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Antes
mesmo da sua mãe partir para Chicago era ela quem cuidava da
casa. Ela tem seu próprio apartamento pequeno e um trabalho
decente cuidando da contabilidade do seu único amigo, o Sr. Higgins. E
não precisa de mais nada, especialmente não um homem que rouba o
seu telefone e depois seus absorventes, só porque ela não consegue
localizar o cartão de desconto do supermercado.
carro, Nick transfere sua avó para uma pequena cidade no sul de
— Qual é o número?
— Eu sei. Economizei uma viagem para você. — Meu pai disse uma
vez que haviam três regras pelas quais ele viveu sua vida. Primeira:
pense antes de falar; segunda: nunca desista; e terceira: nunca discuta
com as pessoas que você ama. Aparentemente, ele aprendeu da maneira
mais difícil e teve que perseguir mamãe por um ano inteiro antes que ela
concordasse em se casar com ele. — Eu as levarei até o seu carro.
Ela faz uma careta. — Não. Eu nem tinha pensado nisso, mas agora
estou. Obrigada por me avisar sobre as suas manias assustadoras.
Deus, aposto que estou uma bagunça. Minha mente pisca para o
homem bonito do supermercado. Quando penso nisso, fui a única a agir
como uma louca. Meu rosto esquenta com um pouco de mortificação. Eu
não deveria me importar; provavelmente nunca mais o verei. E se ele
estivesse apenas tentando fazer algo legal e eu agi como se ele tivesse más
intenções em relação a mim? Uma bola se forma no meu peito com o
pensamento de nunca mais ver o Sr. Bonito. É o melhor. Não é como se
eu realmente tivesse tempo para namorar de qualquer maneira.
Eu me levanto da cama, meus olhos se dirigem ao espelho que
paira sobre a minha cama. É uma das minhas coisas favoritas no meu
lugarzinho, pois tem a forma de um coração. Meu reflexo me mostra que
a chuva transformou meu cabelo encaracolado em uma bola
felpuda. Minhas bochechas ainda estão vermelhas e eu não tenho muita
certeza do porquê, para ser sincera. Provavelmente é uma mistura de
tudo. Eu gemo, caindo de novo na cama. Sim, então nunca o verei
novamente.
— Não sei por que a enfermeira Pat te desagrada tanto — vovó fala
do sofá.
— Nick.
— Vó.
— Então, o que você está fazendo com isso? — Ela olha a caixa
desconfiada. — Você tem algum problema de saúde que eu desconheço?
— O que você quer dizer com você não sabe? Como você está
entrando em contato com ela nesse telefone se não sabe o nome dela?
Eu dou uma piscadela para ela. — Ainda não, mas espero que em
breve.
Capítulo Quatro
BIRDIE
— Eu dou.
— Você sabe que está muito animada com isso — ele me provoca.
Eu provavelmente estou.
Minha falta de amigos tem muito a ver com o fato de eu não ter
redes sociais e morar em uma cidade pequena. Estava em muitas redes
sociais durante o ensino médio. Foi assim que me inteirei que minha
mãe fazia shows na webcam. Foi assim também que todos os outros na
minha escola descobriram. Fui assediada diariamente. Com os meninos
foi ainda pior. Eles tentavam me encurralar e me pediam para fazer
algumas das coisas que alegavam que minha mãe fazia. Eu não sabia o
que ela fazia em seus shows na webcan e não procurei descobrir. Nunca
disse algo a ela sobre isso. Mas tenho certeza que ela sabia que eu estava
ciente disso, mas qual seria o ponto? Provavelmente foi melhor ela ter
ido embora daqui. Eu faria o mesmo se o Sr. Higgins não tivesse me dado
um emprego. Sorte a minha que ele me deu uma oportunidade.
Vovó acha que qualquer mulher que respira na minha direção quer
ter acesso à minha conta bancária. Eu tive algumas experiências
negativas que me impediram de namorar, mas está tudo bem, por causa
disso agora a encontrei e é isso que importa.
