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Insaciável

Cap01-

~ Any

Você acredita em que sonhos podem se tornar realidade? Se me


perguntasse isso há uns anos não saberia responder, apesar de que eu tenho
a vida que todos idealizam como "perfeita". Tenho uma família carinhosa,
que me dá tudo para alcançar esses sonhos, um namorado dos sonhos de
uma adolescente, sou a mais inteligente da escola, que está entrando na
faculdade de Direito.

Já sentiu como se faltasse algo na vida? que mesmo tendo tudo que você
queira não consegue tampar essa sensação. É como um coração partido,
não adianta você ir para bares e ficar com todos os homens, que você
sempre vai ter essa sensação que falta algo. Agora eu estou aqui sentada
prestes a fazer a maior loucura da minha vida, se mudar, mas não é uma
mudança simples, a menina do interior de são Paulo vai para o exterior.
Bom eu não estou tão animada como minha mãe que está extasiada com a
idéia de sua filha ir para uma grande faculdade em Nova York, eu deveria
esta pulando de felicidade, porém deixar tudo para trás, minha família e
sem falar no Lucca, o responsável de todos os meus risos involuntários, me
faz ter calafrios. Saio dos meus pensamentos quando a atendente bate na
mesa já impaciente.

-Desculpa é que eu fiquei pensando se isso é uma boa idéia, porque eu


assinando é como assinar uma vida sem ninguém que eu conheça do meu
lado, sabe você tem tudo e estes papéis podem fazer você ir para o
desconhecido...

-Tanto faz só pega – a moça disse com um tom nada agradável me


entregando o passaporte.
-desculpa... - digo constrangida e saio de lá e vou encontro com meu
namorado que se encontrava no carro.

-já ia descer para ver o que aconteceu...vai que se perdeu - disse ele me
dando um beijo enquanto entrava.

-Engraçadinho... Vou sentir falta desse seu senso de humor, desses seus
fios castanhos - falo mordendo o lábio inferior e vidrado no olhar dele,
como ele pode ser tão perfeito sem fazer nenhum esforço.

-E eu vou sentir falta... -me beijou- dos seus lábios, do seu cheiro - ele disse
enquanto cheirava meu cangote.

O olhei em seu rosto e estava estampada o desejo que guarda a 5 anos em


uma caixa bem fundo de sua alma desde quando iniciamos o nosso
relacionamento.

E sexo em minha vida é um assunto delicado ainda, já tive muita vontade


de sentir esse prazer, mas parece que nunca sinto que é a hora de perder a
virgindade e não que eu não confie no Lucca, afinal ele é meu amigo de
infância então não tem o porque de não confiar, mas acho que pelo fato de
antes dele namorar ficou com algumas, tenho medo de não ser o suficiente
para ele.

-Amor, estamos atrasados e sabe como minha mãe é, afinal a Raissa está lá
em casa não quero demorar- digo me afastando do mesmo.

-Vamos, não vai demorar- ele insiste passando as mãos na minha coxa e
subindo por dentro da minha blusa.

-Lucca(suspiro) - Aqui não! Eu quero esperar à hora certa e não perder


minha virgindade em um lugar super inapropriado - dito isso ele muda sua
expressão para revoltado e dá partida no carro.
-Eiii, fala comigo- tento chamar a atenção dele, mas sem sucesso. –Vai
ficar com raiva de mim, olha, eu vou embora amanhã, não quero passar a
noite pensando que você está irritado por minha causa.

-Any, eu já esperei o ensino médio todo, e faz uns 5 anos que estamos
juntos e até hoje nada. - falou desanimado.

-Ei, olha não está sendo fácil para mim, também. E eu prometo que quando
voltar vou lhe proporcionar a noite dos sonhos - tento animá-lo dando
ênfase na última palavra que falei até animada demais.

-Mas e se você não voltar?- interrogou

-É serio você acha que eu vou simplesmente largar o que me importa e ir


embora pra sempre? -Ele assente e prossigo -Lucca, meu amor, olha, eu
nunca na minha vida vou te abandonar, afinal lá não vai ter nada que me
segure, já aqui, eu tenho tudo, por isso está sendo tão difícil.

-Certeza, e se você encontrar um outro alguém...

-Pode parar com essa bobagem, eu já te disse que estou indo lá para um
futuro acadêmico, não a procura de um novo relacionamento.

Isso me deixa tão irritada, quando ele vem com essas dúvidas, parece que
nem confia em mim.

-Desculpa, é que você é linda, virgem, vulnerável, isso é como um


convite...
-Você está se escutando? - falo indignada.

-Não começa Any, por favor, eu não quero brigar - disse respirando fundo.

-E você acha que eu quero? - Por que ele tem que complicar as coisas com
essas paranoias.

-Você está certa, melhor irmos- comentou seco, durante o caminho ficou
um silêncio constrangedor.

-Você não vai entrar? - Pergunto ao descer do carro e ele permanecer.

-Não, eu te encontro amanhã - Afirmou sem olhar na minha cara, então o


deixei ir embora com toda sua frieza e entrei em casa. Encontro minha mãe
que não parava de falar como estava orgulhosa da minha ida para o
exterior. Pego uns biscoitos no balcão e subo direto pro quarto e noto a
visão de uma menina de cabelos castanhos toda animada, minha melhor
amiga e única, Raissa.

-Ai que bom que você chegou minha futura estrangeira- Em sua voz dava
para notar a euforia ao me ver.

-Oi Raissa....

-Temos tanta coisa para fazer, a mala, ver a sua hospedagem, por onde quer
começar- sua feição muda para preocupada, ao me olhar.
-O que foi?

-Bom... Eu não sei se estou preparada para isso- Digo me jogando na cama
e analisando o teto do meu quarto. Lembrando de quando perdia o sono e
ficava olhando para a estrutura do teto, imaginando o que vai acontecer no
dia de amanhã...

-Como assim "não está”. Any, isso é melhor do que férias, você vai para o
exterior - disse a menina toda empolgada se jogando ao meu lado.

- Se está tão animada vai ao meu lugar, porque Raissa isso é uma loucura -
Dei ênfase na última palavra.

-Sim é uma loucura, mas Any, você não é mais uma criança indefesa e está
pronta para cometer várias loucuras de forma consciente é claro. - ela disse
tentando me animar.

-Então diz ao Lucca.- digo me virando a mesma.

-O que aquele idiota falou?- Sua animação mudou para querer arrancar a
cabeça dele, sentirei falta de sua mudança de humor repentina.

-Ele está desconfiado, acho que ele não quer que eu vá e estou começando
a concordar que não seja o melhor.

-QUE?- Ela deu um grito que acho que os vizinhos acordaram, afinal já são
umas 20h. E meus vizinhos são velhos.
-Any, por favor né? você quer continuar aqui, tento uma vida monótona
enquanto mil aventuras te esperam do outro lado? - Complementou
indignada.

-Eu não tenho uma vida monótona! - exclamei

-Ah não! da escola ir direto para casa todos os dias, isso é uma vida super
diversa - Ironizou

-Aos finais de semanas eu vou ao clube de estudos e depois vou à casa do


Lucca.- Afirmei orgulhosa

-Isso não vem ao caso, o que vem Any é que você tem a oportunidade de
recomeçar...

-Ei, pode parar- interrompi seu sermão. – Eu não vou recomeçar nada, não
vou mudar nada, vou continuar a Any de sempre, estudando em uma
faculdade sem distrações e concluir durante uns anos e voltar para cá. –
Complementei.

-Você que pensa Any, mesmo que isso doa no meu peito, você vai
conhecer pessoas novas, até um novo gatinho- disse com um sorriso
malicioso.

-Raissa, vou falar uma coisa, que parece que não entra nessa cabeça, eu sou
completamente rendida pelo Lucca, então pode aparecer um Caio Castro,
um Shawn Mendes por aquela porta que eu não vou deixar de olhar para o
Lucca.
-Nem se aparecer, um tal de Michael B. Jordan.

-Ok isso não importa, o que importa Raissa é que o Lucca é único para
mim e me deixa irritada de saber que ele não confia em mim. -Bufei.

-Não acredito que vou defender aquele cretino, mas ele está certo de estar
inseguro, pois ele está se guardando para você desde a época das cavernas.
Pros homens é uma tortura ficar esperando e você está indo embora
amanhã, então imagina, ele deve estar se matando agora- ela sempre com
seu senso de humor.

-Então, você acha que eu estou sendo dura com ele?

-Minha bonequinha, eu sei que você quer o tal momento perfeito para
finalmente se entregar e ser possuída pelo Lucca, afinal você é virgem e
tem suas inseguranças, mas eu acho que o momento perfeito ele pode não
existir e ainda mais quando está junto há 5 anos.

Raissa sempre foi boa com sermões, nem sei o que vou fazer sem ela. Vou
sentir tanta falta disso, no fundo eu sinto que é melhor eu ficar e continuar
ouvindo sermões da Raissa sobre minha relação com Lucca, escutar minha
mãe planejando a minha vida, mesmo que eu não goste dos pitacos dela,
era bom ver alguém pondo tanta expectativa em mim até demais. Mas
também sinto que preciso seguir esse caminho.

Ficamos mais um pouco conversando sobre assuntos banais de nossas


vidas e curtindo a companhia uma da outra, já que daqui pra frente não a
veria todos os dias e não poderia sair correndo pra casa dela e comer
brigadeiro quando algo de ruim acontecesse. Agora seria eu e eu.

Acordei bem cedo e verifiquei minhas coisas umas doze vezes para ver se
não estou esquecendo nada e olha que nem estou exagerando. Me arrumei e
já se encontrava no lado de fora da porta de casa em frente às pessoas que
eu mais amo. Minha mãe, Belinha minha irmãzinha e a louca da minha
amiga Raissa e agora estou prestes a fazer a coisa que eu mais odeio
despedir dessas pessoas e ficar anos sem poder sentir seus rostos e abraços.

-Bom chegou à hora- digo ao notar o Uber esperando, não quero pagar
mais uma taxa de espera.

-Não está esquecendo nada? Está levando casaco? Todos os seus livros? -
nunca vi minha mãe tão preocupada.

-Sim mãe estou. – Tranquilizo

-Eu vou sentir tanto sua falta! - Minha mãe disse em meio de um suspiro

-Raissa, cuida delas para mim ok?

-Sim, amiga vou sentir tanto sua falta- disse se jogando em meus braços.-E
se você não me ligar todos os dias, e escrever cartas nossa amizade acabou-
ela complementou desfazendo o abraço com um olhar de raiva.

-Mãe eu posso ficar com o quarto da maninha?

-Belinha, sua Irmã vai voltar- disse mamãe indignada.

-Ah- disse a pequena desapontada.

-Eu também vou sentir sua falta pirralha.- digo agachando em sua frente.
-Então por que você vai?

-Porque eu preciso ter altas aventuras- digo a abraçando como eu nunca


tinha feito antes.

-Pronto se não a taxa do Uber vai ficar cara- minhas lágrimas não param de
insistirem em cair.

-É parece que ele não vem – digo desapontada ao ver que Lucca não
chegou até agora.

-Ele deve estar ocupado. Querida, agora vá e não se esqueça de tomar seu
remédio de rinite.

-pode deixar mamãe, acho que os alarmes que a senhora colocou no meu
celular não vai deixar eu esquecer- Digo tentando fazê-las rirem, afinal, não
há motivo para chorar, 5 anos vão passar rapidinho, eu espero. Logo me
despedi mais uma vez e entrei no carro, e fomos direto para a porta dos 5
anos independentes da minha vida, sem ninguém se metendo nas minhas
escolhas. Não que eu ache ruim, mas sempre quis ter autonomia sobre as
minhas escolhas.

E em questão de minutos já me encontrava na fila de embarque, com uma


leve esperança de Lucca fazer igual aqueles filmes clichês e aparecer por
aquela porta com um monte de rosas, mesmo não sendo minhas favoritas.
Viro uma última vez para a porta de entrada antes de entregar o meu
passaporte e entrar no avião, até que avisto Lucca vindo na minha direção,
não veio com rosas, mas aquilo já bastou para meu coração pular de
alegria.
- Me desculpa, eu nunca devia ter dito aquilo, eu só estou preocupado
porque sabemos que relacionamento a distância não dá muito certo- ele diz
ofegante ao se aproximar.

-Calma, nós faremos funcionar, eu te garanto- eu digo o abraçando.

-Eu vou sentir tanta sua falta, se você quiser é só falar que eu desisto desta
idéia maluca- complementei e logo em seguida ele desfez o abraço e ficou
me encarando com aquele sorriso que me faz sorrir e disse as palavras que
me fez ficar mais apaixonada por ele:

-Se você tivesse dito ontem, eu teria falado para você desistir, mas eu
entendi que isso é uma oportunidade grande para você, meu amor, e nem
que seja preciso você pegar essa merda deste avião e ir para outro
continente para realizar os sonhos da criança vivida em você. Então vai,
porque eu quero que você seja a mulher mais feliz do mundo, e sei que
você aqui vai ser feliz aqui, mas não tanto quanto se você for, e eu vou
ficar aqui esperando cada vez mais ansioso por ti, e eu juro que não vou te
esquecer, mas você tem que jurar para mim, que mesmo que apareça um tal
de Michael, você não vai me deixar- ele disse frase por frase em meio de
soluços e eu sabia que era difícil para ele falar aquilo.

-Raissa te contou? nunca mais vou falar dos famosos que eu tenho um
cruch- digo o fazendo rir por um segundo.

-Mas até eu teria um cruch nele-rimos.

-E eu juro Lucca, você sempre será o dono do meu coração mesmo com um
continente nos separando, eu sempre vou te amar. - Fixo a minha testa na
dele e depois demos o beijo mais intenso, cheio de paixão e de saudades
antecipadas, como comer o ultimo brigadeiro e não poder comer mais e
ficar com a sensação de quero mais. Fui direto para o avião.

Se eu soubesse o que me aguardava nunca teria entrado naquele avião,


assim não magoaria ninguém. Mas eu meio que sabia naquele momento
que eu ia mudar, e tinha medo, pois sempre dizem que uma grande
mudança pode fazer coisas que você nunca achou que seria capaz de fazer e
que pode haver consequências de suas escolhas.

Entro neste avião com estas duvidas persistentes, o que estar por vir? E
quais são essas escolhas que irei tomar agora, afinal estou indo para o
desconhecido, é como você vai sonhar, nunca se sabe o que está neste
sonhos e você está sozinha o vivendo, todas as noites e esse sonho é real e
não tem como acordar.

Cap02-

~Any Gabrielly

Respirei aliviada ao ver o meu assento vazio pois gosto de vigiar sozinha,
me sinto à vontade ainda mais em uma viagem de mais ou menos 13 horas.
Ainda não caiu a ficha que eu estou em ares internacional, vamos ver se 3
anos de cursinho de inglês valeu a pena, mesmo que eu pegue as coisas de
letra, me sinto insegura ainda mais vindo para essa nova faze da minha
história.

Um frio na barriga persiste desde que entrei neste avião. Se eu tivesse


algum poder seria pra parar esse avião e voltar para casa. Nunca fui de
fugir das coisas, mas isso é completamente diferente das coisas que faria,
porque agora sou adulta, ou seja, tenho que lidar com a vida sozinha o que
não é um trabalho nada fácil, pois não tem um manual do que fazer,
mesmo, que temos nossas culturas e morais nunca sabemos se é certo ou
errado, por exemplo, aqui no Brasil as pessoas acham sem educação arrotar
o que é uma coisa bem aceitável nos EUA. Um exemplo bem ruim, acho,
mas o ponto é que você não sabe se seus morais estão certos ou errados se
arrotar pode ser sem educação em um lugar e em outro não, então o que é
certo ou errado? Por isso quando nos mudamos temos que pesquisar tudo
sobre a cultura do lugar, para não cometer nenhum equivoco.
Como Shakespere retratou, “nossas dúvidas são traidoras e nos fazem
perder o que, com frequência poderíamos ganhar, por simples medo de
arriscar”.

Tenho que parar de ligar pra essas duvidas idiotas e ir em frente e laçar essa
chance que o mundo me deu, pois não é qualquer um que tem a chance de
ir pro exterior e fazer o que sempre sonhou.

Sinto uma pequena pressão em meus ouvidos, me tirando dos pensamentos


e viro para a janela e vejo as nuvens ficarem mais distantes que nem tudo
que deixei para trás, minha família, minha casa, Raissa e principalmente o
lucca que só de pensar me da vontade de chorar é tão difícil ficar longe de
uma pessoa que desde sempre foi sua alma gêmea.

Sinto o impacto do avião com chão fazendo meu coração acelerar e as


perguntas e a ansiedade junto insistiam em voltar. Pego meu celular e
mando mensagem para o Senhor Beauchamp, falando que cheguei que me
respondeu logo em seguida.

A aeromoça que fora gentil comigo o voo todo, avisou para sairmos pela
porta dos fundos. Levantei peguei minha mochila e foi direto pegar minha
mala onde seria despachada que não demorou muito, e já estava analisando
tudo naquele grande aeroporto em Nova York. Que estava lotado já
imaginava né, uma cidade gigantesca que recebe o dobro de turista do que
São Paulo.

Olhei o relógio e vi orgulhosa que cheguei uns 10 minutos mais cedo do


que tinha avisado a família Beauchamp, que irei morar junto agora. Vi tudo
sobre a família, pois sou curiosa e bom no site não estava escrito muita
coisa, só que era um casal que morava perto da universidade dos queens,
que tem três filhos e outro estrangeiro, o que me chamou a atenção do
local, adoro conviver com pessoas que estão vivendo coisas parecidas com
as minhas.

Cheguei adiantada para nada, já que se faz uns 10 minutos que o sr


Beauchamp me respondeu então resolvi sentar em uma cafeteria que estava
ali e pedi um café, um pouco envergonhada por causa do meu inglês que
não é 100%.

