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ANÁLISE ECONÓMICA E

FINANCEIRA
3º ANO DO CURSO DE GESTÃO E DE CONTABILIDADE

Natasha Cilene Sena-Silva


PROGRAMA
• Capítulo II: A análise Financeira Estática
• Os fundamentos da análise financeira estática
• Informação financeira: Pressupostos Subjacentes; Características;
Constrangimentos; Mensuração dos elementos das DF’s; Formas de
Custeio
• Instrumentos Base de Análise Financeira: Demonstrações financeiras
• Balanço Contabilístico
• Demonstração de Resultados
• Demonstração de Fluxos de Caixa
• Demonstração de Alterações do Capital Próprio
• Anexo
INFORMAÇÃO FINANCEIRA
 Informação que as empresas preparam com base em regras e princípios
contabilísticos, organizada em diversos mapas, vulgarmente conhecidos
de demonstrações financeiras.

 Objectivo: Proporcionar informação acerca da posição financeira, do


desempenho e das alterações na posição financeira de uma entidade
que seja útil a um vasto leque de utentes na tomada de decisão.
INFORMAÇÃO FINANCEIRA
• A análise e a interpretação da Informação Financeira requerem um
conhecimento relevante da prática contabilística, bem como, o
domínio do referencial contabilístico utilizado pela Entidade;
• Torna-se necessário o entendimento do conjunto de premissas e normas que
constituem o fundamento conceptual do modelo contabilístico
PRESSUPOSTOS (SNCRF)
• Para cumprir o seu objectivo, as DF’s têm subjacente os seguintes
pressupostos:
• Regime do acréscimo: Os efeitos das transacções e de outros acontecimentos
são reconhecidos quando eles ocorrem, independentemente do seu
recebimento ou pagamento, devendo incluir-se nas demonstrações
financeiras dos períodos a que respeitam.
• Da continuidade: Considera-se que a empresa opera continuadamente, com
duração ilimitada. Desta forma, entende-se que a empresa não tem intenção
nem necessidade de entrar em liquidação ou de reduzir significativamente o
volume das suas operações.
CARACTERÍSTICAS
• O que torna a informação financeira útil são as características
qualitativas das demonstrações financeiras!

