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Variação Linguística

Conceituação – O que é?

Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu


domínio e, ainda num só local, apresenta um sem-
número de diferenciações.[…] Mas essas variedades de
ordem geográfica, de ordem social e até individual, pois
cada um procura utilizar o sistema idiomático da forma
que melhor lhe exprime o gosto e o pensamento, não
prejudicam a unidade superior da língua, nem a
consciência que têm os que a falam diversamente de se
servirem de um mesmo instrumento de comunicação,
de manifestação e de emoção.” – Celso Cunha.
Tipos de Variação:

O nível diatópico: Se relaciona com o lugar onde o


falante reside, ou seja, a variação diatópica é a
variação regional. Um exemplo desse tipo seria a
palavra mandioca. Em certas regiões do Brasil a
mandioca é chamada de macaxeira ou aipim. Os
sotaques também entram nesse tópico, como
variação regional.
Variação Diatópica (Regionalismo)
A toda comunidade pobre da Zona Sul!

Chegou fim de semana todos querem diversão


Só alegria nós estamos no verão,
mês de Janeiro São Paulo Zona Sul
Todo mundo a vontade calor céu azul
Eu quero aproveitar o sol
Encontrar os camaradadas prum basquetebol
Não pega nada
Estou à 1 hora da minha quebrada
Logo mais, quero ver todos em paz
Um dois três carros na calçada
Feliz e agitada toda "prayboyzada"
As garagens abertas eles lavam os carros
Desperdiçam a água, eles fazem a festa
Vários estilos vagabundas, motocicletas
Coroa rico boca aberta, isca predileta
2) Variação Diafásica ou Situacional
O nível diafásico: Se relaciona com o contexto
comunicativo, ou seja, a ocasião é que será
determinante para a escolha do modo de falar.
Vemos, por exemplo as diferenças entre um texto
escrito e um bate-papo informal entre colegas.
2) Variação Diafásica ou Situacional
2) Variação Diafásica ou Situacional
3) Nível diastrático
A língua varia de acordo com fatores sociais. A
variação social está relacionada a fatores como faixa
etária, grau de escolaridade e grupo profissional e é
marcada pelas gírias, jargões e pelo linguajar singelo,
já que são aspectos característicos de certos grupos.
3.1) Fator etário
A idade dos participantes da comunicação é um
dado relevante, já que, a partir dela, serão feitas
escolhas linguísticas diferentes. Isso é visível na
comparação entre um jovem e uma pessoa mais
velha, em que cada um usará vocábulos mais
comuns à sua geração. Veja:
3.2) Fator da escolaridade
Este fator se liga a uma categoria essencial, que é a
educação. Na escola, aprende-se a usar a língua em
situações formais de acordo com a “norma padrão”
ou “norma culta”.
3.3) Fator profissional

Cada grupo profissional possui um conjunto de nomes e


expressões que se ligam à atividade desempenhada; ou
seja, essa fator trata do jargão típico de cada área. O
campo do Direito, por exemplo, utiliza palavras
relacionadas a leis, a artigos e a determinados
documentos, assim como a área da Medicina utiliza um
vocabulário que apenas os médicos são capazes de
entender.
4) Variação Histórica

Ocorre por conta da transformação do idioma


através do tempo. Como sabemos, a língua
portuguesa não é estática e imutável e, durante sua
utilização ao longo dos anos, pode haver a
modificação da grafia de palavras, do significado e
contexto para a utilização de expressões e até
mesmo a forma de se falar.
Antigamente
Carlos Drummond de Andrade
“Antigamente as moças chamavam-se “mademoiselles” e eram
todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos:
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
mesmo não sendo rapagões, faziam-lhe pé-de-alferes,
arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.
E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir
pregar em outra freguesia.
As pessoas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai
da forca, e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde
para colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma
canoa. O que não impedia que, nesse entremente, esse ou
aquele embarcasse em canoa furada. Encontravam alguém
que lhes passava a manta e azulava, dando às de Vila-Diogo….”

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