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LINGUÍSTICO
Julia Florêncio
Antônio Elias Neto
Daniel Guedes
Preconceito linguístico
A variação linguística é um fenômeno natural que ocorre pela diversificação dos sistemas
de uma língua em realção às possibilidades de mudança de seus elementos (vocabulário,
pronúncia, morfologia, sintaxe). Ela existe porque as línguas possuem a característica de
serem dinâmicas e sensíveis a fatores como a região geográfica, o sexo, a idade, a classe
social do falante e o grau de formalidade do contexto da comunicação.
É importante observar que toda variação linguística é adequada para atender às
necessidades comunicativas e cognitivas do falante. Assim, quando julgamos errada
determinada variedade, estamos emitindo um juízo de valor sobre os seus falantes e,
portanto, agindo com preconceito linguístico.
Tipos de variação linguística
→ Variedades sociais
São variedades que possuem diferenças em nível fonológico ou morfossintático. Veja:
Fonológicos - “prantar” em vez de “plantar”; “bão” em vez de “bom”; “pobrema” em vez de
“problema”; “bicicreta” em vez de “bicicleta”.
Morfossintáticos - “dez real” em vez de “dez reais”; “eu vi ela” em vez de “eu a vi”; “eu truci”
em vez de “eu trouxe”; “a gente fumo” em vez de “nós fomos”.
→ Variedades estilísticas
São as mudanças da língua de acordo com o grau de formalidade, ou seja, a língua pode variar
entre uma linguagem formal ou uma linguagem informal.
Linguagem formal: é usada em situações comunicativas formais, como uma palestra, um
congresso, uma reunião empresarial, etc.
Linguagem Informal: é usada em situações comunicativas informais, como reuniões
familiares, encontro com amigos, etc. Nesses casos, há o uso da linguagem coloquial.
EXEMPLOS
Para dizerem milho dizem mio
■ A mandioca-mansa e a mandioca-brava
(...) Melhor, se arrepare: pois num chão, e com igual formato de ramos e folhas, não dá
mandioca mansa, que se come comum, e a mandioca-brava, que mata? Agora, o senhor já
viu uma estranhez? A mandioca doce pode de repente virar azangada – motivos não sei; às
vezes se diz que é por replantada no terreno sempre, com mudas seguidas, de manaíbas –
vai em amargando, de tanto em tanto, de si mesma toma peçonhas. E, ora veja: a outra, a
mandioca-brava, também é que às vezes pode ficar mansa, a esmo, de se comer sem
nenhum mal. (...) Arre, ele (o demo) está misturado em tudo.
■ (ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. 1994. p. 27).
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