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Seção I
Aspectos Iniciais da Produção de Textos .................9
1. O Emprego de uma Língua/Idioma ................................12
2. A Língua Escrita: o Texto ..............................................15
3. As Modalidades de Texto ............................................. 22
Seção II
Texto Dissertativo............................................... 33
1. Conceito de Dissertação ............................................... 35
2. Organização do Texto Dissertativo ..............................46
3. Adequação da Linguagem ............................................49
4. Clareza Textual ............................................................ 53
5. Coesão e Coerência ...................................................... 56
6. Paralelismo Sintático e Semântico ............................... 59
7. Concisão ...................................................................... 62
8. Interlocução ................................................................. 65
9. Os Maiores Erros da Dissertação ..................................68
10. A Coletânea de Textos em uma Proposta de Dissertação ... 72
11. Tema e Delimitação do Tema....................................... 76
12. Ponto de Vista ............................................................80
13. Parágrafos: Sequência Lógica ..................................... 83
14. Temas Dissertativos ...................................................98
15. Agora é a sua Vez! .................................................... 144
Seção III
Correção de Textos ............................................ 173
1. Correção de Redação ...................................................175
2. Emprego dos Conectivos ............................................. 191
3. Esqueletos da Redação .............................................. 198
4. Propostas de Bancas ..................................................208
5. A Versão Final da Redação .........................................220
Seção IV
Noções de Ortografia e Acentuação .....................241
1. Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa .................. 243
2. Ortografia Oficial ....................................................... 257
3. Acentuação ................................................................261
Giancarla Bombonato e Janaina Arruda
Funções da Linguagem
Função referencial ou denotativa
A linguagem transmite uma informação objetiva sobre a realidade, com
preferência a dados concretos, fatos e circunstâncias. Essa forma de co-
municação é comum em notícias de jornal, discurso científico etc. Desse
modo, coloca-se em evidência o assunto ao qual a mensagem se refere.
Função poética
A linguagem poética deixa em evidência a forma da mensagem, ou seja,
há uma preocupação em como dizer algo. Está muito presente em textos
literários, mas não é exclusiva da poesia nem da literatura em geral, pois
se encontra com frequência nas expressões cotidianas de valor metafórico
e na publicidade.
Função fática
A linguagem é empregada para estabelecer, prolongar ou interromper
a comunicação. É aplicada em situações em que o mais importante não
é o que se fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o emissor e o
receptor. Fática quer dizer “relativa ao fato”, ao que está ocorrendo. É a
linguagem das falas telefônicas, saudações e similares.
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Seção I - Aspectos Iniciais da Produção de Textos
Função metalinguística
Esta função refere-se à metalinguagem, que ocorre quando o emissor
explica um código usando o próprio código. É a poesia que fala da poesia,
da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. As gramáti-
cas e os dicionários são exemplos de metalinguagem.
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Giancarla Bombonato e Janaina Arruda
Fatores regionais
Diferença do português falado por habitantes de regiões diferentes.
Também há variações no uso da língua dentro de uma mesma região.
Fatores culturais
É a influência que o grau de escolarização e a formação cultural de um
indivíduo têm em relação ao uso da língua.
Fatores contextuais
A forma de comunicar-se é influenciada pelo contexto social, econô-
mico, cultural etc. Por exemplo: há diferença de vocabulário, de expres-
sões entre um encontro de amigos e uma reunião profissional.
Fatores profissionais
Algumas atividades profissionais exigem o domínio de uma lingua-
gem técnica. Isso pode ser percebido pelo emprego de termos específicos
de engenheiros, biólogos, matemáticos, médicos, linguistas etc.
Fatores naturais
Alguns fatores, como idade e sexo, influenciam o uso da língua.
Nível coloquial-popular
É a linguagem que se utiliza no dia a dia, principalmente em situações
informais. Esse nível da fala é mais espontâneo, pois não há uma preocu-
pação em falar de acordo com a norma-padrão, com as regras.
Nível formal-culto
É a linguagem utilizada em situações formais. Caracteriza-se por
exigir um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às regras
gramaticais.
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Seção II - O Texto Dissertativo
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Como dissertar
A tarefa de dissertar pode ser definida como um dos trabalhos de
maior importância produzidos pelo cérebro humano, pois um traço im-
portantíssimo dessa atividade é o seu caráter opinativo. É no momento em
que escrevemos que transformamos em palavras aquilo que pensamos.
