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RELEITURA DA OBRA "O Mundo está mudando" - Vladimir

Bogdanov, 1990. por Maria Eduarda Soledade Damaceno de


Souza

Escolhi essa obra pelo interesse que eu tenho em conteúdos históricos e


geopolíticos, grandes motivos pelo qual estou cursando jornalismo.
A exposição "A União Soviética através da lente" retrata como era a vida dos
povos soviéticos dentro dos períodos pós Primeira Guerra Mundial (1917-
1920), Segunda Guerra Mundial (1930-1945) e Guerra Fria. Na exposição,
quatro fotográficos soviéticos descrevem como era a realidade dentro de um
regime socialista regido por líderes totalitários. Através da fotografia, o dia-a-dia
da população, em sua maioria russa, demonstra qual era o efeito de viver
dentro de uma sociedade excluída dos demais países europeus, esses que por
sua vez, abrangiam cada vez mais os seus interesses capitalistas.

O fotógrafo Vladimir Bogdanov, de origem russa, destaca as ruas de Moscou


durante os 30 anos (1960-1990) que atuou no ramo. De maioria sem data, o
acervo do museu destaca as últimas fotografias capturadas pelo profissional,
onde Vladimir ilustra a vida da população russa naquela tardia União das
Repúblicas Soviética. "O Mundo está mudando" é um exemplo disso.

Produzida em 1990, a fotografia mostra três homens deitados num banco


público no rigoroso inverno europeu. Ao lado dos três, há um cartaz de uma
rede de lanchonetes fast-food, onde está escrito em russo "мирменяется", que
significa "o mundo está mudando". Após a Queda do Muro de Berlim, um ano
antes, o crescimento do capitalismo no mundo deu início a uma corrida
descomunal de evolução de produção, e com isso, a Alemanha estava para se
tornar um dos líderes mundiais de produção. Enquanto isso, dentro da URSS,
revoluções conta ditadores soviéticos e pobreza extrema tomavam conta de
uma sociedade que não sobrevivia mais aquele antigo regime, que clamava por
uma solução. A obra retrata parte da vida de muitos que perderam empregos,
casas, posses e outros valores. A obra retrata a queda de um poder, que
perdia a sua força no mundo moderno. "O Mundo está mudando" é o retrato de
um último suspiro de uma potente sociedade.
RELEITURA DA OBRA "O mergulho" - Rafael Silveira, 2017. por
Caio Enrico Jungton

Ao entrar nas visitas virtuais disponíveis no site do Museu Oscar Niemeyer, de


cara uma exibição chamou a atenção, “Circonjecturas” de Rafael Silveira, com
cores fortes e uma temática de entrada circense que seduzia, a entrada parecia
obrigatória.

Diferentemente de outras exibições que levam consigo um clima deprimido e


melancólico para as obras, ou simplesmente paisagens e acontecimentos de
uma civilização, a diversidade de mídias exploradas na exibição encantava,
imagens em movimento, música, esculturas, instalações, desenhos, tudo
convidava o olhar com suas cores chamativas e construções fantasiosas, como
um parque de diversões que aguça o imaginário.

O óleo sobre tela das pinturas foi o que mais chamou atenção, especialmente
uma série delas feita pelo artista em 2017, que apresentam retratos humanos
descontruídos. E dessa série, a obra “O mergulho” foi a que mais me atingiu.

A obra utiliza o próprio retrato humano como moldura, estabelecendo um


contraste entre o que está dentro do corpo e fora pela paisagem. Do lado de
fora do corpo, um clima árido, montanhas de pedras ao fundo e um chão
arrasado pelo excesso de sol, acompanhada da presença de cactos. Já por
dentro da cabeça, um oceano, com cores vivas, plantas e peixes, além de uma
mistura ente um coração e um peixe, nadando por entre o oceano presente na
cabeça do retrato, algo totalmente novo, fruto da fantasia da obra e da
imaginação do autor, o que o torna ainda, um construtor de imagens.