Vovó diz que não posso continuar falando com você, a menos que
você me diga seu nome.
Eu nem acho que ela é sua avó. Você provavelmente a alugou com o
único objetivo de me fazer sentir segura. Não direi o meu nome a um
potencial serial killer3. Você já tem meu número.
3 Assassino em série.
indecisa e depois apertar os olhos como se visse alguma evidência na
minha bochecha superior esquerda. Eu me decido com rapidez. — Você
terá que responder por mim agora. — Pressiono o botão de discagem e
entrego o telefone à minha avó.
Tiro o telefone da mão dela porque Vovó é uma velha que se irrita
facilmente e não sei o que ela diria, mas não arriscaria. — Aí está. Você
terá que vir à nossa casa e jantar com a gente para compensá-la.
Palavras da minha avó.
— E pecorino?
Ela cruza os braços. — Não como a minha. Você quer que essa
garota goste de você ou que ela pense em você como um serial killer?
4Enfermeira Mildred Ratched é a principal antagonista do livro de Ken Kesey e no filme de Miloš
Forman "Um Estranho no Ninho".
— É “o caminho para o coração de um homem é através do
estômago”.
Ah, eu sei que ele não gosta quando as pessoas se atrasam. Ele diz
que nada é mais rude do que pessoas que não respeitam o tempo dos
outros. Que eu posso equilibrar o talão de cheques, mas o tempo é a
coisa mais cara do mundo. Irônico, porque antes de hoje, eu estava
fazendo a contabilidade dele manualmente por muito tempo. Todo
mundo está louco por aqui. Deve estar mudando a estação. Todo mundo
está agindo de forma estranha ou algo assim.
— Ela disse que ele não é um serial killer — O Sr. Higgins tenta
argumentar comigo. — Ela parecia confiável.
— Primeiro você diz que eu posso mudar nossa contabilidade e
agora você está dizendo que eu deveria ir nesse encontro? — Estendo a
mão, tocando sua testa. — Você está se sentindo bem?
Ela não parecia adorável, ela parecia meio atrevida para mim. Eu
acho que ela se lançaria em mim antes que seu neto me mutilasse.
— Você sabe o quê. Eu irei pra lá — Pego minha bolsa e jogo todas
as minhas coisas lá dentro. Demoro um minuto, porque eu carrego muita
porcaria. Eu não posso evitar. Não consigo jogar coisas fora. Quando
você cresce com muito pouco, fica com o que tem. Você não descarta as
coisas facilmente. Nada é inútil. Por isso me dediquei a
contabilidade. Não queria cometer os mesmos erros que minha mãe
cometeu. Não apenas isso, os números nunca mentem. Eles são o que
são. Não há como mudá-los. — Eu vou lá e serei assassinada e você se
sentirá muito culpado por isso. — Saio do escritório com risos do Sr.
Higgins.
Olho para minha camisa jeans azul de botões e calça de ioga. Estou
usando minhas botas de chuva porque meus tênis ainda estavam
molhados. Eu não posso entrar lá assim. O homem é louco, no entanto,
gostoso.
Não percebi que estava inseguro se ela viria até o momento em que
senti alívio ao vê-la na entrada da garagem. Deixou-me com os joelhos
fracos. Aperto sua mão na minha e a arrasto para dentro de casa. Eu me
pergunto se ela ficaria brava caso eu a trancasse? Muito furiosa, eu acho.
Vovó espia de sua posição no sofá onde está lendo o último livro de
Nora Roberts. — Bonita, mas meio magricela.
Ela puxa sua mão da minha. Eu a deixo ir porque ela está na minha
casa. Por enquanto, apenas tê-la no mesmo espaço é suficiente.
— Vovó — eu a corto.
Ela nega com a cabeça. — Não. Isso está bom — Ela finalmente
prova a mistura e descobre que não é tão ruim quanto temia. — Por que
você não está bebendo? Eu pensei que isso aumentava a resistência.
