Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Revisão: Yardeen
Formatação: Addicted’s Traduções
2020
Sinopse
- Christopher Poindexter
Prologo
Eve
"Eu não estava tentando correr", digo baixinho. "Sei que não há como
escapar deste lugar. Sei o que você fará com meus pais, se eu tentar.”
"Eu nunca vou entender você!" tento puxar meu braço, mas o aperto
dele é firme. "Você não passa de um monstro sem coração!"
"Pensei que tínhamos concordado que eu era o diabo?" Suas poças
escuras estão brilhando desagradavelmente.
"Há diferença?"
“Um monstro nunca é maquiavélico em sua intenção, Eve. Ele não é tão
inteligente ou paciente. Eu, por outro lado... Você não iria me foder por
vontade própria, então, morri de fome por dois dias e isso tornou sua
submissão muito mais doce. Um monstro teria tomado o que queria de
você.”
Eve
Sua voz é calma, mas a mão que segura minha boca é áspera e
implacável. Pontos negros nublam minha visão, enquanto luto para
respirar. Meu coração parece que vai bater forte e meus pensamentos?
Estão se equilibrando na ponta de uma faca, em algum lugar entre medo e
pânico.
Ele pega meu braço e me puxa para mais perto dele, a ponta gelada de
sua arma roçando minha têmpora e me trazendo de volta à dura realidade.
Pisco e foco em arrastar o ar para meus pulmões relutantes, desejando que
meu pulso acelerado diminua e rezando para que meus instintos de
sobrevivência atuem em breve.
"Saia. Vá."
"Eve", suspiro.
"Eve quem?"
"Eve Miller!"
“Eve Miller.” Ele repete isso lentamente, mas o jeito que diz parece uma
carícia dura, como algum tipo de preliminares retorcidas.
Ele está falando diretamente no meu ouvido e posso sentir seu hálito
quente na minha pele. Está atrapalhando meus sentidos, atormentando-me
ainda mais.
Não me dando tempo para responder, ele passa o braço sobre meus
ombros, encarcerando-me contra seu corpo e me agredindo, com seu calor
e cheiro. É almiscarado, potente... Macho. Não há traço de pânico, por
baixo de tudo, nem suor nervoso, ou calor corporal não natural. Este
homem está no controle total desta situação e faz minhas próximas
palavras caírem da boca, como um mecanismo de defesa maluco e meio
idiota:
Eu tenho planos?
“Eu também tinha planos, Eve. Grandes planos... Parece que nós dois
vamos reorganizar esta noite."
Ele abaixa a arma para abrir a porta e me guia para a calçada. A rua está
deserta, à parte do estranho carro que passa. Ele mantém sua arma
pressionada contra a parte de baixo das minhas costas, de qualquer
maneira.
Tão perto.
Muito perto.
Qualquer um que olhe duas vezes pode pensar que somos amantes.
"Quem é a garota?"
"Garantia,"
Voltando, acho que estou sendo devorada, despida e degradada ali
mesmo, na frente de todos, por aquelas insidiosas poças negras.
Eu fiz? Olho para baixo e vejo que ainda estou segurando a garrafa da
loja..." Mas não haverá comemoração hoje à noite."
Amplo.
Musculoso.
Letal.
"Água?"
Aceito sem agradecer, desafiando-o tanto quanto ouso, com minha falta
de educação. Sinto o calor de seu escrutínio novamente, quando torço a
tampa e levo a garrafa aos lábios. A água é refrescante. O gosto é levemente
metálico, como se azedado por sua proximidade. Recoloco a tampa e a
entrego de volta, nossos dedos se tocando brevemente. Estremeço, quando
ondas de choque detonam por todo o meu corpo.
Pare de dizer meu nome. Há algo tão sinistro, tão... sexual nisso.
"Não. Sim... Sim, tenho medo de você.” Minha voz é quase inaudível,
acima dos gritos do motor.
Você acha?
Este homem não tem lugar no meu mundo. Está protegido. Respeitável.
Sou repórter e trabalho para um jornal nacional. Escrevo artigos difíceis,
sobre assuntos difíceis, mas a verdade é que sou uma introvertida, que se
esconde por trás das minhas palavras. Depois do que aconteceu com meu
irmão, sou alérgica a riscos. Saio nos fins de semana, mas sempre volto
cedo. Sou sensata. A motorista designada. Não bebo, porque não gosto
dessa perda de controle, e agora isso?
Dante?
"Por favor, senhor..." agarro seu antebraço, mas seus reflexos são
rápidos e selvagens. Ele se afasta de mim, agarrando minha mão estendida
e me prendendo no assento pela garganta.
Ele assente, como se essa notícia fosse esperada. "Diga a Tomas que
estou pronto para sair." Ele olha para mim e minha cabeça está cheia de um
milhão de perguntas. Por que ele entrou em uma loja de bebidas e colocou
uma arma na minha cabeça? Este homem tem dinheiro, dinheiro sério.
Tenho duzentos dólares em uma conta corrente, sem poupança, uma
hipoteca...
E antes que eu possa pará-lo, ele está me puxando de volta para seu
corpo e esmagando minha boca com a dele, forçando toda a sua escuridão
e violência em mim.
Como estou morrendo de fome por algo que nunca soube que queria?
Como isso aconteceu? Odeio esse homem. Ele é a antítese de todas as
qualidades que celebro: bondade, ternura, paridade. Esse tirano só sabe
como tirar e tirar e não há nada gentil no seu toque.
Dante
Aceno na direção de Tomas, mas meus olhos estão fixos em outro lugar.
Estou andando pelo corredor até onde Rodrigo está esparramado em seu
assento, digitando uma mensagem no celular. Dois segundos depois,
levanto-o pelo pescoço e o bato contra o lado da aeronave. Ele é um
homem grande, mas sou uma montanha.
Ninguém ousa.
"Você já diz essa merda para mim de novo e cortarei sua língua." Minha
voz é calma, mas as palavras são cravadas com intenção. Meu aperto em
sua garganta aumenta. "Bem?"
Os olhos de Rodrigo estão esbugalhados de medo.
"Desculpe, senhor Santiago", ele suspira, sua voz nada além de uma
respiração ofegante, através da traqueia esmagada. "Isso não vai acontecer
novamente."
Muito certo, não vai. Não há lugar, neste universo, onde este homem
seja meu igual. O que ele me disse no SUV, cruzou uma linha de merda.
Não voltei, depois que a soltei dos meus braços. Não parei para vê-la
cair de joelhos, em alívio choroso, mas imaginei tudo na minha cabeça.
Parecia uma cena de filme perfeita, a boa garota concede uma pausa na
execução, no último minuto, pelo homem mau. Porque isso é, exatamente,
o que sou, um homem muito ruim.
Não era para ser assim. Minhas operações são rápidas e mortais. Não há
margem para erro. Construí nosso nome inteiro na minha marca específica
de eficácia.
Foi uma tempestade perfeita de atração. Ela nunca teve chance. Pele
como porcelana, alta e esbelta, com fogo nos lugares certos, lábios rosados
e macios, que chamavam meu pau como uma sirene... Não tenho o hábito
de fazer as mulheres se curvarem à minha vontade. Tenho dinheiro, poder
e aparência para conseguir o que quero, com o mínimo esforço, mas tive
um palpite de que ela precisaria de um pouco mais de persuasão e,
caramba, eu queria ser o único a persuadir.
Depois que fiz a minha jogada, não havia como voltar atrás. Foi uma
compulsão. Uma doença incurável. Algo, dentro de mim, distorceu e
estalou, à medida que cheguei mais perto... e lá estava ela. Dois pés de
distância e cheirando a céu. Não que um homem como eu jamais saiba.
Tudo nela era inebriante: sua bunda macia pressionou contra o meu
pau, do jeito que ela se sentiu em meus braços, tão esbelta e frágil. E o
cheiro de seu medo se misturou com seu perfume...
Ela sentiu meu desejo por ela? Foram necessárias todas as restrições
para não prová-la ali, forçando-a a se submeter a mim, antes mesmo de
sairmos da loja de bebidas.
Estamos no ar agora. Do meu ponto de vista, posso ver o topo da
agitação de Rodrigo a cinco fileiras de distância. No carro, ele pediu uma
parte dela, assim que eu terminasse, como se fosse uma prostituta que
peguei na rua, para me perder por uma ou duas horas, um consolo barato e
fácil para hoje à noite.
Ele não é um dos meus homens habituais, trabalha para o meu irmão
mais velho, Emilio, que coloca um alvo ainda maior nas costas, no que me
diz respeito. Não tenho lealdade a esse homem. Se sobreviver a essa
viagem de avião, nunca mais fará outro trabalho por mim.
Misericórdia.
Essa besteira não pertencia ao meu hangar de avião, mas quando senti
os dedos dela penetrando no meu cabelo, não a queria mais à força. Não
corria o risco de quebrá-la... não sou conhecido por toques carinhosos e
beijos suaves. Inferno, existem mulheres danificadas em todo o mundo,
que podem testemunhar isso. Então eu a deixei ir.
Eu a deixei ir.
Movimento ruim.
Agora, não consigo parar de pensar nela. Ela plantou uma semente, que
estou doendo para foder. Minha boa menina, meu anjo, tem outro lado e é
esse que pretendo descobrir. Uma noite, é tudo que preciso. Apenas uma.
Quando tudo acabar, voltarei a Miami e pegarei o que me é devido. Esse
tipo de luxúria nunca será saciado, até que ela esteja na minha cama, com
as unhas tatuando sua necessidade de mim nas minhas costas e com os
cabelos escuros espalhados pelo rosto.
Minha.
Eve
São duas da manhã e não consigo dormir. Estou deitada debaixo das
cobertas, na escuridão total, com todas as quatro paredes se fechando sobre
mim. Setenta e duas horas se passaram desde o meu calvário, mas não
consigo parar de revivê-lo na cabeça. Tudo naquele homem estava errado.
Ele destruiu minha vida, com sua aparência e agora está me atormentando
com sua memória.
Eu menti para a polícia. Quem diabos faz isso? Dei a eles uma descrição
falsa do diabo de olhos escuros, que me sequestrou com uma arma e me
deixou presa em um hangar particular, na beira de Miami Beach. O
homem, cuja aeronave eu parei e vi desaparecer no céu noturno, até que
não havia mais nada a ver, exceto um borrão intermitente e tricolor.
Eu disse aos policiais que ele tinha um metro e setenta, cabelo castanho
claro e olhos azuis, uma completa contradição do criminoso sem coração, o
assassino treinado. O homem que não pensou duas vezes em se forçar em
mim.
Olho para o relógio, na mesa de cabeceira. Seu turno no bar deve estar
quase terminado. Ela é voluntária em um abrigo de animais durante o dia e
se transforma em uma megera, que agita coquetéis à noite. É uma loira
gostosa, com um coração de ouro e as pessoas adoram me dizer como ela
adiciona doses extras de tequila às margaritas.
As reprises de Friends são para toda a vida, não apenas para insones x
"Tão ruim, hein?" Diz Anna com um suspiro. “Quer descer? Não devo
terminar meu turno por mais trinta minutos, mas acho que poderia sair
mais cedo, se você quiser. Meu chefe me deve.”
Sorrio, com a preocupação em sua voz, mas sou desligada pelas vozes
altas e batidas ao fundo. As consequências do meu sequestro me deixaram
suspensa nesse universo estranho e alternativo, onde tudo o que quero
fazer é me esconder.
O tempo todo.
"Estou preocupada com você, Evie", diz ela, quebrando meu silêncio.
"Você não é a mesma, desde que aconteceu. Está segura agora, sabe disso,
certo? Os policiais vão caçá-lo e trancá-lo.’’
Não, eles não vão. Não importa o que eu disse à polícia. Esse diabo está
jogando do lado errado da lei há anos. Fugir da captura é um esporte para
ele, não uma inevitabilidade.
Mas ela não está convencida. "Prometa que você ligará para esse
número ..."
"Prometo", eu minto.
Ela ri. "Você sabe que parece doce, quando faz beicinho, certo?"
"Tchau, Anna..."
Desligo e olho para o celular. Não quero falar com ninguém sobre o que
aconteceu. Estou com medo de deixar algo escapar e me implicar... e a ele.
Um beijo.
Foi só isso...
Você poderia dizer que tenho interesse em tudo isso. Odeio narcóticos
com todas as fibras do meu ser. Vi o que eles fazem com as pessoas, o que
fizeram com meu irmão. Tenho travado minha própria guerra privada
contra o comércio de drogas ilegais nos EUA, há anos, tentando expor os
líderes e derrubá-los, um artigo de jornal de cada vez.
Papai não. Não é o meu pai urso de coração partido, que nunca perde
um jogo de futebol, ou a chance de contar à filha única o quanto ele a ama.
Isso não pode acontecer, não vou deixar. Forço minha mente a um
estado de limbo vago, afastando todos os pensamentos dolorosos que estão
se aproximando de mim.
Papai tem que ficar bem... ele tem que ficar bem... ele tem que...
"Evie?"
"Ele vai ficar bem, querida", ela sussurra, afastando mechas de cabelo
do meu rosto.
"Não acredito que alguém tentou usá-lo como prática de tiro ao alvo",
murmuro em seu ombro.
"Um dos colegas dele me ligou," ela explica, enquanto enxuga os olhos.
“Eles foram ao cais para verificar um contêiner suspeito e foram
emboscados. Ele levou duas balas no braço e uma no ombro, mas acabei de
falar com o cirurgião e não há razão para que ele não se recupere
completamente."
Tomo um momento para digerir isso. “Por que ele estava trabalhando
em um caso, depois da outra noite? Por que ele correria esse risco?”
Conheço meu pai, ficará arrasado, quando acordar. Ele se culpará por
ter sido abatido aos dois terços da vitória.
"Podemos vê-lo?" pergunto-lhe.
"São três fugas de sorte para minha família, esta semana", ouço minha
mãe dizer, puxando duas cadeiras. “Fique segura, querida. Acho que não
posso aguentar mais drama."
Previsível.
"Talvez não seja o melhor momento para ter essa conversa", ela admite,
indo para a porta. “Preciso conversar com as enfermeiras. Falou-se em
transferi-lo para um novo andar.”
"Ok, mãe."
Reconheço sua saída com um sorriso tenso, antes de voltar para o pai.
Eu o olho e olho.
O mesmo diabo dos meus sonhos e meus pesadelos, está bem na minha
frente. Setenta e duas horas caem em nada. É como se nunca existissem.
Dante
Porra.
Essa mulher tem alguma ideia do que faz comigo? O que ela está
fazendo aqui, de qualquer maneira? Esse homem é seu amante?
"Pare por favor! Estou te implorando!” Ela chora de repente. "Ele é meu
pai!"
O pai dela?
Meu dedo hesita, quando ela se lança para frente, bloqueando o alvo.
Todos os vestígios de desafio se foram. Ela está pedindo minha clemência
agora. Se você soubesse, mi alma. Apertei o gatilho em muitos outros, por menos.
"Você não precisa fazer isso..." Sua voz falha. "Ele é um bom homem.
Um homem decente.’’
Diferente de mim.
Ela deve amar o pai, para sacrificar sua vida pela dele. Não senti nada
pelo meu. E senti ainda menos, quando fiz uma bagunça bonita na parte de
trás de seu crânio.
"Quem disse que estou aqui para você?" está curiosa, Eve? Está desejando
meu toque, tanto quanto eu o seu?
Há uma nova onda de dor nos olhos dela e, pela primeira vez, pego-me
questionando a validade desse golpe. Posso encontrar, facilmente, outros
dez idiotas da DEA para eliminar, antes do amanhecer.
Eu a olho, não dando nada. A verdade é que estou mais do que tentado.
Diferentes cenários piscam diante dos meus olhos, um é ela arqueando as
costas de prazer, enquanto enfio minha língua em sua vagina, ou fodendo
aquela boca deslumbrante, seu corpo exuberante dobrado, ao lado da
minha cama, enquanto a soco no esquecimento. Oh, meu anjo, essa pode ser a
melhor sugestão da sua vida.
Preciso sair daqui, antes que os policiais apareçam, mas não consigo me
mexer ainda, não quando estou me deliciando com um close extremo
daqueles lábios rosados e deliciosos. Quero afundar meus dentes neles e
ver o quão alto ela grita.
O olhar que ela está me dando, alimenta mil fogos. Essa mulher me
odeia tanto quanto me quer, mas vou apostar essas probabilidades a meu
favor, com metade da chance. O paraíso de Eve está na minha cama. Só
então, ela descobrirá que sou tão hábil em dar prazer, quanto em aliviar a
dor.
Eu sei o que ela está sugerindo, que essa bagunça tem algo a ver
comigo.
"Minha vida", resmungo, transferindo meu peso para o cotovelo e
puxando o celular do bolso de trás.
Ela olha para mim ,com aquelas safiras grandes, tão inocentes e infantis.
"Dois segundos."
Acho?
Não haverá indecisão, quando minha cabeça estiver entre suas coxas e
ela me implorará para deixá-la gozar.
Eve
E aqueles olhos?
Meu olhar muda para cima. Ele está sentado em uma cadeira de couro,
ao lado da cama, com as mãos grandes juntas na frente dele. Está me
observando e nem mesmo a leveza da rede pode amortecer o calor ardente
de seu olhar.
Oh Meu Deus, ele tirou minhas roupas, estou sem calcinha. Puxo o
lençol ainda mais apertado, enquanto meu coração explode de medo. Estou
ciente de uma leve dor na testa e o lado esquerdo do meu rosto está
sensível e machucado.
Onde estou?
Ele puxa a rede para um lado e fica lá, olhando-me. A umidade da tarde
deu um brilho suave à sua pele verde-oliva, acentuando os músculos
espessos de seus antebraços. O cabelo escuro está levemente úmido e liso
para trás e uma sombra generosa de barba roça aquela mandíbula
poderosa e os contornos afiados de seu rosto.
É por isso que estou aqui? Prostituir-me com ele, na esperança de que
honre nosso acordo? Existe alguma prova de que meus pais sobreviveram?
Para meu horror, ele começa a se despir, começando com sua camiseta
branca. O material é descuidadamente jogado no chão e me resta apreciar a
parte superior do corpo, esculpido em pedra dourada. Ombros largos,
cintura afunilada, uma trilha de grossos cabelos negros, desde o peito até o
abdômen duro e finalmente desaparecendo sob a fivela do cinto. Engulo
rapidamente. Nunca soube que essa perfeição física existia. Talvez um
coração negro seja o preço que se paga, por uma masculinidade tão
perfeita?
"Que lugar é esse?" murmuro, puxando meus joelhos até o peito. Estou
assustada e desorientada. Estou longe de casa, da minha mãe, meu pai.
Segurança. Por favor, que eles ainda estejam vivos. Preciso sair daqui.
Preciso vê-los novamente.
Um assobio baixo escapa de seus lábios. "Falamos mais tarde."
Ele se senta na beira da cama para tirar as botas, fechando a rede contra
mosquitos ao seu redor. Seu corpo faz um recuo profundo no colchão, e o
movimento envia ondulações pelo meu corpo. Ele ainda está vestindo jeans
e posso ver a tensão de sua ereção contra o material grosso.
Rápido como um raio, ele se vira e puxa o lençol branco para longe de
mim.
"Não!" grito.
Tento sair do seu alcance, mas ele pega meu pulso e me puxa de volta
para ele.
"Deixe-me ir!"
Ele apenas ri. "Aí está," ele reflete, olhando para mim, com uma curva
de seus lábios. "Há aquele fogo que tanto cobiço."
"Foda-se!" dou um tapa forte no rosto dele, o som feio ricocheteando nas
paredes brancas de seu quarto cavernoso.
Com outro assobio, ele me puxa para mais perto e grito, quando as
pontas dos dedos marcam minha pele, com sua fúria. Não há cenário aqui
que termine favoravelmente para mim. Os próximos momentos definirão
minha vida para sempre.
"Eu disse, mais tarde!" Ele agarra minha mandíbula entre os dedos e a
torce para cima. Estou aterrorizada, com a expressão que me cumprimenta,
assustada com a pura fisicalidade dele. Tenho que acalmar esse homem de
alguma forma, preciso sair disso viva.
Tremendo, coloco minha mão livre em seu peito. A pele está queimando
brasas, embaixo das pontas dos meus dedos. "Assim não."
Ele não responde. Ouviu? Tento tirar minha mão, mas ele se move
rapidamente, prendendo-a com a sua. Tento novamente, mas seu aperto é
muito forte, então, u apenas me ajoelho de frente para ele, seu perfume rico
se misturando com meu medo, tentando apelar para qualquer compaixão,
que ainda persista por trás daqueles olhos negros e esperando que isso
diminua a quantidade de dor, que ele quer me causar.
Isso é um alívio?
"Olhe para mim," ele ordena de repente. "Vire esse lindo rosto para o
lado, Eve Miller e me dê o benefício de sua atenção."
O tom de sua voz é um aviso. O pesado fardo das consequências está
ali, esperando por mim. Que horrores pus em movimento, recusando-lhe meu
corpo, hoje à noite?
Faço o que ele pede, mantendo meus olhos firmemente fixos em outra
coisa, que não ele.
Dante
Ainda assim, é seguro dizer que há pouco amor perdido entre nós.
Toleramo-nos, porque é mutuamente benéfico. Além disso, os laços
familiares realmente começam a se desfazer.
Não há transparência com Joseph. Ele sabe que algo está acontecendo e
posso dizer que suas suspeitas o estão levando diretamente à fonte da
minha raiva esta noite. Para o anjo, aparentemente incorruptível, deitado
nu na minha cama.
"Como Garcia me encontrou?" digo, mudando de rumo. "Como diabos
ele sabia que eu estava de volta aos EUA?"
Decido ficar quieto sobre a conexão deles, por enquanto. Eve é inocente,
em mais de um sentido.
Eu poderia tê-la beijado a noite toda. Levou tudo o que tive para parar,
quando ela me implorou. Minha frustração chegou quase perto de me
esmagar. Eu tinha razão. Ela tem o corpo de uma deusa, debaixo de suas
roupas, toda lisa e exuberante e pronta para a corrupção. Eu não queria
nada mais do que afundar meu pau em suas dobras macias e me perder
completamente.
"Eve."
