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0619 - Métodos e

técnicas de análise
económica e financeira
UFCD 50 HORAS

1
Objetivos
Aplicar métodos e técnicas de análise financeira e de gestão orçamental
como ferramentas para a gestão das empresas.

Elaborar orçamentos e analisar desvios orçamentais.

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Conteúdos
Estrutura financeira da empresa
• Definição e estrutura da empresa

• Função financeira, gestão financeira e análise financeira

• Principais interessados na informação económica e financeira

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Conteúdos
Análise financeira com recurso a balanços
• Balanço de gestão - conceito e representação gráfica

• Balanço, preparação para análise

• Balanço social

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Conteúdos
Métodos e técnicas de análise
• Comparação de balanços sucessivos
• Valores absolutos

• Percentagens

• Gráficos

• Números

• Índices

• Método dos indicadores ou rácios


• Fundo de maneio líquido

• Equilíbrio financeiro a curto prazo

• Equilíbrio financeiro a médio e longo prazo

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Conteúdos
Análise financeira com demonstração de resultados
• Saldos intermédios de gestão

• Cash-flow e auto-financiamento

• Margem bruta

• Custos operacionais variáveis

• Custos fixos

Análise económica
• Análise da rendibilidade da empresa

• Árvore da rendibilidade do capital próprio

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Conteúdos
Elaboração de orçamentos
• Sequência orçamental Análise de desvios

• Análise de desvios

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Introdução ao
Tema

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Contabilidade
Ciência e técnica que fornece informação útil para o processo de
tomada de decisões económicas;

Estuda o património e apresenta os resultados através de documentos


contabilísticos ou financeiros.

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Objetivos da contabilidade
Registar, sistematizar e documentar os atos e fatos de natureza
económico-financeira que afetam uma organização (pública ou privada).

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Tipos de contabilidade
Contabilidade Geral

Contabilidade de Custos ou Analítica

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Contabilidade Geral
VS Contabilidade
de Custos

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Contabilidade Geral Contabilidade de Custos
• Stakeholders • Pessoas internas à organização,
Internos - nomeadamente: trabalhadores,
sócios/accionistas gestores, controllers…
Destinatários da informação
Externos - fornecedores,
bancos, AT…

• Informar Stakeholders • Feedback acerca das decisões


internos e externos sobre tomadas pelos gestores e em
performance financeira simultâneo fornecer dados que
Objectivos da informação passada/atual da organização. permitam efectuar o controlo da
performance operacional. (custo do
produto)

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Contabilidade Geral Contabilidade de Custos

• Apenas são fornecidos dados


financeiros altamente agregados; • São fornecidos dados operacionais e
• Apresentando a situação físicos acerca dos processos;
Tipo e âmbito da informação financeira da empresa como um • A informação é desagregada ao nível do
todo; produto e/ou do sector permitindo obter
informações sobre acções individuais;

• Não é regulamentada;
• Os SI são definidos internamente de
• A contabilidade é regulamentada, forma a satisfazer as necessidades
com regras específicas definidas estratégicas e operacionais da
Natureza da informação
por princípios contabilísticos organização;
(SNC). • Subjectiva e sujeita a diferentes
interpretações mas em simultâneo é mais
relevante para a gestão.

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Contabilidade e Fiscalidade

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Contabilidade e Fiscalidade
Funcionam como peças complementares;

Estão intimamente ligadas aos números da empresa;

Atuam com as informações geradas a partir do dia-a-dia das transações


da empresa.

Contabilidade é independe da fiscalidade!

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Contabilidade VS Fiscalidade
CONTABILIDADE FISCALIDADE

 Cumprir corretamente com as  Aplicar os Códigos na entrega das


Normas Contabilísticas de Relato obrigações fiscais.
Financeiro.

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Contabilidade e fiscalidade
“ (...) A relação entre a fiscalidade e a contabilidade parece, assim,
pautada mais pela interferência da primeira na segunda, o que poderá
desviar a contabilidade da prossecução do seu objetivo(...)”

