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Leitura e Produção de Texto - Nohad Mouhanna Fernandes / Maria Alice de Mello Fernandes- UNIGRAN

Aula
02

VARIEDADES
LINGUÍSTICAS
A língua é um enorme iceberg flutuando no mar do tempo,
e a gramática normativa é a tentativa de descrever apenas
uma parcela mais visível dele, a chamada norma culta.
Essa descrição, é claro, tem seu valor e seus méritos, mas
é parcial (no sentido literal e figurado do termo) e não
pode ser autoritariamente aplicada a todo o resto da língua
– afinal, a ponta do iceberg que emerge representa apenas
um quinto de seu volume total.
(BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como
se faz. 4 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2007. p. 9-10)

Agora que você já conhece o funcionamento da comunicação,


os elementos que a estruturam, as linguagens verbais e não verbais e as
funções de linguagem, podemos, então, avançar para o rico estudo das
variedades linguísticas.
É muito provável que você, em seu convívio com as pessoas, já tenha
ouvido palavras, expressões e enunciados diferentes do modo como você
habitualmente os usa, não é mesmo? Algumas palavras ou expressões, inclusive,
podem não ser conhecidas por você em virtude de, por exemplo, serem usadas
em outras regiões ou terem sido usadas em outra época. Muitas vezes, esse fato
pode causar um ruído na comunicação. Sendo assim, para que você possa se
comunicar, se expressar e interagir na sociedade, é muito importante que você
saiba que a língua portuguesa possui variações. Assim como as demais línguas,
ela sofre mudanças ao longo do tempo e varia de acordo com o contexto ou
com a situação em que é usada. É sobre essa diferenciação de uso da língua
portuguesa que vamos deter nossa atenção a partir de agora.
Espero que você aprecie o conteúdo desta aula!

Objetivos da aprendizagem

Esperamos que, ao término desta aula, você seja capaz de:

 refletir sobre a linguagem como fenômeno psicológico,


educacional, social, histórico, cultural, político e ideológico;

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 reconhecer os principais fatores que geram as variações linguísticas.


 considerar a norma-padrão no contexto das variações linguísticas sem
estigmatizar as demais variedades.
 usar adequadamente a língua a fim de produzir um determinado efeito
de sentido em uma situação específica.
 observar e reconhecer mudanças na linguagem relacionadas a
diferentes circunstâncias e contextos.
 compreender que a língua apresenta variabilidade nos fenômenos
gramaticais, de sotaques e de léxico.

Seções de estudo:

 SEÇÃO 1 - Língua: um conjunto de variedades


 SEÇÃO 2 - Fatores que geram as variações linguísticas

SEÇÃO 1 - Língua: um conjunto de variedades

Para dar início ao estudo sobre as variações linguísticas, leia a tira abaixo:

Fonte: (Oliveira, A. T. P. 2003, p. 66)

Em relação à linguagem usada pelo rapaz, o que você observou? Você


deve ter percebido a mudança de nível de linguagem, não é? Nos dois primeiros
quadrinhos, ele se dirige ao diretor, seu interlocutor, com formalidade, com
deferência, fazendo uso da norma culta e tentando causar uma boa impressão em
função do papel social do diretor; no terceiro, demonstra insatisfação e deixa de
lado as regras de formalidade. Muda o nível de linguagem, expressando-se por
meio de uma linguagem coloquial, com expressões e gírias típicas da linguagem
oral informal, o que revela o humor do texto (OLIVEIRA, 2003).
Ora, por meio desse exemplo, já podemos tirar uma conclusão importante sobre

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o uso da linguagem: existe uma diversidade na utilização de nosso idioma. Se o uso da


língua não é uniforme nem mesmo individualmente, já que, dependendo da situação,
uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma da língua, imagine
se analisarmos o uso da língua entre todos os falantes do português! Se saíssemos pela
rua gravando o que as pessoas dizem, certamente teríamos uma infinidade de material
para analisar e não conseguiríamos esgotar a imensa variedade de uso da língua!
Ainda que os brasileiros falem a mesma língua, ou seja, a língua portuguesa,
ela não é falada do mesmo modo, pois cada um a usa de uma forma. Sabe por
quê? Porque a língua não é estática e imutável, não é uma unidade homogênea e
uniforme; pelo contrário, a língua é um conjunto de variedades (MOYSÉS, 2009).

Francis Vanoye (2002, p. 23) chama a atenção para os seguintes ques onamentos,
os quais podem ser aproveitados para que você reflita sobre os níveis de linguagem:

“O português da Bahia é o mesmo português do Rio Grande do Sul? Não está cada
um deles sujeito a influências diferentes – linguís cas, climá cas, ambientais? O
português de um médico é igual ao de seu cliente? O ambiente social e o cultural
não determinam a língua?”

Cada falante usa a língua de uma determinada forma, segundo o seu nível de
instrução, idade, sexo, região, cultura, profissão, situação em que ocorre a comunicação.