Esse é um dos atos de maior importância para o homem, pois é por meio
dele que demonstramos o que pensamos sobre o mundo.
De forma mais direta, podemos dizer que, quando dissertamos, esta-
mos defendendo uma ideia, estamos questionando algum fato, estamos
oferecendo nosso ponto de vista sobre determinadas situações ou aconte-
cimentos. Na maioria das vezes, usamos uma linguagem no sentido de-
notativo. Isso quer dizer que fazemos uso de termos objetivos, evitando
qualquer construção que possa representar um efeito de sentido diferente
à ideia, como figuras de linguagem, por exemplo.
Ademais, no ato de escrever desenvolvemos uma sequência lógica de
ideias e de possíveis julgamentos, afinal a argumentação escolhida, as-
sim como os exemplos que escolhemos, reflete nossa perspectiva acerca
do contexto utilizado para a escrita, dos fatos que nos cercam, tornando
mais competente nossa capacidade em analisar o mundo de forma crítica.
Vale lembrar que existe também o cuidado em se manter a unicidade,
a coerência e o equilíbrio no texto, pois esses elementos são fundamen-
tais para a concretização de uma boa dissertação, que deve ser apresenta-
da de modo claro e ordenado.
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Seção II - O Texto Dissertativo
Introdução
Seguindo como tema o racismo, será preciso traçar um recorte para
um assunto tão amplo. Caso as bancas selecionem temas tão abertos, será
preciso delimitar alguns pontos para a argumentação, caso contrário, o
texto ficará muito vago e pouco se aproximará daquilo que a banca espera.
A introdução deve conter uma contextualização do tema, de modo
breve que pode seguir estratégias diversas. A quantidade de linhas ficará
entre 5 ou 6, no máximo. Vejamos um exemplo:
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Giancarla Bombonato e Janaina Arruda
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Seção II - O Texto Dissertativo
pontuação. Por ser o trecho mais longo, pode ser dividido em alguns parágra-
fos; é sempre bom destacar que a dissertação para concursos não pode apre-
sentar um único parágrafo de desenvolvimento; é preciso ter, no mínimo, dois.
Para o desenvolvimento, a quantidade de linhas pode ser maior, pois
é nesse trecho que a pontuação, geralmente,
é mais considerada. Desse modo, pode-se fa-
A quantidade de linhas por
zer uso de parágrafos com 6, 7 ou até 8 linhas, parágrafos dependerá do
dependerá da quantidade de parágrafos. número de parágrafos e da
Tendo como exemplo a primeira introdu- extensão da folha de versão
definitiva da redação.
ção apresentada acima, vejamos como pode ser
o desenvolvimento desse texto:
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Giancarla Bombonato e Janaina Arruda
Conclusão
Esta parte do texto é apenas um desfecho, uma espécie de retoma-
da. Não se acrescenta mais nada nesse ponto da dissertação. É comum
que uma frase de efeito ou de reflexão esteja presente na construção da
conclusão. Dependendo do tema e da banca, a conclusão pode ser um
parágrafo com conteúdo, mas isso para um estudo de caso, por exemplo.
Alguns outros tipos de dissertação podem solicitar algum tipo de in-
tervenção, mas só o comando da questão pode deixar isso claro. Existem
propostas para as quais não existe intervenção. De modo genérico, pode-
se dizer que esta parte da dissertação pode ter em média de 4 até 5 linhas,
pois é momento de terminar o texto.
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Seção II - O Texto Dissertativo
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Seção III - Correção de Textos
Aspectos Iniciais
Antes de começar a desenvolver a prática de escrita, é preciso ter al-
gumas posturas em relação ao processo de composição de um texto. Desse
modo, percebe-se que escrever não é tão complexo se houver orientação
e se o ato da escrita for constante.
Leitura
Apenas a leitura não garante uma boa escrita. Então, deve-se associar
a leitura constante com a escrita constante, pois uma prática complementa
a outra.
E o que ler?
Direcione sua prática de leitura da seguinte forma: fique atento às
atualidades, que geralmente fazem parte da prova de conhecimentos bá-
sicos. Ademais, conheça a instituição e o cargo a que você pretende candi-
datar-se, bem como as funções e as responsabilidades exigidas, as quais
estão previstas no edital de abertura de um concurso. E, também, tenha
uma visão crítica sobre os conhecimentos específicos, porque a tendência
dos concursos é relacionar um tema a esses conteúdos.