Estava vasculhando mais sobre a família em meu celular. E vi que tinha


fotos da família, parecia felizes, mas um garoto de fios loiros e olhos azuis,
parecia detestar aquilo, todo de preto e pela foto parece aqueles bad boys
de series da Netflix.

Levo um pequeno susto ao notar a presença do homem que estava nas


fotos, que bom pela cara devo julgar que é o Senhor beauchamp. Respirei
aliviada, já estava preocupada com sua demora, pensando que era um trote
da internet, e que na verdade dei dinheiro para um desconhecido por aí.

-Você é a senhorita Any?-Ao notar que eu parecia estrangeira.

-Sim sou eu e você deve ser o Senhor Beuachamp? - falo com sotaque.

-Sim sou, bem vinda à Nova York, minha mulher queria ter vindo, mas
ficou presa lá em casa preparando o jantar.

-Não precisa me chamar de senhorita, somente Any, Sr Beauchamp.

-E eu digo o mesmo me chama só de Ron.

-Ok,Ron - sorri

-Há e me desculpa a demora, eu tive um problema com meu filho- ele disse
amigável. Aposto que seja esse tal garoto que vi na foto e bom meu
julgamento não estava errado, deve ser esses arrogantes, que não liga pra
nada, que são o típico de pessoa que definitivamente não está na minha
lista de melhores amigos a se fazer enquanto minha estadia por aqui.

- Não precisa se desculpar. – Falo de imediato e vejo sua cara de confuso


fazendo perceber que tinha dito na minha língua nativa, bom como sempre
passando vergonha, meu deus. Tomara que eu fale direito quando chegar na
casa.

-Me desculpa, eu tinha dito que não precisa se desculpar!

-Tudo bem- ele diz segurando o riso. - Vamos que lá em casa estão todos
ansiosos com a sua chegada- disse sorridente o que me fez sorrir e fomos
direto ao carro e durante o caminho eu foi anotando, algo que quero fazer
guardar minhas grandes memórias em um simples caderninho. E pelo visto
a cidade é muito linda, iluminada, cheia de prédios. Até que chegamos em
um quarteirão seguido de casas logo paramos em frente uma casa tão linda
e parecia ser tão grande.

-Uau! - me surpreendo como a casa é linda e grande e isso que no anuncio


dizia uma casa humilde, meu bem a minha que é humilde as vezes tenho
até que dormir com minha mãe por causa da goteira no meu quarto. Isso
aqui chega até ser uma mansão perto da minha casa.

-Chegamos na nossa nova casa. - disse o Sr. Beauchamp, que insistia em


levar as minhas malas para dentro. - Ei você vai ficar parada ou vai entrar-
complementou vendo que estava encarando a bela paisagem de sua casa,
paralisada.

-Aí! Perdão. – Digo o seguindo e quando entramos deu a vista de um lugar


tão fofo, mas ao mesmo tempo moderno, e vejo vir em minha direção três
mulheres, uma senhora e outras duas, uma parecia ter 19 como eu e a outra
um pouco mais velha.

-Uau! você é mais linda do que na foto! - Disse a senhora segurando minha
mão e analisando debaixo para cima. Em seus olhos dava pra ver a
felicidade, um olhar bem acolhedor me fazendo sorrir.
-Obrigada-digo envergonhada.

-Mãe, assim você assusta a menina! - Revirou os olhos me puxando tirando


as mãos da moça sobre a minha e me olhando empolgada prosseguindo - oi
eu sou a Joalin, a caçula da casa, bom, essa é a minha Irma mais velha,
Sina, que é gemia do insuportável do meu outro irmão, e também temos o
Lamar que está no banheiro que é como você, estrangeira. Agora vamos
para o que importa, qual é a sua idade? É de onde? Do Brasil né? Como é
lá? O Google me disse que é um país quente, me conta mais...

-Joalin!- repreendeu a tal Sina.

-Eu só quis ser gentil- resmungou a loira.

-Bom não liga para minha irmã, ela toma muito café, prazer, como ela disse
eu sou a Sina.

-Prazer. – A cumprimentei e nossa ela é muito bonita. Parece aquelas


meninas de capas de revistas.

-Enquanto preparo o jantar, que tal vocês mostrar a casa para a nossa
hospede- disse apontando para as duas que confirmaram logo em seguida.

-Vamos vou mostrar... - Sina ia dizendo até que Joalin a corta me puxando
-O nosso quarto!

-Ok- digo subindo as escadas junto com a mesma.

-Bom esse é o meu quarto, que dizer era, agora é nosso. Tem problema de
você dividir o quarto comigo? -me perguntou aqueles olhos azuis
brilhantes.
-Não, vou adorar- digo admirada com o tamanho do quarto dela, parecia
aqueles quartos de filme de princesa, tudo delicado que se tocasse de
qualquer jeito, iria quebrar, um quarto que só de entrar transmite alegria.
Parecia que estava vivo e falasse com você e tinha uma linda varanda
dando vista a uma casa amarelada.

-é grande, não é? - perguntou Joalin.

-Sim e tão lindo!

-O que eu acho um desperdício porque nem uso tudo isso, mas agora com
você acho que vai ficar perfeito- ela sorriu.

-Posso por minhas coisas aqui, estão meio pesadas- digo pela mochila e as
malas que estava carregando, a loira afirmou e coloquei ao lado de um
violão, o que me surpreendeu, desde pequeno gosto de música, mas nunca
fui tão boa, ao menos acho, então nem tento ir pra essa área prefiro virar
uma advogada o que sempre senti vontade em fazer.

-Você toca?

-Não, é do meu irmão eu peguei em prestado já que ele não usa mais, pois
quero aprender uns acordes. - Deu para notar a mudança na sua tonalidade
de animação para raiva. Como se tivesse batido o dedo do pé na quina da
parede ou mordido a língua sem querer. E pela sua expressão dava pra
notar que esse tal de irmão deve ser o mesmo que eu vi na foto mais cedo.

-Já percebi que você não gosta desse seu tal irmão.
-Ele é um idiota, mas todos os homens são assim então não dou à mínima. -
disse dando de ombros.

-Eu já não acho isso, acho que depende da perspectiva que você vê. - Digo
enquanto volto a analisar o meu novo quarto e imaginando onde por cada
coisa.

-Para mim não, homens são uma droga, só sabem se masturbar de resto
nada. - disse indignada, me fazendo rir.

-Me desculpa se estou incomodando, as pessoas falam que eu passo da


linha às vezes quando estou entusiasmada com algo ou alguém. - ela disse
me encarando com seus olhos arregalados como se tivesse acabado de
ganhar um presente.

-Não precisa se desculpar, eu gostei de você! - exclamei animada que a


mesma corresponde com um sorriso largo. Somos interrompidas por um
indevido alto e moreno.

-Joalin...- disse o indivíduo entrando no quarto, mas paralisa ao perceber


minha presença.

-Há oi Lamar...- Fez uma pausa olhando pra mim antes de nós apresentar. -
Any esse é o Lamar, o estrangeiro que te falei e Lamar essa é a Any. - ela
disse animada, parece que animação dela não parava.

- Oi, prazer. - Me aproximo do moreno que não me parava de encarar.


- O prazer é todo meu! Como eu dizia, a Úrsula está chamando para comer.
- Dito isso ele se virou e se foi.

-Ele é de onde? - pergunto ao notar que o mesmo já tinha descido todas as


escadas e não dava para escutar.

- Ele é do Reino Unido, há 2 anos atrás ele veio para cá, por causa de um
projeto que está fazendo e como não tem condições ainda para morar
sozinho, veio morar aqui até finalizar o seu projeto e a faculdade já que
teve que começar a estudar aqui. Mas é como se fosse da família e agora
você também. - disse à loira que não parava de sorrir, meu deus será que o
maxilar dela não dói não?

-Então vamos, você deve estar morrendo de fome. - E assim dito fomos
para a mesa na qual estavam todos sentados, mas as feições do Sr e Sra
Beauchamp não estavam muito boas pareciam preocupados enquanto
encaravam os seus celulares e bom devo julgar que estavam esperando algo
ou alguém.

-Então Any... Como é lá no Brasil? - Perguntou o moreno quebrando o


silencio.

-Digamos que o Google não estava errado- digo olhando para Joalin que a
sorri se lembrando do comentário mais cedo.

-Lá é bem quente. – Esclareço já que sua cara é de quem não entendeu
nada. - Eu sinto falta do Reino Unido, mas aqui eu sou bem acolhido e
garanto que é a melhor hospedagem. - Disse sorrindo olhando para a
senhora Beauchamp que a mesma retribui.

Estávamos jantando uma deliciosa lasanha. O que me fez lembrar os


domingos lá de casa que sempre tinha uma comida especial, para dá uma
leveza e sensação de dia especial mesmo sem ser uma data comemorativa e
confesso que era uma ótima preparação para os dias de semanas que
geralmente são cansativos.

Me virei para Senhora Beauchamp que mesmo extasiada com minha


chegada parecia inquieta e preocupada, dava uma garfada em sua comida e
olhava o telefone, repetia isso durante alguns minutos até que chamei sua
atenção que disfarçou sua cara de preocupação estampando um sorriso.

-A comida está divina Sra. Beauchamp!

-Obrigada anjo, Senhora nem pensar, me sinto muito velha, me chama de


Úrsula.

-Sim senh... – me corrijo- Úrsula.

Estava tão agoniada que sua agonia passou para mim já que eu não sabia
mais o que falar, parece que todas as palavras e assuntos tinham sumido da
minha cabeça.

-Querida, você sabe onde este seu irmão? – questionou Ursula para Sina
dando um suspiro, então, toda sua preocupação era com o filho que até
agora não tinha chegado lembro-me que o senhor Beauchamp tinha dito
que seu atraso viera pela culpa de seu filho. Pelas duas informações parece
que esse filho, que ainda não me disseram o nome, é problema e isso gera
muita confusão.

Saio dos meus pensamentos voltando minha atenção a Sina, que parecia
pensar na melhor resposta para dá a Ursula

-Bom ele disse mais cedo que iria resolver umas coisas de trabalho e agora
eu não sei, mas o Noah disse que ia ensaiar e a Heyoon esta voltando da
academia esse horário então, com eles, ele não está.

-Hummm Noah- implicou Joalin, fazendo Sina revirar os olhos. - Cala


boca- ordenou Sina nervosa.

-Não quero ser invasiva, mas quem é Noah? –

Não quero criar vínculos, mas saber pelo menos as pessoas que entram por
quela porta é sempre bom afinal não quero ser surpreendida com um
estranho qualquer aqui.
- É um amigo da sina e ela tem uma quedinha por ele. - Falou Joalin
fazendo biquinho e a loira logo dá um pisão na mesma a fazendo ficar
emburrada.

-Ele é um dos nossos amigos, no final de semana eu levo você para


conhecê-los- piscou Sina.

Voltamos para o silencio constrangedor enquanto o irmão misterioso


invadia meus pensamentos. Me recordo que Joalin falou que era gêmeo de
Sina, achei interessante já que a mesma parece doce, gentil e calma e pelas
caras de seus pais, pela foto do mesmo era notório que ser uma pessoa doce
não está em suas metas. -Você falou que tem um irmão gêmeo? -
questionei a Sina.

-O nome dele é Josh, fazemos aniversario no mesmo dia, temos 22 anos,


então acho que tenho, mas às vezes duvido. -Afirmou Sina.

-Falando no diabo! - comentou Joalin ao olhar a porta se abrindo dando a


vista de um rapaz de fios loiros e seus olhos a cor de um oceano bem fundo
parecendo não ter fim. O mesmo da foto e observo um sorriso na cara de
Ursula aparecer e a cara do Ron mais fechada então era notório que era
Josh.

-O meu filho! onde você estava?. - perguntou Úrsula preocupada, indo na


direção do sujeito, o que parecia não dá à mínima para isso.

-Dando uma volta. - Deu de ombros.

-Dando uma volta? Justo hoje você prometeu para mim que ia estar em
casa e se comportar. - Disse Sra. Beauchamp, que dava para notar um tom
de angústia em sua voz. - Agora estou dona Úrsula, não está vendo?! -
Retrucou.
Ursula ajeitou a gola da camiseta de Josh e o analisava como se tivesse
procurando algo, me assusto ao ver marcas de cigarro em seu braço, mas
aquilo parecia comum para Ursula já que a mesma não espantou ou
reprendeu.

-Já acabou sua análise? Posso ir? - Se eu fosse grossa com minha mãe
desse jeito já estava correndo e esperando ela jogar uma havaiana sobre
mim.

- Você não vai jantar? - Perguntou Úrsula. Que o mesmo olha em minha
direção, mas não com um olhar amigável e acolhedor, que nem sua família
tinha me recebido, era um olhar frio, até a morte parecia mais amigável do
que isso. E depois voltou seu olhar para dona Úrsula.

-Vejo o motivo de sua pergunta, mas não estou com humor de fingir que
somos uma família feliz, até parece que nada aconteceu nesta casa. - Falou
indignado. Que Ursula simultaneamente abaixa a cabeça. Josh segurou a
alça da mochila que carregava e antes de se virar para as escadas e sumir da
minha visão me encarou e soltou um riso de indignação balançando a
cabeça, essa cena durou em cerca de 5 segundos antes de se virar e subir as
escadas. Foram os 5 segundos mais confuso da minha vida.

-Eu vou falar com ele. - O moreno se pronuncia revoltado batendo na mesa
porem Úrsula nega. -Não, deixa amanhã vai estar melhor. – suspirou,
parecia querer acreditar em suas falas que não transmitia confiança.

-Não sei por que você ainda perde tempo com este moleque- Sr Beauchamp
se pronunciou indignado.

-Porque hoje não é dia, quero passar um dia em paz além do mais temos
uma nova hospede. - Disse Sra Beauchamp forçando um sorriso.

-Duvido muito....- Joalin revirou os olhos.


-Pelo menos ele não estar drogado, nem bêbado ou machucado- Sina tentou
amenizar o clima que estava pesado então aproveito para ligar para minha
mãe já que estava perfeito para a minha deixa. -Com licença eu vou ligar
para minha mãe, avisar que eu cheguei. - Digo me levantando.

-Ok, querida – Úrsula falou amigável mesmo com um leve tom de tristeza,
que o furacão do tal Josh deixou ela assim.

-E eu vou subir, quando terminar, vai lá para cima- disse Joalin piscando
para mim e eu assenti.

E fui em um canto onde sentia confortável para falar o meu idioma.


Imediatamente que liguei, minha mãe atendeu, perguntando várias coisas,
avisei que cheguei em segurança, que aqui todos são carinhosos e legais,
depois de 20 min de sermão de como se cuidar, ela desligou. Meu coração
até esquentou ouvindo a voz dela.

Agora eu vou tomar um banho e descansar à final amanhã será um dia


longo, só de desfazer uma tonelada de roupas e objetos. Subo as escadas e
paço pelo quarto do tal Josh, no qual a porta estava escancarada e uma cena
me chamou à atenção. -Meu deus! o que é isso? - Me choco ao vê-lo
fazendo um curativo em uma lesão de pancada bem grande no abdômen,
sacudi a cabeça e penso em dar meia volta, porém piso em falso e acabo
esbarrando em um vaso de planta que tinha ali e com reflexo seguro o vaso
antes que porem foi o suficiente para que o sujeito notasse minha presença
e um arrepio sobe a meu quarto ao notar seus olhos azuis em minha frente.

-Droga...

Cap03-

Algumas horas antes

~JOSH BEAUCHAMP

Na minha vida aprendi que os piores julgadores não são as pessoas ao


redor e sim a sua ansiedade em parecer a pessoa que você criou na mente,
que tem que ser, porque ser algo contrario do que você espera ser, te
assusta, mas porque isso te assusta? Porque ser você mesmo te assusta?
Porque tem que se modelar tanto para ser uma pessoa perfeita que nem
existe? Porque tem que se machucar para se enquadrar aos padrões da
sociedade? Porque?

Se no fim o que nos resta e a morte. E tudo que você lutou e se importou se
foi e não te restou nada, além da frustação, das dividas e tristeza aos seus
entes queridos.

Então esses últimos 3 anos que se passaram resolvi viver minha vida do
jeito que quero viver, sem regras, sem faculdade e sem ninguém, porque
pessoas só servem pra duas coisas te machucar ou te preocupar.

Olhei para meu celular onde só tinha o Noah me mandando gifs aposto ser
algum tipo de pornografia, ele é muito pervertido. Noah meu amigo de
infância e o único que sobrou em minha vida, o resto desaprovou minhas
ideias e falaram que esse meu jeito é tudo o que a Maya desaprovava, o que
eu não ligo afinal, não consigo agradar nem quem está vivo imagina ter que
agradar os mortos?

Voltando pra explicação de quem é o Noah em minha vida, ele é


simplesmente filho de um grande empresário, que caga na cabeça de Noah
desde que sua mãe se suicidou, já que o babaca de seu pai culpa o mesmo
por tudo.

E vejo que também há mensagens de Sina, perguntando onde estou,


sempre preocupada com seu irmão, acho que sou um carma pra ela, por que
sempre limpa a barra para mim mesmo já falando que não precisa.

E respondendo à questão dela, estava atras de drogas, porque ultimamente


este tem sido meu desvio antes que a morte chegue e me leve desta vida de
merda. Isso pode ter soado muito dramático, mas essa é a realidade, não
tenho motivos que me prende nesta vida.

Entro dentro do carro e dou partida para casa, porque prometi que voltaria
cedo hoje para receber a estrangeira tomara que não seja chata que nem o
Lamar porque tudo tem seus limites.

