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Índice

1 Introdução ........................................................................................................................... 4

1.1 Objectivos .................................................................................................................... 4

1.1.1 Objectivo Geral..................................................................................................... 4

1.1.2 Objectivos específicos .......................................................................................... 4

1.2 Metodologias ............................................................................................................... 4

2 As principais correntes do pensamento geográfico ............................................................ 5

2.1 A corrente do determinismo ........................................................................................ 5

2.2 A corrente do possibilismo .......................................................................................... 6

2.3 A Corrente do positivismo ........................................................................................... 6

2.4 A corrente historicista .................................................................................................. 7

2.5 A Corrente Corológica ................................................................................................. 8

Conclusão ................................................................................................................................... 9

Referência Bibliográfica ........................................................................................................... 10


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1 Introdução

A Geografia é uma disciplina complexa que reúne diversas teorias e correntes de pensamento
ao longo de sua história. No âmbito académico, o estudo das teorias e correntes geográficas
desempenha um papel fundamental na compreensão das relações entre sociedade e espaço
geográfico. Neste trabalho ,iremos conhecer algumas das principais teorias e correntes
geográficas que influenciaram o desenvolvimento da Geografia como ciência, analisando
suas contribuições, divergências e conexões. Através dessa análise, buscamos aprofundar
nossa compreensão sobre como diferentes abordagens teóricas moldaram e continuam a
moldar o pensamento geográfico e a prática da Geografia contemporânea.
O trabalho encontra-se organizado em três partes: introdução onde se aborda o panorama
geral do trabalho, da qual se faz uma breve apresentação dos objectivos em estudo; a seguir a
parte do desenvolvimento, onde estão as reflexões sobre o tema à luz de vários autores e
finalmente a parte reservada as conclusões, onde se encontra as ilações advindas da analise
da autora, mais para o fim as referencias bibliográficas.

1.1 Objectivos

1.1.1 Objectivo Geral


 Conhecer as correntes/teorias geográficas.

1.1.2 Objectivos específicos


 Caracterizar as grandes correntes geográficas;
 Identificar as correntes geográficas;
 Descrever o histórico do pensamento geográfico.

1.2 Metodologias

Na conformidade de Hegenberg citado por Lakatos e Marconi,( 2007), método é o caminho


pelo qual se chega a determinado resultado, ainda que esse caminho não tenha sido fixado de
antemão, de modo reflectido e deliberado. Para a efectivação deste trabalho usou-se como
metodologia a pesquisa bibliográfica.
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2 As principais correntes do pensamento geográfico

A ciência geográfica teve seu processo de sistematização lento e tardio na visão de alguns
autores, vindo a constituir-se enquanto ciência mais especificamente no século XIX, no
entanto desde a antiguidade estudos geográficos já eram desenvolvidos, tendo se iniciado na
antiga Grécia.

2.1 A corrente do determinismo

O determinismo enquanto corrente do pensamento geográfico surge final do século XIX na


Alemanha, tendo Friedrich Ratzel como idealizador. A concepção que Ratzel tinha de
Geografia foi herdada em parte de Humboldt e Ritter, porém estruturada numa visão
darwinista (Claval, 2006).
A corrente do determinismo aborda as contribuições das condições naturais determinantes no
comportamento do homem. Para o determinismo as diferentes formas de organização do
espaço e as desigualdades existentes eram explicadas pelas condições ambientais em especial
as climáticas, (Moreira, 2008).
Na conformidade de Corrêa (2003), aponta que o determinismo foi o primeiro paradigma a
caracterizar a Geografia no século XIX, em razão da passagem do capitalismo de sua fase
comercial para a fase monopolista. Segundo o autor o determinismo foi amplamente utilizado
para justificar o processo de expansão nos continentes africano e asiático.
A produção dos mapas na geografia determinista era fruto de dados de distância de viagens,
de contorno de litoral e de pontos de referência. A determinação e a exposição dos aspectos
espaciais da realidade por meio de mapeamento foram de importância fundamental.
A corrente determinista também conhecida por determinismo geográfico, foi fundada por
Frederich Ratzel (1844-1904) pertencente à escola alemã. Os trabalhos de F. Ratzel marcaram
o início de um debate de ideias sobre a Geografia, mais tarde seguidas pela escola francesa,
americana, Círculo de Viena e um pouco por todo lado. De acordo com esta teoria, o objecto
de estudo é o Homem-Meio, numa relação unívoca, por isso acredita-se na submissão do
Homem às leis da Natureza.
As condições naturais em especial as condições climáticas é que determinaram a evolução do
Homem, e consequentemente da sociedade. A corrente determinista, preocupada na relação
Homem-Meio foi fundada por F. Ratzel. Mais tarde Ellen Semple e William Davis também
defenderam esta corrente.
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A corrente determinista foi muito marcada pelos métodos comparativos, apoiando-se nos
princípios da casualidade e de extensão recorrendo explicação dedutiva-comparativa para a
formulação de leis e verificação das relações causa-efeito.
2.2 A corrente do possibilismo
A corrente possibilista surge no final do século XIX na França, tendo Paul Vidal de La Blache
como idealizador. Nesta corrente considera-se a natureza fornecedora de possibilidades para
que o homem a modificasse. O homem é o principal agente geográfico. Na França La Blache
passou a estudar profundamente a geografia desenvolvida pelos alemães, principalmente os
trabalhos de Ratzel, para quem dedicou profundas críticas (Moreira, 2008).
La Blache desenvolveu outra concepção da relação “homem-meio”, na qual passou a pensar a
possibilidade que o homem tem de superar as imposições naturais, dependendo do nível
cultural, das condições técnicas e da disposição de recursos, podendo, dessa forma, actuar
sobre a natureza e modifica-la. Em uma área fisicamente delimitável eram integrados e
descritos, tantos os aspectos físicos, como os humanos/sociais e económicos, dando origem ao
Possibilismo (Moraes, 2003).
Como ressalta Corrêa (1986), aponta que o Possibilismo, francês em sua origem, opõe-se ao
determinismo ambiental germânico. Esta oposição fundamenta-se nas diferenças entre os dois
países. Vale a pena ressaltar que a competitividade existente entre França e Alemanha,
acirrou-se com a perda da região francesa da Alsácia-Lorena para a Prússia durante a guerra
franco prussiana (Andrade, 1989).
Utilizado nas escolas de Humboldt, Ritter e Ratzel, o mapa ganha destaque ainda maior com
Vidal de La Blache, juntamente com as tipologias. Os estudos consistiam em um
levantamento cartográfico inicial e “a conclusão em geral constituída por um conjunto de
cartas, cada uma referente a um capítulo, as quais sobrepostas dariam relações entre os
elementos da vida regional.” (Moraes, 2003, p.78).
2.3 A Corrente do positivismo

