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Eu sou Ruby Winchester, tenho 18 anos, moro com a minha mãe no Texas e

atualmente estudo na escola Columbine carinhosamente apelidada de inferno por


mim mesma.

Acordei com o meu celular tocando o alarme dizendo que já era o momento de levantar
— coisa que eu não queria fazer —, rolei para o outro lado e peguei o aparelho para
desligá-lo, e, olha que maravilha! É uma sexta-feira 13, que legal. Depois de um
minuto de paz, me levantei e dei um longo e pesado suspiro, me levantei em seguida e
separei uma muda de roupas indo direto para o banheiro, tomei um banho e depois de
banhada e devidamente vestida, saí do cômodo dando de cara com a minha mãe.

— Querida, se demorar mais um pouco se atrasar para sua aula.

— Tudo bem, eu já estou descendo mãe.

— Ok, te espero lá embaixo. — Dito isso, minha progenitora sai do meu cantinho
privado fechando a porta.

Assim que ela saiu peguei um moletom longo, grosso e pesado a fim de que escondesse
as feridas que fiz em minha pele. Por fim, peguei minha mochila e desci até a sala —
com aquele peso nas mãos já que ainda possuo amor pela minha coluna — onde minha
progenitora se encontrava sentada no sofá lendo alguma revista que não dei a menor
importância. Apenas segui meu curso até a saída, mas antes falei:

— Mãe, estou indo! — Avisei já abrindo a porta, dei dois passos e me encontrei na rua
de casa, novamente, suspirei e abaixei a cabeça enquanto fechava a porta me
preparando mentalmente para o dia que enfrentaria no colégio.

Ergui a cabeça para respirar fundo e vi um carro preto parado em frente a minha
moradia. Dei outro longo suspiro e segui caminho até o veículo.

Apenas joguei minha mochila sobre um dos ombros e puxei o trinco da porta do
automóvel que já se encontrava destravado, sentei no banco do carona, fechei aquela
porta com uma força deveras exagerada a travei e coloquei o cinto sem nem mesmo
olhar para a mulher que estava no banco do motorista. Pude perceber de canto de olho
o revirar de olhos da moça que mesmo vendo meu mau humor, me cumprimentou:

— Bom dia Ruby.


— Não sei o que você vê de bom em ir para aquele inferno Bonnie. — Respondi um
tanto quanto irritada principalmente quando citei a escola, afinal, nunca encontrei
nada de bom naquele lugar.

— Otimista como sempre. — Bonnie deu a partida no carro e passou a dirigir até
aquele lugar. Confesso que no meio do caminho tive vontade de puxar o freio de mão
várias vezes durante mas preferi recostar a cabeça no vidro e observar os vários poste
e as várias pessoas passarem como borrões. Minutos depois chegamos ao nosso
destino.

Desci do veículo escuro e acenei para Bonnie como se dissesse: "Nós nós veremos
depois.", soltei uma lufada de ar e fui direto para a sala de Damon e Stefan para
conversar com eles já que eram os únicos que falavam comigo.

— Oi Ruby. — os garotos me cumprimentaram e eu apenas acenei tímidamente.

— Bom preparada 'pra aula de hoje?

— Sempre. — Digo com falso ânimo.

Junto dos meninos, comecei a dar algumas voltas pelo campus até que quando
estávamos chegando ao pátio, vimos um grupinho formado por Aurora, Celeste e
Violet vindo em nossa direção para encher o meu saco.

— Ora, ora se não é a esquisitinha da turma. — Disse Aurora com um forte tom de
ignorância presente na voz.

— Você, com toda certeza deve ter pagado eles para serem seus amigos — Celeste, a
outra demônia, riu após debochar de mim.

— Por que ela pagaria para ter a nossa amizade? — Perguntou Stefan já irritado.

— Bom, — Violet começou — porque ela não é boa o suficiente pra nada.

Na hora, segurei o choro, aquelas garotas não precisavam ver o quanto aquilo havia
me atingido, sabendo que não ia aguentar o pranto para sempre, corri para longe dali
indo para o banheiro do segundo andar, me apoiei no mármore da pia e comecei a
chorar descontroladamente.
Deixava as lágrimas correrem numa torrente sem fim, porém achei melhor jogar um
pouco de água em meu rosto. Ergui o olhar para o espelho e levei um susto ao ver um
garoto loiro no vidro, ele me encarava de uma maneira estranha. Olhei para trás
procurando pelo rapaz e como não o vi comecei a achar estar alucinando e, para mim,
isso é demais! Corri para uma das cabines, a tranquei e me sentei no chão, tirei de um
dos bolsos uma lâmina de apontador e com a ajuda dela fiz cortes profundos em meus
pulsos esperando que a morte iminente viesse me abraçar, mas isso não aconteceu.

