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Agostinho Neto
ÍNDICE DE TABELAS
I
ÍNDICE DE GRÁFICOS E FIGURAS
II
LISTA DE ABREVIATURAS
DF – Demonstração Financeira
III
RESUMO
Este trabalho faz uma avaliação da utilização por parte das empresas privadas, da auditoria,
como ferramenta de controle dos gestores a fim de avaliar se os critérios e normas adotadas
estão em conformidade com a legislação pertinente e identificar possíveis contingências.
O objetivo deste trabalho é demonstrar como esse mecanismo que terá a finalidade de
eliminar as exações ilegais e minimizar os custos pode auxiliar os gestores das organizações
na tomada de decisão.
Justifica-se este trabalho pela necessidade de avaliação dos impactos incorridos nas
organizações que utilizam da auditoria como ferramentas gerenciais no seu quotidiano,
objetivando uma maior eficácia nos procedimentos adotados e que os mesmos estejam em
conformidade com a luz da legislação.
IV
ABSTRACT
This paper assesses the use by private companies, the audit as a control tool for managers to
assess whether the criteria and standards adopted are in accordance with relevant legislation
and identify possible contingencies.
The objective of this work is to demonstrate how this mechanism will be designed to
eliminate illegal exactions and minimizing costs can assist managers of organizations in
decision making.
This work is justified by the need to evaluate the impacts incurred in organizations that use
the audit as management tools in their daily lives, aiming to greater efficiency in the
procedures adopted and that they comply with the light of the legislation.
The methodology will consist of library research, auditing books, academic works in the
same area, sites related to the subject and documentary analysis.
V
ÍNDICE
ÍNDICE DE TABELAS ........................................................................................................ I
RESUMO ............................................................................................................................ IV
ABSTRACT ......................................................................................................................... V
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
VI
CONCLUSÕES .................................................................................................................. 46
RECOMENDAÇÕES ........................................................................................................ 47
VII
INTRODUÇÃO
Nos dias de hoje há maior competitividade empresarial, onde cada organização busca de
alguma forma obter diferenciais para obter êxito em seus negócios atingir os resultados
esperados as informações geradas pela contabilidade e as sua ramificações tem se tornado
de grande ajuda para criação de estratégias inovadoras e de impacto. Neste sentido as
empresas têm buscado auxílio na auditoria a fim de identifacar possíveis contigências nos
registos contabilísticos que estejam inviabilizando a continuidade dos negócios.
Formulação do problema:
O problema identificado está direcionado na realidade que empresas privadas estão cada vez
mais empenhadas em adoptar o sistemas de gestão e controlo interno cada vez mais
eficientes, para obter bons resultados. Desta forma, urge colocar o seguinte pergunta de
partida:
Até que ponto à auditoria é um instrumento necessário para que os gestores possas utilizar
de maneira a contribuir no crescimento – desenvolvimento das empresas comerciais?
Problema de Pesquisa
Como toda pergunta de partida merece uma resposta, formulamos as seguintes hipóteses:
Formulação de Hipóteses
1
H2 – Se as recomendações da auditoria, não forem compridas nas empresas privadas, não
irão propiciar um impacto significativo na gestão das empresas privadas nem auxiliar na
melhoria dos resultados financeiros.
Justificativa do Tema:
Por formas a se obter uma visão mais realista e não somente teórica no tratamento do tema,
fez-se um estudo na empresa SEAS – Gestão e Exploração de Aterros Sanitários
Por ser a unidade económica comercial que procura aplicar estratégias que lhe
permitam crescer, desenvolver e corresponder com as expectativas quanto ao serviço
por ela prestado a sociedade.
Objectivos
Objectivos Gerais:
Contribuir para uma reflexão profunda sobre a importância do papel que a auditoria pode
desempenhar e do contributo que a mesma pode dar para a melhoria da gestão, e
competitividade da Empresa SEAS – Gestão e Exploração de Aterros Sanitários no seu
sector comercial e seu desempenho, crescimento e desenvolvimento.
Objectivos Específicos:
Delimitação da Pesquisa
O presente estudo é sobre a auditoria nas empresas privadas, efectuando uma análise
financeira dos indicadores financeiros nos períodos de 2015 à 2016.
Universo de Pesquisa
Como amostra do nosso estudo, usamos as demonstrações financeiras publicadas dos anos
2015 e 2016 respectivamente que serão objecto de análise para responder o problema de
pesquisa.
2
Tratamento e análise de dados
Com base nos relatórios de contas obtidos, pretendemos com base ao estudo de caso
evidenciar:
Estrutura do Trabalho
Para alcançar os objectivos desse trabalho, tivemos que dividi-lo em três distintos capítulos:
3
CAPITULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo vamos tecer algumas considerações sobre o significado da Auditoria num
contexto geral, variando de autor para autor, enunciado a sua importância e a sua evolução
histórica a nível mundial e nacional concomitantemente fazendo uma breve resenha sobre as
normas que regem essa ciência chamada Auditoria
Segundo Costa (2007, p. 54) afirma que, etimologicamente a palavra auditoria tem a sua
origem no verbo latim, audire o qual, significa”ouvir”, conduziu a criação da palavra
auditor (do latim, auditore) como sendo aquele que ouve, ou seja, o ouvinte. Isto pelo facto
que nos primeiros dias da auditoria, os autores tiveram as suas conclusões fundamentalmente
com base nas informações verbais que lhe eram transmitidas.
Conforme Carlos Baptista da Costa (2000, p.52), a Auditoria moderna teve o seu início na
Grã-Bretanha em meados do século XIX como consequência da revolução industrial feita
anos antes. Segundo o mesmo autor, a partir desta data começou-se a praticar a contabilidade
e a auditoria como hoje são entendidas, devido principalmente ao grande incremento das
empresas industriais e comerciais, as quais começaram a sentir a necessidade de implementar
bons procedimentos contabilísticos e eficientes medidas de controlo interno. Por outro, o
facto de a maior parte de tais empresas serem sociedades anónimas implicou que as
demonstrações financeiras apresentadas aos accionistas fossem auditadas. Acreditava-se,
todavia, que o termo auditor, evidenciando o título de quem prática essa técnica, tenha
aparecido nos fins do século XVII, na Inglaterra, durante o reinado de Eduardo I.