— Eles são baratos? — ela grita. — São cinco dólares. Isso não é
barato. — Ela começa a olhar em volta da casa pequena. — Você deve
ser rico.
Não faz sentido pensar nisso. Não pararei de perseguir Birdie. Ela é
a tal. Só preciso descobrir a melhor maneira de me livrar do meu tio,
retomar minha empresa e garantir um futuro para minha família. Fácil
né? Eu fecho meus dedos em um punho, olho para a parede por um
longo minuto e então me forço a relaxar. Será fácil – assim que eu
encontrar as respostas.
Capítulo Oito
BIRDIE
— Obrigada — Olho para o meu prato que está quase vazio. Não
me lembro de comer metade dele. Eu devo ter empurrado na minha
boca. Que desperdício. Nick coloca mais um pouco de comida no meu
prato. — Eu não posso comer tudo isso — protesto. Oh, eu posso, eu
simplesmente não deveria.
— Eu fiz para você. — A maneira como ele diz isso doce e inocente
me faz desistir. Faz parecer que machucará seus sentimentos se eu não
comer tudo, o que me leva a dar outra garfada. Danem-se ele e os
truques estranhos da sua avó. Não sei como continuam fazendo o que
querem comigo, mas fazem. Acabarei de comer e depois darei o fora
daqui. Pelo menos esse é o plano. De alguma forma Nick e seus modos
astutos me fazem contar tudo sobre mim. Então vovó me põe sentada ao
seu lado enquanto assiste a Roda da Fortuna. Eu brinco com ela
enquanto Nick lava os pratos. Na verdade, estou me divertindo. Hoje em
dia não tenho muita companhia. A maior parte do meu tempo social é
gasto com o Sr. Higgins, então essa é uma boa mudança de ritmo.
E LE ME SEGUE ATÉ EM CASA . Eu discuti com ele por uns bons dez minutos,
mas desisti quando ele apontou que não precisava da minha
autorização. Entrei no meu carro e pensei em correr, mas decidi dirigir a
15km/h abaixo do limite de velocidade apenas para irritá-lo. Só eu achei
graça, porque Higgins ficou bravo.
Nick não faz Higgins esperar como ele me fez. Em vez disso, ele
estende a mão imediatamente e diz: — Nick Hall.
Para minha extrema alegria, Higgins olha para a mão de Nick como
se ele fosse um assassino.
É uma pergunta tão rude que eu espero que Nick se ofenda, mas ele
começa a rir, dobrando ao meio como se fosse a coisa mais engraçada
que ele já ouviu. Higgins e eu trocamos olhares confusos. Depois de uivar
pelo que parecem cinco minutos, Nick se endireita e passa a mão na
parte de trás dos olhos.
— Não, e esse é o problema. Ele sabe tudo sobre esta cidade. Ele
chamou a nossa casa de a casa de Alison e perguntou sobre a situação
dos móveis. — As mãos de vovó tremem entre as minhas. Eu aperto mais
meu aperto. — Não se preocupe, ok. Obterei todas as evidências
necessárias para derrubar meu tio.
Você é assustador.
Eu me ergo. — Birdie?
A mulher dos meus sonhos vira sua juba selvagem de cabelos e me
prende no lugar com seus brilhantes olhos verdes. — Esse é o meu
nome. Gosta disso? — Ela para a uma polegada dos meus pés. Meus
olhos caem para os dedos dos pés pintados com algum tipo de brilho que
capta a luz. Lentamente, subo ao longo da costura interna de seu jeans
até atingir a junção de suas pernas.
Não sei o que mudou. Tem a ver com a linha de perguntas do Sr.
Higgins na outra noite. Nick parecia muito desconfortável com a
profundidade do Sr. Higgins. Embora seu sorriso permanecesse em seu
rosto, seu humor mudara. Lembro a mim mesma que sei que ele está
escondendo alguma coisa. Ouvi a própria avó dizer isso. Ainda assim,
não consigo parar de pensar nele. Ou por que ele decidiu sumir
agora. Ele foi o único a me perseguir, por isso não faz sentido.