Considere que, nas provas de redação, também podem ser abordados
temas sobre algum assunto desafiante para o cargo ao qual o candidato
está concorrendo. Uma dica é estar atento às informações veiculadas so-
bre o órgão público no qual pretende ingressar.
Produção de texto
A produção de um texto não depende de talento ou de um “dom”
possuído por alguém. No processo de elaboração textual, pode-se dizer
que um por cento (1%) é inspiração e noventa e nove por cento (99%)
é transpiração, ou seja, TRABALHO. Escrever um excelente texto é um
processo que exige esforço, planejamento e organização.
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Giancarla Bombonato e Janaina Arruda
Escrita
O ato de escrever é sempre dessa maneira: basta começar. Escrever
para ser avaliado por um corretor é colocar pensamentos organizados e
articulados, num papel, a partir de um posicionamento sobre um tema
estabelecido na proposta de redação.
Tema
O seu texto deve estar cem por cento (100%) adequado à proposta
exigida na prova, ou seja, você não pode escrever o que quiser, mas o que
a proposta determina. Desse modo, antes de começar a escrever, é neces-
sário entender o tema da prova.
O tema é o assunto proposto que deve ser desenvolvido. Portanto,
cabe a você entendê-lo, problematizá-lo e delimitá-lo, com base no co-
mando da proposta.
Objetividade
Seu texto deve ser objetivo, isto é, o enfo-
Linguagem simples não que do assunto deve ser direto, sem rodeios.
é linguagem coloquial. Além disso, as bancas dão preferência a uma
linguagem simples e objetiva. E não confunda
linguagem simples com coloquialismos, pois é necessário sempre manter
a sua escrita baseada na norma-padrão da língua portuguesa.
No lugar do outro
É fundamental o candidato colocar-se na posição do leitor. É um mo-
mento de estranhamento do próprio texto para indagar-se: o que escrevi é
interessante e de fácil entendimento?
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Seção III - Correção de Textos
Gênero
Verifica-se se a produção textual está adequada à modalidade reda-
cional, ou seja, se o texto expressa o domínio da linguagem do gênero:
narrar, relatar, argumentar, expor, descrever ações, etc.
Os concursos públicos, quase em sua totalidade, têm como gênero
textual a dissertação argumentativa ou o texto expositivo-argumentativo.
Desse modo, a banca avalia a objetividade e o posicionamento frente ao
tema, a articulação dos argumentos, a consistência e a coerência da argu-
mentação.
Isso significa que há uma valorização quanto ao conteúdo do texto:
a opinião, a justificativa dessa opinião e a seletividade de informações
sobre o tema.
Coerência
Avalia-se se há atendimento total do comando, com informações no-
vas que evidenciam conhecimento de mundo e que atestam excelente ar-
ticulação entre os aspectos exigidos pela proposta, o recorte temático e o
gênero textual requisitado. Ou seja, é preciso trazer informações ao texto
que não estão disponíveis na proposta. Além disso, é essencial garantir a
progressão textual, quer dizer, seu texto precisa ter uma evolução e não
pode trazer a mesma informação em todos os parágrafos.
Coesão e gramática
Percebe-se se há erros gramaticais; se os períodos estão bem organi-
zados e articulados, com uso de vocabulário e conectivos adequados; e
se os parágrafos estão divididos de modo consciente, a fim de garantir a
progressão textual.
Apresentação do texto
Além dos critérios de conteúdo, gênero, coerência, coesão e gramá-
tica, também é essencial que se garanta uma boa apresentação do texto.
Ou seja, a redação deve estar com uma excelente imagem, que demonstre
cuidado com alguns pontos, os quais serão descriminados a seguir.
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Giancarla Bombonato e Janaina Arruda
Letra (Legibilidade)
Escreva sempre com letra legível. Pode ser letra cursiva ou de imprensa,
desde seja possível ler o que foi escrito. Tenha atenção para o espaçamento
entre as letras/palavras e para a distinção entre maiúsculas e minúsculas.
Respeito às margens
As margens (tanto esquerda quanto direita) existem para ser respei-
tadas, portanto não as ultrapasse no momento em que escreve a versão
definitiva. Tampouco deixe “buracos” entre as palavras.
