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CONTABILIDADE

GERAL I
Docente: Joana Canelas
Informações Gerais da Disciplina

• Docentes

• Programa
• Avaliação

• Ferramentas de Trabalho
• Bibliografia
Informações Gerais da Disciplina

Equipa Docente
 Prof. Joana Canelas
 Prof. Isika
 Prof. Dalvim Pipa
Informações Gerais da Disciplina

PROGRAMA:
- Introdução & Aspectos Gerais
- Conceitos Básicos
- Plano Geral de Contabilidade
Informações Gerais da Disciplina

AVALIAÇÃO:
- Avaliação Contínua: 20%
- 1ª Frequência: 40%
- 2ª Frequência: 40%
Informações Gerais da Disciplina

FERRAMENTAS DE TRABALHO:
 Lápis + borracha + caderno
 Calculadora
 Plano Geral de Contabilidade
Informações Gerais da Disciplina

Bibliografia
 “Plano geral de contabilidade angolano – casos prácticos e
exercícios resolvidos”, Rui M.P. Almeida, Sabino José Miranda e
outros, ATF Edições Técnicas, 2014
 “Plano geral de contabilidade angolano explicado”, Rui M.P. Almeida,
Sabino José Miranda e outros, ATF Edições Técnicas, 2014
Conteúdos

• Conceitos Básicos

• Noção de Contabilidade
• Noção de Património e elementos patrimoniais

• Plano Geral de Contabilidade Angolano (PGC)


• As Demonstrações Financeiras

• Estudo das Contas do PGC


• Lançamento Contabilístico de Operações Correntes
Introdução

EMPRESA
Organização combinada de recursos:
• Materiais
• Humanos
• Financeiros

Com o objetivo de satisfazer necessidades do meio envolvente


através de:
• Produção de bens
• Prestação de serviços
Noção de Contabilidade

• O que é a CONTABILIDADE?

– considerada uma ciência - fornece conhecimento verdadeiro (sistemático e


verificável) e não suposições
 Ciência Social
– Objecto de estudo - o Património das entidades

 Fenómenos e variações
 Quantitativamente e qualitativamente
 Registo dos factos e atos de natureza económico-financeira que o alteram

– Objectivo:
 Fornecer informação de utilidade na hora de tomar decisões económicas sobre
uma empresa
A realidade de Angola

• Profissão:

– Ordem dos contabilistas e peritos contabilistas

– Defesa e desenvolvimento da profissão de contabilista em Angola


– Decreto presidencial 232/10 de 11 de Outubro
A realidade de Angola

• Plano Geral de Contabilidade:


– Até 1977 – Em Angola era utilizado o POC – Plano Oficial de Contabilidade
português.
– 1979 – através do Decreto nº 250/79, de 19 de Outubro – foi criado e aprovado o
primeiro Plano Geral de Contabilidade Angolano – com muitas influências do POC
português.
– 2001 – com a criação da IASB, Angola sentiu necessidade de proceder à
normalização contabilística como tentativa de acompanhar e adaptar o actual PGCA
à realidade contabilista mundial - Decreto 82/01 de 16 de Novembro
Plano Geral de Contabilidade Angolano

• PGCA:

– Conjunto de regras e parâmetros perfeitamente claros de organização e tratamento da


informação financeira das empresas.
– Regras gerais, resultantes de diretivas publicadas no Diário da República e aplicáveis
à generalidade das empresas
– Aprovado pelo Decreto 82/01 de 16 de Novembro

– Tentativa de normalização contabilística: tem como base as normas internacionais de


contabilidade emitidas pelo IASB
– Não se aplica à banca nem às seguradoras
Plano Geral de Contabilidade Angolano

• Estrutura e composição do PGCA:

1. Introdução

2. Demonstrações financeiras
3. Políticas contabilísticas
4. Componentes das demonstrações financeiras

5. Quadro e lista de contas


6. Notas explicativas
Plano Geral de Contabilidade Angolano

• Características da informação financeira:

– Relevância - a informação tem de ter impacto material suficiente para influenciar as


decisões dos seus utentes
– Fiabilidade - a informação tem de ser verdadeira e não pode contar erros de espécie
alguma:
 Representação fidedigna
 Substância sobre a forma
 Neutralidade

 Prudência
 Plenitude
Plano Geral de Contabilidade Angolano

• Bases de apresentação da informação financeira:

– Continuidade:

 Considera-se que uma empresa opera de forma contínua, com duração ilimitada.