Pois bem, para que você realmente passe a reconhecer a verdadeira diversidade do
português falado no Brasil, convido-o a fazer um pequeno passeio para conhecer
alguns dos principais fatores que geram essas variações linguís cas.

SEÇÃO 2 - Fatores que geram as variações linguísticas

Quando falamos em variedades linguísticas, é fundamental entender


que a língua portuguesa não tem uma forma única e acabada. Se essa afirmação
lhe parecer um pouco estranha, talvez isso se deva ao conhecimento que lhe
foi repassado na escola de que a língua é homogênea e a norma culta é a única
variedade existente, ou seja, talvez você tenha sido levado a não reconhecer as
variedades linguísticas e a ver a norma culta como modelo único para qualquer
forma de expressão escrita ou falada. Nesse sentido, não houve a apreensão para
as formas em uso corrente da língua, quer na modalidade falada, quer na escrita.
Porém, conforme veremos a seguir, a norma culta que se aprende na escola
é apenas uma das variedades da nossa língua, pois existem outras além dela. Essa
variedade foi estabelecida como padrão por diversas razões históricas, sociais e políticas.
Os principais fatores que dão origem às variedades linguísticas são:

 a região, o espaço geográfico a que o usuário da língua pertence;

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 o nível sociocultural das pessoas que a utilizam;


 a situação comunicativa em que a língua é usada;
 a época em que é utilizada.

Vamos estudá-los!

2.1 Fatores regionais/geográficos

CONCEITO
Diatópica: variação segundo a localização geográfica dos falantes.

As variações de uma região para outra são chamadas VARIANTES


DIATÓPICAS (do grego topos = lugar). Elas referem-se às diferenças
linguís cas observadas entre pessoas de regiões dis ntas, onde se fala a
mesma língua (GRAMÁTICA, 2012).

Exemplos claros desse dialeto ou variação regional são as diferenças


encontradas entre os diversos países de língua portuguesa (Brasil, Portugal,
Angola, por exemplo) ou entre regiões do Brasil (região sul, com os falares gaúcho,
catarinense, por exemplo, e região nordeste, com os falares baiano, pernambucano,
etc.) (PEAD, 2012), e até mesmo entre a linguagem rural e urbana. As diferenças
mais comuns ocorrem, principalmente, no plano fonético (pronúncia, entonação) e
no plano lexical (uso de palavras distintas para designar o mesmo referente).

No plano fonético, existem diferentes sotaques nas diversas regiões do


Brasil: o sotaque gaúcho, o mineiro, o nordestino, o baiano, o carioca etc. Como
ilustração, podemos dizer que os nordestinos pronunciam a palavra poder: pudê; os
cariocas têm uma maneira peculiar de pronunciar o “s” no final das sílabas (chiado);
os gaúchos pronunciam o “l” final de sílaba como consoante, enquanto em quase

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todo o restante do Brasil é pronunciado como um u; temos, ainda, o r caipira; etc.


No plano lexical (no vocabulário), entre regiões, observamos o uso de
palavras diferentes com um mesmo significado, ou seja, ocorre uma amplitude
lexical em cada comunidade linguística: abóbora > jerimum (Norte e Nordeste);
amalucado > zuruó (Nordeste); baile > fandango (Sul do Brasil); mandioca >
macaxeira (Norte e Nordeste); menino > guri (Rio de Janeiro), piá (Sul do Brasil),
curumim (Amazônia), miúdo (Rio Grande do Sul, Portugal); semáforo > sinaleira
(Rio Grande do Sul), farol (São Paulo); fila > bicha (Portugal); café da manhã >
pequeno almoço (Portugal); calcinha > cueca (Portugal).
Leia o texto abaixo, extraído do livro Gramática Reflexiva: Texto,
Semântica e Interação, de William R. Cereja e Thereza C. Magalhães (2005,
p. 27). Observe que ele mostra várias cenas de assalto ocorridas em regiões ou
Estados diferentes do Brasil.

Você notou que o uso da linguagem mudou de uma região para a outra?
Nele, há palavras ou expressões típicas do falar nordestino (bichim, da moléstia);
do falar mineiro (uai, trem, bão); do falar gaúcho (tchê, pilas, a la cria, tu
(tratamento em 2ª pessoa do singular); do falar carioca (bicho, rapá); do falar

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baiano (meu rei, não se avexe); do falar paulista (meu, se manda). Além disso, o
texto provoca um efeito de humor devido à caracterização dos habitantes de cada
região por meio de supostos comportamentos ou hábitos, ou seja, estereótipos de
cada região são mostrados, embora não se possa tomá-los como necessariamente
correspondentes à realidade.

2.2 Fatores socioculturais


Sob esse ponto de vista, os dialetos resultam das variações que existem
em função da classe social a que pertencem os indivíduos. As variações de um
grupo social para outro são chamadas VARIANTES DIASTRÁTICAS (do grego
stratos = camada, nível). (GRAMÁTICA, 2012)

CONCEITO
Diastrática: variação segundo a classe social dos falantes.

