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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA


CENTRO DE RECURSO DE PEMBA

Tema do trabalho

Os constituintes imediatos da frase em Português

Nome: Nankite Manuel Nankite

Código: 708203480

Curso de Licenciatura em: Língua Portuguesa

Disciplina: Linguística Descritiva do Português – III

Ano de Frequência: 4º Ano

Pemba, Abril de 2023


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Classificação
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 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas
 Rigor e coerência das
Referências APA 6ª edição
citações/referências 4.0
Bibliográficas em citações e
bibliográficas
bibliografia

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ÍNDICE

1.Introdução.....................................................................................................................................4

1.1.Objectivos..............................................................................................................................4

1.1.1.Objectivos Gerais............................................................................................................4

1.1.2.Objectivos Específicos....................................................................................................4

2.Metodologia..................................................................................................................................4

3.Delimitação do Tema....................................................................................................................5

4.Referencial teórico........................................................................................................................5

4.1.Tipos de frases.......................................................................................................................5

4.1.1.Frases declarativas...........................................................................................................6

4.1.2.Frases interrogativas: Seus tipos.....................................................................................6

4.1.2.1.Características da estrutura interrogativa.....................................................................6

4.1.3.Frases imperativas...........................................................................................................7

5.Os constituintes Imediatos da frase..............................................................................................7

5.1.Sujeitos nulos e consequências sintácticas...........................................................................11

5.2.Sujeitos nulos expletivos......................................................................................................12

5.3. Sujeito nulo “indeterminado” ou de referência arbitrária...................................................12

Conclusão......................................................................................................................................14

Bibliografias..................................................................................................................................15

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1.Introdução

O presente trabalho aborda sobre ‘’Os Constituintes Imediatos da Frase em Português’’


concretamente têm em vista a abordagem dos fundamentos básicos e relevantes da cadeira, no
que tange a intenção da fala como elemento essencial no estabelecimento da comunicação, pois
os tipos de frases traduzem a atitude do enunciador a respeito daquilo que enuncia perante o seu
interlocutor. Antes de mais nada é apresentado o conceito da frase como também o da frase
simples, que constitui o objecto de estudo da Sintaxe, sendo nesta área em que o nosso tema está
enquadrado e que a mesma interpenetra-se com a Semântica e Pragmática, dado que a Semântica
deve ser vista como instrumental em relação à Pragmática, e Sintaxe como instrumental em
relação à Semântica, contudo a Pragmática é vista como componente que comanda os estudos
sobre os aspectos sintácticos e semânticos.

Com a vista a materialização deste o trabalho apresenta os tipos de frases acompanhando sempre
a intenção da fala e os seus constituintes imediatos bem como as suas funções. Em seguida
apresento a minha reflexão sobre a frase de uma forma geral concretamente nos países de
PALOP em relação ao Português, assim como as conclusões a que chegamos depois das leituras
efectuado trabalho.

1.1.Objectivos

1.1.1.Objectivos Gerais

 Compreender a função dos constituintes imediatos de uma frase em Português.

1.1.2.Objectivos Específicos

 Identificar os tipos de frases e seus constituintes imediatos de uma frase em Português;

 Identificar as funções dos tipos de frase durante a comunicação;


 Distinguir os tipos de frases.

2.Metodologia

Para a elaboração do trabalho e como forma de dar maior sustentabilidade científica recorreu-se
à consultas bibliográficas de vários autores que abordam sobre o assunto, bem como na análise
de construção frásica no Português nos países de PALOP.

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3.Delimitação do Tema

A frase é uma construção indispensável para a comunicação entre os seres humanos. Ela
apresenta-se em tipos diferentes consoante a intenção dos interlocutores ou de contexto em que
se encontra. Entretanto, há casos em que os falantes do Português fazem o uso inadequado dos
diversos tipos de frase na comunicação e em certos casos constroem frases distanciadas da norma
europeia. Por isso, o trabalho abordará “Os constituintes imediatos de uma frase em Português”.

4.Referencial teórico

Antes de discutir a questão principal desta abordagem, para facilitar a compreensão do tema,
impõe-se-nos explorar alguns conceitos básicos e indispensáveis para a compreensão do trabalho
na base de alguns teorizadores com os quais iremos operar. São eles os conceitos de frase e frase
simples.

