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Tradução: Debby

Revisão: Yardeen
Conferência: Violet
Formatação: Addicted’s

Abril / 2019
Jackson Matthews

Dono do bar Hot-Shot.

Boneco do Ken da vida real.

… E homem de coração partido.

Katie North.

Mulher independente.

Boca esperta.

… E caindo por um cara indisponível.

Jackson nunca pensou que veria a mulher misteriosa de seu caso


de uma noite, novamente, mas quando seus caminhos se cruzam
pela segunda vez, eles não sabem o que fazer com a crescente
atração.

Jackson ainda está preso à mulher que partiu seu coração.

Katie não está interessada em nada, mas não consegue tirar


Jackson de sua mente.

Jackson quer uma amiga com benefícios.

Katie precisa que ele se mantenha em suas calças.

Katie vai ceder à tentação e se encontrar entre os lençóis dele? Ou


será que Jackson encontrará um jeito de sair da mágoa do passado e
dar algo real a ela?
Dedicatória

Para todos os bebês nascidos em fevereiro


Nota da Autora

Este livro foi escrito usando o inglês do Reino Unido e pode

conter eufemismos e gírias, que fazem parte da palavra falada na

Nova Zelândia.

Por favor, lembre-se de que as palavras não estão mal escritas.

São gírias e fazem parte do vernáculo da Nova Zelândia cotidiana.

Ou seja, sou da Nova Zelândia e, às vezes, dizemos coisas

estranhas por aqui ... por favor, tente ser legal sobre isso.
Capítulo Um

Jackson

Lanço de volta outro shot, embora saiba que é uma péssima ideia.

Tudo tem um borrão para isso e sei que assim que me deitar, todo
o maldito lugar vai girar como louco.

Cutuco o bar com o dedo, esperançoso de que, de alguma forma,


tenha uma sensação de madeira menos sólida na última hora, de
modo que eu possa ser capaz de cair aqui, em vez de me arrastar
para a cama.

olho em volta do bar, iluminado apenas por um par de luzes


fracas.

Sinto-me doente, como tipo de doente que está prestes a foder.

Sei que não devo vomitar aqui. Mandar para casa toda a equipe,
para que eu possa tomar uma bebida significa que, se eu vomitar,
terei que limpar. Ninguém entrará e salvará o dia com um esfregão
e um balde.

Estou sozinho.

Posso sempre estar sozinho.

Alcanço a garrafa de uísque, mas a maldita coisa está vazia.

"Uísque estúpido," ofego, quando empurro a garrafa com a mão.


Imagino ir atrás do bar e encontrar outra garrafa de algo ainda
mais forte, mas isso exigiria movimento e não estou,
particularmente, bem equipado para me mover agora.

"Ah Merda. Onde todos foram?"

A voz feminina, atrás de mim, deve me assustar, mas acho que


estou muito bêbado para ser pego de surpresa.

"Caramba, quanto tempo estive no banheiro?"

"Querida," murmuro, enquanto giro, incrivelmente instável, no


banco do bar. "Não me pergunte... nem sei que dia é hoje."

Demora um minuto para o lugar parar de balançar, mas quando


isso acontece, meus olhos pousam na mulher em um vestido
vermelho brilhante.

Agora, posso estar bêbado pra caralho, mas ainda estou com o
suficiente para saber que essa garota é gostosa.

Não é o meu tipo usual, mas agora preciso de uma mulher loira
de olhos azuis, tanto quanto preciso de um buraco na cabeça.

"Droga. Você parece quente,” falo.

"E você parece perdido," ela responde, com um sorriso e um


aceno de cabeça.

Tento me inclinar para trás contra o bar de uma forma fria,


relaxada, não bêbada e falho espetacularmente, apenas conseguindo
ficar no banco e evitar bater no chão.

Ela anda mais perto e posso ouvir o clique de seus saltos contra o
piso de madeira.
"Bem, cara bêbado, foi emocionante falar com você, mas se
importaria de me dizer como sair daqui?"

"Não posso." sorrio. "Estamos fechados. Você está presa aqui para
sempre, comigo."

Ela ri da minha tentativa patética de pegá-la.

"Boa tentativa, espertinho, está pensando em dormir neste


banquinho, hoje à noite?"

Aponto para cima e quase caio do meu lugar, novamente.

"Jesus," diz ela, quando estende a mão, para ajudar a me


estabilizar.

"Moro no andar de cima," falo.

"Oh, senhor, terá sorte de dar dois passos sem tropeçar nos
próprios pés, com o estado em que está."

Ela está tão perto de mim agora, segurando meu braço como se
eu fosse um bebê que precisa de ajuda para se sentar.

Eu sorrio para ela. Ela é muito bonita e cheira tão bem.

"Você é gostosa."

Ela balança a cabeça para mim e ri. "E surpreendentemente, você


ainda está bêbado."

"Isso não é verdade," falo.

"Afogando suas mágoas?"

"Como você sabe?"

"As pessoas, geralmente, não celebram sozinhas, então..."

Pisco meus olhos algumas vezes. Tudo fica ainda mais desfocado.
"Preciso de cama," anuncio, enquanto tento ficar de pé.

"Palavras mais verdadeiras nunca foram ditas," ela murmura,


enquanto tenta de tudo para me ajudar a ficar de pé.

"Vá para a frente," digo a ela, quando a sala, realmente, começa a


girar. "Parece que ... por ... sua ... conta."

Dou um passo e não vai bem, o chão parece que está tentando me
sugar. Pergunto-me se talvez deveria deixar.

"Eu vou ficar vem." rio de mim mesmo. "Comecei a dizer bem e
depois mudei para vem."

"Oh, pelo amor de Deus," ela murmura. "Vamos, vou ajudá-lo a


subir."

"Sabia que você não resistiria, tentando me levar para a cama."


Tento piscar para ela, mas não acho que isso funciona.

"Ah sim, você é totalmente irresistível agora," ela diz, enquanto


coloca meu braço sobre os ombros e suporta muito mais do meu
peso, do que deveria. "Onde estamos indo, sonho?"

Aponto para a escada do outro lado da sala e ela solta um


suspiro.

"Claro que estamos."

Abro e fecho a boca algumas vezes. Minha língua parece confusa.

"Lizzie ..."

"Katie," ela me corrige, enquanto atravessamos a sala.

"Não, não, Lizzie," divago.

"Katie," ela repete. "Meu nome é Katie."


"Não, Lizzie," digo novamente. "Nem um pouco."

Enterro meu rosto em seu cabelo escuro encaracolado e respiro


profundamente.

Essa é a última coisa que me lembro.


Capítulo Dois

Katie

"Ei, Tillie, sou eu," digo em voz baixa.

“Katie, onde está, garota? Nós te perdemos no bar.”

Posso ouvir um clube no fundo. É só no começo do mundo de

Tillie. Ela ficará fora por horas ainda, procurando por solteiros

elegíveis.

"Ainda estou no bar."

"Você conheceu um cara?" Ela pergunta animadamente.

"Não do jeito que você gostaria de imaginar." Reviro os olhos,

quando olho para o homem muito bêbado, esparramado em sua

cama. “Fiquei presa no telefone. com Juliet e quando saí. o lugar

todo estava fechado. Havia apenas esse cara desperdiçado. bebendo

no bar.”

Quase posso ouvir seus olhos rolando pelo telefone. "Então,

deixe-me adivinhar, está cuidando dele?"

"Talvez."
"Você e sua moral." Ela suspira. "Dê-lhe um balde de água e

venha nos encontrar para uma dança," implora.

Nós duas sabemos que ela está perdendo o fôlego. Não vou a

lugar nenhum até de manhã.

Meu silêncio é o suficiente como resposta.

Ela suspira. "Envie-me uma foto dele, então, terei algo para

mostrar à polícia, se ele acordar e te matar."

Ele está tão bêbado, que sei que não poderia machucar uma

mosca, mesmo se quisesse, mas lhe envio uma foto da carteira de

motorista dele, que tirei do bolso, antes de colocá-lo na cama.

O barco dos sonhos bêbado tem um nome. E um nome quente,

Jackson Matthews.

"Feito," anuncio, com um toque da minha tela.

“Noite garota. Divirta-se, no dever do vômito.”

"Mande-me uma mensagem, quando chegar em casa," digo.

"Vou fazer." Ela ri, antes que a linha fique morta.

Ele solta um ronco alto da cama e balanço minha cabeça em

diversão.

Ando pelo quarto, olhando suas coisas. Sei que é rude, mas dado

que, provavelmente, lidarei com seu enjoo em algum momento,

durante as próximas horas, acho que bisbilhotice é o mínimo do que

devo.
Ele tem uma pilha inteira de molduras vazias, em uma de suas

cômodas, roupas sujas e porcarias espalhadas, por todo o chão.

Se não estivesse convencida de que era solteiro antes, estaria

agora. Ele poderia ter me chamado de Lizzie cerca de meia dúzia de

vezes, mas está bem claro que não tem uma mulher neste quarto há

algum tempo, se é que alguma vez teve.

Encontro o banheiro no corredor, limpo a maquiagem do rosto e

tiro o vestido vermelho do meu corpo.

É estranho andar em seu quarto de calcinha, mas sei muito bem

que ele não vai ficar consciente por muito tempo.

Vasculho as gavetas, até encontrar uma camiseta que sirva como

uma camisola e coloco pela minha cabeça.

Subo na cama e faço o meu melhor para empurrá-lo o suficiente,

para que eu tenha espaço para me deitar.

Não vou conseguir colocá-lo debaixo das cobertas, então pego a

manta da ponta da cama e o cubro.

Tenho uma toalha e um balde, ao lado da cama e, se ele não

precisar disso em algum momento, ficarei chocada. O cara está

totalmente perdido.

Checo novamente que ainda está deitado de lado, em uma

posição segura, antes de desligar a luz e fechar os olhos.


Acordo com o som de ânsia de vômito e cheiro de vômito. Gemo

e aperto o interruptor de luz na parede, acima da minha cabeça.

Pisco contra a luz brilhante e olho, para ver que ele está pegando

a maior parte no balde.

Pulo da cama e caminho pelo corredor, até onde vi a cozinha

mais cedo.

Encho dois copos de água e vasculho os armários e gavetas, até

encontrar alguns analgésicos, ele vai precisar pela manhã.

Quando volto para o quarto, desmaiou de novo de costas, então o

rolo de lado e tiro o balde de fedor e a toalha suja.

Não posso acreditar que estou limpando o vômito de um

estranho, mas sei muito bem que não vou dormir mais, se não fizer

algo sobre esse cheiro. Além disso, ele é um estranho superquente,

então, de alguma forma, consigo me convencer de que não é tão

ruim assim.

Lavo o vaso sanitário e o balde. Pego outra toalha limpa e coloco

tudo de volta, caso ele decida que precisa fazer outra rodada.

Tomo um gole da minha própria água, depois que volto para sua

cama. Posso não estar nem perto de estar tão bêbada quanto ele, mas

tinha a melhor parte de uma garrafa de vinho no jantar, além dos

coquetéis no bar, então poderia precisar de alguns desses

analgésicos, se a manhã chegar.


Ele geme em seu sono e posso senti-lo passando por baixo das

cobertas.

Sua mão encontra minha perna nua e a esfrega, lentamente, para

cima e para baixo.

Eu deveria afastar isso, sei que deveria, mas meio que gosto

disso. É grande, quente e gentil.

Fecho meus olhos novamente, enquanto a mão dele permanece

na minha perna e deixo o sono me levar.


Capítulo Três

Jackson

Saio do banheiro o mais silenciosamente que consigo e me


encolho, ao ver a bagunça na minha frente.

Tem coisas por toda parte e essa pobre mulher, quem diabos ela
é, provavelmente, já viu de tudo. Eu, literalmente, espalhei toda a
minha roupa suja.

Tento abrir um caminho, enquanto volto para a cama.

Olho no balde, esperando encontrá-lo cheio de vômito e fico


chocado, ao ver que está vazio e limpo.

Eu, definitivamente, vomitei ontem à noite. O fedor, vindo da


minha respiração, quando acordei, garantiu-me isso.

Estudo a mulher, que está respirando levemente, em seu sono.

Está usando uma das minhas camisetas e seu vestido vermelho


encontra-se jogado sobre a cadeira no canto, os sapatos e outras
peças femininas também estão lá.

Sinto-me como uma merda total. Não tenho a menor ideia de


quem ela é, muito menos se alguma coisa aconteceu entre nós, na
noite passada.
Espero que não tenha transado com ela, pois é impressionante e,
obviamente, de bom coração, se de fato esvaziou meu balde de lixo.
Odiaria pensar que a toquei, quando estava quase inconsciente.

Se você vai estar dentro de uma mulher que se parece com isso,
quer ser capaz de lembrar.

Sento-me na beira da cama e rio baixinho para o copo de água e


os analgésicos, que estão esperando por mim, na mesa de cabeceira.

Pego um par e os engulo com gratidão. Meti-me em um inferno


de estado, na noite passada, se minha cabeça latejando e espaços em
branco de memória são alguma indicação.

Bagunço meu cérebro, tentando pensar o que diabos aconteceu na


noite passada. Lembro-me de estar sozinho, fechamos e mandei
todo mundo para casa, então, não consigo descobrir como essa
deusa de cabelos escuros encontrou seu caminho para minha cama.

Eu me lembro, em um flash, da sala girando e alguém me


chamando de 'espertinho,' mas não posso preencher os espaços em
branco ... e há um monte deles.

Realmente, preciso parar de beber desse jeito.

Deito-me de novo e viro de costas, então, estou de frente para a


estranha.

Corro meu dedo sobre sua bochecha e ela se move um pouco.


É linda.

"Ei... acorde," digo. Jesus. Nem sei o seu nome. Sou um maldito
embaraço.
Esfrego minha mão para cima e para baixo em seu ombro e braço
e vejo seus olhos começarem a abrir e fechar, sonolentos.

Finalmente, abrem totalmente e se concentram no meu rosto.

Ela tem olhos castanhos mais escuros, estão tão perto do preto,
que nunca vi nada parecido.

"Bom dia, Jackson Matthews," diz ela, com um bocejo.

Olho-a timidamente e ela ri.

"Katie," ela fala.

"Katie," repito e parece, vagamente, familiar para mim.

"Como está a cabeça?" Ela pergunta.

"Está melhor."

"Aposto que está."

Ela não parece envergonhada, ou ansiosa para escapar e não


consigo entender nada disso.

Olhamos um para o outro em silêncio, antes de eu lembrar que


possuo um par de bolas e que já é hora de usá-las, para descobrir o
triste estado de coisas que é minha vida.

"Sou um pouco vago nos detalhes da noite passada..." digo,


constrangimento colorindo minha voz.

"Isso não é surpreendente..." ela responde timidamente.

“Nós…” limpei minha garganta sem jeito. “Nós… ah… fizemos


sexo?”

Ela ri e balança a cabeça. "Não, Casanova, não fizemos."

Obrigado por isso.


"Eu beijei você?" estremeço.

"Não."

"Não quero parecer um idiota... mas o que, exatamente, está


fazendo aqui então?"

Esta é uma nova baixa para mim. Estou mortificado comigo


mesmo.

Ela não parece se importar. Na verdade, ri levemente.

"Você estava bêbado. Eu te ajudei a subir e te coloquei na cama.


Não podia deixá-lo aqui, no estado em que estava.”

Fecho meus olhos e respiro fundo, estou seriamente


envergonhado. "Eu vomitei, não é?"

Ela balança a cabeça solenemente. "Você comeu macarrão para o


jantar, por acaso?"

Posso sentir minhas bochechas aquecendo. Ela ri de novo, em


resposta ao meu constrangimento óbvio.

Agradeço a ajuda dela, realmente faço, mas não está certo. Ela é
uma mulher bonita e nem todos os homens têm o mesmo tipo de
moral que eu. Ela poderia ter tido sérios problemas em entrar na
cama de um estranho assim.

Sei que as pessoas têm casos de uma noite o tempo todo e acho
que isso pode não ser uma coisa nova para ela, mas ainda não
parece certo.

“Por que fez isso por mim? Eu poderia ser um psicopata total e
você acabou de chegar na minha casa.”
Ela encolhe os ombros. “Você parece inofensivo o suficiente. E eu,
simplesmente, não poderia deixá-lo assim.”

Eu olho para ela, em questão, há mais do que isso, posso ouvir no


tom dela.

Ela estremece. “Meu irmão engasgou com seu próprio vômito,


depois de beber uma vez. Ele teria morrido, se sua namorada não
estivesse com ele naquela noite, para limpar sua via aérea e chamar
uma ambulância... Eu, simplesmente, não poderia arriscar que você
fosse mais uma dessas estatísticas."

Não sei porque, mas meus braços estão arrepiados. Essa garota é,
genuinamente, sincera e gosto disso, mesmo que ela esteja
arriscando sua própria segurança, o que não deveria.

"Então..." Ela encolhe os ombros. "Você vai me dizer por que


estava lá embaixo, afogando suas mágoas?"

Estremeço novamente. Não tenho ideia de quanto, ou quão pouco


disse a essa mulher, mas dado que ela esvaziou um balde cheio de
vômito, acho que devo a ela a verdade, pelo menos.

"Minha noiva. Ex-noiva, na verdade... ela me disse, na semana


passada, que estava me traindo... com um amigo meu.”

Ela faz uma careta. “Oh ai. Isso é baixo.”

"Sim."

"Esse nível de bêbado foi, provavelmente, justificado então."

"Eu, claramente, pensei assim," falo.

"Então, você ainda a ama?"


Não era isso que eu esperava que ela perguntasse, mas parece
que Katie não é como nenhuma das mulheres que estou acostumado
a conhecer.

"Não consigo desligá-la," admito.

"Então, está tudo acabado?"

"Ela me deixou por ele."

Ela acena com a cabeça. “Explica os quadros vazios. Isso,


realmente, é uma merda.”

Provavelmente, deveria me importar que ela tenha visto tudo


isso, mas, surpreendentemente, não me importo. Sinto-me
confortável em torno de Katie... como se pudesse dizer qualquer
coisa.

"Disse as palavras mágicas."

"O nome dela é Lizzie, por acaso?" Katie me pergunta, com a


sobrancelha levantada.

Gemo. "Quanto eu disse ontem à noite?"

"Não muito. Você me chamou de Lizzie algumas vezes...”

Franzo a testa para ela. Não sei o quão bêbado teria que estar,
para chamá-la de Lizzie. Elas não são nada parecidas. Devo ter
estado bem e verdadeiramente no meu próprio planeta, ontem à
noite.

Lizzie é pálida, loira, magra e tem olhos azuis claros.

Katie é de pele morena, cabelos escuros, curvas e tem olhos como


a noite.
Elas não poderiam ser mais diferentes.

"Sim... essa é a minha ex. Não se parece em nada com você...


porra, eu realmente sinto muito, se a chamei assim, o nome dela é
basicamente Satanás, neste momento, então, desculpe-me pelo
insulto.”

Ela sorri para mim. Ele ilumina todo o seu rosto e aparecem
covinhas profundas, em ambas as bochechas. "Não se preocupe. E
para o registro, ela soa como uma idiota.”

"Ela é, desistindo de tudo isso.” gesticulo para mim mesmo e ela


ri baixinho.

Posso não saber muito sobre Katie, mas gosto dela, essa garota é
muito legal. Não falo assim com alguém, há muito tempo.

Ela está olhando para mim, como se também pudesse sentir essa
conexão entre nós.

"Obrigado por cuidar de mim," murmuro, enquanto observo seus


lábios esfregando juntos.

"Realmente, não foi um problema," ela sussurra de volta.

Posso sentir a tensão crescendo no ar, que não posso explicar.


Somos estranhos. Não deveria se sentir assim.

"Não toquei em você na noite passada, não é?" pergunto,


enquanto me aproximo um pouco mais dela.

"Sua mão esfregou minha perna," diz ela, quando se aproxima


mais também.

"Apenas sua perna?"

"Só minha perna," ela sussurra.


Estamos perto agora, tão perto, que eu poderia me inclinar para a
frente e beijá-la, se quisesse.

Choca-me perceber que quero.

Bryn me pegou, logo depois que Lizzie terminou comigo e me


disse para tirá-la do meu sistema, mas não consegui. Não conseguia
nem olhar para outra mulher, quanto mais foder uma.

Mas estou olhando para Katie agora. E gosto do que estou vendo.
Gosto muito disso.

Ela não é nada como Lizzie. É, exatamente, o que preciso agora.

Alcanço debaixo das cobertas e encontro sua coxa.

Não sei o que fiz ontem à noite, mas a toquei como imagino que
teria.

Seus olhos escuros não deixaram o meu, enquanto corro meus


dedos para cima e para baixo, em sua perna.

"Assim?" pergunto.

"Mais alto," ela sussurra.

Sigo o pedido dela e vou mais alto.

Posso sentir a bainha da minha camiseta e se for muito mais alto,


encontrarei a calcinha dela, se estiver usando alguma.

O pensamento dela nua em meus lençóis deixa-me duro em um


instante. Não acho que gostaria de uma mulher dessa forma, por um
longo tempo, mas droga, eu não a quero apenas, preciso dela. E
preciso dela ruim.
"Se você não quer isso, é melhor dizer alguma coisa, Katie, agora
mesmo. Porque porra, eu quero você.”

Ela não diz uma palavra. Sua única resposta é deslizar a mão pelo
meu braço e empurrar minha mão mais alto, até que esteja
segurando sua bunda na palma da minha mão.

"Obrigado por isso," rosno, quando minha boca encontra a dela.

Cada grama de tensão acumulada flui de mim para ela, enquanto


nossos lábios se fundem.

Minhas mãos estão sobre seu corpo, o conceito de ser um


cavalheiro ou de levar as coisas devagar é esquecido há muito
tempo.

Eu a quero e quero agora.

Suas mãos estão desfazendo rápido os botões na frente da minha


camisa, mas ainda está demorando muito. Eu alcanço e puxo,
enviando os botões restantes no chão e na cama.

Dou de ombros e jogo atrás de mim, antes de puxar a bainha da


minha camiseta, que está cobrindo seu corpo.

Passo sobre sua cabeça, em um flash e a olho com fome.

Ela tem um corpo feito para fazer coisas más.

Ela é curvilínea e cheia em todos os lugares certos e dura e suave,


em todos os lugares.

Mal está coberta com um sutiã e tanga preta de renda, mas


mesmo esses não vão durar muito, se eu tiver algo a ver com isso.

Ela está arranhando o botão da minha calça e empurro sua mão,


para que eu possa abrir.
Eu nem me incomodo em tirá-las inteiramente, em vez disso,
apenas as empurro em torno das coxas, pois o tempo é curto para
removê-las completamente, estou além do frenético.

Ela desliza sua calcinha pelas pernas, enquanto assisto, da minha


posição acima dela, meu pau duro na mão, enquanto pego uma
camisinha ao lado da cama e a coloco.

Já ouvi falar de preliminares, juro que sim, mas acho que nenhum
de nós precisa disso hoje.

Abaixo-me e empurro nela, em um golpe fluido.

"Jackson," ela geme, e é a melhor coisa que ouvi a semana toda.


Capítulo Quatro

Katie

Deixo o bilhete na mesa de cabeceira, antes de sair de seu quarto,


meus saltos e a bolsa na mão.

Espero que o lugar, lá embaixo, não abra até o anoitecer, ou estou


prestes a fazer um passeio público de vergonha.

Provavelmente deveria tê-lo acordado para dizer adeus`, em vez


de fugir para a luz da manhã, mas tenho a sensação de que a última
coisa que ele precisa, é de outra mulher que lhe dê qualquer tipo de
drama.

Parece que já tem o suficiente em seu prato.

Desço as escadas e me encontro com o silêncio, o que é um alívio


total.

Sorrio, enquanto penso em ter que arrastá-lo até estes degraus na


noite passada, enquanto murmurava isso e aquilo sobre sua ex.

Não sei nada sobre essa garota Lizzie, além do seu nome, mas ela
não deve estar bem da cabeça, ou isso, ou o cara, com quem traiu
Jackson, deve ser uma aberração no saco, porque, Meu Deus, esta
manhã foi incrível.
Não fiz sexo tão bom em muito tempo. Foi mais duro, rápido e
direto, do que longo e provocador, mas se tornou mais que
satisfatório para nós dois.

Mesmo que eu saiba que isso nunca vai acontecer, não posso
deixar de imaginar como seria estar com ele novamente, uma vez
que a névoa cheia de luxúria se desgastasse e nós, realmente,
pudéssemos tomar nosso tempo juntos.

Um homem como Jackson sabe, exatamente, como usar o que


tem.

Alcanço a porta da frente e a abro, o ar frio da manhã acertando-


me no rosto.

Eu nem me incomodo em colocar os sapatos de volta, antes de


procurar o táxi que chamei.

Se vou fazer a caminhada da vergonha, posso fazer o certo e,


além disso, não estou, realmente, envergonhada nem um pouco.

Tillie bebe seu café para viagem e olha para mim com
desconfiança, enquanto passeamos pelo píer.

"Você parece que foi fodida."

Balancei minha cabeça, em sua total falta de tato. "Bem, é porque


transei."

"O que? Quando?! E você não fez sexo com aquele cara perdido,
não é?”
Ri. "Na verdade, fiz... mas esta manhã, quando ele não estava
bêbado."

Ela segura os nós dos dedos, dando um soco no punho. "Pegue,


garota."

Ri novamente. Tillie sempre me deixa animada.

"Ele era quente?"

"Mmm humm," respondo, enquanto tomo meu chocolate quente.


Não suporto café, nem mesmo o cheiro.

"Quente, quente?"

Gemo. Tillie sempre insistiu em usar esse ridículo sistema de


notas, que é absolutamente ridículo.

"Por favor Deus, não."

"Cara?" Ela pede, não tendo uma barra de minha objeção.

"Brad Pitt quinze anos atrás," digo, com um revirar dos olhos.

"Oooh." Ela balança a cabeça em aprovação. "Eu amo um bom


Brad."

Bebo minha bebida, novamente e rezo para que ela tenha


terminado.

"Corpo?"

"Ryan Gosling. Finalmente. Na verdade, ele é, provavelmente,


mais Chris Hemsworth.”

"Deusssss. Voz?"

Sacudo minha cabeça. "Eu não sei, Tils, ok? Pelo amor de Deus,
ele era bem gostoso. Um barco dos sonhos total.”
Ela faz beicinho. "Pelo menos me diga se ele estava fazendo as
malas?"

"Por favor, diga-me que não está, seriamente, perguntando-me


sobre o tamanho do seu pau?"

"É como se você nem sequer me conhecesse, às vezes." Ela


balança a cabeça em decepção.

Eu a ignoro e acelero meu ritmo de caminhada.

"Sabe que vou continuar reclamando até você derramar sobre os


produtos..." chama, enquanto corre para me acompanhar.

Ela nem está brincando. É como um cachorro com um osso,


quando se trata de obter o tutano.

“Ele tinha um pênis muito legal, tá bom? Muito funcional. Fez


um bom trabalho,” eu a informo.

Ela bate as mãos, em um lento show de apreciação.

Às vezes, amaldiçoo o momento em que conheci Tillie Green.


Realmente faço.

"Quando o verá de novo?"

"Eu não vou."

Resisto à vontade de revirar os olhos.

"O que? Por que não? Se ele te deu o fora, irei lá e chutarei a
bunda dele. Nenhum homem deixa minha garota como um saco de
batatas.”

Rio e cubro os olhos com a mão livre. “Sério, Tills, precisa fazer
algo sobre toda essa raiva reprimida.”
Ela abre a boca, sem dúvida, para derramar um absurdo mais
ridículo, mas a interrompo.

“Ele acabou de romper com a noiva, porque ela o traiu. Não


estava procurando por algo mais do que um bom tempo e nem eu.
Nós nos divertimos, isso é tudo que foi.”

Ela abre a boca um pouquinho de novo e resmunga algo


baixinho, que não entendo.

Descansa a mão no quadril e me lança um olhar menos que


impressionado. "Então, foi apenas uma noite?"

“Bem, tecnicamente, foi uma manchete de uma manhã, mas acho


que o sentimento ainda é o mesmo.”

"Amo um bom dia rolando no feno... começar o dia com um


estrondo." Ela suspira. "Tem certeza que não vai voltar? Ele parece
meio perfeito. Quente… bem equipado…”

Reviro meus olhos em resposta.

Tillie tem tentado me ajudar com o meu 'homem dos sonhos' há


anos, mas é a única de nós, que está preocupada com isso.

Não estou procurando por um cara. Fico feliz em fazer minhas


próprias coisas e, se um dia o certo aparecer, então que seja.

Ela é hipócrita, não é como se tivesse um homem.

Tillie é a pessoa mais solteira e pronta para se misturar, que já


conheci.

"Com certeza, Tills, ele não está procurando repetir o


desempenho mais do que eu. Confie em mim."
Capítulo Cinco

Jackson

Quatro meses depois

"Está saindo comigo esta noite?"

Nem tiro os olhos da folha de pedidos que estou preenchendo.


Não vou sair hoje à noite e ele também não.

Ele já sabe disso, mas toda maldita noite de sábado está ligado e
insiste em fazer essa porra de pergunta estúpida.

"Sim, estarei lá, salve-me uma bebida," respondo sarcasticamente.