Na perspectiva de Sá (1993, p. 17), a auditoria é uma das aplicações dos princípios científicos
na contabilidade, baseada na verificação dos registos patrimoniais das empresas, para
observar-lhes a exatidão, embora este não seja o seu exclusivo objecto. Sua importância é
reconhecida desde os mais remotos tempos, havendo notícias de sua actuação já na
longínqua civilização suméria.
4
capital investido de forma implícita e o retorno dos investimentos foram algumas das
preocupações que exigiram a opinião de alguém não ligado aos negócios e que confirmasse,
de forma independente, a precisão das informações prestadas, dando desta forma o
surgimento da auditoria.
Outro facto assinalado, em 1934, nos Estados Unidos, que a profissão de auditoria assumiu
importância e criou um novo estimulo, uma vez que as empresas que transaccionavamacções
na Bolsa de Valores foram obrigadas a utilizarem-se dos serviços de auditoria para dar maior
credibilidade as suas demonstrações financeiras (Attie, 2006, p.28).
De acordo com Franco e Marra (2001, p.39), a auditoria surge primeiro na Inglaterra, que
como denominador dos mares e controladora do comércio mundial, foi a primeira a possuir
as grandes companhias e a primeira também a instituir a taxação do imposto de venda,
baseado nos lucros da empresa, isto tudo em 1344 como relata a enciclopédia britânica.
O seu aparecimento como prática sistematizada, entretanto, parece-nos que somente ocorreu
no Séc. XIX como se depreendido facto que a partir da metade desse século é que começaram
a surgir as primeiras associações de contadores publicas, profissionais que exercem as
funções de auditores.
Boynton, Johnson e kelly (2002, p. 34) em seus estudos referem que a auditoria começou
em época tão remota quanto a contabilidade. Surgida em meados do século XIX na
Inglaterra, como consequência da revolução industrial, que teve lugar no século XVIII. As
transformações do sistema social, operadas no decurso do século XX, em virtude dos quais
o Estado passou a assumir novas funções, inclusive, produtivos no sentido de satisfazer as
necessidades colectivas, provocaram um elevado aumento das despesas públicas e
1
Conjunto dos sacerdotes de um culto, de um país
5
consequentemente o endividamento público sem, contudo, implicar um aumento da
qualidade dos serviços prestados aos cidadãos.
Inicialmente as auditorias tinham que ser realizadas por um ou mais accionistas que não
eram administradores das empresas e que recebiam as delegações dos demais accionistas.
Faremos uma breve abordagem do nível de auditoria a partir de 1990 até a presente data.
Relativamente ao nosso país, a Auditoria começa a ganhar corpo com os primeiros contactos
estabelecidos entre os portugueses e as autoridades tradicionais existentes em Angola, apesar
de existirem práticas que evidenciam o controlo, com a contagem das riquezas, para fins de
pagamentos de tributos aos sobados por parte das diferentes tribos. Logo para exercer tal
controlo, os reinos enviavam seus representantes para junto das diferentes tribos com
objectivo de avaliarem os excedentes da produção para serem tributados aos soberanos.
Este período é caracterizado por uma economia tradicional onde a maior parte da produção,
era essencialmente para o consumo das famílias. A medida que os reinos mais poderosos
foram estendendo o seu domínio sobre os outros, houve a necessidade de estes enviarem
representantes seus aos reinos sob seu domínio, com o objectivo de contabilizar e controlar
o excedente de produção e dum modo geral as riquezas que sob forma de tributos eram
reservadas ao soberano dos reinos.
A evolução da Auditoria nesta fase está marcada por várias etapas, sendo:
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Até 1800, período marcado por trocas directas entre os portugueses e as autoridades
tradicionais representadas pelos reinos onde a “Auditoria” quase não se fazia sentir dado o
espírito de cordialidade que animava as trocas. No entanto e, à medida que a penetração
colonial ganhava terreno, com o uso da força das armas, estes foram impondo mecanismos
de controlo bastante rígidos aos territórios ocupados, controlo esse que tinha como finalidade
o comércio de escravos e cuja fiscalidade era feita por agentes da nobreza mandatados pelos
sucessivos reis de Portugal.
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contas, bem como dos guarda-livros em termos da Contabilidade Industrial. É ainda nesta
etapa que depois da implantação da Fazenda e Contabilidade, surgiram os primeiros órgãos
especializados em Auditoria externa às empresas e Instituições Públicas, fazendo com que a
Auditoria não se confundisse com a inspecção.
3. Após independência
De 1975 à 1991, foi uma fase marcada por uma economia centralizada, onde o Estado
Angolano nacionalizou todo o sector produtivo, confiscando para o sector público todo
parque industrial. Durante a vigência da economia centralizada, a Auditoria conheceu uma
fase de estagnação devido o facto do próprio Estado ter sido o principal interveniente no
controlo e fiscalização às unidades económicas estatais e mistas do país, políticas essas que
eram de forma inapropriada executadas pelo Ministério das Finanças e do Controlo Estatal.
Desde 1991 até a presente data, é a fase marcada pela viragem em termos de política
económica, passando da economia centralizada para a economia de mercado. Esta abertura
permitiu que houvesse maior liberalização da economia, surgimento de pequenas e médias
empresas, maior implantação de empresas multinacionais e com maior abertura em termos
de investimentos estrangeiros.
Estas firmas chegavam ao país vindo do exterior do continente africano. Com a abertura do
país ao investimento externo, muitas empresas estrangeiras com filiais ou sucursais em nosso
país passaram a enviar informações nas suas sedes para a elaboração de balanços
consolidados.
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É assim que as principais firmas de auditoria instalaram-se no país, como resposta ao volume
de solicitações que vinham obtendo por parte das holdings de empresas que operavam em
Angola.Com o alcance da paz efectiva em 2002 e da estabilidade económica, o país passou
a registar taxas de crescimento económico na ordem dos dois dígitos. Em 2007, a taxa de
crescimento do PIB foi de 24,4%, facto que se justifica pelo crescente número de empresas
que operam no país nos segmentos de extracção e da construção civil e obras públicas.
