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Técnico Administrativo

Contabilidade

Prof. Sílvio Sande


Contabilidade

Professor Sílvio Sande

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EDITAL

FUNDAMENTOS DE CONTABILIDADE: Teoria e campo de atuação: conceitos, objetivos da


informação contábil. Livros contábeis. Registros contábeis. Método das partidas dobradas.
Lançamentos. Regime de competência e Regime de caixa. Critérios de avaliação do Ativo e do
Passivo. O Patrimônio líquido. Capital subscrito e integralizado. Reservas e provisões. Contas
patrimoniais e contas de resultado. Apuração do resultado. Operações contábeis comuns às
empresas comerciais, industriais e de prestação de serviços. Principais demonstrações contábeis
– estrutura e finalidades. Balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício,
demonstração das mutações do patrimônio líquido, Demonstração do fluxo de caixa (método
direto e indireto). Demonstração do valor adicionado e as notas explicativas às demonstrações
contábeis. Avaliação de investimentos pelo método da Equivalência Patrimonial e pelo método
do Custo. Critérios de avaliação de estoques – métodos PEPS, UEPS e Média Ponderada Móvel.
Depreciações do Ativo Imobilizado. Provisão para crédito de liquidação duvidosa. Desconto de
duplicata.

BANCA: Cespe
CARGO: Técnico Administrativo

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Contabilidade

FUNDAMENTOS DE CONTABILIDADE

1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE

1.1 O QUE É CONTABILIDADE


A Contabilidade surgiu da necessidade de organizar os dados econômicos e patrimoniais de
uma unidade econômica e administrativa. Ela possibilita a criação de diretrizes e padrões que
permite aos profissionais da contabilidade e aos seus usuários o intercâmbio de informações
sobre determinada unidade patrimonial.
Utilizado até hoje (e muito cobrado em concursos), o conceito oficial de contabilidade surgiu
durante o 1º Congresso Brasileiro de Contabilidade, ocorrido no Rio de Janeiro, em 1924, que é:

A orientação é a função de informar o que ocorre no patrimônio com o objetivo de auxiliar no


seu planejamento e na sua execução por parte dos gestores. O controle é a função de monitorar
constantemente o patrimônio no dia a dia, evitando sofra algum processo de redução por conta
de, por exemplo, desperdícios ou desvios. O registro é a função da contabilidade de registrar os
fatos, amparada na realidade e nas alterações ocorridas, evidenciando o patrimônio real.
Podemos definir a Contabilidade como:

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Como uma ciência, a Contabilidade possui um objeto, uma finalidade e um campo de aplicação.

1.2 OBJETO DA CONTABILIDADE


O objeto de estudo da Contabilidade é o patrimônio das aziendas (entidades). Entende-se por
patrimônio o conjunto de bens, direitos e obrigações e, por aziendas, as entidades com ou
sem fim lucrativo.
Entidades com fins lucrativos são as empresas, ao passo que as sem fins lucrativos são os entes
públicos, as associações, as entidades de classe, etc.
Dessa forma, o objeto de estudo da Contabilidade é o conjunto de bens, direitos e obrigações
pertencentes a qualquer entidade, seja ela pública ou privada e ainda com fins lucrativos ou
não.

1.3 FINALIDADE DA CONTABILIDADE


A finalidade da Contabilidade é produzir informações fidedignas da situação de um patrimônio
para os seus usuários. Essas informações devem ser confiáveis e fundamentadas na realidade.
As informações geradas pela contabilidade são para usuários internos e externos e não são
feitas para atender necessidade específica de nenhum grupo.

1.4 CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE


Se atentarmos ao objeto da Contabilidade e ao conceito, fica fácil delimitar o seu campo de
atuação ou de aplicação, visto que é aplicada a todas as entidades que possuem um patrimônio
a ser controlado, ou seja, a Contabilidade aplica-se às aziendas, que são entidades econômico-
administrativas. Entidades econômico-administrativas são as entidades que reúnem pessoas,
patrimônio, ação administrativa e finalidade estabelecida. O conceito de aziendas não se
confunde com o de empresas, que possuem fins lucrativos, uma vez que a Contabilidade
também controla o patrimônio de entidades sem fins lucrativos e de governos, por exemplo.
As aziendas podem ser classificadas:

a) Quanto ao fim:
•• Social: não visam lucro. São as entes públicos, as sociedades de caráter beneficente,
esportivo, cultural, recreativo, religioso, etc.;
•• Econômico-Social: são aziendas que buscam superávit para revertê-lo reverter em
benefício de seus filiados, como as cooperativas, as entidades de classe, as sociedades de
pecúlios, as aposentadorias e os benefícios;
•• Econômica: visam o lucro voltado para seu próprio benefício, como as empresas comerciais
e industriais.

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b) Quanto a seus proprietários


•• Pública: pertencente à coletividade, mas que podem ser administrada pelo setor público
ou privado;
•• Particular: pertence a um indivíduo ou a uma grupo restrito de pessoas.

1.5 USUÁRIOS DA CONTABILIDADE


Os usuários da Contabilidade são as pessoas (físicas ou jurídicas) interessadas nas informações
prestadas por ela:
a) Investidores;
b) Credores por empréstimos;
c) Outros credores;
d) Administradores de pessoas jurídicas;
e) Governo – com base na contabilidade das empresas, impõe tributação e realiza análise
global da economia do país;
f) Concorrentes;
g) Especuladores.
Os usuários podem ser internos ou externos.

São exemplos de usuários internos: os diretores, para conseguir fazer o planejamento da


empresa, e os acionistas, por querer acompanhar o que está ocorrendo com o seu patrimônio.
São exemplos de usuários externos: os credores, para acompanhar a solidez na concessão de
crédito, e o fisco, pois, a partir da Contabilidade, é possível detectar a ocorrência de diversos
fatos geradores da obrigação tributária.

1.6 FUNÇÕES DA CONTABILIDADE


A função da Contabilidade é econômico-administrativa. A função administrativa consiste em
controlar, quantitativa e qualitativamente, o patrimônio das entidades (aziendas), ao passo que
a função econômica está voltada à apuração do resultado ou rédito (lucro ou prejuízo).

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1.7 TÉCNICAS CONTÁBEIS
A Contabilidade é uma ciência e tem por objetivo o registro dos fatos contábeis, o controle do
patrimônio e a geração de informações úteis aos seus usuários. Para que possa alcançar esses
objetivos, são utilizadas as técnicas da escrituração, das demonstrações contábeis, da análise
das demonstrações contábeis ou de balanço e da auditoria.

1.7.1 ESCRITURAÇÃO
É a técnica contábil que se encarrega do registro dos fatos que alteram o patrimônio de uma
entidade. Toda vez que ocorrer alguma alteração nos bens, nos direitos e nas obrigações de
uma entidade, essas alterações devem ser registradas por meio da técnica de escrituração.
Assim, as alterações devem ser registradas tão logo se tenha conhecimento de sua ocorrência,
resultando que a escrituração estará posta em ordem cronológica de dia, mês e ano.
A técnica de escrituração encontra capitulação legal por meio do artigo 177 da Lei nº 6.404/1976
(Lei das S.A.) e pela Lei nº 10.406/2002 (novo Código Civil). Segundo o dispositivo da Lei das S.A.,
a escrituração das empresas deve manter registros permanentes em obediência à legislação
comercial, aos preceitos da referida Lei e aos princípios contábeis geralmente aceitos.

1.7.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


A técnica das demonstrações contábeis está voltada à elaboração de relatórios resumidos
apresentando a situação patrimonial em determinada data (Balanço Patrimonial), a
demonstração do resultado do exercício, as fontes ou origens de recursos e suas aplicações, a
demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados além de outros demonstrativos.
As demonstrações contábeis obrigatórias, segundo a Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A.), são:
•• BALANÇO PATRIMONIAL;
•• DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO;
•• DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS;
•• DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007);
•• DEMONSTRAÇÃO DE VALOR ADICIONADO (SA’s de CAPITAL ABERTO) (Redação dada pela
Lei nº 11.638, de 2007).

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1.7.3 AUDITORIA
A auditoria contábil compreende o exame de documentos, livros contábeis, registros, além
de realização de inspeções e obtenção de informações de fontes internas e externas, tudo
relacionado com o controle do patrimônio da entidade auditada. A auditoria tem por objetivo
averiguar a exatidão dos registros contábeis e das demonstrações contábeis no que se refere
aos eventos que alteram o patrimônio e a representação desse patrimônio, buscando a
detecção de erros e fraudes. Também é verificado o cumprimento dos princípios contábeis pela
entidade. Além de ser uma técnica contábil, a auditoria também pode ser entendida como um
ramo da contabilidade.

1.7.4 ANÁLISE DE BALANÇO


É técnica que se utiliza de métodos e processos científicos (estatísticos) na decomposição,
comparação e interpretação do conteúdo das demonstrações contábeis, para a obtenção de
informações analíticas. Cita-se, como exemplo, o grau de endividamento e de liquidez de uma
empresa, que auxiliam na tomada de decisões.
Apesar do nome, a análise não se limita ao Balanço Patrimonial, estendendo-se também às
outras demonstrações contábeis. Por isso, alguns autores preferem utilizar o nome da Análise
das demonstrações Financeiras e Contábeis.
É oportuno que se chame atenção ao fato de que a Auditoria e a Análise de Balanços serem,
também, especializações da Contabilidade.

1.8 EXERCÍCIO SOCIAL


Também chamado de período administrativo ou período contábil, representa o período em
que, ao seu final, a direção da entidade elaborará e divulgará os relatórios contábeis. Esse
período poderá coincidir ou não com o ano civil, conforme dispuser em seus estatutos e pela
observância da legislação fiscal.
A Lei das S.As. estabelece, em seu art. 175, que o exercício social terá a duração de 1 (um) ano
e ao cabo deste, a diretoria fará elaborar as demonstrações financeiras (contábeis). A data do
término do exercício social não tem relação obrigatória com o ano civil, podendo ser diferente.
A data do término será fixada no estatuto.

Portanto, vemos que a regra geral é a de o exercício social durar 1 (um) ano, com data de início
e de fim previstas no estatuto. A exceção é na constituição e nos casos de alteração estatutária,
quando o exercício poderá ter duração diversa.

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Em resumo:

1.9 EMPRESAS – SOCIEDADE ANÔNIMAS X LIMITADAS


Existem diferentes formas de organização jurídica, possíveis de serem adotadas pelas empresas
no país. Entre elas, sem sombra de dúvida, as mais importantes são as sociedades anônimas e
as sociedades por quotas de responsabilidade limitada.

1.9.1 SOCIEDADES ANÔNIMAS (OU COMPANHIAS)


Essa forma de organização jurídica é mais propícia a sociedades de maior porte. As principais
empresas de nosso país são organizadas dessa maneira. Nesse tipo de organização, os
controles internos são mais rígidos (existe, por exemplo, um conselho fiscal a tomar as
contas da administração), a administração da sociedade é feita por um órgão (conselho de
administração ou diretoria) colegiado, acarretando a maior qualidade e menor agilidade nas

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decisões tomadas. O custo de manutenção desse regime é maior que o das limitadas que não
possuem conselhos ou diretoria.
São disciplinadas pela Lei nº 6404/76 (Lei das Sociedades por Ações), de fundamental
importância ao nosso estudo, principalmente em seus artigos 175 a 205, as sociedades
anônimas, que possuem as seguintes características:
•• O capital (parcela do patrimônio particular que os sócios entregam à sociedade) é dividido
em ações;
•• Seu documento de constituição é o estatuto, o qual indicará, entre outras coisas, a
quantidade e tipo das ações que compõem o capital social, o objeto da sociedade, a forma
de distribuição dos lucros, etc.;
•• Sua administração compete ao conselho de administração e à diretoria, ou somente à
diretoria, conforme dispuser o estatuto;
•• Serão sempre consideradas “mercantis”, ou seja, comerciais, independentemente do
objeto (atividade que desempenha).

1.9.1 SOCIEDADE POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA


Essa forma de organização jurídica é mais propícia a sociedades de menor porte. Nesse tipo
de organização, os controles internos são menos rígidos (não existe, por exemplo, o conselho
fiscal citado no caso das S.A), a administração da sociedade é feita por um diretor designado
no ato constitutivo, acarretando menor qualidade e maior agilidade nas decisões tomadas. O
custo de manutenção desse regime é menor que o das S.A, visto que não possuem conselhos
ou diretoria.
Essa forma jurídica de constituição de empresa é regulada, atualmente, pelo Novo Código Civil.
Nas hipóteses de omissão da referida Lei e do documento de constituição da empresa (contrato
social), devem ser obedecidas, por analogia, as normas da Lei nº 6.404/76. Embora nem todas
as normas da Lei das S.A. possam ser aplicadas às limitadas, aquelas relativas à elaboração de
demonstrações contábeis são perfeitamente aplicáveis a este tipo de sociedade.
Suas principais características são:
•• O capital é dividido em quotas;
•• Seu documento de constituição é o contrato social que indicará, entre outras informações,
o nome dos sócios, a atividade desenvolvida, o valor da participação de cada sócio, etc.
•• A administração é exercida por um sócio-administrador, indicado no contrato social para
gerir e representar a sociedade.
•• Podem ser sociedades civis ou comerciais, dependendo do objeto desenvolvido.

1.9.2 SOCIEDADE DE GRANDE PORTE


O artigo 3º da Lei nº 11.638/2007 cria a figura da sociedade de grande porte, ou seja, sociedades
que, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações (S.A), estarão obrigadas

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a escriturar, elaborar demonstrações contábeis e contratar auditoria independente, nos termos
da Lei das Sociedades por Ações. Considera-se de grande porte, para tais fins, a sociedade ou
o conjunto de sociedades sob controle comum que tiverem, no exercício social anterior, ativo
total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta
anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais).
Isto é, uma limitada que atingir tais parâmetros será obrigada a seguir os comandos contábeis
exigidos para as S.A relativos à escrituração, à elaboração de demonstrações contábeis e
contratação de auditoria independente.
Observe que tais empresas não estão obrigadas a publicar suas demonstrações, como estão as
S.A.
Em resumo:

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Questões

1.10 EXERCÍCIOS Julgue os itens a seguir quanto ao objeto e à


finalidade da contabilidade.
Com base nas Leis nº 6.404/1976, nº
11.638/2007 e nº 11.941/2009, julgue os 5. (Cespe – EMBASA – 2010)
itens que se seguem.
O objeto da contabilidade é o patrimônio
1. (Cespe – TELEBRÁS – CONTADOR – 2013) das entidades.

Independentemente do objeto social defini- ( ) Certo ( ) Errado


do no estatuto social, a sociedade anônima
será mercantil e se regerá pelas leis e uso do 6. (Cespe – EMBASA – 2010)
comércio.
A principal finalidade da contabilidade é
( ) Certo ( ) Errado prover informações para auxiliar a tomada
de decisões.
2. (Cespe – TELEBRÁS – CONTADOR – 2013)
( ) Certo ( ) Errado
As demonstrações financeiras das compa-
nhias abertas estão sujeitas às normas expe-
didas pela Comissão de Valores Mobiliários 7. (Cespe – IBRAM – DF)
e, quando necessário, serão submetidas a A contabilidade tem como objeto o patri-
auditoria, realizada por auditores internos mônio e como um de seus objetivos prover
registrados nesta comissão. seus usuários de informações úteis para a
( ) Certo ( ) Errado tomada de decisão.
( ) Certo ( ) Errado
3. (Cespe – TELEBRÁS – CONTADOR – 2013)
A companhia que for fechada com patrimô- A contabilidade, desde seu aparecimento
nio líquido, computado na data do balanço, como conjunto ordenado de conhecimen-
superior a R$ 2.000.000,00 não é obrigada a tos, com objeto e finalidades definidos,
elaborar e publicar a demonstração dos flu- tem sido considerada como arte, como
xos de caixa. técnica ou como ciência, de acordo com a
orientação seguida pelos doutrinadores ao
( ) Certo ( ) Errado enquadrá-la no elenco das espécies do sa-
ber humano.
4. (Cespe – CONTADOR – 2013)
Hilário Franco. Contabilidade geral.
Entre as demonstrações contábeis exigí- São Paulo: Atlas, 1997, p. 19 (com adaptações).
veis para todas as sociedades por ações, in- Tendo o texto acima por referência inicial e
cluem-se o balanço patrimonial, a demons- considerando o assunto por ele abordado,
tração dos fluxos de caixa e a demonstração julgue os itens a seguir.
de valor adicionado.
( ) Certo ( ) Errado

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8. (Cespe – PF – 2004) 12. (Cespe – EMBASA – 2010)
Considerando que o campo de abrangência A demonstração do fluxo de caixa e a de-
de uma ciência é delimitado pelo seu obje- monstração do valor adicionado são de ela-
to, conclui-se que somente o atributo quan- boração facultativa.
titativo do patrimônio delimita a contabili-
dade. ( ) Certo ( ) Errado

( ) Certo ( ) Errado
13. (Cespe – EMBASA – 2010)
9. (Cespe – PF – 2004) É facultada à companhia a divulgação de
A contabilidade atinge seu objetivo de for- notas explicativas quanto às demonstrações
necer informações sobre a composição e as financeiras.
variações do patrimônio para a tomada de ( ) Certo ( ) Errado
decisões por meio das técnicas contábeis de
escrituração contábil, demonstrações con-
tábeis, auditoria contábil e análise de balan- A respeito de teoria contábil, livros e regis-
ços. tros dos fatos contábeis e método das parti-
das dobradas, julgue os itens a seguir.
( ) Certo ( ) Errado
14. (Bacen – 2013)
10. (Cespe – TRE – 2010)
Com relação aos objetivos apropriados para
O balanço visa apresentar a posição finan- a contabilidade quanto à utilidade da in-
ceira e patrimonial da empresa em deter- formação contábil, existem divergências de
minada data, e representa, portanto, uma percepções entre administradores e audito-
posição dinâmica. res
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado

Acerca das demonstrações contábeis obri- Quanto ao conceito e objetivo da contabili-


gatórias previstas na legislação societária dade, julgue os itens a seguir.
(Lei nº 6.404/1976), julgue os próximos
itens. 15. (EMBASA – 2010)

11. (Cespe – EMBASA – 2010) A contabilidade é considerada uma ciência


porque possui objeto próprio, o patrimônio
O balanço patrimonial e a demonstração das entidades.
das mutações do patrimônio líquido fazem
parte das demonstrações financeiras de ela- ( ) Certo ( ) Errado
boração obrigatória pela companhia.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. C 3. C 4. E 5. C 6. C 7. C 8. E 9. C 10. E 11. E 12. E 13. E 14. C 15. C

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2. PATRIMÔNIO

Como vimos anteriormente, o patrimônio é o objeto da Contabilidade e pode ser definido


como:

a) Bem: é qualquer coisa, material ou imaterial, que satisfaz a necessidade humana, que pode
ser avaliado economicamente e que pode ser utilizado por uma entidade para atingir a sua
finalidade.
Os bens classificam-se em:
•• Bens numerários – Representados pelos meios de pagamento. Exemplo: caixa;
•• Bens fixos ou de uso – Representados pelos bens de propriedade da empresa, utilizados na
sua atividade operacional. Ex: veículos de uso;
•• Bens de renda – Destinados a produzir renda. Exemplo: imóveis alugados;
•• Bens de venda – Representados, principalmente, pelas contas de estoques.
Outra classificação, esta muito mais importante para o futuro do nosso estudo, é quanto à
tangibilidade:
•• Tangíveis – Bens que possuem existência concreta (material), tal como um imóvel ou um
veículo;
•• Intangíveis – Bens que possuem existência abstrata (imaterial), tal como uma licença para
uso de determinada marca.
b) Direitos: são todos os créditos de uma empresa contra terceiros. Referem-se a uma
operação que, no futuro, será transformada em dinheiro, logo, em bem. Exemplo:
duplicatas a receber, adiantamentos a fornecedores, etc.
c) Obrigações: são os débitos (dívidas) da empresa com terceiros. São bens de propriedades
de terceiros que se encontram em poder da empresa. Exemplo: duplicatas a pagar, impostos
a recolher, etc.
O patrimônio das entidades é autônomo em relação aos demais patrimônios, podendo
a entidade dispor dele livremente dentro do ordenamento jurídico, econômica e
administrativamente.
Há outras ciências que têm como seu objeto o patrimônio, porém à Contabilidade este interessa
sob o aspecto qualitativo e quantitativo.

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2.1 ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS DO PATRIMÔNIO
a) QUALITATIVO: Consiste em qualificar, dar nomes aos elementos componentes do
respectivos relatórios, permitindo que se conheça a natureza de cada um;
b) QUANTITATIVO: Consiste em atribuir, aos respectivos elementos, seus valores em moeda.
Podemos citar como exemplo dos aspectos: máquinas R$100.000 (qualitativamente, o
patrimônio tem em sua composição máquinas e quantitativamente essas máquinas valem
R$100.000) e empréstimos a pagar R$30.000 (qualitativamente, o patrimônio tem em sua
composição empréstimos a pagar e quantitativamente esses empréstimos totalizam R$30.000).

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO

2.2 COMPONENTES PATRIMONIAIS

A Contabilidade atribui um nome a cada um dos lados do gráfico, em forma de T, chamando


de ATIVO o conjunto de direitos e bens, que formam o conjunto de elementos “positivos” da
entidade, situados no lado esquerdo do gráfico, são também chamados de “aplicações” dos
recursos.

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Ao lado direito do gráfico chamamos de PASSIVO, que é o conjunto composto pelas obrigações,
que formam o grupo de elementos “negativos” da entidade e representam as “origens” de
recursos aplicados no Ativo.
Do lado direito também aparece um outro grupo de elementos, chamado de PATRIMÔNIO
LÍQUIDO, correspondendo exatamente à diferença entre ATIVO e PASSIVO, chamado também
de Investimento Próprio por alguns autores ou Capital Próprio e até mesmo de Situação Líquida.

2.3 EQUAÇÃO PATRIMONIAL

2.4 SITUAÇÕES PATRIMONIAIS

a) 1ª Situação:
Quando o Ativo (bens + direitos) é maior que o Passivo (obrigações). Como o Patrimônio Líquido
é Ativo (-) Passivo, teremos um Patrimônio Líquido positivo ou Situação Líquida positiva.
Essa situação pode ser representada da seguinte forma:

b) 2ª Situação:
Quando o Ativo é menor que o Passivo, gerando um Patrimônio Líquido ou Situação Líquida
ou Capital Próprio Negativo. Essa situação também é conhecida como Passivo a Descoberto.

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c) 3ª Situação:
Quando o Passivo for igual ao Ativo, teremos caracterizada a inexistência de Capital Próprio ou
a Situação Líquida nula.

Em resumo:

2.5 DEFINIÇÕES DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS DE ACORDO COM O CPC 00


Segundo CPC 00, os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição
patrimonial financeira são ativos, passivos e patrimônio liquido. Esses são definidos como
segue:

a) ATIVO
Conjunto dos recursos controlados pela entidade como resultados de eventos passados e do
qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.

b) PASSIVO
Toda obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se
espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.

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c) PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O interesse residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.

2.6 DIFERENÇA ENTRE CAPITAL E PATRIMÔNIO


Na Contabilidade, o capital (ou capital total) pode ser considerado a soma capital de terceiros
(empréstimos e financiamentos) ou próprio (Patrimônio Líquido – que é composto pelos valores
aportados pelos sócios diretamente em quotas ou ações somando outros valores gerados
pela atividade da entidade). O capital aportado diretamente pelos sócios podem ser de duas
categorias:
a) Capital Social ou Nominal ou Integralizado – Indica o capital que os sócios aportaram na
entidade;
b) Capital a integralizar – Capital que os sócios assumiram o compromisso de aportar mas
ainda na entidade mas ainda não o fizeram.
Já o patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações, ou seja, tem conceito mais
abrangente do que o de capital.
Em síntese:

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d) RECEITAS
São aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entrada
de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do
patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade.
A receita corresponde, em geral, às vendas de mercadorias, produtos ou prestações de serviços.
Ela é refletida no balanço patrimonial através da entrada de dinheiro no caixa/bancos (venda à
vista) ou entrada em forma de direitos a receber (venda a prazo) – duplicatas a receber.
Percebe-se que as receitas (contas de resultado) não aparecem no Balanço Patrimonial. Elas
são a ele incorporados em forma de resultado via conta de lucros ou prejuízos acumulados.
Toda Receita aumenta o PL, mas nem todo aumento de PL foi consequência de uma Receita.

e) DESPESAS
São decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de saída
de recursos ou redução de ativos ou incrementos em passivos, que resultam em decréscimo
do Patrimônio Líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da
entidade.
Despesa é todo o sacrifício ou todo esforço da pessoa jurídica para obter uma receita (o
consumo de bens e serviços com o objetivo de obter receitas é um sacrifício, um esforço para a
empresa). Ela é refletida no balanço através de uma redução do caixa/bancos (quando é paga
a vista) ou mediante um aumento de uma dívida (passivo, quando a despesa é incorrida, mas
não paga).
Podem diminuir o Ativo ou aumentar o passivo exigível, mas sempre reduzem a Situação
Líquida ou o Patrimônio Líquido.

f) RESULTADO (RÉDITO)
É o resultado produzido pelos componentes patrimoniais e que traz alterações ao estado inicial
do capital, podendo ser, portanto, positivo (lucro) ou negativo (prejuízo). Assim, rédito é a
variação positiva ou negativa, expressa em termos de moeda, que a entidade suportou no seu
capital, em dado exercício, por efeito da gestão.
A função econômica da Contabilidade é apurar o resultado que uma entidade (azienda) obteve
em determinado período. Esse resultado é obtido pela diferença entre as receitas e as despesas
do período. Assim:
RESULTADO(RES) = RECEITAS(R)–DESPESAS (D)
R > D RES > 0 LUCRO
R < D RES < 0 PREJUÍZO
R = D RES = 0 NULO

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g) PATRIMÔNIO BRUTO
Patrimônio bruto, na linguagem contábil, representa o conceito de patrimônio para outras
ciências, ou seja, patrimônio bruto representa o conjunto de bens e direitos de uma entidade
o que equivale ao ativo total. Como o ativo total é igual ao passivo total, pode-se dizer que o
passivo total é, também, igual ao patrimônio bruto.

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Questões

2.7 EXERCÍCIOS 5. (Cespe – TRE – 2010)

Acerca da equação fundamental do patri- O patrimônio líquido da entidade compre-


mônio, julgue os itens seguintes. ende as suas exigibilidades e obrigações
para com terceiros.
1. (Cespe – EMBASA – 2010) ( ) Certo ( ) Errado
O ativo corresponde à soma do passivo e do
patrimônio líquido. 6. (Cespe – TRE – 2010)
( ) Certo ( ) Errado No balanço patrimonial, as contas do ativo
devem ser classificadas em ordem decrescen-
te do grau de liquidez, enquanto, no passivo,
2. (Cespe – EMBASA – 2010) devem ser dispostas em ordem crescente de
Salários a pagar, fornecedores e ferramen- prioridade de pagamento das exigibilidades
tas são componentes do ativo. ( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
Com relação aos componentes patrimoniais
3. (Cespe – TRE – 2010) classificados no ativo, passivo e patrimônio
líquido, julgue os seguintes itens.
O balanço visa apresentar a posição finan-
ceira e patrimonial da empresa em deter- 7. (Cespe – EMBASA – 2010)
minada data, e representa, portanto, uma
posição dinâmica. A conta mercadorias é considerada um bem
do ativo circulante.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado

Acerca do conceito, do objetivo e da com-


posição do balanço patrimonial das compa- 8. (Cespe – EMBASA – 2010)
nhias, julgue os próximos itens. Se o passivo e o patrimônio líquido de uma
empresa totalizarem R$ 40.000,00 e R$
4. (Cespe – TRE – 2010) 50.000,00, respectivamente, o valor total do
As contas do ativo compreendem as aplica- ativo será de R$ 90.000,00.
ções de recursos em bens e direitos. ( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
9. (Cespe – EMBASA – 2010)
Quando o valor do passivo é maior que o do
ativo, ocorre a situação de passivo a desco-
berto.
( ) Certo ( ) Errado

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10. (Cespe – EMBASA – 2010) 13. (Cespe – TRE – 2010)
Se, em determinado patrimônio, os bens Comparando o período, a situação líquida
somam R$ 300,00, as obrigações, R$ 500,00 tornou-se desfavorável apenas para uma
e os direitos, R$ 400,00, então o valor do das entidades contábeis apresentadas.
patrimônio líquido é de R$ 200,00.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
14. (Cespe – TRE – 2010)
11. (Cespe – SERPRO – 2013)
A situação líquida de uma das entidades
Um bem (ou um direito) somente será con- manteve-se inalterada no período, sendo
siderado como ativo quando satisfaz a três correto afirmar que, nesse caso, não houve
condições: gerar benefícios econômicos fu- variação quantitativa no patrimônio dessa
turos; ser controlado pela entidade e ser re- entidade.
sultante de um evento que tenha ocorrido
no passado. ( ) Certo ( ) Errado

( ) Certo ( ) Errado
15. (Cespe – TRE – 2010)
12. (Cespe – SERPRO – 2013) Entre as entidades citadas, a entidade A, no
ano 2, apresentou o maior percentual de
A definição do passivo pode ser dividida capital de terceiros em relação aos recursos
em três aspectos cruciais: é uma obrigação possuídos pela entidade, capazes de gerar
atual; a liquidação implicará desembolso de benefícios econômicos futuros.
benefícios econômicos para a entidade; é
resultado de eventos passados. ( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado

Considere as representações patrimoniais,


em forma de diagrama de barras, de quatro
entidades contábeis hipotéticas — A, B, C
e D — ilustradas acima, para o período de
dois anos consecutivos. Com base nessas in-
formações e em relação à situação líquida
dessas entidades, julgue os itens de 13 a 15.

Gabarito: 1. C 2. E 3. E 4. C 5. E 6. C 7. C 8. C 9. C 10. C 11. C 12. C 13. C 14. C 15. C

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3. CONTAS

Conta é título utilizado para designar um bem, um direito, uma obrigação, uma despesa ou
uma receita. É o local em que vamos registrar ou alocar os fatos de igual natureza. Então,
teremos uma conta para registrar o dinheiro da empresa, outra para registrar os depósitos
bancários, outra para designar os veículos e assim por diante. Portanto, a quantidade de contas
que se pode encontrar na Contabilidade de uma empresa é enorme e varia de entidade para
entidade. Dessa forma, contas são grupos de elementos semelhantes utilizadas para registrar
as ocorrências que, de alguma forma, afetaram o patrimônio da empresa.

3.1 TEORIAS DAS CONTAS


As principais teorias sobre contas, que merecem destaque, são:
• Teoria Personalista;
• Teoria Materialista;
• Teoria Patrimonialista.

3.1.1 TEORIA PERSONALISTA


Essa teoria atribuía às pessoas responsabilidades sobre cada conta, de forma que o responsável
pelo caixa, devia à empresa o equivalente ao valor registrado nessa conta. Os terceiros de quem
a empresa tinha valores a receber eram os devedores e, por fim, os terceiros a quem a entidade
devia, eram os seus credores. Dessa forma, as contas representativas de bens e direitos eram
debitadas, pois as pessoas responsáveis pelos bens e pelos direitos da entidade deviam a esta.
As contas representativas de obrigações da entidade representavam créditos dos terceiros para
com esta, por isso eram creditadas. Nessa teoria, as contas podem ser assim classificadas:
•• Contas dos Agentes Consignatários – Representavam os bens da empresa. Existiam pessoas
que recebiam em consignação os bens da entidade, sobre os quais eram os responsáveis,
portanto, eram os devedores (note que as contas representativas de bens são de natureza
devedora).
•• Contas dos Agentes correspondentes – Representavam os direitos e as obrigações da
entidade com terceiras pessoas, os correspondentes que eram os credores.
•• Contas dos Proprietários – Eram as contas do Patrimônio Líquido e suas variações, inclusive
as receitas e as despesas, por interferirem diretamente no Patrimônio Líquido.

3.1.2 TEORIA MATERIALISTA


Conforme o próprio nome nos diz, essas contas representavam uma relação com a materialidade,
ou seja, essas contas só deviam existir enquanto existissem também os elementos materiais
por ela representados na entidade. As contas, por essa teoria, eram classificadas em:
•• Contas Integrais — Eram aquelas representativas de bens, direitos e obrigações.
•• Contas Diferenciais — Eram as representativas de receitas, despesas e Patrimônio Líquido.

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3.1.3 TEORIA PATRIMONIALISTA
É a teoria que atualmente tem repercussão mundial e entende que o patrimônio é o objeto
da Contabilidade, sendo sua finalidade o seu controle. É a teoria aceita pelos doutrinadores
contemporâneos, por entenderem que se amolda à Contabilidade como ciência.
Por essa teoria, as contas são classificadas em dois grandes grupos:
•• Contas patrimoniais — São as contas que representam os bens, direitos, obrigações e a
situação líquida das entidades, ou seja: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Essas contas
permanecem com o seu saldo no momento da apuração do resultado, vale dizer, elas
aparecem no balanço patrimonial.
•• Contas de resultado — São as contas que representam as receitas e as despesas. Essas
contas devem ter, sempre, os seus saldos zerados, isto é, devem ser encerradas (tornar o
saldo zero e transferi-lo à apuração do resultado) por ocasião da apuração do resultado
ou do exercício social. São incorporadas ao Balanço Patrimonial no grupo do Patrimônio
Líquido, via contas de lucros, como, por exemplo, lucros ou prejuízos acumulados e reservas
de lucros.

3.2 TIPOS DE CONTAS

3.2.1 CONTAS PATRIMONIAIS


São utilizadas para controle e apuração do patrimônio, registram bens, direitos, obrigações e
situação líquida. São consideradas permanentes, acumulam-se de um período para outro.
a) CONTAS DO ATIVO = bens + direitos. Organizadas em ordem decrescente do grau de
liquidez. Divididas em Ativo Circulante e Ativo não Circulante, composto por: ativo realizável
a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.

b) CONTAS DO PASSIVO: obrigações da entidade para com terceiros ou da mesma para com
os sócios. Organizadas em ordem decrescente do grau de exigibilidade.

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c) CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL): riqueza própria da entidade, obtida pela diferença
entre o Ativo e o Passivo.

Ex.: capital social, reserva de capital, reserva de lucro, ajuste de avaliação patrimonial, prejuízos
acumulados e ações em tesouraria.
d) CONTAS REDUTORAS: tem a função de reduzir o saldo de outra conta. Possui a natureza
inversa, a natureza do grupo ao qual pertencem.
Ex.: depreciação acumulada, capital a integralizar, provisão de devedores duvidosos.

3.2.2 CONTAS DE RESULTADO


São utilizadas para a apuração do resultado do exercício. Representam os ganhos (receitas) e
as perdas (despesas). Consideradas transitórias, visto que seu tempo de vida é limitado a um
exercício social, pois, ao final de cada exercício, terão seus saldos zerados (encerrados) a fim de
que se possa apurar o resultado do período.
a) Receitas: variações positivas (aumento) do Patrimônio Líquido.

Ex.: receitas de venda, receitas financeiras, receita de equivalência patrimonial, ganho de


capital.

b) Despesas: variações negativas (reduções) do Patrimônio Líquido.

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Ex.: despesa financeira, despesa administrativa, despesa com vendas, perdas de capital.
Temos, portanto, o seguinte quadro que deve ser mentalizado para a prova:

3.3 CONTAS NA LEI nº 6.404/76


Nos arts. 178 a 182 da Lei nº 6.404/76, temos disciplinado como devem ser classificadas as
contas no Balanço Patrimonial. Como vimos anteriormente, ela adota a Teoria Patrimonialista.
No balanço, as contas deverão, segundo os elementos do patrimônio que identifiquem, ser
agrupados de modo a facilitar o conhecimento da situação financeira da companhia.

3.3.1 ATIVO
Como vimos anteriormente, o Ativo representa os bens e os direitos que uma companhia
possui e será classificada em ordem decrescente do grau de liquidez. Ele apresenta subdivisões
que facilitam a sua visualização para os usuários da contabilidade, que são:
A) Ativo Circulante: Nele serão classificadas as disponibilidades, os direitos realizáveis no
exercício social subsequente (após o termino do exercício social atual) e as aplicações de
recursos em despesa do exercício social seguinte.
B) Ativo não Circulante: Composto de:
•• Ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte,
assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades
coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que
não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia.

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•• Investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos


de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante e que não se destinem à
manutenção da atividade da companhia ou da empresa.
•• Imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção
das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os
decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, os riscos e o controle
desses bens.
•• Intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção
da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.

3.3.2 Passivo
Como vimos anteriormente, o Passivo representa as obrigações da companhia em grau
decrescente de exigibilidade. Ele apresenta subdivisões que facilitam a sua visualização para os
usuários da contabilidade, que são:
a) Passivo Circulante: as obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição
de direitos do ativo não circulante, quando se vencerem no exercício seguinte.
b) Passivo não Circulante: as obrigações da companhia, inclusive financiamentos para
aquisição de direitos do ativo não circulante, quando se vencerem após o exercício seguinte.

c) Patrimônio Líquido: Composto de:


•• Capital Social: descriminará o montante do Capital Subscrito e, por dedução, a parcela
ainda não realizada.
O Capital Subscrito é aquele que o sócio se comprometeu a aportar na companhia. Ele deve
ser reduzido da parcela de capital ainda não aportada (não realizada) pelo sócio. Veremos mais
sobre esse assunto nas próximas aulas.

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•• Reservas de Capital: a reserva de Capital constará:
•• a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do
preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada
à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures
ou partes beneficiárias; e

•• o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição.

•• Resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não capitalizado.


•• Ajustes de Avaliação Patrimonial: serão aqui classificadas, enquanto não computadas
no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas
de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do Ativo e do Passivo, em
decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários. Veremos mais sobre valor justo nas
próximas aulas.
•• Reservas de Lucros: será composta pelas contas constituídas com a apropriação de lucros
da companhia.
•• Ações em Tesouraria: são as ações da empresa que se encontram em poder dela mesma.
Serão destacadas como dedução da conta do Patrimônio Líquido que registrar os recursos
aplicados na sua aquisição.
•• Prejuízos acumulados: são os prejuízos acumulados pela empresa. É importante o controle
para fins de compensação, que é limitada a 30% no exercício seguinte. O restante pode ser
compensado após o fim do exercício seguinte.

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Em síntese, teríamos o seguinte:

3.4 PLANO DE CONTAS


O plano de contas é o conjunto composto pela relação ordenada e codificada das contas
utilizadas pela entidade, bem como de todas as normas e procedimentos adotados pelo sistema
contábil.
Cada empresa deve elaborar seu próprio plano de contas de acordo com suas necessidades. Um
plano de contas é composto por um elenco de contas e por um manual das contas. O elenco
de contas é a estrutura do plano de contas compreendendo a relação ordenada e codificada de
todas as contas utilizadas pela entidade. Já o manual de contas é onde esta descrita a função e
o funcionamento das contas.
Exemplo: Conta caixa.
Função: registrar e controlar as entradas e saídas de numerários.
Funcionamento: debitada pelas entradas e creditada pelas saídas de numerário.
O elenco de contas vem, geralmente, precedido de numeração, sendo que:
1) o ativo está representado pelo nº 1;
2) o ativo circulante, pelo nº 1.1;
3) o disponível, pelo nº 1.1.1.

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3.5 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS CONTAS
Nos registros contábeis, utilizamos diversos livros e formas de evidenciação. Uma das formas
de evidenciação é a individualizada por conta, isto é, cada uma das contas terá um espaço
próprio pelo qual podemos observar toda a evolução do componente patrimonial representado
por essa conta. Todavia, esses registros não são efetuados ao bel prazer de quem detém
a responsabilidade de fazê-lo, pois hão de ser efetuados em ordem cronológica e em livro
próprio, chamado de RAZÃO. Por mais que falemos que os registros serão efetuados no livro
RAZÃO, é comum que esse livro seja substituído por fichas, as chamadas fichas do Razão, sendo
utilizada uma ficha para cada uma das contas.
Nas fichas do Razão, a conta possui como elementos necessários o valor do débito, o valor
do crédito, o valor do saldo, o histórico, o título e a data da movimentação. Esses elementos
podem ser representados, graficamente, como se demonstra a seguir:

Didaticamente, na solução de problemas e de questões de provas, usamos o modelo de conta


resumida ou simplificada, chamado de RAZONETE ou conta em “T”, sendo débitos e créditos
convenções como a seguir, e o saldo assim classificado:
SALDO CREDOR Total dos créditos > Total dos débitos
SALDO DEVEDOR Total dos créditos < Total dos débitos
SALDO NULO Total dos créditos = Total dos débitos
Modelo de razonete ou conta em “T”:

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3.6 FUNCIONAMENTO DAS CONTAS


Um aspecto fundamental que precisamos saber é o relativo ao funcionamento das contas. Já
vimos pela teoria personalista que as contas representativas de bens e direitos possuem saldo
devedor e as que representam obrigações possuem saldo credor, assim como as do Patrimônio
Líquido.
•• DEBITAR a conta significa lançar valores no lado esquerdo do razonete.
•• CREDITAR a conta significa lançar valores no lado direito do razonete.

a) CONTAS DO ATIVO E DESPESAS


Por representarem os investimentos da entidade (bens e direitos) e seus gastos (despesas), isto
é, por representarem as aplicações dos recursos, essas contas têm obrigatoriamente natureza
devedora, apresentando sempre saldos devedores ou nulos (exceto as contas retificadoras
do ativo que possuem saldo credor). Assim, os aumentos de valor dos bens e direitos serão
registrados por meio de débitos e as reduções por créditos.
Todo aumento de Ativo ou de Despesa deve ser lançado no lado esquerdo, ou seja, DEBITA-SE
a conta.

b) CONTAS DO PASSIVO, PATRIMÔNIO LÍQUIDO E RECEITAS


As fontes ou origens de recursos da empresa estão representados, no Balanço Patrimonial,
pelas contas do Passivo exigível e pelas contas do Patrimônio Líquido. As contas de receita
também representam origens de recursos provenientes de terceiros, mas não representam
obrigações. Representam recursos que tendem a aumentar o Patrimônio Líquido, pois no seu
confronto com as despesas (apuração do resultado), pode gerar lucro, o qual é incorporado ao
Patrimônio Líquido via conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Assim, as contas desses grupos, por representarem as fontes de recursos da entidade, que
podem ser provenientes de terceiros (Passivo), de sócios ou acionistas (Patrimônio Líquido) ou
de suas próprias atividades (Receitas), têm obrigatoriamente natureza credora, apresentando

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sempre saldos credores ou nulos e, assim, os aumentos de valor virão através de créditos e as
diminuições, por débitos. Ressaltamos, todavia, a existência de contas retificadoras de Passivo
e de Patrimônio Líquido que, por suposto, possuem saldo devedor.
Todo aumento de Passivo, PL ou Receita deve ser lançado no lado direito, ou seja, CREDITA-SE.