Podem ser considerados como formas de dialetos sociais os jargões


profissionais (linguagem específica de um grupo de profissionais,
como a dos advogados, dos locutores de futebol, dos policiais, dos
administradores, dos professores etc.) e as gírias, que iden ficam muitos
grupos sociais (surfistas, estudantes etc.)

Em cada esfera profissional, encontramos vocábulos relacionados ao trabalho


de um determinado grupo. Geralmente, esses vocábulos são entendidos apenas pelos
profissionais daquela área específica. Cada profissão possui os seus termos técnicos,
seu jargão, o seu vocabulário próprio, seu conjunto específico de palavras.
O estudante de Pedagogia, de Letras, de Teologia, de Direito, de
Tecnologia em Produção Publicitária, de Medicina, enfim, de todo curso superior,
entra em contato e adquire, na Universidade, um vocabulário específico de sua
área. Isso ocorre mediante as leituras, as pesquisas, as palestras, os seminários, as
informações transmitidas nas aulas, etc.

Fala de um médico explicando algumas doenças do coração (jargão


profissional da área médica):

“Tem gente que nasce com coração maior ou menor, com vários defeitos.
Essas são as cardiopaƟas congênitas. Agora, o tamanho do coração
também tem a ver com outros problemas que não são congênitos, como
a insuficiência coronariana” (PEAD, 2012).

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Os advogados, assim como outros profissionais, fazem uso de um


vocabulário especial. Na Internet, circula um texto bastante engraçado, cujo tom
humorístico provém da linguagem rebuscada, do uso exagerado de jargões da
linguagem jurídica os quais não são acessíveis ao cidadão comum. Vamos lê-lo:

Os patos de Rui Barbosa


Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho
estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou haver um ladrão
tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do
indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados
patos, disse-lhe:
- Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes
palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito
da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se
fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha
elevada prosopopia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha
bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto
que te reduzirei à qüinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
E o ladrão, confuso, diz:
"- Dotô, eu levo ou deixo os pato?"
Disponível em: <h p://www.pensador.info/autor/Ruy_Barbosa/>

A gíria é uma linguagem de


natureza popular criada por determinados
grupos sociais e profissionais com o intuito
de “aproximar os interlocutores, passar
uma imagem de modernidade, quebrar a
formalidade, possibilitar a identificação
de hábitos de falantes jovens e expressar
agressividade e injúria atenuada” (PRETTI, 2004).
Os termos são criados quase sempre a partir do vocabulário comum.
Trata-se de algo efêmero, em constante renovação, ou seja, “envelhece” com muita
rapidez. Certamente não é difícil notar que jogadores de futebol, policiais, estudantes,
vendedores, entre outros, possuem gírias próprias que são usadas para substituir
palavras ou conceitos comuns, não é mesmo? Algumas gírias são usadas, inclusive, de
modo geral pela população, tais como: gata (mulher bonita), coroa (pessoa idosa), dar
o troco (fazer vingança), cabeça-dura (pessoa teimosa), etc. Desse modo, em virtude
de sua expressividade, a gíria comum é vista como um recurso da comunicação, pois
é falada por todas as camadas sociais e faixas etárias. Logo, o seu uso não tem relação
com falta de escolaridade, ignorância ou falta de leitura. Além da linguagem falada,
a gíria é usada na mídia escrita, na literatura contemporânea, e muitos são os termos
que aparecem nos dicionários (PRETTI, 2004).
As variações de natureza social são muito numerosas, pois são

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decorrentes de fatores como idade, sexo, profissão, grau de escolaridade,


posição social. Em relação a essas variações sociais, os linguistas costumam
apontar duas variantes: a popular e a culta.

CONCEITO
O dialeto popular é aquele falado por pessoas que têm pouco ou
nenhum contato com a escola e a leitura, pessoas de baixa escolaridade
ou analfabetas; o dialeto culto, ao contrário, correspondente à língua-
padrão - que é referência para a norma escrita-, é aquele falado por
pessoas com boa escolaridade, pelas classes intelectuais da sociedade.