A lei de Valores Mobiliários estabelece que as empresas cotadas na bolsa devem ter as contas
auditadas. Deste modo, as empresas que perspectivam num futuro breve estarem cotadas na
bolsa, têm procurado com mais frequência estes serviços.
Como consequência das situações acima referidas, todas as grandes firmas de auditoria
externa já operam no país, destacando-se as seguintes:
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1. Price Waterhouse Coopers &Artur Anderson;
2. Ernest Young;
3. DelloiteTouche Tohmatsu e;
4. KPMG.
Todas as empresas de auditoria internacionalmente citadas são regidas por um conjunto de
princípios, normas e directrizes que devem ser tidas em conta no exercício da actividade de
auditoria.
É censo comum que geralmente não existe definições rígidas para os mais diversos
conceitos, uma vez que os mesmos podem ser analisados sob diversos pontos de vista.
Ao falar do conceito Auditoria, verificamos que foram escritos muitos argumentos ao longo
do tempo, dos quais podemos destacar os seguintes:
Holmes, (1968) numa clara visão da sua época afirma: “ A Auditoria é o exame de
demonstrações e registos administrativos. O auditor observa a exactidão, a integridade e a
autenticidade de tais demonstrações, registos e documentos”. Explica ainda que, a
“Auditoria é uma crítica e sistemática observação do controlo interno da entidade e dos
documentos que, em geral, circulam nela.
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privado, instituição, corporação, firma ou pessoa ou de algumas pessoa (s) de confiança, com
o objectivo de averiguar a correcção dos registos e expressar opinião sobre os documentos
revisados, comummente em forma de certificado, segundo (Marques, 1997).
Sá, (2002) afirma: “as palavras Auditoria ou censura de contas relacionam-se com a revisão
e verificação de documentos contabilísticos, registos, livros e listagens de contas, utilizadas
no processo de captação, representação e interpretação da realidade económico-financeira
da empresa”.
O Conceito de auditoria, na sua generalidade, segundo o nosso ponto de vista pode ser
definido, como conjunto de técnicas de informação e avaliação,implementado no seio de
uma empresa por um profissional qualificado, competente e independente, com objectivo de
expressar uma opinião sobre o grau de cumprimento das normas de procedimentos utilizados
pelasempresas sobre uma operação.
Com o mercado cada vez mais exigente, a auditoria hoje já conta com as suas subdivisões
agravada pela complexidade que surge em cada área, resultando na necessidade dos
profissionais também se especializarem, e assim atender as organizações de acordo com suas
necessidades específicas.
De acordo com (Araújo, 1997, p. 20) a auditoria pode ser classificada através de alguns
critérios:
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a administração directa e indirecta das três esferas de governo2, ou seja, que gerem
as receitas públicas. Normalmente é realizada por entidades superiores de
fiscalização, sob forma de tribunais de contas e organismos de controlo interno da
administração pública;
Auditoria privada: é a auditoria cuja atuação se da no âmbito das entidades que
objectivam o lucro, de maneira geral.
b) Quanto a forma de realização temos:
2
Executivo, jurídico e legislativo
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auditoria financeira ou externa e a operacional ou interna, enquanto as demais auditorias
convergem na operacional. O campo de trabalho tanto da auditoria externa como a interna é
o controlo interno. A aplicação das características qualitativas resulta da eficiência obtido
nos diferentes resultados e os objectivos alcançados, enquanto a das normas contabilísticas
apropriadas encontram-se observados nas demonstrações financeiras como imagem
verdadeira e apropriada da situação financeira da empresa.
Para editar as normas, a IFAC criou o Comité Internacional de Praticas de Auditoria (CIPA).
Segundo o CIPA, sempre que se realizarem, trabalhos de auditoria interna ou externa em
qualquer empresa ou organização, deve-se sempre aplicar as Normas de Auditoria
Geralmente Aceites que são agrupados da seguinte forma3:
3
Texto extraído de Costa, Carlos Baptista da na sua obra Auditoria Financeira – teoria e Prática, 7ª ,
Lisboa: Reis dos Livros, 2000.
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Tabela 1 - Normas de Auditoria
Códigos Temas
200-299 Responsabilidades
Nesta classe são abordados as matérias relacionadas com os objectivos da criação do CIPA
e da sua missão como membro permanente da IFAC, assim como glossário das normas da
IFAC, 1997.
200-299 Responsabilidades:
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O auditor é responsável por formar e expressar uma opinião sobre as DF´s, mas a preparação
e apresentação das mesmas cabe a administração da entidade. A auditoria das DF´s não retira
as responsabilidades das administrações.
O auditor deve planear e executar a auditoria com uma atitude de cepticismo profissional,
reconhecendo que as DF´s podem estar relevantemente distorcidas, deve conduzir uma
auditoria de acordo com as normas internacionais e deve obedecer os princípios da
independência, objectividade, confidencialidade e competência profissional.
NIA nº 210 Condições de Contratação do serviço de Auditoria: esta norma diz que antes de
iniciar o trabalho deve se elaborar uma carta - proposta de interesse das partes, onde deve
constar os objectivos, alcance da auditoria e a responsabilidade do auditor perante o cliente.
NIA nº 220 Controlo de Qualidade: esta norma refere-se principalmente aos profissionais e
firmas de auditoria, devem ser pessoas qualificadas e responsáveis, ao selecionar os
assistentes devem assegurar que estes cumpram com as suas tarefas, devem ter formação
contínua e atualizarem-se sobre novos métodos e técnicas.
NIA nº 230 Documentação de Auditoria: esta norma diz que o auditor deve registar nos
papéis de trabalho todas as questões importantes para proporcionar evidências para
fundamentar a opinião de auditoria, estas provas podem ser dados em papéis ou meios
electrónicos e os papéis devem ser completos e detalhados de forma a ser compreendido.
NIA nº 240 Fraude e Erro: administração é responsável pela detenção de erros e fraudes
através da implementação de um sistema de controlo interno (SCI), no planeamento do seu
trabalho o auditor deve avaliar o risco de que erros e fraudes podem influenciar nas DF´s e
quando descoberto qualquer evidenciar de erros ou fraudes deve perguntar na administração
sobre descobertas passadas sobre o assunto, relata este aspecto.