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Questões

Julgue os itens a seguir com relação ao art. Com relação aos componentes patrimoniais
37 da Lei nº 11.941/2009, que alterou o art. classificados no ativo, passivo e patrimônio
178 da Lei nº 6.404/1976. líquido, julgue os seguintes itens.

1. (Cespe – EMBASA – 2010) 5. (Cespe – SEBRAE – 2011)


O ativo não circulante é composto por ativo Compõem o ativo não circulante o ativo re-
realizável a longo prazo, investimentos, imo- alizável a longo prazo, o ativo imobilizado, o
bilizado e intangível. ativo intangível e o ativo permanente.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado

2. (Cespe – TRE – 2010) 6. (Cespe – EMBASA – 2010)


As contas do ativo compreendem as aplica- A conta ICMS a recuperar é uma obrigação
ções de recursos em bens e direitos. da empresa junto ao fisco estadual.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado

3. (Cespe – TRE – 2010) A respeito dos nomes utilizados para repre-


sentarem os elementos patrimoniais e as
O patrimônio líquido da entidade compre- mutações sofridas pelo patrimônio, julgue
ende as suas exigibilidades e obrigações os próximos itens.
para com terceiros.
( ) Certo ( ) Errado 7. (Cespe – EMBASA – 2010)
A conta caixa representa um bem patrimo-
4. (Cespe – TRE – 2010) nial e não um direito.

No balanço patrimonial, as contas do ati- ( ) Certo ( ) Errado


vo devem ser classificadas em ordem de-
crescente do grau de liquidez, enquanto, 8. (Cespe- EMBASA – 2010)
no passivo, devem ser dispostas em ordem
crescente de prioridade de pagamento das A conta bancos conta movimento represen-
exigibilidades. ta um direito da empresa junto ao banco
depositário dos recursos financeiros dispo-
( ) Certo ( ) Errado níveis em conta-corrente.
( ) Certo ( ) Errado

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9. (Cespe – EMBASA – 2010) Julgue os itens a seguir com relação ao art.
37 da Lei nº 11.941/2009, que alterou o art.
A conta adiantamentos a clientes é conside- 178 da Lei nº 6.404/1976.
rada uma conta do passivo porque represen-
ta adiantamentos dos clientes à empresa. 15. (Cespe – EMBASA – 2010)
( ) Certo ( ) Errado O patrimônio líquido foi dividido em capital
social, reservas de capital, reserva de reava-
Julgue os itens seguintes, acerca das contas liação, reservas de lucros, ações em tesoura-
patrimoniais e das contas de resultados. ria e prejuízos acumulados.

10. (Cespe – EMBASA – 2010) ( ) Certo ( ) Errado

As contas de receitas são consideradas con- Considerando a contabilidade geral, julgue o


tas de resultado. item a seguir.
( ) Certo ( ) Errado
16. (Cespe – SEFAZ-AL – 2002)

11. (Cespe – EMBASA – 2010) A contabilidade depende de um plano para


a sua escrituração, que é um conjunto de
A conta capital social é uma conta patrimo- contas compatível com as necessidades de
nial. registro das transações da empresa em que
( ) Certo ( ) Errado cada conta deve ter uma função e as condi-
ções de funcionamento (quando deve ser
debitada e creditada).
12. (Cespe – EMBASA – 2010)
( ) Certo ( ) Errado
Ao final de cada período de apuração, as con-
tas de resultado devem permanecer com sal-
dos para serem adicionados à movimentação 17. (Cespe – SEFAZ-AL – 2002)
dos períodos seguintes, isto é, o saldo final
de um período é o saldo inicial do outro. Conta é o nome técnico dado aos compo-
nentes patrimoniais e elementos do resulta-
( ) Certo ( ) Errado do e é utilizada para registro das transações
e organização da contabilidade.
13. (Cespe – EMBASA – 2010) ( ) Certo ( ) Errado
A conta duplicatas descontadas é retificado-
ra da conta duplicatas a pagar. 18. (Cespe – TRE – 2011)
( ) Certo ( ) Errado O capital próprio das entidades cujo patri-
mônio é controlado pela contabilidade cor-
responde ao seu ativo total.
14. (Cespe – TRE-RJ – 2012)
( ) Certo ( ) Errado
Entre os exemplos de contas que devem
ser classificadas no ativo, encontram-se: as
contas de bancos conta movimento, adian-
tamentos a fornecedores e credores por du-
plicatas.
( ) Certo ( ) Errado

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19. (Cespe – TRE – 2011) vo, incluindo as contas retificadoras de sal-


dos, devem ser consideradas integrais.
De acordo com a teoria materialista, as con-
tas denominadas integrais são aquelas re- ( ) Certo ( ) Errado
presentativas de bens, direitos, obrigações e
situação líquida das entidades, enquanto as
receitas e despesas formam o conjunto de 24. (Cespe – AUDITOR-ES)
contas denominadas diferenciais. Os elementos diretamente relacionados
( ) Certo ( ) Errado com a mensuração da posição patrimonial e
financeira são: ativos, passivos e patrimônio
líquido.
20. (Cespe – TRE – 2011)
( ) Certo ( ) Errado
Na empresa cujo ciclo operacional tiver du-
ração menor que o exercício social, a classi-
ficação no circulante ou longo prazo terá por 25. (Cespe – AUDITOR-ES)
base a duração do exercício social. Uma característica essencial com vistas à
( ) Certo ( ) Errado existência de um passivo é que a entidade
tenha uma obrigação passada.

21. (Cespe – TRE-RN – 2010) ( ) Certo ( ) Errado

Se determinada empresa assina um contra-


to de operação de crédito, para pagamento 26. (Cespe – AUDITOR-ES)
em 36 parcelas, parte das obrigações desse Receitas são aumentos nos benefícios eco-
contrato constará do exigível de curto pra- nômicos durante o período contábil, sob a
zo e outra parte, do de longo prazo, mas o forma de entrada de recursos, de aumento
empréstimo não integrará o patrimônio da de ativos ou de diminuição de passivos, que
empresa. resultam em aumentos do patrimônio líqui-
( ) Certo ( ) Errado do e que não sejam provenientes de aporte
dos proprietários da entidade.

22. (Cespe – TRE-RN – 2010) ( ) Certo ( ) Errado

Muitas são as condições em que a equação Considere que determinada companhia te-
patrimonial de uma entidade pode apresen- nha informado, em reais, os saldos das con-
tar-se, mas em nenhuma hipótese a situa- tas, conforme mostrados na tabela abaixo.
ção líquida pode ser maior do que o ativo
total.
( ) Certo ( ) Errado

Acerca das noções básicas de contabilidade,


julgue os itens seguintes.

23. (Cespe – TRE-RN – 2010)


De acordo com a teoria materialística das
contas, todas as contas do ativo e do passi-

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Com base nos dados anteriormente apre-
sentados, julgue os itens a seguir.

27. (Cespe – TELEBRÁS – CONTADOR – 2013)


O saldo do ativo circulante é igual a R$
18.000,00.
( ) Certo ( ) Errado

28. (Cespe – TELEBRÁS – CONTADOR – 2013)


O capital próprio ou patrimônio líquido da
empresa evidencia uma situação líquida po-
sitiva no valor de R$ 27.000,00.
( ) Certo ( ) Errado
Considerando que os dados acima, em reais,
correspondem ao encerramento do primei-
29. (Cespe – TELEBRÁS – CONTADOR – 2013) ro exercício financeiro de determinada en-
tidade, julgue os itens consecutivos, acerca
Após a apuração do resultado, a empresa da composição do balanço patrimonial e
apresentou lucro de R$ 4.000,00. da demonstração do resultado do exercício
dessa entidade.
( ) Certo ( ) Errado

30. (Cespe – APF – 2012)


A demonstração do resultado do exercício
apresentou prejuízo de R$ 11.000,00.
( ) Certo ( ) Errado

31. (Cespe – APF – 2012)


Os ativos e passivos somam, respectivamen-
te, R$ 121.000,00 e R$ 38.500,00
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. C 3. E 4. C 5. E 6. E 7. C 8. E 9. C 10. C 11. C 12. E 13. E 14. E 15. E 16. C 17. C


18. E 19. E 20. E 21. E 22. C 23. C 24. C 25. C 26. C 27. C 28. C 29. E 30. E 31. C

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4. MAPA MENTAL

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5. ESCRITURAÇÃO E LANÇAMENTO

5.1 ESCRITURAÇÃO
Escrituração é a técnica encarregada do registro dos fatos contábeis ocorridos em uma
entidade, visando o controle do patrimônio, a apuração dos resultados dos exercícios sociais e a
prestação de informações aos diversos usuários da informação contábil, ou seja, a escrituração
é a base dos relatórios contábeis, que são, em última análise, os meios de comunicação da
entidade com o mundo exterior ou interessados na informação contábil.
A escrituração é a responsável pela função de registrar todos os fatos administrativos que
alteram o patrimônio das entidades econômico-administrativas, tanto qualitativa quanto
quantitativamente. Lembre-se de que a escrituração é técnica e não deve ser confundida com
a Contabilidade, que é ciência, tampouco deve ser confundida com lançamento que é o ato de
escriturar, efetuado pelo método das partidas dobradas.
A propósito de escrituração, o art. 177 da Lei nº 6.404/76 estabelece que a escrituração da
companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação
comercial e dessa lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar
métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais
segundo o regime de competência.

5.2 LANÇAMENTO
Lançamento é a prática da escrituração efetuado nos livros contábeis. Lembre-se de que a
escrituração é técnica e não deve ser confundida com a Contabilidade, que é ciência; tampouco
deve ser confundida com lançamento, que é o ato de escriturar, efetuado pelo método das
partidas dobradas, que é apenas um método de escrituração.
Ao registro de um fato contábil chamamos lançamento. Este é efetuado em livros contábeis
próprios como o Diário, Razão, etc. Ao conjunto de registros ou lançamentos é que chamamos
escrituração.

A escrituração é posta em prática pelo ato do lançamento, segundo o método das partidas
dobradas, para atender à função registro, atrelada ao conceito de Ciência Contabilidade. Assim,
temos uma hierarquia descendente de amplitude de conceitos, começando pela Contabilidade
(ciência), em seguida a escrituração (técnica) e o lançamento/registro (método de escrituração
“partidas dobradas”).

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As entidades devem adotar certas formalidades na escrituração de fatos contábeis, devendo


manter um sistema de escrituração uniforme dos seus atos e fatos administrativos, mediante
processo manual, mecanizado ou eletrônico.
A escrituração deverá ser executada em idioma e moeda corrente nacionais, em forma contábil,
em ordem cronológica de dia, mês e ano, com ausência de espaços em branco, entrelinhas,
borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens, com base em documentos de
origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos
e a prática de atos administrativos.
O Balanço e as demais Demonstrações Contábeis de encerramento de exercício deverão ser
transcritos no “Diário”, completando-se com as assinaturas do Contabilista e do titular ou
representante legal da Entidade.
O “Diário” e o “Razão” constituem os registros permanentes da entidade. Os registros auxiliares,
quando adotados, devem obedecer aos preceitos gerais da escrituração contábil, observadas
as peculiaridades da sua função. No “Diário” serão lançados, em ordem cronológica, com
individuação, clareza e referência ao documento probante, todos os fatos que provoquem
variações patrimoniais, quer qualitativas, quer quantitativas.

5.2.1 MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS


Em Contabilidade, o termo partida significa o registro de um fato ou de vários fatos patrimoniais
em forma contábil, caracterizando-se a conta, o histórico, os valores e a data em que se verificou
o fato. Dessa forma, o termo partida é sinônimo de lançamento, quer no LIVRO DIÁRIO, quer no
LIVRO RAZÃO.
O fundamento desse método consiste em movimentarem-se, sempre, pelo menos duas contas,
ou seja, se efetuarmos um débito em uma ou mais contas, devemos efetuar um crédito, de
valor equivalente, em uma ou mais contas, de maneira que a soma dos débitos efetuados em
um dado período seja igual à soma dos créditos efetuados no mesmo período.

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5.2.2 PROCEDIMENTOS (PASSOS) DO LANÇAMENTO
1º Passo – devemos identificar as contas envolvidas no fato;
2º Passo – devemos identificar os grupos a que pertencem as contas envolvidas no fato contábil;
3º Passo – devemos identificar o efeito sobre o saldo das contas envolvidas;
4º Passo – devemos consultar o quadro-resumo do mecanismo de débito e crédito ou
funcionamento das contas, visto na aula anterior, de acordo com o método das partidas
dobradas:

5.2.3 ASPECTOS CONTÁBEIS


Partidas de Diário; partidas de Razão (ou Razonete)

a) PARTIDAS DE DIÁRIO
Os fatos devem ser registrados no livro Diário em ordem estritamente cronológica de dia, mês e
ano, com a seguinte forma de apresentação:
•• data da ocorrência;
•• conta devedora (e/ou código de identificação);
•• conta credora (e/ou código de identificação) precedida da preposição "a" quando manual;
•• histórico do fato em língua nacional com identificação do documento comprobatório;
•• valor em moeda nacional.

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b) PARTIDAS DE RAZÃO
As partidas de Diário devem ser transportadas para o livro Razão, que é um livro sistemático
porque destina uma página para cada conta, retratando os saldos das contas, enquanto que,
no Diário, aparecem apenas os valores lançados a débito e a crédito das contas respectivas, em
ordem cronológica, não permitindo conhecer-se o volume de operações registradas em cada
conta.

5.2.4 ELEMENTOS ESSENCIAS DE UM LANÇAMENTO


•• local e data;
•• conta(s) devedora(s);
•• conta(s) credora(s);
•• histórico;
•• valor;

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ELEMENTOS DO LANÇAMENTO X ELEMENTOS DA CONTA

5.2.5 FÓRMULAS (FORMAS) DE LANÇAMENTO


Ao se preparar um lançamento contábil, o número de contas debitadas e creditadas vai definir
a fórmula de lançamento utilizada.

a) LANÇAMENTO DE PRIMEIRA FÓRMULA – 1 DEBITO E 1 CRÉDITO


Um exemplo é o lançamento de depósito do saldo da conta caixa em conta bancária no valor de
R$ 100.000,00:
Local e data
Bancos
a caixa
Histórico Valor R$100.000,00

Utilizando os razonetes, teríamos:

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b) LANÇAMENTO DE SEGUNDA FÓRMULA – 1 DEBITO E 2 OU MAIS CRÉDITOS


Um exemplo é o lançamento do pagamento de duplicatas no valor de R$ 80.000, parte em
dinheiro R$ 10.000 e parte em cheque R$ 70.000:
Local e data
D- Duplicatas a pagar
C- Diversos
C- Caixa
C- Banco
Histórico Valor R$ 80.000,00

Utilizando os razonetes, teríamos:

c) LANÇAMENTO DE TERCEIRA FÓRMULA – 2 OU MAIS DEBITOS E 1 CRÉDITO


Um exemplo é o lançamento pagamento à vista de despesa com combustível no valor de
R$ 20.000 e com roupas R$ 10.000.
Local e data
D- Diversos
C- Caixa
D- Despesas c/ combustível
D- Despesas com Vestuário
Histórico Valor R$ 20.000,00 \ R$ 10.000,00
Utilizando os razonetes, teríamos:

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d) LANÇAMENTO DE QUARTA FÓRMULA – 2 OU MAIS DEBITOS E 2 OU MAIS
CRÉDITOS
Um exemplo é a compra de máquinas por R$ 30.000 e móveis por R$ 15.000 com pagamento
em dinheiro e cheque.
Local e data
D- Diversos
C- Diversos
D- Máquinas
D- Móveis
C- Caixa
C- Banco
Histórico Valor R$ 30.000,00 \ R$ 15.000,00

Utilizando os razonetes, teríamos:

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5.2.6 LIVROS PRINCIPAIS DE ESCRITURAÇÃO:

a) LIVRO DIÁRIO
Conforme o Código Civil, além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que
pode ser substituído por fichas, no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. A adoção de
fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do Balanço Patrimonial e do
de resultado econômico. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso,
as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de Empresas
Mercantis. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil,
por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões,
rasuras, emendas ou transportes para as margens.
Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o período de trinta
dias, relativamente a contas, cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede
do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para
registro individualizado e conservados os documentos que permitam a sua perfeita verificação.
Com base na escrituração contábil feita no livro Diário, é apurado o lucro líquido do período-
base (lucro contábil). A partir do lucro líquido, já então por meio do Livro de Apuração do Lucro
Real (LALUR), obtém-se o lucro real, base de cálculo do Imposto de Renda das pessoas jurídicas
tributadas por essa forma.

b) LIVRO RAZÃO
É um livro sistemático, no qual se controla a movimentação de cada conta individualmente,
sendo transcrito registros de débitos e créditos da conta no Diário.
O Razão é considerado livro auxiliar pela legislação comercial, foi tornado obrigatório para as
empresas tributadas com base no lucro real, pelas Leis nº 8.218/91 e 8.383/91, portanto, sob
amparo da legislação fiscal. A sua escrituração é individualizada em uma folha ou ficha para
cada conta (a exceção da escrituração por computador) e os lançamentos obedecem à ordem
cronológica das operações. Está dispensado de registro ou autenticação nos órgãos competentes.

c) LIVRO DE REGISTRO DE DUPLICATAS


No livro de Registro de Duplicatas, registram-se as vendas em prazos superiores a 30 dias. A
pessoa jurídica deverá, por exigência da Lei nº 5.474 de 18/07/68 escriturar cronologicamente
todas as duplicatas emitidas, com número de ordem, data e valor das faturas originais, data
da expedição, nome e domicílio do comprador, anotações de reforma, prorrogação e outras
circunstâncias.

d) LIVRO REGISTRO DE INVENTÁRIO


Destina-se ao registro de inventários de mercadorias, matérias-primas, material secundário,
produtos acabados, produtos em processo de fabricação, embalagens, combustíveis e
lubrificantes, material de expediente, etc. existentes em estoque no encerramento do período-
base.

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e) LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL
O LALUR deve ser escriturado por todas as pessoas jurídicas contribuintes do imposto de renda
tributadas com base no lucro real, inclusive filiais, sucursais ou representantes de pessoas
jurídicas domiciliadas no exterior, firmas individuais e cooperativas que realizem negócios com
não cooperados.

5.2.7 FORMALIDADES EXIGIDAS


Na escrituração do LIVRO DIÁRIO, é exigido o cumprimento de formalidades EXTRÍNSECAS e
INTRÍNSECAS.
a) Formalidades EXTRÍNSECAS – são relativas à forma material do livro, que deve:
•• Ser encadernado com páginas numeradas;
•• Ser registrado na Junta Comercial do Estado (empresas comerciais) ou no Cartório de
Registro de Títulos e Documentos (sociedades civis);
•• Possuir Termos de Abertura e Encerramento (um para cada livro), assinados por contabilista
responsável;
•• Rubricados em todas as páginas por funcionário da Junta Comercial ou do Cartório.

b) Formalidades INTRÍNSECAS – são relativas ao seu conteúdo (lançamentos). São as


seguintes:
•• Os registros devem ser em ordem cronológica;
•• Não são permitidos borrões, rasuras ou emendas;
•• Não são permitidos espaços em branco, ocupação de margens ou entrelinhas;
•• Deve ser seguido um método uniforme de escrituração do início ao fim.

5.2.8 ERROS DE ESCRITURAÇÃO


Durante a escrituração dos livros, podem ser cometidos erros que precisam ser corrigidos.
Entre os diversos erros encontrados, podemos mencionar os seguintes:
•• Lançamento em duplicidade;
•• Inversão de Contas;
•• Omissão de Lançamentos;
•• Erro na conta debitada ou creditada;
•• Erro de valor;
•• Erro no histórico.

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A correção de um registro realizado com erro na escrituração contábil das entidades deve ser
feita por lançamento de retificação. As formas de retificação recomendadas para a correção dos
erros de escrituração são o estorno, a transferência e a complementação. Em qualquer que
seja a modalidade de correção adotada, o histórico do lançamento deverá precisar o motivo
da retificação, a data e a localização do lançamento de origem, isto é, deve fazer menção ao
lançamento original.
a) Lançamento de estorno – Consiste em anular totalmente o lançamento feito anteriormente,
com outro lançamento invertido de igual valor.
b) Transferência – Consiste no estorno parcial, utilizando a transferência, é possível a correção
do erro de conta mediante um único lançamento, sem a necessidade de se estornar
integralmente o lançamento errado.
c) Complementação – Consiste em completar, aumentando ou reduzindo o valor anterior-
mente registrado. Na complementação, as contas estão corretas, porém os valores podem
estar maiores ou menores. Quando o valor estiver maior que o correto, o lançamento com-
plementar reduzindo o anterior também é chamado de estorno parcial.

6. FATOS CONTÁBEIS E RESPECTIVAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS

Os acontecimentos do dia a dia de uma entidade podem ou não afetar o seu patrimônio. Esses
acontecimentos podem ser classificados como:

6.1 ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS


Nas empresas, durante a sua existência, são praticados muitos atos administrativos que, de
uma ou de outra forma, afetam a entidade, quer no seu potencial de gerar maior capacidade
operacional, quer na estrutura patrimonial. Por essa acepção, os atos administrativos são
classificados em atos administrativos propriamente dito e fatos administrativos ou fatos
contábeis.
Atos Administrativos: são aqueles atos praticados pela gestão da empresa no intuito de
organização e estruturação. Eles não provocam alterações no patrimônio da entidade,
portanto não interessam à Contabilidade. São exemplos desse tipo de ato: elaboração de
parecer, advertência a funcionário, marcação de reuniões, planejamento estratégico, etc.
Fatos Administrativos (ou Fatos Contábeis): são os fatos que provocam alterações nos
elementos do patrimônio ou do resultado. São os fatos que interessam à Contabilidade,
portanto, nosso estudo concentra-se nesse tipo de fato. Como exemplos, podemos citar a
aquisição de mercadorias, o pagamento de salários, o aumento do capital social, a contratação
de um empréstimo, etc.

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6.1.1 FATO ADMINISTRATIVO (CONTÁBIL)
Fato administrativo é qualquer acontecimento que reflete no patrimônio, alterando-o na sua
qualidade e/ou na sua quantidade. É interessante frisar que os fatos que alteram o patrimônio
quantitativamente também o alteram qualitativamente. A análise dos fatos contábeis deve ser
feita tendo em mente as alterações que eles provocam no patrimônio líquido. Com relação às
alterações no patrimônio líquido que os fatos contábeis podem provocar, eles são classificados
em FATOS PERMUTATIVOS, FATOS MODIFICATIVOS e FATOS MISTOS.

6.1.1.1 FATOS PERMUTATIVOS OU COMPENSATIVOS


Fatos contábeis permutativos são aqueles que não provocam alterações quantitativas no valor
do PATRIMÔNIO LÍQUIDO. Nessa espécie de fatos contábeis, há apenas permutas entre os
elementos patrimoniais ATIVOS e/ou PASSIVOS.
Perceba que, nesses fatos, há alterações no patrimônio da entidade, porém, essas alterações
no patrimônio são apenas qualitativas.
Vejamos alguns exemplos de fatos permutativos:
•• Compra de mercadorias, à vista (há a troca de bens por bens, isto é, mercadorias por
moeda, tudo dentro do ATIVO);
•• Compra de mercadorias, a prazo (há somente a troca de bens por obrigações, isto é,
mercadorias por duplicatas a pagar ou fornecedores, ou seja, só movimenta ATIVO e
PASSIVO);
•• Recebimento em dinheiro de uma duplicata (há somente a troca de bens por direito, isto é,
de moeda por duplicatas a receber);
•• Aumento do capital por incorporação de lucros (há somente a troca de patrimônio líquido
por patrimônio líquido, isto é, reservas de lucros por capital);
•• Venda de mercadorias ou qualquer bem pelo preço de custo (há somente a troca bens por
bens, isto é, mercadorias por moeda);
•• Pagamento de uma obrigação, sem acréscimo ou desconto (há somente a troca de bem por
obrigação, isto é, desaparece uma obrigação e um bem de igual valor não alterando o valor
do patrimônio líquido).

6.1.1.2 FATOS MODIFICATIVOS


Como os fatos são analisados e classificados segundo os efeitos que provocam no Patrimônio
Líquido, os fatos modificativos são aqueles que provocam alterações neste, ou seja, são as
alterações quantitativas do Patrimônio Líquido. Os fatos modificativos também alteram a
qualidade do patrimônio, porém não provocam permuta entre elementos patrimoniais ou
entre contas patrimoniais.
As modificações no Patrimônio Líquido podem ser aumentativas ou diminutivas. São
aumentativos os fatos que provocam aumento no patrimônio líquido e diminutivos aqueles
que provocam diminuição no Patrimônio Líquido.

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a) Fatos modificativos aumentativos:


•• Recebimento de aluguel no dia do seu vencimento relativo a imóvel da entidade (há uma
receita e movimentação positiva no caixa, lembrando que as receitas aumentam o PL);
•• Recebimento de juros na data da ocorrência do seu fato gerador (ocorre uma receita e
aumento no caixa/bancos, aumentando o patrimônio líquido);
•• Recebimento à vista de serviços prestados (ocorre um aumento na conta caixa/bancos e
ocorre uma receita, o que faz aumentar o patrimônio líquido).

b) Fatos modificativos diminutivos:


•• Pagamento de despesa de salários dentro do mês do trabalho realizado (ocorre a diminuição
de caixa/bancos e uma despesa, lembrando que despesas geram reduções no PL);
•• Apropriação (reconhecimento, lançamento) de despesas (salários, aluguéis, juros, impostos
etc.). Isso ocorre quando a despesa ocorre e elas não são liquidadas no ato, fazendo surgir
um passivo. Conforme vimos no princípio da competência, pelo surgimento de um passivo
sem o correspondente ativo, considera-se ocorrida uma despesa;
•• Despesas financeiras pagas ao banco ou o seu reconhecimento (perceba que a despesa
isolada paga ou assumida constitui fato modificativo; já o pagamento de uma obrigação
com juros constitui fato misto, como veremos a seguir).

6.1.1.3 FATOS MISTOS


São aqueles fatos em que ocorre uma permuta de elementos patrimoniais e também há
alteração do patrimônio líquido, isto é, são as mutações patrimoniais que combinam fatos
permutativos com fatos modificativos. Por isso, podem ser aumentativos ou diminutivos.
Estamos diante dessa natureza quando há alterações qualitativas e quantitativas do patrimônio.
Para ilustrar esse tipo de fatos, podemos citar os seguintes exemplos:

a) Fatos mistos aumentativos


a) Venda de mercadorias e quaisquer bens do ativo, com lucro (ocorre a diminuição de
mercadoria em estoque ou bens do ativo e a entrada de recursos no caixa ou o aumento
de disponibilidades ou contas a receber, o que constitui um fato permutativo até o valor
da igualdade, porém a troca não é equânime, isto é, as disponibilidades ou duplicatas a
receber aumentam com valor maior do que o valor das mercadorias ou os bens que saem
do ativo, ocasionando um aumento do patrimônio líquido através do lucro).
b) Recebimento de títulos com acréscimo de juros (também ocorre uma permuta entre caixa/
bancos com duplicatas a receber, porém em valor maior, o que representa aumento do
patrimônio líquido, pois ocorre uma receita, conforme vimos no princípio da competência,
ou seja, há o surgimento de um ativo independentemente da intervenção de terceiros).

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c) Pagamento de duplicatas, com desconto (é o caso de haver receita, pela conceituação
do art. 9º dos princípios de contabilidade, e também uma permuta, isto é, há redução de
passivo e de ativo, porém este último em menor valor, ou ainda, há o desaparecimento de
um passivo sem o correspondente ativo).

b) Fatos mistos diminutivos


As situações que fazem surgir fatos mistos diminutivos representam o oposto das que fazem
surgir os fatos mistos aumentativos:
a) Venda de mercadorias e quaisquer bens do ativo, com prejuízo (há a permuta de mercadorias
e caixa, porém com diminuição do patrimônio líquido, pois houve uma despesa);
b) Pagamento de uma duplicata com juros (é o caso de pagamento da duplicata, fato
permutativo, com despesas de juros);
c) Recebimento de duplicatas, com desconto (é o caso de diminuição de ativo, ou seja,
despesa, por meio de permuta);
Em resumo:

6.1.2 FATOS COMPLEXOS


a) Integralização de capital – Ocorre o aumento do PL, todavia não é com Receita, então
algumas bancas(Cespe, Esaf, Funcab) tratam como Permutativo a outras bancas (FCC, FGV,
Cesgranrio) tratam como modificativo aumentativo.
b) Distribuição de lucros aos sócios ou acionistas – Ocorre a diminuição do PL, entretanto essa
redução não foi com despesas, então algumas bancas (Cespe, Esaf, Funcab) tratam como
Permutativo a outras bancas (FCC, FGV, Cesgranrio) tratam como modificativo diminutivo.

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Questões

Com relação a escrituração, julgue os próxi- jam exatamente iguais. Tal regra é denomi-
mos itens. nada partida simples.

1. (Cespe – IBRAM – DF) ( ) Certo ( ) Errado

A contabilidade utiliza-se de registros por Com relação à escrituração, julgue os itens


meio de lançamentos de partidas dobradas. a seguir.
( ) Certo ( ) Errado
6. (Cespe – CEPLAG – DF)

2. (Cespe – IBRAM – DF) Um lançamento poderá conter mais de uma


conta credora ou mais de uma conta deve-
Os principais livros utilizados pela contabili- dora, dependendo do tipo de operação.
dade são o livro diário e o livro caixa. No pri-
meiro, são escriturados os fatos decorrentes ( ) Certo ( ) Errado
da atividade da companhia, explicados no
histórico, e, no segundo, são feitos os regis- 7. (Cespe – CEPLAG – DF)
tros em cada conta do sistema contábil.
Os lançamentos deverão ser feitos em or-
( ) Certo ( ) Errado dem cronológica e sem rasuras.
( ) Certo ( ) Errado
3. (Cespe – IBRAM – DF)
O lançamento de segunda fórmula corres- Com relação à escrituração, julgue os itens
ponde a mais de um débito e apenas um a seguir.
crédito, enquanto o de terceira fórmula cor-
responde a um débito e diversos créditos. 8. (Cespe – CEPLAG – DF)
( ) Certo ( ) Errado As contas que representam bens, direitos,
despesas e custos têm sempre saldos cre-
dores, enquanto as contas que representam
4. (Cespe – IBRAM – DF) obrigações, lucros e receitas têm sempre
O lançamento suplementar serve para es- saldos devedores.
tornar o registro original que foi lançado ( ) Certo ( ) Errado
com valor inferior ao devido.
( ) Certo ( ) Errado 9. (Cespe – CEPLAG – DF)
Quando uma empresa paga em um banco
5. (Cespe – IBRAM – DF) uma duplicata com desconto, o lançamento
Para vários créditos, é desnecessário que contábil deverá debitar as contas bancos e
existam vários débitos, basta que os valores descontos obtidos, e creditar a conta dupli-
das aplicações e das fontes de recursos se- catas a pagar.
( ) Certo ( ) Errado

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10. (Cespe – CEPLAG – DF) Com relação à escrituração contábil, julgue
Uma empresa, ao adquirir uma impressora os itens que se seguem.
para seu uso, dando X de entrada e o res- 15. (Cespe – TRE-RN – 2010)
tante faturado com Y dias, deve efetuar o
seguinte registro contábil: Impressora (ou Se determinada empresa sacou dinheiro de
equipamentos para escritório) deve a caixa sua conta bancária, que estava com o sal-
e duplicatas a pagar. do zerado, utilizando o crédito do chama-
do cheque especial, o saldo dessa conta no
( ) Certo ( ) Errado livro razão do banco onde a empresa tem
conta será credor.
Com relação à escrituração contábil, julgue
os itens que se seguem. ( ) Certo ( ) Errado

11. (Cespe – TRE-RN – 2010)


16. (Cespe – TRE-RN – 2010)
Entre as formalidades intrínsecas da es-
crituração contábil, consta a obrigação de Se determinada empresa descontou uma
manter livros sem rasuras, emendas, entre- duplicata, para a qual seu banco cobrou
linhas, borrões ou raspaduras, espaços em uma taxa de 5% do valor total do título, o
branco, observações ou escritas à margem. registro dessa operação deverá envolver um
lançamento de terceira fórmula.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado

12. (Cespe – TRE-RN – 2010) Julgue o item a seguir, com base nos conceitos
O método das partidas mistas pressupõe o e normas aplicáveis à escrituração contábil.
uso de contas de correspondentes e contas
dos agentes consignatários e, nesse sentido, 17. (Cespe – APF – 2009)
pode ser considerado equivalente ao méto- Em decorrência da aplicação do método das
do das partidas dobradas. partidas dobradas, as contas retificadoras
( ) Certo ( ) Errado do patrimônio líquido têm seu saldo aumen-
tado quando são debitadas, e diminuído
Quanto às fórmulas de lançamentos contá- quando são creditadas.
beis, julgue os itens a seguir. ( ) Certo ( ) Errado

13. (Cespe – EMBASA – 2010) Considerando a contabilidade geral, julgue o


O lançamento de primeira fórmula registra item a seguir.
fatos que envolvem uma conta devedora e 18. (Cespe – SEFAZ – 2006)
uma conta credora.
Nos razonetes, os movimentos devedores
( ) Certo ( ) Errado são apresentados do lado direito, e os cre-
dores, do lado esquerdo de quem olha.
14. (Cespe – EMBASA – 2010)
No item, é apresentada uma situação hipo-
O lançamento de terceira fórmula registra tética, seguida de uma assertiva a ser julga-
fatos que apresentam uma conta devedora da acerca de escrituração e análise e conci-
e mais de uma conta credora. liações contábeis.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado

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19. (Cespe – TER-ES – 2011) Gisele, inexperiente em rotinas contábeis, é


a nova funcionária do escritório de contabi-
Os lançamentos de encerramento de contas lidade Conta Certa, que ainda não implan-
de resultado foram realizados ao final de um tou sistema contábil informatizado. A escri-
período contábil. Nessa situação, as contas turação contábil é conferida semanalmente
de receitas, de despesas e de custos deve- pelo contador.
rão ser zeradas em contrapartida com uma
conta de apuração de resultado do exercí- Considerando a situação hipotética apre-
cio. sentada, julgue o item a seguir.
Débito seguros R$ 300,00 22. (Cespe – APF – 2004)
Débito prêmio de
seguros a vencer R$ 2.700,00 Suponha que no registro da compra de um
automóvel, Gisele inverteu as contas, a dé-
Crédito banco — bito de banco e a crédito de veículos. Para
conta movimento R$ 3.000,00 retificar o lançamento, seria correto que
( ) Certo ( ) Errado a conta veículo fosse debitada duas vezes
pelo valor de custo do bem.

20. (Cespe – TRE-MS – 2012) ( ) Certo ( ) Errado

O lançamento acima representa um fato Julgue o item que se segue, acerca da uti-
contábil: lização das técnicas contábeis no registro e
a) misto, pois ocasiona permutação de va- controle do patrimônio das entidades.
lores patrimoniais e modificação na si-
tuação líquida do patrimônio. 23. (Cespe – TRE – 2011)
b) modificativo, pois os débitos são iguais Se, indevidamente, um contabilista registrar
aos créditos. a compra à vista de um automóvel, debitan-
c) misto, porque há lançamentos em con- do a conta de veículos em uso e creditando
tas do passivo e do ativo. a conta de fornecedores, a única forma pos-
d) permutativo, pois há lançamentos em sível de corrigir o lançamento errado será
contas patrimoniais e de resultado. efetuar um lançamento de estorno.
e) modificativo, porque é um lançamento
de terceira fórmula, com duas contas ( ) Certo ( ) Errado
debitadas
Julgue o item que se segue, acerca da uti-
Em relação às contas e à escrituração contá- lização das técnicas contábeis no registro e
bil, julgue o item seguinte. controle do patrimônio das entidades.

21. (Cespe – TRT – 2011) 24. (Cespe – TRE – 2011)


A retificação de lançamento é o processo O sistema de partidas dobradas consiste no
técnico de correção de registro que tenha registro de fatos contábeis de modo que,
sido realizado com erro na escrituração con- para cada conta debitada, corresponde uma
tábil da entidade e pode ser feita por meio conta creditada e com o mesmo valor.
de estorno, transferência ou complementa-
ção. ( ) Certo ( ) Errado

( ) Certo ( ) Errado

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Ainda com referência à contabilidade geral, 29. (Cespe – TER – 2011)
julgue o item subsequente.
Considera-se a compra de um computador
25. (SEFAL-AL – 2002) para uso da administração da firma com
parte do pagamento à vista e parte a prazo
Os fatos contábeis modificativos alteram a como um fato administrativo modificativo.
situação líquida patrimonial.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
30. (Cespe – TER – 2011)
26. (Cespe – MPU – 2010)
Considera-se a compra a prazo de uma cafe-
A integralização do capital social em merca- teira para preparo do lanche dos emprega-
dorias representa evento modificativo au- dos um fato administrativo permutativo.
mentativo.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
31. (Cespe – TER – 2011)
Julgue o item a seguir, relativo à contabilida-
de geral. O pagamento de um encargo, como, por
exemplo, salários e aluguéis, pode ser con-
27. (Cespe – SEFAZ-AL – 2002) siderado um fato permutativo ou modifica-
tivo, dependendo da data de ocorrência do
O registro de uma compra de mercadoria à respectivo fato gerador.
vista corresponde a um fato contábil modi-
ficativo. ( ) Certo ( ) Errado

( ) Certo ( ) Errado
Julgue o item seguinte, acerca do patrimô-
nio das empresas e dos principais fatos que
Com base nos princípios contábeis funda- provocam sua variação.
mentais e nos tipos de fatos contábeis, jul-
gue o item a seguir. 32. (Cespe – TER-RJ – 2012)

28. (Cespe – MDIC – 2008) Uma das condições essenciais para a concei-
tuação de determinado fato contábil como
Caso um bem do ativo imobilizado, adquiri- modificativo é que haja permuta de elemen-
do e registrado por R$ 300.000,00, já tiver tos patrimoniais.
acumulado uma depreciação corresponden-
te a 40% de sua vida útil, nessa ocasião, a ( ) Certo ( ) Errado
venda à vista desse bem por R$ 150.000,00
caracterizará um fato contábil misto diminu- No item, é apresentada uma situação hipo-
tivo. tética, seguida de uma assertiva a ser julga-
( ) Certo ( ) Errado da acerca de escrituração e análise e conci-
liações contábeis.