Ao abrir meus olhos, vi o mesmo garoto que eu tinha visto no espelho mais cedo. Ele
estava com a minha lâmina na destra e estava entranha mente estancando o meu
sangramento. Ele estava… me ajudando(?).

— Por que você me ajudou? — Perguntei enquanto secava as lágrimas.

— Porque eu sei exatamente o que você está passando e isso — Se refere aos cortes —
não é uma saída.

— Não sei se eu te agradeço ou se te dou um soco — Levantei do chão um pouco tonta


devido à perda de sangue recente, novamente recebo ajuda daquele garoto esquisito.
Parando para pensar, nunca tinha o visto em lugar nenhum e ele é meio gelado como
se nem vivo estivesse. Bom, deixando minhas paranóias de lado, pude ouvir o som
estridente do sinal tocando indicando o horário de voltar. — Vamos para sala. —
Suspirei novamente e segui caminho para a minha classe com aquele loiro aguado no
meu encalço. Ao chegar lá, me debrucei sobre a mesa olhando de forma tediosa para
tudo e todos, exceto pela minha curiosidade sobre ele.

Fui surpreendida ao descobrir que o nome daquele moço era Tate e só descobri isso
pela chamada escolar. Ele era até mesmo da minha turma e eu nunca tinha o visto na
vida! Balancei a cabeça afastando esses pensamentos e vi a professora escrevendo
algumas palavras no quadro. Bufei irritada ao saber que se tratava de um trabalho.
Logo hoje? Não tinha como piorar não?

— Alunos, — a professora começou com o famoso discurso chato — eu irei sorteá-los


em duplas então depois de sorteadas cada dupla irá fazer um trabalho sobre a História
Americana. — Ela sorteia dupla por dupla que já iam sentando juntos para discutir
como o trabalho seria feito, até que chegou o meu nome — Ruby e Tate. — Essa me
pegou desprevinida, pensava que ficaria sozinha mas eu acabei sendo sorteada para
ser dupla do Tate que por "coincidência" foi o garoto que me "salvou".
Saí de onde estava levando comigo uma cadeira e sentei ao lado da minha primeira
dupla desde que comecei o ensino médio.

— Olá! - Ele falou animado e abriu um sorriso grande e iluminado, chegava até a
incomodar de certa forma. Ia responder quando alguém esbarrou em mim e me
derrubou da cadeira. Tinha ficado irritada e mais ainda ao notar que fora Celeste quem
havia me derrubado e vindo dela, só podia ter sido propositalmente.

— Nossa, você não podia sumir não garota? — Celeste disse com maldade. — Só de
olhar pra você eu sinto enjoo! — Tate me ajudou a levantar e isso irritou ainda mais a
cobra que saiu de lá batendo os pés emburrada feito criança.

— Garota insuportável. — Bufei e revirei os olhos, já estava farta das provocações


dela.

— Ei, — Tate chamou minha atenção — quer fazer alguma coisa a respeito?

— Claro que quero! — Falei convicta. — Mas não posso.

— Claro que pode. — Tate me deu certeza.

— E como poderia? Não é como se eu pudesse agarra-la pelo pescoço e acabar com o
mal pela raíz. — Perguntei confusa.

— Bom, vamos fazer o trabalho na casa ou na sua? — Ele disse aparentemente


ignorando tudo o que eu tinha dito anteriormente.

— Na sua.

— Perfeito! Então vá hoje às dez horas da noite e vá para passar a noite comigo.

— Okay... Isso é... — Comecei meio confusa — Muito estranho.

Tate revirou os olhos, bufou e disse:

— Você quer se vingar delas ou não?

— É claro que eu quero! — Exclamei.

— Então vá na minha casa hoje às dez horas.


— Aj, tá bom! — Respondi impaciente. E assim, ficamos conversando sobre o trabalho
por um tempo.

Eu acho que a minha vida e todos os problemas que tenho nela irão mudar
drásticamente a partir de hoje. O dia seguiu normalmente com mais aulas chatas até
que — finalmente — bate o sinal, todos guardam seus materiais e se levantam prestes
a irem embora. Eu já estava pronta para sair da sala quando senti alguém me puxar
pelo braço com muita força, temi ser alguém enviado por Celeste mas ao ver que era
Tate fiquei mais aliviada.

— Te vejo às dez. — Avisou e deu um beijo em minha bochecha. Me senti


estranhamente revigorada após isso.

— Até. — Acenei e fui para o estacionamento procurar pela Bonnie para enfim irmos
embora.

