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NÍVEIS DE LINGUAGEM

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NÍVEIS DE LINGUAGEM

A língua é de domínio público, pertence a todos os membros de uma


comunidade, e concretiza-se por meio do uso individual da fala, ou seja, cada
falante a utiliza conforme as suas necessidades de comunicação, seu grau de
escolaridade, sua faixa etária, ou sua região na qual reside, daí a dizer que a
língua possui variedades.

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NÍVEIS DE LINGUAGEM

No processo de comunicação torna-se imprescindível que o falante (emissor)


faça a seleção das variantes/níveis da língua, ou seja, as formas adequadas
para cada situação, considerando alguns aspectos, tais como: o que dizer, para
quem dizer, em que lugar e como dizer.

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NÍVEIS DE LINGUAGEM

Devemos usar as palavras/conceito do professor e acadêmico Evanildo Bechara:

“Guarda-roupa linguístico”

“Ser poliglota dentro da sua própria língua”

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NÍVEIS DE LINGUAGEM

Guarda-roupa linguístico

De manhã todo mundo abre seu guarda-roupa e escolhe a roupa para seus
momentos sociais. Isso deve acontecer também na educação linguística, ou
seja, devemos ter um guarda-roupa linguístico.

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NÍVEIS DE LINGUAGEM

A introdução sobre linguagem formal e linguagem informal apresenta aspectos


que diferenciam uma linguagem da outra pela escolha de estilo de quem está
falando ou escrevendo. A escolha de um ou outro estilo exige a adequação de
acordo com a situação em que a comunicação é feita. Quem é o destinatário?
Essa é uma consideração relevante, pois influenciará no tipo de diálogo,
conversa ou discurso feito por quem conduz a comunicação.

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NÍVEIS DE LINGUAGEM
Revisando:

Para entender e analisar adequadamente um texto (falado ou escrito),


precisamos identificar os componentes que fazem parte da situação
comunicativa: falante – ouvinte/escritor – leitor.
A fala apresenta as seguintes características:
• interação face a face (os interlocutores estão nos mesmos espaço físico e
tempo);
• planejamento simultâneo ou quase simultâneo à execução; sem condições
de consulta a outros textos;
• acesso imediato à reação (ao feedback) do ouvinte
• possibilidade de redirecionar o texto, posteriormente;
• ampla possibilidade de reformulação: essa reformulação é marcada, pública,
pode ser promovida tanto pelo falante como pelo ouvinte

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NÍVEIS DE LINGUAGEM
Revisando:

A escrita apresenta as seguintes características:

❖ interação a distância (tanto no espaço quanto no tempo);


❖ planejamento anterior à execução;
❖ não há possibilidade de resposta imediata - sem possibilidade de feedback
imediato;
❖ escritor pode modificar o texto a partir das possíveis reações do leitor;
❖ possibilidade de revisão para operar correções;
❖ livre consulta a outros textos;
❖ a reformulação pode não ser tão marcada, é privada e promovida apenas
pelo escritor;

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NÍVEIS DE LINGUAGEM

Desses traços decorrem os aspectos específicos, conforme o gênero do texto


produzido:
Oral: conversação espontânea, conversação telefônica, entrevista pessoais,
entrevistas no rádio ou na TV, debate, noticiário de rádio ao vivo, noticiário de TV
ao vivo, aula, exposição acadêmica, conferência etc.

Escrito: bilhete, mensagem de WhatsApp, e-mail, cartas ao leitor, entrevistas,


volantes de rua, notícias de jornal, ata de reunião, carta comercial, narrativas,
editorial de jornal, manuais escolares, bulas, receitas em geral, artigo científico,
leis, relatórios técnicos, textos acadêmicos etc.

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NÍVEIS DE LINGUAGEM

A nomenclatura linguagem formal e linguagem informal refere-se


primeiramente à maneira formal que você utilizará para escrever/falar com
alguém em ocasiões como uma entrevista de emprego, uma reunião com os
diretores na empresa em que você trabalha, uma apresentação sobre os
resultados do seu setor ou departamento, etc.

Toda língua culta quanto a língua popular, também identificada como coloquial,
possuem níveis!

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NÍVEIS DE LINGUAGEM – NÍVEL FORMAL

Em situações formais, como o próprio nome sugere, esse nível de fala é utilizado
pelas pessoas escolarizadas. A linguagem culta deve ser utilizada pelos meios
de comunicação escrita, como jornais, revistas, livros etc. O nível culto se
caracteriza pelo uso mais apurado do vocabulário e o cuidado com as regras
gramaticais. Em situações de cerimônia, deve ser usada a linguagem formal.

De modo geral, um falante culto, em situação comunicativa formal, buscará


seguir as regras da norma explícita de sua língua e ainda procurará seguir, no
que diz respeito ao léxico, um repertório que, senão for erudito, também não será
vulgar .

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NÍVEIS DE LINGUAGEM – NÍVEL FORMAL

O fragmento a seguir apresenta linguagem em nível formal.

A memória paulista está em risco. Um levantamento inédito produzido pelo


Sistema Estadual de Museus (SISEM), órgão ligado à Secretaria de Estado da
Cultura de São Paulo, mostra que 86% dos 415 museus paulistas têm, ao
menos, um problema grave.
Faltam políticas de conservação do acervo, cuidados de climatização, reservas
técnicas, funcionários e, em alguns casos, visitantes – porque há instituições
fechadas ao público. O diagnóstico mostra a situação em que se encontram
documentos e peças importantes para a história de São Paulo. Se bem utilizado
[o levantamento], pode indicar quais medidas urgentes devem ser tomadas pelos
responsáveis pelos museus.
FONTE: <http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/86-dos-museus-paulistas-tem-problemas-20110918.html>.