Julgue o item seguinte, relativo a atos e fa- 33. (Cespe – TRE-ES – 2011)
tos administrativos.
O recebimento de uma duplicata ocorreu
após a data de seu vencimento e, por isso,
houve cobrança de juros de mora. Nessa si-

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tuação, a empresa deverá fazer lançamento Considere que determinada companhia


contábil de terceira fórmula com crédito nas metalúrgica fabricante de artefatos para co-
contas duplicata a receber e receita de juros zinha tenha adquirido cinco toneladas de
e débito em caixa. chapas de aço pelo valor de R$ 250.000,00,
a serem pagos em trinta dias.
( ) Certo ( ) Errado
Com base nessa situação, julgue os itens
subsequentes.
34. (Cespe – TRE-RN – 2010)
O aumento do capital social mediante a in- 37. (Cespe – STM – 2011)
corporação de reservas constitui um fato Nessa situação, configura-se um fato contá-
contábil permutativo, sem alteração no to- bil modificativo aumentativo.
tal do ativo da empresa.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
No que se refere a atos e fatos administrati-
Considere os eventos de I a V listados abaixo. vos, julgue os itens que se seguem.
I – aquisição de veículo à vista para uso na 38. (Cespe – CEPLAG-DF)
atividade operacional
II – baixa de bem inservível registrado no A venda de uma mercadoria com lucro é um
imobilizado fato permutativo.
III – apropriação da folha de pessoal do mês ( ) Certo ( ) Errado
IV – registro da diminuição do valor de dívi-
da a receber em função da variação mone- 39. (Cespe – CEPLAG-DF)
tária
V – pagamento de obrigação com desconto O depósito de determinada quantia em um
banco é considerado um ato administrativo.
Com base nas informações acima, julgue os
itens a seguir, relativos à classificação dos ( ) Certo ( ) Errado
fatos administrativos.
Julgue os itens seguintes, relativos a atos e
fatos administrativos.
35. (Cespe – PF – 2012)
40. (Cespe – IBRAM-DF)
Os eventos II, IV e V são classificados como
fatos mistos, pois, além de provocarem va- O pagamento de dívida é exemplo de fato
riações no saldo patrimonial, representam a permutativo, tendo em vista que altera si-
transposição de valores entre os grupos de multaneamente o ativo e o passivo.
contas patrimoniais.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
41. (Cespe – IBRAM-DF)
36. (Cespe – PF – 2012)
O fato administrativo misto não precisa en-
Os eventos I e III classificam-se como fatos volver o ativo e o passivo ao mesmo tempo;
permutativos e não afetam o saldo patrimo- exemplo do que se afirma é o recebimento
nial da entidade. de valores registrados no ativo com juros.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado

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Considere os seguintes eventos: 44. (Cespe – FUB – 2014)
I – aquisição, à vista, de matérias-primas Os eventos I e IV são exemplos de fatos per-
para processamento industrial; mutativos.
II – venda de mercadorias, a prazo, por pre- ( ) Certo ( ) Errado
ço superior ao praticado nas vendas à vista;
III – contratação de novos empregados para
a filial da empresa; 45. (Cespe – FUB – 2014)
IV – pagamento, com juros, de duplicata Os eventos V e VI exemplificam fatos mo-
vencida; dificativos. No que diz respeito ao plano de
V – pagamento a trabalhadores eventuais contas, julgue os seguintes itens.
para o descarregamento de um caminhão,
no momento da prestação do serviço; ( ) Certo ( ) Errado
VI – perda de mercadorias não cobertas por
seguro, em decorrência de inundação na 46. (Cespe – FUB – 2014)
área de estoques;
A explicação da função e do funcionamento
VII – constituição de capital social em di-
das contas compõe um documento anexo
nheiro.
ao plano de contas, visto que tais informa-
Com base nos eventos apresentados acima, ções são do domínio dos técnicos e conta-
julgue os próximos itens, relativos a atos e dores que utilizarão o rol de contas da orga-
fatos nização.
( ) Certo ( ) Errado
42. (Cespe – FUB – 2014)
Um fato misto é aquele que modifica a situ-
47. (Cespe – FUB – 2014)
ação patrimonial líquida da empresa e, além
disso, implica permuta de valores idênticos O elenco de contas deve ser elaborado para
entre contas patrimoniais, como ocorre nos guiar os procedimentos de contabilização e
eventos II e VII. estruturado de acordo com as necessidades
de cada organização ou, em casos especiais,
( ) Certo ( ) Errado
de certos segmentos econômicos.
( ) Certo ( ) Errado
43. (Cespe – FUB – 2014)
Todos os eventos listados são fatos adminis-
trativos, visto que, em algum momento, afe-
tarão o patrimônio da empresa.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. E 3. E 4. E 5. E 6. C 7. C 8. E 9. E 10. C 11. C 12. E 13. C 14. E 15. C 16. E 17. C


18. E 19. C 20. A 21. C 22. C 23. E 24. C 25. C 26. E 27. E 28. C 29. E 30. C 31. C 32. E 33. E 34. C
35. E 36. E 37. E 38. E 39. E 40. C 41. C 42. E 43. E 44. E 45. E 46. E 47. C

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BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

Todos os fatos administrativos de uma empresa são lançados pelo Método das Partidas
Dobradas, no livro diário, em ordem cronológica e transcritos para o razão (razonetes).
Depois de efetuado os lançamentos nos razonetes, apuram-se os saldos de todas as contas,
pela diferença entre o total dos débitos e o total dos créditos lançados em cada conta contábil.
Nesse momento, faz-se uma pausa na sequência dos lançamentos contábeis para averiguação
de sua exatidão. Periodicamente, os responsáveis pela Contabilidade devem verificar se os
lançamentos contábeis realizados no período estão corretos.
Uma técnica bastante utilizada para atingir tal objetivo é o Balancete de Verificação. Esse
instrumento, embora de grande utilidade, não detectará, entretanto, todos os erros que
possam existir nos lançamentos contábeis. Como essa peça contábil tem como base o Método
das Partidas Dobradas: “não haverá débito(s) sem crédito(s) correspondente(s)”. Se, por um
lado, somarmos todos os débitos e, por outro, todos os créditos, deveremos ter o mesmo total.
Verificamos, assim, se os lançamentos a débito e a crédito foram realizados adequadamente.
O Balancete de Verificação é estruturado com a finalidade de examinar se todos os lançamentos
contábeis efetuados no decorrer de um período foram contabilizados de forma correta, ou seja,
respeitando o Método das Partidas Dobradas.
O Balancete de Verificação relaciona cada conta com o respectivo saldo devedor ou credor, de
tal forma que, se os lançamentos foram corretamente efetuados nos razonetes, o total da coluna
dos saldos devedores é igual ao total da coluna dos saldos credores. Se houver diferenças entre
os totais, podemos afirmar que pelo menos um lançamento está errado, devendo-se revisar
cada registro até que os erros sejam localizados.

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FASES DO CICLO CONTÁBIL
1ª: Registro dos fatos contábeis no livro Diário, pelo método das partidas dobradas;
2ª: Transposição para o Razão dos lançamentos do Diário, separando-os por contas;
3ª: Elaboração do Balancete de Verificação para verificar a igualdade entre os valores debitados
e valores creditados, ou dos saldos devedores e credores;
4ª: Elaboração dos lançamentos de ajustes, seguidos de encerramento das contas de resultado
para apuração do resultado do período;
5ª: Elaboração dos lançamentos de destinação do resultado apurado, seguido do levantamento
de novo balancete de verificação, ajustado para balanço;
6ª: Preparação e transcrição no livro Diário dos principais relatórios contábeis, sendo básicos o
BALANÇO PATRIMONIAL e a DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO.

PERÍODO CONTÁBIL (EXERCÍCIO SOCIAL)


Normalmente o exercício social tem duração de um ano, devendo coincidir com o ano-
calendário, com o objetivo de apurar o resultado obtido nas operações da empresa.

RESULTADO DO PERÍODO (RÉDITO)


A função econômica da Contabilidade é apurar o resultado, sendo que a Lei nº 6.404/76 (Lei da
S/A) determina que a apuração seja feita por meio da Demonstração do Resultado do Exercício
que é a apresentação ordenada de todas as receitas, custos e despesas ocorridas no exercício
social da empresa.

AJUSTES PERIÓDICOS
Ao término de um período, normalmente é verificada a necessidade de se apurar receitas
e despesas (ou mesmo ganhos e perdas) não registradas durante o desenvolvimento das
atividades da empresa.
Os exemplos mais comuns, relativos a ajustes, são os seguintes:
•• Ativos que se transformarão em despesas (despesas antecipadas);
•• Passivo que se transformarão em receitas (receitas antecipadas);
•• Consumo de Imobilizado (depreciação).

ENCERRAMENTO DAS CONTAS DE RESULTADO


Ao final do exercício social, deve-se proceder ao encerramento das contas de resultado, por
meio dos lançamentos de encerramento:

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a) as contas de receitas são debitadas transferindo seus saldos para crédito da conta
"Resultado do Exercício";
b) as contas de custos e despesas são creditadas transferindo seus saldos para débito da conta
"Resultado do Exercício".
As contas de resultados são periódicas devendo iniciar o próximo período contábil com saldo
zero, já as contas patrimoniais permanecem com seus saldos.
Os lançamentos de encerramento devem ser efetuados no livro Diário e transpostos para o
Razão.

DESTINAÇÃO DO RESULTADO
Ao receber por transferência o total das receitas (a crédito) e o total dos custos e despesas
(a débito), a conta “Resultado do Exercício”, que é uma conta transitória, deverá apresentar
saldo credor (lucro) ou saldo devedor (prejuízo), que será transferido para o patrimônio líquido,
encerrando a conta.

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Questões

No que concerne aos balancetes, julgue o Considerando a contabilidade geral, julgue


item que se segue com base nas práticas o item a seguir.
contábeis brasileiras.
4. (Cespe – TRE – 2011)
1. (Cespe – ABIN – 2010)
O balancete de verificação é uma relação de
Quando a soma dos saldos credores for todas as contas com a movimentação deve-
igual à soma dos saldos devedores no ba- dora e credora, sem conter saldos.
lancete de verificação, não haverá nenhum
erro nos lançamentos contábeis do período. ( ) Certo ( ) Errado

( ) Certo ( ) Errado Com relação a balancetes de verificação,


julgue o item a seguir.
2. (Cespe – ABIN – 2010)
5. (Cespe – TRE – 2011)
O balancete de verificação é um relatório de
conferência que corresponde a uma simples Lançamentos omitidos ou em duplicidade
listagem dos saldos devedores e credores, não alteram os totais das colunas de débito
cujos totais devem ser iguais. e de crédito.

( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado

Acerca do balancete de verificação, julgue o 6. (Cespe – TRE – 2011)


item subsequente.
No balancete de verificação, é possível iden-
3. (Cespe – APF – 2004) tificar os lançamentos que devem ser obje-
to de estorno, em razão da diferença que
Se, no balancete de verificação, a soma dos estará nele evidenciada entre os somatórios
débitos (ou saldos devedores) não for igual dos saldos devedores e credores.
à soma dos créditos (ou saldos credores), é
possível que os registros contábeis estejam ( ) Certo ( ) Errado
incorretos. Porém, a igualdade dos débitos
e créditos não garante a correção dos lança- Julgue os itens subsequentes, a respeito do
mentos contábeis. livro diário, do livro razão e do balancete de
verificação.
( ) Certo ( ) Errado
7. (Cespe – DPU – CONTADOR – 2016)
Os documentos base para a elaboração do
balancete de verificação são o livro diário,
de onde são extraídos os saldos finais das
contas, e o livro razão, no qual estão de-
monstradas as movimentações contábeis.
( ) Certo ( ) Errado

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8. (Cespe – DPU – CONTADOR – 2016) 12. (Cespe – FUB – 2014)
Uma das finalidades do balancete de verifi- O balancete de verificação é composto ape-
cação é demonstrar a correta aplicação do nas pelas contas patrimoniais. As contas de
método das partidas dobradas, pois o to- resultado, mesmo que tenham saldos, não
tal devedor deve ser igual ao total credor, devem constar no demonstrativo.
ou seja, para cada débito em uma ou mais
contas deve haver crédito de igual valor em ( ) Certo ( ) Errado
uma ou mais contas.
( ) Certo ( ) Errado

Balancete de verificação, classificado por


ordem crescente de saldos de contas, para
a questão

9. (Cespe – FUB – 2014)


O balancete de verificação é um demons-
trativo que possibilita verificar se o método
das partidas dobradas está sendo respeita-
do pela escrituração contábil.
( ) Certo ( ) Errado

10. (Cespe – FUB – 2014)


O balancete de verificação será elaborado
em até oito colunas, na qual são apresenta-
dos os saldos iniciais, o movimento, os sal-
dos do período e os saldos finais.
( ) Certo ( ) Errado

11. (Cespe – FUB – 2014)


Na escrituração contábil, a soma de todos
os valores das contas contábeis com saldos
devedores deve coincidir com a soma de
todos os valores das contas contábeis com
saldos credores.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. E 2. C 3. C 4. E 5. E 6. E 7. E 8. C 9. C 10. C 11. E 12. E

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EXERCÍCIO PRÁTICO

A Cia. Principal S/A iniciou suas atividades no dia 01/12/2013. Durante o seu primeiro mês de
funcionamento, os seguintes fatos ocorreram:
1º No dia 01/01 – Subscrição do Capital Social no valor de 500.000,00, com integralização em
dinheiro no valor de R$ 200.000,00.
2º No dia 02/12 – Depósito Bancário no valor de R$ 100.000,00.
3º No dia 03/12 – Compra de mercadorias à vista por R$ 50.000,00.
4º No dia 04/12 – Compra de máquinas e equipamentos a prazo por R$ 20.000,00.
5º No dia 05/12 – Aquisição de um veículo para fazer entregas, no valor de R$ 45.000,00;
pagando R$ 15.000,00 em cheque e recebimento de 10 duplicatas do restante.
6º No dia 06/12 – Venda de mercadorias à vista, no valor de R$ 10.000,00, cujo custo foi de
R$ 6.000,00.
7º No dia 07/12 – Venda de mercadorias a prazo, por R$ 20.000,00, cujo custo foi R$ 14.000.
8º No dia 08/12 – Outra venda de mercadorias no valor de R$ 10.000,00; recebendo 60% à
vista e ficando o restante para ser recebido posteriormente. A mercadoria teve um custo de
R$ 5.000,00.
9º No dia 20/12 – Recebimento da conta referente às mercadorias vendidas em 07/12.
10º No dia 21/01 – Compra de mercadoria no valor de R$ 40.000 a prazo.
11º No dia 22/12 – Recebimento antecipadamente de R$ 30.000 por uma entrega futura de
mercadorias.
12º No dia 22/01 – Pagou uma duplicatas referente a compra do veículo com desconto de 10%.
13º No dia 22/12 – Recebimento da conta referente às mercadorias vendidas em 08/12,
concedendo um desconto de 25% por antecipação de pagamento.
14º No dia 23/12 – Recebimento antecipado de R$ 10.000 por um serviço que será prestado no
Mes seguinte.
15º No dia 24/12 – Pagamento de despesas de energia referente ao mês no valor de
R$ 2.000,00.
16º No dia 25/12 – Pagamento antecipado mediante cheque de R$ 12.000 de despesas de
seguro, cuja vigência da apólice será de 01/01/2014 a 31/12/2014.
17º No dia 26/12 – Pagou comissões sobre vendas aos seus vendedores no valor de R$ 2.000,00.
18º No dia 30/12 – Entrega de 50% das mercadorias recebidas no dia 26. As mercadorias
tiveram um custo de R$ 10.000.
19º No dia 30/12 – Pagamento correspondente a 50% da dívida com Equipamentos.
20º No dia 31/12 – Reconhecimento da despesa de salários no valor de R$ 4.000, para
pagamento posterior.

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•• Fazer os Lançamentos no Livro Diário;
•• Classificar os lançamentos quanto à fórmula e ao tipo de fato contábil;
•• Fazer a transposição para o Livro Razão;
•• Levantar o Balancete de Verificação;
•• Fazer a apuração do Resultado;
•• Elaborar o Balanço Patrimonial.

CONTAS DEVEDORAS CREDORAS

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PRINCÍPIOS DA CONTABILIDADE

Os princípios da Contabilidade estão previstos na Resolução do Conselho Federal de


Contabilidade (CFC) nº 750/93. A observância dos Princípios da Contabilidade (PC) é obrigatória
no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de
Contabilidade (NBC). Na aplicação desses princípios, há situações concretas e a essência das
transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.
Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à
Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e
profissional de nosso país. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de
ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades.

São princípios da contabilidade:


•• O PrincÍpio da Entidade;
•• O Princípio da Continuidade;
•• O Princípio da Oportunidade;
•• O Princípio do Registro pelo Valor Original;
•• O Princípio da Competência;
•• O Princípio da Prudência.

42.1.1 PRINCÍPIO DA ENTIDADE


O Princípio da Entidade reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma
a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no
universo dos patrimônios existentes, independentemente de qualquer fator.
O patrimônio não se confunde com o dos seus sócios e pertence à entidade. Uma agregação de
patrimônios autônomos não resulta em nova entidade.

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42.1.2 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
O Princípio da Continuidade pressupõe que a entidade continuará em operação no futuro e,
portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta
essa circunstância.

42.1.3 PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE


O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos
componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Isto é, sempre
que ocorrerem fatos que alterem o patrimônio, estes devem ser registrados e divulgados
imediatamente e na íntegra. A falta de integridade e tempestividade na produção e na
divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso, é
necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação.

42.1.4 O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL


O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio
devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em
moeda nacional.
Contudo, após o integrado ao patrimônio, ele pode sofrer variações, considerando, por
exemplo: o custo corrente, o valor realizável, o valor presente, o valor justo e a atualização
monetária.
As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao
longo do tempo, de diferentes formas:
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou
equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na
data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos
em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes
de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes
patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de
caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos
na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos
valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para
liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis;
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os
quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos
pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera que sejam
pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da
entidade;

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c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de
entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações
da entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de
saída líquida de caixa que se espera que seja necessário para liquidar o passivo no curso
normal das operações da entidade;
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre
partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional
devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão
formal dos valores dos componentes patrimoniais.
Perceba que a atualização monetária (que antes era um princípio) se tornou uma previsão
dentro do Princípio do Registro pelo Valor Original. São resultantes da adoção da atualização
monetária:
•• A moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade
constante em termos do poder aquisitivo;
•• Para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é
necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam
substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência,
o do Patrimônio Líquido; e
•• A atualização monetária não representar nova avaliação, mas tão somente o ajustamento
dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou
outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em
um dado período. (Redação dada pela Resolução CFC nº 1.282/10)

42.1.5 PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA


O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam
reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou
pagamento e pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.
Isto é, ao final do período, as despesas e receitas devem ser reconhecidas, não levando com
conta o efeito no caixa (recebimento e pagamento).

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42.1.6 PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e
do maior para os do passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para
a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
A aplicação desse princípio pressupõe certo grau de precaução no exercício dos julgamentos
necessários às estimativas em condições de incerteza, para que seja maior a confiabilidade ao
processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais.
No item, sempre que utilizadas, as siglas subsequentes devem ser interpretadas com a
significação associada a cada uma delas: CFC = Conselho Federal de Contabilidade; CMV = custo
das mercadorias vendidas; DFC = demonstração dos fluxos de caixa; DMPL = demonstração das
mutações do patrimônio líquido; DVA = demonstração do valor agregado; UEPS = último que
entra, primeiro que sai.

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Questões

Julgue o próximo item de acordo com a Re- Com referência a conceitos básicos de con-
solução do CFC nº 750/1993, que dispõe tabilidade, julgue o item seguinte.
acerca dos princípios fundamentais de con-
tabilidade. 4. (Cespe – TRE – 2011)
A observância do princípio da continuidade
1. (Cespe – SEFAZ-ES – 2010) é indispensável à correta aplicação do prin-
O princípio da atualização monetária é cípio da competência.
aquele em que os efeitos da alteração do ( ) Certo ( ) Errado
poder aquisitivo da moeda nacional são re-
conhecidos nos registros contábeis median-
te uma avaliação do contabilista da relação O Conselho Federal de Contabilidade e o
custo-benefício do reconhecimento. Comitê de Pronunciamentos Contábeis são
responsáveis pela elaboração das normas
( ) Certo ( ) Errado contábeis comumente aceitas. Sobre essas
normas, julgue o item que se segue.
Julgue o item que se segue, a respeito dos
princípios de contabilidade. 5. (Cespe – TRE – 2012)
De acordo com o princípio da competência,
2. (Cespe – APF – 2012) todas as variações patrimoniais devem ser
Segundo o princípio da oportunidade, é ne- registradas de imediato e com a extensão
cessário ponderar a relação entre a opor- correta, independentemente das causas
tunidade e a confiabilidade da informação, que as originaram.
pois a falta de integridade e tempestividade ( ) Certo ( ) Errado
na produção e na divulgação da informação
contábil pode ocasionar a perda de sua re-
levância. Acerca de noções básicas da metodologia e
do sistema contábil, julgue o item a seguir.
( ) Certo ( ) Errado
6. (Cespe – SEFAZ-ES – 2010)
3. (Cespe – APF – 2012) A entidade, a continuidade e a objetividade
estão entre os princípios fundamentais de
De acordo com o princípio do registro do contabilidade estabelecidos pelo CFC.
valor original, a atualização monetária não
representa nova avaliação, mesmo geran- ( ) Certo ( ) Errado
do o ajustamento dos valores originais para
determinada data, mediante aplicação de
7. (Cespe – TRE-MS – 2013)
indexadores e outros elementos aptos a tra-
duzir a variação do poder aquisitivo da mo- No mês de dezembro de 2012, em uma em-
eda. presa hipotética, ocorreram os fatos descri-
tos a seguir.
( ) Certo ( ) Errado

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•• despesa de janeiro de 2013, paga em 11. (Cespe – FUNPRESPE – 2016)
dezembro de 2012 = R$ 1.000,00;
Custo corrente, conforme previsto no prin-
•• despesa de dezembro de 2012, a ser cípio do registro pelo valor original, é o va-
paga em janeiro de 2013 = R$ 2.000,00; lor pelo qual um ativo pode ser trocado, en-
•• despesa de dezembro de 2012, paga tre partes interessadas em negociá-lo, sem
em novembro de 2012 = R$ 4.000,00; que qualquer dessas partes possua alguma
•• receita de janeiro de 2013, recebida em informação privilegiada sobre a transação.
dezembro de 2012 = R$ 5.000,00;
( ) Certo ( ) Errado
•• receita de dezembro de 2012, a ser
recebida em janeiro de 2013 = R$
6.000,00; 12. (Cespe – FUNPRESPE – 2016)
•• receita de dezembro de 2012, recebida
O princípio da continuidade pressupõe que
em dezembro de 2012 = R$ 8.000,00.
a entidade continuará em operação no futu-
De acordo com os princípios de contabilida- ro; caso o encerramento de suas operações
de, na situação hipotética acima descrita, seja conhecido, essa informação deverá ser
o resultado da empresa em dezembro de levada em consideração para a mensuração
2012 foi igual a e a divulgação dos componentes do patri-
a) R$ 12.000,00. mônio.
b) R$ 14.000,00. ( ) Certo ( ) Errado
c) R$ 6.000,00.
d) R$ 8.000,00.
e) R$ 10.000,00. 13. (Cespe – MPU – 2015)

8. (Cespe – DPU – CONTADOR – 2016) A agregação contábil de patrimônios au-


tônomos resulta em nova entidade e não
O princípio da competência, que se refere pode ser caracterizada como uma unidade
à simultaneidade do reconhecimento de de natureza econômico-contábil.
receitas e despesas correlatas, deve ser ob-
servado ao se elaborar a demonstração do ( ) Certo ( ) Errado
resultado do exercício.
( ) Certo ( ) Errado 14. (Cespe – MPU – 2015)
Na aplicação dos princípios de contabili-
9. (Cespe – DPU – CONTADOR – 2016) dade, há situações em que a essência das
transações deve prevalecer sobre seus as-
Conforme os princípios da prudência e da
pectos formais. Um exemplo é o registro
oportunidade, os efeitos das transações e
da depreciação mensal, adotando-se como
outros eventos devem ser reconhecidos nos
parâmetro a vida útil econômica e o valor
períodos a que se referem, independente-
residual do bem em detrimento da vida útil
mente do recebimento ou pagamento.
estabelecida por norma específica.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado

10. (Cespe – DPU – CONTADOR – 2016)


Conforme o princípio patrimonialista, o pa-
trimônio é o objeto da contabilidade.
( ) Certo ( ) Errado

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Com relação aos princípios e aos regimes De acordo com a Resolução CFC n.o
contábeis e às características qualitativas da 750/1993 e sua atualização, a Resolução
informação contábil, julgue os itens a seguir. CFC n.o 1.282/2010, julgue os itens que se
seguem, acerca dos princípios fundamen-
15. (Cespe – TCDF – 2014) tais de contabilidade.
O regime de competência é comumente uti- 18. (Cespe – FUB – 2014)
lizado pelas empresas, ainda que algumas
mantenham sua contabilidade pelo regime A determinação do maior valor para o passi-
de caixa. Mesmo as empresas que utilizam vo e do menor valor para o ativo, entre duas
o regime de competência em sua contabi- opções igualmente válidas, está em conso-
lidade elaboram alguma demonstração em nância com o princípio da prudência.
regime de caixa.
( ) Certo ( ) Errado 19. (Cespe – FUB – 2014)
O princípio da competência pressupõe a
16. (Cespe – TCDF – 2014) confrontação das receitas com as respecti-
vas despesas necessárias à sua geração, in-
A relação entre confiabilidade e oportuni- dependentemente de terem sido recebidas
dade da informação contábil é a base princi- ou pagas.
pal para a aplicação do princípio do registro
pelo valor original. ( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
20. (Cespe – FUB – 2014)
17. (Cespe – FUB – 2014) O princípio da entidade refere-se à separa-
ção do patrimônio da entidade do patrimô-
De acordo com o regime de competência, a nio pertencente ao(s) seu(s) sócios(s).
confrontação das receitas com as despesas
deve ser realizada considerando as entradas ( ) Certo ( ) Errado
e as saídas de caixa no período.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. E 2. C 3. C 4. C 5. E 6. E 7. D 8. C 9. E 10. E 11. E 12. C 13. E 14. C 15. C 16. E 17. E


18. C 19. C 20. C

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20.1 ESTRUTURA CONCEITUAL PARA ELABORAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE
RELATÓRIO CONTÁBIL-FINANCEIRO
A edição da Lei nº 11.638/2007 e da Lei nº 11.941/2009, teve como objetivo adequar a
legislação brasileira, principalmente a Lei 6.404/76 (lei das S.A), a um mundo globalizado, no
qual as empresas, os mercados e os agentes financeiros exigem uma padronização na elaboração
e divulgação das informações contábeis. O IASB (International Accouting Standards Board)
emite os IFRS (International Financial Reporting Standard), que são normas internacionais
de Contabilidade (pronunciamentos) que tentam de criar um padrão internacional para a
contabilidade. Alguns desses pronunciamentos (como o CPC 00) têm a participação do FASB (US
financial Accounting Satandards Board) que é dos Estados Unidos, enquanto o IASB é Europeu.
A internalização desses pronunciamentos no Brasil ocorre através de pronunciamentos do CPC
(Comitê de Pronunciamentos Contábeis).
O CPC 00 (Pronunciamento Conceitual Básico – R1) traz a Estrutura Conceitual Básica para a
Elaboração e Divulgação do relatório Contábil-Financeiro.

A informação é vital para um mercado mais eficiente e para a redução do custo do capital para a
economia como um todo, mas o custo está sempre presente na geração da informação. Assim,
não é possível a geração de toda a informação considerada relevante para o usuário, o que leva
à necessidade da análise da relação entre esse custo e o benefício da informação por parte
dos órgãos normatizadores.
As características qualitativas da Estrutura Conceitual Básica para a Elaboração e Divulgação
do relatório Contábil-Financeiro estão dividias da seguinte forma: características qualitativas
fundamentais das demonstrações contábeis e demais características qualitativas de melhoria.

20.1.1 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS FUNDAMENTAIS DAS DEMONSTRAÇÕES


CONTÁBEIS
São duas as características qualitativas obrigatoriamente presentes nas Demonstrações
Contábeis e reputadas como as mais úteis para os usuários e as únicas denominadas de
fundamentais: Relevância e Representação Fidedigna.
A Relevância diz respeito à influência de uma informação contábil na tomada de decisões. As
informações são relevantes quando fazem a diferença nas decisões econômicas dos usuários,
ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados ou corrigindo as suas avaliações anteriores
(valor confirmatório), ou ajudando-os nos processos para predizer resultados futuros (valor

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preditivo). A Relevância depende da natureza e também da materialidade (tamanho) do item


em discussão.
A Representação Fidedigna diz respeito a três atributos: a informação precisa ser completa,
precisa ser neutra e livre de erro. Para ser completa, precisa conter o necesário para que o
usuário compreenda o fenômeno sendo retratado. Para ser neutra, precisa estar desprovida
de viés na seleção ou na apresentação, não podendo ser distorcida para mais ou para menos.
Ser livre de erro não significa apresentar total exatidão, mas sim que o processo para obtenção
da informação tenha sido selecionado e aplicado livre de erros. No caso de estimativa, ela é
considerada como tendo representação fidedigna se, além disso, o montante for claramente
descrito como sendo estimativa e se a natureza e as limitações do processo forem devidamente
revelados.
A informação precisa concomitantemente ser relevante e representar com fidedignidade a
realidade reportada para ser útil.

20.1.2 DEMAIS CARACTERÍSITCAS QUALITATIVAS DE MELHORIA


As características qualitativas que melhoram a utilidade da informação que é relevante e que
é representada com fidedignidade são: Comparabilidade, Verificabilidade, Tempestividade e
Compreensibilidade. Essas características podem também auxiliar na escolha de alternativas
equivalentes em termos de relevância e representação fidedigna.
A Comparabilidade é a característica que permite a identificação e a compreensão de
similaridades e diferenças entre os itens. É diferente da consistência que significa aplicação
dos mesmos métodos para os mesmos itens. Comparabilidade é o objetivo, enquanto que a
consistência é um auxílio na obtenção desse objetivo. Comparabilidade implica também em
fazer com que coisas diferentes não pareçam iguais ou coisas iguais não pareçam diferentes.
A Verificabilidade implica em diferentes observadores poderem chegar a um consenso sobre o
retrato de uma realidade econômica, podendo, em certas circunstâncias, representar uma faixa
de possíveis montantes com suas respectivas probabilidades. Pode ser direta ou indireta e, às
vezes, restringir-se à análise das premissas subjacentes a uma estimativa sobre o futuro.
A Tempestividade significa estar a informação disponível a tempo de influenciar o usuário em
sua decisão.
A Compreensibilidade significa que a classificação, a caracterização e a apresentação da
informação são feitas com clareza e concisão, tornando-a compreensível, mas não é admissível
a exclusão de informação complexa e não facilmente compreensível se isso tornar o relatório
incompleto e distorcido. Os relatórios contábil-financeiros são elaborados na presunção de
que o usuário tem conhecimento razoável de negócios e que age diligentemente, mas isso não
exclui a necessidade de ajuda de consultor para fenômenos complexos.

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78 www.acasadoconcurseiro.com.br
Questões

Julgue o item subsecutivo, referente aos 4. (Cespe – TRE-MS – 2013)


conceitos, objetivos e finalidades da conta-
bilidade. Assinale a opção correta de acordo com o
pronunciamento conceitual básico (R1) do
1. (Cespe – TRT – 2013) Comitê de Pronunciamentos Contábeis.

Passivo é uma obrigação presente da enti- a) Um passivo é uma obrigação passada,


dade, derivada de eventos passados, cuja li- cuja liquidação resultará na saída de
quidação resultará em saída de recursos da recursos da entidade capazes de gerar
entidade. benefícios.
b) O objetivo do relatório contábil-finan-
( ) Certo ( ) Errado ceiro de propósito geral é fornecer in-
formações contábil-financeiras úteis
O Conselho Federal de Contabilidade e o aos investidores e credores.
Comitê de Pronunciamentos Contábeis são c) Os relatórios contábil-financeiros de
responsáveis pela elaboração das normas propósito geral devem ser elaborados
contábeis comumente aceitas. Sobre essas para se chegar ao valor da entidade que
normas, julgue o item que se segue. reporta a informação.
d) O valor do patrimônio líquido deve cor-
responder à soma do valor de mercado
2. (Cespe – TRE – 2012)
das ações da entidade.
A estrutura conceitual estabelecida pelo e) Os relatórios contábil-financeiros de
Comitê de Pronunciamentos Contábeis não propósito geral devem atender todas as
constitui uma norma propriamente dita informações de que os usuários possam
nem define normas ou procedimentos de necessitar.
qualquer espécie.
( ) Certo ( ) Errado De acordo com o pronunciamento técnico
CPC 00 (R1) — estrutura conceitual para
elaboração e divulgação de relatórios con-
3. (Cespe – TRE-MS – 2013) tábil-financeiros —, julgue os itens a seguir,
referentes a conceito, objetivos e usuários
De acordo com o pronunciamento conceitu-
da contabilidade.
al básico (R1), do Comitê de Pronunciamen-
tos Contábeis, as características qualitativas
fundamentais da informação contábil-finan- 5. (Cespe – TCE-RN – 2015)
ceira útil são
A essência sobre a forma é conceito indis-
a) confiabilidade e representação fidedig- pensável para o cumprimento da caracterís-
na. tica qualitativa da representação fidedigna,
b) confiabilidade e tempestividade. ao passo que a prudência, por ser inconsis-
c) relevância e confiabilidade. tente com a neutralidade, é incompatível
d) relevância e representação fidedigna. com a representação fidedigna.
e) comparabilidade e confiabilidade.
( ) Certo ( ) Errado

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6 (Cespe – DPU – CONTADOR – 2016) bre a adoção de métodos semelhantes para
contabilização de itens idênticos.
O objetivo do relatório contábil-financeiro
de propósito geral é fornecer informações ( ) Certo ( ) Errado
contábil-financeiras úteis acerca da enti-
dade para a tomada de decisão por parte
de usuários internos, como os gerentes de 11. (Cespe – FUNPRESPE – 2016)
produção, e de usuários externos, como os A relevância, característica fundamental da
acionistas. informação contábil-financeira, representa
( ) Certo ( ) Errado a confiabilidade dos relatórios contábeis.
( ) Certo ( ) Errado
7. (Cespe – DPU – CONTADOR – 2016)
Os relatórios contábil-financeiros de pro- 12. (Cespe – FUNPRESPE – 2016)
pósitos gerais não são os instrumentos que Os valores preditivo e confirmatório de uma
atendem a todas as informações de que os informação contábil-financeira não estão
usuários externos — investidores, credores inter-relacionados, visto que a predição é
por empréstimos e outros credores, exis- individual e a confirmação é geral, advinda
tentes e em potencial — necessitam. da divulgação das demonstrações a todos
( ) Certo ( ) Errado os usuários.
( ) Certo ( ) Errado
8. (Cespe – DPU – CONTADOR – 2016)
Deve-se reconhecer um passivo caso haja 13. (Cespe – FUNPRESPE – 2016)
uma obrigação futura da entidade, derivada Conterá o atributo da materialidade a infor-
de eventos passados, cuja liquidação resul- mação cuja omissão ou distorção influen-
tará na saída de recursos da entidade capa- ciar nas decisões tomadas pelos usuários.
zes de gerar benefícios econômicos
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado

14. (Cespe – FUNPRESPE – 2016)


9. (Cespe – DPU – CONTADOR – 2016)
Considera-se fidedigna a informação livre
Uma das condições para reconhecimento de erros e que possua os atributos da neu-
de receitas é que as despesas incorridas ou tralidade e da completude.
a serem incorridas, referentes à transa-
ção, possam ser mensuradas com confiabi- ( ) Certo ( ) Errado
lidade.
( ) Certo ( ) Errado

10. (Cespe – FUNPRESPE – 2016)


A verificabilidade, uma das características
qualitativas de melhoria, é aquela que ga-
rante a uniformidade das demonstrações
contábeis, dando segurança ao usuário so-

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No que se refere ao balanço patrimonial, 17. (Cespe – FUB – 2014)


julgue os itens que se seguem.
O balanço patrimonial é composto pelo ati-
vo, pelo passivo e pelo patrimônio líquido.
15. (Cespe – FUB – 2014) Considerando-se que o ativo e o passivo
sejam divididos em circulante e não circu-
Para que se reconheça um item como ativo, lante, é correto afirmar que as obrigações
é necessário que o recurso seja controlado que vencerem após o término do exercício
pela entidade e resultante de eventos pas- social seguinte deverão ser classificadas no
sados; por isso, o item que gera benefício passivo não circulante.
futuro não compõe o ativo.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado

18. (Cespe – FUB – 2014)


16. (Cespe – FUB – 2014)
O grupo do patrimônio líquido, que repre-
O objetivo do balanço patrimonial é eviden- senta o valor residual entre o ativo e o pas-
ciar a situação financeira e patrimonial da sivo, inclui as contas capital social, reservas
organização em determinada data, repre- de capital, ajustes de avaliação patrimonial,
sentando, desse modo, uma posição dinâ- reservas de lucros, ações em tesouraria e
mica do negócio. prejuízos acumulados.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. C 3. D 4. B 5. C 6. E 7. C 8. E 9. C 10. E 11. E 12. E 13. C 14. C 15. E 16. E 17. C


18. C

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CONTABILIZAÇÃO DE FATOS DIVERSOS COMUNS A EMPRESAS COMERCIAS,
INDUSTRIAIS E DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

OPERAÇÃO COM DUPLICATAS

1. Cobrança Simples de Duplicatas


Consiste na remessa de títulos aos bancos, os quais prestam serviços à empresa, cobrando-os
dos respectivos devedores.
Nesse tipo de operação, a empresa transfere a posse dos títulos aos bancos, porém, a
propriedade continua sendo da empresa.
Para remeter os títulos ao banco, a empresa os relaciona por meio de um borderô, ao qual
anexa os respectivos títulos.
A operação de cobrança resume-se nas seguintes fases:

1 – Pela remessa dos títulos para cobrança (bancos ou empresas de cobrança):


a. Registro da operação, através das contas de compensação;
b. Registro das despesas cobradas pelo Banco com a cobrança dos títulos.

2 – Pelo recebimento das importâncias referentes aos títulos:


O banco comunica que os títulos foram quitados.
c. Baixa da responsabilidade mediante o lançamento de compensação;
d. Baixa dos Direitos, por meio do débito da conta Bancos Conta Movimento pelo recebimento
das importâncias referentes aos títulos e crédito da conta Duplicatas a Receber, Clientes
para baixa dos respectivos Direitos.

Contabilização
Cobrança simples de Duplicatas com quitação normal
Nossa remessa de Duplicatas ao Banco SANDE para cobrança simples, conforme borderô no
valor de R$ 10.000,00. O Banco cobrou R$ 50,00 de comissões e taxas.
Contabilização:
Pela remessa dos títulos ao banco:

1. Lançamento de compensação:
D – DUPLICATAS EM COBRANÇA
C – ENDOSSO PARA COBRANÇA
Banco SANDE, duplicatas conf. Borderô R$ 10.000,00

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2. Registro da despesa:
D – DESPESAS BANCÁRIAS
C – BANCO SANDE
Banco SANDE, aviso de despesas R$ 50,00
Após os vencimentos dos títulos, quando o banco comunicar que eles foram quitados:

3. Baixa nas contas de compensação:


D – ENDOSSO PARA COBRANÇA
C – DUPLICATAS EM COBRANÇA
Banco SANDE, baixa duplicatas R$ 10.000,00

4. Pelo recebimento das duplicatas:


D – BANCO SANDE
C – DUPLICATAS A RECEBER/ CLIENTES
Cliente, dpl, aviso bancário R$ 10.000,00

2. DESCONTOS DE DUPLICATAS
O desconto de duplicatas é uma operação financeira em que a empresa entrega determinadas
duplicatas para o banco e este lhe antecipa o valor em conta-corrente, cobrando juros
antecipadamente.
Embora a propriedade dos títulos negociados sejam transferidos para a instituição, a empresa
é corresponsável pelo pagamento dos mesmos em caso de não liquidação pelo devedor. Nesse
caso, a instituição financeira leva a débito, em conta-corrente da empresa, o valor de face do
título não liquidado.

TRATAMENTO CONTÁBIL
Os valores de face das duplicatas descontados são registradas numa conta do passivo circulante
denominada de “duplicatas descontadas”, tendo saldo credor.
A conta "duplicatas descontadas" apresenta a seguinte função na operação de desconto:
a) é creditada, pelo valor de face dos títulos, no momento em que é efetuada a operação de
desconto e a instituição financeira faz o crédito em conta-corrente da empresa;
b) é debitada no momento da liquidação do título pelo devedor ou quando a instituição
financeira leva a débito, em conta-corrente da empresa, por falta de pagamento por parte
do devedor.

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Os encargos financeiros debitados pela instituição financeira devem ser contabilizados
como "encargos financeiros a transcorrer", já que se tratam de despesas antecipadas, sendo
debitadas por ocasião do desconto e creditadas no momento em que a despesa é incorrida,
observando-se o regime de competência.

3 FOLHA DE PAGAMENTOS

CONTABILIZAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO

Regime de Competência
No último dia do mês, quando é elaborada a Folha de Pagamento, são efetuados os lançamentos
contábeis:
•• Das despesas com salários;
•• Dos encargos sociais incidentes sobre a Folha de Pagamento, quais sejam, a Contribuição
de Previdência Social e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Quitação da Folha de Pagamentos e dos Encargos Sociais
No mês seguinte, são efetuados os lançamentos contábeis da liquidação da Folha,
correspondente ao valor líquido pago aos empregados, bem como do recolhimento da
Contribuição de Previdência Social, FGTS, IR e outros recolhimentos.

EVENTOS DA FOLHA DE PAGAMENTO

Rendimentos ou Vantagens
Os rendimentos ou vantagens mensais de um empregado podem ser compostos de salário
fixo, comissões, horas extras, trabalho noturno, adicional de insalubridade, adicional de
periculosidade, salário-maternidade (no caso de gestantes), salário-família, ajuda de custo,
descanso semanal remunerado, férias, 13º salário, etc.

