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JOGOS INFANTIS

Título: Children’s Games (Jogos Infantis)


Autor: Pieter Bruegel, “o Velho”
Ano: 1560
Onde se encontra: Museu Kunsthistorisches (em Viena)
Técnica: óleo sobre tela

Sobre o autor, contexto e momento histórico: Pieter Bruegel, também conhecido como “o
Velho”, título concedido com o único propósito de distingui-lo de seu filho primogênito (cujo
nome era o mesmo do pai), foi um artista holandês nascido na cidade de Bruxelas, mas que
viveu a maior parte de sua vida na região de Barbantes, atualmente localizada na Bélgica. É
considerado por muitos como o maior pintor e gravurista da chamada “Era de Ouro”
flamenga e barbantina, diminuindo de suas temáticas a religião e enfatizando paisagens e
ocorrências tipicamente cotidianas do cenário agrícola de sua época. Já influenciado de
maneira considerável pelos ideias e estéticas renascentistas, notórios durante a transição entre
a Idade Média e a Idade Moderna, Bruegel, entretanto, optou por retratos que salientavam,
sobretudo, pequenas aldeias e povoados, em que o espírito medieval ainda era dominante e
pelo qual, pessoalmente, nutria grande admiração pelo trabalho e festejos.

Sobre o quadro: em relação ao quadro escolhido, “Jogos Infantis” logo chama atenção pelo
grande número de personagens que o compõem; 230 pessoas, cuidadosamente organizadas,
dentre as quais a maioria trata-se de crianças, característica particularmente incomum à
época. Em relação ao que dá título à obra, podemos perceber que esse grande número de
pessoas performa diversos tipos de brincadeiras, que se estendem ao longo de toda a tela,
indo desde os cantos mais iluminados até os mais escurecidos, transmitindo, junto às sombras
projetadas, uma sensação de impureza e profanação que, em contraste com os pontos claros,
produz desconforto. É notório também que os sujeitos da pintura pouco esboçam expressões
faciais, o que torna impossível distingui-los por meio desses traços, transmitindo uma
melancolia que comunica que as atividades lúdicas que estão sendo exercidas talvez estejam
sendo feitas como uma espécie de trabalho obrigatório e não como diversão. De todo jeito,
várias possíveis interpretações são permitidas em relação ao que Pieter Bruegel poderia estar
querendo dizer: o ângulo a partir do qual toda a cena é vista, de cima para baixo, poderia
expressar a visão de Deus, que observa a seriedade das crianças em realizar tarefas ditas
“menos importante” com igual imparcialidade a que olha para os labores da vida adulta; a
infelicidade da juventude em uma época de transição de períodos, em que os valores até então
vigentes viam-se em decadência; a inevitabilidade do exercimento de atividades que não
sejam trabalhosas, de um ponto de vista produtivo, o que se estendia até mesmo às crianças e
jovens do contexto retratado.

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