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NÍVEIS DE LINGUAGEM – NÍVEL FORMAL

conforme Preti (1999), apresenta as seguintes características:


• é a variante de maior prestígio social na comunidade;
• é realizada com certa uniformidade pelos membros do grupo social de padrão
cultural mais elevado;
• é a que cumpre o papel de impedir a fragmentação dialetal;
• é ensinada pela escola;
• é usada na escrita em gêneros discursivos em que há maior formalidade;
• é a que mais se aproxima dos padrões da prescrição da gramática tradicional;
• é a mais empregada na literatura;
• é empregada pelas pessoas cultas em diferentes situações de formalidade.

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NÍVEIS DE LINGUAGEM – NÍVEL INFORMAL

A espontaneidade é característica presente neste nível de linguagem. No dia a


dia, em situações informais, as pessoas não estão atentas ao que é certo ou
errado, segundo a linguagem padrão. Elas se comunicam com maior liberdade e
necessitam, muitas vezes, de agilidade na transmissão da mensagem.

o objetivo não é ter uma gramática correta, mas um contexto


compreensível entre os falantes.

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NÍVEIS DE LINGUAGEM – NÍVEL INFORMAL

A maneira informal refere-se a uma comunicação mais descontraída(usa-se as


gírias, vícios de linguagem). É quando você está com seus amigos ou familiares
em uma festa, em um bar, ao telefone, está nas músicas (Televisão dos Titãs –
Inútil do Ultraje a Rigor), programas de auditório e novelas.
Ou seja, quando quem está conversando com você é alguém mais próximo, é
uma pessoa do seu convívio e com quem você já tem mais intimidade e está
acostumado a utilizar uma linguagem não rebuscada.

Geralmente, nos diálogos encontramos exemplos da linguagem coloquial. O


texto que segue O Poeta na Roça, de Patativa do Assaré, reproduz o nível
informal. Observe:

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NÍVEIS DE LINGUAGEM – NÍVEL INFORMAL
O poeta da roça
Sou fio das mata, cantô da mão grossa,
Trabaio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de paia de mio.
Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná. [...]

• “Farta muito pra essa veia se mexê?”


• “Os vizinho não chega nunca pra proseá”.

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NÍVEIS DE LINGUAGEM – NÍVEL INFORMAL

Uma pessoa pode parecer perfeitamente educada ao solicitar a um


desconhecido, no café, que lhe passe o açucareiro, dizendo-lhe simplesmente:
Por favor, me passa o açucareiro?

Seria certamente ridículo, nessa situação, usar uma expressão formal, como:
Por obséquio, queira me passar o açucareiro?, embora ela seja
perfeitamente enquadrada nas normas mais elaboradas da língua;

por outro lado, poderia parecer grosseiro dirigir-se a um interlocutor


desconhecido dizendo, informalmente: Cara, passa esse açucareiro aí?

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NÍVEIS DE LINGUAGEM – NÍVEL INFORMAL

você precisa ter o devido cuidado ao corrigir os desvios da norma, o que sempre
deve ser feito de forma didática e conscientizando os educandos dos motivos
pelos quais tal variedade não é adequada à ocasião ao invés de, simplesmente,
acusá-la de inaceitável, “errada”.

conceitos de adequado e inadequado são mais convenientes e exatos,


porque refletem o uso da língua nos mais diferentes contextos

O mercado de trabalho precisa de profissionais que utilizem a linguagem


formal e a linguagem informal adequadamente dentro de suas
necessidades

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NÍVEIS DE LINGUAGEM – NÍVEL INFORMAL

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NÍVEIS DE LINGUAGEM – NÍVEL INFORMAL

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NÍVEIS DE LINGUAGEM – NÍVEL INFORMAL

Difusora Manaus

Eduardo Silva e Paulo Guerra Alberto Pellegrini

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NÍVEIS DE LINGUAGEM – NÍVEL INFORMAL

As gírias

Apesar de muitas pessoas pensarem que a gíria é um desvio da linguagem, a


maioria já pronunciou palavras como: bacana, cara, cuca, entre outras, não é
mesmo? O que não podemos esquecer é que a gíria não pertence à linguagem
padrão, não é aceita em situações de formalidade, como, por exemplo, redações
de vestibular, ofícios, preenchimento de relatórios, e-mails, textos acadêmicos,
artigos científicos etc.

Assim, podemos afirmar que a língua formal não aprova o uso de gírias, salvo
em reprodução de falas de personagens. Quando usada em momento oportuno,
ela cumpre o papel de denotar expressividade, podendo revelar grande
criatividade do emissor, à medida que esteja adequada à situação: adaptada ao
meio, à mensagem e a quem a receber.

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NÍVEIS DE LINGUAGEM – NÍVEL INFORMAL

As gírias

A gíria, portanto, é característica da linguagem informal. Para Terra (1997, p. 66)


“[...] a gíria é uma variante da língua padrão utilizada por indivíduos de um grupo
social ou profissional em circunstâncias especiais”. Muitas vezes utilizamos
algumas delas sem perceber que não estamos fazendo uso da linguagem
formal, pois encontramos gírias diferenciadas, como, por exemplo: a dos jovens,
a dos surfistas, a dos jogadores de futebol, entre outras.
Constantemente surgem novas gírias e outras caem em desuso, isso porque a
gíria, como já mencionado, é uma variante da língua, e esta, por sua vez, está
em constante evolução e/ou reformulação.

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