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A língua apresenta-se como património comum, principal meio e instrumento

de identidade do ser humano, e unidade nacional.


A expressão "registos linguísticos" designa os diversos estilos que um falante
pode (ou deve) usar de acordo com a situação comunicativa em que
participa. Para além disto, as intenções e os objetivos de cada indivíduo na
situação de comunicação e o seu nível social e/ou cultural condicionam o
nível de língua utilizado.

1.Conceito de nível de língua


são os diferentes registros em que a linguagem pode ser utilizada pelos
falantes, conforme o contexto comunicativo, o nível de escolarização dos
falantes, do nível cultural, do meio social ou da situação em que se encontra
o emissor e do receptor a quem se dirige, quer dos estados de evolução da
língua através dos tempos.

2.Tipos de nível de língua na língua portuguesa


Existem dois níveis da linguagem principais: o culto e o coloquial.

O nível culto, chamado de norma culta, linguagem formal e registro formal, é


usado na linguagem escrita, na escola e no trabalho, na comunicação social,
em situações que requerem uma maior seriedade, quando não há
familiaridade entre os interlocutores da comunicação.

O nível coloquial, também chamado de linguagem coloquial, linguagem


informal e linguagem popular, é a linguagem falada em situações cotidianas
de comunicação e em conversas descontraídas entre familiares, amigos,
conhecidos, vizinhos,etc.

Outros níveis de linguagem


Além dessa divisão principal entre linguagem culta e linguagem coloquial,
existem outras classificações de níveis de linguagem, conforme diferentes
autores, como:

● nível regional;
● nível vulgar;
● nível técnico ou profissional;
● nível literário ou artístico.

Apesar de classificados em níveis, não significa que haja uma hierarquia


entre a linguagem formal e a linguagem informal, ou seja, uma não pode ser
considerada melhor ou mais importante do que a outra.

Um falante que saiba adaptar o seu discurso às diferentes situações


comunicativas e aos diferentes interlocutores irá usar, necessariamente, a
linguagem culta e a linguagem coloquial no seu dia a dia, como linguagens
complementares. Este é um exemplo de variação situacional, ou seja, uma
variação linguística em função do contexto.

Existem outras variações linguísticas que ocorrem conforme alterações


geográficas, temporais e sociais, como variações regionais, variações
históricas e variações sociais.

3.Contexto de uso de cada nível de língua e respetivos exemplos.

Contexto de uso da linguagem culta


● Usada em situações formais, principalmente na escrita;
● É uma linguagem planejada, cuidada e elaborada;
● Privilegia a correção gramatical;
● Apresenta um vocabulário rico e diversificado;
● Utiliza estruturas sintáticas complexas;
● Ensinada na escola e usada na comunicação social.
Exemplos: situações formais.
Depois da campanha mais disputada e volátil dos últimos tempos, os
resultados parciais de apuração e as projeções dão a vitória ao democrata Bill
Clinton nas eleições à presidência dos Estados Unidos, realizadas ontem.”

Contexto de uso da linguagem coloquial


● Usada em situações informais ou familiares;
● É uma linguagem falada, espontânea e despreocupada;
● Responde a necessidades de comunicação imediata do dia a dia;
● Aceita a existência de algumas incorreções linguísticas;
● Há um maior relaxamento em relação às regras gramaticais;
● Apresenta um vocabulário simples e expressões populares;
● Ocorre o uso de gírias e de palavras não dicionarizadas;
● Utiliza estruturas sintáticas simples;
● Permite a liberdade de expressão do falante;
● Está sujeita a variações regionais, culturais e sociais.
Exemplo:
● Utilização do verbo ter com sentido de existir: Tem muita gente na
festa.
● Utilização da próclise no início das frases: Te amo!
● Utilização de a gente em vez de nós: A gente vai hoje!
● Utilização de palavras abreviadas ou contraídas: tá, pra, cê,…
● Utilização de gírias, palavrões e palavras inventadas: Pô, que caô meu
irmão!
● Utilização de palavras para articulação de ideias: Foi, tipo, muito
engraçado!
● Utilização de marcas de várias pessoas gramaticais: Você vem ou eu te
espero?

Nível regional
Refere-se aos falas locais, variações na fala que ocorrem de acordo com o
local geográfico onde os falantes estão ou são naturais.

Nível popular
É também chamada de linguagem coloquial. Trata-se daquela que é usada de
forma espontânea e fluente pelas pessoas. Raramente segue as regras da
gramática normativa e é carregada de vícios de linguagem, tais como
pleonasmo, cacofonia, barbarismo e solecismo. Gírias e expressões vulgares
costumam aparecer com frequência neste tipo de linguagem. Ela está
presente nas conversas entre amigos, familiares e também em programas de
televisão.

Gíria
A gíria é um estilo linguístico que está integrado à linguagem popular. Ela
está relacionada ao cotidiano de certos grupos sociais, em especial os
estudantes, os esportistas e também os ladrões, por exemplo. Utilizada como
meio de expressão cotidiana, a gíria existe dentro de grupos para
diferenciá-los, pois só os inseridos naquele determinado contexto sabem o
seu significado. Bem, pelo menos foi assim que ela começou e ainda é usada
em alguns grupos atualmente. Entretanto, a fala se encarrega de espalhar a
gíria e seus significados e, muitos grupos, ainda que não tenham ligação
entre si, podem falar a mesma gíria.

Nível vulgar
Indo de encontro com a linguagem culta, a vulgar é extremamente fora do
padrão gramatical e faz parte da fala dos analfabetos ou semianalfabetos. As
estruturas gramaticais são “confusas” e barbarismos são frequentes. A
exemplo temos os vícios “Nóis vai”, “vamo ir”, “pra mim comer”.

Nível técnico ou profissional


é a fala que alguns profissionais (advogados, economistas, etc.) utilizam no
exercício de suas atividades profissionais. Exemplo:
vamos direto ao assunto: interface gráfica ou não, muitas vezes, é preciso
trabalhar com o prompt do DOS, sendo aborrecedor esforçar-se na
redigitação de subdiretórios longos ou comandos mal digitados.”

Literário ou artístico
é a utilização da língua como finalidade expressiva, como a que é feita pelos
artistas da palavra poetas e romancista. Exemplo:
O céu jogava tinas de água sobre o noturno que devolvia me a Maputo.

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