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Comunicação Pessoal e

Empresarial
ARTUR OSVALDO DOS SANTOS
COMUNICAÇÃO
UNILATERAL E BILATERAL
A comunicação unilateral só exige a A comunicação bilateral é aquela que
actuação de um emissor, enquanto o exige reciprocidade entre o emissor e
receptor é passivo. Estão neste caso, os o receptor, que alternam os papéis.
locutores dos media.
Ex.: As conversas, os diálogos, as
Ex.: Rádio, televisão, cartaz de parede
entrevistas, etc.
com as suas mensagens publicitárias e de
propaganda ou aquele que pronuncia Aqui, os locutores vêem-se

uma palestra ou um discurso. obrigados a construir ou a alterar a


sua mensagem de acordo com os
De realçar que a comunicação unilateral à
dados que se definem na situação
distância, frequentemente, é estabelecida de
um emissor para vários receptores, comunicativa. A comunicação

denominando-se, por isso, difusão. É o que bilateral permite que se estabeleça


sucede com a rádio, a televisão, o cinema e uma troca de papéis entre emissor e
a imprensa escrita. receptor.
➢ Compartilhar informações;

➢ Interagir uns com os outros;

➢ Fazer-se perceber;

➢ Persuadir o seu receptor/público, etc.


Norma
Norma
Uma variedade linguística, normalmente
associada à variedade das classes sociais mais
altas e aos centros urbanos de maior influência,
que se impõe como variedade de prestígio e
que é instituída como modelo a seguir em
situações de uso mais institucional da língua.

A norma é uma convenção social e abrange:


➢ A ortoépia;
➢ A ortografia;
➢ A selecção vocabular;
➢ Os princípios de interacção conversacional;
➢ Questões sintácticas;
➢ Os princípios de cortesia;
➢ A atribuição de significados; ➢ Outras convenções de escrita.
➢ Os conectores;
Como se define uma norma
➢ A norma é uma convenção social;

➢ A norma estabelece-se por força do hábito;

➢ A norma segue geralmente a tradição culta.

Obs.: Há muita arbitrariedade da norma. Nem sempre a


justificação é óbvia.
Por que razão é necessário uma norma
➢ A norma é uma variedade unificadora da língua;
➢ A norma é a variedade consagrada nos instrumentos associados à institucionalização
de uma língua, ao seu ensino e à sua difusão: dicionários, gramáticas, manuais
escolares, etc.
➢ Paradoxalmente, a norma é a variedade que permite igualdade de oportunidades a
todos, independentemente da sua origem;
➢ A norma é um veículo de integração social;
➢ A norma garante alguma estabilidade na comunicação;
➢ A norma tem fundamentalmente uma função social:
▪ Língua oficial;
▪ Língua de escolaridade;
▪ Língua de cultura;
▪ Língua de prestígio.
Normas da Língua Portuguesa
1. Variedade europeia: 2. Variedade brasileira:

Variedade falada pelas camadas Variedade falada pelas camadas cultas


dos centros urbanos de Rio de Janeiro e
cultas dos centros urbanos de
São Paulo (mas também Recife,
Lisboa e Coimbra.
Salvador, Porto Alegre, etc.)

Exemplos: Exemplos:
➢ Vocabular: telefone, autocarro, casa ➢ Vocabular: celular, ônibus,
de banho; banheiro;
➢ Semântico: sumo, fotocópia.
➢ Semântico: suco, xerox.
➢ Fonético: António, económico, etc.
➢ Fonético: Antônio, econômico, etc.
➢ Sintáctico: Ela deu-me um livro.
➢ Sintáctico: Ela me deu um livro.
3. Variedades africanas:

Os países de língua oficial ainda não têm uma norma.


Seguem, portanto, a norma europeia.

Há, portanto, uma tendência para a formação dessas


variedades, sobretudo a de Português de Angola e de
Moçambique que já tem merecido alguns estudos por parte
dos especialistas.
A língua Portuguesa em Angola
Em Angola, a Língua Portuguesa é:

➢ É língua oficial;

➢ Língua de ensino;

➢ Língua da Administração. Apesar disso, a Língua Portuguesa


coabita com:

Kimbundu, Umbundu, Kikongo,

Chokwe, Nyaneca, Nganguela,

Fiote, Kwanhama, etc.


Usos da língua (níveis de língua)

Os níveis de língua são variedades de realizações da língua


e dependem, assim, quer do nível cultural, do meio
social ou da situação em que se encontra o emissor e do
recetor a quem se dirige, quer dos estados de evolução da
língua através dos tempos.
1. Língua cuidada – nível de 2. Língua familiar – nível
língua que recorre às expressões usado entre amigos e
bem elaboradas, tem perfeição
caracterizado pelo emprego
estrutural e precisão vocabular,
de vocabulário e frases não
de cunho erudito.
cuidados.

Ex.: Considero que aquele


sotaque tem uma musicalidade Ex.: Que sotaque giro! É
claramente harmoniosa! Melhor, mesmo fixe!
fascinante!
3. Língua popular – variedade da
língua que, de um modo geral, reflecte
um nível de escolarização pouco
elevado, podendo incluir:
Calão – nível de língua que implica a Gíria – nível de língua usado por grupos
utilização de termos sentidos como socioprofissionais restritos.
grosseiros.
Ex.: O gajo não apareceu Ex.: O Manuel é um gato.
O João é um chavalo. O assaltante abriu o jogo ao polícia-

Regionalismos – termos e outras Língua literária – implica o uso de recursos


especiais a nível do significante, da estrutura
características da língua usados
frásica e apresenta predomínio da linguagem
numa determinada região conotativa a nível do significado.
restritos.
Ex.: Gosto de ouvir o português do Brasil
Ex.: Cê está bem? Onde as palavras recuperam sua
substância total…
Prossora, espera inda. Sophia de Mello Andresen
Competências do falante
Competência linguística – é a capacidade
intuitiva que o falante tem de usar a sua língua
materna, de acordo com as regras que presidem
ao seu funcionamento, o seu conhecimento da
língua.
Competência comunicativa – é a capacidade que o
falante tem de usar a língua de forma adequada às
situações de comunicação em que se encontra. Para
além da competência linguística, o falante tem que
dominar conhecimentos extralinguísticos e
contextuais.

Competência metalinguística – consiste na


reflexão sobre os mecanismos de
funcionamento de língua e no conhecimento
das regras que a regem.
EXERCÍCIOS
1. O que difere a comunicação unilateral da
bilateral?
2. Em que contexto formal, que nível de linguagem
devemos utilizar?
3. É necessário a existência de uma norma?
Justifique.
4. Quando devem ser usados outros níveis de
linguagem?

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