Faraco (2007, p. 29) diz que adquirir familiaridade com as variedades


cultas significa adquirir familiaridade com as práticas socioculturais da escrita.
Explica que é indispensável situar de forma adequada os termos variedades cultas,
conhecidas pela expressão genérica norma culta, e norma-padrão.
Segundo ele, as variedades cultas são as “variedades que ocorrem em usos
mais monitorados da língua por segmentos sociais urbanos, posicionados do meio
para cima na hierarquia econômica e, em consequência, com amplo acesso aos
bens culturais, em especial à educação formal.” Em outros termos, a norma culta
refere-se ao que é normal, usual, comum na expressão linguística desses falantes,
são as manifestações reais de uso da língua. Já a norma-padrão, de acordo com o
autor, “é um construto idealizado (não é um “dialeto” ou um conjunto de “dialetos”,
como o é a norma culta, mas uma codificação taxonômica de formas assumidas
como um modelo linguístico ideal.” Para ele, essa norma-padrão tradicional não
é funcional, na medida em que está dissociada das variedades cultas observadas
pelos linguistas e efetivamente faladas pelos brasileiros cultos e, por essa razão,
os alunos devem ser levados a reconhecer e a aprender as variedades cultas em
suas modalidades orais e escritas, pois são os usos cultos reais e não os preceitos
normativos da gramática normativa tradicional, associada ao passado colonial,
que retratam a expressão linguística dos segmentos sociais urbanos. Na mesma
direção, Margos Bagno diz que a norma-padrão é

Fonte: http:// um ideal de língua que se baseia ainda no uso feito pelos chamados
brasiliano. grandes escritores, e que tenta espelhar a língua falada e escrita
wordpress.
com/2008/09/01/ em Portugal, apesar de todos os grandes movimentos literários,
ensinar-portugues- desde o romantismo de José de Alencar até o modernismo
ou-estudar-o-
brasileiro/ Acesso de Mário de Andrade, que tentaram incorporar à literatura as
em: 09 mai. 2012. opções lingüísticas características do brasileiro.

Podemos citar, por exemplo, que a norma-padrão prescreve que “nós” é


o pronome que deve ser usado para representar a 1ª pessoa do plural (eu + outras

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pessoas): Nós trabalhamos muito. Entretanto, muitos falantes cultos consagraram


a forma “a gente” como uma outra maneira de se referir à 1ª pessoa do plural de
um verbo: A gente trabalha muito. Não há restrição em se empregar uma ou outra
forma, a não ser o caráter de formalidade que se deve atribuir à forma nós.
Quanto a isso, Evanildo Bechara, em sua Moderna Gramática
Portuguesa (2009), diz:

?
VOCÊ
SABIA O substan vo gente, precedido do ar go a e em referência a um grupo
de pessoas em que se inclui a que fala, ou a esta sozinha, passa a
pronome e se emprega fora da linguagem cerimoniosa. Em ambos os
casos o verbo fica na 3ª pessoa do singular.

Conforme podemos observar, não se trata de “desvio” da norma, mas de


outra possibilidade, desde que respeitada a “norma” para esse uso: o verbo deve
estar na 3ª pessoa do singular: “a gente foi”, “a gente estuda”, “a gente viajará”.
O desvio estará, exatamente, em se empregar o verbo na 1ª pessoa do plural, tal
qual se faz quando empregamos o “nós”: “a gente vamos”, “a gente estudamos”
e “a gente viajaremos”. Esses, sim, são usos condenados.
Como sabemos, a gramática normativa da língua portuguesa institui
normas para o uso da língua e, com isso, gera os conceitos de certo e errado. São
consideradas certas as formas de empregar a língua condizentes com as normas
fixadas, enquanto são rotuladas de erradas as demais variedades, por agredirem
o chamado “bom uso” da língua. Ulisses Infante, em seu Curso de Gramática
Aplicada aos textos (1996), explica que essas normas de correção gramatical
provêm de diferentes critérios, conforme se segue:

podem ser estabelecidas a par r do uso que os grandes escritores (os


clássicos) consagraram; podem advir de pesquisas sobre a história
da língua ou de considerações de ordem lógica que, supostamente,
organizariam o funcionamento do idioma. De qualquer maneira, cria-se
uma forma de u lizar a língua que goza de pres gio e passa a ser ensinada
nas escolas – a chamada norma culta (INFANTE, 1996, p. 28).

O autor continua dizendo que esse modelo que advém dos bons escritores
nem sempre é coerente, pois eles, ao se apropriar da língua para produzirem suas
obras literárias, tinham em mente finalidades expressivas. Também, as formas
da língua sofrem transformações continuamente, surgindo, então, diferenças
entre as normas e o uso efetivo, especialmente no caso da língua falada. Infante
mostra que, nas línguas gráficas, sempre haverá uma disciplina gramatical com
a finalidade de transmitir o patrimônio cultural acumulado por escrito tanto do
passado como do presente, que se dá por intermédio da língua. Sendo assim,
dominar os recursos e os mecanismos de nossa língua é, segundo o autor, “uma

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forma de garantir o próprio exercício da cidadania”. Daí, vemos a importância de


termos o domínio da norma culta.

2.3 Fatores contextuais

CONCEITO
Diafásica: variação linguís ca de uma situação de comunicação para outra.