Frase “é uma unidade sequencial autónoma - ordenação de palavras e morfemas delimitada no


início por uma maiúscula e no fim por um sinal de pontuação forte ou uma entoação descendente
ou ascendente – e uma unidade de sentido” (Figueiredo, 2004).

Segundo Gomes et all (1991:260), frase é “uma sequência organizada de palavras que constitui
uma unidade de sentido e assim permite a comunicação entre destinador e destinatário.”

Na óptica de Cunha & Cintra (2005:119), frase “é um enunciado de sentido completo, a unidade
mínima de comunicação.”

Para Cunha & Cintra (2005:119) a frase é sempre acompanhada de uma melodia, de uma
entoação. Nas frases organizadas com verbo, a entoação caracteriza o fim do enunciado,
geralmente seguido de forte pausa.

4.1.Tipos de frases

Os tipos de frases traduzem a atitude do enunciador a respeito daquilo que enuncia e a respeito
do destinatário.

Vários autores versam sobre o assunto, mas cada um apresentando a sua visão, sendo que uns
consideram quatro tipos (declarativo, interrogativo, exclamativo e imperativo), Mateus et all
(2003:435-436) afirmam que existem cinco tipos de frases que são:

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4.1.1.Frases declarativas

Trata-se de frases com certas propriedades gramaticais, que podem exprimir qualquer tipo de
acto ilocutório.

(7) A amiga da Maria viu o filme.

Na construção acima está patente o acto ilocutório assertivo podendo exprimir uma acção
verdadeira ou falsa. Na mesma, sendo do tipo declarativo vamos encontrar os constituinte
imediatos da frase: sintagma nominal e sintagma verbal.

4.1.2.Frases interrogativas: Seus tipos

Na perspectiva de Mateus et all (2003:460), as frases interrogativas – são as que têm certas
propriedades gramaticais, que exprimem actos directivos de pedido (de acção ou de informação).

Segundo Fonseca et all (1998;12), interrogação refere-se apenas ao aspecto formal de um


enunciado, enquanto o conceito pergunta revela do âmbito pragmático. A interrogação é uma
entidade gramatical e a pergunta é uma entidade ilocutória.

4.1.2.1.Características da estrutura interrogativa

 Presença de determinados marcadores morfo-sintácticos,


 Existência de um pronome a ou advérbio interrogativo no início da frase, o qual,
constituindo uma variável que precisa de ser instanciada, é tipicamente interrogativo;
 A inversão do sujeito que ocorre frequentemente em francês, por exemplo, mas também
em Inglês e Português.
(8) Não queres tu tomar banho agora?

Em português há algumas construções sintácticas que estão sempre associadas à estrutura


interrogativa “será que…” é uma estrutura que nunca ocorre em frases assertivas nem
imperativas. “E não é que…” e “porventura …” também surge apenas nas frases interrogativas.

(9.a) Será que ele vem?


(9.b) E não é que tu tinhas razão?
(9.c) Porventura alguém sabe que eu estou aqui?

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4.1.3.Frases imperativas

Trata-se de frases com certas propriedades gramaticais que exprimem actos directivos de ordem,
podendo exibir também valores diversos: pedido, exortação, conselho e instrução.

De um ponto de vista pragmático são consideradas imperativas, todas as frases que expressam
um acto ilocutório directivo, ou seja, aquelas com que, através do seu enunciado, o locutor visa
obter num futuro imediato a execução de uma determinada acção ou actividade por parte do
ouvinte, ou de alguém a quem o ouvinte transmita o acto directivo.

(19) Cala-te!

Consoante o contexto situacional ou linguístico em que se insira, a frase pode ser interpretada
como uma ordem ou um pedido.

5.Os constituintes Imediatos da frase

A análise em constituintes imediatos permite identificar a hierarquia dos elementos e as suas


relações de dependência que um elemento ou um grupo de elementos mantêm com um outro
elemento ou grupo de elementos, até se chegar ao grupo de extensão máxima que é a frase,
(Figueiredo, 2004:134).

O mesmo autor (2004:134) considera os seguintes constituintes imediatos:

Sintagma nominal tem como núcleo um nome com a função do sujeito da frase que pode
representar o Agente da acção expressa pelo verbo, o Paciente da acção, o Beneficiário e
Instrumento. Se a frase tiver um verbo transitivo o SN pode ser complemento directo, predicativo
do sujeito, o predicativo do complemento directo e o aposto. Um sintagma nominal é composto
de um nome e, eventualmente, dos elementos que o acompanham, tais como os complementos
do nome, os determinantes e os adjectivos.