• As quatro principais características qualitativas são a


compreensibilidade; a relevância; a fiabilidade; e a comparabilidade.
CARACTERÍSTICAS
• Compreensibilidade
• Informação rapidamente compreensível pelos utentes. Para isso:
• Presume-se que os utentes têm um razoável conhecimento das actividades empresariais
e económicas e da contabilidade e vontade de estudar a informação com razoável
diligência
• Informações complexas mas relevantes, também devem ser incluídas
CARACTERÍSTICAS
• Relevância
• Informação que influencia as decisões económicas dos utentes ao ajudá-los a
avaliar os acontecimentos passados, presentes ou futuros ou confirmar, ou
corrigir, as suas avaliações passadas;
• Afectada pela sua natureza e materialidade:
• Materialidade: informação cuja omissão ou inexactidão influencia as decisões dos
utentes tomadas com base nas demonstrações financeiras.
CARACTERÍSTICAS
• Fiabilidade
• Informação isenta de erros materiais e de preconceitos, e os utentes dela
possam depender ao representar fidedignamente o que ela é ou pretende
representar
• Para que se considere fiável a informação deve atender: à sua representação
fidedigna; à sua substância e realidade económica e não meramente à sua
forma legal; à sua neutralidade; à aplicação de prudência na sua preparação;
e à sua plenitude.
CARACTERÍSTICAS
• Representação fidedigna: representar fidedignamente as transacções e
outros acontecimentos
• Substância sobre a forma: acontecimentos contabilizados e apresentados de
acordo com a sua substância e realidade económica e não meramente com a
sua forma legal.
• Neutralidade: A informação contida nas demonstrações financeiras tem de
ser neutra, isto é, livre de preconceitos.
CARACTERÍSTICAS
• Prudência: Inclusão de um grau de precaução no exercício dos juízos
necessários ao fazer as estimativas necessárias em condições de incerteza, de
forma que os ativos ou os rendimentos não sejam sobreavaliados e os
passivos ou os gastos não sejam subavaliados.
• Plenitude: a informação nas demonstrações financeiras deve ser completa
dentro dos limites de materialidade e de custo.
CARACTERÍSTICAS
• Comparabilidade
• Os utentes têm de ser capazes de comparar as demonstrações financeiras de
uma entidade ao longo do tempo a fim de identificar tendências na sua
posição financeira, no seu desempenho e das alterações na posição
financeira.
CONSTRANGIMENTOS
• Restrições à informação relevante e fiável
• Tempestividade: Se houver demora indevida no relato da informação ela
pode perder a sua relevância.
• Ponderação benefício/custo: Os benefícios derivados da informação devem
exceder o custo de a proporcionar.
• Balanceamento entre características qualitativas
MENSURAÇÃO DOS ELEMENTOS DAS DF’S
• Custo Histórico
• Custo corrente: quantia que teria de ser paga se o bem fosse
correntemente adquirido (ex: casos de inflação)
• Valor realizável (de liquidação): quantia que possa correntemente ser
obtida ao vender o ativo (ex: inventários, clientes, etc)
• Valor presente (atual): valor presente descontado dos futuros influxos
líquidos de caixa que se espera que o ativo gere no decurso normal do
negócio (ex: instrumentos financeiros)
• Justo valor: quantia pela qual um ativo pode ser trocado ou um passivo
liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso. (muito subjetivo,
pouco utilizado)
FORMAS DE CUSTEIO
• Inventários
• Os Inventários são valorizados ao custo de aquisição ou ao custo de produção:
• Custo de aquisição = preço da compra + gastos suportados directa e indirectamente para
colocar o bem no seu estado actual e no local de armazenagem
• Custo de produção = custo das matérias primas + outros materiais directos + custos da
mão-de-obra directa + custos industriais (variáveis e fixos).

• Por aplicação do principio da prudência, deve-se registar pelo valor mais


baixo, de entre o custo de aquisição ou de produção e o preço de mercado.
FORMAS DE CUSTEIO

• Como métodos de custeio das saídas de inventários adoptam-se os


seguintes:
• Custo específico
• Custo médio ponderado
• FIFO
• LIFO
FORMAS DE CUSTEIO
• Dívidas de e a terceiros
• As operações em moeda estrangeira são registadas ao câmbio da data da
operação
• Diferenças de câmbio resultantes de dívidas a médio e longo prazos deverão
ser diferidas, caso existam expectativas de que o ganho seja reversível.
• Perdas por imparidade devem ser reconhecidas.
• Meios Financeiros:
• Os valores em moeda estrangeira são expressos no balanço de final do
exercício ao câmbio em vigor nessa data;
• Aos Instrumentos Financeiros e outras aplicações de tesouraria são utilizados
os critérios definidos para os inventários.
FORMAS DE CUSTEIO
• Investimentos
• Os ativos fixos tangíveis devem ser valorizados ao custo de aquisição ou ao
custo de produção

• Os investimentos financeiros registam-se ao custo de aquisição excepto


quando representem partes de capital em empresas filiais e associadas com
participação superior a 20% do capital social. Nesse caso aplica-se o método
da equivalência patrimonial.
INSTRUMENTOS BASE DE AF
• Tendem a ser maioritariamente compostos pela informação financeira
divulgada pelas entidades.
• Com a adopção do SNCRF o conjunto das DF’s tendentes à prestação
de contas é composto por:
• Balanço;
• Demonstração de Resultados;
• Demonstração de Alterações no Capital Próprio;
• Demonstração de Fluxos de Caixa;
• Anexo, onde se divulgam as bases de preparação e políticas contabilísticas adoptadas e outras
divulgações explicativas.
INSTRUMENTOS BASE DE AF
• Casos particulares:
• Pequenas entidades, micro entidades e entidades sem fins lucrativos , às
quais se exige menor grau de exigibilidade ao nível da informação a prestar
(REMPE);
• Sociedades anónimas (e outras), às quais acresce a necessidade de verem as
suas contas auditadas por entidade independentes
• Nestes casos, resultam relatórios emitidos pelos auditores.
INSTRUMENTOS BASE DE AF