"Vamos, chefe, vamos fechar o local às onze e sair pela cidade."

"Pare de falar. Mesmo você não sairá consigo, hoje à noite.”

"Quando ficou tão velho e chato?"

Verifico o conteúdo da caixa, que acaba de ser entregue e olho


para meu melhor amigo com intensidade.

“É verdade o que dizem, sabe? Você nunca deve contratar seus


amigos.”

Bryn ri e me atira aquele sorriso carrancudo dele.


É a que usa para pegar as garotas, elas parecem vir correndo em
direção à uma pitada de arrogância, mas, com certeza, não está
fazendo nada em mim.

Eu não sei como sobrevivi tanto tempo, com esse idiota como
meu chefe de cozinha. Se não fosse pelo fato de que é o melhor deste
lado do país, teria desistido dele há muito tempo.

"Vá fazer sua preparação, antes que eu chute sua bunda."

Ele acena em torno, com uma faca de cozinha, como algum tipo
de aspirante a ninja e faz um gesto para eu ir até ele.

“Sério, cara, você já ouviu falar em saúde e segurança?”

Estou tentando não me divertir com ele, realmente estou, mas é


difícil, o cara é o palhaço da classe que nunca cresceu.

"Estou indo para frente e fazer algum trabalho real. Você pode
não estar familiarizado com o termo, mas tente.”

"Realmente, voce precisa de alguma ação," ele conclui.

"Porque isso funcionou tão bem da última vez," murmuro


baixinho.

Tentei a coisa de uma noite e a garota correu de mim, quando eu


estava dormindo.

Katie.

Eu ainda penso nela, de vez em quando... e não apenas sobre o


sexo. Realmente gostei dela, parecia legal, como o tipo de distração
que eu poderia ter usado.

Saio na frente e começo a checar tudo o que precisa ser feito,


antes de abrir em uma hora.
Há uma razão para este lugar ser reservado com mais de um mês
de antecedência... Graças ao meu idiota amigo, servimos a melhor
comida da cidade e, graças a mim e ao time que treinei, temos
alguns dos truques mais quentes do país sendo feitos atrás do
balcão e u m serviço de mesa que é inigualável.

Algumas pessoas vêm aqui para comer, algumas para beber.


Alguns para fazer os dois.

As pessoas farão fila por uma hora, só para experimentar um de


nossos coquetéis, eles são muito bons e não sou um convencido,
estou sendo sincero.

Matilda estará aqui em uma hora para trabalhar na frente da casa


e encantar todo mundo que entra. As pessoas nem sempre percebem
o quão importante é esse trabalho, mas eu faço, ela vale seu peso em
ouro, pois é a primeira pessoa que um cliente vê, quando entra pela
porta e a última pessoa a falar com ele, antes de sair.

Se as pessoas saem felizes, elas voltam. Dizem aos amigos, que


depois contam também aos amigos.

É assim que esse negócio funciona tão bem, não há nada como
boca a boca.

Construí este lugar desde o início. Era para ser o futuro de Lizzie
e eu, mas é tudo que tenho agora. E, desde que não tenho controle
sobre qualquer outra coisa na minha vida, exercito meu poder aqui.

Ligo o sistema de som e o ajusto para o nível certo.

Olho para o meu relógio novamente.

Quase hora do show.


"Jackson, há uma mulher na mesa três que quer falar com você
sobre fazer uma reserva para um evento." Clay se inclina na porta
do meu escritório.

Sorrio para ele. "Ela parece recém pedida em casamento?"

Casamentos são de ouro maciço nesta indústria. Você pode


adicionar um zero extra ao preço de nossos serviços e ninguém
pisca.

"Vai partir meu coração, se ela estiver." Ele sorri. "É uma beleza."

Fecho meu laptop e me levanto. "Bem, por sua causa, espero que
seja solteira e por mim, que esteja planejando um casamento." Rio,
enquanto o sigo para fora.

Faço uma rápida varredura do local, enquanto caminho para a


sala de jantar. Não preciso que ele me guie, mas é bem treinado e me
apresentará, quando chegarmos à mesa e depois sumirá.

Estou olhando para as três pessoas na mesa, com curiosidade. Há


um casal, que parece muito apaixonado, em minha direção e quase
posso vê-los me implorando para pegar seu dinheiro e ajudá-los a
ter a recepção dos seus sonhos, mas é a mulher, de costas para mim,
que despertou meu interesse.

Clay chega à mesa à minha frente e diz algo para ela, que não
entendo. Assim como percebo de quem ela me lembra, vira-se para
mim.

Não apenas me lembra dela, ela é ela.


"Katie?" pergunto surpreso.

"Bem, você olharia para isso, se não é o próprio barco dos


sonhos? Estou impressionada que se lembrou do meu nome desta
vez.” Ela sorri para mim e, assim como da última vez, ilumina todo
o seu rosto.

Levanta-se da cadeira e me dá um abraço, como se fossemos


velhos amigos.

É bizarro como isso é verdade.

"O que está fazendo aqui?" pergunto, enquanto a solto.

Gesticulo para ela se sentar e me junto a eles na mesa, sentado na


cadeira que Clay colocou pra mim.

Ela aponta para o casal à nossa frente, que tinha esquecido, desde
o momento em que pus os olhos nela. "Esta é minha amiga Tillie e
seu noivo, Reece."

Estendo minha mão para os dois, tinha razão, cheirei um


casamento, depois de tudo.

"Este é Jackson Matthews," diz Katie e posso ouvir o humor em


sua voz. "E parece que ele não me disse que é o dono deste lugar."

"Em minha defesa, não tive muita chance," digo a ela com um
sorriso.

Posso sentir a mulher, chamada Tillie, olhando-me desconfiada.

"Então, quando vocês dois começaram?" Ela pergunta, seu dedo


apontando para frente e para trás entre nós dois.

Olho a mulher na minha frente com curiosidade.


"Estamos ignorando essa pergunta?" pergunto a Katie, com um
olhar de lado.

"Nós certamente estamos," ela responde, com uma risadinha.

Tillie faz um biquinho.

"Tudo bem, querida, sabe que vai forçá-la a lhe contar mais
tarde," Reece, seu futuro marido, tranquiliza-a, com um sorriso no
rosto.

Isso parece animar Tillie novamente.

"De qualquer forma... vamos voltar a isso, vamos?" Katie limpa a


garganta. "Estes dois aqui vão se casar em doze semanas, porque
você sabe, os casamentos não exigem nenhum planejamento," Katie
me diz, sarcasmo grosso em sua voz.

"E onde, exatamente, eu me encaixo em tudo isso?" pergunto.


"Refeições?"

"Queremos alugar este lugar," Tillie responde, antes que Katie


possa.

‘Alugar este lugar’ não é exatamente o que fazemos aqui, mas já


tenho a impressão de que Tillie não se importa com o que,
normalmente, fazemos.

“Normalmente, oferecemos um serviço de bufê e bar fora do


local…”

"Não." Ela balança a cabeça. "Quero a recepção aqui."

"Em doze semanas?"

Ouço Katie rir baixinho.


Tillie sorri docemente para mim e acena com a cabeça,
ansiosamente.

"Isso é, ah... isso é novo," digo, enquanto esfrego a parte de trás


do meu pescoço, sem jeito.

A receita que coletamos em uma noite de sábado, porque


suponho que será um sábado, é bem alta. Mais alto do que me
sentiria confortável em cobrar, mesmo para um casamento.

"Eu te disse que não ia acontecer," Katie diz à sua amiga.

"Não é que não pudesse funcionar... é que o custo envolvido seria


alto. Realmente alto.” estremeço. "E seria um cronograma apertado,
você não teria acesso até as primeiras horas da manhã, no dia em
questão."

Tillie olha para Reece que, por sua vez, olha para mim. "Não sei
como dizer isso, sem parecer um idiota... mas dinheiro não é um
problema aqui. Se puder fazer isso acontecer, então nós estamos
dentro.”

"O lugar todo... em doze semanas...?" Pergunto de novo,


incrédulo, para o caso de ter entendido errado, de alguma forma.

Tillie olha para mim, com olhos suplicantes.

Viro-me para Katie e ela está me olhando com curiosidade e isso


é tudo o que preciso para me fazer ceder. Não importa o quanto seja
difícil, vou fazê-lo, se isso significar que a verei novamente.

"Tudo bem então." dou de ombros. "Por que diabos não?"

Ouço Tillie batendo palmas, animadamente, mas não consigo


tirar meus olhos de Katie. Ela é linda e intrigante.
"Não posso acreditar que você conseguiu seu caminho de novo."
Katie revira os olhos para Tillie e Reece, enquanto eles se tocam.

Posso ter encontrado esses dois, minutos atrás, mas isso não me
surpreende. Eles parecem um casal de poder infernal.

"Vou pegar meu cartão," digo a Tillie, enquanto olho em volta


procurando Clay, para que possa mandá-lo buscar um para mim.

"Você toma o meu primeiro," diz Katie e, no momento em que


olho para baixo, há um cartão dourado brilhante na minha frente.

"Você é uma organizadora de casamentos?"

"Ela não é apenas uma organizadora de casamentos," Tillie me


diz, " é a melhor organizadora de casamentos da cidade."

"Sou a planejadora de casamentos mais louca da cidade, por


concordar em assumir vocês dois como clientes." Katie ri.

Tillie sorri docemente para ela. "Oh, isso é fofo. Você diz isso,
como se tivesse uma escolha.”

Rio da brincadeira delas, lembram-me de mim e de Bryn.

Clay aparece ao meu lado e se inclina, para falar baixinho no meu


ouvido. "Você é necessário no bar."

Aceno e volto para a mesa. "Sinto muito, chamadas de serviço."

"Envie-me um e-mail e vamos resolver alguns detalhes," Katie me


diz.

Balancei minha cabeça para ela, quando me levanto. "Tenho uma


ideia melhor, vou levá-la para jantar e vamos organizá-lo então."

Ela sorri para mim. "Não acho que é uma ideia melhor em tudo."
“É uma ideia fantástica. Eu te ligo... agora que tenho o seu
número.” pisco para ela.

"Vamos apenas manter isso profissional, tudo bem, espertinho?"

“Pode chamar de reunião de negócios, Katie. Vou até mesmo


organizar isso em um e-mail, se isso for melhor para você... o que
vai ajudá-la a dormir à noite. ”

Ela estreita os olhos, mas posso ver um sorriso, puxando os


cantos de seus lábios.

“Foi ótimo conhecer vocês dois. Vou te ver em breve.” aceno para
Tillie e Reece, antes de seguir Clay para fora da sala de jantar.

"Tudo bem, chica, derrame," ouço Tillie exigir, enquanto eu me


afasto e rio para mim mesmo.

Katie vai precisar de um pouco de sorte para passar por isso.


Capítulo Seis

Katie

Para: Katie North (katie@chasingperfectionplanners.com)

De: Jackson Matthews (matthewjack@gmail.com)

Ei Katie

Reservei para jantar às 8h da noite de amanhã, ao lado do meu


lugar. Não se incomode em tentar me dizer que não pode fazer isso,
porque só vai mentir para si mesma.

Jackson

Para: Jackson Matthews (matthewjack@gmail.com)

De: Katie North (katie@chasingperfectionplanners.com)

Ei espertinho,

Você é irritantemente persistente, alguém já te disse isso?

Katie x
Para: Katie North (katie@chasingperfectionplanners.com)

De: Jackson Matthews (matthewjack@gmail.com)

Alguns dizem que sou tão persistente, quanto bonito. Estou te


pegando ou te encontrando lá?

Jackson

P.S. Você dá a todos um beijo, no final de um e-mail, ou é só eu


que recebo o tratamento especial?

Para: Jackson Matthews (matthewjack@gmail.com)

De: Katie North (katie@chasingperfectionplanners.com)

E modesto também ...

Gosto que você apenas suponha que eu esteja dizendo sim.

Katie (note os beijos não)

Para: Katie North (katie@chasingperfectionplanners.com)

De: Jackson Matthews (matthewjack@gmail.com)

Você me feriu. É um jantar de negócios, covinhas, você pode


reivindicá-lo como uma despesa e tudo mais.
Jackson xx (note que estou disposto a dar beijos a qualquer hora,
em qualquer lugar)

Para: Jackson Matthews (matthewjack@gmail.com)

De: Katie North (katie@chasingperfectionplanners.com)

Nada de "covinhas", espertinho. O que tenho que fazer para você


me deixar em paz?

Para: Katie North (katie@chasingperfectionplanners.com)

De: Jackson Matthews (matthewjack@gmail.com)

Chegar ao jantar seria um bom começo ...

Para: Jackson Matthews (matthewjack@gmail.com)

De: Katie North (katie@chasingperfectionplanners.com)

Bem. Um jantar. E se tentar entrar na minha calça, será sua última


refeição. E não vou alegar isso como uma despesa, porque você vai
pagar.
Para: Katie North (katie@chasingperfectionplanners.com)

De: Jackson Matthews (matthewjack@gmail.com)

Você mulheres... Sempre pensando em sexo. Sabia que é possível


que um homem e uma mulher sejam amigos, depois de terem
dormido juntos?

Para: Jackson Matthews (matthewjack@gmail.com)

De: Katie North (katie@chasingperfectionplanners.com)

Agora quem está mentindo para si?

Para: Katie North (katie@chasingperfectionplanners.com)

De: Jackson Matthews (matthewjack@gmail.com)

Nós podemos ser amigos, covinhas. Você verá.

Vejo você amanhã às 8h. Como é uma mulher independente, vou


te encontrar lá.

Jackson xoxo (até joguei alguns abraços, porque sou generoso


assim)
Respiro fundo e solto através da minha boca. Não posso negar
que estou um pouco animada com a ideia de ver Jackson,
novamente. Não quero estar, mas estou. Ele é cativante, charmoso e
muito bonito.

É uma situação bem difícil.

Tenho um encontro com um homem com quem passei uma


manhã e a quem ainda acho incrivelmente atraente. O que poderia
dar errado com isso?

Saio do táxi às oito em ponto e olho para o prédio na minha


frente.

Aliso meu vestido e procuro por qualquer sinal de Jackson.

Não sei porque estou tão nervosa. Nunca estou nervosa para
encontros e, certamente, não para reuniões de negócios, que é o que
isso significa, afinal.

Pode ser o fato de Jackson já ter me visto nua, que me deixa no


limite, mas não quero pensar muito sobre isso agora.

"Covinhas!" Ouço sua voz e me viro, para vê-lo saindo do


restaurante movimentado, que está ao lado do seu.

Tudo aqui na orla é excelente. Caro também. A maioria dos


melhores restaurantes está aqui. O lugar de Jackson está, sem
dúvida, incluído nessa categoria.
Eu não disse a ele, não queria correr o risco de acariciar demais o
seu ego, mas fiquei seriamente impressionada com o padrão, na
noite passada.

Nunca tinha comido no 'The Boat Shed' antes e só tinha estado lá


para uma bebida, uma outra vez, na noite em que acabei em sua
cama e nem sabia que ele era o dono, naquela época.

O lugar todo era perfeito. Não tenho certeza de como um homem


pode administrar um negócio que funciona como o dele, mas ainda
assim ter um quarto, no estado em que estava.

"Espertinho." Sorrio para ele, enquanto corre para mim.

Ele parece bem. Usa seu terno, como uma extensão de si mesmo.
Está preparado para a perfeição e carrega uma aura de confiança
que, de alguma forma, consegue não se transformar em arrogância.

"Estava preocupado que você não viria," ele murmura, enquanto


se inclina para me abraçar, seus lábios, brevemente, roçando minha
bochecha.

O contato, por mais rápido que seja, ainda me dá arrepios.

"Bem, ouvi que a comida é muito boa aqui, então percebi que
poderia suportar uma noite em sua presença, por causa da comida,"
ofereço, com um sorriso e um encolher de ombros.

Ele ri e mergulha a cabeça, antes de estender a mão para mim. "É


melhor entrarmos lá então."

E sem um segundo olhar do grandalhão da frente da porta, que


está afastando as pessoas em massa, além da mulher na frente da
fila, que oferece a Jackson um sorriso de flerte e ganha uma carranca
de mim, ele me conduz pela movimentada sala de jantar até uma
mesa, que fica ao lado do vidro, com a visão perfeita da água.

Olho pela janela, por um momento, é absolutamente


deslumbrante.

"Não é um ponto ruim, não é?" Jackson pergunta, quando puxa


minha cadeira.

"Acho que sim." sorrio.

É a melhor mesa, em todo o lugar. Não tenho ideia de como


conseguiu isso em tão pouco tempo.

"O dono me devolveu um favor," ele responde à minha pergunta


não formulada, enquanto nos serve um copo de vinho tinto da
garrafa, que está sobre a mesa.

"Oh sim?" pergunto, enquanto tomo um gole do copo que me


ofereceu.

Eu quase lamento em apreciação. É um sabor inacreditável.

“Gabriel, o proprietário, esqueceu seu aniversário de casamento,


no mês passado. Arranjei-lhe uma mesa no último minuto e ela não
estava mais irada, pelo seu pequeno deslize da mente."

"E cobrou o seu favor de retorno para mim?" faço tsk, tsk, tsk,
para ele. "Bobo... deveria ter guardado para um encontro quente."

Seus olhos encontram os meus e ele olha com atenção. "Você é o


único encontro quente que tive em um longo tempo."

Engulo profundamente, tentando empurrar para baixo o nó na


garganta. "As outras eram todas feias então?"

Ele ri e a intensidade em seus olhos escurece uma fração.


“Não houve outras. Namoro não está no meu radar."

Tomo meu vinho, novamente. Não sei o que dizer. Eu mesma


estive em um encontro, ultimamente, mas não teria importado, se
ele tivesse acabado de admitir que foi em cem, é a intensidade que
posso sentir irradiando dele, que me deixa no limite.

"Por que correu de mim, Katie?"

Não é o que esperava que ele dissesse. Na verdade, estava


esperando que pudesse ter escapado de não falar sobre isso.

Limpo minha garganta nervosamente. "Pensei que preferiria


assim... você tinha muita coisa acontecendo. Eu não queria que
tivesse que me pedir para sair, então, simplesmente facilitei...”

Parece idiota, quando digo em voz alta, mas realmente, não quis
fazer mal, saindo naquela manhã. Não fiz isso para machucá-lo ou
puni-lo, de qualquer maneira. Só não queria que ele sentisse
qualquer pressão.

Ele tinha o suficiente acontecendo, sem ter que dizer um adeus


desajeitado, para uma garota cujo nome ele mal conhecia.

"E se eu quisesse o seu número?" Ele pressiona.

"Não estava pronto para o meu número. Você mesmo me disse


que ainda estava apaixonado pela sua ex." Dou de ombros. "Falando
nisso, como isso vai nos dias de hoje?"

"Estaria mentindo se dissesse que a superei completamente," ele


responde honestamente.

Dou a ele um olhar que diz ‘meu ponto exatamente.’


Ele sorri para mim e, assim mesmo, volta a ser o Jackson que
reconheço. "Você sabe o que? Cheguei à conclusão de que devemos
ser amigos."

Tomo meu vinho novamente e giro o copo ao redor, enquanto o


vejo e ao seu sorriso insolente.

"Você não quer ser amigo... quer ser amigo com benefícios."

Ele ri e se inclina para trás em seu assento. "Bem, agora que


mencionou, alguns benefícios nunca machucam ninguém."

"Não está acontecendo."

"E se eu perguntar de novo de manhã?" Ele sorri, sugestivamente.


"Eu sei o quanto você gosta de coisas da manhã."

Reviro meus olhos. "Amigos, espertinho, é isso."

Não estou totalmente convencida de que não iria dormir com ele
novamente, dada a metade da chance, mas minha voz soa muito
mais segura do que realmente estou.

Ele levanta as mãos, em sinal de rendição. "Tudo bem, covinhas,


amigos."

"Por que já sinto que vou me arrepender disso?"

Ele pisca para mim maliciosamente.


Capítulo Sete

Jackson

Aceno para o garçom e lhe entrego a garrafa vazia de vinho.


Nosso segundo pela noite. "Outro do mesmo," digo a ele.

"Hum, hum." Katie balança a cabeça. “Não mais, espertinho.


Estou parando."

Ela aponta o dedo para o jovem, que agora está segurando a


garrafa vazia de vinho e olhando entre nós dois, para ver se deveria
trazer outra garrafa. "Não nos traga mais," Katie diz a ele.

"Mais um." pisquei para ela.

"Não mais," ela exige.

Ela volta sua atenção de mim para o garçom, estalando os dedos


para ele. “Ei, Justin Bieber, estamos bem. Se o boneco Ken aqui tiver
outro, vou acabar tendo que carregá-lo escada acima de novo e,
francamente, ele é pesado."

"Sim, senhora."

Ela gesticula para ele se aproximar. "E entre nós, não tenho
certeza se posso confiar em entrar em seu quarto, se eu tiver mais
vinho em mim."
Rio, quando ele acena com a cabeça para ela, rapidamente e sai
correndo, um grande sorriso no rosto.

"Estraga prazer." faço uma careta para ela.

"Alguns de nós têm que trabalhar amanhã," diz ela, em um tom


risonho.

Nós dois tivemos algum vinho, neste momento e sei muito bem
que não precisamos de mais, mas ainda não estou pronto para esta
noite acabar. Não quero ter que dizer adeus a Katie.

"Você quer vir na minha casa, ao lado e podemos falar sobre este
casamento?"

Ela levanta uma sobrancelha para mim. "Ah, então planejou,


realmente, fazer algo relacionado a trabalho esta noite?"

Rio. Não vou nem tentar negar que queria essa noite inteira. Não
tinha intenções de falar, preferiria falar sobre ela.

"Vou na casa ao lado, se prometer me mostrar uma foto dessa


garota Lizzie."

Rio. Dessa garota Lizzie. "Oh, quer dizer a mulher que arrancou
meu coração e pisou em cima?"

"Se vamos ser amigos, vai ter que parar de colocá-lo tão grande e
com teatralidade," diz ela, com um revirar de olhos.

"Você perguntou."

"Quero saber como ela é, não que você e seu minúsculo violino
ainda estejam morrendo por ela."

"Severo, mas justo." sorrio para ela.


Pensei que tinha imaginado que ela fosse tão fácil de falar e estar
por perto, mas não imaginei que é descontraída e engraçada,
inteligente e aberta, espirituosa e charmosa e, por mais que isso seja
um inconveniente para mim e para nosso novo acordo de amizade,
não posso negar que a mulher é sexy como o inferno.

Toda a noite minha mente tem puxado memórias dela nua e


embaixo de mim.

Quase posso ouvir seus gemidos suaves.

Mas ela está certa. Não sou da minha ex e ela não é o tipo de
garota que vai para um tipo de arranjo de amigos com benefícios.

Minhas escolhas são limitadas, mas claras, pelo menos por


enquanto.

Quero estar perto dela, sei disso com certeza. Tudo parece mais
brilhante, quando está por perto, então acho que seremos amigos.

Não tenho certeza de como treinar meu pau semiduro, mas acho
que vou ter que descobrir isso, enquanto tento.

"Vamos sair daqui," anuncio. "Preciso colocar meu violino de


volta em sua capa."

"Essa é ela?"

Concordo. "É ela."


Ela olha novamente para a foto e respira fundo. "Bem, vocês não
eram apenas o pacote completo de Ken e Barbie. Ela dirigia um
conversível rosa?"

Rio, enquanto me sento no sofá e coloco os pés em cima da mesa


de café.

"Não... era vermelho."

Katie revira os olhos.

“A pedra, que ela tem em seu dedinho, também está lá," ela
observa.

Ri de sua franqueza, quando se junta a mim no sofá. "Ela não


gostou do anel que lhe escolhi, nós tivemos que voltar ,para que
pudesse escolher um substituto... o novo, realmente, machucou a
carteira."

"Que puta!" Ela abre a boca.

Katie é como o sol misturado com um pequeno furacão. Ela é


doce e gentil mas, ao mesmo tempo é atrevida e forte. Tenho a
sensação de que é o tipo de mulher que você quer do seu lado.

Ela joga a foto sobre a mesa de café, como se tivesse visto o


suficiente e voltou sua atenção para mim.

"Então... ela devolveu?"

Franzo a testa para ela. "O que? O anel?"

"Não, o dedo ossudo..." ela revira os olhos novamente, "sim, o


anel, essa coisa parece custar o suficiente para alimentar uma
pequena aldeia."

Sacudo minha cabeça. "Eu não queria de volta."


A última coisa de que preciso é aquele anel estúpido por aqui,
lembrando-me do que tive.

Ela está de boca aberta. “Você é um otário total. Qual é o


endereço dela? Irei pegar de volta para você. E vou manter apenas
cinquenta por cento do que podemos apurar, vendendo-o." Ela faz
um movimento, como se fosse fazer exatamente isso.

Agarro seu braço e a puxo de volta para baixo. "Você é louca." Eu


rio.

"Sou prática," ela argumenta, com um sorriso.

"Não direi onde ela mora."

"Oh, vamos lá... o que dizer de quarenta por cento, mas fico um
pouco dura com ela?"

"Você não é apenas louca, é uma merda de morcego, covinhas."

Seu rosto se abre em um sorriso ainda mais amplo.

"Fez você sorrir, enquanto estava pensando nela, não é?" Ela
encolhe os ombros para mim, com um sorriso de satisfação.

"Como você não tem namorado?" pergunto.

Sei que soa como uma linha de cantada, mas não me importo.
Realmente quero saber. Ela é uma pegadinha completa. É difícil
acreditar que ninguém já a tenha agarrado e colocado um anel em
seu dedo.

"Quem disse que não tenho um?"

Tento não deixar o pânico penetrar nas minhas feições. Aqui


estou eu, sugerindo que sejamos parceiros sexuais, e nunca tive a
decência de perguntar se ela estava em um relacionamento, apenas
assumi que não estava. S tão idiota. Parece ser um tema comum,
onde Katie está preocupada.

Estremeço "Você tem um?"

Ela sorri para mim, timidamente e me faz esperar por uma


resposta. “Relaxe, não há nenhum namorado corpulento, que vai
chutar o seu traseiro. Sou só eu."

Estou aliviado, mesmo sabendo que é injusto de minha parte.


Mas só consegui que ela concordasse em ser amigos. Não estou
pronto para compartilhá-la ainda.

"Acho que eu ficaria com mais medo de você, de qualquer


maneira."

"Sabia que havia um homem inteligente, escondido em algum


lugar."

Bato minhas mãos e movo meus pés da mesa, enquanto me sento


em linha reta. "Então, é melhor me contar sobre esse casamento..."

Ela sorri para mim. “Boa tentativa, espertinho. Quero mais


informações sobre a Barbie Malibu por aqui."

Eu gemo. "Ela fugiu com o meu parceiro, o que mais há para


contar?"

Há tudo mais para contar, sei disso, mas´, particularmente, não


gosto de falar sobre meu desgosto. Torturo-me com isso o suficiente
dentro da minha cabeça, sem ter que dizer em voz alta.

"Como vocês se conheceram?"

Contemplo atravessar a sala e bater a cabeça contra a parede de


tijolos, mas acho melhor não.
Tenho certeza que Katie ainda espera respostas, concussão ou
não.

"Nós nos conhecemos em um bar."

Ela solta uma gargalhada. "Irônico."

Eu aceno de acordo.

"Há quanto tempo estavam juntos?"

"Cinco anos no total, noivos, por dois deles."

"Uau." Ela murmura a palavra.

Uau está certo. Lizzie jogou fora anos de nossas vidas e todo o
nosso futuro, sem sequer olhar para trás.

“Esse 'parceiro' seu…” ela faz aspas no vocabulário, “há quanto


tempo vocês eram amigos?"

"Desde o ensino médio." quase rosno. “Acho que ele sempre


esteve de olho nela. Estava comigo, na noite em que conheci Lizzie e
juro, de alguma maneira fodida, que ele achava que estava
corrigindo o curso do destino, como deveria ter sido o único a
conseguir seu número, naquela noite e deveria ter sido seus cinco
anos com ela, em vez de mim."

"Isso é fodido," ela deixa escapar e não posso deixar de sorrir.

Ela está balançando a cabeça solenemente.

"É fodido," concordo.

"Você, pelo menos, conseguiu dar um soco no rosto dele?"

Rio agora. "Eu queria. Mas não, tenho uma reputação e minha
empresa para cuidar e ele não vale a pena o risco. Ele tomou o
suficiente, não vou lhe dar a satisfação de me ver perder isso
também."

"Você a levaria de volta, se ela viesse bater aqui hoje à noite?"

Meu riso morre, nervosamente. "Você não tem medo de fazer


perguntas difíceis, não é?"

"Eu deveria ter sido uma jornalista," brinca, mas ela não para de
olhar para mim ou esperar pela resposta.

"Isso me faz soar como um perdedor, se disser que não tenho


certeza?"

"Hummm..." ela pensa por um minuto. "Não acho que isso faz de
você um perdedor... Um tolo, talvez... Mas você a amava,
claramente, ainda faz, esses sentimentos não vão embora fácil."

"Você parece estar falando por experiência..."

Ela encolhe os ombros e envolve os braços mais apertados em


torno da almofada do sofá, que está segurando em seu peito. "Não
realmente... quero dizer, acho que todos nós tivemos nosso coração
partido, em um ponto ou outro, mas não há ex-namorados loucos,
escondendo-se no meu armário."

