e tentar contornar.

—Ah sim eu tinha até esquecido.Mas essa ficou melhor.Meu primo tem um
péssimo gosto pra moda!—Diz rindo.

—Mas admito que ele tem um ótimo gosto em escolher assistente.—Marcondes diz
de um jeito safado.

—Nisso eu tenho que concordar, sou boa, em tudo!—falo se retirando da sala..

E vejo Bianca desesperada saindo da sala do Sr.Victor,feito uma galinha


desesperada quando joga água quente.
—Meu Deus Isabela, presta atenção, você está sendo lerda demais, Sr. Ferrazzi
acabou de descer, para a reunião de Jersey City.

—Mas ele está enganado, eu acabei de falar pra ele que é depois do almoço!—falo
nervosa.

—E você não conhece seu chefe?! Vamos, tem que correr até o estacionamento
senão você irá ficar para trás! E acredite,Sr.Victor saiu daqui xingando aos quatro
ventos.

—Merda!!—falo indo para o elevador e uso o dele por ser mais rápido e por
capricho.

Caminhamos até a vaga que seria do presidente da empresa ,mas quando olhamos
para a saída o carro estava acabando de sair. A expressão de horrorizada no rosto
de Bianca é desesperador e ao mesmo tempo engraçada.

—Isso não é bom!—diz andando de um lado para o outro.Isabela, eu posso perder


meu emprego por tua causa, eu preciso desse emprego, ele vai me mandar embora
também, eu que estou treinando você! —ela diz quase chorando.

—Calma,quem está errado é ele.

—Ele é,ele sempre está certo, caralho porra.—Ela grita.—Se ele falar que bosta é
doce, a gente tem que aceitar que a bosta é doce.—ela chora.

—Larga de ser boba Bianca! Ele sabe muito bem que está errado.Ah,quer saber de
uma coisa??—digo andando até a saída.—Esse Ferrazzi aí é um riquinho
mimado,cabeça dura e egocêntrico.—solto tudo que tinha falar e bem irritada.—Não
sei como você aguenta esse homem todos os dias.

—Nisso você tem razão!— a voz de Marcondes se ecoa pelo estacionamento.—Você


tem toda razão Isabela, seu chefe está totalmente errado e Bianca pare de chorar
porque você é minha assistente e não do Ferrazzi.—diz enxugando as lágrimas
dela.

—Bem que ele falou que você iria pedir as contas hoje..—diz olhando o relógio.—
Uma lástima, é a assistente mais linda que meu primo já teve...
—Eu não vou pedir minhas contas Sr.Marcondes, é meu segundo dia e o Sr. Ferrazzi
está fazendo de minha vida um inferno. As visitas para a filial estava agendado
para duas da tarde, e por que ele foi agora?

—Típico do meu primo—ele revira os olhos dando risada.—Victor é meio...digamos,


estranho, mas você irá se acostumar, é só jogar o jogo dele..—diz me dando uma
piscadela.

Isso foi uma dica???

|Capítulo 10|

—Vamos eu te levo na filial da Jersey, eu também tenho algumas coisas pra fazer
lá.Te garanto que chegaremos primeiro do que o Ferrazzi,e eu irei adorar ver a cara
do meu primo quando ver você esperando por ele..—Marcondes afirma e nesse
momento me parece muito gentil.

Bianca então se aproxima de mim, finge um abraço e começa a dizer;

—Boa sorte,e tomara que você tenha seguro de vida.O que falta de loucura no
Sr.Victor, sobra no Sr.Marcondes.—Bianca cochicha no meu ouvido quando me
entrega a pasta de documentos.

—Eu ouvi Bianca, ainda não esqueceu do nosso passeio de moto não é? —
questiona Sr.Marcondes a Bianca que fica totalmente sem jeito. Será que já rolou
alguma coisa entre os dois??

—Fique tranquila,Isabela, iremos de carro e te entrego sã e salva para seu "querido"


chefe. Talvez—diz com um jeito malicioso após uma rápida olhada para meu corpo.

—Estou tranquila, mas tem uma coisa, nós nunca chegaremos primeiro que o Sr.
Ferrazzi lá, ele está em vantagem...—cruzo os braços e fico o encarando.

Ele dá uma risada debochada que não deixa de ser elegante.

—Garota eu gostei de você, é competitiva como eu.—diz rindo.—Calma eu sei como


chegar primeiro,confie em mim conheço meu primo e te garanto que nem do centro
ele saiu.É só me seguir.
Espero pelo tempo que tomamos aqui.. Penso comigo.

Sigo seus passos que nos conduzem de volta para o elevador, até que chegamos
no terraço e um helicóptero da Ferrazzi está a espera,e eu sinto o gosto da
vingança em minha boca, se a intenção do Sr. Victor era me humilhar com o meu
atraso,justo no meu segundo dia como assistente,vai cair do cavalo.

—Vamos de helicóptero até Newport e depois seguimos de carro —diz rindo.—Ver a


cara do meu primo ,será satisfatório.

—Me parece que vocês dois são meio rival?! —falo séria vendo seu jeito ao falar do
primo,melhor ficar esperta com ele.—Não quero problemas com Sr. Ferrazzi,eu
preciso do meu salário.—já corto o mau falando o que eu acho.

—Que isso meu primo e eu somos amigos, como carne e unha.Nunca te


prejudicaria e nunca faria nenhum mal a ele.—fala olhando em meus olhos e vejo
sinceridade.—Não se preocupe eu não sou falso..

—Pelo que fiquei sabendo Isabela, você ,bom,como eu posso te falar...—percebo


que fica pensativo.—Bom, fiquei sabendo que seu pai é empresário,e pelo que sei o
senhor Antônio, é muito bem sucedido,não vejo porque você insistir tanto no
emprego de assistente ainda mais do Victor que é o cara mais chato que já conheci
na vida, no âmbito profissional é claro..

Dou risada,e tento arrumar uma desculpa.

—Eu tenho compromissos que você jamais entenderia.—respondo naturalmente.—E


não pretendo ficar vivendo nas costas de meu pai..—dou mais ênfase no meu
argumento.—Ficarei na Ferrazzi até eu conseguir algo na minha área.

—Gostei de você, vejo que será a assistente perfeita para Victor. Pode contar
comigo com o que quiser!

E não precisa ficar tímida, Ferrazzi e eu não mordemos. — fala vendo meu jeito
calada.

Sorrio,vendo a inocência dele.Tímida eu? Já fui, hoje não mais.


Até que ele é bem legalzinho, bonito,engomadinho também como o Sr.Victor. Bem
diferente dos empresários a qual eu conheci trabalhando com meu pai.

Marcondes é tão espontâneo que me fez sentir à vontade com ele o tempo todo,do
mesmo modo quando estou com Mila, mente louca como a dela, não que a minha
fique para trás, mas eu sempre escondo um pouco o jogo.

Conversamos bastante durante o trajeto, apesar de ser rápido que quando damos
por conta, estávamos pousando em um pátio em um velho barracão e antes de
descer eu vejo uma Ferrari preta já a sua espera.

—Agora você entende o porque eu disse que Victor não chegaria tão cedo...—
Marcondes diz enquanto nos direcionamos para o carro.

—Victor ama carros clássicos, coisas antigas, coisas de nerd, e eu amo velocidade.
—diz rindo mais uma vez.—Está com medo Isabela?

—Não,contando que me entregue viva até a filial,por mim tudo bem.—respondo pelo
menos fiquei sabendo alguma coisa do Sr. Ferrazzi.

Ele abre a porta para mim, e seguimos o caminho ao som de um rock pesado. Não
demorou vinte minutos estávamos estacionando em uma empresa muito bem
projetada, com uma frota enorme de caminhões.

Marcondes tira seu óculos escuros,e entra com imponência dentro do prédio, juro
se eu o conhecesse agora, eu diria que ele não é o mesmo que conheci ontem e
conversei a alguns minutos atrás. Tão sério empenhando seu papel de patrão
quanto Sr. Victor.

—Vamos entrar para a reunião e logo seu chefinho querido chegará.—diz segurando
um riso.

Entro na sala de reunião que está lotada de executivos e alguns japoneses que
estão acompanhados com seus intérpretes,pelos papéis que estão lendo parece
que estão abrindo uma filial em Tóquio.Marcondes me apresenta como assistente
e porta voz do Ferrazzi,e todos gentilmente me cumprimenta.
Entre uma conversa paralela e outra, a porta da sala se abre e Ferrazzi entra e
quando me vê, fuzila com o olhar, mas vejo que esta meio confuso.

—Isabela?—diz sério.

—Sr. Ferrazzi, o senhor esqueceu os contratos que tinha que assinar, então como
sua assistente, tive a obrigação de lhe trazer.—lanço meu sorriso colgate, e
agradeço o meu pai por ser tão rígido comigo quando eu trabalhava com ele, sou
boa no que faço , então durante o trajeto da matriz até aqui, eu me precavi e estudei
cada relatório embora estivesse conversando com o Marcondes.

—Ruum.—resmungou parecendo um rosnado pegando os documentos de minhas


mãos.

—De nada.—falo baixinho

Marcondes me olha com cara de que vingança se come com o prato frio enquanto
leva o copo de água mineral a boca. A reunião se inicia e eu faço meu papel muito
bem feito,me concentrando ao máximo mas na verdade, o meu desejo era ir
conhecer o galpão de cargas.

[...]

—Você saiu melhor do que eu esperava—Marcondes fala assim que saímos da sala
de reunião.

—Obrigado.—agradeço com um sorriso político.

—A cara do Ferrazzi entrou pra história.—ele gargalha e eu me comporto como uma


boa moça.

Sr. Ferrazzi, ficou com a cara amarrada durante a manhã toda,desde do momento
em que me encontrou aqui na filial, até o momento dele ir embora que bufando saiu
primeiro do que todos sem ao menos dar um;Tchau.

—Você não vai esperar sua assistente?—Marcondes pergunta ao Ferrazzi.

—Você é o babá dela hoje. Se vire.—diz saindo com passos raivosos sem olhar para
mim.Dou de ombros, estou apenas ganhando meu pão de cada dia.
E agora estou a quase vinte minutos sentada em uma sala, esperando o
Sr.Marcondes conversar com alguém ao telefone, o assunto que ouço é sobre uma
rodada dupla e pelo jeito as coisas é bem séria. Diz ele ao telefone que não quer
tocar mais nesse assunto e desliga sem ao menos dizer até logo.

"Credo, o povo parece que é cheio de problemas!!"—pensei enquanto fingia ler em


meu celular.

—Vamos embora? Creio que deve estar ansiosa pelo seu horário de almoço...—
Marcondes diz colocando seu óculos escuros.

—Realmente, estou sim.

—Ótimo, mas primeiro quero que ligue e convide aquela moça bonita que estava
com você ontem no restaurante,e a convide para almoçar conosco, eu quero
conhecê-la. Qual o nome dela?—Marcondes pergunta.

—Mila,e é a minha prima.—respondo pensando que Mila ficará maravilhada em


saber disso.

Faço a ligação para Mila que fica euforicamente safada e quando finalizo a ligação
com ela, vejo que Marcondes mais uma vez está ao telefone brigando com
alguém.Agora é sobre um duplex, e um descarregamento de bebidas e sobre três
novos contratados.

— Algum problema ,Sr. Marcondes, em que posso ser útil? — questiono curiosa .

— Nada que consiga resolver Bela..

— Isabela por favor.—informo, estava bom demais pra ele me chamar pelo meu
nome certo.

— Me fale mais sobre sua prima.— diz enquanto entramos no carro.

— Mila é minha melhor amiga,eu confio em contar a ela todos os meus segredos e
ela os dela. Somos como Bonnie e Clayde.

— Hum, então vocês confiam plenamente uma na outra?— pergunta enquanto se


mantém focado no transito.
— Plenamente.— confirmo.—E você e seu primo? Sempre foram assim , amigos??—
começo a fazer a investigação do FBI.

— Quase sempre, vamos dizer que tudo que eu sei , quem me ensinou foi
Victor!Ele é o irmão que nunca tive.— diz rindo.—E parceiros de crime como Mila e
você!

— E com a esposa dele você se dá bem? — pergunto direta.—Nossa ela deve ser
linda!

— Digamos que estou conhecendo aos poucos e ele também.— diz rindo meio que
tomando cuidando com as palavras.—E realmente ela é muito linda.

— Sei. — falo pensativa. —Então eu acho que fiz errado de indicar que ele vá na
instituição para quem quer sair do armário?!..

— O que? Que instituição é essa??— Marcondes pergunta rindo e até diminui a


velocidade.— Você teve coragem de dizer isso ao meu primo Victor Ferrazzi? — fala
admirado.

— Eu tive sim, ele mereceu e eu diria novamente.— assumo .

— Eu achava que eu era louco em torrar a paciência do meu primo, mas vejo que
você é especialista nisso, menina se tornará minha irmã caçula!— fala rindo.

Sorrio. Gosto do jeito que ele fala.

— Imagina, eu só quero garantir meu salário e não é porque que Ferrazzi não foi
com a minha cara ,eu irei ficar tolerando a grosseria dele..

— Entendo ,você está certa.Victor me disse mesmo que foi informado que você
tem uma certa dificuldade em obedecer ordens e respeitar hierarquias.

— Meu respeito é de quem me oferece o mesmo, caso contrário eu respondo


conforme o recado foi passado. Seja quem for, até mesmo Victor Ferrazzi que não
foi com minha cara no primeiro segundo do jogo.

—Será? Será mesmo que Ferrazzi não foi com sua cara?—diz estacionando o carro
perto do escritório onde Mila trabalha.
— Como você sabe onde minha prima trabalha sendo que eu não te passei o
endereço?— questiono desconfiada.