— Eu...
Ele apenas diz uma palavra então para. Agora estou começando a
ficar chateada. Não gosto de jogos e, principalmente, de jogos que me
deixam emocionalmente agitada. É exatamente por isso que não
namoro.
— Nós não podemos fazer isso — diz ele enquanto beija a lateral
do meu pescoço.
— Por quê? —repito minha pergunta. Ele disse que não podemos
fazer isso. Foi ele quem me beijou. E é quem estava me seguindo. É muita
coincidência que ele estivesse com os meus óculos na mão quando voltei
para pegá-los. Era apenas uma questão de minutos e a única maneira
dele vê-los lá, seria se ele estivesse me observando, para começar.
Juro que ele hesita por meio segundo, pelo menos, antes de
acelerar o passo em uma corrida lenta. Eu pulo em seu ombro, minha
cabeça quase batendo em seu traseiro algumas vezes. Bom Deus, o cara
tem uma bela bunda. Eu me dou um tapa mental. Eu não deveria
apreciar sua bunda. Deveria lutar e depois escapar. Começo a me mexer,
como uma minhoca na ponta do gancho, empurrando suas costas e
chutando minhas pernas. Para minha consternação – quer dizer, para
minha grande alegria, ele me põe no chão.
Eu sopro a franja do meu rosto. — O que foi tudo isso? — Uma voz
interior me diz que agora é a hora de fugir, mas meus pés estão
cimentados no chão.
Nick olha para mim. — Quantos homens você tem que vêm aqui
trazendo comida para você? Quero nomes, números e localizações.
— Fique aí — ele ordena como o gato de rua que ele pensa que eu
sou.
Minha mão mexe com a fivela, mas ele está no carro e rolando pela
rua antes que eu possa destravar a maldita coisa. Com um suspiro, cruzo
os meus braços e o encaro.
Fecho a boca e olho para o outro lado, sem querer que ele veja que
estou afetada. Ele estica a mão e aperta minha perna. — Eu sinto
muito. Sou um idiota que passou mais tempo na biblioteca do que
descobrindo como interagir com as mulheres. Não sei o que estou
fazendo, mas quero você. Todas essas coisas sobre bebês e casamento,
quero tê-las com você. Não estou brincando, mas antes que eu possa ter
essas coisas, tenho que colocar meu tio atrás das grades ou ele
machucará você, a minha avó e a mim.
De todas as coisas que pensei que ele poderia me dizer, nunca
pensei na história que ele acabou de me contar. Eu só posso olhar para
ele em choque.
— Você deveria fazer uma pausa. Você está nisso há horas — Ele
empurra o laptop fechando-o.
Ele me dá. Fico mole, deixando seu calor me cercar. É tão bom estar
em seus braços. Eu me sinto bem novamente. Por três longos dias, me
senti mal. Como se um pedaço de mim estivesse faltando e agora está
voltando ao lugar, me endireitando novamente. Eu gemo em sua boca.
— Ah Merda.
Minha boca se abre. Eu olho para Nick. Não acredito que ele acabou
de dizer isso. Ele está sorrindo.
— Ela sabe tudo, vovó. Por sorte, Birdie é boa com números e faz a
contabilidade em seu trabalho. Ela se ofereceu para dar uma olhada em
tudo e tentar me ajudar.
Isso faz Vovó dar um enorme sorriso. Estendo a mão para agarrá-la
antes que ela escorregue da cama em seu acesso de riso. Ela é tão frágil,
estou preocupada que ela quebre algo.
— Ela está aqui por mim, vovó — diz ele fingindo frustração. Eu
sorrio enquanto eles lutam pela minha atenção.
— Limpei seu nariz ranhoso e sua bunda por anos. Eu acho que o
mínimo que você poderia fazer é compartilhar. — Ela levanta uma
sobrancelha para ele. A brincadeira deles me deixa à vontade e me faz
sentir em casa, estabelecendo algo dentro de mim.
— Porque é bonito?
