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HCA – resumos

O barroco surge no meio de crises políticas e religiosas

PINTURA MÓVEL SOBRE TELA (CONT.)


PINTURA DE GÉNERO - faz referência às representações da vida quotidiana, do mundo do trabalho e
dos espaços domésticos, que tomaram a pintura holandesa do século XVII. Em pleno florescimento do
barroco na Europa católica, desenvolve-se um estilo sóbrio, realista, comprometido com a descrição
de cenas rotineiras. As imagens caracterizam-se, em geral, pela riqueza de detalhes, pela precisão e
apuro técnico. São representações fotográficas com rigor e verdade, sendo pinturas de facto histórico
importante.

TENEBRISMO - O termo “Tenebrismo” deriva da palavra latina “tenebra”, que significa treva. A
tendência pode ser identificada também como uma radicalização do Chiaroscuro. O Chiaroscuro tem
por aspeto principal o grande contraste entre luz e sombra nas pinturas, para evidenciar traços da
realidade e causar uma impressão de profundidade nas representações. O Tenebrismo também utiliza
o contraste nas suas pinturas, no entanto de forma bastante exacerbada. A intensidade do contraste
nas obras atribui aos personagens representados uma certa característica monumental, mas também
tende a aumentar a sensação de realismo.

VERMEER - “Um dos melhores pintores holandeses do século XVII, Jan Vermeer ficou conhecido pelos
quadros em que retratava cenas domésticas, com uma ou duas personagens absorvidas numa
atividade quotidiana. A fonte de luz vinha invariavelmente da esquerda e era tratada com uma
sensibilidade que emprestava ao objeto mais simples uma qualidade poética única. Associa-se a
Vermeer uma tonalidade suave em harmonias subtis de azul, de amarelo nápoles e de cinzento (A
Leiteira, 1658), mas uma das suas qualidades mais notáveis, é a faculdade de utilizar cores vivas e
luminosas, conservando mesmo assim o aspeto de delicadeza e frescura características de obras como
A Rapariga com brinco de Pérola (1660?). A qualidade do trabalho sobre a luz e a sombra serviu de
inspiração a muitos artistas.”

• Pintor holandês
• reconhecido tardiamente
• acaba por dar origem à escola de Delft
• Ele fazia a ponte entre vendedores e compradores

Características fundamentais do trabalho de vermeer

• luz e sombra (chiaroscuro) – equilíbrio dinâmico e delicado que reforça o silêncio e a


tranquilidade/seriedade dos cenários representados (ou seja, não é um momento dramático)
• pormenores mostrados com grande minúcia
• grande verdade física e psicológica dos ambientes e personagens (levar o realismo a um
extremo brutal – mostrar como os personagens/ambiente eram; diz não ao embelezamento.
A Leiteira – obra

“Vermeer retrata um instante do quotidiano de trabalho de uma mulher na cozinha. A Leiteira está
absorta na sua tarefa. A intimidade da rotina é revelada pela tranquilidade com que a ação acontece.
A mulher é uma figura serena, segurando delicadamente uma jarra com leite. Ela encontra-se no seu
mundo, num interior quase nu, com a presença de alguns objetos, simples. A cena é silenciosamente
iluminada. A luz chega pela janela e banha todo o ambiente, estendendo um brilho ao conjunto. O
tratamento de luz e sombra (chiaroscuro) também revela a grande perícia de Vermeer: a luz que cai
sobre a leiteira destaca os seus antebraços pálidos e dirige o olhar do leitor para o leite que escorre.
O artista era considerado um mestre na observação do quotidiano, e conhecido por ser atento aos
mínimos detalhes de uma cena.” (...)

(...) “Vermeer nasceu em Delft, cidade famosa pela sua cerâmica. No canto inferior da parede estão
representados um escalda-pés e azulejos, um deles mostra Cupido, deus do amor. De acordo com o
historiador de arte Harry Rand, a pintura sugere que a mulher está a fazer pudim de pão, o que
explicaria o leite e os pedaços de pão sobre a mesa. A mesa, os pães, os objetos em cerâmica e a
mulher compõem um conjunto harmónico, nas cores e nas formas. A realidade está pintada de
maneira veemente, dando um aspeto real à composição. As cores predominantes na roupa e nos
panos são o amarelo e o azul, complementares, cuja combinação foi muita usada pelo artista.”