Descontos ou Abatimentos
Contribuição Previdenciária, faltas e atrasos, contribuição sindical, contribuição confederativa,
alimentação, vale-transporte, pensão alimentícia, Imposto de Renda Retido na Fonte,
adiantamentos de salários*
* Valores que a empresa antecipou aos funcionários, a título de salários, para posterior
desconto em folha de pagamento.

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PARCELAS RECUPERÁVEIS

Salário-Família
Valor pago ao funcionário que tenha filhos menores de 14 anos. A referida parcela é descontada
do valor que a empresa tem a recolher referente ao INSS.

Salário-Maternidade
É o benefício a que tem direito a segurada empregada, trabalhadora avulsa, empregada
doméstica, a contribuinte individual, facultativa e segurada especial, por ocasião do parto. A
referida parcela é descontada do valor que a empresa tem a recolher referente ao INSS.

ENCARGOS COMPLEMENTARES DA FOLHA DE PAGAMENTO

Provisão para Férias


Segundo o regime de Competência, as férias transcorridas e ainda não gozadas devem ser
provisionadas, de modo a se incluir o referido valor como custo ou despesa no período a que
competir.
O valor da provisão deve ser determinado com base na remuneração mensal do empregado e
no número de dias de férias a que já tiver direito.

Provisão para 13º Salário


Para que os custos ou as despesas mensais sejam os mais reais possíveis, as empresas deverão
constituir a provisão mensal do 13º salário, que é constituída na base de 1/12 do valor bruto da
Folha de Pagamento.

4. CONCILIAÇÃO BANCÁRIA
O saldo da conta “Bancos” raramente coincide com o saldo do extrato bancário, mesmo
não havendo erros por parte da empresa ou do banco. A empresa deve, portanto, conciliar
periodicamente sua conta “Bancos” com o extrato bancário.
Os exemplos mais comuns de valores que constam nos registros da empresa, mas que não
figuram no extrato bancário são:
•• cheques já emitidos pela empresa, mas ainda não apresentados ao banco;
•• depósitos já efetuados mas ainda não creditados na conta corrente bancária.
Da mesma forma, podem existir registros no extrato bancário que ainda não foram considerados
pela empresa:

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•• avisos bancários relativos a cobranças de títulos ainda não contabilizados pela empresa;
•• débitos de juros, comissões, tributos (CPMF, IOF), etc., ainda não contabilizados pela
empresa;
•• débitos relativos a cheques sem fundos.
O relatório de conciliação bancária deve fornecer os seguintes elementos:
A.1) Saldo da conta “Bancos”,
A.2) Elementos de conciliação: débitos / créditos efetuados pelo banco mas não registrados
pela empresa, e
A.3) Saldo ajustado
B.1) Saldo do extrato bancário,
B.2) Elementos de conciliação: débitos / créditos efetuados pela empresa mas não registrados
pelo banco, e
B.3) Saldo ajustado.
Consideramos que a conta bancária está conciliada quando os dois saldos ajustados são iguais.

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Questões

1. (Cespe – FUB – 2014) 4. (Cespe – TRE-RN – 2010)


No momento da assinatura do contrato de Se determinada empresa descontou uma
aluguel de um imóvel para servir de sede duplicata, para a qual seu banco cobrou
para determinada empresa, o contador uma taxa de 5% do valor total do título, o
deve registrar os primeiros doze meses no registro dessa operação deverá envolver um
passivo circulante e os meses subsequen- lançamento de terceira fórmula.
tes no passivo não circulante, realizando a
reclassificação de não circulante para circu- ( ) Certo ( ) Errado
lante à medida do transcurso do prazo.
Uma empresa, ao receber o extrato de sua
( ) Certo ( ) Errado conta corrente relativo ao mês de janeiro
de 2014, constatou algumas divergências
2. (Cespe – TCU – 2016) em relação ao razão da conta bancos conta
movimento mantido pela contabilidade. No
Situação hipotética: procedimento de conciliação bancária, fo-
Em 30 de junho de 2015, o livro diário de ram encontradas as seguintes divergências:
determinada empresa registrou a seguinte
partida dobrada I – a cobrança de uma tarifa de R$ 35 por
renovação de cadastro consta do extrato
Assertiva: bancário;
Nesse caso, as informações se referem a um II – um cheque no valor de R$ 1.500, utiliza-
lançamento de ajuste — decorrente da apli- do para pagamento a fornecedor, não cons-
cação do princípio da competência — para ta do extrato, o que demonstra que ele ain-
reconhecimento da despesa com o prêmio da não foi descontado;
de seguros, que havia sido pago antecipada-
mente. III – o cheque emitido por um cliente, no va-
lor de R$ 400, foi devolvido por insuficiência
( ) Certo ( ) Errado de fundos;
IV – foi recebida, por meio de cobrança
De acordo com a Lei n.º 6.404/1976, julgue bancária, uma duplicata no valor de R$ 950
os próximos itens, a respeito da elaboração emitida contra um cliente;
e apresentação das principais demonstra- V – um depósito em cheque no valor de R$
ções contábeis. 5.500, efetuado no último dia do mês, ainda
não foi creditado pelo banco;
3. (Cespe – CGE-PI – 2015) VI – o saldo da conta bancária constante no
extrato do dia 31/1/2014 era de R$ 9.500.
Os adiantamentos concedidos a sociedades
controladas e não ligados à exploração do Com base nessas informações, julgue os
objeto social da empresa controladora de- itens de 5 a 10.
vem ser registrados no ativo não circulante
da controladora.
( ) Certo ( ) Errado

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5. (Cespe – FUB – 2014) Considerando que determinada entidade
desconte quatro duplicatas de sua emissão,
O evento II deve ser relatado no relatório no valor nominal total de R$ 4.200,00, e sa-
de conciliação bancária, mas não cabe qual- bendo que o banco cobra juros no valor de
quer lançamento contábil em função disso. R$ 210,00 antecipadamente e comissões de
( ) Certo ( ) Errado taxas no valor de R$ 40,00, julgue os itens a
seguir.

6. (Cespe – FUB – 2014) 11. Será efetuado um débito na conta banco


conta movimento de R$ 3.950,00, tendo
O evento I deve ser lançado como despesa
como contrapartida um crédito em duplica-
bancária.
tas descontadas, no mesmo valor.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado

7. (Cespe – FUB – 2014)


12. Caso o banco receba as importâncias cor-
Se o cheque referido no evento III for rea- respondentes a todas as duplicatas e comu-
presentado, então não haverá necessidade nique o fato à entidade por meio de aviso
de nenhuma contabilização. bancário, a entidade deverá efetuar um dé-
bito em duplicatas descontadas e um crédi-
( ) Certo ( ) Errado to em duplicatas a receber, ambos no valor
de R$ 4.200,00.
8. (Cespe – FUB – 2014) ( ) Certo ( ) Errado
O depósito em cheques ainda não compen-
sados — evento V — não motiva nenhuma A respeito das operações comuns às empre-
contabilização. sas de prestação de serviços, comerciais e
industriais, julgue os próximos itens.
( ) Certo ( ) Errado
13. Considere que uma duplicata no valor de R$
9. (Cespe – FUB – 2014) 150.000,00, enviada à cobrança, no banco,
tenha sido paga com atraso pelo cliente.
Antes da conciliação bancária, o saldo do ra- Nessa situação, ao receber o aviso, a em-
zão da conta bancos conta movimento é de presa emitente do título deve efetuar em
R$ 12.985. sua escrituração o registro a seguir, em re-
( ) Certo ( ) Errado ais.
D – duplicatas descontadas .............150.000
10. (Cespe – FUB – 2014) D – bancos – conta-movimento........ 15.000
C – clientes ......................................150.000
O lançamento contábil que deverá ser efe-
tuado pelo recebimento da duplicata do C – receita financeira.......................... 15.00
evento IV será: ( ) Certo ( ) Errado
débito: bancos conta movimento................. R$ 400;
crédito: clientes (ou conta equivalente)........R$ 400.
( ) Certo ( ) Errado

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O registro dos eventos contábeis segue o 16. (Cespe – CORREIOS – 2011)


que preconiza o método das partidas do-
bradas. Acerca desse tema, julgue os itens A conta contábil imposto de renda retido
subseqüentes. na fonte a recolher, resultante da obrigação
de recolher os valores retidos sobre salários
14. (Cespe – HEMOBRÁS – 2008) dos empregados, na folha de pagamento da
empresa, representa despesa operacional e
A contabilização dos encargos sobre a folha tributária da entidade.
de pagamento provisionada deve ser a dé-
bito de encargos sobre folha de pagamento ( ) Certo ( ) Errado
e a crédito de salários a pagar.
( ) Certo ( ) Errado

15. (Cespe – SUFRAMA – 2014)


A conta INSS a recolher ou a pagar, com-
ponente do passivo circulante de uma
entidade, deve ser creditada, no mês de
competência da folha de pagamento, exclu-
sivamente pelo valor da cota patronal a ser
recolhida, uma vez que a cota dos empre-
gados é descontada diretamente de suas fo-
lhas de pagamento.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. C 3. C 4. C 5. C 6. C 7. E 8. C 9. E 10. C 11. E 12. C 13. E 14. E 15. E 16. E

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PROVISÕES

Provisão é um passivo de prazo ou de valor incertos.


Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja
liquidação se espera que resulte em saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios
econômicos.
Evento que cria obrigação é um evento que cria uma obrigação legal ou não formalizada que
faça com que a entidade não tenha nenhuma alternativa realista senão liquidar essa obrigação.
Obrigação legal é uma obrigação que deriva de:
•• contrato (por meio de termos explícitos ou implícitos);
•• legislação; ou
•• outra ação da lei.
Obrigação não formalizada é uma obrigação que decorre das ações da entidade em que:
a) por via de padrão estabelecido de práticas passadas, de políticas publicadas ou de
declaração atual suficientemente específica, a entidade tenha indicado a outras partes que
aceitará certas responsabilidades; e
b) em consequência, a entidade cria uma expectativa válida nessas outras partes de que
cumprirá com essas responsabilidades.
Passivo contingente é:
a) uma obrigação possível que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada
apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob
controle da entidade; ou
b) uma obrigação presente que resulta de eventos passados, mas que não é reconhecida
porque:
I – não é provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja
exigida para liquidar a obrigação; ou
II – o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente confiabilidade.
As provisões podem ser distintas de outros passivos tais como contas a pagar e passivos
derivados de apropriações por competência (accruals). Por contraste:
a) as contas a pagar são passivos a pagar por conta de bens ou serviços fornecidos ou
recebidos e que tenham sido faturados ou formalmente acordados com o fornecedor; e
b) os passivos derivados de apropriações por competência (accruals) são passivos a pagar por
bens ou serviços fornecidos ou recebidos, mas que não tenham sido pagos, faturados ou
formalmente acordados com o fornecedor, incluindo valores devidos a empregados (por
exemplo, valores relacionados com pagamento de férias).

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Diferença entre Provisões e Passivos Contingentes


Provisões – que são reconhecidas como passivo (presumindo-se que possa ser feita uma
estimativa confiável) porque são obrigações presentes e é provável que uma saída de recursos
que incorporam benefícios econômicos seja necessária para liquidar a obrigação; e
Passivos Contingentes – que não são reconhecidos como passivo porque são:
I – obrigações possíveis, visto que ainda há de ser confirmado se a entidade tem ou não uma
obrigação presente que possa conduzir a uma saída de recursos que incorporam benefícios
econômicos, ou
II – obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reconhecimento deste
Pronunciamento Técnico (porque não é provável que seja necessária uma saída de recursos
para liquidar a obrigação, ou não pode ser feita uma estimativa suficientemente confiável do
valor da obrigação)

Reconhecimento
Uma provisão deve ser reconhecida quando:
a) a entidade tiver uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como resultado de
evento passado;
b) for provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam benefícios
econômicos para liquidar a obrigação; e
c) puder ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.
Se essas condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão deve ser reconhecida.
A entidade não deve reconhecer um passivo contingente.
O passivo contingente é divulgado, a menos que seja remota a possibilidade de uma saída de
recursos que incorporam benefícios econômicos.
Quando a entidade for conjunta e solidariamente responsável por obrigação, a parte da
obrigação que se espera que as outras partes liquidem é tratada como passivo contingente.
A entidade não deve reconhecer um ativo contingente.
Os ativos contingentes surgem normalmente de evento não planejado ou de outros não
esperados que dão origem à possibilidade de entrada de benefícios econômicos para a
entidade. Um exemplo é uma reivindicação que a entidade esteja reclamando por meio de
processos legais, em que o desfecho seja incerto.
Quando a realização do ganho é praticamente certa, então o ativo relacionado não é um ativo
contingente e o seu reconhecimento é adequado.
O ativo contingente é divulgado quando for provável a entrada de benefícios econômicos.

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Mensuração

Melhor estimativa
O valor reconhecido como provisão deve ser a melhor estimativa do desembolso exigido para
liquidar a obrigação presente na data do balanço.
A melhor estimativa do desembolso exigido para liquidar a obrigação presente é o valor que a
entidade racionalmente pagaria para liquidar a obrigação na data do balanço ou para transferi-
la para terceiros nesse momento.

CONTABILIZAÇÃO
Como regra geral, as provisões têm como débitos elementos de despesas e, como contrapartida,
créditos em conta patrimoniais que, como vimos, podem ser contas redutoras de ativo ou
contas de passivo exigível.
Exemplo:
Despesas com Provisões
a Provisões (ativas/passivos)

Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa hoje são consideradas perdas estimadas com
crédito de liquidação duvidosa.
Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa ou, também denominada de Provisão para
Devedores Duvidosos (PDD), é uma estimativa de perda dos créditos operacionais, é feita em
obediência ao princípio da prudência que determina que, em situações igualmente aceitas, a
empresa deve ter o menor ativo.

Base de Cálculo da PDD


A base de cálculo da PDD será o montante de créditos a receber oriundos da exploração
da atividade econômica da empresa, excluídos os provenientes de vendas com reserva de
domínio, alienação fiduciária em garantia ou com garantia real, os créditos com pessoa jurídica
de direito público e os créditos habilitados em falência e concordata.

Contabilização
O registro dos fatos contábeis relativos à provisão para devedores duvidosos compreende:
a. Constituição da provisão – a provisão deve ser constituída na data de encerramento do
Balanço. Determinado o valor a ser provisionado, faz-se o seguinte lançamento:
D – Despesas com Devedores Duvidosos
C – Provisão p/Devedores Duvidosos

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b. Pela baixa de títulos incobráveis – durante o exercício social subsequente os títulos


incobráveis são baixados do patrimônio da empresa através do seguinte lançamento:
D – Provisão p/Devedores Duvidosos
C – Clientes/Duplicatas a Receber

c. Valor da PDD – a PDD é sempre uma estimativa, por consequência, obviamente está
sujeita a erros. Assim, o valor provisionado pode ser maior ou menor do que as perdas com
devedores insolváveis.

1. Valor Insuficiente
Quando o valor da PDD for insuficiente, contabiliza-se o excesso das perdas como despesas,
debitando-se direto no Resultado do Exercício.
D – Perdas com Devedores Insolváveis ou Despesas de Vendas
C – Clientes ou Duplicatas a Receber

2. Valor a Maior
O saldo não utilizado na provisão pode ter dois tratamentos:

2.1 Método da Complementação


Embora menos recomendável tecnicamente, é de, ao constituir a nova provisão para o período
seguinte, fazer apenas a complementação do saldo já existente e não utilizado no período
corrente.

2.2 Método da Reversão


O saldo, porventura remanescente na conta de provisão, deverá ser revertido a crédito do
resultado do exercício, efetuando-se a seguir a nova provisão para o período seguinte.
Lançamento:
D – Provisão p/ Devedores Duvidosos
C – Reversão de PDD

d. Recebimento de um Título Considerado Anteriormente como Incobrável


Quando houver o recebimento de um título, emitido em exercícios anteriores, e considerado
anteriormente como incobrável, o lançamento será o seguinte:
D – Caixa
C – Recuperação de Créditos ou Despesas (Outras Receitas Operacionais)

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Questões

No que se refere às provisões contábeis e 6. (Cespe – PREVIC – 2011)


ao funcionamento das contas relacionadas,
julgue os próximos itens. A provisão para crédito de liquidação duvi-
dosa é uma conta contábil de natureza cre-
1. O reconhecimento de provisão no ativo dora redutora da conta clientes ou valores a
aumenta o resultado líquido do período, receber, que pertencem ao grupo do ativo.
enquanto a contabilização de provisões no ( ) Certo ( ) Errado
passivo, ou seja, de obrigações exigíveis, re-
duz a situação líquida.
7. (Cespe – DPU – CONTADOR – 2016)
( ) Certo ( ) Errado
Caso determinada sociedade empresária
2. A provisão para créditos de liquidação du- estime uma provisão, em virtude de ga-
vidosa fundamenta-se no princípio contábil rantia oferecida por problema no funcio-
da prudência, que considera, entre as op- namento inadequado de produto vendido,
ções aceitáveis, o menor ativo. essa sociedade deverá reconhecer um pas-
sivo e uma despesa no momento da venda,
( ) Certo ( ) Errado pelo valor estimado.

3. Caso seja feito débito em uma provisão, ( ) Certo ( ) Errado


constituída e classificada no ativo circulan-
te, o capital total à disposição da empresa 8. (Cespe – Bacen – 2013)
sofre aumento concomitante.
A provisão para devedores duvidosos é uma
( ) Certo ( ) Errado conta retificadora do ativo circulante cons-
tituída com base no princípio da prudência.
4. O registro da provisão para desvalorização
de estoques reduzirá o valor do ativo circu- ( ) Certo ( ) Errado
lante e afetará o saldo do passivo circulante.
( ) Certo ( ) Errado

5. Caso um crédito baixado, por ter sido consi-


derado incobrável, seja recuperado no exer-
cício subsequente, a empresa deve efetuar
o lançamento (somente as contas debitada
e creditada) a seguir.
D – caixa
C – duplicatas a receber
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. E 2. C 3. E 4. E 5. E 6. C 7. C 8. C

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IMOBILIZADO – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

De acordo com o art. 179, IV, da Lei das S.A., são classificados no Imobilizado: os direitos que
tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia
ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que
transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens.
Exemplos: móveis e utensílios, imóveis, máquinas, equipamentos, veículos.
Resumindo, para que um bem seja classificado como Imobilizado, deve cumprir quatro
características simultaneamente:

1) Ter vida útil acima de 1 ano;


2) Não se destinar à venda;
3) Possuir existência física;
4) Ser utilizado nas atividades normais da empresa.

DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO


Segundo o disposto no § 2º do art. 183 da Lei nº 6.404/76, “ (...) § 2º A diminuição do valor dos
elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada periodicamente nas contas de:
a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens
físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência;
b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de
direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou
exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou
contratualmente limitado;
c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos
cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.(...)”

Depreciação
Representa a diminuição do valor dos bens corpóreos que integram o ativo imobilizado,
em decorrência de desgaste ou perda de utilidade pelo uso, por ação da natureza ou por
obsolescência tecnológica.
A depreciação pode também ser considerada como uma parcela que se retira do lucro com o fim
específico de formar uma provisão que permita substituir o bem depreciado sem a necessidade
de recorrer a capitais de terceiros. Retira-se do lucro, anualmente, uma parcela igual a 10% (ou
20% no caso de veículos) do valor do bem. Como se trata de uma despesa que não implica saída
de recursos financeiros, o valor do prejuízo ficará dentro da empresa formando uma provisão
até a extinção da vida útil do bem, quando o valor da provisão (depreciação acumulada) terá
atingido valor igual ao valor contábil do bem do ativo imobilizado.

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Definições:
•• Vida útil estimada: é o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo,
ou o número de unidades de produção que a entidade espera obter pela utilização do ativo.
•• Valor contábil: O VALOR CONTÁBIL de um bem depreciado corresponde à diferença entre o
seu custo de aquisição e a sua depreciação acumulada.
•• Valor residual: Valor residual de um ativo é o valor estimado que a entidade obteria com a
venda desse ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, no final de sua vida útil
estimada. Dessa forma, consiste no valor que a empresa estima obter caso vendesse o item
do imobilizado depois de encerrada sua vida útil.
•• Valor depreciável: É o valor do ativo imobilizado sujeito à depreciação. Consiste na base
de cálculo da depreciação. Caso um valor residual seja estabelecido pela empresa, o valor
depreciável corresponde ao custo de aquisição do ativo imobilizado deduzido do valor
residual;
•• Taxa de depreciação: Percentual mensal ou anual aplicado sobre o valor depreciável do
bem, que varia de acordo com a vida útil estimada.

Ativos de Natureza Permanente não Sujeitos à Depreciação


Não é admitido o registro de quota de depreciação em relação aos seguintes bens:
a. Terrenos, salvo em relação aos melhoramentos, benfeitorias e construções;
b. Prédios ou construções não alugados e nem utilizados na produção de bens ou serviços
destinados a manter a atividade da empresa;
c. Bens que aumentam de valor com o tempo como as antiguidades e as obras de arte;
d. Bens para os quais sejam registradas quotas de amortização ou exaustão.

Base de Cálculo
A base de cálculo da depreciação de um bem corresponde ao custo de aquisição, incluindo os
gastos necessários à colocação do bem em funcionamento e acréscimos posteriores.

Início da Depreciação
A depreciação de um bem é contada não em função da data de aquisição, mas sim, a partir
do mês em que o bem for instalado, posto em funcionamento ou em condições de produzir,
independentemente do dia do dia do mês em que foi adquirido.

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Cálculo da depreciação
A depreciação é calculada, mensalmente, para cada item registrado no ativo imobilizado, ou
para os itens que compõem uma mesma unidade geradora de benefícios.
O cálculo da depreciação depende, basicamente, da vida útil estimada do bem. O início da
depreciação ocorre no mês em que o bem foi instalado e encontra-se pronto para entrar em
operação.
Independentemente do dia em que o bem atingiu essa condição, a depreciação é calculada
para todo o mês.

MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO

Método das quotas constantes (linear)


É o método mais adotado pelas empresas em geral. Consiste na divisão do valor depreciável do
bem pelo tempo de vida útil para ele estimado. No método linear, a quota (despesa) mensal de
depreciação é constante.
Exemplo:
Valor depreciável: $ 240.000,00
Vida útil estimada: 4 anos
Quota de depreciação: $ 240.000,00/4 = $ 60.000,00 ao ano
Ou $ 5.000,00 ao mês
Ou
Taxa de depreciação: 100%/4 = 25% ao ano
$ 240.000,00 x 25% = $ 60.000,00 ao ano

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Método da soma dos dígitos


Esse método consiste na divisão entre o número do ano da vida útil estimada do bem
(numerador) e a soma dos dígitos dos anos que compõem a vida útil estimada do bem
(denominador).
A depreciação de cada ano é uma fração em que o denominador é a soma dos dígitos dos anos
que compõem a vida útil estimada, e o numerador é, para o primeiro ano (n), para o segundo
(n – 1), para o terceiro (n – 2), para o quarto (n – 3), e assim, sucessivamente.
Exemplo:
Valor depreciável: $ 240.000,00
Vida útil estimada: 4 anos
Soma dos dígitos dos anos: 1 + 2 + 3 + 4 = 10
. 1º ano = 4/10 x $ 240.000,00 = $ 96.000,00
. 2º ano = 3/10 x $ 240.000,00 = $ 72.000,00
. 3º ano = 2/10 x $ 240.000,00 = $ 48.000,00
. 4º ano = 1/10 x $ 240.000,00 = $ 24.000,00
Conforme demonstrado no exemplo, a despesa de depreciação diminui ao longo da vida útil do
bem. Em contrapartida, normalmente, as despesas de manutenção do bem aumentam ao longo
de sua vida útil, sendo, portanto, compensadas pela redução das despesas de depreciação.

Método de unidades produzidas


Baseada em informações do fabricante do bem ou de setor interno competente, a empresa
estima a capacidade máxima de unidades que determinado bem pode produzir durante sua
vida útil.
Nesse método, à medida que as unidades forem produzidas, calcula-se a depreciação, conforme
as duas formas apresentadas a seguir:
Exemplo:
Valor depreciável: $ 1.000.000,00
Quantidade total de unidades a serem produzidas durante a vida útil: 500.000 unidades
Quantidade produzida no primeiro ano: 50.000 unidades

Quantidade produzida no 1º ano = 50.000 = 10%


Capacidade total de unidades 500.000
Valor depreciável do bem x percentual produzido:
$ 1.000.000,00 x 10% = $ 100.000,00 no 1º ano
Assim, conforme as duas formas de cálculo, segundo o método de unidades produzidas, a
depreciação a ser registrada no primeiro ano é de $ 100.000,00.

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Depreciação acelerada
A depreciação acelerada consiste em atribuir coeficientes multiplicadores em função do
número de horas diárias de operação do bem sujeito ao desgaste pelo uso. Pode ser adotada,
somente, no caso de bens móveis.
Os coeficientes de aceleração são os seguintes:
1 turno (8 horas) 1,00
2 turnos (16 horas) 1,50
3 turnos (24 horas) 2,00
Quanto maior a quantidade de turnos em que o bem é utilizado, menor será sua vida útil
estimada e maior será sua quota de depreciação anual.
Exemplo: Uma máquina registrada no balanço de 19X0 por R$ 15.000,00, e que trabalhou 3
turnos diários durante o exercício de 19X1. Calcule a depreciação a ser registrada no balanço de
19X1.
Cálculo:
Por trabalhar 3 turnos – implica usar o coeficiente 2,0 sobre a taxa anual de depreciação do
bem, assim:

Depreciação Acelerada = (2,0 x 10%) x 15.000,00 = 3.000,00

Despesa de Depreciação
a Depreciação Acumulada 3.000,00

Contabilização da depreciação
Ao depreciarmos um bem do ativo não circulante, por um lado, debitamos uma conta de
despesa, que chamamos de Despesas de Depreciação (ou Encargos de Depreciação ou,
simplesmente, Depreciação).
Por outro lado, geramos também uma conta retificadora do ativo, que chamamos de
Depreciação Acumulada, que será creditada.
A conta Despesas de Depreciação poderá receber débitos mensais, com a aplicação da taxa
anual dividida por 12, até o fim do exercício social, quando, então, será encerrada juntamente
com as outras despesas, para a apuração do resultado.
A conta Depreciação Acumulada irá acumular o valor das despesas de depreciação, desde a
época em que o bem foi posto em condições de uso, até a época em que o bem for alienado ou
baixado por perecimento, ou até que o valor contábil do bem seja NULO (100% depreciado).
Exemplo: A empresa ABC S/A, em 12 de julho de 2009, adquiriu um caminhão por $ 40.000,00.
Supondo a taxa de depreciação anual igual a 20%, teremos:
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Em 2009:
Se o caminhão foi adquirido em julho, a contabilização da depreciação levará em conta apenas
os seis meses de uso do caminhão.

CÁLCULO: 20% em 12 meses → 10% em 6 meses


10% x $ 40.000,00 = $ 4.000,00

CONTABILIZAÇÃO:
Despesas de Depreciação $ 4.000,00
Depreciação Acumulada $ 4.000,00

APRESENTAÇÃO NO BALANÇO:
Veículos $ 40.000,00
Depreciação Acumulada ($4.000,00)
Valor contábil R$ 36.000,00

Em 2010:
CÁLCULO: 20% x $ 40.000,00 = $ 8.000,00

CONTABILIZAÇÃO:
Despesas de Depreciação $ 8.000,00
Depreciação Acumulada $ 8.000,00

APRESENTAÇÃO NO BALANÇO:
Veículos $ 40.000,00
Depreciação Acumulada ($ 12.000,00)
Valor contábil R$ 28.000,00

Em 2011:
CÁLCULO: 20% x $ 40.000,00 = $ 8.000,00

CONTABILIZAÇÃO:
Despesas de Depreciação $ 8.000,00
Depreciação Acumulada $ 8.000,00

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APRESENTAÇÃO NO BALANÇO:
Veículos $ 40.000,00
Depreciação Acumulada ($ 20.000,00)
Valor contábil R$ 20.000,00

O registro da depreciação envolve, em geral, duas contas contábeis:


•• Despesa de depreciação: conta contábil que recebe a contrapartida do lançamento da
conta depreciação acumulada.
•• Depreciação acumulada: conta retificadora do ativo imobilizado, vinculada ao bem
depreciável, cuja função é acumular as parcelas mensais de depreciação calculadas,
reduzindo o valor contábil do bem registrado no ativo.

Depreciação de Bens Adquiridos Usados


No caso de bens adquiridos usados, a empresa deverá adotar como vida útil a maior entre as
seguintes:
a) metade do prazo de vida útil do bem quando adquirido novo.
b) restante do prazo de vida útil do bem.

Exemplo: Máquina usada:

– Adquirida em 28/06/X2
– Primeira instalação 02/06/X0

Prazos:
a. Metade do prazo de vida útil: 5 anos
b. Restante do prazo de vida útil: 8 anos

Taxa = 100%/8 = 12,5% a.a.

Baixa. O valor contábil de um item do ativo imobilizado deve ser baixado:


(a) por ocasião de sua alienação; ou
(b) quando não há expectativa de benefícios econômicos futuros com a sua utilização ou
alienação.

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Resultado na Venda de Imobilizado


O resultado (lucro ou prejuízo) apurado na venda de qualquer item do Ativo Imobilizado é
obtido da seguinte maneira:
Preço de Venda do Imobilizado 10.000,00
(-) Valor Contábil do Imobilizado (70.000,00)
(=) Resultado na Venda de Imobilizado 30.000,00

A contabilização de uma operação de venda de imobilizado é feita da forma seguinte:


• Pelo Reconhecimento da Venda:
D – Caixa/Bancos/Contas a Receber
C – Receita na Venda de Imobilizado (outras receitas)

• Pelo Reconhecimento do Custo:


D – Custo na Venda de Imobilizado (outras despesas / outros custos)
C – Imobilizado

• Pela Baixa da Depreciação Acumulada do Bem:


D – Depreciação Acumulada
C – Custo na Venda de Imobilizado (outras despesas / outros custos)

ATENÇÃO
1.0 – Um Bem só pode ser depreciado a partir do mês em que for colocado em uso.
2.0 – Quando um Bem for adquirido e colocado em uso durante o ano, sua taxa de Depreciação
deverá ser proporcional ao número de meses durante o qual for utilizado. Considera-se como
mês integral a fração do mês no qual o Bem foi posto em utilização, mesmo que tenha sido de
apenas um dia.
3.0 – Não serão depreciados os Bens cujo tempo de vida útil seja inferior a um ano nem os
casos de pequeno valor, conforme estabelecido pelo RIR.
4.0 – Quando a depreciação acumulada de um Bem chegar a 100% não haverá mais cálculo
nem contabilização de depreciação. O Bem permanece na contabilidade pelo valor original e a
conta Depreciação Acumulada terá valor idêntico, até ser baixado.
5.0 – Quando o Bem for Baixado, debita-se a Conta Depreciação e credita-se a conta
representativa do Bem.
6.0 – Valor contábil = Custo de aquisição – Depreciação Acumulada 7.0 Valor Residual = valor
provável da realização do bem após totalmente depreciado.

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8.0 – Não estão sujeitos à depreciação – Terrenos, salvo em relação as construções e benfeitorias,
bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, bens para os quais sejam registradas
taxas de amortização ou exaustão, prédio não alugados, nem utilizados na produção de bens
ou serviços, isto é, que estão na condição de meros investimentos, sem produzir rendimentos.
9.0 – Depreciação Acelerada consiste em atribuir coeficientes multiplicadores, em função
do número de horas diárias de operação do bem sujeito ao desgaste pelo uso. Aplica-se
exclusivamente a bens móveis.
10 – Depreciação de bens adquiridos usados – A empresa deverá optar pelo método que
resultar no maior prazo entre as seguintes opções: metade da vida útil de bem similar adquirido
novo X o restante da vida útil, em relação à primeira instalação.

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Questões

No item, é apresentada uma situação hipo- No item seguinte, é apresentada uma situ-
tética acerca de diversas operações contá- ação hipotética, seguida de uma assertiva a
beis, seguida de uma assertiva a ser julgada. ser julgada.
1. (Cespe – ABIN – 2010) No final de 2003, um contador passou para
Antônio, para que ele providenciasse a par-
Determinada empresa comprou uma má- tida dobrada adequada, as seguintes infor-
quina para uso no valor de R$ 100.000,00. A mações referentes aos lançamentos anuais
vida útil desse ativo é estimada em 10 anos, de ajuste da depreciação do imobilizado:
ao fim dos quais a empresa espera um valor máquina operatriz modelo delta, adquirida
residual de R$ 20.000,00. Nessa situação, em 1.º/10/1993 por R$ 48.000,00, depre-
admitindo-se que a empresa utilize o méto- ciação, em dez anos, pelo método de linha
do de depreciação linear, ela deverá conta- reta – cotas constantes, sem valor residual.
bilizar, anualmente, uma despesa de depre-
ciação no valor de R$ 8.000,00.
4. (Cespe – APF – 2004)
( ) Certo ( ) Errado
Nessa situação, seria correto Antônio pre-
Ainda com referência à contabilidade geral, parar um lançamento a débito de deprecia-
julgue o item subseqüente. ção e a crédito de depreciação acumulada,
no valor de R$ 4.800,00.
2. (Cespe – SEFAZ-AL) ( ) Certo ( ) Errado
A diminuição de valor dos elementos do
ativo imobilizado será registrada periodica-
mente nas contas de amortização, quando 5. O registro da venda de um veículo, que foi
corresponder à perda do valor dos direitos adquirido por R$ 40.000,00 e possuía saldo
que têm por objeto bens físicos sujeitos a de depreciação acumulada de R$ 20.500,00,
desgastes ou perda de utilidade por uso, proporcionará um lucro de R$ 3.000,00 caso
ação da natureza ou obsolescência. o valor de venda seja igual a R$ 22.500,00.

( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado

No item, é apresentada uma situação hipoté- 6. O reconhecimento de despesa de deprecia-


tica, seguida de uma assertiva a ser julgada. ção mensal provoca variação patrimonial de
natureza quantitativa, afetando o resultado
3. (Cespe – TRE-ES – 2011) líquido para menos.
Após três anos de uso, um ativo imobiliza- ( ) Certo ( ) Errado
do adquirido por R$ 40.000,00 tem 40% do
seu custo depreciado; nesse momento, ele
é vendido por R$ 20.000,00. Nessa situação, 7. (Cespe – FUB – 2014)
a empresa obteve um lucro de R$ 20.000,00
Na alienação de imobilizado, havendo sal-
em outros resultados operacionais
do na conta de depreciação acumulada do
( ) Certo ( ) Errado bem, esta deverá ser encerrada contra a

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própria conta do bem, antes de efetuada a sofrer influência tanto de fatores econômi-
baixa do imobilizado. cos quanto de fatores legais. Ativos intan-
gíveis com vida útil indefinida, no entanto,
( ) Certo ( ) Errado devem ser amortizados no prazo máximo de
dez anos.
8. (Cespe – FUNPRESPE – 2016) ( ) Certo ( ) Errado
Uma entidade cujas atividades sejam exerci-
das em dois ou mais turnos de trabalho po- 12. (Cespe – FUB – 2015)
derá desconsiderar essa informação ao es-
tabelecer a vida útil de suas máquinas, para Em 1.º/1/2014, certa sociedade empresária
fins de contabilização da depreciação de seu adquiriu dois ativos intangíveis com as se-
imobilizado, visto que a legislação do impos- guintes características:
to de renda determina os percentuais fixos
para cada tipo de ativo. Valor de
Ativo Intangível Vida Útil
Aquisição
( ) Certo ( ) Errado
I R$ 100.000 5 anos
II R$ 100.000 Indefinida
9. (Cespe – MPU – 2015)
Na aplicação dos princípios de contabilida- Em 31/12/2014, os valores justos dos intan-
de, há situações em que a essência das tran- gíveis I e II foram avaliados em R$ 90.000 e
sações deve prevalecer sobre seus aspectos R$ 80.000, respectivamente. Dessa forma,
formais. Um exemplo é o registro da depre- em 31/12/2014, o valor líquido desses dois
ciação mensal, adotando-se como parâme- ativos evidenciado no balanço patrimonial
tro a vida útil econômica e o valor residual foi de R$180.000.
do bem em detrimento da vida útil estabe-
lecida por norma específica. ( ) Certo ( ) Errado

( ) Certo ( ) Errado
13. (Cespe – FUNPRESPE – 2016)

10. (Cespe – ANT – 2013) O departamento de contabilidade de uma


empresa fez o lançamento na conta siste-
Comparativamente aos métodos dos saldos mas de aplicativos software, a débito, e na
decrescentes e das unidades produzidas, o conta bancos, a crédito. O custo do aplica-
método linear resulta em despesas de de- tivo foi mensurado com segurança para que
preciação inconstantes ao longo da vida útil a empresa pudesse usufruir dos benefícios
do ativo, refletindo um padrão instável do econômicos desse software. Nessa situação,
consumo dos benefícios econômicos futu- o lançamento realizado representa o regis-
ros esperados incorporados no ativo. tro da aquisição de um aplicativo, com pa-
gamento à vista, sendo esse ativo contabili-
( ) Certo ( ) Errado
zado como integrante do grupo do ativo não
circulante — intangível.
11. (Cespe – ANT – 2013)
( ) Certo ( ) Errado
Os ativos intangíveis estão sujeitos à amor-
tização com base na sua vida útil, que pode

Gabarito: 1. C 2. E 3. E 4. C 5. C 6. C 7. E 8. E 9. C 10. E 11. E 12. E 13. C

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OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

São os bens que as empresas comerciais adquirem com a finalidade de revenda, sem industria-
lizá-las. São revendidas da mesma forma como foram adquiridas. Apurar o Resultado com Mer-
cadorias (RCM) corresponde a verificar se houve lucro ou prejuízo nas operações de compra e
vendas, que é a atividade principal de toda empresa comercial. O resultado com mercadorias é
obtido pela diferença das vendas pelo custo de mercadorias vendidas (RCM = VENDAS – CMV).
As vendas são facilmente calculadas por meio do somatório das notas fiscais de vendas; en-
tretanto, o custo das mercadorias vendidas não é obtido facilmente tendo em vista que, na
maioria das vezes, tratam-se de mercadorias adquiridas de diversos fornecedores por preços
deferentes. Esse CMV pode ser calculado pela expressão matemática CMV = EI + C – EF ou, nas
empresas que adotam o sistema de inventário permanente, pelo saldo da Conta CMV.

TIPOS DE INVENTÁRIO E FORMA DE APURAÇÃO DO LUCRO


O Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) é formado pelas mercadorias existentes no início do
período, mais as compras realizadas durante tal fase, diminuídas do estoque de mercadorias
existentes no final do período. Isto é, o CMV representa o valor das mercadorias saídas, obtido
pela diferença entre as mercadorias disponíveis para a venda (EI + compras) e as existentes no
final do período.
Inventário periódico: por esse sistema, o valor do estoque só é conhecido no final do período,
mediante levantamento (inventário) físico realizado, portanto EXTRACONTABILMENTE.
INVENTÁRIO PERMANENTE: consiste em controlar permanentemente o valor do estoque de
mercadorias. Assim, a cada compra efetuada, seu custo é incluído no estoque; e a cada venda
efetuada, seu custo é diminuído do estoque, permitindo que o estoque de mercadorias fique
atualizado constantemente.
Para efetuar o controle de estoque, utiliza-se as Fichas de Controle de Estoques, sendo uma
ficha para cada tipo de produto ou de mercadoria.
Quando da utilização do INVENTÁRIO PERMANENTE, são utilizados os seguintes processos:
PEPS – Com base nesse critério para valoração dos estoques, a empresa vai dando baixa nos
estoques, a partir das primeiras compras, o que equivale ao seguinte raciocínio: vendem-se ou
consomem-se antes as primeiras mercadorias compradas. Nesse processo, avalia-se o estoque
final pelas aquisições mais recentes e o CMV, pelas aquisições mais antigas.
UEPS – Com base nesse critério para valoração dos estoques, a empresa vai dando baixa nos
estoques, a partir das últimas compras, o que equivale ao seguinte raciocínio: vendem-se ou
consomem-se antes as últimas mercadorias compradas. Nesse processo, avalia-se o Estoque
Final pelas aquisições mais antigas e o CMV pelas aquisições mais recentes.
Média ponderada móvel – Por este critério, o valor médio de cada unidade em estoque altera-
-se pelas compras de outras mercadorias por um preço diferente. Esse método, mais comu-
mente utilizado no Brasil, evita o controle de custos por lotes de compras, como nos métodos
anteriores, mas obriga a maior número de cálculos ao mesmo tempo em que foge dos extre-
mos, dando como custo de aquisição um valor médio das compras.