Aceno com a cabeça, enquanto penso na verdade nisso. Todo


mundo perdeu alguma coisa, em sua vida.

"Você deve estar um pouco melhor, pelo menos... Parece,


consideravelmente, melhor aqui, do que da última vez."

Ela está de volta sorrindo de novo e assim terminamos com o


profundo e significativo interrogatório.
“Você me pegou em um momento ruim. Asseguro que,
normalmente, não vivo como uma pessoa sem lar."

“E sem molduras vazias à vista. Posso até ficar impressionada."

"Eu pretendo, por favor," falo.

“Você sabe, talvez essa coisa de amigos pudesse funcionar,


depois de tudo. Eu meio que gosto de você."

"Acha que pode me tolerar?"

"Vamos ver." Ela ri, quando pega o planejador gigante, que


colocou na mesa de café. "Tomarei a decisão final, depois de vermos
como você lida com as demandas da noivazilla."

Pego meu tablet e abro a tela. "Deixe-me adivinhar, ela está


planejando seu casamento dos sonhos desde os seis anos de idade."

"Desejo isso." Katie bufa com um revirar de olhos. “Mais como se


ela tivesse ficado noiva seis semanas atrás, depois de conhecer o
cara por cerca de um mês e nunca pensou em casamento, em toda a
sua vida. Eu, literalmente, mataria, por um álbum de recortes de
casamento de uma menina de seis anos de idade."

"Um mês? Jesus Cristo, alguém pode fazer um casamento forçado


com armas de fogo?"

Katie ri e seus olhos brilham. Essas covinhas, que estou


começando a gostar, estão em exibição total.

“Sabe o que, eu entenderia, mas ela nem está grávida. Apenas


insana."

Abro meu cronograma de reserva. "Tudo bem, dê para mim, o


que a princesa quer?"
Katie começa a sair com a lista e faço uma nota mental para
mandar uma garrafa de uísque para Reece, porque merda, ele vai
precisar.
Capítulo Oito

Katie

Pego meu telefone e escrevo uma mensagem de texto.

Para: Jackson

De: Katie

Espertinho, preciso de um favor.

Realmente, preciso que ele concorde com isso, para salvar minha
sanidade. Não que tenha certeza absoluta de que ele é a melhor
coisa para minha sanidade. O homem é suficiente para deixar
qualquer um insano. Nos últimos dias, ele tem sido um mau cheiro
que não consigo eliminar. Não quero sacudi-lo, se estiver sendo
honesta, estou gostando muito da sua companhia e da conversa.
Para: Katie

De: Jackson

Sexual ou outro?

Bufo uma risada muito grosseira, com a resposta dele. É o que


aprendi como uma clássica resposta de Jackson.

Para: Jackson

De: Katie

De outros. Jesus Cristo, você, realmente, precisa transar.

Tillie e Reece estão me fazendo jogar minigolfe e preciso que


venha.

Para: Jackson

De: Katie

POR FAVOR
Para: Katie

De: Jackson

Minigolfe? As pessoas ainda vão ao minigolfe? Eu não sabia que


isso era uma coisa para pessoas com mais de 10 anos.

Para: Jackson

De: Katie

Bem, aparentemente é. Por favor... por favor? Se eu tiver que ir a


esses miniclubes estúpidos, você também vem.

Para: Katie

De: Jackson

O que você vai me dar, se eu concordar?

Para: Jackson

De: Katie
Qualquer coisa que não seja um boquete.

Para: Jackson

De: Katie

OU SEXO, Jesus, isso estava perto.

Para: Katie

De: Jackson

Mime o esporte.

Para: Jackson

De: Katie

POR FAVOR! Se você não vier, Tillie fará com que Reece traga
um cara chato de seu escritório para me acompanhar e então, você
terá que me ouvir reclamar sobre isso, por pelo menos uma
semana...
Para: Katie

De: Jackson

Estou revirando os olhos. Onde e quando?

Sorrio, vitoriosamente, para o meu telefone, enquanto dou a ele o


endereço e a hora.

Estou muito mais animada com o plano estúpido de Tillie, do que


quinze minutos atrás e sei que isso tem tudo a ver com o fato de
Jackson estar lá para me fazer companhia.

"Eu deveria te avisar," diz Jackson, com um sorriso, quando ele


joga o braço em volta dos meus ombros. "Sou um mini prodígio."

"Oh, tenho certeza que é," respondo, com um revirar dos olhos.

Ele sorri, como se estivesse perfeitamente em casa comigo e com


meus amigos.

"Provavelmente deveria avisá-lo que Reece quase se tornou


profissional, como jogador de golfe."

"Pfffft." Ele ri. "Isso não é golfe, covinhas, isso é minigolfe... jogo
completamente diferente."

"Isso é totalmente impreciso."


Ele só pisca para mim, enquanto tira o braço dos meus ombros e
se dirige para estudar o percurso.

não tenho certeza de como planeja elaborar um plano de jogo


para o moinho de vento, ou a boca do palhaço, que abre e fecha, mas
tenho uma visão muito boa de sua bunda, quando ele se inclina,
então, não estou prestes a apontar falhas em suas táticas.

Tillie pula para mim, um Reece olhando menos do que


impressionado atrás dela.

Cubro minha boca e rio mais uma vez da sua aparência, ele está
usando seu equipamento de golfe completo e parece um maluco
total, que se vestiu como um profissional para jogar minigolfe.

Ele me pega rindo e aponta um dedo de advertência para mim.


"Ela me tirou do campo de golfe para isso."

"Não me culpe." levanto minhas mãos, em sinal de rendição.


"Estou aqui sob coação também."

Tillie bate seus cílios, inocentemente, para seu noivo. "Você está
sempre me dizendo amaria, se eu brincar com você."

"No verde, baby."

"Há um pouco de verde ali." Ela aponta para o verde falso em


cada seção do minigolfe.

"Deus, porra, você tem sorte de eu te amar," ele murmura,


enquanto se afasta na direção de Jackson.

"Eu também te amo, baby," ela chama, um sorriso maroto no


rosto.
“É melhor você não perder esse homem. Não sei como ele
aguenta sua loucura,” digo a ela, meus olhos ainda estão focados em
Jackson, que agora está discutindo estratégia com Reece.

"Gosto de chamar isso de charme."

"Tudo o que te ajuda a dormir à noite," eu digo.

“E você, hein? Aquele pedaço sexy de carne te ajudando a dormir


à noite?” Ela abaixa as sobrancelhas para mim, sugestivamente.
"Você, com certeza, parece estar vendo muito dele."

"Oh, ótimo," falo, "nós mudamos de chata para sexista."

Ela ri e cutuca meu cotovelo com o dela. "Não tente mudar de


assunto."

Eu a empurro de volta. "Durmo como um bebê à noite, muito


obrigada."

Ela confere Jackson de cima a baixo. "Oh, aposto que você faz."

Reviro meus olhos e ignoro seus comentários. Não há como


convencer Tillie de nada, uma vez que tenha decidido e não vou
perder meu tempo tentando.

"Feliz Gilmore, você está pronto?" Pergunto a Reece, com um


sorriso, quando me aproximo dos caras e do primeiro buraco.

"É isso aí. Estou indo para casa," ele anuncia.

Tillie ri e envolve os braços em volta do pescoço dele. "Não se


preocupe, baby, acho que você parece sexy pra caralho."

Isso tira um sorriso dele e antes que eu perceba, estão se beijando


tão apaixonadamente, que tenho que desviar o olhar.
"Parece que você está em primeiro lugar, espertinho," digo,
enquanto tiro meu taco dele.

"Você tem certeza que não posso te tentar em uma sessão de


amassos, também?" Ele pergunta, com uma sobrancelha levantada.

"Por mais atraente que pareça, acho que vou dispensar."

Ele deixa cair uma bola na frente dele e a alinha com seu taco,
enquanto olha para o buraco.

"Você sabe o que... Devemos apostar neste jogo."

Reviro meus olhos em suas costas. "Basta acertar a bola, já."

Ele se endireita e se vira, para me encarar novamente. "Estou


falando sério. Vamos apostar.”

Coloco minha mão no quadril. "Tudo bem, o que você quer?"

"Você. Na minha cama,” diz ele, com total convicção.

Sinto minhas bochechas queimarem. “É a única maneira de você


conseguir transar, ganhando uma aposta? Isso é meio triste.”

"Mendigos não podem escolher." Ele ri.

Não tenho certeza se ele fala sério ou não e não posso deixar de
admitir, que uma parte de mim gostaria de perder essa aposta.

"Relaxe, covinhas, estou brincando." Ele sorri.

"Oh, e aqui estava eu, toda pronta para te agitar," digo, fazendo o
meu melhor para esconder o alívio na voz.

Ele ri e alinha sua bola, novamente.

"Você sabe o que acho?" Ele diz, sem olhar para mim.

"Esclareça."
"Acho que não preciso de uma aposta. Acho que você vai se
apaixonar por mim ainda nesses dias.”

Balancei minha cabeça para ele e seu absurdo. "Sou apenas uma
mera humana, depois de tudo," digo, com um rolar de meus olhos.

Ele pode ser quente como o inferno, mas não estou nem perto de
me apaixonar.

Ele bate na bola com seu taco e termina longe do buraco que
estava mirando.

Dou-lhe um tapinha no ombro e um empurrão para o lado. "Fora


do caminho, Tiger Woods, deixe-me mostrar como isso é feito."

"Não posso acreditar que deixei o golfe mais cedo para isso,"
Reece resmunga, quando Jackson se agacha, para tentar alinhar o
seu remate.

"Oh, não fique bravo, baby, ninguém está te julgando por sua
pontuação ruim," Tillie diz a ele.

"Sua pontuação foi ainda pior," indico. "E ela está mentindo para
você, Reece, estamos todos te julgando."

Jackson ri e se endireita novamente. Esta é a quarta vez que ele se


agacha e murmura para si mesmo sobre os ângulos, e francamente,
estou entediada disso agora.

“Continue com isso já. Todos nós sabemos que você vai sentir
falta,” digo como isca.
É o seu tiro final. Se ele acertar, então estamos empatados na
liderança. Se ele errar, eu ganho.

"Não é culpa dele que não consiga entrar no buraco," Tillie fala.
"É um problema comum, Jackson, não se preocupe."

"Eu vou fazer, não tenho nenhum problema em conseguir isso


naquele buraco em particular," responde Jackson, um sorriso no
rosto, enquanto estuda o tiro mais uma vez.

"Sério," gemo em suas insinuações sexuais. "Se não acertar nos


próximos trinta segundos, vou pegar a bola e enfiar na sua..."

Ele bate na bola e minhas palavras são cortadas, enquanto a vejo


rolar pelo caminho verde e bater na parede, antes de saltar e ir
direto para o buraco, no final.

Ela entra com um baque e me ouço gemendo alto.

"Como você gosta de maçãs, covinhas?" Jackson pergunta, um


sorriso malicioso em seu rosto, enquanto ronda em minha direção.

"Sim, sim, bom tiro, mas você ainda não ganhou," digo, quando
sento minhas mãos nos quadris, como uma adolescente mal-
humorada.

"Eu sei. Mas nem você, então missão cumprida.” Ele sorri.

Faço cara feia para ele.

"Não é de todo ruim, podemos compartilhar o troféu."

Ele ri da minha expressão, quando joga o braço sobre meus


ombros, novamente.
"Vamos sair daqui," ele sugere, enquanto me direciona para a
saída. "Reece teve um dia difícil, acho que ele poderia tomar uma
cerveja."

"Eu poderia ir para uma maldita mudança de roupas, isso é o que


poderia ir," murmura Reece, e não posso deixar de rir.

Quem teria pensado que minigolfe poderia, realmente, ser


divertido?
Capítulo Nove

Jackson

"O que está acontecendo com o seu rosto?" Bryn exige.

Faço uma careta para ele. “O que diabos isso significa? É o meu
rosto, não há nada de errado com isso.”

Ele estreita os olhos para mim, ceticamente. “Bem, você parece


esquisito, como sorridente de merda.

"Muito obrigado, cara," murmuro, enquanto verifico outra coisa


da lista, na minha frente. "Você está fazendo maravilhas pela minha
autoestima."

"Eu pretendo, por favor," ele brinca com um arco. "Agora, de


volta aos negócios... está pronto para eu estragar seu dia?"

Gemo. "Não particularmente. Pode esperar até mais tarde?”

“Não realmente, mas tenho boas notícias, como um tipo de


acompanhamento.”

"Bata-me com as couves de Bruxelas em primeiro lugar," digo-


lhe, enquanto fecho a pasta como um aplauso alto.

“Maddy está doente. Ela não pode entrar hoje à noite.”


"Filha da puta." gemo. "Abrimos em uma hora, ela não poderia
ter avisado no início do dia?"

Ele dá de ombros. "Ela começou a vomitar, o que quer que eu faça


sobre isso?"

Esfrego minhas têmporas. “Como você conseguiu o trabalho de


entregar as más notícias, de qualquer maneira? Onde está Clay?”

“Eu, literalmente, peguei o palito curto. Nós brigamos para isso.”


Ele encolhe os ombros.

"Vou levar esse prato de boas notícias agora, obrigado."

"Tenho a substituta perfeita." Ele sorri, como se pensasse que é


algum tipo de gênio, para pensar em quem quer que seja esse
substituto do sonho.

"Tic tac, mano," bato no meu relógio, "Quer cuspir isso ou o quê?
Tenho certeza que você tem que cozinhar.”

"Katie." Ele cruza os braços sobre o peito e me dá um olhar como


"Eu acertei, certo?"

"Não penso assim," digo, com um aceno de cabeça. "Vou pedir a


Kim para fazer isso e vou chamar Rachel, para cobrir o turno dela."

"Rachel está de férias," ele responde, sem perder o ritmo.

"Alexis?" pergunto esperançosamente, embora esteja ficando


claro que ele ou Clay já exploraram todas as outras possibilidades
possíveis.

"Quebrou o braço ontem à noite no basquete."

"Jesus Cristo."
"Então, quer ligar para Katie ou eu deveria?"

Eu gemo.

"Vamos lá, cara, ela será perfeita."

“Como sabe que ela será perfeita? Você nunca a conheceu.”

"Clay disse que ela era gostosa e você está sempre falando sobre
ela, então, acho que deve ficar bem."

Arruíno meu cérebro, tentando pensar em uma solução, que não


me envolve chamando Katie e implorando para ela vir aqui e salvar
minha bunda.

"Você está com um espaço em branco, hein, chefe?" Diz ele,


presunçosamente.

"Eu poderia fazer isso sozinho."

"Você é bonito o suficiente, mas tem aquela cara estranha


acontecendo, então, talvez não."

Lanço o dedo para ele.

"Além disso, você está no bar hoje à noite, lembra-se? Disse a Stu
que o cobriria até as dez."

"Droga, quando chove porra, transborda."

“Ligue para a sua garota e pare de reclamar.”

Suspiro e puxo meu telefone do bolso. "Sim, sim... estou ligando


para ela, mas não é minha garota."

Ele diz algo inteligente, que não entendo.

Vou embora até ele estar longe e aperto o botão de chamada.


Toca quatro vezes. antes de atender.
"Já está sentindo minha falta?" Ela brinca, sua voz suave e quente.

Rio nervosamente. “Umm… Sim, algo assim..."

"Por que tenho a sensação de que quer algo de mim?"

"Provavelmente, porque quero algo de você."

"Sacando o seu favor tão cedo?" Ela diz e posso ouvir o sorriso em
sua voz.

"Temo que sim... mas a boa notícia é que não é uma chupada que
estou atrás.”

“Sinto muito pedir a você para fazer isso.”

"Honestamente, não é um problema. Estou meio animada para


ser uma recepcionista.”

"Bem, espero que não tenha nenhum problema com clientes e


tudo será tranquilo."

Ela estende a mão e agarra meu antebraço levemente. "Jackson,


relaxe, só estou fazendo o básico... As pessoas entram, pego seus
nomes e chamo alguém para levá-los em seus lugares. Quando
saem, pergunto se gostaram da comida e pego o dinheiro deles. Não
é, exatamente, ciência de foguetes.”

"Não se esqueça de sorrir."

"Vou ser totalmente encantadora, você vai ver,” ela me diz, com
uma piscadela. "Agora saia daqui, está bagunçando minha entrada."
Ela me dispensa, com um aceno de mão e, de repente, não tenho
certeza de quem está mais no comando.

"Estarei no bar, se precisar de mim."

Ela me olha para cima da tela do computador, em sua frente.


"Não vou precisar de você, espertinho."

Sacudo minha cabeça. Não sei o que aconteceu, fui enxotado.

Eu me escondo atrás do bar. Posso vê-la daqui, então, pelo menos


vou poder ficar de olho nela, enquanto preparo bebidas.

Ela olha por cima da tela e mira ao redor da sala, até que seus
olhos encontram os meus. Pisco e ela me dá um aceno.

Vejo Clay indo até a porta da frente e abrindo, para deixar entrar
a fila de pessoas esperando lá fora.

Posso ver um grupo de mulheres, que parecem suspeitas, como


se estivessem em uma noite de meninas, indo diretamente para o
bar.

"Tudo bem, rapazes," digo para os outros dois bartenders, que


estão atrás do bar comigo, "apertem os cintos, mulheres usando
bandanas de pênis nunca são uma noite quieta."

"Tem olhos em você, chefe," Jeremy, um dos meus garçons, diz-


me, quando se inclina sobre o bar, com uma bandeja vazia.

"Olhos de quem?" pergunto, enquanto carrego o lote de coquetéis


que acabei de fazer. Espero, por Deus, que não seja esse grupo de
festeiras, novamente. Elas estavam muito excitadas e bêbadas o
suficiente, para que não estivesse mais disposto a servi-las hoje à
noite. Sinto-me como um hipócrita, considerando alguns dos
estados em que me coloquei neste mesmo bar, mas essas são as
vantagens de ser o chefe.

“Quem quer que seja aquela garota que está trabalhando na


frente… e maldição, cara, ela está substituindo Matilda?”

Olho para Katie e percebo que ela está, de fato, procurando-me.


Dou-lhe um sorriso e balanço a cabeça para Jeremy. "Ela está apenas
substituindo."

"Isso é ruim. Poderia ter me acostumado a olhá-la.”

Rio com ele e sua ingenuidade jovem. "Só está dizendo isso
porque Matilda não vai sair com você."

Suas bochechas ficam vermelhas. “Como ficou sabendo disso?


Ninguém, em volta deste lugar, pode guardar segredo?”

"Você disse para o Bryn, cara... Todo mundo ouviu sobre isso."

Ele murmura algo em voz baixa, que não entendo e rio, com sua
expressão irritada.

"Não culpe a Matilda em tudo," digo a ele. "Aposto que Katie não
vai sair com você também."

"Obrigado pela conversa estimulante, chefe." Ele bufa, quando


pega a bandeja agora cheia.

Dou uma olhada em Katie, novamente e percebo que ela está me


observando, com um sorriso brincando em seus lábios.

Murmuro a palavra "oi" para ela e ela manda de volta.


Faço um gesto, como se estivesse tomando uma bebida e aponto
para ela ‘Com sede?’ do outro lado da sala.

Ela acena com a cabeça, ansiosamente.

Pego uma garrafa de vodca da prateleira de cima e a jogo no ar,


antes de pegá-la novamente e derramar uma dose do líquido claro,
em um copo alto, na minha frente. lanço a garrafa novamente,
fazendo-a girar no ar sobre a minha cabeça e a pego nas minhas
costas.

jogo alguns dos meus melhores truques, até que sua bebida fica
perfeitamente feita na minha frente.

"Exibido," ouço um dos caras murmurar.

olho para cima, para ver se Katie pegou meu pequeno


desempenho e dada a forma como está olhando, com sua mandíbula
frouxa, diria que viu tudo.

"Estarei de volta em cinco," digo a eles, quando dou a volta na


frente do bar, agarrando o copo, enquanto vou.

"Você não me disse que era mágico." Ela me olha de lado,


enquanto lhe entrego a bebida.

"Estou cheio de surpresas, você não tem ideia.”

Ela toma um gole e geme baixinho. "Talvez eu deva vir aqui mais
vezes."

"Se quiser ver mais de mim, só tem que perguntar, covinhas."

Ela revira os olhos para a minha claudicação. “Suas piadas são


terríveis, mas esse coquetel é delicioso.”

Levo o elogio e ignoro o insulto.


"Você está lidando bem aqui?"

Já posso ver que ela está lidando muito bem.

Ela é natural, boa com os clientes, pode resolver problemas e é


gostosa pra caramba, o que, na verdade, não é uma exigência do
trabalho, mas certamente não atrapalha.

"Estou bem." Ela sorri para mim.

"Você sabe que é habitual ficar depois do turno para uma bebida,
certo?"

"Tenho trabalho de manhã."

“Não será tarde demais. Estaremos fechados à meia-noite.”

Ela morde o lábio inferior por um momento, enquanto delibera.


"Você é uma influência terrível, sabe disso, certo?"

"Acho que você pode ter mencionado isso uma ou duas vezes."
finjo inocência. "Bryn quer conhecer você e te devo, depois de hoje à
noite... Por favor?"

"Tudo bem," diz ela, com um suspiro resignado. "Mas se estiver


de ressaca amanhã, estou te culpando."
Capítulo Dez

Katie

Meu telefone toca novamente e eu, finalmente, pego para


verificar.

Não sei quem é ou o que quer, mas é persistente. Se é Tillie,


querendo saber que tom de branco prefiro para o esquema de cores
do seu casamento, posso matá-la.

não estou com humor para humanos irritantes hoje, estou


cansada, graças a ficar acordada até tarde, com Jackson e sua equipe
e, francamente, estou um pouco de ressaca, também graças a
Jackson e suas garrafas estúpidas de delicioso vinho vermelho.

Muito parecido com o nosso primeiro jantar, há algumas


semanas, ficou claro que Jackson é muito imparcial para uma
garrafa de líquido vermelho.

Nós passamos um bom tempo juntos, principalmente sob o


disfarce de planejar o casamento de Tillie, mas, honestamente, a
parte dele é bem mínima, neste momento. Gosto de sair com ele. É
divertido e fácil, mesmo que pareça me enganar mais
frequentemente, do que não.
"Irritante influência ruim," murmuro baixinho, enquanto olho
para a tela do celular.

Seguro uma série de palavrões, quando vejo que tenho doze


mensagens novas e não lidas. Tudo a partir do lindo dor-no-rabo
Jackson Matthews.

Para: Katie

De: Jackson

Encontre-me para uma bebida hoje à noite? Nada de vinho tinto


desta vez, prometo.

Para: Katie

De: Jackson

Covinhas, você está aí?

Para: Katie

De: Jackson
Se não receber uma resposta em dez minutos, vou assumir que é
um sim.

Para: Katie

De: Jackson

Katie?

Para: Katie

De: Jackson

Houve uma invasão alienígena e eles levaram seu corpo, para ser
uma recepcionista?

Para: Katie

De: Jackson

Katie?
Para: Katie

De: Jackson

Vou te ligar.

Notificação: uma chamada perdida de Jackson Matthews

Para: Katie

De: Jackson

Você vai me matar, quando vir todos esses textos...

Para: Katie

De: Jackson

"Mas eu não vou parar, e eu não posso parar..." Como essa


música da Miley, vai, covinhas?

Notificação: duas chamadas perdidas de Jackson Matthews


Eu gemo e deixo minha cabeça descansar contra a mesa. Não
quero me divertir nem um pouco com esse ridículo, mas estou, só
um pouquinho. Eu nem consegui ler todos eles ainda, mas já vi o
suficiente, para durar muito tempo.

Apertei o número de discagem, antes que ele tivesse a chance de


me mandar mais uma mensagem irritante.

"Covinhas!" Ele responde brilhantemente, " Estava prestes a


enviar um grupo de busca."

"Você é um maluco total, percebe isso, certo? Enviou-me uma


dúzia de textos, Jackson e entendeu errado as palavras daquela
música da Miley. Você precisa, seriamente, de um hobby, para seus
dias de folga.”

"Vou escutar o que está dizendo e aceitarei suas sugestões."

"Nós somos apenas amigos há algumas semanas e já está me


enlouquecendo, quem você incomodava, antes de eu aparecer?"
Pergunto a ele, enquanto me inclino na minha cadeira, com um
sorriso.

"Acho que você acabou de trazer o meu lado peculiar."

Respiro fundo. “Peculiar? É isso que as crianças estão chamando,


hoje em dia?”

Ele ri profunda e longamente e me amaldiçoo, por sorrir ainda


mais, ao som.

Ele é muito simpático. Pode ser um cara louco e ex obcecado, que


bebe um pouco demais, mas gosto dele. Estou confortável em torno
dele e isso não é uma coisa típica para mim.
“O que você quer mesmo, espertinho? Havia tantas mensagens,
que nem consigo lembrar onde isso começou.”

"Não jogue duro comigo, covinhas, vamos sair para beber."

Dou uma risada. "Nós não vamos. Tenho planos esta noite.”

"Então, cancele."

Posso ouvir o sorriso em sua voz, a pequena merda presunçosa.

"E por que eu iria querer fazer isso?"

"Porque você tem uma oferta melhor," ele responde, seu tom
arrogante.

Sorrio e giro minha cadeira ao redor, então estou olhando pela


janela. "Tenho? Engraçado, não me lembro de ter uma oferta
melhor.”

"Você me ignorou a manhã toda e agora, apenas dirige a faca


ainda mais fundo." Ele geme de indignação fingida.

"Eu estava trabalhando!"

Balancei minha cabeça, um sorriso estúpido no rosto. Ele pode ser


uma dor, mas gosto dessa brincadeira que temos.

"não vou sair contigo, espertinho, você bebe demais."

"Oh, vamos lá, uma saída?"

"Tentador," penso, "mas isso não está acontecendo. Está por sua
conta."

"Estraga prazeres."

“Sério, procure no Google por reuniões de AA, em sua área,” eu


brinco.
"Você é má."

"Não, sou honesta."

Ele ri e não consigo parar de rir junto com ele. "Vou ter que pedir
ao Bryn vir me fazer companhia."

"Definitivamente, não estou indo então. Não tenho certeza de


quem me deixaria louca mais rápido, você ou seu parceiro.”

"Vou ligar para você amanhã."

"Apenas uma única vez seria ótimo."

"Não faço promessas." Ele ri, antes que a linha morra.

Sorrio para o meu telefone por um longo tempo, antes de


perceber o que estou fazendo.

Jackson Matthews é uma distração que não tenho tempo agora.


Uma distração sexy, engraçada, doce, mas ainda assim uma
distração.

"Tillie, Jesus, você não pode ter todas as superfícies cobertas de


flores."

"Reece diz que posso ter o que quiser," ela responde


presunçosamente.

“Bem, Reece não é o chefe aqui, eu sou. Cristo, tem sorte que o
homem te adora, porque você tem vinte tipos de louca, com esses
planos de casamento.”

Ela coloca outra cenoura na boca e mastiga.


"E sério, coma alguma comida de verdade, a última coisa que
precisamos é que vá com uma dieta estúpida para casamentos e
tenha seu vestido alterado no último minuto."

Ela sorri para mim. "Terei Reece te pagando mais, parece


sobrecarregada e mal paga, querida. E além disso, nem tenho um
vestido ainda.”

Respiro fundo pelo nariz e assopro pela boca, enquanto tento


dominar minha fúria.

Tillie pode ser minha melhor amiga, mas é, possivelmente, a


noiva de pior manutenção que já tive que lidar.

Ela quer tudo. Tudo. E precisa disso em curto prazo. E então


muda de ideia, como a queda de um chapéu e decide que quer algo
completamente diferente.

Ela tem um noivo endinheirado, que quer lhe dar a última coisa
que ela quer e lhe diz que merece tudo, o que não está ajudando a
situação nem um pouco.

Ele não está errado, ela merece ter o dia perfeito, mas esse dia não
vai incluir uma banda de metal pesado e cem pombas sendo
liberadas.

De jeito nenhum. Não no meu turno.

"Farei o Reece cortar seu cartão de crédito," ameacei.

Ela balança a cabeça e sorri para mim, como se eu fosse uma


criança ingênua. "Oh, querida, tenho cerca de dez dessas coisas."

Tillie não tinha ideia de quanto dinheiro Reece possuía, até o dia
em que ele propôs a ela, então, ninguém pode, tecnicamente, acusá-
la de ser uma cavadora de ouro... mas, certamente, não se esquivou
do estilo de vida luxuoso que ele lhe ofereceu. Na verdade,
mergulhou de cabeça primeiro.

"Podemos apenas voltar para as flores?" imploro. "Isso pode


chocá-la, mas não é minha única cliente."

"Bem. Metade do pedido então.” Ela faz beicinho.

Suspiro. Reduzir o pedido ainda significa que haverá flores em


toda parte, mas pelo menos teremos espaço para os convidados e a
florista não terá que trabalhar a semana inteira, antes para arrumar
tudo, então tento pensar como uma vitória.

“Então, qual é o problema com você e Jackson? Você tem andado


muito...”

Escrevo algumas notas sobre enfeites, antes de largar minha


caneta e pegar a tigela de batatas fritas na mesa.

"Sim... somos amigos."

"Gostaria de ter amigos que parecessem assim."