Ela se vira e coloca um dedo nos meus lábios para me calar. — Não
diga isso.
Minha pele queima sob seu toque e mal consigo formular a minha
pergunta.
— O que? — Eu coaxo.
Ela ri disso. — Se é isso que te excita, acho que não preciso ficar tão
nervosa com a cama aqui.
Porque ela está me observando e não para onde está indo, ela
acaba caindo no sofá. Inclino-me a ela prendendo-a nas almofadas. —
Confie em mim, Birdie. Tudo será bom. — Eu não a deixo responder. Ela
só precisa sentir e eu também. Nós dois precisamos limpar um pouco a
nossa mente, onde coisas como dúvidas, vingança e raiva estão
engarrafadas. Em vez disso, devemos nos concentrar no momento – em
como seus lábios macios parecem esmagados contra os meus, ou como
têm gosto de menta e chocolate – picante e doce. Minha língua mergulha
nos recessos úmidos de sua boca, explorando o céu áspero e sensível e
os dentes de porcelana lisos. Sua própria língua esfrega contra a minha,
tímida a princípio e depois mais agressiva, reivindicando-me como a
reivindico.
Ela assente.
— Sim — ela diz. A caverna confortável dela aperta meu dedo, tão
quente e tão escorregadia que eu preciso morder minha língua para
evitar gozar. — Eu não sei sobre isso.
— Eu estou bem.
— Você tem certeza? — A palma da mão desliza para segurar meu
pau duro. Eu quase engulo minha língua. Até esse pequeno toque é o
suficiente para me fazer gozar. Afasto a mão dela.
— Ah, sinto muito. Eu não sabia que os paus eram tão grandes! —
ela lamenta.
Ela chupa o lábio inferior. — Eu não sei. Ouvi dizer que alguns
caras não gostam disso.
— Alguns caras são idiotas.
— O que? Não.
Meu pau está na minha mão e pronto para tomá-la. Eu pego seu
corpo, corado da cabeça aos pés. Seus olhos estão brilhando na sala mal
iluminada. Com o cabelo espalhado sobre o travesseiro e o peito
arrepiante, ela parece uma oferta deliciosa – uma donzela a ser
reivindicada.
As palavras não deviam importar tanto. São ações que contam, mas
a proclamação dela me leva ao limite novamente. Eu bato nela e gozo de
novo e de novo até que meu corpo não tenha mais nada. Caio no colchão,
virando para o lado no último segundo, para não esmagar seu corpo
menor com o meu grande. Eu a puxo para meus braços, beijando a
umidade em suas bochechas.
Coro pensando nos beijos que ele me deu entre minhas coxas. Não
tenho nenhum problema em esperar se ele continuar me dando
isso. Pelo menos por um tempo, mas eu estava desejando a proximidade
que o ato de amor nos trouxe. Estou apenas um pouco dolorida e sei que
meu corpo ficará mais do que bem com outra rodada com Nick.
Vou para o banheiro, abro a porta e corro para me esconder atrás
da parede que o separa da área de estar no quarto. Ele chama meu
nome. Coloco a mão na boca para não rir.
— BOO! — Eu grito. Ele nem se encolhe. Acho que não sou uma
espiã assustadora. Não importa, sou furtiva e é disso que precisamos se
quisermos obter as informações.
— Você sempre parece sexy, mas essas calças são outra coisa.
Ele ri. — Acho que você não consegue nada no Barney's por cinco
dólares. Nem mesmo uma xícara de café. — Ele se inclina, roçando sua
boca na minha. Deslizo minhas mãos pelas costas dele, aprofundando
esse beijo enquanto deixo escapar um pequeno gemido feliz em sua
boca. Eu nunca me senti tão conectada a alguém antes. Ele se afasta com
um grunhido relutante.
— Você deveria ficar aqui — diz ele. Eu posso ver que ele está
tendo uma batalha interior consigo mesmo.