— Você me passou sim ,Bela. Você não se lembra??Não faça pensar que Victor
estava certo em dizer que você é lerda!— ele diz sério e eu vejo Mila saindo toda
elegante da recepção.

Tenho certeza que não passei.

Ela entra no carro e seguimos para um restaurante brasileiro perto do Central Park.
Diz Marcondes que sempre teve vontade de conhecer o Brasil, por isso que sempre
vem aqui.

Marcondes sentou-se de frente para Mila, o olhar dele foi dela o tempo todo, o que
eu acho bom, ele parece ser um cara legal e ela visivelmente gostou muito dele.
Mila é duas vezes mais arisca do que eu, nunca se prendeu a homem algum para
um relacionamento sério,ela os vê como um objeto sexual, se realmente
Marcondes quer algo com ela, ele tem que ser persistente e ter um poder incrível de
persuasão.

— Então, qual tipo de baladas que vocês curtem?— Marcondes questiona e recebo
uma cutucada na costela dada por Mila.

— Não somos de balada, sempre vamos a missa nos sábados a noite com nossa
avó ,fazemos doações e depois comemos um sanduíche ou algo do tipo.— Mila
responde e quase me engasgo com água quando lembro que ela passou a noite
com dois.

Marcondes fica calado por algum tempo, tão sério quanto Sr.Victor.

— Está bem eu finjo que acredito. Sinceramente, vocês duas não tem cara de
quem vão a missa.— fala sorrindo discretamente.

—E você não tem segredos, Sr.Marcondes??—Mila e eu questionamos juntas.

— E quem não tem??— Ele responde com uma pergunta.

— Victor Ferrazzi!— digo no estalo.


— Acredite, Victor Ferrazzi é o que mais tem segredo entre nós três!— Marcondes
fala sério.— E tenho certeza que o segredinho de vocês duas é fichinha perto do
nosso.

— Nosso segredo? Então você e Victor fazem segredos juntos!?—tento mais uma
vez tirar mais alguma coisa da boca do Marcondes.

— Nem todos,há certas coisas que não podem ser compartilhadas e nem fazer
juntos.—diz com malícia.

— Entendi, deu pra sacar que você é um mister punheteiro e seu primo é um rústico
que só funciona a poder de viagra.— Mila diz nervosa já se levantando e não
entendo nada do comportamento agressivo dela de uma hora pra outra, e
Marcondes segura ela pelo punho já dizendo.

—Cuidado com essas missas,nem sempre o padre é benévolo em perdoar!—


Marcondes diz tão suave e sedutor que Mila vai retomando seu lugar e sentando
novamente.

— Você não sabe nada sobre mim!— Mila responde pegando o copo de água.
Estou estranhando minha prima sempre a vi tão segura e agora me parece tão
frágil.

— Sei sim, sei que será minha.— Marcondes afirma e o vejo o clima mudar e eu
ficando pra vela em pleno almoço.

"Alguém me sopre por favor!?Não preciso presenciar isso.."

Meu celular toca e vejo que o número da empresa. Atendo prontamente fazendo
Marcondes e Mila parar de falar.

— Isabela, sou eu Ferrazzi. — ouço a voz super hiper mega grave.

— Oi..— falo sem acreditar.

— Eu preciso falar com Marcondes,e o celular dele está desligado, por favor passe
pra ele ,agora!—ordena em um aparelho que nem sequer foi ele quem pagou. Eu
passo se eu quiser. Se dar na telha eu desligo isso daqui e quero ver ele falar com o
priminho.

Por piedade e curiosa já que meu celular grava conversar principalmente de


chamadas , eu passo o celular para Marcondes.

Enquanto Marcondes conversa com o seu primo querido, eu bebo meu suco
imaginando e apreciando o momento em que eu chegar na minha casa e poder
ouvir a ligação gravada. Já que a conversa parece bem séria,pois tem hora que
Marcondes fica com rosto vermelho outra ele dá um sorriso sem graça.

— Me desculpe, Ferrazzi prometo que não irá mais acontecer. Sim, eu vou ficar de
olho, não pode ficar tranquilo eu passarei lá para inspecionar tudo de perto,relaxa
eu sei como entrar e sair. Eu me cuido sempre, Ferrazzi. Sim eu irei anotar todas as
cores e sabores.Pode deixar será total discrição! Me mande a lista do mercado por
e-mail para eu não esquecer. Vai querer aparelhos novos também ??? — questiona
e Mila e eu olhamos uma pra outra.

Aparelhos do que ??Será alguma festa??

Ele me entrega o celular e eu olho quase agradecendo.

" Não vejo a hora de chegar em casa e ouvir tudo que foi dito nessa ligação!"

|Capítulo 11| -*Bônus*

Victor Ferrazzi

Recatada,menina cristã bem dada ao conservadorismo,fácil de conviver e que de


tão calada, parece muda.

Isso é um sonho de assistente...

Foi o que pensei quando me passaram as características da minha nova assistente,


a qual eu achava que não conhecia.Nunca fui de selecionar assistente às escuras,
sempre escolho o perfil de cada uma pessoalmente, mas como estava viajando, foi
necessário que o RH escolhesse por mim.
Mas foi totalmente o oposto do que me foi dito.Ontem eu estava ansioso para
conhecê-la , cheguei na recepção fui informado por Bianca que Isabela estava em
minha sala na entrega de alguns documentos, então decidi esperá-la para fazer as
apresentações como deve ser feito.

Para começar, o perfume que já estava no ar desde quando cheguei,já estava


deixando meu corpo aceso, pois o cheiro trouxe a minha memória a dona das
marcas que estão no meu corpo.Eu já fiquei duro somente pelo cheiro e pelas
lembranças que me traz, então para disfarçar ajeitei meu paletó a fim de esconder
algo que não deve ser visto.Não aqui na empresa pelo menos.

— Ela é um anjo, Sr.Victor, creio que dessa vez o RH fez a escolha certa.—Bianca diz
animada sobre a nova assistente que sumiu dentro da minha sala.

—Espero..Respondo.

De costas para minha sala eu estava lendo alguns papéis,até que os barulhos de
saltos finos que se fez presente no ambiente,mexeu mais ainda com minha
imaginação , mas ao mesmo tempo cai na real que nenhuma mocinha tímida usaria
saltos tão escandalosos quanto estes, e pelo som que se ecoa ,a dona destes
saltos anda com maestria e sensualidade.

Quando ela se aproximou da recepção, Bianca logo me apresentou.

—Sr.Victor, essa é Isabela Fortis, sua nova assistente. Ela foi contratada no lugar da
Maraísa.

Parei de ler os papéis, e olhei diretamente para seu rosto, eu reconheceria aquela
boca em qualquer canto da face da Terra. Não me dei o luxo de cumprimenta-la,
pois ela já me deu seus cumprimentos ,da forma mais indecente e libidinosa que
um homem poderia receber de uma mulher.

Mal acreditei quando a vi parada na minha frente ,com o jeitinho de boa menina
virgem, submissa,tímida e inocente. Ver a encenação dela no ambiente de trabalho
fodeu todinho com a porcaria dos meus conceitos.Eu tive vontade de partir a roupa
dela em pedaços e colocá-la em minha poltrona e foder com tanta força até ver ela
sendo vencida pelo cansaço.Mas o que ninguém sabe, que Isabela não se cansa
nunca. Ele tem um fôlego do diabo,é a mesma coisa de querer apagar um incêndio
jogando gasolina.

E agora eu tenho apenas três dias para tirar Isabela Fortis do meu caminho como
minha assistente. E acredite, ela está me fazendo padecer no inferno, e com seu
jeito rebelde e difícil de dominar está quase ganhando minhas bolas em uma
bandeja.E só de pensar que logo após o almoço, ela estará com seu sorriso
falsamente profissional que demonstra uma pitada de menina anjo mas que de
anjo não tem nada,me peitando a altura como uma verdadeira diaba. Eu já fico
duro. Ela não pode ser minha assistente, isso quebra todas as regra do jogo.

Ela é simplesmente tudo que eu evitei durante todos esses anos.Se continuar
sendo minha assistente, ela será a porra da minha destruição.

Eu testarei todos os limites de Isabela e romperei todas as muralhas que cerca seu
"mundo". Ela irá me odiar, mas quando se der conta, saberá que sou eu o dono do
seu limite, do seu desejo e eu sou dela,totalmente dela em todos os sentidos.

Ela tem a chave do meu maior segredo e ainda nem se deu conta...

|Capítulo 12|

Isabela

Depois da ligação que Marcondes recebeu do Ferrazzi, ele ficou desinquieto e


sempre olhando para os lados, parecia preocupado com alguma coisa ou com
alguém.

O almoço não se estendeu por muito tempo , mesmo porque Mila recebeu uma
ligação de um cliente e tivemos que encerrar mais cedo.Deixamos Mila em seu
escritório e eu já estava me preparando para travar a briga vespertina com Ferrazzi,
até que sou informada por Marcondes.

—Nossa que cabeça essa minha, Ferrazzi pediu pra lhe avisar que não precisa
voltar para a empresa após o almoço. Ele não voltará mais.
—Toda tarde será assim?—questiono— Só espero que não tenha descontos em meu
salário.

—Não terá,não se preocupe, será somente hoje, Ferrazzi está treinando alguns....—
Marcondes para de falar e se engasga com as próprias palavras.

—Ah ele está abrindo uma nova filial?—jogo o verde aproveitando o embalo.

—Não não , não é isso! Esquece que eu acabei de te falar Isabela. Você tem o poder
de me fazer falar demais.—diz rindo.— O pouco período que estivemos juntos, você
e sua prima fez falar coisas que eu não deveria ter falado..

—Isso faz parte do segredinho de vocês dois?—questiono e jogo meu olhar NCIS.

—Não adianta insistir Isabela.Você está louca pra descobrir algum podre nosso pra
usar contra nós não é ?

—Que isso Marcondes, me ofende falar isso..—finjo mágoa.—Eu só estou lutando


pelo meu pão de cada dia! Longe de mim fazer alguma maldade contra meu chefe..

—Ferrazzi fará da sua vida um inferno. —diz rindo.

—Disso eu já sabia,não é novidade nenhuma. Até Mila percebeu que Ferrazzi me


odeia.

—E falando na sua prima,como ela é elegante, discreta e sexy. —Marcondes diz


ansioso.

—Ela é sim!—respondi dando risada.—Pena que não posso falar o mesmo de seu
primo, que é irritante a moda antiga e meu chefe.—insisto no assunto do Ferrazzi,
enquanto reviso os horários da agenda.

Marcondes dá uma gargalhada e diz:

—Pelo jeito Victor está mesmo te tirando do sério. E ele não te odeia...Cala essa
boca Marcondes..—ele repreende a si mesmo e eu seguro um riso e finjo que nem
prestei atenção.
—Eu não posso fazer nada, nosso santo profissional não bate literalmente. Quem
sabe se eu o conhecesse Victor fora do ambiente de trabalho eu pensaria
diferente.Mas até agora, eu não tive bons momentos com Ferrazzi como meu
chefe..

—Tem certeza que vocês não se conhecessem fora do ambiente trabalho?—


Marcondes diz olhando para mim e sorri com o olhar.

—Absoluta,sou boa em guardar fisionomia e observo bem os lugares em que


frequento.—falo séria enquanto ajeito meus cabelos já que estamos perto da minha
casa.

—Então precisa observar mais Isabela—diz sério e eu fico pensativa quando vejo
que estamos estacionamento em frente ao condomínio onde eu moro.

—Como você sabe onde eu moro?—questiono desconfiada.— Engraçado, sem eu


lhe dizer alguma coisa, você chegou no escritório da minha prima, agora você
estaciona em frente do prédio onde eu vivo sem ao menos eu te falar o
endereço.Como você me explica isso??

—Você me falou Isabela, não se lembra?—diz tentando me fazer pensar ao


contrário enquanto desço do carro e eu me irrito quando vejo que está tentando me
fazer de boba.

—Não me faça de boba Marcondes.—digo voltando para dentro do carro.—Eu já


saquei qual é a sua,mas vou te dizer uma coisa, se quiser ficar do meu lado tudo
bem ,mas se você está sendo tipo de um leve e traz para Ferrazzi,se fingindo de
meu amigo para depois me dar rasteira no meu trabalho, pode tirar seu cavalo da
chuva. Eu faço de tudo para garantir meu salário até mesmo passar por cima de
você e de Ferrazzi entendeu? E pode ter certeza que eu servirei suas bolas em uma
taça de vinho se um dia tentar querer me derrubar dentro da empresa. —ameaço.

—Calma Isabela, esqueceu que eu tenho acesso no sistema da empresa, sei o


endereço das assistentes e digamos que eu já sabia onde Mila trabalhava, por isso
facilitou. Não estou de trairagem com você.—diz se rendendo com as mãos para o
alto e dando risada.
—Agora por favor, tira esse canivete do meu saco.—diz tirando minhas mãos bem
devagar.—Por que anda com esse canivete menina doida?—questiona horrorizado.

—Me desculpe, eu não suporto traição. Se quiser ser meu amigo Marcondes, seja
sincero ok?—falo guardando em minha bolsa.

—Sempre serei, já disse que será minha irmã caçula.—diz dando uma leve risadinha
e saindo com seu carro.

[...]

Entrando para o prédio noto uma certa movimentação estranha. Vários operários
alguns com capacetes e uns cara vestido de ternos.

—O que está acontecendo aqui George?—questiono ao porteiro

—Lembra da cobertura duplex acima do seu apartamento que eu comentei com


você que está para a venda a muito tempo?—diz rindo como sempre, ele é um
amor.

—Sim me lembro.

—Pelo que eu fiquei sabendo foi vendida e esses caras que estão aí, são os
responsáveis pela reforma.Parece que o projeto é grande.—diz admirado.