A rapariga com o brinco de pérola - obra

• O quadro Rapariga com Brinco de Pérola é considerado "a Mona Lisa holandesa“ ou “Mona
Lisa do Norte”, pois também exibe uma figura feminina envolta em uma misteriosa atmosfera.
• Acredita-se que Johannes Vermeer tenha produzido esse retrato em 1665 - a tela não foi
datada.
• Outra suposição é sobre o adereço na cabeça da jovem. Naquela época já não se usava
turbante, então especula-se que Vermeer se tenha inspirado em outra obra, Menino em um
Turbante (de Michael Sweerts,1655); ou nas mulheres vindas do oriente que frequentemente
chegavam ao porto de Delft – era a cidade de vermeer, sendo um entreposto comercial
importante com pessoas estrangeiras onde pode ter visto mulheres do oriente com turbantes
o que pode ter levado o autor a pintar o turbante na pintura.
• Esta pintura está assinada como "IVMeer“
• Não se sabe se este trabalho foi encomendado, e em caso afirmativo, por quem.
• Historiadores de arte recentes consideram que esta pintura possa ser um Tronie – representa
normalmente uma figura/indivíduo expressando sentimentos e carácter de maneira precisa
e, portanto, ser expressivo.
• Não se sabe quem foi a modelo
• Exceção ao que foi a regra na pintura de vermeer quanto à pintura de género (pessoas comuns
– documento histórico; a pintura de género foi revolucionária porque retratava as pessoas de
estatuto inferior)
• Não pode ser considerada pintura de género porque está em pose, ao contrário das outras
que retratam o quotidiano – contraste – ela é anónima, não sabemos quem é.
• Espaço para teorias porque não sabemos quem ela é.
• Chiaroscuro levado ao limite, mas não é tenebrismo.
REMBRANDT

• o mais conhecido artista holandês


• pintou cenas bíblicas, retratos coletivos e individuais, e autorretratos
• pintura introspetiva: psicológica na forma e no tratamento da luz (Tenebrismo. Influência de
Caravaggio)
• luz difusa
• sugestão de dourado através do uso de amarelos e castanhos
• profundamente narrativo, (retratos), ou seja, não é uma mera representatividade de pessoas,
mas trás sempre uma história relacionada – a verdade interior dos homens revela-se
claramente no seu exterior (intimista)

Rembrandt nunca hesitou em se mostrar por meio de diversos autorretratos, evidenciando em cada
um deles o impacto de viver intensamente. Os autorretratos formam uma biografia única e íntima na
qual o artista se retrata sem qualquer vaidade e com uma sinceridade extremada. Nos seus últimos
anos, Rembrandt pintou os seus autorretratos mais reflexivos. Muitos estudiosos concordam que os
autorretratos de Rembrandt refletem sua jornada pelo autoconhecimento. Os autorretratos de
Rembrandt formam um capítulo singular na História da Arte. Além do grande número já realizado, o
artista retratou-se nos diferentes períodos de sua vida (juventude, maturidade e velhice) marcando
as diferentes leituras que fazia de si mesmo ao longo dos anos. Rembrandt revela não apenas as
mudanças que a vivência trouxe ao seu aspeto físico, mas essencialmente ao seu espírito interior.

Autorretratos - à medida que os anos vão passando os autorretratos são mais honestos e verdadeiros,
quanto às roupas, à beleza, à sua postura.... Há cada vez mais através da sua fisicalidade uma tentativa
de retratar a sua interioridade. Era através destes autorretratos que ele conseguia praticar e mostrar
o seu interior através do seu exterior.