 A empresa não tem intenção de entrar em liquidação


– Acréscimo:
 Os proveitos e custos devem ser reconhecidos no período a que se referem,
independentemente do momento em que ocorre o recebimento ou pagamento
Plano Geral de Contabilidade Angolano

• Princípios contabilísticos:

– Consistência:

 Considera-se que a empresa não altera as políticas contabilísticas pelas quais se


rege de um exercício para o outro.
 No caso de ter de o fazer, deverá justifica-lo devidamente
– Materialidade:

 As demonstrações financeiras devem evidenciar elementos que sejam


materialmente relevantes
Plano Geral de Contabilidade Angolano

• Princípios contabilísticos:

– Não compensação de saldos:


 Não devem ser efetuadas compensações de saldos entre activos e passivos.

 A apresentação de rúbricas no Balanço pelo seu valor líquido de amortizações e


provisões não é considerada compensação de saldos.
– Comparabilidade:
 a informação deve estar organizada e retratada de modo a ser comparável, ou
seja os factos devem ser registados de forma consistente e coerente.
 As Demonstrações financeiras devem apresentar sempre valores para o período
a que se referem e para o período anterior
Património

• Património:

– Conjunto de BENS, DIREITOS e OBRIGAÇÕES pertencentes a uma empresa num


determinado momento, devidamente valorizados
– Bens + Direitos = ACTIVO
– Obrigações = PASSIVO

 Valor do Património = Bens + Direitos – Obrigações

ou
 Valor do Património = ACTIVO – PASSIVO

ou
 Valor do Património = CAPITAL PRÓPRIO
Património

• Património:

– O Património de uma entidade está em constante transformação, devido a:


 acontecimentos normais (correntes)

 acontecimentos anormais (extraordinários)


– A estes acontecimentos correntes e extraordinários que modificam a composição e o
valor do património dá-se o nome de Factos Patrimoniais.
 Permutativos: alteram a composição do património sem alterar o seu valor.

 Modificativos: alteram a composição e o valor do património


Conta

• Conta:

– conjunto de elementos patrimoniais agrupados e classificados segundo a sua natureza


e função, com as mesmas características e expressos em unidades de valor
– Requisitos de uma conta:

 Homogeneidade - cada deve conter elementos com características comuns

 Integralidade - todos os elementos que apresentem características comuns


devem pertencer à mesma conta
Conta

• Conta:

– Elementos da Conta:
 Número – código que identifica a conta univocamente na contabilidade

 Título – Nome pelo qual são designados os elementos da conta


 Extensão – Valor da conta
– O título é fixo e imutável, mas o valor é variável
– A conta é a base de toda a escrituração contabilística

– As contas estão agrupadas em classes, sendo que o 1º dígito de cada conta


corresponde ao número da classe.
Conta

• Exemplo de Conta:
Conta

• Movimentar a Conta:
Conta

• Conta:

– Noção de Débito:

 Debito : contabilisticamente representa um aumento ou entrada de um valor


patrimonial, excepto nas contas de resultados.
– Noção de Crédito:

 Credito: contabilisticamente representa a redução ou a saída de um valor


patrimonial, excepto nas contas de resultados.
Sistematização do processo contabilístico

Observação e recolha de inputs


(provenientes de diversas fontes de informação)

Análise e Classificação da Informação


(através da lista de contas)

Elaboração de Documentos de Divulgação


(Ex: Demonstrações Financeiras – Relato Financeiro)

Preparação de Informação Específica


(Ex: análise económico-financeira)
Demonstrações Financeiras

• Demonstração Financeiras:

– Relatórios resultantes da contabilidade da empresa, que possibilitam a sua análise


económico-financeira
– Possuem obrigatoriedade legal
– As Demonstrações Financeiras recomendadas pelo PGCA são:

 Balanço
 Demonstração de Resultados

 Demonstração dos Fluxos de caixa


Balanço

• Balanço:

– É uma demonstração contabilística, destinada a evidenciar, quantitativamente e


qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira de uma
entidade
– É constituído por:

 Activo (Bens e direitos)


 Passivo (Obrigações)

 Situação líquida (Activo-Passivo)


– Igualdade fundamental da contabilidade:

Activo = Passivo + Capital Próprio


Balanço

• Balanço:
Balanço

• Igualdade Fundamental reflectida no Balanço:

– Activo = Passivo + Capital Próprio

ACTIVO CAPITAL PRÓPRIO


IMOBILIZADO Capital
Terrenos Reservas
Edifícios Resultado Líquido
Equipamentos  
(menos) Amortizações  
  PASSIVO
EXISTÊNCIAS Empréstimos a Médio Prazo
  Empréstimos a Curto Prazo
DÍVIDAS DE TERCEIROS Fornecedores
Clientes Estado
Outros Devedores  
(menos) Provisões  
   
DISPONIBILIDADES  
Depósitos Bancários  
Caixa  
Balanço

• Activo:

– Um activo e um recurso:

– Controlado por uma entidade


– resultado de acontecimentos passados;

– e do qual se espera que fluam benefícios económicos futuros para a entidade

– compreende as aplicações dos recursos que a empresa possui => Investimento da


empresa
Balanço

• Activo:

– Este investimento pode adquirir vários tipos:


 Imobilizado Corpóreo ou Activo Fixo Tangível

 Imobilizado Incorpóreo ou Activo Fixo Intangível


 Existências
 Contas a Receber
 Disponibilidades
Balanço

• Passivo:

– é uma obrigação presente da empresa

– proveniente de acontecimentos passados


– cuja liquidação se espera que resulte num exfluxo de recursos da empresa

– que incorpora benefícios económicos

– O Passivo pode ser interpretado como uma fonte de financiamento externa à


empresa => Capital Alheio
Balanço

• CAPITAL PRÓPRIO ou SITUAÇÃO LÍQUIDA:

– Representa o capital entregue pelos sócios


 Entregas em dinheiro ou espécie:

 capital social
 prestações suplementares
 prémios de emissão de acções
 Retenção de Lucros - Autofinanciamento

 Reservas
 Resultados
Balanço

• Origem e Aplicação de Fundos:

– O analista deve utilizar procedimentos que permitam arrumar as contas de forma a


analisar as contas através de uma perspectiva financeira

Activo Aplicações de Fundos


Passivo Capital Alheio
Passivo não Corrente + Capital Próprio Capitais Permanentes
Passivo + Capital Próprio Origens de Fundos

Activo = Passivo + Capital Próprio


Investimento = Financiamento
Demonstração de Resultados

• Demonstração de Resultados:

– É uma demonstração contabilística destinada a evidenciar a composição do


resultado formado num determinado período de operações de uma entidade.
– Traduz o desempenho da gestão da empresa.
– Refere-se à atividade da empresa num período de tempo e não ao seu património
num momento.
– É constituída por:

 Proveitos
 aumento dos benefícios económicos

 Custos
 diminuição dos benefícios económicos
Demonstração de Resultados

• Demonstração de Resultados:
Conceitos importantes

• Custo ≠ Despesa ≠ Pagamento:

– Custo: consumos ou utilizações definitivas de bens e serviços enquadradas na


actividade da empresa, visando a obtenção de proveitos
 Ex: o consumo de matérias-primas é um custo; a sua compra não
– Despesa: aquisição de bens e serviços destinados a assegurar o suporte da
actividade da empresa
– Pagamento: Saídas de meios monetários da empresa (isto é, da Tesouraria)
Conceitos importantes

• Proveito ≠ Receita ≠ Recebimento:

– Proveito: contraprestação positiva resultante da actuação da empresa ao produzir e


vender, e prestar serviços, e ainda os rendimentos de aplicações financeiras
 Ex: a produção em curso é um proveito e não uma receita
– Receita: direito a receber de meios monetários em resultado da transmissão de bens
ou prestação de serviços a terceiros.
– Recebimento: Entradas de meios monetários da empresa
Classes e Contas do PGCA

• O Plano Geral de Contabilidade vigente em Angola contempla 8 classes

contabilísticas, numeradas de 1 a 8:
– Dentro de cada classe existem contas cujo primeiro dígito é o dígito da classe.

– Classes 1 a 5: dizem respeito a rúbricas do balanço, ou seja elementos patrimoniais:

 Bens
 Direitos

 Obrigações
– Classes 6 a 8: dizem respeito a rúbricas da demonstração de resultados, ou seja
alterações nos elementos patrimoniais:
 Proveitos
 Custos

 Apuramento de Lucro ou Prejuízo


Classes e Contas do PGCA

• Classes do Balanço:

– Classe 1 - Meios fixos e investimentos


– Classe 2- Existências

– Classe 3- Terceiros
– Classe 4- Meios monetários
– Classe 5- Capital e reservas
Classes e Contas do PGCA

• Classe 1 – Meios Fixos e Investimentos:

– Conta 11 – Imobilizações Corpóreas


– Conta 12 – Imobilizações Incorpóreas

– Conta 13 – Investimentos Financeiros


– Conta 14 – Imobilizações em Curso
– Conta 18 – Amortizações Acumuladas
Classes e Contas do PGCA

• Classe 2 – Existências:

– Conta 21 – Compras
– Conta 22 – Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

– Conta 23 – Produtos e trabalhos em curso


– Conta 24 – Produtos Acabados e Intermédios
– Conta 25 – Subprodutos, desperdícios e Refugos
– Conta 26 – Mercadorias

– Conta 27 – Matérias-primas, mercadorias e outros


– materiais em trânsito
– Conta 28 – Adiantamentos por conta de compras
Classes e Contas do PGCA

• Classe 3 – Terceiros:

– Conta 31 – Clientes
– Conta 32 – Fornecedores

– Conta 33 – Empréstimos
– Conta 34 – Estado
– Conta 35 – Entidades Participantes e Participadas
– Conta 36 – Pessoal

– Conta 37 – Outros valores a receber e a pagar


Classes e Contas do PGCA

• Classe 4 – Meios Monetários:

– Conta 41 – Títulos Negociáveis


– Conta 42 – Depósitos a prazo

– Conta 43 – Depósitos à ordem


– Conta 44 – Outros depósitos
– Conta 45 – Caixa
Classes e Contas do PGCA

• Classe 5 – Capital e Reservas:

– Conta 51 – Capital
– Conta 55 – Reservas legais

– Conta 58 – Reservas livres


Classes e Contas do PGCA

• Classes da Demonstração de Resultados:

– Classe 6 – Proveitos e ganhos por natureza


– Classe 7 – Custos e perdas por natureza

– Classe 8 – Apuramento de Resultados


Classes e Contas do PGCA

• Classe 6 – Proveitos e ganhos por natureza:

– Conta 61 – Vendas

– Conta 62 – Prestações de serviços


– Conta 63 – Outros proveitos operacionais

– Conta 66 – Proveitos e ganhos financeiros gerais


– Conta 68 – Outros proveitos não operacionais

– Conta 69 – Proveitos e ganhos extraordinários


Classes e Contas do PGCA

• Classe 7 – Custos e perdas por natureza:

– Conta 71 – Custo das existências vendidas


– Conta 72 – Custos com o pessoal

– Conta 73 – Amortizações do exercício


– Conta 75 – Outros custos e perdas operacionais
– Conta 76 – Custos e perdas financeiras gerais
– Conta 78 – Outros custos e perdas não operacionais

– Conta 79 – Custos e perdas extraordinários


Classes e Contas do PGCA

• Classe 8 – Resultados:

– Conta 81 – Resultados Transitados


– Conta 82 – Resultados operacionais

– Conta 83 – Resultados financeiros


– Conta 85 – Resultados não operacionais
– Conta 86 – Resultados Extraordinários
– Conta 87 – Imposto sobre os lucros

– Conta 88 – Resultados líquidos do exercício


Movimentação e Lançamentos em Contas

• Regras:

– Uma conta NUNCA se movimenta sozinha.

– Sem limite movimentações em conta


– Regra de ouro dos lançamentos:

TOTAL lançado a DÉBITO = TOTAL lançado a


CRÉDITO
Movimentação e Lançamentos em Contas

• As contas de Balanço podem-se movimentar por contrapartida umas das outras:

– Ex: Compra de um computador


Movimentação e Lançamentos em Contas

• As contas de Demonstração de Resultados movimentam-se sempre por contra

partida de uma [ou mais] conta do Balanço:


– Ex: pagamento de juros de um empréstimo ao banco
Movimentação e Lançamentos em Contas

• As contas de Demonstração de Resultados movimentam-se sempre por contra

partida de uma [ou mais] conta do Balanço:


– Ex: recebimento de juros de um depósito a prazo
Questões

• Questões ????
Agradecimentos

• Obrigado 
Bibliografia

 Plano Geral de Contabilidade de Angola


 “Plano geral de contabilidade angolano – casos prácticos e exercícios resolvidos”, Rui
M.P. Almeida, Sabino José Miranda e outros, ATF Edições Técnicas, 2014
 “Plano geral de contabilidade angolano explicado”, Rui M.P. Almeida, Sabino José
Miranda e outros, ATF Edições Técnicas, 2014
 “Análise e Relato Financeiro – Uma Visão Integrada de Gestão”, João Carvalho das
Neves, Texto Editores, 2012
Contactos

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