—E quem comprou?

—Não sei te falar, só sei que agora a pouco antes de você chegar, veio um cara boa
pinta dando ordem para o pessoal da reforma,o pátio dos fundos já está cheio de
material para a obra e são coisas caras.

—Ixi, tomara que não atrapalhe meu sono...—falei subindo para o elevador.

—Isabela.—Ouço George me chamar e vejo um pacote em suas mãos.—Essa


encomenda antes do almoço para você.

—Obrigada, George.
Pego o pacote e curiosa caminho para o elevador lendo quem é o remetente, mas
não há nada, têm apenas meu nome e endereço.

Abri a porta do apartamento e a primeira coisa que eu fiz foi tirar minhas botas, são
lindas mas acabaram com meus pés. Tirei minha calça jeans, ficando somente de
blusinha e minha calcinha short, que eu amo e sentei-me no tapete da sala.
Ansiosa rasgo o papel pardo que embala o pacote e vejo uma caixa preta, abri
desesperadamente e quando eu vi o que tinha dentro senti no meio de minhas
pernas pulsarem...

Os pedaços da minha calcinha em que Sr.Êxtase partiu ao meio, estão


cuidadosamente envolvidas com pétalas de rosas azuis. Junto dela, há também um
novo par de algemas com pedras negras, uma chibata de couro ,um chicote que faz
jogo com uma máscara rendada a mais linda que eu já vi, e um bilhete dessa vez
digitalizado com letras douradas.

_______________________________

"Sei de muitas coisas sobre você ,e uma delas é que...

Sorri enquanto dorme,é insaciável e geme gostoso quando eu invisto com força,e
você não sabe o tanto que ficou gostosa com esse jeans,se bem que ver você sem
calcinha,algemada,gemendo,gozando e pedindo pra levar uma surra de sexo, é
inexplicável.

E eu conheço sua maior fraqueza....

E eu sei que a partir de hoje gozará pensando em mim..

Das nove eu escolheria a de número sete.

Maldita hora que entrou no meu caminho diaba..."

Com Tesão..Sr.Êxtase.

_______________________________
Sem acreditar, depois de tirar todas as coisas e sem entender como que ele
descobriu meu endereço e principalmente quem eu sou. Várias perguntas
começam a martelar em minha cabeça.

Então ele sabe quem eu sou??? Mas como???

—Pense Isabela,qual vacilo que você deu que facilitou as coisas para Sr.Êxtase
descobrir seu endereço ?!—digo a mim mesma inclinando para trás.—E o que ele
quer comigo?? Vingança?? Me exterminar??

Odeio a sensação de jogo invertido. E agora estou jogando com alguém que nem
sequer sei como é o rosto. Isso me faz sentir uma rata escondendo do gato.

Soltei meus cabelos e entrei para um banho, aliviar minha tensão e refrescar um
pouco,me sinto fragilizada mas não posso negar que só de ler e ver os pedaços da
minha calcinha fez meu corpo pegar fogo. Ele está desejoso pelo Sr.Êxtase
enquanto meus dedinhos teimam em deslizar meu corpo...

"Vamos brincar Isabela??"

......

O banho demorou mais que o esperado,sai revigorada e com a mente mais leve.
Voltei para a sala e vi duas ligações perdidas da Mila, e antes que retorne a
companhia toca violentamente.

—Fiquei preocupada com você!—Mila praticamente empurra a porta antes de


abrir.Você sumiu Isabela! Achei que aquele....—ela para de falar pois vê as coisas
esparramadas pelo chão.

—Meu Deus, você foi ás compras e nem me chamou sua amiga traidora!—diz
pegando as algemas, o chicote e analisando.

—Lógico que não.—falo rindo mas preocupada.—Se eu te contar não vai acreditar..—
faço suspense para ela ver o tanto que é bom.

—O que? —questiona ansiosa.


Não faço muito suspense como ela faz comigo, somente entreguei o bilhete e
quando ela leu, assim como eu ,ficou boquiaberta.

—Que tudo!—diz toda feliz.

—Que tudo?Que tudo nada.—falo recolhendo as coisas do chão.—Isso significa um


problemão.

—Como não? O homem mais sexy que já conheci, que transa com o próprio corpo
enquanto dança ,está aos seus pés e você simplesmente diz que é um
problema?!Isabela, hellooo Terra chamando. Estamos falando de Sr.Êxtase,
lembra??

—Eu sei que é dele, eu sei ele é um deus do sexo isso não nego, mas Mila pensa
bem, os polos inverteram e eu não gosto de saber que ele sabe muita coisa sobre
mim e eu nada sobre ele. Nem ao menos sei como é o perfil do seu rosto. A única
coisa que eu gravei bem, é o volume da calça jeans e o V da barriga dele.

—Opa opa, quer dizer que na hora H, você não viu o rosto dele?

—Claro que não, eu usei faixas nos olhos o tempo todo.Foi um sexo selvagem as
escuras.

—Que romântico!—diz toda safada.

—Poxa Mila, eu aqui toda preocupada e você vêm me falar de romantismo?? Olha
só, eu tenho um pepino para descascar com Ferrazzi,o cara é um chato e eu tenho
certeza que ele jurou de pé junto que irá fazer da minha vida um inferno. Tenho
mais certeza ainda agora que Marcondes, confirmou que realmente ele fará. E
agora tem o Sr. Êxtase que parece que vai pegar no meu pé, e o pior ele sabe onde
eu moro e até que roupa eu vesti hoje.

Mila gargalhada.

—Calma Isabela, ficar nervosa não irá adiantar nada. Veja bem, se acalme.Vamos
esquecer um pouco desse assunto e vamos falar de Marcondes e quando você
estiver mais calma, voltaremos com esse assunto e tenho certeza que achará a
melhor solução.
Seguro uma almofada e sento no sofá a espera de qual assunto ela irá se
embalar.Talvez ela tenha razão, com cabeça quente não conseguirei chegar em
nenhuma conclusão. E Mila faz o mesmo gesto e espera por mim e ainda arqueia
uma sobrancelha.

—Então.—tento mudar de assunto.—Eu percebi que Marcondes te deixou meio


irritada durante o almoço e confesso que te achei até um pouco frágil..—dou uma
risadinha.

—Sei lá, eu tive a sensação que ele me conhece de algum lugar, mas não consigo
me lembrar de onde..—diz pensativa.

—Ele falou umas coisas estranhas mesmo,mas nada foi mais estranho do que a
ligação de Ferrazzi e está na hora da gente ouvir tudo que Ferrazzi falou pra ele!!

—Como?—Ela questiona.

—Tchanranran,gravador de chamadas!—falo balançando meu celular.

Sentamos as duas perto uma da outra enquanto eu busco pelas chamadas e


quando acho o arquivo , aumento o volume e começamos a ouvir...

"Marcondes,eu gostaria que verificasse tudo, eu quero tudo novo e inspecione cada
aparelho eu não quero ninguém correndo risco de se machucar e principalmente
Isabela, entendeu?"

Mila e eu paramos a gravação e olhamos uma para a outra.

—Por que ele está preocupado com você? Medo de se machucar, na onde??—ela
questiona curiosa.

—Não faço a mínima ideia, a não ser que seja durante as inspeções nos
barracões.Talvez..—respondo duvidosa.

—Vamos continuar a ouvir..—Mila fala ansiosa e eu aperto o play

"Eu quero ela longe da minha empresa até sexta-feira, se passar disso eu não
responsabilizo por mim,eu não sei se conseguirei controlar! Isabela pode botar
tudo a perder da noite para o dia.Anote as cores, vermelho,preto e bege esse será o
código para entrar e eu mandarei a lista para o seu e-mail e vê se liga a porra desse
celular!Não podemos deixar os meninos esperando nós para treiná-los, e eu estou
apostando no Draco!"

Depois disso a ligação entre os dois se encerra e o áudio gravado termina.

—Meu Deus, Isabela. Que porra é essa??Não é com Êxtase que você tem que se
preocupar, ele é o menor de seus problemas.Você tem que se preocupar é com
esse Victor Ferrazzi..—Mila diz pensativa.—Treinar os meninos, que meninos? E que
código é esse??

—Eu tenho que me preocupar com os dois Mila. Céus,nunca pensei que trabalhar
para uma pessoa fora do âmbito familiar seria tão complicado.

—Acredite trabalhar com família é pior, mas olha uma coisa ficou clara nesta
gravação que,você é a fraqueza de Ferrazzi, mas em que sentido eu não sei. Mas
ficou bem notável no momento que ele diz que você pode colocar tudo a perder, é
porque você sim realmente pode colocar tudo a perder.E ele sabe disso, então deve
ser por isso que ele te trata com indiferença...—Mila fala e eu fico pensativa.

—É isso..—dou um salto e grito.—Quando Marcondes estava me trazendo para casa,


ele perguntou se Ferrazzi e eu já nos conhecêssemos fora do ambiente de trabalho.
Na hora eu achei que ele estava querendo somente emendar conversa, mas agora
eu percebo que ele estava me dando dicas o tempo todo..

—Dicas?Você não falou nada sobre isso.

—Também não tivemos tempo.—reviro os olhos.

—Olha desde da hora que fomos juntos a filial de Jersey City, Marcondes disse que
Victor é estranho,e que para eu se acostumar é só jogar o mesmo jogo de Ferrazzi,
usar as mesmas cartas.

—Hum..—diz pensativa.—Sem falar que os dois tem segredos não é Bela ? E que
tudo que Marcondes sabe, quem ensinou foi Ferrazzi. Mas o que Marcondes
aprendeu com Victor??? Os dois devem basear na mesma idade.
—Mas que nenhum segredo é tão sujo quanto o do Ferrazzi..—falo com um riso
malicioso que Mila compreende tudo.

—Então descubra qual é esse segredo Isabela.Dê o seu melhor e descubra qual é o
segredo do seu chefe! E também descubra que código é esse que eles usaram na
ligação e pra onde o mesmo leva. E que treinamento é esse que ele terá com esses
tais meninos! A resposta esta ai.

que—Sim vou ver o que faço.E quanto ao Êxtase??—questiono e Mila fica


pensativa.

—Vamos descobrir qual a verdadeira identidade do Sr.Êxtase,se ele sabe onde você
mora, é porque sabe do seu cotidiano, não tem ninguém que possa suspeitar quem
seja??Vizinho, ou até mesmo algum boy que conheceu por esses caminhos da
vida?

—Hum—fico pensativa e logo lembro do meu vizinho tarado que toda vez que me
vê,me seca dos pés a cabeça.

—Tem o vizinho do 125.Ele é tarado. Mas eu nunca o vi em nenhuma balada e ele


não tem o porte físico do Sr. Êxtase.

—Mas não deve descartar,não é você quem fala que roupas escondem segredos?
Então,tente vê-lo sem roupa.

—Sem roupa? Está louca?

—Oras a única coisa que você reconheceria do Sr.Êxtase é o volume que se faz na
calça e o V da barriga.

—Sem falar naquelas veias suculentas que ele tem..—falo com a boca cheia d'água.
—Elas parecem um mapa..—falo e parece que até sinto o mastro dele mapeado por
veias..

—O assunto é sério agora Isabela.—Mila repreendeu rindo e me fez voltar para a


realidade.

—De fato.
—Mas acho que sua atenção tem que se redobrar ao Ferrazzi, ele quer te ver fora
até sexta-feira então ele irá fazer tudo para que você desista desse emprego.E sabe
sem emprego não tem balada, não tem nada.Não tem ÊXTASE.

—Ixi Mila, e se eu resistir, quais serão as consequências? Não ouviu ele dizendo que
se eu ficar ele não pode ser capaz de se controlar?!

—Sim ouvi. Mas, matar ele não vai te matar,então minha filha,se você não surtar até
sexta pois eu sei que esse é objetivo dele, a partir de segunda-feira teste todos os
limites dele e vamos ver se ele terá força para te mandar embora.—diz com uma
cara de malvada.—E te garanto casado ele não é...

—Opa gostei. Você está comigo não está?

—Sempre.—diz me abraçando.—E eu vou transar com Marcondes para conseguir


mais pistas.—diz bem sem vergonha.

—Ué você nunca saiu com carinha a não ser os que você escolhe a dedos.Não
gosta de se envolver..—falo rindo.

—Eu farei esse esforço por você. E depois dispenso ele..—me manda uma
piscadela.

"Sei, você está é apaixonada por ele. Eu conheço o olhar de uma mulher
apaixonada."

—Nossa que barulho infernal é esse?!—Mila questiona olhando para o teto.

—Compraram o duplex e estão em reforma.Parece que é alguém muito rico, bom foi
o que George me disse.—respondo.

—Se vovó estivesse aqui,ela já estaria reclamando a um tempão.—Mila fala dando


risada.

—Sorte dela que está em Paris curtindo a vida enquanto nós estamos aqui lutando
para eu não perder o emprego que mal comecei, e tentando descobrir que é esse
tal Êxtase que guardou os pedaços de minha calcinha.

—Que semana de cão Isabela.—Mila diz rindo.


—Mas eu te juro Mila, quando eu descobrir tanto o segredo do Ferrazzi e a
identidade desse Êxtase, os dois irão comer aqui, bem na palma de minha mão ,
isso eu te garanto. Caso contrário eu não me chamo Isabela Fortis.

"Eu tenho três dias para apresentar o inferno a Victor Ferrazzi e garantir meu
emprego, meu prazer!"—penso em voz alta.

— Então para que isso ocorra, você precisa de um bom descanso,refrescar a


cabeça e amanhã ser a Isabela que eu sempre conheci. — Mila fala me dando um
beijo na testa. — Preciso ir priminha linda.E boa sorte com esse vizinho barulhento.