Pela originalidade junto a complexidade das obras, pelo carisma apresentado e


por sair do que se espera em uma exibição de museu, “Circonjecturas” é uma
experiência imersiva que mesmo pelo meio virtual, chama a atenção.

Já sobre o autor e estilo, Rafael Silveira começou no final dos anos 80, ainda
criança a produzir fanzines, que são publicações feitas por fãs e para fãs de
determinado tema que tenham em comum, o que se seguiu também durante
toda a década de 90, quando publicava em fanzines e revistas independentes
seus quadrinhos, chegando até a publicar por famosas editoras norte-
americanas. A partir dos anos 2000, Rafael passou a se concentrar na
ilustração, e seu passado com fanzines e quadrinhos o seguiu. Em 2004 então
ele começou a pintar a óleo e desde então tem apresentado suas obras por
importantes palcos nacionais e internacionais.

Por possuir uma linguagem muito própria, seu estilo difere de outras obras do
cenário brasileiro, o que acaba lhe gerando um destaque. Rafael mistura temas
distintos em suas obras, como botânica, tatuagem, catálogos de moda e as
publicidades clichês dos anos 50, que podem ser vistas nessa exposição.

A obra escolhida “O mergulho”, faz parte de uma das recentes séries de pintura
do artista em óleo sobre tela, realizada em 2017, nela a figura humana serve
como moldura para uma apresentação psíquica, evidenciando o surrealismo e
o pop, características marcantes do autor.
RELEITURA DA OBRA ”Vibrações em azul” – Arcangelo
Ianelli,1995. por FelipeTanasovici Santos

Uma obra chamada “Vibrações emazul” que me chamou a atenção foi a do


artista Arcangelo Ianeli além de pintor foi escultor, ilustrador e desenhista,
nasceu em São Paulo em 1922 e morreu em 2009. Passando por varias fases
em sua carreira, sendo destaque da arte figurativa e geométrica. Começando
sua trajetória com o desenho de maneira autodidata, ainda na adolescência. o
curioso desse quadro é observar que, entre uma e outra fase, o que se opera
é jamais uma mudança radical. Elas se conectam, por acréscimo ou encontram
dos elementos, num derivar constante. Tudo se desenvolve como se o início de
um novo trabalho fosse uma consequência do anterior.

Após estudar e ler sua historia pude perceber que um artista nunca encerra por
completo, ou abandona, uma fatura para transitar para outra, antes refaz,
transforma, cria dimensões novas, valorizaas experiências ultrapassadas,
revigora mesmo algumas vezes, como que animado instintivamente do
propósito de conservar a linha da coerência, que é a linha predominante no
evolver de sua obra, desde os tempos iniciais"

Nesse período, faz pinturas e desenhos realistas, estruturados de acordo


com as características percebidas na pintura paulistana. Importante nome da
arte moderna no Brasil, sendo um dos nomes mais relevantes da pintura
nacional. Em alguns trabalhos, somem as linhas que separam uma cor da outra
e as manchas regulares de tinta são sobrepostas às formas retangulares, as
passagens de cor se tornam mais tonais vai evoluindo para as formas
geométricas até chegar na arte abstrata, seus quadros convidam as pessoas
para mergulhar nas cores.

Achei interessante que o autor cria uma geometria sensorial e


arbitrariamente estruturada que acaba desenvolvendo variações cada vez mais
concentradas em torno dos mesmos temas: como retângulo, o quadrado, o
deslocamento de eixos em relação à ortogonalidade, a superposição de
espaços transparentes, a ambiguidade entre frente, fundo, forma e suporte.
nessa obra pude compreender que de fato o quadro deve falar apenas por si,
sem necessidade de dissertações. Deve transmitir algo às pessoas sensíveis,
somente pelo conteúdo que esta sendo reproduzida. A cor é suficiente para
construir e expressar nosso universo. Difícil é saber como usá-la.

