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VARIEDADES
LINGUÍSTICAS
A língua é um enorme iceberg flutuando no mar do tempo,
e a gramática normativa é a tentativa de descrever apenas
uma parcela mais visível dele, a chamada norma culta.
Essa descrição, é claro, tem seu valor e seus méritos, mas
é parcial (no sentido literal e figurado do termo) e não
pode ser autoritariamente aplicada a todo o resto da língua
– afinal, a ponta do iceberg que emerge representa apenas
um quinto de seu volume total.
(BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como
se faz. 4 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2007. p. 9-10)
Objetivos da aprendizagem
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Seções de estudo:
Para dar início ao estudo sobre as variações linguísticas, leia a tira abaixo:
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Francis Vanoye (2002, p. 23) chama a atenção para os seguintes ques onamentos,
os quais podem ser aproveitados para que você reflita sobre os níveis de linguagem:
“O português da Bahia é o mesmo português do Rio Grande do Sul? Não está cada
um deles sujeito a influências diferentes – linguís cas, climá cas, ambientais? O
português de um médico é igual ao de seu cliente? O ambiente social e o cultural
não determinam a língua?”
Cada falante usa a língua de uma determinada forma, segundo o seu nível de
instrução, idade, sexo, região, cultura, profissão, situação em que ocorre a comunicação.
Pois bem, para que você realmente passe a reconhecer a verdadeira diversidade do
português falado no Brasil, convido-o a fazer um pequeno passeio para conhecer
alguns dos principais fatores que geram essas variações linguís cas.
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Vamos estudá-los!
CONCEITO
Diatópica: variação segundo a localização geográfica dos falantes.
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Você notou que o uso da linguagem mudou de uma região para a outra?
Nele, há palavras ou expressões típicas do falar nordestino (bichim, da moléstia);
do falar mineiro (uai, trem, bão); do falar gaúcho (tchê, pilas, a la cria, tu
(tratamento em 2ª pessoa do singular); do falar carioca (bicho, rapá); do falar
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baiano (meu rei, não se avexe); do falar paulista (meu, se manda). Além disso, o
texto provoca um efeito de humor devido à caracterização dos habitantes de cada
região por meio de supostos comportamentos ou hábitos, ou seja, estereótipos de
cada região são mostrados, embora não se possa tomá-los como necessariamente
correspondentes à realidade.
CONCEITO
Diastrática: variação segundo a classe social dos falantes.
“Tem gente que nasce com coração maior ou menor, com vários defeitos.
Essas são as cardiopaƟas congênitas. Agora, o tamanho do coração
também tem a ver com outros problemas que não são congênitos, como
a insuficiência coronariana” (PEAD, 2012).
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CONCEITO
O dialeto popular é aquele falado por pessoas que têm pouco ou
nenhum contato com a escola e a leitura, pessoas de baixa escolaridade
ou analfabetas; o dialeto culto, ao contrário, correspondente à língua-
padrão - que é referência para a norma escrita-, é aquele falado por
pessoas com boa escolaridade, pelas classes intelectuais da sociedade.
Fonte: http:// um ideal de língua que se baseia ainda no uso feito pelos chamados
brasiliano. grandes escritores, e que tenta espelhar a língua falada e escrita
wordpress.
com/2008/09/01/ em Portugal, apesar de todos os grandes movimentos literários,
ensinar-portugues- desde o romantismo de José de Alencar até o modernismo
ou-estudar-o-
brasileiro/ Acesso de Mário de Andrade, que tentaram incorporar à literatura as
em: 09 mai. 2012. opções lingüísticas características do brasileiro.
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?
VOCÊ
SABIA O substan vo gente, precedido do ar go a e em referência a um grupo
de pessoas em que se inclui a que fala, ou a esta sozinha, passa a
pronome e se emprega fora da linguagem cerimoniosa. Em ambos os
casos o verbo fica na 3ª pessoa do singular.
O autor continua dizendo que esse modelo que advém dos bons escritores
nem sempre é coerente, pois eles, ao se apropriar da língua para produzirem suas
obras literárias, tinham em mente finalidades expressivas. Também, as formas
da língua sofrem transformações continuamente, surgindo, então, diferenças
entre as normas e o uso efetivo, especialmente no caso da língua falada. Infante
mostra que, nas línguas gráficas, sempre haverá uma disciplina gramatical com
a finalidade de transmitir o patrimônio cultural acumulado por escrito tanto do
passado como do presente, que se dá por intermédio da língua. Sendo assim,
dominar os recursos e os mecanismos de nossa língua é, segundo o autor, “uma
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CONCEITO
Diafásica: variação linguís ca de uma situação de comunicação para outra.
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CURIOSIDADE:
VOCÊ JÁ NOTOU QUE OS PROGRAMAS HUMORÍSTICOS COSTUMAM
EXPLORAR A VARIANTE POPULAR?
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claro que não existem variedades melhores ou piores, bonitas ou feias. Todas são
adequadas para as necessidades comunicativas dos falantes que delas fazem uso,
de acordo com as suas práticas sociais e os hábitos culturais de sua comunidade.
Por esse motivo, não se pode ter preconceito linguístico, já que discriminar uma
variedade linguística é uma forma de discriminação social dos indivíduos.
Sobre essa questão, leia o texto dos Parâmetros Curriculares Nacionais
referentes à Língua Portuguesa:
Vamos refleƟr sobre isso? Leia o texto abaixo e Ɵre suas conclusões:
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Por meio dos dialetos sociais podemos reconhecer o grupo social do qual
faz parte o indivíduo; ou seja, o uso de uma variante linguística revela a identidade
do seu falante: sua origem, sua classe social, sua cultura, seu conhecimento de
mundo, seus gostos etc. Para Platão e Fiorin (2002, p. 219), “o uso de um certo
padrão de linguagem concorre para aumentar ou diminuir o poder de persuasão
daquele que fala”. Sendo assim, é extremamente importante que você reflita
sobre a adequação da linguagem aos contextos comunicativos em geral e explore,
cada vez mais, a riqueza e a variedade dos recursos mais adequados da língua à
consecução de seus propósitos comunicativos.
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Leituras
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