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NÍVEIS DE LÍNGUA - TRABALHO DE LÍNGUA PORTUGUESA

1. Introdução

O presente trabalho da disciplina de Língua Portuguesa visa abordar sobre os


níveis da língua, visto que, uma mesma pessoa, dependendo do meio em que
se encontra, das pessoas com quem se comunica, usará diferentes níveis de
linguagem.

Dessa forma, este trabalho objectiva apresentar e discutir os principais aspectos


dos níveis de língua. Com isso, o desenvolvimento dessa exposição perpassará
os seguintes objetivos: i) definir níveis de língua; ii) mencionar e descrever os
principais níveis de língua.

Para a elaboração desta exposição, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e


qualitativa que visa levar em consideração não só a quantidade, mas também a
qualidade e a compreensão que o pesquisador teve sobre o assunto pesquisado.
2. Definição de Níveis de Língua

Os níveis de linguagem, ou níveis de fala, são os registros da linguagem


utilizados pelos falantes, os quais são determinados por vários factores de
influência.

Os níveis de linguagem são determinados pela cultura e formação escolar dos


falantes, pelo grupo social a que eles pertencem e pela situação concrecta em
que a língua é utilizada.

Dentre os estudiosos da língua, existem vários níveis de linguagem, mas a


maioria deles considera que o uso da língua pode ocorrer em dois níveis
principais:

 O coloquial e
 O culto

Pretti (2003) prefere tratar esses dois níveis de linguagem como dialetos,
fazendo a seguinte divisão: o dialeto social culto e o dialeto social popular.

Além disso, a língua pode ser utilizada em dois registros diferentes: o formal e o
informal, que admitem também certa escala de graus – indo do mais formal ao
mais informal.

Um falante adopta, portanto, diferentes níveis e registros da língua ao falar,


dependendo das circunstâncias em que se encontra: conversando com amigos,
expondo um tema histórico na sala de aula ou dialogando com colegas de
trabalho.

Por exemplo, um juiz não falará em tribunal tal como fala num jantar com família
e amigos.

2.1. Nível culto

O nível culto é muito utilizado em ocasiões formais, é também aquele que mais
obedece às regras gramaticais. Também é chamada de norma padrão, nela se
escolhe com mais cuidado o vocabulário utilizado na comunicação. No entanto,
é a linguagem usada na escrita e que aprendemos na escola.

Pretti (2003) designa este nível como o dialeto social culto, que “se prende tanto
às regras da gramática, tradicionalmente considerada normativa e aquela
comumente ensinada na escola, como aos exemplos da linguagem literária, mais
conservadora”. O autor também comenta que esse dialeto culto é, no entanto,
eleito pela própria comunidade como o de maior prestígio, refletindo um índice
de cultura a que todos pretendem chegar. Assim, de certa forma “aprender a
língua” significa aprender o dialeto culto.

Pretti (2003) alerta ainda que, em geral, os falantes têm a consciência de que a
língua no nível culto é de facto o dialeto social único e ideal, ocorrendo o nível
popular como uma deturpação do primeiro.

Não precisa-se ir muito longe para entender o conceito. Basta não concordar
sujeito com verbo e já tem aí uma transgressão gramatical, por exemplo: “A
gente avisamos para ele se afastar.”.

As frases comuns em linguagem culta são:

 Considero viável começar por este projecto.


 Estava muito abatido hoje.
 Poderia falar com o departamento de compras, por favor?
 Tenho comigo o resultado dos exames.
 Agradeço que conversem mais baixo.

2.2. Nível coloquial

O nível coloquial que também é considerado de popular, é utilizado na


conversação diária, em situações informais, descontraídas. Sendo assim, há
nesse nível de linguagem o registro informal da língua, ou seja, uma utilização
mais espontânea e criativa da linguagem, e há uma preocupação menor com as
regras e com as palavras do discurso.

Pretti (2003) denomina este nível como o dialeto social popular que “é mais
aberto às transformações da linguagem oral do povo.”

