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Visão surrealista
As características deste estilo: uma combinação do representativo, do abstrato, do irreal e do
inconsciente. Entre muitas das suas metodologias estão a colagem e a escrita automática.
Segundo os surrealistas, a arte deve libertar-se das exigências da lógica e da razão e ir além
da consciência cotidiana, procurando expressar o mundo do inconsciente e dos sonhos.
No manifesto e nos textos escritos posteriores, os surrealistas rejeitam a chamada ditadura da
razão e valores burgueses como pátria, família, religião, trabalho e honra. Humor,sonho e a
contra lógica são recursos a serem utilizados para libertar o homem da existência utilitária.
Segundo esta nova ordem, as ideias de bom gosto e decoro devem ser subvertidas.
Mais do que um movimento estético, o surrealismo é uma maneira de enxergar o mundo, uma
vanguarda artística que transcende a arte. Busca restaurar os poderes da imaginação, castrados
pelos limites do utilitarismo da sociedade burguesa, e superar a contradição entre objetividade e
subjetividade, tentando consagrar uma poética da alucinação, de ampliação da consciência.
Breton declara no Primeiro Manifesto sua crença na possibilidade de reduzir dois estados
aparentemente tão contraditórios, sonho erealidade, “a uma espécie de realidade absoluta, de
sobre-realidade [surrealité]”.
A escrita automática procura buscar o impulso criativo artístico através do acaso e do fluxo de
consciência despejado sobre a obra. Procura-se escrever no momento, sem planejamento, de
preferência como uma atividade coletiva que vai se completando. Uma pessoa escreve algo num
papel e outro completa, mas não de maneira lógica, passando a outro que dá sequência. O
filme Um Cão Andaluz, de Luis Buñuel, por exemplo, é formado por partes de um sonho de
Salvador Dalí e outra parte do próprio diretor, sem necessariamente objetivar-se uma lógica
consciente e de entendimento, mas um discurso inconsciente que procura dialogar com outras
leituras da realidade.
Esse e outros métodos, no entanto, não eram exercícios gratuitos de caráter estético, mas, como
disse Octavio Paz, seu propósito era subversivo: abolir esta realidade que uma sociedade
vacilante nos impôs como a única verdadeira. Para além de criar uma arte nova, criar um
homem novo.
Trajetória
Em 1929, os surrealistas publicam um segundo manifesto e editam a revista A Revolução
Surrealista. Entre os artistas ligados ao grupo em épocas variadas estão os escritores
franceses, Antonin Artaud (1896-1948), também dramaturgo, Paul Éluard (1895-1952), Louis
Aragon (1897-1982), Jacques Prévert (1900-1977) e Benjamin Péret (1899-1959,) que viveu
no Brasil. Entre os escultores encontram-se os italianos Alberto Giacometti (1901-1960), o
pintor italiano Vito Campanella (1932), assim como os pintores espanhóisSalvador Dali (1904-
1989), Juan Miró (1893-1983) e Pablo Picasso, o pintor belga René Magritte (1898-1967), o
pintor alemão Max Ernst (1891-1976) e o cineasta espanhol Luis Buñuel (1900-1983).
Nos anos 30, o movimento internacionaliza-se e influencia muitas outras tendências,
conquistando adeptos em países da Europa e nas Américas, tendo Breton assinado um manifesto
com Leon Trotski na tentativa de criar um movimento internacional que lutava pela total
liberdade na arte - FIARI: o Manifesto por uma Arte Revolucionária Independente.
No Brasil, o surrealismo é uma das muitas influências assimiladas pelo modernismo.
Surrealismo na arte
O surrealismo destacou-se nas artes, principalmente por quadros, esculturas ou produções
literárias que procuravam expressar o inconsciente dos artistas, tentando driblar as amarras do
pensamento racional. Entre seus métodos de composição estão a escrita automática.
Curiosidade
Como muitos dos primeiros participantes do surrealismo foram originados do dadaísmo, uma
separação enfática entre surrealismo e dadaísmo na teoria e prática pode ser difícil de ser
estabelecida, apesar das declarações de Andre Breton sobre o assunto não deixarem dúvidas
sobre sua própria claridade sobre suas diferenças. No círculo académico, esta linha imaginária é
diferente entre diferentes historiadores.
As raízes do surrealismo nas artes visuais tomam características do dadaísmo e do cubismo,
assim como da abstração de Wassily Kandinsky e do expressionismo, assim também como do
pós-impressionismo.