Eu rio e quase engasgo, com a boca cheia de comida.

"Somos apenas amigos, Tillie, não importa como ele se parece."

“Amigos com benefícios, pelo menos, espero? Deus sabe que você
poderia usar alguns benefícios,” diz ela dramaticamente.

"Apenas amigos. Sem benefícios.”

Ela levanta as sobrancelhas.

“Bem, um benefício. Uma vez. Mas você sabe que isso foi antes
de nos tornarmos amigos.”
"Eu só estou dizendo isso, é tudo." Ela pega outra maldita
cenoura e aponta para mim. "Você sabe o que está perdendo."

Sei exatamente o que estou perdendo, mas também sei que ceder
à tentação seria uma má ideia. Jackson é gostoso, não há como negar
isso. Mas ele também está muito confuso com sua ex e esse é um
drama que não preciso.

Enfio a tigela de batatas fritas nela. "Coma algo com calorias, toda
essa comida saudável está bagunçando seu cérebro."

Ela franze a testa para elas, como se fossem tóxicos e dá outra


mordidinha em sua cenoura.

"Então, você está me dizendo que não gosta dele?"

“Claro que gosto dele. Você sabe que gosto."

"Então, não o acha atraente então?"

Reviro meus olhos. "Não seja ridícula. O homem pode começar


um incêndio, apenas olhando para ele, por que é tão quente.”

Ela me lança um olhar conhecedor.

"Alguns de nós estão no controle de nossos impulsos sexuais."

"Alguns de nós estão cheios de merda," ela responde.

Amigos com benefícios é, exatamente, o que Jackson insinua, na


verdade, esqueca insinuações, ele sugere pelo menos uma vez, a
cada vez que o vejo.

É uma piada particular nossa, neste momento, então eu não o


levo muito a sério, mas também sei muito bem que ele não diria não,
se minha resposta mudasse do não, de repente.
Eu poderia dizer isso a Tillie, mas não vou. A última coisa que ela
precisa, é de qualquer encorajamento nesse tópico, em particular.

"Vou ligar para Reece e lhe dizer para correr, enquanto ainda
pode." Eu faço um show de pegar meu celular. "Se ele for agora,
ainda pode sair ileso."

Ela ri e, finalmente, pega uma das batatas fritas da tigela.

"Onde está seu novo melhor amigo esta noite, afinal?" Ela
pergunta.

"Foi beber com seu companheiro, que eu saiba."

"Vamos esperar que acabe de cara cheia e precise de alguém para


cuidar dele, então, hein?" Ela cruza os dedos na frente de seu rosto,
todo o tempo sorrindo, como a espertinha que é.

"Ele ainda está apaixonado por sua ex, Tills, nada de bom viria de
nós dois dormindo juntos, novamente."

“Posso pensar em algo bom que possa acontecer. Começa com


‘or’ e termina em ‘gasmo.’”

Eu não posso deixar de rir dela. Minha melhor amiga, com


certeza, é única.

“E além disso, foi há meses atrás, não foi? Certamente ele já se


esqueceu agora.”

“Eles ficaram juntos por cinco anos e ficaram comprometidos.


Esses sentimentos não vão embora assim.” Estalo meus dedos para
dar ênfase.

"Oh, claro que fazem." Ela acena com a mão com desdém. "Ele só
precisa encontrar uma Chica gostosa como você."
"Aposto que seu noivo ficaria tão feliz em ouví-la dizer isso," eu
falo.

"Se meu noivo se mantém em suas calças e não vai ficar com
minhas amigas, então não teremos nenhum problema, não é?" Ela
responde, cheia de insolência.

"Touché." Eu rio.

Ouço meu telefone tocar e olho para baixo, para ver quem está
me ligando a essa hora da noite. Levanto o telefone para mostrar a
tela à Tillie, está piscando ‘Jackson Matthews.’

"Bem, falando do diabo."

"Olá?" Eu respondo.

"Covinhas, fiz algo estúpido..."

Ele não estava brincando, quando disse que ia beber. Ele soa
arrastado, e não é nem meia-noite ainda.

"Eu tentei pará-lo, Katie," ouço um cara gritar no fundo.

"Shhhhh, estou falando com Katie," Jackson repreende a pessoa


ao fundo, enquanto coloca grande ênfase no meu nome.

Eu dou risada. "Que é aquele?"

“Bryn. Ele comprou tiros de tequila.” Engasga um pouco, com a


menção da palavra. "Ele cozinha com um chapéu," informa-me
prestativamente.

"Vocês, garotos, gostam de fazer barulho, não é?"

Eu falo as palavras ‘eles estão bêbados’ para Tillie.


Ela me dá um jóinha, como se fosse a melhor notícia que ouviu o
dia todo.

"Vai me dizer que coisa estúpida que você fez?"

"Mmm humm... Nós estávamos em um bar... Então o Bryn queria


buscar hambúrgueres."

"Você queria hambúrgueres, eu queria um kebab1," ouço Bryn


gritando com ele.

“Seja como for, cara, você está segurando um cheeseburger. Não


grite comigo sobre kebabs.”

Cubro minha boca com a mão, em uma tentativa de abafar o som,


enquanto rio dos dois.

Posso ouvi-los andando, de uma maneira que só pode ser descrita


como uma caminhada de cara bêbada. Seus passos são pesados,
desleixados e lentos e a respiração de Jackson é trabalhada.

“Jackson! Apenas me diga o que você fez.”

"Ele foi para..."

“Shhhhh! Vou dizer a ela eu mesmo,” Jackson sussurra para


Bryn.

"Seja como for, mano, vou comer meu hambúrguer," ouço Bryn
dizer a ele.

Tillie andou pela mesa agora e tem o ouvido pressionado contra o


telefone, para poder ouvir o absurdo por si mesma. Ela está quase
com lágrimas escorrendo pelas bochechas, rindo tanto.

1 Kebab- espetinho de carne assada, misturada com legumes, fatiado para comer como
sanduíche muitas vezes.
"Katie?" Jackson pergunta de repente.

"Sim, espertinho?"

"Pensei que tivesse ido embora." Ele suspira de alívio.

"Ainda estou aqui, mas onde você foi?"

"Fui ver Lizzie."

Dou a Tillie um olhar ‘eu avisei’ e ela revira os olhos.

"Eu disse a ele que era uma ideia estúpida," Bryn grita para mim.

Eu ouço um baque e um ‘owwnn.’

"Bati nele," Jackson anuncia, orgulhosamente.

“Ele deveria ser o único a bater em você, por ver sua ex. Coloque-
o no telefone, para que eu possa pedir que ele coloque algum
sentido em você,” exijo.

"Estou bêbado, covinhas," ele diz, ignorando-me totalmente e


posso ouvir o brilho quente, feliz e bêbado, em sua voz.

"Não merda," murmuro sob a minha respiração. "Então, Lizzie


estava em casa?" pergunto e não tenho certeza qual resposta é a que
quero ouvir.

"Não," ele responde, estalando o "o." “E eu bati por eraaaas.


Acordou seus vizinhos e tudo mais.”

Ouço um arroto, soando suspeito ao fundo.

"Cara! Você está vomitando?” Jackson grita na noite.

“Não, eu não estou vomitando. Apenas cuspi um pouco da


minha boca,” Bryn responde.
Descanso minha mão contra a minha testa e tento não rir. Tillie
não está ajudando nem um pouco, está histérica.

"Onde vocês dois idiotas estão?"

"Oi, Bryn?"

Não ouço resposta.

"Acho que ele está vomitando," diz Jackson, com uma risada.

Mesmo agora, bêbado como um gambá, sua risada ainda me faz


sorrir.

“Oi, B… B! Onde estamos?"

Ouço alguns murmúrios, que não consigo entender e então


Jackson produz um local surpreendentemente específico.

"Se vocês dois se sentarem, irei buscá-los, está bem?"

"Você é a melhor, covinhas."

"Irei ver você em breve. Tente não se meter em nenhum


problema, enquanto espera.”

"Eu te disse que Katie iria me salvar," ouço Jackson dizendo a


Bryn, antes de eu ter a chance de desligar o telefone. "Ela é gostosa e
legal."

Caí na gargalhada.

"Oh Jesus, agora isso foi entretenimento," diz Tillie, enquanto


enxuga as lágrimas do canto dos olhos.

"Homens adultos." Rio com uma sacudida de cabeça. “Vamos… É


melhor sairmos daqui, antes que B1 e B2 se percam.”
Capítulo Onze

Jackson

"Katie!" Eu digo, enquanto olho pela janela aberta do carro, que


parou no meio-fio. "Você veio."

Ela ri e balança a cabeça.

Estou bêbado. Sei que estou.

Não tão bêbado quanto eu estava, quando decidi bater na porta


da minha ex, mas ainda assim bêbado.

"Entre, rapaz amado," uma voz que não é de Katie me diz.

"Até a noivazilla veio também." Sorrio para a mulher, que não


tinha notado, até que ela falou.

Katie cobre a boca e ri.

"Realmente, gosto de sua risada, covinhas," eu digo a ela, quando


perco meu equilíbrio um pouco e balanço para o lado do carro.

"Estou feliz que você gostou, agora talvez queira entrar, antes de
cair?"

Eu aceno para ela, porque parece uma boa ideia. Ela sempre tem
boas ideias.

"Onde está seu companheiro?"


Eu me viro e tento me lembrar do último lugar em que o vi.

"Ele está aqui em algum lugar," digo às meninas. "Bryn!" Grito na


rua tranquila.

Ele não responde. Volto para as garotas. "Ele é uma res... pon...
abi... res-pon-sabilidade." Eu finalmente recebo a palavra.

"Ele é agora?" Katie ri. "Não posso imaginar como é lidar com
isso."

"O que você está gritando?" ouço Bryn chamar atrás de mim. "Eu
estava apenas mijando em algumas flores, nos fundos."

"Oh senhor," diz Tillie.

"O que eu te digo..." falo com naturalidade. "Responsabilidade."


sorrio com orgulho. Estou impressionado, acertei desta vez.

"Tudo bem garotos, no carro, antes de serem presos."

Empurro Bryn, quando ele se aproxima e ele me empurra de


volta, mas, de alguma forma, nós dois entramos no carro ilesos, em
sua maior parte.

"Cintos de segurança, senhores e se algum de vocês vomitar aqui,


pagará por uma lavagem, entendido?"

"Sim, senhora," digo a ela, com uma saudação.

Nós dirigimos um pouco e posso sentir minhas pálpebras ficando


muito pesadas.

"Katie?" Eu ouço Bryn dizer.

"Sim?"
"Eu não cozinho apenas com um chapéu. Uso calças e uma
camisa também. Só quero que saiba disso."

Tillie está rindo dele. Katie pode estar também.

"Obrigada por esclarecer isso para mim," Katie diz a ele, e sim,
ela, definitivamente, está rindo.

"Não há problema," ele responde. "Oh, e Katie?"

"Sim, Bryn?"

"Jackson está bêbado, mas ele está certo, você é quente e legal."

"Porra eu te disse," murmuro, antes de me sentir caindo no sono.

Acordo sentindo-me como se tivesse sido atropelado por um


ônibus, então ele recuou e me atropelou de novo, apenas por uma
boa medida.

Bêbado, obviamente, não fechei as cortinas, porque a luz está


fluindo e me batendo como um tapa na cara, que realmente, não
preciso.

"Tenho que parar de beber assim," digo a mim mesmo, com um


gemido.

"Você e eu," uma voz diz e me faz quase pular fora da minha
pele.
"Jesus Cristo," digo, quando rolo e encontro um par de pés perto
da minha cabeça. "Que porra seus pés sujos estão fazendo em meus
travesseiros?"

A cabeça de Bryn aparece do final da cama. "Você não recebeu o


memorando? Estamos no topo e seguindo.”

Esfrego minhas têmporas para tentar acalmar a cabeça latejante.


“Que porra, é real? Ficamos bêbados e nos transformamos em
garotos adolescentes de um acampamento escolar?”

"Não estou bebendo tequila nunca mais." Bryn geme quando sua
cabeça cai de volta para o travesseiro.

Um flash de Bryn e eu tropeçando, ao longo de uma rua familiar,


pisca na minha cabeça. "Oh merda," murmuro. "Eu fui para a
Lizzie."

"Nós fomos para Lizzie," Bryn me corrige. "Sua bunda estúpida


me fez de cúmplice."

"Por que diabos você não me parou?"

"Eu tentei, cara, mas você é um grande idiota, quando tira


algumas fotos do seu cinto e para ser completamente honesto, , eu
meio que queria te ver, finalmente, gritar com a cadela," ele diz com
um bocejo.

Faço um silencioso agradecimento ao universo, que ela não


estava em casa. Eu não sei o que teria me feito passar por ali, ontem
à noite, mas, felizmente, consegui me esquivar de uma bala.

Outra lembrança de Katie me chamando de espertinho e me


dizendo que eu era um idiota.
"Oh Jesus, eu liguei para Katie."

"Sim, você fez." Ele ri. "Quem você acha que nos colocou na
cama?"

“Oh merda, não de novo. Eu devo muito a essa mulher.”

"Ei, olhe, ela me deixou água e analgésicos," Bryn reflete,


enquanto se agita na cama, movendo os pés bem mais perto do meu
rosto, do que eu gostaria que estivessem.

"Ela é boa assim," eu digo, enquanto golpeio seus tornozelos.

“Ela é legal, cara. Eu gosto dela."

Eu gosto dela também. Estou surpreso com o quanto. Gosto dela


mais do que, provavelmente, deveria, mas me conheço e não estou
pronto para nada de novo, não importa o quão difícil seja ficar
convencido disso.

Eu ouço Bryn pegando a água de volta. "Ela é como uma super


motorista com regalias."

Eu me vejo sorrindo, embora embaraçosamente. Esta é a segunda


vez que Katie teve que lidar com o meu eu bêbado. Não nos
conhecemos há muito tempo, mas mal consigo lembrar como, era
antes de sermos amigos.

Rolo para ver se ela me deixou qualquer coisa para consertar a


dor de cabeça furiosa.

Eu também tenho água e analgésicos e uma nota, que não consigo


abrir rápido o suficiente.

Espertinho,
1. Você é um idiota total. Nem sequer discuta, porque você sabe
que é verdade.

2. Sério, procure uma reunião do AA, eu estava brincando na


primeira vez, talvez não tanto agora.

3. Sabe o que, talvez deva continuar bebendo, afinal, você é meio


engraçado, quando está bêbado.

4. Não, cancele isso, você é um idiota.

5. Visitando sua ex, o que estava pensando ?!

6. Eu mencionei que você é um idiota?

7. Você acabou de me dizer que eu era sua melhor amiga e que


tenho cabelos bonitos. Bêbado, você é, realmente, muito doce.

8. Você me deve um almoço e o torne bom, você pode me pegar


em 1 dia.

Amor Katie (a garota legal e gostosa) xx (e sim, esses são beijos,


mas só porque você está bêbado)

"A mulher é uma santa," murmuro.

Bryn se senta na cama e estende a mão para o bilhete.

Eu entrego para ele.

"Lembre-me de novo, por que você é apenas amigo dessa garota?


Ela é foda demais,” ele diz, enquanto examina a carta.
Ela é incrível e se não fosse pela minha estúpida ex-noiva virando
meu coração em amargo e negro, eu iria atrás da Katie. Mas estou
todo fodido, então é melhor que nós sejamos apenas amigos, não
importa o quanto eu esteja começando a querê-la.

"Você esqueceu como meu último relacionamento terminou?"

Ele joga o bilhete na cama. "Você ainda está ordenhando essa


coisa?"

Sento-me contra a cabeceira da cama. “Se por 'essa coisa' você


quer dizer que minha futura esposa dormiu com nosso amigo e
depois me deixou, então sim, ainda estou 'ordenhando.'”

"Então, nada está acontecendo com você e Katie?"

"Não."

"E você não quer ser nada, além de amigos?"

Evito o olho dele e minto entre dentes. "Não."

Tenho saído muito com Katie ultimamente e a atração entre nós


só fica mais forte, a cada vez que a vejo. É mais difícil resistir a ela, a
cada dia que passa.

Ela é uma mulher bonita, mas não posso dar mais do que sexo, e
não quero isso para ela, para nós. Katie merece mais do que apenas
um amigo de foda.

"Então, você não se importará se eu a convidar então?"

Todos os músculos do meu corpo estão tensos, porque a ideia de


meu melhor amigo e Katie indo a um encontro é tão terrível, mas ao
invés de falar com Bryn a verdade, dou de ombros e respondo,
“Claro, faça o que quiser."
"Bem, olá, luz do sol, você não parece uma caixa de babados,"
Katie me diz, com um sorriso. "Como está a cabeça?"

Ela coloca o cinto de segurança e sorri para mim, presunçosa.

"Tem estado melhor," admito timidamente, quando eu saio para o


tráfego.

“Oh, isso é um eufemismo e você sabe disso. Tenho que admitir,


estou um pouco desapontada por não ter saído com os dois, afinal,
vocês, garotos, parecem saber como se divertir.”

Posso dizer que ela já está à beira do riso.

Bryn e eu fazemos um bom trabalho zombando de nós mesmos,


parece.

"Você acreditaria em mim, se dissesse que nunca mais bebi?"

"Você acreditaria em mim, se eu dissesse que sou a rainha da


Inglaterra?"

Eu rio. Posso senti-la me olhando, enquanto dirijo e a olho, pelo


canto do meu olho.

Ela parece inteiramente atraente demais, minha cabeça latejante


não é capaz de lutar contra o desejo de tocá-la.

"Onde estamos indo para o almoço?" Ela pergunta


brilhantemente, claramente apreciando minha miséria. “Em algum
lugar alto e cheio de crianças?”

"Você é tão engraçada," respondo sarcasticamente.


"Oh, não se esqueça de 'gostosa' e 'legal' também." Ela está
mordendo o lábio inferior, para tentar se impedir de rir e batendo
seus cílios para mim, inocentemente.

Infelizmente, ela parece tudo, menos inocente, parece tentadora.

Tomo uma decisão executiva de manter meus olhos na estrada,


para o resto da nossa jornada.
Capítulo Doze

Katie

"Onde estamos indo?"

Tenho olhado pela janela, mas não estou familiarizada com esse
trecho de estrada. Estamos serpenteando ao longo da costa, a
estrada correndo ao lado de uma vista deslumbrante do oceano.

"Estamos quase lá. É o meu lugar favorito, é a razão pela qual abri
meu restaurante na água.”

Sento-me um pouco mais ereta e tento ver do que está falando.


Estou intrigada sobre onde estamos indo, ele é um livro bastante
aberto comigo mas, fisicamente, ver algo que o inspirou em primeira
mão, é um conceito interessante.

Ele desacelera o elegante carro preto e acende a seta.

Nós descemos uma estrada de cascalho estreita e dirigimos, até


quase chegarmos à costa.

Ele desliga o motor e sorri para mim. "Tudo bem, covinhas, você
sai."

Olho ao redor, enquanto saio do carro, posso ver como seria


inspirador aqui, é lindo e intocado.
Neste momento, sinto que somos as únicas duas pessoas no
mundo.

Eu o ouço fechar a porta do carro e vejo que está segurando uma


cesta de piquenique e um cobertor nas mãos. Tudo é muito fofo.

"Não há crianças gritando aqui," observo, com um sorriso.

Ele pisca para mim. "Não sou apenas um rosto bonito, depois de
tudo."

Ele pode estar brincando, mas, realmente, tem um rosto bonito.


Especialmente aqui, no ar leve do oceano, ele parece que voltou para
casa.

"Vamos descer por esse caminho." Ele aponta com o cotovelo.

Ofereço-me para tirar algo de suas mãos cheias, mas ele apenas
balança a cabeça e dá seu lindo sorriso cheio.

Ando pelo caminho, sentindo-me como uma criança, que está


indo pela primeira vez à praia.

Isso não é nada como as praias, que normalmente frequento.


Essas praias são cobertas de pessoas e cheias de energia.

Esta é o oposto polar. Somos os únicos aqui e nunca ouvi esse


silêncio pacífico. Posso ouvir ondas batendo, suavemente, contra a
costa e o leve grito de gaivotas ao longe.

Chegamos ao final do caminho coberto de vegetação e saímos


para a areia quente e dourada.

Abaixo-me e tiro os sapatos. Corro até a beira da água e a vejo


passar pelos dedos dos pés.

Rio e giro em um círculo.


Este lugar é incrível.

Paro de girar, então estou de frente para Jackson e o encontro


parado, perto dos meus sapatos, observando-me com uma intensa
curiosidade.

"Isso é lindo!" digo-lhe.

"Você é linda," ele fala de volta.

Deve parecer uma tentativa barata de lisonja, ou como uma linha


de cantada clichê, mas de alguma forma isso não acontece.

nunca ouvi palavras mais genuínas na minha vida.

Ele abaixa a cesta e tira os próprios sapatos.

Não consigo tirar meus olhos dele. Não pensei que era possível
que a tensão aumentasse a essa distância, mas, aparentemente, eu
estava errada.

Posso sentir a carícia dos olhos dele na minha pele, quase como se
estivesse me tocando.

Assisto, com a respiração suspensa, enquanto ele segue minhas


pegadas através da areia, até que está bem na minha frente.

"Este é o meu pequeno pedaço de paraíso," ele murmura,


enquanto estende a mão lentamente, para segurar meu queixo.

Estamos desfazendo as linhas da nossa amizade agora, mas não


tenho em mim a ideia de parar.

Existe algo entre nós, sabemos disso, é o que escolhemos fazer


que define o que acontece a partir de agora.
"Parece diferente, com você aqui," ele diz, seu tom abafado,
apesar de sermos as únicas pessoas ao redor.

"Bom diferente ou ruim diferente?" sussurro.

"Tudo é melhor, quando compartilho com você."

A água está lavando nossos pés, enquanto estamos aqui,


trancados em um impasse silencioso, em um cenário perfeito, que
parece tão distante do mundo real.

Talvez seja isso, o fato de que nada disso pareça real, faz com que
nossos lábios se encontrem nos mais suaves toques.

Minhas mãos esticadas tentam agarrar sua camisa, enquanto sua


boca se move em sincronia com a minha.

O beijo é tão apaixonado, mas tenro, é difícil imaginar parar.

Quando finalmente nos separamos, ele está respirando com tanta


força, que acharia que correu uma maratona.

"De onde veio isso?" sussurro, enquanto ele descansa sua testa
contra a minha.

"Eu não sei," ele sussurra, "Só sei que, quando estou com você,
tudo brilha."

"Oh meu Deus, Bryn pode ser um gênio afinal de contas." gemo
de satisfação, enquanto espio os últimos recipientes que ele trouxe
para nós.
"Se há uma coisa que ele sabe fazer, além de falar merda, é
cozinhar," Jackson responde de seu lugar no cobertor.

Ele está de óculos escuros, sem camisa e deitado de costas,


absorvendo o sol da tarde.

Olhei-o muito mais do que gostaria de admitir, mas seria


impossível não fazer, é lindo e essa confiança que ele irradia, está
tornando impossível desviar o olhar.

"Isso combina com você aqui."

olho para ele surpresa. Não posso ver seus olhos, através de suas
lentes escuras, mas assumi que estavam fechados, não me
observando.

"Obrigada por me trazer, você, definitivamente, compensou a


noite passada."

Ele pega as garrafas de água ao lado dele, jogando-as para fora do


caminho e gesticula para eu vir e me deitar ao seu lado.

Deito-me e olho para as nuvens de luz, que se movem


preguiçosamente pelo céu.

"Não sei o que eu estava pensando, em chamá-la na noite


passada."

"Acho que a tequila pode ter feito o pensamento."

"Sinto muito, Katie," ele me surpreende dizendo.

"Pelo quê?"

Levanto minha mão no ar e desenho algumas das formas que


posso ver, com o meu dedo. Posso senti-lo me observando.
"Por ficar bêbado de novo, por ligar para você... Por ir ver
Lizzie..."

"Você não precisa se desculpar por nada disso, não me deve uma
explicação."

"Sei que não preciso, mas quero."

Eu não sei o que dizer sobre isso. Não quero o pedido de


desculpas dele. Se for honesta comigo mesmo, não tenho certeza do
que quero.

"Voce deve se desculpar, por mijar no pneu do meu carro,


quando te trouxe para casa," brinco, em uma tentativa de aliviar o
clima.

Este homem perto de mim não é o Jackson brincalhão que me


acostumei, nessas últimas semanas, este é uma versão mais séria e
não sei como o abordar.

É como se estar aqui fora tenha tirado suas barreiras e defesas.

“Cristo, mijei no seu carro? Realmente sinto muito.”

"Você também me disse que deveríamos ser como Mila Kunis e


Ashton Kutcher," digo, com uma risadinha.

Ele ri. "O que diabos isso significa?"

"Posso estar errada, mas acho que estava fazendo referência aos
filmes que ambos fizeram, sobre ter amigos com benefícios, filmes
separados que eu poderia adicionar, mas o sentimento estava lá."

"Talvez eu quisesse dizer que deveríamos nos casar e ter um casal


de filhos," ele brinca.
"Oh sim, tenho certeza de que é onde você e seu pênis bêbado
estavam indo, com essa conversa."

"Não tenho certeza se meu pênis estava bêbado." Ele ri.

"Por que ele estava fazendo xixi no meu carro, então?"

"Touché." Ele ri profundamente e sinto a vibração dele contra


meu lado.

"Sabe o que, covinhas, acho que lhe conhecer pode ter sido a
melhor coisa que aconteceu comigo em muito tempo."

Sei que ele quer dizer ter-me como amiga, mas meu coração não
está entendendo bem a mensagem, pois está a mil quilômetros por
hora em meu peito.

Conheço-me bem e sei que estou me apaixonando por Jackson,


mesmo que só um pouquinho.

Estou, hipoteticamente, à beira do penhasco. No momento,


apenas os dedos dos pés estão pendurados na borda, mas sei que só
bastará uma ligeira brisa, para o resto de mim seguir.

Ele coloca o braço sob meus ombros e levanto a cabeça, para


descansar em seu ombro nu.

"É melhor voltar em breve, vai começar a esfriar."

"Nós temos que fazer?" sussurro. "Eu poderia ficar aqui para
sempre."

Não quero nada mais do que ficar aqui com ele, onde somos
apenas nós dois e nada mais importa.

Sei que as coisas voltarão ao normal, quando sairmos desta praia


e estou bem com isso, se fosse real entre nós, existiria em todos os
lugares, não apenas aqui, neste paraíso isolado, mas não tenho
certeza se estou pronta para desistir ainda. Quero mais alguns
momentos.

"Eu gostaria que pudéssemos também," ele sussurra, enquanto


seus dedos traçam padrões de luz no meu braço.

Fecho meus olhos e respiro profundamente. Quero absorver esta


tarde e cada coisa sobre isso, em minha alma.

Ficamos deitados juntos pelo que parece uma eternidade,


traçando formas de nuvens e rindo juntos, antes que ele anuncie
que, finalmente, é hora de ir.

Segura minha mão todo o caminho até o carro e depois voltamos


para uma realidade indesejável.

Já faz dois dias, desde que nos beijamos na praia e é quase como
se nunca tivesse acontecido. Se não fosse pela areia nos meus
sapatos e pela queimadura nos ombros, eu poderia ter acreditado
que imaginei a tarde inteira.

Não sei se estou entusiasmada, por não haver nenhum


constrangimento persistente entre nós dois, depois de cruzarmos a
linha, ou se estou devastada, por não ter levado a nada mais.

Jackson não está pronto para mais nada, então, acho que foi
melhor no final, que ainda somos amigos, depois de jogarmos a
cautela ao vento.
Estou feliz com o pedaço dele que tenho. Ele, rapidamente,
tornou-se uma parte importante da minha vida. É a pessoa que
quero contar, quando algo engraçado acontece comigo, ou quando
recebo um novo cliente. Ele é a primeira pessoa a quem mando
mensagem de manhã e a última pessoa que mando à noite.

Se Tillie continuar agindo como uma noiva pesadelo, eu poderia


ter que fazer Jackson a substituir completamente como minha
melhor amiga.

“Você está me ouvindo?” A noiva pesadelo em questão agarra-se


a mim, enquanto segura dois punhados de tecido lilás, que estão tão
perto de serem da mesma cor, que nem se notaria a diferença.

"Nem um pouquinho." digo com um bocejo.

Estou exausta. Nós estivemos no estúdio de noivas por mais de


duas horas e tudo que estabelecemos, até agora, é que Tillie quer um
vestido branco e eu usarei um lilás.

"O casamento é em seis semanas, Katie," ela me diz, seu tom de


indignação.

"Estou bem ciente, Tills, confie em mim."

Seus olhos se arregalam e ela parece prestes a explodir, em um


ataque de pânico.

"Respire," exijo. “Afaste-se das amostras de cores.”

Ela deixa cair o tecido e respira fundo.

"Agora vá até a parede e escolha um vestido para experimentar."

"Eu queria customizado."


Sorrio para ela docemente. “Bem, azar, querida, como você disse,
nós temos seis semanas. O melhor que essas mulheres podem fazer
por você é encontrar algo fora do catálogo e alterá-lo, para que seja
exatamente como você quer, certo?”

Ela solta um suspiro. "E se.."

“Nenhuma quantia de dinheiro vai ajudar desta vez, Tills. Eu lhe


disse para começar a pensar em um vestido semanas atrás.”

