CIÊNCIA GEOGRÁFICA

Prof. João Souza

H11 - Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
 O QUE É?
• A palavra geografia vem do grego antigo: geo significa terra, e graphía significa estudo.
I. Immanuel Kant: fenômenos manifestados na superfície do planeta (síntese de todas
as ciências).
II. Emmanuel de Martonne: estuda a distribuição dos fenômenos físicos, biológicos e
humanos.
III. Levi Marrero: estuda as diferentes paisagens da Terra e as modificações nela
introduzidas pelo ser humano
Geografia é hoje uma ciência que busca conhecer o nível social, político e econômico a
que o espaço se encontra submetido.
 OBJETO

• Homem x natureza x trabalho;

• Com conhecimentos da Astronomia, da Física, da Matemática, da Biologia e,
principalmente, da Ecologia, a Geografia ganhou maturidade científica e
caminhou em uma direção diferente, passando a estudar as relações do homem
com o meio.
• Alexander von Humboldt (1769 – 1859);
 PRINCÍPIOS
• Extensão – F. Ratzel, ao estudar um fato ou área, procurar a sua localização e delimitação,
utilizando, para tanto, a Cartografia.
• Analogia ou Geografia Geral – Karl Ritter e Vidal de La Blache. Delimitar e observar
uma área e depois compará-la com outras, buscando as semelhanças e as diferenças
existentes.
• Causalidade – Alexander von Humboldt, causas ou fatos observados devem ser
explicados.
• Conexão ou Interação – Jean Brunhes, os fatores físicos e humanos nunca atuam
isoladamente.
• Atividade – Jean Brunhes, mostra que a paisagem possui caráter dinâmico.
 POSITIVISMO X CRÍTICA
Método científico: observação e
descrição
Conhecimento empírico:
instrumentalização do capitalismo
Sem relações sociais
Memorização e descrição de elementos
(acrítica)
Ciência analítica e questionadora
Compreensão global
Nova consciência política (crítica)
Criticidade (ordem política e
ideológica)
(UEPG - adaptada) A respeito dos objetivos e temas da ciência geográfica, assinale V ou F
( ) A geografia, como ciência, sempre se baseou em princípios: extensão (Ratzel), analogia (Karl Ritter),
causalidade (Humboldt), conexidade (Vidal de La Blache) e atividade (Jean Brunhes).
( ) Saber como cada sociedade humana estrutura e organiza o espaço físico-territorial em face das imposições
do meio natural, de um lado, e da capacidade técnica do poder econômico e dos valores socioculturais, do
outro, constitui interesse da geografia.
( ) A geografia crítica é uma geografia explicativa e não descritiva voltada para a realidade dinâmica e
complexa dos dias atuais. Ela aborda questões como as modificações promovidas na natureza pela ação
humana a partir dos interesses e das condições sociais
( ) As sociedades atuais e futuras devem buscar soluções alternativas para o desenvolvimento econômico,
com justiça social e racionalização no uso de recursos naturais, para atenuar os impactos ambientais. Esse
tema constitui objeto de preocupação da geografia.
a) V, F, F, V
b) V, V, V, F
c) V, V, V, V
d) F, V, V, V
e) F, F, V, V
Gabarito: D
 CATEGORIAS:

• Análise da complexidade organizacional do espaço geográfico:

I. Espaço;
II. Paisagem;
III. Região;
IV. Lugar;
V. Território.
 ESPAÇO

• Milton Santos: formas da paisagem + a vida (trabalho e serviços)

Espaço geográfico é:
• a natureza socializada;
• resultado do desempenho do ser humano sobre a natureza;
• Conjunto indissociável de sistema de objetos e de sistema de ações;
 PAISAGEM

• Milton Santos: conjunto de formas que exprime as heranças que representam as

sucessivas relações entre o ser humano e a natureza.
• A paisagem é tudo aquilo que a vista alcança, a partir da visão do geógrafo.
• Ela pode ser exclusivamente natural (paisagens naturais) ou de ordem humana
(paisagens culturais).
 REGIÃO

• Milton Santos: unidade de planejamento com vínculos socioeconômicos,

favorecendo serviços de planejamento nas esferas municipais, estaduais e
federais.
• Regionalização (ato de seccionar para estudo aprofundado);
 LUGAR

• Milton Santos: dimensão de existência, no qual se valorizam as relações de

afetividade desenvolvidas pelos indivíduos em relação ao seu ambiente.
 TERRITÓRIO