"Sobrenome?"
"Os homens do seu irmão não são os mais discretos," ele diz
suavemente, jogando mais tequila no meu copo. "Eles não podiam calar a
boca sobre ela."
"É melhor que façam, ou então." bato de volta um outro shot. “O que
você descobrir, fica entre nós. Não quero Emilio em uma de suas caçadas
paranoicas... quero que ela fique fora do radar dele. Ela não tem nada a ver
com negócios."
"Dê-me os destaques."
1 Investigador particular
"O líder é um fracasso."
"E a mulher?"
Eve
Três vezes ao dia a fechadura gira e uma jovem hispânica, com cabelos
cor de cobre na altura dos ombros entrega-me uma bandeja de comida. Ela
mantém os olhos no chão. Nunca há um lampejo de interesse em meu
caminho. Tentei falar-lhe, pedindo por meu captor e depois exigindo falar
com ele, mas ela balança a cabeça toda vez, como se não entendesse minhas
palavras.
A comida que ela traz é branda e simples, pão, água, caldo de legumes e
pedaços ocasionais de frutas. Ele não quer que eu morra de fome, mas está
me apertando da mesma maneira.
Eu não tenho roupas para vestir, só tenho esse lençol. Ele está me
humilhando e sua mensagem é simples, mas eficaz. Se lhe negar o prazer
do meu corpo, vou sofrer o custo.
Não há livros para ler. Nenhum aparelho de TV. Não há nada para
passar o tempo, exceto meus pensamentos. Mas esse é o ponto... vejo agora.
Ele me deixou apodrecer nesta gaiola, com nada além de minha
imaginação correndo solta.
É uma amostra do que meu irmão deve ter sentido, nos últimos dias de
sua vida, quando estava trancado dentro da prisão de sua mente, enquanto
seu corpo estava se esvaindo na nossa frente.
Sei o nome dele, mas me recuso a chamá-lo assim, até para mim. Quero
desumanizá-lo o máximo possível, porque isso torna mais fácil de odiar.
Mas quem é ele, meu lindo atormentador? Não há pistas escondidas nesta
sala. As paredes brancas são desprovidas de personalidade. Não há
molduras ou fotografias, os móveis são escassos e funcionais e o closet está
vazio de suas roupas.
Tomo minha decisão, então, vou dar o que ele quer. Vou manter minha
boca fechada e as pernas abertas. Vou me prostituir com esse homem. Vou
fazê-lo confiar em mim e depois derrubar todos esses bastardos.
Assistindo.
Esperando.
"Se eu mantiver meus olhos fechados, é mais fácil fingir que você é um
pesadelo," eu respondo, deliberadamente dando as costas para ele.
Ele gosta, quando o desafio. Isso o excita e esse é o objetivo deste jogo
perigoso que estou jogando agora.
Como esperado, ele exala com um silvo. “Entendo... meu anjo ainda está
desafiador. Quanto tempo devemos continuar com essa farsa?”
"Não com você. Nunca com você.” Fico tensa e espero que o lençol seja
arrancado do meu corpo novamente.
"Então guardarei esse prazer para mais tarde. Tome uma bebida
comigo, em vez disso.”
Liberdade.
"Pegue."
Ele me entrega o vinho. Aceito sem agradecer. Ele pode pegar o que
quer de mim, mas ainda não merece minhas maneiras. Não lhe digo que
não bebo. Que é apenas um suporte para esse papel, que ele está me
fazendo tocar.
Pense em Ryan.
"Seus pais estão vivos." Ele observa minha reação com cuidado. “Seu
pai está acordado e sua mãe escapou com pequenos cortes e contusões.
Enviei alguém para checá-los, então, levante um copo para mim, meu anjo”
ele acrescenta ,com uma ponta na voz. "É hora de relaxar... Aqui estão as
irritações, grandes e pequenas." Ele bebe profundamente, nunca tirando os
olhos de mim.
"Deixe-me ir com eles," digo baixinho. "Deixe-me ver por mim mesma."
"Não." Sua expressão escurece. Ele esperava gratidão de mim, não mais
conflito. "Você queria saber se eles ainda estão vivos. Não é essa a
informação que está procurando? Esqueça-os, mi alma” ele diz com um
aceno de desprezo. "Eles aprenderão a esquecer você também, em breve."
Ele bebe sua bebida, pega a garrafa e depois se serve novamente.
Direito?" Ele tem a audácia de rir de mim. “Você ainda não descobriu,
Eve, ou precisa de mais dois dias de nada, além de pão e isolamento? Eu
dito as regras neste mundo.”
"Você não apaga minha família dos meus pensamentos. Eu não vou
deixar você! "
Seus lábios torceram. Seu humor muda. Ele joga a taça de vinho fora e
ela bate contra a lateral da varanda.
Ele vem atrás de mim então... Alto, bonito, intimidador como o inferno.
Agarra a parte de trás do meu cabelo e inclina meu queixo para cima,
puxando o lençol ao mesmo tempo.
"Pare!" choro, mas há uma falta de paixão por trás do meu pedido.
Meus sentidos estão explodindo com o calor e o comprimento dele,
pressionado contra minha pele nua. Essa batida está de volta, caindo em
cascata, como uma avalanche entre minhas pernas.
Sua ereção está pesada e grossa entre nós, quando começa a moer seu
corpo no meu. Ele puxa meus braços acima da cabeça e os mantém em
cativeiro lá, beijando-me com fome, beliscando meu lábio inferior, exigindo
entrada e depois esmagando minha boca com sua língua. Antes que eu
perceba, minhas pernas estão se separando para aumentar o atrito e estou
beijando-o de volta, com a mesma intensidade.
Refazendo sua rota, ele contorna minha abertura e depois enfia a língua,
profundamente, dentro de mim, enquanto seus dedos se movem mais alto
para continuar a pressão.
Com um grito, gozo mais forte do que nunca, apertando minha boceta
em sua boca, enquanto as ondas de prazer rasgam minha alma.
Ele volta aos meus lábios, me beijando-me de forma cruel, não me
dando tempo para recuperar. Posso sentir a doçura da minha excitação em
seus lábios. Sua barba está machucando minha pele.
Em resposta, ele avança com um único impulso brutal. Ele é duro como
pedra e grande. Muito grande. Grito de dor e ele congela, pairando sobre
mim, meu rosto preso entre seus enormes braços, os olhos escuros
queimando nos meus.
Sua resistência nunca vacila. O calor da pele dele desliza pela minha e
cria o tipo de atrito que não aguento.
Ele faz uma pausa para descansar a testa na minha, misturando o suor
da testa com a minha. "Eu ainda não terminei, mi alma," ele murmura, e
antes que eu possa impedi-lo, ele está me virando e a cabeça de seu pau
está empurrando contra o meu sexo, novamente. Meus olhos se abrem em
choque. Apesar do orgasmo, ele ainda está duro.
Não há preâmbulo aqui. Não tenho ilusões sobre o que é isso - frio,
duro, foda -, mas a habilidade com que ele está levando meu corpo,
fragmenta todos os meus pensamentos. Não há nada além da sensação
dele, o cheiro...
Minutos. Horas. Não tenho ideia de quanto tempo ele me leva assim,
mas o tempo nunca será meu inimigo aqui. Não, quando ele está me
forçando a atravessar essas ondas constantes de delírio. Todo nervo está
gritando, doendo. Minha respiração está irregular e ainda essa batida
implacável.
O peso dele está me esmagando, mas estou fraca demais para afastá-lo.
Ele parece perceber isso também. Deslizando para fora de mim, guia-me de
volta para a cama, até que eu esteja espalhada. Ele enfia o lençol na minha
região lombar e beija meu ombro nu. Começa a dizer algo, mas suas
palavras se fundem com a minha exaustão e estou dormindo
profundamente, antes que ele termine.
A próxima coisa que sei, é que o sol brilha através das janelas fechadas e
a cama está fria e vazia, novamente. Levanto a cabeça dolorida do
travesseiro e olho, em total desespero, para a porta trancada. Eu me
entreguei completamente a ele ontem à noite e minha situação só piorou.
Antes de ontem, ele apenas mantinha meu corpo em cativeiro.
Dante
Porra.
Lá vai minha consciência novamente tremeluzindo e com partida falsa,
como um motor no auge do inverno. Ela faz isso comigo, e não tenho a
menor ideia do porquê.
Não perdoarei.
Nunca esquecerei.
Estou brincando com fogo e sei que não posso ficar com ela. Sua
presença na minha vida, só causará problemas. Fiz um pacto com meu
irmão quinze anos atrás: ninguém se aproxima de nós. Sempre. Além disso,
eu a peguei agora, então, toda essa situação deve ser resolvida. Na minha
opinião, tenho duas opções: matá-la ou mandá-la de volta para a América.
Um problema. Nenhum deles está tendo qualquer influência real sobre
mim agora.
Emilio na linha 1.
Fale da porra do diabo. Isso deve ser interessante... Posso ter apagado o
cartel de Garcia, mas ainda não dei uma explicação para Miami. A razão
pela qual meu alvo, na DEA, ainda está vivo e respirando.
Digo a mim mesmo que é para o bem dela, mas sei que estou mentindo.
Se eu me aproximar, vou perder a perspectiva. Se pressiono minha boca
contra esse corpo novamente, corro o risco de nos derrubar em uma série
de balas.
Joseph faz uma careta para mim quando entro no escritório. O que
subiu na bunda dele e morreu? Seu humor não é nem de longe tão
caprichoso quanto o meu, mas quando ele explode, é um adversário
formidável.
Ele está de pé, junto ao sistema telefônico na minha mesa. Está piscando
uma única luz vermelha solitária.
Ele não reage, então, tomo meu lugar na cadeira, ao lado da mesa e vou
mudar a chamada em espera para o viva-voz. Ele bate a mão na minha, no
último segundo.
"Eve Miller", ele afirma, movendo-se para ficar na minha frente, seu
azul cinza perfurando o meu. Duas palavras, que estou aprendendo, vêm com
um monte de complicação.
Minha bateria diminui e depois para, mas não há uma reação no meu
rosto.
"Concluiu o dossiê?"
"Você está brincando com fogo", diz ele, ecoando meus próprios
pensamentos.
"Aposto que você não encontrou a primeira coisa nela, Grayson. Não há
um único item, nesse documento, que me choque. Ela é tão saudável
quanto eles são, uma verdadeira namorada americana caseira... Suponho
que seja sobre o pai dela, ou melhor, sobre a ocupação do pai dela?” olho
para ele, desafiando-o a confirmar.
"Isso me surpreendeu, admito", diz ele, olhando para mim com firmeza,
mas há um traço de raiva lá. Não guardamos segredos um do outro, não,
quando se trata de negócios. "Mas não estou tão preocupado com ele."
"Oh?" Agora ele despertou meu interesse. Diga-me rápido, preciso lidar
com meu irmão idiota.
Myers, Myers... rolo o nome na cabeça algumas vezes. Nada de nota vem
à mente. "Quem é ele?"
Ele para de falar então, por respeito. Sou mais do que capaz de conectar
os pontos, ou decodificar os sinais de alerta iminentes.
"Dante."
Uma palavra. Isso é o suficiente para fazer com que a náusea suba da
boca do estômago. Apenas uma porra de palavra, naquela voz viscosa dele.
O sotaque do meu irmão é muito mais pronunciado que o meu. Ele nunca
sentiu vontade de deixar a Colômbia, enquanto eu mal podia esperar para
dar o fora dali. Isso foi até nosso pai insistir que eu aparecesse de volta,
antes que meu ódio saísse na parte de trás do crânio dele.
Emilio se alimenta de conflitos e não posso ser idiota, para lhe dar
satisfação hoje.
Eu sei quem Emilio teria preferido. Nosso pai foi um bastardo doente,
mas Emílio nunca me perdoou, por tê-lo matado.
Nicolas precisa aprender a ficar de boca fechada. Talvez precise da minha bala,
como incentivo? Meu olhar muda para Joseph. Há um leve movimento de
cabeça. Bom. Estamos na mesma página, no que diz respeito a Eve Miller.
Não divulgação total, até eu descobrir o que fazer com ela.
“Você está desenvolvendo um hábito desagradável de pegar cadelas no
trabalho, Dante. Precisa sair desse complexo, mover-se para algum lugar
com mais boceta. Dessa forma, seu pau não estará mais infringindo nossos
negócios."
O inferno será uma porra de uma pista de gelo, antes que eu aceite o
conselho dele.
Ele parece curioso e isso não é uma coisa boa. Não quero que Eve se
destaque, mais do que já faz.
A risada de Emilio passa por mim. “Mordaça ou não, aposto que ela
grita bonito. Você é um verdadeiro trabalho, Dante. Tenho pena de
qualquer mulher que chame sua atenção.”
Eve
Ele não usou camisinha, Deus sabe que doenças me deu. Ele se importa?
Pelo menos não há chance de eu engravidar. Posso agradecer meu
contraceptivo, por isso.
Enrolando uma toalha em volta do meu corpo trêmulo, saio do banheiro
e congelo. Um vestido branco foi estendido na cama, junto com um prato
de doces com cheiro delicioso e um copo de suco espremido na hora.
Ele suspira. "Estou limpo e você também. Tenho um arquivo dos seus
registros médicos, na minha mesa, no andar de baixo.’’
Ele tem?
"Então, onde está meu arquivo sobre você? Devo apenas aceitar sua
palavra sobre isso?”
Ele se vira e sai da sala e o encaro por mais tempo. Portanto, existem
regras neste jogo distorcido dele... eu não contraio uma DST, mas vai me
dar um tiro na cabeça, se eu não fizer exatamente o que ele diz.
Há algo mais que está causando esse otimismo também... Ele foi embora
e deixou a porta do quarto aberta.
Eu me visto, antes que volte. Ele também colocou lingerie branca, além
de um par de alpargatas azul marinho.
Coloco o vestido por cima da cabeça e olho para a etiqueta. Designer, é
claro, sem dúvida, custando mais do que gasto em serviços públicos, em
um mês. O material sedoso parece tão sedutor contra a minha pele e se
encaixa como um sonho.
"E se não for correspondido?" Inclino meu queixo na direção dele. “As
mulheres são forçadas a sofrer, por causa disso? Não desejo ser muito
apreciada, graças a um belo pedaço de material. Tenho projetos melhores
para minha vida do que isso.”
"Como você…?"
Foda-se!
"Junte-se a mim para o jantar", diz ele, estendendo a mão, para afastar
uma migalha perdida do meu lábio superior e depois, franzindo a testa,
enquanto recuo.
"Não, obrigada."
“Então eu estava certa antes. Não tenho livre arbítrio, desde que você se
sinta atraído por mim."
Ele está tão perto, posso sentir o calor irradiando de seu corpo e seu
perfume inebriante está misturando meus sentidos. Eu o vejo olhar para o
contorno dos meus mamilos, tão proeminentes, através do tecido fino do
vestido. Ele sabe o efeito que faz em mim e está adorando cada minuto.
"De onde você é?" sussurro. "Que país?"
"E eu disse que você não tinha escolha, mi alma. Tenho que te foder até a
submissão de novo? Você precisa de um lembrete de quanto se curva a
todos os meus caprichos?’’
Inspiro profundamente. Suas palavras são como uma partida acesa com
a minha luxúria. Ainda estou com dor de ontem à noite, mas essa
necessidade ardente de tê-lo dentro de mim está anulando tudo.
"Dane-se!" Mas minha voz é tão fraca, quanto minha resolução e está
desaparecendo rapidamente.
Ele me cutuca. "Não diga coisas tão tentadoras. Você não tem ideia do
quanto quero levantar esse vestido e ver como a lingerie nova acaricia sua
boceta. Está molhada? Aposto um milhão de dólares que sim. Tão branco,
tão angelical... Como eu pedi. Minha empregada tem um gosto requintado,
não acha?’’
"Assim como pensei", ele murmura, afastando minhas pernas com o pé.
"Eu poderia levá-la agora e apenas entrar." Como se para provar o
argumento, ele puxa o material para um lado e empurra um dedo áspero
entre minhas dobras.
"Pare…"
"Não."
Ele força um ritmo lento e constante, seu polegar roçando meu clitóris e
disparando sensações de parar o coração, por toda a minha pélvis. Posso
sentir a outra mão na minha nuca, pressionando meu rosto ainda mais
apertado em seu corpo.
Quero puxá-lo para mais perto, abrir o zíper e fazê-lo subir, mas uma
parte de mim se recusa a ceder, completamente, a esse homem. Se quiser
aprender mais sobre o assassino de meu irmão, não posso deixá-lo
reivindicar todas as minhas partes.
"Goze para mim", ele ordena e faço exatamente isso, gritando, enquanto
convoco seus dedos, agarrando sua mão, para prolongar as sensações,
enquanto sou consumida por todas as sombras de fogo.
"Agora, sobre esse jantar," ele ronrona, o hálito quente como uma carícia
suave, contra meu lóbulo da orelha.
Ele sorri e agarra meus braços, inclinando-me para trás na cama, antes
de pegar seu cinto. "Então, vou ter que convencê-la um pouco mais..."
Ele me mantém na cama com ele por horas, mas quanto mais prazer ele
me dá, mais desprezo meu próprio corpo. Ele tem razão, continuo me
traindo da pior maneira possível, gritando em êxtase, sempre que ele
coloca as mãos em mim. Minha luxúria e meu ódio estão tão entrelaçados.
Todas as bordas estão desfocadas.
Ele está dormindo agora. Seu peito está pressionado contra minhas
costas e um braço é jogado, descuidadamente, sobre meu quadril,
segurando-me perto de seu corpo. Posso estar imóvel em seus braços, mas
minha mente gira loucamente. Meu olhar está fixo na porta do quarto. Ele a
fechou mais cedo, antes de tirar a última roupa, mas nunca a trancou. Ou
está ficando descuidado, ou, realmente, não há como escapar dele, mas
estou me sentindo imprudente o suficiente para descobrir. Alguns minutos,
é tudo o que preciso... Apenas uma breve suspensão da cela da prisão, para
aguçar os sentidos e fortalecer a determinação novamente.
Ele é muito mais velho que eu, mas não há cabelos brancos nessas ondas
escuras. Ainda assim, as linhas fracas na testa sugerem dificuldades e lutas.
Este homem suportou muito, antes de chegar a este quarto comigo.
"Ei, pare!"
“O senhor Dante sabe que você está aqui?” ela exige, olhando-me de
cima a baixo.
"Eu disse, o senhor Dante sabe que você está aqui?" ela repete, mais
urgentemente, desta vez. Seus olhos continuam disparando para a escada
vazia.
Sua voz elevada atrai outra mulher da mesma sala. É da mesma idade,
hispânica também, bonita, com um rosto redondo e generoso. Seu sorriso
acolhedor desaparece, quando me vê encolhida na porta. Quem diabos são
todas essas mulheres?
"Eve está explorando seus parâmetros novamente, não é, meu anjo?" ele
fala, mas aquele estalo perigoso voltou.
"Vamos dar uma volta, vamos?" ele diz, empurrando-me para a varanda
e batendo a porta atrás dele. "Já é hora de te mostrar o quão douradas são
as barras de sua gaiola."
Capitulo 10
Eve
"Dê uma boa olhada ao redor," diz ele, esmagando-me ao seu lado.
"Beba tudo... Talvez agora você veja, que o interior do meu quarto não é tão
ruim assim, afinal."
Viro a cabeça, decidida a não chorar. Pode ser a casa dele, mas nunca
será a minha.
"Eu não estava tentando correr," digo baixinho. "Sei que não há como
escapar deste lugar. Sei o que você fará com meus pais, se eu tentar.’’
"Há diferença?"
“Um monstro nunca é maquiavélico em sua intenção, Eve. Ele não é tão
inteligente ou paciente. Eu, por outro lado... Você não iria me foder por
vontade própria, então, eu morri de fome por dois dias, tornou sua
submissão muito mais doce. Um monstro teria tomado o que queria de
você, ali.”
“Senhor Dante?”
Um dos guardas armados aproximou-se de nós, sem ser visto. Está
pairando nervosamente, à margem da nossa briga.
O guarda olha para o aperto dele no meu braço e depois desvia o olhar.
É um homem jovem, atraente, não muito mais velho que eu, com a mesma
pele oliva e cabelos escuros que ele. Não é nem de longe, tão alto ou
imponente. Suas características são mais nítidas e o tônus muscular é
menos definido.
"Bem?"
"Sim senhor."
Se vou ficar presa aqui, preciso aprender seu idioma. Pode ser uma
maneira de me alertar sobre algo incriminador, dito sobre os Santiagos.
"Estou fazendo tudo isso por você, Ryan," murmuro, sem pensar.
Meu captor para de falar com Manuel. "O que você disse?"
Meu rosto empalidece. "Nada. Eu não disse nada. " Como eu pude ser tão
descuidada?
"Cinco minutos," ele repete, olhando para mim. "E não me desobedeça,
ou então..."
Dante.
Inspiro profundamente e Manuel bate a cabeça na minha direção.
Eu não farei isso de novo. Não, a menos que seja forçada. É a minha
palavra segura. Uma garantia de sua atenção total.
O tempo passa. Já devem demorar cinco minutos, mas ele não voltou,
para me reivindicar. Com o coração pesado, volto para casa. Os guardas
desapareceram. Franzindo a testa, levanto o olhar para cima e para baixo
na praia, antes de descansar em uma figura solitária, em pé na frente da
casa.
Assistindo.
Esperando.
Novamente.
Há uma presença nesse homem, que vai muito além de sua fisicalidade.
Ele pode trabalhar para criminosos cruéis, mas é seu próprio homem. É um
príncipe, com uma fortaleza para um reino e, de alguma forma, apesar de
tudo o que fez comigo, sou atraída por ele de uma maneira que não
entendo completamente.
Ele não faz nenhum movimento para vir até mim, então, vou até ele,
afastando a areia dos meus joelhos, enquanto caminho. Protegendo os
olhos, atravesso a praia, mas meus passos vacilam, quanto mais chego.
Ainda há algo perigoso nele. Olho para baixo e vejo um pedaço de corda
preta, enrolada em sua mão e sei que é para mim. A saliva está no fundo da
minha garganta. Ele tem a intenção de me punir, mas para quê? Saindo do
quarto sem permissão? Pedindo para visitar a praia? Meu olhar ergue até o
rosto dele.