"Bem, poderia ter dito que eu precisava realmente te ouvir," diz


ela, com um beicinho.

"Bem, para registro, a partir de agora, que tal você apenas me


ouvir o tempo todo, certo?"

Minha paciência está desgastando seriamente, neste momento e


tenho que continuar me lembrando que ela é minha melhor amiga e
estaria lidando com sua teatralidade, mesmo eu sendo sua
planejadora de casamentos ou não, mas está se tornando cada vez
mais difícil não a sacudir e lhe dizer para puxar a cabeça para
dentro.

Ela olha para a parede forrada de vestidos. Não são apenas


vestidos feitos em massa. Todos são vestidos feitos à mão e únicos,
mas não tenho paciência para passar tudo isso com ela, novamente.

"Estou sendo uma diva, não estou?" Ela pergunta, com um


estremecimento.

"Isso é um eufemismo," murmuro.

"O quanto você quer me dar um tapa?"


"Minhas mãos estão literalmente se contraindo," digo, enquanto
faço o meu melhor para não abrir um sorriso.

"Quer apenas me bater uma vez, para lhe fazer se sentir melhor?"
Ela pergunta, com um sorriso mal disfarçado.

Respiro fundo e o canto da minha boca se contorce com um


sorriso. Tillie está de volta. Ela ainda é doida, mas é seu nível
normal de loucura, não a versão possuída, que esteve presente
durante toda a manhã e durante oitenta por cento do tempo, nas
últimas semanas.

"Ou eu poderia pedir a Reece para pagar mais?" Ela oferece,


enquanto franze o nariz para mim.

"Você vai fazer aquele homem quebrar." Digo, com uma sacudida
divertida da cabeça. "Que tal apenas experimentar alguns desses
vestidos e prometer nunca mais me ameaçar com amostras de tecido
roxo?"

"Eles são lilás, animal," ela me diz com um largo sorriso.

"Não comece comigo de novo," digo, com uma risada.

Ela olha alguns vestidos na prateleira e puxa um, para uma


inspeção mais próxima.

Eu me volto para a costureira, que está praticamente se


escondendo no canto, dando-lhe um jóinha, para levá-la para longe
do inferno. Se nós pudermos domar a fera, enquanto estiver se
sentindo relaxada, então, este dia será muito mais suave.

Ela corre para pegar o vestido de Tillie e faço uma anotação


mental para que Reece lhe dê um bônus generoso.
"Você pode me pagar de volta um dia e se transformar na noiva
do inferno, quando se casar," diz Tillie, enquanto ela dá à mulher de
aparência aterrorizada outro vestido.

Solto uma risada. “Não vamos nos antecipar, nem tenho


namorado.”

"Ah, claro que sim," ela reflete, enquanto entra no vestiário, "você
ainda não sabe."
Capítulo Treze

Jackson

"Então, precisamos arrumar a mesa para presentes e a parede de


flores aqui." Katie aponta para uma seção da parede do fundo.

"Flor na parede?" levanto minhas sobrancelhas para ela em


questão.

"Nem pergunte," ela avisa.

Rio, mas não pergunto mais nada. Não tenho ideia do que a porra
de uma parede de flores vai envolver, mas estou muito fora da
minha profundidade aqui.

Uma coisa que sei é que Katie tem a paciência de uma santa. Não
sei o que mantém a mulher, em meio a toda essa loucura. Nada
parece sacudi-la além do ponto do que ela pode suportar.

Ela sabe exatamente quem é e do que é capaz e é incrível assistir.


Ela não tem medo de dizer o que pensa, ou faz o que quer e invejo
isso nela.

Mal posso admitir as coisas até para mim mesmo.


O jeito que eu sinto por Katie, por exemplo… Algo mudou entre
nós, desde aquele dia na praia. Estou sentindo coisas que não estou
pronto para sentir.

Ainda me sinto tão confuso, com tudo o que aconteceu com


Lizzie, não posso pensar em começar algo novo.

Katie não é nada como Lizzie, mas isso não é tanto sobre ela,
como é sobre mim.

Sou o único com a muleta aqui e a última coisa que quero fazer é
machucá-la, ou pior ainda, perdê-la.

Senti, naquele dia que a beijei na praia, o que estava em jogo,


tudo brilhou, diante dos meus olhos, exatamente o que eu tinha a
perder.

Eu não sei como pensei que poderíamos ser companheiros de


foda, isso nunca funcionaria, ela é muito intoxicante. Uma ou duas
vezes com ela, nunca seria suficiente.

Quero conhecê-la totalmente, mas mesmo com esse desejo


brilhando dentro de mim, sei que nunca vou conseguir, ela é uma
criatura muito complexa, está sempre mudando e evoluindo, está
sempre aprendendo e crescendo.

Ela é nada menos que inspiradora.

Nada, na minha vida, pode estar progredindo agora, meu


negócio atingiu seu pico, meu relacionamento falhou, mas nunca me
senti menos estático, em toda a minha vida. Katie está me levando
junto para o passeio dela e não posso fazer nada, além de me
segurar e tentar crescer com ela.
"E ali estarão as lanternas com as luzes de fio."

"Claro," respondo, quando sou puxado de meus pensamentos


internos. "Não seria um casamento, sem luzes de fio e lanternas."

Ela ignora meu sarcasmo e continua circulando a sala, com seu


enorme planejador nas mãos.

"Então, os convidados serão instruídos a vir até aqui, logo após a


cerimônia no cai, e vamos servir bebidas e canapés, imediatamente."

Concordo.

"Você está escrevendo isso?"

“Bebidas. Comida. Deixa comigo. Acho que podemos gerenciar.


Mas apenas recue alguns passos, eles vão se casar no cais?”

Ela balança a cabeça e revira os olhos.

"Quero saber como eles conseguiram a aprovação para isso?"

Tenho esse negócio há anos e nunca vi um casamento no cais


antes. Nem uma vez.

"Reece cuidou disso, nem quero saber o que ele teve que fazer
para que isso acontecesse," ela me informa, enquanto rabisca algo,
alguma pequena imperfeição que ela endireita, sem dúvida.

“Você sabe, covinhas? Acho que eu deveria fazer amizade com


Reece. Ele parece um cara útil para se ter por perto.”

"Ele pode não apreciar um amigo como você." Ela sorri para mim,
quando, finalmente, tira os olhos do seu trabalho.
"O que há de errado com minhas habilidades de amizade?" exijo,
fingindo-me ferido, embora conheça muito bem toda a sujeira que
tem em mim.

Ela encolhe os ombros. "Quero dizer, nada... Se você gosta de ser


chamado no meio da noite, bêbado como um gambá, ou convidado
para sexo... Ou recebendo quinhentos textos, enquanto está tentando
trabalhar."

Reviro meus olhos. “Você exagera. Foram apenas duzentos.”

"Tudo bem, duzentos." Ela sorri. "Mas meu argumento ainda


permanece."

"Eu vejo onde você quer chegar... Ele não seria capaz de lidar com
tudo isso."

"não sei bem como eu consigo me controlar," ela diz.

"Oh, você sabe que não poderia viver sem mim."

Ela não responde, apenas sorri timidamente e vai na direção de


sua melhor amiga e cliente mais difícil.

"Aqui, você merece um desses." abro o boné e entrego uma


cerveja gelada.

Ela está na minha varanda, olhando para o sol se pondo atrás do


horizonte.

"Como não sabia sobre essa visão antes?" Ela pergunta, enquanto
pega a garrafa da minha mão.
tomo um gole da minha bebida e dou de ombros. "Não sei. Você
esteve aqui, quando não estava escuro ou não estava bêbada?”

"Parece que não."

"Outra marca negra contra minhas habilidades de amizade."


suspiro.

"Você está certo de acumular essas indiscrições, não é?" Ela sorri,
antes de tomar um longo gole de sua cerveja.

Descanso meus cotovelos no corrimão e olho para o pôr do sol.

“Essa é a melhor coisa de se mudar para cá. Posso olhar para isso
sempre que quiser.”

"Não é uma má perspectiva, não é?" Ela suspira. "Onde você


morava antes?"

“Lizzie e eu tínhamos uma casa no centro da cidade. Ela ainda


mora lá, na verdade. Foi para lá que fui naquela noite,” admito
timidamente.

"Ela ainda está com o cara, seu companheiro?"

Dou de ombros. "Gostaria de esperar que sim, desde que


terminou um negócio e uma amizade.”

"Você espera que eles ainda estejam juntos?" Ela pergunta,


incrédula.

Eu rio e balanço a cabeça. “Não, na verdade não. Espero que se


tenham feito infelizes nos primeiros três dias e agora, estão
desesperados e sozinhos.”

"Isso soa mais como o Jackson que conheço e amo," ela brinca.
Estou chocado, em silêncio, por seu uso casual da palavra. Sei
que ela não está declarando seu amor eterno por mim, ou qualquer
coisa assim, mas não ouvi ninguém me dizer que me ama, desde
que Lizzie mentiu na minha cara e depois brincou com meu amigo
nas minhas costas.

"Então, qual era o plano?" Ela me pergunta, totalmente


inconsciente do meu pequeno momento. “Para sua vida, quero
dizer… Você, obviamente, iria se casar. Queria filhos?”

Sacudo minha cabeça. "Lizzie não queria filhos."

"Eu não perguntei o que Lizzie queria," diz ela suavemente. "
Perguntei se você queria ter filhos."

Penso sobre isso, por um momento, antes de perceber que as


crianças são algo que poderia ser uma possibilidade agora. Lizzie
nunca os quis, ela deixou isso claro, desde o dia em que nos
conhecemos. Eu não achava que estava muito perturbado, de um
jeito ou de outro, então apenas aceitei que não os teríamos. Não foi
até agora, quando Katie me perguntou o que quero, que percebo
que desejo filhos um dia.

"Um dia... acho que eu poderia ser um bom pai."

“Que tal se casar? Ou ela já colocou isso a perder, pra você tentar
de novo?”

"Não sei." dou de ombros.

Realmente, não pensei sobre nada disso até agora e se alguém


mais estivesse fazendo essas perguntas, seria uma intromissão. Mas
com Katie é natural, como se ela fosse parte do meu processo de
pensamento.
“Dependeria da pessoa e do momento. Acho que saberia, se
encontrasse a pessoa certa e fosse o momento certo para fazer essa
pergunta novamente.”

“E esse lugar? Tem algum grande sonho que queira me contar?”

Dou de ombros e bebo um longo gole da minha garrafa. "Não


tenho certeza. Quer dizer, acho que sempre tive planos de expandir
e continuar com isso, mas não tenho mais certeza sobre nada.”

"Quanto tempo vai deixar isso te segurar?" Ela pergunta e não é


uma acusação, é uma pergunta genuína. Sua voz soa triste, como se
fosse doloroso para ela, ver-me segurando algo que acabou e me
causou apenas tristeza.

É uma coisa estranha terminar com alguém, com quem você


pensou que passaria sua vida.

Posso ver as rachaduras em nosso relacionamento, agora que


estou olhando para trás, mas na época, era o que eu sempre quis ou
precisava. Pensei que nós éramos sólidos.

Não sei se são sentimentos, orgulho ou algo mais, que está me


impedindo de deixar tudo isso doer, mas simplesmente não consigo
liberar completamente, nem tenho certeza se quero ou não.

Talvez seja esse o problema. Talvez seja eu.

"Ela ainda tem controle sobre você, porque está deixando ter.
Segurar sua dor não a está afetando, Jackson, só está lhe afetando. A
única pessoa que está punindo é você mesmo.”

Ela coloca sua garrafa vazia no corrimão, ao lado do meu braço e


se inclina, para me beijar na bochecha.
"Vou te ver amanhã," ela sussurra, antes de se virar e sair.

Fico lá por muito tempo, depois que ela vai embora, embora eu
saiba que tenho coisas para fazer no andar de baixo, e penso, na
verdade, em suas palavras.
Capítulo Quatorze

Katie

“Escute, quero que você esteja preparado para qualquer coisa


aqui, apenas prepare-se, certo? Ela poderia derrubar qualquer um
de nós na queda de um chapéu.”

Jackson ri de mim. "Estamos passando por opções de menu, não


lidando com um bebê dinossauro."

"Confie em mim, espertinho, neste momento eles são o mesmo."

Ele olha para mim, como se eu tivesse perdido a cabeça, mas logo
verá com o que estou lidando.

"Espero que você tenha feito Bryn fazer muita comida, ela tem
vivido de cenouras, nas últimas duas semanas e a mulher está
enforcada."

"Você está exagerando."

"E você está reagindo de forma negativa."

"Isso não é uma coisa."


Ouço a porta se abrir, atrás de mim e olho por cima do ombro,
para ver Tillie entrando.

"Oh, confie em mim, está prestes a se tornar uma coisa."

Ele apenas ri de mim e acena um olá para Tillie, antes de


desaparecer na cozinha, para a segurança.

"Merda de galinha," murmuro sob minha respiração. "Bom dia,


como está minha cliente mais difícil hoje?" pergunto a Tillie,
docemente, enquanto ela se aproxima.

Ela revira os olhos para mim e faz beicinho. "Você me faz soar
como se eu fosse um trabalho duro ou algo assim."

"Isso é porque você é um trabalho duro, querida. Agora, onde


está seu homem? Estava contando com sua presença, para te manter
sã.”

"Ele está atrasado." Ela franze a testa, e faço uma oração silenciosa
por Reece, para que Tillie receba alguns carboidratos, antes que ele
apareça, porque será obrigado a fazer uma musiquinha, por não
chegar a tempo.

"Sente-se," instruo. "Jackson foi buscar algumas amostras."

Surpreendentemente, ela se senta sem discutir.

"É melhor o garanhão me trazer algo de bom," ela resmunga.

Procuro por Jackson e quando olho pela sala, bato no meu pulso,
indicando que ele deveria se apressar.

Temos o lugar todo para nós. Ele não abre por mais uma hora
ainda, então somos apenas nós e a equipe de Jackson aqui.
Posso ouvir Bryn batendo na cozinha e Jackson me dá um sinal
de positivo e um sorriso insolente.

Não posso deixar de sorrir. Estou me transformando em uma


otária total para aquele homem e nem acho que me importo mais.

Essa é a coisa sobre química e relacionamentos. Você não pode


forçá-lo e não pode ajudar como se sente em relação a alguém, então
não há muito mais o que fazer, do que esperar e ver aonde o passeio
te leva.

"Você tem um olhar bobo no rosto." Tillie diz, quando Jackson se


aproxima, segurando uma bandeja de algo que está destinado a ser
delicioso.

"E você tem uma cara de cadela em repouso," digo a ela, com uma
risadinha mal escondida.

Ela está prestes a dizer algo inteligente, em retaliação, quando


Jackson chega e desliza a bandeja em sua frente.

"Como está minha noiva favorita hoje?" Pergunta ele.

Rolo meus olhos, em sua óbvia beijação de bunda.

"Você poderia aprender uma coisa ou duas com esse cara, Katie,"
Tillie me diz, enquanto olha para o prato de comida.

Jackson conta exatamente o que as opções são, enquanto assisto


Tillie, praticamente, driblando.

"Coma," digo a ela. "Vou pegar um copo de água para você."

Levanto-me e pisco para Jackson, enquanto o deixo sozinho com


minha melhor amiga.
Ele me lança um punhal e depois coloca um sorriso no rosto,
antes de se voltar para Tillie.

Faço isso na metade do caminho da sala de jantar, quando ouço


um ruído "Pssst."

Olho em volta, mas está vazia.

"Pssssst." O barulho soa novamente, mas desta vez vejo um Bryn


sorrindo, dentro da porta da cozinha. "Katie!" Ele sussurra: "Venha
aqui."

Ando até onde ele está à espreita, estudando-o com curiosidade,


enquanto vou. "Você acabou de me chamar com 'Pssst'?"

"Isso não é importante, o importante é conseguir que aquele


idiota abra os olhos."

Fico na frente dele e cruzo os braços sobre o peito.

Bryn é um cara intimidante, se não por outra razão, que seu


tamanho. Ele é enorme, mas tenho a impressão de que é um grande
urso de pelúcia, por dentro.

"Para o que, exatamente, é que ele tem que abrir os olhos?"

"Você," ele diz, como se fosse a resposta mais óbvia do mundo.

"Eu?" respondo em voz alta.

"Shhhhh," ele sussurra, enquanto me arrasta um pouco mais para


dentro da moldura da porta. "Ele está tão obviamente em você."

"Estou muito confiante de que isso é totalmente impreciso,"


retruco.
"Eu disse a ele que ia te convidar para sair," diz ele, com um largo
sorriso, como se isso fosse algum tipo de explicação para essa
conversa bizarra.

Ele me recuou, para que minhas costas estivessem pressionadas


contra a porta e está inclinado sobre mim, enquanto fala em voz
baixa, o bíceps tonificado não está longe do meu rosto e sua mão
está descansando contra a parede, ao lado da minha cabeça. Está,
efetivamente, impedindo-me de entrar na sala de jantar.

Olho para ele. "Sem ofensa, mas acho que vai ser um não."

Ele ri baixinho. “Você me cortou fundo, Katie, mas não é isso que
quero dizer. Só estou fazendo isso para deixá-lo com ciúmes.”

"Ele não tem razão para estar com ciúmes, Bryn, então há uma
pequena falha em seu plano genial."

Ele balança a cabeça para mim, como se eu fosse idiota. “Olha,


vamos parar de andar ao redor. Você está nele ou o quê?

"Sim, tenho sentimentos por ele, mas não vou usar esses
sentimentos para pressioná-lo. Não é assim que trabalho, não jogo,
não manipulo.”

"Não é manipulação, é como um tapa suave no rosto," diz ele,


com um encolher de ombros e um sorriso.

“Bem, você pode dar um tapa nele do jeito que quiser, mas não
estou fazendo isso. Gosto de Jackson, gosto de onde estamos, só
quero que ele seja feliz e o resto será o que quer que seja.”

"Você não quer apenas agitar algum sentido nele?"


"Claro que quero, às vezes, mas não para que ele decida que me
ama de repente."

"Então, você não vai sair comigo, para tentar deixá-lo com
ciúmes?"

"Isso seria um não."

"Bem, ele já olhou aqui pelo menos meia dúzia de vezes, então,
talvez, não precisemos do encontro."

"Bryn!" Eu o repreendo, enquanto empurro seu peito, para afastá-


lo de mim. "Volte para a maldita cozinha, pare de causar problemas
e comece a fazer alguma comida."

Ele me saúda como um soldado, enquanto caminha de costas


para a cozinha.

Eu o ouço começar a assobiar e trabalhar e respiro fundo.

Mãe de Deus.

Apenas confessei ter sentimentos por um cara, com seu melhor


amigo, que parece ter uma boca consideravelmente grande demais,
e não tenho certeza do que vou fazer sobre isso.

N quero pressionar Jackson ou perder a nossa amizade. Gosto do


que temos, gosto que eu possa falar com ele sobre qualquer coisa e
que e vai me dizer coisas, que ninguém mais ouviu.

A última coisa que quero é que seja pressionado a sentir algo, que
não está sentindo. Ainda está ligado em sua ex e é isso que é. Ele
não estará pronto para seguir em frente até decidir que fechou
aquele capítulo de sua vida e nada que eu possa dizer, ou fazer,
mudará isso.
Exalo e vou em busca da água, com a qual já deveria estar de
volta.

Quando volto para a mesa, Jackson não está em lugar nenhum.

"Esqueci o quanto gosto de carboidrato bom." Tillie geme de


agradecimento, quando suga o último dos sabores, de um dos seus
dedos. "Aqueles estão indo, definitivamente, no menu."

"Você disse isso sobre todas as opções até agora," digo, com uma
risada.

"Eu nem sinto muito." Ela sorri. "E Reece não está aqui para dar
sua opinião, então vamos ter que ter todos eles, eu acho."

Ela está muito mais emocionalmente estável, com alguma comida


decente em seu estômago. Bryn pode ser uma dor certa, na minha
bunda, mas devo a ele pelo menos isso.

E em comparação com os outros pedidos extravagantes que fiz,


como cortesia de Tillie, isso não é nada demais.

"Para onde foi o amante?" Ela pergunta, enquanto olha ao redor


da sala.

Dou de ombros. "Não tenho certeza."

"Você está se apaixonando por esse cara, não é?" Ela pergunta,
seu tom sério.

Aparentemente, essa é a quinta-feira de confessar sentimentos.


Não faz sentido esconder coisas de Tillie ou mudar de assunto,
ela me conhece bem o suficiente para saber quando estou mentindo,
ou tentando evitar falar sobre algo.

"Estou caindo duro, Tills, e mesmo sabendo que ele não estará lá
para me pegar, não posso fazer isso parar."

Não quero que isso pare também, este é o caminho que minha
vida está tomando, se ele se juntar, ou não, a mim nesta trilha, ainda
está muito em debate, mas de qualquer forma, não muda a direção
que estou seguindo.

"Ele pode te surpreender."

Dou de ombros. "Ele pode."

"E se ele não fizer?" ela pergunta.

"Então ele não faz."

"Você é tão razoável." Ela diz, que é um conceito estranho para


ela, porque, francamente, ser razoável não é a especialidade de
Tillie.

Eu ri. "E isso faz uma de nós."

Ouço a porta abrir, novamente e vejo Reece correndo através


dela.

"Ele está aqui," digo-lhe brilhantemente.

Ela sorri, em vez de franzir a testa, então acho que é seguro deixá-
los sozinhos.

"Vou encontrar Jackson e dizer a ele que você quer tudo. Irei te
ver amanhã."
"Vejo você então."

“Pegue um pouco disso para levar e comer, antes de te ver de


novo. Você é menos assustadora, quando está cheia.”

"Oh, ha, ha," ela zomba, quando vou embora.

Dou a Reece um rápido olá e um beijo na bochecha, antes de sair


em busca de Jackson.

Um dos garçons me aponta a direção do apartamento dele, então


subo as escadas e bato na porta.

Não sei explicar por que, mas estou cheia de nervos, enquanto
espero que ele responda.

Ouço seus passos, quando ele se aproxima da porta, antes que a


maçaneta vire e se abra na minha frente.
Capítulo Quinze

Jackson

Eu sabia que ela não iria embora sem dizer adeus, mas quando
abro a porta e está parada na minha frente, de alguma forma
parecendo ainda mais bonita do que estava, meia hora atrás, ainda
me surpreende o suficiente, para me deixar sem palavras.

Ela sorri para mim. "Você desapareceu."

Certamente fiz.

Depois que a vi conversando com Bryn, não consegui mais ficar


ali. Tinha que dar o fora e tentar entender minha cabeça.

Nunca vi vermelho assim na minha vida.

Uma onda de ciúme passou pelo meu corpo, tomando conta da


minha corrente sanguínea e bombeando inveja, através das minhas
veias, enquanto a observava olhando para ele.

Veio do nada e me pegou completamente desprevenido.

O que piorou foi o fato de que Tillie tinha um lugar na primeira


fila, para o meu momento de realização.

"Olha, sei que Katie é toda sobre deixar as pessoas descobrirem as


coisas por si mesmas e tudo mais, mas sou mais do tipo 'cara, que
porra é essa?' Meio menina, então, no flash de notícias, ela gosta de
você. E tenho certeza que você também está nela.”

Fiquei lá como um idiota, enquanto ouvia alguém apontar o jeito


que estou me sentindo, porque estou sentindo.

Estou sentindo muito pela mulher na minha frente.

Ela franze a testa para mim, quando não lhe respondo. "Você está
bem?"

"Estou bem," eu me pego dizendo, embora sinta qualquer coisa


mais.

"Posso entrar?"

Abro mais a porta, s para que ela possa andar, mas não faço
esforço em sair do seu caminho.

Seu braço roça o meu, enquanto ela passa e seu perfume floral
enche meu nariz.

Ela não se senta, como normalmente faria, em vez disso, joga a


bolsa no sofá e desliza para fora das sandálias, então fica ali parada,
olhando para mim.

Ela é uma mulher tão bonita, que apenas a olho de volta.

"Você vai me dizer o que está acontecendo?" Ela pergunta, depois


de algumas batidas de silêncio.

"Eu vi você e Bryn," deixei escapar, antes mesmo de ter a chance


de decidir se iria falar com ela sobre isso ou não.

"Você fez, hein?" Ela pergunta. "E o que, exatamente, você viu?"

“Ele estava perto de você. Flertando com você.”


"Ele estava," diz ela.

"Eu não gostei."

"Vou dizer a ele que teve o efeito desejado."

Franzo a testa para ela, em confusão, enquanto meu cérebro tenta


entender o que está dizendo e falha. Minha cabeça está zumbindo,
está cheia de Lizzie e Bryn e Katie... e mais Katie.

"Ele queria fazer você ficar ciumento, espertinho, para que


perceba que tem sentimentos por mim."

Ele fez o que?

"Vou dizer a ele que teve o efeito desejado," imito suas palavras
de volta para ela, em um sussurro.

"Não vou sair com ele, Jackson. Não jogo esse tipo de jogo," ela
diz e eu não acho que ela ouviu o que eu disse.

Dou alguns passos em direção a ela. Nem sei mais o que estou
fazendo. Posso continuar me dizendo que tudo que tenho feito não é
tentar impressioná-la, mas isso não vai mudar o fato de que estou.

Estou pensando nela, sem saber que estou fazendo isso.

Não sei o que está acontecendo comigo, mas sei de uma coisa,
com certeza. Eu a quero. Preciso dela... de alguma forma, mais do
que tenho agora.

As palavras de Tillie ecoam em meu cérebro, novamente, quando


eu dou mais alguns passos mais perto de Katie.

"Eu sei que ela se mostra dura e segura de si mesma, mas é como
um exterior duro e todo pegajoso no centro, apenas seja gentil com
ela."
A última coisa que quero fazer é machucar Katie, mas não posso
mais me negar.

Aquele beijo entre nós na praia, no outro dia, foi elétrico e quero
isso de novo. Não consigo parar de pensar nisso, não importa o
quanto tente esquecer que isso aconteceu.

Tenho uma boa sensação de que ela também não.

Ela poderia estar lá embaixo, concordando com um encontro com


meu melhor amigo, mas não está, está aqui comigo.

Alcanço seu rosto e o coloco na palma da minha mão. Ela fecha os


olhos e se inclina em meu toque.

"O que está acontecendo aqui, Katie?" murmuro, quando olho


para ela.

Seus olhos se abrem e aqueles olhos escuros estão me encarando


de novo.

"Estou tendo dificuldade em pensar em algo para dizer, que não


vai assustar você," ela confessa, quando chega a envolver seus
braços em volta do meu pescoço.

"Você não poderia me assustar."

"Não posso te dar sem vínculos," diz ela.

"Não quero sem vínculos," prometo, enquanto meu braço


serpenteia ao redor de sua cintura, trazendo-a para perto de mim.

"Não quero promessas que você não pode cumprir."

"Não estou fazendo nenhuma promessa."

"Bom," ela respira.


"Podemos apenas concordar que vamos ver para onde isso vai?"

Ela balança a cabeça, os olhos ainda fixos nos meus.

"Eu menti. Quero que façamos uma promessa,” digo, antes que
seja tarde demais.

Sua boca está implorando a minha para encontrá-la, e sei que


uma vez que isso aconteça, não terei a mesma restrição que tive na
praia, no outro dia.

"O que?"

"Quero que você prometa que vai me dizer o que quer."

"Eu prometo."

Esfrego meus lábios contra os dela, suavemente. "O que você


quer, covinhas?" sussurro contra sua boca.

"Agora, só quero você."

Esse é o pedido mais fácil que já ouvi.

Pressiono meus lábios contra os dela e ela se agarra ao meu


pescoço.

Geme baixinho, enquanto agarro sua bunda e a levanto em meus


braços.

Ando em direção ao sofá e a abaixo.

Ela olha para mim, enquanto levanto sua camisa sobre a cabeça.

"Faça-me sua, Jackson," ela sussurra, quando retorna o favor e


remove minha camisa.

Pretendo fazer exatamente isso.


Estremeço, quando suas unhas compridas passam pela minha
pele.

Não é como na primeira vez, isso é diferente. Há outros


sentimentos, além da luxúria, envolvidos neste momento. Bryn,
Tillie, eles estão certos, estou sentindo coisas por Katie, e vou
mostrar a ela, exatamente, o que esses sentimentos são, com o meu
corpo.

"Nós iremos para a cama, na próxima vez, palavra de escoteiro,"


prometo a ela.

"Estou ansiosa para isso."

Ela toma, com gratidão, o copo de água que estou segurando e


bebe o líquido frio.

Não consigo tirar meus olhos dela, tudo o que faz me fascina. Sei
que estou sorrindo e nem sei porque, é só ela e me deixa feliz.

"Gosto de você, espertinho." Ela deixa escapar as palavras e sua


expressão se transforma em uma das de preocupações.

Sorrio um pouco mais. "Também gosto de você, covinhas,"


respondo e seus traços relaxam novamente.

Não tenho a menor ideia de para onde iremos, ou se sou capaz de


dar a ela tudo de mim, mas não vou me preocupar com isso agora.
Estou mais do que contente em "curtir" neste estágio.

"Bom."
"Se me der meia hora, posso ser capaz de mostrar o quanto gosto
de você de novo." pisco para ela.