Colóquio significa conversa, é nela que pode-se perceber deslizes de


concordâncias, repetições e cacoetes como: tá, né. Por exemplo, uma dona de
casa, ao participar de uma entrevista, pode expressar sua opinião sobre a
actuação dos jogadores na Copa utilizando alguns clichês típicos do nível
coloquial como: “fiquei em cima do muro” e “pelo andamento da carruagem”.
Além disso, sua fala pode apresentar elementos típicos da oralidade como o
“né?” e expressões curiosas como: “na dura força”. Podem acontecer ainda
deslizes na concordância: “veio duas amigas...”

No entanto, é possível observar o uso da língua em nível coloquial no texto


escrito, não só na reprodução da fala de algumas personagens na literatura
como também em bilhetes de nosso dia a dia, emails e conversas pela internet.

A linguagem coloquial não é incorrecta, motivo pelo qual ela não pode ser
caracterizada como inculta, afinal, qualquer pessoa a usa num ambiente
descontraído.

No entanto, a descontração pode dar abertura a algumas transgressões


gramaticais, de onde podem surgir as variantes linguísticas e, em alguns casos,
até pode surgir a linguagem vulgar.

As frases muito usadas em linguagem coloquial são:

 Acho que a gente tem que começar por aqui.


 Tava super derrubado hoje.
 Alô, posso falar com a Ana?
 Olha o resultado dos exames que você pediu.
 Cala a boca.

2.2.1. Subníveis do nível coloquial

Os subníveis do nível coloquial são:

 Gíria;
 Calão;
 Regionalismo;

A Gíria são palavras criadas, inventadas por determinado grupo social com o
objectivo de distinguir seus usuários dos demais falantes da língua. Às vezes,
quando muito utilizada, pode migrar para o nível coloquial e, tempos depois, até
para o nível culto. Um surfista, ao participar de uma entrevista a um telejornal,
usa muitas gírias: pô, véio, sacar, beleza, curtir, massa, “mermão”.

Os tipos de gírias são: profissional, estudantil e social.

O Calão é comumente considerado como um código que se reflecte pelo baixo


nível de uso da língua, caracterizando-se por termos obscenos, grosseiros e
jocosos (cómico). Calão é frequentemente usado, por exemplo, por marginais,
gangues, indivíduos com baixo nível de escolaridade, etc.

Regionalismo é o conjunto de particularidades linguísticas e culturais de uma


determinada região geográfica e é caracterizado com expressões, sotaques,
provérbios e costumes típicos dessa região.
3. Conclusão

Com base nas pesquisas realizadas acerca dos níveis de língua, conclui-se que,
o nível da linguagem varia de acordo com a situação em que se desenvolve o
discurso, o ambiente sociocultural, e o vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até
a entoação. Por isso são dois níveis principais que são, nível culto e nível
coloquial.

Em geral, os falantes têm a consciência de que a língua no nível culto é de facto


o dialeto social único e ideal, ocorrendo o nível coloquial ou popular como uma
deturpação do primeiro.

Em rigor, ninguém comete erro em língua. O que normalmente se comete são


transgressões às regras gramaticais. Portanto, quem pratica a língua em nível
coloquial ou popular não fala de forma errada, apenas fala de acordo com o meio
em que vive. O importante é usar a língua de forma adequada ao interlocutor, ao
contexto e ao assunto.

Falar errado é não se fazer entender em seu meio ou usar uma variedade
inadequada ao ambiente em que se encontra, pois há factores sociais,
econômicos e regionais que justificam a variação.
4. Bibliografia

Núcleo de professores e tutores do Campus Virtual da Universidade Cruzeiro do


Sul. Níveis de Linguagem. Disponível em:
https://arquivos.cruzeirodosulvirtual.com.br/materiais/disc_2012/2sem/lp/un_I/te
xto_teorico_. Consultado no dia 28 de Marco de 2022.

PRETI, Dino. Sociolinguística: os níveis de fala. São Paulo: Edusp, 2003.

__________. https://www.todamateria.com.br/niveis-de-linguagem/. Consultado


no dia 28 de Marco de 2022.

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