"Difícil será dormir com essa barulhada dos infernos na minha cabeça!!!Ninguém
merece um vizinho problemático....

|Capítulo 13|

Apesar de ter deitado cedo,não consegui dormir mais do que duas horas. É raro,
extremamente raro eu sofrer com insônia, mas o fato de estar sendo "perseguida"
por um cara mascarado destruidor de vaginas, o tão aclamado deus do sexo,me
incomoda,e não é pouco,é muito.

Me incomoda pelo fato que tudo deveria ser anônimo,e agora o cara sabe até que
roupa eu me visto, o lugar onde eu moro e até minhas manias enquanto eu durmo.
E eu não sei nada sobre ele . E tudo o que eu sei foi o suficiente para senti-lo
durante dias .

"De caçadora eu virei presa."

E de quebra preciso garantir meu emprego,enfrentar Ferrazzi a altura, encará-lo


mano a mano. Mas é difícil entender o que tem em mim que o deixa tão
perturbado. E porque eu sou um risco para ele. E por que Marcondes perguntou se
nós não já nos conhecemos de algum lugar.

Eu já pensei em várias possibilidades e em vários lugares distintos, mas nenhuma


delas se encaixam no perfil Ferrazzi,e sinceramente como uma boa observadora eu
reconheceria o rosto de Victor, entre mil pessoas. E eu tenho certeza que ele não é
o tipo de balada, ele tem estilo de quem passa a noite lendo livros, degustando um
vinho ou até mesmo estudando uma teoria louca de nerd.
Mas admito, ele não é só chato,é lindo, másculo ,culto e a voz é calma.E com
certeza ele chamaria minha atenção entre mil pessoas e jamais passaria
despercebido. E assumo,Ferrazzi tem o olhar forte e eu adoraria ver o segredo que
aquelas roupas escondem.

Sentada no sofá olho as horas no celular são quase quatro da manhã,desligo a TV


e em posse de uma almofada deito no sofá para tentar cochilar pelo menos mais
um pouco.

Sem sucesso, pois na minha cabeça quando Êxtase saia entrava Ferrazzi, terminei
minha madrugada cuidando de mim. Hidratei meus cachos, fiz uma boa limpeza de
pele, depilei e hidratei meu corpo. Enfim me amei um pouco a mais.

E mais uma vez antes do horário, depois de um café forte e com certeza é assim
que será no decorrer do dia,estou bem vestida com meu uniforme,linda e plena
para travar mais uma dia de guerra com Ferrazzi.

Com meia hora de vantagem, calmamente peguei minha bolsa, agenda e chaves e
segui para o elevador que por sorte estava já parado no meu andar. Entrei no
elevador e dei de encontro com um cheiro familiar que estava presente no ar, que
fez meu corpo esquentar a tal ponto de fazer-me sentir fisgadas no centro de
minhas pernas. Cheiro Ferrazzi misturado Êxtase. Cheiro de encrenca misturado
com desejo.

"Devo estar ficando louca."

Ainda não é nem sete da manhã e a assistente Ferrazzi está indo para o trabalho
em chamas.

—Bom dia prima!—Mila chega bem mais cedo e eu olho para seu rosto, olheiras
enormes.

—Pelo visto não foi somente eu que sofri com insônia essa noite!—falo dando
risada e com uma sensibilidade a mil e em meu corpo.

—Bela, você precisa resolver essa questão logo. Eu não consegui pregar os olhos
nem por duas horas seguidas!—diz colocando o óculos escuros.
—Você ainda dormiu um pouco, quanto a mim, nem ao menos meia hora. Só
pequenos cochilos mas que logo, passava.—falei enquanto revisava a
agenda.Preciso resolver essas questões logo, Mila.

—Sim, precisamos. Mas o ponto principal é você estou apenas te ajudando, mas
quem entra em combate é você, Bela. Mas na real , estou intrigada com
Marcondes,ele conseguiu mexer com meus parafusos.

"Mexeu com seus parafusos ou com seu coração?!"—pensei ao olhar para ela. Mila
nunca foi de perder o sono por homem nenhum, são os homens que perdem o sono
por causa dela.

—E você já pensou o que vai fazer para infernizar Ferrazzi e descobrir a identidade
Êxtase?—indagou curiosa.

—Sim, já.Descobrirei seu ponto fraco e cutucarei na ferida dele.—respondi séria.

—Nossa deu até medo ouvir você falar agora.—sorri enquanto estamos a dois
quarteirões antes de chegar na matriz da Ferrazzi Transportes.

—Mas é sério, o que pretende fazer?

—Nada, só observar e jogar o mesmo jogo dele. Toda fortaleza tem uma fraqueza.
E vai ser na falha de Ferrazzi que irei entrar. Esse emprego será meu até quando eu
quiser, ouça que estou te falando Mila.

—E sobre o Êxtase? Pensou? Lembrou de alguém?

—Ninguém me veio na memória, mas se ele sabe onde eu vivo, e até que roupa eu
me visto é porque sabe dos meus passos, eu trarei ele até mim. Pra começar hoje a
noite,iremos para um barzinho comum e vamos deixar nossos rastros, para ele
seguir.

—Maravilhosa ideia Bela.—diz estacionando e me preparo para descer.—


Almoçamos juntas?—questiona ansiosa.
—Não sei, a agenda diz que sim ,mas vamos ver a agenda da cabeça do meu
chefe.Ele muda tudo! Tchau Mila.—joguei um beijinho no ar enquanto entro para a
empresa.

Caminhei para a porta giratória ouvindo a chamada gravada de Victor para


Marcondes, e fui memorizando os pontos mais importantes da conversa.A primeira
coisa que tenho que observar são, quais os tipos de riscos que ele mencionou na
ligação. O que poderia me machucar aqui dentro da empresa ou até mesmo nas
filiais? Quem são esses meninos que eles estão treinando? Quem é Draco?E onde
eles usariam a senha Vermelho,preto e bege?

Se eu sou um perigo para Victor,quer dizer que ele está um passo a minha
frente.Ele deve saber de alguma coisa sobre minha vida.

—Se continuar distraída desse jeito, poderá se machucar Isabela!—Arthur o


problemático do andar,pega na minha cintura e sinto o calor de sua respiração bem
próxima de meu rosto.

—Cuidado, você estava prestes a cair dentro do espaço do chafariz.—ele fala e eu


olho, e vejo que estou a dois passos para tomar um segundo banho matinal.

—Nossa ,obrigada Arthur!—digo surpresa.Como pude me distrair tanto?

—De nada.—diz olhando em minha boca.—E também você estava indo na direção
errada, o lobby do elevador do nosso andar fica a sua esquerda.—diz me
direcionando.

—Me desculpe pelo comentário indiscreto que fiz sobre sua roupa ontem!—ele diz
enquanto entramos no elevador.—Eu não sei onde estava com a cabeça, você é
linda e foi difícil me controlar.

"A ta,pare com esse xaveco antigo! Tente com outra, que essa história de picareta
arrependido que comigo não cola"

—Tudo bem. Esquece.—digo olhando para os andares e admirando toda a estrutura


do prédio. E pelo elevador ser de vidro e os andares com corredores abertos com
vista para o saguão, no terceiro andar eu vejo Ferrazzi em pé, olhando fixamente
para o elevador. Que mesmo que cada vez mais nós subíamos, ele encarava com
raiva enquanto estava com as mãos no bolso.

Não desviei meu olhar,o encarei a altura e sorri e ainda mexi os lábios dizendo um "
bom dia e tchauzinho".

—Senhor Victor já chegou!—Arthur disse ao vê-lo.

—Ele parece estar de mau humor.—falei do meu modo inocente. —Arthur a quanto
tempo você trabalha aqui?—questiono já jogando o verde. Talvez ele saiba de
alguma proeza do chefe.

—Ele sempre foi assim, desde de quando que jogávamos bola juntos, e acredite ele
não está de mau humor.É o jeito dele. Trabalho aqui a três anos, Bela. Mas posso
dizer que você foi a primeira assistente da história da Ferrazzi que ele mesmo
providenciou um uniforme e andou no mesmo carro do que ele! Até pensamos que
você era algum parente, ou então alguém que teria benefícios com o chefe.

—É mesmo?Então vocês eram amigos?? Não, não sou nada dela e não pretendo ter
nenhum benefício.Ouvi dizer que poucas assistentes não consegue trabalhar para
ele. Bianca me disse que ele testa todas.

—Sim éramos.—responde em tom de frustração.

— E o que aconteceu?—minha curiosidade fala mais alto.

—Você nunca entenderia.

"Isso está com cheiro de traição."penso.

—Mas respondendo sua pergunta sobre as antigas assistentes, realmente não


conseguiram trabalhar para ele.Inclusive ontem a tarde ele até mandou preparar os
papéis de seu pedido de demissão, ouvi ele dizer que até sexta-feira você pedirá as
contas.Ele pareceu muito abalado,pois você atendeu a todas as necessidades que
ele procurava em uma assistente. Eu lamento muito que a empresa não tenha lhe
agradado,mas pense melhor. O Grupo Ferrazzi, oferece várias oportunidades para
futuros administradores como você.
—Pensarei!—respondi séria e fula da vida.

"Como Ferrazzi pode estar tão convencido a tal ponto de já mandar fazer meus
papéis de demissão?!"

Chegamos no nosso andar e cada um seguiu para o seu setor. Ou é tudo ou nada, e
foi no tudo de minha raiva que parei da recepção um, onde fica Susan e Bárbara e
questionei.

—Bom dia Susan!—a saúdo e ela abre um sorriso fácil,como ontem.

—Bom dia Isabela.Nossa estou louca para usar um uniforme como o seu!—diz
ansiosa.

—Ué, e porque não usa?—digo pegando algumas correspondências. Nosso chefe é


o mesmo e não vejo motivo algum de você não usar! Tem o login da empresa e não
estará quebrando nenhuma regra.

—Nossa é mesmo!—Barbara diz pensativa. —Eu gostei mais desse estilo seu.

—Bem melhor.Ficamos mais a vontade, sem preocupação com a saia na hora de


se sentar.—respondi interessada em saber das coisas.—Me diga meninas,o que as
outras assistentes fazia para que o Sr.Victor mandasse embora?

—Nada, simplesmente todas eram perfeitas. Super eficientes.Ele somente mandou


embora porque elas ficavam inúteis na recepção, ele viaja muito ,e cada mês em
uma cidade ou até mesmo em outro país.Então ele não via necessidade de mantê-
las.—Barbara responde.

—Ele não odiava elas?

—Imagina, nunca. Ele sempre foi exigente e sempre testou a capacidade


profissional das mesmas, não nego.E nas poucas palavras que trocavam era muito
educado e calmo,mas nenhuma delas visitaram as filiais como você visita. E
acredite ficamos morrendo de inveja quando você foi no mesmo carro com o
Sr.Victor. Eu tenho sonhos bizarros com ele em todas as noites. Eu imagino que ele
seja um deus na cama.
"deus na cama?"

—Que horror, ele é casado gente!—falo fingindo uma falso constrangimento.—E a


esposa deve ser ciumenta!

—Deve ser mesmo,porque você já parou para observar como que ele abotoa até o
último botão da sua camisa social? —Susan entra na conversa.—Se ele fosse meu
homem, eu faria o mesmo..

—Que esposa?Ninguém aqui nunca a viu,e agora que ele apareceu com essa
aliança no dedo.—Barbara responde e cada vez mais vai falando mais baixo.—
Muitas aqui,acham que ele até é gay.Nunca o vimos com mulher alguma, nem ao
menos nas confraternizações.Ouve boatos que meninas das outras filiais
chegaram a ficar nuas para ele, e acredite se quiser. Ele negou todas. Até
estranhamos quando ele apareceu aqui segunda-feira de aliança...

—Estranho.—respondi.—Já viram os quadros da sala dele?

—A poltrona sim.Mas não há decoração na sala dele. Somente....—Barbara para de


falar e olha para o elevador totalmente sem jeito.

Me viro e o olhar de Sr.Victor e o meu se cruzam quando ele passa por nós e vai em
direção a sala da diretoria e vejo ele conversando com Sr.Walter, que mal tinha
acabado de chegar.

—Deixe-me ir lá, que já está no horário e parece que o chefe resolveu vir meia hora
mais cedo!—disfarcei dando risada.

Segui para a recepção Ferrazzi, adiantei alguns serviços já que Bianca ainda não
chegou. Sentei-me na banqueta em pose de princesa, e agradecendo a minha mãe
por ter me obrigado a fazer aulas de balé e isso ajudou muito na minha postura e
com seriedade decidi esperar meu chefe.

Fiquei com meus olhos fixos no corredor, até que vejo ele sair do hall da diretoria e
me dando o deslumbre da sua postura culta. E como ele fica charmoso com essa
bolsa masculina estilo carteiro.
Observo cada detalhe de seu corpo,fico frustrada.Ele é totalmente rigoroso com
suas roupas. Paletó cobre a braguilha da calça e realmente o último botão da sua
camisa está fechado. O que trás até uma certa agonia. Como ele aguenta isso
pegando no pescoço?

E o que tem nesse corpo que ele esconde tanto?

—Bom dia Isabela.—diz entrando para a sua sala e deixando seu perfume de macho
bruto para trás.

Espero alguns minutos e em posse da agenda, de uma pasta de documentos e


contratos e vou com meu corpo fervendo para sua sala. Eu tenho um fraco para
perfumes masculinos. O cheiro diz muito sobre a pessoa. E o cheiro de Ferrazzi é
totalmente bruto.

—Bom dia Sr.Victor.

—Isabela, como minha assistente não pega bem ficar de conversinha pelos
elevadores da empresa. Ainda mais com uma certa intimidade que estava com
Arthur,meu subdiretor.

—Conversinha?Eu não estava de conversa alguma,o senhor está totalmente


enganado em relação a isso.Eu só estava sendo educada....

