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AULA 01

A NORMA-PADRÃO
E O PRECONCEITO
LINGUÍSTICO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS AULA 01

● Conhecer e compreender a norma-padrão;


● Conhecer algumas variedades da língua;
● Preconceito linguístico.
O que é a

01 norma-padrão?
Equívocos que rondam a Língua Portuguesa:

1. Português é muito difícil.


2. Eu não sei nada de gramática.
3. Português tem muitas regras.
O que é norma-padrão?

“A norma-padrão é o nome que se dá à variedade da língua usada oficialmente e ensinada


nas escolas. Trata-se de uma convenção que tem por objetivo estabelecer um “modelo” de
língua que possa ser compreendido por todo o país. O problema é que essa norma acaba
sendo considerada uma variante de maior prestígio – não porque inclua em si algo de
especial, mas por ser a norma que, em geral, grupos de maior poder aquisitivo dominam. A
norma serve de referência para que não ocorram desvios muito grandes que pudessem
descaracterizar a língua, mas isso não significa que deva ser seguida à risca. Ela pode ser
comparada à caligrafia: ainda que se defina um padrão, cada pessoa vai escrever com uma
letra diferente, já que é impossível reproduzir um modelo com perfeição. Vale a mesma
ideia para a fala”. (PEREIRA; MARTINS)
É usada pelas pessoas instruídas das
diferentes classes sociais e caracteriza-se
pela obediência às normas gramaticais.
Mais comumente usada na linguagem
escrita e literária, reflete prestígio social e
cultural. É mais artificial, mais estável,
menos sujeita a variações. Está presente
nas aulas, conferências, sermões, discursos
políticos, comunicações científicas,
noticiários de TV, programas culturais etc.
02
O que significa
"variação linguística"?
Como é sabido, a língua é um instrumento de comunicação, já que é composta de
regras gramaticais que possibilitam que determinado grupo de falantes consiga
produzir enunciados que lhes permitam comunicar-se e compreender-se. Assim, a
língua, pertence a um conjunto de pessoas para que estas possam se comunicar, o que
comprova seu caráter social.

Durante o estudo de uma comunidade linguística, pode-se perceber a existência de


diversidade ou variação no modo de falar. Estas maneiras diferentes de falar
chamam-se variedades linguísticas, e ocorrem dentro de uma mesma comunidade de
fala, pois pessoas de origem geográfica, de idade e de sexo diferentes falam
distintamente e, assim, os falantes adquirem as variedades linguísticas.
Variação Diacrônica/Histórica
A língua varia no tempo e essa variação
passa a ser notada ao comparar dois
estados de uma língua. O processo de
mudança é gradual, ou seja, não
acontece de repente. Uma língua muda
porque é falada segundo os costumes, a
cultura, as tradições, a modernização
tecnológica e o modo de viver da
população, que estão sempre em
constante processo de mudança devido
ao tempo.
Variação Diatópica/Geográfica
A língua varia no espaço pois pode ser empregada
diferentemente dependendo do local em que o
indivíduo está. A variação diatópica diz respeito
justamente às diferenças linguísticas que podem ser
vistas em falantes de lugares geográficos diferentes.
Por isso, é mais observada em locais diferentes mas
com falantes da mesma língua.A macaxeira, por
exemplo, muito consumida no Norte e no Nordeste, é
chamada de aipim ou mandioca no Sudeste. Outro
exemplo é a palavra “mexerica”, que, em algumas
regiões, é conhecida como “bergamota” e, em outras,
como “tangerina”.
Variação Diastrática/Social
A língua varia de acordo com fatores sociais. A variação social está relacionada a fatores
como faixa etária, grau de escolaridade e grupo profissional e é marcada pelas gírias,
jargões e pelo linguajar singelo, já que são aspectos característicos de certos grupos.

● Fator Etário
● Fator da escolaridade

Este fator se liga a uma


categoria essencial, que é a
educação. Na escola, aprende-se
a usar a língua em situações
formais de acordo com a “norma
padrão” ou “norma culta”.
● Fator Profissional

Cada grupo profissional possui um


conjunto de nomes e expressões que
se ligam à atividade desempenhada;
ou seja, esse fator trata do jargão
típico de cada área. O campo do
Direito, por exemplo, utiliza palavras
relacionadas a leis, a artigos e a
determinados documentos, assim
como a área da Medicina utiliza um
vocabulário que apenas os médicos
são capazes de entender.
Variação Diafásica
A língua varia de acordo com o contexto
comunicativo, isto é, a ocasião determina o modo de
falar, que pode ser formal ou informal. Esta variação,
portanto, refere-se ao registro empregado pelo
falante em determinado contexto interacional, ou
seja, depende da situação em que a pessoa está
inserida. Em uma palestra, por exemplo, um professor
deve utilizar a linguagem formal, isto é, aquela que
respeita as regras gramaticais da norma padrão. Por
outro lado, em uma conversa com os amigos, esse
mesmo professor pode se expressar de forma mais
natural e espontânea, sem a obrigação de refletir
sobre a utilização da língua de acordo com a norma
culta.
RESPONDA:
a) O anúncio acima segue a norma-padrão da
língua? Por quê?

b) Qual fator você acha que contribui para que


o sujeito que escrevesse inadequadamente
este anúncio?

c) A situação permite que este anúncio seja


escrito assim? Por quê?

d) Reescreva esta mesma propaganda


seguindo a língua culta.
Assinale a opção que identifica a
variação linguística presente nos
textos abaixo.

a) fator padrão
b) fator pessoal
c) fator escolar
d) fator regional
e) fator humorístico
REFERÊNCIAS
■ Aparelho multimídia, vídeo “O preconceito linguístico no dia a dia”, disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=QlhsiMWT-eQ>
■ CAVALCANTE, I. F. Língua Portuguesa A03. Governo Federal: MInistério da Educação. Brasília:
MEC, 2002. Disponível em:
<http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_amb_saude_seguranca/tec_seguranca/p
ortugues/061112_ling_port_a03.pdf>
■ BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico – o que é, como se faz. 15 ed. Loyola: São Paulo,
2002. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44502003000200017>
■ PEREIRA, C.; MARTINS, P. Português é legal. São Paulo, 2014. Disponível em:
<http://www.portugueselegal.com.br/wp-content/uploads/2014/04/portugueselegal2.pdf>

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