João Miguel Gonçalves da Silva,ROC

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As empresas e os profissionais
da contabilidade
A função do contabilista é uma atividade indispensável para a boa
execução da gestão de uma empresa;

É praticamente impossível planear o futuro da empresa se o gestor não


tiver em mãos os dados corretos e detalhados das transações efetuadas
nos últimos tempos;

A contabilidade cuida do relacionamento da empresa, com a


Autoridade Tributária, certificando-se que todas as obrigações estão a
ser cumpridas dentro do prazo legal.

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Normalização Contabilística
em Portugal
No século XIX foram desenvolvidas várias iniciativas com impacto nas
práticas contabilísticas, a vários níveis;

O processo de normalização contabilística em Portugal apenas tem


início já em pleno século XX.

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Normalização contabilística
em Portugal
1ª etapa: aprovação do Código de Contribuição Industrial (CCI), em 1963;

2ª etapa: aprovação do primeiro Plano Oficial de Contabilidade (POC), em


1977;

3ª etapa: aprovação do POC na sua segunda versão, ajustada em 1989;

4ª etapa: aprovação do Sistema de Normalização Contabilística (SNC), em 2009

5ª etapa: reformulação do SNC, através da publicação do Decreto-Lei nº


98/2015, de 2 de junho de 2015.

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Sistema de normalização
contabilística (SNC)
O Sistema de Normalização Contabilística (SNC) é o modelo de
normalização contabilística em vigor e consiste num conjunto de
normas coerentes com as normas internacionais de contabilidade na
União Europeia.

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Entrada em vigor do SNC
O Sistema de Normalização Contabilística (SNC) foi publicado através
do decreto lei 158/2009 e veio revogar o Plano Oficial de Contabilidade
(POC).

O SNC foi de aplicação obrigatória no primeiro exercício que se inicie


em ou após 1 de Janeiro de 2010.

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Obrigatoriedade do SNC
Empresas abrangidas pelo Código das Sociedades Comerciais;

Empresas públicas (SNC- AP);

Cooperativas;

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SNC - estrutura normativa
contabilística:
1º nível - Aplicação das normas internacionais de contabilidade (IAS/IFRS) - adotadas

na União Europeia.

Objetivos:

o A necessidade da linguagem universal para a contabilidade implica que a mensuração de

ativos e passivos seja efetuada pelos mesmos critérios;

o As normas de relato financeiro sejam as mesmas para que um investidor possa avaliar uma

empresa independentemente do seu enquadramento económico, financeiro ou social.

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SNC - estrutura normativa
contabilística:
2º nível - Aplicação das normas contabilísticas e relato financeiro NCRF.

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Correspondência entre a
NCRF e o IAS/IFRS
Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro N.IASB
NCRF 1 - Estrutura e Conteúdo das Demonstrações IAS 1
Financeiras
NCRF 2 - Demonstração de Fluxos de Caixa IAS 7
NCRF 4 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas IAS 8
Estimativas Contabilísticas e Erros
NCRF 5 - Divulgações de Partes Relacionadas IAS 24
NCRF 6 - Ativos Intangíveis IAS 38
NCRF 7 - Ativos Fixos Tangíveis IAS 16
NCRF 9 - Locações IAS 17
NCRF 10 - Custos de Empréstimos Obtidos IAS 23
NCRF 11 - Propriedades de Investimento IAS 40
NCRF 12 - Imparidade de Ativos IAS 36
NCRF 14 - Concentrações de Atividades IFRS 3
Empresariais
NCRF 15 - Investimentos em Subsidiárias e IAS 27
Consolidação
NCRF 26 - Matérias Ambientais -
NCRF 27 - Instrumentos Financeiros IAS 32+39+7
NCRF 28 - Benefícios dos Empregados IAS 19

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SNC - estrutura normativa
contabilística:
3º nível - (Regime Simplificado) Aplicação de normas de Contabilidade
e Relato financeiro para pequenas entidades (NCRF-PE) /
Microentidades (NCRF-ME)