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Preço específico – Significa valorizar cada unidade do estoque ao preço efetivamente pago para
cada item especificamente determinado. É usado somente quando é possível fazer tal deter-
minação do preço específico de cada unidade em estoque, mediante identificação física, ou
número de série único por produto, como no caso de revenda de automóveis novos ou usados
(chassi). Esse critério normalmente só é aplicável em alguns casos em que a quantidade, o valor
ou a própria característica da mercadoria ou material o permitam. Na maioria das vezes, é im-
possível ou economicamente inconveniente.
Regra clássica para avaliação dos estoques é o custo ou valor justo.
Entendendo-se por custo o preço pago pela mercadoria, acrescido de frete, seguros e outras
despesas para movimentação do estoque, deduzidos os impostos recuperáveis (ICMS, PIS, IPI)
e por valor justo, o preço usualmente negociado na data do balanço.
Diante da existência do custo e do valor do mercado, para fiel cumprimento ao PRINCÍPIO DO
CONSERVADORISMO, deverá ser escolhido o menor valor para avaliar o estoque.
O sistema de Inventário Permanente pressupõe a utilização de três contas básicas:
Mercadorias-estoque ou estoques ou mercadorias: é conta patrimonial, representativa de
estoques. É debitada nas aquisições e creditada nas suas saídas (vendas). Seu saldo apresentará
SEMPRE o valor dos estoques naquele momento. Não se utiliza a conta compras.
CMV (custo das Mercadorias Vendidas): é conta de resultado (despesa/custo), debitada pelo
valor do custo de cada venda, ao invés de ser debitada ao final do período, como no inventário
periódico.
Vendas (V): é conta de resultado (receita). O seu funcionamento é o mesmo, qualquer que seja
o sistema de custeamento adotado pela empresa. É creditada pelo valor vendido (valor bruto).
Também é conhecida como Receita de Vendas.
O registro contábil das operações no inventário permanente se dará da seguinte forma:
a) Nas compras (coluna de entradas da ficha de estoque)
Estoques
a Caixa/Bancos/Fornecedores
b) Nas vendas – uma característica essencial do sistema permanente é que, a cada operação
de venda, corresponderão dois registros contábeis: o primeiro, referente à venda e o se-
gundo, referente ao custo das mercadorias que foram vendidas.

b.1) Preço de Venda (não é lançado na ficha de estoque)

Caixa/BCM/Clientes
a Receita de Vendas

b.2) Preço de Custo (a ser registrado na coluna saídas da ficha de estoque)

CMV
a Estoques

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RESUMO DOS MÉTODOS


O Método PEPS subavalia o CMV e superavalia o estoque final.
O Método UEPS superavalia o CMV e subavalia o estoque final (não é aceito pela Legislação do
Imposto de Renda).
O Método do Custo Médio Ponderado – (CMP), mantém o CMV e o estoque final (Ef) entre os
valores obtidos por meio dos métodos anteriores.
Observe que as únicas alterações existentes nos três métodos estão no valor do estoque final
(Ef) e no valor do (CMV);
No inventário periódico, o estoque final (Ef) é avaliado ao preço de custo das últimas unida-
des adquiridas, partindo do pressuposto que as primeiras unidades compradas, foram vendidas
também em primeiro lugar.
No inventário permanente – método PEPS – os pressupostos são idênticos, logo os inventários
se equivalem, o que nos força a concluir que o resultado final obtido no PEPS do inventário per-
manente é o mesmo obtido no inventário periódico.
No inventário permanente a cada operação de venda, imediatamente, é possível identificar o
CMV; enquanto que, no período-base, quando da apuração do CMV mediante contagem física
do estoque final e uso da fórmula (CMV = Ei + C – Ef), motivo pelo qual a conta Mercadorias
Mista é utilizada apenas no inventário periódico.
Representam mercadorias disponíveis para venda durante o período o valor do estoque inicial
mais o valor das compras → à Mercadorias = Ei + C
Seja qual for o inventário utilizado, periódico ou permanente, o valor correspondente ao esto-
que existente no final do período-base deverá ser registrado em livro fiscal denominado Regis-
tro de Inventário.

APURAÇÃO EXTRACONTÁBIL
CB = Valor da compra + IPI + II – impostos recuperáveis
Cl = CB + Frete/Seguro e Deduções de compras

Tributos Incidentes nas Operações com Mercadorias


São os que guardam proporcionalidade com preço de venda ou dos serviços, mesmo quando o
respectivo montante integre esse preço.
São consideradas despesas operacionais, redutoras da Receita Bruta para fins de apuração da
Receita Líquida, tais como:
a) Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações;
b) Imposto de Importação;

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c) Imposto de Exportação;
d) Programa de Integração Social (pis), na parcela incidente sobre a Receita Bruta de Vendas e
Serviços;
e) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), antigo (Fundo de Investi-
mento Social) (Finsocial).

Recuperação de Impostos
São compensáveis/recuperáveis os impostos que, apesar de pagos pelo contribuinte de direito,
numa primeira etapa, podem ser compensados ou deduzidos do que tiver de ser pago pelo
mesmo contribuinte, numa etapa seguinte, ou seja, quando houver incidência desse tributo na
saída das mercadorias ou produtos.
Exemplos:
a) O IPI pago na aquisição de matéria-prima pela indústria;
b) O ICMS pago na aquisição de matéria-prima pela indústria;
c) O ICMS pago na aquisição de mercadorias pelo comerciante.

Os impostos compensáveis/recuperáveis são registrados em contas representativas de direitos


realizáveis, enquanto que os não recuperáveis integram o custo das mercadorias.

Hipóteses de Recuperação de Impostos

Natureza do Vendedor Industrial Comerciante


Destinação do Material (IPI e ICMS) (ICMS)
Industrialização
Crédito do IPI e ICMS Crédito do ICMS
Comercialização
Crédito do ICMS Crédito do ICMS
Imobilizado:
Crédito do ICMS Crédito do ICMS
Em Geral
Crédito do ICMS Crédito do ICMS
Determ. Materiais
Nenhum Crédito* Nenhum Crédito
Consumo

Apuração do IPI ou ICMS a Recolher ou a Compensar/Recuperar

Ao final de cada decênio (IPI) ou mês (ICMS), a empresa efetuará a apuração do imposto (a
recolher ou a recuperar) nos livros fiscais denominados de Registro de Apuração do IPI e/ou
Registro de Apuração do ICMS.
Caso o montante do IPI ou ICMS sobre as vendas, registrados nas contas IPI ou ICMS a RECO-
LHER seja maior que o montante do IPI ou ICMS sobre as compras, registrado na conta IPI ou

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ICMS a RECUPERAR, a diferença significa SALDO a RECOLHER, que deve ficar evidenciado no
passivo circulante. Para tanto, o saldo devedor da conta ativa IPI ou ICMS a RECUPERAR deve
ser transferido para débito da conta passiva, que se encerrará com o lançamento posterior do
recolhimento.
Caso o montante do IPI ou ICMS sobre as vendas seja menor que o IPI ou ICMS sobre as com-
pras, a diferença significa SALDO a COMPENSAR NO PERÍODO FISCAL SEGUINTE, que deve ficar
registrado no ativo circulante. Assim, é o saldo credor da conta passiva IPI ou ICMS a RECOLHER
que deve ser transferido para crédito da conta ativa IPI ou ICMS a RECUPERAR.
A transferência é sempre da conta que apresenta saldo menor para conta que apresenta saldo
maior.

Exemplo 1:

A companhia ABC adquiriu mercadorias conforme a nota fiscal abaixo.


Nota fiscal de compra a prazo.

Valor Bruto 100.000


(+) IPI 10% 10.000
Total da Nota Fiscal 110.000

Valor do ICMS destacado 15%, já incluído no valor bruto.


No mesmo período, vendeu mercadorias de acordo com a nota fiscal abaixo.
Nota fiscal de venda a prazo.

Valor Bruto 200.000


0

Valor do ICMS destacado 12%, já incluído no valor bruto.

Considerando que a Cia ABC é contribuinte do IPI e do ICMS e que só realizou essas duas
operações no período, promova a sua contabilização e assinale a alternativa correta.

a) ao final do período, a Cia ABC tem IPI e ICMS a recuperar;


b) ao final do período, a Cia ABC tem IPI a recuperar e ICMS a recolher;
c) ao final do período, a Cia ABC tem IPI a recolher e ICMS a recuperar;
d) ao final do período, a CIA ABC não tem nem saldo a recolher nem a recuperar tanto de IPI
como de ICMS;
e) ao final do período, a Cia ABC tem IPI e ICMS a recolher.

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Observações
O IPI incide sobre o valor total da operação, que compreende o preço do produto, acrescido
do valor do frete e das demais despesas acessórias cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao
comprador ou destinatário. Os descontos, ainda que incondicionais, não podem ser deduzidos
do valor da operação (Lei nº 7.798/89).
O ICMS incide sobre o valor bruto menos o Desconto Incondicional Obtido.
Quando mercadorias adquiridas diretamente do fabricante, forem destinadas a consumo pro-
priamente dito ou imobilização, a parcela do IPI deve ser incluída na base de cálculo do ICMS.
TRATAMENTO CONTABIL/TRIBUTÁRIO DAS OPERAÇÕES COM MERCADORIAS.

a) CONTABILIZAÇÃO DAS ENTRADAS DE MERCADORIAS.


Por força de disposição contida na legislação do Imposto de Renda (IN SRF 51/78), as empre-
sas devem, nas entradas de mercadorias destinadas a revenda, assim como nas entradas de
matérias-primas a serem empregadas na industrialização de produtos a serem revendidos, ex-
cluir o montante dos impostos recuperáveis acrescidos ao preço da mercadoria ou produto e
destacados na nota fiscal. Isso significa que o ICMS que vem destacado na nota fiscal deve ser
contabilizado em separado do valor da mercadoria adquirida pelo referido documento; signi-
fica, também que o valor do IPI, acrescido ao preço da mercadoria e lançado na mesma nota
fiscal deve ser contabilizada separadamente do valor da mercadoria adquirida.
Uma nota fiscal no valor de R$ 100,00 está representando uma compra de mercadorias no va-
lor de R$ 83,00 e um crédito de ICMS de R$ 17,00.
Quando as mercadorias forem destinadas ao consumo ou uso próprio do adquirente, não se
destinando à revenda nem à industrialização para posterior revenda, os impostos indiretos não
são recuperáveis e, por isso, integram o seu custo de aquisição.

EMPRESAS COMERCIAIS.
As empresas comerciais contabilizarão em separado apenas o ICMS recuperável, cobrado junto
com o valor das mercadorias adquiridas, já que o IPI, quando houver, será computado como custo
de aquisição, pois, além de não ser recuperável, integra o custo das mercadorias vendidas.

Contabilização:.

a) Compras em que não houve incidência do IPI:

Exemplo:

Valor das mercadorias constante na nota fiscal....................100.000,00


Valor do ICMS embutido.......................................................17.000,00
= Valor Líquido das mercadorias...........................................83.000,00

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ESTOQUE/COMPRAS
ICMS A RECUPERAR 17.000,00
a CAIXA 100.000,00

b) Compras de mercadorias sujeitas ao IPI e ao ICMS simultaneamente:


Exemplo:

Valor das mercadorias constantes na nota fiscal.........100.000,00


+ Valor do IPI cobrado..................................................8.000,00
= Total da compra.........................................................108.000,00
ICMS destacado na Nota Fiscal.....................................12.000,00

COMPRAS 96.000,00
ICMS A RECUPERAR 12.000,00
a CAIXA 108.000,00

EMPRESAS INDUSTRIAIS
As empresas industriais contabilizarão as entradas de mercadorias a serem utilizadas como ma-
téria-prima ou material secundário em separado do valor do ICMS e do IPI, que serão, ambos,
recuperados pelo sistema de créditos nos livros fiscais correspondentes
Contabilização.
a) Operações em que não há incidência do IPI.

Quando, na operação, não houver incidência do IPI, o lançamento deve ser feito da mesma for-
ma que se faz no comércio.

Exemplo:
Valor da nota fiscal................................................100.000,00
ICMS destacado na nota fiscal...............................12.000,00
Valor líquido das mercadorias................................88.000,00

COMPRAS 88.000,00
ICMS A RECUPERAR 12.000,00
a CAIXA 100.000,00

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b) Operações sujeitas ao ICMS e ao IPI simultaneamente

Exemplo:

Valor da fatura............................100.000,00
+ mais IPI.....................................8.000,00 108.000,00
ICMS destacado..........................12.000,00

COMPRAS 88.000,00
ICMS A RECUPERAR 12.000,00
IPI A RECUPERAR 8.000,00
a CAIXA. 108.000,00

b) CONTABILIZAÇÃO DAS SAÍDAS DE MERCADORIAS

POR EMPRESAS INDUSTRIAIS;


a) O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

Na contabilização das saídas de mercadorias, não se inclui na receita bruta o valor do (IPI), que é
cobrado do comprador ou contratante adicionado ao valor das mercadoria ou produto, do qual o
vendedor dos bens ou serviços é mero depositário.
Exemplo: Determinado fabricante vende produto de sua fabricação por $ 100.000,00 e cobra,
junto com o produto vendido, $ 8.000,00 de IPI (valor total da nota fiscal $ 108.000,00).

CAIXA. Vendas à Vista cfe. Notas Fiscais 17 a 35. 108.000,00


a VENDAS A VISTA Notas Fiscais 17 a 35 100.000,00
a IPI A RECOLHER Valor retido – Notas Fiscais 17 a 35 8.000,00

b) O ICMS

Como se sabe, o ICMS integra a sua base de cálculo, isto é, ele está incluído no preço de venda
da mercadoria ou produto.

No exemplo anterior, o preço do produto vendido por $ 100.000,00 estava assim distribuído:

Valor da mercadoria..............83.000,00
ICMS incluído no preço.........17.000,00.

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Assim, se o ICMS integra a receita bruta, dela precisa ser excluído (abatido) a fim de se obter o
valor da receita líquida.

O lançamento da venda corresponde ao modelo apresentado antes. O lançamento de exclusão


do ICMS é geralmente feito no final de cada período de apuração, conforme modelo abaixo:

ICMS S/VENDAS Valor do ICMS embutido nas vendas 17.000,00


a ICMS A RECOLHER Valor a recolher 17.000,00

Para facilitar o entendimento dos lançamentos anteriormente efetuados, vamos analisar a fun-
ção de cada uma das contas apresentadas:

•• ICMS S/ VENDAS é conta de resultado e se constitui em um abatimento da receita bruta;


•• IPI A RECUPERAR e ICMS A RECUPERAR – são contas ativas e representam um direito, um
valor a ser abatido do montante dos impostos (IPI e ICMS) devidos no período. São contas
integrantes do ativo circulante.
•• IPI A RECOLHER e ICMS A RECOLHER – são contas representativas do montante dos impos-
tos (IPI e ICMS) devidos pelas operações realizadas no período.

O encerramento do período

Ao final de cada período de apuração, torna-se necessário apurar se os impostos detêm saldo
favorável a empresa ou se a empresa tem impostos a pagar. Com essa finalidade, verifica-se o
saldo das contas IPI A RECUPERAR, ICMS A RECUPERAR comparando-os com o saldo das contas
IPI A RECOLHER e ICMS A RECOLHER, respectivamente.

Fatos que alteram o valor das compras


Compras anuladas/DEVOLUÇÕES: consistem na devolução total ou parcial das mercadorias
adquiridas, tendo em vista fatos desconhecidos no momento da compra.

Exemplo:
Nossa devolução de parte da compra de mercadorias do fornecedor All-Pack Ltda., conforme
nossa Nota Fiscal nº 323, no valor de R$ 2.000. O fornecedor nos devolveu a importância em
dinheiro.

Registro no livro Diário:


Caixa
a Compras Anuladas
Nossa devolução de parte das mercadorias adquiridas do
Fornecedor All-Pack Ltda., conf. N/ NF nº 323 ...................... 2.000

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Descontos incondicionais obtidos/DESCONTOS COMERCIAIS: consistem nos descontos obti-
dos do fornecedor no momento da compra das mercadorias, os quais vêm destacados na pró-
pria nota fiscal de compra, desde que não dependam, para sua concessão, de eventos posterio-
res à emissão da nota fiscal.

Exemplo:
Compra de mercadorias, à vista, do fornecedor Monitor S.A, conforme Nota Fiscal nº 9730, no
valor de R$ 4.000. Houve desconto destacado na nota fiscal no valor de R$ 400.

Registro no livro Diário:

Compras de Mercadorias
a Diversos
Nossa compra, conf. NF nº 9730 do fornecedor
Monitor S.A, como segue:

a Caixa
Valor líquido pago ..............................................................3.600
a Descontos Incondicionais Obtidos
10% destacados na NF supra ...........................................400 4.000

ABATIMENTOS
São parcelas redutoras dos preços de compra em função de eventos ocorridos após a operação
de compra. Não se confundem com os descontos incondicionais que são dados no momento
da venda e incluídos nas notas fiscais, nem com os descontos condicionais (ou financeiros) que
se referem a pagamentos efetuados antes do vencimento e são considerados receita/despesas
financeiras.
Em função de o ABATIMENTO ser concedido posteriormente à emissão da nota fiscal, estes
valores não influenciarão os impostos que incidiram na operação, prevalecendo o montante
calculado quando da ocorrência do fato gerador. O valor do abatimento deverá ser retificadora
da conta compras ou diretamente contra a conta registre o estoque de mercadorias no caso de
inventário permanente.
Fretes e seguros sobre compras: correspondem à importância paga diretamente ao fornecedor
ou a uma empresa transportadora, referente a despesas com seguros e transporte.

Exemplo:
Paga-se à empresa Transportadora Conde S.A a importância de R$ 3.000, referente a fretes e
seguros, conforme Nota Fiscal de Serviço de Transporte nº 475.

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Pelo sistema que estamos adotando para registro das operações com mercadorias, esse fato
poderá ser contabilizado da seguinte maneira:

Registro no livro Diário:


Fretes e Seguros sobre Compras
a Caixa
Fretes e seguros pagos à Transportadora Conde
S/A, conf. NF de Serviço de Transporte nº 475........................ 3.000

Fatos que alteram o valor das vendas


Vendas anuladas: é comum as empresas receberem de seus clientes mercadorias em devolu-
ção total ou parcial, por motivos também desconhecidos no momento da venda.

Exemplo:

Recebemos do cliente Forte S/A, em devolução, mercadorias no valor de R$ 6.000, referentes à


parte de nossa venda através da nossa NF nº 4475. Foi restituído ao cliente o valor em dinheiro.
Registro no livro Diário:
Vendas Anuladas
a Caixa
Devolução de vendas recebida do cliente Forte S/A
ref. parte de nossa NF nº 4475 ..........................................6.000

Descontos incondicionais concedidos: independentemente de qualquer condição posterior à


emissão da nota fiscal, nossa empresa também poderá oferecer descontos, destacando-os nas
notas fiscais de venda.

Exemplo:
Venda de mercadorias a Matheus & Lucas Ltda, conforme nossa Nota Fiscal nº 230, no valor
de R$ 8.000, tendo sido concedido desconto incondicional, destacado na própria NF, igual a R$
800.

Registro no livro Diário:

Diversos
a Vendas de Mercadorias
Nossa NF nº 230, ref. venda a Matheus & Lucas Ltda,

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Como segue:
Caixa
Valor líquido da Nota.............................................7.200
Descontos Incondicionais Concedidos
10% destacados na NF supra...............................800 8.000

ABATIMENTOS
Para o vendedor, o abatimento concedido reduz o seu resultado e deverá ser registrado como
uma conta de resultado, redutora da receita bruta de venda, para a apuração da receita líquida
de venda.

Abatimento sobre vendas


a Caixa

A empresa industrial Gama adquire insumos no valor total de R$ 10.000,00. Sabe-se que incidi-
ram na operação IPI de 10% e ICMS de 20%.

A empresa comercial Delta adquire diretamente para revenda peças de automóvel direto da fá-
brica, no valor de R$ 100.000,00. Sabe-se que incidiram na operação IPI de 10% e ICMS de 20%.

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A empresa comercial beta adquire um bem, diretamente da fábrica, para o ATIVO PERMANENTE
no valor de 100.000,00. Sabe-se que incidiram na operação IPI de 10% e ICMS de 20%.

A empresa comercial Bahia adquire material de consumo, diretamente da fábrica, por


100.000,00 incidindo IPI de 10% e ICMS de 20%.

DESCONTOS INCONDICIONAIS E ABATIMENTOS COM IMPOSTOS

Os descontos incondicionais influenciam a base de cálculo dos tributos (ICMS,IPI), de modo que
se obedeça à seguinte regra para determinação da base de cálculos dos impostos:

ICMS = valor total da nota menos o IPI


IPI = preço de tabela = valor da nota mais o desconto

Portanto, o IPI incide sobre o valor total da operação, que compreende o preço do produto,
mais o frete e as demais despesas acessórias, cobradas pelo contribuinte ao comprador. Os
descontos não podem ser deduzidos da base de cálculo do IPI. Já o ICMS incide sobre o valor
bruto, menos o desconto incondicional concedido.

Exemplo:
A empresa Industrial Alfa vende, à vista, para a Comercial Beta, 10 móveis, no valor de R$
800,00 cada, sobre o qual foi concedido desconto comercial de 10%. Houve incidência de ICMS
de 20% e IPI de 10%.

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Nota fiscal de venda

10 unid x $ 800 8.000,00


(-) desconto incond 10% (800,00)
+ IPI 5% de 8.000,00 400,00
ICMS(20% 7.200,00) 1.440,00
Total da NF 7.600,00

Lançamentos no comprador

D-Mercadorias 6.960,00
D- ICMS a recuperar 1.440,00
C- Descontos sobre compras 800,00
C- Caixa 7.600,00

Lançamentos no vendedor

D- Caixa 7.600,00
D- Descontos comerciais conc 800,00
C- Vendas a Vista 8.000,00
C- IPI a recolher 400,00

D- ICMS sobre vendas 1.440,00


C- Icms a recolher 1.440,00

DEVOLUÇÕES COM IMPOSTOS

Devolução de compras
Representa uma saída de mercadorias a ser registrada no Livro de Registro de Saídas, havendo
inclusive incidência de imposto na operação (ou perda do direito de compensar imposto futuro).
Na operação de devolução, todos os valores devem ser estornados, inclusive os impostos inci-
dentes.

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Exemplo:
A empresa comercial Ótima S.A. adquire para revenda 100 aparelhos de TV, à vista, ao preço
unitário de $ 1.000,00 (ICMS 20% e IPI 5%). Alegando problemas técnicos, decide devolver duas
unidades ao vendedor.

100 unid x 1.000 100.000,00


+ IPI 5% 5.000,00
Total da NF 105.000,00
ICMS destacado 20.000,00

D- Mercadorias 85.000,00
D- ICMS a recuperar 20.000,00
C- Caixa 105.000,00

Obs.: Repare que, por ser uma empresa comercial (não contribuinte do IPI), o valor do IPI é ab-
sorvido como custo da mercadoria adquirida na conta compras.

D- Caixa 2.100,00
C- ICMs a recuperar 400,00
C- Mercadorias 1.700,00

Devolução de Vendas
Representam uma entrada de mercadorias, a ser registrada no Livro de Registro de Entradas,
havendo o direito de recuperar o imposto correspondente.

Exemplo:
A empresa industrial Tudo Faz Ltda. vende, a prazo, 10 unidades de DVD, a 600,00 cada, tendo
concedido um desconto de $ 500,00 no total da nota fiscal, em função da quantidade adquirida.
Dois dias depois, o comprador devolveu uma unidade, pois alegou que não havia encomendado
10 unidades, mas apenas 9. Considere IPI=10% e ICMS=20%

10 unid x 600,00 6.000,00


+ IPI 10% 600,00
(-) desc
(500,00)
incondicional
Total da NF 6.100,00
ICMS destacado 1.100,00

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Lançamento na Venda
D- Clientes 6.100,00
D- ICMS s vendas 1.100,00
D- Descontos incondicionais 500,00

C- IPI a recolher 600,00


C- ICMS a recolher 1.100,00
C- Receita de vendas 6.000,00

Lançamento na devolução

D- IPI a recolher 60,00


D- ICMS a recolher 110,00
D- Receita de vendas 600,00
C- Clientes 610,00
C- ICMS vendas 110,00
C- Descontos incondicionais 50,00

Repare que o lançamento referente ao IPI na devolução poderia também ter sido efetuado a
débito da conta IPI a recolher, reduzindo, assim, o valor a pagar. Ao final do período, após a
compensação dos valores de IPI a recuperar com IPI a recolher teríamos o mesmo resultado.
Idêntico raciocínio poderia ter sido aplicado com relação ao ICMS.
Com a edição Lei nº 10.833/2003, o PIS e a Confins passaram a ser não cumulativas para as em-
presas tributadas com base no lucro real.

Exemplo de contabilização de compras ce mercadorias com IPI, ICMS, PIS e COFINS recuperá-
veis:

Uma empresa industrial adquire matéria-prima pelo valor de $ 100.000,00 com alíquota do IPI
de 10%. Considerando que a alíquota do ICMS é de 17%, do PIS 1,65 e da Cofins 7,6%.

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Exemplo de contabilização de compras de mercadorias quando o IPI não é recuperável e o


ICMS, PIS e Cofins são recuperáveis.

1.0 AQUISIÇÃO DE BENS PARA USO DA EMPRESA


Uma empresa comercial adquire uma máquina para seu ativo imobilizado diretamente da indústria
por $ 100.000,00 com alíquota de IPI de 10%, de ICMS de 17%, de PIS de 1,65% e da Cofins de 7,6%.

2.0 AQUISIÇÃO DE PRODUTOS PARA REVENDA POR EMPRESA COMERCIAL – IPI não recupe-
rável e ICMS, PIS e Cofins recuperáveis.
A empresa Só Comércio Ltda. adquire, à vista, produtos industrializados para revenda, por $
100.000,00, com IPI de 10% ICMS 17%, PIS 1,65% e Cofins 7,6%.

Vendas Canceladas de Períodos Anteriores


As vendas canceladas de períodos anteriores não devem afetar a apuração do resultado bruto
atual, pois não tem relação com as vendas efetuadas neste período, assim, não deve ser con-
siderada como “Redutora da Receita Bruta”, mas sim como “Despesa Operacional” correspon-
dente ao período em que se efetivou a devolução.
Contabilização:
a) pela devolução de venda do período anterior

Diversos
a Duplicatas a Receber ou Caixa ou Bancos
Perdas com Devolução de Vendas do Período Anterior (*)
IPI a Recolher

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b) pelo ICMS na devolução de vendas do período anterior

ICMS a Recolher
a Perdas com Devolução de Vendas do Período Anterior (*)

c) entrada de mercadoria no estoque (Inventário Permanente)

Mercadorias em Estoque
a Perdas com Devolução de Vendas do Período Anterior (*)
(*) Despesas de Vendas

Fretes nas Devoluções de Compras e Vendas

Devolução de Vendas
Pela empresa vendedora que assumiu o pagamento do frete na devolução – são tratados como
despesas operacionais do período em que foram incorridos, independentemente do período
em que foram efetuadas as vendas.

Contabilização:
Despesas de Fretes Despesas Operacionais (*)
a Caixa ou Bancos

(*) Despesas de Vendas – Nessa hipótese, a despesa do frete será assumida pela empresa ven-
dedora.

Devolução de Compras
Os fretes relativos às devoluções de compra, quando forem de responsabilidade da compra-
dora, não serão acrescidos aos seus estoques, mas tratados como despesas operacionais do
exercício.
Contabilização:
Despesas de Fretes
A Caixa ou Bancos ou Duplicatas a Pagar

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Questões

O item apresenta um fato contábil, seguido de 4. (Cespe – APF – 2004)


uma proposta de lançamento contábil desse Ao registrar a aquisição de mercadorias
fato, devendo ser julgado certo se o lança- para revenda, no caso de incidência de IPI
mento proposto estiver adequado ao respec- e ICMS, a empresa não incorpora o valor do
tivo fato, ou errado, em caso contrário. ICMS na conta estoque de mercadorias para
revenda.
1. (Cespe – ABIN – 2010)
( ) Certo ( ) Errado
compra a prazo de matérias-primas por em-
presa industrial
5. (Cespe – APF – 2004)
débito em: estoque de matérias-primas
Ao se conceder abatimento sobre vendas,
ICMS a recuperar a quantidade de mercadorias para revenda,
em estoque, não sofrerá alterações.
IPI a recuperar
Acerca das operações típicas de uma em-
crédito em: fornecedores presa comercial, julgue o item a seguir.
Acerca da composição do custo das mercado- ( ) Certo ( ) Errado
rias vendidas e de seus reflexos no resultado
com mercadorias, julgue o item que se segue.
6. (Cespe – PREVIC – 2011)
( ) Certo ( )Errado Na venda de mercadorias, a despesa com
fretes deve integrar o custo da mercadoria
2. (Cespe – STF – 2008) vendida.

O montante pago a título de seguros e ( ) Certo ( ) Errado


transportes sobre compras de mercadorias
será incorporado ao valor do estoque de Julgue o item que se segue, relativo à práti-
mercadorias disponíveis para revenda. ca contábil.
( ) Certo ( ) Errado 7. (Cespe – PREVIC – 2011)
Quando determinada mercadoria compra-
3. (Cespe – STF – 2008) da por empresa que utiliza o sistema de in-
O montante pago ao fornecedor a título de ventário permanente precisa ser devolvida,
tributos recuperáveis será incorporado ao o valor correspondente deve ser lançado a
valor do estoque de mercadorias adquiridas crédito diretamente na conta de estoques.
para revenda. ( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado

Acerca das operações típicas de uma em-


presa comercial, julgue o item a seguir.

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Acerca das operações típicas de uma em- 12. (Cespe – APF – 2004)
presa comercial, julgue o item a seguir.
Ao se adquirir mercadorias a prazo, com in-
8. (Cespe – APF – 2004) cidência de ICMS, o registro deverá ser efe-
tuado da seguinte maneira:
O desconto comercial concedido pela em-
presa ocorre no momento do pagamento. D mercadorias
C ICMS a recuperar
( ) Certo ( ) Errado
C caixa

Julgue o item a seguir, acerca do registro ( ) Certo ( ) Errado


contábil de certa empresa que vendeu uma
mercadoria com desconto concedido ao 13. (Cespe – APF – 2004)
comprador no ato da operação.
O ICMS a recuperar representa um crédito
9. (Cespe – SEFAZ-ES – 2010) tributário e será debitado no ativo, quando
O desconto deve ser tratado contabilmente a empresa adquirir mercadorias para reven-
como desconto comercial. da com incidência de ICMS.

( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado

10. (Cespe – SEFAZ-ES – 2010) 14. (Cespe – APF – 2004)

Sob o ponto de vista contábil, não há dife- Um lote de mercadorias adquirido para
renças entre os descontos condicionais e os revenda por R$ 15.800,00 com incidência
descontos incondicionais, isto é, ambos de- de ICMS a 17%, ao ser vendido, no mesmo
vem ser tratados contabilmente da mesma local de aquisição, por R$ 20.000,00, gera
forma. recolhimento de ICMS da ordem de R$
714,00. Tal recolhimento fundamenta-se na
( ) Certo ( ) Errado utilização do crédito tributário.
( ) Certo ( ) Errado
Julgue o item a seguir, relativo à compra de
material de estoque para revenda por uma em-
presa que atue no ramo de comércio varejista. Julgue o item que se segue, relativo à práti-
ca contábil.
11. (Cespe – APF – 2004)
15. (Cespe – PREVIC – 2011)
A compra de itens no valor de R$ 20.000,00,
com um custo adicional de frete de R$ 400,00, Se a economia em que se encontra deter-
implica um registro de R$ 20.400,00 a débito minada empresa passar por um período
de conta de estoques. inflacionário, o método PEPS (primeiro que
entra, primeiro que sai) de avaliação dos es-
( ) Certo ( ) Errado toques produzirá um estoque final menor
do que o avaliado por outros métodos.
Acerca do método das partidas dobradas, ( ) Certo ( ) Errado
das operações típicas de uma empresa co-
mercial, do regime de competência e do re-
gime de caixa, julgue os ites a seguir.

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Julgue os próximos itens com relação à ela- Considere as operações a seguir, realizadas
boração da ficha de controle de estoques. em um período, em ordem cronológica.

16. Ao preencher a ficha de controle de esto- •• venda de 3 unidades, a R$ 600,00 cada


ques de acordo com a média ponderada •• compra de 4 unidades, a R$ 350,00 cada
móvel, há necessidade de apurar o custo •• venda de 2 unidades, a R$ 750,00 cada
unitário das mercadorias após cada evento
relacionado com os estoques. 20. Com base nesses dados, e supondo que
( ) Certo ( ) Errado o estoque inicial era de 5 unidades, a R$
200,00 cada, é correto concluir que o custo
das mercadorias vendidas, pelo critério da
17. Ao utilizar o controle segundo o método pri- média ponderada móvel, foi de R$ 1.300,00.
meiro que entra é o primeiro que sai (PEPS), ( ) Certo ( ) Errado
o valor unitário das mercadorias que sobra-
ram no estoque final será o mesmo valor uni-
tário da primeira aquisição de mercadorias. 21. Se uma empresa utilizar o método de con-
trole de estoque UEPS (último a entrar, pri-
( ) Certo ( ) Errado meiro a sair), o valor unitário das unidades
em estoque no início de um exercício equi-
18. Ao utilizar o controle de estoques de acordo valerá ao valor unitário das primeiras unida-
com o método do último a entrar é o pri- des adquiridas no exercício anterior.
meiro a sair (UEPS), o saldo do estoque final ( ) Certo ( ) Errado
tende a ser maior que o saldo obtido pelo
PEPS, em caso de economia inflacionária. 22. O seguinte lançamento contábil deve ser
( ) Certo ( ) Errado empregado por empresa comercial no re-
gistro das aquisições de mercadorias a pra-
zo, independentemente do tipo de inventá-
Considere a seguinte situação hipotética. rio utilizado por essa empresa.
A empresa Comércio de Mesas Alfa S.A., D – compras
que utiliza o inventário permanente para o C – fornecedores
controle de estoques, com base no méto-
do PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair), ( ) Certo ( ) Errado
cujo estoque inicial era de 20 mesas, ao cus-
to unitário de R$ 10, efetuou as seguintes 23. Em ambiente inflacionário, quando um es-
operações no exercício de x10. toque é avaliado pelo método PEPS (primei-
compra de 5 unidades ao valor unitário ....R$ 12 ro que entra, primeiro que sai), o saldo da
venda de 10 unidades ao valor unitário ....R$ 15 conta estoque é maior que o que seria apu-
venda de 12 unidades ao valor unitário ....de R$ 16 rado, caso o método de avaliação escolhido
fosse a média ponderada móvel.
19. Nessa situação hipotética, é correto afirmar ( ) Certo ( ) Errado
que o estoque final de x10 está avaliado em
R$ 36.
24. O registro contábil do custo da mercadoria
( ) Certo ( ) Errado vendida em conta de resultado específica, no
momento da venda do produto, é procedi-
mento contábil adequado independentemen-

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te do sistema de inventário adotado pela em- 28. O custo verificado pelo critério da média
presa: inventário periódico ou permanente. ponderada móvel é maior que o calculado
( ) Certo ( ) Errado pelo método PEPS, já que a empresa encon-
tra-se em um contexto deflacionário.

25. O CMV deve ser apurado por sistemas de A Cia. Comercial YY comprou à vista e em
inventário permanente ou periódico. O sis- dinheiro, para revender, 10 mercadorias ao
tema permanente apresenta as movimenta- preço unitário de R$ 100,00, com incidência
ções diárias de compras e vendas de mer- de IPI à alíquota de 20% e de ICMS à alíquo-
cadorias e proporciona a visualização do ta de 17%. A nota fiscal da operação está
estoque de mercadorias disponíveis para ilustrada a seguir.
revenda a qualquer tempo. Já o sistema de
Nota Fiscal
inventário periódico não proporciona a vi-
sualização do saldo de mercadorias disponí- Preço das mercadorias R$ 1.000,00
veis para revenda a qualquer tempo. Alíquota de incidência do IPI 20%
Uma empresa comercial, durante o mês de (+) valor do IPI R$ 200,00
março de 2013, realizou as seguintes tran-
(=) valor total da nf R$1.200,00
sações, referentes à mesma mercadoria.
ICMS destacado (17%) R$ 204,00
1/3 – compra de 10 unidades da mercadoria
por R$ 20,00 cada
Considerando as informações acima e saben-
5/3 – compra de 15 unidades da mercadoria do que a Cia. Comercial YY é contribuinte do
por R$ 25,00 cada ICMS e não do IPI, julgue os itens a seguir.
15/3 – venda de 16 unidades da mercadoria ( ) Certo ( ) Errado
por R$ 40,00 cada
A partir dessas informações, julgue os itens 29. O valor do IPI deverá ser contabilizado como
que se seguem. custo de aquisição das mercadorias, porque
( ) Certo ( ) Errado a empresa não é contribuinte do IPI.
( ) Certo ( ) Errado
26. Considerando-se uma incidência de 10% de
ICMS sobre as transações realizadas, infere- 30. O valor do ICMS não deverá ser aproveitado
-se que o imposto é recuperável e não inte- como crédito tributário, porque a Cia. Co-
grará o custo da mercadoria. mercial YY não é contribuinte desse impos-
( ) Certo ( ) Errado to. Logo, o valor do ICMS integrará o custo
de aquisição da mercadoria.
( ) Certo ( ) Errado
27. O valor do estoque final, com base no méto-
do UEPS, é de R$ 207,00, o que correspon-
de a nove unidades da mercadoria. 31. O valor do IPI não poderá ser aproveitado
( ) Certo ( ) Errado como crédito tributário, porque a empresa
é contribuinte somente do ICMS.
( ) Certo ( ) Errado

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32. A empresa deverá contabilizar o valor de R$ 37. O valor do CMV do produto E é igual a zero.
204,00 como ICMS a recuperar, porque a
empresa é contribuinte desse imposto. ( ) Certo ( ) Errado

( ) Certo ( ) Errado
38. O produto E apresentou o estoque final
igual a R$ 1.000,00.
Considere que a empresa comercial R Ltda.
tenha apresentado as seguintes informações ( ) Certo ( ) Errado
no encerramento do exercício de 2003, em
que alguns dados foram suprimidos e em No item, é apresentada uma situação hipo-
que os valores apresentados estão em reais. tética acerca de diversas operações contá-
beis, seguida de uma assertiva a ser julgada.

39. (Cespe – ABIN – 2010)


Determinada empresa comercial adquiriu
mercadorias no valor de R$ 20.000,00.
Os valores do ICMS e do IPI resultantes da
transação foram iguais a R$ 3.400,00 e R$
1.000,00, respectivamente. Nessa situação,
a empresa compradora deverá contabilizar
como tributos a recuperar o valor de R$
A partir das informações acima, julgue os 4.000,00.
itens que se seguem. ( ) Certo ( ) Errado

33. O valor do estoque final do produto A é


igual a zero. No item, é apresentada uma situação hipo-
tética acerca de diversas operações contá-
( ) Certo ( ) Errado beis, seguida de uma assertiva a ser julgada.

40. (Cespe – ABIN – 2010)


34. O valor do CMV do produto B é igual a
R$ 240,00. Determinada empresa adquiriu estoques no
valor de R$ 200.000,00, gerando uma obri-
( ) Certo ( ) Errado gação a ser liquidada em 60 dias. Segundo
acordo entre a empresa e o fornecedor, a
35. O valor do estoque inicial do produto C é liquidação antecipada da obrigação, com o
igual a R$ 200,00. pagamento realizado 30 dias após a aquisi-
ção dos estoques, resultará em um descon-
( ) Certo ( ) Errado to financeiro no valor de R$ 2.000,00. Nessa
situação, se o comprador liquidar a obriga-
ção antecipadamente, o vendedor terá de
36. O valor das compras do produto D é igual a
contabilizar como despesa financeira o va-
R$ 50,00.
lor do desconto concedido.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado

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informações apresentadas no quadro aci-
ma, julgue o item que se segue.

44. (Cespe – PREVIC – 2011)


O valor do IPI de R$ 700,00, pago na nota
fiscal, integra o custo de aquisição do esto-
que na empresa comercial.
( ) Certo ( ) Errado
Determinada empresa comercial utiliza o
sistema de inventário periódico. No final do
exercício social do ano x1, foram obtidos os No item, é apresentada uma situação hipoté-
saldos contábeis relacionados às transações tica, seguida de uma assertiva a ser julgada.
com mercadorias mostradas no quadro aci- No final do período contábil, após os lança-
ma. mentos de ajustes, uma entidade obteve os
Com base nessas informações, julgue o item seguintes saldos contábeis.
a seguir.
41. (Cespe – SEFAZ-ES – 2010)

O valor do CMV foi de R$ 20.000,00.


( ) Certo ( ) Errado

42. (Cespe – SEFAZ-ES – 2010)

O valor do estoque final de mercadorias foi


igual a zero.
( ) Certo ( ) Errado

43. (Cespe – SEFAZ-ES – 2010) 45. (Cespe – TRE-ES – 2011)


O valor do estoque inicial das mercadorias Nessa situação, as vendas líquidas do perío-
foi inferior a R$ 15.000,00. do somaram R$ 25.000,00.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado

46. (Cespe – TRE-ES – 2011)


Enquanto, no sistema de inventário perió-
dico, o valor do estoque final de mercado-
rias é conhecido por meio de um mecanis-
mo extracontábil, no sistema de inventário
permanente, é a própria contabilidade que
fornece a informação a respeito do estoque
Considerando que certa empresa comercial existente em cada momento.
adquiriu a prazo o produto X de uma indús-
tria Y, cuja nota fiscal de venda continha as ( ) Certo ( ) Errado

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50. (Cespe – FUB – 2014)


Considere que a empresa Core S.A. tenha
gerado, no período, receita bruta de vendas
de R$ 1.500, despesa de salários de R$ 100,
despesa de depreciação de R$ 50, custo das
mercadorias vendidas de R$ 675, despesa
de ICMS de R$ 200, despesa de COFINS de
R$ 50 e vendas canceladas de R$ 100. Nessa
situação hipotética, o valor da apuração da
Considere que a ficha de estoque apresen- receita líquida dessa empresa, no período,
tada acima represente fielmente as opera- será superior a R$ 1.100.
ções realizadas, no início do mês de junho ( ) Certo ( ) Errado
de 2010, por determinada empresa e que,
em cada dia, tenha sido realizada apenas
uma operação. Com base nessas informa- Com relação ao controle de estoques, julgue
ções, julgue o item que se segue. os itens seguintes.