A velha mania do Sr. Ferrazzi em me interromper.

—Cuidado, várias funcionárias de todos os setores já tiveram vários problemas por


ser extremamente educadas com Arthur Fernandes. E como minha assistente ,deve
dar o exemplo para a todos. E de todas assistentes aqui, você não deve esquecer
que você é minha...

—Sua?....—questiono quando o vejo se engasgar com suas próprias palavras e


apertar a caneta furiosamente entre os dedos. A veias de suas mãos, ficaram
saltitantes de uma hora pra outra.

Que delícia, eu amo veias.


—Você é minha assistente e todo ato que fizer senhorita Fortis, será direcionado a
mim.— diz sério e começando assinar os papéis que eu acabara de colocar em
cima da sua mesa.

—Não deveria se preocupar tanto comigo, Sr. Ferrazzi. Já que está tão convencido
que ficarei aqui até sexta-feira,não vejo nenhum risco em denegrir a sua imagem
dentro aqui da empresa. O que pode acontecer nesses praticamente dois dias?—
digo bem culta.

Ele arqueia uma sobrancelha e sorri de lado.

—Me responda você, o que poderia acontecer até sexta-feira? A única ação que eu
já prevejo, é você ir até o RH, e assinar a sua demissão.

—Quem sabe?Muitas coisas podem acontecer nesses dois dias.—sorrio de lado.—


Mas por hora senhor Ferrazzi, eu irei fazer meu trabalho com maestria. Vamos
começar a revisar a agenda e devo lembrá-lo que nunca assine documentos sem
ler, enquanto conversávamos assinou dezenas dele, sem ao menos ler os tópicos
principais. De repente pode estar assinando algum documento em que está se
desfazendo de toda a sua fortuna. E acho que um homem poderoso como o senhor,
creio que sua digníssima esposa que deve estar acostumada ao luxo e ao
conforto,não iria gostar de ter um marido falido.

—Creio que minha futura esposa senhorita Fortis, está mais interessada no meu
pau e na minha poltrona cavalinho do que na minha fortuna.—diz se levantando e
ajeitando seu paletó.

"Santa virgem falsificada, aquilo é uma ereção?"—pensei ao olhar o volume que se


forma na sua calça, que por mais que ele ajeite seu paletó fica difícil de disfarçar.

"O pau Ferrazzi acaba de abalar todas as minhas estruturas! Eu preciso desse
emprego mais do que nunca..."

[...]

|Capítulo 14|

[...]
—Algum problema Isabela?—diz se posicionando ao meu lado vendo o meu
silêncio.

"Por que ele está em pé ao meu lado?"

—O que foi? Engoliu sua língua?—diz se abaixando e eu sinto o calor da sua


respiração bem próximo ao meu pescoço.

Pescoço não, por favor!! Isso me desmorona totalmente. Pensei sentindo cada vez
mais perto a sua boca próxima ao meu pescoço.

—Sua futura esposa?—questiono confusa.O cheiro dele perturba minha


mente,acende meu corpo e fode com o centro de minhas pernas.—Se é futura
esposa, porque se precipita em usar aliança em sua mão esquerda?

—Pra ela saber que eu sou dela, mesmo antes dela dizer sim.

—Então quer dizer que está casado com uma mulher que nem ao menos você sabe
se aceitará seu pedido de casamento?—questiono segurando um riso e se
levantando da cadeira e olhando para o quadro Kama-Sutra em sua parede, as
algemas e a poltrona cavalinho.

"Misericórdia,por que eu mereço um chefe assim? Só pode ser castigo, eu devo ter
picado salsinha na pedra dos dez mandamentos."

Me recomponho discretamente, mas a todo o momento sinto os pelos de meu


braços se eriçarem. O cheiro, a decoração da sala que é uma mistura de nerd com
um maníaco sexual. Sei lá, isso não é decoração da sala de um CEO tão importante
quanto ele. Victor é tão irritante, que chega ser até sexy.

"Esse cara é confuso demais!

—Então Sr.Victor, para que ela aceite seu pedido de casamento e que se torne mais
apegada no seu pau,na sua poltrona e em você todo. —descaradamente digo
caminhando para perto do quadro que para mim é mais um manual de como usar a
poltrona.—Sugiro que faça com ela a posição de número quatro,seis e nove.Mas a
posição quatro, se ela for agressiva, sugiro que use as algemas, caso contrário as
algemas podem parar em seus pulsos.
Paro de falar e Sr.Victor me olha sério.

— E se fosse você , senhorita Fortis?—questiona se aproximando e pegando as


algemas.

—O que tem eu?—questiono olhando em sua boca e sua barba por fazer que seria a
destruição da minha vida, só de imaginar ela roçando em meu pescoço.—Estamos
falando da sua futura esposa.E não de meus gostos sexuais.

—De fato, mas você diria sim se fosse colocada em devidas circunstâncias?—
questiona olhando sério em meus olhos.

—Provavelmente se meu namorado tivesse um poltrona dessa no escritório dele,


Sr.Victor. Eu diria sim para o prazer em todas as vezes que ele chegasse de mau
humor,depois de uma reunião estressante, ou simplesmente para mostrar a ele
quem é quem manda,a todo segundo,minuto a qualquer momento e a qualquer
hora eu o faria me desejar mais e mais.E eu daria pra ele quantas vezes ele
quisesse, até minhas pernas adormecerem. Mas hoje em dia meu caro sr. Ferrazzi,
o senhor acha que compensaria dizer sim por vinte minutos de prazer?? —
questiono

—Se um dia eu me encontrar com sua futura esposa, eu diria a ela que jamais diga
sim,por causa de vinte minutos de prazer. Mas também que ela não seja tão tola,
em dizer sim a um casamento só por causa de sexo ou com meras falsas juras de
amor.Mas no caso de dúvida, que ela diga sim para o prazer dela,e sim pela sorte
de conseguir ter um homem que a alimente a noite inteira. —falo pensando na
minha noite com Sr.Êxtase.

—Mas para isso, o cara teria que ser um deus do sexo.E hoje em dia isso é
raridade.E sem querer desrespeitá-lo Sr. Ferrazzi, o senhor não faz o tipo de
exterminador V, na cama. Mas sim daqueles que usam meias, cueca samba canção
e depois de chegar ao seu clímax, deita para o lado dorme até o outro dia.

—Vinte minutos para mim senhorita Isabela, seria ainda preliminares,e te garanto
que em apenas uma hora ela estaria de joelhos implorando para ser minha mais
uma vez. E sabe o que eu faria a ela se tivesse a sua desobediência?
—Não, o que?—digo com um pingo de voz que me resta.Ele está cada vez mais
próximo.

—Eu traria ela para minha sala.....

—Sr.Victor!—Bianca entra na sala o que faz o chefe parar de falar, e fica paralisada
ao ver Sr. Ferrazzi com as algemas nas mãos e logo coloca no bolso do seu paletó
e se acomoda em sua poltrona.

"Droga, isso não pode acontecer Isabela. Como pode deixar se levar assim pelo
papo de Ferrazzi?"

—Me desculpe. Achei que Isabela ainda não tinha chegado, faz tempo que cheguei
e nada dela aparecer ,então eu pensei que o senhor tivesse alguma notícia dela.—
Bianca diz totalmente sem graça.

—Pelos anos que trabalha aqui Bianca, deveria saber bater na porta antes de entrar.
—Ferrazzi diz extremamente sério.

—Me desculpe Sr.Victor é que fiquei sabendo que Isabela pediu a carta de
demissão, e eu queria apenas confirmar com o senhor e também para saber
notícias.

—Até sexta-feira ela ficará Bianca.—Ferrazzi responde por mim.

—Me desculpe interromper o assunto dos dois,mas eu estou aqui e não estou
morta. Eu decido em minhas decisões Sr. Ferrazzi. Bianca pode ficar tranquila,
ainda ficaremos juntas nessa recepção por longos meses. Ah ,e pode avisar o
restante do pessoal, que eu acabei de conversar com o nosso chefe e ele me
aconselhou muito, quase implorou para que eu continuasse, então pode dizer a
todos e principalmente o terceiro andar, que eu escolhi o Grupo Ferrazzi para meu
crescimento profissional.—digo olhando para Sr.Victor que franzi a testa a cada
segundo.

—Sério?Você não sabe o tanto que fico feliz!! De todas as assistentes que o
Sr.Victor teve, você é a mais legal.—Bianca ,diz me abraçando.
—Obrigada,Bianca. Mas pode ficar tranquila, agora deixe-me terminar de revisar a
agenda e alguns dos documentos com o nosso chefe. Estamos atrasados já.

Bianca se retira, deixando-me a sós mais uma vez com Sr. Ferrazzi, que já está no
seu estado bipolar. Enfurecido, provavelmente por eu ter passado por cima da sua
palavra.

— Bom eu acho que como sou sua assistente, fui falha em entrar em um assunto
paralelo com o senhor. —falo séria enquanto coloco meus óculos de grau. Mas que
na verdade eu estava amando e se não quebrasse minhas regras e meu
conceitos,Ferrazzi estaria perdido em minhas mãos.

Retomei minha postura e elegantemente fiz o meu trabalho e friamente deixei a


sala do Sr. Ferrazzi,mas com uma enorme vontade de fazer coisas proibidas
naquela poltrona cavalinho.

"Acalma-se Isabela, ele é teu chefe, aguente até sábado falta pouco!".

Caminho para a recepção com gosto de virada. E bem animada, Bianca vem ao
meu encontro.Me possibilitando ver marcas em seu pescoço. Hum, alguem fez
arte. Pensei.

—Fiquei tão triste quando Marcondes me falou que seus papéis de quebra de
contrato de trabalho já estavam todos prontos. Sabe, sinceramente,isso não faria
nada bem para seu currículo.—Bianca fala com entusiasmo.

—Não mesmo, não sei onde eu estava com a cabeça de mandar fazer meus papéis!
—disfarço.Mas mal sabe ela que estou travando uma guerra para me manter aqui
até sexta-feira, e depois disso se eu conseguir passar pelo vale da morte. Sabe lá a
Deus o que irá acontecer a partir de segunda-feira.

—Mas que bom que escolheu o caminho certo. Estou aqui há dois anos e a
empresa está até financiando meus estudos.

—Que bom!—respondo já respirando mais aliviada.

—Bianca, o que será que aconteceu entre Sr.Victor e o Arthur?—aproveito o embalo


que Bianca hoje está com a língua solta.
—Olha, eu não sei te falar. Mas o que soube é que a alguns anos atrás, bem antes
de eu começar a trabalhar aqui, houve uma briga feia entre os dois.Mas sobre o
que, e porque, não sei. Cada um fala uma coisa, mas o motivo real ninguém nunca
soube.

—Entendi.Que coisa , é tão ruim uma amizade se desfazer.

—E como.—responde pegando uma folha que tinha acabado de ser impresso a


pedido do Sr.Marcondes.

—Bianca, por acaso você está sabendo se está tendo seleção de novos
funcionários? Tanto aqui na matriz , quanto nas filiais?

—Olha pelo que eu saiba não, aqui em Manhattan nas filiais daqui, não tem
nenhuma novidade mesmo porque quando há seleção de novos funcionários seja
de qualquer setor e principalmente na logística, quando não é sr. Ferrazzi que vai
acompanhar os recrutamentos juntamente com o RH, é o Sr.Marcondes que vai e
quando é assim, nós assistentes vamos juntos.

Bianca continua falando,mas nem continuo prestando atenção,tudo que me passa


na cabeça é a chamada gravada que Ferrazzi, mencionando sobre o treino que os
dois não podiam deixar os "meninos",esperando.

E me vem a mente agora,se não há novos funcionários tanto para matriz quanto
nas filiais daqui da ilha, então esses "meninos",devem fazer parte do segredo sujo
de Victor Ferrazzi.

—Sabe se há algum Draco, na família Ferrazzi?—questiono bem curiosa.

—Que pergunta estranha Isabela?! Não, não tem.—responde simpática.—Eles não


têm irmãos, que eu saiba os dois são filhos únicos.E também Draco, sei lá, é um
nome estranho... Tem certeza que não é algum apelido? Porque Draco é um nome
grego,pouco incomum ser usado por nós norte americanos, a não ser por apelidos
já que o mesmo significa dragão ou serpente.

—Verdade.—digo pensativa.—Pode ser algum apelido ou até mesmo a pessoa que


tenha algo que se refere ao nome.
—Pode ser. Mas de uma coisa eu sei, eu tenho certeza que Draco não está ligado a
família Ferrazzi.

—É já deu para perceber mesmo!—respondi juntando alguns papéis e guardando-os


dentro da gaveta que tem o nome Marcondes e vejo escrito na lista:

"Encontro dos dez lobos na Hell's Kitchen Park, 699"

Discretamente eu tiro foto do papel e com ela salva na galeria na hora do almoço,
Mila e eu podemos ir ver onde é esse encontro. Guardo o papel e a minha vontade é
de rir bem alto, me segurei quando vi Ferrazzi saindo de sua sala com cara de
poucos amigos e indo para sala do seu primo.

Olho para sua sala que está com a porta aberta,em cima da sua mesa vejo seu
notebook .É dos mais modernos e estou surpresa que meu lindo, ogro chefe saiba
usar um desses.

Mil pensamentos passam na minha cabeça. Dez mil mais passou quando Bianca
se retirou da recepção e me deixou sozinha. Agora seria uma boa hora.

—Vamos lá Isabela, coragem é agora ou nunca! Se o Ferrazzi está um passo na sua


frente você tem que estar com dois a mais!—falei para mim mesmo, indo faminta
mexer no computador dele.

Sentei-me na sua confortável poltrona e quase tive um orgasmo só de ver a tela do


computador desbloqueada e em todos seus arquivos sem nenhuma senha.

