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A linguagem não pode ser utilizada sempre da mesma forma, já que o contexto, os

interlocutores e o objetivo da mensagem são alguns dos fatores que influenciam a forma
como ela deverá ser usada. Ela também não deve ser classificada como certa ou errada,
mas como adequada ou inadequada.

No processo de adequação da linguagem, além dos fatores já mencionados, diferenciar e


caracterizar a língua culta e coloquial é imprescindível, pois a confusão entre elas causa
prejuízos tanto para a produção textual quanto para a comunicação de forma geral

 A língua coloquial, por ser descontraída, relaciona-se com a fala (língua oral), enquanto a
culta, com a escrita.

Os níveis de língua resultam da utilização seletiva de uma linguagem para adaptar a


expressão a um determinado auditório ou finalidade. As escolhas de palavras e a construção
frásica, o tom e o grau de liberdade em relação às regras da língua, permitem ajustar a
comunicação às diferentes situações. A expressão de uma mensagem com conteúdo idêntico
pode ocorrer de variadas formas, dependendo do grau de relacionamento com o ouvinte/
leitor (familiar, desconhecido, superior hierárquico), da sua idade, meio social, nível cultural.
Em suma, o nível de língua pode ser culto (frequente na escrita) e coloquial (frequente na
oralidade).

Ao optar por um determinado nível de língua, cada indivíduo está a adequar o seu discurso à
situação comunicativa em que se encontra. Desta forma, não será correcto falar de uma
hierarquia de níveis, pressupondo uma gradação ascendente ou descendente em relação à
considerada norma. Qualquer falante alterna a utilização dos vários níveis porque incorrecto
seria não adaptar a forma ao contexto situacional. Aliás, num mesmo discurso, o falante
pode flutuar entre vários níveis, o que demonstra a plasticidade da linguagem e das suas
infinitas combinações.

Tal como não é correcto falar de uma hierarquia de níveis, também não o é indicar a língua
escrita e a língua falada como condicionantes dos mesmos. É possível utilizar um nível culto
recorrendo à expressão escrita ou oral. O mesmo acontece com todos os outros níveis. A
ambiguidade da questão reside no facto de a expressão oral dispensar certos esclarecimentos
a que a escrita obriga, fruto da comunicação em ausência.

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