"E eles dizem que o romance está morto."

Rio baixo e longo.

"Não sei o que fiz, antes de você aparecer," confesso.

"Antes de costumar beber como um peixe, quer dizer?" Ela me


provoca.

Descanso meu joelho no sofá, ao lado de seu quadril e pairo


acima dela, nossos peitos tocando levemente. "Você está fazendo
tudo brilhar de novo," sussurro.

Ela morde o lábio, enquanto seus olhos absorvem cada


centímetro do meu corpo.

Sei que disse que precisava de meia hora, mas não sei com quem
eu estava brincando. Eu a quero de novo já.

Resisti a tudo isso por tanto tempo, mas não mais. Agora vou me
satisfazer com ela.

Eu me abaixo e, dado o gemido suave que ela faz, sei que está se
sentindo da mesma maneira.
Capítulo Dezesseis

Katie

Para: Katie

De: Jackson

Sinto sua falta.

Para: Jackson

De: Katie

Você sente minha falta ou seu pênis sente falta de mim?

Para: Katie

De: Jackson
Seria a resposta errada, se dissesse que nós dois sentimos?

Para: Jackson

De: Katie

Acho que seria a resposta honesta, espertinho.

Para: Katie

De: Jackson

Eu e meu pênis honesto podemos ir depois?

Para: Jackson

De: Katie

Tenho que encontrar um novo cliente em duas horas, venha


depois, em vez disso, então teremos mais tempo?
Para: Katie

De: Jackson

É fofo você achar que eu poderia durar duas horas. Eu te vejo em


cinco.

Balancei minha cabeça em diversão. Tem sido a mesma história


todos os dias, durante a semana passada.

Ele parece não se cansar de mim e não estou reclamando.

Não sei o que nós dois somos, mas sei que Jackson não
mencionou sua ex uma vez sequer, desde que as coisas mudaram
entre nós e estou tomando isso como um sinal de que ele está,
finalmente, saindo daquela parte de sua vida.

Eu estaria mentindo, se não dissesse que espero que ele esteja


seguindo em frente comigo.

Quanto mais tempo passo com ele, e mais especificamente com


ele, mais eu caio.

Não houve um período de tempo do que mais de algumas horas,


em que não ouvi falar dele. Ele liga e envia mensagens de texto com
tanta frequência, que me sinto como uma daquelas garotas que
estão, constantemente, olhando para o telefone.

Sinto-me tonta, feliz e apaixonada.

Estou totalmente apaixonada por ele.


Não faz sentido tentar negar isso, ou segurar meus sentimentos
mais. Algo assim não pode ser negado.

Devo ter me surpreendido pensando em Jackson, porque estou


assustada, por uma batida na porta.

Saio da minha cadeira e corro pela sala. Não posso chegar até ele
rápido o suficiente.

"Ei, linda," ele diz, quando abro a porta, e caio um pouco mais
fundo novamente. Ele está usando aquele sorriso que me derrete.

Acho que ele poderia me fazer qualquer coisa que quisesse, se


sorrisse para mim assim.

Ele ri de mim e eu coro.

"Acho que senti sua falta também," sussurro.

"Acho que gosto do som disso."

Ele me puxa de volta para ele e me beija novamente.

"Vou me atrasar," murmuro contra seus lábios.

Não estou fazendo nenhum movimento real para sair também,


mas ele certamente não está facilitando para ir embora.

"Então, vá em frente," diz ele, enquanto se afasta.

"Eu preciso," digo, enquanto o puxo de volta contra mim.

Seus lábios encontram os meus novamente e sinto sua língua


traçar a curva do meu lábio inferior.
"Realmente, tenho que ir," digo, com toda a força de vontade de
uma água-viva.

Ele ri e descansa a testa contra a minha.

"Ligue para mim, quando terminar?"

Aceno.

"Venha para o jantar na minha casa."

Aceno de novo.

Ele me beija de novo, um rápido beijo casto e depois se afasta.

Eu não sei como ele faz isso. Sou uma mulher forte, mas um beijo
dele me transforma em mingau.

Minha cabeça fica turva e as responsabilidades do meu mundo


caem.

Balancei minha cabeça, em uma tentativa de limpá-la.

"Eu realmente tenho que ir."

Ele se inclina contra a porta do carro e cruza os braços sobre o


peito.

Ele parece um maldito modelo masculino, parado ali assim e me


dá arrepios, quando penso no fato de ele estar olhando para mim.

Entro no meu carro, antes que minha força de vontade me escape


completamente e lhe jogo um beijo, enquanto dirijo para longe.
Chego ao meu lugar de sempre para encontrar clientes e dou a
Johnny, o dono, um aceno.

Graças a Jackson e sua energia, que tudo consome, de fato estou


atrasada alguns minutos, então, quando olho para o meu stand
habitual e vejo um macho solitário, estou confusa.

Aproximo-me do homem e sorrio calorosamente para ele.


"Grant?" pergunto.

Ele fica de pé e sorri de volta para mim. "Você deve ser Katie."

Pego a mão que ele estendeu para mim e agito com firmeza.

Ele gesticula para eu sentar e faço.

"Desculpe, Elizabeth está chegando cerca de dez minutos


atrasada, ela deve estar aqui em breve."

"Não se preocupe," digo, enquanto puxo meu planejador da bolsa


e deixo na mesa, na minha frente.

Ele pega sua xícara de café e toma um gole.

Em circunstâncias normais, eu teria pensado que ele era um


homem extremamente atraente, mas dado que não posso deixar de
lado Jackson e sua sorridente perfeição, Grant não está tendo o
mesmo efeito.

Abro meu planejador. “Podemos passar alguns detalhes,


enquanto esperamos, de qualquer maneira, você estava planejando
um casamento para o próximo verão, não é mesmo?”

"Correto."

"Tem um lugar em mente?"


"Acho que Elizabeth tinha algumas possibilidades escritas." Ele ri,
" Desculpe-me, não vou ser de muita ajuda, parece haver muita
informação que não conheço."

"Excelente." Sorrio para ele. "Você parece um típico noivo."

Ele levanta as mãos. "Culpado."

"Você decidiu em um local ou precisaremos passar por algumas


opções?"

"Só sei que ela quer em um jardim, em algum lugar."

Eu aceno, enquanto rabisco isso na minha página.

"Sinto muito, estou atrasada," diz uma voz sem fôlego.

Sorrio, quando olho para fora da minha página e, em seguida,


como um golpe no intestino, o sorriso cai do meu rosto.

Eu vi essa mulher loira, que se parece muito com uma boneca


Barbie, antes.

olho para a mão esquerda dela e, com certeza, são os mesmos


dedos ossudos, só que desta vez, é uma pedra diferente.

Literalmente, fiquei cara a cara com meu pior pesadelo.

"Esta é Elizabeth," Grant me diz, tirando-me do transe.

"Todos os meus amigos me chamam de Lizzie," diz ela, enquanto


estende a mão para mim.

Não a pego, apenas olho para ela, depois para ele, depois para ela
novamente.

"Oh deus, é você."


"Sinto muito, eu te conheço?" Ela pergunta, enquanto olha para o
noivo em confusão.

"Não, não, você não." balancei minha cabeça rapidamente. "Nós


nunca nos conhecemos."

"Hum, você não está fazendo nenhum sentido," diz ela.

Seguro meu rosto nas mãos, por alguns segundos, desejando que
tudo isso seja um pesadelo.

De todos os casais e todos os planejadores de casamento, o


destino tinha que combinar nós duas juntas.

Aí me bate, então, o que aquela pedra, em sua mão estúpida


significa, ela vai se casar e esse homem na minha frente é,
provavelmente o homem que apunhalou Jackson nas costas.

"Eu sei quem você é," digo e posso ouvir a força voltando para
minha voz.

O choque passou e foi, prontamente, substituído pela raiva.

Estou brava como o inferno, com os dois.

Ela ri nervosamente e olha para Grant, novamente. Ele encolhe os


ombros para ela.

"Sou amiga de Jackson."

Seu rosto, visivelmente, empalidece e seu queixo cai. A expressão


de Grant se torna envergonhada e sei que ele é o único.

"Ele me contou tudo sobre vocês dois, na verdade," digo, quando


fecho o planejador na minha frente. Não vou precisar disso aqui,
não tenho como planejar esse casamento agora, não por todo o
dinheiro do mundo.
Eu poderia levantar e sair, mas ainda não terminei aqui.

"Ele me contou sobre como você dormiu com seu melhor amigo e
correu para fora." Olho para ela, enquanto falo, antes de me virar
para ele. "E ele me contou como você reivindicou a mulher, com
quem ele iria se casar, como se fosse sua, sem sequer dois fodidos
pensamentos sobre o seu chamado amigo."

"Nós nunca quisemos machucá-lo," diz Lizzie, sua voz pouco


acima de um sussurro.

Parece que ela viu um fantasma e eu estaria mentindo, se dissesse


que não estava gostando do óbvio desconforto dela.

"Mesmo? Aquela velha desculpa?” Levanto minhas sobrancelhas


para ela. "Você sabe o que, Lizzie?" zombo. "Se você não quisesse
machucá-lo, poderia não ter fodido seu melhor amigo, isso teria sido
um bom começo.”

Seus olhos se arregalam.

Não estou exatamente quieta e algumas das mesas, ao nosso


redor, parecem estar prontas para estourar a pipoca e aproveitar o
show.

Pego meu planejador e começo a colocá-lo na bolsa.

"Espere, onde você está indo?" Ela me pergunta em uma voz em


pânico.

Dou uma risada. “Senhora, se acha que estou planejando o seu


casamento, deve estar chapada. Ao contrário de você, eu tenho
moral.” Olho-a de cima a baixo, quando me levanto. "E classe."

Dou alguns passos, mas mudo de ideia e volto.


“E mais uma coisa… Você trocou Jackson por ele? Garota, tenha
seus olhos verificados.”

Dou a Grant uma última olhada e uma palavra de conselho. "Se


ela fez isso com ele, vai fazer isso com você, apenas dizendo." sorrio
para ele, antes de me virar e sair do café.

Espero que meu desempenho seja mais confiante do que sinto


agora, estou, literalmente, tremendo.

Acabei de fazer uma cena no meu lugar de sempre, mas nem isso
me abala, quando entro no meu carro e ligo o motor. Minha maior
preocupação é que eu tenha que dividir com Jackson, que as duas
pessoas que mais o machucaram, estão vivendo felizes para sempre
juntas.
Capítulo Dezessete

Jackson

Meu telefone toca na minha mesa e sorrio, antes mesmo de pegá-


lo.

Essa coisa toda com Katie está indo melhor do que poderia
imaginar. Ela é tudo que sempre quis em uma mulher, combinada
com todas as coisas que nunca teria pensado em pedir.

Parece brega e clichê, mas ela é perfeita, pelo menos para mim.

Faz-me esquecer todas as besteiras do meu passado e, finalmente,


estou chegando a um ponto em que passo mais tempo olhando para
frente, do que olhando para trás.

Toquei no ícone verde para atender sua chamada. "Eu estava


pensando em você."

"Jackson," ela diz e percebo, imediatamente, que está abalada.

"Covinhas, você está bem?"

Levanto da cadeira e fecho a porta do meu escritório.

"Estou bem... quero dizer, não estou bem, mas não estou ferida
nem nada." Ela exala profundamente e posso ouvir um verdadeiro
tremor em sua respiração.
"O que está acontecendo?" exijo. Se alguém fez algo para
aborrecê-la, terão que lidar comigo.

Ela respira fundo e expira novamente, antes de finalmente falar.

"Sabe quando eu disse que tinha um cliente que tinha que


encontrar, depois que te deixei?"

"Sim…"

Há silêncio por tempo suficiente para me deixar nervoso, antes


que ela, finalmente, fale novamente.

"Era Lizzie... e Grant."

“Lizzie e Grant? Mas você é uma organizadora de casamentos…”


É quando estou dizendo as palavras, que percebo exatamente o que
isso significa.

Eles estão se casando.

Minha ex vai se casar... com alguém, que uma vez, considerei um


amigo.

"Sinto muito, Jackson," ela sussurra. "Juro que não sabia que
seriam eles. Você nunca me disse qual era o nome dele e ela me
contatou como Elizabeth... eu não sabia.”

Claro que ela não sabia. Nunca teria se encontrado com eles, se
soubesse.

"O que aconteceu?" exijo, em um tom muito mais duro do que


pretendia.

"Eu saí," diz-me baixinho. "Eu poderia ter dito algumas coisas
para ela..."
"Poderia?"

"Certo, definitivamente, disse algumas coisas para ambos, mas


não consegui sair de lá rápido o suficiente, se for completamente
honesta."

"Então, você não está planejando o casamento deles?"

Ela solta uma gargalhada. “Porcaria no inferno, não. Você está


louco?"

Aceno com a cabeça, mesmo que ela não possa me ver. "Bom,"
rosno. "E sim... talvez."

Estou andando pela sala, não sei o que fazer comigo. Estou
dividido entre gritar ou dar um soco em algo, mas não posso fazer
nenhuma dessas coisas, com Katie ao telefone.

Nada disso é culpa dela, mas meu pequeno mundo,


cuidadosamente construído, acaba de desabar ao meu redor,
novamente.

Isso não é dois passos à frente e um passo para trás, isso é mais
como dois passos para frente e depois uma corrida plana na direção
oposta.

Agora, estou de volta na cozinha com Lizzie e ela está me


dizendo que conheceu outra pessoa. Que está saindo. Que estamos
acabados.

Estou de volta a ter meu coração partido.

"Você está bem?" Katie pergunta e, sinceramente, esqueci que ela


ainda estava lá do outro lado do telefone. Não posso deixar que ela
veja isso, o colapso que posso sentir se preparando. Já a fiz passar
por tanto e lhe dei tão pouco em troca, não quero que me veja assim.

"Podemos adiar o encontro do jantar de hoje à noite?" consigo


sufocar. "Não serei uma companhia muito boa."

"Jackson... Por favor, não faça isso," ela implora.

Ela me conhece bem o suficiente para saber o que está


acontecendo, sabe que estou perto de desmoronar.

"Estou bem," digo a ela e é uma mentira descarada, a primeira


mentira que já lhe disse e me odeio por isso, no minuto em que digo.

Não estou bem em tudo, ela sabe disso tão bem quanto eu e posso
me sentir empurrando-a para longe, quando sei que deveria abraça-
la, mas estou todo fodido.

Ela fica quieta, por um longo tempo e quando fala, ameaça


quebrar meu coração ainda mais, do que Lizzie jamais poderia ter
feito.

“Eu, realmente, importo-me com você, Jackson. Estarei aqui, se


precisar de mim, certo? Basta pegar o telefone e me ligar. Prometo
que não vou te deixar para baixo... não sou ela.”

Nem tenho a chance de responder, antes que a linha morra.

Aperto o telefone na minha mão e considero jogá-lo contra a


parede do meu escritório, mas não faço. Mesmo em minha raiva
consumidora, posso ouvir as palavras de Katie ecoando na minha
cabeça uma e outra vez, dizendo-me para pegar o telefone e ligar
para ela.

Ela é sempre a voz da razão.


Não ligo de volta, não, enquanto estiver nesse estado de espírito,
mas algo dentro do meu cérebro diz-me que não devo eliminar a
opção, completamente. Não quero decepcioná-la mais do que já
tenho.

Eu me conformo em bater no sofá e soltar um meio grito


frustrado.

Preciso de uma porra de bebida.

Acho que preciso de uns dez drinques de verdade e sorte para


mim, estou no lugar certo.

"Você sabe... apenas besteira... sabe?" olho em volta, cegamente,


tentando encontrar onde deixei Bryn.

"Bem aqui, cara grande," ele me diz, enquanto se senta ao meu


lado e bate no meu ombro. "E eu te ouvi, é besteira."

"Besteira," murmuro baixinho, enquanto tomo outro gole da


minha bebida.

“Isso vai soar como um clichê, mas sabe que está melhor sem ela,
certo? Deixe Grant ter suas sobras desleixadas.”

Olho para ele e tomo outra dose de nem sei o quê.

"Isso não me faz sentir melhor."

“Bem, deveria. Lizzie era uma vadia.”

"Cadela," murmuro de acordo.


Faço um gesto para Nick vir e me servir, mas Bryn o avisa, com
um aceno de mão. "Terminou aqui, chefe."

"Mas este é meu bar," insulto.

Até eu sei que estou muito chateado, mas como um verdadeiro


idiota bêbado, não estou disposto a ir em silêncio. Sou como o meu
pior pesadelo em um turno de bar.

"Você está certo, é seu e tem uma merda de clientes pagantes


aqui, então, que tal parar de ameaçar fazer uma cena e ir para a
cama em silêncio?"

Tento girar no meu lugar, então estou olhando para ele, mas de
alguma forma, acabo caindo no chão.

"Ouch," Bryn fala arrastadamente. "O chão é muito bom para


você, chefe."

"Vou te bater aí em um minuto," digo, enquanto tento me


levantar e falho miseravelmente.

"Oh sim, você é um verdadeiro Rocky agora." Ele ri, enquanto me


ajuda e me estabiliza.

"Basta me dar uma garrafa e vou embora," tento negociar com ele.

"Você vai embora sem uma garrafa," ele me diz, pois não está
acreditando na minha besteira nem um pouco.

Leva-me para as escada, e eu rio sozinho, quando me lembro de


flashes de Katie tentando me ajudar a fazer a mesma coisa.

"Realmente, tenho que parar de beber desta vez," penso em voz


alta.
"A subestimação do fodido século, cara." Ele grunhe. “Merda,
pode me ajudar aqui? Você é um maldito peso morto.”

Sorrio preguiçosamente, enquanto ele luta para me ajudar a subir


as escadas. Está ofegante como um cachorro grande. "Muito peso, e
sem cardio suficiente," digo a ele, com naturalidade. "Você tem que
começar a ir para corridas, cara... limpa a... cabeça," digo, quando
bato meu crânio.

"Certo... porque sua cabeça parece tão clara."

Ele me empurra, então estou encostado na parede, ao lado da


minha porta, enquanto ele descansa as mãos nos joelhos e respira
com força.

"Você está em casa, porra, vá." Ele aponta para a porta.

Puxo minhas chaves do bolso e olho para elas em confusão.


Todas parecem um pouco embaçadas, brilhantes e confusas, todas
parecem iguais.

"Oh, pelo amor de Deus," ele bufa, quando pega da minha mão e
encontra a chave, sem muito esforço.

"Como você faz isso?" pergunto, quando abre a porta e me


empurra para dentro, antes de me seguir.

"Estou voltando para o bar, preciso fechá-lo. Você vai para a


cama.”

Eu o saúdo, quando tropeço para dentro.

“Quero dizer isso, Jack, apenas durma, certo? Não faça ligações
telefônicas ou qualquer outra merda, vai se fazer de bobo.”

"Dormir. Sem chamadas,” repito de volta.


Ele balança a cabeça e atravessa a sala até a porta.

"Amo você, B," grito atrás dele.

Ele se vira e ri de mim, quando fecha a porta.

olho em volta do apartamento vazio e franzo a testa.

Eu consigo, com muito esforço, tirar os sapatos e me jogar no


sofá.

Quero ligar para Katie, mas primeiro preciso fechar meus olhos
por alguns minutos, decido, quando sinto minhas pálpebras ficando
pesadas, antes de se fecharem completamente.
Capítulo Dezoito

Katie

Ele não me ligou. Nem mesmo um maldito telefonema.

Já faz horas, e se o conheço tão bem quanto acho, estará


verdadeiramente perdido, afogando suas mágoas novamente.

O homem é tão emocionalmente danificado e o único tipo de


método de enfrentamento que tem, é aquele que encontra no fundo
de uma garrafa.

Minha vida parece que está chegando a um ponto em que tudo


vai explodir. O aluguel do meu apartamento é daqui a um mês, o
casamento de Tillie será em três semanas e estou apaixonada por
um homem, que ainda está obcecado com a separação dele com a ex.

Todas essas coisas estão chegando ao fim, posso sentir isso. Tanto
quanto amo minha melhor amiga e quero que ela seja feliz e tenha
um lindo dia, absolutamente, não posso esperar que seu casamento
acabe.

Preciso de um pouco de ar.


É por isso que vim para a praia que ele me trouxe. Mas não está
me dando a mesma sensação de paz que tive, quando esteve aqui
comigo.

Não é o mesmo sem ele.

Sinto-me sozinha e confusa e nenhuma dessas emoções é algo


que estou, particularmente, acostumada a sentir.

É engraçado como encontrar alguém, com quem deseja


compartilhar sua vida, pode fazer com que se sinta completa e
vazia, ao mesmo tempo.

Não gosto disso, essa sensação de desistir do controle e colocar


meu destino nas mãos de outra pessoa.

Sei que Jackson sente coisas por mim, estas duas últimas semanas
foram as semanas mais incríveis da minha vida, mas como meu pai
costumava dizer, 'o que sobe, deve descer,' e tenho uma boa ideia de
que a ‘descida’ está acontecendo agora.

Esfrego a areia das minhas mãos e fico de pé. Está quase escuro e
está congelando. É hora de ir.

Para onde estou indo, não faço ideia... Mas sei que não posso ficar
aqui estática para sempre. O que quer que aconteça na minha vida,
exige que eu esteja nela. Só tenho que sair e ver onde isso me leva.
Capítulo Dezenove

Jackson

Acordo com um barulho e percebo que é o meu próprio ronco,


que me arrastou do meu sono bêbado.

Pisco algumas vezes contra as luzes do teto.

"Que porra é essa," murmuro para mim mesmo, enquanto me


sento e passo a mão pelo cabelo.

Ainda estou perdido, posso sentir o álcool pulsando nas minhas


veias.

Estou em casa, pelo menos e sozinho, pela aparência, então essas


são as duas vitórias.

Mas minha ex-namorada e meu ex-amigo estão se casando e isso,


certamente, não é uma vitória.

Pego meu telefone e olho para a tela, enquanto penso no que


fazer a seguir.

A parte mais racional do meu cérebro está me dizendo para


aceitar o fim e aquietar, mas o diabinho, sentado no meu ombro,
aquele que parece ficar maior e mais alto, toda vez que bebo, está
me dizendo que ainda estou chateado e preciso fazer algo sobre isso.
Abro a tela do meu telefone e disquei o número de uma empresa
de táxi.

Nem percebo, exatamente, o que estou fazendo, até dar meu


endereço de busca e dizer aonde quero ir.

Sei que é uma má ideia e se alguém estivesse aqui para me salvar


de mim mesmo agora, ficaria muito grato, mas não tem.

Há apenas eu, o silêncio e meu coração ferido patético.

Consigo pegar meus sapatos de volta e, antes que perceba, estou


descendo as escadas externas, não posso arriscar Bryn me
interceptando e entrando no táxi à espera.

Devo estar mais bêbado do que pensei, porque juro que pisquei e
estamos lá, do lado de fora da casa, que é muito familiar para mim.

"Mantenha o taxímetro ligado," digo, com uma ponta do dedo.


"Entendeu? Só tenho que dizer algumas coisas e voltarei... Mantenha
o taxímetro ligado.” Balancei minha cabeça para mim mesmo. "Já
disse isso."

"Estarei esperando," o motorista me diz.

Acho que ele me quer fora do seu carro, mas depois que saio e
ando pelo caminho, olho para trás e ele ainda está lá.

Dou-lhe um duplo polegar para cima e ele me dá outro, um


pouco desajeitado.

Aproximo-me da porta e bato com força.

Não espero que realmente esteja aqui, então, quando a porta se


abre e ela está parada na minha frente, u digo o nome dela em voz
alta, como se estivesse chocado por vê-la no lugar onde mora.
"Jackson?" Lizzie pergunta, em confusão. "O que está fazendo
aqui?"

"Eu morava aqui, você sabe," digo, enquanto balanço um pouco.


"Por que você está aqui?"

"Está bêbado?" Ela pergunta, sua voz subindo uma oitava.

Olho para ela de cima para baixo, por hábito, é uma mulher
bonita, mas há algo errado, ainda parece a mesma, toda alta, loira e
magra, mas há algo faltando. Ela só parece errada, essa é a única
maneira de explicar isso.

“Eu poderia ter tido um duplo. Katie diz que preciso parar de
beber.”

"Acho que você deveria ouvir Katie," diz ela, enquanto olha
ansiosamente para cima e para baixo da rua.

"Eu deveria." concordo com um aceno vigoroso. "Ela é uma


mulher inteligente."

"Por que está aqui, Jackson?"

"Você vai se casar." Eu não digo isso como uma pergunta, atiro
como uma acusação.

Ela cora profundamente e afunda o queixo em constrangimento.

"Katie me disse," acrescento.

"Ela disse que gritou comigo?"

Dou de ombros.
"Eu acho que eu merecia isso," diz ela e mesmo bêbado, estou
surpreso que está admitindo que merece outra coisa, senão um feliz
para sempre.

Coloco minhas mãos nos bolsos e tento parar de balançar de um


lado para o outro e acho que falho.

"Katie diz que preciso parar de ficar com raiva de você."

"Ainda está com raiva de mim?" Ela pergunta, e se eu não


soubesse melhor, teria jurado que essa informação a machucou, de
alguma forma.

Devo realmente estar bêbado, Lizzie não se machuca, ela só faz o


mal.

"Realmente, fodidamente, louco," digo.

“Grant e eu...”

"Grant e eu," interrompo-a, com uma impressão mal feita de sua


voz.

Ela estremece.

"Não dou a mínima para você e Grant," digo, um insulto


rastejando em minha voz.

"Então por que está aqui?" Ela me pergunta, gentilmente.

Dou de ombros novamente.

Na verdade, realmente, não sei por que estou aqui. Pensei que me
importava com ela ainda, realmente pensei, mas estando de pé aqui,
na frente dela, não sinto nada. Ela é a mulher errada.
"Sinto muito que tenha machucado você, Jackson, sinto e sei que
minha opinião não conta mais nada, mas acho que precisa abrir os
olhos e ver essa mulher Katie. Realmente vê-la. Porque me parece
que ela está lhe contando todas as coisas certas, e a julgar pela forma
como te defendeu hoje, parece que está fazendo as coisas certas
também. Está apaixonada por você, Jackson, e o jeito que voce diz o
seu nome, faz-me pensar que poderia se apaixonar por ela também.”

"Já estou apaixonada por ela," digo.

E as palavras me chocam tanto, que olho em volta para verificar


se fui eu que as disse.

"Bem... merda," murmuro. É como se alguém abrisse uma porta


dentro do meu cérebro, ou talvez estar aqui e deixar de lado toda
essa besteira, destrancou-a e me empurrou para o outro lado.

Não sei o que estava me segurando antes, seja medo ou outra


coisa, mas agora que essas palavras deixaram minha boca e
encontraram seu caminho para o universo, parece a coisa mais óbvia
do mundo.

Eu amo Katie.

Estou apaixonado por ela e estragando tudo.

"Vá para casa, Jackson," diz Lizzie, e volto os olhos para o rosto
dela.

"Talvez eu vá," digo, totalmente sem vontade de admitir que


talvez ela esteja certa.

Posso sentir o insulto crescendo mais espesso, em minha voz. Eu


deveria dar o fora daqui.
“Realmente, sinto muito, Jackson. Sei que não há nada que eu
possa dizer, mas espero que você seja feliz um dia.”

Ficarei feliz em menos de um dia. Já estou feliz, simplesmente,


não sabia disso.

"Boa conversa," digo, quando me viro e volto para o táxi. "Ainda


não gosto de você, mas boa conversa," grito, por cima do meu
ombro.

Subo no táxi sem sequer olhar para trás.

"De volta para casa?" O motorista me pergunta,


esperançosamente.

Balanço minha cabeça. "Não. Eu a amo."

"Então, está voltando?" Ele pergunta, confuso, enquanto olha


para a casa.

"Não ela," digo com uma carranca. "Apenas dirija, cara, vou lhe
dizer o caminho."

Ele murmura algo em voz baixa, que soa suspeitamente como


‘bêbado,’ antes de sair pela rua.
Capítulo Vinte

Katie

"Katie!" Eu ouço a voz gritar. “Katie? Está aí?"

Corro para o monitor na parede e ouço, para ter certeza de que


não estou ouvindo coisas.

“Katie! Abra, covinhas,” ele grita novamente.

"Jesus Cristo," murmuro.

É tarde... ou cedo, dependendo de como você olha, e Jackson está


alto como todo o inferno.

Aperto o botão para poder falar com ele. "Jackson?" pergunto.

"O primeiro e o único," ele fala, e posso ouvir que está bêbado.

"O que está fazendo aqui?"

"Preciso subir," diz ele, em uma voz tão alta, que tenho que
afastar minha orelha do alto-falante.

"Você está bêbado como o inferno, pode, por favor, falar baixo?"

"Dexxa eu subii."

Fecho meus olhos e delibero, por um minuto.


Por um lado, ele está aqui, quando poderia estar Deus sabe onde
mais, em vez disso, mas por outro lado, está bêbado de novo.

"Não posso parar e eu não paro." Ele começa a cantar Miley no


topo de seus pulmões, e bato minha mão no botão, para abrir a
porta, antes que possa acordar toda a vizinhança.

"Doce Jesus... fique quieto," sussurro.