RELEITURA DA OBRA “Residência da Família Laforge’’-


Alfredo Andersen,1907. por Ana Beatriz Agio Dos Santos.

Ao fazer a visitação online do Museu Oscar Niemeyer, as obras em tinta a óleo


chamaram bastante minha atenção principalmente as que continham
paisagens com pessoas apreciando a vista apresentada, depois de olhar
algumas obras detalhadamente me deparei com o pintor Alfredo Andersen.
Após uma pesquisa aprofundada sobre sua vida e suas pinturas, encontrei um
quadro que me chamou bastante a atenção por suas cores vibrantes, diferente
de todas que já tinha visto que possuíam uma energia melancólica e de
profunda tristeza, o uso de cores primárias na tela faz com que a obra passe
uma energia alegre e traz o sentimento de tranquilidade, a pintura escolhida é
um retrato da fachada da residência do Engenheiro francês Charles Laforge e
sua família na cidade de Curitiba, onde Andersen morava após sair de seu país
natal.

Alfredo Emílio Andersen, nasceu em 1860, na cidade Christianssand na


Noruega, aos 13 anos de idade pintou sua primeira tela nomeada ‘’Akt’’ e
iniciou os estudos na Belas-Artes de Cristiânia em Oslo aos 17 anos. Abordo
de um veleiro chegou a costa brasileira deixando-o impressionado com a bela
vista e pintou uma tela do porto de Cabedelo na Paraíba. Após um tempo
morando no Brasil, Andersen decidiu voltar à América, mais especificamente a
Buenos Aires, mas ao passar em Paranaguá, onde seu barco parou em função
de reparos, simpatizou com o lugar e decidiu ficar no Brasil, onde conheceu
sua esposa Anna De Oliveira descendente dos índios Carijós. Após 1902, foi
para Curitiba, onde fundou uma escola de desenho e pintura. Andersen deu
aulas de desenho da Escola Alemã e no Colégio Paranaense, e se tornou
diretor das aulas noturnas da Escola de Artes e Indústrias. Em 1907, realizou
uma primeira individual em Curitiba, com 18 óleos, sendo quatro retratos, e os
restantes, paisagens e figuras.

No mesmo ano 1907, Andersen começou a criação do quadro ‘’ Residência da


Família Laforge’’, passou 5 anos pintando o registro do lar do famoso
engenheiro francês Charles Laforge que chegou a Curitiba no inicio do século
20. Em sua pintura podemos ver traços de Realismo, Impressionismo e
Romantismo. Identificamos em sua obra o retrato de uma paisagem que possui
características do jardim com flores e alguns arbustos diferenciados, assim
como vemos uma moça saindo da casa e indo apreciar o jardim a sua frente.
As cores utilizadas na pintura da casa chamam atenção por serem cores vivas,
assim como o azul utilizado em detalhes da roupa da moça e de algumas
pequenas flores na parede lateral da casa, o amarelo e um tom de verde mais
escuro são duas cores que estão bem presentes, o vermelho e o laranja são
encontrados em alguns pequenos detalhes das flores.

RELEITURA DA OBRA “Peregrino cego’’ - Antanas


Suktus,1962. por Ana Luiza Freitas Pereira.

Desde o primeiro momento em minha visita ao Museu Oscar Niemeyer, eu já


sabia que iria me interessar principalmente pelas fotografias (dito e feito). Entrei
na aba de fotos em preto e branco e me deparei com uma exposição chamada
“Um olhar livre – O cheiro do tempo”; sempre fui apaixonada pelo olhar mais
poético das coisas, então esse nome chamou muito minha atenção. Foi quando
busquei compreender a escolha daquele nome que me apeguei ainda mais à
coletânea de fotos.