Fauvismo
O fauvismo ou fovismo (do francês fauvisme, oriundo de les fauves, "as feras", como foram
chamados os pintores não seguidores docânone impressionista, vigente à época) é uma corrente
artística do início do século XX, que se desenvolveu entre 1905 e 1907.
O estilo começou em 1901 mas só foi denominado e reconhecido como um movimento
artístico em 1905. Segundo Henry Matisse, em"Notes d'un Peintre", pretendia-se com o
fauvismo "uma arte do equilíbrio, da pureza e da serenidade, destituída de temas perturbadores
ou deprimentes".
História
Este grupo de pintores utilizava nos seus quadros cores
violentas, de forma arbitrária. A denominação do movimento
deve-se ao crítico conservador Louis Vauxcelles, que, no Salão
de Outono de 1905, em Paris, comparou-os a feras (fauves).
Características da pintura
O fauvismo tem como características marcantes:
Significado
Embora a palavra dada em francês signifique "cavalo de madeira", sua utilização marca o non-
sense ou falta de sentido que pode ter a linguagem (como na fala de um bebê). Para reforçar esta
ideia, estabeleceu-se o mito de que o nome foi escolhido aleatoriamente, abrindo-se uma página
de um dicionário e inserindo um estilete sobre ela, de forma a simbolizar o caráter antirracional
do movimento, claramente contrário à Primeira Guerra Mundial e aos padrões da arte
estabelecida na época. Em poucos anos o movimento alcançou, além de Zurique, as cidades
de Barcelona, Berlim, Colônia, Hanôver, Nova York e Paris. Muitos de seus seguidores deram
início posteriormente ao surrealismo, e seus parâmetros influenciam a arte até hoje.[1] [2]
Eu redijo um manifesto e não quero nada, eu digo portanto certas coisas e sou por princípios
contra manifestos (...). Eu redijo este manifesto para mostrar que é possível fazer as ações
opostas simultaneamente, numa única fresca respiração; sou contra a ação pela contínua
contradição, pela afirmação também, eu não sou nem pró nem contra e não explico por que
odeio o bom-senso
—Tristan Tzara[3]
Impacto
O impacto causado pelo dadaísmo justifica-se plenamente pela atmosfera de confusão e desafio
à lógica sugerido por ele, optando por expressar de modo inconfundível suas opiniões acerca da
arte oficial e também das próprias vanguardas ("sou por princípio contra os manifestos, como
sou também contra princípios"). O dada vem para abolir de vez a lógica, a organização, a
postura racional, trazendo para arte um caráter de espontaneidade e gratuidade total. Segundo o
próprio Tzara:
Dada não significa nada: Sabe-se pelos jornais que os negros Krou denominam a cauda da vaca
santa: Dada. O cubo é a mãe em certa região da Itália: Dada. Um cavalo de madeira, a ama-
de-leite, dupla afirmação em russo e em romeno: Dada. Sábios jornalistas viram nela uma arte
para os bebês, outros Jesus chamando criancinhas do dia, o retorno ao primitivismo seco e
barulhento, barulhento e monótono. Não se constrói a sensibilidade sobre uma palavra; toda a
construção converge para a perfeição que aborrece, a ideia estagnante de um pântano dourado,
relativo ao produto humano.
—Tristan Tzara[4]
O principal problema de todas as manifestações artísticas estava, segundo os dadaístas, em
almejar algo que era impossível: explicar o ser humano. Na esteira de todas as outras afirmações
retumbantes, Tzara decreta: "A obra de arte não deve ser a beleza em si mesma, porque a beleza
está morta".
No seu esforço para expressar a negação de todos os valores estéticos e artísticos correntes, os
dadaístas usaram, com frequência, métodos deliberadamente incompreensíveis. Nas pinturas e
esculturas, por exemplo, tinham por hábito aproveitar pedaços de materiais encontrados pelas
ruas ou objetos que haviam sido jogados fora.
Foi na literatura, porém, que o ilogismo e a espontaneidade alcançaram sua expressão máxima:
no último manifesto que divulgou, Tzara disse que o grande segredo da poesia é que "o
pensamento se faz na boca". Como uma afirmação desse tipo é evidentemente incompreensível,
ele procurou orientar melhor os seus seguidores dando uma receita para fazer um poema
dadaísta:
Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num
saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que
incompreendido do público.