Indicação de parágrafos
É preciso deixar um espaço antes de iniciar um parágrafo (mais ou
menos dois centímetros).
Título
Se o título for solicitado, ele será obrigatório. Caso não seja colocado
na redação, haverá alguma perda, mas não muito. Os editais, em geral, não
informam pontuações exatas. No caso de o título não ser solicitado, ele se
torna facultativo. Logo, se o candidato decidir inseri-lo, ele fará parte do
texto, sendo analisado como tal, mas não terá um valor extra por isso.
Quando há a obrigatoriedade, a ausência do título não anula a questão,
a menos que haja essa orientação nas instruções dadas na prova. Não há
um desconto considerável em relação ao esquecimento do título, porque
a maior pontuação, em uma redação para concurso, está relacionada ao
conteúdo do texto.
Em caso de obrigatoriedade do título, procure não pular linha entre
o título e o início do texto, porque essa linha em branco não é contada
durante a correção.
Rasuras
Quando você está escrevendo e, por distração, erra uma palavra, deve
passar um traço sobre a palavra e escrevê-la corretamente logo em segui-
da, sem fazer qualquer tipo de outra marcação.
exeção exceção
Atenção!
- Não rasure seu texto.
- Não escreva a palavra entre parênteses, mesmo se estiver riscada:
(exeção) (exeção).
- Não use a expressão “digo”.
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Seção III - Correção de Textos
Translineação
Quando não for possível escrever uma palavra completa ao final da
linha, deve-se escrever até o limite, sem ultrapassar a margem direita da
linha. E o sinal de separação será sempre o hífen.
Atenção: sempre respeite as regras de separação silábica. Nunca uma
palavra será separada de maneira a desrespeitar as sílabas:
tran-
sformação
Caso a próxima sílaba não caiba no final da linha, embora ainda haja
um espaço, deixe-o e continue na próxima linha.
trans-
formação
Em relação ao posicionamento do hífen de separação, deixe-a ao lado
da sílaba. Nunca abaixo.
Quando a palavra for escrita com hífen e a separação ocorrer justo
nesse espaço, você deve usar duas marcações. Por exemplo: entende-se.
entende-
-se
Se a palavra não tiver hífen em sua estrutura, use apenas uma marcação:
apresen-
tação
Impessoalidade
O texto dissertativo (expositivo-argumentativo) é impessoal. Portan-
to, pode-se escrever com verbos em:
◈◈ 3ª pessoa do singular ou do plural.
A qualidade no atendimento precisa ser prioridade.
Percebe-se que a qualidade no atendimento é essencial.
Notam-se várias mudanças no setor público.
◈◈ 1ª pessoa do plural.
Observamos muitas mudanças e melhorias no serviço público.
NÃO escreva na 1ª pessoa do singular: Observo mudanças significativas.
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Adequação vocabular
Adequação vocabular significa ter um desempenho linguístico de
acordo com o nível de conhecimento exigido para o cargo/área/especia-
lidade, bem como adequação do nível de linguagem adotado à produção
proposta. Por isso, devem-se escolher palavras adequadas, evitando-se o
uso de jargões, chavões, termos muito técnicos que possam dificultar a
compreensão.
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Seção III - Correção de Textos
◈◈ Morfossintaxe:
- Pontuação.
- Construção do período.
- Emprego de conectores.
- Concordância nominal.
- Concordância verbal.
- Regência nominal.
- Regência verbal.
◈◈ Propriedade vocabular:
- Repetição de palavras.
- Omissão vocabular.
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Seção III - Correção de Textos
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Seção III - Correção de Textos
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Seção III - Correção de Textos
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Seção IV - Noções de Ortografia e Acentuação
Trema
Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar
que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui. Exemplos:
aguentar, bilíngue, cinquenta, delinquente, eloquente, ensanguentado,
frequente, linguiça, quinquênio, sequência, sequestro, tranquilo.
Observação: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e
em suas derivadas. Müller, mülleriano.
Regras de Acentuação
a) Ditongos abertos em paroxítonas
Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras
paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba). Exem-
plos: alcateia, androide, apoia, apoio (verbo), asteroide, boia, celuloide,
claraboia, colmeia, Coreia, debiloide, epopeia, estoico, estreia, geleia, he-
roico, ideia, jiboia, joia, odisseia, paranoia, paranoico, plateia, tramoia.
