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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
Faculdade de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia
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Índice:
Introdução……………………………………………………………………………...4
Correntes geográficas…………………………………………………………………..6
Possibilismo Geográfico………………………………………………………………..7
Geografia Ambiental………………………………………………………………….10
Considerações finais…………………………………………………………………..11
Referências bibliográficas…………………………………………………………….12
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Introdução:
A Geografia Tradicional também conhecida como Geografia Clássica surgiu no século
XIX, inicialmente na Alemanha e na França, difundindo-se aos demais países, tendo
como precursores Alexandre Von Humboldt e Carl Ritter. Nesta corrente surgem as
primeiras definições do que seria a Geografia e qual seria seu objeto de análise, já que
no momento de sua sistematização não havia clareza quanto ao objeto de estudo, a
Geografia era tida como a ciência “do tudo” ou a ciência “da superfície terrestre”.
Segundo Carlos (2007) caberia à Geografia “a análise das influências e interações entre
o homem e o meio”, ainda Carlos (2007) conceitua a Geografia como “ o estudo dos
grupos humanos nas suas relações com o meio geográfico” “Geografia moderna encara
a distribuição à superfície do globo dos fenômenos físicos, biológicos e humanos, as
causas dessa distribuição e as relações locais desses fenômenos”.
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As principais correntes do pensamento geográfico
Segundo Wilson (2017) diz que a geografia é uma ciência que tem por objetivo o estudo
da superfície terrestre e a distribuição espacial de fenômenos significativos na paisagem.
Também estuda a relação recíproca entre o homem e o meio ambiente (Geografia
Humana).
Vale ressaltar que, atualmente, não existe mais essa separação de Geografia Física e
Geografia Humana, pois uma depende da outra, uma não existe se a outra não existir, é
algo inseparável.
Espaço geográfico
Aquele que foi modificado pelo homem ao longo da história. Que contém um passado
histórico e foi transformado pela organização social, técnica e econômica daqueles que
habitaram ou habitam os diferentes lugares (“o espaço geográfico é o palco das
realizações humanas”).
Espaço e tempo
Sociedade
Lugar
Manifestação das identidades dos grupos sociais e das pessoas. Noção de pertencimento
a certos territórios.
Paisagem
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É o resultado da combinação, num dado território, dos elementos físicos, biológicos e
humanos que constituem sua unidade orgânica e se encontram estreitamente
relacionados. Em outras palavras, paisagem é tudo aquilo que você, sente a sua volta.
Região
Qualquer área geográfica que forme uma unidade distinta em virtude de determinadas
características, um recorte temático do espaço e que mantenha relações internas e
externas.
Correntes geográficas
Determinismo
Segundo MORAES (2002) salienta que a teoria formulada no século XIX pelo geógrafo
alemão Friedrich Ratzel que fala das influências que as condições naturais exerceriam
sobre o ser humano, sustentando a tese de que o meio natural determinaria o homem.
Nesse sentido, os homens procurariam organizar o espaço para garantir a manutenção
da vida.
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Ex: O inverno justificaria o desenvolvimento das sociedades europeias, que não tiveram
grandes dificuldades em subjugar os povos tropicais, mais indolentes e atrasados. Essa
ideia justificou o expansionismo neocolonial na África e na Ásia entre o fim do século
XIX e o início do século XX. Pensamentos que, mais tarde, foram aproveitadas pelos
cientistas e políticos da Alemanha Nazista.
Possibilismo Geográfico
Foi usada como um forte instrumento de poder estatal, pois manipulava dados através
de resultados estatísticos.
Uma das principais críticas é o fato de não considerar as peculiaridades dos fenômenos,
pois o método matemático explica o que acontece em determinados momentos, mas não
explica os intervalos entre eles, além de apresentar dados considerando o “todo” de
forma homogênea, desconsiderando, portanto, as particularidades.
A expressão Geografia Crítica foi criada na obra “A Geografia – isso serve, em primeiro
lugar, para fazer a guerra”, de Yves Lacoste.
Ganhou mais força na Alemanha, Espanha, França e Brasil, com um grande movimento
de renovação da geografia na década de 80.
No Brasil, o grande nome da Geografia Crítica foi Milton Santos, que publicou os
primeiros trabalhos da nova escola nesse país.