Demonstração Financeira características


Balanço Financeiro e Estático
Demonstração de Resultados Económico e Dinâmico
Demonstração de alterações no Capital Financeiro e Dinâmico
Próprio
Demonstração de Fluxos de Caixa Monetário e Dinâmico
Anexo Contém elementos económicos e
financeiros, e informação de natureza
quantitativa e qualitativa.
BALANÇO
• É um dos principais documentos proporcionados pelo sistema
contabilístico.
• Trata-se de um documento que expressa a situação financeira
(patrimonial) de uma entidade num determinado momento,
revestindo, por isso, um carácter estático.
• Permite comparar:
• o ativo: bens e meios monetários que a empresa possui, bem como, as
dívidas de terceiros; com o
• passivo ou capital alheio: o que a entidade deve a terceiros, quer seja
empréstimos bancários, responsabilidades para com o Estado ou dívidas a
fornecedores.
BALANÇO
• A diferença entre o que a empresa tem e o que esta deve é designada
de capital próprio.
• Composto pelo capital que foi usado para criar a empresa, pelo acumular de
resultados (positivos ou negativos) ao longo dos anos, e por eventuais
revalorizações de componentes do ativo

• São várias as perspectivas de abordagem do documento.


BALANÇO na óptica dos fluxos financeiros
• Sob este prisma, o Balanço é uma igualdade entre dois membros: o primeiro
evidencia os investimentos realizados pela entidade (aplicações de fundo), e o
segundo, as fontes de financiamento (origem de fundos).

Aplicações Origens
BALANÇO na óptica dos fluxos contabilística
• O 1ºmembro representa a globalidade dos ativos e o 2º membro a forma de
financiar esses ativos (recorrendo a fontes próprias e alheias)

Capital Próprio

ativo
Passivo ou Capital Alheio
BALANÇO na óptica da tempestividade dos Investimentos e Financiamentos

• Nesta perspectiva, os ativos e passivos podem ser classificados como correntes e


não correntes atendendo ao horizonte temporal de detenção dos bens e direitos
(ativo) e da assunção das obrigações (passivos).

Capital Próprio
ativo não corrente

Passivo não corrente


ativo corrente
Passivo corrente
ATIVOS CORRENTES E NÃO CORRENTES
• Um ativo deve ser classificado como corrente, quando (NCRF 1):
• Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido,
no decurso normal do ciclo operacional da entidade;
• Seja detido essencialmente com a finalidade de ser negociado;
• Espera-se que seja realizado num período até doze meses após a data do
balanço; ou
• É caixa ou equivalente de caixa, a menos que lhe seja limitada a troca ou uso
para liquidar um passivo durante pelo menos doze meses após a data do
balanço.
ATIVOS CORRENTES E NÃO CORRENTES
• Os ativos correntes incluem ativos (tais como inventários e dívidas a receber
comerciais) que são vendidos, consumidos ou realizados como parte do ciclo
operacional normal mesmo quando não se espere que sejam realizados num
período até doze meses após a data do balanço.
• Os ativos correntes também incluem ativos detidos para a finalidade de
serem negociados e a parte corrente de ativos financeiros.
• Todos os outros ativos devem ser classificados como não correntes, estando
nessa situação, os ativos fixos tangíveis, ativos intangíveis e ativos
operacionais e financeiros de longo prazo.
ativoS CORRENTES E NÃO CORRENTES
Tipos de ativos Características

São itens tangíveis:


• São detidos para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços, para arrendamento a outros, ou
ativos fixos tangíveis
para fins administrativos; e
ativos não correntes

• Se espere que sejam usados durante mais que um período.

ativos fixos intangíveis ativos não monetários identificáveis sem substância física

Investimentos Financeiros Representam participações de capital em outras entidades com carácter de permanência.

