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Semana 2 Língua Portuguesa

3 1.3 Níveis de linguagem

Há uma linguagem própria para você conversar com as


crianças, outra para falar com pessoas mais simples, sem uma
instrução formal, que as façam entender palavras rebuscadas.
Há aquela específica para o jogo de futebol com os amigos,
e outra para as reuniões com sua equipe e os diretores da
empresa onde trabalha.

1.3.1 Regras para a fala e a escrita

Vimos anteriormente que há uma norma que


rege a língua escrita: a gramática. A fala, embora não
possua a obrigatoriedade da mesma norma, também
utiliza a gramática convencionalmente como base para
sua expressão. Entretanto, é bom reforçar que a língua
falada é mais desprendida de regras e, portanto, mais
espontânea e expressiva, o que a torna mais suscetível
a transformações diárias. Assim, a mudança na escrita
começa sempre a partir da língua falada e, por esse
motivo, esta é tão importante quanto a língua escrita.
Contudo, nem toda alteração na fala é reconhecida na
escrita, apenas aquelas que têm significação relevante
para a sociedade.

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O que determinará o nível de linguagem empregado é o
meio social no qual o indivíduo se encontra. Portanto, para
cada ambiente sociocultural há uma medida de vocabulário,
um modo de falar, uma entonação empregada, uma maneira
de se fazerem as combinações das palavras e assim por diante.

Produção escrita e produção oral: adequação na comunicação.

A linguagem, por conseguinte, deve estar de acordo com


o contexto em que o emissor da mensagem e o destinatário
se encontram. Quem nunca teve sua redação devolvida
pelo professor com a observação em vermelho “excesso de
oralidade”? O equívoco está em utilizá-la no momento errado. A
modalidade escrita exige uma formalidade e um planejamento
que a modalidade falada não possui.
A linguagem coloquial é mais proeminente em situações
informais, nas quais o apego à gramática é desnecessário.
Portanto, é incoerente utilizar essa mesma linguagem para
circunstâncias divergentes, como no caso da elaboração de
uma redação dissertativa ou de qualquer tipo de texto que será
lido por um público que exige a formalidade na comunicação.

É importante que se observe o correto emprego de


termos ou expressões, ou seja, o adequado nível de
linguagem nos textos a serem produzidos, especialmente
os escritos.

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1.3.2 Linguagem oral formal e informal

Na oralidade culta não são utilizadas expressões


populares ou gírias, e sua construção é bastante formal. É o
que encontramos nos discursos, nos tribunais e em ocasiões
nas quais há necessidade de nos comunicarmos formalmente,
apropriando-nos do padrão culto da língua.
A oralidade informal, também chamada de linguagem
popular, é a usada no dia a dia. É importante observar que
mesmo ela pode ser usada de forma correta, desde que não
sejam cometidos erros de gramática, como concordância,
regência e outros.

Lembremos que a língua, como código ou sistema,


permite uma multiplicidade de usos que podem ser adotados
pelos falantes de acordo com as necessidades contextuais.
Alguns são chamados de variações linguísticas ou dialetos,
correspondentes a diversas influências, como por exemplo
geográficas (regionalismo), sociológicas (classe social)
ou contextuais (assunto, público alvo, circunstância da
comunicação).
O dialeto considerado culto corresponde à língua padrão,
empregado em situações formais. Em oposição, está o chamado
popular, empregado por pessoas de baixa escolaridade, com
vocabulário restrito, e em situações informais. As características
que diferenciam esses dialetos não são rígidas, uma vez que o
dialeto sofre influência do contexto em que o falante está inserido.

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Uma mesma pessoa pode empregar um nível popular
no contexto familiar e outro, culto, em seu ambiente de
trabalho. Essas variações são determinadas pela diversidade
de situações, e a elas dá-se o nome de níveis de fala ou níveis
de linguagem ou registros.

O dialeto está presente na oralidade de grupos distintos de falantes da língua.

Independentemente do nível social e/ou escolar do


falante, o enunciado, quando transcrito para o papel,
deve respeitar a gramática da língua.

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1.3.3 Algumas classificações de níveis de linguagem

O nível de linguagem refere-se ao uso da fala e da escrita


em determinada situação de comunicação. Cada ocasião exige
uma linguagem específica. Você não utiliza a mesma linguagem
em uma reunião de negócios e num happy hour com os amigos,
não é mesmo? Assim, os níveis de linguagem dizem respeito
ao tipo de situação comunicativa e da consonância existente
entre emissor e receptor para que o entendimento ocorra.
A linguagem comumente aparece classificada em três
níveis, que são:

Linguagem culta: é utilizada pelas classes intelectuais da sociedade, na


forma escrita e, mais raramente, na oral. Na linguagem culta, o vocabulário
é rico e as prescrições gramaticais são plenamente obedecidas;

Linguagem familiar: é utilizada pelas pessoas que, apesar de conhecerem a


língua, fazem uso de um nível menos formal, mais cotidiano. O vocabulário
é comum e a obediência às normas gramaticais é relativa, admitindo-
se algumas construções típicas da linguagem oral e até mesmo o uso
consciente de gírias;

Linguagem popular: é utilizada pelas pessoas de baixa escolaridade ou mesmo


analfabetas, mais frequentemente na forma oral e raramente na escrita. O
vocabulário é restrito, com ampla utilização de gírias, onomatopeias e formas
incorretas (“pobrema”, “a gente vamos” e outras). Não há preocupação com
as regras gramaticais de flexão, concordância etc.

De maneira geral, o nível culto acha-se ligado às


características da língua escrita, ao passo que o popular
apresenta elementos da língua oral.
Alguns autores fazem ainda uma subclassificação, como
podemos verificar a seguir.

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Nível médio (ou nível culto informal): é a linguagem usada em cartas
comerciais, entre pessoas que não têm um relacionamento muito intimo,
como colegas de trabalho, por exemplo;

Nível familiar: também chamado de coloquial ou informal, utilizado em


construções sintáticas simples;

Nível relaxado: há emprego de gírias e palavrões, além do desvio das


normas gramaticais (“tu vai” etc.);

Nível elevado: também chamado de linguagem culta ou literária; os textos


obedecem às regras gramaticais da norma culta. É a linguagem usada
principalmente nos meios acadêmicos;

Nível técnico: possui um léxico próprio, objetos específicos e até conceitos


peculiares que não são facilmente compreendidos pelo leitor comum, leigo
ou não especialista no assunto.

Nível de linguagem adequado à mensagem e ao público-alvo.

A linguagem coloquial, informal ou popular é a usada


no quotidiano, que não exige a observância total da
gramática, trazendo mais fluidez à comunicação feita por
jornais, revistas e principalmente ao diálogo.

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Referências:

BAKHTIN, Mikhail. A estética da criação verbal. São Paulo:


Martins Fontes, 2003.
BORDENAVE, Juan E. Díaz. O que é Comunicação. São
Paulo: Ed. Brasiliense, 1986.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos
que se completam. São Paulo: Cortez, 1997.
VANOYE, Francis. Usos da linguagem: problemas e técnicas
na produção oral e escrita. 9. ed. São Paulo, Martins Fontes,
1993.

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