Você está na página 1de 10

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância

Tema: Importância da Coesão e coerência na Linguística Descritiva

Nome: Tiago Emiliano

Código: 708206490

Curso: Licenciatura em Ensino de Português


Disciplina: Linguística Descritiva do Português II
Ano de Frequência: 3o Ano

Mocimbua da Praia, Maio 2022 0


Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
3.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
 Exploração dos
2.5
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos gerais Formatação paragrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
2.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas

1
Índice
Introdução......................................................................................................................3

1. Coesão Textual.......................................................................................................4

1.1. Elementos que produzem a coesão textual.........................................................4

2. Coerência textual....................................................................................................6

2.1. Repetição............................................................................................................6

2.2. Progressão...........................................................................................................6

2.3. Não-contradição..................................................................................................7

2.4. Relação................................................................................................................7

3. Diferença entre a coesão e coerência textual..........................................................7

Conclusão.......................................................................................................................8

Referências bibliográficas..............................................................................................9

2
Introdução

A Linguística Textual originou-se quando a análise de palavras ou frases, fora de um


contexto, já não bastava para as questões formuladas. Foi necessário, então, que se
criasse uma nova ciência da língua, aquela que analisaria o texto propriamente dito.
Sendo assim, não ficariam excluídas dessa análise algumas partes da morfologia, da
lexicologia e da fonologia.
Com o passar do tempo, a Linguística Textual percebeu a necessidade da infiltração da
pragmática em suas análises. Ou seja, os contextos da produção e da recepção passaram
a ser influentes na análise dos textos.

O presente trabalho tem os seguintes objectivos: Dar o conceito de coesão e coerência


sob varias perspectivas; identificar e descrever os elementos que produzem a coesão
textual e diferenciar a coesão da coerência na produção textual.

3
1. Coesão Textual

Coesão textual é considerada como um factor importante do texto que se refere à


conexão de palavras, expressões ou frases dentro de uma sequência. O texto coeso se
constrói com elementos de ligação que podem ser pronomes, verbos, advérbios,
conectores coesivos (termos e expressões); e sem sequenciadores, sendo o lugar
do conector marcado por sinais de pontuação (vírgula, ponto, dois pontos,
ponto e vírgula).

A partir da coesão, é possível fazer as ligações entre os elementos do texto e, com isso,
percebemos a acção de um elemento sobre o outro, montando o sentido do texto como
um todo, fazendo as relações de sentido no interior o texto. Percebemos, assim, que a
coesão tem grande influência na coerência.

Segundo MENDONSA (2005):

A coesão ocorre quando a interpretação de algum elemento no discurso é


dependente da de outro. Um pressupõe o outro. Um pressupõe o outro, no
sentido de que não se pode ser efectivamente decodificado a não ser por
recurso ao outro. (p. 4).

Também KOCH (2005) afirma que o conceito de coesão textual

Diz respeito a todos os processos de sequencialização que asseguram (ou


tornam recuperável) uma ligação linguística significativa entre os elementos
que ocorrem na superfície textual. (p. 18, 19).

Neste caso dá para entender que a coesão textual se utiliza de alguns mecanismos para
realizar suas relações de sentido, tais quais, anáfora, catáfora, oposição ou contraste,
finalidade ou meta, consequência, localização temporal, explicação ou justificativa,
adição de argumentos ou ideias. Podemos perceber, portanto, que a coesão se dá tanto
no nível lexical quanto no gramatical.

1.1. Elementos que produzem a coesão textual

 Pronomes possessivos – Joana vendeu a casa. Depois que seus pais morreram,
ela não quis ficar lá.
 Pronomes relativos – É esta a árvore à cuja sombra sentam-se os viajantes.
 Advérbios – António acha que a desonestidade não compensa, mas nem todos
pensam assim.

4
 Nomes ou grupos nominais – Imagina-se que existam outros planetas
habitados. Essa hipótese se confirma pelo grande número de OVNIs avistados.
A coesão por retomada por uma palavra gramatical (pronomes, verbos, numerais,
advérbios) se dá quando um termo se refere àquele que já foi mencionado no texto.