Você já notou que em função da situação em que o usuário e o interlocutor


estão envolvidos, ocorrem variações no uso da linguagem? Sendo assim, “as
variantes contextuais não decorrem diretamente do falante, mas das circunstâncias
que cercam o ato de fala” (ANDRADE e HENRIQUES, 1999, p. 37). Essas
variações de uma situação de comunicação para outra, segundo Platão e Fiorin
(2001, p.113), são chamadas de VARIANTES DIAFÁSICAS (do grego phasis
= fala). Um indivíduo não fala da mesma maneira em todas as circunstâncias,
pois precisa estar em sintonia com o seu interlocutor para se fazer entender. Isso
é facilmente observável na maneira como nos dirigimos, por exemplo, a uma
criança, a um colega de trabalho, a uma autoridade. Em cada uma dessas situações,
escolhemos palavras, modos de dizer, ou seja, adaptamos o nível de linguagem à
situação e ao nosso interlocutor. Essas variações, portanto, estão relacionadas a
fatores pragmáticos e discursivos. Um falante culto pode se expressar de maneira
não culta dependendo do contexto, situação e do interlocutor. Assim, existem
situações informais que permitem uma linguagem bem informal. Isso ocorre,
por exemplo, em conversas com os amigos e com os familiares; existem outras
situações, no entanto, que exigem um nível mais formal de linguagem, são as
chamadas situações formais como, por exemplo: um jantar de cerimônia, uma
entrevista de emprego, uma palestra sobre matéria científica etc.
Conclui-se, pois, que um modo de falar pode ser compatível a uma
determinada situação, mas incompatível com outra. Por isso, costuma-se dizer
que a linguagem deve ser adequada à situação comunicativa, assim como o
vestuário deve ser adequado ao ambiente social ou físico. Por isso é que Carlos
Alberto Faraco (2007, p. 25) diz que “os falantes variam sistemática (e não
aleatoriamente) sua expressão e tomam como baliza não um padrão absoluto de
correção, mas critérios de adequação às circunstâncias.”
Deve ter ficado claro, então, que em situações formais, a preferência será
a norma culta. Lembre-se, por exemplo, de que quando escrevemos textos, tais
como em um concurso, em um processo de seleção para uma vaga de emprego,
em atividades profissionais e escolares, a situação é de formalidade; portanto, a
variedade culta deve prevalecer.

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Vejamos, a seguir, exemplos de uso dos dois principais níveis de


linguagem ou variações de registros: linguagem culta e linguagem popular:

Domingo, passado, a gente fomos assisƟr o jogo do Timão. Quando nós


tomemos o ônibus, a porta ficou meia aberta, e aí o pessoal não paravam
de entrar. Entrou tanta gente que a gente parecia sardinha em lata. Ficou
tudo apretado, nóis tava em mais de oitenta pessoas.
Quando nóis chegou no estádio, foi um pobrema, um empurra-empurra
geral. O João me falou pra mim que o Zé tava no outro lado, namorando
com a Rute. Aí, eu vi ele e falei pra ele vim pra frente. Deu o maior rolo. O
pessoal gritavam, num deixavam eles passar.
(SINGULARSÃO CAETANO, 2012)

Comentários: o texto acima apresenta linguagem popular, com


inúmeras distorções em relação à variável culta escrita. O texto é caracterizado
pelo uso de um vocabulário restrito, de gírias, apresentando formas deturpadas
da linguagem, sem preocupação com as regras gramaticais. Reproduz uma forma
da língua que habitualmente não é representada na escrita, pois é distante da
padronização ortográfica e gramatical. Lembre-se que essa linguagem é utilizada
por pessoas simples, de baixa escolaridade ou analfabetas.
Vejamos, a seguir, exemplos de uso dos dois principais níveis de
linguagem ou variações de registros: linguagem culta e linguagem popular:

Domingo passado, fomos assisƟr ao jogo do Corinthians. Quando tomamos


o ônibus, a porta ficou meio aberta e os passageiros não paravam de
entrar. Entrou tanta gente, que parecíamos sardinha em lata (éramos
mais de oitenta pessoas).
Chegados ao estádio, houve um acotovelamento geral. O João me
informou que o José estava do outro lado, namorando a Rute. Tendo-o
avistado, convidei-o a vir para frente. Houve grande confusão. O pessoal
gritava, não os deixando passar.

Comentários: o texto acima apresenta a linguagem culta, utilizada


em situações formais. A linguagem culta ou variante-padrão é caracterizada por
um vocabulário mais preciso e pela obediência às regras gramaticais de flexão,
concordância, regência, pontuação, emprego correto das palavras quanto ao
significado, organização das orações e dos períodos, relações entre termos, orações,
períodos e parágrafos etc. Na reescrita do texto, houve a correção dos desvios de
linguagem e supressão de termos redundantes e coloquiais. Veja a diferença:

LINGUAGEM POPULAR LINGUAGEM CULTA


a gente fomos assis r o jogo do Timão fomos assis r ao jogo do Corinthians
Quando nós tomemmos o ônibus Quando tomamos o ônibus
a porta ficou meia aberta A porta ficou meio aberta

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o pessoal não paravam de entrar os passageiros não paravam de entrar


nóis tava em mais de oitenta pessoas éramos mais de oitenta pessoas
o João me falou para mim o João me informou
que o Zé tava no outro lado que o José estava do outro lado
namorando com a Rute namorando a Rute
eu vi ele e falei pra ele vim pra frente Tendo-o avistado, convidei-o a vir para frente
Deu o maior rolo Houve grande confusão
o pessoal gritavam O pessoal gritava
num deixavam eles passar não os deixando passar

CURIOSIDADE:
VOCÊ JÁ NOTOU QUE OS PROGRAMAS HUMORÍSTICOS COSTUMAM
EXPLORAR A VARIANTE POPULAR?

