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Correspondências
O poema “Correspondências”, de Charles Baudelaire, tem no seu próprio título a ideia central do
simbolismo: a linguagem simbolista pretende estabelecer uma correspondência entre o plano
material e o plano transcendental, entre o divino e o profano.
A evocação da espiritualidade está presente já no primeiro verso, em que a Natureza, iniciada
em letra maiúscula, como uma entidade, é caracterizada como um templo vivo, ou seja, há uma
vida espiritual oculta por trás da existência material das coisas. O homem cruza esse templo vivo
em meio a um bosque de símbolos. E esses símbolos olham os homens com familiaridade —
pois aqueles geralmente são convencionais, isto é, existem por causa de seu sentido coletivo.
O poeta fala em ecos, sons, cores e perfumes: é a presença da captação sinestésica dos
símbolos. A linguagem poética é a decifradora, a que estabelece uma ponte, uma
correspondência entre o mundo material e o mundo do espírito. A referência ao almíscar,
incenso e resinas do Oriente também retoma essa sensibilidade sinestésica, bem como faz
referência a um universo espiritual, que faz uso dessa prática aromática como contato com o
transcendental.
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/simbolismo.htm