— E se algo acontecer? —
Ele me coloca de pé e coloca as mãos no meu rosto. Então abraça
tão gentilmente, como se eu fosse a coisa mais preciosa e frágil do
mundo. Seus olhos são ternos quando olham nos meus. Eu posso ver a
preocupação no seu olhar. Levanto uma das mãos e deixo meus dedos
correrem por seu rosto agora carrancudo.
Viro minha cabeça, beijando sua palma. Eu tenho que lutar contra
as lágrimas que querem se libertar. Ninguém nunca pensou em mim
dessa maneira. Minha mãe poderia se importar menos com o que eu
fizasse. Ela estava feliz por não precisar mais lidar comigo e poder
continuar vivendo sua vida.
— Eu ficarei bem. — Levanto-me na ponta dos pés para roçar a
minha boca contra a dele. — Temos que fazer isso pelos seus pais
também. Além disso, Vovó merece ter os cuidados adequados. Ela
deveria poder ficar onde quiser. Seus pais trabalharam duro para
garantir que ela tivesse esse privilégio. Seu tio não se safará com isso.
Nick fecha os olhos. Eu sei que ele ainda está lutando contra
isso. Eu também sei que ele dirá que pode ir sozinho.
O sol se pôs, mas é fácil ver que o bairro onde ele mora é para os
ricos e famosos. Cada casa é maior que a outra. Elas estão todas
espalhadas, mas ainda fazem parte de um bairro. Tenho certeza de que
durante o dia as crianças andam de bicicleta pela rua. Eu posso me ver
tendo uma família por aqui. Meu coração dá um empurrão engraçado
com esses pensamentos. É a primeira vez que considerei ter um
filho. Minha mão vai para o meu estômago pensando na probabilidade
disso depois que Nick e eu fizemos amor. Nenhum de nós pensou em
proteção. Foi a coisa mais distante da minha mente. Tudo que eu queria
era estar perto dele.
— Por que seu tio fica aqui? — pergunto. Eu sei que ele é um
homem solteiro que obviamente gosta de fazer coisas ruins.
Dou-lhe um meio sorriso para que ela saiba que tenho tudo sob
controle. Eu não tenho, claro. Meu plano inicial era entrar e pegar os
arquivos que precisava, mas a presença de Birdie exigia uma abordagem
mais direta. Embora... eu balanço minha cabeça em direção à
saída. Birdie entende imediatamente. Ela pegará os arquivos enquanto
eu distraio meu tio. Limpo minha garganta. Ainda assim, ninguém presta
atenção em mim. Os olhos de todos estão presos nos corpos giratórios
na frente deles. De perto, percebo que esses homens são metade do
conselho. Ponho a mão na boca quando estabeleço a importância disso.
Poderia trazer uma confissão por escrito do tio Jim e eles não o
expulsariam. Não quando ele organiza esse tipo de festa. Checo as
meninas novamente e é aí que percebo. Elas são realmente meninas. Por
baixo da maquiagem endurecida e os olhos vidrados essas meninas são
jovens. Jovens demais para estar fazendo essa merda.
— Não consigo encontrar o escritório do seu pai. Por que esse lugar
é tão grande? Eu pensei que havia apenas três de vocês!
— Isso é péssimo.
Eu bufei uma risada. — Sim, ele era. — Não estou mais sozinho,
lembro-me. Eu tenho Birdie. Nós passaremos por isso juntos. Demoro
cerca de dez minutos explorando o sistema de rede da casa, mas
encontro os arquivos de segurança da sala de entretenimento. Nem
sequer estão protegidos por senha. Tio Jim acreditava que não tinha
ninguém a quem temer uma vez que eu saí da cidade. — Talvez você
deva olhar para o outro lado — sugiro antes de assistir um dos vídeos.
— Isso é discutível.
Eu ainda hesito, não querendo que Birdie veja essa merda. Ela
move o mouse debaixo da minha mão. — Confie em mim — diz ela
calmamente.
— E a polícia.
6 Aquela brincadeira de que quando você encosta na pessoa, ela fica “congelada” no lugar.
Os olhos de Birdie se arregalam. — Tem certeza disso?