"Por que está agindo assim?" pergunto baixinho. "Eu fiquei, como você
me disse."
"Mas..."
"Dante, não!"
Eu disse de novo. Desta vez escapou, mas quase não houve reação. Isso
não é um bom presságio... Não há esperança de alívio, do que ele tem em
mente para mim.
"Vai me fazer repetir de novo, meu anjo?"
"Eu não me importo com o que você faz comigo, por favor, não
machuque meus pais," eu imploro.
"Mas..."
"Silêncio."
"Pare."
Dante
Algo quebrou dentro de mim, quando ela disse meu nome. Era demais
ouvir sua voz suave e rouca, entregando algo tão manchado. Atravessou
uma linha invisível, mais do que seu trabalho ou sua vingança pessoal
contra minha família.
Depois que ela descobrir quem sou, o engano nos destruirá. Até então,
preciso me distanciar e erguer algumas barreiras. Isso é sexo para minha
própria gratificação, não para ela. Ela é minha para fazer o que diabos eu
quiser.
Ela precisa sofrer, por me colocar nessa posição. Por testar meus limites
e me fazer sentir coisas, que não sinto há muito tempo. Estou ansiando pelo
esquecimento, que a transa com ela me traz, mas hoje terei isso de uma
maneira desagradável. Vou infligir dor, quebrar seu espírito e trazê-la para
o meu modo de pensar. É assim que as coisas devem ser.
"Não se mexa."
Meus punhos cerram ao redor do material agrupado. Sua pele nua está
me chamando, tão suave e traiçoeira. Ela está tremendo por todo o corpo,
mas o aroma do seu corpo me faz parar. Sinto o cheiro dela, mas também
há outra coisa...
"Você gosta disso, mi alma?" exijo. "Você gosta quando jogo duro?"
"Sim", ela chora. "Dê-me mais, mostre-me tudo, leve-me com você."
“Dante! Dante! Dante! Ela geme, cada novo tom de voz perfeitamente
combinado com cada ataque meu.
"Isso mesmo, meu anjo." Procuro seus lábios novamente e forço a língua
entre seus dentes, fodendo sua boca e sua boceta, ao mesmo tempo. Isso é
muito mais que esquecimento. É mais feroz e mais forte, do que qualquer
coisa que já conheci.
Isto é o que ela faz comigo. Cada vez é novo e diferente. Ela me excita
em um frenesi e me faz querê-la mais e mais.
Sou tão violento com minha luxúria, que ela engasga com meu beijo. Eu
não posso me ajudar. Ela tem um gosto muito bom e quero saborear tudo.
Não consigo controlar o ritmo e meu autocontrole está em pedaços. Posso
sentir seus músculos internos apertando meu pau, enquanto sua própria
restrição detona em torno de mim.
Ela fica tensa e depois relaxa nos meus braços e me sinto como um Deus
do caralho. Ao mesmo tempo, meu próprio orgasmo me leva a um vazio
temporário, onde nada mais existe, além de nós.
Uma paz estranha se instala sobre mim depois, enquanto ficamos
trancados juntos, até nossos pulsos ficarem firmes e lentos. Ela está flácida
nos meus braços, mas é tão magra, que posso suportar seu peso facilmente.
Depois de libertada, ela se afasta e tenta se cobrir com o que resta de seu
vestido.
Tem sido assim, desde que fui forçado a voltar à família, no dia em que
minha própria carne e sangue me traiu. Joseph realiza verificações
detalhadas de cada pessoa que põe os pés em meu complexo, desde as
empregadas domésticas, até os comandantes e capitães do meu exército.
Faço uma pausa, quando chego à porta do meu quarto e depois passo
direto por ela, optando por entrar no próximo quarto. Há muitas
lembranças ruins para Eva lá, facas demais, para cortar esses fios frágeis
que nos prendem. Algo mudou entre nós esta tarde e me vejo querendo
protegê-la a todo custo.
Fico encorajado, quando ela não se afasta, embora seus olhos estejam
arregalados e cautelosos. Ela quer confiar em mim, mas não pode, ainda
não. Não é mais do que mereço, depois da maneira como a tratei.
"Machuquei você?"
Ela balança a cabeça e morde o lábio inferior. É uma péssima mentirosa.
Porra.
"Obrigada, eu acho."
Não, obrigado. Essa mulher não tem ideia de que acabou de me dar a
merda da minha vida.
"O banheiro é por lá" digo, gesticulando para um arco no canto. "Preciso
fazer algumas ligações e volto."
Vou até as portas da varanda e tiro uma chave do meu bolso. Elas se
abrem facilmente, a brisa entrando nas cortinas brancas de musselina.
Todos os meus quartos têm varandas de frente para o oceano. Gosto de
fingir a verdadeira imoralidade deste lugar, com pequenos detalhes como
esses.
"Posso ir lá fora?"
Eu me viro para ver a centelha de esperança em seus olhos. Mantê-la
trancada no meu quarto foi a coisa mais cruel que poderia ter feito com ela.
Cerro os dentes, quando uma emoção desconhecida arranha minhas
entranhas.
“África.”
Ela puxa os joelhos até o peito e os abraça perto do corpo. Parece criança
de novo, com minha camiseta inundando seu corpo esbelto.
"É bem simples, voamos até aqui.’’
Esse é o meu sinal para sair. "Aproveite a vista. Volto em uma hora.
Jantamos e apresentarei alguns dos meus funcionários."
Não tenho certeza se ela concorda com isso, mas é uma surpresa
agradável, quando ela assente.
Preciso sair daqui, antes que meu desejo me domine. Joseph está
andando lá embaixo. Precisamos assinar esta nova mercadoria.
"Vou pedir que uma das garotas envie champanhe para você," digo,
parando na porta.
São apenas palavras. Ela não quis dizer isso. Essa intensidade ardente
entre nós, faz toda a conversa de que precisamos.
"De qualquer forma, não bebo... só compro para amigos e para ocasiões
especiais."
Merda.
Eve
Uma vez que a tarefa está concluída, ela se dirige para a porta, mas
depois para e parece pensar melhor. Lançando-me outro olhar furtivo,
volta para o armário e, cuidadosamente, desliza a gaveta superior. Está
procurando por algo, mas a maneira como fica debruçada sobre o
conteúdo, sugere que não tem ideia do que é.
Eu a vejo repetir a mesma ação com cada uma das gavetas inferiores,
antes que se vire e se arraste até a minha mesa de cabeceira. De perto, vejo
pequenas gotas de suor em sua testa. Sua boca está fixa, em uma linha
branca e apertada de medo. O que quer que esteja fazendo agora, ela está
fazendo sem o conhecimento, ou permissão de Dante.
Abro a boca para fazer a pergunta óbvia e depois paro. Não confio nela,
mas não quero que ela saiba disso ainda. Em vez disso, forço um sorriso
nos s lábios. "Obrigada. Isso foi gentil.”
"Eu acho." Meu queixo está começando a doer, sob o esforço de toda
essa falsa positividade.
Ouço os passos dela retrocedendo pelo corredor e depois saio da cama e
vou até a cômoda. Puxando a gaveta superior, vasculho o conteúdo
escasso. Que diabos ela estava procurando? Parece não haver nada
interessante aqui: apenas uma revista antiga e alguns manuais de
instruções em espanhol. Sem objetos pessoais, como no quarto dele...
Ele sorri, antes de olhar para uma mensagem recebida em seu celular.
“Tirou uma boa soneca? Vim mais cedo, mas ainda estava dormindo.”
"Qual garota?"
“Aquele que estava no meu quarto mais cedo... trazendo coisas. Cabelo
castanho."
Os cantos da boca dele começam a tremer. "Não, mi alma, ela não é nada
mais do que isso."
Sua mensagem é alta e clara. O assunto está feito, tanto quanto ele está
preocupado. Este homem não se explica para ninguém.
"Não, não é, é estranho e não muda nada. Você não pode comprar meus
afetos." Estendo a mão e toco o material do vestido mais próximo, uma
pequena mudança no pescoço. É sexy e sofisticado. Nunca tive um guarda-
roupa como este e nunca ousei esperar que um dia pudesse ter.
"Vamos esclarecer uma coisa. Essas roupas são um presente, então, seja
uma boa garota e lembre-se de suas maneiras.”
Minha família nunca está longe dos meus pensamentos, mas percebi
algo hoje. Nos últimos cinco anos, tenho vivido para eles, não para mim.
Tenho tentado projetar a imagem de uma filha perfeita, para compensar os
erros do meu irmão.
Seus métodos podem ser mais do que questionáveis, mas Dante está
arrancando o capuz dos meus olhos. Não há futuro para nós, mas existe
um aqui e agora e preciso prosseguir com isso, se quiser aprender mais
sobre esse meu lado mais sombrio. Tenho que ir mais fundo, se quiser
descobrir mais sobre os assassinos do meu irmão.
"Por aqui", diz ele, guiando-me para um pequeno pátio. Uma mesa para
dois foi posta embaixo de uma pérgola de madeira, adornada com
trepadeira de jade e as mais requintadas flores brancas.
"O que quer que eu decida termos", diz ele, passando um dedo
lentamente pela minha bochecha.
Odeio como sou tão submissa. Hoje, ele decidiu como fazemos amor, o
que devo vestir e o que como. A mulher independente em mim está
balançando o punho para ele e gritando em protesto.
"Ah, sim," diz ele, olhando para mim especulativamente. "Alguma razão
em particular porque não?"
"Água, então?"
"Por favor."
Ele sorri e me serve um copo e depois começa a descascar uma garrafa
de vinho para ele. "Essa é a primeira vez que você usa essa palavra
comigo... Em um sentido não peticionário, é claro."
"É isso que você diz para si mesmo, para dormir à noite?"
Ele levanta o copo em brinde, antes de levá-lo aos lábios. Não levanto
meu copo d'água, para me juntar a ele. Em vez disso mexo na haste,
passando os dedos para cima e para baixo na delicada coluna. Não há
como nos sentimentalizarmos. Ele é um homem mau, que está me
mantendo refém. Nossos mundos não estão em sincronia... não
pertencemos ao mesmo universo.
"Você está pensando demais nisso", diz ele, lendo minha mente.
Não fique tão surpresa. Você teve a boa graça de me mostrar suas
maneiras agora. É certo que eu faça o mesmo."
Certo? Este homem não sabe o significado da palavra. Tudo sobre ele e
sua vida está errado.
"No contexto certo." Ele toma outro gole de vinho. "Qual é a sua
profissão?"
"Recepcionista."
"Estou bem."
Ele inclina a cabeça para trás e ri. É um som rico e delicioso, que ecoa
por todo o pátio.
“Não acredito que conversa fiada seja sua força, meu anjo e não é uma
resposta casual, sobre nossas respectivas ocupações. Sugiro que atenhamos
a outros tópicos.”
"Como o tempo?"
"Escola."
"Qual escola?"
"Eu fui educado em seu país, Eve", ele admite, com um suspiro.
"América?"
"Não xingue", diz ele, pegando o garfo. "Não combina com você."
“Foda-se, merda, foda-se. De qualquer forma, não posso comer isso, sou
alérgica a frutos do mar."
"Realmente, não posso te tentar?" ele diz, pairando outra garfo debaixo
do meu nariz.
Desgraçado.
"Ela faz parte da sua gangue de escravas sexuais, não é? Como eu sou.
Foi por isso que me sequestrou. "
Ele deixa cair o garfo com um estrondo. "Você não é nada como elas."
“Isso foi um erro. Vá, saia da minha frente, Eve Miller, antes que eu
perca a paciência.”
Eu devo fazer o que ele diz, mas estou estragando essa luta, desde que
me capturou.
“Ela está com ciúmes de mim? Sou a nova favorita? Ela não confia em
mim, não é? É por isso que estava bisbilhotando meu quarto mais cedo?”
O instinto está gritando para eu voltar atrás, mas não consigo formar as
palavras rápido o suficiente. A atmosfera mudou para algo feio e
ameaçador e nem mesmo o cenário idílico pode compensá-lo.
Tudo fica muito quieto. Não consigo me mexer, ou falar, com medo.
"CONTE-ME!"
Com a mão trêmula, peguei uma vieira e a forcei na boca. Depois desta
tarde, quase esqueci o assassino intimidador que se esconde atrás da
máscara, aquele, cujos olhos escuros, são desprovidos de emoção.
Esta não é a cara do jogo dele, percebo com um calafrio. Mais uma vez,
estou vendo Dante por quem e o que ele realmente é. Nenhuma
quantidade de educação, riqueza e manipulação hábil pode ocultar o
monstro à espreita, por dentro.
"Besteira!" ele ruge, batendo com o punho na mesa. "Comece a falar, ou
então..."
"Acho que ela estava procurando por algo, mas não parecia saber o
quê."
Dante
Meus punhos estavam cerrados com tanta força, que meus dedos
começaram a apertar, assim que pego o celular. Joseph atende no primeiro
toque.
"E aí?"
"Estou indo."
Desligo e mal olho para Eve, quando saio do pátio. Ouço o arranhar
suave de sua cadeira, enquanto ela segue. Não parando para esperá-la,
atravesso o corredor e entro na cozinha.
"Ela te contou, não contou?" ela diz tremendo. "Eu sabia que ela faria."
“Nada, eu juro. Senhor, por favor... eu não contei nada a ele, tem que
acreditar em mim!"
Posso ouvir seus dentes batendo, dentro de sua cabeça enganosa. Nada
disso me move um pingo. Lentamente, deliberadamente, tiro minha arma e
libero a segurança. Apesar do que Eva pensa que não agrido mulheres,
torturo e mato quem me trai.
Valentina olha para minha arma e a cor escorre de seu rosto. Ela sabe
como isso vai terminar.
Uma palavra. Uma resposta É tudo o que preciso dela, mas ela balança
a cabeça. “Não posso, senhor. Você sabe que não posso... Ele vai me matar."
"E o que diabos acha que vou fazer com você?" Seu rosto está a apenas a
um palmo do meu. Isso pode ficar bagunçado.
"Dante, pare!"
Meu olhar muda para a porta. Eve. Que porra ela está fazendo aqui?
Não quero que ela me veja assim. Imaginação e realidade são dois
animais muito diferentes. Ela acha que me conhece, mas nunca conseguiu
compreender as verdadeiras profundezas da minha depravação.
"Não, até você abaixar a arma." Sua voz está trêmula, mas firme. "Você
ouviu o que Valentina disse, ela não tinha escolha."
"Não ouse me tocar!" Ela se afasta de Joseph, que chama minha atenção
brevemente.
Eve luta como um gato do inferno pelo que acredita, mas essa cadela de
duas caras não vale a pena.
Meu dedo no gatilho aperta, quando o vejo apertar um braço sobre suas
coxas lisas e nuas, para firmá-la. Ver outro homem a tocando, é suficiente
para me fazer perder, não importa quem deu a ordem. Duvido que Joseph
me agradecerá mais tarde, no entanto. Eve não está indo silenciosamente.
Eu a ouço amaldiçoar e gritar meu nome até as escadas.
"Então, Valentina..." Volto para minha empregada doméstica mentirosa
e aponto minha arma na sua cabeça novamente. "Exatamente há quanto
tempo você está me espionando?"
Tomo um banho antes de procurar Eve. Meu trabalho com facas não é
tão criativo quanto o de meus primos, mas não é menos eficaz. Por volta
das duas da manhã Valentina quebrou e desistiu do nome que estávamos
procurando. Três dedos ausentes fazem isso com uma pessoa. Estou
surpreso que aguentou o tempo que levou.
Emilio.
Então, meu irmão começou a me controlar. Ele sabe que Eve ainda está
aqui e sabe que estou transando com ela, mas não tem ideia dos meus
sentimentos... ainda. Ele sabe o nome dela e isso já é ruim.
Emilio é tão fanático por lealdade quanto eu, é um dado nesse negócio,
mas sei como sua mente funciona. Ele interpretará minhas mentiras sobre
Eve como algum tipo de conspiração, depois que descobrir que o pai dela é
um pateta da DEA e o que ela gosta de escrever nos jornais, todas as
semanas.
Preciso torcer a revelação desta noite, para minha vantagem. Este jogo é
sobre ficar dois passos à frente do inimigo, porque é, exatamente, o que
Emilio se tornou, agora. Ele tirou o primeiro sangue, ao se infiltrar no meu
complexo. Tivemos um entendimento, sigo a linha, na condição de que ele
me deixe em paz.
Joseph soube o placar, assim que Valentina gritou seu nome. Por muito
tempo, meu irmão está listando a balança de poder a seu favor e tenho me
contentado em sentar e deixá-lo.
Não mais.
"Você a matou?"
A voz de Eve se aproxima da escuridão.
Ainda não, de qualquer maneira. Ela está presa em um dos meus armazéns,
depois de sangrar.
"Você a machucou?"
O silêncio sombrio que se segue diz que ela não gostou desse subtexto.
Pelas lascas de luz da lua, que rastejam pelas bordas das persianas,
posso ver o contorno do seu corpo. Não quero nada, além de me aproximar
dela e reivindicar sua bondade, como o bastardo egoísta que sou. Cinco
horas de infligir dor a uma pessoa fazem isso ao homem.
"Acha que posso comer?" ela diz incrédula. “Depois de como falou
comigo, durante o jantar e o que vi na cozinha? Depois de ficar aqui por
horas, imaginando o que você estava fazendo com Valentina?”
"Você precisa moderar essa imaginação."
Para minha surpresa, seu riso zombeteiro passa por mim. São como
unhas irregulares em uma lousa suja.
Ela se move rapidamente, para uma mulher tão pequena. Bam! Dá-me
um tapa com tanta força, que cambaleio para trás. Ainda estou vendo
estrelas, enquanto agarro seu pulso, para bloquear um segundo golpe,
torcendo seu corpo, até que ela fique de bruços na cama, com os braços
atrás das costas e comigo ajoelhado sobre ela.
"É tarde demais para isso." Rasgo a bainha de sua camiseta, até que se
amontoe em torno de seus quadris. "Eu já disse antes sobre fazer
movimentos bruscos ao meu redor... Agora terei que puni-la por isso."
Ouço a respiração presa na garganta dela. Deus, amo esse conflito nela,
vivo para isso. Ela me odeia e me quer e isso a está deixando louca. Meus
olhos estão começando a se ajustar à falta de luz e posso ver a curva
perfeita de sua bunda, apenas implorando para que eu afunde meus dentes
nela. Em vez disso, levanto a mão e a derrubo com força.
Meu pau pula, sou um idiota sádico. Entregar dor e prazer está tão
fortemente entrelaçado em mim. Não vejo o ponto de um sem o outro.
Quero fazê-la se machucar, para que eu possa acalmá-la depois, torcendo
suas emoções, até que ela me veja.
"Não xingue, só vai piorar para você." cerro os dentes, quando minha
ereção pega contra o zíper do meu jeans. Não aguento mais. Essa mulher
tem a capacidade de me fazer perder todo o senso e razão.
Abro a mão novamente, desta vez um pouco forte demais, mas não
consigo me conter. Ela choraminga, mas mantém a boca fechada e isso me
excita ainda mais. Desejo sua força, tanto quanto sua luz.
"É uma linha tênue entre isso e a alternativa", digo, pegando meu cinto.
Capitulo 14
Eve
A dor do primeiro golpe força as lágrimas dos meus olhos. Porra, isso
dói... Ainda assim, há um desejo estranho dentro de mim, que está
substituindo o pior. Estou ciente de todas as curvas e fendas do meu corpo,
desde o peso dos meus seios, pressionados contra o colchão, até a
necessidade dolorida, profundamente dentro do meu núcleo.
Na manhã seguinte acordo com o calor dele em volta do meu corpo. Sua
ereção está pressionada contra a parte inferior das minhas costas, o
antebraço pesado está na minha cintura, segurando-me na cama.
"Ela está viva. Você deve estar faminta. Vou providenciar para que algo
seja apresentado a você."
"Por que se preocupar com isso?" Ele encolhe os ombros em sua camisa
e começa a apertar os botões.
"Eu não sei nada sobre você, é um enigma, com tendência a agir como
um carrasco doente. ”
“Você sabe algumas coisas, apenas escolhe não aceitá-las. Escolhe fechar
os ouvidos e os olhos, exatamente para o que faço, porque é desagradável.
Não estou te julgando, Eve, mas não pode transformar isso, como algo que
não é.
"Talvez eu esteja pronta para ouvir", digo baixinho, enquanto uma visão
de Ryan passa diante dos meus olhos. "Você poderia começar dando-me
uma resposta direta, quando eu fizer uma pergunta."
"Da mesma forma."
Há uma pausa. "Você sabe que não sou recepcionista, não é?"
“Se você está disposto a torturar uma garota, por passar por suas coisas,
o que fará com uma repórter, que escreve a verdade sobre o comércio de
narcóticos e odeia tudo o que representa? Porque é para quem você está
trabalhando, não é Dante? Cartéis como os Santiagos?
Ele faz uma careta. "O que diabos você sabe sobre os Santiagos?"
"Eu sei que eles são os mais baixos dos mais baixos. São covardes, que
se escondem atrás dos outros. Eles manipulam esse negócio, para alinhar
suas próprias contas bancárias tortas, para o inferno com as famílias que
eles destroem ao longo do caminho...” Minha voz fica presa na garganta.
"Já falei. Coloquei todas as minhas cartas na mesa, então, mate-me agora e
termine com isso. ” Fecho os olhos e espero a bala.
Segundos transformam-se em minutos. Ainda estou esperando.
Eventualmente, forço meus olhos a abrirem novamente. Ele está parado ali,
encarando-me.
"Você está certa", ele diz asperamente. "Talvez nós dois sejamos
culpados de ignorância forçada. E não, eu não vou te matar, Eve Miller...
Por quê? Porque você nunca me trairia.”
"Porque você e eu... o que quer que seja... é maior que isso." Ele volta
para a cama, acariciando minha bochecha com a ponta do polegar.
"Não sou tão ingênuo a ponto de pensar que o que sou e o que faço não
te afeta. Não sou convencional, Eve. Não sou advogado nem contador, e
não pretendo ser."
Isso me puxa para cima. "Você sabe do meu irmão, não é?"
"Sim desculpe."