Propriedade (terreno, edifício, parte de edifício, ou ambos) detida (pelo dono ou locatário numa locação
Propriedades de financeira) para obtenção de rendas, valorização do capital e que não se destine a:
Investimentos • Uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades administrativas; ou
• Venda no curso ordinário do negócio
Inventários São ativos:
• Detidos para venda no decurso ordinário da actividade empresarial;
ativos correntes

• No processo de produção para tal venda; ou


• Na forma de materiais ou consumíveis a serem aplicados no processo de produção ou na prestação de
serviços.
Realizável ativos correntes que serão, de modo relativamente célere, transformáveis em liquidez

Disponível Meios financeiros líquidos


PASSIVOS CORRENTES E NÃO CORRENTES
• Um passivo deve ser classificado como corrente, quando:
• Se espere que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade;
• Esteja detido essencialmente com finalidade de ser negociado;
• Seja liquidado num período até doze meses após a data do balanço; ou
• A entidade não tenha um direito incondicional de diferir a liquidação do
passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço.
• Todos os outros passivos são classificados como não correntes.
PASSIVOS CORRENTES E NÃO CORRENTES
Tipos de ativos Características

São passivos de tempestividade ou quantia incerta, caracterizando-se pela existência de incerteza acerca do
Provisões
momento da sua ocorrência ou da quantia dos dispêndios futuros necessários para a sua liquidação.
Passivos não correntes

Quantias referentes a passivos financeiros, classificados como não correntes. Abrange, igualmente, as
Financiamentos obtidos
responsabilidades derivadas de contratos de locação financeira
Responsabilidades por
Compreende as quantias assumidas pela entidade para com os seus empregados.
benefícios pós-emprego
Passivos por impostos Passivos por impostos diferidos são as quantias de impostos sobre o rendimento pagáveis em períodos
diferidos futuros com respeito a diferenças temporárias tributáveis.
Compreende as quantias de passivos financeiros correspondentes a contas a pagar de carácter não corrente,
Outras contas a pagar
que não estejam inseridas nas demais rubricas.
Exigível a curto prazo Obrigações que devem ser liquidadas pela empresa num período máximo de um ano.
correntes
Passivos

Diferimentos Compreendem os gastos e os rendimentos que devam ser reconhecidos nos períodos seguintes.
BALANÇO
• 1º membro do balanço
• Ativo não corrente (liquidez reduzida)
• Meios de produção com carácter de permanência que participam em vários ciclos de
produção
• Integra
• Ativos Fixos Tangíveis
• Propriedades de Investimento
• Ativos Intangíveis
• Investimentos financeiros
• Outros MLP
• Deduz-se: amortizações acumuladas e perdas por imparidade acumuladas
BALANÇO
• Ativo corrente (maior liquidez)
• Ativos que são transformados ou consumidos no decurso de um único ciclo de
produção
• Integra
• Inventários
• Dívidas de terceiros de CP
• Instrumentos Financeiros de CP
• Depósitos bancários e caixa
• Deduz-se: Perdas por imparidade acumuladas
• Diferimentos
• Gastos a Reconhecer
BALANÇO
• 2º Membro do Balanço
• Capital próprio (exigibilidade nula)
• Inclui:
• Capital
• Reservas
• Resultados
• Deduz-se: dividendos distribuídos
• Capital alheio (diferentes graus de exigibilidade)
• Inclui:
• Provisões para riscos e encargos
• Dívidas a terceiros de MLP e CP
• Diferimentos
• Rendimentos a reconhecer
• Subsídios para investimentos.
BALANÇO
• Inscrição de contas no balanço
• ativos
• Pelo grau crescente de liquidez: que é a aptidão reconhecida a um ativo para se
transformar em meios monetários – dinheiro ou equivalente – num período
• Passivos
• Pelo grau crescente de exigibilidade: baseia-se nos diferentes prazos de vencimento dos
créditos obtidos
BALANÇO
• Em função do anteriormente referido, pode-se enunciar a equação
fundamental do Balanço da seguinte forma:

ativo = Passivo + Capital Próprio

ativo não corrente + = Passivo não corrente + Passivo


ativo corrente corrente + Capital Próprio

Aplicações de Fundos = Origens de Fundos


DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

• Um dos objetivos do sistema contabilístico é o de prestar informação


periódica sobre os resultados decorrentes da actividade realizada
pela entidade.
• A DR é o documento que divulga o montante dos resultados obtidos,
e os componentes que contribuíram para a sua formação
(rendimentos e gastos).
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
• O resultado representa o aumento (quando existem lucros) ou
diminuição (quando se registam perdas) verificada no capital próprio
durante o exercício económico;
• Excluídas as operações realizadas entre a entidade e os seus detentores (ex:
distribuição de dividendos)

• Os elementos constantes da DR são, essencialmente, rendimentos,


gastos e resultados (rendimentos-gastos).
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
• Dois tipos de resultados passíveis de serem obtidos:
• Resultados Operacionais ou de Exploração: decorrentes da actividade da
entidade, onde se integram os rendimentos e gastos respeitantes à
exploração;
• Resultados Financeiros: compostos pelos rendimentos de aplicações de
capital e pelos gastos dos financiamentos, assim como, ganhos ou perdas
resultantes de aplicações financeiras.
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Rendimentos

Gastos operacionais – (Amortizações +


Resultado antes de
Depreciações + Reversões)
depreciações, gastos de
financiamentos e RADGFI (EBITDA)
impostos
Amortizações
Depreciações
Resultado antes de
Reversões gastos de
financiamentos e
RAGFI (EBIT)
impostos
+ Rendimentos financeiros –
- Gastos Financeiros
Resultado antes de impostos (RAI)
Imposto sobre o rendimento
Resultado líquido do período
COMPOSIÇÃO DOS ELEMENTOS DA DRN
Elementos Componentes
Rendimentos Vendas
Serviços Prestados
Subsídios à exploração
Variação de inventários de produção
Trabalhos para a própria entidade
Outros rendimentos e ganhos
Gastos Operacionais (deduzidos das GMVMC
amortizações, depreciações e Fornecimentos e Serviços Externos
reversões) Gastos com o pessoal
Imparidades
Provisões
Outros gastos e perdas
Gastos/ Reversões de depreciação e de Gastos (e reversões) de depreciações e amortizações de ativos tangíveis, intangíveis,
amortização locações e propriedades de investimento
Rendimentos Financeiros Juros e rendimentos similares obtidos relacionados com o financiamento da entidade.

Gastos financeiros Juros e gastos similares suportados relacionados com o financiamento da entidade.
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
• Quanto aos resultados, podem distinguir-se:
• Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos: relacionado com as
actividades que constituem o objecto principal da empresa, exceptuando os gastos/
reversões associados às amortizações e depreciações de ativos.
• Resultado antes de gastos de financiamento e impostos (Resultado Operacional): considera
todos os rendimentos e gastos associados ao exercício da actividade comercial, produtiva
e/ou de prestação de serviços da entidade, bem como, o efeito dos gastos/ reversões das
amortizações e depreciações de ativos.
• Resultado antes de impostos (RAI): concorrem para a sua formação o Resultado Operacional
e o resultado da função financeira.
• Resultado liquido do período: corresponde ao RAI após ser considerado o efeito fiscal
decorrente da tributação do rendimento que incide sobre a entidade.
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
• Algumas debilidades da DR:
• Agrupamento das vendas e das prestações de serviço, não permitindo a
distinção dos componentes do volume de negócios da empresa;

• Grande número de situações que podem estar associados às rubricas de


“Outros Rendimentos e Ganhos” e “Outros Gastos e Perdas”.
• Informação relativa a estes estes casos estará disponível no Anexo.
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
• Embora sem caracter obrigatório, pode adicionalmente ser
apresentada a Demonstração de Resultados por funções
• Exige a existência de contabilidade de gestão.