Moraes(1983) cita que a organização da geografia científica ocorreu sobre as bases do


positivismo e foi nesta concepção filosófica e metodológica que os geógrafos foram buscar
as orientações para o desenvolvimento de seus estudos. Para o positivismo, os estudos devem
restringir-se ao visível, real, mensurável e palpável: como se os fenómenos se
demonstrassem directamente ao cientista, que saia um simples observador(Andrade, 1989).
Segundo Corrêa (1986) o método regional já vinha sendo estudado desde o século XVII por
Varenius passando por Kant no século XVIII e por Ritter no século XIX. Essa corrente de
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pensamento corroborava a necessidade de se produzir uma geografia regional, isto é, um


conhecimento resumido sobre as diferentes áreas globais.
Segundo Moraes (2003), o positivismo leva à redução da realidade ao mundo dos sentidos e
com base nele os trabalhos científicos foram desenvolvidos a partir da aparência dos
fenómenos. Nesta corrente teórica predomina a máxima de que a “Geografia é uma ciência
empírica, pautada na observação”.
Como enaltece Christofoletti (1985), explica que o método regional considerava que cada
categoria de fenómeno era objecto de determinada ciência e que caberia a estas ciências
executarem as análises sobre os assuntos particulares. À Geografia, considerando a totalidade,
correspondia o trabalho de síntese, reunindo e coordenando todas as informações a fim de
salientar a visão global da região ou área estudada.
2.4 A corrente historicista
A corrente historicista teve sua origem na Alemanha entre o final do século XVIII e início do
século XIX, apresentando inicialmente um carácter reaccionário, legitimador. Afirma a
historicidade de todos os fenómenos sociais, considerados distintos dos fatos naturais.
Também afirma a historicidade do próprio cientista, que possui uma visão de mundo
interferindo em seus trabalhos, contrariamente ao que afirmava a neutralidade positivista
(Lówy, 1985, p. 69-70).
A citada tendência à separação entre as ciências físicas e humanas traz um ponto de crise para
a unidade da ciência geográfica. Nesse contexto a Escola Geográfica Francesa vai ganhando
destaque, principalmente pelos trabalhos de Paul Vidal de La Blache. A concepção vidaliana
inseria um aspecto historicista à ciência geográfica, numa tentativa de garantir-lhe um
método. Criticava o positivismo evolucionista e os pontos de vista de Friedrich Ratzel,
afirmando que estes tinham claramente um interesse político embora buscassem a
neutralidade.
Engendra-se, então, a chamada Geografia Regional Francesa, colocando o conceito de região
como foco de unidade. Estabelecer diferenças entre regiões e delimitá-las a partir de critérios
muito específicos, com peso dos factores naturais, seria a essência da geografia, acreditando-
se que dessa forma integravam-se factores físicos e humanos.
Embora essa ideia seja ilusória, pois havia mais uma justaposição de factores físicos e
humanos do que uma integração, a parte histórica e cultural passou a ter maior consideração,
mesmo que permanecesse atrelada aos factores físicos (Andrade, 1987, p.64).
É importante notar que a carga naturalista e positivista se mantinha, apesar de serem inseridos
os factores históricos.
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2.5 A Corrente Corológica


