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Determinismo Geográfico:

Período Histórico: Surgiu no século XIX, na Alemanha.


Autores que Contribuíram: Friedrich Ratzel.
Conceito: O determinismo geográfico é a crença de que o ambiente físico,
incluindo fatores como relevo e clima, determina os padrões da cultura humana
de um determinado local e seu desenvolvimento social.
Argumento Principal: A ideia central do determinismo geográfico é que as
características físicas de uma área, como o clima, têm um impacto essencial e
direto na vida dos habitantes do local. Isso ajuda a definir o comportamento
geral e a cultura de uma sociedade.
Exemplos Históricos: Fatores climáticos, por exemplo, foram usados por Platão
e Aristóteles para explicar por que os gregos eram mais desenvolvidos do que
outras sociedades em climas muito mais quentes ou muito mais frios. Al-Jahiz,
um escritor da África Oriental, citou fatores ambientais como a origem de
diferentes cores de pele.
Teoria de Friedrich Ratzel: O determinismo geográfico atingiu seu ápice na
geografia moderna, a partir do final do século XIX, quando foi ressuscitado pelo
geógrafo alemão Friedrich Ratzel. A teoria de Ratzel surgiu seguindo a Origem
das Espécies de Charles Darwin em 1859 e foi fortemente influenciada pela
biologia evolutiva e pelo impacto que o ambiente de uma pessoa tem na sua

Possibilismo Geográfico:
Período Histórico: Nasceu na França, no final do século XIX e início do século
XX.
Autores que Contribuíram: Paul Vidal de La Blache.
O Possibilismo Geográfico é uma corrente de estudo da Geografia francesa
que surgiu no final do século XIX. Foi criado como uma resposta às colocações
deterministas de Ratzel, que buscava entender a influência do meio na
formação e nas ideias da sociedade.
O mentor das ideias possibilistas foi Paul Vidal de La Blanche, que focou na
relação homem/meio. O Possibilismo proliferou entre a intelectualidade
francesa da época, tendo um papel fundamental na consolidação da sociedade
burguesa francesa.
O objetivo do Possibilismo era abolir qualquer ideia determinista. Por meio da
objetividade e neutralidade, buscava legitimar as doutrinas da ordem. Nessa
perspectiva, a natureza é vista como uma doadora de possibilidades para que
o homem possa modificá-la a seu favor, se quiser.
Os adeptos da perspectiva possibilista não responsabilizam as condições
ambientais pela pobreza da população regional, pois acreditam que a natureza
oferece condições para que o homem a modifique. Ou seja, o homem não sofre
simplesmente a ação do meio natural, mas manifesta sua ação sobre o meio,
sendo um agente geográfico que atua sobre o meio natural, usando sua
influência e criando possibilidades de sobrevivência.

É importante considerar que o Possibilismo, sendo uma corrente do


pensamento geográfico francês, surgiu por conta de uma necessidade Estatal,
ao atender os interesses do expansionismo Francês, objetivando a interação
do homem com o meio natural.

Método Regional:
Período Histórico: Surgiu no século XIX.
Autores que Contribuíram: Vidal de la Blache e Richard Hartshorne.
O Método Regional, também conhecido como Geografia Regional, é uma
corrente do pensamento geográfico que se dedica a estudar os diferentes
espaços do planeta, dividindo-os e agrupando-os em regiões que possuem
características em comum. Essas características podem ser naturais ou
antrópicas (feitas pelo ser humano).
A Geografia Regional geralmente não leva em consideração as fronteiras
políticas estabelecidas para criar as separações de países e estados. Em vez
disso, ela utiliza aspectos naturais, como clima, vegetação e relevo, e ações
humanas, como agricultura, industrialização, influências culturais e questões
demográficas e históricas, para auxiliar no processo de regionalização.
O geógrafo francês Vidal de la Blache foi o precursor dessa ideia de geografia
regional, utilizando unidades administrativas para criar uma síntese regional.
Essa área se enquadra na corrente de pensamento da geografia chamada de
Possibilismo Geográfico, que analisa de forma regional como a natureza
influencia o ser humano, mas também como o ser humano pode modificar a
natureza e obter melhorias ao meio em que está inserido.
Outro geógrafo que trabalhou a geografia regional, mas de forma diferente, foi
Richard Hartshorne. Ele não utilizou o termo “região”, mas sim classes de
áreas em que os elementos mais homogêneos, ou seja, os mais semelhantes,
determinavam cada uma dessas classes. Seu trabalho ficou conhecido como
Método Regional.