Vendo o pânico nos meus olhos, ele se inclina sobre a cama e me dobra
em um abraço apertado. Eu sei que é uma tentativa de interromper meus
pensamentos. Ele começa a acariciar minha nuca, mas eles são muito
singulares e aterrorizantes, para serem descartados com facilidade. Uma
pergunta continua voltando para mim repetidamente:
Noite passada.
Não digo a ele que adoro cavalos, mas que não cavalgo há cinco anos,
desde a morte de Ryan. Como todos os meus momentos de vigília, desde
aquele dia e têm sido um estudo, cuidadosamente, controlado sobre
aversão ao risco; fiz tudo ao meu alcance para evitar mais angústia a meus
pais. Sinto falta da minha vida anterior, com todo o coração.
“Tenho tudo o que você poderia querer aqui, Eve, só precisa abrir seu
coração e levá-lo.”
"Este nunca será o meu lar", digo a ele, carrancuda, acrescentando mais
gravidade à minha convicção.
“Já é, meu anjo. Quantas vezes tenho que dizer isso? Você é minha
agora, sua vida antiga é irrelevante.”
"Grande o suficiente."
"Eu não concordei com nada. Nunca explicarei... Você sabe disso.”
"Adquirido?"
"Alguém me devia."
"O que quer dizer?" Meus joelhos começam a dobrar. Aperto a cerca
para me impedir de cair.
Não acredito no que estou ouvindo. "Por que, Dante?" sussurro. "Por
que você faria isso?"
Ele encolhe os ombros, como se não fosse grande coisa. "Talvez eu não
seja um monstro, afinal de contas."
Capitulo 15
Eve
Já sinto falta dele. As linhas entre luxúria e ódio nunca foram tão
embaçadas. Não há preto e branco conosco, apenas esses tons
contraditórios de cinza.
Haverá outras mulheres para ele nesta viagem? Uma alternativa sem
rosto e mansa à nossa porra apaixonada, que vem com um milhão de
advertências? A ideia planta uma semente de dúvida em minha mente, que
me mantém jogando e virando a maior parte da noite. Eventualmente
amanhece, mas não tenho telefone, laptop ou maneira de ouvi-lo. Ainda
estou trancada dentro de uma gaiola dourada, mas agora estou ansiosa
pelo meu carcereiro, não pela liberdade.
Tomo banho, visto e desço as escadas. Sofia ficou visivelmente ausente
da casa, a maior parte de ontem e estou desesperada para falar com ela
sobre Valentina.
"Torrada seria adorável", digo, devolvendo seu calor. "E por favor,
chame-me Eve."
Ela olha para cima e o sorriso congela em seu rosto. Sabe exatamente o
que vou lhe perguntar.
"Valentina fez uma coisa ruim", diz ela gravemente. "Você não precisa
mais se preocupar com ela."
"Ela teve o que mereceu, vejo isso agora. O senhor Dante é um homem
duro, mas seu coração é bom.” O rosto dela, inesperadamente, suaviza
novamente. "Ele está apenas tentando protegê-la."
Um bom coração? Ela está falando sério? No meu mundo, homens com
'bom coração' não torturam mulheres.
"Isso não é culpa sua, señorita e não ouvirei mais nada sobre isso."
"Não precisa", digo rapidamente. "Eu não tinha o direito de fazer essa
pergunta."
“Cartagena.”
"Na colômbia?"
"Claro."
"Mas..."
Ela assente e sorri novamente. "O Señor Dante concedeu a você acesso a
todas as áreas de seu complexo, exceto o setor seis, é claro."
"Sim, señorita."
Quase…
No caminho de volta para casa, dou uma passada no setor seis. Eu não
posso me ajudar. Quando me é negada a entrada em um local, tenho uma
compulsão natural para ir e conferir.
É aqui que eles treinam para ser assassinos de homens como os Santiagos?
Eles fazem?
"Você pode dizer a eles que não sou nada do Señor Dante", digo
laconicamente. "E eu tenho minha própria mente, você sabe."
"Você não fez." Suspiro e coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha.
"É um assunto delicado."
Gosto desse homem. Ele tem uma abertura e honestidade, que me faz
pensar em como diabos acabou no exército de Dante. "É Manuel, não é?"
"Sim."
Estou com essa sensação estranha de novo, mas deslizo para o fundo da
minha mente. Enquanto isso, o cinza desistiu da falta de maçã e atenção e
se afastou, para se juntar ao outro cavalo.
"Tramposa".
"Malandro, trapaceiro."
Ele encolhe os ombros. "Eu respeito muito meu jefe, para responder a
isso."
“Manuel!”
Uma voz aguda, atrás de nós, faz Tramposa e o outro cavalo levantarem
a cabeça. O sorriso cai do rosto do guarda e ele se afasta de mim, com uma
maldição. Um gigante está caminhando na nossa direção, com a mesma
arrogância alfa inflexível que a de Dante. Ele é o cara da outra noite e coro,
quando me lembro do quanto chutei nos braços dele.
"Volte para o armazém sete", ele late para Manuel. "A inspeção é às
16:00 horas."
“Sim, señor.”
"Você é americano", deixo escapar, fazendo com que os dois homens se
voltem na minha direção. Centro-oeste, eu acho. Como eu não percebi isso
antes?
"Oh, certo."
"Ele não ficará, se você continuar flertando com seus recrutas. Nem eles,
à propósito.”
"Eu ficaria de boca calada sobre isso, se eu fosse você. Saia daqui,
Manuel. Vai."
"Bem, você sabe o que pode fazer com seus conselhos, não é?"
Dante
Faço esse trabalho por minhas próprias razões, não por ego e por estar
de pé como ele. Mesmo assim, concordei em viajar para a Colômbia hoje,
para discutir estratégias de fortalecimento com nossos parceiros e
confrontar meu irmão, sobre seu recente lapso de julgamento. Eu vim bem
preparado. Grayson se juntou a mim no aeroporto, há uma hora e dez dos
meus melhores homens estão ao meu lado, além de uma arma carregada
debaixo da camisa e duas facas presas a cada perna.
"Não fique muito encantado, meu amigo", diz ele, com um sorriso fácil.
"Olhe ao seu redor... as mulheres colombianas têm curvas para ajoelhar um
homem e são menos inclinadas a fazer ondas, por elas. Eu encontraria seu
prazer em outro lugar, se tiver a ousadia de dizer isso.”
"Somos amigos há muito tempo, Rick", murmuro. "Seria uma pena por
fim, hoje à noite."
No final, aceito suas desculpas. Rick não é meu inimigo e peço à sua
jovem família, que lhe mostre que não há sangue ruim entre nós. O tempo
todo, Joseph está parado alguns metros atrás de mim, olhos na peça,
observando minhas costas, como de costume.
Esvazio meu copo e peço outro. Minha obsessão por Eve está me
transformando em um pau paranoico, como meu irmão.
"Está falando sério?" O rosto dele não tem expressão, mas sei que ele
não está feliz com isso.
"Pensei que disse que ela era uma irritação, nada mais."
"Eu não sei o que diabos ela é, Joseph, mas tenho um mau
pressentimento, que nenhuma quantidade de bourbon vai fazer bom. A
palavra está fora. Sou vulnerável, Rick acabou de me dar um tiro de
advertência... Se Emilio acha que minha cabeça está fora do jogo, fará o que
for preciso para me manter lá."
“Cristo, Joseph. Não posso desistir desta vida mais do que você. Não há
como voltar atrás para nós."
"Isso não vai acabar bem, Dante", adverte. "É total transparência, ou
nada, com Emilio. Você não pode argumentar com ele."
"Vou lidar com ele no devido tempo. Até lá, tome cuidado.”
"Bem. Vou ligar para Tomas. " Ele pega seu celular.
"Bom. Faça." Giro o calcanhar e volto para a mesa, para que ele não
possa ver a expressão de alívio no meu rosto.
Meu retorno é anunciado por todos os lados.
"Ocupado."
"Pena", diz ele levemente, pegando seu copo de uísque e agitando o
gelo. “Eu escolhi algumas dessas prostitutas para ele. Sei o quanto ele gosta
delas de olhos de corça e dóceis... Quando ele volta?"
"Não essa noite." Pego o olho do garçom e aponto para o meu copo
vazio novamente. "Certificarei que ele saiba que seu trabalho é apreciado."
"Sim, faça isso." Emilio me olha do outro lado da mesa. "Porque, mais
uma vez, preocupo-me com a falta de mulheres em sua fortaleza africana,
irmãozinho."
"Você não está participando deste delicioso banquete, irmão?" Ele acena
seu copo na direção de uma morena, que está me lançando olhares
ardentes. "Não há como deixar passar um rosto bonito. Muito ocupado,
ansiando pela sua pequena americana?”
Emilio se inclina sobre a mesa e me avalia, antes que seu rosto se divida
em um sorriso de merda. "O que diabos está acontecendo com você?"
"Por enquanto…"
"Isso é algum tipo de ameaça?" ele assobia. "Tem algum nervo de merda
entrando em minha casa com essa besteira. O que vai fazer sobre isso?”
"Você disse que estava entediado com ela, Dante", ele murmura. "Ainda
assim, não estou surpreso que ela esteja interessada em você. Você sempre
gostou de americanos. Há o sempre fiel Grayson, e agora há Eve...”
"Nós não nos apegamos, irmãozinho. Não temos elos fracos em nossa
organização. Nós fizemos as regras, lembra? Juntos. Solte-a, como soltei
minhas ex-esposas de puta. Ela está se tornando um problema."
Emilio me olha surpreso. “Meu Deus, ela realmente tem você. Pele
pálida, cabelos escuros, aqueles grandes olhos azuis... Lembra-te de
alguém, lembra?”
“Dante...”
"Eu disse para você me deixar em paz!" Coloco o punho com força sobre
a mesa. O barulho ricocheteia no terraço e seus homens pegam as armas.
Eve
Como todos os dias, desde que ele me raptou, meu coração está batendo
a dois ritmos muito diferentes. Anseio por seu toque, mas o desprezo como
homem, como criminoso. Ele me mantém sedenta de carinho, tranca-me,
alimenta minhas fantasias mais profundas e agora, parece que estou
viciada.
"Assim parece."
"Eu não ouvi seu jato pousar", murmuro, oferecendo os restos da minha
maçã para Tramposa, que a pega avidamente, mergulhando o focinho na
minha palma estendida. "Quando você voltou?"
Segurando meu braço, ele me puxa para uma cabine vazia ao lado e me
prende contra a parede. Ele não se move para me beijar, no entanto. Em
vez disso, envolve os dedos em volta da minha garganta, apertando
gentilmente, mas com intenção óbvia, segurando minha vida em suas
mãos.
"Quem?" Eu suspiro.
Tento arrancar seus dedos da minha garganta, mas não é bom. Assim
que nós nos tocamos, essa força elétrica nos une.
"Dane-se!" Afasto minha cabeça, mas suas palavras são como uma
partida acesa para o meu núcleo, novamente. Os músculos das minhas
pernas já estão tremendo. Estou tão perto de fazer o que ele está exigindo
de mim... Apenas meu orgulho está puxando o freio.
Ele olha para mim, raiva contorcendo seus belos traços. "Droga!" ele
ruge, soltando a mão da minha garganta.
“Eu nunca vou permitir isso! Mas você pergunta demais... Eu já lhe disse
o que acontecerá, se voltar para a América.”
"Você é minha, Eve, pertence ao meu lado, nunca vou te deixar ir."
Pego o cinto, tirando o grosso couro marrom da fivela. Ele não se mexe
para me parar e, com o cinto desfeito, vou começar pelo zíper. Estou
jogando um jogo perigoso aqui e é um jogo que poderia, facilmente, sair
pela culatra...
De repente, ele está empurrando seus quadris para longe. “Eu retiro.
Você não é uma prostituta, Eve Miller e me recuso a tratá-lo como tal.”
Suprimo um pequeno sorriso, antes de olhar para cima. Suas mãos estão
descansando na parede, acima da minha cabeça. É uma posição de poder,
mas também é de concessão. Eu posso dizer que está tomando cada grama
de sua força para honrar suas palavras. Algo mudou, não sou mais apenas
a posse dele.
"Nunca."
A força de sua palavra traz lágrimas sem esperança aos meus olhos.
"Por favor, Dante..."
Meu coração dispara, quando sinto suas mãos sob meus braços,
levantando-me. Não é o que eu esperava, mas é um começo.
"Não pense que sou cego para o que você acabou de fazer", ele
murmura, pegando meu queixo com força entre as mãos. "Faz muito
tempo, desde que deixei alguém me encurralar."
"Eu teria deixado você foder minha boca, com ou sem a sua garantia."
"Jesus! Porra!"
Eu devo estar fazendo algo certo, porque ele está gemendo, como se
estivesse sofrendo. Deslizo-o direto para o fundo da minha garganta e
começo a bombear meu punho para cima e para baixo, em seu eixo. Depois
de alguns instantes, arrisco um olhar para cima novamente. Ele está me
olhando, com uma mistura de raiva e admiração no rosto.
Sinto uma mão pesada na nuca, guiando-me de volta para ele. A cabeça
do seu pau relaxa entre os meus lábios e minha língua gira em torno do
intruso bem-vindo. Ele amaldiçoa em espanhol e começa a empurrar na
minha boca, atingindo o fundo da garganta, com um staccato de gemidos.
"Droga, isso é bom. Mantenha aqueles lábios macios apertados em volta
de mim. Não espere um segundo. "
Faço exatamente o que ele diz, mesmo quando seus dedos estão
cavando dolorosamente meus cabelos e o couro cabeludo está gritando em
protesto. Minha outra mão está descansando levemente em sua cintura, e
posso sentir seus músculos se esforçando para controlar. Quero saborear
sua rendição e trazê-lo de joelhos também.
"Vire-se", ele ordena. Sinto meu vestido sendo puxado ainda mais em
volta dos meus quadris, expondo-me da cintura para baixo. "Isso é uma
visão", eu o ouço assobiar, passando a mão sobre minhas bochechas nuas.
"Agora, coloque as mãos na parede à sua frente."
"Tão molhada para mim... acho que podemos trabalhar com isso."
"Mas eu não..."
"Silêncio", ele repreende. "Não estou planejando machucá-la, mas farei,
se você não me ouvir." Seu dedo está se tornando mais insistente.
"Mas eu nunca..."
"Confie em mim."
Ele chega ao redor, com a outra mão, para circular o clitóris. Todo nervo
se sente conquistado e inchado, mas estranhamente satisfeito. Um dedo se
torna dois, esticando, agradando, mergulhando na minha umidade e
depois reaplicando, até sentir algo maior me empurrando lá.
"Que lugar adequado para te invadir, meu anjo", ele reflete, retirando-se
lentamente.
Ele engancha minha perna por cima do ombro, abrindo-me para ele e
depois passa uma linha dura com a língua, desde a base do meu períneo,
até a ponta do sexo. Pulo para trás, como se estivesse marcada, minhas
omoplatas batendo contra a parede. Ainda estou sentindo dor, está
sensível, do meu orgasmo anterior e ele sabe disso.
"Segure firme." Ele coloca duas mãos firmes nos meus quadris e repete
sua ação implacável. "Você tem um gosto divino, meu anjo", diz ele com
um rosnado, beliscando e girando, provocando e testando.
Enfio meus dedos em seus cabelos sedosos e negros, quando ele se põe
a trabalhar no meu corpo, deslizando uma mão áspera por minha coxa e
empurrando dois dedos para dentro de mim, enquanto sua boca devora a
ponta do meu sexo, a língua circundando esse feixe de nervos. uma pressão
cada vez maior.
Não consigo conter meus gritos. As costas estão arqueadas para longe
da parede, em êxtase. Ele me mantém à beira, por uma eternidade, sabendo
exatamente quando relaxar e quando me levar de volta ao limite, como o
maldito sádico que é. Continuo prendendo a respiração, para intensificar o
prazer mais rapidamente, mas como sempre, ele está no controle total.
"Dante!"
Fechei os olhos com força para controlar a loucura. Tudo o que posso
ouvir é a corrente de sangue nos meus ouvidos ... E, assim, estou deitada
de costas na palha, puxada pelo homem que causou essa explosão sensorial
em mim.
"Sempre." Sua voz está rouca de luxúria. “Ninguém vai te tirar de mim,
Eve. Vou matar qualquer bastardo que tentar."
Envolvo meus braços em volta do seu pescoço e puxo sua boca de volta
para a minha. Nosso futuro é um retrato cortado... Uma imagem fraturada.
É algo que não consigo entender. Tudo o que sei é o presente e, no
momento, a única coisa que vejo é ele.
Capitulo 18
Eve
“Seja sincera, meu anjo, você é curiosa demais para parar em uma única
pergunta."
"Teste-me."
Ele está rindo de mim. Eu posso dizer. Nunca vi esse homem sorrir, mas
aprendi a ler as inflexões em seu tom.
"Não é justo. Você sabe tudo sobre mim e eu sei quase nada sobre você.
"O que mais está nesta lista?" ele diz, estendendo a mão para empurrar
uma mecha do meu cabelo para longe do rosto. É um gesto conciliatório e
sou momentaneamente desviada pela ternura em seu toque.
"Que lista?"
"Eu sentiria respeito, mais do que qualquer outra coisa. Você não é fácil
de ferir."
"Não sou fácil de pegar e nunca luto de maneira justa, quando sou." Ele
se levanta e pressiona seus lábios nos meus, pegando-me desprevenida,
atordoando-me com seu magnetismo, até que me afasto, respirando com
dificuldade.
“Calma, Eve. Você está tentando cavar uma briga de novo e não quero
lhe dar uma.
"Quem é?"
Eu gostaria que fosse uma piada. Gostaria que tantas coisas fossem
diferentes entre nós. Ajoelho-me atrás dele, deslizo meus braços em volta
do seu pescoço, pressionando meus seios na pele ardente de suas costas,
enchendo as narinas com seu perfume rico, aquele em que me afogaria, se
pudesse.
Ele vira a tela do celular, para que eu não possa ler a mensagem por
cima do ombro.
"Deve ter sido uma grande mudança para você", eu digo, soltando meus
braços. "Mudar de uma profissão tão honrosa, a uma profissão sem
princípios."
"As linhas nunca são tão claras, quanto você pensa." Ele bate o celular
de volta na mesa de cabeceira, parece distraído. Bravo…
"Dante"
"Por quê?"
"Estamos impressionados?"
"Não. Carros velozes nunca me excitaram. Sempre me parecem uma
compensação em excesso, por alguma coisa.”
"O diabo está nos detalhes, meu anjo..." Ele se agacha ao meu lado,
enquanto me viro para o assento.
“Você viu o quão largo é esse capô? Agora, não quero nada, além de te
dobrar, chutar suas pernas e te encher com meu pau.”
Bam! Há uma reação instintiva no meu núcleo. Olho para ele, sem
palavras, apertando as partes superiores das coxas, para diminuir o ritmo.
Conversa suja nunca foi minha coisa antes de eu o conhecer. Agora, não me
canso.
Ele se levanta e bate a porta com tanta força, que faz todo o carro
chocalhar. Eu o assisto com cautela, enquanto ele vai para o seu lado e
senta ao meu lado. Sua porta recebe, praticamente, o mesmo tratamento.
"Como assim?"
Ele poderia trocá-lo por uma Honda e ainda colocaria o temor de Deus
em mim.
Será que vai abandonar seus negócios com eles? Nunca menciona os
Santiagos, a menos que eu faça. Sei que ele suspeita que eu tenha segundas
intenções para todas as minhas perguntas... vejo seus homens treinando e
ouço o ruído contínuo de tiros em seu campo de tiro, mas é isso. Talvez este
lugar pertença a eles.
Como ele faz aquilo? Como sempre parece saber em que direção meu cérebro
está indo?
Eu concordo.
“Não.”
"Bom."
"Você queria ver mais do meu complexo, meu anjo." Ele afasta a
embreagem e o carro começa a rolar para frente.
"Por que você me chama assim?" pergunto curiosamente. "Eu não sou
anjo, Dante. Fiz coisas na minha vida, que não merecem esse carinho.
Coisas das quais não tenho orgulho. " Penso em Ryan e depois em sua ex-
empregada doméstica, Valentina.
"Eu não quero que você peça", ofego. “Tome o que quiser de mim. Eu
preciso que você me corrompa.”
Suas mãos estão por toda parte, rasgando minhas roupas, agarrando
meus seios, puxando minha cabeça para um lado, para aprofundar nossa
conexão.
"Dante..."
"Diz!" Ele pega minha mandíbula entre as mãos. Parece tão poderoso,
tão faminto, tão malditamente bonito.
"Prometo."
Um pouco da tensão parece deixar seu rosto. Ele abre a boca para dizer
outra coisa, mas nunca teve a chance de falar. Um barulho alto, no teto do
carro, nos faz pular.
Recolocando a calça jeans, ele puxa meu vestido para baixo e me gira de
volta para o assento, quando sua porta é aberta com força. É aquele homem
- Grayson - o americano. Hoje ele não está de uniforme militar, apenas
calça jeans preta e camiseta. A cor parece combinar com a expressão em seu
rosto. Ele nem olha para mim.
“Eu tentei ligar. Você deve aprender a atender seu telefone, de vez em
quando.”
Grayson nem sequer fala mal. “Gomez está morto. Eles puxaram seu
corpo de um restaurante em Cartagena, na noite passada. Sanders está fora
da grade.”
Dante
"Gomez está morto." Certamente, ele não está sugerindo suspeita? O cara
estava acima do peso. Ele foi um ataque cardíaco ambulante, esperando
para acontecer. Além disso, o filho dele não é o que cria ondas, continuará
na cadeia de suprimentos, com suas plantas de processamento e honrará
nosso contrato, pelo tempo que for solicitado. Caso contrário, enviarei
alguns homens para a Colômbia para mostrar, exatamente, como é a nossa
cláusula de retirada.
"Isso deixará mais ou menos vinte aqui. Você está bem com isso?”
Agradeço a pergunta. Não faz sentido esconder meu interesse por Eve
Miller. Nunca saí do quarto dela ontem, o que é uma reviravolta, para um
viciado em trabalho como eu.
"Tudo bem", digo, abrindo a porta novamente. Meu anjo estará mais
seguro aqui, até eu voltar.