Luís está no hospital. Ele está doente, o pronome ele é um anafórico


de Luís.

Quando uma palavra gramatical antecipa um termo do texto, ocorre a catáfora; no


exemplo a seguir, o pronome isso antecipa tomou banho de chuva por quatro horas
seguidas (Luís fez isso: tomou banho de chuva por quatro horas seguidas).

O artigo definido é usado para retomar um referente indefinido já mencionado.

Exemplo: Luís tomou uma xícara de chá. A xícara era de louça, o vocábulo xícara,
mencionado na primeira oração, passa a ser acompanhado pelo artigo definido a.

Ainda como anáforas, os verbos ser e fazer substituem outros por retomada: Luís
tomou chá. Leila fez o mesmo, o verbo fazer substitui verbos de acção, sempre
acompanhado de um pronome. O verbo ser substitui verbos de estado:

Exemplo: Luís parece frágil. Leila também é, pois Leila também é frágil.

A retomada por palavra lexical (substantivos, verbos, adjectivos) se dá por repetição


ou substituição por sinónimo, múltiplo referenciamento (repetição de um mesmo
fenómeno por formas diversas), hiperónimo (elemento que mantémcom o segundo uma
relação de todo) ou hipônimo (elemento que mantém com o segundo uma relação de
parte) ou por antonomásia (substituição de um nome próprio por um comum ou vice-
versa).

Estes mecanismos podem ser assim exemplificados: Luís gosta de quadros.


Expressionistas, então, ama, existe aí um hiperônimo; o hipônimo aparece assim: O
galo canta toda manhã. Essa ave acorda todo mundo bem cedo. A antonomásia é dizer
Ele é um judas, em vez de Ele é um traidor ou se referir ao rei do futebol em
Moçambique em vez de Domingues.

5
Alguns nomes genéricos como gente, coisa, negócio, elemento, funcionam como itens
de referência anafórica, como O eclipse iluminava a todos. Era uma coisa mágica, a
coisa é o eclipse.

Muitas vezes para se entender as formas nominais definidas (múltiplo


referenciamento) se faz necessário haver um conhecimento de mundo, e não apenas a
sinonímia. A elipse é o apagamento de um termo da frase que pode ser recuperado pelo
contexto, exemplo: Em que hospital Luís está? Está no hospital da Restauração, neste
caso o sujeito do verbo estar, nas duas passagens, é Luís.

2. Coerência textual

Na maioria dos trabalhos que desenvolvem os aspectos da coerência dos textos, o de


CHAROLLES (1978) apud SIMON (2008. p. 4) é frequentemente citado em estudos
descritivos e aplicados. Ele entende a coerência como uma propriedade ideativa do texto
e enumera as quatro regras que um texto coerente deve apresentar:

2.1. Repetição

Segundo SIMON (2008) a repetição


Diz respeito à necessária retomada de elementos no decorrer do discurso. Um
texto coerente tem unidade, já que nele há a permanência de elementos
constantes no seu desenvolvimento. Um texto que trate a cada passo de
assuntos diferentes sem um explícito ponto comum não tem continuidade. (p.4)

Um texto coerente apresenta continuidade semântica na retomada de conceitos, ideias.


Isto fica evidente na utilização de recursos linguísticos específicos como pronomes,
repetição de palavras, sinónimos, hipónimos, hiperónimos etc. Os processos coesivos de
continuidade só se podem dar com elementos expressos na superfície textual; um
elemento coesivo sem referente expresso, ou com mais de um referente possível, torna o
texto mal-formado.

2.2. Progressão

O texto deve retomar seus elementos conceituais e formais, mas não deve limitar-se a
isso. Deve, sim, apresentar novas informações a propósito dos elementos mencionados.
Os acréscimos semânticos fazem o sentido do texto progredir. No plano da coerência,
percebe-se a progressão pela soma das ideias novas às que são já tratadas. Há muitos
recursos capazes de conferir sequenciação a um texto.

