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PRECONCEITO

LINGUÍSTICO

Julia Florêncio
Antônio Elias Neto
Daniel Guedes
Preconceito linguístico

O preconceito linguístico, de acordo com o linguístico e filósofo Marcos Bagno:"Todo


juízo de valor negativo( de reprovação social.Normalmente, esse prejulgamento dirigir-
se
Cada pessoa tem suas gírias, seu modo de falar, mesmo nas mais diversas linguagens.
Muitos criticam, outros não se importam. Mas o fato é que a linguagem é de um jeito,
cada cultura tem a sua, cada país, região, cidade, grupo, pessoase etc...
O preconceito linguístico, de acordo com o linguístico e filósofo Marcos Bagno:"Todo
juízo de valor negativo( de reprovação social.Normalmente, esse prejulgamento dirigir-se
às variantes mais informais e ligadas às classes sociais menos favorecidas, as quais, via
de regra, têm menor acesso à educação formal ou têm acesso a um modelo
educacional de qualidade deficitária"Causas do preconceito linguístico: Segundo Bagno,
na obra Preconceito Linquístico: o que é, como se faz (1999), o preconceito linguístico
deriva da construção de um padrão imposto por uma elite econômica e intelectual que
considera como "erro" e, consequentemente, reprovável tudo que se diferencie desse
modelo. Além disso, está intimamente ligado a outros preconceitos também muito
presentes na sociedade.
Variações linguísticas e o preconceito linguístico
Aceitar a existência e a importância das variações linguísticas é o primeiro passo para
combater o preconceito linguístico. O primeiro passo para desfazer o preconceito
linguístico é respeitar a existência das figuras linguísticas e dos diferentes contextos
culturais. Mas a grande pergunta, é possível cantar ou falar o "português
errado"?.Muitas vezes ouvimos uma pessoa dizendo,"fulano fala tudo errado", mas isso é
possível? É possível que você não sabe falar o idioma do seu proprio pais?Na verdade
não, isso se dá a variedade de cultura como foi mencionado no começo, "falar errado"
pode deixar a cultura linguística de seu país mais rica.A norma padrão pode não estar
adequada a todas as situações comunicativas.
EXEMPLOS
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

A variação linguística é um fenômeno natural que ocorre pela diversificação dos sistemas
de uma língua em realção às possibilidades de mudança de seus elementos (vocabulário,
pronúncia, morfologia, sintaxe). Ela existe porque as línguas possuem a característica de
serem dinâmicas e sensíveis a fatores como a região geográfica, o sexo, a idade, a classe
social do falante e o grau de formalidade do contexto da comunicação.
É importante observar que toda variação linguística é adequada para atender às
necessidades comunicativas e cognitivas do falante. Assim, quando julgamos errada
determinada variedade, estamos emitindo um juízo de valor sobre os seus falantes e,
portanto, agindo com preconceito linguístico.
Tipos de variação linguística
→ Variedades sociais
São variedades que possuem diferenças em nível fonológico ou morfossintático. Veja:
Fonológicos - “prantar” em vez de “plantar”; “bão” em vez de “bom”; “pobrema” em vez de
“problema”; “bicicreta” em vez de “bicicleta”.
Morfossintáticos - “dez real” em vez de “dez reais”; “eu vi ela” em vez de “eu a vi”; “eu truci”
em vez de “eu trouxe”; “a gente fumo” em vez de “nós fomos”.
→ Variedades estilísticas
São as mudanças da língua de acordo com o grau de formalidade, ou seja, a língua pode variar
entre uma linguagem formal ou uma linguagem informal.
Linguagem formal: é usada em situações comunicativas formais, como uma palestra, um
congresso, uma reunião empresarial, etc.
Linguagem Informal: é usada em situações comunicativas informais, como reuniões
familiares, encontro com amigos, etc. Nesses casos, há o uso da linguagem coloquial.
EXEMPLOS
Para dizerem milho dizem mio

Para melhor dizem mió

Para pior pió

Para telha dizem teia


Para telhado dizem teiado

E vão fazendo telhados.


COLOQUIALIDADE

■ A linguagem coloquial é uma variação de linguagem popular utilizada em situações


cotidianas mais informais. Acoloquialidade encontra fluidez na oralidade (fala) e,
assim, não requer adequação às normas da gramática tradicional (norma
culta/padrão da língua portuguesa). É na linguagem coloquial que encontramos
as gírias, estrangeirismos, neologismos, abreviações, isto é,
palavras e expressões que não se relacionam à norma culta da língua portuguesa.
■ É importante destacar que todos os estilos de linguagem têm sua relevância para os
falantes da língua e podem e devem ser eleitos dependendo do contexto em que
ocorre a situação comunicativa. A linguagem coloquial é empregada em
situações informais, entre amigos, familiares e em ambientes e/ou situaçõesem que o
uso da norma culta da língua possa ser dispensado.
O fato de não seguir as regras gramaticaisnão faz a linguagem coloquial ser menos
importante/relevante do que a linguagem culta. Isso porque, se considerarmos a
frequência de uso de ambos os estilos de linguagem, é possível observar que a linguagem
coloquialé mais frequentemente utilizada pelos falantes do que a culta.
Outra questão importante a ser destacada é que o estilo de linguagem coloquial nãodeve
ser confundido com a diversidade de dialetos existentes no português do Brasil.
Os dialetos estão muito mais relacionados àlíngua, sociedade e cultura do que
ao estilo e escolha de registro.
O escritor João Guimarães Rosa, conhecido como “o inventor de palavras”, em sua
obra Grande Sertão: Veredas, além de criar novas palavras, utilizou o estilo coloquial de
linguagem, uma estratégia eficiente para que o leitor possa construir a imagem de alguns
de seus personagens do sertão nordestino.
Exemplo

■ A mandioca-mansa e a mandioca-brava
(...) Melhor, se arrepare: pois num chão, e com igual formato de ramos e folhas, não dá
mandioca mansa, que se come comum, e a mandioca-brava, que mata? Agora, o senhor já
viu uma estranhez? A mandioca doce pode de repente virar azangada – motivos não sei; às
vezes se diz que é por replantada no terreno sempre, com mudas seguidas, de manaíbas –
vai em amargando, de tanto em tanto, de si mesma toma peçonhas. E, ora veja: a outra, a
mandioca-brava, também é que às vezes pode ficar mansa, a esmo, de se comer sem
nenhum mal. (...) Arre, ele (o demo) está misturado em tudo.
■ (ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. 1994. p. 27).
EXEMPLOS

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