É importante destacar que a classificação dos níveis de linguagem


acima mencionada não é rígida. Entre esses níveis, alguns autores mencionam a
inclusão de um nível intermediário correspondente à linguagem familiar, a qual,
segundo Andrade e Henriques (1999, p. 38), é empregada também por falantes
escolarizados; mas que fazem uso de uma linguagem comum, de um nível menos
formal, mais quotidiano, em que a obediência à norma culta é relativa e o emprego
de algumas construções típicas da oralidade e até mesmo o uso consciente de
gírias é admitido. É empregada, nas formas oral e escrita, pelos modernos meios
de comunicação de massa (rádio, televisão, revistas, anúncios etc.).
Tendo em vista que a língua portuguesa apresenta uma série de “variações”
- ocorridas em função da região, da classe social e do grau de instrução de quem a
utiliza, da situação concreta de comunicação, da formalidade ou da informalidade
da situação de fala, do destinatário da mensagem-, não devemos pensar que existem
formas erradas de dizer o que temos a dizer. O que normalmente acontecem são
transgressões da norma culta. Na verdade, não se trata de estar “certo ou errado”,
e sim de estar adequado a uma ou outra situação de interlocução. Ninguém espera
que um jornalista diga que o governo vai ponhar as ‘cartas na mesa’ , nem
que um presidente de empresa diga que a gente vamos se unir para levantar a
empresa, nem que um estudante universitário diga “nóis vai agora e vortamo
despois.” Observe que, na escrita, tudo isso ficaria muito mais “grosseiro”.
Embora haja situações, lugares, pessoas que falem assim, não se pode admitir que
em determinados níveis de escolarização, de formação específica e em situações
de formalidade façam uso dessa variedade, pois a adequação da linguagem é de
extrema importância para garantir uma comunicação saudável e eficaz.
Do ponto de vista linguístico ou científico, é muito importante deixar bem

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claro que não existem variedades melhores ou piores, bonitas ou feias. Todas são
adequadas para as necessidades comunicativas dos falantes que delas fazem uso,
de acordo com as suas práticas sociais e os hábitos culturais de sua comunidade.
Por esse motivo, não se pode ter preconceito linguístico, já que discriminar uma
variedade linguística é uma forma de discriminação social dos indivíduos.
Sobre essa questão, leia o texto dos Parâmetros Curriculares Nacionais
referentes à Língua Portuguesa:

Há muitos preconceitos decorrentes do valor social rela vo que é atribuído


aos diferentes modos de falar: é muito comum se considerarem as variedades
lingüís cas de menor pres gio como inferiores ou erradas. O problema do
preconceito disseminado na sociedade em relação às falas dialetais deve ser
enfrentado, na escola, como parte do obje vo educacional mais amplo de
educação para o respeito à diferença. Para isso, e também para poder ensinar
Língua Portuguesa, a escola precisa livrar-se de alguns mitos: o de que existe
uma única forma ‘certa’ de falar — a que se parece com a escrita — e o de
que a escrita é o espelho da fala — e, sendo assim, seria preciso ‘consertar’ a
fala do aluno para evitar que ele escreva errado. Essas duas crenças produziram
uma prá ca de mu lação cultural que, além de desvalorizar a forma de falar do
aluno, tratando sua comunidade como se fosse formada por incapazes, denota
desconhecimento de que a escrita de uma língua não corresponde inteiramente
a nenhum de seus dialetos, por mais pres gio que um deles tenha em um dado
momento histórico. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. Parâmetros
Curriculares Nacionais. Língua Portuguesa, 5ª a 8ª séries, 1998).

Do ponto de vista social, porém, é necessário reconhecer que, dentre


as variedades, uma delas foi eleita como oficial. Trata-se da variedade padrão,
correspondente ao modo de falar das camadas mais prestigiadas socialmente, a
que é ensinada e aprendida nas escolas, descrita nas gramáticas, definida nos
dicionários. Textos muito importantes são redigidos em norma culta, tais como as
leis, os contratos, os tratados científicos, os livros didáticos, os manuais técnicos,
os jornais e revistas de boa qualidade, etc. Portanto, quem não a domina passa a
não ter acesso a informações importantes veiculadas nesses meios. Além disso,
falar e escrever com correção, usando a norma culta da língua portuguesa, pode
servir como um recurso argumentativo, pois pode colocar o falante em condição
de superioridade em relação àquele que ouve.

