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O surrealismo foi um movimento artístico e literário que surgiu na década de 1920 como reação à

lógica e racionalismo predominantes, em meio ao contexto de pós-Primeira Guerra Mundial, que


abalou a sociedade. O "Manifesto Surrealista" de André Breton em 1924 oficializou o movimento,
que rapidamente influenciou várias formas de expressão cultural. As características do surrealismo
incluem o automatismo, exploração de sonhos e imaginação, combinação de elementos
contraditórios, uso de elementos simbólicos, transgressão de normas sociais, influência psicanalítica,
crítica à sociedade e à razão, experimentação visual, subversão do real e liberdade criativa. O
surrealismo procurou dar voz aos aspectos irracionais e inconscientes da experiência humana em
uma época de crise e transformação.

1. André Breton: André Breton é considerado o "pai" do surrealismo e escreveu o "Manifesto


Surrealista" em 1924, que estabeleceu os princípios e objetivos do movimento. Ele também foi um
prolífico escritor de poesia surrealista e prosa.

2. Salvador Dalí: Salvador Dalí é um dos artistas surrealistas mais reconhecidos, conhecido por suas
pinturas detalhadas e extravagantes, como "A Persistência da Memória." Ele também era conhecido
pela sua personalidade excêntrica.

3. Max Ernst: Max Ernst foi um artista alemão que experimentou várias técnicas surrealistas,
incluindo a colagem e a pintura. A sua obra muitas vezes apresenta imagens perturbadoras e
fantásticas.

4. René Magritte: O pintor belga René Magritte é conhecido pelas suas obras de arte que desafiam a
lógica e a realidade, muitas vezes envolvendo a representação de objetos comuns em contextos
inusitados.

Principais obras do surrealismo: Pintura:

• "O Elefante Celebes" de Max Ernst (1921) - Esta é uma das primeiras obras surrealistas de Ernst e é
uma pintura abstrata que evoca uma figura híbrida de elefante.

• "A Traição das Imagens" de René Magritte (1929) - Esta obra apresenta a frase "Ceci n'est pas une
pipe" (Isto não é um cachimbo) escrita abaixo da imagem de um cachimbo, questionando a natureza
da representação e da realidade.

• "A Canção de Amor" de Giorgio de Chirico (1914) - Embora não seja estritamente um surrealista,
de Chirico influenciou fortemente o movimento com suas pinturas de paisagens urbanas misteriosas
e solitárias.

• "A Persistência da Memória" de Salvador Dalí (1931) - Uma das obras mais icônicas do surrealismo,
esta pintura apresenta relógios a derreter num ambiente desolado, simbolizando a fluidez do tempo
e a instabilidade da realidade.

ANÁLISE

"A Persistência da Memória" é uma das obras mais icônicas do surrealismo e foi criada por Salvador
Dalí em 1931. Esta pintura é conhecida pelas suas imagens oníricas e perturbadoras, que desafiam a
perceção da realidade e do tempo. O tema desta obra gira em torno da relatividade do tempo, da
influência da memória e da natureza mutável e elusiva da realidade. Salvador Dalí cria uma paisagem
surreal que evoca uma sensação de sonho e contemplação sobre a complexidade do tempo e da
memória. Foi criada usando a técnica da pintura a óleo sobre tela. Dalí era conhecido pela sua
habilidade técnica e precisão na aplicação da tinta; pintada sobre uma tela de tela de alta qualidade,
que é um suporte de pintura tradicional; as dimensões da pintura são relativamente pequenas,
medindo aproximadamente 24 x 33 centímetros; a pintura foi concluída em 1931; foi produzida
enquanto Dalí estava na Catalunha, Espanha; a pintura foi exibida pela primeira vez na Galeria Julien
Levy, em Nova York, em 1932. Desde então, ela foi exibida em várias galerias e museus ao redor do
mundo. Hoje, a pintura faz parte da coleção do Museu de Arte Moderna (MOMA) em Nova York,
onde é frequentemente exibida. Também foi exibida em várias outras exposições de arte surrealista
em museus e galerias de renome.