• Milton Santos: área delimitada imutável em seus limites por uma relação de
poder coercitiva;
• Porção do espaço definido e delimitado, estabelecendo noções de fronteira
(demarcações);
• Fronteiras x Limites (naturais ou artificiais).
(ENEM 2012)
Portadora de memória, a paisagem ajuda a construir os sentimentos de pertencimento;
ela cria uma atmosfera que convém aos momentos fortes da vida, às festas, às
comemorações.
CLAVAL, P. Terra dos homens: a geografia. São Paulo: Contexto, 2010 (adaptado).
No texto, é apresentada uma forma de integração da paisagem geográfica com a vida
social. Nesse sentido, a paisagem, além de existir como forma concreta, apresenta uma
dimensão:
a) política de apropriação efetiva do espaço.
b) econômica de uso de recursos do espaço.
c) privada de limitação sobre a utilização do espaço.
d) natural de composição por elementos físicos do espaço.
e) simbólica de relação subjetiva do indivíduo com o espaço.
Gabarito: E.
 CORRENTES DO PENSAMENTO
GEOGRÁFICO
• As correntes ou concepções do pensamento geográfico são diferentes abordagens
que buscam explicar o relacionamento do ser humano com o meio ambiente.
• Contexto histórico atribulado do Séc. XIX;
• Surgimento do positivismo;
• São elas: Determinismo Geográfico, o Possibilismo, o Método Regional, a Nova
Geografia e a Geografia Crítica.
 DETERMINISMO GEOGRÁFICO

• Friedrich Ratzel (1844-1904).

• Século XIX, transição do capitalismo comercial para a fase do monopolismo
imperialista.
• O Determinismo considera o ser humano como um produto do meio; portanto, a
natureza seria o fator determinante do seu modo de vida.
• Diferentes formas de dominação política e econômica (ESPAÇO VITAL).
• Base: Teorias naturais de Lamarck sobre hereditariedade dos caracteres
adquiridos e as de Charles Darwin sobre a sobrevivência dos indivíduos mais
adaptados ao meio natural.
 POSSIBILISMO

• Paul Vidal de La Blache (1845-1918).

• Como ser racional, o homem é elemento ativo; portanto, tem condições de
modificar o meio natural e adaptá-lo às suas necessidades;
• Oposição ao Determinismo Geográfico: desmascarar o expansionismo alemão e
viabilizar o colonialismo francês;
• Gênero de vida (técnicas e costumes para sobrevivência);
 MÉTODO REGIONAL

• Alfred Hettner (1859-1941) e Richard Hartshorne (1899-1992).

• Diferenciação de áreas: integração de fenômenos heterogêneos em uma dada
porção da superfície da Terra.
• Percursores: Immanuel Kant (Séc. XVIII) e pelo geógrafo Karl Ritter (Séc XIX);
 NOVA GEOGRAFIA
• Geografia Quantitativa: após a II Guerra Mundial, utilizando os métodos
matemáticos e as técnicas estatísticas
• Indicadores socioeconômicos expressos em termos numéricos (grau de
desenvolvimento entre as nações);
• Análises de tabelas e de gráficos (pobreza - observação do subdesenvolvimento);
• Estagnação econômica do mundo = etapa necessária, curto prazo;
Obs: Necessidade de políticas corretas - expansão do capital externo (disparidades
de desenvolvimento entre nações e camadas sociais).
 GEOGRAFIA CRÍTICA

• 1960 – 70: movimentos nacionalistas e o processo de descolonização da Ásia e

da África;
• Orientação marxista: produção do espaço deriva do trabalho humano;
• Disparidades de desenvolvimento = processo histórico do sistema capitalista ;
• Milton Santos (1926-2001): período técnico-científico-informacional (influência
das novas tecnologias, Guerra Fria, na construção e na organização espacial).
 HUMANISTA (HUMANÍSTICA)
• 1960-70: concepções da fenomenologia (significa estudo dos fenômenos, daquilo que
aparece à consciência, buscando explorá-lo.) + humanismo;

• Compreender valores e comportamentos;

• Geografia Cultural e Histórica estadunidense (revisão de conceitos);
• Os principais teóricos: Yi-Fu Tuan (1930-2022), Anne Buttimer (1938-2017) e
Armand Frémont (1933-2019).
• Meios de autoconhecimento para o ser humano (valores e de atitudes relativos ao
espaço e à natureza);
• Conceitos centrais: lugar (relação afetiva) e o de espaço vivido (rotina habitual).
(Ifsul-RS) Primavera, Verão, Outono, Inverno e... Primavera.
O cineasta do silêncio mostra como as estações estão intimamente ligadas às ações
humanas, aos sentimentos. De maneira cíclica, Kim Ki Duk nos apresenta um filme com
pouquíssimos diálogos, mas que, porém, explora como ninguém a natureza humana.
Ninguém é indiferente ao poder das quatro estações e de seu ciclo anual de nascimento,
crescimento e declínio.
A qual corrente do pensamento geográfico o texto faz referência?

a) Empirismo
b) Possibilismo
c) Determinismo
d) Racionalismo
Gabarito: E.