Entro em casa juntamente com minha mochila que estava cheia de


maconha e o doce que é uma droga alucionogênica. Percebo o clima de
julgamento de sempre, mas não ligo e lá vem a Ursula com suas
preocupações repentinas não sei porque ela não finge que eu morri que nem
meu pai.

-O meu filho! onde você esteve? -perguntou Úrsula se aproximando de


mim e dava pra sentir o olhar de sempre, preocupação misturado com raiva.

-Dando uma volta. – Respondi ligeiramente, pois tinha que ir ao meu


quarto trocar os curativos dos meus machucados e francamente não tinha
tempo para drama familiar.

-Dando uma volta? Justo hoje você prometeu para mim que ia estar em
casa e se comportar.

Sou bom em desapontar pessoas, por isso sempre digo nunca crie
expectativas sobre algo pois quem acaba chorando no fim das contas é
você. -Agora estou, dona Úrsula, não está vendo? -Retruquei.

A mesma respirou fundo e fazendo sua análise, percebi um riso em seu


rosto aparecer ao ver que eu não estava com cheiro forte de cigarro, hálito
de bebida e nenhum machucado que seja visível para ela. Passou seus
dedos com calos de limpar casa sobre as marcas de queimadura das pontas
do cigarro que exprimia em meus braços.

-Já acabou sua análise? Posso ir? – Falo seco, odeio quando ela faz essas
analises até parece que sou um experimento dela que precisa ver se está
regredindo e no meu caso no ver dela é o que eu mais faço.

- Você não vai jantar? – Perguntou, estranhei pelo fato de raramente


jantarmos todos juntos, mas me lembrei da estrangeira e rolo meu olhar
pela cozinha e noto a menina morena que tinha os cabelos encaracolados e
que não parava de me olhar, não sei se é chata, mas pelo jeito digamos que
o brasil é bem interessante, e não deixo de notar no tamanho de suas coxas,
paro de olhar e me volto para o olhar triste de minha mãe.

-Vejo o motivo de sua pergunta, mas não estou com humor de fingir que
somos uma família feliz, até parece que nada aconteceu nesta casa. – Falo,
saindo daquela farsa e me direcionando ao andar de cima onde ficava meu
quarto, mas noto um olhar me perseguindo e vejo que era da estrangeira,
me viro a ela que a mesma parecia envergonhada e dei um simples riso
daquela situação e voltei ao meu caminho indignado, já que minha mãe faz
desse lar uma creche.

Entrei no meu quarto peguei umas roupas limpas e me direcionei ao


banheiro, tirei minha roupa do corpo e observei as cicatrizes em meu
abdômen e vi que precisava trocar os curativos, pois estavam muito
avermelhadas, descartei o curativo e entrei no chuveiro. Que a água parecia
espinhos ao baterem em minhas cicatrizes me fazendo da um gemido de
dor, finalizo o banho, coloco uma jaqueta e uma calça jeans.

Volto ao meu quarto e começo a fazer o curativo até que escuto um barulho
vindo da porta, me direciono e vejo que era a estrangera, parece que
alguém perdeu o caminho.

>>>>>>>>>>>>>

~ANY GABRIELLY

-Olha, você deve ser a estrangeirinha - Falou com um sorriso debochado,


fazendo todas as minhas falas se apagarem naquele momento, nem sabia
qual era o meu nome, então só assenti.

-Na sua cultura é comum bisbilhotar as coisas alheia? -Indagou. Eu não


estava bisbilhotando, só me perdi, ele acha que eu perderia meu tempo
olhando a vida dos outros? Essas palavras ficam engasgadas em minha
garganta, parecia que sua presença sugava todas as letras da minha boca e
não conseguia nem me mexer. O máximo que saiu foi palavras engasgadas:

-Eu... nã...ão- Que o mesmo ergue a sobrancelha se inclinando para perto


de mim me fazendo dá um passo para trás. - O que? Não estava
bisbilhotando? Parece que não sabe o significado desta palavra- debochou.
Que foi? O gato comeu a sua língua? – completou se referindo a minha
perda de fala. Não sei o que acontecia, parecia que algo interrompeu meu
celebro enviar a “mensagem” para minha boca se mexer e produzir som.
-Ai Any, você está ai, já disse que o meu quarto é o próximo, vamos. -
Disse Joalin me salvando desta conversa constrangedora. Me levando
direto ao seu quarto.

-Obrigada- Sussurro, aliviada já dentro do quarto me jogando na cama.

-Mas o que você estava fazendo lá? - interrogou a loira se aproximando. -


Eu me pedir, só foi isso- Não quero trazer mais confusão falando da cena
que eu vi. -ok- disse desconfiada.

-Bom agora vou tomar um banho e descansar, pois, estou morta.

Digo a deixando com os questionamentos pois acho que não é difícil de se


perder ali. Mas não tenho culpa de ser um pouco curiosa isso está em mim,
e não irei mudar, pois ser curiosa, ao contrario do que muitos pensam, acho
que é algo bom, pois te incentiva a aprender.

Se você parar para pensar tudo vem devido a curiosidade, por exemplo,
Newton não teria descoberto a gravidade e sido um grande físico se não
tivesse a curiosidade de aprender sobre uma simples queda de uma maçã
que caiu em sua cabeça, como os boatos dizem. Então não há nada de
errado em ser curiosa.

Tomo meu banho que as gotas quentes relaxavam meu corpo, saio do
banho ponho a roupa, saio e me direciono para o quarto de Joalin que
estava fazendo umas flexões no chão, a questiono com o olhar e a mesma
disse que faz dança e que precisava entrar em forma. Achei bem
interessante, dança é muito bom uma pena que no meu país lá não é tão
desvalorizado, Raissa uma vez tinha vontade, mas tirei isso da sua mente
pois sabia que ela não ia conseguir muita coisa no Brasil.

Pode soar maldoso, mas hoje em dia ela me agradece pois está muito feliz
fazendo teatro, que também não é tão valorizado, mas em comparação com
a dança, lá teatro é se da bem no mercado. Não sou ambiciosa, porém
minha mãe é e isso acaba espelhando as vezes em mim, lembro quando
criança sempre gostava de teatro, mas minha mãe nunca me deu essa opção
e sim direito, que eu gosto, mas não é minha paixão, mas só de ver ela
realizada me deixa feliz.

Passo um hidratante no corpo mando mensagem para Lucca de boa noite e


capoto na cama.

Acordei com o despertador tocar cansadamente, esfrego meus olhos e vejo


que Joalin não estava mais em sua cama e logo me levanto ao ver que já
são 10 horas da manhã, mesmo que seja sábado, não costumo acordar tarde,
mas deve ser por causa do fuso horário.

Calço os sapatos e me direciono ao banheiro, escovo meus dentes e mando


mensagem para Lucca que pelo horário deve está em jogo com seus
amigos. Então não irá responder no memento, enxáguo a boca e volto ao
quarto, pego uma roupa confortável e prendo meu cabelo em um coque
alto. E me direcionei as escadas e foi descendo de vagar, pois meu corpo
ainda estava adormecido.

-Bom dia, quase ganha o troféu de quem mais dorme nesta casa, mas só
perde pro otário do Josh – Disse Joalin, que parecia animada, seus cabelos
estavam amarrados e com uma roupa que julgo ser para correr, uma legue e
uma camiseta estilo de esporte.

-É acho que extrapolei um pouco- sorri ao me aproximar do balcão e sentar


em sua frente que ao contrario da mesma, eu estava com um farol baixo.

-Aqui está o café- disse Sina entregando um prato de panquecas para mim.

-que cheiro bom! - Exclamei, pena que o gosto não está tão bom.
-É sina ainda bem que você está fazendo teatro e não gastronomia -
Debochou Joalin a fazendo revirar os olhos.

-Você faz teatro? - questionei entusiasmada me recordando do sonho de


quando eu era apenas uma criança. -Sim, estou terminando. Faço na
universidade aqui do Queens. - Disse como se fosse algo obvio.

Conversamos mais sobre o passado, futuro e presente. Joalin comentou que


desistiu de Nutricionismo e agora foca na área de dança que sempre foi o
seu desejo. E falou que também faz trabalhos em redes sociais juntamente
com Sabina sua melhor amiga, para ajudar financeiramente em casa. Conto
a elas que irei fazer Direito, Joalin disse que seu amigo Krystian faz
também. E contei que nunca poderia cogitar a possibilidade de trancar a
faculdade, se não minha mãe tem um infarto. Bom esse lance acadêmico e
de ter que ser perfeita em todas as matérias tem a ver com minha mãe que
me controla em tudo, pois não quer que eu cometa os erros dela na
juventude.

Ficamos conversando para alguns minutos quando vejo joalin encarar algo
atrás de mim com uma feição seria me viro ao escutar barulho de passos
resteiros se aproximando e vejo o ser projetado descendo as escadas, o
cabelo todo embaraçado, com uma regata e moletom enquanto restava seus
pés como se tivesse segurando uma pedra. Pela sua cara o mal humor era
nítido, alguém estava de ressaca. Seus olhos azuis queimavam sobre os
meus castanhos até sentir uma eletricidade fazendo parar de encarar o
mesmo me voltando para frente e o mesmo se sentou ali no meu lado
encarando o prato como se fosse nascer algo ali.

-Cadê nossos pais?- Questionou o loiro com a voz rouca. -Eles foram fazer
compras, já chegam - Sina respondeu.
-Tão cedo?- ele falou com certa dificuldade, parecia que ia explodi bem ali.

-Cedo? Esqueci que você é um morcego- Joalin debochou e ele a ignorou


dando de ombros para a alfinetada da irmã.

-Porque você não atendeu o telefone?-Questionou Sina cortando o clima


frio entre os dois.

-Estava ocupado.

-Deve que estava por aí fodendo meio mundo enquanto mamãe estava
tendo um ataque aqui. -Congelei com o uso de palavras de Joalin com o
garoto. Em sua voz notava angustia misturada com raiva. Ainda tenho que
me acostumar com os palavreados que são usados nesta casa. Senti o ar frio
percorrer meu corpo. Olhei para o loiro que parecia estar em exaustão, não
entendo, acabou de acordar e tão cansado.

-Porque você não cuida da sua vida?.

-Porque estou tão entediada, que até sua vida sem graça me entretém. - A
loira o fuzilou como olhar, se encararam como se quisessem arrancar a
cabeça um do outro bem ali.

-Não começa vocês dois!- ordenou Sina.

-Sina não banca a boazinha, até você tem raiva desse lixo que só polui as
nossas vidas- Joalin joga na lata. Meu deus onde foi amarrar meu jegue é
melhor eu só ficar na minha comendo de boa.
- Nossa Joalin! Dá para calar a boca, o mundo agradece! - O loiro
resmungou. -E você não fala nada não ou só sabe espionar atrás da porta
alheia?- Ele está se referindo a mim? Meu Deus bem que eu podia ser um
avestruz para enfiar minha cabeça em um buraco. Como pode ser tão ruge
assim, sem nem me conhecem.

-Já caçando problemas, logo de manhã Josh- Disse Lamar entrando na casa.

- Pronto chegou o bobo para completar o circo. - Josh debochou

-Porque você não usa sua rebeldia para trazer um bem nesta casa- Debateu
o moreno

-Em primeiro advogado, eu estava falando com a estrangeirinha, já que


aqui é uma creche! Devo conhece-la, não?

-O nome dela é Any e é uma pessoa que você deve manter distância... -
Defendeu Lamar

-Não sabia que ela tinha um segurança.

-Me desculpa... - Sina sussurrou para mim, até que responderia se não
tivesse presa pela forma como ele falou comigo.

-Se for para não assustar a garota, eu sou- afirmou o moreno.

-Ok, agora eu sou o monstro- disse o loiro em um tom sarcástico.


-Está tudo bem Lamar, oi prazer, Any- Digo simpática recuperando a alma
do meu corpo que tinha saído por uns segundos.

-Viu não é tão difícil falar ou na sua cultura é comum isso de ficar muda -
o loiro falou debochado.

- Não está, o Josh tem que te tratar com respeito, agora pede desculpas para
ela- Lamar falou autoritário

-Porque você não vai da lição de moral lá na casa do caralho e me deixa em


paz! Você não cansa de bancar o mocinho não?-O confrontou ficando de
frente a frente com lamar.

-Eu não sei como a Maya te aguentava, acho que era porque não seria por
muito tempo.- Parecia que o Moreno triscou em uma ferida pois o olhar do
loiro ficou marejado, e em apenas um ato o loiro pegou pela gola da blusa
do moreno e o pendurou fazendo Sina e Joalin bradaram pare que Josh
parasse, mas o mesmo parecia surdo de tanto ódio e só berrou:

-VOCÊ NÃO OUSA FALAR O NOME DELA, ENTENDEU?

-Me solta- murmurou Lamar.

-ENTENDEU, VOCE NÃO É DIGNO PARA PRONUNCIAR NEM


SEQUER O NOME DELA.
-JOSH, O PONHA NO CHÃO AGORA! –ordenou Úrsula pasma ao ver a
cena na cozinha. Corri para ajuda-la com as compras.

-Sorte, que não estou bêbado o bastante hoje. - em um tom ameaçador para
o moreno.

-ANDA MOLEQUE! OBEDESCE SUA MÃE!- Ron ordenou e logo Josh


põe o mesmo no chão e se aproxima de mim, me fazendo encolher.

-Bem vinda à família de Hipócritas- Em seus olhos dava para sentir a


magoa e logo que se afastou, respirei fundo.

-Desculpa pelo nosso filho - Úrsula fala decepcionada

-Não precisa se desculpar, está tudo bem- concede um sorrisinho


reconfortante.

-Eu que peço desculpa senhora Úrsula, passei dos limites desta vez .-
Lamar lamentou.

-Não é sua culpa, ele é um cretino. -Joalin reconforta o moreno.

-Eu vou falar com ele...

-Não mãe, pode deixar que eu falo com ele- Disse Sina já indo em direção
as escadas se direcionado onde o loiro estava. Enquanto eu estava tentando
assimilar o furacão que tinha acontecido aqui, todos estavam bem e de
repente ficou tudo pesado.
-Vamos Any arrumar suas coisas-Joalin se pronunciou, assim dito fomos
para o quarto e achei fofo ela me ajudar é tão atenciosa na verdade todos
são menos o Josh, que parece um adolescente revoltado, o que não entendo
é o porquê de ser tão revoltado, quando tem uma família tão boa quanto
essa? Mas ele deve ter seus motivos. Saio do pensamento com o estalar de
dedos de Joalin em minha frente.

-Terra chama Any- Diz a loira impaciente

-Oi, desculpa eu estava viajando aqui.

-Deu para notar. -sorri- E no que a senhorita tanto pensa?- questionou

-Eu não quero ser invasiva, mas quem é Maya ?-Assim que falo a última
palavra a loira muda sua feição para triste. Vejo que isso realmente é uma
ferida grande.

-Desculpa, eu não...

-Não tudo bem, ela morreu a uns 3 anos, mas eu não posso dizer muito
porque sabe eu odeio o Josh mas prometemos não tocar neste assunto...-
Falou seriamente

-Tudo bem.

-Acho que terminamos- Disse vitoriosa ao ver todas as minhas coisas


arrumadas no armário
Depois descemos para o almoço no qual todos estavam presente, mas foi
um silencio inevitável e eu conversei com minha mãe, e tentava esquecer
do ocorrido mais cedo, e agora me encontro tomando uma ducha deliciosa,
ponho uma toalha e saio distraída para pegar uma roupa.

-Bela tatuagem. - Falou uma voz grossa se referindo à uma lua que eu
tenho nas minhas costas. Fazendo-me virar de uma vez.

-Ai que susto- falo ao notar a presença do menino dos olhos azuis de
jaqueta preta e bandana em cima da cama mexendo no celular. O que ele
pensa que pode entrar assim sem bater? Já não bastou o papel que ele fez lá
em baixo. -O que você está fazendo aqui?

-Bom olhando para essas suas perninhas, na verdade pernonas- falou me


analisado só de toalha, o que me fez encolher as pernas.

-Não muda de assunto, isso é invasão de privacidade. -Falei indignada.

-Bom para sermos justo você está na minha casa, não é. - ele disse se
levantando e vindo na minha direção.

Tento o impedi-lo, mas parecia que todos os meus músculos tinham


travados e eu fiquei presa nos olhos que refletiam um ar sombrio, então
simplesmente assenti fazendo o mesmo rir debochadamente, já percebi que
ele gosta dessa pegada de badboy.

-iiii de novo ficou muda foi? Qual é estrangeirinha, assim fica difícil, não?-
ele se aproxima, fica tão perto que dava para sentir o bafo de cerveja.
-Dá para você cair fora, senão grito- ameaço.

-Está vendo não é tão difícil falar, não é? Agora voltando ao assunto - disse
em um tom malicioso, me fazendo questionar, mas logo vejo do que se
tratava o assunto ao notar seus dedos fazendo minis círculos em minha
mão, logo a tiro da sua.

-Olha ,eu não sei qual é a sua, mas se eu fosse você dava meia volta,
porque não quero me envolver com pessoas como você.

-Bom não era o que parecia ontem, vasculhando o quarto alheio.

-Eu não estava olhando nada, eu só me perdi. -Dei de ombros.

-No meu abdômen?- sorriu fazendo involuntariamente minhas bochechas


corarem.

-Da pra parar de ser um imbecil e sai daqui! - ordenei

-Nossa nem me conhece, estrangerinha e já me insultando? Eu posso te


surpreender, se é que me entende. - Falou dando mais um passo fazendo o
ar ficar mais quente, mas o empurro e saio de sua direção.

-Eu não devo satisfação a você, mas eu tenho namorado, então pode parar
com esse seu joguinho. - Ele faz cara de confuso, e olhou para os lados e
voltou para mim e balançou os ombros e complementou: -Não estou vendo
ninguém aqui!
-Olha Josh, como você disse, eu não te conheço, e nem quero, agora dá
para você sair.