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SNC - estrutura normativa
contabilística:
As NCRF-PE condensam os principais aspetos de reconhecimento, mensuração e divulgação
extraídos das correspondentes NCRF, com exceção das seguintes:
NCRF 2 – Demonstração de Fluxos de Caixa
NCRF 5 – Divulgação de Partes Relacionadas
NCRF 8 – Ativos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas
NCRF 11 – Propriedades de Investimento
NCRF 12 – Imparidade de Ativos
NCRF 13 – Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas
NCRF 14 – Concentrações de Atividades Empresarias
NCRF 15 – Investimentos em Subsidiárias e Consolidação
NCRF 16 – Exploração e avaliação de recursos minerais
NCRF 24 – Acontecimentos após a data do Balanço

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Resumo

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Normativo
Decreto-Lei n.º 158/2009 - Decreto-Lei n.º 98/2015
◦ microentidades vs. pequenas entidades vs. médias entidades vs. grandes
entidades

Decreto-Lei 372/2007
◦ micro empresa vs. pequena empresa vs. média empresa

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Normativo
A terminologia é diferente para efeitos de SNC e para efeitos de qualificação nos

termos previstos no anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 06 de novembro.

Importa perceber bem que os objetivos destas qualificações são distintos.

Os próprios limites também são diferentes e a forma da sua aplicação não é

igual.
Não confundir!

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Decreto-Lei n.º 158/2009
Decreto-Lei n.º 98/2015
Para efeitos de SNC, os limiares estão definidos no Decreto-Lei n.º
158/2009, de 13 de julho, com as mais recentes alterações no Decreto-
Lei n.º 98/2015 de 2 de junho.

A categorização das entidades, conforme limites previstos no artigo


9.º, e regras dos artigos 9.º-A, 9.º-C e 9.º-D, destina-se a definir o
normativo contabilístico que por obrigação (ou opção) cada empresa
adota.

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Decreto-Lei n.º 158/2009
Decreto-Lei n.º 98/2015

NCRF-ME – Norma Contabilística e de Relato Financeiro para


Microentidades

NCRF-PE – Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Pequenas


Entidades

NCRF – Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro;

NCRF-ESNL – Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Ent.


Setor Não Lucrativo

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Critérios Aplicação Normativo
Após 1 de janeiro de 2016 as categorias de entidades para efeitos
contabilísticos passaram a ter novos limites, face à nova redação do
artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 158/2009, com a redação dada pelo
Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho.

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Critérios Aplicação Normativo A partir de 1jan2016
Total balanço 350 000,00 €
Micro entidades Volume negócios líquido 700 000,00 €
N.º médio empregados 10
Total balanço 4 000 000,00 €
Pequenas Volume negócios líquido
Entidades 8 000 000,00 €

N.º médio empregados 50


Total balanço 20 000 000,00 €
Médias
Entidades Volume negócios líquido 40 000 000,00 €
N.º médio empregados 250
Total balanço
Ultrapassem dois
Grandes
Volume negócios líquido dos três limites das
Entidades
médias entidades
N.º médio empregados

*As entidades de interesse público são sempre consideradas grandes entidades.

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Critérios Aplicação Normativo
**Dois períodos consecutivos imediatamente anteriores sejam
ultrapassados dois dos três limites enunciados, as entidades deixam de
poder ser consideradas na respetiva categoria, a partir do terceiro
período, inclusive.

***Caso deixem de ultrapassar dois dos três limites enunciados para a


respetiva categoria nos dois períodos consecutivos imediatamente
anteriores.

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Aplicação do Normativo
Categorias de
entidades NCRF Aplicação

Microentidades Norma contabilística para As microentidades podem optar pela aplicação das NCRFs ou da NCRF-
microentidades (ME) PE.