Eve ainda está sentada onde a deixei, suas longas pernas dobradas
debaixo dela.
Ela faz o que peço, saindo do veículo. Ela me olha timidamente e, mais
uma vez, há perguntas não ditas em seus olhos.
"Sim."
"Depende."
Eu a puxo para uma parada e a giro. "Volto antes que você perceba."
"Eu quis dizer isso?" Afastei o polegar dela. “Sim, quis dizer cada
maldita palavra. Não há lugar na terra que você possa se esconder de
mim... Nossas almas estão ligadas para sempre.”
Demais.
Só ela podia pensar isso... Só ela podia acreditar no bem, quando não havia mais
nada além de ódio e libertação.
Ela não olha para a faca, muito menos fecha os dedos delicados em
torno dela. Está desesperada para negar qualquer conexão com a arma e
comigo.
Estou tentado a abraçá-la e foder com todo seu conflito novamente, para
fazê-la perceber que está aqui na minha dura realidade agora e que minha
obsessão tem um preço em sua cabeça. Mas, em vez disso, pego a faca de
volta, dobro a lâmina e a enfio na frente do sutiã. Seu corpo estremece,
assim que o metal frio atinge sua pele.
Ela se afasta assustada, com a súbita quietude no meu rosto. Ela acha
que me irritou, por ser ingrata pelo meu presente. Eu gostaria de poder
dizer a ela que não é assim. É uma reação instintiva, sempre que meu
irmão me alcança.
Deixo a ligação tocar e tocar. Estou muito distraído com a visão de sua
bunda perfeita, ela sobe as escadas e desaparece.
"A esposa dele, ela testemunhou a coisa toda. Três homens entraram em
um restaurante e dispararam suas balas na parte de trás da cabeça. Disse à
cadela que estavam enviando uma mensagem... Eles esqueceram de assinar
o cartão.”
Um trabalho profissional.
"Meu voo sai em uma hora", digo a ele, bruscamente, indo em direção à
casa. “Cinquenta homens estão a caminho de Nova York. Cinquenta para a
Flórida.”
"Espero que sejam tão bons quanto você diz e não apenas idiotas com
metralhadoras."
O que não preciso é que meu irmão viciado em drogas soletre para
mim.
Sem pensar, volto para a sala. Estou tão perto de tirar minhas roupas e
transar com ela novamente, mas dever e obrigação estão puxando minha
trela.
Joseph está parado no corredor, esperando por mim. Está vestindo uma
roupa preta, com um coldre carregado amarrado ao peito. Ele me entrega
minha arma, quando chego à escada de baixo. Levanto o cano e verifico o
pente.
"E você ainda está aqui?" levanto uma sobrancelha interrogativa. Não é
dele desobedecer a uma ordem direta.
"V com você para a Colômbia." A parte teimosa de sua mandíbula diz
que não tenho escolha. "Algo não parece certo, não posso colocar meu dedo
nele."
"Curando."
"A trajetória do voo está pronta", anuncia Tomas, caminhando até nós.
"Vamos embarcar o último equipamento e partir. Deixei uma linda
mulher na minha cama e gostaria de voltar para ela mais cedo, ou mais
tarde. ”
Tomas sorri para mim. “Como quiser, senhor Santiago. Se pelo menos
todo homem pudesse ter a mesma sorte.”
"Eu não pago para você foder, pago para lutar", digo suavemente.
"Joseph, o que há de mais recente em Sanders?"
Joseph faz uma careta. "É um beco sem saída. Todo mundo está
assustado, desde que terminamos os Garcia."
"Porra, ele é tão ruim, quanto eu costumava ser. Vamos conversar mais
no avião. Tomas, partimos em cinco."
"Você é o chefe."
Eve
“Señorita Eve ... Por favor, oh por favor, acorde, minha princesa. Eles estão
vindo, eles estão vindo! "
"Não!" ela assobia, puxando minha mão. Eu posso sentir seu corpo
tremendo sob seu aperto. "Eles vão nos ver. Temos que ficar escondidas no
escuro.”
A próxima coisa que sei, é que ela está empurrando o copo para mim, a
água derramando pelos lados e encharcando o lençol.
"Sou eu, Manuel", assobia uma voz, quando o jovem guarda entra na
sala, com uma metralhadora pendurada no ombro esquerdo e outra arma
presa ao quadril. Seus olhos escuros estão brilhando no escuro e
absorvendo as cores ardentes do lado de fora. "Vamos agora", ele pede,
"temos minutos".
Ele dá outro passo mais perto e solto um grito de horror. A luz lança um
brilho baixo sobre o resto do rosto. Posso ver as contusões pesadas em
torno de ambas as órbitas oculares e até o lado de sua mandíbula. Por favor,
diga-me que Dante não estava fazendo. Oh Deus, onde ele está? Onde ele está?
"Sofia, preciso de uma camiseta e saia... calça... qualquer coisa que possa
encontrar", digo a ela.
Ela põe-se de pé e corre pelo quarto até o armário. Prometi a Dante que ficaria
segura. Mas ele está se mantendo seguro?
Ela volta com os itens e Manuel vira novamente, para me deixar vestir.
Coloco meu sutiã no lugar e enfio a camiseta sobre a cabeça, enquanto
meus pensamentos se dispersam como átomos. Não tenho fluxo de
consciência coletiva, apenas fragmentos quebrados de frases e palavras:
preciso esconder... Dante... isso é apenas um pesadelo... quero ir para casa...
É aqui que Dante esconde suas roupas e pertences de mim? Como eu poderia
ter ficado tão perto de seus segredos e não ser conhecido?
"Nós vamos agora." Ele sai para o corredor, tirando a arma do ombro e
clicando na trava de segurança. Outra explosão sacode as fundações da casa. Sofia
solta um soluço abafado e Manuel xinga. "Desça", ele ordena, e caímos de joelhos
em uníssono.
Ele não responde, mas na escuridão do corredor olho entre ele e Sofia.
Meus olhos estão começando a se ajustar à falta de luz, enquanto
descemos as escadas, mantendo nossos corpos baixos e discretos, como
criaturas deslizando contra a parede na escuridão.
Corro para me juntar a Manuel e Sofia por uma estante, que cobre o
comprimento de uma parede. Ele está sussurrando instruções em espanhol,
enquanto passam os dedos ao longo da borda de cada prateleira.
"E você tem certeza de que está nesta sala?" posso ouvir a dúvida na
minha voz, novamente, enquanto corro meus dedos ao longo da madeira.
Não há recuos, nenhuma fenda reveladora... Não há absolutamente nada
que sugira que uma porta está escondida aqui.
Manuel recebeu as informações erradas? Sofia parece estar pensando da
mesma maneira. Ela começa a tagarelar em espanhol em pânico. Os tiros
estão do lado de fora da porta da frente.
Apenas vinte?
Sinto uma mão no meu ombro guiando-me para o abismo negro. Minha
lanterna se sacode e se firma para revelar três degraus de pedra, que levam
até uma passagem e um elevador. Atrás de nós, Manuel coloca a porta
escondida de volta no lugar. Sinto outro frisson de pânico, quando o
mecanismo de travamento se conecta a um ruído suave e as paredes
úmidas começam a se fechar em mim.
Ela balança a cabeça. “Você ouviu o que o senhor Dante disse. Ele vai te
matar dessa vez, Manuel.” Eu a vejo implorando por ele, com olhos
arregalados e assustados.
“Que nunca deveríamos falar sobre o que é esse lugar. Não perto de
você.
“Señor Emilio...”
Um fantasma de um sorriso toca meus lábios. "Mas ele não deveria estar
na metade do caminho para a Colômbia para se encontrar com...?" paro,
quando uma terrível realização aparece.
Puta merda.
Ele olha para mim com firmeza. “Não, señorita, o senhor Emilio está
aqui pela única coisa que o senhor Dante mais preza. Ele está aqui para
você.”
Um calafrio percorre meu corpo. "Eu? Mas como ele poderia saber
sobre... Valentina” digo com um lamento. "Ela estava trabalhando para ele,
não estava?"
"O que você disse?" Minha voz soa pouco mais que uma lima, um grito
desbotado de um pássaro, com uma asa quebrada.
Ele disse?
Eu sei o que eles vão dizer. A verdade está lá o tempo todo, mas escolhi
escondê-la nos recantos mais sombrios da minha mente e me permiti ser
arrastada por toda a sua beleza maquiavélica. Ele está me encarando desde
o começo, o dinheiro, os guardas contratados, o complexo, as conexões
colombianas...
Dante
Sem resposta.
Eu tento de novo.
Nada.
"Claro, jefe."
"Tente novamente."
Sem resposta.
Não há nada na minha voz, para trair o medo que está me dominando.
Mesma coisa.
Sem resposta.
"Mova-se!" grito para Tomas, a voz soando remota, quando ele pisa o
pedal no chão, passando de zero a sessenta em questão de segundos,
derrapando pela pista de terra, enquanto perdemos, temporariamente, a
tração nas pedras soltas. Meus tímpanos estão começando a clarear,
quando há outro estrondo atrás de nós e o segundo veículo é destruído.
"O que diabos está acontecendo?" grita Joseph, olhando incrédulo para
as duas bolas de fogo, que deixamos furiosas em nosso rastro.
Somos apenas Tomas e nós agora. Todo mundo está morto. É quando
ouço a aceleração de outro motor acima do nosso.
Olhando através da fumaça e do caos, vejo os faróis de um jipe
rasgando a pista, a algumas centenas de metros. As balas começam a
ricochetear no porta-malas e cambaleamos para os lados, quando um dos
pneus traseiros sopra.
Nosso veículo atinge uma pedra e vira oitenta graus e agora estamos
derrapando em uma pequena ravina. Eu ouço Joseph e Tomas xingando,
quando o vidro quebrado começa a foder suas peles. Algo bate no lado da
minha cabeça e os outros homens ficam quietos.
Deslizamos assim para sempre, até bater nas árvores. Estamos perto de
um rio. Eu posso ouvir as correntes jorrando. Há um gemido de metal
amassado, quando nosso veículo se endireita, empurrando meu pescoço
contra o banco, enquanto ele bate no chão.
O motor morre.
Quietude.
Meu ombro esquerdo está gritando como um filho da puta, mas por
outro lado, não estou ferido. De alguma forma, consegui soltar o cinto de
segurança para verificar os outros. Tomas está frio, uma trilha sinistra de
sangue escorrendo da parte de trás do crânio. Joseph parece atordoado,
mas tudo bem.
Joseph acena com a cabeça, cansado e se inclina para o meu lado, mas é
tarde demais. Ouvimos os passos deles, antes de ver as lanternas.
"Santiago, você ainda está vivo aí?" Uma voz zombeteira atravessa a
escuridão, seguida pelo riso de uma dúzia de outros homens. "É bom vê-lo
de volta na selva, onde você pertence."
Ricardo.
Sob meu comando, Joseph faz o que ele diz. Sigo depois. Mas
seguramos nossas facas, no entanto, ainda estão escondidas sob nossas
roupas.
Bato meu calcanhar contra o painel de metal retorcido, que costumava
ser uma porta e ela se dobra para fora. A próxima coisa que sei, é que o
focinho preto de um AK 47 está acariciando minha testa.
“Ele tem uma cobiça pelas cadelas americanas. Parece que irei receber
uma vez, depois de tudo.”
Avançando, agarro sua arma, mas ele bate com o cotovelo na lateral da
minha cabeça, antes que eu tenha a chance de causar algum dano real. Meu
mundo oscila à beira da dor ofuscante e então se lança na escuridão.
Há quanto tempo ele trama esse golpe de estado? É este o final chique
de um longo jogo elaborado, ou é Eva o catalisador, que jogou combustível
em suas desilusões de porra de grandeza? Ele é um idiota maior do que eu
pensava, se acha que pode administrar esse negócio sem mim. Ele é muito
fraco. Seus próprios homens estão sem habilidade. Rodrigo não podia
comandar um batalhão de macacos.
Não tenho ideia de onde Tomas e Joseph estão presos, mas algo me diz
que estou prestes a descobrir. Há passos fora da minha cela. Há um
barulho, quando um parafuso pesado é desviado para trás e a porta se
abre. Estou cego pela luz do sol deslumbrante, antes de uma grande
silhueta aparecer. Uma fração de segundo depois, um balde de água fria
está sendo jogado na minha cabeça. Meus pulmões queimam, enquanto
luto por ar. Eu tusso e resmungo e esforço nas cordas que me prendem. Ao
mesmo tempo, ouço meu carcereiro rindo.
Rodrigo.
Ele cai em uma cadeira e joga uma grande faca de caça e uma garrafa de
tequila, na mesa ao lado dele. Suspira contente e mede meu torso,
decidindo qual parte de mim esculpir primeiro.
Apenas um pé mais perto, idiota... Então, posso envolver minhas pernas em
volta do seu pescoço traiçoeiro e agarrá-lo como um galho.
"Eu posso sentir seu cheiro de raiva." Ele sorri para mim, sua maldita
voz cantada uma tortura por si só. "É tão tóxico, que tem seu próprio odor
de merda." Ele dá um passo à frente, arranca minha mordaça e recua, antes
que eu tenha a chance de reagir.
Isso limpa o sorriso de seus lábios. "A última vez que olhei, sou eu
quem está com a faca." Ele balança a cabeça para o bastardo serrilhado,
esperando por mim na mesa.
Eu, silenciosamente, reviso meu plano. Vou sufocá-lo com suas próprias
cordas vocais, antes de avaliar seu olho.
"Você matou meus homens", assobio entre dentes. A dor do meu ombro
está se espalhando pelo resto do meu tronco, como uma doença
devoradora de carne.
Um rosnado baixo sai da minha garganta. "Eu deveria ter quebrado seu
pescoço, quando tive a chance."
"Você é um bastardo vaidoso, Dante Santiago, mas não por muito mais
tempo." Ele bate mais ou menos um pé na minha direção. “Você e seus
homens dominaram isso por nós, por muito tempo. O que o torna tão
especial? Qualquer tolo pode apontar uma arma.
A qualquer momento, seu bastardo. Eu também tenho uma coisinha para você.
Eu não tenho medo de dor, nunca quebrei sob tortura antes. Fui
espancado, coberto de água, eletrocutado... O máximo que conseguiram de
mim foi o meu cuspe na cara deles. Mas o jeito que Rodrigo está sorrindo,
está fazendo meu sangue congelar de uma maneira que nunca. Desde
então, desenvolvi uma fraqueza e, se não me libertar, esses homens a
devastarão.
"Você sabe o que estou planejando fazer com ela primeiro?" ele fala,
como se estivesse lendo minha mente. Como se não fosse grande coisa para
ele. Como se não fosse o maior erro de sua vida, dizendo essa merda para
mim. "Vou fazê-la se despir, e depois fazê-la se machucar mau. E depois
que a noite longa terminar, se ela ainda estiver viva, vou pegar esta faca e...
"
Estou tão consumido pela raiva, que não percebo o movimento atrás
dele e nem ele, até que seja tarde demais. Eu o vejo girar em surpresa, mas
nós dois sabemos que o jogo acabou. Meu rosto está encharcado de calor
vermelho pegajoso, quando ele cai de joelhos, segurando a ferida aberta em
sua garganta, seu chocalho mortal envenenando o ar.
Joseph corta minhas cordas e depois me entrega sua faca. Rolo meu
pescoço e sorrio. A emoção da matança é agora minha e só minha para
satisfazer. É hora de abater o poço profundo da escuridão, que reside
dentro de mim.
Eve
O engano.
As mentiras.
Tantas mentiras.
"Isso faz algum sentido para você?" pergunto-lhe, olhando para uma
tela de laptop, onde linhas de código indecifrável estão oscilando da
esquerda para a direita, a uma velocidade vertiginosa.
Não acredito no que estou ouvindo. Dante deu uma surra no cara e ele
ainda está preso em um pedestal. A lealdade que ele inspira é insondável
para mim, especialmente agora.
“Eu estava fora de linha, señorita. Qualquer homem teria feito a mesma
coisa. Não pode ver? Você é a rainha dele.”
"Eu não sou sua rainha, sou sua prisioneira! Não sou nada, além de uma
possessão para ele mexer e manipular a seu gosto. Ele é mau, desonesto...”
paro, quando a respiração pega na minha garganta novamente. "Você vale
mil deles, Manuel."
"O que estou perdendo aqui? Como ele comanda tal devoção de seus
homens?
"Ele é um grande homem," zombei, terminando sua frase por ele. "Ele
pediu para você mentir para mim, não foi? Pediu que você não o chamasse
mais pelo sobrenome.”
“Sim, señorita.”
“Que eu deveria te proteger com a minha vida. Que o seu valor, para
ele, é incomparável.”
São apenas palavras, Dante é bom com isso. Não vai mudar nada...
Minha mente já está decidida. Assim que eu sair daqui, vou desmascará-lo,
como o bastardo imoral que é. Meu relatório para as autoridades será
meticuloso, porque todo contorno de seu rosto foi gravado na minha
memória, seus olhos assombram minha alma. Não descansarei, até que ele
domine as listas de Mais Desejados.
“Não há nenhum lugar na terra, que você possa esconder de mim. Nossas
almas estão ligadas para sempre.”
Mais mentiras.
Sua declaração no carro foi apenas ele me apertando, vejo isso agora.
Ele sabia que não poderia esconder a verdade para sempre, então, decidiu
levar a manipulação para outro nível.
"Você é especial para ele, señorita," ouço Manuel dizer. Ele está
estudando meu rosto novamente, mas para quê? Compaixão? Perdão? Não
existe e nunca haverá, mas amaldiçoe meu coração, por gaguejar com suas
palavras, mais uma vez.
"Dante Santiago não é capaz de tais sentimentos, Manuel. Ele pode dizê-
las em voz alta, mas nunca será realmente sincero.’’
"Sinto muito... prefiro morrer de frio, do que vestir qualquer coisa dele."
Sento-me ao lado de Manuel e esfrego os braços para me aquecer. "Se não
conseguir voltar a ficar online, a fumaça disparará o alarme?"
Ele balança a cabeça. "As autoridades sabem deixar este lugar em paz."
Seu olhar volta para a tela do laptop. Ao mesmo tempo, o bunker
subterrâneo é abalado por um estremecimento violento.
Porque ele é um criminoso mestre, sem moral maldita, como seu próprio chefe.
"E se ele não estiver?" murmuro em voz baixa. "E se ele capturar um de
nossos homens e torturar, até descobrir nosso paradeiro?"
Moçambique?
Manuel balança a cabeça. "Minhas ordens são para mantê-la aqui, até a
ajuda chegar."
“Mas isso pode ser dias! Não temos comida, nem água... ”
Nada disso faz sentido. Como um homem, que matou meu irmão, faz-
me sentir segura?
Passo a mão pelos diferentes tecidos e brinco com a alça da gaveta mais
próxima de mim. Por que ele se esconderia assim, em seu próprio complexo?
Dante.
Solto um grito e largo a foto. Ele tem uma filha! Ao mesmo tempo, outra
onda de choque percorre o bunker. Precisamos nos segurar e rezar, para
que esse bunker permaneça oculto, pelo menos até que Manuel possa fazer
mágica no computador. Quando voltarmos on-line, vou exigir que ele entre
em contato com a polícia. Sou uma americana sequestrada. Certamente
alguém, em algum lugar, precisa se preocupar com isso. Meus pais
destruirão o mundo à minha procura.
Todas as fotos são dessa mesma garota, mas nenhuma a retrata mais
velha que isso. Não há surpresa na décima festa de aniversário, nenhuma
adolescente esquisita com seus namorados, nenhum retrato de formatura...
Aconteceu alguma coisa com ela? Ainda está viva? E a mãe dela, foi o
primeiro amor de Dante?
Estou arrasada, com o quanto a existência dela dói. Isso é ciúmes? Como
esse enganador e assassino, consegue distorcer meus afetos, quando nem
está no mesmo país que eu?
Medalhas militares.
Uso o banheiro e espirro água fria no rosto, mas o cansaço que sinto é
profundo, está entrincheirado em todas as fissuras do meu coração
fraturado. A cama está me chamando, tão tentadora e sedutora. Não
precisarei sentir nada, quando estiver inconsciente. Sem conflito ou
amargura, apenas paz e esquecimento.
Deslizo minha mão no sutiã para removê-la, virando a faca nos dedos,
antes de fechar o punho em torno dela.
Sempre seremos essa terrível ilogicidade. Sinto tanto a falta dele que
dói, mas se eu o visse novamente, correria muito, muito, muito longe. Eu o
odeio, com cada parte quebrada de mim. Eu o desejo, com toda a febre que
ele causou em mim.
Eve
Estou chocada demais para falar, mas ele espera pacientemente, como
um gato, como se tivesse todo o tempo do mundo. Seus olhos estão
piscando sobre o meu rosto, constantemente.
"Tudo se foi."
"Sim."
Assistindo.
Esperando.
"Pegue", ele diz severamente. "Você tem uma chance grátis hoje, Eve
Miller."
Ele ri, mas é um som amargo e doloroso. “Você, realmente, acha que as
probabilidades estão a meu favor agora? Meu negócio é foda, meu irmão
me traiu e a mulher, que mais desejo no mundo, está apontando uma
maldita arma na minha cabeça.’’
"Você merece isso, merece tudo o que está por vir. Espero que apodreça
até a morte, em alguma cela africana.’’
"Senti algo, nas últimas duas semanas, com você. Eu senti, mais do que
em anos."
"Talvez sim, mas se hoje é o dia da minha morte, eu o faço com todas as
verdades reveladas."
“Verdades? Você quer falar sobre a verdade? Quem é a garota da
fotografia, Dante?” balanço a cabeça na mesa de cabeceira. "Ela é a sua
filha?"
Seus ombros tremem, como se uma corrente elétrica passasse por seu
corpo. É a primeira reação visível que ele me deu, desde que acordei e o
encontrei sentado no chão.
"Não pense que não vou fazer isso, Dante. Você não tem ideia de quanto
tempo sonhei com esse momento."
"Puxe o gatilho", ele ordena, olhando para mim. "Esta é a sua chance...
Você nunca terá outra chance depois de hoje."