Há o risco inevitável de que algumas distorções relevantes nas DF´s não sejam detectadas e
que possam influenciar no julgamento do auditor, quando há limitação, o SCI é inadequado,
quando há fraude cuja tendência é de falsificação e manipulação.
Qualquer indicação de irregularidade, ato ilegal, fraude ou erro que pudesse ter um efeito
significativo na auditoria deverá levar o auditor a desenvolver os procedimentos necessários
para confirmar ou dissipar tais suspeitas.
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300-399 Planeamento de Auditoria:
O auditor deve obter o conhecimento suficiente do negócio para facilitar o entendimento das
transações e dos hábitos da empresa. E para obter o mesmo conhecimento pode recorrer aos
documentos da empresa, legislação do sector, conversas com o pessoal sénior e júnior da
empresa, auditores internos etc.
NIA nº 320 Relevância em Auditoria: o auditor deve considerar a relevância e sua relação
com o risco de auditoria na execução do seu trabalho. As informações são relevantes se sua
omissão ou distorção poderem influenciar nas decisões económicas dos utentes das
informações financeiras, ela depende do poder do item ou erro julgado. A relevância depende
do julgamento profissional do auditor (IBRACON, IFAC, 1997, p.77).
NIA nº 400 Avaliação de risco e controlo interno: este código recomenda que o auditor
obtenha um entendimento suficiente sobre o controlo interno administrativo e contabilístico,
projetando os procedimentos de auditoria que garantam a diminuição do risco de auditoria,
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para que ele, não emita um parecer impróprio quando as DF´s conterem distorções
relevantes, e deve usar o seu julgamento profissional na avaliação do risco de auditoria.
Deve-se analisar qual é a importância dos controlos internos para o órgão de gestão e, avaliar
os riscos de controlo, de detenção e os riscos inerentes. (IBRACON, 1997, p. 81).
NIA nº 500 Evidência de Auditoria: o auditor deve recolher provas de auditoria suficientes
e adequadas a fim de tirar conclusões razoáveis em que se baseará a sua opinião. As provas
de auditoria constituem um elemento importante da decisão do auditor no que se refere à
seleção dos temas e dos domínios a controlar bem como à natureza, calendário e extensão
dos testes e procedimentos: inspeção, observação, indagação, confirmação calculo e
procedimentos analíticos. (IBRACON, 1997, p.103).
NIA nº 600 Utilização de Trabalhos de Outro Auditor: quando o auditor principal utiliza os
trabalhos de um outro auditor, deve determinar em que medida isso afecta a sua própria
auditoria. Deve-se analisar a competência profissional do outro auditor no contexto do
trabalho especifico e o auditor deve obter evidencia de auditoria suficiente e apropriada de
que o trabalho do outro auditor é adequado para os objectivos do auditor principal
(IBRACON, IFAC, 1997, p. 156)
NIA nº 610 Trabalho do Auditor Interno: O auditor externo deve tomar em consideração os
trabalhos de auditoria interna e o seu efeito potencial nos procedimentos de auditoria externa.
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Ao utilizar os trabalhos de um perito, o auditor deve obter provas suficientes e adequadas
que mostrem que estes trabalhos são adequados às necessidades da auditoria. (IBRACON,
IFAC, 1997, p. 160).
NIA nº 700 Parecer do Auditor: No final de cada auditoria, o auditor deve exprimir a sua
opinião por escrito ou, se necessário, redigir um relatório que exponha as suas constatações
de forma adequada; o seu conteúdo deve ser fácil de compreender e não deve ser vago ou
ambíguo, fornecendo apenas informações fundamentadas por provas suficientes e
pertinentes. Deve ainda dar testemunho de independência e de objectividade e relevar-se
imparcial e construtivo. O auditor deve avaliar as conclusões tiradas das provas obtidas,
servindo-se delas como base para exprimir uma opinião sobre as demonstrações financeiras.
O relatório do auditor deve exprimir claramente a sua opinião sobre as demonstrações
financeiras (IBRACON, IFAC, 1997, p. 168).
NIA nº 800 Parecer do auditor sobre trabalhos de auditoria para fins especiais: o auditor
pode ser chamado para dar o seu parecer sobre um componente das DF´s, tais como;
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devido zelo profissional, Confidencialidade, Comportamento profissional, e normas técnicas
(IBRACON, IFAC, 1997, p.217).
Para que a auditoria possa atingir os seus objectivos deve ser adequadamente planeada em
função do tipo de auditoria a realizar e das informações recolhidas as quais permitirão
estabelecer a natureza, extensão e profundidade dos procedimentos a adoptar e a
oportunidade da sua aplicação. Nesta fase pretende-se obter um estudo preliminar, cujo
objectivo é um profundo conhecimento da entidade a auditar e a elaboração e aprovação do
plano global de auditoria.
No estudo preliminar, também designado por pré planeamento, deve-se proceder à recolha
e avaliação prévia da informação, avaliação preliminar dos sistemas dos controlos, definição
dos objectivos de auditoria em pormenor e determinação das necessidades de recursos e
calendarização da ação. O auditor necessita de elaborar o chamado dossier permanente da
entidade, que integra todas as informações consideradas relevantes pelo auditor e que
possam ser consultadas, no presente e no futuro.
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metodologia a utilizar e a descriminação de todos os recursos indispensáveis à sua
consecução. Constitui, assim, um documento chave, que deve ser preparado em devido
tempo e conter todas as informações necessárias, permanecendo, no entanto, claro e conciso.
Conhecimento do negócio;
Entendimento dos sistemas contabilísticos dos procedimentos e de controlo
interno;
Risco e relevância;
Natureza, época da aplicação e extensão dos procedimentos;
Coordenação, direção, supervisão e revisão.
Execução: nesta fase procede-se ao exame e avaliação concreta dos controlos instituídos, à
elaboração do programa de trabalho e a execução deste programa.