-Cuidado, estrangerinha, você pode adorar se me conhecer -Ele disse


sorrindo de canto.

-Sabe você que um feedback? Pois eu vou te dar, e esse feedback não é
bom, porque você é aquele tipo de pessoa que faz tudo para se aparecer,
não é?

-Não posso fazer nada, se as pessoas gostam do que vê. - Revirei os olhos.

-E é esse tipo de cara que eu quero distância. - Sem deixar ele dá mais
algum paço me volto com a roupa para o banheiro, mas sou surpreendida
com seu braço me puxando me fazendo voltar para ele.

-O que você esta fazendo? - o repreendo, com medo do seu próximo ato.

-Eu só quero dizer que você tem belos olhos- Disse o loiro com seu olhar
penetrante que parecia entrar na minha alma e logo em seguida piscou e me
deixou paralisada ali. O que rolou aqui? não entendo e nem quero entender.
Distancio esses pensamentos e termino de me arrumar, ponho um vestido
floral e desço rezando para não esbarra de novo com aquele sugador de
energia e respiro aliviada ao ver Lamar no sofá e resolvo me aproximar.

-Ei – chamo sua atenção que o mesmo me olha surpreso.


-Oi, o que devo a honra da sua companhia?-O moreno abriu um sorriso
acolhedor.

-Tem que ter um motivo para jogar conversa fora com você? – brinquei.

-Não- sorriu- É que pensei que estaria com as meninas....

-Você não quer a minha companhia? - fingi ficar triste.

-Sim.... que dizer, não, pode ficar, se quiser...- rio ao notar seu nervosismo

-O que você tanto faz neste seu caderninho? - Pergunto ao notar um


caderno preto em suas mãos.

-Ah isso.? Eu estava escrevendo uns acordes- em sua voz dava para notar a
timidez.

-Serio? Você compõe música? - pergunto empolgada ao me lembrar do


violão do quarto de Joalin, chocada acho que os caçadores de talentos já
podem vir, porque essa casa pelo visto está cheia.

-Sim... eu toco em uma banda....

-Serio? Uma banda? que legal.

-Quando não estou envolvido no projeto ou na faculdade, eu tiro um tempo


para tocar com uns amigos em uma garagem.
-Nossa, que nem aqueles filmes americanos de adolescentes na garagem. -
sorri que o mesmo retribui.

-Se quiser um dia eu te levo lá. - Propôs o moreno.

-Serio se não for te atrapalhar, eu topo.

-Não você não vai atrapalhar, se quiser amanhã eu te levo.

-Então está combinado- afirmei

-posso ver- apontei para o caderno.

-Sim, claro, mas não é grande coisa. -leio um verso daquela musica que
falava de um rapaz solitário que estava à procura de uma bela donzela.

-Uau, então você é um cara romântico.... Mas acho que tem varias meninas
atrás de você- sorri

-Ai quem me dera, só tem um garanhão nesta casa- ele disse olhando de
relance para o loiro que descia as escadas com a cara fechada.

-Não, eu acho que tem sim, uma garota, você só não esta vendo direito. -
Sorri
-Não eu sou um pobre...

-Garoto com um caderninho idiota! - intrometeu o loiro enquanto mordia


sua maçã se aproximando.

-O que você quer Josh? - questionou o moreno que dava para notar a
impaciência na sua voz

-Bem eu queria que você e seu cardeninho sumissem daqui, mas isso é uma
coisa que a chefia não aprovaria, então por enquanto vou me contentar com
a chave do carro. -Disse o loiro autoritário

-Para que? - questionou o moreno se levantando e ficando de frente para o


loiro.

-Só para ficar sentado observando o telhado - Dava para notar o tom da
ironia em sua voz.- Para sair, Imbecil - complementou

-Que eu saiba você não pode sair com o carro. Desde o ocorrido de mais
cedo. -Afirmou o moreno.

-E que eu saiba eu faço o que eu quiser então me dá à merda da chave.-


falou o garoto.

-Hmm Acho que não!

-Quer saber eu cansei de você! - Ele disse dando menção de ir para cima do
moreno até que eu intervenho, ficando entre eles.
-E melhor você sair da frente estrangerinha- ameaçou.

-Acho que não. – Desafiei.

-Quer saber que se dane! – O loiro deu meia volta e foi rumo a porta e logo
que saiu respirei aliviada, pois sabia que seria espremida que nem uma
formiga.

-Corajosa em!- pronunciou o moreno.

-Bom acho que babacas tem em todo lugar. - Falei enquanto me jogava no
sofá e em seguida o moreno fez o mesmo.

-Você é forte, mas toma cuidado, Any, Josh se esquivou, mas nem sempre
faz isso. - Aconselhou o moreno.

-Relaxa, eu consigo me defender. - me impus.

-Eu estou falando sério.

-E eu também. - Afirmei o deixando mais tranquilo.

-Bom acho que elas chegaram... -Disse Lamar ao ver Joalin e sua tagarelice
ecoar pela sala junto com Sina com uma expressão de cansaço.
-Ei onde vocês estavam? - questionei ao me aproximar das duas.

-Nós fomos até ao banco e depois fizemos umas compras. - Disse Joalin
animada segurando um monte de sacolas.

-Fizemos? Eu tive que ficar te aturando vestir cada roupa e não gostar de
nenhuma para no fim ter que voltar a primeira loja e comprar o primeiro
vestido que vestiu. -Bufou Sina.

-Em um dia desses poderíamos te mostrar a cidade?-Propôs Joalin


ignorando o desabafo de sua Irmã.

-Eu topo.

-é vai ser legal, agora com licença que vou tomar um banho - Sina disse se
retirando.

-Bom... Vem quero te mostrar algo...-Disse a loira me arrastando até o


nosso quarto e logo em seguida abriu uma das sacolas que carregava e
tirando um lindo vestido azul.

-Nossa que lindo – digo sentindo o tecido daquela obra de arte.

-Imagina ele em você- disse empolgada.

-Espera, o que você quer dizer?


-Bom eu fiz a Sina volta porque eu vi esse vestido e imaginei como ficaria
lindo em você.

-Sério! Que gentil, mas não posso aceitar...

-Para Any, só pega e o vista, quero ver você nele, e que me acompanhasse
com esse vestido - disse tirando outro vestido, um bem rodado e amarelo e
logo fomos ao banheiro e nos trocamos.

-Minha cara milady, aceita uma xícara deste chá? - ela disse saindo do
banheiro e fingindo segurar um bule.

-Sim será uma honra tomar um chá com a sua presença, mas não posso
deixar de notar que veste mais linda - entrei na brincadeira.

-Há fico lisonjeada, mas confesso que não e nada comparado com esse
lindo vestido parece ter vindo de Paris. - ela disse fazendo um sotaque
engraçado me fazendo rir e continuamos brincar de ser duas donzelas na
época medieval e depois de um tempo noto que a loira tinha desmaiado, a
ajeito na cama, cubro seus pés e como estava sem sono, coloquei uma
camisola confortável, peguei uma manta e desci até a sala, deitei no sofá e
coloquei um filme até que peguei em um sono, um sono leve que qualquer
barulho poderia me acordar.

Me desperto com um barulho vindo da porta, levanto e olho ao relógio na


estante e noto ser umas 3h da manhã, levanto e me viro e na frente da porta
noto um sujeito lutando com uma chave, todo deslocado vindo em minha
direção e logo pego um objeto que tinha na mesinha e fiz menção de atacar
o sujeito até que a luz do luar o ilumina dando a visão daquele rosto todo
sangrento, que não parecia saber onde estar. Concentro a visão na tentativa
de identificar o sujeito e olho diretamente para seus olhos arregalados e
vermelhos fazendo perceber quem era.... Ai meu Deus, é o Josh!
Cap04-

~JOSH BEAUCHAMP

Não sei onde estou, parece uma espécie de caixa preta em alta velocidade
que faz o meu coração acelerar, sinto as paredes me apertarem, estou
sufocado, procuro meus amigos, não os vejo, mas noto uma porta do meu
lado, eu posso morrer sufocado ou me lançar para fora da porta, antes de
decidir já me encontrava lançado na rua, olho para minhas vestes que
estava infestada de sangue, sinto minha cabeça doer fazendo levara mão
passar pelo corte que tinha na minha testa. Balanço a cabeça voltando para
a caixa preta que forço minhas vistas tentando decifrar o que era aquela
caixa que agora estava parada, porém só vejo duas silhuetas, de um homem
e uma mulher se formarem na frente da caixa preta. Se aproximaram de
mim, rindo alto, fazendo minha cabeça doer até que a silhueta da mulher
faz menção de falar.

-Você é louco! – Repreendeu a silhueta que parecia de uma mulher


pequena. Parecia muito Heyoon.

- Você viu, ele se lançou do carro. – Exclamou surpreendido, a voz da


silhueta mais robusta que parecia de Noah, porém estou muito chapado
para conseguir ver se era realmente eles.

- Falei para você que não seria uma boa dá muito daqueles biscoitos a ele.

- A culpa não é da maconha, eu o vi com o saquinho daquelas mais


potentes.

Não se isso era apenas alucinações daqueles ácidos que tomo, ou, de fato
eram ET’S fingindo ser meus amigos. Então sai correndo dali. Reconheço o
gramado da minha casa, pego minhas chaves desesperadamente, abro e
entro, luto para achar novamente a chave naquele molho. Viro-me e vejo a
minha donzela, parecia assustada, será que eles estão aqui? Alcançaram-
me?

-Ei calma minha querida, eu estou aqui! -tento conforta-la que a mesma
larga um objeto, que estivera em suas mãos no chão, e veio em minha
direção aliviada.

Respirou fundo e segurou meu rosto, analisando-o com seus olhos negros,
sempre me encantei pelos seus lindos olhos que pareciam mais escuros ao
anoitecer.

-Meu deus! O que houve com seu rosto?

-Me desculpa, Maya, eu tive que fugir deles.

Falei a fazendo me encarar com um ar de interrogação, mas não tinha


tempo de explicar o que acontecera pois nem eu entendia, mas sentia esse
ar de fuga tinha que protege-la antes que eles a cheguem e levem de mim
novamente.

-Rápido, venha temos que nos esconder! - Puxei por sua cintura para atrás
da estante e agachamos ali para não nós ver.

-Se esconder do que? - Sussurrou preocupada, olhei para ela e tirei a mecha
do seu cabelo que atrapalhava a visão de seu lindo rosto, fixei meus olhos
nos dela, abrandando, o que não adiantava muito pois sua cara de assustada
só amentava.

-Das vozes.

-Vozes?Josh....

Escuto um barulho vindo da cozinha e imediatamente ponho meu dedo


indicador em seus lábios interrompendo sua fala.

- Eles podem nos ouvir. – Levanto a cabeça sobre o móvel, tentando avistar
a cozinha sem ser visto e noto a janela aberta. -Eles estão aqui!
-Josh só foi o vento, para de ser louco.

Fez menção de levantar mas seguro sua mão a fazendo olhar para mim
com seus olhos julgadores, ela sempre teve essa mania de me vasculhar
com esses olhos desconfiados, desde sempre foi curiosa e corajosa, o sua
coragem sempre me encantava.

-Como sempre duvidando de mim, Maya...

-Eu não....

Não poderia correr o risco de deixa-la ir até lá, pois é perigoso não sei qual
é destes alienígenas que estava disfarçados de meus melhores amigos, o
que é uma boa estratégia.

-Tudo bem, mas eu vou dá uma espiada antes.

Me levanto e olho para baixo e vejo um lobo no meio da sala, como são
espertos, colocaram de vigia para não podermos fugir.

-Eles colocaram um lobo como vigia. - sussurrei para Maya que logo sobe
e faz uma cara de vontade de rir.

-Aquilo não é um lobo!

-A então é o que? Sua espertinha.

-É só minha manta pendurada no braço do sofá, olha!

Disse se direcionando ao lobo, tentei impedir, mas a mesma tirou suas


mãos da minha, e inclinou na frente do lobo e segurou pela cabeça, sacudiu
como se não fosse nada. Como eu disse sua coragem era de surpreender.
-Como você fez isso?! - questionei ao ver o lobo desmaiado em suas mãos.

-Eu só peguei a manta. - disse em um tom obvio, erguendo o lobo.

- Uau dessa vez você me surpreendeu, você matou um lobo!

Estava impressionado, estava casado com uma assassina de lobos, uau, isso
daria um bom filme!

-Pela segunda vez, isso não é um lobo.

- Se isso não é um lobo. Seria mais o que em?

-Minha manta...- Olhou em minha direção parecia cansada, respurou fundo


e jogou o Lobo no chão e complementou. - Cansei desse seu teatrinho, e
quem é Maya?

-É você! – Exclamei forçando um sotaque Britanico para as silhuetas não


me reconhecerem quepela cara de Maya estava horrível.

-Agora está falando com esse sotaque ridículo. -Bufou

-Porque você está tensa? - questionei caminhando até a mesma, mas


percebo uma alcateia de lobos atrás dela.

-Eu não....Ai seu louco!- exclamou após eu ter a empurrado para longe da
alcateia.

-Se vocês querem brincar, então vamos brincar... - Dito isso monto em
cima de uns e começo esmurra, mas sinto suas mordidas em mim.

-É sério isso? Josh você está se rolando em um tapete, em um tapete! -


exclamou impaciente.
Será que ela não está vendo? Será que os lobos estão invesiveis? Não, se
não eu também não estaria vendo, meu deus o que houve com ela?

-Amor corre, salve sua vida!

-Amor? Josh, eu sou a Any, Any !

-Eles já entraram na sua cabeça! Não se preocupe, respira fundo, eu vou


tirar eles daí! - Saio do meio dos lobos e vou em direção em sua direção e
agarro a cabeça dela, chaqualho para ver se aquelas vozes que estava
rolando em sua cabeça saísse dali.

-Para eu estou ficando tonta! - exclamou e logo a mesma pulou em cima de


mim e me deu um golpe e foi a última coisa que me lembro antes de cair e
apagar.

~ ANY GABRIELLY.

Saio de cima do mesmo, já que foi necessário dá um nocaute no mesmo


para que ele parece com essas loucuras, provavelmente estava chapado.
Mas que drogas pesadas em!

Bom eu poderia deixá-lo aí caído, mas não quero ter um dia ruim amanhã
então resolvo pegar uma cadeira e com bastante esforço já que tinha o
dobro do meu peso, o penduro em meus braços e coloco todo desajeitado
na cadeira e com um papel filme prendo suas mãos em volta da cadeira,
como maneira de precaução caso acorde e fique que nem louco de novo.

Observo sua fisionomia, que estava com pequenos arranhões em seu rosto e
olho para suas vestes que chega estava marrom de poeira, noto manchas de
sangue, não sei como ele não estava sentindo dor. Pego uma caixa de
pronto socorro que tinha em cima da estante, parece que eles já faziam isso
e muito.... Vejo dentro uma tesoura, pego-a e corto sua blusa e dou de cara
com um monte de caco de vidro encravados no seu abdômen, deve estar
muito drogado para não sentir isso! Observo a tatoo de uma cruz rachada
com asas no peitoral de relance e volto o foco nos ferimentos em seu
abdômen que tinha uma rosa preta de canto. Pego um algodão e limpo todo
seu rosto sujo, enquanto tentava recordar das aulas do curso de primeiros
socorros que fiz na época do início do ensino médio. Bom pelo menos os
cortes não foram fundos, ou seja, não é necessário levar ao médico. Tenho
que tirar os cacos antes que de alguma inflamação. Pego um pano na
cozinha e coloco em sua boca, para não fazer barulho, afinal é umas 3h da
manhã. Pego a pinça e vou tirando os cacos de vidro um por um. Acho que
o golpe foi forte porque ele nem se mexia.

Termino de tirar os cacos, dou mais uma checada para ver se não tinha
ficado nenhum, finalizo os curativos em seu abdômen e em seguida limpo a
bagunça, mas sem deixar de notar o curativo que ele fizera naquela outra
noite, perto da costela.

É hora de acorda o louco. O sacudo, sem sucesso, dou uns tapinhas de leve
não resolve, então jogo um copo d’água nele e o mesmo acorda.

-Finalmente- falo vitoriosa, mas o mesmo esperneia espantado.

-Ei calma sou eu ....

-Certeza? É a Maya não as vozes...

-Tenho, sim sou a Maya, a sua Maya.

Falo de uma vez pois sei que não adiantava lutar contra suas alucinações
por conta seja lá o que ele tomou. Não sabia quem era essa tal de Maya,
mas pelo que ocorreu mais cedo com essas alucinações, dá para se notar
que é alguém que meche com ele, que deixa o vulnerável. Pois sua cara
parecia de alguém perdido e não de um cara arrogante como vi pela
primeira vez.
-Ai que bom, mas porque eu estou amarrado? E sem blusa?

-Bom...- ele me corta

-Eles me torturaram não foi? Como da última vez?- questionou, pensei em


rir mas parecia com medo então decidi conforta-lo:

-Ei calma, agora está tudo bem, eles foram embora, não tem nada para se
preocupar.

-Promete?

-Sim eu prometo. – Suspiro e olho para seus olhos vazios. -Agora vou te
levar lá para cima. – Complemento mas o mesmo me olha estranho e
sacudia a cabeça parecia com medo.

-NÃO! Eu não quero ir lá para cima, não deixem que eles me levem. -
Implorou segurando as lagrimas.

Não entendia essas alucinações, e estou tão cansada para entender, e não
posso deixa-lo aqui já que resolvi entrar nessa onda de imaginações que ele
está tendo.

-Mas lá é bom! – afirmei.