• Neste caso, os gastos distribuem-se pelas diferentes funções da


empresa: produção, administrativa, distribuição e financeira.
DR versus BALANÇO
• A DR tem uma relação íntima com o Balanço. O resultado obtido no período
representa a variação ocorrida no capital próprio entre dois balanços sucessivos
(salvo exceções).

Capital Próprio
Gastos
ativo Resultado Rendimentos

Passivo
Resultado
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
• Procura explicar a forma como é gerado e utilizado o dinheiro,
evidenciando os fluxos de recebimentos e de pagamentos de
determinada empresa, no exercício económico.
• Informação de primordial importância: as empresas podem operar
durante vários períodos com resultados negativos (DR), mas não
conseguirão operar com fluxos de caixa negativos durante estes
mesmos períodos
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
• Deve relatar os fluxos de caixa do período classificados por
actividades operacionais, de investimento e de financiamento,
proporcionando informação que permite:
• Determinar o impacto dessas actividades na posição financeira da entidade;
• Determinar o impacto dessas actividades nas quantias de caixa e seus
equivalentes;
• Avaliar as relações entre os diferentes tipos de actividades.
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
• Actividades Operacionais: são as principais actividades produtoras de
rendimento da entidade, agregando igualmente outras actividades
que não sejam objectivamente de investimento e de financiamento.
• Os fluxos de caixa de atividades operacionais são derivados das
actividades operacionais, sendo consequência das operações e
acontecimentos que entram na determinação dos resultados da
entidade.
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
• Exemplos de Fluxos Operacionais:
• Recebimentos provenientes do volume de negócios;
• Recebimentos de royalties, honorários, comissões e outros réditos;
• Pagamentos a fornecedores de bens e serviços;
• Pagamentos a e por conta de empregados;
• Pagamentos ou recebimentos por restituições de impostos sobre rendimento;
• Pagamentos e recebimentos de contratos detidos com a finalidade de negócio;
• Fluxos de caixa provenientes da compra e venda de títulos para negociar ou
comercializar;
• Adiantamentos de caixa e empréstimos, classificados como operações
operacionais.
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
• Actividades de Investimento: aquelas tendentes à aquisição e
alienação de ativos a longo prazo;

• Os fluxos de caixa das actividades de investimento são derivados das


actividades classificadas como de investimento.
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
• Exemplos de Fluxos de Investimento:
• Pagamentos/ Recebimentos por aquisição/ venda de ativos fixos tangíveis,
intangíveis e outros de longo prazo;
• Pagamentos/ Recebimentos por aquisição/ venda de instrumentos de capital
próprio ou de dívida de outras entidades;
• Adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a outras entidades;
• Reembolsos de adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a outras
entidades;
• Recebimentos e pagamentos provenientes de contratos de futuros, de
forward, de opção, de swap (exceto quando classificados como operacionais
ou de financiamento)
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
• Atividades de Financiamento: concernem às atividades que têm
como consequência alterações na dimensão e composição do capital
próprio e nos empréstimos obtidos pela entidade.

• Os fluxos de caixa das atividades de financiamento são derivados


das atividades classificadas como de financiamento.
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
• Fluxos de financiamento considerados:
• Recebimentos por emissão de ações ou de outros instrumentos de Capital
Próprio;
• Pagamentos por aquisição de ações (quotas) próprias, redução de capital ou
amortização de ações (quotas);
• Recebimentos provenientes da emissão de certificados de dívida,
empréstimos, livranças, obrigações, hipotecas e outros;
• Desembolsos de quantias de empréstimos obtidos;
• Pagamentos no âmbito de um contrato de locação financeira.
• Distribuição de dividendos.
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
• Uma entidade deve relatar os fluxos de caixa pelo uso do Método Directo.
Recebimentos A.
Pagamentos A. Operacionais
Operacionais
(1) Fluxos das Atividades Operacionais
Recebimentos A.
Pagamentos A. Investimento
Investimento
(2) Fluxos das Atividades Investimento
Recebimentos A.
Pagamentos A. Financiamento
Financiamento
(3) Fluxos das Atividades Financiamento
(1)+(2)+(3)= Δ Fluxos de Caixa
Disp. Iniciais + Δ Fluxos de Caixa = Disp. Finais
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
• Algumas considerações:
• Os fluxos das atividades operacionais integram os recebimentos e
pagamentos relativos às atividades de aquisição, transformação ou produção
e venda acrescidos da respetiva margem comercial.
• É esperado que os recebimentos sejam superiores aos pagamentos -> Fluxos de caixa
positivos