Vamos refleƟr sobre isso? Leia o texto abaixo e Ɵre suas conclusões:

Durante a sua caminhada ma nal, um cidadão, passando diante de


um condomínio de luxo, viu uma placa anunciando a venda de um
apartamento. Como sempre cobiçou aquele local, resolveu ir dar uma
olhada e saber o preço.

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Imaginando que se tratasse de um curioso qualquer, sem poder


aquisi vo para pagar o preço, o zelador não deu a menor atenção ao
interessado e tentou até mesmo desencorajá-lo, para não perder tempo
em mostrar-lhe o apartamento.
- O proprietário acho que não quer vender. Tá pedindo um preço muito
alto.
- Mas eu gostaria de ver.
- Sabe que nem sei quem está com as chaves?
Irritado com a má vontade e percebendo o mo vo do descaso, o
interessado resolveu usar “conversa de doutor” para mostrar ao zelador
que, apesar de estar a pé e ves do de calção e camiseta, não era um zé
qualquer.
- O proprietário me assegurou que havia deixado as chaves sob a sua
tutela.
Conta-se que, a par r daí, a conversa mudou de rumo e as chaves
apareceram rapidamente.
(Autor desconhecido)

Por meio dos dialetos sociais podemos reconhecer o grupo social do qual
faz parte o indivíduo; ou seja, o uso de uma variante linguística revela a identidade
do seu falante: sua origem, sua classe social, sua cultura, seu conhecimento de
mundo, seus gostos etc. Para Platão e Fiorin (2002, p. 219), “o uso de um certo
padrão de linguagem concorre para aumentar ou diminuir o poder de persuasão
daquele que fala”. Sendo assim, é extremamente importante que você reflita
sobre a adequação da linguagem aos contextos comunicativos em geral e explore,
cada vez mais, a riqueza e a variedade dos recursos mais adequados da língua à
consecução de seus propósitos comunicativos.

2.4 Fatores históricos


Nos estudos relacionados à variação linguística, temos de considerar,
ainda, que as línguas variam ao longo do tempo. A língua portuguesa, por
exemplo, sofre alterações, ela muda através dos tempos e isso, conforme já vimos,
mostra o dinamismo da língua e da linguagem. A língua é viva, se transforma
constantemente no uso que seus falantes dela fazem: no decorrer do tempo,
podem ocorrer mudanças de sentido, perdas e acréscimos de vocábulos. A essas
variações damos o nome de DIACRÔNICAS (do grego dia + kronos = ao longo
de, através de + tempo) (GRAMÁTICA, 2012).
Você já teve a oportunidade de observar como a língua era usada no
século XIX? Já teve contato com algum poema que emprega termos e construções
arcaicos, ou seja, que estão em desuso? Ou, então, já ouviu uma pessoa de mais
idade proferir palavras ou expressões antigas, tais como vitrola, disco, completar
primaveras, gasosa, ceroula? E algumas gírias antigas? Por exemplo: “broto
legal”, “carango”, “paz e amor, bicho!”. Pois bem, dá-se o nome de arcaísmos
aos termos e construções que estão em desuso.

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Do mesmo modo que alguns vocábulos vão caindo em desuso, alguns


outros vão sendo criados, vão surgindo para nomear uma nova realidade,
um novo conceito ou objeto e para atender às necessidades dos falantes. Aos
novos vocábulos que são criados, dá-se o nome de neologismos. Dependendo
da intensidade de uso, os neologismos passam a fazer parte do léxico, que é o
vocabulário de uma língua, o conjunto de vocábulos que formam o dicionário.

"Neologismo" (Manuel Bandeira)

Beijo pouco, falo menos ainda


Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais coƟdiana
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar
IntransiƟvo;
Teadoro, Teodora.

Para finalizar, é útil lembrar que a ortografia da língua portuguesa, isto


é, a forma correta das palavras é uma convenção. De acordo com Artur Gomes de
Morais, em Ortografia: ensinar e aprender (2003, p. 19-20)

é algo que se define socialmente. Assim, nos textos do


início do século encontrávamos grafias como "pharmácia",
"rhinoceronte", "archeologia", "thermômetro". "commércio"
e encyclopédia". Tivemos algumas reformas ortográficas que
substituíram essas formas de escrever. Hoje, a norma que usamos
define não só o uso de letras e dígrafos. Ela define também o
emprego dos acentos e a segmentação das palavras no texto.

Veja, no site abaixo, a íntegra do ACORDO ORTOGRÁFICO DA


LÍNGUA PORTUGUESA. Disponível em: http://www.abril.com.br/arquivo/
acordo_ortografico.pdf Acesso em 02 mai. 2012.

E então, os conceitos aqui apresentados foram bem entendidos?


Não foi maravilhoso refleƟr sobre a língua e o seu uso?