-Mas aqui é melhor, eu tenho você!

-Eu vou com você!


-Mas e se eles não deixarem?

O que eu faço com esse homem perdido...

-Não precisa ter medo, lá não tem nada o que temer... - falo lembrando-se
das vezes que belinha tinha pesadelo e ia reconforta-la e contava uma
história que via naqueles filmes da Disney.

-Tem certeza?

-Ei você quer ser forte ou ficar que nem um frouxo?

-Querida eu sou forte, você não viu eu derrotei os lobos!

-Sim derrotou, mas sabe o porquê?

-Porque eles queriam te levar novamente...

-Isso, e você não quer que me levem, certo? - eu falo enquanto o soltava da
cadeira.

-Certo. - murmurou que nem uma criança com medo do pesadelo que
tivera.

-Então, você tem que ir lá e enfrentar seus medos que assim eles não me
levam.
-Certeza?

-sim, tenho!

-mas e se...

-Sem, mas, Josh, eu sou a sua Maya e ninguém me tira de você, se você
não deixar...

-Tudo bem. - Ele concordou me surpreendendo com um abraço, um abraço


apertado como se não quisesse me soltar nunca mais. Depois de um
tempinho me soltou e ficou me olhando, com aqueles olhos oceanos, mas
desta vez parecia um mar calmo, que não te empurra das águas e deixa
você navegar no seu lindo oceano.

-Vamos?

Quebrei o que seja que estava rolando ali.

-Pode me ajudar? Eu não sinto minhas pernas....

-Sim claro- digo o pendurado em cima dos meus ombros com certa
dificuldade e fazendo o mínimo de barulho possível subimos até o quarto
dele que era todo preto e na escrivaninha não pode deixar de notar um
retrato quebrado de uma menina, morena e linda. Coloquei-o na cama, tirei
seus tênis e peguei uma coberta e o cobri. E já ia saindo quando escuto seu
sussurro.

-Pode ficar aqui?


-Eu acho...

-Por favor, Maya, quero estar com você pela última vez, antes que eu
acorde e eles tiram você de mim!

Minha mente pensava em sair dali, mas meu corpo permaneceu, fiquei o
olhando adormecer e imaginando quem era essa garota que o deixa tão
abalado. Mas não me importa pois sei que ele é continua sendo um idiota e
quem seja essa garota, deve ser uma louca por ter convivido com esse ser,
que só sabe ser arrogante, bêbado, chapado e todo quebrado e olha que nem
faz box para isso.

Se eu soubesse naquela noite o que me aguardava, tinha o deixado no


chão com aqueles cacos, nunca tinha o ajudado, nunca tinha sentido pena,
pois assim eu nunca tinha deixado de ser eu, nunca tinha deixado ele me
destruir como me destruiu.

>>>>>>

Me desperto e vejo que dormir toda torta em uma cadeira e no quarto


daquele ser todo mutilado, olho para o despertado que tinha na cabeceira
que marcava 8h, me espanto pelo horário e levanto da cadeira e saio de
fininho com a intenção de ninguém me perceber, e já estava me virando
para o quarto de joalin quando escuto uma voz grossa atras de mim, me
fazendo virar para o moreno fazendo eu suspirar aliviada.

-Já acordada?

-Sim, perdi o sono.


-Então são dois, fiquei preocupado por causa do Josh.

-Por quê? - erguei a sobrancelha

-Porque ele sempre faz a Úrsula acordar para socorrer ele, e como ainda
não voltou.

-Anão, ele voltou não se preocupe- o corrigi.

-Como você sabe?

Perguntou fazendo meu corpo estremecer notando o que tinha acabado de


falar. Não poderia contar que fiquei acordada a madrugada acordada
acompanhando o surto do loiro, pois sei que isso traria encrenca para mim
e eu não quero, então pensei ligeiramente em uma mentira.

-Eu escutei uns barulhos vindo lá de baixo está madrugada, acredito que foi
ele.

-Assim...

-Eu vou entrar para me trocar. - Digo entrando ao quarto de Joalin, que a
mesma já não estava mais ali, acho que foi dá uma caminhada. Caminho
até minha mala, peguei uma blusa e uma calça e foi até o banheiro, passei
só uma água no meu corpo para despertar já que a noite anterior foi longa.

Saio do banho e visto minha roupa, amarro meu cabelo e saio do banheiro
já ia em direção as escadas quando dou de cara com o loiro, que parecia ter
lutado com um urso, o coitado estava cheio de lesões, aposto que não se
lembra da noite anterior pois estava delirando. Então descemos as escadas
sem trocar um A ou um olhar.
Eu poderia falar da noite passada e saciar minha curiosidade sobre Maya,
porém prefiro fingir que nunca aconteceu. Percebo que não tinha ninguém
ali na cozinha, resolvo preparar meus ovos, mas sou surpreendida com um
puxão de Josh.

-Se alguém ficar sabendo do que você viu naquele dia, saiba que posso
transformar sua vida em um inferno. - Sussurrou e pegou um pão na cesta
que estava do lado do fogão onde fritava meus ovos, e saiu dali me
deixando paralisada com a ameaça, e sem entender, será que ele falava do
corte que vi em seu abdômen, mas não entendo? O garoto parece que
estava em uma luta com gatos, então porque se preocuparia com um corte
simples....

-ANYYYYYY- Saio dos pensamentos com Joalin gritando histérica na


porta de entrada com seus olhos arregalados.

-OS OVOS....-A loira correu em minha direção ao sentir o cheiro dos ovos
torrando na frigideira me dando um choque de realidade e direciono ao
fogão.

-Meu deus, sou uma cabeça de vento! - digo tirando rapidamente do fogo.

-Sabe eu acho melhor eu prepará-los antes que você ponha fogo na casa.

-Você está certa. - Ponho a panela de molho, enquanto a mesma assumia.

-Porque está tão aérea? E porque você não estava no quarto mais cedo?

-Porque ninguém está falando das lesões do seu irmão? – Tento mudar de
assunto que a mesma revira os olhos.
-Bom se tornou uma coisa banal, sabe, ele sempre aparece como um... -
explicou Sina se sentando ao meu lado.

-zumbi. - Complementou Joalin.

-O que a Joalin quer dizer e que ele sempre chega derrotado. E nunca fala o
que está acontecendo.

-Um zumbi. - Insistiu Joalin.

-E vocês não tentam descobrir? - questionei

-Mais fácil você fazer um mudo falar - falou Joalin impaciente.

-Ele é um livro fechado, Any, a única pessoa que ele se abria está a 7
palmos do chão. -Sina disse desanimada.

-Já falando de mim?- falou o loiro se aproximando.

-Se tivéssemos não é da sua conta. -Disse Joalin servindo os ovos.

-é sobre mim, então acho que é da minha conta... Mas eu não quero perder
meu tempo com isso. - Debateu o loiro enquanto pegava o prato com ovo
porem logo em seguida Joalin agarra os ovos.
-Ei!

-Isso não é seu, se você quiser, então faça o seu. - falou autoritária se
sentando e dando para mim.

-Tá tanto faz. -Disse impaciente.

-Não vai protesta? Nada?- estranhou Sina.

-Cansei de falar com crianças mimadas. - ele disse dando meia volta da
cozinha.

Antes que essas energias negativas acabam com meu dia, termino meu café
da manhã, subo para o quarto e deito em minha cama, abro meu notebook e
noto uma chamada de vídeo perdida de Lucca e resolvo ligar para o
mesmo.

Video chamada on

-OI meu amor, porque você não atendeu, antes?

-Meu notebook estava desligado, mas como esta ai, você está bem?-
pergunto

-sim, só com um pouquinho, bem pouquinho de saudades. – Gargalhou.


-Bem pouquinho, né, eu também - sorri. Ver seu rosto me traz tanta
felicidade e uma energia que nunca senti com ninguém.

-Mas me conta como anda a vida de universitária? – questionou.

-Bom eu começo na segunda as aulas, e está de boa, hoje eu vou conhecer


uma banda do Lamar.

-Quem é esse Lamar?

-Há ele é estrangeiro e mora aqui até conseguir um lugar para morar.

-Mora ai? - questionou parecia estar incomodado.

-Sim.

-ele é bonito?

-Não reparei.

-Any, quem você quer enganar, lógico que reparou, eu só quero saber se
você o acha bonito? - perguntou intrigado.

E eu conhecia bem aquela feição dele e não era uma preocupação saudável
de como eu estava e sim de que eu o troque por alguém, desde que falei
sobre a possibilidade de vim para cá, ele começou com essas intrigas que
me deixa irritada. Sei que é normal ter ciúmes, eu também teria dele se
fosse uma situação ao contrário, mas não é porque eu conheço uma outra
pessoa que já vou pra cama.

-Lucca, eu acho melhor nos falarmos outra hora...

-Por quê? Só porque eu te perguntei se achava ele bonito, você gosta dele?

-Lucca quando você parar de ciúme, e quiser falar sobre nós dois, me liga,
ok?

-Espera, Any.

-Tchau Lucca.

Chamada de vídeo off

Fecho o notebook e levanto da cama, decidida a esquecer o ataque de


ciúme do meu namorado e desço a procura de Lamar.

-Aí está você. - Falo ao ver perto da garagem.

-Oi... Any, então preparada para os trinta minutos mais entediante da sua
vida? - Disse o mesmo me oferecendo um capacete.

-Que nada, já começou com moto, já estou adorando a sua banda. -


Brinquei.
-Ok, vamos?

- questionou subindo na linda moto preta, que subo também e seguro em


seus ombros, ele dá partida na moto e fomos direto para a casa de seu
amigo.

Senti uma sensação de liberdade, que dava vontade de abrir os braços e que
nem um pássaro sair voando por ai. Ele virava a esquina dando a visão de
varias casas coloridas uma seguida da outra e parou em frente uma azul que
dava visão de uma garagem onde tinha dois jovens afinando seus
instrumentos.

-Chegamos!

-Uau, as casas por aqui são bem chiques. -comentei encantada saindo da
moto e pendurando o capacete no banco.

-Vem vou te apresentar os meus amigos. - Disse entrelaçando sua mão na


minha e me puxando em direção a garagem com vários instrumentos
musicais só esperando a serem tocados. E os dois garotos sentados em dois
puff que logo levantam ao verem a gente se aproximar.

-Ei Lamar- Cumprimentou o garoto com um cabelo todo bagunçado.

-Eae Thomas, essa é a Any, ela é a menina que falei mais cedo.

-Uau ela é muito gata! - Comentou o de cabelo estilo afro.

-Desculpa, por ele, é um babaca. - comentou Lamar.


-Tudo bem- sorri

-Any, esse é o Thomas, o baixista. – Apontou para o garoto do cabelo


bagunçado. – E este é o Luan,o baterista. - Apontou para o do cabelo
cacheado.

-E somos os Raios do amanhecer.

-Nossa que nome legal!

-Em enquanto terminamos de afinar os instrumentos, ali na esquina tem


uma lanchonete, se quiser beber algo...- disse apontando para a avenida.

-Ok eu vou lá, já volto! - digo saindo rumo a lanchonete vermelha que
chegando lá foi imediatamente atendida por uma garçonete e peço um
refrigerante de soda. Me entregou o pedido enquanto dava o dinheiro e já ia
voltando quando um alguém que parecia familiar, vira a esquina.

E curiosa sigo o indivíduo que parecia com pressa. Fico de trás de uma
parede próximo do mesmo, que vira em minha direção fazendo minhas
pernas ficarem mole ao perceber o idiota do Josh, que veio de encontro
com mais dois indivíduos. O que ele fazia ali com aqueles caras? que pela
cara não parecia gente boa, será traficantes?

Vejo um dos caras avançarem no loiro enquanto o outro segurava o mesmo


por trás. O que estava rolando?

Cap05-

~ ANY GABRIELLY
Tento visualizar a cena que acontecia ali, de dois capangas que pareciam
bem fortes socando o abdômen do loiro, que já estava solto no chão
gemendo de dor, mas não resistia.

Porque ele não revida? Porque está deixando essa tortura acontecer
consigo mesmo? Será que o coitado, já nem tem mais forças? Aquilo não
tem nada a ver com minha vida, mas é desumano virar as costas para um
ato de covardia...

Me aproximo mais da cena, ficando centímetros de lá e grito para


pararem. E os mesmos não dão ouvido e continuam sufocar o loiro de
murros repentinos que intercalava com o abdômen e o seu rosto. Repito
para pararem que desta vez tomo a atenção deles, olho pro loiro que fitava
seu olhar em mim e revirou os olhos.

-Não dão ouvidos a ela, continuem! - falou o loiro ofegante e logo os


valentões retomaram os socos me fazendo ficar mais assombrada com a
cena tentando assimilar o que acontecia.

-Parem, vocês vão matar ele!

Me espanto já que o mesmo parecia um furacão entrando em erupção,


que a cada murro o mesmo golfava sangue.

Pela situação uma adrenalina percorria meu corpo e rapidamente o puxo


pela gola o tirando dos murros, que respirou profundamente tentando
recuperar o oxigênio do seu corpo cansado.

-O que é isso? Porque vocês estão batendo nele? - falo histérica com os
capangas.

-Estamos só fazendo nosso trabalho. - O mais alto falou.

-Do que eles estão falando, Josh?


Me direciono pro loiro sangrento que levantou a cabeça em minha direção
com seu olhar de indignação e nada amigável para quem tinha acabado de
ter a vida salva.

-Não é da sua conta.

-UAU! que ótima forma de agradecimento por salvar sua vida.

-E quem disse que eu precisava ser salvo.

-Bom você, agindo que nem um idiota. -Joguei na lata.

-Aqui está o dinheiro e na próxima só eu que falo para parar. - Disse o loiro
que usava a parede como uma bengala para se levantar dando um dinheiro
para os capangas que assentiram e deixaram nós dois ali.

O mesmo já conseguia com muito esforço ficar sozinho em pé. Fiquei o


observando esperando que ele se pronunciasse sobre a cena horrorosa que
presenciei que o mesmo em vez de está assustado como qualquer vítima de
valentões, parecia que estava revoltado olhando para a rua deserta.

-Você não vai explicar? – iniciei o tomando sua atenção e me olhou com
um ar de reprovação passando suas mãos sobre o rosto e esfregando os
olhos.

-Você ainda está aqui, que maravilha. – Ironizou e deu as costas para mim
seguindo o caminho, se acha que vai me deixar falando sozinha está muito
enganado. Apresso os paços ficando do seu lado.

-Você tem razão. Eu deveria ir embora.


-Graças a Deus!- Exclamou.

-Mas eu não vou. - Revirou os olhos. - Até você falar quem era aqueles
capangas? E porque eles disseram como se tivesse trabalhando para você.

-Sabe estrangeirinha, já percebi que você gosta de bisbilhotar a vida dos


outros, mas fique logo sabendo que na minha é perca de tempo.

-Sabe Josh, eu percebi que você está evitando a minha pergunta... Quem
são eles?

-Você me deixa em paz se eu falar? – Em sua voz dava para notar a


impaciência então só assenti e o mesmo olhou para os lados procurando
uma resposta.

-Eu trafico drogas.

-Se você fosse traficante, seria ao contrário, não? - questionei. Ele acha que
pode me enganar? Posso parecer ingênua, mas sei que traficantes não são
vítimas, obrigada aos filmes de investigações que assisto com Lucca.

-Pelo jeito você é esperta.

-Anda, fala a verdade. - Falo impaciente.

-Ok, olha, eu os pago para me baterem, satisfeita? – Falou de uma vez,


grosso me fazendo estremecer com sua fala. Ele é louco?
-Que? Você é um Masoquista? -perguntei pasma.

-Não te interessa quem eu sou, então estrangeirinha siga o conselho do


idiota do Lamar e mantenha distancia de mim e é melhor isso ser um
segredinho nosso, senão...- Se aproximou me fazendo ficar bamba e
sussurrou perto do meu ouvido.

- Vou fazer você querer nunca ter pisado aqui. - Se afastou, deu uma
piscada para mim e se virou, foi embora todo torto, vejo sua figura sumindo
da paisagem. Saio da minha paralisia decorrente de quando estou perto
desse canalha e volto para garagem dos amigos do Lamar. Que me olham
com cara de interrogação.

-Se perdeu? - perguntou Lamar.

-Não, eu só... Estava dando uma volta aqui é bem bonito!

-É só por aqui, porque no centro da cidade parece um lixão – comentou


Thomas

-Vocês tocam que tipo de música?- mudo de assunto.

-Bom um pouco de tudo, mas é mais pop mesmo. – Responde Luan.

-Vamos tocar a última? - questionou Lamar.

-Vamos nessa. - Concordou Luan e assim dito começaram tocar a melodia


de uma música bem calma que tinha uns acordes muito bom, mas não era o
suficiente para tirar meus pensamentos da cena anterior, ainda estou
chocada, qual é daquele garoto, uma hora ele é todo tarado, na outra age
que nem um idiota como se não ligasse para nada e porque ele paga para
baterem nele? Saio da nuvem dos meus pensamentos com Lamar me
chamando a atenção.

-Any, terra chamando.

-Oi.

-Você vive no mundo da lua, ou só hoje está aérea mesmo? - questionou o


moreno

-Me desculpa. – Lamentei.

-Tudo bem, vamos? A Joalin pediu para te deixa em um parque perto


daqui. – Complementou que logo assenti, me despedi dos rapazes e fomos
ao parque.

Em questão de minutos, chegamos ao local, um parque grande e lindo


tinha umas barraquinhas de comida na entrada e no fundo uma roda-
gigante. Paro de admirar o local quando vejo Joalin se aproximar junto com
duas belas moças e dois rapazes.

-Meu Deus vocês estavam vindo de jegue? para demorar esse tanto .-
Resmungou Joalin.