Antanas Suktus foi um fotógrafo que viveu na época do socialismo, quando não
se podia ter liberdade real de expressão nas obras. Porém mesmo debaixo de
tais circunstâncias ele não se permitiu perder a essência de seu trabalho. O
fotógrafo transmitia em suas obras sempre o clique exato, com mais emoção e
melancolia. Com isso, elas poderiam perdurar por anos se mantendo vívidas,
históricas e impactantes. Esse era seu real objetivo, que suas fotografias
testemunhassem o ‘cheiro do tempo’, e daí surgiu o nome.
A obra que mais me cativou foi a do ‘Pioneiro cego’, um garoto com olhos
enormes que parecem enxergar a sua alma. É uma fotografia muito chamativa
justamente por causa de sua contradição, um menino que não pode ver, mas
que tem olhos que fazem você se sentir observado. Além disso, o garoto
fotografado também parece ter saído de um videogame, com suas proporções
faciais e formato dos olhos.

Suas roupas são características da época, ele veste o que parece ser um
paletó ou colete, combinado a uma camisa listrada e uma bela cabeça raspada.
Quando se presta mais atenção, é possível ver que os olhos são caídos, o que
talvez explique o fato da cegueira. O olho direito é tombado para baixo,
enquanto o olho esquerdo é normal. E apesar de tantas minúncias
encontradas, no fim é só um pioneiro olhando para a câmera no momento
exato.
IMAGENS DO DIA DA VISITA AO MON:Museu Oscar Niemeyer

Imagem 1: Visita realizada pela aluna Maria Eduarda Soledade Damaceno de


Souza ao Museu Oscar Niemeyer (MON) em 28 de maio de 2021
Imagem 2:Visita realizada pela aluna Maria Eduarda Soledade Damaceno de
Souza ao Museu Oscar Niemeyer (MON) em 28 de maio de 2021

Imagem 3:Visita realizada pela aluna Maria Eduarda Soledade Damaceno de


Souza ao Museu Oscar Niemeyer (MON) em 28 de maio de 2021
Imagem 4: Visita realizada pelo aluno Caio Enrico Jungtonao Museu Oscar
Niemeyer (MON) em 30 de maio de 2021

Imagem 5: Visita realizada pelo aluno Caio Enrico Jungtonao Museu Oscar
Niemeyer (MON) em 30 de maio de 2021
Imagem 6: Visita realizada pelo aluno Felipe Tanasovici Santos ao Museu
Oscar Niemeyer (MON) em 30 de maio de2021
Imagem 7: Visita realizada pela aluna Ana Beatriz Agio Dos Santos ao Museu
Oscar Niemeyer (MON) no dia 29 de Maio de 2021

Imagem 8: Visita realizada pela aluna Ana Beatriz Agio Dos Santos ao Museu
Oscar Niemeyer (MON) em 29 de maio de 2021
Imagem 9: Visita realizada pela aluna Ana Beatriz Agio Dos Santos ao Museu
Oscar Niemeyer (MON) em 29 de Maio de 2021

Imagem 10: Visita realizada pela aluna Ana Luiza Freitas Pereira ao Museu
Oscar Niemeyer (MON) em 29 de Maio de 2021
Imagem 11: Visita realizada pela aluna Ana Luiza Freitas Pereira ao Museu
Oscar Niemeyer (MON) em 29 de Maio de 2021

Imagem 12: Visita realizada pela aluna Ana Luiza Freitas Pereira ao Museu
Oscar Niemeyer (MON) em 29 de Maio de 2021
Imagem 13: Visita realizada pela aluna Laura Victória Santos Silva ao Museu
Oscar Niemeyer (MON) em 30 de Maio de 2021.

Imagem 14: Visita realizada pela aluna Laura Victória Santos Silva ao Museu
Oscar Niemeyer (MON) em 30 de Maio de 2021.
Imagem 15: Visita realizada pela aluna Laura Victória Santos Silva ao Museu
Oscar Niemeyer (MON) em 30 de Maio de 2021.

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