47. (Cespe – MPU – 2010) 51. (Cespe – DPU – CONTADOR-2016)

Em 7/6/2010, foram vendidas 16 unidades Caso uma economia apresente preços per-
do produto, gerando receita de venda igual feitamente estáveis, o saldo final dos esto-
a R$ 1.660,00. ques será o mesmo, independentemente de
o método escolhido ser a média ponderada
( ) Certo ( ) Errado ou o primeiro que entra, primeiro que sai.

48. (Cespe – MPU – 2010) ( ) Certo ( ) Errado

Na hipótese de a empresa adotar o método 52. (Cespe – DPU – CONTADOR – 2016)


da média ponderada, o estoque final será
maior que o registrado na ficha de estoque. Na compra de mercadorias à vista, caso seja
utilizado o sistema de inventário permanen-
( ) Certo ( ) Errado te, deverão ser lançados estoques de mer-
cadorias e impostos a recolher a débito, em
49. (Cespe – MPU – 2010) contrapartida de disponível a crédito
O custo do produto vendido no período é ( ) Certo ( ) Errado
inferior a R$ 2.000,00.
( ) Certo ( ) Errado

Com base nas disposições da Lei nº


6.404/1976 e suas alterações, julgue os pró-
ximos itens, relativos à DRE.

Gabarito: 1. Certo 2. Certo 3. Errado 4. Certo 5. Certo 6. Errado 7. Certo 8. Errado 9. Certo 10. Errado
11. Certo 12. Errado 13. Certo 14. Certo 15. Errado 16. Errado 17. Errado 18. Errado 19. Certo 20. Certo
21. Errado 22. Errado 23. Certo 24. Errado 25. Certo 26. Certo 27. Errado 28. Errado 29. Certo 30. Errado
31. Certo 32. Errado 33. Errado 34. Certo 35. Errado 36. Certo 37. Certo 38. Certo 39. Errado 40. Certo
41. Certo 42. Errado 43. Certo 44. Certo 45. Errado 46. Certo 47. Errado 48. Errado 49. Errado 50. Certo
51. Certo 52. Certo

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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)

Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:


I – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impos-
tos;
II – a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lu-
cro bruto;
III – as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas
gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada
pela Lei nº 11.941/2009)
V – o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;
VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mes-
mo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou pre-
vidência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº
11.941/2009)
VII – o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em
moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas recei-
tas e rendimentos.
§ 2º O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas avaliações, registrados
como reserva de reavaliação (artigo 182, § 3º), somente depois de realizado poderá ser compu-
tado como lucro para efeito de distribuição de dividendos ou participações.

Repare que o §1º do artigo 187 determina que as receitas somente devem ser computadas
quando ganhas (realizadas), independentemente do seu recebimento, enquanto que as despe-
sas devem ser computadas quando incorridas, independentemente do pagamento. Isso quer
dizer que a Lei das S.A. determina a observância ao Princípio da Competência para apuração
do resultado do exercício.
Vimos que a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é uma demonstração financeira
obrigatória para todas as empresas, independentemente da sua natureza jurídica. Seu obje-
tivo consiste em fornecer aos usuários da Contabilidade os dados essenciais para formação
do resultado (lucro ou prejuízo) do exercício, que comporão o balanço patrimonial. Repetindo,
basicamente a DRE é uma forma organizada de confrontar receitas com despesas para obter
o resultado do período.
A DRE possui uma sequência a ser seguida, com diversos resultados parciais com denominações
específicas, portanto, cada modalidade de receita ou de despesa tem seu lugar certo na DRE.

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Não podemos nos esquecer de que a DRE somente contempla despesas e receitas (contas de
resultado), ao passo que o Balanço Patrimonial contém somente contas patrimoniais.

Receita Operacional Bruta


Compreende o valor bruto da venda de mercadorias, produtos ou serviços prestados pela pes-
soa jurídica, não se incluindo na receita o IPI ou qualquer outro imposto em que o vendedor
seja mero depositante do tributo.

Deduções da Receita Bruta


•• DEVOLUÇÃO DE VENDAS/VENDAS CANCELADAS/VENDAS ANULADAS

A conta Vendas Canceladas, também chamada de Devolução de Vendas ou Vendas Anuladas,


é de natureza devedora e compreende o total bruto de mercadorias e produtos devolvidos pelo
comprador. Essa operação de devolução de mercadoria não pode ser deduzida diretamente da
conta de Receita de Vendas, sendo esse procedimento contábil necessário para que a adminis-
tração possa acompanhar o volume das vendas efetuadas e o total das devolvidas.
As devoluções podem ocorrer por defeitos de qualidade, de fabricação ou oriundos de trans-
porte ou desembarque, por divergência da quantidade pedida ou por qualquer motivo alegado
pelo comprador.

•• DESCONTOS INCONDICIONAIS E ABATIMENTOS SOBRE VENDAS

Os Descontos Incondicionais compreendem a parcela deduzida do valor da venda, no mo-


mento da emissão da nota fiscal e que não dependem de evento futuro. Esses descontos são
também chamados de “Descontos Comerciais” e não podem corresponder à condição de pa-
gamento antecipado de duplicata de venda à prazo, porque seriam considerados “Descontos
Concedidos” do grupo de Despesas Financeiras.
Os Abatimentos sobre Vendas são reduções no preço de venda, concedidas posteriormente à
entrega das mercadorias ou produtos, quando estas apresentam defeito de qualidade ou ava-
rias decorrentes do transporte e desembarque, e são concedidos normalmente com a finalida-
de de evitar a devolução dos produtos vendidos.

•• IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES SOBRE VENDAS E SERVIÇOS

De acordo com a legislação em vigor, são os seguintes:

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços


ISS – Imposto sobre Serviços
PIS – Programa de Integração Social
Confins – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social.

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ATENÇÃO.: Nas deduções da Vendas Brutas, é preciso muito cuidado, pois as provas colocam
muitas despesas que não são deduções para tentar induzir as pessoas ao erro.
As mais comuns são:

IPI – o IPI não integra a Receita Bruta de Vendas, portanto, não deve ser deduzido.

Frete sobre Vendas – O Frete sobre Vendas é uma despesa com vendas. Diminuiu o Lucro
Operacional, mas não interfere no Lucro Bruto.
Descontos condicionais/Financeiros – Esses descontos são dados por antecipação no pagamento,
logo não estão na nota fiscal, não devendo , portanto, ser deduzidos. O desconto condicional é uma
despesa financeira; vai diminuir o Lucro Operacional. mas não vai interferir no Lucro Bruto.
Às vezes, colocam Devolução de Exercícios Anteriores e comissões sobre vendas, que também
não são deduções.

Análise de Despesa
Cabe à empresa apresentar uma análise das despesas utilizando uma classificação baseada na
natureza dessas despesas, ou na função dessas despesas dentro da empresa, devendo eleger
o critério que forneça informações confiáveis e mais relevantes. A legislação brasileira leva à
apresentação por função.

1. Análise de despesa por natureza:


De acordo com esse método de classificação, as despesas são agregadas na demonstração do
resultado de acordo com sua natureza (por exemplo, depreciações, compras de materiais, des-
pesas com transporte, benefícios a empregados e despesas com publicidade), e não são realo-
cadas entre as várias funções dentro da empresa.

2. Análise de despesa por função:


De acordo com esse método de classificação, as despesas são agregadas de acordo com sua fun-
ção, como parte do custo dos produtos e serviços vendidos, por exemplo, das despesas de distri-
buição ou das atividades administrativas. No mínimo, a empresa divulga seu custo dos produtos
ou serviços vendidos, de acordo com esse método, separadamente de outras despesas.

Custo das Vendas

CUSTO é o preço pago na aquisição ou produção de um bem ou de um serviço. O custo das


vendas compreende o valor referente ao:
•• CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS nas empresas comerciais;
•• CUSTO DE PRODUTOS VENDIDOS ou custo de fabricação dos produtos nas empresas
industriais;
•• CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS nas empresas prestadoras de serviço.

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CUIDADO: Aqui é preciso ter muito cuidado quando a questão não informar o valor do CMV e
for preciso calcular.
CMV = Ei + Cl – EF, lembrando que, nas compras líquidas, você excluirá as devoluções, os des-
contos incondicionais, os abatimentos, os tributos recuperáveis e, caso haja despesas de fre-
te, seguro, armazenamento, você deverá adicionar para achar o valor das compras líquidas.
As despesas operacionais compreendem os gastos pagos ou incorridos relacionados direta-
mente com a atividade operacional das vendas ou administração da empresa. Esses valores são
representados por:

•• DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS


As despesas gerais e administrativas compreendem os gastos pagos ou incorridos na direção ou
gestão do empreendimento, representado por diversos componentes que envolvem as despe-
sas com pessoal administrativo e respectivos encargos, honorários diversos, utilidades e servi-
ços, ocupação e despesas gerais.

•• DESPESAS COM VENDAS


Nas empresas comerciais que dispõem de setor de vendas, esses custos são segregados direta-
mente nessa rubrica, compreendendo todas as despesas pagas ou incorridas relacionadas com
o setor, representadas por despesas com pessoal e respectivos encargos sociais, comissões de
vendedores, utilidades e serviços, propagandas e publicidades, impostos e taxas, ocupação e
despesas gerais.

Resultado Financeiro Líquido

•• RECEITAS FINANCEIRAS

Essa rubrica compreende basicamente as remunerações de capital de terceiros, representadas


pelos juros e pelos descontos obtidos decorrentes das atividades da empresa, além dos rendi-
mentos de aplicações financeiras.
Além disso, a legislação fiscal determina que as variações monetárias prefixadas decorrentes
de direitos sejam consideradas dentro dessa rubrica. São exemplos dessa rubrica:

•• Receitas de Juros ou Juros Ativos;


•• Descontos Obtidos;
•• Receitas de Juros s/Capital Próprio;
•• Receitas de Prêmios s/Debêntures;
•• Rendimentos Aplicações Renda Fixa;
•• Rendimentos Aplicações Renda Variável;
•• Rendimentos Aplicações em Ouro.

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•• DESPESAS FINANCEIRAS
Da mesma forma, compreende basicamente a remuneração do capital de terceiros ou a con-
cessão de descontos por recebimentos antecipados de direitos, além de considerar também as
correções monetárias prefixadas decorrentes de obrigações. São exemplos:
•• Despesas de Juros ou Juros Passivos;
•• Descontos Concedidos;
•• Despesas de Juros sobre Capital Próprio;
•• Juros sobre Debêntures;
•• Juros sobre Empréstimos Bancários;
•• Juros sobre Descontos de Duplicatas;
•• Juros sobre Empréstimos a Empresas Ligadas;
•• Juros sobre Contratos de Mútuo;
•• Comissões e Despesas Bancárias.

Outros Resultados Operacionais


O conceito de lucro operacional sob a ótica societária ou fiscal engloba o resultado das ativi-
dades principais e acessórias. Por essa razão, as demais receitas e despesas que não estejam
diretamente vinculadas a atividade operacional, mas que representem uma extensão dessa ati-
vidade, serão classificados nesse grupo. Estão assim representados:

•• OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS


Representa quaisquer receitas acessórias, inclusive as de aluguéis ou arrendamentos de
bens fora do objeto social da empresa, reversões ou recuperações de despesas da empresa
além dos ganhos das participações societárias permanentes, valores estes que representam
subsidiariamente outras formas de receitas da atividade empresarial. Compreende:
•• Receitas de Dividendos;
•• Ganhos de Equivalência Patrimonial;
•• Receitas de Aluguéis de Imóveis;
•• Receitas de Arrendamentos de Bens..

•• OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS


Pode representar algumas outras despesas que, embora ligadas à atividade operacional, são
esporádicas e, portanto, não são consignadas no grupo de despesas gerais e administrativas,
por terem caráter eventual e/ou sazonal. Cita-se como exemplo::

•• Perdas de Equivalência Patrimonial.

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Resultado Operacional
Esse resultado pode representar Lucro Operacional ou Prejuízo Operacional e compreende o
resultado algébrico de todas as receitas, despesas e custos operacionais, diretamente vincula-
dos com a atividade operacional principal ou acessória.

Resultado antes da Contribuição Social sobre o Lucro


Compreende o resultado algébrico das receitas, despesas e custos operacionais ou não opera-
cionais, ponto de partida para o cálculo da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro.

Contribuição Social sobre o Lucro


A base de cálculo da contribuição social não será o lucro contábil, será o lucro REAL (fiscal), ou
seja, esse lucro contábil após serem feitos os ajustes no Livro LALUR
A base de cálculo fiscal compreende o resultado contábil ajustado pelas adições, exclusões e
compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal.

Resultado antes do Imposto de Renda


Compreende o resultado contábil após a Contribuição Social sobre o Lucro e corresponde ao
valor antes da Provisão para o Imposto de Renda.
A Despesa com o Imposto de Renda é calculada a partir do resultado – Lucro ou Prejuízo Contá-
bil sobre uma base de cálculo fiscal denominada Lucro Real.
Lucro Real é uma expressão fiscal compreende o resultado contábil ajustado pelas adições, ex-
clusões e compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal, sendo:
•• ADIÇÕES – Correspondem às DESPESAS NÃO DEDUTÍVEIS, ou seja, àquelas, que embora se-
jam contabilizadas normalmente, não são aceitas pela legislação do Imposto de Renda como
redutoras da base de cálculo do imposto; quer por sua natureza, quer por seu montante.
•• EXCLUSÕES – Correspondem às RECEITAS NÃO TRIBUTÁVEIS, ou seja, àquelas que, embora
registradas normalmente aumentando o lucro contábil, são consideradas pela legislação
como fora do alcance da tributação, por algum motivo previsto na lei.
•• COMPENSAÇÕES – Compreendem as compensações de prejuízos fiscais que, segundo a le-
gislação fiscal vigente, estão limitadas a 30% do Lucro Real.

Resultado após o Imposto de Renda e antes das Participações.

Participações nos Lucros


A Lei nº 6.404/76 relaciona as participações, as quais serão calculadas e contabilizadas obede-
cendo aos seguintes princípios:

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•• É necessário deduzir-se os prejuízos contábeis do período anterior.
•• Normalmente as questões só trazem prejuízos acumulados, mas, se trouxerem ajustes
de Exercícios Anteriores, esses também deverão ser ajustados nas bases de cálculos das
participações.
•• Os percentuais a serem aplicados sobre a base de cálculo serão previamente definidos
em documentos oficiais da empresa;
•• O cálculo da participação é feito sobre o saldo remanescente após o cálculo da anterior,
obedecendo-se rigorosamente a ordem:

Debêntures,
Empregados
Administradores
Partes beneficiárias
Contribuição para Instituições ou Fundos de Assistência ou Previdência

Lucro Líquido
Corresponde ao lucro final após as participações, embora não seja ainda o valor a ser destinado
aos acionistas. Esse valor é o ponto de partida para o cálculo das Reservas, de acordo com a Lei nº
6.404/76.

Lucro Líquido por Ação

É uma determinação da Lei nº 6.404/76, que possibilita aos investidores uma melhor avaliação
dos resultados alcançados pela companhia.
O cálculo consiste em dividir o lucro líquido pela quantidade de ações EXISTENTES DO MERCADO
e que compõem o Capital Social.
O conceito de AÇÕES EXISTENTES NO MERCADO corresponde ao de AÇÕES EM CIRCULAÇÃO e
que, portanto, exclui do cálculo as ações em tesouraria ou a parcela relativa ao capital a realizar.
Modelo de DRE sugerido pelo CPC, através do pronunciamento Técnico 26 – Apresentação
das Demonstrações Contábeis:

82. A demonstração do resultado do período deve, no mínimo, incluir as seguintes rubricas,


obedecidas também as determinações legais:
a) receitas;
b) custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos;
c) lucro bruto;
d) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas operacionais;

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e) parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por meio do método de equiva-
lência patrimonial;
f) resultado antes das receitas e despesas financeiras
g) despesas e receitas financeiras;
h) resultado antes dos tributos sobre o lucro;
i) despesa com tributos sobre o lucro;
j) resultado líquido das operações continuadas;
k) valor líquido dos seguintes itens:
l) resultado líquido após tributos das operações descontinuadas;
m) resultado após os tributos decorrente da mensuração ao valor justo menos despesas de
venda ou na baixa dos ativos ou do grupo de ativos à disposição para venda que constituem
a unidade operacional descontinuada;
n) resultado líquido do período.

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Questões

A respeito da demonstração do resultado 5. (Cespe – TRE – 2010)


do exercício (DRE), conforme normatização Na elaboração da DRE, as receitas e as des-
contábil em vigor, julgue os seguintes itens. pesas devem ser apropriadas ao resultado
do período em função de sua incorrência
1. (Cespe – MPU – 2013) e da vinculação da despesa à receita, inde-
Se uma empresa vender um ativo imobili- pendentemente de seus reflexos nas dispo-
zado, ela deverá reconhecer seu resultado nibilidades.
— ganho ou perda — como resultado não
operacional ( ) Certo ( ) Errado

( ) Certo ( ) Errado
6 (Cespe – TRE – 2010)

2. (Cespe – MPU – 2013) O valor da receita líquida das vendas e servi-


ços é apurado antes do valor do lucro bruto.
Para as despesas, a Lei nº 6.404/1976 adota a
classificação funcional. ( ) Certo ( ) Errado

( ) Certo ( ) Errado
7. (Cespe – TRE – 2010)

03. (Cespe – TELEBRÁS – 2013) Os valores das vendas canceladas e dos im-
postos incidentes sobre vendas e serviços
As despesas podem ser classificadas na de- devem ser evidenciados juntamente com
monstração do resultado do exercício de o valor das despesas operacionais, isto é,
acordo com sua natureza ou função. após a apuração do lucro bruto.
Com relação ao conceito, ao objetivo e à ( ) Certo ( ) Errado
composição da demonstração do resultado
do exercício (DRE) das companhias, julgue
os itens subsequentes. 8. (Cespe – TRE – 2010)
( ) Certo ( ) Errado Deduzindo-se o valor do custo das mercado-
rias vendidas sobre o valor do lucro bruto, é
4. (Cespe – TRE – 2010) possível apurar o valor da receita bruta.

Nas companhias, a DRE deve ser apresenta- A respeito da demonstração do resultado


da na forma dedutiva, com os detalhes ne- do exercício (DRE), conforme normatização
cessários de receitas, despesas, ganhos/per- contábil em vigor, julgue os seguintes itens.
das, e de forma a definir claramente o lucro ( ) Certo ( ) Errado
ou prejuízo do exercício.
( ) Certo ( ) Errado

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9. (Cespe – PC – ES – 2011) 14. (Cespe – PREVIC – 2011)
Para apuração do lucro bruto, deve-se de- Quando há previsão no estatuto de deter-
duzir das receitas líquidas o custo dos pro- minada companhia para a participação dos
dutos ou mercadorias vendidas e dos servi- empregados no lucro apurado, essa partici-
ços prestados. pação deve ser paga obrigatoriamente antes
das parcelas relativas a administradores e
( ) Certo ( ) Errado partes beneficiárias.
( ) Certo ( ) Errado
10. (Cespe – PC-ES – 2011)
As operações realizadas pela entidade em 15. (Cespe – FUB – 2011)
determinado exercício social, incluindo re- O resultado da entidade em determinado
ceitas, custos e despesas, são representadas período é apresentado na demonstração do
em uma demonstração estática denomina- resultado do exercício, que é uma demonstra-
da demonstração do resultado do exercício. ção dedutiva e dinâmica.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado

16. (Cespe – MPU – 2013)


11. (Cespe – PC – ES – 2011)
As sociedades anônimas de capital aberto
Na apuração do resultado do exercício, é co- devem iniciar a apresentação da DRE pela
mum utilizar-se um lançamento de segunda receita líquida.
fórmula para o encerramento das receitas e
um lançamento de terceira fórmula para o ( ) Certo ( ) Errado
encerramento das despesas.
17. (Cespe – MPU – 2013)
( ) Certo ( ) Errado
Para as despesas, a Lei nº 6.404/1976 adota
a classificação funcional.
12. (Cespe – TRE – ES – 2011) ( ) Certo ( ) Errado
Se determinada empresa apresentou lucro
no final do exercício, a provisão para o im- A tabela a seguir apresenta as contas de
posto de renda somente deverá ser consti- resultado de uma empresa comercial e os
tuída após o pagamento das participações respectivos saldos, em reais, sem, contudo,
estatutárias. indicar a natureza (débito ou crédito).
( ) Certo ( ) Errado

13. (Cespe – TRE – ES – 2011)


A demonstração do resultado do exercício
não abrange a forma como o lucro eventual-
mente apurado será distribuído, mas inclui
as participações de debêntures, emprega-
dos, administradores e partes beneficiárias.
( ) Certo ( ) Errado

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Com base nessas informações, julgue os 22. (Cespe – CORREIOS – 2012)


próximos itens relativos à elaboração da de-
monstração do resultado do exercício (dre). Na demonstração de resultados do exercí-
cio, segundo previsão da Lei n.o6.404/1976
18. (Cespe – TELEBRÁS – 2013) (Lei das Sociedades por Ações) e suas atu-
alizações, o resultado obtido na alienação
A apuração do resultado mostra um prejuízo do imobilizado deverá ser registrado como
líquido de R$ 1.200,00. outras receitas e servirá de base para a apu-
( ) Certo ( ) Errado ração do resultado antes dos tributos.
( ) Certo ( ) Errado
19. (Cespe – TELEBRÁS – 2013)
O lucro bruto é superior a R$ 43.000,00. Suponha que uma empresa comercial tenha
( ) Certo ( ) Errado apresentado, ao final do exercício, entre ou-
tros, os seguintes saldos (em R$ 1.000,00):
•• vendas de mercadorias: 2.500 *
•• receita de prestação de serviços: 800 *
•• descontos concedidos a grandes clien-
tes: 100
•• descontos por pagamentos antecipa-
dos: 75
•• IPI sobre vendas: 180
•• ICMS sobre vendas: 240
•• ISS sobre serviços prestados: 40
•• comissões sobre vendas: 125
Considerando que os dados acima, em reais,
correspondem ao encerramento do primeiro
* Incluídos os impostos calculados “por
exercício financeiro de determinada entidade,
dentro”.
julgue os itens consecutivos, acerca da compo-
sição do balanço patrimonial e da demonstra- Considerando os dados acima, julgue os
ção do resultado do exercício dessa entidade. itens sequentes.

23. (Cespe – TJ-ES – 2011)


20. (Cespe – APF – 2012)
A receita líquida das vendas de mercado-
A demonstração do resultado do exercício rias e das prestações de serviços foi de
apresentou prejuízo de R$ 11.000,00. R$ 2.920.000,00.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado

21. (Cespe – APF – 2012) 24. (Cespe – TJ-ES – 2011)

Os ativos e passivos somam, respectiva- O faturamento bruto da empresa foi de


mente, R$ 121.000,00 e R$ 38.500,00. R$ 3.300.000,00.

( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado

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25. (Cespe – TRE-ES – 2012) 27. (Cespe – PETROBRAS – 2007)

No final do período contábil, após os A receita líquida foi de R$ 570.000,00.


lançamentos de ajustes, uma entidade obteve ( ) Certo ( ) Errado
os seguintes saldos contábeis.

Acerca da evidenciação das informações


contábeis, julgue os itens subsequentes.

28. (Cespe – TST – 2008)


A constituição das participações estatutárias
é evidenciada na demonstração dos fluxos
de caixa.
( ) Certo ( ) Errado

Nessa situação, as vendas líquidas do perío-


do somaram R$ 25.000,00. 29. (Cespe – TST – 2008)
( ) Certo ( ) Errado O registro da devolução de vendas a prazo
diminui tanto o lucro bruto quanto o ativo
circulante-contas a receber.
( ) Certo ( ) Errado

Considere os saldos a seguir, apresentados


na escrituração de uma empresa, ao final
do exercício.
•• vendas: R$ 180.000,00
•• compras: R$ 130.000,00
•• impostos sobre vendas: R$ 26.000,00
•• descontos comerciais sobre vendas: R$
5.000,00
Considerando os saldos contábeis de uma em- •• descontos financeiros sobre compras:
presa comercial apresentados no quadro acima R$ 3.000,00
e considerando, ainda, que o estoque final des- •• conta corrente do ICMS: R$18.000,00
sa empresa, no período considerado, seja de
R$ 155.000,00, julgue os itens seguintes. 30. (Cespe – TRT – 2008)
Nesse caso, e sabendo-se que os estoques
26. (Cespe – PETROBRAS – 2007) inicial e final eram iguais, é correto con-
cluir que o lucro bruto da empresa foi de R$
O custo das mercadorias vendidas foi de R$ 22.000,00.
435.000,00.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado

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O estatuto social de determinada empresa


define que administradores, debenturistas,
empregados e partes beneficiárias têm di-
reito, cada um, a 10% do lucro do exercício.
Em determinado exercício, o lucro da empre-
sa, após os descontos de imposto de renda e
contribuição social, foi de R$ 485.000,00, e o
prejuízo acumulado, de R$ 155.000,00.

31. (Cespe – MPU – 2010)


Considerando a situação hipotética aci-
ma apresentada, é correto afirmar que o
valor da participação dos debenturistas é
R$ 33.000,00.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. Errado 2. Certo 3. Certo 4. Certo 5. Certo 6. Certo 7. Errado 8. Errado 9. Certo 10. Errado
11. Errado 12. Errado 13. Certo 14. Certo 15. Certo 16. Certo 17. Certo 18. Errado 19. Errado 20. Errado
21. Certo 22. Certo 23. Certo 24. Errado 25. Errado 26. Certo 27. Errado 28. Errado 29. Certo 30. Certo 31. Certo

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DESTINAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS
RESERVAS DE LUCRO
PAGAMENTO DE DIVIDENDOS
AUMENTO DE CAPITAL

RESERVA DE LUCROS

Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros
da companhia.
De acordo com a Lei das S.A. serão classificadas como Reserva de Lucros:

Reserva Legal;
Reservas Estatutárias;
Reservas para Contingências;
Retenção de Lucros;
Reserva de Lucros a Realizar;
Reserva Especial para distribuição de dividendos obrigatórios;
Reserva de Incentivos Fiscais.

RESERVA LEGAL

Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de qualquer
outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do
capital social.
§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa
reserva, acrescido do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exce-
der de 30% (trinta por cento) do capital social.
§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser
utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital.

Na Constituição da Reserva:
D – Lucros Acumulados
C – Reserva Legal

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RESERVAS ESTATUTÁRIAS
Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:
I – indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade;
II – fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados à
sua constituição; e
III – estabeleça o limite máximo da reserva.

Na Constituição da Reserva:
D – Lucros Acumulados
C – Reserva Estatutária

RESERVA PARA CONTINGÊNCIAS


Art. 195. A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte
do lucro líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a
diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado.
§ 1º A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda prevista e justificar,
com as razões de prudência que a recomendem, a constituição da reserva.
§ 2º A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram
a sua constituição ou em que ocorrer a perda.
Na Constituição da Reserva:

D – Lucros Acumulados
C – Reserva para Contingências

Reserva de Incentivos Fiscais


(Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
Art. 195-A. A assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a
reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções gover-
namentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório
(inciso I do caput do art. 202 desta Lei).

RETENÇÃO DE LUCROS
Art. 196. A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, deliberar reter par-
cela do lucro líquido do exercício prevista em orçamento de capital por ela previamente aprovado.

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§ 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a justificação da retenção de
lucros proposta, deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicações de capital, fixo
ou circulante, e poderá ter a duração de até 5 (cinco) exercícios, salvo no caso de execução, por
prazo maior, de projeto de investimento.
§ 2º O orçamento poderá ser aprovado pela assembléia-geral ordinária que deliberar sobre o
balanço do exercício e revisado anualmente, quando tiver duração superior a um exercício so-
cial. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

D – Lucros Acumulados
C – Retenção de Lucros

RESERVA DE LUCROS A REALIZAR


No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou
do art. 202 da Lei das S.A. ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assem-
bléia geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar o excesso a constituição
de reserva de lucros a realizar.
Considera-se realizada a parcela do lucro líquido do exercício que exceder da soma dos seguin-
tes valores:
I – o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial (art. 248); e
II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou contabilização de ativo e passivo
pelo valor de mercado, cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício
social seguinte.
Na Constituição da Reserva de Lucros a Realizar:

D – Lucros Acumulados
C – Reserva de Lucros a Realizar

Reflexo na distribuição de dividendo obrigatório


As Reservas Estatutárias, de Lucros a Realizar e as Retenções de Lucros não poderão prejudicar
o cálculo e a distribuição do dividendo obrigatório. Isto significa que, para se calcular o divi-
dendo obrigatório, só podemos excluir da base de cálculo (lucro líquido) as reservas Legal e de
Contingências.

Limite do Saldo das Reservas de Lucros


Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de
lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembléia delibe-
rará sobre aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição
de dividendos.

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Dividendos
Origem
Art. 201. A companhia somente pode pagar dividendos à conta de lucro líquido do exercício,
de lucros acumulados e de reserva de lucros; e à conta de reserva de capital, no caso das ações
preferenciais de que trata o § 5º do artigo 17.
§ 6º O estatuto pode conferir às ações preferenciais com prioridade na distribuição de dividendo
cumulativo, o direito de recebê-lo, no exercício em que o lucro for insuficiente, à conta das
reservas de capital de que trata o § 1o do art. 182.
§ 1º A distribuição de dividendos com inobservância do disposto neste artigo implica
responsabilidade solidária dos administradores e fiscais, que deverão repor à caixa social a
importância distribuída, sem prejuízo da ação penal que no caso couber.
§ 2º Os acionistas não são obrigados a restituir os dividendos que em boa-fé tenham recebido.
Presume-se a má-fé quando os dividendos forem distribuídos sem o levantamento do balanço
ou em desacordo com os resultados deste.
Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a
parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a importância determinada
de acordo com as seguintes normas: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) (Vide Medida
Provisória nº 608, de 2013)
I – metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido dos seguintes valores: (Redação
dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
a) importância destinada à constituição da reserva legal (art. 193); e (Incluída pela Lei nº 10.303,
de 2001)
b) importância destinada à formação da reserva para contingências (art. 195) e reversão da
mesma reserva formada em exercícios anteriores; (Incluída pela Lei nº 10.303, de 2001)
II – o pagamento do dividendo determinado nos termos do inciso I poderá ser limitado ao
montante do lucro líquido do exercício que tiver sido realizado, desde que a diferença seja
registrada como reserva de lucros a realizar (art. 197); (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
2001)
III – os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não tiverem
sido absorvidos por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão ser acrescidos ao primeiro
dividendo declarado após a realização. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
§ 1º O estatuto poderá estabelecer o dividendo como porcentagem do lucro ou do capital
social, ou fixar outros critérios para determiná-lo, desde que sejam regulados com precisão e
minúcia e não sujeitem os acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos de administração ou
da maioria.
II – o pagamento do dividendo determinado nos termos do inciso I poderá ser limitado ao
montante do lucro líquido do exercício que tiver sido realizado, desde que a diferença seja
registrada como reserva de lucros a realizar (art. 197); (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
2001)

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III – os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não tiverem
sido absorvidos por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão ser acrescidos ao primeiro
dividendo declarado após a realização. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
§ 1º O estatuto poderá estabelecer o dividendo como porcentagem do lucro ou do capital so-
cial, ou fixar outros critérios para determiná-lo, desde que sejam regulados com precisão e
minúcia e não sujeitem os acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos de administração ou
da maioria.
§ 2º Quando o estatuto for omisso e a assembléia-geral deliberar alterá-lo para introduzir nor-
ma sobre a matéria, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% (vinte e cinco por
cento) do lucro líquido ajustado nos termos do inciso I deste artigo.

Dividendos Intermediários
Art. 204. A companhia que, por força de lei ou de disposição estatutária, levantar balanço semes-
tral, poderá declarar, por deliberação dos órgãos de administração, se autorizados pelo estatuto,
dividendo à conta do lucro apurado nesse balanço.
§ 1º A companhia poderá, nos termos de disposição estatutária, levantar balanço e distribuir
dividendos em períodos menores, desde que o total dos dividendos pagos em cada semestre
do exercício social não exceda o montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo
182.
§ 2º O estatuto poderá autorizar os órgãos de administração a declarar dividendos intermediá-
rios, à conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no último balanço anual
ou semestral.

DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS – DLPA


A demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) é uma demonstração financeira as
variações ocorridas na conta lucros ou prejuízos acumulados num determinado período. A Lei
nº 6.404/76 reporta-se à DLPA da seguinte forma:
Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:
I – o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do
saldo inicial;
II – as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III – as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital
e o saldo ao fim do período.
§ 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efei-
tos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercí-
cio anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes.

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§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo


por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio
líquido se elaborada e publicada pela companhia.

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL)


A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é facultativa e, de
acordo com o artigo 186, parágrafo 2º, da Lei das S.A. a Demonstração de Lucros ou Prejuízos
Acumulados (DLPA) poderá ser incluída nesta demonstração.
A DMPL uma demonstração mais completa e abrangente, já que evidencia a movimentação de
todas as contas do patrimônio líquido durante o exercício social, inclusive a formação e a utili-
zação das reservas não derivadas do lucro.

MUTAÇÕES NAS CONTAS PATRIMONIAIS

As contas que formam o Patrimônio Líquido podem sofrer variações por inúmeros motivos, tais
como:

1. Itens que afetam o patrimônio total:

a) acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido do exercício;


b) redução por dividendos;
c) acréscimo integralização de capital;
d) acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações integralizadas
ou o preço de emissão das ações sem valor nominal;
e) acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
f) redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda;
g) acréscimo ou redução por ajuste de exercícios anteriores.

2. Itens que não afetam o total do patrimônio:

a) aumento de capital com utilização de lucros e reservas;


b) apropriações do lucro líquido do exercício reduzindo a conta Lucros Acumulados para for-
mação de reservas, como Reserva Legal, Reserva de Lucros a Realizar, Reserva para Contin-
gência e outras;
c) reversões de reservas patrimoniais para a conta de Lucros ou Prejuízos acumulados;
d) compensação de Prejuízos com Reservas.

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PROCEDIMENTOS A SEREM SEGUIDOS
A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é relativamente
simples, pois basta representar, de forma sumária e coordenada, a movimentação ocorrida du-
rante o exercício nas diversas contas do Patrimônio Líquido, isto é, Capital, Reservas de Capital,
Reservas de Lucros, Reservas de Reavaliação, Ações em Tesouraria e Lucros ou Prejuízos Acu-
mulados.
Utiliza-se uma coluna para cada uma das contas do patrimônio da empresa, incluindo uma con-
ta total, que representa a soma dos saldos ou transações de todas as contas individuais. Essa
movimentação deve ser extraída das fichas de razão dessas contas.
As transações e seus valores são transcritos nas colunas respectivas, mas de forma coordenada.

RESERVAS DE CAPITAL
As reservas de capital são constituídas com valores recebidos pela empresa e que não transi-
tam pelo resultado, por não se referirem à entrega de bens ou serviços pela empresa.
As reservas de capital constituem-se em grupo de contas integrantes do Patrimônio Líquido.
Art. 182.
§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de
emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do
capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

ATENÇÃO: O LUCRO NA VENDA DE AÇÕES EM TESOURARIA, MESMO NÃO ESTANDO PREVISTO


EXPLICITAMENTE NA LEI Nº 6.404/76, TAMBÉM É UMA RESERVA DE CAPITAL. EQUIPARA-SE AO
ÁGIO NA EMISSÃO DE AÇÕES.

Reserva de Ágio na Emissão de Ações


Essa reserva é criada quando a empresa emite ações e as vende por valor superior ao seu valor
de face. O diferencial deve ser lançado em conta de Reserva de Ágio na Emissão de Ações.

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Na venda de ações por $ 120, com valor de emissão de $ 100:

D – Caixa 120
C – Capital Social 100
C – Reserva de Capital – AEA 20

Reserva de Alienação de Partes Beneficiárias e Bônus da Subscrição

As Partes Beneficiárias são títulos sem valor nominal, intransferíveis, com direito à participação
nos lucros de, no máximo, 10% e que normalmente são conferidos a pessoas que prestaram
grandes serviços a empresa. Esses títulos podem ser vendidos, sendo que o produto da venda
deve ser contabilizado em conta de Reserva de Alienação de Partes Beneficiárias. Se, por
acaso, esses títulos forem doados aos seus beneficiários, tal situação será classificada como ato
contábil, não sendo objeto de lançamento contábil.

Na venda de Partes Beneficiárias por $ 150:

D – Caixa 150
C – Reserva de Capital – PAPB 150

Os bônus de subscrição são papéis emitidos pelas empresas para darem direito de preferência
de subscrição aos atuais acionistas. Caso os atuais acionistas não exerçam os direitos de
subscrição, a empresa opta por vender tais bônus contabilizando o produto da venda em conta
de Reserva de alienação de bônus, de subscrição.
Na venda do Bônus de Subscrição por $ 300:

D – Caixa 300
C – Reserva de Capital – PABS 300

Destinação da Reserva de Capital

1. Absorção de prejuízos quando esses ultrapassarem os lucros acumulados e as Reservas de


Lucros;
2. Resgate, reembolso ou compra de ações;
3. Incorporação ao Capital Social;
4. Pagamento de dividendos a Ações Preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada;
5. Resgate de Partes Beneficiárias.

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AÇÕES EM TESOURARIA
As ações em tesouraria são ações da própria companhia que foram adquiridas pela própria
companhia.
Exemplificando: A companhia Delta S.A. possui um capital social dividido em 1.000 ações de R$
1,00 lançadas no mercado de ações. A companhia Delta S.A. vai até o mercado de ações e com-
pra 50 ações por R$ 50,00 em dinheiro

Ações em Tesouraria
a Caixa
Pela compra de ações ...............................50,00

A Lei nº 6.404/76 diz: “as ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedu-
ção da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aqui-
sição”.
Então, no balanço, as ações em tesouraria deverão aparecer deduzidas de Capital ou Reserva,
cujo saldo tiver sido utilizado para tal operação, durante o período em que tais ações aparecem
em tesouraria.
Como regra, a companhia não pode comprar suas próprias ações. No entanto, é permitida essa
compra nas seguintes ocasiões:

•• operações de resgate, reembolso ou amortizações de ações;


•• aquisição para permanência em tesouraria ou cancelamento (desde que até o valor do sal-
do de lucros ou reservas de lucros – exceto a legal – em sem diminuição do capital social);
•• recebimento dessas ações por doação;
•• aquisição para diminuição do capital social (limitado pela legislação).

O resultado com ações em tesouraria não alteram o resultado do exercício. Conforme a socie-
dade vende as ações em tesouraria, pode obter lucro ou prejuízo com essa venda. Esse lucro ou
prejuízo não é receita ou despesa da companhia, pois não faz parte das operações normas ou
acessórias da companhia. Esse resultado não integra a DRE.
O lucro deverá ser registrado a crédito de uma reserva de capital. O prejuízo deverá ser debita-
do a débito da mesma reserva de capital utilizado para o lucro. Aqui o procedimento é parecido
ao ágio na emissão de ações.
As ações em tesouraria não terão direitos patrimoniais nem políticos, nem podem ser compra-
das por valor superior ao de mercado.