20
dos trabalhos realizados, suas conclusões, opiniões, recomendações, e as providencias e
serem tomadas pela administração. É a fase final do processo auditoria e consiste numa
narração ou descrição ordenada e minuciosa dos factos de foram constatados, com base em
evidência concreta, durante os exames de auditoria (Araújo 1997, p.107).Existe o relatório
em forma longo e em forma curta, e para sua elaboração deve-se respeitar determinados
critérios e segundo Costa (2000, p. 573) o relatório deve ter a seguinte estrutura:
a) Introdução: é constituída apenas por um parágrafo, o qual deve ser constituído por,
nome da empresa, identificar as DFs sujeitos a exame, data e período que se refere
as DFs, enunciar os valores totais do balanço, capital próprio e resultado líquido.
b) Responsabilidade: é constituído por dois parágrafos no primeiro faz-se referencia à
responsabilidade do órgão d gestão da empresa auditada, pela preparação das DF de
forma verdadeira e a adaptação de politicas e critérios contabilísticos adequados e a
manutenção de um sistema de controlo interno apropriado. No segundo parágrafo
refere-se a responsabilidade do auditor em expressar uma opinião profissional
independente baseada no exame efectuado nas DFs (Costa 2000, p..574).
c) Âmbito: é constituído por dois parágrafo no primeiro parágrafo faz-se referência aos
exames efectuados de acordo com normas e directrizes técnicas, as quais exigem que
o referido exames seja planeado e executado com o objectivo de se obter um grau de
segurança aceitável sobre se as DF estão isentas de distorções materialmente
relevantes. No segundo parágrafo declara-se que efectuou proporciona uma base
aceitável para expressar a sua opinião (Costa 2000, P.575).
d) Opinião: a opinião é a parte mais importante do relatório, visto que para formar a
opinião que expressa no seu relatório, o auditor passa em revista e aparecia as
conclusões extraídas da prova de auditoria obtida, dependendo a forma de tal opinião
do âmbito do trabalho efectuado e do nível de segurança que esse trabalho
proporciona (Costa 2000,p.576).As opiniões podem ser: opinião sem reserva,
opinião sem reserva mais com ênfase, opinião com reserva por limitação de âmbito
de exame, reserva por escusa de opinião e reserva por opinião adversa (opcit.p.576).
21
CAPÍTULO II – AS EMPRESAS COMERCIAIS
Para elucidar a finalidade do trabalho é crucial lançar alguns trechos acerca das empresas
comerciais e a relevância da auditoria nas mesmas.
1) Fase artesanal
Desde a antiguidade, até 1780, o regime de produção esteve limitado a artesãos e a mão-de-
obra intensiva e não qualificada, principalmente mais direcionada para a agricultura.
2) Fase da industrialização
Os dois expoentes marcantes desta fase são o aço e a eletricidade.O ferro é substituído pelo
aço, como fonte básica da indústria, e o vapor é transferido pela eletricidade e derivados de
petróleo.O desenvolvimento do motor de explosão e do motor eléctrico estabelecem uma
relação entre a ciência e o avanço tecnológico das empresas. Isto fez com que se desse o
desenvolvimento dos transportes e das comunicações, o que permitiu encurtar as distâncias
entre diferentes áreas, o que permite o desenvolvimento rápido do intercâmbio comercial.
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5) Fase moderna
Por trás deste avanço está estudos científicos. A ciência cada vez fica mais ligada à empresa.
Hoje em dia, as empresas encontram-se num clima de turbulência. O ambiente externo das
empresas caracteriza-se por uma complexidade e mobilidade que os empresários não
conseguem “gerir” de forma adequada.
Nesta fase, as empresas lutam com escassez de recursos e cada vez é mais difícil colocar os
produtos no mercado.As empresas tendem a estagnar, o que não é recomendável, pois a
empresa deve assumir-se como um sistema aberto a mudanças e inovações a todos os níveis,
nomeadamente a nível de produtos internos e gestão.
De um modo geral, pode-se afirmar que a empresa é tão antiga como o próprio homem,
enquanto ser organizado em sociedade.
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Na Mesopotâmia, (Atual Iraque) existiam muitas dificuldades económicas. Os templos não
eram apenas locais destinados ao culto, mas serviam de bancos, guardando-se ali riqueza
que se obtinha das trocas comerciais, que eram feitas com o Irão, Ásia Menor e outros
territórios. Eram também a sede do governo e da justiça e o lugar onde os artesãos tinham as
suas oficinas, servindo ainda de local de armazenagem de géneros e rebanhos. Assim, os
templos eram os principais centros de atividade económicos.
A Fenícia pode ser considerada, como uma civilização em que o comércio atingiu um valor
significativo. Os fenícios abasteciam o Egipto de madeira de cedro, e ficaram célebres pelos
trabalhos que realizavam no domínio da tinturaria, conseguindo com a cor púrpura que
extraiam de um molusco que existia em grandes quantidades nas suas costas marítimas, ”o
murex”. Em virtude da mão-de-obra ser muito abundante e especializada desenvolveu-se
uma economia baseada no fabrico de produtos em série.Portanto, com o fabrico de produtos
que se destinavam especialmente ao comércio, surgiu a produção mercantil, originando a
economia de mercado, que levou ao aparecimento de comerciantes, os quais, serviam de
intermediários nas trocas.
A Grécia (Atenas, Corinto, Mileto e outros) chegou a ser grandes centros comerciais e
agrícolas. As oficinas e as indústrias estavam muito desenvolvidas no século V, havendo
construção naval em Corintos e Atenas, carpinteiros, escultores, tecelãs, canteiros, pintores,
joalheiros, pedreiros, oleiros, padeiros, doceiros, etc.O desenvolvimento da economia de
mercado levou ao uso da moeda, o “dracma ”, para facilitar as transações.
Em Roma existiam muitas e grandes sociedades, estando as explorações agrícolas muito bem
organizadas, havendo até um manual de administração agrícola.Desenvolveu-se o banco e a
atividade cambista. O comércio interno dizia respeito principalmente às transações do trigo,
dos óleos, dos vinhos, da cerâmica, dos tecidos, dos objetos de vidro, que sofreram grande
incremento.O comércio externo também se desenvolveu imenso sendo o tráfego
principalmente de pedras preciosas, especiarias, perfumes, sedas da china, marfim e animais
selvagens. Todas as transações eram normalmente pagas em ouro.