Nova Geografia:
Período Histórico: Surgiu na década de 1950.
Autores que Contribuíram: Walter Christaller.
A Nova Geografia, também conhecida como Geografia Pragmática ou
Geografia Quantitativa, é uma corrente de pensamento que surgiu na década
de 1950. Ela promoveu grandes modificações na abordagem metodológica da
Geografia. Baseada no neopositivismo lógico, essa nova corrente geográfica
surgiu com a necessidade de exatidão, através de conceitos mais teóricos e
apoiados em uma explicação matemático-estatística.
 As principais características dessa corrente geográfica são
 Todo o conhecimento apoia-se na experiência (empirismo);
 Deve existir uma linguagem comum entre todas as ciências;
 Recusa de um dualismo científico entre as ciências naturais e as
ciências sociais;
 Maior rigor na aplicação da metodologia científica;
 O uso de técnicas estatísticas e matemáticas;

Geografia Crítica:
Período Histórico: Surgiu na década de 1970.
Autores que Contribuíram: Yves Lacoste.
A Geografia Crítica é uma corrente da geografia que propõe romper com a
ideia de neutralidade científica para fazer da geografia uma ciência apta a
elaborar uma crítica radical à sociedade capitalista pelo estudo do espaço e
das formas de apropriação da natureza. Ela enfatiza a necessidade de
engajamento político dos geógrafos e defende a diminuição das disparidades
socioeconômicas e regionais.
A Geografia Crítica nasceu na França em 1970, e depois se espalhou para a
Alemanha, Brasil, Itália, Espanha, Suíça, México e outros países. A expressão
foi criada na obra “A Geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a
guerra”, de Yves Lacoste.
A Geografia Crítica também se aproxima de várias escolas de pensamento
inovador, como a Teoria Crítica (corrente defendida pelos estudiosos da Escola
de Frankfurt), com o anarquismo, com Michel Foucault, com o pós-modernismo
e alguns pensadores do marxismo, como Gramsci, pensador que valorizou o
aspecto territorial.
Além disso, a Geografia Crítica defende a mudança do ensino da geografia nas
escolas, ao estabelecer uma educação que estimule a inteligência e o espírito
crítico, ao contrário da memorização de conceitos. Ela vê o aluno como um ser
social detentor da capacidade de construção ou reconstrução do conhecimento
por meio da cidadania. O principal objetivo dessa vertente é o ensino voltado
para a cidadania, formando alunos pensantes e críticos, atentos às coisas que
acontecem no mundo.
Geografia Humanística:
Período Histórico: Surgiu em meados dos anos 1960.
Autores que Contribuíram: Yi-Fu Tuan, Anne Buttimer e Armand Frémont.
A Geografia Humanística é uma corrente da geografia que pesquisa as
experiências das pessoas e grupos em relação ao espaço com o objetivo de
entender seus valores e comportamentos. Alguns autores preferem designá-la
Geografia Humanística, pois argumentam que, como todos os trabalhos de
geografia humana enfocam comportamentos do homem, aquela expressão
serve para enfatizar que o objetivo dos geógrafos humanistas é pesquisar os
elementos mais particularmente humanos da relação dos homens com o
espaço e o ambiente, que são os valores, crenças, símbolos e atitudes.
A Geografia Humanística surgiu em meados dos anos 1960 e ganhou força a
partir da década seguinte, sob influência da fenomenologia e de várias outras
correntes epistemológicas ligadas ao humanismo. Três dos mais importantes
autores para a origem e desenvolvimento da perspectiva humanista da
geografia são Yi-Fu Tuan, Anne Buttimer e Armand Frémont.
Na visão dos geógrafos dessa corrente, como Tuan, se as abordagens
humanistas da ciência procuram ser meios de autoconhecimento para o
homem, a contribuição particular da geografia nesse trabalho está na pesquisa
dos muitos tipos de percepção, valores e atitudes relativos ao espaço e à
natureza. Nesse sentido, dois conceitos fundamentais da geografia humanista
são os de espaço vivido e de lugar.

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