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Questões

Em relação às contas que são evidenciadas no saldo anterior –


balanço patrimonial, julgue o próximo item. lucro líquido do período 120.000
reserva legal (6.000)
1. (CESBE – ABIN – 2010)
reserva de lucros a realizar (43.000)
A reserva legal e a reserva estatutária com- reserva de contingências (13.500)
põem o patrimônio líquido, e a reserva es-
pecial para dividendo obrigatório compõe o reserva estatutária (16.000)
passivo exigível. reversão da reserva de lucros a realizar (82.000)
dividendos declarados (123.500)
( ) Certo ( ) Errado
saldo final –

Com relação a contabilização e avaliação de Com referência à demonstração hipotética


itens do patrimônio das empresas, julgue o dos lucros ou prejuízos acumulados no perí-
próximo item. odo encerrado em 31/12/2012 (em R$) aci-
ma apresentada, julgue o próximo item de
2. (Cespe – STF – 2008) acordo com a legislação vigente.
O saldo de reserva para contingências não 4. (Cespe – TRT – 2013)
poderá ultrapassar o valor do capital social.
Ao atingir esse limite, a assembléia delibe- A reversão da reserva de lucros a realizar
rará sobre a aplicação do excesso no au- poderia ser feita em contrapartida à conta
mento do capital social ou na distribuição de capital social, sem transitar na conta de
de dividendos. lucros ou prejuízos acumulados e na base
de cálculo de dividendos obrigatórios.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
Com base no que dispõe a legislação sobre so-
ciedades por ações, julgue o item subsequente. 05. (Cespe – TRT – 2013)

3. (Cespe – MPU – 2010) A reserva estatutária deve limitar-se a 10%


do lucro líquido e deve ter como finalidade
O saldo das reservas de lucros para contin- única reter recursos para o financiamento
gências, de incentivos fiscais e de lucros a do capital de giro da empresa.
realizar, pode ultrapassar o saldo da conta
capital social. ( ) Certo ( ) Errado

( ) Certo ( ) Errado
06. (Cespe – TRT – 2013)
A reversão da reserva de contingências
deve ser feita obrigatoriamente a crédito de
lucros acumulados.
( ) Certo ( ) Errado

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7. A demonstração em apreço apresenta erro Com referência a movimentações do patri-
ao registrar distribuição de dividendos com mônio líquido, segundo a Lei nº 6.404/76,
valor superior ao lucro líquido gerado no julgue o item abaixo.
período.
10. (Cespe – APF – 2004)
( ) Certo ( ) Errado
O produto da alienação de partes beneficiá-
Relativamente ao balanço patrimonial e à rias pode ser registrado no patrimônio líquido.
sua apresentação e composição, julgue os ( ) Certo ( ) Errado
itens que se seguem.
Considere a seguinte situação hipotética.
11. (Cespe – APF – 2004)
Uma companhia aberta lançou ações sem
valor nominal cujo preço unitário de emis- Uma empresa que apresentar uma reser-
são, destinado à formação do capital, foi de va de capital no valor de R$ 8.000,00 e um
R$ 1.000,00. Devido à alta procura no mer- saldo de prejuízo de R$ 2.000,00, após con-
cado, essas ações foram postas à venda a R$ sumir os lucros acumulados e todas as re-
1.200,00. servas de lucros acumulados e todas as re-
servas de lucros, poderá compensá-lo com
8. (Cespe – TCU – 2008) parte da reserva de capital que ela possui.
Nessa situação, essa diferença constitui, ( ) Certo ( ) Errado
inicialmente, reserva de lucros a realizar e
poderá ser utilizada, futuramente, para au- Ao final de um exercício financeiro, cabe ao
mento de capital. contabilista tomar uma série de providências
( ) Certo ( ) Errado para demonstrar corretamente a situação
patrimonial da entidade com a qual trabalha.
Acerca dessa matéria, julgue o item que se
9. (Cespe – ABIN – 2010) segue.

Nos casos de conversão em ações de de- 12. (Cespe – TRE-RJ – 2012)


bêntures ou partes beneficiárias, são regis- Se determinada empresa fizer uma chamada
tradas em contas classificadas como reser- de capital e vender quinhentas novas ações
vas de capital a contribuição do subscritor mediante a cobrança de um ágio de dez cen-
de ações que ultrapassar o valor nominal, tavos de real em relação ao preço nominal
bem como a parte do preço de emissão das das ações anteriormente integralizadas, o
ações sem valor nominal que ultrapassar a ágio deverá ser integralizado como receita
importância destinada à formação do capi- não operacional.
tal social.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado

Julgue o item a seguir, a respeito de reser-


vas, provisões, contas patrimoniais e contas
de resultado.

13. (Cespe – PREVIC – 2011)


A reserva legal deverá ser constituída, obrigato-
riamente, pela companhia, mediante destina-

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ção de 5% do lucro líquido do exercício, antes ajustes de exercícios anteriores, resultado


de qualquer outra destinação e com limitação líquido do exercício e resultado na venda de
de até 100% do capital social realizado. ações em tesouraria.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado

Com relação a demonstrações contábeis, Acerca das operações típicas de uma


julgue o item abaixo. empresa comercial, julgue o item a seguir.

14. (Cespe – MDIC – 2008) 17. (Cespe – APF – 2009)


Os ajustes de avaliação patrimonial, para A elaboração do balanço patrimonial da
mais ou para menos, que decorram da ava- empresa depende da apuração do lucro do
liação a preço de mercado de elementos exercício. Essa apuração é efetuada na de-
do ativo e do passivo, têm de ser incluídos monstração de lucros e prejuízos acumula-
na demonstração do resultado do exercí- dos (DLPA).
cio como resultados não-operacionais, no
mesmo exercício em que tais ajustes sejam ( ) Certo ( ) Errado
efetuados, segundo o princípio da oportuni-
dade. A DMPL evidencia informações sobre as
movimentações ocorridas no patrimônio lí-
( ) Certo ( ) Errado quido das companhias. A respeito das infor-
mações evidenciáveis nessa demonstração,
A mensuração, o registro e a avaliação de julgue o item subsequente.
componentes patrimoniais obedecem a
normas específicas. Acerca desse assunto, 18. (Cespe – SEFAZ-ES – 2010)
julgue o item a seguir. Acréscimos ou reduções ocorridos durante
Com referência ao balanço patrimonial, o exercício social nas contas reservas de lu-
julgue o item que se segue. cros e reservas de capital são evidenciados
nessa demonstração.
15. (Cespe – TRE-ES – 2012) ( ) Certo ( ) Errado
Suponha que, em decorrência da aplicação
do critério da avaliação a valor justo, te-
nha havido aumento no valor de um bem 19. (Cespe – SEFAZ-ES – 2010)
do ativo. Nesse caso, a contrapartida desse
É papel da DMPL evidenciar a proposta
aumento será computada como reserva de
da administração de destinação do lucro,
reavaliação, um subgrupo do patrimônio lí-
quando houver lucro no período.
quido.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado

A respeito da composição e da avaliação do 20. (Cespe – SEFAZ-ES – 2010)


patrimônio, julgue o item seguinte.
Por meio da DMPL é possível visualizar a
movimentação relativa a um aumento de
16. (Cespe – APF – 2009)
capital com a utilização de reservas, caso o
Constituem eventos que afetam o patrimô- aumento ocorra.
nio líquido, como acréscimo ou redução, ( ) Certo ( ) Errado

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Acerca da distribuição de resultados, julgue 24. (Cespe – AFRT – 2013)
os itens que se seguem.
Tanto nas companhias abertas quanto nas
companhias de grande porte, os lucros apu-
21. (Cespe – SEFIC – 2010) rados devem ser mantidos na conta lucros
Os acionistas de sociedades por ações têm acumulados.
direito de receber como dividendo obriga- ( ) Certo ( ) Errado
tório, em cada exercício, a parcela dos lu-
cros estabelecida no estatuto, ou, se este for
omisso, metade do lucro líquido do exercí- 25. (Cespe – FUNPRESPE – 2016)
cio ajustado nos termos da Lei nº 6.404/76.
O percentual do lucro líquido de cada
( ) Certo ( ) Errado exercício destinado ao pagamento de divi-
dendos obrigatórios é parte integrante da
demonstração do resultado do exercício.
22. (Cespe – SEFIC – 2010)
( ) Certo ( ) Errado
A companhia somente pode pagar dividen-
dos à conta de lucro líquido do exercício.
( ) Certo ( ) Errado

23. (Cespe – SEFIC – 2010)


Havendo lucro líquido, o dividendo obriga-
tório previsto na Lei nº 6.404/76 deverá ser
pago em cada exercício social, mesmo sen-
do ele incompatível com a situação finan-
ceira da companhia.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. Errado 2. Errado 3. Certo 4. Errado 5. Errado 6. Certo 7. Errado 8. Errado 9. Certo 10. Certo
11. Certo 12. Errado 13. Errado 14. Errado 15. Errado 16. Errado 17. Errado 18. Certo 19. Certo 20. Certo
21. Certo 22. Errado 23. Errado 24. Errado 25. Errado

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DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA (DFC)

A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) passou a ser um relatório obrigatório pela contabi-
lidade para todas as sociedades de capital aberto ou com Patrimônio Líquido superior a R$
2.000.000,00 (dois milhões de reais).
Essa obrigatoriedade vigora desde 1º de janeiro de 2008, por força da Lei nº 11.638/2007, e,
dessa forma, torna-se mais um importante relatório para a tomada de decisões gerenciais.

Objetivo (Resolução CFC nº 1296/2010)


Informações sobre o fluxo de caixa de uma entidade são úteis para proporcionar aos usuários
das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e
equivalentes de caixa, bem como as necessidades da entidade de utilização desses fluxos de
caixa. As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários exigem avaliação da capacidade
de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como da época de sua ocorrência e do
grau de certeza de sua geração.
De forma condensada, essa demonstração indica a origem de todo o dinheiro que entrou no
caixa em determinado período e, ainda, o Resultado do Fluxo Financeiro. Assim como a De-
monstração de Resultados de Exercícios(DRE), a DFC é uma demonstração dinâmica e também
está contida no balanço patrimonial.
A Demonstração do Fluxo de Caixa irá indicar quais foram as saídas e as entradas de dinheiro no
caixa durante o período e o resultado desse fluxo.

AS PRINCIPAIS TRANSAÇÕES QUE AFETAM O CAIXA


A seguir, relacionaremos em dois grupos as principais transações que afetam o caixa.

a) Transações que Aumentam o Caixa (Disponível)

•• Integralização do Capital pelos proprietários em dinheiro;


•• Empréstimos bancários e financiamentos oriundos das instituições financeiras;
•• Vendas de Ativos Imobilizados;
•• Outras entradas (juros recebidos, indenizações de seguros, etc.).

b) Transações que Diminuem o Caixa (Disponível)

•• Pagamento de dividendos aos acionistas;


•• Pagamento de juros de dívidas;
•• Aquisição de itens do Ativo Imobilizado;
•• Compra à vista e pagamento de fornecedores;
•• Pagamentos de despesas/custo, contas a pagar e outros.

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c) Transações que não Afetam o Caixa
Entre as transações realizadas pela empresa, algumas não afetam o caixa, isto é, não há encaixe
nem desencaixe de dinheiro, como, por exemplo: depreciação, amortização e exaustão; provi-
são para devedores duvidosos; correção monetária de balanço; Acréscimo ou diminuições de
investimentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial, sem significar que houve
vendas ou novas aquisições.

CONCEITOS IMPORTANTES

Caixa compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis.


Equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são pron-
tamente conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignifi-
cante risco de mudança de valor.
Fluxos de caixa são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa. Atividades operacio-
nais são as principais atividades geradoras de receita da entidade e outras atividades diferentes
das de investimento e de financiamento. Atividades de investimento são as referentes à aquisi-
ção e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalen-
tes de caixa. Atividades de financiamento são aquelas que resultam em mudanças no tamanho
e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade, não classificadas como
atividade operacional.
Os equivalentes de caixa são mantidos com a finalidade de atender a compromissos de caixa de
curto prazo e não a investimento ou outros fins. Para ser considerada equivalente de caixa, uma
aplicação financeira deve ter conversibilidade imediata em um montante conhecido de caixa e
estar sujeita a um insignificante risco de mudança de valor.

APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO DE FLUXO DE CAIXA

Seguindo as tendências internacionais, o fluxo de caixa pode ser incorporado às demonstrações


contábeis tradicionalmente publicadas pelas empresas.
Basicamente, o relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três grandes áreas:
I – Atividades Operacionais;
II – Atividades de Investimento;
III – Atividades de Financiamento.
As Atividades Operacionais são explicadas pelas receitas e pelos gastos decorrentes da indus-
trialização, da comercialização ou da prestação de serviços da empresa. Essas atividades têm
ligação com o capital circulante líquido da empresa.
As Atividades de Investimento são os gastos efetuados no Realizável a Longo Prazo ou no Ativo
Permanente, bem como as entradas por venda de Ativos Imobilizados.

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As Atividades de Financiamento são os recursos obtidos do Exigível a Longo Prazo e do Patrimô-


nio Líquido. Devem ser incluídos aqui os empréstimos e os financiamentos de curto prazo. As
saídas correspondem à amortização dessas dívidas e os valores pagos, aos acionistas a título de
dividendos, distribuição de lucros.

MONTAGEM DOS FLUXOS DE CAIXA

Método Direto
De acordo com o método direto, as informações sobre as principais classes de entradas e saídas
de caixa podem ser obtidas:

1. dos registros contábeis da entidade; ou

2. ajustando as vendas, os custos das vendas e outros itens da demonstração do resultado


referentes a:
a) mudanças ocorridas no período nos estoques e nas contas operacionais a receber e a pagar;
b) outros itens que não envolvem caixa; e
c) outros itens cujos efeitos no caixa sejam fluxos de caixa decorrentes das atividades de fi-
nanciamento e de investimento.

EXEMPLO DE APRESENTAÇÃO DE DFC PELO MÉTODO DIRETO


(Conforme Pronunciamento CPC 03)

1. Fluxos de caixa das atividades operacionais


(+) Recebimentos de clientes
(-) Pagamentos a fornecedores e empregados
(+) Caixa gerado pelas operações
(+) Juros recebidos
(+) Dividendos recebidos
(-) Juros pagos
(-) Imposto de renda e contribuição social pagos
(-) Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos
(=) Caixa líquido proveniente das atividades operacionais

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2. Fluxos de caixa das atividades de investimento

(-) Aquisição da controlada X líquido do caixa incluído na aquisição


(-) Compra de ativo imobilizado
(+) Recebido pela venda de equipamento
(=) Caixa líquido usado nas atividades de investimento

3. Fluxos de caixa das atividades de financiamento

(+) Recebido pela emissão de ações


(+) Recebido por empréstimo a logo prazo
(-) Resgate de ações
(-) Dividendos pagos
(=) Caixa líquido usado nas atividades de financiamento

4. Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa

Caixa e equivalentes de caixa no início do período


Caixa e equivalentes de caixa ao fim do período

ACRÉSCIMOS NOS ATIVOS OU PASSIVOS


Quando há um aumento nos ativos circulantes (estoques, contas a receber), o raciocínio é que
foi usado dinheiro do caixa para comprar estoques ou conceder crédito a clientes. De maneira
inversa, se os estoques ou clientes diminuírem, é porque a empresa está tendo receita ou rece-
bimento de clientes.
Nota: Os aumentos do ativo circulante usam caixa, as diminuições produzem caixa.
Os aumentos do passivo circulante têm o efeito oposto sobre o caixa. Quando os fornecedores
concedem créditos, o caixa é liberado para outras atividades. Quando a empresa diminui a con-
ta de fornecedores, é porque ela está usando caixa para solver compromissos.
Nota: Os aumentos do passivo circulante produzem caixa. As diminuições usam caixa.
Todos esses ajustes fazem parte das atividades operacionais. As demais atividades de investi-
mento e de financiamento serão elaboradas nos mesmos moldes do Método Direto, usando-
-se, para tanto, os dados do Balanço Patrimonial.
A demonstração dos fluxos de caixa deve apresentar os fluxos de caixa de período classificados
por atividades operacionais, de investimento e de financiamento.

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Atividades Operacionais
Os fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais são basicamente derivados das
principais atividades geradoras de receita da entidade. Portanto, eles geralmente resultam das
transações e de outros eventos que entram na apuração do lucro líquido ou prejuízo. Exemplos
de fluxos de caixa que decorrem das atividades operacionais são:
a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços;
b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras receitas;
c) pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços;
d) pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados;
e) recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e sinistros, anuidades e
outros benefícios da apólice;
f) pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a renda, a menos que possam ser
especificamente identificados com as atividades de financiamento ou de investimento; e
g) recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para negociação imediata ou
disponíveis para venda futura.

Algumas transações, como a venda de um ativo imobilizado, podem resultar em ganho ou perda,
que é incluído na apuração do lucro líquido ou prejuízo. Os fluxos de caixa relativos a tais tran-
sações são fluxos de caixa provenientes de atividades de investimento. Entretanto, pagamentos
para a produção ou aquisição de ativos destinados a aluguel para terceiros e, em sequência, se-
rem vendidos são fluxos de caixa das atividades operacionais. Os recebimentos de aluguéis e das
subsequentes vendas de tais ativos são também fluxos de caixa das atividades operacionais.

2. Uma entidade pode ter títulos e empréstimos para fins de intermediação que sejam seme-
lhantes a estoques adquiridos especificamente para revenda. Portanto, os fluxos de caixa
decorrentes da compra e venda desses títulos são classificados como atividades operacio-
nais. Da mesma forma, as antecipações de caixa e os empréstimos feitos por instituições
financeiras são comumente classificados como atividades operacionais, uma vez que se re-
ferem à principal atividade geradora de receita dessas entidades.

3. A conciliação entre o lucro líquido e o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais
deve ser fornecida de forma que os usuários tenham elementos para avaliar os efeitos lí-
quidos das atividades operacionais e de outros eventos que afetam o lucro líquido e os
fluxos operacionais de caixa em diferentes períodos.

Atividades de Investimento

4. A divulgação em separado dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de investimento


é importante porque tais fluxos de caixa representam a extensão em que os dispêndios de
recursos são feitos pela entidade com a finalidade de gerar resultados e fluxos de caixa no
futuro. Exemplos de fluxos de caixa decorrentes das atividades de investimento são:

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a) pagamentos de caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangível e outros ativos de lon-
go prazo. Esses desembolsos incluem os custos de desenvolvimento ativados e ativos imo-
bilizados de construção própria;
b) recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangível e outros ativos
de longo prazo;
c) pagamentos para aquisição de ações ou instrumentos de dívida de outras entidades e par-
ticipações societárias em joint ventures (exceto desembolsos referentes a títulos considera-
dos como equivalentes de caixa ou mantidos para negociação imediata ou venda futura);
d) recebimentos de caixa provenientes da venda de ações ou instrumentos de dívida de ou-
tras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto recebimentos referen-
tes aos títulos considerados como equivalentes de caixa e os mantidos para negociação);
e) adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto adiantamentos e emprés-
timos feitos por instituição financeira);
f) recebimentos de caixa por liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos
concedidos a terceiros (exceto adiantamentos e empréstimos de uma instituição financeira);
g) pagamentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais
contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura, ou os pagamentos
forem classificados como atividades de financiamento; e
h) recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais
contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura, ou os recebimentos
forem classificados como atividades de financiamento.

Quando um contrato for contabilizado como proteção (hedge) de uma posição identificável, os
fluxos de caixa do contrato devem ser classificados do mesmo modo como foram classificados
os fluxos de caixa da posição que estiver sendo protegida.

Atividades de Financiamento

5. A divulgação separada dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de financiamento é


importante por ser útil para prever as exigências sobre futuros fluxos de caixa pelos forne-
cedores de capital à entidade. Exemplos de fluxos de caixa decorrentes das atividades de
financiamento são:
a) caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais;
b) pagamentos de caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade;
c) caixa recebido proveniente da emissão de debêntures, empréstimos, títulos e valores, hi-
potecas e outros empréstimos de curto e longo prazos;
d) amortização de empréstimos e financiamentos, incluindo debêntures emitidas, hipotecas,
mútuos e outros empréstimos de curto e longo prazos; e
e) pagamentos de caixa por arrendatário, para redução do passivo relativo a arrendamento
mercantil financeiro.

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Uma única transação pode incluir fluxos de caixa classificados em mais de uma atividade. Por
exemplo, quando o desembolso de caixa para pagamento de um empréstimo inclui tanto os
juros como o principal, a parte dos juros pode ser classificada como atividade operacional, mas
a parte do principal deve ser classificada como atividade de financiamento.
Antes do pronunciamento CPC 09, não existia consenso quanto à classificação dos juros pagos
e recebidos, dos juros sobre o capital próprio e dos dividendos pagos e recebidos .
Esse pronunciamento encoraja fortemente as entidades a classificarem os juros, recebidos
ou pagos, e os dividendos e juros sobre o capital próprio recebidos como fluxos de caixa das
atividades operacionais, e os dividendos e juros sobre o capital próprio pagos como fluxos
de caixa das atividades de financiamento. Alternativa diferente deve ser seguida de nota evi-
denciando esse fato.
Ressalta-se que esse pronunciamento só corrobora o tratamento já dado pela Esaf.

Método direto

Por este método, o fluxo de caixa evidencia todos os pagamentos e recebimentos decorrentes
das atividades operacionais da empresa, como, por exemplo: os valores recebidos decorrentes
de vendas à vista, os valores recebidos de clientes, os valores pagos a fornecedores, os valores
de impostos pagos.
Esse método também é conhecido como a abordagem das contas, e consiste em classificar os
recebimentos e pagamentos utilizando as partidas dobradas, tendo como vantagem permitir
a geração de informações com base em critérios técnicos livres de qualquer interferência da
legislação fiscal. Nesse método, começa-se a explicação do caixa gerado pelas operações da
empresa pelo recebimento das vendas.
Pelo método direto, devemos partir das receitas e despesas constantes na DRE e compará-las
com suas contrapartidas no Balanço Patrimonial com o intuito de verificar o valor do efetivo
pagamento e recebimento naquele exercício social. Após verificar o valor das despesas efeti-
vamente pagas e das receitas efetivamente recebidas, faz-se o registro na DFC.

Fatos e contabilização dos fatos relacionados à venda:

Quando se analisa o recebimento decorrente de vendas, deve-se verificar as seguintes contas:


valor das vendas (DRE), variação da conta clientes (BP), variação de adiantamento de clientes
(BP) e verificar como foi utilizada a PDD.

Ex.: Receitas com vendas X2 500.000,00


Duplicatas a Receber X1 0,00
Duplicatas a Receber X2 30.000,00

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Valor do recebimento decorrente das Vendas = 500.000,00 – 30.000,00 = 470.000,00. Isso sig-
nifica que a variação positiva de duplicatas a receber significa não recebimento e, no momento
de calcular o valor correspondente ao recebimento em X2, esse valor deve ser deduzido.
Imaginemos agora a seguinte situação:

Ex.: Receitas com vendas X2 500.000,00


Duplicatas a Receber X1 50.000,00
Duplicatas a Receber X2 0,00

A análise dessa situação permite concluir que, além da empresa receber todas as vendas do
período, ela ainda recebeu 50.000,00 do período anterior. Logo, se for pedido o recebimento
decorrente das vendas em X2, deve se adicionar ao valor da receita com vendas a variação ne-
gativa de duplicatas a receber.
Resumindo, se for pedido o valor do recebimento de vendas em determinado exercício, deve-
se subtrair, caso haja variação positiva de clientes/duplicatas a receber, ou somar, caso haja
variação negativa de cleintes/duplicatas a receber

Análise de adiantamento de Clientes


Receita de Vendas X2 800.000,00
Adiantamento de Clientes 30.000,00
Adiantamento de Clientes 0,00

A análise do adiantamento de vendas é justamente o contrário, significa que, daqueles


800.000,00, não foi recebido 30.000,00, pois já havia sido adiantado no exercício anterior, .
Logo, o valor correspondente ao recebimento de vendas em X2 foi 800.000,00- 30.000,00 =
770.000,00.

Imaginemos agora essa outra situação:

Receita de Vendas X2 800.000,00


Adiantamento de Clientes 0,00
Adiantamento de Clientes 40.000,00

A análise da situação acima permite concluir que houve recebimento decorrente de vendas no
valor de 840.000,00, sendo 800.000,00 correspondentes à venda do período e os 40.000,00
decorrente de vendas cujo fato gerador ainda não ocorreu.
Concluída a variação positiva de adiantamento de clientes, sabe-se que foi recebido mais do
que foi vendido. Logo, a variação positiva deve ser adicionada ao valor das vendas, quando se
quer saber o valor dos recebimentos decorrentes de vendas naquele período, ao passo que a
variação negativa deve ser diminuída.

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Caso apareçam questões com receita de vendas e variação de clientes e também variação de
adiantamento de clientes, deve ser somado ao valor das vendas o valor da variação negativa de
clientes e o valor da variação positiva de adiantamento de clientes e subtraída a variação posi-
tiva de clientes e a variação negativa de adiantamento de clientes, conforme explicado acima.

Receita de Vendas X2 1.000.000,00


Duplicatas a Receber X1 250.000,00
Duplicatas a Receber X2 100.000,00
Adiantamento de Clientes 130.000,00
Adiantamento de Clientes 80.000,00

Receitas 1.000.000,00
+Δ (-) clientes 150.000,00
- Δ (-)adiantamento de clientes (50.000,00)

Além das análises nas contas de clientes e adiantamento de clientes acima vistas, deve-se ficar
atento também para saber se houve baixa de clientes com uso de provisão para devedores du-
vidosos e se houve baixa de clientes com perdas com recebimento.
No fluxo de caixa, a PDD não utilizada é revertida para o resultado. Então, deve-se primeiro olhar
a PDD constituída no exercício anterior e verificar o quanto dela foi utilizado. Para verificar quando
ela foi utilizada, deve se observar na DRE para verificar se houve reversão de PDD. Se não houve, é
porque ela foi totalmente utilizada. Pode acontecer de ela só ser parcialmente utilizada - percebe-se
isso por meio da DRE, caso exista a conta reversão de PDD por um valor inferior ao valor constituído.
Mas também pode acontecer que a PDD tenha sido insuficiente para dar baixa nos créditos por não
recebimento e fazer essa análise para se ter certeza. Também se deve olhar na DRE para ver se lá
possui a conta Perdas com recebimento de clientes. Caso haja essa conta, significa que o valor do
não recebimento foi igual ao valor da PDD mais as perdas com clientes e esses valores devem ser
subtraídos do valor do recebimento de vendas do período.

Fatos e contabilização dos fatos relacionados à Compra:

Quando se analisa o pagamento a fornecedores, deve-se verificar as seguintes contas: valor


das compras (obtido por meio do CMV na DRE), variação da conta fornecedores (BP), variação
de adiantamento a fornecedores. Primeiramente, pega-se o valor das compras na DRE, que
normalmente não é fornecido, devendo ser calculado pelo CVM constante na DRE. Com o
valor das compras, faz-se a análise com a contrapartida dessa conta no Balanço Patrimonial.
É importante perceber que, nesses tipos de questões, não interessa se a compra foi a prazo
ou foi à vista. Portanto, imagine que toda a compra foi feita a prazo.

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Compras em X2 700.000,00
Fornecedores X1 80.000,00
Fornecedores X2 0,00

Ao analisar a situação acima, constata-se que a empresa, além do pagamento de todas as com-
pras do exercício, ela ainda pagou mais 80.000,00 do exercício anterior. O Valor do pagamento
a fornecedores será de 700.000,00 mais 80.000,00; portanto, 780.000,00.

Exemplo 2

Compras em X2 300.000,00
Adiantamento a Fornecedores X1 50.000,00
Adiantamento a Fornecedores X2 0,00

Ao analisar a situação acima, percebe-se que, das compras de X2 no valor de 300.000,00, só


foram pagas 250.000,00, pois 50.000,00 já haviam sido adiantados no exercício anterior. Logo,
para se encontrar o valor do pagamento de fornecedores, deve-se somar a variação positiva de
adiantamento de clientes e subtrair a variação negativa de adiantamento de clientes.
Resumindo, caso ocorra aumento na conta Fornecedores, significa que você deixou de pagar
compras, devendo ser deduzido o referido aumento. Já quando a conta Adiantamento a
Fornecedores aumenta significa que foi pago um valor maior, portanto, deve ser somado
ao valor de fornecedores. Analisando inversamente, a redução da conta fornecedora deve
ser somada haja vista que foi pago um valor maior que as compras do período. Quando o
adiantamento a fornecedores reduz o saldo, deve-se subtrair, pois significa que o pagamento
foi inferior.

Análise de Despesas com Variação de Contas a Pagar


A variação positiva de contas a pagar significa que as despesas provisionadas naquele exercício (des-
pesas daquele exercício que deixaram de ser pagas) superaram as despesas pagas de outros exercí-
cios que estavam provisionadas. Se fossem fornecidos os valores das despesas daqueles exercícios
que foram provisionadas, seria preciso subtrair e adicionar as despesas pagas de outros exercícios que
estavam provisionadas. Como as questões normalmente não fornece esse tipo de informação, deve-
-se pegar pela variação das contas a pagar. Entenda da seguinte forma: variação positiva de contas a
pagar significa que foram pagas menos despesas, devendo ser deduzidas, ao passo que a variação
negativa de contas a pagar significa que você pagou mais despesas devendo ser somadas.
Para melhor entender essa situação, imagine uma empresa com uma despesas de salários
de 80.000,00 e a contas salários a pagar variaram de 0 para 30.000,00. Isso significa que, dos
80.000,00 de despesas, foram pagos apenas 50.000,00 e o restante foi provisionado para pa-
gamento posterior. Logo, para se achar o valor das despesas pagas (50.000,00), subtraímos o
valor das despesas (80.000,00) da variação positiva da conta salários a pagar (30.000,00).
Agora imaginemos uma empresa com uma despesa de salários de 100.000,00 e a conta salários
a pagar variou de 40.000,00 para 0,00. Isso significa que, além do 100.000,00 de despesas de
salários daquele exercício, a empresa ainda pagou mais 40.000,00 de despesas de outros exer-

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cícios que estavam provisionados. Portanto, o valor do pagamento correspondeu a 140.000,00


referente a 100.000,00 de despesas do exercícios mais a variação negativa da conta salários a
pagar de 40.000,00.

Análise de Despesas com Variação de Despesas Antecipadas


Caso se tenha na DRE uma despesa com seguros e exista no Balanço Patrimonial uma variação nas
despesas de seguros pagos antecipadamente, essa variação deverá ser levada em conta no momen-
to de se calcular o valor do pagamento das despesas. Vamos supor que uma empresa teve uma des-
pesa de seguros constante na DRE de x2 no valor de 60.000,00 e, no Balanço Patrimonial, encontra-
-se no ativo circulante a conta, seguros a, vencer, variando de 20.000,00 em x1 para 35.000,00 em
x2. Você tem que analisar que aquela despesa antecipada de x1 de 20.000 é correspondente ao
exercício de x2 e, portanto, já está incluída no valor das despesas de 60.000,00 de x2 . Entretanto,
não vai haver desembolso para pagamento, pois ela já foi paga no exercício anterior, portanto elas
devem ser subtraída das despesas, não obstante, a despesas de 35.000,00 que é despesas anteci-
pada em x2 portanto correspondente ao exercício de x3 não esta incluída nos 60.000,00(pois neste
valor só estarão as despesas do exercício de x2) mas a empresa pagou e portanto deve ser adiciona-
da ao valor das despesas pagas. Resumindo, caso a conta correspondente a despesas antecipadas
tenham seu saldo aumentado, significa que foi pago no período uma despesa a mais de exercícios
futuros, devendo ser adicionada no cálculo das despesas pagas no período.
Caso as despesas antecipadas tenham seu saldo diminuído , significa que não houve pagamento
total das despesas do período, devendo ser deduzida das despesas para encontrar o valor do pa-
gamento das despesas.
Suponhamos que uma empresa teve uma despesa de seguros de 130.000,00 no exercício de x6
e a conta Seguros a Vencer (seguros antecipados) variou de 30.000,0 em x5 para 70.00,00 em
x6. Para sabermos o valor das despesas pagas, devemos analisar que o valor de 30.000 já esta
incluído nos 130.000,0 mas a empresa nada desembolsará, pois já havia pago antecipadamente
em x5 já o valor de 70.000,00 não esta incluído nos 130.000,00 mas a empresa pagou. Portanto
devemos ao valor das despesas de 130.000,00 diminuirmos 30.000,00 e somar 70.000,00. As-
sim, o valor das despesas pagas será de 170.000,00, justamente o valor das despesas somadas
a variação positiva da conta seguros a vencer.

Pagamento de Despesas com Variação Simultânea de Conta a Pagar e


Despesas Antecipadas Correspondentes às Mesmas Despesas
Quando ocorrer essa variação, deve-se fazer como se fossem dois fatos isolados. Pega o valor das des-
pesas e adiciona-se a variação negativa de contas a pagar, subtraindo-se a variação positiva de contas
a pagar e, posteriormente, analisa as despesas antecipadas, adiconando a sua variação positiva e sub-
traindo a variação negativa. O motivo desses ajustes foram explicados nos itens anteriores.
Despesa de Seguros X2 = 200.000,00
Seguros a Pagar X1 = 50.000,00
Seguros a Pagar X2 = 80.000,00
Seguros a Vencer X1 = 30.000,00
Seguros a Vencer X2 = 40.000,00

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Para calcular o valor das despesas pagas em X2, devemos, ao valor das despesas de seguros,
subtrairmos a variação positiva dos seguros a pagar e adicionamos o valor da variação positiva
dos seguros antecipados. 200.000,00 – 30.000,00 + 10.000,00 = 180.000,00.
Resumindo, como a conta Seguros a Pagar aumentou, significa que se deixou de pagar se-
guros devendo ser deduzidos. Já quando a conta seguros, a vencer aumentar, significa que
foram pagas mais despesas, devendo ser somadas.

VALOR DAS DESPESAS PAGAS NO EXERCÍCIO

Quando for pedido o valor das despesas pagas no período que não deve ser confundido com as
despesas pagas do período, você deve:

1. tomar cuidado com as contas de despesas que não exigem pagamento. Ex.: depreciação,
amortização, PDD, Etc.
2. observar a variação das conta contas a pagar(utilizadas para contabilizar despesas não
pagas)
3. observar a variação das contas de despesas antecipadas.

Ex.: Despesas Totais X2 70.000,00


Despesa com PDD 10.000,00

Despesa com Depreciação 30.000,00

Contas a pagar X1 15.000,00


Contas a Pagar X2 25.000,00
Despesas Antecipadas X1 8.000,00
Despesas Antecipadas X2 15.000,00

Pede-se o valor das Despesas Pagas em X2:

Despesas Totais 70.000,00


(-) PDD (10.000,00)
(-) Depreciação (30.000,00)
(-) Δ(+) Contas a Pagar (10.000,00)
(+)Δ(+)Despesas Antecipadas 7.000,00

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Despesas pagas em X2 = 27.000,00


Pode também acontecer de a banca fornecer o valor das despesas provisionadas (entenda
despesas que não necessitam de pagamento), e, nesse caso, você só deverá ajustar as varia-
ções de contas a pagar e de despesas antecipadas. Cuidado, pois pode acontecer de ser for-
necido o valor das despesas provisionadas e o valor de uma outra despesa que não necessita
pagamento. Nesse caso, essa despesa que não necessita de pagamento já estará incluída no
valor das despesas provisionadas, não sendo necessário fazer esse ajuste.
Despesas Totais X2 300.000,00
Despesas Provisionadas 15%
Despesas de Depreciação 10.000,00

Contas a Pagar X1 80.000,00


Contas a Pagar X2 20.000,00
Despesas Antecipadas X1 40.000,00
Despesas Antecipadas X2 10.000,00

Pede-se o valor das Despesas Pagas em X2:


Você tem que estar atento ao fato de que o valor das despesas provisionadas já engloba o valor
da despesa com depreciação, portanto, só se faz o ajuste das despesas provisionadas.

Despesas Totais 300.000,00


(-) Despesas provisionadas (45.000,00)
(+) Δ(-) Contas a Pagar 60.000,00
(-)Δ(-)Despesas Antecipadas (30.000,00)

Despesas pagas em X2 = 285.000,00

Método Indireto
O método indireto consiste na demonstração dos recursos provenientes das atividades opera-
cionais a partir do lucro líquido, ajustado pelos itens que afetam o resultado (tais como depre-
ciação, amortização e exaustão), mas que não modificam o caixa da empresa.
Esse método, principalmente pela sua parte inicial (lucro líquido ajustado), assemelha-se à De-
monstração das Origens e Aplicações de Recursos. (DOAR) Parte do lucro líquido para, após os
ajustes necessários, chega ao valor das disponibilidades produzidas no período pelas opera-
ções registradas na DRE. A semelhança com a DOAR se estende apenas às contas do circulante.
Esse método é também conhecido como método de reconciliação.

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O método indireto é aquele segundo o qual o lucro líquido ou o prejuízo é ajustado pelos efei-
tos de transações que não envolvem caixa, pelos efeitos de quaisquer diferimentos ou apro-
priações por competência sobre recebimentos de caixa ou pagamentos em caixa operacionais
passados ou futuros, e pelos efeitos de itens de receita ou despesa associados com fluxos de
caixa das atividades de investimento ou de financiamento.
De acordo com o método indireto, o fluxo de caixa líquido advindo das atividades operacionais
é determinado ajustando o lucro líquido ou prejuízo quanto aos efeitos de:
a) variações ocorridas no período nos estoques e nas contas operacionais a receber e a pagar;
b) itens que não afetam o caixa, tais como depreciação, provisões, tributos diferidos, ganhos e
perdas cambiais não realizados e resultado de equivalência patrimonial quando aplicável; e
c) todos os outros itens tratados como fluxos de caixa advindos das atividades de investimen-
to e de financiamento.

Ajustes do resultado e apuração dos valores das atividades operacionais:

Sequencia da atividade operacional pelo método inidreto:

1. Registrar o lucro líquido da DRE.


2. Somar ou subtrair os lançamentos que afetam o lucro, mas que não têm efeito no caixa
ou cujo efeito se reconhece em outro lugar da DFC ou a longo prazo, como é o caso da de-
preciação, da amortização, dos ganhos e das perdas com MEP, das despesas e das receitas
financeiras de longo prazo, etc.
3. Somar ou subtrair os lançamentos que, apesar de afetarem o caixa, não pertencem às ativi-
dades operacionais, tais como ganho ou perda na venda de imobilizado ou outro ativo não
pertencente ao grupo circulante.
4. Somar as reduções nos saldos das contas do ativo circulante e realizável a longo prazo vin-
culadas às operações.
5. Subtrair os acréscimos nos saldos das contas do ativo circulante e realizável a longo prazo
vinculados às operações.
6. Somar os acréscimos nos saldos das contas do passivo circulante e exigível a longo prazo
vinculados às operações.
7. Subtrair as reduções nos saldos das contas do passivo circulante e exigível a longo prazo
vinculadas às operações.

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Questões

Em relação às demonstrações contábeis, jul- alterações ocorridas, durante o exercício, no


gue o item com base na Lei nº 6.404/1976 e saldo de caixa e equivalentes de caixa, restrin-
suas alterações. gindo-se a segregação dessas alterações aos
1. (Cespe – ABIN – 2010) fluxos de investimentos e de financiamentos.

Caso apresente patrimônio líquido, na data ( ) Certo ( ) Errado


do balanço, inferior a dois milhões de reais,
a companhia aberta não será obrigada à ela- De acordo com a legislação societária e os
boração e à publicação da demonstração dos pronunciamentos do Comitê de Pronuncia-
fluxos de caixa mentos Contábeis, julgue o item a seguir.
( ) Certo ( ) Errado 5. (Cespe – TCE – ES – 2012)
Na demonstração dos fluxos de caixa, os mo-
2. (Cespe – SEFAZ – ES – 2010) vimentos entre itens que constituem equi-
A DFC é uma demonstração de elaboração valentes de caixa são excluídos porque esses
facultativa somente para as sociedades por componentes são parte da gestão de caixa da
ações com capital aberto e que possuam pa- entidade, e não parte de suas atividades ope-
trimônio líquido, na data do balanço, inferior a racionais, de investimento e de financiamento.
R$ 2.000.000,00. ( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
Julgue o próximo item, a respeito da elabo-
ração, forma de apresentação e métodos de
Com respeito à análise das demonstrações evidenciação da DFC das companhias.
contábeis das empresas, julgue o item.