Na idade média entre a população rural da época havia vários grupos que tinham diferenças
sociais conforme o modo como estavam ligados à terra. Assim, havia os vilãos, que
trabalhavam a terra, não sendo nobres ou clérigos. Os escravos que viviam totalmente
24
dependentes dos senhores feudais, os donos da terra.
Os servos da gleba que trabalhavam as terras dos “ senhores “ sem os poderem abandonarem,
os colonos que trabalhavam as terras alheias, etc. Em número inferior aos lavradores,
existiam aqueles que se dedicavam a um ofício ou arte – os artesãos. São várias as profissões
ligadas ao artesanato, como sejam: ourives, padeiros, oleiros, alfaiates…
No entanto, a sua história mais recente (empresas) e a sua evolução poderão ser entendidas
nas seguintes fases:
Portanto, assim surgiu a empresa capitalista, organismo económico que visa principalmente
a obtenção e maximização do lucro, reunindo os elementos humanos e materiais necessários
para exercer a atividade de produção de bens ou serviços e comerciais mediante custos
baixos, sob a direção e responsabilidade do empresário.
Necessidade: sensação desagradável sentida pelo homem quando lhe falta algo que lhe é
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indispensável e que termina, quando utiliza bens, os quais contribuem também para lhe
proporcionar uma sensação agradável.À medida que o homem vai progredindo, novas
necessidades surgem levando-o a desenvolver uma actividade desmedida de forma a poder
desfrutar do bem material a que tem direito.
Bens ou Serviços
Necessidade (limitados)
Sociedade
Os bens materiais ou serviços que o homem necessita são criados pelas unidades produtivas,
através da disposição apropriada dos factores de produção. Estas unidades produtivas que
também podem ser designadas por unidades económicas ou empresas, são os centros de
decisão autónomos, que visam a produção de bens materiais ou prestação de serviços.
26
satisfazer as necessidades dos consumidores (clientes);
Para Braga, (1990) Empresa (base de todas as economias) é uma organização social
que reúne, essencialmente, capital (dinheiro e meios de produção) e trabalho, para
desenvolver uma actividade de produção de bens ou serviço que sejam de interesse
para a comunidade (meio) onde ela está inserida.
Em princípio, as empresas têm por objectivo obter lucro da sua acção (produção) ou seja,
obter ganhos através do trabalho que realizam de onde obtêm os recursos necessários para
manter e ampliar os factores e os meios de produção de que dispõe. No entanto, há empresas
que, pela tónica eminentemente social da actividade que desenvolvem, chegam a ser ou são
propriedade do Estado e têm como finalidade a prestação de serviços às populações, sem
que o lucro seja considerado como objectivo mais importante.
As Individuais são:
Trata-se de uma empresa que é titulada apenas por um só indivíduo ou pessoa singular, que
afecta bens próprios à exploração do seu negócio. Um empresário em nome individual atua
sem separação jurídica entre os seus bens pessoais e os seus negócios, ou seja, não vigora o
princípio da separação do património.
Vantagens:
27
caso registe prejuízos, o empresário pode englobá-los na matéria colectável de
ISR no próprio exercício económico a que dizem respeito.
Desvantagens:
Dificuldade em obter fundos, seja capital ou dívida, dado que o risco de crédito
está concentrado num só indivíduo.
Finalmente, nestas empresas o empresário está inteiramente por sua conta, não
tendo com quem partilhar riscos e experiências.
Recomendação:
Dados os riscos decorrentes da opção por uma empresa em nome individual, e face à
impossibilidade de constituição de unidades pessoais que até há uns anos atrás existia, o
legislador criou a figura do Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada.
As Colectivas são:
As sociedades por quotas exigem um mínimo de dois sócios (excepto no caso das sociedades
unipessoais por quotas). A lei não admite sócios de indústria (que entrem com o seu
trabalho). Todos têm que entrar com dinheiro, ou com bens avaliáveis.
b) Sociedade em Comandita,
28
dívidas da sociedade apenas responde o património da empresa e os dos sócios de
responsabilidade ilimitada;
c) Sociedade Anónima.
Vantagens:
A obtenção de montantes de capital mais elevados é mais fácil, seja pela via da
emissão e venda de novas ações da empresa ou através de financiamento bancário.
Desvantagens:
Existe, em regra, uma maior diluição do controlo sobre a empresa. Existem regras
para a proteção dos acionistas minoritários, que podem bloquear decisões
importantes, como fusões e aquisições de empresas.
Se for cotada num mercado de capitais, a empresa está sujeita a uma fiscalização
muito mais apertada por parte das entidades reguladoras.
Recomendação:
29
bens ou serviços e assumem a gestão e a direcçãoefectiva da sociedade. Na sociedade
em comandita simples o número mínimo de sócios é dois.
As sociedades Comerciais são a estrutura típica das empresas nas economias de mercado,
embora a empresa possa revestir outras formas jurídicas, têm necessariamente por objecto a
prática de actos de comércio e as sociedades que tenham por objecto a prática de atos de
comércio devem revestir um dos tipos previstos no Código Comercial.
Para que uma sociedade seja comercial, ela deverá ter “por objecto a prática de atos de
comércio”. Assim, o primeiro elemento conceptual específico das sociedades comerciais
consiste no objecto comercial. No que toca às sociedades comerciais, portanto, o elemento
finalístico, também designado, por fim imediato ou objectivo da sociedade, tem uma
conotação própria: ele deve ter carácter comercial.
O objecto da sociedade consiste nos actos ou actividades que, segundo a vontade dos sócios,
ela deverá praticar e prosseguir. Por conseguinte, é o carácter comercial desses actos e
actividades que atribui às sociedades o carácter de comerciantes.
O fim último da reunião dos sócios, com os respectivos contributos para o exercício da
actividade comum, terá de consistir na obtenção de um enrique- cimento patrimonial, de um
lucro, e não de outras vantagens ideais ou mesmo materiais.A noção estrita de lucro trata de
um aumento de património gerado na própria sociedade, para ser depois repartido entre os
sócios, seja periodicamente, seja no final da existência da sociedade.