- Nem demoramos tanto, mas em fim, eu já vou indo nessa- disse Lamar
enquanto eu descia da mesma e cumprimentava Joalin.
-Não quer vim com a gente? -perguntei e o mesmo negou e deu partida na
moto e logo me virei para a loira que me olhava jubilante.

-Você deve ser a Any, joalin falou muito de você. - falou um garoto
bombado com um sorriso de canto, que parecia que sua casa era a
academia.

-sim sou.

-Bailey, ela não! - frustrou Joalin, fazendo o mesmo desfazer o sorriso e se


direcionar para a loira do seu lado que deu um tapinha em seu ombro.

-Agora não posso mais ser educado?

-Todos nós sabemos quando você age assim, tem segundas intenções. –
Falou a morena que estava com cara fechada.

-Isso tudo é inveja Sabina? Porque eu posso ter tudo o que eu quero. -
debochou o tal de Bailey.

-Inveja, de você? Ai Bailey se enxerga. - Retrucou à morena revirando os


olhos.

-Prazer Any, liga para esses dois não, meu nome é Shivani – falou uma
moça de pele morena com olhos meio puxados sorrindo simpática.

-Não se preocupe. - sorri


-Wow tomara que seja mais legal do que essa sua roupinha, porque amiga
esse seu look está meio fora das tendências. - Disse um menino que pela
fisionomia é asiático. Que rolou seu olhar por minhas vestes.

- Não liga para ele, Any, é outro idiota. - Retrucou a tal de Shivani fazendo
o asiático revirar os olhos.

-Eu só disse a verdade, assim ela vai encantar os meus avos. Sem ofensas. –
A mesma da um tapa no braço do mesmo, que a recriminava com os olhos
pela ação.

-Bom pelo menos eu não vou morrer de calor.- alfinetei já que ele estava
todo de peto em um dia tórrido como esse. Fazendo todos rirem.

- Bom já que vocês já se conheceram, porque não arrumam uma mesa,


enquanto eu pego o pedido- disse Joalin se virando e entrando na
lanchonete que estava a nossa direita.

-Então pessoal tudo pronto para sábado? -Questionou Bailey.

-O que vai acontecer sábado? -indaguei.

-Bom é aniversario da Joalin e vamos fazer uma surpresa. - Disse Sabina


extasiada.

-Ela nem comentou. – Estranhei sei que ainda não somos próximas, mas
poderia avisar para não ser a idiota que esquece de dar parabéns.
-Joalin é assim quase não fala da vida dela. -Explicou Krys.

-Isso deve ser de família. - comentei.

-Por quê? - estranhou Shivani.

-Bom o irmão dela é esquisito. - expliquei que a mesma concorda.

- Mas menina, o que ele tem de esquisitão tem de corpo, só Deus sabe. -
suspirou Krys.

-Será que podemos parar de falar do corpo alheio – interveio Bailey.

-Ai calmo Bailey, seu corpo também é bom- disse o asiático piscando para
Bailey e o olhando com um olhar analisador que o mesmo repreende.

-Cadê a Joalin com o prato, ela que nos matar de fome? - questionou
Sabina

-Já reclamando Sabi.- Disse Joalin se aproximando com uns hamburguês.

-Mas é claro, você demora um século, pensei que tinha que ir te buscar.

-Para de ser exagerada. - Falou Shivani que não parava de encarar Bailey.
Ficamos conversando por um tempo, parecia que Shivani lutava para comer
seu amburgue que acabou dando inteiro para Sabina que devorou ele,
depois fomos à roda gigante, nos divertimos, comemos uns algodão doces,
descobri que Sabina gostava muito de regaton e adorava dança e comida e
que treina para ser uma grande modelo. Bailey que brigava com Sabina
feito irmãos, ama futebol e academia. Shivani que parecia a mais quieta do
grupo ficava observando Bailey e me disse que faria a mesma faculdade
que eu, direito. Kystian disse que se interessa por moda e culinária mas por
pressão de seus pais, acabou indo para Direito também, comentei com ele
que sei exatamente como é ser pressionado pelos pais, já que minha mãe
sempre me fez andar na linha em relação as minhas escolhas acadêmicas.

Depois de um tempo, eu e Joalin retornamos para casa, mas tinha algo


diferente, saia uma fumaça da casa que entrava nos nossos pulmões como
cacos de vidro nos fazendo tossir e fomos rapidamente para dentro, que a
fumaça só aumentava juntamente com o cheiro horrível.

Cap06

~ANY GABRIELLY

E lá estava Josh e um bando de pessoas, e a fumaça vinha de uns garotos


que fazia rodinha de tabaco.

-Ai está minha irmãzinha.- Disse o loiro, diferente de mais cedo, estava
sorridente e seus olhos parecia como de noite, calmos ou seja ele está
chapado. Se aproximava de nós com uma garrafa de cerveja que estava pela
metade, fazendo minhas pernas ficarem bambas novamente. Abraçou
Joalin que a mesma o empurra, e encarava furiosa.

-QUE PORRA É ESSA, JOSH, QUEM SÃO ESSAS PESSOAS?- falou a


loira entre dentes já que estavam fazendo uma zona na casa.

-Não vê irmãzinha? Sabe eu estava pensando quando os papais saíram, vi


que essa casa estava lotada de tristeza, então porque não uma festa?- disse
o loiro com sorriso sínico dando um gole em sua cerveja fazendo a
multidão gritar.
-Que, os papais saíram? Para onde? – questionou a loira.

-Sei lá, eu escutei "vamos ao blá blá vê se não faz besteira e blá blá blá". -
Falou tirando sarro

-Que Porra Josh, o que custava você escuta pelo menos uma vez na sua
vida. -Falou histérica roubando a atenção dos amigos de Josh.

-Sabe maninha, você está precisando relaxar, toma um gole. - ele ofereceu
um gole de sua bebida que a mesma dá um tapa no copo fazendo a bebida
cair toda em cima dele.

-Que merda Joalin, essa camisa é nova. Da para relaxa, sua mimada do
caralho.

-Que? - O fuzilou.

-Há eu estou aqui de boa daí vem você estragar a vida aleia.

-Sou eu que estrago a sua miserável vida?

- Sempre.- Afirmou e logo os olhos dela foi enchendo de água guardada em


sua pálpebra mas não era lágrimas de tristeza e sim de raiva e já ia dando
um tapa no loiro mas o mesmo agarra o punho da loira e o aperta fazendo a
mesma gemer de dor.
-SOLTE ELA, JOSH.- uma voz interna saiu de mim em um impulso
avanço na frente da loira ficando de cara com a fera.

-Olha a mudinha vai dar de uma heroína é?

-Eu falei para solta-la- falei entre dentes.

-Tanto faz. –disse soltando o punho da loira e voltando para a farra que
rolava na sala, mas antes de ele dá um passo cutuco seu ombro o fazendo
virar novamente para mim e dou um soco em seu nariz, que o mesmo olha
com um olhar de fera indomável. E chega bem perto de mim, fazendo meu
copo soar frio.

-Isso é coisa de brasileiro?

-O que?

-De se intrometer onde não deve. - Debochou o loiro e na sala parecia que
os holofotes estavam em nós, e um silencio tenso se instalou no cômodo.

-Eu me intrometo assim que você vem com essa tua arrogância em cima da
sua irmã. - Nesse momento só esse meu lado novo estava, e a vontade de
decapitá-lo é grande.

-Como você falou, é minha irmã então você não tem nada a ver com isso.

-Se eu não tenho, porque te deixo tão fora de si.


-Porque você é uma estrangeirinha que ama bisbilhotar onde não deve. - E
pela fala dava para notar uma raiva, eu o confrontei, cutuquei o seu ego.

-A então você acha que eu vou ficar aturando, você sendo um idiota com
sua irmã? - questionei incrédula e ele assente.

-Quer saber Josh, eu não me arrependo de ter dado um murro no meio da


sua cara. Pelo contrário até que gostei. - o provoquei.

-Cuidado, docinho você está brincando com o fogo, mas te digo o fogo ele
é traiçoeiro e pode te queimar. - Piscou.

-Suas ameaças podem dá certo com várias pessoas, mas comigo é melhor
você fazer melhor que isso, pois Josh você não tem ideia de quem eu sou. -

O mesmo agarra minha mão e me puxa para bem perto, segurou em minha
perna me fazendo arrepiar por inteira.

-Sabe estrangeirinha, gostei desse seu novo lado. - falou com um sorriso
estampado no rosto.

-Babaca. - Resmungo e eu o solto, saio de lá juntamente com Joalin para o


quarto, que a mesma não parava de me encarar impressionada.

- Aquilo foi tão louco, o jeito que me defendeu. – disse a loira se jogando
na cama. Enquanto tentava assimilar o que tinha ocorrido, não sei da onde
tive coragem de confrontá-lo assim.
-Pois é. – Sentei do lado da mesma enquanto analisava minhas mãos que
estavam um pouco vermelha por conta do murro que dei naquele idiota.

-Sabe acho que você veio como um anjo da guarda para mim. – Comentou
empolgada.

-Como assim?

- Você o fez recuar, desde ele vive assim, sendo arrogante nunca tinha visto
ele fazer isso.

Também não entendi o que rolou ali. Ele simplesmente me deixou sair
dali sem nenhuma reação anão ser suas ameaças idiotas. Talvez esteja
muito chapado para brigar, muito cansado por causa das pancadas que
levará mais cedo.

Não vou ficar pensando nisso, pois ele continua sendo um babaca que é
frio que nem a noite.

- Eu vou colocar um gelo na minha mão. – Falei me pondo de pé.

-ok, eu vou caçar o Lamar.

Assenti e foi lá para baixo e como um ímã meus olhos se chocaram


novamente com o loiro que estava encostado na lareira junto com uma
loira que pareciam está flertando um com o outro, que meu Deus! ela é tão
magra, que parece que vai desaparecer a qualquer minuto.

Chacoalho a cabeça e desço os últimos degraus e vou à geladeira e faço


uma compressa de gelo em minha mão que estava latejando, sento na
bancada e fico observando o loiro enfiar a língua na goela daquela pobre
garota.

-Eae...Any não é?- perguntou uma voz roca me dando um susto, me viro
até onde vinha a voz e era de um garoto de cabelos castanhos que sentava
do meu lado.

-Sim. - sorrio
-Eu sou o Noah. - O mesmo paquera da Sina, bom vejo que ela tem até um
bom gosto.

-Prazer Noah, como você sabia que sou a Any?

-Bom o Josh não parava de falar de uma tal de estrangeirinha, chamada


Any e supôs que é você.

-Ele fala de mim? - estranhei.

-Bom o papo de hoje só foi sobre uma estrangeirinha. - Ele disse tomando
um gole da sua cerveja, me fazendo sorrir, não sei o porquê, mas saber que
esse babaca fala de mim me dá uma vontade de sorrir.

-Deve ter só falado merda, mas juro que sou legal.

-Deu para vê, porque te garanto todo mundo nessa sala queria ter batido
nele como você bateu até aquela vadia que ele está pegando. - Sorriu
olhando para a mesma cena do loiro invadindo a intimidade da vítima, o
que me fazia revirar o estômago.

-Bom acho que em alguma hora, alguém tinha que ser a primeira
verdadeira vadia na vida dele. –Disse pegando um copo de um conhaque
abandonado no balcão e o virando que desceu rasgando minha garganta, o
que me fez arrepiar por inteira fazendo involuntariamente uma careta.

-Como vocês consegue beber uma coisa tão ruim. -Comentei fazendo o
mesmo sorrir.
- Com o tempo você se acostuma, o álcool às vezes não é bom só pelo
gosto mas pela sensação que te traz.- Disse analisando seu drinque como se
fosse algo precioso.

-Espero que só sensações boas.

-Nem na sua maioria das vezes. - Disse com seu olhar vidrado em um
retrato de Sina.

Fomos interrompidos pelo tumulto que acontecia na sala e deu só para


ouvir os gritos da Joalin com o Josh. E resolvo me aproximar juntamente
com Noah.

-QUE MERDA VOCÊ DEU PARA O LAMAR?-Gritou à loira.

-Nada de mais, relaxa maninha, toma essa erva da boa. - disse entregando
um baseado a mesma. Ela pega o baseado e pressiona contra o braço do
mesmo que só rir, seu braço já era lotado destas marcas.

-Maninha você vai precisar mais do que isso.

-VOCÊ SE DROGA TANTO QUE NEM LIGA MAIS NE?

-Ligar para que maninha a vida tem graça quando você é um ser sem
preocupações.
-Fala logo idiota, porque o Lamar não que acordar.

-Eu falei para ele não exagerar. - Ele disse em meio de gargalhadas.

-Não sei por que ainda minha mãe e Sina tem esperanças em você, você é o
próprio inferno da nossa família. - Ela disse indo direto para as escadas e
puxando um garoto juntamente e em questão de minutos vinha ela
juntamente com o garoto carregando o corpo desacordado de Lamar na
direção de Josh, como uma onça, e colocou o dedo indicado em seu
peitoral.

-Se quando eu chegar, essa casa não tiver nos drinques, eu juro por Deus
que arranco o que você tem mais de precioso ainda. - Ela disse dando uma
joelhada em suas partes fazendo o mesmo gemer de dó, a loira se virou em
minha direção.

-Any, fica e o ajuda, eu vou ao hospital e reze Josh, por não ter acontecido
nada com ele, vamos! - chamou o garoto com o Lamar e me deixou sozinha
com o loiro e o bando de pessoas bêbadas e drogadas.

Em questão de minutos eu arrumei tudo e mandei todo mundo para casa, já


o Josh não mexia nem um graveto só ficava parado admirando o céu pela
janela com um drinque e um cigarro nas mãos sentado na poltrona.

-Obrigada pela ajuda. – Falei sarcástica me jogando no sofá.


-De nada. - disse o mesmo se levantando e direcionando ao balcão e
pegando uma garrafa de bebida e pondo em um copo e jogando o que
sobrou do seu baseado no cinzeiro.

-Quer? - Ofereceu uma bebida.

-Josh, eu não posso...

-Eu perguntei se quer, e não se podia ou não.

-Não, não quero- digo impaciente. E o mesmo volta a se sentar no sofá e


olhando o céu.

-O que você tanto olha?- interroguei.

-Você é muito curiosa sabia? -Bebeu um gole do seu drinque.

-Sou mesmo.

-Será que é boa na cama como é boa em fazer perguntas? - questionou


erguendo a sobrancelha, sorrindo.

-Você é muito idiota. - Assim que dito se levantou e se aproximou de mim


ficando na minha frente.

-O que você está fazendo? - questionei e o mesmo estendeu sua mão, esse
garoto é muito confuso.
-Para que?

-Só pega a minha mão. - Ordenou o mesmo, mas com uma voz calma como
nunca tinha ouvido desde que cheguei.

-Está bem. - Peguei sua mão e ele me levou até o centro da sala e começou
a me girar, o loiro colocou sua mão esquerda em minhas costas e colou
nossos corpos.

Eu não estava entendendo nada, mas deixei me levar. E uma dança calma
começamos a dançar em uma coreografia que nossas pernas entravam em
sintonia junto com a música, ele se aproximou do meu ouvido e falou:

-No céu podemos ver tudo o que queremos. Um desenho, uma pessoa, uma
mensagem, o céu é a melhor inspiração para as coisas e te traz lembranças
com pessoas queridas que você nunca mais possa ter. - Fiquei paralisada
com o que ele disse, esse era o mesmo Josh de madrugada, o Josh que
parece quebrado e triste, mas sem sua máscara, mas porque ele põe a
máscara? Porque ele não deixa cair... E isso foi a última coisa que eu
lembro antes de me apagar nos braços dele.

Me desperto com um barulho estranho, abro meus olhos e percebo estar


amarrada dentro de um carro, que merda é essa?

Me desperto com um barulho estranho, abro meus olhos e percebo estar


amarrada dentro de um carro, que merda é essa?

Cap07

~ JOSH BEAUCHAMP

Estava dirigindo por uma hora e até agora a garota não tinha se
despertado. Sei que foi um pouco rude o jeito que a sequestrei, mas acho
que ela não vinha de boa ainda mais parece que a mesma tem um
questionário na cabeça.

Estou devendo uma grana ao meu chefe que trabalho vendendo drogas.
Desde que meu pai parou de me dar dinheiro por não ser um bom filho
como o idiota do Lamar. E agora faço parte dessa gangue, chamada corvos
negros e na última vez acabei dando uma vacilada com eles.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Horas antes

Estava andando a bastante tempo e sentindo muita dor, por causa das
pancadas que pagai para uns babacas me espancarem, desde que Maya saiu
da minha vida busco maneiras de tampar essa dor de perder alguém por
outras e isso tem ajudado muito, nem tenho pensando tanto. Porem desde a
chegada da estrangerinha que ama meter seu dedo onde não deve, meus
pensamentos acabam me recordando de Maya, não sei se é no jeito atrevido
de Any ou na aparência, que estranhamente se parecem.

Vejo que estou perto de casa, noto o carro dos meus pais na garagem, me
alertando que não poderia entrar pela porta da frente, em razão de estar
todo cheio de sangue e não tenho paciência para aturar outras perguntas
sobre isso.

Então percebo a janela do quarto de joalin aberta, estou sem forças para
escalar até o quarto da mesma, mas é isso ou enfrentar a chatice dos meus
pais, nem pensei duas vezes e me pendurei na janela da sala com cuidado
para não ser vistos, mas por sorte meus pais não estavam no andar de
baixo.

Com muito esforço me impulso para cima e me seguro em um dos ferros da


varanda no quarto de joalin, tento me segurar porem sinto tropeçar no vaso
de planta que estava ali, já imaginava meu corpo no chão mas por sorte
consigo me jogar na varanda.