Ficamos trancados, juntos assim, por mais tempo. Eu, quase de pé, com
as pernas trêmulas e ele ajoelhado, diante de mim. Conectado apenas por
uma arma carregada e a ruína de suas ações. Apenas olhando um para o
outro, nenhum de nós disposto a quebrar o contato primeiro.
Não há triunfo em seu rosto, nem alívio, mas suas próximas palavras
me devastam da mesma forma.
"Não, você não vai, meu anjo... Você não pode puxar esse gatilho, assim
como eu não posso puxar esse gatilho em você."
"Abra, Eve."
Ele parece mais forte agora, mais parecido com o velho Dante. Joguei
nas mãos dele como um sonho. Ele sabia que eu nunca o mataria, por mais
que empurrasse, por mais cruéis que fossem suas provocações.
"Deixe-me em paz!"
"Não ouse..."
Não consigo deixar de rir disso. "Não pense que, porque não te matei,
ainda quero te foder, Dante Santiago."
"Se eu quisesse transar com você, Eve Miller, faria isso e, por Deus, você
estaria gritando meu nome."
“Seria realmente estupro? Apesar de tudo, sei que você ainda queima
pelo meu toque... Além disso, já pensa que sou o diabo encarnado, mais um
pecado não vai mudar isso."
"Nem tudo", ele corrige, com uma careta. "Não corte a minha armadura,
Eve, pode não gostar do que está por baixo."
Ele é de verdade?
“Você sempre será a causa da dor para mim, Dante! Deixe-me ir. Não
resta mais nada para nós agora."
"Talvez você esteja certa."
Minha cabeça se levanta, suas palavras serrando como uma faca no meu
coração.
“Só peço que leve um dos meus homens com você. Estou no meio do
inferno, Eve, não posso me distrair e o outro lado não faz prisioneiros. Eles
precisam acreditar que você é história, é a única maneira de mantê-la viva...
tenho uma equipe de segurança esperando por você, quando pousar. Eles
serão discretos."
Desejo esse momento há semanas, mas agora que está aqui, estou
arrasada. Como essa peça virou tão longe a seu favor? Isso é mais uma
manipulação hábil dele?
"Sim." Ele range a mandíbula, como é doloroso para ele dizer isso.
Isto é. Então, por que sinto que estou sendo traída de novo?
Giro para o lado e me empurro da cama. "Gostaria de sair agora", digo
em voz baixa.
"Sim, está de volta sob meu controle. Meu irmão e seus homens se
foram há muito tempo.”
Aceno e ando até a porta. Não posso olhar na direção dele, ou vou
perder a força de vontade que me resta.
"Dê uma hora ao meu piloto para reabastecer." Seu tom é desprovido de
emoção. É como se já fossemos estranhos.
"Eve…"
"Não".
"Deixe-me olhar para você uma última vez." Ele parece cansado.
Desfeito.
"Eu sei."
Viro-me assim mesmo. É como uma compulsão, que não posso ignorar.
Estou paralisada, puxada pela correnteza dele, tudo de novo. Ele parece
tão sangrento e glorioso, como um guerreiro voltando da batalha. Meu
olhar cai nos seus lábios, tão cheios, tão suaves. Quero senti-los tanto em
mim. Se isso é um adeus, quero que nosso último beijo seja tão memorável
quanto o primeiro.
"Porra!"
Ele olha para mim por um instante, seus lábios tremendo e então,
assisto maravilhada, quando o sorriso que eu sonhava, rasteja lentamente
em seu rosto.
Estou hipnotizada.
"Não amaldiçoe."
"Foda-se!"
"Eu preciso estar dentro de você..." Sua última frase começa com um
gemido. Instantaneamente, essa batida voltou, meus músculos do
estômago se contraíram em antecipação.
"Você é linda", ele afirma, passando os olhos pela minha nudez, como se
estivesse guardando todas as curvas e falhas na memória. Suas pupilas
escuras são quase negras de luxúria.
"Você também", digo, subindo nele, inclinando minha cabeça para trás e
gemendo, enquanto ele guia um mamilo em direção a sua boca.
Chupa com fome, sua ereção cutucando o interior da minha coxa,
enquanto balanço suavemente meus quadris para frente e para trás,
criando um requintado atrito entre nós. Uma mão está amassando a carne
macia da minha bunda, dirigindo-me e me encorajando constantemente,
enquanto a outra fica r ao seu lado. Seu ombro deve estar doendo como o
inferno, o prazer é o único remédio que posso lhe oferecer.
Deixei minha testa cair para a frente, até descansar contra a dele. Ao
mesmo tempo, seguro seu queixo forte em minhas mãos, tomando cuidado
para não roçar suas contusões.
"Eu sempre dito isso." Girando de lado em seu braço bom, ele me vira
de costas e me arrasta para a beira da cama pelos quadris.
“Foda-se meu ombro. Não somos apaixonados para fazer amor. Quero
te devorar, não tratá-la como um animal de estimação.”
"Sempre."
Ele agarra seu pau e começa a acariciar o eixo bem na minha frente,
apertando o punho para cima e para baixo, de uma maneira brutal.
Observo sua expressão mudar para fome e determinação e de repente, sua
intenção é clara.
Olho para baixo. A cabeça lisa de seu pau está tão perto dos meus lábios
externos, Seu corpo está se esforçando para alcançar a libertação, o
bombeamento quase violento em sua intensidade. Não consigo parar de
encará-lo, essa imagem selvagem de virilidade e desejo.
Sua pele verde-oliva está coberta de uma fina camada de suor, a cabeça
jogada para trás, os olhos fechados. Ele está tão perto...
Ele goza com um silvo baixo do meu nome, direcionando seu esperma
por todo o meu corpo, revestindo meu sexo e coxas em seu calor pegajoso
e, em seguida, usando os dedos, para espalhar em cada vinco e fenda.
"Minha", ele repete, encantando-me, com a aspereza em sua voz, antes de
mergulhar dois dedos dentro de mim.
A natureza grosseira de seu ato sela meu destino. Com um grito áspero,
gozo também, as paredes do meu sexo latejando e queimando, quando sou
empurrada para a beira de sua necessidade de me reivindicar assim.
Para sempre.
Capitulo 24
Dante
Meu ombro está gritando como uma cadela, mas não consigo parar de
transar com ela. Não consigo me interromper, não quando posso senti-la
apertando meu pau novamente. Esse é o quarto orgasmo, o quinto? Depois
que a marquei, subi dentro dela e ficamos juntos, desde então.
Minha luxúria nunca será satisfeita com gentil amor. Fodemos com
força e rapidez, para suprir essa necessidade recíproca. Tenho que sentir
aqueles músculos tensos puxando-me para baixo, afogando-me em sua
essência. Não posso deixá-la ir, mas devo. É muito perigoso ficar ao meu
lado.
“Dante!”
Seus soluços silenciosos me atraem de volta para ela. Sua voz é fraca,
com fadiga. Fui duro com meu toque, levando-a profundamente por pelo
menos uma hora, mas ela não resistiu, até agora. É como se também não
pudesse quebrar nossa conexão. Eu a contemplo, empurrando suas pernas
para trás e pegando sua bunda, mas meu anjo está vacilando. A hora
chegou.
"Meu anjo…"
Suas palavras são facadas como lâminas. Ela nunca saberá como está
certa. Acha que sabe o pior de mim, mas aqui está o negócio...
"Fale."
Ela morde o lábio inferior. É uma nova característica dela, como a coisa
de roer unhas. Isso me diz que está preocupada e inquieta.
"É isso?" Eu a ouço dizer, a voz melodiosa acertando todas as teclas
menores. "Eu vou te ver de novo?"
Se fosse assim tão fácil. Juro que posso provar a inocência em sua pele.
“Esta é sua chance de deixar tudo para trás, Dante. Você tem dinheiro,
então compre outra fortaleza, invista em ações, bancos, boates... tudo
menos isso!”
"Preciso acabar com ele, meu anjo, antes que ele acabe comigo."
"Então, você gosta de vender coca e destruir vidas, é isso que está
sugerindo?" Ela passa por mim e sai da tenda, pegando uma toalha do
corrimão.
Ela chama minha atenção no espelho, acima da pia, não tem ideia de
quão perfeita está, com sua pele etérea e os cabelos escuros, agora negros
como a água e caindo em mechas úmidas, em torno do rosto.
"O que posso fazer?" Eu a ouço dizer, sua voz cheia de desespero.
"Como posso fazê-lo ver que há outra vida para nós."
"Não, meu anjo," digo sombriamente. "Fui eu que lhe dei a chance de
colher vingança, pela minha parte na morte de seu irmão."
"Aqui, deixe-me ajudá-lo." Ela se abaixa, para guiar meus pés no jeans,
enquanto me inclino contra a parede, tonto como a merda. Porra, essa dor é
intensa. Joseph já foi enviado para nossa equipe médica.
"Fomos emboscados."
"Perdeu muitos homens?"
Eu paro. "Alguns."
Esta é uma discussão que não estou preparado para ter. Confio nela
para não revelar minha identidade, mas além disso, é uma área cinzenta.
Ela odeia os meus negócios. Seus sentimentos por mim causaram um efeito
cascata, em tudo que ama, sua família, o trabalho, seu futuro...
Aquelas palavras.
Ela estende a mão para puxar a camisa pelo meu abdomen e eu a pego
olhando.
"É um dilema, não é?" acrescento, minha voz suavizando. "Temos tudo
a ver com luxúria e ódio e é nessa linha tênue que você dança no meio."
“Há uma parte de mim que nunca o perdoará pelo que fez, Dante, sinto
falta dele todos os dias."
Ela não precisa elaborar. Como rotulou minha aflição novamente? Uma
sede de sangue insaciável? Parece certo... Seja o que for, não vai
desaparecer tão cedo.
Ela deixa cair a toalha e se abaixa, para pegar o sutiã e a blusa do chão.
Posso me sentir crescendo novamente.
"Por aqui." Minha mão aperta a de Eve, enquanto a arrasto pelo túnel,
em direção a uma segunda entrada escondida perto da praia. Posso senti-la
estremecendo com o meu aperto, mas não afrouxo, nem por um segundo.
O toque dela é a única coisa que impede a escuridão de me dominar.
Soco outro código na parede. A porta desliza para trás e ficamos cegos
pelo brilho do sol. O som de ondas quebrando está agindo como uma
espécie de canal, enquanto esperamos que nossos olhos se ajustem.
Não mais.
Joseph aparece à vista. Ele acena com a cabeça, brevemente, para Eve e a
vejo olhando para o ferimento sangrento na cabeça. “Médicos estão aqui.
Todo o resto está arrumado.”
Mortos.
Mortos.
Mortos.
Como qualquer outro filho da puta, dou a mínima, exceto ela e Joseph.
Ela passa por mim novamente e desta vez eu a deixo, mesmo que o
movimento mande uma pontada em brasa pelo ombro. Eu mereço a dor.
Só que ela não está se referindo aos cavalos e o pior é que está certa. Se eu
tivesse passado por ela, naquela noite, nunca teria dado a Emilio a munição
que estava procurando. Nada disso estaria acontecendo agora.
"Não diga uma porra de palavra", rosno para Joseph, quando o pego me
observando.
"Eu não ousaria", ele diz suavemente, mas está me dando o benefício de
seus olhares mais frios e inabaláveis. "Como está o ombro?"
Balanço a cabeça, enquanto vejo Eve se afastar cada vez mais. Sua
cabeça está abaixada, os ombros magros curvados... Ela está furiosa.
Ele segue o meu olhar e seus lábios começam a se curvar. "Se eu não
achasse que você me chutaria, diria que ela estava crescendo em mim."
"É justo", ele encolhe os ombros e, fiel à sua palavra, não fala
novamente, até chegarmos à pista de pouso.
Eve vai direto para os degraus da aeronave, sem sequer olhar para trás.
Tomas está pairando nas proximidades e seus olhos piscam para os meus,
em busca de instruções. Balanço a cabeça. Deixe-a ir. Se ela gostou tanto dos
cavalos, vou lhe comprar uma dúzia de novos. Tudo é descartável e
substituível neste jogo.
A raiva sobe do meu estômago. "Por que diabos só estou ouvindo sobre
isso agora?"
Saboreio minha satisfação. Eu sabia que Sanders nunca iria me trair. Ele
tem as conexões, para nos ajudar a reconstruir nosso exército também.
"Claro, jefe."
"Deixe-nos."
"Ele salvou minha vida, Dante," ela diz baixinho, quando ele desaparece
do lado de fora. "Você não pode suavizar a coisa do ciúme irracional e ficar
um pouco agradecido?"
"Não aprecio nenhum homem que passa tempo com você, mi alma.
Ninguém, exceto eu.”
Forço um sorriso sombrio. “Nunca será um adeus para nós, você sabe
disso." Inclino-me e pressiono meus lábios contra os dela, fechando os
olhos, enquanto faço, bebendo seu perfume único. Esse nó de inquietação
está subindo para a minha garganta.
Lambo meus lábios e olho para a única mulher que vejo; a única mulher
que segura todas as cartas comigo e a única que sempre o fará. “Sério, Eve?
É assim que você quer jogar? ”
Amo corrompê-la.
"Vou jogar qualquer jogo que quiser que eu jogue, Dante e vou adorar
cada minuto."
Soltei seu queixo e corri um dedo pelo plano liso de sua bochecha. Tão
suave, tão inocente... Minha, eu acho, selvagemente.
“Por mais que eu aplauda esse desejo recém-adquirido pela vida, Eve,
preciso que você fique longe de problemas. Mantenha minha faca perto do
seu coração. Você estará sob vigilância todas as horas do dia e da noite. Se
Emilio respirar do seu...”
"Acho que isso significa que não há encontros quentes, então." O sorriso
dela se amplia.
Estou vazio de dor, quando o faço. Serei uma casca de homem sem ela.
Eve, com toda a sua luz e graça, se foi e reivindicou todas as cinzas
enegrecidas, que restaram do meu coração.
Eve
“Pare, Anna! Eu não consigo, não consigo. Tire-me desse pônei, é como
andar de montanha!” Largo as rédeas e bato uma mão sobre os olhos.
Ela ri de novo. "É bom vê-la de volta na sela, Evie." A voz dela assumiu
um tom rouco e afetuoso, que me diz que ela está sentindo falta do meu
antigo eu, tanto quanto nos últimos cinco anos.
Faz seis semanas, desde que voltei para a América. Seis semanas, desde
que fui depositada no chão, no Aeroporto Executivo de Miami-Opa Locka,
com apenas as roupas brancas e sujas em que eu estava vestida. Seis
semanas agonizantes sem contato; cheios de altos e baixos, solidão
insuportável e desejo ardente de enganar, em uma escala que nunca sonhei
que era capaz.
Estou em casa.
Estou segura
"Faça!"
"Você fez isso!" grita Manuel, seu belo rosto enrugando em outro
sorriso, quando passo por ele. Devolvo seu sorriso e escovo a ponta do meu
chicote contra o meu chapéu, em uma saudação falsa.
Agradeço a Dante todos os dias, por permitir que Manuel viaje de volta
para a América comigo, como meu guarda-costas. Ainda estou chocada por
ele ter concordado. Dante é um homem profundamente possessivo. A
decisão o teria testado bastante, mas também mostra um nível de confiança
em mim. Isso mostra até onde chegamos.
Meus pais.
Ele hesita, antes de responder. "Eu ouvi os boatos señorita, mas nunca
foi o meu lugar para bisbilhotar."
Assisto seu rosto desligar toda emoção. Dante faz a mesma coisa,
sempre que acha desagradável o assunto da conversa.
Ele passa o pano pelo flanco de Rufus e depois passa por baixo do
pescoço, para se juntar a mim, jogando o pano sobre a porta do box. “Eu
era um menino pequeno na época. Mamá me trazia para trabalhar alguns
dias e me deixava brincar no quintal. Dante era muito mais velho, mais
homem, mas sempre se lembrava de quem eu era.” Ele sorri levemente,
com a lembrança.
“Não era bom, señorita”, diz ele, o sorriso desaparecendo. "Cruel, como
o filho mais velho. A mãe deles morreu, quando o Señor Dante tinha
dezessete anos. Eu tinha seis anos na época. Ele deixou a Colômbia logo
depois.”
“Quero saber tudo, Manuel. Quero tentar entender os motivos dele para
fazer o que faz.”
Balanço a cabeça. "Eu não exporia Dante assim. Não é mais... Enfim, não
posso. Eu me demiti do meu emprego no mês passado. Odeio o que ele faz,
mas não posso justificar escrever sobre a indústria de narcóticos... ”eu paro,
sentindo-me deprimida. "Você acha que meu silêncio é o mesmo que
endossá-lo?"
"Não somos todos homens maus, señorita", ele insiste em voz baixa.
"Para alguns de nós, é uma maneira de existir, uma maneira de prover
nossas famílias".
Como ele.
"Comemorar o que?"
"Seu retorno bem-sucedido à sela, é claro", diz ela, reaparecendo na
porta. "Primeiros cavalos, agora mojitos." Ela dá uma olhada na minha
expressão e revira os olhos. "Não me dê essa atitude, Evie Miller. Não a
vejo tocar uma gota de álcool há anos. Quero te ver relaxar. Costumávamos
rasgar a pista de dança juntas, na faculdade. O que você diz? "
"Oh, por que diabos, sim." Eu nunca vou vencer esse argumento.
“Boa garota! Você dança, Manuel?” Sua voz assume um tom sexy e
sugestivo, quando ela se vira, para se dirigir ao meu guarda-costas.
"Isso resolve tudo, então." Seus olhos verdes estão brilhando de triunfo.
“O local em que trabalho tem um ótimo coquetel. Também posso conseguir
entrada gratuita para nós.” Ela olha o relógio. “É melhor seguirmos em
frente. Temos apenas três horas.”
Eve
Faz cinco anos e meio, desde a última vez que entrei em uma boate.
Tudo parece estranho e desconhecido, desde a multidão sem rosto e o
zumbido implacável e indecifrável da conversa, até as luzes piscantes e a
batida dura da música subindo do chão e através do meu corpo, rangendo
os ossos e acelerando a pulsação. Sinto como se estivesse voltando à vida
novamente, com cada nota.
"Deixe isso, você está linda", repreende Anna, deslizando outro coquetel
rosa em minha direção.
"Manuel, você é um cara, diga a Evie que ela está ótima", ordena minha
amiga, atraindo o jovem colombiano para a nossa conversa. Ele sorri, mas
não diz uma palavra. Ele não ousa. Vale mais do que a vida dele, para me
elogiar. Mantém os olhos fixos no meu rosto, para que não se desviem para
baixo, como todos os outros homens nas proximidades.
"Oh meu Deus, amo essa música, vamos dançar!" grita Anna, pulando
alguns passos para Calvin Harris, enquanto sua última música começa a
sair dos alto-falantes. O vestido vermelho dela é ainda mais apertado que o
meu e de repente, os olhos de Manuel não estão mais em mim.
Avaliando os perigos.
Mantendo-me segura.
Ela pensa sobre isso por alguns instantes. "Você dormiu com ele na
África?"
"Por que não?" Ela faz uma careta. "Ele tem aquela coisa sombria e
misteriosa acontecendo, e aposto que você estava sozinha naquele lugar.
Enfim, ele é gostoso!"
Rindo, volto a Manuel e faço sinal para que ele se junte a nós, e então
congelo. Imediatamente, ele está girando para ver o que chamou minha
atenção. Seu olhar volta para mim e ele está ao meu lado, em um instante.
- O que é, senhorita?
"Dante," sussurro.
"Ok, señorita."
"Ei pessoal, o que está acontecendo?" Anna vem correndo até nós e
Manuel abaixa o braço novamente.
"Precisamos chegar à área VIP", digo a ela. "Você pode nos ajudar?"
Ela assente. "Claro... Ei, Sammy, deixe meus amigos passarem, ok?"
"Claro, querida", ele fala, de pé, como se fosse a decisão mais fácil do
mundo.
"Acabei de ver um cara com quem trabalhei... preciso falar com ele
sobre um emprego."
"Alto, escuro..."
Letal.
Anna trabalha em um dos clubes mais quentes de Miami e a clientela
reflete isso, mas o homem que estou procurando é mais brutalmente
bonito, do que qualquer um deles. Ele está por perto. Eu posso sentir... Ele
ainda não se revelou para mim.
"Hey sexy, venha e sente-se comigo por um tempo," ele canta, batendo
no espaço vazio no sofá azul, ao lado dele.
Ele encolhe os ombros e volta para seus amigos, enquanto outra estrela
de cinema tenta a sorte.
"Talvez mais tarde." Ele sorri, suavizando o golpe o máximo que pôde.
"Gostaria de sair com a Señorita Eve um pouco mais."
"Você sabe, não precisa chamá-la assim", diz ela rigidamente, girando
nos calcanhares.
O homem vem, até parar na nossa frente e acena com a cabeça, para
seus homens me soltarem. Ele não faz nenhum movimento para me tocar,
pelo contrário, coloca as mãos ainda mais fundo nos bolsos. É como se não
confiasse em si mesmo e não pudesse sofrer a pena de uma falha.
“O rosto que lançou mil navios... sugiro que leia mitologia grega, Srta.
Miller. Imaginei que você seria linda, mas nunca imaginei... isso.” Ele passa
os olhos por mim novamente. “Rick Sanders. Temos um amigo em comum,
sou um ex-parceiro de negócios dele."
"Eu não sabia que ele tinha amigos", digo, arqueando as sobrancelhas.
Rick ri. "Não são muitos e seus números, certamente, diminuíram nos
últimos meses."
“Não escapa muito de você, ele me disse que você era inteligente. Eu
costumava dirigir o lado operacional de seus negócios na Flórida.”
Assistindo.
Devorando.
Deixando.
"Melhor do que ele estava." Rick se vira para falar com a bonita
garçonete, que apareceu ao lado dele. "Mais champanhe, querida... Você
ficará feliz em saber que ele adquiriu uma ilha. Passei as últimas cinco
semanas na companhia dele."
"Por que você voltou?"
"Curando."
"Agora, isso seria revelador." Ele sorri e bate um dedo comprido contra
a lateral do copo.
"Maldito seja, Dante", sussurro. "Por que está fazendo isto comigo?"