O elemento teleológico não consiste apenas no intuito de que a sociedade obtenha lucros: é
necessário que ela vise também a repartição destes pelos sócios:
Este direito dos sócios aos dividendos goza de protecção, que se cifra em três aspectos:
30
1) O crédito dos dividendos vence-se, em regra, decorridos 30 dias após a deliberação
de atribuição de lucros;
2) É proibido o pagamento aos titulares dos órgãos sociais de participação nos lucros
que o estatuto social preveja, antes de estarem postos a pagamento os dividendos aos
acionistas;
Para que uma sociedade seja comercial é ainda necessário que revista forma comercial e
comporta dois sentidos:
1) Primeiro, ela significa que a sociedade deverá revestir um dos tipos caracterizados e
regulados na lei comercial;
Ainda por motivos de ordem pública, o legislador admite um número muito restrito de tipos
sociais. Estes distinguem-se, através de três características:
Assim, depois de uma breve incursão sobre a definição e abordagens da atividade das
empresas comerciais constatamos que as Empresas do Sector Comercial em Luanda, a
maioria são caracterizadas em sociedades por quotas de responsabilidade limitada,
constituídas fundamentalmente entre famílias em que o membro familiar de destaque é o
31
Sócio Gerente da organização.
Estas entidades solicitam estes serviços mesmo quando a legislação não o exigia, como
resposta as políticas das empresas mães.Fora destas as empresas em Luanda, no final de cada
32
exercício económico, para além de não apresentarem a compilação, registam análise e
apresentação de informações em termos monetários, sobre operações patrimoniais correntes,
ou seja, sem contabilidade organizada, o que não possibilita o apuramento dos seus
resultados e consequentemente a impossibilidade de realização de uma possível Auditoria,
o que indica um incumprimento das normas que regem a atividade Comercial e das
obrigações ante o Estado.
33
2.5.2. O Processo de Relato de Uma Auditoria
34
CAPÍTULO III – ESTUDO DE CASO : Empresa de Saneamento (SEAS-Lda)
O presente capítulo, debruça sobre o estudo de caso efectuado na empresa SEAS de gestão
e exploração de aterros sanitários, lda. O estudo cingiu-se nas ferramentas da analise
financeira, nomeadamente analise de rácios, analise de rentabilidade, analise de liquidez e
solvabilidade e concomitantemente analise gráfica, a fim de analisar a evolução da SEAS ao
longo de 2 anos, conforme as demonstrações financeiras que nos foram facultadas.
35
Análise da Rentabilidade
36
Tabela 4 - Contribuição das vendas nos resultados operacionais da SEAS.
𝑅𝐶 = 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠
x100
𝑅𝐶 = 2.094.593.179,41
2.116.825.597,50
x100 99% 𝑅𝐶 = 3025594513,83 x100 97%
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠
3126206287
Margem Líquída
65.365.734,20
MC=
13.074.734,24
x100 1% MC= x100 2%
ML= 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜𝑠
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠
x 100 2.116.825.597,50 3126206287
Rentabilidade Económica
13.074.734,24 4% 21%
RE= 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜𝑠
x 100 MC= 331.542.440,60
x100 65.365.734,20
𝑅𝐸 = 307.706.522,09x100
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
Capacidade de Autofinanciamento
CA= 13.074.734,24+18.805.703,27 31.880.438 32.773.456
CA= 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜𝑠 + Provisões + Amortizações CA= 65.365.734,20+19.698.721,81
Rentabilidade Financeira
13.074.734,24 4% 96%
RF= 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜𝑠
x 100 MC= 69.629.600,81 x100 65.365.734,20
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜 𝑅𝐹 = 67.898.525
x100
37
Rentabilidade Comercial
A SEAS em ter começado as actividades em Angola em 2009 à 2010 obteve resultados bons,
fruto dos vários anos de actividade e a constante procura dos seus serviços no mercado
nacional.
Este indicador é utilizado pela auditoria externa ao analisar o risco que as actividades de
exploração podem apresentar no grosso das demonstrações financeira, o que permite planear
a extensão dos procedimentos a usar para validar os saldos destas contas.
Margem Líquida
Rentabilidade Económica
Este indicador resulta da necessidade que as empresas têm em medir a rentabilidade obtida
pois é o conjunto dos activos que lhes garante os resultados. É a rentabilidade dos
investimentos realizados pelas empresas.
Os dados mostram que a SEAS no ano de 2009 teve rentabilidades baixa, mas no ano
seguinte os activos aumentaram significativamente contribuindo para a rentabilidade
económica positiva de 21,24%, fruto da aposta feita no mercado angolano e dos resultados
positivos obtidos.
Este indicador é muito importante pois permite aos auditores analisarem a influência dos
activos da empresa em relação ao resultado líquido. Assim, podem a partida ter uma
percepção do valor das adições que foram feitas ao activo e procurar realizar procedimentos
analíticos que permitem provar a existência e a propriedade dos mesmos.
Por ser muito sensível a manipulações com objectivos fiscais e não ser calculado a partir dos
fluxos de fundos (cash-flows), ele permanece muito distante da realidade financeira das
empresas.
Rentabilidade Financeira
Este indicador resulta da necessidade das empresas de proporcionar boa rentabilidade aos
accionistas e é analisada através dos capitais próprios
Os accionistas constituem o grupo que tem maior interesse em conhecer a situação financeira
das empresas pois investem nelas seus capitais. A opinião dos auditores é muito importante
para tomarem a decisão de onde investir.
39
Gráfico 1 - Evolução da rentabilidade da SEAS 2009 – 2010.
0%
Rentabilidade Margem Líquída Rentabilidade Rentabilidade Rentabilidade
Comercial Económica Económica pelo Financeira
Cash Flow
2009 2010
40
Analise da Estrutura de Capitais
Tabela 5 - Analise da Estrutura de Capitais
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑎𝑙ℎ𝑒𝑖𝑜𝑠
IPC= 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜𝑠
x100 IPC=
261.912.839,79
69.629.600,81 x100
376% IPC= 239.807.997,08
67.898.525
x100 353%
Composição de Endividamento
261912839,79
CE= 261912839,79
x100 100% MC=
239.807.997,08
x100 100%
239.807.997,08
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
CE= 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑇𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠
x 100
41
Índice de Participação de Capitais
Quanto menor for melhor, indica a participação de capitais alheios na empresa, nesta senda,
face aos dados apresentados no quadro, indica que a empresa SEAS teve um índice de
participação mais elevada em 2009, no percentual de 376%, reduzindo em 23% para 2010
Composição de Endividamento
Quanto menor for melhor, indica o percentual de obrigações a curto prazo em relação as
obrigações totais, por esta via, ambos anos evidenciou-se uma composição de
endividamento em 100%.