Rapidamente olhei pasta por pasta, até que eu vi uma com o codinome. "OS DEZ DE
MANHATTAN". Ansiosa dei um clique rápido e que eu vi, fez minha boca secar em
questão de segundos e a sensação que eu tive é que todo líquido do meu corpo,foi
para o meio das minhas pernas.

Dez homens fortes completamente nus, em uma mistura de raça e cores


maravilhosas.

"Ferrazzi é insuportável, mas o cara tem bom gosto!"


—Eu não suporto ver isso! Isso é exibicionismo puro!—pensei ao fechar o arquivo e
se levantar da poltrona. Estou louca para chegar no almoço e contar tudo a Mila.

"Mas afinal, porque Ferrazzi coleciona fotos de homens nus? Eu me recuso a


acreditar, que ele gosta da mesma fruta do que eu..."

Cheguei na recepção com o telefone já tocando, atendi era o meu querido chefe,
como sempre dando ordens.

E com isso já fazem duas horas que Ferrazzi entrou para a sala de Marcondes, ele
apenas pediu café e alguns documentos que prontamente eu levei e em troca
recebi uma lista de documentos que tenho que pegar no arquivo morto, que fica
aqui no subsolo. E até o último momento em que falei com Bianca por mensagem,
ele não tinha saído da sala do primo. Não é minha obrigação procurar documentos
aqui no arquivo morto,mas Ferrazzi exigiu que quem teria que fazer esse serviço.
Seria eu.

E por capricho, já fazem quase uma hora e trinta minutos que estou entre pastas
empoeiradas, com minha pele coçando,pegando pasta por pasta, e o pior de tudo ,
ele ainda exigiu que em cada pasta que eu achar, ele quer apenas as folhas que
estão numeradas na lista.

É pirraça ou não é ? E ainda para ajudar, estou com meu nariz parecendo de
palhaço.A minha alergia resolveu dar o ar da graça.

Exausta, coçando,espirrando,nariz irritado e com manchas vermelhas em meu rosto


de tanto de se coçar, estou saindo do arquivo morto, linda,plena e suja.Com teia de
aranha até no cabelo,mas com uma vantagem, achei uma nota fiscal de uma
academia por nome de Equinox Club. O nome que está na nota é de Victor
Ferrazzi,e guardarei essa nota como um tesouro em meu bolso.

Como sempre a assistente Ferrazzi chamando atenção.Todos do saguão me olham


ao ver a cor da minha roupa e claro, meu rosto e nariz de bozo.

—Nossa o que aconteceu com você, Isabela?—Arthur dá de encontro comigo me


olhando espantado.

—Pergunte ao Sr.Victor!—respondi passando por ele.


Subindo as escadas de vidros eu já pude ouvir a voz grossa de Ferrazzi, e meu
sangue subiu na cabeça. Mas mantive um sorriso no rosto, tudo que ele quer é que
eu me enlouqueça e ir cega de raiva para o terceiro andar.

—Aqui está Sr. Ferrazzi , as trintas folhas que o senhor pediu!—falei educada mas
sentindo os músculos do meu rosto repuxar pela força que eu estou fazendo, para
não mandar ele se lascar.

Marcondes que está ao seu lado, me olha com olhos arregalados e dá um passo
para trás. Victor, então pega os papeis de minha mão e analisando calmamente na
minha frente, um por um.

—É difícil você fazer as coisas certo? Isabela.—diz tirando seus óculos do rosto
com raiva.

—Eu fiz certo. Todas as folhas que o senhor pediu na lista, estão aí. Com dia e ano
que foi referido. Se eu errei, o erro começou por você.—respondi nervosa.

—Calma Isabela.—Bianca diz baixinho.

Ferrazzi me encara e com um passo à frente,diz olhando em meus olhos.

—De todas as assistentes que eu tive, você é a mais incompetente. Se não está
satisfeita com seu trabalho, já que não fez certo o que eu lhe pedi. Aviso pela
quinta vez que o RH da matriz, fica no terceiro andar.

—Se eu sou tão incompetente,Sr. Ferrazzi. Eu me nego a achar o caminho do RH. Vá


você,e faça você mesmo a minha demissão. Porque pedir as contas, não vou lhe
dar esse gosto nem no teu sonho. E não vou procurar outras folhas, todas que o
senhor pediu ,estão ai. —digo muito educada.

—Sr.Marcondes, por favor tenha a gentileza de ajudar o seu primo e revisar a lista.
Afinal, duas cabeças pensam do que uma.—falei entregando a cópia de pedidos
para Marcondes que com um riso escondido, pega a folha da mão de Ferrazzi e
analisa cuidadosamente.

Após balançar a cabeça e ajeitar os cabelos, Marcondes diz sério.


—Ela está certa,Ferrazzi. Todas que você pediu estão aqui. Se veio errada o erro
partiu de nós dois,porque fomos nós quem selecionou.

—Francamente Marcondes.—resmungou Ferrazzi indo para a sala.

—O que é certo, é certo, Ferrazzi. Não deve descontar na menina um erro nosso.—
Marcondes entra em minha defesa.

—Bom hora do almoço!—Marcondes diz sorrindo e disse baixinho em meu ouvido.—


Gostei da sua postura irmãzinha, seja firme. Jogue o jogo dele.

Respondi com um espirro. E sou desperta com a voz de Barbara me chamando na


escada.

—Isabela.—me chama empolgada.—Nossa me disseram que você estava mau, mas


não me disseram que estava como uma mendiga.—diz olhando a sujeira da minha
roupa enquanto eu limpo meus olhos lacrimejados e vejo um enorme buquê de
rosas azuis em seus braços e uma caixa preta na sua outra mão.

—Essas rosas chegaram para você!!—diz curiosa para saber quem é.

Pego o buquê de seus braços e a caixa preta e desço para o térreo ao encontro de
Mila, que do saguão já vejo seu carro parado na área de de embarque.

—O que é isso?—diz olhando em minhas mãos.—Meu Deus, e o aconteceu com


você? Foi na guerra dos Farrapos?—questionou dando risada.—Vejo que Ferrazzi
está liderando essa guerra.

—Menos Mila. Devo agradecer ao Ferrazzi por estar nesse estado de


calamidade.Mas quanto essas flores eu já sei bem que me enviou e confesso que
estou começando a ficar assustada, Mila.—digo tirando o laço da caixa.

—Mas por que? Receber flores é tudo de bom,apesar que isso não faz meu
estilo.Mas é algo carinhoso e romântico. —diz rindo.

—Eu sei, mas pelo fato do senhor Êxtase saber até onde eu trabalho.Eu me sinto
completamente vulnerável Mila. Ferrazzi e Êxtase estão fazendo hora extra na
minha vida. Quando me livro de um, o outro parece.
—Vai abre isso logo!—diz ansiosa.

Abro a caixa preta e vejo duas chaves,um lindo par de brincos e uma gargantilha de
diamante.Acredite a gargantilha tem uma corrente, que a faz parecer uma coleira.

—Uau,Isabela, isso é um convite para um sexo pesado!

Sorrio impactada com o brilho.Pego o bilhete e leio.

"Eu te espero para o nosso encontro de sábado dez vezes mais quente do que da
nossa primeira vez"

—Nossa, esse seu sofrimento para manter seu emprego será muito bem
recompensado pelo jeito. E essas chaves, o que significa será?

—Não sei mas elas não são importantes agora, e sim eu terei uma recompensa
boa. Mas minha recompensa maior, é quando eu estiver com Ferrazzi na palma da
minha mão. —digo colocando o buquê no banco traseiro do carro.Mas pra isso
precisamos perder um pouco do nosso almoço e ir até esse endereço. —digo
mostrando a Mila a foto do papel que eu tirei.

—Encontro dos dez lobos na Hell's Kitchen Park, 699.—Mila lê em voz alta.—Onde
conseguiu isso?

—Eu te conto melhor no caminho.

" É hoje que eu pego Ferrazzi liderando sua matilha"

|Capítulo 15|

"O encontro dos dez lobos"

—Isabela, tem certeza que isso é um endereço?—Mila questiona duvidosa.

—É uma referência de algum lugar em Hell's Kitchen, eu acho!—falo olhando para os


lados.
—Bom, na rua 10 tem um Park que foi nomeado com o mesmo nome do bairro, mas
lá não faz muito o estilo do Ferrazzi. Mas por via das dúvidas ,nós vamos pra lá.

—Tudo bem,pelo menos temos uma referência, seria muita coincidência...

Paro de falar pois eu lembro do dia que fomos visitar a filial do Brooklyn, e eu vi
Ferrazzi conversando com alguns funcionários no meio do barracão.

—Mila!!—a chamo assustada e ela freia na hora.

—O que foi?—questiona apavorada

—Sabe no dia que o Ferrazzi me entregou aquele uniforme horrível?

—Sei,mas isso é motivo para me chamar assim?—me repreende.

—Desculpe-me,mas ,naquele dia eu vi Ferrazzi no meio de uma roda formada por


dez homens, todos com o mesmo perfil,musculosos e todos estavam atento a ele
que parecia dar instruções e logo em seguida eu vi meu chefe entregando algo a
eles.No dia achei que fosse algo banal,apenas uma conversa de patrão e
funcionário. Mas pensando bem, acho que tudo isso tem haver com "O encontro
dos dez lobos". Ferrazzi parecia um alfa liderando a matilha naquela manhã.

—Que coisa louca Isabela!—Mila diz admirada.

—E você não sabe da maior.—faço suspense.—Eu mexi no computador do Sr.Victor


e eu achei foto de dez homens nus, e estava em uma pasta dizendo "Os dez de
Manhattan".

—Estranho.—Mila diz enquanto estaciona em frente a um parque.—Olha aqui é o


parque Hell's,agora eu suponho que 699 deve ser o número do local onde será o
encontro.—Mila diz séria e eu dou risada, estou me sentindo uma agente do FBI.

Descemos do carro e olhamos para as lojas que tem a nossa frente, e de cara
achamos o número 699 em loja de tarot.

—Será aqui?—questiono duvidosa.—Mas é apenas uma loja de tarot...


—O número é esse, vamos comprar algo para comer e vamos esperar.Porque se for
ter algum encontro agora, será aqui e não podemos ser vista.—Mila diz já ligando o
carro e nos levando para um ponto estratégico onde temos visão para todos lados.

Não demora muito, uma van preta para, a porta se abre e vai descendo um armário
após o outro e se posicionando em frente a loja. Contamos um por um e no total
deu dez homens, gostosos, malhados com a pele tão bronzeada que parecia que
tinha passado algo para deixá-lo mais apetitosos.

—Nossa que homens gostosos.Bela, seu patrão tem bom gosto.—Mila diz já na sua
forma tarada.

—Você precisa ver os nudes deles! É de tirar o fôlego!—falo olhando atentamente e


logo em seguida vejo dois homens com roupas despojadas em uma moto
imponente parando atrás da van.

—Será Ferrazzi e Marcondes?—Mila questiona curiosa.

—Acho que não, eles estão de roupa social.Esqueceu?—falo olhando para o estilo
das roupas dos dois que estão de capacete de viseira preta.—Acho que um jeans
rasgado e jaqueta de couro não faz o estilo Ferrazzi . E acho que também que ele
nunca usaria calça de couro.Marcondes talvez sim, mas Ferrazzi não.—falo dando
uma mordida no salgado e um minuto de distração quase me engasgo com um
beliscão de Mila, para chamar minha atenção.

—Tem certeza que Ferrazzi nunca usaria um jeans rasgado?Se tem, então eu devo
estar cega. Olha só!—diz segurando meu rosto .

Esfrego os olhos quando vejo Ferrazzi tirando o capacete, o cabelo está


bagunçado.

—Aquilo não é meu chefe, é uma cópia dele.Não pode ser.—falo desacreditada no
que vejo.

—Nossa olha a bunda do Marcondes!—Mila diz praticamente babando.—Eu não vou


aguentar Isabela, eu vou ter que ir lá pegar naquela bunda pra ver se é real !—Mila
diz já descendo do carro.
—Está louca?—seguro-a pelo braço.—Sente-se aqui e apague esse fogo.Se for lá, irá
estragar tudo.—falo séria.—Eu quero pegar Ferrazzi de surpresa.Ter uma carta na
manga escondida.

Mila se abana e continuamos observando. Os dez homens que estavam esperando,


mais uma vez formam uma roda e Ferrazzi entra no meio diz algo rápido e em
seguida todos entram para a loja de tarot.

—E agora, o que fazemos?—Mila questiona.—Eu não tenho cliente após o almoço,


eu posso ficar aqui a tarde toda.

—Você está livre, mas eu tenho que voltar para a empresa.Vamos esperar um
pouco e depois vamos embora.—digo olhando as horas no celular.

alguns minutos depois..

—Bela, já fazem trinta minutos que eles entraram e até agora nada.—Mila diz
entediada.—Vamos até lá, é uma loja ninguém pode impedir nossa entrada.E tenho
certeza que nem na loja eles estão mais.

—Então vamos.—digo decidida já descendo do carro.

Mila e eu fomos até a loja, e claro minha roupa estava chamando atenção. Suja, eu
descabelada, nariz vermelho e pele irritada, não tinha quem não olhava para mim.E
quanto mais olhares de sarro eu recebia ,mas raiva eu tomava no Ferrazzi e com
mais vontade de descobrir um podre dele, me motivava para entrar na loja.

—É só uma loja de Tarot, o que poderia acontecer?—Mila diz decidida empurrando a


porta da loja e vemos que é uma loja de tarot erótico.

Uma senhorinha já bem idosa, vem nos atender enquanto Mila e eu estávamos
bobas , tentando entender por onde aqueles doze homens entraram. Simplesmente
sumiram!