Observação: a regra é somente para palavras paroxítonas. Assim, con-
tinuam a ser acentuadas as palavras oxítonas e os monossílabos tônicos
terminados em éi(s), ói(s). papéis, herói, heróis, dói (verbo doer), sóis etc.
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Giancarla Bombonato e Janaina Arruda
Observação:
◈ se a palavra for oxítona e o I ou o U estiverem em posição final (ou
seguidos des), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí;
◈ se o I ou o U forem precedidos de ditongo crescente, o acento per-
manece. guaíba, Guaíra.
c) Hiatos EE e OO
Não se usa mais acento em palavras terminadas em eem e oo(s). abençoo,
creem, deem, doo, enjoo, leem, magoo, perdoo, povoo, veem, voos, zoo.
d) Acento diferencial
Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/
pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera:
Ele para o carro.
Ele foi ao polo Norte.
Ele gosta de jogar polo.
Esse gato tem pelos brancos.
Comi uma pera.
Observação:
Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do pas-
sado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do sin-
gular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.
Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.
Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição.
Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.
Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos ver-
bos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter,
convir, intervir, advir etc.).
O acento diferencial em
“têm” marca o plural.
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.
É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras
forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara.
Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?
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Seção IV - Noções de Ortografia e Acentuação
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Seção IV - Noções de Ortografia e Acentuação
b) Casos particulares
Prefixos SUB e SOB: com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen tam-
bém diante de palavra iniciada por r.
sub-região
sub-reitor
sub-regional
sob-roda
Prefixos CIRCUM e PAN: com os prefixos circum e pan, usa-se o
hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal.
circum-murado
circum-navegação
pan-americano
Outros prefixos: usa-se o hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém,
recém, pós, pré, pró, vice.
além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-hospedeiro
ex-prefeito
ex-presidente
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
recém-nascido
sem-terra
vice-rei
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Seção IV - Noções de Ortografia e Acentuação
guarda-
-chuva
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Seção IV - Noções de Ortografia e Acentuação
H / M / N / VOGAL
Exemplos:
circum-meridiano,
Circum-, Pan-
circum-navegação, circum-oral,
pan-americano, pan-mágico,
pan-negritude.
H/R
Exemplos:
Hiper-, Inter-, Super- hiper-hidrose; hiper-raivoso.
inter-humano; inter-racial.
super-homem; super-resistente.
DIANTE DE QUALQUER PALAVRA
Exemplos:
pós-graduação.
Pós-, Pré-, Pró- (tôni-
cos e com significados pré-escolar.
próprios) pró-democracia.
Obs.: se os prefixos não forem autônomos, não have-
rá hífen. Exemplos: predeterminado, pressupor, pos-
por, propor.
B-H–R
Exemplos:
sub-bloco.
Sub- sub-hepático.
sub-humano.
sub-região.
Obs.: “subumano” e “subepático” também são aceitas.
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Seção IV - Noções de Ortografia e Acentuação
Observações importantes:
1) Prefixos des- e in- + segundo elemento sem o “h” inicial.
desarmonia, desumano, desumidificar, inábil, inumano, etc.
2) Não se utiliza o hífen em palavras que possuem os elementos
“bi”, “tri”, “tetra”, “penta”, “hexa”, etc.
bicampeão, bimensal, bimestral, bienal, tridimensional, trimestral,
triênio, tetracampeão, tetraplégico, pentacampeão, pentágono, etc.
3) Em relação ao prefixo “hidro”, em alguns casos pode haver
duas formas de grafia.
hidroelétrica e hidrelétrica.
4) No caso do elemento “socio”, o hífen será utilizado apenas
quando houver função de substantivo (= de associado).
sócio-gerente / socioeconômico
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Seção IV - Noções de Ortografia e Acentuação
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Giancarla Bombonato e Janaina Arruda
◈◈ Parônimos
É a relação que se estabelece entre palavras que possuem significados
diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita.
absolver (perdoar, inocentar) absorver (aspirar, sorver)
comprimento (extensão) cumprimento (saudação)
descriminar (tirar a culpa) discriminar (distinguir)
emigrar (deixar um país) imigrar (entrar num país)
flagrante (evidente) fragrante (perfumado)
ratificar (confirmar) retificar (corrigir)
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