— Nick, meu filho! — Tio Jim diz. Ele caminha, puxando as calças
para cima da grande barriga que desenvolveu comendo da comida da
minha mãe. — Bom Deus, homem, por que você fugiu? — Ele me puxa
para um abraço, que eu me esquivo ao chegar em direção ao armário de
bebidas. — Eu fiquei muito preocupado. Enviei detetives para encontrar
você.
Tio Jim solta uma risada forçada. — Filho, do que você está
falando? As drogas? Todo mundo faz isso hoje em dia. Não faz sentido
colocar essas jovens legais em apuros, porque preferem engolir um
comprimido a beber. É o que os jovens fazem.
Eu o encaro, esse filho da puta que tirou meu pai da estrada. Talvez
nunca consiga provar isso, mas posso derrubá-lo. Eu posso tirar tudo o
que ele mais gosta – dinheiro, poder, prestígio. Minha vingança começa
agora. — Como eu disse, Baldwin, o primeiro que chegar com uma
variedade de ações sai dessa bagunça. O resto de vocês, eu tenho
gravado. Literalmente.
— Um quarto.
Olho para cima e vejo uma das jovens tremendo e chorando. Ela
provavelmente está fora do efeito das drogas. Aproximo-me para sentar
ao seu lado. Eu puxo meu suéter por cima da cabeça e o coloco nela,
esperando que minha presença a conforte de alguma forma. Às vezes,
apenas saber que alguém está lá com você pode significar mais do que
qualquer palavra.
Minha mente volta ao vídeo que eu assisti do tio de Nick e o que ele
fez com essas pobres meninas inocentes. Elas são tão jovens. Jovens
demais para experimentar o que tinham em suas mãos. Não sei como
elas entraram nesse caminho, mas sei que Nick fará o que for preciso
para ajudá-las. Tive sorte de não seguir minha mãe. Quem sabe onde eu
acabaria? Muitas vezes é preciso que as pessoas certas entrem na sua
vida no momento perfeito para mudar tudo, e talvez isso seja algo que
Nick e eu possamos fazer por essas garotas, se elas nos deixarem. Não
sei quais são as situações da vida delas, mas ninguém merece o que vi
naquele vídeo.
Quem sabe há quanto tempo o tio de Nick faz isso? Pelo menos
agora ele será detido para sempre. Não acredito nem por um segundo
que ele não estivesse fazendo esse tipo de coisa antes que os pais de
Nick morressem. Agora ele ficou mais arrogante, pensando que era
intocável. É isso que o dinheiro e o poder fazem com algumas
pessoas. Faz eles se sentirem como se estivessem acima da lei. Suponho
que o tio de Nick pensou que ele se livraria de tudo que estivesse no seu
caminho. Ele começou com os pais de Nick e eu realmente acredito que
se Nick e a vovó não fugissem eles seriam os próximos.
Ele puxa minha blusa e depois fica atrás de mim para desabotoar
meu sutiã. Cai de joelhos na minha frente, me ajudando a tirar minhas
botas. Eu descanso minhas mãos em seus ombros largos enquanto ele
tenta tirar a calça de couro nas minhas pernas. Eu rio, quase caindo.
Não tenho certeza se ele está feliz com isso ou não. Você não pode
usar calcinha com calças de couro ou as linhas aparecerão. Não é como
se eu tivesse uma calcinha fio dental. Ele se inclina, beijando minhas
partes íntimas e eu tomo isso como um sinal de que ele gostou.
— Você tem sorte de ser rico porque comprará outra nova para
mim.
Ele solta meu mamilo e cai de joelhos. Antes que eu saiba o que está
acontecendo, ele levanta minha perna esquerda e sua boca quente está
em mim. Eu arqueio minhas costas para que meus quadris estejam
empurrando nele. Querendo o que sua boca está prometendo.