"Ele disse para você me atrasar, não foi? Sabia que eu o tinha visto. Ele
precisava de tempo para escapar. Por que diabos ele faria isso?”
Rick encolhe os ombros. "As coisas estão uma bagunça para ele... Você
sabe que tem seus motivos."
"Sim, ele sempre tem muitos desses". passo por ele e vou para as
escadas, com Manuel logo atrás.
Anna nos alcança, enquanto espero na fila para pegar minha jaqueta.
"Hey Evie, você encontrou aquele cara que estava procurando?" Ela
olha para baixo e vê o ingresso do vestiário na minha mão. “Oh. E para
onde você pensa que está indo?"
"Acontece que andar a cavalo é toda a emoção que posso aguentar por
um dia", digo, fazendo uma careta triste. "Você me odeia?"
"Não. Nem mesmo perto." Ela me puxa para um rápido abraço. Sabe
que esta noite foi um grande passo para mim. "Estou orgulhosa de você,
mesmo que você esteja me deixando às dez da noite. num sábado à noite.
Você está bem, se eu ficar um pouco mais? Devo chamar os caras atrás do
balcão para buscar um táxi?”
“Não posso tentar que fique comigo, Manuel?’’ Ela diz, virando-se em
seguida, mas ele balança a cabeça, com relutância.
Pobre rapaz. Posso sentir o conflito dele, por todo o caminho até aqui.
Anna vai dizer outra coisa, e então, seu olhar muda para qualquer
drama que esteja acontecendo por cima do meu ombro esquerdo. Seus
olhos se arregalam e a boca se abre, para formar um 'o' perfeito. “Puta
merda, Evie. Você precisa carregar um monte desse homem.’’
Não preciso me virar, para saber que é ele. Nem preciso ver Manuel dar
um passo diplomático, para longe de mim. Essa batida explodiu entre as
minhas pernas e estou tremendo de desejo, mesmo antes que a aura de sua
masculinidade comece a perfurar meus sentidos, como um punho de ferro.
Uma vez, produziu nada além de medo em mim. Agora, é uma linha direta
garantida para o calor escaldante e a promessa.
"Olá, meu anjo", ele ronrona, sua voz tão aveludada e mortal e tão sexy
que quero cair de joelhos e adorá-lo. "Você sentiu minha falta?"
Capitulo 27
Eve
Anna parece chocada, de uma maneira não tão lisonjeira, mas é como se
eu a estivesse ouvindo de dentro de uma bolha. Agora, só eu e ele neste
clube, todo mundo desapareceu de vista. Ele está bem atrás de mim, sua
virilha está tão perto da minha bunda, que posso sentir o contorno de sua
ereção e está enviando meu corpo ao êxtase.
"Está tudo bem, Anna," eu digo, forçando outro sorriso para ela. "Vá em
frente, Sebastian pode me levar até um táxi.”
"Só se você tiver certeza..." Ela lança outro olhar preocupado na direção
de Dante.
"Eu tenho. Vá, divirta-se” peço a ela, deslizando meu olhar para
Manuel. Há muitos olhares carregados acontecendo por aqui.
Isso fecha o acordo com ela super rápido. E então, somos apenas nós.
Sozinhos novamente... Com a minha pulsação subindo para níveis loucos e
o suor nervoso escorrendo entre as omoplatas.
"Você não vai me olhar, meu anjo?" ele murmura. "Não vai me dar o
benefício dessa face divina?"
Assisto seus olhos cair na minha roupa e uma leve carranca aparece.
"É aquele...?"
"Sim."
Qual negócio?
Eu sei melhor do que perguntar. Ele tem aquele olhar primitivo 'fresco
da matança' novamente e está emitindo sinais de aviso em todas as
direções.
"Suba as escadas," retruca Dante, mal olhando para mim, enquanto fico
lá, tremendo em seu corredor. A falta de móveis e as paredes vazias estão
refletindo seu humor atual. Nada aqui está me oferecendo calor.
"Eu não pergunto duas vezes, Eve..." Sua ameaça flutua pela escuridão.
"Se você insistir em usar roupas assim, vou tratá-la com o pouco
respeito que merece," diz ele friamente.
"Tire."
Eu o encaro em choque.
"Tire esse maldito vestido, Eve ou, então, Deus me ajude, vou arrancá-lo
do seu corpo."
Suas palavras são como fogo líquido no meu núcleo. Afasto-me dele,
para que não possa ver minha luxúria nua, para que não possa explorar o
que faz comigo.
Ele para e me olha, como se não pudesse acreditar que tenho coragem
de falar com ele assim. "Não faça seu castigo pior do que já é, Eve."
Outras mulheres ficariam aterrorizadas com essa ameaça, mas não sou
como as outras mulheres.
"Ok então, peço desculpas," diz ele suavemente, dando outro passo em
minha direção. “Peço desculpas por te humilhar. Peço desculpas por deixá-
la por seis semanas sem meu pau para satisfazê-la. Peço desculpas por
deixar sua pele e seus seios fodiveis, tão privados do meu toque. Peço
desculpas por deixá-la sem meu esperma, pingando entre suas pernas...”
Ele ronda até parar na minha frente e passa um dedo vagaroso pelo
comprimento do meu braço.
"Mas acima de tudo, meu anjo, peço desculpas pelo modo como vou
dobrá-la sobre este sofá e te foder até que grite."
Ele retira uma fração apenas, para avançar novamente. Este novo
ataque é tão profundo e violento, quanto o anterior, não me dando tempo
para recuperar o fôlego. Ele me fode assim, forte e rápido, pressionando-
me contra o sofá, as mãos grudadas nos meus quadris, forçando-me a me
submeter a ele. Não há mais conversa suja, nenhum preâmbulo, apenas um
desejo primordial de reivindicar de volta o que é dele.
Meus pulmões estão pegando fogo. Cada novo impulso está arrancando
o ar deles. "Dante!" grito novamente, enquanto ondas de prazer envolvem
meu corpo.
"Senti sua falta", eu o ouço dizer. “Sonhos eram como tortura. Você
estava tão presente, tão viva, mas quando a manhã chegava, erai como se
tivesse sido arrancada dos meus braços, novamente.’’
“Aquele homem no clube... Rick Sanders. Ele disse que Emilio ainda
está vivo.”
"Ele não vai chegar até você, não vou deixar, tenho meu exército de
volta. Ele jogou tudo e perdeu. Dobrei sua segurança nas últimas semanas.
Metade dos homens do clube de Sanders, hoje à noite, são meus.”
Ele parece tão confiante, tão seguro de seus métodos para me manter
segura. Como resultado, sinto um véu fino de alívio flutuando sobre mim.
Estou segura e de volta nos seus braços. Em nenhum outro lugar do
mundo prefiro estar.
Sinto-o balançar a cabeça. “Só posso voar sob o radar das autoridades,
por tanto tempo. Meu negócio aqui está feito. Viajaremos para a Colômbia
amanhã à noite, para retomar a caçada ao meu irmão.’’
As margens do nosso futuro começam a ficar borradas novamente.
"Um dia de cada vez, mi alma", diz ele com um suspiro, sentindo meu
desespero.
"Mas vai ser outro dia sem você." Mudo de posição para subir em cima
dele, pegando seu rosto em minhas mãos e maravilhando-me com a força,
sob as pontas dos meus dedos. "Agora que você voltou para mim, nunca
quero deixá-lo ir."
Eu o encaro em silêncio. Tenho que confiar na luz que senti nele. Tenho
que acreditar que minha traição à memória do meu irmão contará algo.
"Você não pode me consertar, Eve," diz ele, lendo minha mente
novamente. "Você não pode desfazer as coisas que fiz."
Ele zomba e balança a cabeça, mas sinto que uma parte dele está,
desesperadamente, buscando validação no que eu disse.
"Oh, há uma cama, meu anjo," diz ele, sua voz rouca de luxúria. "Você
descobrirá isso mais tarde."
Ele bate seus lábios nos meus, em um beijo tão apaixonado, que atrai
lágrimas aos meus olhos.
"Não diga isso", sussurro. "Essa é a única condição para nós, Dante,
nunca discutirmos o futuro. É muito ambíguo. Não temos como saber o
que nos reserva... ”
“Um homem não pode sonhar? Ou estou longe demais para isso?’’
E antes que eu possa detê-lo, ele arrastou o zíper para baixo e o tirou
pela minha cabeça.
“Ah,... muito melhor. E não mude de assunto."
Olho para os meus seios nus. Apele ainda está brilhando, com gotas de
suor. "Tudo bem", digo, com um encolher de ombros, "Vou usar calcinha e
salto alto, na próxima vez que for a uma discoteca."
Um assobio baixo escapa de seus lábios, quando ele desliza as mãos por
baixo da minha bunda e se levanta, levando-me com ele. Joga-me no sofá e
fica lá, olhando para mim, enquanto fecha o zíper. "Você não pode mais
confiar nas suas escolhas de roupas. A partir de amanhã, usará exatamente
o que eu digo.”
"Eu vejo o seu ombro melhor", digo sem fôlego, quando ele me abraça e
me carrega assim, para seu quarto.
"Não, graças a você", ele diz, jogando-me em uma enorme cama king
size. Ele arqueia as sobrancelhas para mim, como se dissesse: “Está vendo?
Eu não estava mentindo."
"Você toda."
Faço uma pausa no strip-tease, para passar os olhos pelo torso dele.
Hoje à noite, ele é parte-diabo, parte-divindade, de seus ombros
musculosos até a definição, que ondula em seu abdômen. Quero passar
minha língua sobre cada curva, arco e cicatriz.
Ele me pega olhando. "Gosta do que vê?"
"Odeio pensar em quanto trabalho você faz para ter um corpo assim."
Ele sorri e abaixa as calças. Sem cueca. Duro como pedra. Difícil, só para
mim.
Ele me chama mais perto com o dedo. "Parece que meu anjo tem um
diabo dentro dela, afinal."
Ele ri.
Estou hipnotizada.
"Estenda suas mãos." Ele amarra meus pulsos com a calcinha descartada
e aperta o nó.
"Qual versão de mim você gostaria hoje à noite?" Ele canta, arrastando
um dedo no centro do meu corpo e através das minhas dobras macias,
antes de conduzi-lo profundamente dentro de mim. "O diabo ou o
monstro?"
Dante
Pouco antes do amanhecer, saio de seus braços. Hoje não dormi muito.
Desde a Colômbia, vejo sombras e movimentos em todos os cantos escuros.
Essas últimas quatro horas, enrolado no corpo de Eve, foram as mais
longas e profundas, que dormi em semanas.
“Tomas instruiu uma equipe, já estão no chão. Parece que sentimos sua
falta... Precisamos voltar para a Colômbia e expulsá-lo nós mesmos. Ele
está ficando sem lugares para se esconder. "
Você estragou tudo, irmão mais velho. A aposta nunca foi concretizada. Nem
mesmo perto. Você, realmente, achou que venceria esta guerra contra mim?
Executamos seus aliados. Seu negócio está destruído. Essas quatro paredes estão se
fechando em você...
"Que loira?"
Não vejo outras mulheres, só tenho olhos para ela. Mas leio os relatórios
de segurança diários dela.
"Nome bonito."
Olho para cima da máquina de café, surpreso. Nunca o vi se interessar
por uma mulher antes. Ele, normalmente, fode para esquecer, como eu
costumava fazer. Agora eu fodo para sentir.
As reformas para minha nova ilha estão quase completas. Tenho uma
equipe de centenas trabalhando o tempo todo. Está custando milhões, mas
são bilhões que possuo. O local estará totalmente operacional nos próximos
dez dias, e então, Eve poderá decorar o conteúdo de seu coração. Ainda
não conhece meus planos para ela, mas em breve saberá. Uma vez que os
pés de Emilio estejam no chão, nada nos separará novamente.
"Rick está feliz com os termos, o acordo é tão bom quanto feito."
Café na mão, volto para o andar de cima. Vivo e adoro assistir Eve
dormir. Ela é tão pacífica, tipo de paz que nunca espero obter.
Uma mecha de cabelo escuro cai sobre sua bochecha e luto contra o
desejo de afastá-la. Desde o nosso encontro de ontem, não consigo parar de
tocá-la. Ontem à noite, transamos e transamos, até que ela me implorou
para parar. Essa mulher é uma droga. Sua doçura é a única fonte de vida
que preciso. Eu sei que está errado, não a mereço, mas quando, diabos, isso
me parou?
Ela poderá amar esse assassino de coração frio? Minha mente não me
permite considerar o impensável. Vou forçá-la, se necessário. Tomei essa
mulher como refém, posso roubar seu coração também.
"Dante?" Sua voz suave me chama e juro por Deus, estou sorrindo por
dentro apenas pelo som.
“De jeito nenhum, Dante. De jeito nenhum! Estas são lojas de Bal
Harbour!”
"Eu!" ela chora, batendo no peito com a mão. Ela deveria estar no
cinema, com essa merda. "Você pode ter encantado meu corpo, Santiago,
mas meu livre arbítrio não é tão facilmente seduzido."
Uma mulher que não quer ir às compras? Nunca ouvi falar de algo tão
ridículo. Penso em levantá-la por cima do ombro e carregá-la para o
maldito lugar, mas ela ainda está usando aquela porcaria curta e prateada
da noite passada e o único homem autorizado a ver essa bunda sou eu.
Ela está lá, olhando para mim, meus dedos ainda enrolados como um
punho, em torno de seu pulso fino. Aposto que ela me jogaria sob um
Maserati que passava, se pudesse.
"Você ainda não está me ouvindo." Seu corpo é tão rígido quanto meu
pau. "Você continua me dizendo que não sou sua prostituta e então, você
vai toda a Uma Linda Mulher comigo." Ela luta para se libertar da cela de
prisão do meu abraço. "Eu não quero o seu dinheiro. Nunca vou querer o
seu dinheiro.”
Soltei seu pulso e dou um passo para trás, fechando as mãos em punhos
de frustração. Ela tem a capacidade de acender meu fusível mais rápido do
que qualquer um, mas é um tipo diferente de raiva com ela. A única
retribuição, que tenho em mente, vem ancorada no prazer.
"O que?"
“Pare de exigir que eu faça tudo do seu jeito, pois vou me opor à
interferência."
“Então, você quer que eu caia de joelhos e implore para lhe comprar um
vestido? Por que não escuto meu coração por você, enquanto estou lá
embaixo?”
"Não ficará sentada por uma semana, depois que eu terminar com
você!"
A julgar pelo sorriso astuto daqueles lábios rosados e deliciosos, é
exatamente nisso que ela está barganhando.
"Evie!"
Evie?
Ele não tirou os olhos do rosto de Eve, então, tento colocar uma mão
possessiva no seu braço. Para minha fúria intensa, ela se afasta e deslizo no
ar. Definitivamente, será punida com força por isso.
Meu olhar muda para Joseph, que já está alcançando debaixo da camisa.
Balanço a cabeça, nenhum derramamento de sangue neste bairro. Não na
frente de Eve. Só vou ter que enfrentar isso.
Não digo nada. Não posso lhe dar nenhuma garantia. Se tudo isso virar
uma merda, há apenas um resultado.
"Evie, querida, o que a leva a este lado da cidade?" O rosto de seu pai se
divide em deleite, quando ele joga o braço bom em volta dos ombros dela,
forçando-me a dar um passo para trás, por essa intrusão no meu espaço
pessoal e na porra da minha propriedade.
"Essa é uma roupa interessante que está vestindo. Nem vou tentar
entender moda hoje em dia. Você e Manuel ainda vão jantar amanhã à
noite? Estou pensando em cozinhar minha mundialmente famosa surpresa
de costela. Sua mãe já está se preocupando com a limpeza, então pensei em
comprar um pouco, para adoçar o acordo. ” Ele ri de seu próprio mau
humor e sacode a bolsa Gucci preta na mão.
"Eu não acredito que nos conhecemos", diz ele, o sorriso congelando,
sua voz notavelmente mais fria, mas ele estende a mão para mim, o homem
tem boas maneiras e respeito isso. Robert Myers.
"Sebastian Días", digo, pegando, sem revelar nada, não traindo nem por
um único momento que, alguns meses atrás, apontei minha arma para a
cabeça dele e, em vez disso, escolhi sequestrar sua filha e que, cinco anos
atrás, levei seu único filho ao suicídio. Atualmente, sou o Inimigo Número
Um, por sua amada DEA. Esse cara me separaria com as próprias mãos, se
soubesse a metade.
"Vou começar, Evie", diz ele irritado. "Você é uma boa escritora. Seus
artigos estavam fazendo o trabalho de dez dos meus agentes.”
"Dante".
"Hora de ir."
"O tempo das compras acabou", declaro, abrindo a porta para Eve. Ela
desaparece no SUV, sem me olhar. Sigo depois, mantendo meu
temperamento sob controle, enquanto ela se posiciona o mais longe
possível de mim.
Passando o iPad de volta para Tomas, tento pegar a mão dela, mas Eve
tira do alcance. Aperto a mandíbula e considero outra maldita
desobediência. Era para ser um passeio divertido, mas se transformou em
uma justaposição do inferno.
Eu sei como sua mente funciona. Ela está sentada lá, listando todos os
motivos pelos quais não devemos ficar juntos. Há muitos na coluna
"contra" e apenas um, na "a favor", e pretendo lembrá-la disso pelo resto da
tarde.
Capitulo 29
Eve
Isso sempre vai acontecer. Ainda assim, imaginei que estaria nos meus
termos, quando o fizesse. Muitos dos últimos meses, foram ditados e
governados por ele. Eu só esperava que fosse algo que eu tivesse um pouco
de controle, uma reunião no meu próprio ritmo... Eu não contava com o
elemento surpresa, e agora está uma bagunça. Uma bagunça horrível e
distorcida.
Este homem nunca se abrirá para mim. Serei sempre uma estranha,
mesmo na cama dele.
"Você quer dizer que vai bater nele novamente, por ousar fazer amizade
com meu pai, em vez de apontar uma arma para sua cabeça." Minhas
palavras são tão cruéis quanto meu temperamento.
Dante exala alto, antes de dar meu endereço para Joseph. Ele deve
memorizar todos os detalhes da minha vida?
"Gostaria disso." Dou um passo à frente para lhe dar um abraço rápido.
"Você se divertiu?" sussurro.
"Oh sim", diz ela, afastando-se, seus olhos verdes brilhando com
travessuras. "Ele, definitivamente, valeu a espera."
"Err, sim, ele levantou", diz ela, olhando para a minha mão.
Hoje não.
"Você poderia, pelo menos, tentar ser mais gentil com meus amigos", eu
digo, enquanto pegamos o elevador até o quinto andar.
"Eles não são importantes, mi alma," responde ele com desdém. "Você
me tem agora."
Ele é de verdade?
"Coloque sua maldita camisa", rosna Dante e Manuel quase deixa cair a
tigela de susto. Murmurando um pedido de desculpas, desaparece no meu
quarto de hóspedes.
"Pare de jogar seu peso, este é o meu apartamento!" digo furiosamente.
Não aguento mais ficar na mesma sala que ele. Seu comportamento está
me deixando louca. Agarrando uma tigela do armário, coloco muito cereal
nela, antes de entrar no meu quarto e bater porta na sua cara.
“Você já sabe disso. Sabe tudo sobre mim, então, por que não
transformamos a pergunta em retórica?”
"North Western".
"Dante, ouça..."
"Eu não, mas parece que você está picando a porra da minha
consciência novamente."
“Isso é uma exceção. Você é uma exceção. " Ele se inclina contra a borda
da minha mesa e cruza os braços. É como se estivesse se preparando para a
minha próxima pergunta intrusiva.
"Você me machucou mais com sua mentira, do que com seu silêncio,
Dante."
Ele faz uma careta. "Eu nunca minto para você... não mais."
"E quando meu pai perguntou se você tinha filhos?" Saio da segurança
da minha colcha e descanso as costas contra a cabeceira da cama, dobrando
os joelhos no peito e passando os braços em volta deles.
"Eu não menti," ele repete, olhando-me fixamente, seus olhos escuros
queimando um buraco no meu rosto. "Eu tinha uma filha, mas ela está
desaparecida, presumivelmente morta, há quinze anos."
Oh Meu Deus.
Ele encolhe os ombros. "Não há muito o que contar. Ela pagou o preço
por ter um pai como eu.”
"Não sinta", ele diz bruscamente. "Eu não disse para você me bajular.
Ela não é um cartão conveniente, que retiro, sempre que preciso me
agradar de você. Saio do país em algumas horas e não sei quando voltarei.
Estou tentando ser o mais direto possível com você, para que não durma
todas as noites desprezando-se, por sentir falta de um monstro.”
"Isabella." Seus olhos escuros se apagam de dor, antes que ele silencie
tudo com outro beijo.
"É lindo."
"Muita conversa." Ele recua, levando minha calcinha com ele, roçando
minhas coxas com as unhas, na pressa. O tempo da conversa acabou.
Aquele pequeno vislumbre, na janela de sua alma, fechou-se. Seu único
impulso agora, é se perder no louco estupor que criamos, quando
transamos.
Faço o que ele diz, assustada demais com o olhar em seu rosto, para
recusar. É muito singular. Muito remoto. De alguma forma, nossa conexão
está falhando.
Eu juro que poderia vir apenas do olhar em seus olhos, tão primitivo,
tão dominante. É como se eu fosse a única pessoa no mundo e ele matasse,
para me receber. A presença de Manuel em meu apartamento o enervou e
ele pretende reivindicar meu corpo de volta para si.
"Não esqueça."
Enfurecida, largo minhas pernas da cintura dele e puxo para trás, fora
de seu alcance, estremecendo, quando seus dentes pegam a ponta do meu
mamilo. "Ser engravidada por um criminoso procurado não está,
exatamente, no topo da minha lista de realizações na vida, Dante."
Por que estou tão brava? Não quero um bebê com ele. Eu ficaria louca de
pensar nisso... Mas é como se não aguentasse o pensamento de outra
mulher dando a ele algo que não vou.
Ele amaldiçoa e me solta. “Eu sei que não é isso que você quer, Eve, por
isso eu trouxe à tona."
"Eu ainda não terminei com você", ele murmura. "Você sabe o que seu
desafio faz comigo."
"Saia de cima de mim!" luto para me libertar, mas sou como uma mosca
golpeando um cavalo. "Eu quero dizer desta vez, Dante."