3. (Cespe – TCU – 2011) 6. (Cespe – SEFAZ – ES – 2010)

A demonstração financeira do fluxo de caixa As alterações ocorridas, durante o exercício,


elaborada pelo método indireto deve espe- no saldo de caixa ou equivalentes de caixa,
cificar os fluxos das operações nas seguintes devem ser segregadas em, no mínimo, três
classes: juros e impostos pagos, recebimen- fluxos: o das operações, o dos financiamen-
tos de clientes e pagamentos a empregados tos e o dos investimentos.
e fornecedores. ( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
7. (Cespe – SEFAZ-ES – 2010)
Acerca de fluxo de caixa, julgue o item É função da DFC elaborada pelo método di-
subsequente. reto mostrar aos usuários a conciliação en-
tre o valor do resultado do período (lucro
4. (Cespe – TCU – 2011) ou prejuízo) e o caixa das operações obtido
A demonstração dos fluxos de caixa, pre- no método indireto.
vista na Lei nº 6.404/1976, compreende as ( ) Certo ( ) Errado

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8. (Cespe – SEFAZ-ES – 2010) 11. (Cespe – CNJJ – 2013)
O recurso recebido na venda de um ativo Os recursos recebidos pela emissão de de-
imobilizado deve ser evidenciado nessa de- bêntures são classificados como oriundos
monstração por meio do fluxo das opera- da atividade operacional ao se elaborar o
ções. fluxo de caixa da empresa.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado

Acerca da demonstração do fluxo de caixa e Acerca da elaboração da demonstração do


de acordo com os atuais pronunciamentos fluxo de caixa, de acordo com a legislação
contábeis brasileiros, julgue o item a seguir. societária e os pronunciamentos do Comitê
de Pronunciamentos Contábeis (CPC),
9. (Cespe – APF – 2009) julgue os itens que se seguem.
Na demonstração dos fluxos de caixa, clas- 12. (Cespe – TJ-RR)
sificam-se no fluxo de financiamento, entre
outras operações, a colocação de debêntu- O resgate do principal de aplicações finan-
res, a distribuição de juros sobre o capital ceiras não classificadas como equivalentes
próprio e a integralização de capital em es- de caixa e os desembolsos de empréstimos
pécie. concedidos pela empresa constituem saí-
das de caixa classificadas nas atividades de
( ) Certo ( ) Errado investimento e evidenciadas na demonstra-
ção do fluxo de caixa.
Com base nos conceitos e aplicações da
contabilidade comercial e da análise econô- ( ) Certo ( ) Errado
mico-financeira, julgue o seguinte item.
13. (Cespe – TJ-RR)
10. (Cespe – ANATEL – 2009)
As vendas de ações emitidas e os emprésti-
Para as companhias abertas, além da apre- mos obtidos no mercado mediante emissão
sentação e publicação de demonstração das de debêntures ou outros instrumentos de
origens e aplicações de recursos, passou a dívida de curto ou longo prazo são exem-
ser obrigatória também a demonstração do plos de entradas de caixa classificados nas
fluxo de caixa, nesse caso, porém, apenas atividades de financiamento e evidenciados
quando o patrimônio líquido exceder R$ 2 na demonstração do fluxo de caixa.
milhões.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado

14. (Cespe – CNJ – 2013)


A respeito de demonstrações contábeis,
seus componentes, seus respectivos regis- Os recursos recebidos pela emissão de de-
tros e sua evidenciação, julgue o item sub- bêntures são classificados como oriundos
sequente. da atividade operacional ao se elaborar o
fluxo de caixa da empresa.
( ) Certo ( ) Errado

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15. (Cespe – TELEBRAS – 2013) Considerando as informações apresentadas


na tabela anterior, julgue os itens a seguir
A redução do saldo da conta fornecedores, acerca do funcionamento das contas patri-
do passivo circulante, decorrente do paga- moniais e de resultado.
mento de bens e serviços adquiridos a pra-
zo, trará reflexos no valor do caixa líquido
das atividades de financiamento. 19. O pagamento de salários no ano de 2007
corresponde a R$ 4.700,00.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado

16. O aumento do valor de contas a receber de


clientes no final do período em relação ao 20. No ano de 2007, o pagamento de fornece-
valor do início do período implica redução dores corresponde a R$ 3.600,00.
no fluxo de caixa operacional.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado

21. O recebimento de clientes no ano de 2007


17. As operações de pagamento de emprésti- corresponde a R$ 12.869,00.
mos e compra de imobilizados geram, res-
pectivamente, reduções nos fluxos de caixa ( ) Certo ( ) Errado
de investimento e de financiamento.
( ) Certo ( ) Errado
22. O pagamento de aluguel no ano de 2007
corresponde a R$ 4.250,00.
18. Na elaboração do fluxo de caixa operacional
pelo método indireto, o valor das deprecia- ( ) Certo ( ) Errado
ções e amortizações do período é acrescen-
tado ao saldo do lucro líquido.
23. No ano 2007 a empresa efetuou compras
( ) Certo ( ) Errado no valor de R$ 3.360,00.
( ) Certo ( ) Errado

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26. (Cespe – PREVI – 2008)
O valor de aluguel pago no período
corresponde a R$ 2.380,00.
( ) Certo ( ) Errado

27. (Cespe – PREVI – 2008)


O valor correspondente a compras de mer-
cadorias para revenda é de R$ 5.429,00.
( ) Certo ( ) Errado

28. (Cespe – PREVI – 2008)


O pagamento de fornecedores em 2007
corresponde a R$ 1.532,00.
( ) Certo ( ) Errado

29. (Cespe – PREVI – 2008)


Considerando as informações na tabela aci- O recebimento de clientes no período cor-
ma, relativas à movimentação econômica responde a R$ 20.600,00.
de uma empresa, julgue os itens que se se-
( ) Certo ( ) Errado
guem.

24. (Cespe – PREVI – 2008) 30. (Cespe – PREVI – 2008)


O valor pago para funcionários em 2007 O resultado líquido apurado após a elabora-
corresponde a R$ 5.060,00. ção da demonstração do resultado do exer-
cício (DRE) é de R$ 1.394,00
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
25. (Cespe – PREVI – 2008)
O valor de seguros pagos no período
corresponde a R$ 280,00.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. Certo 2. Errado 3. Errado 4. Errado 5. Certo 6. Certo 7. Errado 8. Errado 9. Certo 10. Errado
11. Errado 12. Errado 13. Certo 14. Errado 15. Errado 16. Certo 17. Errado 18. Certo 19. Errado 20. Errado
21. Certo 22. Certo 23. Errado 24. Certo 25. Certo 26. Certo 27. Errado 28. Certo 29. Certo 30. Certo

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DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA)

A DVA é de publicação obrigatória para as sociedades de capital aberto por força da Lei nº
11.638/2007, aplicando-se aos exercícios encerrados a partir de dezembro de 2008. A Delibera-
ção CVM nº 557/2008 aprovou o Pronunciamento Técnico CPC 09, que trata da Demonstração
do Valor Adicionado. (DVA).
A riqueza gerada pela empresa, medida no conceito de valor adicionado, é calculada a partir
da diferença entre o valor de sua produção e o dos bens produzidos por terceiros utilizados no
processo de produção da empresa.
A atual e a potencial aplicação do valor adicionado mostram o aspecto econômico e social que
o seu conceito envolve: (a) como índice de avaliação do desempenho na geração da riqueza,
ao medir a eficiência da empresa na utilização dos fatores de produção, comparando o valor
das saídas com o valor das entradas, e (b) como índice de avaliação do desempenho social à
medida que demonstra, na distribuição da riqueza gerada, a participação dos empregados, do
governo, dos agentes financiadores e dos acionistas.
O valor adicionado demonstra, ainda, a efetiva contribuição da empresa, dentro de uma visão
global de desempenho, para a geração de riqueza da economia na qual está inserida, sendo
resultado do esforço conjugado de todos os seus fatores de produção.
O valor adicionado constitui-se da receita de venda deduzida dos custos dos recursos adquiri-
dos de terceiros. É, portanto, o quanto a entidade contribuiu para a formação do Produto Inter-
no Bruto (PIB) do país.
A DVA, que também pode integrar o Balanço Social, constitui, desse modo, uma importante
fonte de informações à medida que apresenta esse conjunto de elementos que permitem a
análise do desempenho econômico da empresa, evidenciando a geração de riqueza, assim
como dos efeitos sociais produzidos pela distribuição dessa riqueza.
A DVA é elaborada a partir dos dados contidos na DRE. Nessa demonstração, é destacado valor
adicionado pela empresa e a distribuição deste valor, indicando a contribuição da empresa para
a formação do lucro e para outros itens tais como impostos, taxas e contribuições, pessoal e
encargos, juros e alugueis, juros sobre capital próprio e dividendos.
Na DRE são computados como Custo dos Produtos Vendidos todos os gastos referente à produ-
ção dos bens vendidos. Inclui-se, portanto neste montante mão de obra, matéria-prima e gas-
tos gerais de fabricação. Na DVA, esses custos deverão estar perfeitamente discriminados, uma
vez que, parte deles são considerados como insumos adquiridos de terceiros. A depreciação
deverá ser perfeitamente identificada. Os gastos com pessoal e os encargos são considerados
como distribuição do valor adicionado.
Apresentamos um modelo simplificado de DVA com instruções para o seu preenchimento.

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MODELO DO DEMONSTRATIVO
Modelo I – Demonstração do Valor Adicionado – EMPRESAS EM GERAL

Em milhares de reais Em milhares de reais


DESCRIÇÃO
20X1 20X0
1. RECEITAS
1.1. Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2. Outras receitas
1.3. Receitas relativas à construção de ativos
próprios
1.4. Provisão para créditos de liquidação duvido-
sa – Reversão / (Constituição)
2. INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS
(inclui os valores dos impostos – ICMS, IPI, PIS e
Cofins)
2.1. Custos dos produtos, das mercadorias e dos
serviços vendidos
2.2. Materiais, energia, serviços de terceiros e
outros
2.3. Perda / Recuperação de valores ativos
2.4. Outras (especificar)
3. VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
4. DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
5. VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO
PELA ENTIDADE (3-4)
6. VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFE-
RÊNCIA
6.1. Resultado de equivalência patrimonial
6.2. Receitas financeiras
6.3. Outras
7. VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR
(5+6)
8. DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)
8.1. Pessoal
8.1.1. Remuneração direta
8.1.2. Benefícios
8.1.3. FGTS

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8.2. Impostos, taxas e contribuições


8.2.1. Federais
8.2.2. Estaduais
8.2.3. Municipais
8.3. Remuneração de capitais de terceiros
8.3.1. Juros
8.3.2. Aluguéis
8.3.3. Outras
8.4. Remuneração de capitais próprios
8.4.1. Juros sobre o capital próprio
8.4.2. Dividendos
8.4.3. Lucros retidos / Prejuízo do exercício
8.4.4. Participação dos não controladores nos lu-
cros retidos (só para consolidação)

A DVA, em sua primeira parte, deve apresentar, de forma detalhada, a riqueza criada pela enti-
dade. Os principais componentes da riqueza criada estão apresentados a seguir nos seguintes
itens:

Receitas
Venda de mercadorias, produtos e serviços – inclui os valores dos tributos incidentes sobre
essas receitas (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e Cofins), ou seja, corresponde ao ingresso bruto ou
faturamento bruto, mesmo quando na demonstração do resultado tais tributos estiverem fora
do cômputo dessas receitas.
Outras receitas – da mesma forma que o item anterior, inclui os tributos incidentes sobre essas
receitas.
Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Constituição/Reversão – inclui os valores relati-
vos à constituição e reversão dessa provisão.

Insumos adquiridos de terceiros


Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos – inclui os valores das matérias-
primas adquiridas junto a terceiros e contidas no custo do produto vendido, das mercadorias e
dos serviços vendidos adquiridos de terceiros; não inclui gastos com pessoal próprio.
Materiais, energia, serviços de terceiros e outros – inclui valores relativos às despesas originadas
da utilização desses bens, utilidades e serviços adquiridos junto a terceiros.

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Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, serviços, energia,
etc. consumidos, devem ser considerados os tributos incluídos no momento das compras
(por exemplo, ICMS, IPI, PIS e Cofins), recuperáveis ou não. Esse procedimento é diferente das
práticas utilizadas na demonstração do resultado.
Perda e recuperação de valores ativos – inclui valores relativos a ajustes por avaliação a valor de
mercado de estoques, imobilizados, investimentos, etc. Também devem ser incluídos os valores
reconhecidos no resultado do período, tanto na constituição quanto na reversão de provisão
para perdas por desvalorização de ativos, conforme aplicação da NBC T 19.10 – Redução ao
Valor Recuperável de Ativos (se, no período, o valor líquido for positivo, deve ser somado).
Depreciação, amortização e exaustão – inclui a despesa ou o custo contabilizado no período.

Valor adicionado recebido em transferência


Resultado de equivalência patrimonial – o resultado da equivalência pode representar receita
ou despesa; se despesa, deve ser considerado como redução ou valor negativo.
Receitas financeiras – inclui todas as receitas financeiras, inclusive as variações cambiais ativas,
independentemente de sua origem.
Outras receitas – inclui os dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo, aluguéis,
direitos de franquia, etc.

Distribuição da riqueza
A segunda parte da DVA deve apresentar, de forma detalhada, como a riqueza obtida pela
entidade foi distribuída. Os principais componentes dessa distribuição estão apresentados a
seguir:

Pessoal – valores apropriados ao custo e ao resultado do exercício na forma de:

•• Remuneração direta – representada pelos valores relativos a salários, 13º salário, hono-
rários da administração (inclusive os pagamentos baseados em ações), férias, comissões,
horas extras, participação de empregados nos resultados, etc.
•• Benefícios – representados pelos valores relativos a assistência médica, alimentação,
transporte, planos de aposentadoria, etc.
•• FGTS – representado pelos valores depositados em conta vinculada dos empregados.

Impostos, taxas e contribuições – valores relativos ao imposto de renda, contribuição social


sobre o lucro, contribuições ao INSS (incluídos aqui os valores do Seguro de Acidentes do
Trabalho) que sejam ônus do empregador, bem como os demais impostos e contribuições a
que a empresa esteja sujeita. Para os impostos compensáveis, tais como ICMS, IPI, PIS e Cofins,
devem ser considerados apenas os valores devidos ou já recolhidos, e representam a diferença
entre os impostos e contribuições incidentes sobre as receitas e os respectivos valores
incidentes sobre os itens considerados como “insumos adquiridos de terceiros”.

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•• Federais – inclui os tributos devidos à União, inclusive aqueles que são repassados no todo
ou em parte aos Estados, Municípios, Autarquias, etc., tais como: IRPJ, CSSL, IPI, Cide, PIS,
Cofins. Inclui também a contribuição sindical patronal.
•• Estaduais – inclui os tributos devidos aos Estados, inclusive aqueles que são repassados no
todo ou em parte aos Municípios, às Autarquias, etc., tais como o ICMS e o IPVA.
•• Municipais – inclui os tributos devidos aos Municípios, inclusive aqueles que são repassa-
dos no todo ou em parte às Autarquias, ou quaisquer outras entidades, tais como o ISS e o
IPTU.

Remuneração de capitais de terceiros – valores pagos ou creditados aos financiadores externos


de capital.

•• Juros – inclui as despesas financeiras, inclusive as variações cambiais passivas, relativas a


quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras, empre-
sas do grupo ou outras formas de obtenção de recursos. Inclui os valores que tenham sido
capitalizados no período.
•• Aluguéis – inclui os aluguéis (inclusive as despesas com arrendamento operacional) pagos
ou creditados a terceiros, inclusive os acrescidos aos ativos.
•• Outras – inclui outras remunerações que configurem transferência de riqueza a terceiros,
mesmo que originadas em capital intelectual, tais como royalties, franquia, direitos auto-
rais, etc.

Remuneração de capitais próprios – valores relativos à remuneração atribuída aos sócios e


acionistas.

•• Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos – inclui os valores pagos ou creditados aos
sócios e aos acionistas por conta do resultado do período, ressalvando-se os valores dos
JCP transferidos para conta de reserva de lucros. Devem ser incluídos apenas os valores
distribuídos com base no resultado do próprio exercício, desconsiderando-se os dividendos
distribuídos com base em lucros acumulados de exercícios anteriores, uma vez que já foram
tratados como “lucros retidos” no exercício em que foram gerados.
•• Lucros retidos e prejuízos do exercício – inclui os valores relativos ao lucro do exercício
destinados às reservas, inclusive os JCP quando tiverem esse tratamento. Nos casos de
prejuízo, esse valor deve ser incluído com sinal negativo.
•• As quantias destinadas aos sócios e aos acionistas na forma de JCP, independentemente
de serem registradas como passivo (JCP a pagar) ou como reserva de lucros, devem ter o
mesmo tratamento dado aos dividendos no que diz respeito ao exercício a que devem ser
imputados.
Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, serviços, energia,
etc. consumidos, deverão ser considerados os impostos (ICMS e IPI) incluídos no momento
das compras, recuperáveis ou não.
Pelo fato de Contabilidade montar a DVA a partir da DRE é que passa a existir uma diferença
entre o conceito de valor adicionado puro da economia e o conceito contábil. Na ciência
econômica, o conceito de valor adicionado é em função da produção e não da venda.

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A Demonstração Contábil do Valor Adicionado na forma como está sendo utilizada no Brasil não
oferece condições concretas para que se faça uma análise sobre a contribuição de cada entidade
para a formação do PIB. Assim sendo, mesmo que a entidade publique essa demonstração, não
poderá correlacionar com o PIB do país no ano pelo fato do modelo atual da contabilidade
apresentar a DVA partindo da DRE, que evidencia apenas a produção vendida. Portanto, se a
empresa produzir e não vender, não apurará valor adicionado, mas economicamente o valor
adicionado surgirá, pois ocorreu uma produção.
No item, sempre que utilizadas, as siglas subsequentes devem ser interpretadas com a
significação associada a cada uma delas: CFC = Conselho Federal de Contabilidade; CMV = custo
das mercadorias vendidas; DFC = Demonstração dos Fluxos de Caixa; DMPL = Demonstração
das Mutações do Patrimônio Líquido; DVA = Demonstração do Valor Agregado; UEPS = último
que entra, primeiro que sai.

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Questões

Em 2007, a Lei nº 11.638 alterou a Lei nº Acerca da demonstração do valor adiciona-


6.404/1976, tornando obrigatória a elabo- do (DVA), julgue o item a seguir de acordo
ração da DVA. A respeito dessa alteração le- com os atuais pronunciamentos contábeis
gal, julgue o item. brasileiros.

1. (Cespe – SEFAZ-ES – 2010) 4. (Cespe – ABIN – 2010)


A elaboração da DVA é obrigatória para to- A elaboração da DVA está fundamentada
das as companhias, sejam elas de capital nos princípios fundamentais de contabi-
aberto ou de capital fechado. lidade, proporcionando aos usuários das
( ) Certo ( ) Errado demonstrações contábeis informações rela-
tivas à parcela de contribuição que a enti-
dade tem na formação do produto interno
Em 2007, a Lei nº 11.638 alterou a Lei nº bruto.
6.404/1976, tornando obrigatória a elabo-
ração da DVA. A respeito dessa alteração le- ( ) Certo ( ) Errado
gal, julgue o item.
Em 2007, a Lei nº 11.638 alterou a Lei nº
2. (Cespe – SEFAZ-ES – 2010) 6.404/1976, tornando obrigatória a elabo-
A DVA tem a função de evidenciar aos usuários ração da DVA. A respeito dessa alteração le-
das informações contábeis o valor da riqueza gal, julgue o item.
gerada pela companhia, a sua distribuição en-
tre os elementos que contribuíram para a ge- 5. (Cespe – SEFAZ-ES – 2010)
ração dessa riqueza, tais como empregados, fi- De modo subsidiário, a DVA pode ser utiliza-
nanciadores, acionistas, governo e outros, bem da pelas companhias para apuração mensal
como a parcela da riqueza não distribuída. do valor do imposto de renda devido.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado

Em relação a demonstrações contábeis, Julgue o item subsecutivo, acerca de de-


seus grupos componentes e avaliação de in- monstrações contábeis.
vestimentos, julgue o próximo item.
6. (Cespe – MTE – 2013)
3. (Cespe – BACEN – 2013)
A demonstração do valor adicionado per-
A demonstração do valor adicionado permi- mite analisar o desempenho econômico da
te evidenciar a riqueza criada pela empresa empresa e não considera, em sua apuração,
e a sua distribuição à sociedade e ao Estado, as despesas com depreciação, amortização
excluído o valor adicionado produzido por ou exaustão.
terceiros e transferido à entidade.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado

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Acerca da demonstração do valor adiciona- Com relação à demonstração do valor
do (DVA), julgue o item a seguir de acordo adicionado (DVA), julgue o item subsecutivo.
com os atuais pronunciamentos contábeis
brasileiros. 10. (Cespe – TCE-RO-2013)

7. (Cespe – ABIN – 2010) Despesas de juros, inclusive as variações


cambiais passivas, são consideradas distri-
O detalhamento da remuneração de capi- buição de riqueza, sendo classificadas na
tais de terceiros, um dos componentes da DVA como remuneração de capitais de ter-
distribuição da riqueza apresentada na DVA, ceiros.
evidencia os juros, inclusive os valores que
tenham sido capitalizados no período; os ( ) Certo ( ) Errado
aluguéis, inclusive as despesas com arren-
damento operacional pagos ou creditados a Com relação à demonstração do valor adi-
terceiros; e outras remunerações, tais como cionado (DVA), julgue o item subsecutivo.
royalties, franquia e direitos autorais, ainda
que originadas de capital intelectual. 11. (Cespe – TCE-RO – 2013)
( ) Certo ( ) Errado Os resultados da equivalência patrimonial,
as receitas financeiras e as receitas de alu-
A respeito de demonstrações contábeis, guéis são itens que compõem o valor adi-
seus componentes, seus respectivos regis- cionado líquido produzido pela entidade.
tros e sua evidenciação, julgue o item sub- ( ) Certo ( ) Errado
sequente.

8. (Cespe – CNJ – 2013) Com as mudanças na legislação societária,


a estrutura de algumas demonstrações con-
Assim como na demonstração do resultado tábeis modificou-se; foram incluídos, por
do exercício, o valor dos impostos recuperá- exemplo, demonstrativos financeiros que
veis é retirado dos custos dos produtos ven- não estavam previstos como obrigatórios
didos para a elaboração da demonstração anteriormente. Acerca desse assunto, jul-
do valor agregado (DVA). gue o item subsequente.
( ) Certo ( ) Errado
12. (Cespe – MPU – 2010)
A contabilização de perda de valores ativos,
9. (Cespe – ABIN – 2010) para fins de nelaboração da DVA, propor-
ciona redução do valor adicionado recebido
Apesar de ser elaborada a partir da de- em transferência.
monstração do resultado do exercício, DVA
tem uma interface com a demonstração dos ( ) Certo ( ) Errado
lucros ou prejuízos acumulados (DLPA), na
medida em que ambos os demonstrativos Com relação à elaboração de demonstra-
dizem respeito à distribuição do resultado ções contábeis, balanço patrimonial, de-
do período. monstração do resultado do exercício e de-
monstração do valor adicionado, julgue o
( ) Certo ( ) Errado item a seguir.
Considerando a legislação vigente e os pro-
nunciamentos do Comitê de Pronunciamen-

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tos Contábeis, julgue o item que se segue, De acordo com as normas emitidas pelo Co-
relativo aos procedimentos utilizados para mitê de Pronunciamentos Contábeis, julgue
a elaboração das demonstrações contábeis. o item a seguir, relativo às demonstrações
contábeis.
13. (Cespe – MTE – 2014)
16. (Cespe – MPU – 2015)
A demonstração do valor adicionado apre-
senta a posição estática da empresa, integra As receitas de venda de mercadorias, pro-
o balanço social e visa demonstrar a riqueza dutos e serviços de uma indústria devem in-
gerada pela entidade e a sua distribuição no cluir, na demonstração do valor adicionado,
encerramento de determinado período. os valores dos tributos incidentes sobre as
referidas receitas.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
Com relação à avaliação de itens patrimo-
niais e ao levantamento das demonstrações Com relação à divulgação e análise das de-
de resultado previstas na legislação societá- monstrações contábeis, julgue o próximo
ria, julgue o item seguinte. item.

14. (Cespe – TRT17 – 2013) Acerca do balanço patrimonial (BP), da de-


monstração do resultado do exercício (DRE)
Se uma empresa apurou, em determinado e da demonstração do valor adicionado
período, faturamento bruto total de R$ 300 (DVA), julgue os próximos itens.
mil, tendo gasto R$ 30 mil com IPI e R$ 50
mil com ICMS, reconhecerá, em sua DVA, na 17. (Cespe – CPRM – 2013)
linha venda de mercadorias, produtos e ser-
viços o valor de R$ 250.000. Na demonstração do valor adicionado, a re-
ceita de vendas de mercadorias, produtos e
( ) Certo ( ) Errado serviços deve incluir os valores de impostos
incidentes sobre as transações.
Julgue o seguinte item, relativo às demons- ( ) Certo ( ) Errado
trações contábeis previstas na Lei das Socie-
dades por Ações e nos pronunciamentos do
CPC. Acerca da demonstração do valor adiciona-
do (DVA), julgue os itens a seguir de acordo
15. (Cespe – ANTT – 2013) com os atuais pronunciamentos contábeis
brasileiros.
Para fins de levantamento da demonstração
de valor adicionado, o valor do FGTS deverá 18. (Cespe – CNJ – 2013)
integrar o valor distribuído aos empregados
(pessoal), mas o valor da cota patronal do Assim como na demonstração do resultado
INSS deverá integrar o montante de impos- do exercício, o valor dos impostos recuperá-
tos, taxas e contribuições. veis é retirado dos custos dos produtos ven-
didos para a elaboração da demonstração
( ) Certo ( ) Errado do valor agregado (DVA).
( ) Certo ( ) Errado

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19. (Cespe – AFT – 2013) 21. (Cespe – TELEBRÁS – 2013)
A demonstração do valor adicionado per- O valor da remuneração de capitais de ter-
mite analisar o desempenho econômico da ceiros foi R$ 500.000,00.
empresa e não considera, em sua apuração,
as despesas com depreciação, amortização ( ) Certo ( ) Errado
ou exaustão
( ) Certo ( ) Errado 22. (Cespe – TELEBRÁS – 2013)
O valor adicionado bruto foi superior a R$
2.300.000,00.
( ) Certo ( ) Errado

23. (Cespe – TELEBRÁS – 2013)


O valor adicionado recebido em transferên-
cia foi inferior a R$ 30.000,00.
( ) Certo ( ) Errado

Os dados apresentados acima (em milhares


de reais) se referem ao exercício social da
companhia ABC, encerrado em 31/12/2012.
Com base nesses dados, julgue os itens sub-
sequentes.

20. (Cespe – TELEBRÁS – 2013)


O valor adicionado total a distribuir foi infe-
rior a R$ 2.200.000,00.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. Certo 2. Certo 3. Errado 4. Errado 5. Errado 6. Errado 7. Certo 8. Errado 9. Certo 10. Certo
11. Errado 12. Errado 13. Errado 14. Errado 15. Certo 16. Certo 17. Certo 18. Errado 19. Errado 20. Errado
21. Errado 22. Certo 23. Errado

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CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE ATIVOS E PASSIVOS

Critérios de Avaliação do Ativo e Passivo Arts. 183 e 184, Lei nº 6.404/76.


Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:
I – as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de
créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo:
a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis
para venda;e
b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais
ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das
demais aplicações e os direitos e títulos de crédito;
II – os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia,
assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de
aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este
for inferior;
III – os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o
disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas
prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente,
e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou
quotas bonificadas;
IV – os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para atender às
perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de
mercado, quando este for inferior;
V – os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da
respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão;
VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo
da respectiva conta de amortização;
VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor
presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante.
§ 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo:
a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos,
mediante compra no mercado;
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda no
mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de
lucro;
c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros.
d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo, decorrente
de transação não compulsória realizada entre partes independentes; e, na ausência de um
mercado ativo para um determinado instrumento financeiro:

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1. o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento
financeiro de natureza, prazo e risco similares;
2. o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de nature-
za, prazo e risco similares; ou
3. o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de instrumentos
financeiros.
§ 2º A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada
periodicamente nas contas de:
a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens
físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência;
b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de
direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício
de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente
limitado;
c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos
cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.
§ 3º A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores
registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam:
I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os
empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão
produzir resultados suficientes para recuperação desse valor; ou
II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica
estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização.
§ 4º Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor
de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil.

Critérios de Avaliação do Passivo


Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios:
I – as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda
a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data
do balanço;
II – as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas
em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço;
III – as obrigações, encargos e riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados ao
seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante

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INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS
Artigo nº 183 da Lei nº 6.404/76:
I – as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de
créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo:
a) pelo valor JUSTO, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis
para venda; e
b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições le-
gais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso
das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito;
É a permissão para avaliação dos instrumentos financeiros pelo seu valor de mercado. Na alínea
d do § 1º do art. 183, são descritas as formas para avaliação a preço de mercado. Entendemos
que, desde a primeira aquisição, esses instrumentos deverão ser avaliados ao valor de mercado.
Os instrumentos antigos deverão ter seu valor de aquisição reajustado a valor de mercado. Esses
reajustes, que podem ser positivos ou negativos, deverão ser feitos em contrapartida à conta de
Ajustes de Avaliação Patrimonial, criada pela Lei e classificado no patrimônio líquido (ou seja,
os referidos ajustes não transitarão pelas contas de resultado). O mesmo procedimento deve ser
adotado em relação a variações futuras que possam ocorrer no preço de mercado desses ativos.

Exemplo:
Valor do instrumento DISPONÍVEL PARA VENDA.............R$ 100.000,00
Valor JUSTO .....................................................................R$ 105.000,00
Ajuste de avaliação do valor patrimonial (credor) ...........R$ 5.000,00

D Instrumentos financeiros (AC ou ARLP)


C Ajuste de avaliação do valor patrimonial (PL) R$ 5.000,00

Esses ajustes não transitam pela conta de resultado porque o efeito nessa conta somente
será reconhecido na ocasião da alienação efetiva do instrumento financeiro. CASO ELES FOS-
SEM DESTINADOS À NEGOCIAÇAO, A CONTRA PARTIDA SERIA NO RESULTADO.

Natureza Permanente: Se uma entidade participa do capital de outra entidade com a intenção de
manter seu investimento, tal aplicação de capital será tratada como investimento permanente.

Principais Tipos
Participações permanentes em outras empresas
Incentivos fiscais
Imóveis não destinados a uso pela empresa;
•• Obras de arte.

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Classificação Contábil
•• Ativo Permanente, no subgrupo Investimentos

Método de Avaliação
•• Método de Custo
•• Equivalência patrimonial

→ Método de Custo

Pelo Método de Custo, as ações ou quotas de capital são adquiridas pelo seu valor histórico, ou
seja, por quanto a investidora pagou para adquiri-las. No momento do encerramento do exer-
cício, se houver necessidade, a empresa deverá constituir a provisão para possíveis perdas na
realização do investimento para atender ao princípio contábil, custo como base de valor. Nesse
método, a investidora não registrará em sua contabilidade o resultado.
(lucro ou prejuízo) apurado na investida.
Para que seja aplicado o Método de Custo, os investimentos em outras sociedades não pode-
rão ser:

•• relevantes;
•• desprovidos a de influência administrativa;
•• ter percentual de participação não atinja a 20% do capital social da coligada.

Contabilização

Na data da aquisição.

A empresa ABC S.A. adquiriu em 31/07/19X0 lote de 1.000 ações da Empresa Bons Lucros S.A.
por R$ 1.000,00. O investimento é de caráter permanente.

D – Ativo Permanente..........................................................................R$ 1.000,00


Investimentos em Outras Sociedades
C – Bancos............................................................................................R$ 1.000,00

A Empresa Bons Lucros obteve lucro em 31/12/X1 e, tendo distribuído R$ 700,00 de dividendos
para seus acionistas. A empresa ABC S.A. possui 6% das ações.

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Lançamento dos Dividendos


D – Ativo Circulante
Dividendos a receber............................................................R$ 42,00
C – Outra Receitas Operacionais...........................................R$ 42,00
( R$ 700,00 x 6% = R$ 42,00 )

Observe que o resultado com ganho de investimento pelo método do custo, não transitou pela
conta de Investimentos no Ativo não circulante.
Lançamento do recebimento.

D – Caixa..................................................................................R$ 42,00
C – Dividendos a receber..........................................................R$ 42,00

→ Método de Equivalência Patrimonial

Instituído pelo artigo 248 da Lei nº 6.404, tem por objetivo avaliar os investimentos registrados
no Ativo Permanente da investidora, de acordo com o aumento ou diminuição do patrimônio
liquido da investida em uma determinada data.
Serão avaliados pelo MEP quando, no balanço Patrimonial da companhia, os investimentos em
coligadas ou em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou
estejam sob controle comum.

→ Sociedades Coligadas

São coligadas as sociedades nas quais a investidora tem influência significativa. É presumida
influência significativa quando a investidora for titular de 20% ou mais do capital votante da
investida, sem controlá-la.

→ Sociedades Controlada e Controladora.

Serão controladas quando houver uma participação maior que 50% + 1 ação no capital votante
(poder de eleger a maioria dos administradores).
Contabilização.
Na data da aquisição
A empresa ABC S.A. adquiriu em 31/07/19X0 50% das ações da Empresa Bons Lucros S.A. por
R$ 1.000,00. O investimento é de caráter permanente.

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D – Ativo não circulante – Investimentos.....................................R$ 1.000,00
Investimentos em Outras Sociedades
C – Bancos..................................................................................R$ 1.000,00

A Empresa Bons Lucros obteve lucro em 31/12/X1 no valor de R$ 700,00, totalizando o


patrimônio líquido de R$ 2.700,00.

Pela avaliação pelo método da equivalência patrimonial, a investidora deverá registrar o ganho
numa conta de receita operacional.

Registro do Ganho com Equivalência

D – A Ativo não circulante – Investimentos Investimentos..................................R$ 350,00


C – Receita Operacional.......................................................................................R$ 350,00
(R$ 700,00 x 50% = R$ 350,00 )

Caso a sociedade investida propusesse o pagamento dos dividendos, o registro seria:

D – Ativo Circulante
Dividendos a receber....................................................................R$ 350,00
C – Ativo não circulante – Investimentos
Investimentos.................................................................................R$ 350,00

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Questões

Ao final de um exercício financeiro, o qual exige que eventuais lucros gerados


cabe ao contabilista tomar uma série de pela investida sejam reconhecidos no patri-
providências para demonstrar corretamente mônio da investidora, independentemente
a situação patrimonial da entidade com a de ter havido a distribuição desses lucros
qual trabalha. Acerca dessa matéria, julgue sob a forma de dividendos.
o item que se segue.
( ) Certo ( ) Errado
1. (Cespe – TRE-RJ – 2012)
Os investimentos em coligadas sobre cuja 5. (TCM-PA – 2010)
administração determinada empresa tenha Uma empresa adquiriu em 31/10/X9 um ativo
influência significativa somente devem ser financeiro no valor de 5.000,00, classificado
obrigatoriamente avaliados pelo método da na data de aquisição em “mantido até o venci-
equivalência patrimonial quando a empresa mento”. Este título remunera à taxa de 1% ao
controladora participar com pelo menos mês e o seu valor justo, um mês após a sua
20% do capital votante da controlada. aquisição, era de R$ 5.080,00. De acordo com
( ) Certo ( ) Errado estas informações, em 30/11/X9, a empresa
deveria registrar

2. (Cespe – FUNPRESPE – 2016) a) na Demonstração de Resultado, receita


financeira de R$ 80,00.
Os investimentos avaliados pelo método de b) no Patrimônio Líquido, ajuste de avalia-
equivalência patrimonial devem figurar no ção patrimonial de R$ 30,00.
ativo circulante do balanço patrimonial, em c) na Demonstração de Resultado, receita
razão da alta liquidez que possuem. financeira de R$ 50,00 e no Patrimônio
Líquido, ajuste de avaliação patrimonial
( ) Certo ( ) Errado de R$ 30,00 (saldo credor).
d) na Demonstração de Resultado, receita
3. (Cespe – DPU – CONTADOR – 2016) financeira de R$ 80,00 e no Patrimônio
Líquido, ajuste de avaliação patrimonial
Um instrumento financeiro classificado como de R$ 30,00 (saldo devedor).
ativo no balanço patrimonial pode ser correta- e) na Demonstração de Resultado, receita
mente categorizado como: mantido para nego- financeira de R$ 50,00.
ciação; mantido até o vencimento; emprésti-
mos/contas a receber; e disponível para venda.
( ) Certo ( ) Errado

4. (Cespe – TCE-RO – 2013)


Um investimento que garanta à sociedade
investidora uma influência significativa so-
bre a sociedade investida deve ser avaliado
pelo método da equivalência patrimonial,

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6. (Cespe – TJ-AC – 2012)
Uma sociedade empresária mantém inves-
timentos em uma coligada avaliados pelo
método da equivalência patrimonial. A coli-
gada apurou lucro no final do período. Nes-
sa situação, no mesmo período, a sociedade
empresária investidora deverá fazer um lan-
çamento a débito de investimentos em co-
ligadas (ativo não circulante) e a crédito de
equivalência patrimonial (resultado).
( ) Certo ( ) Errado

7. (Cespe – 2011)
A legislação vigente determina que sejam
coligadas as sociedades nas quais a inves-
tidora tenha influência significativa, isto é,
quando a investidora detém ou exerce o po-
der de participar nas decisões das políticas
financeiras ou operacionais da investida,
sem, contudo, controlá-la. Essa influência
significativa também é presumida quando a
companhia investidora, nas mesmas condi-
ções anteriores, possuir 10% do capital vo-
tante da investida.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. Errado 2. Errado 3. Errado 4. Certo 5. E 6. Certo 7. Errado

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ÚLTIMA PROVA DO CONCURSO DE 65. (Cespe – BACEN – 2013)


TÉCNICO DO BACEN Em função dos registros contábeis efetua-
dos no encerramento do exercício, as contas
A respeito de teoria contábil, livros e regis- de despesas não operacionais e os custos
tros dos fatos contábeis e método das parti- de mercadorias vendidas iniciam o exercício
das dobradas, julgue os itens a seguir. financeiro com saldos devedores iguais aos
saldos credores.
61. (Cespe – BACEN – 2013) ( ) Certo ( )Errado
Computando-se os aumentos e as
diminuições de saldos das contas de na-
tureza devedora que tenham sofrido
movimentações durante o exercício social,
tem-se a variação do ativo no período.
( ) Certo ( )Errado

62. (Cespe – BACEN – 2013)


O lançamento contábil de compra das
próprias ações de uma sociedade anônima,
com redução do capital social, confere um
débito na conta representativa do capital
social, sem alteração do valor nominal das
ações remanescentes.
( ) Certo ( )Errado

63. (Cespe – BACEN – 2013)


Considerando as contas e os saldos da ta-
Com relação aos objetivos apropriados
bela acima, que representam o balancete
para a contabilidade quanto à utilidade da
de uma empresa em 31/12/X12, antes da
informação contábil, existem divergências
destinação do resultado do exercício, julgue
de percepções entre administradores e
os itens que se seguem.
auditores.
( ) Certo ( )Errado
66. (Cespe – BACEN – 2013)
A empresa em questão é contribuinte do ISS
64. (Cespe – BACEN – 2013)
ou do ICMS.
O livro de apuração do lucro real é um livro
( ) Certo ( ) Errado
contábil auxiliar, no qual os fatos contábeis
são registrados por tipo de conta.
( ) Certo ( )Errado

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67. (Cespe – BACEN – 2013) 72. (Cespe – BACEN – 2013)
De acordo com os critérios de avaliação do Do total do capital subscrito na constituição
ativo e do passivo, é correto afirmar que de uma sociedade, pelo menos 5% devem
o patrimônio líquido é superior ao ativo ser integralizados em dinheiro; e o restan-
circulante. te, em bens que possam ser avaliados em
dinheiro.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
68. (Cespe – BACEN – 2013)
73. (Cespe – BACEN – 2013)
A reserva legal não deverá ser constituída
no exercício de X12. No balanço patrimonial de uma empresa
constituída no exercício de 2012, as aplica-
( ) Certo ( ) Errado ções de recursos em gastos pré-operacio-
nais são classificadas no ativo não circulan-
69. (Cespe – BACEN – 2013) te.

No balancete, a quantidade de contas patri- ( ) Certo ( ) Errado


moniais é maior que a de contas de resulta-
do. 74. (Cespe – BACEN – 2013)
( ) Certo ( ) Errado No balanço patrimonial, a conta de ajustes
de avaliação patrimonial terá saldo devedor
Em relação a demonstrações contábeis, ou credor e constituirá o patrimônio líquido.
seus grupos componentes e avaliação de in-
vestimentos, julgue os próximos itens. ( ) Certo ( ) Errado

70. (Cespe – BACEN – 2013) 75. (Cespe – BACEN – 2013)

A demonstração do valor adicionado permi- Os métodos direto e indireto diferem na


te evidenciar a riqueza criada pela empresa forma de apresentação do fluxo de caixa
e a sua distribuição à sociedade e ao Estado, operacional, mas são semelhantes na apre-
excluído o valor adicionado produzido por sentação do fluxo de financiamento. No que
terceiros e transferido à entidade. diz respeito a critérios de avaliação de esto-
ques, depreciações, provisões e operações
( ) Certo ( ) Errado de empresas comerciais, julgue os itens se-
guintes.
71. (Cespe – BACEN – 2013)
76. (Cespe – BACEN – 2013)
O registro inicial de um investimento rele-
vante em coligada deve ser reconhecido A perda registrada em função de frete pago
pelo método da equivalência patrimonial, e na compra de mercadoria devolvida repre-
seu valor contábil sofrerá variação em fun- senta despesa operacional do período con-
ção do percentual de participação do inves- siderado.
tidor nos lucros ou prejuízos gerados pela
investida. ( ) Certo ( ) Errado

( ) Certo ( ) Errado

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77. (Cespe – BACEN – 2013)


No inventário periódico e no permanente,
o método PEPS (primeiro a entrar, primeiro
a sair) permite avaliar os estoques de uma
empresa comercial em valores próximos aos
dos preços correntes de mercado estabele-
cidos pelo método da média ponderada.
( ) Certo ( ) Errado

78. (Cespe – BACEN – 2013)


Para se apurar a receita líquida em opera-
ções com mercadorias de empresa comer-
cial, o valor do imposto sobre produtos
industrializados é desconsiderado nas de-
duções da receita bruta de vendas.
( ) Certo ( ) Errado

79. (Cespe – BACEN – 2013)


Na compra de mercadorias para revenda de
uma empresa comercial, é debitada a conta
ICMS a recuperar.
( ) Certo ( ) Errado

80. (Cespe – BACEN – 2013)


A provisão para devedores duvidosos é uma
conta retificadora do ativo circulante consti-
tuída com base n o princípio da prudência.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 61. Errado 62. Certo 63. Certo 64. Errado 65. Certo 66. Certo 67. Errado 68. Errado 69. Certo
70. Errado 71. Errado 72. Errado 73. Errado 74. Certo 75. Certo 76. Certo 77. Errado 78. Certo 79. Certo
80. Errado

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