6
2.3. Não-contradição

Um texto precisa respeitar princípios lógicos elementares. Não pode afirmar A e o


contrário de A. Suas ocorrências não podem se contradizer, devem ser compatíveis entre
si e com o mundo a que se referem, já que o mundo textual tem que ser compatível com
o mundo que representa.
Esta não-contradição expressa-se nos elementos linguísticos, no uso do vocabulário, por
exemplo. Em redacções escolares, costuma-se encontrar significantes que não condizem
com os significados pretendidos. Isso resulta do desconhecimento, por parte do emissor,
do vocabulário a que recorreu.

2.4. Relação

Um texto articulado coerentemente possui relações estabelecidas, firmemente, entre


suas informações, e essas têm a ver umas com as outras. A relação em um texto refere-
se à forma como seus conceitos se encadeiam, como se organizam, que papeis exercem
uns em relação aos outros. As relações entre os fatos têm que estar presentes e ser
pertinentes.

3. Diferença entre a coesão e coerência textual

Coesão e coerência são elementos diferentes e muito importantes em a produção de


textos. Um texto pode ser coeso e incoerente ao mesmo tempo. Ambas possuem em
comum apenas o fato de serem relacionadas com as regras essenciais para a produção de
um bom texto.

O ponto principal da coesão textual são as regras da gramática, ou seja, articulação


interna. A coerência textual, do contrário, aborda a articulação externa e mais profunda
do texto: o seu conteúdo.

7
Conclusão

Os conceitos de coesão e coerência do discurso da Linguística Textual foram


ressignificados por discursos mediáticos/pedagógicos. O foco deste trabalho foi analisar
os enunciados sobre coesão e coerência nas diferentes enunciações em que foram
produzidos nessas diferentes esferas.
Buscamos a enunciação em que foi produzido o discurso da Linguística Textual e
também a enunciação em que foi produzido o discurso pedagógico; pudemos, assim,
contextualizar esses enunciados, melhor compreendendo suas significações. Além disso,
pudemos perceber os efeitos de novos valores nos conceitos de coesão e coerência,
causando a ressignificação de que tratamos: de um carácter descritivo, os conceitos
passam a assumir um carácter prescritivo, e o enfoque na avaliação e na normatização
prevalece. Assim, coesão e coerência entram para as actividades didácticas como
critérios para correcção de textos. Em nossa análise, mostramos que, quando se fala de
coesão, já não se pensa em uma tessitura competente do texto, senão no emprego das
conjunções prototípicas.
Coesão e coerência são elementos diferentes e muito importantes em a produção de
textos. Um texto pode ser coeso e incoerente ao mesmo tempo. Ambas possuem em
comum apenas o fato de serem relacionadas com as regras essenciais para a produção de
um bom texto.

O ponto principal da coesão textual são as regras da gramática, ou seja, articulação


interna. A coerência textual, do contrário, aborda a articulação externa e mais profunda
do texto: o seu conteúdo.

8
Referências bibliográficas

1. KOCH, Ingedore Grunfield Villaça (2005). A coesão textual, 20. ed.- São Paulo:
Contexto.

2. KOCH, Ingedore (1997). O texto e a construção dos sentidos. São Paulo,


Contexto.

3. MENDONÇA, M. C (2005). Coesão e coerência textuais escolarizadas:


políticas de fechamento. In: BARBOSA/FONTANA: Cadernos de
Qualificações, 1.ED.- Campinas: IEL.

4. FÁVERO, Leonor Lopes (1997). Coesão e coerência textuais. São Paulo, Ática.

5. SIMON, Maria Lúcia (2008). A construção do texto coesão e coerência textuais


conceito de tópico. Texto resultante do trabalho apresentado no I Simpósio de
Estudos Filológicos e Linguísticos, promovido pelo CIFEFIL e realizado na FFP
(UERJ), de 3 a 7 de Março.

6. CRYSTAL, David (2000). Dicionário de linguística e fonética. Rio de Janeiro,


Zahar.

Você também pode gostar