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(40.a) Lisboa agrada-me.

(40.b) A menina inteligente passou de classe.

O sintagma verbal tem como centro o verbo, que ocupa o lugar central da frase e em relação ao
qual se determinam as funções dos outros sintagmas. Ele tem a função de predicado da frase.

O verbo põe em relação o enunciado com a realidade extralinguística por meio das marcas
morfológicas de pessoa, tempo, modo e aspecto, supondo-se ainda a presença dos seus
respectivos complementos (do verbo, directo, directo e indirecto e circunstancial).

O sintagma verbal pode ser constituído por um só elemento, o verbo ou por vários elementos
associados ao verbo.

(41) O homem telefonou.

Sintagma preposicional (SP) – é introduzido por uma preposição e tem a função do completo
do verbo e da frase o que denomina-se por complemento circunstancial.

O SP pode apresentar as seguintes dependências: directamente da frase, directamente de um


verbo preposicional, de um verbo transitivo (directo e indirecto), de um adjectivo, pode
introduzir um atributo, pode introduzir um atributo do complemento directo (nome predicativo),
pode introduzir um atributo do complemento circunstancial, cuja preposição indica o carácter da
relação.

(42.a) Os pássaros cantam no jardim.

(43.b) Ele veio por causa de ti.

Sintagma adverbial (SADV) – tem como núcleo um advérbio com a função de complemento do
verbo, da frase e complemento da enunciação.

(44) Ela comportou-se bem.

Segundo Mateus et al (2003:436) nas frases básicas do português considera-se a existência de


dois constituintes imediatos: o sintagma nominal (SN) e o sintagma verbal (SV).

A identificação do sujeito permite igualmente identificar o SN constituinte imediato de frase.

(45) A amiga da Maria viu o filme.

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 A pronominalização e a substituição permitem perceber que a sequência constituída por
amiga da Maria é um SN.

(46.a) Ela viu o filme.

(46.b) A rapariga viu o filme.

 A deslocação (na passiva, na deslocação a direita):

(47.a) O filme foi visto pela amiga da Maria.

(47.b) Foi a amiga da Maria que viu o filme.

 Os procedimentos acima aplicados a parte das sequências em causa dariam resultados


agramaticais ou com interpretações não pretendidas.

(48.a) *O filme foi visto da Maria pela amiga.

(48.b) Foi a amiga que viu o filme da Maria.

A identificação do sintagma verbal é possível através de um conjunto de testes:

 Formulação de uma interrogativa de instanciação em que ocorra o sintagma nominal,


sujeito da frase em questão e um substituto anafórico do predicado; o sintagma verbal
constitui a resposta não redundante a essa pergunta. Com predicadores não estativos
agentivos, o substituto anafórico do predicado é fazer; com predicadores não estativos
não agentivos, o substituto anafórico do predicado é geralmente acontecer.

5.1.Sujeitos nulos e consequências sintácticas

A existência de uma flexão verbal rica permite em Português sujeitos nulos ou subentendidos. Os
morfemas flexionais são tão variados que, na grande maioria dos casos, permitem recuperar o
sujeito, mesmo quando este está ausente; a única excepção acontece com certas formas verbais
de 1ª/3ª pessoas que podem ser idênticas, como no imperfeito do indicativo.

(53.a) Comprei um livro.

(53.b) Cantava muito naquele varão.

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O sujeito subentendido é um sujeito pronominal não realizado e que precisa de ser legitimado
por flexão e identificado pelos traços de pessoa e de número da concordância.

A questão dos sujeitos nulos não é apenas um problema de natureza morfológica, mas a sintaxe
de Português e o confronto com outras línguas que não tem esta propriedade permitem chegar à
conclusão de que certos fenómenos sintácticos, aparentemente não relacionados, decorrem desta
propriedade.

5.2.Sujeitos nulos expletivos

Ocorrem em frases com verbos que não seleccionam um argumento externo, que não seja
necessário ocupar a posição do sujeito com um pronome “suporte”, um “sujeito expletivo”
lexicalmente realizado, o que acontece com os sujeitos “impessoais”, como chover, haver,
parecer, acontecer.