As origens desta corrente remontam antiguidade, mas foram revigoradas por Kant no século
XVIII, ao acentuar o carácter regional, descritivo e ideográfico da Geografia e tem Alfred
Hettner sua fundadora corrente corológica analisa a região em termos de estrutura e funções,
pretendendo criar uma ciência unificada, através de uma análise lógica, baseada em novos
conceitos de Física e com uma linguagem comum a todas as ciências. Em termos
metodológicos, a corrente corológica usa um método dedutivo, ao considerar que todo o
trabalho científico consiste em propor teorias e avaliá-las. Os neopositivistas apoiaram-se nas
teorias de jogos e teorias de sistemas para resolver os problemas globais e erguer um futuro
seguro. (Wilson,2017,p.83).
a) Ambiente do seu surgimento
Como as demais correntes de pensamento e em particular geográficas, o surgimento da
corrente corológica esteve ligado ao contexto do século XX que se caracterizava por:
 Crises sociais e económicas dos anos 30/40 do século.
 Europa abalada pela 2ª Guerra Mundial.
 Falsa urbanização.
Diante desta realidade, muitos países europeus colocaram o Estado na direcção das
economias, impondo o que se chamou capitalismo monopolista do Estado. O
desenvolvimento implicaria uma nova divisão do trabalho, tornando-se imprescindível uma
planificação regional e urbana. Havendo situações de crise na Europa e na América era
preciso encontrar soluções vindas das ciências sociais e em particular da Geografia. Entre os
principais suportes filosóficos da corrente corológica podem-se apontar o Neopositivismo ou
Positivismo Lógico do Círculo de Viena, o Existencialismo e a Fenomenologia
(Wilson,2017,p.83).
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Conclusão
Ao concluir o presente trabalho percebe-se que com o surgimento da geografia como uma
ciência, também foram surgindo as primeiras correntes do pensamento geográfico. A partir do
século XIX, diferentes concepções e abordagens tomaram o campo da geografia, no que diz
respeito às relações entre ser humano, sociedade, meio ambiente, espaço. Algumas linhas de
pensamento valorizaram mais a sociedade e a capacidade do homem de transformar o espaço
onde vive e que professor de geografia deve abordar em suas aulas, questões que possibilite
uma visualização reflexiva da zona rural, urbana, a ligação campo cidade, as mais diversas
culturas, as histórias, as novas linguagens tecnológicas. É neste prisma que o aluno deve ser
incentivado a desenvolver o conteúdo tratado em sala de aula na sua vivência interagindo com
o mundo, aproximando assim, a geografia do real vivido por ele.
Também pode-se perceber com base nas correntes do pensamento geográfico que na corrente
do determinismo, que emergiu no final do século XIX e foi o primeiro paradigma a
caracterizar a Geografia como ciência. Uma obra que exerceu grande influência nessa
discussão foi o trabalho de Charles Darwin denominado “ A Origem das Espécies”. Surgiu na
Alemanha, com Friedrich Ratzel, Entre as principais ideias dessa corrente está a teoria do
espaço vital, em que o espaço é determinante e características físicas como relevo, clima,
vegetação e hidrografia são decisivas na formação da sociedade.
Por fim constatou-se também que fazem parte das correntes do pensamento geográfico as
seguintes como Possibilismo na Geografia, que pressupõe o homem como um ser activo que
não só recebe a influência do meio, mas também actua sobre este, transformando-o e
Geografia regional, essa corrente busca a separação e segregação de características conforme
áreas específicas, ou regiões e ganhou maior notoriedade na década de 1940, com Richard
Hartshorne e Alfred Hettner, que defenderam a importância de criar referenciais de análise
por meio da comparação dos lugares a comparação se dá por factores ambientais e humanos,
englobando aspectos defendidos pelo determinismo e pelo possibilismo ao mesmo tempo.
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Referência Bibliográfica

Andrade,M.C.(1985).Caminhos e descaminhos da geografia. São Paulo:Papirus;

Andrade,M.C.(1987).Geografia, ciência e sociedade: uma introdução à análise do


pensamento geografico.Sao Paulo: Atlas;

Christofoletti A.(1985).Perspectivas da Geografia. 2ª ed. São Paulo: Difel;

Claval, P. (2006).História da Geografia. Tradução de José Braga Costa. Lisboa;

Lowy, M.(1985).Ideologia s e ciências sociais: elementos para uma análise marxista.2ª ed.
São Paulo: Cortez;

Moraes,R.(2003).A história da Geografia.3ª ed. São Paulo:EDUSP;

Moreira,R.(2008).Para onde vai o pensamento Geografico?Por uma etimologia critica. São


Paulo: Contexto;

Wilson, Felisberto. (2017).Geografia 11ª Classe. 2ª ed. Texto Editores, Maputo.

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