Cubro meu rosto com as mãos e gemo. Não sei o que estou
fazendo, ou o que estou esperando, uma coisa que sei é que ele
aparecer no meio da noite, quando está de cara cheia,
provavelmente, não é uma coisa boa.

Ouço um barulho na porta, que soa muito como um único dedo


batendo levemente contra a madeira.

"Boa sorte para mim," murmuro, quando abro a porta.

Ele está encostado no batente da porta e cambaleia um pouco,


enquanto a porta se move.

"Katie," diz Jackson, e o jeito que sai soa como puro alívio. "Estou
tão feliz por você estar em casa."

"Shhhh," sussurro, quando agarro seu braço e o arrasto para


dentro. "Você é, seriamente, o humano mais barulhento do mundo."

"Você, realmente, acha que sou o mais barulhento?" Ele olha para
mim com os olhos arregalados. "Devemos chamar os livros de
recordes?"

Não posso deixar de rir. Ele está bêbado, mas tão engraçado.

"Vamos salvar as chamadas telefônicas para amanhã, sim?"


"Você é tão inteligente, covinhas," diz ele, enquanto me deixa
levá-lo para o sofá.

"Como chegou aqui?"

"Táxi. Eu o mandei para casa, estava ficando cansado da minha


merda.”

"Não posso imaginar o por quê." Rio, quando ele pousa sua
bunda no sofá, com um baque.

Ele fecha os olhos e encosta a cabeça na almofada. "Só preciso


fechar meus olhos por um minuto e depois quero falar com você."

Alcanço um cobertor, no braço do sofá e coloco sobre ele, não


durará mais trinta segundos.

Quaisquer que sejam os grandes planos falados, terão que esperar


até amanhã.

"Covinhas?" Ele diz, com um bocejo.

"Sim, espertinho?"

"Lizzie estava certa, eu deveria ouvir você."

Olho para ele, sem saber o que dizer, não que isso importe, de
qualquer maneira, pois está roncando, suavemente, agora.

‘Lizzie estava certa...’ não sei o que isso significa, mas meu
instinto me diz que não pode ser bom.

Sento-me ao lado dele no sofá e puxo metade de seu cobertor


sobre mim. Eu estava cansada, antes que ele aparecesse aqui, mas
duvido que vou dormir uma piscadela.
Sei que sou idiota, por me apegar a um homem que não está
emocionalmente disponível, mas parece que não tive escolha.

Acho que essa é a parte em que tenho que aceitar que, seja o que
for, será. É o que u pensei que acreditava, em toda a minha vida,
mas agora que estou aqui, apaixonada pelo homem mais incrível
que já conheci, realmente, quero que ele me ame de volta. Não
quero ouvi-lo mencionar o nome da ex dele, enquanto adormece.

Quero que ele esteja dizendo o meu.

Esse é o universo para você, porém, e tem uma mente própria.

Suspiro, quando deito minha cabeça para trás e fecho os olhos.


Imploro para o sono me levar, mas sei que, provavelmente, não vai.

Ouço cada inspiração e expiração de Jackson e espero que


amanhã ele acorde e seja meu nome que dirá.

"Acorde, covinhas", ouço Jackson sussurrar.

Sorrio, ao som de sua voz, mesmo meio adormecida, ele ainda me


faz sorrir.

"Mais cinco minutos," respondo sonolenta.

Não sei quando, finalmente, caí no sono, mas sinto que só dormi
uns trinta minutos. Estou despedaçada.

Passei a noite toda pensando em Jackson e em mim, e o que


diabos vamos fazer.

"Pode dormir quando estiver morta." Ele ri, enquanto tenta tirar
meus braços do rosto.
"Você e seu ronco não receberam aquele memorando, ontem à
noite," resmungo.

Ele aconchega o rosto na curva do meu pescoço e me beija,


apenas um beijo suave. "Sinto muito se te mantive acordada a noite
toda."

Respiro o cheiro dele, cheira a uísque e fast food.

"Você cheira," murmuro quando, ele se senta de volta. "Como


álcool e comida de merda."

Eu não sei como ele faz isso, recém-dormido e sem dúvida


ostentando uma ressaca, ainda parece sexy como o inferno, mesmo
que não cheire tão bem.

"Tive uma grande torta na noite passada." Ele estende a bainha de


sua camisa e olha para baixo, presumivelmente para ver se perdeu
algum na frente, e a julgar pela mancha no meio do caminho, ele fez.

"Oh, aposto que foi a melhor torta que você já provou," digo, com
um revirar dos olhos.

"Como você sabe?" Ele ri, com uma piscadela.

Quase suspiro, enquanto o vejo sorrir para mim. Não quero


desistir dele, não quero ser apenas sua amiga.

"Então, você foi em outra bebedeira..." digo.

Ele me lança um olhar tímido. "Pareço ter o hábito de afogar


minhas mágoas no fundo de uma garrafa."

Concordo. Não posso discutir com a verdade.


Ele agita, nervosamente, o cobertor que joguei sobre nós, na noite
passada. E posso dizer que o que veio aqui para me dizer, está
prestes a sair.

"Aconteceu de novo," diz ele. "Fui ver Lizzie."

Eu sabia que isso estava chegando, realmente sabia, mas ainda


sinto a força de suas palavras batendo-me, como um soco no peito.

"Ela estava em casa desta vez," ele continua.

Meu batimento cardíaco subiu a galope e nada que possa dizer a


mim mesma parece ser capaz de atrasá-lo.

"E como foi para você?" consigo perguntar.

"Foi bem, na verdade, muito bem." Sua voz soa serena, como se,
finalmente, encontrasse a paz, e com cada palavra que ele fala, meu
coração afunda um pouco mais no meu estômago.

"Estou feliz por você," sussurro, e de repente, não posso estar


aqui por mais um minuto. Sinto-me fisicamente doente, como se
pudesse vomitar.

Eu não sei o que estava pensando, dizendo a Lizzie que ela era
idiota em escolher Grant sobre Jackson. Praticamente coloquei a
ideia de ficar com ele, de volta à cabeça dela.

"Eu sinto muito," digo, quando fico em pé e tento ir para o meu


quarto, mas ele é muito rápido. Está de pé em um piscar de olhos e
pega meu braço, fazendo-me parar.

"Covinhas, o que há de errado?" Ele pergunta, seu belo rosto uma


máscara de preocupação. "Por que está correndo?"
"Quero que você seja feliz, Jackson, quero, mas não posso assistir
você voltar para ela, não, quando amo você do jeito que faço."

Os cantos de sua boca se levantam devagar, até que um sorriso


completo enfeita seu rosto.

"Eu sabia que se apaixonaria por mim. Eu te disse que faria.”

Aperto as lágrimas, que estão ameaçando cair e puxo meu braço


de suas mãos. “Bem, parabéns, você estava certo, depois de tudo.
Está feliz agora?"

Eu me afasto e vou para o meu quarto novamente, para que ele


não possa ver a dor em meus olhos, mas parece errado. Odeio essa
versão de mim mesma. Eu estou bem em ser vulnerável, mas não sei
como lidar com isso.

Estar apaixonada dói.

"Katie," diz ele e sua voz me alcança e me faz parar.

Eu o sinto vir atrás de mim, está tão perto, que posso sentir o
calor do seu corpo, através das minhas roupas.

"Não vou voltar para ela nem em um milhão de anos."

Ouço suas palavras, mas não podem estar certas. Ele ainda está
todo confuso, pois volta para ela constantemente, mesmo sem saber
que está fazendo isso.

Viro-me lentamente, então estou de frente. "Você não vai?"

Ele balança a cabeça e passa a mão pelo meu braço. "Não, quando
amo você, do jeito que faço," diz ele, imitando meus sentimentos
anteriores.
Quase posso sentir meu coração saltar do estômago para meu
peito, onde ele pertence.

A sensação doentia desaparece, quando seus olhos buscam os


meus, dizendo tudo que sempre quis ouvir dele, sem realmente
dizer qualquer palavra.

"Você, finalmente, passou por cima dela?" pergunto em um


sussurro.

Quero acreditar que pode ser verdade, mas não vou, até ouvir
suas palavras.

"Fiquei na frente dela e não senti nada," diz ele, em uma voz tão
honesta, que não duvido. “Tudo o que conseguia pensar era em
você. Eu a superei, desde que te conheci, simplesmente não sabia
disso.”

"Você me ama?"

"Acho que te amei há muito tempo, covinhas, apenas fui estúpido


e cego."

"Eu também te amei há muito tempo," confesso.

"Não me contou."

"Eu sabia que não estava pronto para ouvir."

Ele balança a cabeça em descrença.

"Você é a mulher mais paciente do mundo," diz ele, enquanto


envolve seus braços em volta da minha cintura e me arrasta contra
ele.

"Conte-me sobre isso," digo, com um rolar de olhos. "Mas


algumas coisas valem a pena esperar."
Capítulo Vinte e Um

Jackson

Inclino-me e a beijo, e cada centímetro do meu corpo é superado,


com uma sensação de alívio.

Este é o lugar onde deveria estar.

Ela puxa para trás e agarra meu queixo, entre o polegar e o dedo.
"Quero dizer isso da maneira mais gentil possível, mas você precisa
de um banho... e escovar os dentes."

Eu rio. "Está me dizendo que uísque e torta não é uma


combinação de sabores vencedora?"

"Por mais tentador que pareça, prefiro pimenta."

"Vai voltar para casa comigo?" pergunto, quando tiro o cabelo de


seus olhos. "Ficarei menos fedorento e você pode ficar menos
vestida, enquanto espera."

Ela revira os olhos para mim. "Com lindas cantadas desse calibre,
como uma garota deve resistir?"

Eu rio. "Vou ter que praticar algum material novo em você."

"Acho que você já me pegou com sucesso," diz ela, e posso ouvir
a emoção em sua voz. Ela realmente me ama.
"Deixe-me pegar algumas coisas." Ela vai se afastar, mas pego sua
mão, parando-a.

"Arrume uma mala." quase rosno as palavras. "Não vou deixá-la


fora da minha vista, por um tempo."

"Está me sequestrando, espertinho?" Ela quase resmunga, quando


olha para mim.

"Terá a síndrome de Estocolmo, quando eu terminar com você."

Ela joga a cabeça para trás e ri e isso me deixa tão feliz. "Você é
tão estranho."

"Eu te amo, covinhas."

"Então continue dizendo." Ela sorri, toda boca esperta e


inteligente, enquanto se afasta.

Bato na sua bunda e a envio para o quarto, mas ela, simplesmente


se vira e caminha lentamente para trás, enquanto seus olhos ficam
focados em mim.

"Alguma peculiaridade estranha que queira compartilhar comigo,


antes de eu me comprometer a fazer isso com você?" Ela pergunta,
seu tom de brincadeira.

"Há algo." sorrio. "Sou fã de Harry Potter."

Ela suspira. "Não!"

"Sim." rio.

"Magos e droga?"

"Meu personagem favorito é o Dobby."

Ela geme. "Que diabos é um Dobby?"


"Certamente você já ouviu falar de Dobby?" pergunto, enquanto
caio em seu sofá.

Ela permanece na porta. "ouvi falar de Harry. E qual era o nome


daquele garoto ruivo, Rob? É Rob, certo?”

Balancei minha cabeça em decepção. "Posso ter que repensar ter


um relacionamento com você, depois disso."

"Ei," ela levanta as mãos, em sinal de rendição, "você é um


homem adulto, que gosta de filmes sobre bruxos, e eu sou a
decepção aqui?"

Gemo. "Por favor, diga-me que sabe que eram livros, antes do
cinema?"

Ela encolhe os ombros para mim. "Sou mais um tipo de garota de


filme."

"Oh, sei que é, vi suas sugestões para o Netflix... é quem deve


ficar envergonhada, de nós dois."

Ela ri e balança a cabeça para mim. "Se você diz, espertinho."

Vá e empacote suas coisas já, antes de eu decidir que não temos


nada em comum." sorrio para ela.

"Se ao menos possuísse uma varinha mágica, ou alguma roupa


íntima com raios ou algo assim," ela zomba de mim, quando
desaparece de vista.

“Quem diabos corta cebolas assim? Quero dizer, cara, está


falando sério? Você acabou de cortá-las... Oh pelo amor de Deus, dê
aqui, vou fazer isso sozinho. Vá e descasque as batatas. Certamente,
você não pode errar.”

Katie cobre a boca e ri.

Balancei minha cabeça, em diversão. Não sei com qual dos meus
funcionários Bryn está gritando, neste momento, mas está assistindo
muito Gordon Ramsey pelos sons.

"Controle sua língua na frente da minha namorada," digo a ele,


enquanto conduzo Katie para a cozinha, de mãos dadas.

Recebo um longo e alto uivo de lobo, cortesia do meu melhor


amigo, como resposta.

"Sua namorada, você acha?" Katie pergunta, com uma das


sobrancelhas levantadas para mim.

"Sim. Namorada.” sorrio para ela. "Se você tivesse uma varinha
ou um chapéu de mago ou algo assim, eu poderia promovê-la
diretamente a noiva."

"Você é um imbecil," diz, quando me bate no braço.

"Então, finalmente me ouviu, hein?" Bryn diz, presunçosamente,


enquanto olha entre eu e Katie.

Levanto as sobrancelhas para ele em questão.

"Você foi para a cama e não fez nada estúpido na noite passada,"
ele pede.

Atiro a ele um olhar tímido.

Claro que não fiz isso. Essa teria sido a opção inteligente e se
estabeleci uma coisa, nas últimas vinte e quatro horas, é que faço as
coisas da maneira mais difícil, sempre que possível.
Katie bufa. “Oh não, ele fez todas as coisas estúpidas. Então,
apareceu na minha porta cheirando a comida e bebida, com algo
super importante para dizer... e adormeceu. ”

"Oh cara, vamos!" Ele joga as mãos no ar. "Eu te dei uma
instrução, Jack, uma, e você diz que sou eu quem nunca escuta."

"Sim, sim, já chegamos ao pedaço bom." dou-lhe um gesto para


envolvê-lo.

"Oh, quer dizer a parte em que você acordou e descobriu que não
pode viver sem mim?" Ela torce o nariz e me sorri.

Dou de ombros para Bryn. " Acontece que eu a amo.”

"Eu sabia que você gostava desta garota," diz ele, levantando a
mão no ar. "Sabia disso, você é um péssimo mentiroso."

Olho ao redor da sala e todo mundo, na cozinha, também tem as


mãos levantadas. "Acho que todos nós sabíamos, chefe," um deles
chama.

"Só eu que estava fora do circuito, então?" olho entre todos eles.
"Bom. Excelente. Isso é ótimo.”

"Se isso faz você se sentir melhor, acho que posso estar
apaixonado por ela também," Bryn me diz, enquanto faz olhos de
coração para minha garota.

É quando sei que, finalmente, terminei o que aconteceu com


Lizzie, quando uma piada sobre meu amigo e minha namorada me
faz sorrir, ao invés de estremecer.

"Volte ao trabalho, antes de cortá-lo com suas próprias facas,"


ameaço sem entusiasmo.
"Feitor." Ele ri. "Acalme-se, Casanova, é realmente perfeito que
esteja aqui, aliás, vocês dois." Ele olha para Katie. "Aquele pesadelo,
que você chama de melhor amiga, está chegando hoje à noite para
'confirmar o menu.'" Ele faz uma imitação assustadoramente precisa
da voz de Tillie.

"Oh senhor, essa mulher!" Katie geme. "Já confirmamos o menu."

Bryn encolhe os ombros. "Acho que ela está apenas procurando


por um menu gratuito do chef mais quente da cidade." Ele pisca.

"Vou lidar com isso," digo a Katie, que agora está lutando com o
celular, no bolso da calça jeans.

"Lidarei com ela muito bem, muito obrigada." Ela puxa o


telefone, finalmente e levanta triunfalmente.

Arranco-o de suas mãos, antes que ela tenha a chance de abusar,


verbalmente, de sua melhor amiga.

"Irei lidar com isso, covinhas."

Ela faz um barulho e me olha. "Mas vai me fazer sentir melhor


gritar com ela."

"Isso pode ser verdade, mas sou seu namorado agora, então é
meu trabalho ter certeza de que você não vai explodir."

Ela faz beicinho.

Pego a mão dela e a reboco para fora da cozinha. "Clay!" chamo.

Ele aparece, depois de alguns segundos.

"Preciso de uma mesa para quatro esta noite, por favor."

Ele acena para mim e desaparece novamente.


"Não tive uma porra de sono decente, espertinho, eu poderia
matá-la."

Envolvo meus braços em volta dela e respiro seu perfume. "Vou


me certificar de que você não pode alcançar as facas."

"Promete?"

Beijo o topo de sua cabeça. "Se eu consegui ir tanto tempo, sem


esfaquear Bryn, o mínimo que você pode fazer é não matar Tillie,
quando ela está a poucas semanas de casar. Imagine as manchetes
de notícias.”

"Você está certo," diz ela, na frente da minha camisa, onde está
com o rosto enterrado. "Assassina de noiva não lê bem."

"Especialmente, quando a dama de honra fez isso," falo.

Ela suspira e olha para mim, com seus grandes olhos escuros.
"Tenho algo para lhe perguntar."

"Não matarei por você, se é para onde está indo com isso." Eu rio.
"Sou bonito demais para a prisão."

Ela golpeia meu peito. "Isso não. Queria lhe pedir para ser meu
ajudante, no casamento.”

"Você está me convidando para o casamento do inferno?"

“Morda a sua língua, o casamento será impecável, coberto de


flores, mas sem falhas, é só a noiva que você tem que olhar… e se ela
não se acalmar, pedirei para fazê-la beber um sedativo, de qualquer
maneira ... então, problema resolvido.”

"Você é louca."

"E você vem comigo para o casamento."


Coloco seu rosto em minhas mãos e me inclino, para roçar meus
lábios contra os dela, suavemente. "Talvez pudesse fazer uma
aparição, já que possuo o lugar e tudo."

Ela fica na ponta dos pés e seus lábios roçam minha orelha,
fazendo-me estremecer. "Farei valer a pena," ela sussurra.

Não sei como ela faz isso. Eu a tive no chuveiro, no andar de


cima, não mais do que uma hora atrás, mas aqui estou, pronto para
ir de novo.

Se a sua melhor amiga e este maldito casamento não se revelar a


minha morte, então acho que esta mulher pode terminar o trabalho
sozinha.
Capítulo Vinte e Dois

Katie

"Se ela apertar meus botões, hoje à noite, juro que vou dar um
tapa nela," resmungo, quando puxo minha cadeira, na mesa que
Jackson arranjou para nós.

Estou exausta, graças ao homem lindo ao meu lado. Francamente,


ele tem sorte de ser tão gentil e bonito, porque não sou uma
daquelas pessoas que podem lidar com não dormir. Sou o tipo de
garota de sete horas de sono. Cinco ou seis, em um empurrão
absoluto.

"Irei apertar seus botões mais tarde," diz Jackson, com uma
piscadela.

Ele espera que sua piada manca faça o seu trabalho e me faça rir e
isso acontece.

É realmente difícil não sorrir e rir, com ele por perto. Espero que
nunca mude entre nós.

"A águia pousou," ele sussurra no meu ouvido, enquanto envolve


o braço em volta de mim e me puxa para perto.
"Bem, isso parece terrivelmente aconchegante." Tillie sorri para
nós, quando ela e Reece chegam à mesa, de mãos dadas.

Jackson ri. “Você conheceu minha namorada? Ela está


extremamente cansada e está, totalmente, sem foder.”

"Ohhh garotaaa," Tillie chora, enquanto reviro os olhos para


Jackson. "Já era hora de vocês dois terem sua merda juntos."

"A merda é oficial, estamos juntos," Jackson anuncia, enquanto


tomam seus lugares.

"Estou feliz por você, querida," diz Tillie.

"Estou feliz por mim também, mas falando sério, por que diabos
precisa conferir o cardápio, mais uma vez?" lamento minha melhor
amiga.

Ela sorri e lança os olhos entre Jackson e eu. "Hã. Estou chocada e
impressionada, pensei que você teria cedido e dito a ela,” diz para
Jackson. "Você é uma boceta onde ela está preocupada."

Franzo a testa para ela e depois para ele. "Dizer-me o que?"

Jackson sorri para mim, triunfantemente. "Isto não é sobre o


casamento. É sobre você."

"Eu?" pergunto surpresa. "O que? Por quê?"

Tillie atravessa a mesa e pega uma das minhas mãos na dela.


“Queria lhe agradecer, por aguentar todas as minhas merdas. Sou
uma sociopata de ‘grau A’ e você já lidou com isso muito bem... pois
ainda não me matou."

"Discutível," murmuro sob minha respiração.


Jackson pega minha outra mão. "E, apesar de tudo, o que fiz foi
manter segredo, vou entrar e receber algum crédito e obrigado por
aguentar todas as minhas coisas também. Você, realmente, é boa
demais para mim.”

"Para nós dois," corrige Tillie.

Não posso acreditar que ela fez isso por mim. E que amarrou
Jackson e conseguiu que tudo isso fosse planejado para mim.

Quase me sinto mal, por querer gritar com ela e, possivelmente,


até esfaqueá-la, mas depois lembro, que ainda tenho mais algumas
semanas planejando o seu casamento e não me sinto mais tão
culpada. Ela vai me levar à beira da insanidade, novamente, antes
de fazermos isso.

Tillie cutuca Reece e gesticula em direção às minhas mãos.

Ele dá de ombros e lhe dá um olhar duro.

Ele coloca a mão por cima da de Tillie e da minha. "Não sabia que
tinha que preparar um discurso, mas que tal te prometer que nunca
terá que planejar outro casamento para ela?"

Dou risada. "Isso seria bom. Vocês são tão doces,” digo, enquanto
sinto lágrimas nos olhos.

"Oh senhor." Tillie geme, quando eles me deixam ir, para que eu
possa limpar meus olhos. "Você sempre fica tão emocionada quando
está cansada."

“Mulheres chorando deixam-me nervoso,” Reece diz, enquanto


me olha ansiosamente.
Começo a rir do óbvio desconforto dele. "Tem sorte de ter a
rainha do gelo como esposa, então não precisa se preocupar com
nada disso."

"Ei! Eu choro por dentro.” Tillie sorri. "De uma maneira bonita e
composta, isso não envolve minha maquiagem ficar confusa."

Rio com ela e limpo o líquido, nos cantos dos meus olhos. "Mas,
falando sério, obrigada por fazer isso, realmente agradeço."

"É o mínimo que podemos fazer."

"O mínimo que você pode fazer é voltar atrás, mas como sabemos
que isso é um problema, isso será suficiente."

"Você a conhece tão bem," Reece brinca, enquanto olha para sua
futura esposa com diversão.

Ela concorda, enquanto pega o cardápio de coquetéis. "E já que


isso funciona nos dois sentidos... sei que precisa de uma daquelas
lindas bebidas rosa, com os morangos."

"Preciso de um desses." aceno de acordo.

Tillie olha para Jackson, com expectativa.

Ele ri. "Tudo bem, estou nisso."

Ele beija minha têmpora, novamente, antes de sair de seu assento.

“Quer ir e olhar apartamentos comigo, amanhã? Meu contrato


acaba, depois do seu casamento e não estou, realmente, gostando da
ideia de ficar desabrigada.”
"Oh não, querida, viver debaixo de uma ponte não seria uma boa
coisa para você."

Balancei minha cabeça em diversão.

“Oooh! Há um na nossa rua, que seria perfeito para você.” Tillie


bate palmas, animadamente. "Poderíamos ser vizinhas."

"Porque está pulando para cima e para baixo?" Jackson pergunta,


seu tom divertido, enquanto senta de volta em seu lugar, ao meu
lado.

"Vou mostrar a Katie o melhor apartamento, para ela alugar,"


Tillie diz, excitadamente.

Ele ri e balança a cabeça. "Não há necessidade. Já encontrei um


lugar para ela.”

Olho-o em confusão. "Você fez?"

"Bem, este lugar foi recentemente renovado," Tillie diz, seu tom
de voz irritado, que ele está tentando mexer com seu novo plano.

"Bem, este lugar tem uma bela vista," argumenta Jackson.

"Um parque do outro lado da estrada."

"A praia ao seu alcance."

"Eu como vizinha," argumenta Tillie, sua expressão tornando-se


triunfante, como se, finalmente, encontrasse a resposta vencedora.

"Eu como colega de quarto," Jackson responde suavemente,


quando se vira para mim.
"Huh?" pergunto, totalmente chocada. Não sei o que diabos
aconteceu aqui, mas esta situação parece ter aumentado
rapidamente.

"Eu ia perguntar a você em particular, mas ela me incentivou,"


explica ele.

Olho para Tillie e ela tem uma mão na boca e a outra aperta,
implacavelmente, o braço de Reece, para ter certeza de que ele está
prestando atenção no que está acontecendo.

Volto meu foco para o homem na minha frente. "Está me pedindo


para morar aqui com você?"

Ele encolhe os ombros. "Sim... quero dizer, por que não?"

"Nós apenas nos tornamos oficiais," respiro.

Ele encolhe os ombros novamente. "Nós estamos," diz ele com


um sorriso insolente. "Pode também saltar de cabeça primeiro,
certo?"

É uma loucura, mas não consigo imaginar dizer não. Sei o quão
facilmente poderia cair em uma vida, com esse homem, mesmo que
ele me leve à loucura a metade do tempo, não há outro lugar que eu
preferiria estar.

"Vamos fazer isso." aceno com a cabeça, ansiosamente.

Demora alguns segundos para as minhas palavras afundarem,


mas quando o fazem, o maior sorriso enfeita seu rosto. É o meu
favorito.

"Desculpe, Tills, mas ele bateu em você justo e quadrado."

"Uauu!" Tillie exclama. “Hora de mudar, cadelas!”


Jackson me agarra e me puxa contra seu corpo. Ele planta um
beijo na minha têmpora, antes de me deixar ir de novo.

Rio alegremente.

"Acho que você e seu relacionamento de dez segundos pode estar


se esfregando em mim," digo a Tillie, com um revirar dos olhos.

"Contanto que espere até depois do meu casamento para ficar


noiva, certo?" Ela olha entre nós dois, intencionalmente.

"Acho que posso esperar mais algumas semanas," brinca Jackson.

"Não sei como vou lidar tanto tempo sem um anel no meu dedo,
mas você é o chefe," acrescento sarcasticamente.

Ela cutuca Reece. "Você viu aquilo? Minha filhinha está toda
crescida,” ela anuncia, dramaticamente.

A mão de Jackson encontra a minha debaixo da mesa e ele aperta.

Sorrio para ele e sei muito bem que posso ter corações em meus
olhos.

Ainda posso ter um casamento infernal para fazer, uma casa para
me mudar e qualquer outra coisa, que este mês decida jogar para
mim mas, de alguma forma, nunca me senti mais à vontade, em
toda a minha vida.
Capítulo Vinte Três

Jackson

Duas semanas depois

"Esses, covinhas?" pergunto, minha voz tensa, sob o peso do que


estou carregando.

Ela aponta para o canto mais distante da sala e grunho em


resposta. Não sei o que tem nessas caixas que estou carregando, mas
são pesadas pra caralho.

Há toda uma equipe de pessoas assumindo meu restaurante


agora. Eles só estão aqui há pouco mais de uma hora, e quase já não
reconheço o lugar.

Há porcaria branca e feminina em todos os lugares.

São três da manhã e não tenho certeza de quanto mais disso


posso lidar, antes de ter que me desculpar e acertar o feno.

Amanhã, tecnicamente hoje, é o grande dia e Katie está no modo


planejadora de casamento.
Estou impressionado, senão um pouco intimidado. Ela pode ser a
mulher mais doce e bondosa, que já conheci, mas porra, chama a
atenção de uma sala cheia de gente como um sargento.

Toda esta operação está funcionando como uma máquina bem


lubrificada.

Não sei como ela faz isso, vê o quadro maior como ela. Acho que
faço a mesma coisa, mas em escala muito menor.

Isso faz com que a configuração pareça uma brincadeira de


criança.

Olho dentro de uma das caixas, que acabei de colocar e está cheio
de lanternas, que precisam ser penduradas.

"Lanternas sangrentas," murmuro sob minha respiração.

"Você pode ir para a cama, se quiser." Ouço sua voz, antes de


sentir seus braços me envolvendo a cintura.

"Estou bem," digo, enquanto me viro para poder olhá-la.

Estou exausto, mas ficaria aqui a noite toda, se isso significasse


que ela sorriria para mim, do jeito que está sorrindo agora.

“Não, é sério, a equipe só trabalha por mais uma hora e depois


voltaremos a ela em uma hora mais razoável. Vá e descanse um
pouco. Estarei lá em breve.”

Ela ainda não se mudou, oficialmente, todas as suas caixas ainda


estão esperando por um caminhão em movimento, mas não passou
uma noite fora da minha cama, em mais de uma semana e meia,
então, é tão bom quanto oficial até agora, quando estou preocupado.

"Se você insiste."


"Eu faço." Ela me gira pelos ombros e me dá um empurrão na
direção da escada.

Estou a meio caminho da liberdade, quando ouço meu nome ser


chamado, do outro lado da sala.

"Tão perto," murmuro para mim mesmo.

Gabriel, o dono do lugar ao lado, acena para mim e faz um gesto


para eu esperar que ele venha.