(54.a) Choveu imenso este Outono.

(55.b) Há cachorros quentes.

Há um mecanismo de concordância, os verbos estão na terceira pessoa de singular, por outro


lado, é possível encontrar, na oralidade ou no registo escrito com traços de oralidade, sujeitos
expletivos em frases apresentativas quer com verbos existenciais quer com verbos predicativos.

5.3. Sujeito nulo “indeterminado” ou de referência arbitrária

Corresponde ao argumento externo do verbo dizer, sendo identificado pela concordância verbal
como terceira pessoa do plural, que tem em português duas interpretações: designação de um
conjunto contextualmente definido (eles, elas) ou de expressão do chamado sujeito
indeterminado ou de referencia arbitraria (“alguém”).

A interpretação do sujeito nulo como “indeterminado” ou de referência arbitrária com o verbo na


terceira pessoa do plural é uma especificidade das línguas como português e está completamente
ausente em línguas que não são de sujeito nulo.

(57) Dizem que vai haver eleições.

Pronome se impessoal - é usado para exprimir o sujeito indeterminado ou de referência


“arbitrária”.

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(58.a) Diz-se que vai haver eleições.

(58.b) Não se diz que vai haver eleições.

A principal característica deste pronome impessoal é a de lhe ser associada a relação temática
que o verbo atribui ao seu argumento externo (se representa o agente de dizer), por outro lado a
agramaticalidade. O se impessoal é também designado se nominativo, pós mostra que o pronome
absorve a informação de caso nominativo que a flexão legitima. Caso esse que no exemplo
abaixo seria duplamente realizado: por se e por ele. Este fenómeno só ocorre em línguas do
sujeito nulo.

(59) *Ele diz-se que.

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Conclusão

Chegando o fim deste trabalho, conclui-se que a frase sendo uma palavra ou um conjunto de
palavras com sentido completo e com a finalidade de transmitir uma ideia, estabelecendo assim a
comunicação, deve iniciar com letra maiúscula e terminar por um sinal de pontuação
característico do tipo de frase na escrita e na fala, o início e o fim da frase deve apresentar uma
entoação característica da mesma. Quanto aos constituintes das frases simples e suas funções
sintácticas, vimos que uma frase simples domina imediatamente o sintagma nominal e o
sintagma verbal, sendo este último podendo agregar outros sintagmas dependendo da intenção do
enunciado; respeitando a concordância entre todos os elementos da frase quanto ao número e
pessoa. O Português comparativamente com as outras línguas apresenta a interpretação do
sujeito nulo como “indeterminado” ou de referência arbitrária o que está completamente ausente
em línguas que não são de sujeito nulo. Existem algumas semelhanças nas interrogativas Q
destas duas variedades do Português (Moçambicano e Europeus): os falantes do PM têm
preferência por interrogativas com movimento Q para posição inicial, como no PE, e ainda por
interrogativas com movimento-Q, mas sem inversão sujeito-verbo e interrogativas com o
«COMP duplamente preenchido», apesar destas semelhanças, no PM ocorrem interrogativas com
o constituinte Q numa posição intermédia. No PE a inversão sujeito-verbo é obrigatório
contrariamente ao que acontece no PM.

E nas exclamativas, verifica-se alteração ao padrão básico de ordem de palavras. Com efeito, o
verbo precede obrigatoriamente o sujeito. As frases optativas exprimem o desejo do locutor.

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Bibliografias

CUNHA Celso & CINTRA Lindley. Nova Gramática de Português Contemporâneo. 18ª Ed.
Edições João Sá da Costa, 2005;

DUARTE, Inês. Língua Portuguesa: Instrumentos de Análise, Universidade Aberta, Lisboa,


2000;

FARIA et all. Introdução à Linguística Geral e Português. 2ª Ed. Editorial Caminho, 1996;

FIGUERIREDO, Maria Olívia. Da palavra ao Texto. 6ª Ed. Asa Edições, Lisboa, 2004;

FONSECA et all. A Organização e o funcionamento dos discursos: Estudos sobre o Português.


Tomo II. Porto Editora, 1998;

RIBEIRO et all. Gramática Moderna da Língua Portuguesa. Escolar Editora, 2010;

RODRIGUES et all. A Organização e Funcionamento dos discursos. Estudo sobre o Português.


Tomo II, Porto Editora, 1998.

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