"A Persistência da Memória" de Salvador Dalí, produzida em 1931, reflete o contexto histórico da
década de 1930, marcada pelas consequências da Primeira Guerra Mundial e a iminência da
Segunda Guerra Mundial. A pintura simboliza a relatividade do tempo e a natureza mutável da
memória, temas que ressoavam com as preocupações da época de incerteza e transformação. Sua
interpretação pode variar, mas sua criação durante um período de desafios históricos e mudanças
culturais contribui para sua riqueza de significado e duradouro impacto na arte.

é uma pintura surrealista que não apresenta personagens humanos ou animais. Em vez disso, a obra
é composta por elementos simbólicos e objetos inanimados-

Relógios a derreter: Os relógios a derreter são os elementos mais proeminentes da pintura. Eles são
representados como relógios de bolso macios, quase derretendo em paisagens distorcidas.
Paisagem desolada: A cena de fundo consiste em uma paisagem desolada, com um cenário
montanhoso rochoso e árido. Não há presença humana ou vida aparente na paisagem, contribuindo
para um ambiente solitário e deserto.

Figura central: No centro da pintura, há uma figura de aparência distorcida ou metamorfoseada. Ela
é semelhante a um rosto, mas suas características são difíceis de discernir.

Insetos: Pequenos insetos rastejantes podem ser vistos em várias partes da pintura. Eles são
elementos simbólicos que podem representar a decomposição, a efemeridade e a natureza frágil da
existência.

As linhas estruturais na pintura são suaves e orgânicas. Os relógios derretidos e outros objetos são
representados com formas sinuosas que fluem e se distorcem, desafiando a geometria tradicional. A
perspectiva é bastante superficial na pintura. Os elementos na imagem não seguem as leis
tradicionais da perspetiva linear, criando uma sensação de desorientação. Ao contrário do estilo
geométrico preciso de muitas obras de arte, "A Persistência da Memória" apresenta figuras e
objetos altamente distorcidos e não-geometrizados, o que reforça a atmosfera surreal. Não há
simetria tradicional ou proporção na pintura.

A técnica de Salvador Dalí era altamente precisa, e ele frequentemente usava um desenho prévio
detalhado antes de aplicar a tinta. Isso é evidente na precisão das representações dos objetos,
mesmo que estejam derretendo e deformados. Embora haja linhas fortes e contornos precisos na
pintura, a cor é igualmente importante. As cores dominantes na pintura são tons de amarelo e ocre,
que contribuem para a sensação de calor e distorção. As cores quentes também realçam a sensação
de fluidez dos objetos. As zonas de luz e sombra na pintura são usadas para criar profundidade e
destacar os objetos e relógios. No entanto, as sombras não seguem necessariamente uma lógica
realista. A pincelada na pintura é relativamente precisa e detalhada, com uma atenção minuciosa
aos objetos e formas. Esta obra é claramente um exemplo de pintura surrealista, com seu estilo
figurativo distorcido e elementos abstratos. Salvador Dalí combinou elementos realistas com uma
abordagem altamente subjetiva e simbólica, criando uma pintura que desafia a perceção
convencional e a lógica.

Os artistas surrealistas, como Salvador Dalí, procuravam transcender a lógica e a realidade


convencional, criando obras que frequentemente desafiavam as leis da física e da razão.

"A Persistência da Memória" é um exemplo marcante do surrealismo, uma vez que representa uma
cena altamente simbólica e perturbadora que desafia a percepção convencional do tempo e da
realidade. A obra de Dalí, juntamente com a de outros artistas surrealistas, influenciou uma
variedade de formas de expressão cultural, incluindo a pintura, a literatura, o cinema, a escultura e a
fotografia. O surrealismo deixou um impacto duradouro na história da arte e continua a ser uma
corrente artística influente e apreciada até os dias de hoje.

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