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É muito importante compreender a variação na língua. O entendimento da variação linguística evita o preconceito contra aqueles que falam
diferentemente, além de nos proporcionar mais conhecimento e bagagem no que diz respeito a todos os aspectos da nossa história.
Variação linguística geográfica ou regional: essa variação ocorre quando a mesma língua é falada de forma diferente, de acordo com a
localidade do falante:
Variação linguística social/cultural: é o tipo de linguagem utilizada por determinado grupo social, que por preferências, atividades e ou nível
socioeconômico adota um linguajar próprio. Podemos exemplificar com os grupos de profissionais como advogados ou surfistas.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma língua varia de época para época, de região para região, de
classe social para classe social e assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma
mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma da língua.
Uma língua oferece a seus usuários diferentes formas de realização, isto é, diferentes jeitos de falar e de escrever. Não existe uma forma
melhor(mais certa) ou pior( mais errada) de empregar uma língua.
Língua culta/ variedade padrão: modelo arbitrário e convencional, baseado em critérios ideológicos ‒‒ sociais, culturais, políticos e econômicos.
Não existe, portanto, uma língua única. A língua é na verdade um conjunto de diferentes variedades linguísticas.
É importante observar que o processo de variação ocorre em todos os níveis de funcionamento da linguagem, sendo mais perceptível na
pronúncia e no vocabulário.
Nível fonológico – pranta, canal(u),
Nível morfossintático – manteu/ manteve ansio/ anseio
Eu lhe vi. Chegou os cantores ao local do show.
Nível vocabular – miúdo ‒ Portugal
guri, menino, garoto
OS NÍVEIS DA FALA
Nível informal
Representa o estilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que para a
sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma um estigma.
Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais representam as variações de acordo
com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. Dentre elas destacam-se:
Variações históricas:
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo.
Um exemplo bastante representativo é a questão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia, uma vez que a mesma era
grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos internautas, a qual fundamenta-se pela supressão dos vocábulos.
Variações regionais:
São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados
às características orais da linguagem.
Mas vale ressaltar que as variações linguísticas fogem da Norma Culta da Língua Portuguesa que aprendemos na escola, dessa forma, é comum
pensar que qualquer outra variação de fala, como por exemplo, “oxente”, é incorreta, porém, não é. Linguistas e especialistas no assunto afirmam
que a língua é heterogênea e complexa, desse modo, ela se adapta às necessidades do indivíduo.
Antes de apresentarmos os três tipos de variações linguísticas mais comuns, é preciso ter em mente que não existe conceito certo ou errado.
De fato, na Norma Culta, as regras gramaticais são importantes para uniformizar a língua e adequar a produção de uma escrita mais formal. Mas,
as variações linguísticas se referem à comunicação de um mesmo grupo, e isso não os caracteriza como incorretos, mas sim, que eles fazem o
uso de palavras diferentes.
Antes de conhecê-las, é importante lembrar que o Brasil é um país multilíngue, ou seja, diversos idiomas, como o indígena, convivem em território
brasileiro. Por isso que, nosso léxico possui diferenciações e vocábulos do Português de Portugal, por exemplo.
Essa é apenas uma maneira de exemplificar a modificação linguística de acordo com as influências e referências socioculturais. No entanto, a tal
influência pode ser consciente, ou seja, quando o falante decide utilizar “mano” e outras gírias para se comunicar com os amigos, ou escolher
utilizar a norma padrão ao escrever a redação do Enem.
Mas o seu uso também pode ser inconsciente, quando não é uma decisão do falante usar as variações linguísticas impostas durante a sua
construção.Todos esses grupos, sejam suas variantes fruto da história, região ou social, possuem uma motivação, e a seguir, falaremos um pouco
sobre cada uma delas.
Canhenga, usado para caracterizar uma pessoa que não gosta de gastar dinheiro;
Ligeiro, significa rápido;
Encabulado, quer dizer algo vergonhoso;
Rangar, significa comer;
Oxê ou Oxente são expressões de surpresa, espanto;
Mainha/Painho, são mãe e pai.
Mas se tratando de vestibular, qual a importância de conhecer e entender sobre a variação linguística?