—Em que posso ajudar, mocinhas?


—É...,é.. .minha prima e eu queremos fazer uma surpresa erótica para nossos
namorados, e uma amiga incomum nos informou que aqui seria o local ideal.—Mila
disfarça rapidamente.

—Assim, meu nome é Margot, aqui todas as mulheres que amam um bom sexo,
uma noite quente e prazerosa, aqui sim, é o melhor lugar.

A senhora que até então achávamos que era a moda antiga nos deixa super sem
graça com tal comentário.

—Veja aqui tenho bolinhas ben-wa, servem para pompoarismo, acredite deixa a
menina bem mais apertada,e se treinar bastante e correto ,tem como até dar um
mata-leão no pau do seu homem. Isso fortalece a musculatura vaginal que é uma
beleza!—Dona Margot diz e Mila e eu simplesmente estamos bobas.

"Velha possuída!Essa manja no assunto"

—Eu quero umas dez dessas!—Mila diz pegando a cestinha e eu intrigada com os
sumiços dos homens.

Pego uma cestinha para disfarçar e caminho para a loja, e no fundo eu vejo uma
porta estreita,perto de alguns quadros indianos que mostram posições do Kama-
Sutra.

Caminho até a porta e ouço alguns barulhos estranhos,como se fosse se tivessem


arrastando móveis e algumas vozes .Deixo a cestinha cair quando eu escuto.

—Seja homem, porra! Faça com força, dê impulso,até você ver o pedido de
misericórdia!—na hora eu reconheço que a voz do Ferrazzi.

—Coloque mais lubrificante,isso te dará mais movimento. Com pressão , Draco!—


Ferrazzi esbraveja.

"Ai meu Deus, meu chefe, com um homem?!"

Me aproximei mais da porta para ter mais certeza.

—Marcondes era como você,hoje ele faz isso automaticamente.


—Sim,Victor me ensinou por quase um ano— ouço a voz do Marcondes.—O segredo
é você pensar na melhor foda que você já teve e deixar se levar na frenesia. Assim,
veja...

Uma música alta começa e não dá pra ouvir mais nada. Vejo a senhora Margot
passando entre as prateleiras e para disfarçar eu pego dois pacotes de baralho
eróticos, gel, e um vibrador novo.

—Está precisando de alguma coisa, mocinha?—ela me questionou olhando para a


porta.

—Não, eu já achei que estava procurando. —falei mostrando as cartas de kama-


sutra.

Seguimos para o caixa, e vejo Mila com a cestinha cheia. Ela me olha e vejo que
está querendo dizer alguma coisa, e em seguida vejo um panfleto atrás da máquina
registradora e na hora lanço minha jogada.

—Nossa que legal Mila, olha só curso de pole dance.Nossa eu adoraria fazer!—falo
inocente.—As vezes meu namorado reclama que eu não danço pra ele.

—A dança é alma do sexo,uma mulher que dança, consegue ter seu homem pelas
bolas. Eles amam, e dominamos eles facilmente com essa arte.Desejam se
matricular?

Mila e eu olhamos para a cara uma da outra e respondemos juntas.

—É claro!

Pagamos nossos produtos ,nos matriculamos no curso e já estávamos prestes a


sair da loja quando a senhora Margot, me chama e questiona.

—Posso ler sua mão, aproveite que hoje eu não cobrarei nada.

Bem direta eu respondo.

—Não acredito nisso, senhora Margot. Mas se quiser tentar..—digo dando a minha
mão.
Ela encara séria e logo diz.

—"Vejo dois homens fortes no seu caminho. Mas se você prestar atenção é apenas
um coração apaixonado.Você tem o poder em suas mãos Isabela,a essência
feminina, a rainha da matilha. A dona do prazer. Use ao teu favor tudo que a
essência feminina lhe proporcionou..."

Tiro minha mão da dela e agradeço e com um frio na barriga,e quando Mila e eu
saímos da loja,ela logo vai dizendo.

—Que porra é essa?—Mila diz boquiaberta.—Deve ser bruxa...

—Não sei, mas ela falou algo coerente.E eu vou usar tudo ao meu favor. Mas antes
de preciso contar tudo que ouvi.—falei para Mila e depois que ela ouviu tudo ficou
mais curiosa do que eu.

—Algo muito forte, esse Ferrazzi esconde.

—Com as aulas de pole podemos investigar melhor.Tenho certeza que as salas


ficam depois daquela porta estreita.—falei ajeitando meus cabelos.

—Genial! Bela, você me surpreende.

—Você tem alguma troca de roupa no seu carro?—questiono para a Mila,vendo os


joelhos da minha calça sujos.

—Infelizmente não, Bela. Pena que não dá mais para passar em casa, se passarmos
lá, você irá se atrasar para seu retorno após almoço e não é bom dar motivo para
Ferrazzi falar.

—Tem razão.Vamos direto para empresa.—falei frustrada.—Mila pode colocar as


rosas na água no seu escritória, a tarde eu pego.—Falo olhando para as rosas que
Sr.Êxtase me deu.

—Lógico.—Mila responde.

Cheguei na empresa e me senti como se estivesse chegando na agência do FBI,


após um período de investigação e louca para ver a cara do Ferrazzi. Fui ao
banheiro, lavei meu rosto, escovei os dentes, arrumei meus cabelos e quando abri
minha bolsa para pegar meu batom eu vi o baralho erótico.

Sorri diabolicamente.É hora de jogar as cartas para Ferrazzi.

Fui para recepção , sentei -me plena na banqueta, e fiquei olhando fixamente para o
elevador de uso particular de Ferrazzi. Quarenta minutos depois, Ferrazzi e
Marcondes chegam já elegantemente vestidos com seus ternos de alfaiataria.

"Cachorros!"—pensei enquanto sorria pra ele e os cumprimentando-os com um boa


tarde bem dado .

—Boa tarde , Isabela. Venha até a minha sala, precisamos rever alguns documentos
—Sr. Ferrazzi diz entrando para sua sala.

—Com prazer chefe..—falei baixinho colocando uma carta do baralho erótico na


minha cintura. Eu usarei no momento certo.

Entro em sua sala ele está sério olhando o computador.Minha vontade era de falar
tudo que eu vi e ouvi. Olhei para a poltrona cavalinho e me calei. É melhor agir na
hora certa.

—Questões de higiene aqui na empresa é fundamental, senhorita Fortis.—Ferrazzi


diz no supetão.—Deveria ter pedido um uniforme novo lá no almoxarifado.

—Hum ,me desculpe .Sr Ferrazzi, eu estava resolvendo alguns problemas, mas vou
dar um jeito nisso.—respondi me levantando.

—O senhor por acaso tem alguns lenços umedecidos extras?—questionei

—Na estante.—responde sério.

—Obrigada.—digo indo até a estátua de Pitágoras

"É agora que ele vai entrar no meu jogo."

Tirei minha blusa, e vi o momento que ele deixou a caneta cair.

—O senhor não se importa se eu limpar minha roupa aqui não é?—questionei


inocente e não tive resposta.
Peguei o lenço umedecido e passei na minha pele, e mais um para limpar minha
blusa que tinha um sujeira quase imperceptível.

Olhei pelo canto do olho e o vi me encarando.

—Não deveria ficar me olhando Sr. Ferrazzi

—Estou em minha sala, e quem está se oferecendo é você.

—Não, eu não preciso me oferecer. Nunca precisei, estou apenas ficando


apresentável, para te representar. Temos visitas de clientes agora a tarde e tenho
certeza que não gostaria que eles olhasse para assistente Ferrazzi que é imagem
do chefe..Lembre-se que disse a mim que todo ato que eu fizer aqui na
empresa,seria direcionado ao senhor?

—Perfeitamente.

—Considere isso que estou fazendo, me expondo a você. Como parte do meu
trabalho, porque foi o senhor que me obrigou a ir até o arquivo morto.

—Iria se importar se eu tirar minha calça?—questiono.

—Não tem nada ai que me interesse, fique a vontade.—diz voltando a escrever mas
posso ver que ele está transpirando.

"Vou cutucar na sua ferida Ferrazzi. Eu serei tua maior fraqueza"

|Capítulo 16|

Vesti a blusa do uniforme novamente. E propositalmente caminhei até a poltrona


cavalinho e sentei-me para tirar minhas botas. Gemi quando senti meus pés livres .

—Considere-se um sortudo Sr.Victor Ferrazzi, essa visão que está tendo agora, nem
todos têm o privilégio.—falei me levantando e desabotoando meu jeans.

Levantei com Ferrazzi me encarando sem disfarçar. Mordi em meus lábios diante
da maldade que se passa na minha cabeça.
Abaixei lentamente o zíper da minha calça, e pude ver o olhar do meu chefe
acompanhando o movimento do zíper.

—Sabe qual é o problema de suas ex-assistentes e de suas demais funcionárias, Sr.


Ferrazzi?—questiono e vejo surpresa em seu olhar.

—Qual?

—É que todas abaixaram a cabeça diante de você.E o maior erro de algumas é de


ter tirado a roupa para o chefe.Não me pareceu surpreso quando tirei minha
blusa,deve estar acostumado com isso.Estou certa?

—De fato.E você não quer ficar nua pra mim também?

—Nunca tiro minha roupa para ninguém,caro sr. Ferrazzi. São as pessoas que tiram
a roupa para mim, entendeu?—digo me aproximando o suficiente de seu rosto e
movimentando meu lábios na sua barba .

—Mas confesso meu caro chefe, que essa poltrona em sua sala é tentadora, eu
entendo o motivo que suas ex assistentes tiraram a roupa para você.Entendo o
porque que suas futura esposa fica louca com essa poltrona.Uma boa foda aqui
seria sensacional.Só para que fique sabendo Sr. Ferrazzi,a número nove vai bem
fundo.Mas tem um porém, meu querido chefe..—digo em sussurro.

—Qual?

—Eu sou bem diferente de suas ex-assistentes, e não fodo com meu chefe e muito
menos com homens comprometidos. Eu repudio qualquer forma de traição.

—E quem disse que eu quero uma foda com você?—ele questiona rouco.

—Seu coração está acelerado, você está transpirando e seu paletó mal dá para
cobrir sua ereção.E eu sinto seu cheiro Sr. Ferrazzi. Tão diferente e único quanto do
homem que deixou a marca no meu pescoço que tanto te incomodou.—digo
sentando na sua mesa de frente pra ele.

—Eu posso te mandar embora agora por causa da sua ousadia,sabia? —resmunga

—Você não vai me mandar embora, chefe. E sabe porque você não vai?
—Por que?—ele questiona

—Porque você é tão anormal quanto eu. E precisa de meus serviços nessa
empresa, tanto quanto eu preciso desse emprego,eu tenho contas para pagar e um
prazer para manter em dia. E também de todas assistentes que você teve,sr.
Ferrazzi. Eu sou a melhor.Única.

—Não é tão boa assim,errou uma lista importante que te pedi esqueceu?

—Erramos,nós dois erramos.Nunca se esqueça de assumir seus erros.E se quer


saber de uma coisa, Sr. Ferrazzi, eu sinto que tenho muitas coisas para aprender
sendo sua assistente.—falo descendo de sua mesa e indo calçar minhas botas.

—A primeira lição eu irei te dar agora,Isabela. —diz se levantando e vindo em minha


direção me prendendo contra a parede.

—Aprenda a ficar calada quando é necessário.Tome muito cuidado com o que fala
comigo,minha linda Isabela. Eu costumo punir severamente menininhas
desobedientes como você.

—Como irá me punir, chefe? Me mandando para o arquivo novamente? Dando para
mim um uniforme mais ridículo do que me mandou?—dou uma risada carregada na
maldade.—A punição de que eu gosto, sr.Victor,o senhor não pode me dar...

— Saia da minha sala agora,Isabela.Estou perdendo a cabeça com você.

— Não posso sr. Ferrazzi. —digo baixinho. — Eu não sou submissa como suas ex-
assistentes.

— Saia agora.

— Não antes de me entregar os documentos assinados. Assine-os agora! Está


empacando meu trabalho. —falo séria.

Ferrazzi bufa sentando na sua poltrona e assina rapidamente os papéis, ele está
descontrolado.Cheguei onde eu queria. Ferrazzi está desequilibrado.

— Recomponha-se, Sr. Ferrazzi, daqui trinta minutos o senhor tem que atender dois
clientes franceses. — ordeno o deixando sozinho.
Ferrazzi ficou desequilibrado o restante do expediente.Durante a reunião manteve-
se sentado o tempo todo, impossibilitado de se levantar. E eu sei muito bem o
motivo.O golpe final foi quando era da responsabilidade dele em mostrar os
gráficos de rotas pelo painel e como a empresa trabalha em caso de roubo ou
desvio de mercadorias.E como assistente dele, tive que fazer o papel de Ferrazzi,
que alegou estar indisposto. Mas eu sabia muito bem qual era a indisposição dele.

Acho que ele não aguentou meu modo de assistente ativado quando eu negociei
com seus clientes falando em francês. E desde então depois que a reunião acabou,
ele desceu com Marcondes para o primeiro andar e até agora não subiu. Acho que
nem vai mais, o expediente se encerra daqui dez minutos.

Obrigado papai,por ter sido tão rigoroso naquelas reuniões chatas que me obrigava
a assistir com seus fornecedores. E obrigada mamãe, por me trancar no quarto e
obrigar a estudar suas aulas chatas de Francês e Alemão.

Agora eu sei que tudo foi um treinamento para enfrentar Ferrazzi.

Terminei de organizar a recepção,respirando aliviada por ter ganho um dia de


guerra de Ferrazzi, e ansiosa para ir embora para iniciar a busca da identidade
Êxtase. Sigo para o elevador já decidida esperar Mila no estacionamento.Parar em
frente a empresa em horário de rush é um caos e estressada do jeito que Mila é, é
bem perigoso arrumar confusão.

