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Filosofia - obra de arte

Introdução:
- A obra “A persistência da memória” é uma pintura a óleo de Salvador Dalí
feita em 1931 e encontra-se atualmente no Museu de Arte Moderna em Nova
Iorque. Esta pintura foi feita por Dalí em 5 horas enquanto ele esperava o
retorno da mulher e dos filhos ao teatro. Segundo ele, a obra foi influenciada
por queijos camembert derretidos que tinha comido, o que se reflete no aspeto
“derretido” de alguns elementos de “A persistência da memória”.
Esta obra pertence ao movimento Surrealista, um movimento influenciado
pelas teorias de psicanálise, o que significa que a expressão do inconsciente, do
sonho, dos pensamentos do artista deve ser representada, livremente, na sua
obra de arte.

“A persistência da memória” de Salvador Dalí


Comparação de duas obras- surrealistas:

Como o próprio nome indica, esta obra aborda a temporalidade subjetiva e a memória.
Os relógios derretidos simbolizam a passagem rápida do tempo sem que o possamos
controlar, o que é fortalecido pelas formigas que “devoram” o tempo. Um dos relógios
apoia-se numa árvore que existia na localidade do artista, ao passo que o rosto
deformado que se situa no centro da tela confere um adensamento do caráter
inconsciente que a obra pretende transmitir e que é, na verdade, uma das
características mais proeminentes do surrealismo. O próprio quadro poderá ter sido
resultado de um sonho de Salvador Dalí que, dando asas à imaginação, decidiu
incorporá-lo numa pintura.
À semelhança de alguns dos seus outros quadros, também esta obra apresenta um
plano de fundo marcado por uma paisagem avistada da casa do artista. É a única
ligação que se estabelece com o real.
A deformação dos objetos é inovadora e promove a reflexão acerca de coisas do nosso
quotidiano, banais, como é o caso do relógio, sempre presente nas nossas rotinas
diárias.
Pode estabelecer-se uma comparação desta obra com outras inseridas no surrealismo,
como é o caso de “A lâmpada filosófica”, obra da autoria de René Magritte.
Apresenta-se uma espécie de ilusão no autorretrato do artista, na medida em que o seu
nariz se alonga e conecta-se com o seu cachimbo que, por sua vez, se liga a uma vela.
Desenha-se, portanto, um paralelo entre os elementos irreais do relógio, nariz e
cachimbo. “Carnaval de Arlequim” (1925), de Joan Miró, revela as mesmas
características das obras referidas anteriormente: os símbolos que conferem o espírito
festivo à obra são produto do seu inconsciente e influência do movimento surrealista a
que este autor acabara de se juntar.

A Lâmpada Filosófica” de René Magritte.


Os diferentes pontos de vista que nos fizeram valorizar e classificar esta
pintura como obra de arte:
Como a teoria expressionista afirma: uma obra é arte se, e só se, exprimir os
sentimentos e emoções do artista. O grau de contágio classifica a obra como melhor
ou pior, e existem condições que definem este grau de contágio, tais como:
particularidade do sentimento; a clareza com que este foi transmitido e a sinceridade
do artista. Está claro que os elementos da pintura exprimem aquilo que ele sentia com
clareza, e isso foi transmitido aos espectadores, fazendo-os sentir o mesmo.

De acordo com a Teoria Formalista de Clive Bell, a essência da arte tem como função
proporcionar satisfação estética. Todas as obras de arte visual apresentam diversas
qualidades, mas apenas uma é comum a todas elas. Esta qualidade é essencial e
designa-se de forma significante.
A forma significante consiste numa particular combinação de linhas e cores, relações
entre formas que despertam as nossas emoções estéticas.
Na obra “A persistência da memória” valorizamos a disposição dos objetos
representados (objetos em cenários insólitos, incomuns), as cores conjugadas com o
traço característico do movimento surrealista, que vai de encontro à qualidade
essencial que lhes confere o estatuto de obra de arte. Também apreciamos a
mensagem trazida pela pintura, que relaciona a temporalidade e a memória. Dalí cria
situações que exploram o inconsciente e a fantasia.

Conclusão:
A arte contemporânea constitui uma forma de expressão do artista, auxiliado por
materiais do quotidiano, em que eles comunicam os seus sentimentos ao público. Através
de exposições, as obras de arte induzem reflexão nos seus observadores e captar a atenção
de apreciadores de arte para problemas sociais ou questões filosóficas como, por
exemplo, a temporalidade subjetiva. A sociedade em que nos inserimos é grandemente
influenciada pelas formas de arte que nos rodeiam, que resultam da criatividade e
imaginação de diversos artistas.
A reflexão profunda sobre a importância da arte e as consequências que estas têm na
nossa vida foi promovida pela realização deste trabalho.

Bibliografia
https://www.significados.com.br/caracteristicas-do-surrealismo/;
https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Persist%C3%AAncia_da_Mem%C3%B3ria;
https://www.culturagenial.com/a-persistencia-da-memoria-de-salvador-dali/;
https://www.todamateria.com.br/a-persistencia-da-memoria/;
AMORIM.Carlos, PIRES.Catarina. Clube das ideias 10: Areal editores,

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