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Cubismo

• Entre os movimentos artísticos que


surgiram no final do século XIX e início do
século XX, o Cubismo talvez tenha sido o
que causou maior impacto.
• A incessante busca pelo naturalismo, que
ocorria desde o Pós-Impressionismo,
quebrou definitivamente as regras
tradicionais de sombreado e perspectiva
que deixavam as pinturas mais
tridimensionais, mais realistas.
Precursor: Paul Cézanne
• Historicamente o Cubismo originou-
se na obra de Cézanne, pois para ele
a pintura deveria tratar as formas da
natureza como se fossem cones,
esferas e cilindros. Para Cézanne, a
pintura não podia desvincular-se da
natureza, tampouco copiava a
natureza; de fato, a transformava.

Ele dizia: “Mudo a água em vinho, o mundo em pintura”. E era verdade. Em suas telas, a árvore da paisagem ou a
fruta da natureza morte não eram a árvore e a fruta que conhecemos – eram pintura. Preservavam-se as
referências exteriores que as identificavam como árvore ou fruta, adquiriam outra substância: eram seres do
mundo pictórico e não do mundo natural. Por isso, é correto dizer que Cézanne pintava numa zona limite, na
fronteira da natureza e da arte.
• Entretanto, os cubistas foram mais
longe do que Cézanne. Passaram a
representar os objetos com todas
as suas partes num mesmo plano. É
como se eles estivessem abertos e
apresentassem todos os seus lados
no plano frontal em relação ao
espectador. Na verdade, essa
atitude de decompor os objetos
não tinha nenhum compromisso de
fidelidade com a aparência real das
coisas.
• O pintor cubista tenta representar
os objetos em três dimensões,
numa superfície plana, sob formas
geométricas, com o predomínio de
linhas retas. Não representa, mas
sugere a estrutura dos corpos ou
objetos.
• Representa-os como se
movimentassem em torno deles,
vendo-os sob todos os ângulos
visuais, por cima e por baixo,
percebendo todos os planos e
volumes.
Principais características da pintura:

• geometrização das formas e volumes;


• renúncia à perspectiva, composição em duas dimensões;
• o claro-escuro perde sua função;
• representação do volume colorido sobre superfícies planas;
• preferência pelas linha cortadas, cruzadas;
• sensação de pintura escultórica;
• cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre
apagado ou um castanho suave.
Pablo Picasso e Georges Braque: os criadores
• Pablo Picasso e Georges Braque foram os criadores desse novo jeito de
fazer arte.

• Logo o movimento ganhou novos adeptos como Albert Gleizes, Fernand


Léger, Robert Delaunay e Juan Gris.
Picasso se inspirou nas máscaras africanas
Picasso se inspirou nas máscaras africanas
• A pintura apresenta 5 figuras
femininas dispostas como se
estivessem em um cenário de teatro,
com o corpo exposto em meio a panos
e cortinas. Algumas parecem estar
usando máscaras enquanto outras
parecem estar se contorcendo pra
mostrar todos os lados do corpo ao
mesmo tempo em um único plano.
Braque teve como referência as pinturas quase
geométricas do seu conterrâneo Paul Cézanne.
• As temáticas preferidas eram naturezas – mortas e retratos.
• Para resolver o problema da desconstrução das figuras, os cubistas
inseriam detalhes de formas conhecidas, como objetos ou partes do corpo
humano. Assim, elas forneciam indícios ao espectador para que este
percebesse a desconstrução que conferia a algumas obras a condição de
enigmas ou quebra-cabeças a sem decifrados visualmente.
• Muitas obras cubistas até são bem coloridas, mas, ao contrário dos
fauvistas, para os cubistas a cor não era tão importante. Picasso dizia
que não queria agradar ao espectador, mas sim apresentar problemas
e dificuldades a quem apreciasse suas obras. Compare os dois
retratos:
O cubismo se divide em duas fases:

• Cubismo Analítico (1909)

• Cubismo Sintético (1911)


• Cubismo Analítico (1909) caracterizado pela desestruturação da obra em
todos os seus elementos. Decompondo a obra em partes, o artista registra
todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a
visão total da figura, examinado-a em todos os ângulos no mesmo instante,
através da fragmentação dela. Essa fragmentação dos seres foi tão grande,
que se tornou impossível o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas
cubistas. A cor se reduz aos tons de castanho, cinza e bege.
• Cubismo Sintético (1911) reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à
destruição de sua estrutura. Basicamente, essa tendência procurou tornar as
figuras novamente reconhecíveis. Também chamado de Colagem porque
introduz letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até
objetos inteiros nas pinturas. Essa inovação pode ser explicada pela intenção dos
artistas em criar efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais
que a pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis.
Um pouco mais sobre Picasso...
• Fase Azul e Fase Rosa
• As fases azul e rosa de Pablo Picasso mostram a sua transição da
pintura acadêmica para o cubismo, movimento artístico em que foi
um dos fundadores.
• A fase azul de Pablo Picasso decorreu entre 1901 e 1904. O nome da
fase representa o predomínio do pigmento utilizado levando a uma
pintura quase monocromática. Percebe-se uma sensação de
depressão nas pinturas.
• Picasso conhece Fernande Olivier, uma modelo por quem se
apaixona. Aí se inaugura a fase rosa, que dura até 1906. Depois da
melancolia da fase azul, Picasso mudou o tema de seus trabalhos,
passando a representar as figuras de circo, mulheres e figuras
eróticas.
• Ao longo dos anos, a obra de Pablo Picasso adquiriu forte significado
político. Os temas sociais se tornaram uma bandeira, um símbolo mundial
contra qualquer violência ao ser humano. Apesar de morar em Paris, o
artista, que era espanhol, nunca perdeu o vínculo afetivo com sua terra
natal. Na década de 1930, as turbulências políticas ocorridas na Espanha
com o advento do fascismo já o atormentavam. O auge dessa crise foi a
deflagração da Guerra Civil Espanhola em 1936 na qual se enfrentaram: os
fascistas e os republicanos. Após muitas mortes, três anos depois a guerra
acabou com a vitória do regime fascista.
• Picasso reproduziu esse imenso painel de quase 8 metros de comprimento
para homenagear uma das cidades que mais sofreu os horrores da guerra,
Guernica.
• A obra é cheia de símbolos que fazem alusão a guerra e a tudo o que ela representa:
• A mulher segurando uma criança no colo é uma referência a Pietá de Michelângelo (Maria segurando Jesus
Cristo morto).
• Figura segurando uma tocha: alusão a Estátua da Liberdade construída em 1886 – símbolo de liberdade, algo
tão desejado durante uma guerra.
• A lâmpada no alto na verdade representa o clarão lançado por uma bomba. Esse clarão também pode ser
visto ao fundo da imagem.
• Os animais também tem um significado especial: o cavalo esquelético relinchando, segundo o próprio
artista, representa o povo sofrido gritando por socorro. Já o touro calmo e sereno representa brutalidade,
escuridão e é um símbolo da Espanha por causa da tradicional corrida de touros.
• A monocromia em cinza intensificam a violência na cena, o sofrimento e a morte.
• http://artenarede.com.br/blog/index.php/o-rosa-e-o-azul-de-
picasso/
• https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-
20/cubismo/
• http://www.falandodeartes.com.br/2018/03/cubismo-3-ano.html

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