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A Geografia crítica estabelece o rompimento da neutralidade no estudo da geografia e
propõe engajamento e criticidade junto a toda a conjuntura social, econômica e política
do mundo.
Estabelece também uma leitura crítica frente aos problemas e interesses que envolvem
as relações de poder e pró-atividade frente as causas sociais, defendendo a diminuição
das disparidades sócio-econômicas e diferenças regionais. Defendia ainda a mudança do
ensino da geografia nas escolas, ao estabelecer uma educação que estimulasse a
inteligência e o espírito crítico.
Tem como base os trabalhos realizados por Yi-Fu Tuan, Anne Buttimer, Edward Relph
e Mercer e Powell.
Para cada indivíduo, para cada grupo humano, existe uma visão diferente do mundo, ou
seja, cada grupo tem seu ponto de vista, criticando ou elogiando as condições
ambientais que por sua vez se expressa através das suas atitudes e valores para com o
ambiente. É o contexto pelo qual a pessoa valoriza e organiza o seu espaço e o seu
mundo, e nele se relaciona.
O lugar é aquele em que o indivíduo se encontra ambientado no qual está integrado, tem
significância afetiva para uma pessoa ou grupo de pessoas.
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O espaço envolve um complexo de ideias. A percepção visual, o tato, o movimento e o
pensamento se combinam para dar o sentido característico de espaço, possibilitando a
capacidade para reconhecer e estruturar a disposição dos objetos.
A integração espacial faz-se mais pela dimensão afetiva que pela métrica. Estar junto,
estar próximo, significa o relacionamento afetivo com outra pessoa ou com outro lugar.
Lugares e pessoas fisicamente distantes podem estar afetivamente muito próximos.
O estudo do espaço é a análise dos sentimentos e ideias espaciais das pessoas e grupos
de pessoas. Valoriza-se o contexto ambiental e os aspectos que redundam no encanto e
na magia dos lugares, na sua personalidade e distinção.
Geografia Ambiental
Emergiu como um ponto de ligação entre a geografia física e humana como resultado do
aumento da especialização destes dois campos de estudo.
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Considerações finais
As ideias são sempre fruto de uma dada realidade, a sociedade muda e com ela as suas
convicções, necessidades; verdades consideradas como sendo absolutas num período
são posteriormente superadas por outras. A ciência por sua vez acompanha essas
transformações, métodos de análise, teorias utilizadas num dado momento, são
posteriormente questionadas e superadas. Esse movimento existente na ciência é de
grande importância para a produção de conhecimento, o que se questiona é a favor de
quem esse conhecimento desenvolvido é utilizado. A Geografia como uma ciência não é
diferente, vivenciou vários períodos sendo desenvolvido em cada contexto formas de se
analisar o espaço geográfico que por mais que se pareçam ingênuas encontram-se
dotadas de ideologia, seja para mascarar a verdadeiro papel desempenhado pelo Estado,
para defender o imperialismo, para ser utilizada com fins de planejamento estatal, mas
também há o outro “lado” da Geografia a que procura questionar a realidade e propõe
uma mudança na sociedade - a Geografia Radical. Apesar da crítica levantada não se
pode negar a importância de cada corrente epistemológica no desenvolvimento da
Ciência Geográfica seja no desenvolvimento de teorias, definições e métodos de análise.
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Referências bibliográficas:
CARLOS, Ana Fani Alessandri. O LUGAR NO/DO MUNDO. São Paulo: Labur
Edições, 2007. (edição digital)
CARLOS, Ana Fani Alessandri. O Espaço Urbano: Novos Escritos sobre a Cidade. São
Paulo: Labur Edições, 2007. (edição digital)
COUTO, Marcos Antonio Campo. VISIBILIDADE DO INVISIVEL: CONCEITOS E
ORGANIZAÇÃO DO ENSINO DE GEOGRAFIA. Revista Tamoios. 2006. (edição
digital)
CHRISTOPOLETTI, Antônio. Perspectivas da Geografia. 2ª ed. São Paulo: DEFEL,
1985.
MORAES, Antônio Carlos Robert. A Gênese da Geografia Moderna. 2ª ed. São Paulo:
HUCITEC, 2002.
SANTOS, Milton. METAMORFOSES DO ESPAÇO HABITADO, Fundamentos
Teórico e metodológico da geografia. São Paulo: HUCITEC, 1988.
WILSON, Felisberto. G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo,
2017.
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