Em primeiro lugar, boa parte dos exames caem questões de vestibular sobre variações linguísticas. No Enem (Exame Nacional do Ensino Médio),
por exemplo, essa temática costuma cair na prova objetiva de Linguagem, Códigos e Tecnologia, como também pode ser uma proposta de
redação. Porém lembre-se de que, para a redação, é cobrado o domínio da norma padrão, ok?
Agora é com você! Aprofunde-se nos seus estudos para se sair bem nos exercícios de variações linguísticas do Enem e vestibulares no geral.
As variações linguísticas são as mudanças que a língua apresenta, devido à sua capacidade de se transformar e de se adaptar. Ocorrem
variações na língua porque a língua é usada por falantes inseridos numa sociedade complexa, formada por diferentes grupos sociais, com
diferentes hábitos culturais e diferentes graus de escolarização.
Variação regional ou geográfica (diatópica): variações linguísticas existentes entre diferentes locais e regiões.
Variação histórica (diacrônica): variações linguísticas existentes entre diferentes épocas, da mais arcaica à mais moderna.
Variação social (diastrática): variações linguísticas existentes entre diferentes grupos sociais.
Variação situacional (diafásica): variações linguísticas existentes conforme a situação ou contexto do ato comunicativo, do mais
informal ao mais formal.
O uso faz a regra e os falantes usam a língua de modo a suprir suas necessidades comunicativas, adaptando-a conforme suas intenções e
necessidades. Assim, a língua portuguesa encontra-se em constante alteração, evolução e atualização, não sendo um sistema estático e fechado.
dialeto caipira;
dialeto gaúcho;
dialeto baiano;
dialeto carioca;
dialeto montanhês;
dialeto nordestino.
véio (velho);
oiá (olhar);
muié (mulher);
cantá (cantar);
enxovar (enxoval);
oncotô (onde estou);
pertim (pertinho);
vambora (vamos embora).
As variações diacrônicas, também chamadas de variações históricas, são variações que ocorrem de acordo com as diferentes épocas vividas
pelos falantes, sendo possível distinguir o português arcaico do português moderno, bem como diversas palavras que ficam em desuso.
vossemecê;
botica;
comprir;
anóveas;
asinha;
sisa;
suso.
flôr;
côr;
seqüencia;
pingüim;
pharmácia;
therapeutico;
annos;
alliar;
analyse.
As variações diastráticas, também chamadas de variações sociais, são variações que ocorrem de acordo com os hábitos e cultura de diferentes
grupos sociais. Este tipo de variação ocorre porque diferentes grupos sociais possuem diferentes conhecimentos, modos de atuação e sistemas de
comunicação.
Prefiro freestyle.
O gringo tem um carrinho irado.
O silk do skate tá insano.
As variações diafásicas, também chamadas de variações situacionais, são variações que ocorrem de acordo com o contexto ou situação em que
decorre o processo comunicativo. Há momentos em que é utilizado um registro formal e outros em que é utilizado um registro informal.
Linguagem informal, considerada menos prestigiada e culta, usada quando há familiaridade entre os interlocutores da comunicação ou em
situações descontraídas.
Linguagem formal, considerada mais prestigiada e culta, usada quando não há familiaridade entre os interlocutores da comunicação ou em
situações que requerem uma maior seriedade.
Bom dia! Tudo bom com você?
Querem ir ao cinema hoje?
Onde está Pedro? Você viu-o?
Nós gostamos dele.
Está olhando para onde?
Muito obrigada, Luísa!
O preconceito linguístico surge porque nem todas as variações linguísticas usufruem do mesmo prestígio. Algumas são consideradas superiores,
mais corretas e cultas e outras são consideradas menos cultas ou mesmo incorretas.
Preconceito linguístico ocorre sempre que uma determinada variedade é referida com um tom pejorativo e depreciativo, estando associada a
situações de deboche ou até de violência, o que contribui para a exclusão social de diversos indivíduos e grupos.
É urgente compreender e aceitar que todas as variedades linguísticas são fatores de enriquecimento e cultura, não devendo ser encaradas como
erros ou desvios.