Retomando a Conversa Inicial

 SEÇÃO 1 - Língua: um conjunto de variedades


Na Seção 1, entendemos que a língua não é estática e imutável, não
é uma unidade homogênea e uniforme; pelo contrário, ela pode ser definida
como um conjunto de variedades. Cada falante usa a língua de uma determinada
forma, segundo o seu nível de instrução, idade, sexo, região, cultura, profissão,
situação em que ocorre a comunicação.

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 SEÇÃO 2 - Fatores que geram as variações linguísticas


Na Seção 2, estudamos os principais fatores que dão origem às variedades
linguísticas, que são: a região, o espaço geográfico a que o usuário da língua
pertence; o nível sociocultural das pessoas que a utilizam; a situação comunicativa
em que a língua é usada; a época em que é utilizada.
Vimos também que as variantes diatópicas referem-se às diferenças linguísticas
observadas entre pessoas de regiões distintas, onde se fala a mesma língua; as variações
de um grupo social para outro são chamadas variantes diastráticas; as variações de
uma situação de comunicação para outra são chamadas de variantes diafásicas; e às
variações que ocorrem no decorrer do tempo damos o nome de diacrônicas.
Para finalizar, aprendemos que as formas da língua sofrem transformações
continuamente, surgindo, então, diferenças entre a norma padrão e o uso efetivo,
especialmente no caso da língua falada. Ao emissor, cabe fazer a adequação
da linguagem aos contextos comunicativos em geral, pois esse fato favorece a
consecução de seus propósitos comunicativos.

Sugestões de Leituras, Sites e Vídeos:

Leituras

ANDRADE, M. M. de & HENRIQUES, A. Língua portuguesa - noções básicas


para cursos superiores. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. 4. ed. São Paulo:
Edições Loyola, 2007.
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2009.
CEREJA, William R.; MAGALHÃES, Thereza C. Gramática Reflexiva: texto,
Semântica e Interação. 2. ed. São Paulo: Atual Editora, 2005.
FARACO, C. A.; TEZZA, C. Prática de texto: língua portuguesa para nossos
estudantes. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1995.
INFANTE, Ulisses. Curso de Gramática Aplicada aos textos. São Paulo: Scipione, 1996.
MORAIS, A. G. Ortografia: ensinar e aprender. 4. ed. São Paulo: Ática, 2003.
MOYSÉS, Carlos Alberto. Língua portuguesa: atividades de leitura e produção
de textos. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de
gramática no primeiro e segundo graus. São Paulo: Cortez, 1996.
VANOYE, F. Usos da linguagem: problemas e técnicas na produção oral e escrita.
11. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

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Sites

GRAMÁTICA. Disponível em: <http://www.gramaticaonline.com.br/texto/1045/


Varia%C3%A7%C3%A3o_Lingu%C3%ADstica>. Acesso em: 03 mai. 2012.
PEAD. Variação Regional. Disponível em: <http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/
variacaoregional.html>. Acesso em: 01 mai. 2012.
PEAD. Tema 01 Propostas. Disponível em: <http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/
propostas.html>. Acesso em: 01 mai. 2012.
SINGULARSÃO CAETANO. Disponível em: <http://www.singularsaocaetano.
com.br/portalnovo/em/ar/pag_professores/ATT00033%20(pleandro).pdf>.
Acesso em: 01 mai. 2012
FARACO, Carlos Alberto. Por uma pedagogia da variação linguística.
Disponível em: <http://variacaolinguistica.files.wordpress.com/2011/06/faraco-_
por_uma_pedagogia_da_variacao_linguistica1.pdf>. Acesso em: 01 maio 2012.
BAGNO, Marcos. Ensinar português ou estudar brasileiro. Disponível em:
<http://brasiliano.wordpress.com/2008/09/01/ensinar-portugues-ou-estudar-o-
brasileiro/>. Acesso em: 01 mai. 2012.
<http://www.monografias.brasilescola.com/educacao/variacao-linguistica-uma-
realidade-nossa-lingua.htm>. Acesso em: 01 mai. 2012.
http://carvalholetras.blogspot.com.br/2010/11/lingua-usos-culto-coloquial-e-
popular.html
<www.navedapalavra.com.br/resenhas/alinguagemesuasvariacoes.htm>
<http://intervox.nce.ufrj.br/~edpaes/pontua.htm>
<http://www.vicenteeflavia.pro.br/reda2.htm>
ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA. <http://www.abril.
com.br/arquivo/acordo_ortografico.pdf> Acesso em: 02 mai. 2012.

Vídeos

Variedades linguísticas regionais. Disponível em: <http://www.youtube.com/


watch?v=Mku85NEJ7TM>
Variedades linguísticas. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=HE
G5nAdQ5gM&feature=fvsr>
Variação linguística. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=_Y1-
ibJcXW0&feature=related>

OBS: Não esqueçam! Em caso de dúvidas, acessem as ferramentas “fórum” ou


“quadro de avisos”.

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