Estou exausta, assumo. Ferrazzi saiu no prejuízo, mas ele deixou seu estrago em
mim. Estou ainda com manchas vermelhas em minha pele e nariz em estado de
calamidade.Preciso de um banho dos pés a cabeça para tirar qualquer vestígio
daquela sala abafada e empoeirada , que é o arquivo morto. E para amanhecer bem
preciso do meu antialérgico.

Desperto dos meus devaneios com barulho de chaves caindo no chão. Olho e vejo
que é Victor e Marcondes, como sempre aos cochichos.

— Parabéns Bela, devo lhe dizer que nos deixou impressionado. — Marcondes diz
animado.

—Marcondes, por favor. Me chame de Isabela. E não fiz nada demais,fiz apenas
meu trabalho.Já deveriam saber que isso faz parte da minha função.
— Está de mau humor, Bela? Por que nunca nos contou do seu francês fluente.

— Não ,não estou de mau humor, mau humor é coisa de gente mal "alimentada" se
é que me entende. —falo olhando para o meu querido chefe. — E não é só vocês
que tem segredos, Sr.Marcondes e Sr.Victor. Eu também tenho os meus. — digo
com um ponto de malícia.

— E como vai sua prima?—Marcondes questiona.

—Ótima.

— Diga que eu mandei um ...

O interrompo dizendo.

— Não sou garota de recado, Marcondes. Se quer minha prima, faça por merecer.
Até logo. — falo colocando os fones de ouvido e caminhando sob o olhar de Victor
Ferrazzi.

Não demora muito Mila chega toda animada.Trazendo consigo meu buquê de
flores que eu deixei em seus cuidados. A cor azul está sendo minha preferida, pois
ela me lembra Bule Devil, o covil do Sr.Êxtase.

— Mila,você me falou que conseguiu ingressos para o mês todo para


contemplarmos Sr.Êxtase, não me lembro de ter entregado o meu.

— Consegui sim. Até esqueci de lhe entregar, foi corrido e turbulento esses dias que
eu acabei envolvendo com seu chefe e com essa perseguição do Sr.Êxtase, que
acabei esquecendo. Pega aí na minha bolsa os seus. Está com a numeração do seu
RG.

Pego o ingresso e vejo escrito.

"Sr.Êxtase, o dono do seu prazer!"

—O dono do meu prazer, e o responsável pelo meu sofrimento na Ferrazzi e a


inspiração para meu combate.

— Que determinada. —Mila fala rindo.


— É sobrevivência, Mila.Sexo é vida. E quando esses homens tiverem nas minhas
mãos eu te juro,eles irão se arrepender de ter entrado no meu caminho.

— Relaxe. Pense no benefício que você terá. Um salário gordo, independência


financeira e todas as noites com Êxtase.

Sorrio.

— Marcondes perguntou de você hoje!—falo e vejo o entusiasmo de Mila.

— O que ele perguntou?—questiona, ansiosa.

— Eu o interrompi, eu disse se ele quer você, que faça por merecer. E ele me
pareceu bem determinado.Mila, sabe o que ele disse pra mim,ontem depois do
almoço quando me deixou em casa?

— O que?

— Que já sabia onde você trabalhava. Mila faça me um favor de lembrar de onde
você conheceu esse cara, se você se lembrar ajuda até resolver o caso Ferrazzi.
Porque hoje tive a certeza que os dois não se desgrudam. Onde um está o outro
vai.

— Darei um jeito. — diz maliciosa. — Até daqui a pouco. — nos despedimos

...

Entrei em casa exausta, tirei minhas botas e aqui estou eu jogada no sofá, e com
uma leve dor de cabeça. Creio que seja pela privação de sono e da minha reação
alérgica.

— Que semana de cão!!—falei a mim mesma fechando os olhos e contendo um


espirro.

Estava apreciando o silêncio, quando eu vejo os lábios de Ferrazzi, o olhar,o seu


jeito enfurecido vem em meus pensamentos. Levo um susto , me fazendo voltar a
realidade com meu celular tocando, pego e vejo que é número do meu pai.

—Oi, pai. — digo animada.


—Oi, minha linda Bela.—a voz que um dia tanto amei ouvir, e que agora dói minha
carne de raiva. Se fez presente.

—Mateus?!—digo já nervosa.— Por que está ligando do celular do meu pai?—


questiono.

—Seu pai está em uma reunião com os fornecedores e eu senti saudades, e ele
como sempre foi um bom sogro, me emprestou o celular para poder ligar para você,
assim eu teria certeza que conseguiria ouvir sua voz.—diz com sua voz forte.

—A é, nossa!.—digo com ironia.

—Não adianta esconder Isabela, eu sei o jeito que te deixo. E eu sei que sente falta
de mim.

—Mateus a única coisa que eu sinto falta do tempo que ficamos juntos é de mim.
Nossa, como eu tinha me abandonado e nem percebi… —falei calmamente. — E se
você quer saber de uma coisa, Sr. Três minutos? Você não sabe como me deixa,
aliás, nunca soube! Você não me merece, Mateus, o tipo de mulher que te merece
está aí , provavelmente do seu lado. Já que Helen é assistente sua. Eu mereço o
melhor, e o melhor,no momento e sempre, sou eu .—desligo o celular e bloqueio o
numero do meu pai.

—Como ele foi ousado!! E como meu pai aceitou isso ??—falei indo para o closet
escolhendo um vestido preto que valoriza minhas curvas e com um decote nas
costas,um scarpin de salto alto para melhorar a postura e para finalizar os brincos
que o Sr.Êxtase me presenteou. Logo em seguida fui para o banho,inconformada.

Já arrumada e com uma maquiagem para noite porém mais discreta que eu
costumo usar nas baladas que eu vou,mas que marca bem meu olhar. Saí e logo
peguei um táxi e segui direto para o apartamento da Mila, que surpreendeu ao me
ver parada na porta.

—Isabela?—diz espantada.

— Oi Mila. —falo desanimada.

—Nossa o que aconteceu,parece que está na bad?Mas não deixa de ser linda.
—Obrigada, você também está linda nesse vestido rose.—a elogio.—Mateus Herrera
meu ex noivo, me ligou acredita?— falo me jogando no sofá.

—Ah ,para. E você deixou se abalar, deu saudades?Pare com isso olha esses
brincos de diamantes em sua orelha. Está linda, mas vejo que está desanimada..

—Claro que não!Te juro, só estou cansada, com dor de cabeça.Tantas coisas nessa
semana, Ferrazzi, Êxtase e agora Mateus. Os homens resolveram me marcar?

Mila gargalha.

—Mateus é o de menos Isabela. — diz passando um batom vermelho —Nunca fui


com a cara da nossa prima Helen,sempre tive um pé meio atrás. Deve ser por isso
que depois da briga que eu tive com ela ,não nos falamos mais. E depois fiquei
sabendo o que aconteceu com você, peguei mais ranço ainda. Mas esquece a
ligação ,amanhã troque de número e pronto, se o tio quiser falar com você, ele que
ligue para o número residencial da vovó.

—Irei fazer isso. —respondi. —Mas porque você nunca me contou sobre a briga que
teve com Helen?—questiono Mila, sempre foge desse assunto.

—Isso não vem ao caso agora.Mas veja agora,como você está bem consigo
mesmo. Seu namoro com Mateus era tóxico, não te fazia bem. E veja só como o
seu namoro com você mesmo,te deixa. Linda ,plena, poderosa e dona de si.

—É , eu sei, que sou gostosa. —falo dando risada do seu jeito.

—É sim, conseguiu até colocar o poderoso deus do sexo atrás de você. Vai coloque
um sorriso nesse seu rosto, que vamos tirar esse seu cansaço ouvindo uma boa
música e comendo uma comida. Vamos ao Bayou Restaurant.—diz animada eu
confio plenamente na Mila quando ela se fala em boa música e comida.

Também desde dos dezesseis que mora aqui, como não saber dos melhores?

—É um local improvável e de difícil acesso, se realmente o Sr.Êxtase está em seu


encalço, pode ter certeza que ele irá até lá.—diz enquanto já estamos de saída.
Chegamos no restaurante indicado por Mila, é uma graça, ambiente aconchegante
com música ao vivo. Os drinques só pelo lance de olhar que eu vi, me parece muito
apetitosos.

Ao som de jazz,Mila faz a escolha do pedido da comida e eu a escolha dos


drinques. É um lugar calmo, tranquilo, sem bagunça que possibilita observar bem
que sai e quem entra. E foi passando os minutos e as horas,e nada de novidade,das
pessoas que estavam chegando ou saindo, nenhuma delas condizem com o perfil a
qual eu busco. A maioria idosos e casais brindando alguma data romântica, ou até
mesmo em um jantar de família.

—Não começamos nada bem! —falo desanimada mas apreciando a bebida que é
fraca e com baixo teor de álcool.

—Por que?—Mila questiona mais atenta ao movimento do que eu.

—Porque eu acho que esse não seria um lugar que o Sr.Êxtase frequentaria.Nada a
ver com o estilo das músicas da boate dele.—falo olhando para um garçom que
acabara de deixar de cair as bandejas.

—Talvez, mas acabamos de descobrir que esse local é do gosto de seu querido
chefe. — Mila diz rindo. —Se eu te contar, você não vai acreditar.—só pelo tom da
voz dela eu já imagino o que seja.

—Ferrazzi. —digo entre os dentes.

—E Marcondes também.—Mila completa. —Nossa como estão lindos!—Mila diz


suspirando.

—Isso só pode ser castigo!—resmungo.

—Ou não. Não acha estranho ele estar aqui ?

—Não, esse lugar é próprio para nerd,não seria novidade ver o conde Ferrazzi aqui.
—falei pedindo mais um drinque.
—Bela,preste atenção.E o lugar que você viu o Ferrazzi entrando hoje, é próprio para
nerd?Aquela casa de tarot não tem nada a ver com nerd.Então quando eu digo que
aqui é um lugar ideal,pode acreditar que é . Bela um homem como o Sr.Êxtase é um
caçador. E ele já demonstrou muito bem que ele vai atrás do quer. E se ele quer
você, pode ter certeza que ele virá,isto é se já não está aqui. —Mila diz olhando para
os lados e eu também.

— Então,esqueça seu chefe e vamos prestar atenção a partir de agora em cada


rosto que entrar. E amanhã nós vamos em outro bar, ou algum lugar diferente,e
vamos ver se conhecemos alguém,tudo bem?

—Está bem. —falo olhando para Ferrazzi que me encara e Marcondes logo cochicha
algo em seu ouvido.Que o faz dar um sorriso de lado. Implicante mas que não
deixa de ser charmoso.

As horas foram passando e ainda estávamos observando cada homem que entrava
e saia. As músicas são cada vez mais atrativas e eu já estava curtindo. Ferrazzi
desde do momento que chegou, não levantou para nada. Bebeu apenas dois
drinques que suponho que seja uísque e por ele estar a uma mesa a frente, pude
ver claramente que ele batucava os dedos ao som da música.É inevitável não ver a
aliança dele.

—Ué ,cadê a futura sra. Ferrazzi?—questionei discretamente para Mila.

—Acredita ainda que ele é casado?

—Não, realmente ele não é, mas ele deixou bem claro hoje que tem alguém, dei até
dicas de relacionamento pra ele. —falo rindo e posso te dizer que Ferrazzi está
lendo meus lábios.

Contei a Mila tudo que aconteceu, a cara dela de deboche foi inevitável.

—Vamos dançar?—diz animada quando a música cessou e o banda que estava


tocando foi se retirando, então, ficou a música a escolha do cliente a pista de
dança liberada, porém vazia.

—Não, ninguém está dançando. E estou cansada. —hesitei.


—Cansada?—Mila diz pegando um drinque e me obrigando a tomar.

—Beba isso, vai te dar um calor da porra e vai tirar sua canseira na hora.—Minha
louca prima diz me entregando um copo com bebida vermelha mesclada de
amarelo.

Bebi, e com três goles eu já me senti bem mais disposta. Mila praticamente me
puxou pela mão para o aparelho de Jukebox e escolheu uma música que eu quis
morrer quando eu vi qual era.

—Mila essa não. Coloca uma que chame mais pessoas para dançar, essa daqui vai
sobrar só para nós duas. —falo olhando a sua escolha . Ela escolheu Dance for
you,da diva Beyoncé.

—Você não vai dar uma de tímida agora não é ?—Mila sorri.

—Não é isso. —sussurro.—Olha essas pessoas, não tem cara que dançam.—digo
entre os dentes.

—Ah não estou nem aí para eles, quero é curtir a noite com minha prima. —Mila diz
me puxando para o espaço vazio.

—Eu preciso de motivação.—resmungo.

—Isabela, pare com isso . Olha só como você já está, só de receber a ligação
daquele verme,já ficou pessimista. Olhe pra você, a motivação é você ,dance pra si
mesmo, transe com seu corpo e olha só, aproveite a oportunidade de mexer com a
cabeça de Ferrazzi. Fazer ele perder o sono por você, assim como ele tem feito
contigo por esses dias, é válido não?

—Mas eu sou assistente do Ferrazzi.—ainda resisto

—Dentro da empresa. Aqui fora você é apenas a Isabela Fortis. A mulher que toca
terror nas baladas, forte e segura de si. Não fraqueje agora, Ferrazzi está te
observando.

Mila cochicha em meu ouvido e agora estou convencida que ela é realmente a
cobra que fez Eva comer do fruto proibido.
—Dance para você,dance para infernizar Ferrazzi e dance pensando no estrago que
essa dança faria no deus do sexo.—conclui e com esse comentário já estou bem
motivada.

[...]

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