"Vamos ver o que quer dizer, em um minuto". Ele coloca a boca na base
da minha coluna, com o antebraço ainda pressionando meu peito no
balcão.
Toda a minha resistência evapora, quando sinto sua língua marcar uma
linha inflexível, através do vinco da minha bunda. Ele para perto da
entrada do meu sexo, preferindo deslizar a mão para dentro da coxa e me
foder com os dedos.
Em transe, faço o que ele diz, as pontas dos dedos flexionando a borda
do balcão, enquanto meu núcleo aperta contra sua intrusão.
"Eu disse para você não gozar", diz ele severamente, enquanto estou lá,
convulsiva.
"Porra!" grito.
"Dane-se!" Viro a cabeça para o lado para encará-lo. "Eu não sou mais
seu anjo, Dante. Você é mais como meu diabo agora. Sua escuridão está
sufocando tudo.”
"Não diga isso", ele rosna, triturando em mim. “Sua luz ainda a
apazigua. Quando estamos juntos assim, posso quase provar o que resta de
mim.”
Ele recua, apenas para bater em mim novamente. "Eu terminei com esta
conversa."
Escuro e sujo.
Ele não responde. Em vez disso, assisto incrédula, quando ele pega o
jeans e puxa a camiseta por cima da cabeça.
"Passe-me a arma."
"Dante"
"Não."
Intimidando-me.
Encantando-me.
“Você está certa sobre a noite passada, Eve. Eu matei três homens
ontem. Torturei o último por cinco horas.”
Tento virar a cabeça, mas seu aperto é firme. Ele não está me dando
escolha, a não ser aceitar sua verdade.
"É isso que você queria ouvir?" Seus lábios descascam novamente, em
um rosnado. "Porque tenho uma lista completa de depravação e pecado,
que posso compartilhar com você."
“Por que tenho tanto prazer em machucar pessoas? Porque gosto disso!
É a única coisa que me deixa tão duro quanto você... Homens como eu não
fazem amor, Eve. Pegamos o que queremos e depois vamos.’’
Por que eu me importo? Como ainda posso querê-lo, depois de tudo o que
me disse? Este é um homem que prospera em matar pessoas.
"Se eu não sair agora, acabarei te machucando." Ele abaixa a mão para
recolocar o jeans, enquanto pego o vestido vermelho da parte de trás do
sofá e envolvo meu corpo nu.
"Posso não entender como é matar e se divertir, mas sei como é ser
quebrada por dentro".
"Oh, acho que sim." Ele veste as botas e vai para a porta.
"Pare." A mão dele já está na maçaneta. "Por favor, Dante, não quero
que você vá."
"Eu te amo."
Seu rosto se enruga em confusão, e é aí que me bate. Ele não acha que
merece amor. Agora não. Nunca. Ele machuca as pessoas, porque isso é
tudo que já conheceu. Nunca lhe foi mostrado uma alternativa.
Vou até ele, pego-o pela mão e o conduzo para meu quarto. Ele segue
de bom grado, humildemente, mas assim que cruzamos o limiar, ele está
me empurrando contra a parede e retomando o controle, envolvendo meus
cabelos em torno de seus punhos e pressionando seu corpo contra mim.
“Talvez eu veja mais do que isso. Talvez, apesar de tudo, ainda acho
que vale a pena amar.’’
"Você vai", digo, aliviando parte do fardo, em sua voz, com a minha
certeza, "Porque me recuso a ver outro."
Eu olho para aquelas íris escuras, com suas manchas de ouro raramente
vistas e tão evocativas da alma deste homem, como luzes guiando, em um
mar de escuridão.
Ele inclina a boca para a minha e continua, fazendo amor com todas as
partes do meu corpo com suas palavras, seu pau e sua língua,
intensificando o prazer, até que nenhum de nós possa se conter por mais
tempo.
Nós nos reunimos ao som dos meus gritos suaves e seus rugidos
animalescos, minhas unhas rasgando um curso vermelho irregular em suas
costas, enquanto ele geme meu nome sem parar, estremecendo, quando
esvazia toda última parte de si mesmo dentro de mim.
Eve
"Não vai ser assim para sempre", ele me tranquiliza, deslizando a arma
na cintura da calça jeans. Ele se endireita, com uma expressão estranha no
rosto. "Eu tive uma visão sobre fazer amor com você assim, na noite em
que nos conhecemos."
"Você, com seus cabelos escuros derramando ao meu redor e suas unhas
rasgando minhas costas..."
"A dor mais doce que já senti", diz ele, seus lábios se curvando.
"Bem, não é mais uma visão." Ajoelho-me nua diante dele, passando os
braços em volta da sua cintura, colocando a bochecha em seu peito e
respirando o perfume inebriante de sexo, suor e homem. Ele não tomou
banho e meu palpite é que não tem intenção disso. Como eu, quer manter o
cheiro de nós em sua pele, pelo maior tempo possível.
“Vá devagar com ele, Dante. A gentileza que você mostrou a ele, todos
esses anos atrás, deixou uma grande impressão. ”
"Que gentileza?"
Ele encolhe os ombros. "Eu não lembro. Ele deve estar enganado.”
"Besteira. Você lembra. Pare de se despedir assim. Por que não aceita
que não é totalmente mau?”
"Você é a única ingênua o suficiente, para pensar assim." Ele pega meus
lábios em um breve beijo de despedida.
“Por favor, Dante. Eu tenho tanta segurança, você corre muito mais
perigo do que eu.”
Ele considera isso por um momento. "Bem." Ele pega da minha mesa de
cabeceira e coloca no bolso de trás.
Ele entra, parecendo culpado como o inferno. Acha que estou prestes a
xingá-lo, por foder minha melhor amiga.
"O que, nenhum encontro quente com Anna?" falo, tentando colocá-lo à
vontade. Ele revira os olhos e balança a cabeça, mas algo me diz que não
está totalmente de acordo com esse plano.
“Senhorita Miller?”
"Sim."
Mais segundos.
Não consigo tirar os olhos do cadáver de Manuel. Não sobrou nada em
sua cabeça, senão um toco sangrento. A realidade me bate como um tapa
na cara e meu estômago revira em repulsa.
Dante me prometeu.
Ele transfere a arma para a outra mão e calmamente, fecha a porta atrás
de si. "Então, você sabe quem eu sou?"
Concordo.
"Não posso ajudá-lo, não sei onde Dante está", digo, avançando em
direção ao meu quarto.
"Não é tão bonita, com uma maçã do rosto fraturada", diz Emilio, uma
nota de satisfação em sua voz. “Ainda assim, sei o quanto meu irmão gosta
de infligir dor em suas cadelas. Tenho certeza de que você já está
acostumada.
Dante
"Estou dizendo que ninguém sabe onde diabos ele está, porque Tomas
nunca investigou."
"Mas por que diabos ele iria...?" paro e olho para Joseph. Segundos
depois, estou jogando o laptop fora e pegando minha arma. José faz o
mesmo.
"Se Tomas está trabalhando com Emilio, ele sabe tudo... A localização
da ilha, o acordo com Sanders, o paradeiro de Eve." Eu nem consigo
entender isso agora. “Traga o carro, precisamos dar o fora daqui.
Precisamos avisar Manuel...”
"Eles eram bons homens... homens que você ajudou a treinar", ouvi
Joseph dizer e sei que isso se tornou pessoal. Ele examinou Tomas, antes de
se juntar à nossa organização e veio até nós altamente recomendado. Em
que ponto meu irmão o virou?
Impasse.
"Eu disse abaixe-os, Dante, ou não poderá ver aquela garota bonita viva
novamente."
Tomas não está brincando e a fera dentro de mim ruge em vida. “O que
fez com ela? Se aquele desgraçado doente tocou um único fio na cabeça
dela...
"Dante". Sinto que a mão de Joseph está no meu ombro. Ele sabe que
estou a poucos segundos de detonar. Se eu matar Tomas, posso nunca mais
ver Eve.
"Há quanto tempo você está jogando conosco?" ouço Joseph dizer.
"Longo o suficiente."
"Leve-me até ela." bato minha arma na mesa e deslizo em sua direção.
Hesitante, Joseph segue minha liderança. Tomas os pega com facilidade e
tem a coragem de sorrir para nós.
"Acredite em mim, quando digo que você não está mais no controle
dessa situação... nem mesmo perto."
Armas não me incomodam. São apenas bonitos pedaços de metal, que
satisfazem uma fome sombria. Aqueles, com os dedos no gatilho têm mais
efeito e agora, definitivamente, chamaram minha atenção.
Emilio.
"Por que a charada, irmão?" forço meu olhar para cima, encontrando o
dele de frente, sentindo uma onda de satisfação, quando vejo o brilho do
medo em seus olhos. Minha cabeça está esmagada, as mãos estão
amarradas nas costas, estou de joelhos na sua frente e ele ainda não acha
que me incapacitou o suficiente, para me impedir de rasgar sua garganta.
“Se me quer morto, coloque uma bala na minha cabeça e termine com isso.
Deixe Joseph e Eve irem.”
"Onde está a diversão nisso?" ele diz rindo. Ao mesmo tempo, meus
dedos se conectam com um caroço duro, no bolso de trás do meu jeans.
Faca de Eva.
Eu me pergunto…
"Decidi que a morte é uma solução muito simples para você, Dante", diz
Emilio, sorrindo para mim. "Em vez disso, decidi te fazer sofrer."
"A vida militar mexeu com sua cabeça, ou devemos atribuir seu instinto
assassino ao desaparecimento de sua filha? Fosse o que fosse, transformou
você em um canhão, solto com talento para tortura, e por um tempo fiquei
feliz em explorá-lo...”
"Sanders estará morto de manhã, mas isso é mais sobre amarrar pontas
soltas. Você sabe o quanto odeio isso”. Ele para de andar e desliza as mãos
nos bolsos. "Não se trata de dinheiro. É sobre paz de espírito."
É a minha vez de sorrir agora, mas é mais uma careta cheia de ódio.
"Que diabos você está falando?" A intuição me diz que estou prestes a
ser surpreendido por um monte de merda escura e distorcida.
Então é isso. Meu acerto de contas final. Onde todos os meus pecados e
transgressões do passado estão convergindo, para fazer um inferno de final
para mim. Não me arrependo de nada, exceto um, arrastar o mais doce
anjo maldito que já andou na face da terra, na minha bagunça profana de
vida. Ela não deveria ter que pagar pelo que fiz.
Minha raiva filtra todo o caminho até as pontas dos dedos e retomo
minha serra. As mãos estão escorregadias de sangue e quase deixo cair a
faca duas vezes. Outro fio se solta.
"Ela levou três horas para morrer." Ele está se aquecendo na minha
atenção extasiada agora.
A certeza em sua voz, não deixa espaço para dúvidas. Por um breve
momento, considero terminar tudo com as mãos em volta do pescoço dele.
Trinta balas no meu corpo tornariam tudo muito rápido, mas não posso
deixar Eve para trás. Eu sei o que Tomas fará com ela, vi como os olhos
dele permanecem no corpo dela.
A injustiça é foda de tirar o fôlego. Toda isca, toda provocação, que
levou minha sede de sangue a tais extremos, foi perpetuada por esse
homem, meu próprio irmão.
"Eu matei nosso pai, por causa do que você fez!" rugi, incapaz de conter
minha raiva. "Você me levou a acreditar que foi ele quem a levou."
"Porra, não, essa cadela não conta, mas você conta, não é, querida?"
Emilio balança a cabeça na direção de Eve.
Eu me forço a olhá-la. Quando o faço, meu coração para pôr uma batida
ou duas. Em algum momento, nos últimos minutos, ela acordou e está
olhando diretamente para mim, suas safiras azuis perfurando uma linha,
diretamente na minha alma, tirando toda a minha bravata, toda a minha
besteira.
Eu fiz isso com ela. Eu a forcei a aceitar essa vida e, pela primeira vez, a
culpa é uma guilhotina oscilante, acima da minha cabeça.
Quanto ela ouviu?
"E o último?" digo, nunca tirando os olhos dela. Eu vejo tanto desafio,
quanto força lá. Ela nunca esteve tão bonita.
"Seu anonimato."
Emilio parece ainda mais satisfeito. Ele sabe que está me atingindo onde
dói.
"Dante".
"Perdoe-me," murmuro.
Eve
Olho para baixo e vejo a faca de Dante. De alguma forma, ele levanta o
braço bom e corta as cordas que me prendem em um arco irregular.
Caímos no chão, em uma pilha amassada juntos. Sua pele está brilhando de
suor e sangue, saturando meus sentidos e manchando o chão abaixo de
nós. Enquanto isso, os tiros continuam nas docas. Agora estamos sozinhos
no armazém.
"Fique aqui, mantenha-se segura", diz ele, fazendo uma careta. “Preciso
ir para Dante. Ele está guiando a linha de fogo para longe de nós."
"Bem, parece muito ruim, de onde estou sentada. Aqui, dê-me a faca.”
Ele pega minha mão e tento não vacilar, quando seu calor e umidade
cobrem minha pele.
"Já tive um amor como o seu... Ele é um bom homem, sei que você sente
isso também. Não deixe que ele se autodestrua. Não deixe sua maldita
escuridão...”
Joseph assente.
Precisamos de apoio.
"Sim!" grito.
“Rick Sanders está aí?” Minhas palavras saem em uma corrida sem
fôlego.
Há uma pausa. "Não conheço ninguém aqui com esse nome". Claro que
não. "Posso passar uma mensagem e chamar alguém para ligar de volta?"
"Sim!"
Choro, lendo nas entrelinhas. "É Eve Miller. Diga a eles que é super
urgente."
Tenho que dar um salto de fé e acreditar que Rick ainda está do lado de
Dante. Do nosso lado.
"OK. Espere aí... acho que tem alguém aqui que pode ajudar."
Dante.
Sem dúvida.
Sem hesitação.
"Fim do jogo, Dante. Abandone a arma” diz uma voz, quando Emilio sai
do armazém, segurando um ferimento sangrento no peito. Olho para a
outra mão e meu estômago cai. Ele está apontando uma arma para Dante.
Com uma maldição, Dante joga fora a faca e se levanta. "Eu esperava
que Joseph tivesse acabado com você."
"Não tem tanta sorte," diz Emilio. "Você acabou de tirar trinta dos meus
melhores homens."
"E matarei outros trinta, com metade da chance. Por que fez isso? Por
que matar minha filha? Ela tinha quatro anos... Uma inocente em tudo
isso.”
O silêncio que se segue é o som mais alto que já ouvi. Não sinto
arrependimento, nem culpa. Nada.
Soltando a arma, corro até Dante. Ele está deitado de bruços, uma
sinistra piscina vermelha se espalhando debaixo dele. Eu o rolo de costas.
Existem três buracos abertos no peito e no abdômen.
"Por favor, não morra, por favor, não morra", choramingo, tirando
minha camiseta, para pressionar contra as feridas.
“Coloque suas malditas roupas de volta, Eve, sabe que não posso
resistir a você nua.”
Ele se vira para mim. Seus olhos estão mais suaves agora. Posso ver
aquelas manchas de ouro, ressurgindo em um mar de escuridão.
Balanço a cabeça. “Acabei de matar seu irmão, não tenho mais esse
título."
"Não vamos ficar por aqui para descobrir." Jogando a blusa sobre a
cabeça, ajudo-o a sentar. "Você se lembra de tudo o que eu lhe disse?"
Ele assente e cutuca meu pescoço, cheirando a suor e morte, e ao
homem que mais amo neste mundo. "Cada palavra maldita."
“Santiago!”
"Amigo."
Dante agarra minha mão com mais força. "Você está pronta para isso?"
"Eve..."
“Por favor, Dante! Eles têm o seu nome, sabem como você é. Você me
salvou, salvou meu pai, não pertence a uma jaula."
Ele cambaleia para longe, segurando minha mão até o último segundo,
como fez no avião na África. Quando o contato rompe, minha dor retira a
força de mim e caio de joelhos.
"Eu te amo, Dante Santiago," eu grito atrás dele, minha voz falhando.
"...e te perdoo."
Ele se vira para sorrir para mim, uma visão tão rara e tão requintada,
que posso sentir meu corpo todo estremecendo, com o poder e a
intensidade dele.
Eve
Continua...
Capitulo Bônus
Dante
Perdoo você.
Eve.
Eve me perdoa.
Porra! Bato meus punhos contra minhas feridas, enquanto a olho. Ela
está de pé a alguns metros de distância...
Moletom cinza.
Rosto batido.
Safiras que não tenho escolha, a não ser deixar para trás.
Abro a boca para dizer algo, qualquer coisa, mas as palavras que me
escaparam a vida inteira perdem-se no momento. Em vez disso, essas
safiras me seguem na água e, quando minha cabeça afunda, elas me
arrastam de volta à superfície.
O esquecimento começa a apontar para mim com uma mão firme, mas
estou lutando como o inferno para ficar na luz. Ela é meu ar, meu sangue,
minha salvação... Foda-se expiação. Eu não posso viver sem ela. Mas, ao
mesmo tempo, posso sentir o barco se afastando do cais.
"Virar o jogo!" rugi, balançando os punhos no monte de idiotas sem
rosto, em pé atrás de mim. Vou matar qualquer um que se atrever a manter
Eve e eu separados.
Meus socos esmagam ossos. Maldições raivosas caem, até eu ser forçado
de bruços, no convés.
"Saia de cima de mim!" empurro um, com tanta força, que o envio
voando para a água.
"Acalme-se, seu bastardo louco," diz uma voz familiar. "Nós não somos
o inimigo aqui."
Eu paro. "Rick?"
"Eve..."
“Vai ficar tudo bem. Vou ficar de olho nela, até que você esteja
arrumado.”
Aposto que vai. Não existe uma vagina, deste lado de South Beach, que
Rick não tenha tentado acariciar.
"...Está indo tão bem quanto se pode esperar," responde uma voz,
fazendo minhas pálpebras se abrirem. As luzes do hospital disparam
flechas vermelhas no meu crânio e esse sétimo reino do fogo do inferno
desce, para um novo nível de tortura.
Joseph me olha bem nos olhos. “Seu irmão estourou-lhe a nuca. Fez
uma bagunça em todo o apartamento dela.”
Há um rosto esperando por mim, assim que fecho meus olhos... outro
inocente, que pagou o preço pela porra da minha existência.
Isabella.
Levo a garrafa, já meio bêbado, de Eagle Rare aos meus lábios, quando a
agulha coça lâminas pretas irregulares em meu braço. A dor de minhas
feridas de bala está diminuindo lentamente, mas me vejo desejando cada
vez mais preencher o vazio da ausência de Eve.
A porta se abre. Joseph entra com outra garrafa de bourbon. Já foi uma
sessão de seis horas e ainda estamos na metade. Ele deveria ter comprado
uma caixa.
“Você quer dar uma olhada primeiro? Acabou de gastar meio milhão
neste bebê.”
Balanço minha cabeça, enquanto corro um dedo pela tampa em relevo,
imaginando Eve fazendo o mesmo daqui a alguns dias.
“Não é suficiente ter meu número na discagem rápida. O que ele quer?”
“Não vai dizer, até que ele fale diretamente com você. É persistente, eu
darei isso a ele. "
"E traga esse idiota com a agulha de volta aqui," acrescento, dando mais
um gole no bourbon, sentindo o fogo derretido encharcar minhas veias.
"Temos lugares para ir."
Seu celular começa a tocar. Ele o olha, enquanto limpo minhas mãos
ensanguentadas na frente da camisa. A luz e a graça de Eve parecem,
subitamente, a milhões de quilômetros de distância.
Ele concorda.
“Vejo que fez sua lição de casa, Sr. Santiago. Infelizmente, não é mais
apenas o que quero... presumo que o cadáver seja do seu tio? "
Justiça.
Eu vejo a palavra.
Eu sinto.
Quero isso.
"Essa justiça não é tudo para mim", continua ele. “Quero isso para nós
dois. Se deseja ver a profundidade da toca do coelho, sugiro que faça uma
viagem a Moscou.” Com isso, ele desliga.
Ele abre a boca para me contradizer, mas o desligo com um olhar. Ele
sabe que estamos seguindo um caminho, que está me levando ainda mais
longe de Eve, mas se eu voltar para ela agora, serei um homem consumido
por vingança. Serei o homem incapaz de perdoar novamente.
Para Emily e Jessica. Apesar da minha ampulheta de ponta pairar sobre todas as nossas
cabeças, espero conseguir dar a mesma crença em si mesmas, que meus pais me deram. Vocês
são duronas, e amo vocês além da lua, até Júpiter, apenas para girar ao redor do sol algumas
vezes e depois voltar. Há muito tempo na tela, quando a mamãe está trabalhando, mas acho que
não está reclamando...
Para todos os blogueiros do livro, que se arriscaram em uma novata. Obrigada. Obrigada.
Obrigada.
Para Kathi G e seus Dark Angels. Que grupo fabuloso incrivelmente imundos você tem.
Todo autor de romance deve ter dois anjos dançando nos ombros e aplaudindo-os.
Para o meu time de rua. Podemos ser poucos, mas rugimos como leões! Paula, Tania, Eva,
Sammy, Sue, Heather, Amanda, Natasha, Kae, Ashley e Julia. Obrigada por amar Dante e Eve
tanto quanto eu.
Para Maria do Steamy Designs. Obrigada por trazer Dante à vida. Amo as novas capas, são
tudo o que eu queria e muito mais.
E, finalmente, para os leitores. Eu já disse isso antes, mas sem vocês eu não existiria, seria
uma vírgula mal usada no parágrafo da vida. Obrigada por tornar todos os meus sonhos
realidade. Por favor, venha conversar comigo nas mídias sociais e considere deixar um
comentário no Goodreads e Amazon... ficaria muito grata.
Sobre a Autora
Catherine Wiltcher é uma ex-produtora de TV e viciada em alfa confessada. Sua escrita é melhor descrita
como pecaminosamente sexy, e seus personagens sempre caem duro e profundamente um pelo outro.
Ela mora no Reino Unido com o marido e duas filhas pequenas. Se ela estivesse presa em uma ilha deserta,
gostaria de um grande gin rosa para fazer companhia. Cillian Murphy não seria um grito ruim, também ...