• Os fluxos de atividades de investimento consideram os recebimentos e


pagamentos referentes às atividades de aquisição e alienação de ativos não
correntes.
• Espera-se que os recebimentos sejam inferiores aos pagamentos -> Fluxos de caixa
negativos
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
• Os fluxos gerados pelas atividades de financiamento são compostos pelos
recebimentos e pagamentos que se referem às atividades de obtenção de
recursos financeiros e respetivos reembolsos.
• Não é possível definir um fluxo esperado positivo ou negativo. Depende se a empresa
está num período de contração ou de reembolso de financiamentos.
DFC versus BALANÇO

DFC

• Atividades
Operacionais
• Atividades Capital Próprio
Investimento Ativo
• Atividades
Financiamento

Passivo
Disponibilidades Final
Disponibilidades
Exercício
CONCLUSÃO
• As partes componentes das DF inter-relacionam-se porque refletem
aspetos diferentes das mesmas transações;
• Nenhuma proporciona toda a informação que satisfaça as
necessidades particulares dos utentes;
• Relacionam-se e complementam-se!
DEMONSTRAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO

• Oferece uma visão global da situação inicial do capital próprio da


entidade e dos seus componentes;
• Traduz a demonstração das variações ocorridas em cada um deles no
decorrer do exercício;
• Evidencia a situação do capital próprio no final do período
DEMONSTRAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO

• As operações que podem influenciar e alterar quantitativa e/ou


qualitativamente o capital próprio, têm a sua origem em:
• Resultados do período;
• Rendimentos e gastos do período reconhecidos directamente no capital
próprio;
• Os efeitos das alterações das políticas contabilísticas e as correções de erros
reconhecidos no capital próprio;
• Outras alterações verificadas no capital próprio, no período.
DEMONSTRAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO

• A alteração global no capital próprio representa a quantia total de


rendimentos e gastos, incluindo ganhos e perdas, geradas pelas
atividades da entidade durante esse período:
• quer esses itens de rendimentos e de gastos sejam reconhecidos na DR;
• Ou diretamente como alterações no capital próprio.
ANEXO
• Com a adoção do SNCRF, veio ganhar protagonismo na prestação de
contas das entidades.
• O Anexo deve:
• Apresentar informação acerca das bases de preparação e das políticas
contabilísticas usadas nas DF’s;
• Divulgar a informação exigida pelas NRF que não seja apresentada na face das
demais DF’s;
• Proporcionar informação adicional que não seja apresentada nas DF´s, mas
que seja relevante para uma melhor compreensão de qualquer uma delas.
ANEXO
• As notas devem ser apresentadas de forma sistemática, recorrendo a
referencias cruzadas para itens que constem nas várias DF’s.
• Cada entidade deve criar a sua própria sequência numérica. Porém, as
notas 0 a 2 e N-3 a N (onde N é o último numero) são de carácter
obrigatório.
• 0. Referencial contabilístico de preparação das DF’s;
• 1. Principais políticas contabilísticas;
• 2. Fluxos de Caixa.
• …
• N-3. Regime do Acréscimo;
• N-2. Passivos e compromissos contratuais não reconhecidos;
• N-1. Divulgações exigidas por diplomas legais;
• N. Outras informações relevantes para melhor compreensão da posição
financeira e dos resultados.

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