Me apoio na poltrona fazendo esforço pra se levantar, porém minha perna


esquerda não ajudava muito, estava latejando de dor, escuto vozes da
minha mãe se aproximando do quarto, logo me enfio no guarda-roupa, e
um gemido de dor acaba escapando.
-Joalin?- questionou minha mãe me fazes levar um susto mas logo respiro
aliviado ao ouvir a voz de Lamar a chamar pra mostrar uma coisa lá fora,
provavelmente o vaso quebrado. Nunca pensei em respirar aliviado por
escutar a voz desse otário.

Saio do guarda-roupa com cuidado, verifico se tudo está certo no quarto


antes de deixa-lo e me direciono ao meu quarto, pego a caixa de tênis,
onde guardava remédios para dor e curativos que estava em cima do meu
guarda-roupa, paço um relaxante muscular nos machucados e faço um
curativo rápido na minha perna que devo ter cortado com o vaso.

Tomo uma ducha e guardo a roupa que estava vermelha de tanto sangue na
minha caixa que estava escrito “não mexa” para minha mãe ou qualquer
outra pessoa não pegar, acho que é meio obvio.

Desci as escadas, meus pais falaram que iam sair, não prestei atenção para
onde, só me joguei no sofá e peguei um cigarro e o isqueiro, mas antes de
ascender, escuto a voz do idiota do Lamar após a campainha tocar
insistentemente.

-Esses cigarros te deixam surdo também! - Falou irritado se aproximando


da porta me fazendo revirar os olhos enquanto acendia meu cigarro.

-Ei! - exclamou o mesmo a pós ser empurrado por Toby, um dos membros
dos corvos negros e braço direito do Tad, nosso chefe. Levantei e foi na
direção dele que estava com cara de quem comeu comida estragada.

-O que houve, irmão?

-O que houve? Josh você sumiu com a droga e não entregou a grana. -
Falou grotescamente

-O que está rolando aqui?- Lamar questionou incrédulo

-Não se meta Lamar e o que você está fazendo aqui, não deveria ver se sua
namoradinha está em perigo? - Questionei pelo fato de agora além de ser o
queridinho da família também é o guarda costas pessoal da estrangerinha.

-Namorada? Que? - Franziu a testa e antes de prosseguir com a fala, Toby


que não estava nem um pouco contente me puxou pela gola e se
aproximou.
-Josh, escuta aqui, se o chefe não tiver a grana até a noitecer eu arranco a
sua cabeça e da sua família. - Falou fazendo Lamar tremer de medo. esse
idiota morre de medo de tudo, por Deus! imagina ser um filho da puta
certinho como ele? Acho que eu não conseguiria viver assim nem um
segundo, e é por isso que acabei me tornando quem sou hoje.

-Ei vamos nos acalmar, Toby, ok! Eu sei que você está irritado por n
motivos, mas não precisa de todas essas ameaças, eu vou da um jeito. -
Falo tentando sair dali, mas Toby tem 2m de altura, nunca conseguiria
derrotar ele.

-Você e seu sempre “darei um jeito”, fica sabendo que eu cansei dessas
suas desculpas de merda - Em sua feição dava pra notar o estresse. Toby
sempre teve essa pose de durão e estressado, mas acho que isso só é pra dá
medo mesmo, pela feição de Lamar, dava super certo.

-Olha, porque você não toma uma água e se acalma, deixa que eu me viro
com o Tad! - Ele soltou um riso que dava pra notar um pouco de ironia.

-O que foi?

-O que foi? Josh! o chefe te baniu dos corvos e se você não parecer com
essa grana, de adeus a toda essa merda.

-Bom eu já não tenho nada! - dei de ombros.

O que é verdade, esses otários acham que podem tirar algo de mim, sendo
que a única coisa que me importa já está morta a uns 5 anos.

-Você é um idiota que não liga pra nada, né, mas aposto que não gostaria
de saber que suas irmãzinhas foram abusadas e torturadas. - Disse
apontando para um retrato de Joalin e Sina.

Posso ser um babaca de todas as formas, mas não concordo com isso e
vindo desses panacas sei que tudo é possível, então abaixei minha guarda,
sem ter como pagar pra eles, já que emprestei a grana pro Noah que estava
precisando após seus pais ricos o expulsarem de casa por ver maconha em
suas coisas sem dá uma grana pro jovem então tive que ajudar pois foi um
dos poucos que não me abandonaram.

Estou em uma rua sem saída, pela primeira vez senti em uma emboscada.
Olhei pros lados com uma maneira de achar algo para me ajudar, reparo no
casaco pendurado na cadeira e noto ser de Any e bem que ela precisa de
uma lição e eles adoram uma puta gostosa, ela pode ser chata, mas não
posso negar que é uma puta gostosa.

Me virei pra feição da fera e sorri de canto.

-Olha, estejam nesta madrugada lá perto da praia que fechou, a algumas


horas daqui e darei uma recompensa das boas. - O mesmo assentiu
entendendo o recado e saiu da casa fazendo Lamar respirar aliviado, quase
esqueci que esse babaca ainda estava aqui.

-O que você fez? – Questionou Lamar que parecia nervoso tentando


assimilar o que houve ali.

-Negócios, que crianças como você, não entenderia. - Assenti e dei um


trago, soltei a fumaça na cara do mimado que não se agradou.

- Não quero entender essas suas merdas, só espero que não traga para cá!

-Se não o que? Vai se esconder, como fez? - Gargalhei e prossegui. -Tome
isso vai te fazer da uma relaxada é pra dor de cabeça, só não exagere. –
Sorri entregando um saco com comprimentos, nem eu sei que merda é
aquela, o mesmo desconfiado aceitou já que só queria esquecer o que
aconteceu poucos minutos antes.

>>>>>>>>>>>>>>>

Saio dos meus pensamentos, quando escuto um gemido vindo do banco


traseiro e vejo pelo retrovisor que finalmente Any tinha acordado, confesso
que senti falta das perguntas chatas dela.

-Olha, a bela adormecida acordou. – assim que falo tomo sua atenção pra
mim que logo franzi a testa ao me ver.

-Josh? Para onde você está me levando?- E está as perguntas como


sempre, mas dessa vez dou credito pra ela afinal a coitada tá sendo
sequestrada deve não entender nada.

-Eu achei que você precisava dá uma saída daquela casa. - Inventei
qualquer coisa, não poderia falar que estou dando ela feito uma mercadoria.

-Há quanto tempo eu estou desacordada?


-Bom, digamos que uma hora.

-Uma hora?- questionou histérica e assenti.

-Não Josh, me leva de volta!

Bom até que eu queria, imagina ter que viajar com essa menina que não
pode ficar nem uma hora sem suas perguntas insuportáveis porem palavras
são dividas e devem ser compridas.

-Acho que não vai dar.

-Que? Josh, isso é rapto. - Disse incrédula enquanto tentava achar algo para
se soltar.

-É eu sei.

-Seus pais vão...

Ela acha mesmo que tenho medo daquele dois velhotes, pelo visto ela não
viu como trato todos ao meu redor, simplesmente não me importo com
ninguém.

-Vão me matar?- ela assente.

-Isso não é novidade, eles já tentam um bom tempo... – Bom exagerei um


pouco, mas eles só não fazem isso só porque isso seria crime e moralmente
errado matar seu próprio filho.

-Deixa eu adivinhar e você não liga.

-Olha ficou esperta. - sorri a olhando revirar os olhos.

-Mas eu ligo, ok, então para a merda do carro, Josh.- assim que ela disse eu
acelerei, e já estávamos cento e quarenta quilômetros. Fazendo a mesma
grita.

-VOCE É LOUCO.

-Nós vamos jogar um jogo, cada vez que você reclamar eu acelero mais um
pouco, já que estamos no meio do nada mesmo.

Fiquei fazendo graça com ela, confesso que seu desespero me dava vontade
rir, sei que é errado pela situação que estamos.Mas ela bem que merece
desde quando chegou ela parece uma pulga que não larga de se meter nas
coisas que não deve!

-Que? Não, Josh, da meia volta agora!

-Ok, então- aumentei a aceleração e no painel já marcava cento e oitenta


quilômetros.

-PARA, EU NÃO VOU FALAR NADA.

-Promete?

-Sim. - E assim dito desacelerei, ate marca sessenta quilômetros.Passou um


tempinho de cara fechada encarando a paisagem.

-Ei, eu não sou tão mal quanto pareço. - quebrei a maldição desses silencio
agonizante, mas sem sucesso, bom finalmente ela fechou a boca porém não
podia aguentar mais algumas horas com esse silencio então tento puxar
assunto

-Serio? Você vai tornar essa viagem um saco.

-Não tornaria se você desce meia volta. - Resmungou a morena, que estava
visivelmente desconfortável e se coçava toda, acho que era uma maneira
dela demonstrar seu nervoso ou sei lá o que.

-Eu não posso, não antes de resolver uma coisa.

-Porque me trouxe com você?- Perguntou voltando o seu rosto para mim.
Começou o interrogatório chato dela, ai se ela soubesse acho que nunca
mais olharia na minha cara, o que não me afetaria em nada. Já que essa any
só é uma insuportável que não sabe ficar na sua.

-Porque sem você eu não resolvo essa coisa. - responde sem tirar o olho da
estrada.

-Como assim? O que você vai fazer?

Bom vou te dar para uns mafiosos, nada demais. Logico que não posso
falar isso porque ela ia fazer um escândalo e o plano ia pra agua a baixo e
eu preciso voltar pra gangue porque sem a gangue eu não tenho dinheiro e
nem as drogas. Então eu não posso dizer a verdade.
-Não se preocupa, eu não vou tocar em você. -Eu disse a fazendo volta seu
rosto para a passagem que passava em sua janela.

-Então pelo menos me desamarre. - ordenou mostrando suas mãos


amarradas.

-Você não vai fugir?

-Não vou, eu prometo.

Ela disse de uma forma tão calma pela primeira vez durante essa viagem
desagradável que até parecia ter esquecido um pouco do fato dela está
sendo raptada e de todas as suas ideologias morais que acreditava, então
resolvi da esse voto de confiança.

-OK.- Estacionei o carro desci do mesmo, abri a porta traseira do carro e


foi ate ela e desamarrei suas mãos e seus pés. Depois ela ficou me olhando
com aqueles olhos castanhos inofensivos, que me surpreende com um soco
no nariz e logo sinto meu corpo contra o chão e meu nariz sangrar.

-Droga! - Falo logo ao notar a morena fugir, correndo sem rumo. Entro no
carro e dou partida e com sorte ela corria de forma devagar pois não tinha
preparo para isso, deixo o carro lento de a cordo com seus passos e grito
para ela entrar no carro, porém sem sucesso

-Não, eu não vou para lugar algum com você!

-Então vai para onde?

-Para casa.- Disse a morena de maneira seca, dava para notar um certo
medo na voz, não sei se era de mim? Ou do momento em que a coloquei,
não me importo. Mas como ela pretendia ir para casa estavam os no meio
de uma rua onde não dava mais vista a cidade e sim morros já estávamos
longe e como ela é nova aqui não faz a mínima ideia de onde estamos.

-Ah é posso saber como?

A morena olhou pros lados e viu que estava no meio de uma rua onde só
dava miragem a floresta naquela escuridão. Olhei para o seu rosto e por um
segundo me deu um arrependimento ao ver seus olhos encherem de
lagrimas e sentia sua vulnerabilidade feito um veado que acabara de ver o
seu predador.
-Eu não sei, vou pedir carona, mas com você eu não vou! -Afirmou.

-Ah porque eles vão dá carona para você.- Falei sarcástico. Pelo fato de ser
23h.

-Se não darem, eu ligo para seus pais.

-Sério? Então me fala Any, onde você vai falar que está?

-Bom vou... Que merda, você tem razão, e onde nós estamos, Josh?

Por mais que ela tentava não demonstrar medo ou qualquer emoção, isso
era só o que dava para sentir em sua voz além do cansaço.

Não sou burro de falar onde estamos, não tem como eu voltar atrás, já
estávamos chegando no destino e se eu falar, ela chama meus pais e
envolve até a polícia que é igual a confusão para mim o que não estou de
humor para isso.

-E você acha que vou te contar?

-Verdade, eu esqueci que você nem por um momento pode ser legal.

Legal? E quando ela foi legal comigo? Essa vadia só soube se meter na
minha vida e quer que eu seja legal? Bom as pessoas sempre querem o que
não praticam, a bondade, bons modos e todas essas merdas que no fim não
passa de hipocrisia.

Respirei fundo e respondi sarcasticamente

-E por qual razão eu devo conceder essa divindade á você?

-Que saber Josh, eu não sei quem é Maya, mas sinto que ela está muito
desapontada com você, como todos em sua volta. -Cansei de ter paciência.
Parei o carro do seu lado. Desci foi em sua direção agarrei seu pulso e a
arrastei ate o carro, coloquei-a no banco traseiro. E entrei e dei partida no
carro.

POV Joalin

Tinha chegado em casa juntamente com Lamar, que teve uma overdose por
culpa do desgraçado do Josh. E quando cheguei essa casa estava um brinco,
mas com a festinha desagradável sumiu, Josh e Any também sem nenhum
aviso, sina tinha chegado em casa um pouco antes de mim e falou que
também não tinha os vistos. Já se faz uma hora que os dois desapareceram
do nada.

Me aproximo de Sina e Lamar que estavam sentados no sofá encarando o


celular esperando que magicamente ele tocasse. Sina me encarou e
perguntou apreensiva:

-Você ligou para ele?

-E você acha que ele atende? - retruquei

-Você não deveria ter deixado eles sozinhos- Lamar se pronunciou

-Ah então deveria ter deixado você morrer de overdose né- debochei.

-Levasse ela também, sei lá- sugeriu o moreno.

-Se você não tivesse aceitado as merdas do meu irmão estaria tudo certo.

- Agora a culpa é minha? Eu já te falei estava com dor de cabeça e eu


pensei que aquilo era mesmo remédio.

Deu vontade de rir daquilo, imagina nem um idiota aceitaria um


comprimido vindo de um cara que não fica sem drogas e bebidas no corpo.

-Sério? Você confiou no Josh? No Josh? - perguntei incrédula que o


mesmo abaixou a cabeça como um ato de arrependimento.

-Discutir vai trazê-los de volta? - indagou Sina

- Mas aonde está nossos pais que não chegam, já são umas vinte e três
horas.

-Eles disseram que iam à casa da sua tia. -respondeu Lamar.

-Eu acabei de falar com a Heyoon e ela disse que o Josh não falou nada
com ela ou com o Noah.- comentou a loira.

-Que droga, eu mato o Josh se ele fizer alguma merda com ela! - Falou
Lamar histérico

-O Josh pode ser tudo mas ele não é capaz de machucar nenhuma mosca. -
Defendeu sina
-Eu não sei Sina, sinceramente nosso irmão, ele pode fazer de tudo. -Joguei
na lata. Pois aquela pessoa não é mais meu irmão e sim um monstro que só
pensa nele, e agora o monstro está solitário junto com Any.

POV Any.

Me desperto e noto que não foi tudo um pesadelo, e que eu estava em um


carro junto com um maluco. Levanto-me do banco e volto a sentar, sinto
uma tontura e minha cabeça apertar por ter levantando bruscamente. Sinto
meu estômago reclamar de fome, meu corpo estava sem força, um enjoou
toma conta de mim.

-Josh.- tento chamar, porem minha voz está muito falha. -Preciso de
comida- Tento mover, mas sinto como se milhares de agulhas
pressionassem minha cabeça.

-E já estamos umas 2h na estrada acho que é justo parar por aqui. - Disse
aquela voz roca que me fazia estremecer. Logo sinto o carro parar, tento
forçar minha vista, para saber onde estou, mas só sinto meu corpo ser
puxado por braços fortes. Tento sair dos braços, que creio seja do cretino
do Josh. Porem meu corpo estava cansado demais para isso.

-Calma estrangeirinha. - disse à voz que vinha do borrão que me deixava


no chão, sinto uma areia e escuto o barulho de ondas se batendo e se
quebrando e percebo estar em uma praia.

-Onde estamos?

-Não se preocupe não estamos muito longe. -Respondeu o loiro pegando


umas coisas no porta mala.

-Para que isso, nós não vamos dormir aqui não né?

-Já acampou antes? - questionou o loiro

-Sim, por quê? - pergunto com medo da resposta.

-Bom já que a praia esta fechada, acho que não tem problema acampar
aqui. -Se ele acha que vou dormir aqui ele está muito enganado.

-Ela está fechada por um motivo, Josh. - Falo histérica que o mesmo faz
cara de confuso.
-Não estou vendo nenhum fiscal aqui. - Ele só pode estar de brincadeira.

-Eu cansei disso. - Digo me levantando desnorteada e indo em direção ao


barulho do mar.

-Sua solução é fugir mesmo?

-Como eu vou fugir, sendo que eu nem sei onde estou. - Falo desesperada.

-Não precisa ficar nervosa. - Caminho até o mesmo.

-Há não, Josh, você me rapta e me leva para esse lugar que eu não faço a
mínima ideia onde é e não fala nada comigo, eu devo ficar calminha né?

-Sim.

-Você é inacreditável- sorriu e passo a mão na cabeça rezando para isso


tudo ser só um pesadelo.

-Any.

-O que foi? Se você falar mais uma vez para eu ficar calma, eu juro que não
me importo em terminar de quebrar o seu nariz.

-Eu te falei para ficar longe.

-Agora é minha culpa de você ser um babaca?

-Você está fazendo eu perder minha cabeça.

-E você tem? - confrontei

-Por favor, eu não quero discutir...

--E por qual razão eu devo conceder essa divindade á você? - ele se
aproximou de mim ficando centímetro de mim.