LUZ NA OBRA: Desde cedo Rembrandt estudou a luz para sublinhar o que lhe era mais significativo em
suas obras, seja o conteúdo das narrativas religiosas, seja a expressão e misticismo dos retratos (e
autorretratos) e das pinturas de género. A luz é o instrumento com o qual Rembrandt interpreta a si
mesmo e aos outros. As suas interrogações acerca da alma humana ficam evidentes nos retratos que
fez de si. Mesmo tão jovem, aos 23 anos, ele já intuía que a sua própria autoimagem retratada seria o
testemunho mais fiel de sua biografia. A luz (tecnicamente) era essencial/fundamental para a pintura,
na sua opinião. Nos autorretratos da altura da sua velhice ele usa a luz para representar que já não
tinha “aquela luz” de antigamente.

A Lição de Anatomia de Dr. Tulp – obra

Obra mais famosa e revolucionária de Rembrandt - A pintura encomendada pela Associação de


Cirurgiões de Amsterdão – a burguesia liberal pagava para ser eternizada numa pintura que valorizasse
o seu lugar na sociedade - O quadro retrata uma aula de anatomia do doutor Nicolaes Tulp na qual
ocorre a dissecação da mão esquerda de Aris Kindt , um marginal que havia sido condenado à morte
por assalto a mão armada no dia anterior. - Representa o desejo e inquietação do homem por fazer
descobertas sobre o funcionamento do corpo humano, o seu comportamento e as suas verdades
(importância da ciência), havendo uma inquietação do homem para aprender/saber.
• Forma aberta (cadáver - abrimos)
• Luz difusa (as personagens estão iluminadas)
• Fundo negro, chiaroscuro a fugir para o tenebrismo
• Cores terrosas/escuras
• Linha diagonal traçada pelo cadáver, linhas sinuosas - “caus” - não estão em linha
• Obra mais famosa e revolucionária dele
• Ensino/aprendizagem/academias - importância extrema
• Aprender/questionar - revolução científica
• Sociedade retrógrada por condenar à morte por um assalto, mas em contrapartida uma
sociedade evoluída por não desperdiçar um cadáver que podia servir para estudo.

Caract. formais desta obra

• Chiaroscuro - os efeitos de luz e sombra dão à pintura uma noção de perspetiva (realismo):
visível no corte feito para a dissecação do braço e na luminosidade sobre o cadáver, tornando-
o o centro da pintura.
• O corpo morto ocupa grande parte da tela definindo uma linha diagonal.

DIOGO VELÁSQUEZ

• pintor oficial da corte espanhola (assume também o cargo de curador – cuidador/gestor de


obras de arte)
• foi inicialmente influenciado por Caravaggio
• modo peculiar de trabalhar: *

* o espaço - composição cuidada/ jogos espaciais reais e imaginados (composição rigorosa misturada
com a realidade e imaginação

* as formas - tratadas com pequenas manchas de cor que só têm visibilidade ao longe

* a luz - múltiplos focos (contrário da luz rasante)

• trabalho de cariz fotográfico e humano – representa o quotidiano e não um momento chave,


como se pudesse representar um único momento da vida das pessoas
PINTURA BARROCA MURAL
• Nas paredes e tetos de igrejas e palácios
• Temáticas maioritariamente religiosas
• Trompe l’oeil (técnica – ver definição à frente) - técnica predileta

Caract. Gerais desta pintura:

• Grandiosidade
• Teatralidade
• Ilusão
• Movimento
• Simula cenograficamente a realidade
• Jogos cromáticos e luminosos

Caract. Formais desta pintura

• Estruturas arquitetónicas simuladas (Trompe l’oeil)


• Figuras movimentadas (escorço)
• Vestes com formas acentuadas para reforçar ideia de movimento
• Composição dinâmica

TROMPE-LOEIL

“Trompe-l'oeil é uma técnica artística que, com truques de perspetiva, cria uma ilusão ótica que faz
com que formas de duas dimensões aparentem possuir três dimensões. Provém de uma expressão
em língua francesa que significa "enganar o olho" e é usada principalmente em pintura ou
arquitetura.”

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