Norma contabilística e de
Pequenas relato financeiro para
Entidades pequenas entidades (NCRF- Alternativa optar pelas NCRFs.
PE)

As ESNL podem optar pela aplicação do conjunto das NCRF ou pela


aplicação das normas internacionais
Entidades Setor de contabilidade adotadas nos termos do artigo 3.º do Regulamento (CE)
Não Lucrativo Norma contabilística e de n.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de julho de
(ESNL) relato financeiro para 2002, desde que observado o disposto no artigo 4.ºdo DL. 98/2015, de
entidades do setor não 02- 06-15
lucrativo (NCRF-ESNL)

Grandes Normas contabilísticas e de


Entidades relato financeiro (NCRF) Obrigatoriedade das NCRFs

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Aplicação NORMATIVO
Rubrica Microentidades Pequena Entidade Grande/Média Entidade

Custo de Empréstimos Gasto do Período Capitalizado no Ativo (§10.2 Capitalizado no Ativo (NCRF
Obtidos (§ 10.2ME) NCRF-PE) 10)

PF em Associadas e Opção pelo MEP (§17.7 MEP (NRCF


Custo
Subsidiárias NCRF-PE) 14)

AFI - Depreciações Quotas N/A (§8.15 Opção Opção


Degressivas ME) (§8.18 NCRF-PE) (§62 NCRF 6)

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Aplicação do Normativo Nível
FISCAL
Interligando com as declarações fiscais, o normativo contabilístico adotado por
cada empresa é informado no anexo A da IES (ou anexo I, se categoria B do IRS
com contabilidade organizada).

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Decreto-Lei n.º 372/2007
Uma qualificação meramente económica e em nada interfere com os
normativos contabilísticos.

O estatuto de micro, pequena ou média empresa é relevante no


âmbito da aplicação de algumas disposições do Código do IRC, de
alguns benefícios fiscais em sede de IRC.

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Decreto-Lei n.º 372/2007
Certificação por via eletrónica de micro, pequenas e médias empresas;

Permite aferir o estatuto de micro, de pequena ou de média empresa


de qualquer empresa interessada em obter tal qualidade

A certificação prevista no decreto-lei compete ao IAPMEI, I. P., o qual


disponibiliza os formulários electrónicos no seu portal na Internet -
www.iapmei.pt, garantindo a sua fiabilidade e segurança.

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Decreto-Lei n.º 372/2007

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Decreto-Lei n.º 372/2007
Segundo o artigo 4.º da Recomendação n.º 2003/361/CE, da Comissão
Europeia, os dados considerados para o cálculo dos efetivos e dos
montantes financeiros são os do último exercício contabilístico
encerrado, calculados numa base anual.

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Decreto-Lei n.º 372/2007
Se uma empresa verificar, na data de encerramento das contas, que
superou ou ficou aquém, numa base anual, do limiar de efetivos ou dos
limiares financeiros, esta circunstância não a faz adquirir ou perder a
qualidade de média, pequena ou microempresa, salvo se tal se repetir
durante dois exercícios consecutivos.

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Aplicação do Normativo Nível
FISCAL
Quando no quadro 3-A da declaração modelo 22 se indica a
qualificação da empresa nos termos do anexo ao Decreto-Lei n.º
372/2007, deve apenas ter-se em conta esta classificação, em função
dos respetivos limites e regras de aplicação.

O preenchimento do quadro 3-A da declaração modelo 22 não tem


nada a ver com limites do SNC nem com normativo contabilístico
utilizado pela empresa.

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EM SUMA…
Uma microentidade (SNC) pode, segundo o Decreto-Lei n.º 372/2007
ser considerada uma média empresa; ou

Uma micro empresa (Decreto-Lei n.º 372/2007) pode estar a aplicar a


Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades
(NCRF-PE), ou as Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF);

Para além de outras combinações possíveis entre as classificações dos


dois normativos

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Composição SNC
O SNC é composto pelos seguintes instrumentos:
◦ Bases para a Apresentação de Demonstrações Financeiras (BADF)

◦ Modelos de Demonstrações Financeiras (MDF)

◦ Código de Contas (CC)

◦ Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF)

◦ Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Pequenas Entidades (NCRF-PE)

◦ Normas Interpretativas (NI)

◦ Estrutura Conceptual ***

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