Imobilização do património líquido
Quanto menor for este indicador melhor, pois indica o quanto a empresa aplicou em
activos permanentes em cada 100 AKZ de capitais, logo em 2009 a SEAS ou percentual era
de 156% elevando-se para 176% em 2010, demonstrando que existe um valor acrescido de
recursos que estão a ser imobilizados em nos activos.
Imobilização de recursos não correntes
Quanto menor for este indicador melhor, pois indica o quanto a empresa aplicou em
activos permanentes em cada 100 AKZ de capitais, logo em 2009 a SEAS ou percentual era
de 156% elevando-se para 176% em 2010, demonstrando que existe um valor acrescido de
recursos que estão a ser imobilizados em nos activos. Obteve-se o mesmo resultado que o
rácio anterior porque a empresa SEAS não teve financiamentos de médio e longo prazo.
Gráfico 2 - Analise da Estrutura de Capitais
376%
353%
400%
350%
300%
250% 176%
176%
156% 156%
200%
150% 100% 100%
100%
50%
0%
Índice de Participação Composição de Imobilização do Imobilização dos
de Capitais Endividamento património Líquido Recursos não correntes
2009 2010
Liquidez Geral
223.200.820,87
𝐴𝑐𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
LG= 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 LG= 261.912.839,79
0,85 LG=
187.916.522,17 0,78
à 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜 239.807.997,08
Liquida reduzida
223.200.820,87
LR= 𝐴𝑐𝑡𝑖𝑣𝑜𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜
𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 −𝐸𝑥𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 LR= 261.912.839,79 0,85 LR= 187.916.522,17−0 0,78
𝑎 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜
239.807.997,08
Liquidez imediata
𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 60.344.920,87 25.060.622,17
LI= 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑎 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 LR= 261.912.839,79
0,23 IRNC= 239.807.997,08
0,10
Solvabilidade Total
Quando superior que 1, é satisfatório implicando que a empresa pode fazer face a liquidação
de dívidas com meios próprios, nesta senda, a empresa SEAS, em ambos anos demonstrou
uma situação de incapacidade de solver as suas dívidas com meios próprios devendo para
isso incorrer a empréstimos para solver suas dividas.
Liquidez Geral
Quando superior que 1, é satisfatório implicando que a empresa pode fazer face a liquidação
de dívidas com meios próprios, nesta senda, a empresa SEAS, em ambos anos demonstrou
uma situação de incapacidade de solver as suas dívidas com meios próprios devendo para
isso incorrer a empréstimos para solver suas dividas de curto prazo.
Liquidez Reduzida
Quando superior que 1 é satisfatório implicando que a empresa pode fazer face a liquidação
de dívidas com meios próprios, nesta senda, a empresa SEAS, em ambos anos demonstrou
uma situação de incapacidade de solver as suas dívidas em 0,85 e 0,78, para 2009 e 2010
respectivamente.
43
Liquidez Imediata
Tal como os rácios anteriores de liquidez, este indicador ao ser analisado demonstrou que a
empresa está incapacitada de solver as suas dívidas de curto prazo com os próprios meios de
liquidez.
0,85 0,85
0,9 0,78 0,78
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4 0,27 0,28
0,23
0,3
0,1
0,2
0,1
0
Solvabilidade Total Liquidez Geral Liquida reduzida Liquidez imediata
2009 2010
162.855.900
PMR= 𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 x100 PMR= 2.116.825.597,50x100 8% PMR=
162.855.900
5%
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 3.126.206.287x100
O prazo médio de recebimento, é o tempo médio que a empresa leva a cobrar dos seus
clientes aquilo que lhes factura.
Assim, quanto mais baixo o prazo médio de recebimento, maior a eficiência da empresa nas
suas cobranças, e menor o dinheiro que tem que ter imobilizado no seu fundo de maneio, no
entanto, nesta senda a SEAS apresentou um melhor resultado em 2010 em 5% em relação à
2009 em 8%, evidenciando o forte capacidade da empresa na assunção de estratégias de
negócios.
44
Gráfico 4 - Analise dos prazos médios
8%
8%
7% 5%
6%
5%
4%
3%
2%
1%
0%
2009 2010
OBS: Não apresentou-se o PMP (prazo médio de pagamentos), porque a empresa, nos anos
subjacentes à análise 2009 e 2010 e respectivamente, não adquiriu existências, que
consequentemente, não houve o cálculo do custo das mercadorias vendidas e consumidas.
45
CONCLUSÕES
1. Sem a análise económica e financeira a empresa não consegue saber em que situação
se encontra, o que impossibilita determinar quais são as necessidades de fundo das
mesmas, correndo assim grande perigo. Portanto torna-se importante e necessário ter
uma contabilidade organizada, uma vez que a análise económica e financeira é feita
com base nos documentos contabilísticos tendo assim bases/dados para avaliar o
desempenho da empresa.
2. O estudo de caso da empresa SEAS, lda referente aos exercícios de 2009 e 2010,
permitiu conhecer na prática o funcionamento e a importância da analise económica
e financeira, pois através dessa técnica, foi possível observar a situação e evolução
dos elementos patrimoniais da empresa.
3. A empresa apresenta resultados positivos em 2009 e 2010, no qual indica uma
situação financeira positiva. Não obstante a mesma tem indicadores que deve
melhorar para que a sua situação financeira seja melhor.
4. Deve melhorar os indicadores de liquidez.
5. Portanto, face ao exposto pode-se observar claramente que a auditoria através das
técnicas de análise financeira abordadas, irá fornecer dados imprescindíveis ao
gestores das empresas a tomar decisões importantes, possibilitando para tal o sucesso
da organização.
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RECOMENDAÇÕES
A empresa deve melhor a sua política de crédito à curto prazo para alcançar melhor
liquidez;
47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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