-Porque se você não calar a boca, ou eu vou perder a cabeça e quando eu


perco a cabeça, eu não consigo voltar. É melhor para nós dois que eu não
perca minha cabeça. – Disse me olhando friamente e apertando meu braço
que já estava dolorido e percebi que não adiantaria mesmo discutir com ele
afinal um cabeça dura que nem a dele, não vou conseguir descobrir que
merda estou fazendo aqui. Então assenti e tirei meus braços de suas mãos.

-Você pelo menos trouxe comida?- me redimir.


-Lógico, não sou um monstro.

Fui ao bagageiro, para ver o que ele tinha trazido e vejo que ele tinha
arrumado tudo, peguei os dois sacos de dormir e coloquei na areia, sinto
meu cheiro e vejo que estou precisando passar pelo menos uma água no
corpo. Checo se ele não está por perto, e por minha sorte, ele estava no mar
bem distraído e então foi de traz de uma moita perto do carro e retirei
minhas roupas ficando só de calcinha e sutiã, coloquei dentro do carro a
roupa, percebi um pano que estava em cima do banco então me enrolei com
o mesmo. Fui em direção do mar que estava calmo e vejo o loiro, fico o
observando atrás de uma pedra que dava uma visão dele sem que ele me
veja enquanto saia da água, noto suas tatuagens que não tinha percebido
antes, uma cruz com asas no peitoral e no ombro um corvo.

Questiono-me se elas têm um significado, saio do meu transe e vou até a


beira do mar sentindo suas ondas baterem em meus pés, a água estava
gelada não sei como ele conseguiu entrar nesse gelo. Olho pro lado e noto o
loiro que estava vindo em minha direção, me fazendo involuntariamente
morder os lábios, estava tão irritada com ele, mas...como disse o Krystian,
o que ele tem de esquisitão ele tem de corpão, e que corpão!

-Perdeu alguma coisa? - questionou o loiro notando eu preza em seu


abdômen.

-Não nada, é só que eu preciso de uma camiseta. Já que eu fui raptada não
tenho nada para vestir.

-Pode ficar nua, eu não me importo- disse dando a mínima e pegando sua
calça que estava pendura na pedra e vestiu.

-Que? Você acha que eu vou ficar nua aqui? - questionei incrédula

-Não acho, eu só disse que não me importo com o que você veste ou não.

-Você é um idiota.- falo entre dentes.

-Você só sabe falar isso, acho que seu vocabulário precisa ser melhorado. -
Sorriu sínico, não aguento, ele estava caçoando de mim, por um momento
esqueci que estava enrolada em um pano. E foi para cima dele, já pronta
para atacar, sinto o pano deslizar do meu sutiã até meus pés, me fazendo
corar.
-Eu falei que não se importava, mas não precisava se jogar em mim
também. - Debochou sorrindo de lado. Que logo saio de cima e me
embrulho novamente.

-Você é um...

-Idiota? Cretino? Babaca?

-INSURPORTAVEL!

-Hum... Essa é nova, agora se me dá licença vou preparar a fogueira. -


Piscou se virando e me deixando sozinha junto com minha fúria e a
ventania que o mar soprava, entrei aos poucos naquela água que no começo
parecia difícil, que o gelo da água não me queria nela, mas com o tempo eu
fui me acostumando, depois sai da água tremendo, mas por minha surpresa
tinha uns olhos azuis me observando, o questionei com meu olhar, porem o
mesmo deixou algo na areia e voltou para onde fazia a sua fogueira. Sai da
água e me embrulhei e foi em direção do que o indivíduo deixou na areia. E
notei que era uma camiseta e uma manta. Sorri ao ver que ele foi generoso.
Coloquei a blusa e me embrulhei com a manta, já que estava uma ventania
e corri ate a fogueira e me sentei em uma pedra perto do fogo em frente ao
loiro que assava uns marshmallow. E logo o mesmo me deu um palito com
marshmallow prontos.

-Nossa é muito bom. - Digo pondo um na boca.

-Agradeça a quem seja que inventou os marshmallow. - respondeu o loiro


sem ser grosso pela primeira vez e pelo jeito estava sóbrio.

-Amém! - sorri.

E ele continuou vidrado na fogueira, e já que vou ter que ficar com ele ate o
sono chegar, resolvo puxar um assunto.

-Há obrigada pela blusa e a manta.

-Não queria ficar aturando seu choro.

-Sério Josh?

-O que?

-Vai começar a ser o Josh de sempre.


-Bom se você quiser um novo é melhor esperar na fila. Já vou dizendo é
grande.

-Por que você não pode abaixar essa sua guarda em?

-Que guarda?

-Você sempre está na defensiva. Por que não pode ser legal em?

-Porque pessoas legais são como você.

-Como?

-Sempre espera algo da pessoa e no fim sempre quebra a cara.

-Mas quebrar a cara faz parte, Josh, assim aprendemos...

-Mas do que adianta se no fim somos nada.

-Você não acha que o agora não vale a pena?

-Quando você perde tudo...não.

como ele é tão pessimista, não entendo, ele tem uma ótima família, que se
preocupa com ele, como pode falar que perdeu tudo.

-Se você continuar assim, vai perder tudo mesmo. - Resmunguei.

-Como posso perder o que estar perdido? - Que drama!

-Por que você não luta contra isso? - questionei.

-Porque seria uma luta sem causa....

-Se você pensa assim será mesmo. - Revirei os olhos, como pode ser tão
pessimista?

Ele ficou mudo e encarando a combustão da grelha. Depois de alguns


minutos, resolvo quebrar o silencio.

-Porque você me trouxe aqui?

-Você é muito insistente. - disse sem tirar o olho da fogueira.

-Vai falar ou não? - insisti


-Como te falei eu vou resolver uma coisa e como eu não queria fazer uma
viagem sozinho, porque não a novinha, para ver se aprende a manter
distância do que não é chamada. - Ele disse me encarando, e em sua cara
dava para notar que tinha caroço nesse angu como minha avó fala.

-Então você quer dizer, que não queria ficar sozinho? - ele assente e eu
complemento:

-Se você não quer falar então não fala, mas não mente para mim. - Eu disse
e o deixei ali, pois não adiantaria nada eu ficar insistindo, e minha cabeça
já está latejando não quero discutir mais com ele então deito em meu saco
de dormir e não demorou muito para eu pegar no sono.

Acordo assustada com um barulho de tiro, percebo que ainda estava escuro,
coloco meus chinelos e ascendo uma lanterna que tinha achado mais cedo
no carro e noto que o loiro não estava dormindo.

Cap08

~ Any GABRIELLY

Saio desesperada ao escutar outro tiro, me aproximo da rua e noto uma


caminhonete velha estacionada e perto dela estava Josh com dois capangas,
que tinham a mesma tatuagem de corvo do Josh. Fosso um pouco as vistas
para ver quem era porem não consigo enxergar direito. Me assusto quando
vejo que o grandalhão que estava com a arma apontada para o céu, desce a
arma até a cabeça do loiro. Resolvo me aproximar dos mesmos para escutar
o que acontecia ali, fico atrás de uma moita que dava para escutar o eco das
vozes deles.

-Vamos Josh, você prometeu cadê a puta.- Falou o grandalhão impaciente


segurando a arma apontada para cabeça do loiro.

-Ei calma eu faço parte da gangue lembra? - disse Josh mostrando a tatoo
de corvo aos capangas.

-Errado parceiro, era. – Corrige o outro que era bem alto e forte.

-VOCÊ ACABOU COM O NOSSO DINHEIRO, SEU FILHO DA PUTA!

-Tad, porque você não tira essa arma da minha cabeça, isso é covardia
aponta a arma para um homem desarmado, ainda mais para um membro
dos corvos, isso é desonroso.
-CALA A BOCA, você falando de desonra? JOSH, VOCE ME DA O
DINHEIRO OU A PUTA!

-Eu já disse não tenho nenhuma puta.

-é mentira chefe, ele tem uma gostosa, eu vi com meus próprios olhos. -
Será que ele se referia a mim?

-Cala a boca Toby. -Ordenou Josh.

-VOCÊ PROMETEU, UMA DIVIDA TEM QUE SER PAGA DE


ALGUMA FORMA. -Disse o tal de Tad que parecia pronto para atirar.

-Mas eu mudei de ideia, eu quero adiar...

-Não, Josh, acho que você não entendeu ou você dá o que prometeu hoje
mais cedo ou eu enfio uma bala no meio da tua cabeça. - Ameaçou Tad

-Pode enfiar, que eu apertar esse botão a viatura vem atrás de você. -
Ameaçou Josh com o celular na mão.

-Você não tem tanta coragem, loiro.

-O que eu tenho a perder?- E logo disso o Grandalhão aperta mais uma vez
o gatilho fazendo meu coração disparar e fechei os olhos e já pensava na
cena horrível e foi abrindo os olhos de vagar e notei que Josh ainda estava
ali me fazendo respirar aliviadas, a final ele é minha carona desse lugar
horrível.

-Essa passou de raspão, mas a próxima vai bem no meio.- Afirmou o


grandalhão. Estava tão tensa com a situação que nem notei que o outro
capanga tinha notado minha presença e veio em minha direção e puxou
meu braço me fazendo gemer de dor.

-Chefinho olha o que eu encontrei. - disse o tal de toby que me segurava


com muita força tentava escapar porem é uma falha total.

-Droga!- exclama Josh que me fuzilava com o olhar.

-Ora, Ora! Olha o que temos aqui. - Disse o grandalhão enfiando arma
dentro da calça e veio em minha direção.
-Essa deve ser a tal puta chefe – Falou de uma forma que me deu vontade
de vulmitar, agiam como se eu fosse uma mercadoria pra eles.

Se aproximou de mim ficando centímetros me dando vontade de vomita em


cima desse nojento que passava seus dedos em minha cara, desvio do
mesmo, porém ele me puxa pelo queixo fazendo eu olhar para aquele rosto
começando a criar rugas que jugo ter uns 45 anos.

-Ei! Tad, vamos conversar. – Josh se pronunciou que dava pra notar pela
primeira vez um pavor em sua voz.

-Eu cansei do seu falatório, garoto, é melhor você ir andando.-Ameaçou


sem tirar o olho de mim.

-Ok, vamos Any.

-Não, a puta fica!

-QUE? NÃO, JOSH.- Falei histérica

-Que merda, essa é das que fala- resmungou o capanga.

-Eu não posso deixá-la.

-Então, fica e veja o que eu vou fazer com ela. - Ele disse pressionando seu
corpo contra o meu, e logo o empurro, fazendo seu corpo pesado cair no
chão. Dou uma cotovelada no maxilar do outro que estava me segurando
não sei da onde tirei essa força, acho que é por causa da adrenalina que
percorria pelo meu corpo. Corro em direção do Josh, que pelo momento só
me encolhi atrás do loiro.

-Sai da frente, loirinho. - Disse o tal de Tad se levantando e vindo na nossa


direção.

-Acho que não. - Determinou Josh. E o mesmo vinha em nossa direção,


mas logo para e olha em direção ao um carro que se aproximava.

-Nossa que lugar difícil de encontrar. - Disse uma voz roca, olho em
direção e vejo o indivíduo descer com uma bolsa na mão, que me fez
respirar aliviada, ao ver quem era.

-Difícil? Uma praia deste tamanho? Só pode estar de brincadeira. –


Indagou o Loiro indignado que parecia apavorado, pois sabe lá o que teria
acontecido se não fosse à chegada do nosso anjo, Noah, que sorria de
nervoso pela situação que nos encontrava e vinha em nossa direção
ignorando a presença dos dois capangas que não paravam de me encarar.

-Eu venho salva a sua pele, e ainda reclama. Nem deveria ter vindo.

-É lógico que você ia afinal estou nessa situação graças a você, seu rico
viciado. - Disse Josh caminhando até o mesmo e parou ficando um braço
de distância do moreno e cochichou algo que não deu para ouvir. Fazendo
o moreno dá à sacola para o Josh. Tento sair da mira dos olhos que
pareciam tirar minhas roupas bem ali. E logo o dono dos olhos, que era o
grandalhão do Tad. Se aproxima de mim me fazendo engolir minha própria
língua.

-Você é minha!- Disse entre dentes.

-Eu não sou sua, e nunca me deitarei com você. -Assim que disse seu olhar
de impróprio para mim mudou para ódio e ligeiramente colocou sua mão
esquerda em meus cabelos e puxou.

-Poderá pensar nisso princesa enquanto eu fodo você!- Ele disse cuspindo
em meu rosto.

-ME SOLTA!

-Não é você que dá as cartas por aqui, princesa. Você está do meu lado do
jogo e digo que já trepei com muitas que vieram para o meu lado. – Disse
mostrando aqueles dentes amarelos, me fazendo cada vez encolher
enquanto se aproximava mais de mim, ficando centímetros da minha boca.
-Eu vou fazer belos filhos em você, gracinha!-Passou seu dedo indicado em
meu queixo.

-Nem nos seus sonhos. - Falei ligeiramente quase engolindo as palavras.

-Veja você mesma, está assustada, nós braços de um homem forte como eu,
não tem para onde fugir, é minha presa. - Ele disse pondo sua mão direita
em minha bunda e apertando, fazendo-me soltar involuntariamente um
gemido agonizante. Aproveito que nossos corpos estavam próximos e dou
uma joelhada em suas partes o fazendo gemer e me soltar.

-SUA PUTA SAFADA! - Ele disse agarrando meu braço impedindo a


minha fuga e partiu para cima de mim, como um leão quando parte para
cima da sua vítima, invadiu minha boca com sua língua indesejada, um
beijo forçado constrangedor iniciou, sua barba parecia farpas em meu rosto.
Estava prestes a vomitar na cara daquele idiota, assim que sinto seu corpo
pesado cair em cima de mim. Meu corpo desequilibra e nos dois caímos na
areia, empurro seu corpo que estava desacordado por conta de uma
agulhada de anestesia que Noah dera no ombro daquele animal, me
salvando e logo o moreno oferece sua mão, como apoio para me levantar.

-Esta bem?- Questionou o moreno enquanto eu tirava areia da minha roupa


e logo o olho que estava com uma cara de assustado.

-Sim estou. - Sorri agradecida pelo ato de salvador dele, o mesmo respirou
aliviado. E logo olho para o loiro que estava conversando com o outro
capanga e entregando uma sacola. E depois se juntou á nós.
-É melhor irmos, antes que ele acorde. E percebam que está faltando
dinheiro.

-Como Assim? Eu trouxe os 50 mil que você me pediu. - Perguntou o


moreno incrédulo. E fiquei mais ainda. Quanto ele devia para aqueles
homens?

-Sim, porém é 100mil.

-OH merda!- Falou Noah assustado.

-é melhor irmos.

-Ela tem razão. - O loiro concordou comigo, e pela primeira vez ele olha
para mim e desvio do seu olhar. -Vamos Any.

-Minha mãe me ensinou não entrar em um carro de desconhecidos, e você é


um desconhecido Josh. Eu vou com o Noah. - Falei autoritária.

Josh riu e logo perguntou:

-E o Noah, é o que então?- Me aproximei do mesmo, e fiquei menos de um


braço de distância dando para sentir seu cheiro de cigarro insuportável.

-Ele é mais conhecido do que você. - Respondi entre dentes e logo ele
aproximou seu rosto do meu.
-Tanto faz, agora vê se aprende e fica longe do que você não conhece,
porque você viu, eu não sou nenhum bichinho de estimação que pode ser
controlado. – Ele disse seco e deu meia volta me deixando paralisada ali,
com um monte de perguntas sobre o ocorrido aqui.

-Vamos? - Sou interrompida dos pensamentos acelerados da minha mente


com a voz roca roubando a minha atenção e logo assenti.

Durante o caminho de volta para casa, foi um silencio inevitável, afinal


estava tão pasma com o que tinha acabado de presenciar. Se Josh queria me
passar medo, ele não conseguiu, além de ódio. Se tivesse algo que me
interessasse nele em mim, morreu agora. Uma lagrima teimosa desce da
minha pálpebra e imediatamente a seco com minha mão.

-Você está bem mesmo? - Questionou o moreno quebrando o silêncio que


instalava dentro daquele carro.

-Sim, só estou cansada.

-Imagino se eu tivesse em sua situação acho que até urinava na calça. -


Comentou me fazendo sorri.

-Olha consegui! - falou vitorioso.

-O que?- olhei confusa enquanto controlava minha vontade de chorar.

-Fazer você mostrar esses seus dentes perfeitos.


-Obrigada, mas ainda estou meio em choque.

-Eu sei, mas, o Josh não te deixaria lá, ok!

-Será? Noah, o salvador foi você, se fosse o Josh eu teria sido oferecida
para aquelas raposas famintas.

-Não, raposas são mais bonitas do que aqueles capangas. -Disse o mesmo
tentando me animar, acho fofo como ele tenta trazer leveza, mas acho que
sua meiguice não ajuda a minimizar o pânico que eu estava. Percebendo
que estava seria novamente, ele complementou:

-Olha se isso fosse verdade, ele não teria me ligado ás 1h da manhã para
vim imediatamente em outra cidade, e trazer para ele 50 mil, como favor,
para não precisar te dá para aqueles capangas.

-Não Noah, eu sei que você é amigo dele.

-Infelizmente, - Me cortou e continuei:- Mas, não dá. Ele me raptou, não


falou nada e se você não tivesse chegado só Deus sabe o que teria
acontecido com meu corpo. - Falo desesperada o mesmo percebe meu
nervosismo e segura minha mão.

-Sabe o que eu acho, que você deve descansar, durma um pouco, que
amanhã tem o dia inteiro para odiar o Josh como quiser, porque agora você
está segura.- Ele falou e assenti.

Confesso que foi difícil pegar no sono, mas logo peguei, afinal estava
exausta.

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