Quanto a Birdie, ela ficou feliz em sair da cidade, onde todos ainda
a chamavam de garota cuja mãe vendia fotos de si mesma na
internet. Aqui, Birdie é anônima. Bem, na verdade não. Ela é a sra. Nick
Merritt Hall, mas o dinheiro é um grande escudo. Ninguém aqui a
conhece pelos delitos de sua mãe. Em vez disso, ela é a jovem filantropa
que cria abrigos em toda a cidade para ajudar meninas e mulheres
problemáticas. Ela até teve um artigo no Chicago Monthly. Eu tive a capa
ampliada e colocada no meu escritório. Ela diz que está horrível, mas eu
adoro isso.
Ela pisca para mim antes de chamar a atenção de Stan, o garoto que
entrega computadores. Enquanto ele mantém os olhos voltados para a
frente, os meus permanecem na bunda bonita de Birdie. Eu coloquei
minha boca nela na noite passada. E a memória está mexendo coisas no
meu jeans que provavelmente não deveriam ser despertadas em um
lugar como este. Pego o telefone e mando uma mensagem para Birdie
que voltarei para o meu escritório.
Depois que Dexter termina sua ladainha de coisas que tenho que
fazer, me tranco no meu escritório e começo a trabalhar.
— Ainda não arruinei os negócios — falo para foto do meu pai. Ele
sorri de volta para mim e mesmo que ele tenha ido, eu ainda sinto que
ele está me apoiando. Ainda assim, é o legado dele que estou protegendo
para que eu possa passar isso para o meu próprio filho. Dedico-me ao
trabalho e começo a checar as coisas da minha lista. As chamadas são
retornadas, os e-mails são respondidos, os contratos estão assinados, e
as propostas estão revisadas. Antes que eu perceba, o sol parou de
brilhar e as luzes da rua estão acesas. Afasto-me da minha mesa e vou
até as janelas. Os faróis competem com as luzes de freio, criando uma
bela imagem noturna. Hora de eu ir para casa. Volto à minha mesa para
arrumar minha maleta quando a porta do meu escritório se abre. Olho
para cima e vejo Birdie na porta com dois sacos de papel marrom. Um
sorriso surge no meu rosto.
3 ANOS DEPOIS
Acho que não conheci alguém tão perspicaz quanto a vovó em toda
a minha vida. A mulher não perde nada. Às vezes, ela brinca como se não
soubesse de algo apenas para obter mais informações das pessoas, mas
sempre sabe o que está fazendo. Ela geralmente toma seu tempo até
conseguir que você dê o que ela quer, é sorrateira, mas de uma maneira
bonita e velha. Eu adoro a Vovó e ela se tornou uma das minhas
confidentes mais próximas. Nick diz que nos juntamos contra ele, mas
ele está com o Sr. Higgins, então estamos bem.
Eu ri porque acho que ele pode ter cometido um deslize quando foi
alguns dias atrás jogar com ela. Tive que perder o nosso encontro
porque não estava me sentindo bem. Ultimamente, costumo me cansar
facilmente, mas o médico me disse que deve passar em breve. Nick
queria ficar em casa comigo, mas eu o fiz ir. Eu sabia que não deveria
deixá-lo sozinho com ela. Ele provavelmente contou sem querer. Eu
sorrio, pensando em quanto eu amo aquela velhinha encrenqueira.
— Eu tentei jogar um' quando tivermos um ', mas acho que ela não
acreditou
Eu continuo rindo.
— Isto é tudo culpa sua. Eu sabia que deveria ter cancelado quando
você não estava se sentindo bem.
Eu continuo sorrindo enquanto levanto minha cabeça e beijo meu
homem.
Ele sorri antes de beijar minha boca. Tento aprofundar o beijo, mas
sou interrompida pela campainha.
— Eles estão aqui! — Pulo para longe de Nick, meio correndo para
a porta. Sr. Higgins acomponhado pela vovó. Abro a porta da frente.
— Está perfeito.
Tradução: Bells
Revisão: Carola V
Conferência: Anurb
Formatação : Ana R.