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Realidade da ilusão
Curitiba
2012
Realidade da ilusão
Wagner Polak Soares
ilmoprofe@gmail.com
No presente trabalho abordo duas obras, uma nacional e outra chinesa, de exemplos
dessa narrativa mas com intencionalidades distintas de suas representações.
Zimmermann diz não ter preferência por técnicas, expressa-se também em esculturas,
desenhos, colagens, gravuras. Faz arte abstrata e figurativa, não há contradições, apenas
interações. Só se entendem espaços e visões compartilhados, e transmite isso para um mundo
que ainda não entende “...é o amor, e não a vida, o contrário da morte. E medo, não a morte, é
o contrário da vida”, diz. Segundo Zimmermann, sua intenção é colocar objetos cotidianos em
uma atmosfera de irrealidade e mistério. Ele se defende dizendo que seu trabalho nada tem a
ver com o hiperrealismo, e sim, com o cotidiano e o irreal. No caso específico da obra aqui
estudada, ele se autoreferencia à outra fase sua onde representava embrulhos e envelopes que
instigavam o observador à ter que imaginar que obra ocultavam iludindo à própria pintura a
papel de invólucro. Mas como a sua famosa série “Embrulhos” eram uma representação desse
oculto, aqui ele revela que a própria representação desse embrulho é a obra de arte.
Talvez acredite que não precisa explicar sua arte, mas induz a diferentes construções
simbólicas. A pintura realista é primeiro um método de interpretação e documentação de
nossas percepções, toda arte tem origem na mente humana, o artista vê o que ele está
preparado para ver e o observador interpreta o que seu repertório próprio classifica e alcança,
ou seja a realidade imediata. nas nossas reações ao mundo mais do que no mundo visível em
si. Arte é a união de percepção e pensamento e a percepção não se limita aos sentidos e sim a
sua interpretação.
A segunda obra abordada vem do artista conceitual Zhu Yu, que em 2000 tornou-se
famoso(ou infame) por uma série de fotografias mostrando ele ostensivamente cozinhando e
comendo um feto humano, intitulado Dinner–Eating People. Este trabalho foi parte de um
conjunto maior, em que Zhu explorou os limites morais e psicológicos de usar o corpo em
obras de arte - uma investigação de acordo com a sua prática em geral, através do qual ele
desafia a linguagem da arte, sondando suas limitações e desafiando as políticas de seus
limites.
Assim encontramos uma disputa pela definição do sentido da arte. Mesmo na pesquisa
acadêmica, no tocante ao estudo da arte, enquanto a história conta o que aconteceu a arte
simplismente acontece. Nosso primeiro entendimento parte daqui, nessa aproximação do
conceito de arte e voyerismo e toda mídia onde inserimos atenção... Seja isso por repúdio ou
defesa, visto que estamos começando depois de um século, a aceitar a importância da
imaterialidade conceitual. Vemos que a realidade da arte é muito mais limitada que a
realidade na arte.
Referências
BELTING, Hans, O fim da história da arte: uma revisão dez anos depois, São Paulo: Cosac &
Naify, 2006.