Ele tem cerca de quinhentas luzes de corda, um milhão de


lanternas e camada sobre camada de algo chamado tule para
atravessar, então indico a ele a cabine no canto que, de alguma
forma, conseguiu sair ilesa até agora.

Sento-me e evito colocar minha cabeça na mesa. É provável que


ele esteja cansado tanto quanto eu, então, pelo menos talvez isso
ajude a manter isso breve.

Ele se senta à minha frente e olha por cima do ombro, como se


estivesse com medo do que pode acontecer com ele, enquanto não
está olhando.

"Merda assustadora, certo?" brinco. "Desculpe por todo o


barulho."

Ele acena com a mão, com desdém. “Não tem problema, mas
você está certo, isso é aterrorizante. Desde quando faz casamentos?”

"Desde que decidi que queria impressionar uma mulher," digo,


com um rolar de olhos.

"Não é a noiva, espero?"


Eu rio. Gabriel tem um senso de humor tão bom para um homem
de setenta anos, ele ainda é muito jovem de coração.

"A dama de honra," esclareci.

"Ahh eu vejo..." Ele balança a cabeça em compreensão. "O que


aconteceu com aquela mulher muito jovem, que você trouxe para o
meu lugar?"

"Mesma jovem bonita."

Seus olhos se iluminam. “Oh bom. Gostei dela."

Tento morder um bocejo. "Não quero ser rude, mas o que posso
fazer por você a essa hora?"

Ele olha para mim, timidamente. "Sei que não é um bom


momento, mas eu queria plantar a semente agora."

Não tenho certeza de onde está indo, mas estou intrigado.

"Continue."

"Decidi que vou me aposentar no final do ano. E quero vender


meu lugar para alguém de quem eu gosto, alguém em quem
confio... ”

"E quer saber se conheço alguém?" pergunto, confuso.

Ele sacode a cabeça. "Não, quero vender para você."

Eu rio, mas morre rapidamente, quando vejo sua expressão.

Ele está mortalmente sério.

"Acho que eu já poderia ter minhas mãos cheias, com este lugar."

"Você é jovem, pode lidar com isso."


Toda essa situação é tão bizarra. Não há nada como fazer
negócios às três da manhã.

Ia dizer algo mais, mas ele me corta, com um aceno de mão. "S
quero que pense sobre isso," diz ele, quando fica de pé. "A oferta
está lá e não há pressa em dar uma resposta."

"Ok?" digo, sem saber o que mais posso dar a ele agora.

Minha mente está girando.

"Vai pensar sobre isso?"

"Vou pensar sobre isso."

"Excelente." Ele sorri. "Estou indo para a cama, estou velho


demais para essa bobagem."

"Boa noite, Gab."

Rio, enquanto o vejo atravessar a carnificina e sair pela porta.

Fico sentado por alguns minutos, pensando sobre o que ele


acabou de dizer, antes de me levantar e subir as escadas para a
cama.

Devo ter adormecido, enquanto esperei por ela, porque não a


ouvi entrar, apenas senti suas mãos frias tocando minha pele nua.

"Você trabalha muito duro," murmuro, enquanto olho para o


relógio ao lado da minha cama e vejo que são quatro e quarenta e
cinco da manhã.
"Eu sei," ela responde, com um bocejo, enquanto se aconchega em
mim. “Mas podemos dormir até um pouco mais tarde, agora que fiz
algo extra. Eu não sei o que estava pensando, deixando-a escolher
um local que não poderia ser configurado até o dia do casamento...
preciso de mais sono do que isso."

"Você está indo bem, covinhas, é muito trabalho... Se eu não


precisasse do meu restaurante de volta, você poderia deixá-lo
pronto para outro, na próxima semana," brinco.

"Oh, não me tente. Nunca poderia devolver. Parece muito bonito


lá embaixo.”

Nós caímos em silêncio e me sinto recuando novamente, quando


uma ideia me atinge diretamente no rosto e me acorda em um
instante.

"Puta merda, vamos fazer isso."

"Não esta noite, estou muito cansada para sexo," ela responde,
preguiçosamente.

Eu rio. "Isso não. Vamos criar um espaço apenas para


casamentos, festas ou o que mais você quiser. Vamos fazer isso."

Ela dá um tapinha no meu peito com sono. “Você realmente está


privado de sono. não posso manter seu restaurante.”

"Está certa, não pode.”

"Você não está fazendo nenhum sentido."

Ela está certa, não estou fazendo nenhum sentido, do seu ponto
de vista, mas dentro da minha cabeça, o plano de uma vida está se
desenrolando.
"Gabriel quer me vender seu lugar ao lado," deixo escapar a peça
do quebra-cabeça que ela está perdendo.

"O que?" Ela responde rapidamente, soando muito mais alerta do


que fez, apenas um momento atrás.

Essa informação, certamente, chamou sua atenção.

“Ele veio hoje à noite. Está se aposentando, e quer que eu compre


o lugar... Mas não preciso de dois restaurantes...”

"Não?" Ela pergunta.

Posso sentir seu coração batendo contra o meu peito.

"Não." balancei minha cabeça. “Mas o que preciso é de um local


que seja perfeito para minha, incrivelmente, talentosa namorada
organizadora de eventos hospedar casamentos e quaisquer outros
eventos extravagantes, que pessoas ricas e malucas querem jogar.
Na verdade, não é o que preciso, é o que precisamos.”

Essa ideia deve me aterrorizar, depois do que aconteceu com meu


último relacionamento, e o fato de que tive que pagar para tirar
Lizzie fora do negócio e todas as outras coisas que vieram com isso,
mas não sinto uma gota de pânico. Katie não é como minha ex nem
mesmo um pouquinho e sei que não tenho motivos para não fazer
isso com ela, se é o que quer.

"Jackson Matthews, está me perguntando se quero entrar no


negócio com você?"

"Acho que posso estar."

"Está falando sério?" Ela pergunta, e posso ouvir a emoção em


sua voz. "não está fodendo comigo?"
Rio. "Eu estou tão sério quanto herpes."

"Ataque cardíaco, Jackson, a frase é ‘tão grave quanto um ataque


cardíaco.’"

"Herpes não é sério o suficiente para você?"

"Oh senhor." Ela geme. “É muito sério, mas podemos voltar a


essa conversa de negócios? Não tenho dormido o suficiente para
lidar com seus ditos estúpidos agora.”

Rio. "Imagine isso, covinhas... festas, eventos... Imagine as


possibilidades que poderíamos criar para aquele lugar."

"Já posso imaginar isso," ela admite.

Estamos deitados aqui na escuridão total, mal posso distinguir


sua forma na cama, mas nunca me senti mais perto dela, ou de
ninguém.

Estar com Lizzie parecia muito trabalho e, enquanto Katie não é


estranha para me manter na ponta dos pés, parece natural, quando
estamos juntos.

"Posso imaginar isso também."

"Tem certeza de que não está apenas exausto e com a cabeça


perdida?"

"Eu poderia estar. Nem sei o que ele quer pelo lugar.”

"Dormir com isso?" Ela sugere.

Não preciso dormir. Se ela quer e podemos fazer o dinheiro


funcionar, então é nosso, mas aceno com a cabeça e me inclino, até
meus lábios encontrarem sua testa.
"Você precisa descansar um pouco."

"Você deveria ter pensado sobre isso, antes de me oferecer a


oportunidade de uma vida," diz ela, seu tom de brincadeira.

Eu rio, enquanto ela se aconchega ainda mais perto de mim.

É engraçado, pensa que sou o único a lhe oferecer alguma coisa,


quando a realidade é completamente o oposto, ela foi a única com
tudo para me oferecer.
Capítulo Vinte e Quatro

Katie

"Mostre a hora, covinhas." Jackson sorri para mim.

Sei que há algo importante que eu deveria fazer agora, mas não
consigo tirar meus olhos dele, por tempo suficiente, para descobrir o
que é.

Pensei que ele ficava bonito em uma camisa e gravata, mas isso
não tem nada, sobre ele em um smoking.

O lugar, em que comprou a roupa, deveria tê-lo contratado na


hora para ser modelo, isso é o quão bom parece.

Francamente, temo que ofusque o noivo.

"Não o deixe entrar aqui," Tillie grita de algum lugar, dentro do


apartamento de Jackson. "Dá azar."

Reviro meus olhos. "Só é má sorte se o noivo te ver, não meu


namorado."

"Mesma diferença," ela grita de volta.

Ele esboça um sorriso. "Fui instruído a informar que falta cinco


minutos para o horário de início."
"Bem, volte lá e diga que vou vê-lo em dez, ele não ouviu falar
que está na moda atrasar?" Tillie grita com Jackson.

Posso ouvir o clique de uma câmera a cada poucos segundos. O


fotógrafo esteve aqui a manhã toda, tirando cinco mil fotos de todos
os movimentos de Tillie. Francamente, é exaustivo. Meu rosto está
doendo. Estou acostumada a estar nos bastidores, não na frente da
câmera.

"Entendido," Jackson diz.

"Como está aguentando?" Ele sussurra para mim.

"Estou bem. Agora que ela está no vestido e tem seu cabelo e
maquiagem feitos, começou a se acalmar.”

Ele levanta a sobrancelha para mim, como se dissesse


‘realmente?’

"Calma pelos padrões de Tillie," emendo.

Ele estende a mão e passa o polegar, suavemente, pelo lado do


meu rosto. "Você está incrível."

"Obrigada," digo, meu tom ainda baixo. "Ainda não tenho certeza
se roxo é, realmente, a minha cor."

Ele olha para o que estou vestindo. "É um vestido bonito, mas..."

Eu o interrompo. "Se vai dizer que ficará melhor no chão do


quarto, talvez tenha que repensar, seriamente, nosso status de
relacionamento."

"Eu não ia dizer isso," ele responde timidamente.

Levanto minha testa para ele.


"Tudo bem." Ele ri. "Eu poderia ter dito isso."

Balancei minha cabeça para ele. "Você, realmente, precisa


trabalhar em seu jogo, espertinho."

Ele ri e se vira para descer as escadas.

"Acho que estou indo bem. Tenho você, não é?”

"Tem sorte de ser tão bonito," chamo atrás dele.

"Katie!" ouço Tillie gritar. “Precisamos de você para mais fotos!”

Assisto Jackson e seu sorriso atrevido desaparecer de vista, antes


de voltar para outra rodada de matar meu queixo.

"O casal feliz está prestes a cortar o bolo, por isso, se todos
puderem voltar sua atenção..." diz a voz do microfone.

Jackson envolve o braço em volta da minha cintura e nos vira,


para que possamos assistir Tillie e Reece cortando a monstruosidade
de um bolo de casamento.

A coisa poderia alimentar um país do terceiro mundo, por cerca


de uma semana, mas essa era uma das coisas que Tillie não estava
disposta a mudar nem um pouco.

Tillie e Reece seguram a faca e empurram a lâmina pela camada


inferior.

Nunca a vi tão feliz ou apaixonada.

Ela, realmente, encontrou o homem perfeito e sabia disso, desde o


primeiro momento em que se conheceram.
Olho furtivamente para Jackson, ele os observa com um sorriso
no rosto e uma bebida na mão.

É a primeira da noite dele e me garantiu que será uma das


poucas.

Aparentemente, seus dias de beber estão para trás e acredito nele.


Não é o mesmo homem de coração partido, quando dormimos
juntos pela primeira vez.

Ele não está mais envolvido com sua ex e na vida que


compartilhavam.

Nem sei se está mais bravo com isso, acho que, simplesmente,
mudou e colocou tudo para trás e o admiro por isso.

Claro, foram necessárias muitas bebedeiras em excesso, mas


chegou lá no final e, como sempre me diz, sou uma mulher paciente.

"Vai esmagar o bolo na cara dela?" Jackson me pergunta.

"Não, se ele quer viver." sorrio.

Ele me lança um olhar desapontado.

"Certo, senhoras e senhores, aqui encerram as formalidades para


a noite, fui instruído pela noiva a dizer a todos para "se soltarem" e
"sacudir" na pista de dança. Então, façam isso.” O MC ri, através do
microfone e a sala ri junto com ele.

"Você vem agitar comigo?" pergunto a Jackson, com um sorriso.

"Só tenho que ir lá atrás e verificar Bryn, então, voltarei aqui," ele
promete.

Beija-me na testa e desaparece na multidão.


Ele desapareceu há muito tempo, desde que a cerimônia
terminou e me preocupa que algo possa estar errado, mas toda a
comida estava perfeita, os garçons impressionaram a todos.

Tudo parece estar funcionando perfeitamente.

"Vamos, garota, você vem comigo!" Tillie chora, ao passar por


mim, agarrando meu braço, enquanto vai.

"Só preciso verificar alguma coisa," digo a ela, mas ela balança a
cabeça para mim.

"Não. Você está oficialmente fora do relógio. Este dia foi perfeito,
querida e sou muito grata pelas suas habilidades obsessivas de
planejamento compulsivo, mas agora preciso que deixe seu cabelo
cair e comemore comigo, porque acabo de me casar!”

Eu rio dela e desisto da minha tentativa de ir atrás de Jackson.


"Quem diabos teria pensado?"

Ela sacode a cabeça. "Não eu, isso é com certeza."

Ela pega minhas mãos e me puxa para o meio da área que montei
para dançar.

A banda ao vivo, no canto, começou a tocar e quase todo mundo


está aqui, cantando junto e dançando.

"Sou casada!" Tillie grita novamente. "E ele é rico."

Eu ri. "Estou ciente, Tills."

Sinto Jackson chegar atrás de mim e envolver seus braços em


volta da minha cintura.

"Divertindo-se, covinhas?"
Sorrio para ele e aceno.

"Posso te roubar por um minuto?" Ele grita, para ser ouvido sobre
a música.

Concordo com a cabeça e deixo que me conduza pela pista de


dança lotada, atravesse a sala e suba as escadas, que levam ao seu
apartamento, nosso apartamento, depois deste fim de semana.

"Onde estamos indo?" pergunto, uma vez que o barulho morre o


suficiente para que possamos, finalmente nos ouvir falar.

"Só quero você para mim, por alguns minutos."

"Você só quer ver como esse vestido fica no chão, não é?"

"Algo parecido."

Ele olha para mim, por cima do ombro, antes de virar a chave na
fechadura e abrir a porta.

Ainda estou olhando para ele, então, não percebo exatamente o


que ele fez, até que esteja quase no centro da sala de estar.

Há luzes de cordas em todos os lugares, assim como no andar de


baixo, e um monte enorme de minhas flores favoritas, rosas cor de
rosa, em um vaso de cristal gigante, no meio da mesa. Não sei se são
novos, ou se estava muito ocupada, com a preparação do casamento
para notar, mas ele também colocou quadros com fotos nossas, ao
redor do apartamento.

"O que é isso?"

Ele entra na sala e, em seguida, lentamente, vira-se para mim.

Parece saído de um filme, em seu smoking preto e camisa branca,


toda a sua estrutura suavemente iluminada pelo brilho das luzes.
"Pensei que merecia algo só para você."

"Jackson," respiro em descrença. Não posso acreditar que fez tudo


isso por mim.

Ele pega um balde de gelo, que não vi na mesa e puxa uma


garrafa de champanhe.

Serve-nos um copo, enquanto perambulo pela sala, tocando


suavemente as luzes que está penduradas.

Viro-me e ele está bem ali na minha frente, segurando um copo


para mim.

"Obrigada," sussurro.

Ele segura seu próprio copo, para tilintar contra o meu.

"O que estamos brindando?"

"Você," ele diz simplesmente.

Seus olhos estão nos meus e há uma intensidade irradiando dele,


que não estou acostumada a sentir.

"Você fez tudo isso por mim?"

"Fiz."

"Mas você odeia luzes de cordas."

"Posso dizer com segurança, que gosto ainda menos delas agora."

Olho em volta, quebrando nosso contato, mas ainda posso sentir


seus olhos em mim, intensos.

Tomo um gole do meu copo e lamento, em agradecimento, odeio


saber o custo dessa garrafa, é o melhor champanhe que já provei.

"Eu queria falar contigo sobre entrar nos negócios..."


Volto meus olhos para ele. "Estou dentro, se você estiver."

O canto da sua boca transforma-se em um pequeno sorriso. "Oh,


estou com você covinhas, estou no caminho certo."

Não posso explicar a vibração no ar, entre nós, mas parece muito
com a primeira vez, apenas um magnetismo unindo-nos.

"Não ficará enjoado... vivermos e trabalharmos juntos?" pergunto,


quando ele pega o copo da minha mão e coloca na mesa, junto com
a sua.

Ele balança a cabeça, quando se vira para mim. "Não."

É tudo o que ele diz e não sei explicar por que, mas está me
deixando nervosa.

Uma de suas mãos alcança minha cintura e a outra, coloca em


volta do meu pescoço.

Vou para ele, ansiosamente, minhas próprias mãos descansando


em seus ombros.

Ele se inclina devagar, até nossos lábios se unirem, apenas um


breve contato.

"Quero ser seu companheiro de quarto..." ele diz, antes de me


beijar novamente. "Seu parceiro de negócios..." Outro beijo. "Seu
melhor amigo..." Sua voz é rouca e cheia de promessas.

Fecho meus olhos, enquanto ele traz seus lábios aos meus,
novamente. "E seu marido…"

Minhas pálpebras se abrem e olho, diretamente, em seus olhos.


"Uau... o que?"

"Você me ouviu," diz ele.


Fico lá, olhando-o, totalmente imóvel por alguns segundos.

Sei o que ouvi, mas ainda não sei o que quer dizer. Não sei se ele
está perguntando o que acho, ou está pedindo.

Ele solta as mãos do meu corpo e alcança seu bolso.

Puxa uma caixa de cetim preto e minha mão voa para a boca. "Oh
meu Deus," respiro fundo.

Ele cai em um joelho e eu me ouço ofegar. Isso está, realmente,


acontecendo.

"Katie North, covinhas." Ele sorri. "Você é, seriamente, a melhor


coisa que já aconteceu comigo."

Ele pega minha mão, a que ainda não está cobrindo minha boca.

“Não parei de pensar em você, desde que acordei e li sua


primeira nota. Eu deveria ter sabido que não conseguiria te
esquecer, quando não pude jogar fora.”

"Você ainda tem isso?" sussurro.

Ele concorda. "Ainda tenho as duas. Aparentemente, sou


sentimental assim, quando se trata de você.”

Não sei por que, mas isso faz meu coração derreter.

Durante todo esse tempo presumi que ainda era Lizzie quem
possuía o coração dele, mas agora sei que também possuo um
pedaço dele.

Ele aperta minha mão, novamente e olho para ele, esperando que
diga o que sei que vai dizer.
“Pensei que Tillie e Reece eram loucos, por se moverem tão
rápido, mas quando estou com você… eu entendo. Não quero
esperar mais um minuto para você usar meu anel.”

Não posso acreditar que isso está acontecendo, mas ele está certo.
Não quero esperar também. O vínculo que compartilhamos mostra
que nos conhecemos para sempre. Ele é meu melhor amigo.

"Você só não quer me dar tempo para fugir com um de seus


amigos."

Ele ri. "Bryn parece muito apaixonado por você."

Rio e uso minha mão livre para limpar as lágrimas, que estão
rolando pelas bochechas.

Ele abre a caixa do anel e revela um lindo anel solitário de


diamante. É simples e elegante e ele não poderia ter escolhido algo
mais perfeito, se tentasse.

"Lembra-se quando me perguntou se eu estava fora do casamento


para sempre?"

Concordo, lembro. Ele me disse que saberia, se conhecesse a


pessoa certa.

"Encontrei a pessoa certa, covinhas, você estava bem debaixo do


meu nariz."

Não posso nem falar, enquanto ele tira o anel da caixa e o segura
para mim, como uma oferta.

"Katie, prometo te amar, mesmo quando você não aguentar mais


as minhas pegadas bregas... prometo te amar para sempre, vai me
dar a honra de se tornar minha esposa?"
Mal o deixo terminar seu discurso, antes de chorar a palavra sim
e me jogar nele.

Ele me pega mal e nós dois caímos no chão.

Eu me vejo debaixo dele, com seu lindo rosto olhando para mim.

Não posso acreditar que posso olhar para ele todos os dias, pelo
resto da minha vida.

"Você quer seu anel?" Sua voz abafada pergunta, contra o meu
cabelo.

Concordo com a cabeça, ansiosamente e levanto a mão esquerda.

Ele coloca no meu dedo.

"É meio grande," ele murmura. "Se você não gostar, pode escolher
outra coisa."

"É perfeito," asseguro-lhe, enquanto olho para o anel no meu


dedo. "Nada que uma viagem ao joalheiro para um ajuste de
tamanho, não conserte."

"Está tudo bem?"

Puxo meus olhos do diamante brilhante, para seus


impressionantes olhos azuis. "É a coisa mais preciosa que já possuí,
porque você deu para mim."

"Isso é um pouco fofo," ele murmura, enquanto abaixa os lábios


nos meus.

Beija-me com tanta paixão, que quero rasgar as roupas do seu


corpo.
Ele se afasta, com um suspiro pesado. "Vão sentir falta de nós lá
embaixo."

Na verdade, eu tinha esquecido de todas as pessoas do andar de


baixo, mesmo sobre o casamento da minha melhor amiga.

"Oh Meu Deus, Tillie!"

Ele ri, quando sai de cima de mim e me puxa pela mão.

"Não se atreva a dizer uma palavra a ela, se nos pegar roubando


sua atenção, vai matar a nós dois," eu o aviso.

Ele pega minha mão e retira o anel, antes de colocá-lo de volta na


caixa.

"Não direi uma palavra," ele me promete, "mas com uma


condição..."

"O que é?"

"Quando nos casarmos, não quero tudo isso." Ele aponta para
baixo. "Sem ofensa à sua profissão ou qualquer coisa, mas se tiver
que ver outra série de luzes, posso perder a cabeça."

Ele é tão sexy, quando está frustrado.

"Nenhuma luz de corda," prometo. "Sem confusões. Nenhum


drama, só você, eu e nossos amigos.”

Ele sorri e me puxa para um abraço. "Eu sabia que estava casando
com você por um motivo."

Aperto meus dedos dos pés e o beijo, enquanto minhas mãos


alcançam o zíper de suas calças.

"O que está fazendo?" Ele sussurra contra meus lábios.


"Acho que sabe o que estou fazendo."

"Pensei que queria voltar para baixo?"

"Estou bem aqui," digo a ele, enquanto caio de joelhos na sua


frente.

"Oh, doce Jesus." Ele geme, enquanto libero seu comprimento


duro.

"Eu te disse que faria valer a pena." Sorrio, quando o levo em


minha boca.
Epilogo

Jackson

Estou na metade do meu turno, quando ouço as palavras que


ninguém, na indústria da hospitalidade, quer ouvir.

"Com licença, posso falar com você, por um momento?"

Olho para a mulher que acabou de falar comigo. Ela não tem o
seu típico ‘preciso falar com o gerente para avaliação,’ mas dores na
bunda vêm em todas as formas e tamanhos, acho.

Saio do bar, então estamos cara a cara, enquanto meus olhos


rolam internamente. "Como posso ajudá-la esta noite?"

"Você é o gerente?"

Tecnicamente, Katie é a administradora, no centro de eventos,


mas duvido que me afaste dessa, com um detalhe técnico.

"Sou um dos proprietários, qual o problema?"

Ela parece surpresa. "Oh, não há problema."

Franzo a testa. "Então o que posso fazer por você?"

"Bem, para ser franca... Alguém já apontou como é atraente?"

Não tenho certeza do que esperava que ela dissesse. Mas não
parecia que me achasse gostoso, isso é certo.
"Digo a ele o tempo todo," diz Katie, quando aparece no bar, ao
lado da mulher misteriosa. “Ele é um completo espertinho, certo?”
Ela diz, seu tom leve e provocante.

"Ele é maravilhoso."

“Como um boneco real do Ken. Ele até tem músculos para


combinar,” Katie continua. "Deveria vê-lo sem camisa."

A mulher sorri para ela. "Isso soa perfeito."

Meu rosto arde. “Hum, desculpem-me? Estou bem aqui...”


interrompo as duas. “Perfeito para quê?”

Não sei o que está acontecendo aqui, mas parece suspeito ser
ignorado.

"Estou trabalhando em um calendário para o próximo ano, um do


tipo cara quente, você sabe... e estou em busca de homens que se
parecem com você," ela me diz.

“Oh, sim! Ele vai fazer isso,” Katie responde, entusiasticamente,


antes que eu tenha a chance de responder.

“Droga, mulher, pare de me jogar debaixo do ônibus. Não quero


brincar de modelo.”

"Oh, vamos lá..." Ela faz beicinho para mim. "Você é tão lindo,
espertinho, seria um crime não fazer isso."

"Acho que você seria um perfeito Sr. Fevereiro," a mulher me diz.

Sacudo minha cabeça.

"Ohhhhh, por favoorrrrr," Katie me implora. Ela levanta uma


sobrancelha, sugestivamente. "Farei valer a pena..."
Tenho que segurar um gemido. A última vez que ela fez valer o
meu tempo, não tive absolutamente nenhum arrependimento sobre
minha decisão.

Há algo sobre um boquete de recompensa, que apenas o torna


muito melhor, do que um normal.

"Como vocês dois se conheceram?" A mulher pergunta a Katie,


com um brilho nos olhos.

Katie sorri, maliciosamente, enquanto seus olhos brilham entre


mim e a estranha.

"Nós nos conhecemos no bar ao lado... Ele estava com o coração


partido e bêbado." Ela ri.

"O barman de coração partido," a mulher diz, enquanto seus


olhos encontram os meus. "Deus, isso soa bem... Por favor, não me
faça implorar."

Penso novamente sobre Katie fazendo valer o meu tempo e


suspiro na derrota.

"Senhor fevereiro..." estremeço. "Tenho que manter minha cueca


para esta coisa, certo?"

Katie levanta as mãos triunfantemente e sorri para mim.

"É um acordo," diz a mulher.

Fim
Obrigada !

Obrigada por ler o Sr. Fevereiro, espero que tenha gostado.

Se gostou, por favor, considere deixar um comentário, eles dão


aos autores um feedback valioso, ajudam outros leitores a encontrar
novos livros e, realmente, aprecio isso!

Se está interessado em dar uma olhadinha no meu trabalho e


brindes, pode se inscrever no meu boletim informativo AQUI.

Por favor lembre-se:

Este livro foi escrito usando o inglês do Reino Unido e pode


conter eufemismos e gírias, que fazem parte da palavra falada na
Nova Zelândia.

Por favor, lembre-se de que as palavras não estão mal escritas.


São gírias e fazem parte do vernáculo da Nova Zelândia cotidiana.

Ou seja, sou da Nova Zelândia e, às vezes, dizemos coisas


estranhas por aqui ... por favor, tente ser legal sobre isso.

Obrigada novamente!
Agradecimentos

Às músicas, que inspiraram este livro - Be Alright - Dean Lewis e


11 Blocks - Wrabel.

Como sempre, graças à minha equipe, todos sabem quem você é,


não pude fazer isso sem você!

Aos meus leitores, muito obrigada pelo seu apoio contínuo,


espero que aproveite o resto da série!
Playlist

Be Alright – Dean Lewis

No Right To Love You (Acoustic) – Rhys Lewis

Secrets – Jacob Lee

The Middle – Gavin James

11 Blocks – Wrabel

We Could Go Back – Jonas Blue & Moelogo

Take Me Home – Jess Glynne

Breakeven – The Script

Old News – Mitch James

Addicted To You – Avicii

Best Thing I Never Had – Beyonce

Dream Catch Me – Newton Faulkner

Over My Head – The Fray

Cold Water – Conor Maynard

We Don’t Have To Take Our Clothes Off – Ella Eyre

Thank You for the Broken Heart – J Rice

Never Getting Over You – Colbie Caillat

All I Ever Need – Austin Mahone

Already Gone – Sleeping At Last


Vibes – Six60

Unsteady (Erich Lee Gravity Remix) – X Ambassadors & Erich


Lee

This Feeling – The Chainsmokers & Kelsea Ballerini

I’m Yours – Alessia Cara

Into You – Ariana Grande

Nightingale – Demi Lovato

Thinking Bout You – Ariana Grande

Look What I Found – Lady Gaga

Sex on Fire – Kings of Leon

Waking up Slow (piano version) – Gabrielle Aplin

Hotter Than Hell – Dua Lipa

Fast Car – Taio Cruz

Mixed Signals – Ruth B.

In My Head – Jason Derulo

Black & Blue – James TW

Electricity – Silk City, Diplo, Mark Ronson & Dua Lipa

Over And Over Again – Nathan Sykes & Ariana Grande

Fallin’ All In You – Shawn Mendes

We Can’t Stop – Miley Cyrus

Feel Good – Gryffin, ILLENIUM & Daya

Over Again – One Direction


Sobre a Autora

NICOLE S. GOODIN é autora de romances e mãe de dois filhos


de Taranaki, na Ilha do Norte da Nova Zelândia.

Em meados de 2015, começou a escrever sobre um grupo de


personagens, que não saía da cabeça. Seu primeiro livro, Rushed, foi
publicado em meados de 2016.

Nicole gosta de longas caminhadas na praia, brigas de


travesseiros e tranças no cabelo de seus amigos. N gosta de clichês,
de falar sobre si mesma na terceira pessoa e de pessoas que não
entendem seu senso de humor.

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