Quando cheguei em casa, não fiz muita coisa — nem mesmo almocei —, apenas fiquei
deitada em minha cama esperando o horário combinado para fazermos o trabalho.
Confesso que estou mais curiosa para saber qual a ideia dele para acabar com as
provocações diárias de Celeste. Com cerca de trinta para às dez, peguei meu material e
escrevi um bilhete para minha mãe não se preocupar, após isso, saí de casa e em
alguns minutos de caminhada já me encontrava na porta da morada de Tate. Olhei
para meu relógio de pulso e sorri, dez horas em ponto.

Toquei a campainha e ouvi um: "Já vai!" e não muito tempo depois, o menino abre a
porta com um sorriso esquisito — mas ignorei este fato. Enteei em sua casa e
começamos a fazer o trabalho. Ele já havia deixado tudo pronto na sala para que
fizéssemos o mais rápido possível.

Quando o relógio bateu três horas da manhã, Tate começa a agir de maneira estranha,
pendia a cabeça para o lado e revirava os olhos com uma força tão grande que já não se
via sua íris, também falava algumas desgraças de palavras estranhas em uma língua
que não conhecia.

— Contactum cum sanguine Maria volumus.*

De repente, sobreveio um vento que me arrepiou até os ossos. Ao prestar mais ateção
pude notar que era a voz de uma mulher. Ela disse se chamar Mary. Espera… Esse nome
é igual a…
— Espera, como a Bloody Mary? — Perguntei para confirmar minha teoria.

— Exatamente. — Garantiu Tate e foi assim que notei como ele queria resolver as
coisas.

Bloody nos contou coisas tenebrosas e uma delas foi a história de como ela foi
brutalmente assassinada pelo seu ex-namorado, que depois de matá-la arrancou seus
olhos com um bisturi e deixou seu corpo morto na frente de um espelho e seu espírito
atormentado ficou preso nesse espelho específico desde então. Bloody também nos
contou que ela sempre vê pessoas que se matam por causa do bullying que elas sofriam
e que cada uma dessas pessoas quer vingança.

— Se quiser posso invocá-la no banheiro amanhã mesmo. — Sugeri. Aquele era o


único jeito de acabar com o mal pela raíz.

— Ótimo, quanto mais cedo melhor. — Disse Mary.

Ainda naquela madrugada decidimos tudo que usaríamos e faríamos naquela escola,
batizei nossa ação de A Chamada do Terror.

No dia seguinte, resolvi ir bem cedo para aquele inferno que chamo de escola —
deixando Tate sozinho para pegar o que combinamos — e fiz como havia dito que
faria, organizei o ritual e invoquei o espírito de Mary no banheiro enquanto ainda
estava vazio. Depois de concluir o serviço saí do local com um sorriso de escárnio nos
lábios indo atrás de Tate. Assim que o vi me aproximei e fui direto ao ponto.

— Trouxe o que eu pedi?

— Sim minha cara. — Sorrimos cúmplices.

Vimos Celeste entrou no banheiro e viu todos os espíritos que eu invoquei e começou a
gritar isso era indício de bullying sendo exterminado, Tate e eu rimos já saboreando
nossa vingança.

Depois de um tempo Tate e eu vamos até a entrada da escola e trancamos o local de


ponta a ponta. Pegamos as nossas TMP — Armas tipo metralhadora — que havia
pedido que ele trouxesse e começamos a atirar em todo mundo. O desespero das
pessoas era música para os nossos ouvidos. A polícia chegou pouco depois, cercando o
perímetro escolar.
— Mortos com sucesso. — Tate disse e sorrimos.

Vários agentes com armas nas mãos arrombaram as portas e entraram já prontos para
nos prenderem.

— Larguem as armas agora! — Gritou uma agente.

Olhei para Tate e juntos fizemos sinais de armas com os dedos, apontamos para
nossas cabeças e fizemos um barulho de tiro com a boca, fingindo que íamos atirar nos
policiais. Eles sacaram suas armas e atiram em nós. Caímos de mãos dadas no chão, e
nossos espiritos saem de nossos corpos nos deixando sem vida. Acabamos ficando
presos na escola porque foi onde morremos e até os dias de hoje nós matamos pessoas
que se acham no direito de machuchar ou fazer bullying com outras pessoas.

ANOS DEPOIS

Uma garota havia acabado de fazer bullying com uma pessoa e depois de seus atos
entrou no banheiro rindo. Mas quando olhou no espelho se deparou com uma
mesagem escrita com sangue fresco que dizia "Tome cuidado estamos onde você menos
espera" com um desenho de sorisso assustador do lado. Assim que ela terminou de ler
os espiritos de Ruby e Tate apareceram no espelho e bateram as mãos no objeto que se
quebrou com tamanha força, a última coisa que pode ser ouvida foi um grito agoniante
ecoar por toda a escola.

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